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SEMINÁRIO DE LÍNGUA PORTUGUESA

PRESENÇA DO ROMANTISMO
NA PRODUÇÃO CULTURAL
CONTEMPORÂNEA
Trabalho apresentado por: Cintia, Laizy, Larissa, Luiz Augusto, Luiz Gustavo e Rafael
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras


Minha terra tem primores,
Onde canta o Sabiá,
Que tais não encontro eu cá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Em cismar – sozinho, à noite –
Não gorjeiam como lá.
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Nosso céu tem mais estrelas,
Onde canta o Sabiá.
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Não permita Deus que eu morra,
Nossa vida mais amores.
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Em cismar, sozinho, à noite,
Que não encontro por cá;
Mais prazer encontro eu lá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Onde canta o Sabiá.
Data de publicação

O poema Canção do Exílio


foi composto em Julho de 1843.
Foi publicado somente
quatro anos depois, em 1847, na
sua obra “Primeiros Cantos”.
Contexto de produção

O poema foi escrito na primeira fase


do romantismo do Brasil, que tem como
principal característica o nacionalismo.
Esse nacionalismo é intensificado
após a independência do Brasil.
O poeta nessa época está cursando
faculdade em Coimbra (Portugal) e tem
como contexto a saudade da terra natal, o
que serve de inspiração para a produção.
Importância da obra

Após a independência o Brasil


buscava construir sua própria
cultura, se distanciando ao máximo
de Portugal e suas referências.
Descrevendo assim o país de forma
positiva, e visava colocar em
amostra suas particularidades,
como a palmeira e o sabiá citados
no poema.
Significado de Exílio

O exílio (do latim exilium = banimento, degredo) é o


estado de estar longe da própria casa (seja cidade ou
nação) e pode ser definido como a residência voluntária ou
forçada de um indivíduo em um país diferente do seu de
origem.
No caso de Gonçalves Dias, ele reside em Coimbra
(Portugal) por vontade própria, uma vez que está cursando
direito em uma faculdade. Logo vivenciou um exílio físico e
geográfico em relação ao Brasil
Características do romantismo na obra
O nacionalismo e o ufanismo com a idealização do Brasil na descrição de sua natureza:

“Nosso céu tem mais estrelas, “Minha terra tem primores,


Nossas várzeas têm mais flores, Que tais não encontro eu cá;”
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.” “Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
A repetição da palavra “mais” Sem que desfrute os primores
para dar ênfase no ufanismo do Que não encontro por cá;”
eu lírico na natureza. Essa
exaltação era usada como um Nessas duas partes retiradas do
mecanismo para fugir da poema temos o patriotismo, onde
realidade Gonçalves Dias ressalta que a terra
dele é melhor que a que ele se
encontrava no momento
Características do romantismo na obra
Redondilhas maiores, rimas perfeitas nos versos pares e ausência de rima nos demais versos entregando uma
musicalidade a partir da métrica e das rimas.

Mi/nha/ ter/ra /tem /pal/mei/ras


On/de/ can/ta/ o /Sa/bi/á, Minha terra tem primores,
As/ a/ves, /que /aqui /gor/jei/am, Que tais não encontro eu cá;
Não gorjeiam como lá. Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Nosso céu tem mais estrelas, Minha terra tem palmeiras,
Nossas várzeas têm mais flores, Onde canta o Sabiá.
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores. Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Em cismar, sozinho, à noite, Sem que desfrute os primores
Mais prazer encontro eu lá; Que não encontro por cá;
Minha terra tem palmeiras, Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. Onde canta o Sabiá.
Canção do Exílio
Individualismo com a expressão de sentimentos particulares

Minha terra tem palmeiras


Minha terra tem primores,
Onde canta o Sabiá,
Que tais não encontro eu cá;
As aves, que aqui gorjeiam, No poema também temos o
Em cismar – sozinho, à noite –
Não gorjeiam como lá. individualismo, ou como
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras, podemos chamar, o
Nosso céu tem mais estrelas,
Onde canta o Sabiá. egocentrismo. O poeta se
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida, coloca no centro, dando
Não permita Deus que eu morra,
Nossa vida mais amores. ênfase nas suas emoções
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Em cismar, sozinho, à noite,
Que não encontro por cá;
Mais prazer encontro eu lá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Onde canta o Sabiá.

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