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Redação – 1º Período/2020

9º ANO ESCOLAR - ENSINO FUNDAMENTAL


Nome: ____________________________________________________ Turma: ______ nº: ____

Professor (a): Regina Melo Data: ___/___/___


ATIVIDADE PLUS 2
VALOR:1,0.............
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PARÓDIA
A paródia consiste na recriação de um texto conservando a ideia central do hipertexto (texto de referência), mas atribuindo
a ele efeitos mais sarcásticos, humorísticos e críticos. Podemos dizer que a paródia é um exercício de intertextualidade cujo
objetivo é levar o leitor a fazer uma reflexão crítica a respeito do que acontece na sociedade.
O poema de Gonçalves Dias reflete a respeito da saudade que sente de sua terra natal, destacando suas
características ambientais, naturais, e revelando seu desejo de retornar a ela. Nesse poema, Gonçalves Dias, que se encontrava
em Coimbra, Portugal, cursando a Faculdade de Direito, reflete sobre as belezas de sua terra, no momento da recém-adquirida
independência do Brasil em relação a Portugal.

Canção do Exílio
Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar – sozinho – à noite –


Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras;
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho – à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

De modo irreverente, a paródia contribui para a formação de leitores/sujeitos mais reflexivos e politizados. É possível
observarmos de que maneira isso ocorre a partir, dos exemplos abaixo, paródias do poema “Canção do Exílio” (do poeta romântico
Gonçalves Dias). Os autores procuraram apresentar o seu ponto de vista e deixar as suas impressões da realidade, dos
acontecimentos de suas épocas, dos seus dias, do contexto político, social, cultural e filosófico.
1-Canção do exílio (paródia) 2 -Nova canção do exílio
Raquel Maythenand
Carlos Drummond de Andrade
Minha terra não tem palmeiras
Um sabiá
E nem sabiá a cantar
na palmeira, longe.
As aves que aqui gorjeavam,
Estas aves cantam
já foram para outro lugar.
um outro canto.

Nosso céu não tem estrelas, O céu cintila


nossas várzeas não tem flores sobre flores úmidas.
Nossos bosques estão sem vida Vozes na mata,
e nossas vidas sem amores. e o maior amor.

Só, na noite,
Ao cismar, sozinha, à noite,
seria feliz:
não encontro mais prazer lá.
um sabiá,
Minha terra não tem palmeiras na palmeira, longe.
e nem sabiá a cantar.
Onde é tudo belo
Minha terra não tem primores e fantástico,
Que tais eu encontro cá. só, na noite,
Ao cismar, sozinha, à noite seria feliz.
Não encontro mais prazer lá. (Um sabiá,
Minha terra não tem mais palmeiras
na palmeira, longe.)
e nem sabiá a cantar. Ainda um grito de vida e
voltar para onde é tudo belo
Não permita Deus que eu morra e fantástico:
Antes de ver o meu Brasil mudar a palmeira, o sabiá,
Onde possa ver primores, que agora não consigo enxergar o longe.
Minha terra não tem palmeiras
mas um dia ela terá.

3-Uma canção Minha terra tem relógios,


Mario Quintana Cada qual com a sua hora
Nos mais diversos instantes...
Minha terra não tem palmeiras... Mas onde o instante de agora?
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis Mas onde a palavra "onde"?
Nas palmeiras que não há. Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus da minha terra
Eu canto a Canção do Exílio
4-Sabiá

Chico Buarque
Vou voltar
Vou voltar Sei que ainda vou voltar
Sei que ainda vou voltar Não vai ser em vão
Para o meu lugar Que fiz tantos planos
Foi lá e é ainda lá De me enganar
Que eu hei de ouvir cantar Como fiz enganos
Uma sabiá De me encontrar
Cantar Como fiz estradas
Uma sabiá De me perder
Fiz de tudo e nada
Vou voltar De te esquecer
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra Vou voltar
De um palmeira Sei que ainda vou voltar
Que já não há E é para ficar
Colher a flor Sei que o amor existe
Que já não dá Não sou mais triste
E algum amor E a nova vida já vai chegar
Talvez possa espantar E a solidão vai se acabar
As noites que eu não queira E a solidão vai se acabar
E anunciar o dia

Após a leitura dos poemas acima, que estabelecem intertextualidade com o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias,
pois a paródia é um texto criado a partir de outro texto com o objetivo de fazer com que o leitor reflita criticamente a respeito das
práticas sociais ou divirta-se. Agora é a sua vez, crie a sua paródia a partir deste poema.

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Redação – 2020
Professora: Regina Melo

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