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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS, CURSO DE PEDAGOGIA

ESCOLA, ESTADO E SOCIEDADE


POLÍTICAS EDUCACIONAIS

Júlia Ramazzotti
Júlia Moura Silva
Isabella Rodolphe
Karolaine Elias Mazaro

Portifólio acadêmico apresentado a


Professora e Doutora Luci Regina Mazzeti

Araraquara, São Paulo


2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 3

1 ERA VARGAS ...................................................................................................... 4

1.1 Governo Provisório............................................................................................ 4

1.2 Revolução Constitucionalista ............................................................................ 4

1.3 Governo Constitucional ..................................................................................... 5

1.4 A Educação no Modo Geral do Governo Vargas................................................ 5

2 ESTADO NOVO ................................................................................................... 6

2.1 Reforma - A Escola Nova ................................................................................... 6

2.2 O Fim da Era Vargas.......................................................................................... 7

2.3 A Fase de 1945 a 1964 ..................................................................................... 7

3 ESTADO POPULISTA.......................................................................................... 8

3.1 A Educação Durante esse Período..................................................................... 9

CONCLUSÕES........................................................................................................ 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 11
Introdução

Temos como objetivo neste resumo da apresentação feita em sala, informar as


implantações do governo de Getúlio Vargas bem como o período conhecido como
Estado Populista, focando nas pautas sobre educação e econômica no país durante
tais períodos. Será tratado também sobre o que levou o fim da Era Vargas e quais
as consequências que isso acarretou para o Brasil. Ao final de cada tópico
encontrasse a forma ou estrutura da educação após esses grandes acontecimentos,
visando sempre seguir os fatos históricos desses momentos no Brasil.
1 A ERA VARGAS

1.1 GOVERNO PROVISÓRIO

Chegando ao poder, Getúlio fecha o congresso e as assembleias legislativas


municipais e estaduais, até ter-se uma assembleia constituinte, sendo responsável
por criar uma nova constituição. Vargas passa a assumir poderes do legislativo e do
executivo, através de decretos-lei centralizando o poder para si.
Nesse período, é criado o ministério do trabalho, implementando o corporativismo e
adicionando leis trabalhistas. Governadores são substituídos por interventores,
sendo sua maioria membros do tenentismo.
Com a grande crise de 1929, as exportações foram derrubadas, Vargas tendo
consciência da importância do café, passou a estocá-lo, mas a produção mundial
também estava em crise, pois outros países também começaram a produzir. A
solução encontrada pelo governo é fazer a queima de café estocado, assim a
oferta era reduzida e tinha seu preço sustentado. O dinheiro ganho pelas
exportações é usado então para a compra de produtos industrializados de fora do
país.
A industrialização nesse período foi aumentando, a Frente Única Paulista exigia a
reconstitucionalização do país. Cedendo a pressão, o governo aprova o código
eleitoral, tendo o voto secreto e obrigatório, a representação proporcional e o voto
feminino.
Também se tem a criação da Justiça Eleitoral. Apesar dos progressos, houve
manifestações pedindo a reconstitucionalização imediata, tendo assim o início da
revolução de 1932.

1.2 REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA (1932)

Em 9 de Junho de 1932, uma revolta armada surge em São Paulo, porém, sem apoio
e com o porto de Santos bloqueado, São Paulo luta praticamente sozinho contra as
forças do governo. Embora o movimento tivesse vindo da reivindicação da elite
paulista, a população geral tem grande participação.
São Paulo lutou contra 135.000 combatentes, tendo apenas 100.000 homens. As
principais reivindicações dos paulistas consistiam em ter uma nova constituição e a
convocação de eleições para presidente. Em 4 de outubro de 1932, São Paulo se
rende, mas apesar da derrota o governo é pressionado e uma nova constituição é
feita em 1934
1.3 GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934-1937)

Nesse período podemos afirmar que Vargas é presidente, mas pelo voto indireto. Se
cria uma nova constituição, que agrada diversos setores, porém, o que vai ficar
marcado são as criações de leis trabalhistas, dando um estímulo as indústrias no
Brasil.
É criado dois movimentos sociais, o AIB - Ação Integralista Brasileira, defendida por
Plínio Salgado, tendo como lema " Deus, Pátria e Família "sendo considerado fascista
e com um grande perfil de autoritarismo.
Por outro lado, a ANL - Aliança Nacional Libertadora, sendo comunista e comandada
por Luís Carlos Prestes. Em 1935, se tem a Intentona Comunista, que é uma tentativa
de retirar Vargas do poder, mas acaba falhando. Já em 1937, o Plano Cohen, que
seria uma falsa carta de ameaça comunista ao governo de Getúlio Vargas, acaba
sendo um pretexto para ele dar um golpe dentro do golpe, dando início a sua nova
era, o Estado Novo.

1.4 A EDUCAÇÃO NO MODO GERAL DO GOVERNO VARGAS

No setor da educação, Vargas, no geral, faz várias implementações no governo para


modificar o sistema educacional. Em 1930 cria-se o Ministério da Educação e da
Cultura, que acabou sendo responsável por toda demanda dos aspectos que
envolviam a gestão da educação nesse período, aumentando o acesso à educação
e desenvolvendo um novo currículo nacional. Ainda em 1934, é fundada A
Universidade de São Paulo e em 1945, a Fundação Getúlio Vargas. O grande objetivo
dessas inovações seria promover o desenvolvimento econômico e social no
Brasil.
2 ESTADO NOVO

Estado novo foi como ficou conhecida a ditadura instaurada, chamada também de
Terceira República.
Foi nesse período que Getúlio Vargas governou o Brasil - de forma autoritária e
ditatorial - entre 1937-1945, isto significa que a sociedade invade a área civil
subordinando tudo ao seu controle.
Mandou fechar o Congresso, centralizou todo o poder no executivo; os partidos
políticos foram extintos bem como os opositores caçados e impressa censurada. Por
outro lado, Getúlio se aproximou dos trabalhadores concedendo a Consolidação das
Leis Trabalhistas (CLT), que em 1943 criou o conceito de Salário-mínimo.
Durante esse tempo, como forma de minimizar seus feitos e fazer propaganda de
uma potência nacional buscando promover a imagem de um bom governo, utilizava
o rádio e a TV, criando o programa “A hora do Brasil”. Com isso construiu uma imagem
como “Pai dos Pobres”.

2.1 REFORMA - A ESCOLA NOVA

A educação foi fortemente associada a um projeto econômico, com implementação


de novas modalidades de ensino técnico-profissionalizante, ensino industrial e
agrícola de nível médio.
Implanta-se a gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário. O ensino religioso
passa a ser facultativo nas escolas e a disciplina de Educação moral e política era
obrigatória no currículo escolar, com o objetivo de formar uma nação forte. Nesse
sentido, era interessante doutrinar a juventude em relação ao civismo e uma
formação militarista, Vargas sempre dizia em seus discursos: “É na juventude que eu
deposito minha confiança”.
A constituição defendia as ideias fascistas e ditatoriais, onde o dualismo escolar
causava uma grande desigualdade social, pois tinha um desencontro de estudos
pelas classes sociais. Estando de um lado o ensino que valoriza um público da Elite
com objetivo de alcançar um ensino de nível superior, e de outro lado, um ensino que
procura industrializar os menos favorecidos com o intuito de baratear a mão de obra
para o mercado de trabalho.
De fato, essas condições foram criadas para assegurar maior produtividade do setor
industrial, em outras palavras, criaram a possibilidade de extrair parcela maior dos
trabalhadores com treinamento para o ramo industrial. As condições para essa
exploração eram criadas e financiadas pelo Estado.
2.2 O FIM DA ERA VARGAS

No dia 29 de outubro de 1945 Getúlio Vargas foi deposto por um golpe de Estado
imposto por integrantes da alta cúpula das Forças Armadas do Brasil e pela (UDN) –
União Democrática Nacional.

2.3 A FASE DE 1945 - 1964

O ano de 1945, que ocorre logo ao final da Segunda Guerra Mundial, marca o início
de uma nova fase. Fase essa que começou com o retrocesso de mudanças causadas
pela crise econômica mundial de 1929.
Em 1930, a economia agroexportadora dá lugar ao que chamamos de economia de
substituição de importações. Essa economia teve como consequência a mudança do
centro de decisões. Dessa forma, quando a economia agroexportadora vigorava nas
terras brasileiras, o país dependia das decisões tomadas pelo mercado mundial.
Quando este modelo dá lugar a economia de substituição de importações as decisões
não são apenas consentidas, passam a ser tomadas pelo mercado interno, ou seja,
as decisões começaram a ser de "dentro para fora".
Durante esse tempo os países beligerantes deixaram de produzir outros bens de
consumo que não fossem materiais bélicos, o que abriu as portas para a indústria
nacional se desenvolver sem fazer importações, não havendo disputa de mercado.
Entretanto, com o fim da II Guerra, a dependência industrial brasileira alcançada no
período de 1930 a 1945 começa a ser deixada de lado.
3 ESTADO POPULISTA

O período de 1945 ao início dos anos 60 é marcado pelo processo de aceleração e


diversificação das substituições de importações.
O termo usado para esse período é Estado populista - desenvolvimentista, surgido
na reestruturação da República brasileira, após a deposição de Getúlio Vargas do
poder, junto com a nova constituição de 1946. Tal Estado é marcado, basicamente,
pela aliança entre o empresariado nacional e setores populares.
Essa aliança se dava nos desejos e aspirações dos dois grupos: de um lado, o
empresariado buscava aprofundar o processo de industrialização capitalista; de outro
lado, os setores populares queriam obter apoio contra as antigas oligarquias, onde a
moeda de troca era a a participação econômica e política cedida ao empresariado
que manipulava tal participação.
Em decorrência a isso, a economia de substituição de importações passa a contar
com o capital estrangeiro, que é a entrada de recursos externos, como: recursos
financeiros, bens e serviços com o fim de auxiliar a atividade econômica nacional. Em
primeiro momento isso não pareceu um problema para a população nacionalista -
desenvolvimentista, visto que fora aderido com o intuito de dar abertura a novas
frentes de investimento substitutivo. Entretanto, com o fim da alta taxa de produção
interna, conflitos entre as massas começam a ser observados junto com a dissolução
do pacto populista. A eleição de Jânio Quadros e sua posição neutra em relação à
Guerra Fria, mantendo relações com os Estados Unidos e países do bloco soviético
ao mesmo tempo, acarretou a insatisfação da classe média e das forças armadas,
onde não se sentiam representadas. Após a renúncia do então presidente, mesmo
contra a vontade de parte da população, o vice de Jânio, João Goulart, assume a
presidência. Diante disso, a harmonia entre os interesses das massas passa a ser
cada vez mais raros, deixando impacto no capital estrangeiro que começa a encontrar
barreiras na democracia liberal mais ou menos clássica, vigente no momento.

Ao final desse período, marcado pelo golpe de estado em 1964, podemos concluir
que o mesmo foi marcado pela divisão de tendências populistas e antipopulistas.
3.1 A EDUCAÇÃO DURANTE ESSE PERÍODO

A política educacional desse período reflete a imagem do cenário ambivalente na


oligarquia brasileira, trazendo a luta em torno da Lei de diretrizes e Bases da
Educação Nacional e a Campanha em Defesa da Escola Pública.
Um projeto bastante inovador para a época, mas que acabou sendo engavetado,
dando assim, espaço para o ‘’substitutivo Lacerda’’, propondo que a educação seja
ministrada, predominantemente, em instituições privadas e o Estado contribuiria de
forma complementar, deixando a escolha do que aprender nas mãos dos pais que
teriam a possibilidade de opinar no tipo de ensino que seus filhos receberiam.
Esta nova colocação mostra interesses além do que o imaginado, nos evidencia que
a classe burguesa nacional não está mais presente, pois não há nenhum tipo de
cooperação com a classe operária, é justamente o oposto, é a fração que quer excluir
e impossibilitar qualquer forma de ascensão, mesmo que individual, pois tendo em
vista que o ensino será pago, como um operário ou morador de favela escolherá o
tipo de ensino que seu filho terá?
A proposta impõe que o Estado colabore financeiramente com a escola particular,
mas sem o direito de fiscalizar, alegando a liberdade de ensino e está ficaria no
encargo dos professores e diretores das escolas. Estes aspectos levaram a onda de
protestos para intelectuais, pedagogos e liberais em todo o Brasil, se opondo a esse
projeto com o ‘’Manifesto dos educadores’’ e é a partir dele que começam as
campanhas a favor da escola pública.
Debates travados e muita movimentação resultou na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional que estabelece compromissos entre as duas tendências
expressas pelos projetos de lei Mariani e Lacerda, assinada por João Goulart e
exposta na edição de 21 de dezembro de 1961 do Diário Oficial da União, 13 anos
após a apresentação do primeiro projeto da lei educacional. Assim, ela concede o
direito de instituições privadas e públicas de ministrar a educação no Brasil em todos
os níveis.
Apesar de conter elementos populistas, essa lei não deixa de ter caráter elitista, ao
mesmo tempo que não há mais a dualidade anterior, ela estabelece uma ponte entre
a burguesia nacional e as mais tradicionais.
Conclusão

Após apresentado e contextualizado todo fator histórico desse período, que fora
iniciado em 1930 com a chegada de Getúlio Vargas ao poder no Brasil, sucedido
pelos marcos como a Revolução Constitucionalista, em 1932; o Governo
Constitucional, de 1934 a 1937; o Estado Novo, de 1937 a 1945 - terminado com o
fim da Era Vargas - e o Estado Populista, também conhecido como Quarta República,
vivido entre 1945 e 1964, tendo seu término marcado pelo Golpe de Estado, podemos
concluir que esse período foi fortemente marcado por uma bipolaridade, em vários
aspectos, tais como a preferência econômica advinda do povo bem como dos
poderes políticos e as mudanças na área da educação que, conforme passado o
tempo, foram retrocedendo, portanto, após tantas mudanças de governo, vários
ciclos de mudanças e retrocessos foram vividos.
Referências Bibliográficas

• Era Vargas: resumo, características, mapa mental e exercícios. Disponível


em: <https://brasilescola.uol.com.br/amp/historiab/era-vargas.htm>. Acesso
em: 12 maio. 2023.

• Era Vargas: Governo Provisório (1930-1934). Disponível em:


<https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/era-vargas-governo-
provisorio.htm>.

• Era Vargas – Estado Novo. O Estado Novo e a Constituição Polaca.


Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/historiab/vargas.htm>.

• BRASIL, C.-C. DE P. E D. H. C. DO. Getúlio Dornelles Vargas. Disponível


em: <https://www18.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-
biografico/getulio-dornelles-vargas>. Acesso em: 12 maio. 2023.

• FREITAG, B. Escola, Estado E Sociedade. [s.l: s.n.].

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