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Universidade Federal do Pará – UFPA

Faculdade de Letras – Belém


LA01149 – Literatura Brasileira Moderna
SEMESTRE: 2023.4
Docente: Prof. Dr. Michel Silva Guimarães
Carga horária: 68h. Dia de aula: terça-feira/sexta-feira (Turno: matutino/noturno).

CANÇÕES DO EXÍLIO

CANÇÃO DO EXÍLIO ADEUS À EUROPA


CANTO DE REGRESSO À PATRIA NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO
Gonçalves Dias Gonçalves de Magalhães
Oswald de Andrade Carlos Drummond de Andrade
“Kennst du das Land, wo die Zitronen blühn,
A Josué Montelo
Conheceis o país onde florescem as laranjeiras? Adeus, oh terras da Europa!
Minha terra tem palmares
Im dunkeln Laud die Gold-Orangem glühn, Adeus, França, adeus, Paris!
Onde gorjeia o mar Um sabiá
Ardem na escura fronde os frutos de ouro, Volto a ver terras da Pátria,
Os pássaros daqui na palmeira, longe.
Kennst du es wohl? Vou morrer no meu país.
Não cantam como os de lá Estas aves cantam
Conhecê-lo?
um outro canto.
– Dahin, dahin! Qual ave errante, sem ninho,
Minha terra tem mais rosas
– Para lá, para lá Oculto peregrinando,
E quase que mais amores O céu cintila
Möch ich… ziehn. Visitei vossas cidades,
Minha terra tem mais ouro sobre as flores úmidas.
quisera eu ir!” Johann Wolfgang von Goethe Sempre na Pátria pensando.
Minha terra tem
CANÇÃO mais terra Vozes
SABIÁna mata,
(Trad. ManuelDO EXÍLIO
Bandeira, 1952)
Murilo Mendes e o maiorBuarque
Chico amor.
Ouro terra amor e rosas De saudades consumido,
Minha terra tem palmeiras, Dos velhos
voltar pais tão distante,
Eu Minha
quero tudo
terra de
temlá macieiras da Califórnia Só,Vou
na noite,
Onde canta o Sabiá; Gotas de ainda
Seifeliz:
que fel azedavam
vou voltar
Nãoonde
permita Deus que eu morra seria
As aves,cantam
que aqui gaturamos
gorjeiam,de Veneza. OPara
meuomaismeu suave instante.
lugar
Sem que volte
Osgorjeiam para
poetas dacomominhalá terra um sabiá,
Não lá. Foi lá e é ainda lá
Nãosão
permita
pretosDeus que euem
que vivem morra
torres de ametista, na palmeira, longe.
Sem que volte para São Paulo AsQue eu heidedeminha
cordas ouvir cantar
lira
os sargentos
Nosso céu tem maisdo exército são monistas, cubistas,
estrelas, Uma sabiá
Longo tempo suspiraram;
Semosque veja a são
filósofos Ruapolacos
15 vendendo a prestações. Onde é tudo
(Cantar belo
Nossas várzeas têm mais flores,
E o progresso de São Paulo Mas alfimuma sabiá) cansadas
frouxas,
e fantástico,
Nossos bosques têm mais vida, De suspirar, se quebraram.
A gente (Pau-Brasil, 1925) só, Vou
na noite,
Nossa vida não
maispode dormir
amores. voltar
com os oradores e os pernilongos. seria
Seifeliz.
que ainda vou voltar
Oh liradeitar
do meu exílio,
(Um Vousabiá, à sombra
EmOs sururus
cismar, em família
sozinho, têm por testemunha a
à noite, Da Europa as plagas deixemos;
De uma palmeira
Gioconda. na palmeira, longe.)
Mais prazer encontro eu lá; EuQuete darei
já nãonovas
há cordas,
Eu morro
Minha sufocado
terra tem palmeiras, Novos hinos cantaremos.
Colher
Ainda umagrito
flor de vida e
em terra estrangeira.
Onde canta o Sabiá. Que
voltar já não dá
Nossas flores são mais bonitas Adeus,
E algum ohamor
terras da Europa!
nossas frutas para onde é tudo belo
Minha terra tem mais gostosas
primores, TalvezFrança,
Adeus, possa espantar
adeus, Paris!
mas e fantástico:
Que taiscustam cem mileuréis
não encontro cá;a dúzia. Volto a verque
As noites eu não
terras queria
da Pátria,
a palmeira,
E anunciar o sabiá,
Em cismar - sozinho, à noite - Vou morrer onodiameu país.
Ai prazer
quem me dera chupar o longe.
Mais encontro eu lá; uma carambola de Paris, Agosto de 1836.
verdade
Minha terra tem palmeiras, Vou voltar
HINO NACIONAL – parte II
e ouvir Sei que ainda vou voltar
Onde cantaum sabiá com certidão de idade!
o Sabiá.
Poemas (1925-1931) DoNão
quevai ser em
a terra vãogarrida
mais
Que fiz tantos planos
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores
Não permita Deus que eu morra, De me bosques
enganar têm mais vida"
Sem que eu volte para lá; "Nossos
Como fiz
"Nossa vida" enganos
no teu seio "mais amores" (Letra de 1909-
Sem que desfrute os primores De me encontrar
1922)
Que não encontro por cá; Como fiz estradas
Sem qu'inda aviste as palmeiras, De me perder
Onde canta o Sabiá. Fiz de tudo e nada
Coimbra – Julho de 1843 De te esquecer

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá, é ainda lá

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