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Tema 03

Elementos da formação da Identidade brasileira


TEXTO I

Os românticos utilizavam a exaltação da natureza e da liberdade como um


mecanismo para fugir da realidade, objetivo alcançado quando o escritor voltava-se para
paisagens novas, como a selva brasileira. Esse novo espaço possibilitou a criação de uma
poesia voltada para o índio e para a natureza brasileira, poesia expressa em uma
linguagem simples e acessível, cujo principal representante foi Gonçalves Dias.
Canção do exílio
(Gonçalves Dias)
Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem primores,
Onde canta o Sabiá; Que tais não encontro eu cá;
As aves, que aqui gorjeiam, Em cismar sozinho, à noite
Não gorjeiam como lá. Mais prazer eu encontro lá;
Nosso céu tem mais estrelas, Minha terra tem palmeiras,
Nossas várzeas têm mais flores, Onde canta o Sabiá.
Nossos bosques têm mais vida, Não permita Deus que eu morra,
Nossa vida mais amores. Sem que eu volte para lá;
Em cismar, sozinho, à noite, Sem que desfrute os primores
Mais prazer eu encontro lá; Que não encontro por cá;
Minha terra tem palmeiras, Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. Onde canta o Sabiá.

TEXTO II

Uma das principais questões que acompanha o povo brasileiro desde a sua
formação é a construção de uma identidade para o Brasil. A fragilidade e a não afirmação
de um país rico e diversificado sócio-político e culturalmente reflete-se nas imagens pré-
moldadas e estereótipos generalizantes. Depois de séculos de identidade forjada é
imprescindível reconhecer que o Brasil é mais do que florestas, futebol e festas.
(http://euqueropassarnovestibular.blogspot.com.br/2012/05/redacao-nota-dez-sobre-identidade.html)

TEXTO III

A contribuição brasileira para a civilização será o “homem cordial”. A


hospitalidade, a generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos
visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro. Seria
engano supor que essas virtudes possam significar “boas maneiras”. Nossa forma de
convívio social é, no fundo, o contrário da polidez. Ela pode iludir na aparência. A atitude
polida é uma espécie de mímica deliberada de manifestações que são espontâneas no
“homem cordial”. Além disso, a polidez é uma defesa ante a sociedade, que permitirá a
cada qual preservar intatas suas emoções. Assim, o indivíduo mantém sua supremacia
ante o social. E, efetivamente, a polidez implica uma presença contínua e soberana do
indivíduo.
No “homem cordial”, a vida em sociedade é, de certo modo, uma libertação do
pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as
circunstâncias da existência. Sua maneira de expansão para com os outros reduz o
indivíduo, cada vez mais, à parcela social, que no brasileiro tende a ser a que mais
importa. Ela é antes um viver nos outros.
(Disponível em: http://resumodaobra.com/sergio-buarque-raizes-brasil-homem-cordial/)

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