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São Paulo
2012
Juliana Helena dos Santos Silvério
São Paulo
2012
I
Banca Examinadora:
Local e data:______________________________________
_____________________________________________
Juliana Helena dos Santos Silvério
Agradecimentos
Em nosso primeiro encontro, meu orientador perguntou: “O que você quer? Que as
pessoas saibam falar sobre reforço ou que elas sejam reforçadoras?” A resposta para essa pergunta
se tornou minha bússola, direcionando não só a execução desse trabalho, mas guiando as escolhas
Thais, Samira e Mika, que com companheirismo e uma amizade de irmãs tornaram os dias
Meu carinho ao meu orientador, Sergio Luna, o homem mais gentil e bem educado
que já conheci. Como agradecer tudo o que fez por mim? Além de todo seu empenho,
dedicação e horas gastas na correção desse trabalho. Durante todo o processo você me
ensinou como se faz um trabalho com cuidado e dedicação. Se hoje sou uma pesquisadora
As professoras Maria Eliza, Nilza, Paula, Maria do Carmo, Ziza, Monica, Dinha,
Bruno e Marcos, pela generosidade e dedicação, criando contingências para que façamos
pelas brincadeiras e carinho. Agradeço também à Dinalva por todo seu carinho e
dedicação.
Dedico esse trabalho para as pessoas mais importantes na minha vida: minha
família. Ao amor de meus pais Sergio e Vera, e de meus irmãos, Bruno, Lucas e Tatiana.
Devo a vocês tudo que tenho e que sou hoje. Em todos os momentos vocês estiveram ao
dedicação, companheirismo, amor, carinho e paciência. Amar é bom, e amar e ser amada é
ainda melhor.
Agradeço a todas essas pessoas, que assim como eu acreditam que a análise do
Resumo
Nas últimas duas décadas a análise do comportamento observou o surgimento e
crescimento de uma linha de pesquisa voltada para a investigação do ensino de repertórios
verbais de descrição de análises funcionais e de condições que pudessem facilitar o seu
ensino em contextos aplicados. No Brasil pelo menos dois grupos de trabalho estudam o
ensino da análise funcional para professores. O primeiro grupo, da UNESP Bauru, é
representado pelos trabalhos acadêmicos de Fonseca (2008), Sparvoli, (2008), Oliveira
(2010) e Gomes (2010). O segundo grupo, da PUC SP, é representado pelos trabalhos de
Almeida (2009), Cerqueira, (2009), Tavares (2009) e Leite (2010). O objetivo da presente
pesquisa foi analisar os dados levantados por essas duas linhas de pesquisa, de modo a
identificar quais variáveis foram responsáveis pelos resultados obtidos no ensino da análise
funcional e na sua generalização, considerando-se como recorte de análise, a consistência
de seus métodos com os princípios da análise do comportamento para a educação. A
pesquisa teve ainda como objetivo identificar as dificuldades apontadas pelos autores e
propor algumas formas de superação. Como resultados, observou-se que o grupo da PUC
SP apresentou métodos empregando delineamentos experimentais, e ainda utilizou alguns
princípios da análise do comportamento para educação, como a descrição de objetivos e
medidas comportamentais, a avaliação prévia do repertório dos participantes, o
planejamento de pequenos passos, a promoção do responder constante e a utilização de um
material de fácil reprodução. Essas características parecem ter contribuído para que todos
os participantes aprendessem a identificar a função dos comportamentos apresentados nas
situações de ensino. Já em relação aos dados sobre a generalização, o grupo da UNESP
Bauru obteve melhores resultados, pois a maior parte dos participantes conseguiu mudar
suas práticas de ensino após terem passado pelo treinamento. O resultado da generalização
obtido pelo grupo da UNESP Bauru pode ter sido função do treinamento com múltiplos
exemplares em contexto aplicado natural. Concluiu-se que para atender a demanda da
comunidade científica e dos prestadores de serviço se faz necessária uma cuidadosa
descrição metodológica, pois os procedimentos comuns à pesquisa beneficiam a aplicação
por torná-la replicável e mensurável. Além disso o seguimento dos princípios da análise do
comportamento para a educação, e o planejamento da generalização, poderiam aumentar a
eficácia dos procedimentos de ensino. O planejamento cuidadoso dos métodos adotados
por Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009), aliado ao contexto
aplicado adotado por Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008),
podem apontar avanços nas propostas analítico-comportamentais para a educação.
Abstract
In the last two decades the behavior analysis observed the emergence and growth of a line
of research aimed at investigating the teaching of verbal repertoires description and
functional analysis of conditions that could facilitate their teaching in applied settings. In
Brazil at least two working groups study the teaching of functional analysis for
teachers. The first group, UNESP Bauru, is represented by the academic work of Fonseca
(2008), Sparvoli, (2008), Oliveira (2010) and Gomes (2010). The second group, the PUC
SP, is represented by the works of Almeida (2009), Cerqueira (2009), Tavares (2009) and
Leite (2010). The objective of this research was to analyze the data collected by these two
lines of research to identify which variables were responsible for the results obtained in the
teaching functional analysis and its generalization. The consistency of their methods with
the principles of behavior analysis to education was investigated. The research was also
aimed at identifying the difficulties mentioned by the authors propose some ways of
overcoming. The results showed that the PUC SP group presented methods using
experimental designs, and even used some principles of behavior analysis to education___
as the description of goals and behavioral measures, the preliminary assessment of the
repertoire of the participants, the planning small steps, the constant promotion of
responding to and use of a material easy to reproduce. These characteristics seem to have
contributed to all the participants learn to identify the function of the behaviors presented
in teaching situations. In relation to data on generalization, UNESP Bauru group achieved
better results, since most of the participants managed to change their teaching practices
after having gone through training. The result obtained by UNESP Bauru group may have
been a function of training with multiple copies in the natural applied context. It was
concluded that to meet the demands of the scientific community and service providers is
necessary a careful description of methodological procedures. Repeatable and measurable
variables benefit the research and the application. In addition, the following principles of
behavior analysis to education, and planning of generalization, could increase the
effectiveness of teaching procedures. Careful planning of the methods adopted by Almeida
(2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) and Tavares (2009), together with the applied
context adopted by Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) and Sparvoli ( 2008),
may point to advances in behavior analytic proposals for education.
Sumário
Resumo .................................................................................................................................... VI
Abstract ................................................................................................................................. VII
Lista de Figuras ...................................................................................................................... IX
Introdução .............................................................................................................................- 1 -
Alguns estudos recentes sobre cursos para qualificação de professores .........................- 2 -
Contribuições da análise do comportamento para a formação continuada de
professores.............................................................................................................................- 7 -
Questões conceituais preliminares ...................................................................................... - 7 -
O ensino da análise funcional como estratégia de intervenção .......................................... - 9 -
O que tem sido feito no Brasil utilizando análise funcional: diferentes metodologias .... - 19 -
O futuro das pesquisas em análise funcional no Brasil: desafios. .................................... - 25 -
Método .................................................................................................................................- 28 -
Seleção das fontes ............................................................................................................. - 28 -
Material selecionado ......................................................................................................... - 28 -
Organização das informações coletadas ........................................................................... - 32 -
Procedimentos de análise das informações....................................................................... - 34 -
Resultados ...........................................................................................................................- 35 -
Discussão .............................................................................................................................- 55 -
Referências ..........................................................................................................................- 64 -
Anexos .................................................................................................................................- 68 -
Anexo 1- Almeida, C.P. (2009). ....................................................................................... - 69 -
Anexo 2-Cerqueira, D.M.O. (2009).................................................................................. - 72 -
Anexo 3- Fonseca, A. P. A. (2008)................................................................................... - 75 -
Anexo 4-Gomes, P.C. (2010). .......................................................................................... - 79 -
Anexo 5- Leite, F.V.S. (2010). ......................................................................................... - 83 -
Anexo 6- Oliveira, J. (2010). ............................................................................................ - 86 -
Anexo 7- Sparvoli, D.A.P. (2008). ................................................................................... - 89 -
Anexo 8- Tavares, M. (2009). .......................................................................................... - 92 -
IX
Lista de Figuras
Figura 1 Esquema ilustrativo das etapas do procedimento das pesquisas do grupo pesquisas da linha
de pesquisa do Prof. Jair Lopes Júnior (UNESP, Bauru): Fonseca, 2008, Sparvoli, 2008, Oliveira,
2010 e Gomes, 2010. ....................................................................................................................- 22 -
Figura 2 –Esquema das etapas do procedimento adotado pelas pesquisas da linha de pesquisa da
Profa, Maria Eliza M. Pereira (PUC/SP): Almeida, 2009; Cerqueira, 2009; Tavares 2009 e Leite,
2010. .............................................................................................................................................- 23 -
-1-
Introdução
comportamento, descreveu uma série de princípios que o regem e, a partir deles, foi
comportamento humano e sobre o ambiente no qual ele ocorre. Isso pode propiciar uma
Segundo Zanotto (2000), embora para Skinner (1968/1972) ensinar seja arranjar
processo de aprendizado.
deve-se perguntar como ele tem sido ensinado e, principalmente, o que a análise do
suas respectivas bibliografias e os projetos pedagógicos, sendo para isso utilizada uma
amostra nacional das instituições de ensino voltadas para esse tipo de formação. A
pesquisa cobriu os cursos de formação de professores para o ciclo básico (aí inclusos
primeiro lugar, observou-se que nos cursos de pedagogia existia um descompasso entre o
analisado na pesquisa, Gatti e Barreto (2009) observaram que o número de vagas aumentou
total de 1968 referia-se a todo o território nacional, quantas combinações destas disciplinas
alfabetização, sendo que, na análise das ementas, constatou-se que nenhuma disciplina
entre elas, apenas listas de temas, nomes de autores; a sequência de conteúdo não refletia
uma construção do conhecimento. Em apenas 8% das ementas, a palavra escola foi citada,
o que leva a pensar numa formação de caráter mais abstrato e pouco integrado ao contexto
como nos cursos de pedagogia, o crescimento do número de cursos foi maior do que o
número de alunos. Para esses três cursos, observou-se que o foco da formação foi o
uma boa docência não será à custa de cursos bem planejados. Seria mais fácil apostar na
a própria docência.
no ensino fundamental em todo Brasil, à época da pesquisa por ela realizada, 225.573 não
possuíam a formação mínima para atuar nesse nível. Diz a autora ainda que na tentativa de
sanar o problema, nas últimas duas décadas, houve uma ampliação da oferta de programas
objetivo da autora era identificar se havia correspondência entre o que havia sido ensinado
1
Este programa começou como um programa nacional de formação (PROFA) e tornou-se estadual (Letra e
Vida) com sua aplicação a toda a rede pública de ensino do Estado de São Paulo. Mais recentemente, ele
reapareceu com o nome de Ler e Escrever.
-5-
para professores nesses cursos e o que era realizado pelos mesmos em sala de aula com
seus alunos. Para a coleta, foram realizadas entrevistas, observação de aulas gravadas e
análise de documentos.
aplicar todos os princípios aprendidos durante o curso de formação no qual haviam sido
solucionou todos os problemas. Deve ser registrado que todas as participantes da pesquisa
que os cursos de formação inicial e continuada não têm preparado os professores para a
alunos.
Pereira, Rossi e Araujo (2001) realizaram uma pesquisa com professores na qual
externas à sala de aula (e.g., baixa auto-estima, problemas familiares, pobreza, doenças
etc.). Um dado interessante da pesquisa foi obtido em relação ao sucesso dos alunos: os
entre a aula dada por eles e o desempenho de seus alunos. Apenas quando os participantes
resultado foi obtido apenas em relação ao sucesso escolar; o mesmo não foi verificado em
relação ao fracasso.
variáveis que, embora presentes em sala de aula, não sejam as que realmente controlam o
aprendizado, tal ocorrência pode dificultar a identificação de soluções mais adequadas para
a superação das dificuldades individuais de seus alunos, pois características relevantes dos
e longo prazos, os alunos que se adéquam aos métodos tradicionais se formam, e os que
perpetuam práticas de ensino muito bem estabelecidas, mas não necessariamente efetivas.
Essas pesquisas (Gatti e Barreto, 2009; Pereira, 2001; Rigolon, 2007) levantam dois
problemas que ocorrem em momentos distintos, mas que, juntos, revelam um efeito
catastrófico. De um lado, temos um professor que não foi adequadamente ensinado durante
desamparado. De outro lado, tem-se esse mesmo professor tentando identificar quais
-7-
fatores contribuem para o sucesso ou fracasso de seus alunos, embora não consiga ver o
efeito de suas práticas. Existe uma urgência por mudanças, mas quais seriam as propostas?
interação com seu meio e para os modos pelos quais as mudanças por elas produzidas
Muitos autores têm feito esforços para sistematizar no que consiste uma análise
identificação das relações entre eventos ambientais e as ações do organismo, sendo que
essa relação funcional não é observável, o que é observado são as mudanças que ocorrem
Matos (1999) destaca cinco passos essenciais para a realização de uma análise
descrever seu efeito sobre o ambiente, (3) identificar as relações entre eventos ambientais e
outros comportamentos existentes, (4) formular hipóteses a respeito dos efeitos das
muito comum no vocabulário dos analistas do comportamento, porém ela informa muito
pouco sobre sua prática e sobre as variáveis que controlaram sua emissão. Por essa razão,
Sturmey (1996) aponta que, na literatura, muitos termos diferentes fazem referência
O autor destaca que existem diversas conotações para o termo, inclusive em outras
ciências, como o uso para explicar relações matemáticas entre variáveis, análise funcional
descritiva, análise funcional experimental, entre outras. Cabe aqui distinguir dois modos de
-9-
funcional descritiva, é feita uma descrição das interações em situações naturais nas quais o
O objetivo nesse caso seria o de criar hipóteses a respeito das relações de funcionalidade
entre eventos. Segundo o autor, o termo análise funcional deveria limitar-se a situações de
manipulação experimental porque assim seria possível destacar relações causais2 entre as
(comportamento estudado).
eficientes.
2
Embora o termo seja empregado por Sturmey (1996), considera-se preferível a expressão “relação
funcional” dada à adoção da noção de multideterminação do comportamento. Assim sendo, é imprecisa a
noção de causa como condição necessária e suficiente para a ocorrência de um efeito como o
comportamento.
- 10 -
um repertório para a execução das análises funcionais por meio de uma instrução
formação seria necessária para produzir um alto grau de rigor técnico. Participaram desse
para a avaliação, por serem recorrentes em situações encontradas na clínica para avaliação
por esquiva de uma tarefa. Para isso, nessa fase o terapeuta deveria fornecer para o cliente
cumprimento da tarefa com um elogio; caso o cliente não cumprisse a tarefa, o terapeuta
deveria fornecer ajuda, primeiramente com uma dica gestual. Se mesmo assim o cliente
não seguisse a instrução, o terapeuta deveria oferecer ajuda física; se, após isso, o cliente
3
O leitor perceberá que o estudo de Iwata e colaboradores (2000) será descrito de forma mais extensa do que
seria necessário. Contudo, a decisão de assim fazê-lo prendeu-se ao fato de este estudo vir a ser base para
outros que constituirão matéria de análise deste trabalho.
- 11 -
cliente era mantido pela atenção do terapeuta; para isso, o terapeuta deveria ignorar todos
alvo previamente definidos. Na condição de brincadeira, não havia nenhuma demanda para
o cliente, de forma que ele tinha acesso livre aos brinquedos e a atenção era liberada
Slifer, Bauman e Richman (1994) dias antes. Foram criados 15 roteiros que consistiam na
método e podiam relê-lo 30 minutos antes da sessão. Nessa fase, os participantes não
A fase de treino foi dividida em duas etapas. Na primeira fase, foi realizada leitura
instruções sobre como conduzir uma sessão. Todo esse processo foi realizado por alunos já
um cliente (encenados por dois estudantes de pós-graduação) sobre cada uma das
recebido. O critério para aprovação para a próxima fase foi de 90% de acerto no teste; se
esse critério não fosse atingido, o participante era novamente submetido ao vídeo e ao
linha de base, sendo que os participantes tinham acesso ao material e anotações para
Segundo os autores, esses resultados sugerem que participantes sem experiência extensiva
conduzir uma análise funcional em um curto espaço de tempo e com instruções mínimas.
Os autores ressaltam que embora os resultados sejam muito bons (95% de acertos) e exista
uma ampla literatura a respeito da generalização para situações naturais, não foi possível
em situações naturais. Outro fator ressaltado pelos autores foi o número limitado de
habilidades treinadas.
populações (e.g., professores, pais, cuidadores etc.) e para outros contextos aplicados (e.g.,
Nos Estados Unidos, após a criação de uma lei estadual (IDEIA, 1997), que exige
A partir de todas essas queixas, Myers e Holland (2000) realizaram um estudo com
enviaram 350 questionários para professores de pré-escola ao 2º grau, sendo que receberam
eram compostos por três cenários que continham problemas comportamentais comuns em
avaliação funcional e também se haviam ouvido falar dessa questão: 75% dos professores
de Educação Especial indicaram que já tinham ouvido falar na expressão, mas somente
regular, 17% já tinham ouvido sobre a avaliação funcional, e 12% tinham recebido
comportamento e a maioria dos participantes listou uma intervenção que nem considerava
colegas, apenas 15% dos professores deram a resposta que demonstrava o entendimento
desta função. Em relação à situação com função de conseguir a atenção do professor, 49%
Foram selecionados para a pesquisa três professores, dois do ensino regular (de
selecionado foi o gritar inapropriado, que seria qualquer vocalização em um tom mais alto
brincadeira foi excluída porque, segundo os professores, ela era incomum em suas salas de
aula. Foram criados oito cenários, sendo quatro para a condição de atenção e quatro para a
Para cada uma das condições, havia um grupo de respostas que foram selecionadas
previamente para fazer parte do treinamento, sendo que a apresentação dessas respostas de
outro comportamento que não fizesse parte dos selecionados seria categorizada como
- 15 -
gesto que sinalizasse o comportamento esperado, c) se o gesto não fosse efetivo, fazer a
orais e escritas sobre as condições. Os participantes tiveram um dia para ler o protocolo.
elogiava os acertos e revia os aspectos que não haviam sido implementados corretamente.
na fase 1. Após os treinos, foram realizadas sessões em sala de aula nos momentos críticos
professor entregava uma atividade de lazer para o aluno selecionado e depois retirava a
atenção do mesmo, agindo com o mesmo conforme treinado nas fases 1 e 2. O professor
- 16 -
demanda, o professor entregava para o aluno selecionado uma tarefa mais difícil do que a
distribuída para os colegas. A cada 30 segundos, o professor instruía o aluno para fazer um
problema. Se o aluno não iniciasse a atividade após 5 segundos, o professor dava uma dica
gestual; se a dica não surtisse efeito, após 5 segundos o professor deveria conduzir o aluno
fisicamente.
grande fidelidade.
simulada não são semelhantes aos da situação natural (na simulação as cenas foram
planejadas e na situação natural o professor tem que lidar com as contingências presentes).
Em segundo lugar, devido à ausência de uma condição de follow-up não é possível afirmar
alguns repertórios de análise funcional para pessoas sem repertório anterior em análise do
correspondentes à condição, a resposta seria considerada incorreta. Foi utilizada uma linha
generalização.
fazia o papel de um cliente que batia em seu próprio corpo. Esse ator seguia um roteiro que
Workshop - Após a linha de base, ocorreu um workshop de 3 horas de duração com cerca
cada uma das condições; também ocorria a exibição de vídeos de cada condição. Foi feita
uma troca de papéis em que cada participante alternava entre o papel de cliente e de
de base.
Feedback - Essa fase ocorria se um participante não conseguisse realizar uma condição
com fidelidade de 90%. Se o critério não fosse atingido, um dos autores oferecia feedback
em sua sala de aula, 12 semanas após o workshop com um estudante que apresentava a
resposta de bater na cabeça. Nenhuma instrução ou feedback foi fornecido durante essas
fase.
obteve mais que 50% de acertos. Após a participação no workshop, todos os participantes
participantes atingiram o critério e o terceiro obteve 69,5% de acerto. Este foi exposto à
acerto. Esses resultados demonstram que esses dois professores e o psicólogo participante
workshop, evidenciando que é possivel adquirir grande habilidade com pouco tempo de
Os autores afirmam que, apesar dos bons resultados, não foi realizada uma sonda de
generalização para dois dos participantes. Eles ainda destacam que nessa pesquisa apenas
abordadas e que existem muitas outras que poderiam ser treinadas, tais como análise de
futuras pesquisas deveriam investigar esses aspectos e estender as pesquisas para outras
populações.
e Holland (2000), dos resultados após a criação da referida lei estadual. É importante
destacar que embora a criação de uma lei não resolva o problema, ela oferece informações
divulgados por Gatti e Barreto (2009) e Rigolon (2007), sobre as deficiências na formação
dos professores, nos levam a esperar um quadro bastante difícil quanto à capacidade de
O que tem sido feito no Brasil utilizando análise funcional: diferentes metodologias
funcional descritiva como recurso para professores, no Brasil, pelo menos dois grupos de
linha pesquisas do Prof. Dr Jair Lopes Júnior (UNESP, Bauru), aqui representada pelos
integrantes de uma linha de pesquisa da Profª. Dra Maria Eliza M. Pereira (PUC/SP), a
saber: Almeida (2009), Cerqueira, (2009), Tavares (2009) e Leite (2010). Essas
pesquisa tiveram como alvo comportamentos dos professores que compõem a classe de
Segue-se uma análise sucinta de cada uma das linhas, destacando-se aspectos
alvo, método e forma de análise dos dados. Os resultados e dificuldades encontradas das
pesquisas serão apresentados juntamente com as análises de cada uma delas apresentadas
na sessão de resultados.
Gomes, 2010) teve como objetivos comuns investigar se a exposição de professoras aos
suas ações educativas e os padrões de desempenho dos alunos em interação com tais ações.
professoras em sala de aula e os relatos verbais das mesmas. Em cada pesquisa, a série em
alguns alunos com os quais eles tivessem mais dificuldades de trabalho, fossem de
natureza pedagógica, fossem comportamentais. Esse critério de escolha foi adotado como
forma de incentivo para a participação do professor nos estudos. Ou seja, a suposição foi a
de que partir de dificuldades declaradas pelo professor aumentaria sua disponibilidade para
participar da pesquisa.
- 21 -
etapas (ver Figura 1). Na Etapa 1, ocorria: a) registro de aulas ministradas pelos
professores sobre duas unidades didáticas (UD1 e UD2), cujo conteúdo era selecionado
pesquisador, empregando registros das aulas da UD1; b) exposição dos professores à tarefa
dos professores a modelos de interpretação funcional dos registros das aulas da UD2
dessas aulas.
- 22 -
MÉTODO
Fase 2:
Fase 1: Fase 2:
Episódios de
Episódios Entrevista
Fase 2: ensino
Fase 1: Fase 3: de ensino sobre UD3
Entrevista selecionado Fase 1:
Entrevista Exibição do Selecionado e análise
sobre UD 1 s da UD2 e Registro
inicial e vídeo com s da UD1 comparativ
antes de Análise de nova
registro de episódios e 1º a do
exibir os Funcional Unidade
2 Unidades de ensino e modelo de professor
episódios professor Didática
Didáticas Entrevista Análise Sobre as
de ensino + 2º (UD3)
(UDs) sobre UD 1 Funcional aulas
em vídeo modelo de
do da UD2 e
AF
pesquisador da UD3
pesquisador
Figura 1 Esquema ilustrativo das etapas do procedimento das pesquisas do grupo pesquisas da linha de pesquisa do
Prof. Jair Lopes Júnior (UNESP, Bauru): Fonseca, 2008, Sparvoli, 2008, Oliveira, 2010 e Gomes, 2010.
professoras aos questionários e pela comparação entre seus desempenhos nas unidades
O grupo coordenado pela Profa. Dra Maria Eliza M. Pereira (PUC/SP), formado
pelas pesquisas de: Almeida (2009), Cerqueira (2009), Tavares (2009) e Leite (2010) teve
comportamentos selecionados.
- 23 -
ter alguma dificuldade. Depois, foram realizadas filmagens de um conjunto de aulas para
consistiu de 4 fases: linha de base, treino, pós teste e generalização (ver Figura 2).
MÉTODO
Remoção de
informações:
Workshop:
Apresentação de
realização de uma Foram feitas
cenários com cenas da
palestra de 30 duas perguntas
sala de aula e um Apresentação
Apresentação min com para os
questionário com 5 dos cenários
de cenários conceitos básicos participantes
perguntas e suas apresentados
para Avaliação: teste relacionando os
respectivas respostas. A na linha de
identificação da sobre o conteúdo comportamento
cada cenário as base. Não
provável função do workshop, s de seus alunos
respostas eram houve
do exigência de e os analisados
retiradas gradualmente feedback para
comportamento acerto de 70%, na pesquisa e
e era solicitado que o os
inadequado caso o critério solicitando uma
participante participantes
não fosse proposta de
respondesse. Em caso
atingido, voltava- intervenção.
de erro era fornecido
se ao conteúdo
feedback e correção
para o participante.
Figura 2 –Esquema das etapas do procedimento adotado pelas pesquisas da linha de pesquisa da Profa. Maria Eliza
M. Pereira (PUC/SP): Almeida, 2009; Cerqueira, 2009; Tavares 2009 e Leite, 2010.
cenários variou entre as pesquisas: algumas utilizaram vídeos em que atores encenavam
4
O workshop foi realizado nas pesquisas Cerqueira (2009) e Almeida (2009). Tavares (2009) fez uma
explicação simples sobre a contingência tríplice e o papel selecionador das consequências. Leite (2010) não
adotou nenhum desses procedimentos
- 24 -
pequenas cenas para cada uma das condições; em outras, essas cenas foram apresentadas
constituído de uma palestra de 30 min sobre conceitos básicos. Depois, ocorria uma
critério não fosse atingido, voltava-se ao conteúdo do workshop até o participante atingir o
critério.
uma acompanhada de cinco tópicos que, em conjunto, constituem elementos para uma
apresentação do cenário seguinte, um dos elementos estava ausente e era solicitado que o
mais um elemento era retirado e assim sucessivamente até que todos os elementos
estivessem ausentes, de forma que o participante tivesse que preencher sozinho todos eles.
A análise dos dados ocorreu a partir da classificação das respostas fornecidas pelos
Essa classificação ocorreu após a comparação das respostas obtidas com um gabarito
pesquisas aqui citadas trabalharam com professores, e com outra realidade social, a
brasileira, muito diferente dos participantes das pesquisas de Moore e colaboradores (2002)
americanos
de suas tecnologias para as mais diversas áreas e populações, e têm obtido bons resultados
contribuído para a generalização das práticas e para uma maior aceitação das tecnologias
do comportamento.
- 26 -
O presente trabalho teve como objetivo, a partir de uma análise dos trabalhos
produzidos por essas duas linhas de pesquisa apresentadas anteriormente, identificar que
Dessa forma, faz-se relevante investigar que fatores podem ser considerados como
complicadores para a generalização dos resultados, visto que embora exista uma diferença
entre a naturalidade e artificialidade entre as cenas analisadas nas pesquisas (cenas de aulas
mesmos problemas.
educação é “partir do que o aluno já sabe”. Será que as pesquisas analisadas levaram isso
pesquisas era verbal, e que mudanças no repertório verbal sem mudanças de contingências
não produzem necessariamente alterações no não verbal, que procedimento foi planejado
para produzir mudanças no não verbal? E, finalmente, considerando-se que existe uma
5
Daqui em diante, denominados simplesmente de propostas da análise do comportamento ou, mesmo,
propostas.
- 27 -
quais variáveis foram focadas em cada uma das pesquisas no ensino da análise funcional e
Acredita-se que a análise das estratégias adotadas nas pesquisas em conjunto com
Tais questões certamente não esgotam o âmbito das análises que podem/devem ser
feitas. Elas apenas balizam para o leitor o ponto de partida das análises pensadas.
- 28 -
Método
Material selecionado
seguir:
com o objetivo de empregá-lo como referência para a análise das fontes selecionadas.
Ensino (Skinner, 1972). Para isso, iniciou-se com a leitura do índice remissivo do livro e,
em seguida, com a leitura das páginas às quais o índice remete o leitor. A partir daí, foi
feita uma lista de tópicos sobre procedimentos de ensino e questões relativas ao ensino
ensinar.”, de Maria Amélia Matos (Matos, 1992), cuja leitura foi orientada pelo mesmo
Procedeu-se a uma consulta a duas fontes: Luna (2002) e as fontes citadas pelas
composta:
Skinner, B.F. (1972). Tecnologia de ensino. São Paulo: EPU. (Original work published
1968)
Durante a leitura desse material procedeu-se de maneira idêntica: o texto era lido,
registrando-se o que era proposto para o ensino considerado eficiente e que tópico ele
Planejamento
Pré- requisitos
em pequenos passos)
Consequenciação constante
6
Deve ser registrado que quando a sequência de tópicos, apresentada a seguir, foi elaborada, a pesquisadora
já havia lido todos os trabalhos selecionados. Consequentemente, a lista final de tópicos foi adaptada às
condições de ensino presentes nas diferentes pesquisas. Assim sendo, não se trata de uma lista exaustiva de
condições de ensino propugnadas pela Análise do Comportamento para o ensino em geral.
- 32 -
Oportunidade de revisão
seguinte maneira:
Identificação do trabalho
Objetivo do estudo
Método do estudo:
o Fases/etapas
estudos/etapas)
Participantes
o Número de participantes
Resultados:
- 33 -
o Teste de generalização
Existência
Procedimento adotado
Resultados da generalização
Em seguida, foi elaborada uma pasta no Excel em que cada planilha era nomeada
atendidas ou não.
procedimentos das pesquisas. Essa forma de análise se justifica pelo fato de que, se o
objetivo das pesquisas analisadas era o de ensinar repertórios de análise funcional para
professores, nada mais adequado do que, na medida do possível, tratar esses professores-
participantes como alunos e utilizar com eles as mesmas práticas preconizadas pela análise
pretende fazer justiça aos pesquisadores cujos trabalhos foram analisados, na medida em
que estes foram conduzidos sob a forma do que se denomina de “capacitação em serviço”,
o que obrigou ao atendimento de demandas de duas esferas distintas: a científica, que exige
atendida e seu entorno) que costuma esperar resultados rápidos e aplicação fácil e imediata.
- 35 -
Resultados
delas.
Planejamento
1972)
que se quer ensinar, para quem e sobre o ambiente em que o processo ocorrerá de forma a
objetivos desse trabalho, será analisado, inicialmente, das pesquisas aqui estudadas, o
Segundo Matos (1992), para que os objetivos educacionais sejam úteis, eles devem
fim da aprendizagem e dos comportamentos que o professor deve analisar para avaliar se a
serem instalados nos alunos que deve servir de base para a seleção de meios instrucionais
espera que os participantes sejam capazes de executar após a exposição aos procedimentos.
Essa questão precisa ser ressaltada porque os autores – em uma situação de defesa do título
redação dos textos. A análise realizada nesse trabalho priorizou clareza em termos da
Almeida (2009), Cerqueira (2009) e Leite (2010) tiveram como objetivo comum
avaliar a eficácia de um treino para ensinar professores a realizar parte de uma análise
manipulação nessas relações e testar as predições. Cabe destacar que nesse grupo, ao
O objetivo desse grupo de pesquisas foi claro, tendo-se definido exatamente qual o
comportamento em uma “cena” que consistia de uma interação entre professor e aluno.
pesquisas, havia uma clara delimitação que se estendia da situação de ensino (apresentava-
7
Almeida (2009, p. 22), Cerqueira (2009, p. 20) e Leite (2010, p. 20) e Tavares (2009, p. 20)
- 38 -
negativo, fuga da tarefa) ou de atenção (reforçamento positivo). Deste ponto de vista, havia
um considerável controle por parte das pesquisadoras, já que havia pouca chance de
apresentadas. Talvez seja melhor dizer que o âmbito da a variabilidade possível estava
delimitado.
Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) declararam ter
aprendizagem dos alunos. Um outro objetivo era avaliar se tais procedimentos poderiam
respostas dos alunos. Tais objetivos podem ser divididos em duas categorias: a modelagem
Conforme pode ser notado, nos estudos do grupo de Bauru, cabia ao pesquisador ir
discriminação sobre o que ocorria durante as filmagens. Tais circunstâncias tornam mais
8
Cf. Fonseca (2008, p 32), Gomes (2010, p.125, 136) e Oliveira (2010, p.60, 61) e Sparvoli (2008, p. 40, 41,
42)
- 39 -
Pré- requisitos
Pré-requisitos são comportamentos que o aprendiz deve ser capaz de emitir antes de
comportamentos ao longo da pesquisa ou 2. a assunção de que eles não são, de fato, pré-
pesquisadores optaram pela primeira opção: ensinar repertórios pré-requisitos ao longo das
pesquisas. Almeida (2009), Cerqueira (2009); Leite (2010) e Tavares (2009) adotaram um
pesquisadoras concluíram que o ensino daqueles conceitos não havia feito diferença nos
resultados. Por sua vez, Leite (2010) não ensinou os conceitos e afirmou ter obtido
resultados semelhantes aos das três pesquisas que incluíram uma fase de ensino dos
conceitos.
Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) não fizeram
conteúdos o aprendiz já domina. Somente após essa etapa, é possível decidir que
de cada aluno. Uma avaliação cuidadosa pode minimizar a ocorrência de erros durante
Segundo Zanotto (2000), falar em conhecer cada aluno e suas diferenças significa
execute um comportamento que já consegue emitir e que possui uma alta probabilidade de
- 41 -
aprendizado.
qual o repertorio prévio dos participantes. Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010)
e Tavares (2009) realizaram uma fase de linha de base na qual os participantes eram
(2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) realizaram entrevistas iniciais nas
estudo, dificuldades com os alunos e com o conteúdo e principalmente a que eles atribuíam
doutorado, e que esse tipo de trabalho fica sob controle de uma série de variáveis que
feitas durante o processo. Numa situação natural, o professor poderia utilizar os dados
obtidos pela avaliação prévia para planejar o procedimento de ensino. O professor também
poderia, a partir dos erros cometidos por um aluno, rever todo o seu procedimento,
eles.
forma a poder afirmar que os resultados obtidos foram produto do seu delineamento
experimental. Por outro lado, se o delineamento adotado é o de sujeito como seu próprio
- 42 -
dos participantes, nenhuma das pesquisas relatou ter utilizado qualquer uma dessas
para comparar a evolução dos participantes medindo o antes e o depois dos participantes,
para comprovar ou não a eficácia dos respectivos treinos. Ou seja, tratava-se mais de
que ele já domina, é possível estruturar o material que será utilizado na situação de ensino,
passos anteriores. Esse item é fundamental, pois se o ritmo for inadequado, as chances de
erro aumentam e o aluno pode ter seu comportamento punido, e um dos efeitos da punição
Segundo Skinner (1972), os pequenos passos são necessários para manter o aluno
ao alcance do reforçamento, sendo que os passos devem ser arranjados de tal modo que o
aluno esteja sempre preparado adequadamente para cada um no momento que os alcança.
funcional pelo pesquisador, o mesmo solicitava que o participante realizasse uma análise
funcional de trechos das aulas gravadas, isto é, a tarefa completa era solicitada do
participante.
de registros e de respostas às questões, sendo que a cada passo um item desses modelos era
retirado.
A verificação de que o número e o tamanho dos passos foi adequado pode ser
realizaram uma sequência de etapas, nas quais o comportamento esperado era construído
gradualmente, o que por sua vez não permitiram aferir se o tamanho dos passos estava
adequado.
- 44 -
Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) puderam em seus
Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) utilizaram como
recursos em comum:
etapa do procedimento,
no caso da pesquisa que utilizou filmes, aparelho para exibição das cenas
comportamento, e outra com material impresso instrucional, para leitura pelas participantes
analisou oralmente, dois cenários: um com comportamento que tinha função “fuga de
freqüência daquele comportamento e que função ele poderia ter para aquele aluno.
digital de áudio, computadores com programas para edição de vídeos, televisor e aparelho
funcionais (que eram análises funcionais realizadas pelos pesquisadores a partir das
interações entre os professores participantes e seus alunos gravados nos vídeos). Nesses
pelos pesquisadores não pode ser mensurado enquanto material: o próprio comportamento
dos pesquisadores, realizando uma modelagem dos repertórios verbais dos participantes.
Embora não seja mensurável e não tenha sido transcrito nas pesquisas, o comportamento
seus participantes.
A designação dos recursos e dos materiais utilizados nas pesquisas tem o objetivo
mesmas. Partindo desse ponto de vista, as pesquisas de Almeida (2009), Cerqueira (2009),
Leite (2010) e Tavares (2009) respeitaram esse item, produzindo um material de fácil
(2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) foram claras quanto à designação
verbal adotados pelos pesquisadores não foi descrito, sua reprodução fica comprometida.
- 47 -
para o professor implica tomá-lo como aluno e, consequentemente, seguir aquilo que é
preconizado para o trabalho efetivo de ensino com estes sujeitos. A seguir, serão indicadas
que estas serão usadas como referência para a descrição dos procedimentos empregados
dos participantes. Em todos os casos, foi afirmado que era possível interromper o
procedimento a qualquer momento para tirar duvidas dos participantes, mas, efetivamente,
feita por esse grupo de pesquisas não faz jús à complexidade das mesmas. Os autores
reforçadas; porém, a descrição dos procedimentos não trás relatos sobre isso. Ele se dá pelo
- 48 -
produto final (por exemplo, apresentação de uma análise funcional) e não pelo que foi
Nas pesquisas de Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009)
era exigido que as participantes apresentassem a resposta correta para passar para a
participante era registrada e, em caso de erro, ele recebia feedback e respondia novamente
até acertar a resposta ou recebia a resposta correta; porem, não foram realizados mais
treinos ou até mesmo revisão do material para nenhum dos sujeitos nos pontos em que eles
adequação do tamanho dos passos e conseqüentemente ao ritmo do aluno pode ser aferida
pelo numero de erros e em que procedimento eles ocorreram. Fonseca (2008), Gomes
(2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) não aferiram se o tamanho dos passos estava
adequado para o ritmo dos participantes. Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e
mais chances ele tem de emitir uma resposta correta e de ser reforçado ou de que a resposta
Skinner (1972) afirma que o estudante, como qualquer organismo, precisa agir
antes que possa ser reforçado e que contingencias bem planejadas de reforçamento
manterão o aluno ocupado no trabalho, mas livre dos subprodutos do controle aversivo.
da PUC, a resposta esperada não era um operante livre, enquadrando-se mais no que se
apresentação do cenário e só frente a ele cabia emiti-la. Desse ponto de vista, a avaliação
Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) apresentavam um certo
etapas apenas ouvindo as análises do pesquisador, eles respondiam de forma oral a uma
adotado por essas pesquisas (embora não detalhado) pressupõe uma grande interação entre
O procedimento adotado por Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli
(2008) não permite o mesmo tipo de conclusão, sendo que o responder constante foi
aferido dos relados das pesquisas, embora não tenha sido mensurado.
Atividades de ensino
Como já foi dito anteriormente, é preciso que o aluno se comporte ativamente para
que ele seja reforçado. Quanto mais oportunidades para responder forem planejadas,
maiores são as chances de que o aluno apresente uma resposta adequada e seja reforçado.
Todas as oportunidades planejadas pelo professor para que o aluno se comporte (segundo
um roteiro com cinco perguntas sobre as mesmas para que os participantes respondessem.
Almeida (2009) apresentou 14 filmes, Cerqueira (2009) apresentou 64 cenas, Leite (2010)
Cerqueira (2009) e Almeida (2009) que, como dito anteriormente, realizaram o workshop
com princípios de análise do comportamento, também aplicaram uma avaliação sobre esses
conceitos.
Nas pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008)
participantes. Foi-lhes solicitado que, após assistir aos episódios, um por vez e, ao final de
Ainda que isso não seja explicitado nos relatórios, ao que tudo indica, as perguntas feitas
controle dos princípios da análise do comportamento para a educação sem que fosse
(2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) permitem mensuração de sua
ocorriam erros. Os materiais utilizados por Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010)
e Sparvoli (2008) nem o relato de seus resultados não permitem o mesmo tipo de análise.
Consequenciação constante
Um item que merece especial atenção na análise dos procedimentos planejados nas
das consequências utilizadas, tais como tipo (apetitivo ou aversivo), magnitude, natural ou
relação com o seu poder de manter ou não o comportamento ocorrendo. Nesse ponto, as
Skinner (1972) afirma que para fazer que os reforçadores sejam postos numa
relação contingente com o comportamento desejado de forma que seja possível adquirir
Sparvoli (2008) não permite localizar informação que indique planejamento de qualquer
tempo todo reforçando as respostas dos participantes. Infelizmente, o relato das pesquisas
não é claro nos relatos e, na verdade, um deles chega a admitir que tal fato pode ter sido
alegado para esse procedimento era servir de incentivo para a participação na pesquisa,
professor em relação a ele. De fato, esse procedimento de escolher um aluno pode ter sido
um motivador, mas não poderia funcionar como um reforçador para a tarefa esperada do
Nas pesquisas de Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009),
respostas dos participantes. Na fase de treino, todas forneceram feedback, diferindo apenas
em casos de erro: Almeida (2009) oferecia modelo da resposta correta presente no gabarito
novo cenário contendo a mesma condição e repetia as perguntas e Leite (2010) e Tavares
(2009) liam o cenário novamente em voz alta e refaziam as perguntas, até que os
Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008) não relataram como procederam na
consequenciação dos acertos e dos erros. Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e
Tavares (2009) descrevem que oferecem feedback e seus procedimentos nos casos de erro.
- 54 -
Oportunidade de revisão
Como foi dito anteriormente, nas pesquisas de Fonseca (2008); Gomes (2010);
análise funcional eram seguidas por um modelo de análise das mesmas cenas realizadas
pelos pesquisadores, de modo que a correção vinha pronta; o participante não tinha chance
Nas pesquisas de Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009),
corrigissem sua resposta, não dando chance para que eles continuassem respondendo até
Tavares (2009) e Leite (2010) forneciam feedback sobre as respostas dadas apontando e
Discussão
que exige clareza nos métodos e procedimentos, que tem as variáveis muito bem
as análises dos resultados das pesquisas devem ser avaliadas sob dois prismas: o da
pesquisa e da intervenção.
dos comportamentos. Em relação à generalização (com exceção de Almeida, 2009, que não
realizou o procedimento), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009) verificaram que
de seus alunos, nem todas conseguiram propor uma intervenção para os mesmos.
- 56 -
comportamento, porém apenas uma participante propôs uma intervenção adequada (dar
pesquisa de Leite (2010), todas identificaram a função do comportamento, sendo que duas
atenção da professora e bloqueio de esquiva para a fuga de tarefas). Tavares (2009) obteve
adequada.
(2008) identificaram que o procedimento foi parcialmente efetivo para ensinar professores
realização de análises funcionas, isto é, embora tenham ocorrido mudanças em suas aulas,
nada indica que as mesmas foram consequência das análises funcionais, nem que
de análises funcionais após a exposição ao procedimento, sendo que uma das participantes
mudanças.
com parcimônia e qualquer comparação direta entre elas seria injusta, embora se tenha
apenas uma pergunta, enquanto os participantes de Bauru analisavam várias cenas de uma
(2004), pois a variável crítica a ser ensinada foi o momento da liberação das consequências
PUC no “ensino de análise funcional” foram melhores, pois o número de participantes que,
segundo o relato, conseguiram realizar a tarefa com sucesso foi proporcionalmente maior;
resultados.
forma a permitir sua reprodução. Esse controle experimental permite afirmar que os
(2008), embora os pesquisadores tenham descrito seu procedimento, essa descrição foi
parcial. Grande parte do que foi executado pelos pesquisadores - no caso, a modelagem do
comportamento verbal - não foi descrita. Embora seja provável que os pesquisadores
para atingir seus objetivos, a falta de descrição dificulta a sua reprodução e principalmente
mesmos.
discutido nos resultados, Almeida (2009), Cerqueira (2009), Leite (2010) e Tavares (2009)
- 59 -
pesquisa, porém, embora elas fornecessem feedback, não descrevem quais exatamente
Nota-se que as pesquisas seguiram algumas propostas e ignoraram outras, fato que
situações treinadas, que não abarcam toda a complexidade enfrentada pelo professor em
sala de aula.
pesquisas de Fonseca (2008), Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008). A não
complicador para a avaliação dos mesmos. Outro passo que pode ter complicado os
comportamentos esperados. Em relação aos bons resultados obtidos por esse grupo em
pode ter sido um facilitador por dois motivos: primeiro por diminuir o distanciamento entre
comportamentos ocorreram, e segundo, nas cenas gravadas em sala de aula havia uma
treinadas.
importante ir além dos resultados. No caso das pesquisas aqui analisadas, é preciso discutir
a generalização, pois é ela que vai dizer se os procedimentos foram eficazes para a
qual, embora ela fosse desejável, sua ausência não seria problemática. Felizmente, a
generalização é uma resposta operante e como tal, pode ser programada e reforçada. Um
aplicação poderia ver avanços em seus procedimentos e finalmente ter seu comportamento
- 61 -
propostas para pesquisar, mas o principal e que manteria as portas abertas para voltar.
por respostas existentes no ambiente natural, pois isso aumenta a probabilidade de serem
estímulos parecidos com os que serão encontrados nos ambientes em que se espera que a
planejadas, utilizando cenários próximos aos naturais (mas, ainda assim, artificiais),
dos próprios participantes em sala de aula, de forma, que mesmo que as unidades didáticas
de treino fossem diferentes das de avaliação, elas eram muito próximas da realidade em
impossível abarcar tudo que o professor enfrenta em sala de aula. Perdeu-se em relação ao
Observa-se que no procedimento planejado pelos autores utilizaram alguns dos passos
propostos por Stokes e Baer (1977) para produzir a generalização tais como utilizar
análise de dados. A aplicação, no caso a escola, tem em seu cronograma que lidar com o
tempo de aula do ano letivo, férias, feriados, reuniões, períodos de avaliação dos alunos
entre outros. O fato é que os pesquisadores precisam adequar o tempo disponível para a
pesquisa ao tempo disponibilizado pelos aplicadores, o que muitas vezes acaba tornando
Outra alternativa seria dar continuidade a pesquisa por outros pesquisadores, numa adoção
pontos fortes de ambas as linhas de pesquisa podem balizar, fortalecer essa hipótese, e
material de fácil reprodução, tanto para outros pesquisadores como para aplicadores, a
descrição detalhada dos procedimentos, além da definição dos reforçadores que serão
sistemático da generalização, somados aos pontos fortes das linhas de pesquisa, tais como
Leite (2010) e Tavares (2009), e o contexto de aplicação adotado por Fonseca (2008),
Gomes (2010), Oliveira (2010) e Sparvoli (2008), apontariam uma direção viável para
selar a conciliação entre pesquisa e aplicação. Além disso essa parceria poderia sinalizar
Referências
UNESCO.
Iwata, B. A., Dorsey, M. F., Slifer, K. J., Bauman, K. E., & Richman, G. S. (1994).
2, 3–20, 1982)
Iwata, B. A., Wallace , M. D., Kahng S. W., Lindberg, J. S., Roscoe, E. M. Conners, J., et
8-18.
Moore, J. W.; Edwards, R. P.; Sterling-Turner, H. E.; Riley, J.; Dubard, M., & McGeorge,
Myers, C.; & Holland, K. (2000). Classroom behavioral interventions: do teachers consider
Skinner, B.F. (1972). Tecnologia de ensino. São Paulo: EPU. (Original work published
1968)
Sturmey, P. (1996). Functional analysis in clinical psychology. London: John Wiley &
Sons.
(1), 89-92.
Anexos
- 69 -
ALMEIDA, C.P. (2009). Ensinando professoras a analisar o comportamento do aluno: análise e interpretação de dados como parte
Identificação: de uma análise de contingências. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia Experimental: Análise do
Comportamento) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
ensinar professoras a fazer uma parte da análise de contingências: a análise e a interpretação dos dados gerados pela aplicação do
método proposto por Iwata et al. (1982/1994), em uma situação simulada, mostrada por meio de filmes diversos. Os objetivos
Objetivo do estudo específicos deste trabalho foram: ensinar as professoras a observar e a registrar dados sobre o comportamento do aluno mostrado
durante a exibição dos filmes; e treinar os repertórios de análise e interpretação dos dados registrados, para se chegar a uma
conclusão sobre o que mantém o comportamento do aluno ocorrendo.
Forma de registro das
transcrição das entrevistas e roteiros com questões.
informações
Foi realizado um treinamento, em que as participantes deveriam observar e registrar por escrito a ocorrência ou não ocorrência do
comportamento alvo do aluno, o evento antecedente e a consequência, em intervalos de 30 segundos. Além disso, deveriam
responder cinco questões sobre os registros feitos, referentes à analise e à interpretação de dados. Empregou-se no treino um
procedimento de remoção gradual de informações, em que, inicialmente, foram apresentados às participantes todos os modelos de
fases/etapas registros e de respostas às questões, sendo que a cada passo um item desses modelos era retirado. Foram utilizados 14 filmes, de 9
minutos cada, que mostravam, em uma situação simulada, uma professora aplicando o método proposto por Iwata et al.
Método do (1982/1994) diante de um aluno que exibia comportamentos tidos como inadequados. Sete filmes mostravam o comportamento do
estudo aluno mantido por uma contingência de reforçamento positivo (atenção da professora) e os outros sete, por uma contingência de
reforçamento negativo (fuga de tarefas escolares).
Nas fases de pré-teste e de pós-teste não houve feedback com apresentação do modelo de resposta correta. Na fase de treino,
consequencias previstas e depois de responder, os participantes recebiam o feedback da pesquisadora e um modelo da resposta correta presente no gabarito.
empregadas Caso a resposta das participantes estivesse incorreta ou parcialmente correta, era fornecido modelo da resposta correta presente no
gabarito e solicitava que os participantes corrigissem
Procedimento especifico
(caso o trabalho contenha o trabalho é composto por um estudo, e todos os participantes foram expostos ao mesmo procedimento
diferentes estudos/etapas)
Número de participantes 3
Participantes informações sobre o P1, sexo Feminino, 33 anos 1 P2, sexo Feminino, 27 anos P3, sexo Feminino, 35 anos
Participante Infantil II Maternal II Infantil I
Atribuição de causalidade
do comportamento do aluno- Esta pesquisa não investigou a quais fatores as participantes atribuiam a causalidade dos comportamentos alvo de seus alunos
Resultados
alvo antes da exposição ao antes da exposição ao procedimento
procedimento da pesquisa.
- 71 -
Elementos contidos na
análise de uma aula pelo P1 : 33 acertos (dentre 64 possibilidades) P2 : 44 acertos (dentre 64 possibilidades) P3 : 23 acertos (dentre 64 possibilidades)
professor antes da exposição na linha de base. . na linha de base. na linha de base.
ao procedimento de A.F.
Elementos contidos na
P1 : 63 acertos (dentre 64 possibilidades) P2: 64 acertos (dentre 64 possibilidades) P3 : 53 acertos(dentre 64 possibilidades)
análise funcional pós-
no pós teste. no pós teste. no pós teste.
procedimento
Existência não não não
Procedimento
ocorreu apenas o pós teste ocorreu apenas o pós teste ocorreu apenas o pós teste
adotado
Teste de
generalização não foi planejado nenhum teste de
não foi planejado nenhum teste de não foi planejado nenhum teste de
generalização, os resultados observados
generalização, os resultados observados generalização, os resultados observados
resultados da foram referentes ao pós teste, onde
foram referentes ao pós teste, onde foram referentes ao pós teste, onde
generalização observou-se uma melhora do repertorio
observou-se uma melhora do repertorio do observou-se uma melhora do repertorio do
do participante em relação a sua linha de
participante em relação a sua linha de base participante em relação a sua linha de base
base
Além do treino de apenas parte do processo de analisar contingências, o presente estudo apresenta algumas outras limitações. A
primeira delas diz respeito à ausência de uma avaliação da generalização dos repertórios treinados para o ambiente natural, devido
às dificuldades encontradas durante a coleta, como o grande número de sessões perdidas e as restrições de tempo. O método
utilizado para a coleta tentou resgatar algumas das condições de ensino usadas nos estudos de Iwata et al. (2000), Moore et al.
(2002) e Wallace et al. (2004) por este motivo, os filmes restringiam-se a mostrar as condições de “atenção”, “fuga de demandas”
Síntese das dificuldades relatadas
e “brincadeira” , sendo assim, outros eventos ambientais que também podem contribuir para a manutenção do comportamento do
aluno não foram abordados no treino. Um outro aspecto a ser mencionado relaciona-se à possível eliminação das condições de
ensino “aula sobre alguns conceitos da análise do comportamento” e “avaliação sobre os conceitos”. Novos estudos sem essas
duas condições de ensino poderiam confirmar a suspeita de que ambas tenham sido desnecessárias (ou pouco efetivas) para gerar
o alto índice de desempenho das participantes no restante do treino e no pós-teste.
- 72 -
CERQUEIRA, D.M.O. (2009). Avaliação dos efeitos de um programa para ensinar professores a conduzir uma etapa de análise de
Identificação: contingências: o levantamento da provável função do comportamento. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Experimental: Análise do Comportamento) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
ensinar professores a conduzir uma parte da análise de contingências que inclui o levantamento da provável função de um
Objetivo do estudo
comportamento
Forma de registro das
entrevistas iniciais escritas pela pesquisadora e audiogravadas. Folhas de registro preenchidas pelas participantes
informações
Linha de Base: apresentação de três cenários de cada uma das duas condições ("atenção" e "demanda"), por escrito, com a instrução
para identificar uma provável função do comportamento do aluno.
- Treino 1 (Workshop): entrega material didático com conceitos básicos de análise do comportamentoe realização do workshop com
os mesmos conceitos da apostila didática. Esclarecimento de dúvidas.e avaliação sobre o material do workshop, com criterio de 70%
de acertos para dar seguimento ao treinamento. Se alguma participante não atingisse essa porcentagem, a experimentadora comentaria
suas respostas, esclareceria suas dúvidas, e o teste seria então novamente aplicado.
- Treino 2 (Remoção de informações): Foi utilizado um procedimento de remoção de informações, em que a cada passo uma das
respostas das perguntas era retirado. Foram realizados 7 passos, sendo que a cada passo, eram apresentados três cenários, por escrito,
fases/etapas da condição de "demanda" e três da condição de "atenção social", seguidos de 5 perguntas cada, também por escrito: 1) "Qual foi o
Método do comportamento apresentado pelo aluno?"; 2) "O que estava acontecendo na classe imediatamente antes de esse comportamento
estudo ocorrer?"; 3)"Qual foi a conseqüência do comportamento do aluno, isto é, o que aconteceu imediatamente depois de ele apresentar
esse comportamento?"; 4)"O que ocorreu posteriormente com a freqüência desse comportamento?"; 5)"Considerando suas respostas
às questões anteriores, qual você diria que é a função desse comportamento nessa situação?",. Essas questões foram respondidas por
escrito pelas próprias participantes. Ao final desse treino, foi apresentado a cada participante um pós-teste, com os mesmos cenários
usados na linha de base, das condições de "demanda" e "atenção social', com a instrução para que apontasse a provável função do
comportamento do aluno em cada um deles.
- Teste de Generalização
Nas fases de pré-teste e de pós-teste não houve feedback com apresentação do modelo de resposta correta. Na fase de treino, depois de
consequencias previstas e
responder, os participantes recebiam o feedback da pesquisadora e um modelo da resposta correta presente no gabarito, em caso de
empregadas
erro, apresentava um novo cenário contendo a mesma condição e repetia as perguntas
Procedimento especifico
(caso o trabalho contenha a pesquisa possuiu apenas 1 estudo
diferentes estudos/etapas)
Número de participantes 3
Participantes informações sobre o
educação infantil (pré escola) educação infantil (pré escola) educação infantil (pré escola)
Participante
- 74 -
Atribuição de causalidade do
comportamento do aluno-
não informado não informado não informado
alvo antes da exposição ao
procedimento da pesquisa.
Elementos contidos na
análise de uma aula pelo A participante obteve 2,5 pontos de 6 A participante obteve 2,5 pontos de 6 A participante obteve 2,5 pontos de 6
professor antes da exposição possiveis. possiveis. possiveis.
ao procedimento de A.F.
Elementos contidos na
A participanate obteve 6 acertos dos 6 A participanate obteve 6 acertos dos 6 A participanate obteve 6 acertos dos 6
análise funcional pós-
pontos possiveis. pontos possiveis. pontos possiveis.
procedimento
Existência sim
Teste de Generalização: foi entregue a cada participante uma folha contendo duas questões para que respondessem: 1) "Considerando
Resultados Procedimento as atividades que nós realizamos e o comportamento do seu aluno considerado por você como comportamento inadequado, qual você
adotado diria que é a função desse comportamento, isto é, o que pode estar contribuindo para que esse comportamento ocorra?"; e 2) "Como
você acha que poderia resolver esse problema?".
A participante respondeu corretamente a
A participante respondeu corretamente a
questão sobre a provável função do
A participante respondeu corretamente a questão sobre a provável função do
Teste de comportamento de seus alunos que
questão sobre a provável função do comportamento. Identificar corretamente
generalização consideravam inadequados em sala de aula,
comportamento de seus alunos Entretanto, a provável função do comportamento do
que, eram, provavelmente, mantidos pela
identificar corretamente a provável função aluno considerado inadequado, embora
resultados da atenção da professora (reforçamento
do comportamento do aluno considerado uma condição necessária, não se mostrou
generalização positivo). Sendo assim, há alguma
inadequado, não se mostrou suficiente para suficiente para que a participante fosse
evidência de que o treino fornecido às
que a participante fosse capaz de propor capazes de propor uma intervenção
participantes no presente estudo foi
uma intervenção adequada para alterar o adequada para alterar o comportamento
suficiente para ensiná-las a analisar qual a
comportamento dos alunos. dos alunos.
provavel função do comportamento do
aluno em sala de aula.
verificou-se que a questão que parece ter gerado maior dificuldade entre as participantes foi aquela relativa a condição antecedente,
seguida pela questão em que se solicitava a identificação do comportamento e, depois, pela questão sobre a consequência.
Síntese das dificuldades relatadas No presente estudonão está claro que o workshop sobre conceitos de Análise do Comportamento tenha contribuído para os resultados
obtidos
- 75 -
FONSECA, A. P. A. (2008). Recursos Interpretativos Funcionais como Subsídio Metodológico na Formação Continuada de
Identificação: Professores de Língua Portuguesa das Séries Iniciais. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento
e Aprendizagem) - UNESP, Faculdade de Ciências, Bauru.
avaliar se o ensino de repertórios comportamentais de análise e avaliação funcional de relações entre práticas educativas dos
Objetivo do estudo professores e medidas de desempenho de seus alunos, poderiam se constituir em recursos pedagógicos para professores de Língua
Portuguesa em escolas publicas
gravação em video das unidades didaticas e apresentação de roteiros de entrevistas com gravação em áudio das respostas fornecidas
Forma de registro das
por cada professor. Após o término de cada Etapa, a pesquisadora analisava os dados fornecidos pelos professores (entrevistas e
informações
observações das aulas), visando a identificação e descrição das principais características da interação deles com seus alunos
Etapa 1, ocorreu: a) registro de aulas ministradas pelos professores sobre duas unidades didáticas; b) exposição dos professores a
entrevistas sobre as aulas da UD1, primeiramente na ausência e depois na presença do vídeo das mesmas. A Etapa 2 consistia: a)
exposição dos professores a modelos de interpretação funcional elaborados pela pesquisadora, com base nos registros das aulas da
Método do fases/etapas UD1; b) exposição dos professores à tarefa de elaboração de interpretações funcionais sobre registros das aulas da UD2; c)
estudo exposição dos professores à modelos de interpretação funcional dos registros das aulas da UD2 efetuados pela pesquisadora. Na
Etapa 3, ocorreu: a) registro audiovisual de novas aulas de Língua Portuguesa (UD3); b) exposição dos professores à tarefa de
elaboração de interpretações funcionais destas aulas.
Não houve feedback imediato para os participantes. A pesquisadora apenas ouvia as análises realizadas pelas professoras, pedindo
consequencias previstas e maiores esclarecimentos, quando era o caso. No encontro seguinte, a pesquisadora apresentava suas análises sobre os mesmos
empregadas episódios exibidos no encontro anterior, fornecendo, mais uma vez, um modelo de interpretação funcional descritiva às professoras
Procedimento especifico
(caso o trabalho contenha ESTUDO 1 exibição dos vídeos na íntegra, intercalada com episódios extraídos de tais registros
diferentes estudos/etapas)
Número de participantes 2
P1 formação em Magistério e em Pedagogia sexo feminino , 20 P2 formação em Magistério e em Pedagogia sexo masculino , 06
Participantes informações sobre o anos de experiência profissional ministava aulas de lingua anos de experiência profissional , ministrava aulas de lingua
Participante portuguesa segundo ciclo do ensino fundamental (antiga quarta portuguesa no segundo ciclo do ensino fundamental (antiga
série) da rede pública estadual. quarta série) da rede pública estadual
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Afirmou ter formação deficiente para a realidade. Estava Estava satisfeito com os resultados até então obtidos com a sua
insatisfeita com os resultados já obtidos com a sua turma, disse turma, A respeito dos aspectos que facilitariam o aprendizado,
Atribuição de causalidade do que estava acostumada a trabalhar com crianças com melhores não saber designar quais seriam tais aspectos e nos aspectos que
comportamento do aluno-alvo condições de apoio e de suporte social, familiar e material. A dificultariam este ensino, mencionou a indisciplina, alguns
antes da exposição ao respeito das dificuldades apresentadas por seus alunos que “pra aspectos físicos da escola (sujeira, poluição visual) e,
procedimento da pesquisa. mim o problema tá mais na família do que neles próprios”, principalmente, o desconhecimento, pelos alunos, da importância
atribuindo o fracasso das crianças a caracteristicas intrinsecas. da Língua Portuguesa para a vida deles. atribuiu as dificuldades a
problemas de aprendizado
o relato da professora oscilou entre, de um lado, informar sobre os relatos mostraram-se desvinculados das estratégias de ensino
Elementos contidos na análise
ações que deveriam ser executadas por ela e, de outro, adotadas. As medidas comportamentais foram genéricas, sem
de uma aula pelo professor
desempenhos esperados dos alunos. especificar antecedentes e efeitos. As respostas demonstraram
antes da exposição ao
restrição de repertório descritivo sobre os comportamentos dos
procedimento de análise
alunos que atestariam o alcance dos objetivos de ensino
Resultados funcional
pretendidos
Elementos contidos na ....... não estabeleceu relações de funcionalidade
análise funcional pós-
procedimento
Existência ______ sim
______ gravação de uma unidade didatica pós exposição do participante
Procedimento ao procedimento e entrevista com o participante sobre a mesma
adotado
Teste de
generalização _____ fez mais perguntas aos alunos comparando com a fase anterior.
resultados da Apresentou algumas alterações de repertorio, provavelmente
generalização relacionadas as sugestões da pesquisadora
o sujeito abandonou a pesquisa a seleção de trechos de vídeo das aulas foi extensa e sem foco
específico de discussão, o que pode ter favorecido o controle do
comportamento do professor por relações indesejadas. A
recorrência de tais características do professor poderiam estar
Síntese das dificuldades relatadas funcionalmente relacionadas às características dos trechos de
vídeo das aulas na qual ele foi exposto, que possibilitaram o
controle por dimensões secundárias às análises que eram foco da
interação
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Procedimento especifico ESTUDO 2 foram exibidos somente episódios selecionados dos registros.
Número de participantes 2
P3 formação em Magistério e em Pedagogia sexo feminino, 19 P4 formação em Magistério, cursando Pedagogia sexo feminino
Participantes informações sobre o anos de experiência profissional, ministrava aulas de lingua , 03 anos experiencia, ministrava aulas de lingua portuguesa no
Participante portuguesa no segundo ciclo do ensino fundamental (antiga segundo ciclo do ensino fundamental (antiga quarta série) da
quarta série) da rede pública estadual rede pública estadual
Disse que não sabe que atitude tomar com os alunos que ela Os aspectos que facilitam o ensino são as atividades
Atribuição de causalidade do considera apresentar bastantes dificuldades. Quanto aos aspectos diversificadas que ela prepara para os alunos, trabalhando um
comportamento do aluno-alvo que dificultam o ensino de Língua Portuguesa, disse que é a mesmo tema com materiais diferentes. Ela acha que o que
antes da exposição ao distração dos alunos, que não prestam atenção às aulas. Ela acha dificulta são os alunos que entraram na sala dela agora, porque
procedimento da pesquisa. que se eles falassem um pouco menos seria mais fácil. eles estão muito defasados para a série e já não tem muita
vontade de aprender.
Elementos contidos na análise descreveu grande parte das estratégias de ensino, sem fazer O relato esteve concentrado na descrição detopografias de
de uma aula pelo professor referência a antecedentes ou conseqüentes de suas ações. respostas e não na especificação de condições antecedentes e
antes da exposição ao apresentou relato de efeitos muito amplos para se aferir em uma subseqüentes a
procedimento de análise aula. não apresentou medidas comportamentais dos alunos. tais medidas.
funcional
estabeleceu em algumas cenas, relação de funcionalidade entre estabeleceu relação de funcionalidade em algumas cenas,
Resultados
Elementos contidos na suas práticas e o desempenho dos alunos. Indentificou que em identificou que não dava oportunidade para os alunos
análise funcional pós- uma unidade respondeu pelos alunos e que em outra permitiu responderem. As analises melhoraram após a 2 analise funcional
procedimento que eles respondessem do pesquisador, possivelmente por que como a ud1 era muito
diferente da ud2 ele não havia generalizado
Existência sim sim
gravação de uma unidade didatica pós exposição do participante gravação de uma unidade didatica pós exposição do participante
Procedimento ao procedimento e entrevista com o participante sobre a mesma ao procedimento e entrevista com o participante sobre a mesma
Teste de adotado
generalização
A professora mostrou-se sob controle de mudanças de deu mais oportunidade para os alunos responderem sozinho,
resultados da estratégias de ensino, independentemente dos efeitos deixando de oferecer respostas completas e de dar dicas
generalização conseguidos com seus alunos.
Ainda que ela passasse a interpretar funcionalmente, ou seja, que embora o professor tenha estabelecido varias relações de
ela passasse a relacionar suas ações às ações de seus alunos, funcionalidade, na hora de aplica-las teve dificuldades para
Síntese das dificuldades relatadas explicando os desempenhos obtidos com os alunos com base em generalizar entre unidades diferentes e dificuldade em planejar o
condições de ensino proporcionadas, ela não demonstrou novo repertorio
repertório para substituir sua prática pedagógica atual
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GOMES, P.C. (2010). Ensino e Aprendizagem de Avaliação Funcional Descritiva na Atuação Profissional de Professores de Ciências no
Identificação: Ensino Fundamental. Tese (Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem) - UNESP, Faculdade de
Ciências, Bauru.
investigar condições que poderiam favorecer o ensino de repertórios que definem a execução de avaliações funcionais descritivas, para
Objetivo do estudo professores que atuam em diferentes ciclos do Ensino Fundamental da rede pública estadual e com diferentes habilitações.
gravação em video das unidades didáticas e apresentação de roteiros de entrevistas com gravação em áudio das respostas fornecidas por
Método do Forma de registro das
cada professor. Após o término de cada Etapa, o pesquisador analisava os dados fornecidos pelos professores, visando a identificação e
estudo informações
descrição das principais características da interação deles com seus alunos
ETAPA I/ Fase 1: aplicação da Entrevista 1 e filmagem de duas unidades didáticas. ETAPA I/Fase 2: aplicação do Roteiro 2 de
entrevista. ETAPA I/Fase 3: consistiu na exibição dos episódios em vídeo das aulas da UD1 em seguida foi realizada a reaplicação do
ETAPA II/Fase 1: O pesquisador exibiu um modelo de analise funcional. Durante essa apresentação professora tinha livre acesso aos
registros em vídeo para eventuais consultas. ETAPA II/Fase 2: apresentação dos episódios editados das aulas ministradas na UD2. Em
seguida, foi solicitado a cada professora que elaborasse, oralmente e/ou por escrito, análises dos episódios selecionados das aulas da
fases/etapas UD2, procurando seguir o modelo exposto anteriormente pelo pesquisador para os episódios das aulas da UD1. Imediatamente após a
elaboração das análises pela professora, foi apresentado um MAFD dos mesmos episódios das aulas da UD2 elaborado pelo pesquisador.
ETAPA III/Fase 1: filmagens das aulas da terceira unidade didática, a UD3. ETAPA III/Fase 2: apresentação à docente dos episódios
de vídeos das aulas da UD3. Em seguida ocorreu a exposição ao Roteiro que indagava sobre aspectos dos episódios das aulas da UD3
previamente apresentados. Finalizando foi solicitado a cada professora que elaborasse uma análise comparativa entre as aulas
ministradas nas unidades anteriores e as aulas ministradas na UD3
Não houve feedback imediato para os participantes. O pesquisador na primeira fase apenas ouviu as análises realizadas pela participante.
consequencias previstas e No encontro seguinte, o pesquisador apresentou suas análises sobre os mesmos episódios exibidos no encontro anterior, fornecendo um
empregadas modelo de interpretação funcional descritiva. Na fase seguinte solicitou-se que a participante realizasse uma A.F. e logo após o
pesquisador apresentou uma A.F. sobre a mesma UD
Número de participantes 1
Participantes Informações sobre o A professora P3 possui formação em Pegagogia, possundo doze anos de experiência no magistério. No período da coleta, P3 ministrava
Participante aulas para uma turma de 5.º ano (4.ª série) e já possuía um semestre de permanência naquela escola.
para P3 os aspectos que facilitariam o ensino de Ciências Naturais, seriam utilizar tarefas em sala que valorizem um ‘contato visual’ com
Atribuição de causalidade do a atividade, não fornecer conceitos prontos, levantar as concepções alternativas e/ou conhecimentos prévios e estabelecer o diálogo
comportamento do aluno-alvo durante a aula. Quando os aspectos que dificultariam o ensino, P3 descreveu características intrínsecas dos alunos e, em nenhum
Resultados
antes da exposição ao momento relacionou tais dificuldades com as características de sua prática educativa, ou mesmo de práticas às quais eles já tiveram
procedimento da pesquisa. acesso. De outro modo, P3 desvinculou as dificuldades observadas nos desempenhos dos alunos das características produzidas na
interação com as práticas de ensino por ela adotadas.
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Elementos contidos na análise os relatos de P3 sobre os efeitos evidenciaram expressões destituídas da especificação das medidas comportamentais correspondentes.
de uma aula pelo professor Deste modo, P3 admite como efeito obtido, que seus alunos “entenderam e construíram conceitos” sem, contudo, fazer referência às
antes da exposição ao respectivas medidas comportamentais esperadas.Por sua vez, para alguns efeitos, P3 relatou medidas comportamentais observadas pela
procedimento de análise docente, tais como, “manifestar oralmente idéias”; “falar sobre o assunto” e “escreveram”.
funcional
P3 manteve as características de descrição de estratégias de ensino anteriores, a saber, um relato que omite descrições das ações
Elementos contidos na análise emitidas, inclusive das ações constatadas na aula da UD3 de explorar os fatores que tornavam possíveis as emissões das respostas dos
funcional pós-procedimento alunos. Em acréscimo, relata a obtenção de objetivos desvinculando a ocorrência das respostas previstas das possíveis fontes de
determinação ou relações de controle desejadas.
Existência sim
Procedimento gravação de uma unidade didatica pós exposição do participante ao procedimento e entrevista com o participante sobre a mesma
Teste de adotado
generalização Na aula de UD3, para as respostas corretas, tanto quanto para as incorretas, P3 indagou os alunos sobre o que eles consideravam para
resultados da emitir as respostas apresentadas, ou, em outros termos, em que se baseavam as respostas emitidas para os questionamentos da
generalização professora. Porém, constatou-se que P3 voltou a emitir as respostas que os alunos deveriam expressar, bem como a fornecer as dicas que
tornavam as respostas previstas altamente prováveis, sem que a emissão das mesmas fosse observada na ausência das dicas.
Procedimento especifico (caso A partir das constatações do estudo 1, procurou-se investigar a extensão das características das aprendizagens registradas com P3, desta
o trabalho contenha diferentes feita, com professoras que atuam nas séries finais do Ensino Fundamental (5ª. a 8ª. séries) com distintas habilitações acadêmicas, da área
estudos/etapas) de Ciências Naturais.
Número de participantes 1
P6, na ocasião da coleta, lecionava aulas de Ciências em um 7.º ano (6.ª série) do Ensino Fundamental. inicialmente P6 lecionava
Participantes informações sobre o exclusivamente conteúdos de Matemática. No ano da execução da coleta, P6 havia sido convocada a assumir o cargo de Ciências, no
Participante qual atualmente ministra suas aulas
Para P6, aspectos facilitadore, dependem das escolhas de determinados temas dentro dos conteúdos, da disciplina da turma, de os alunos
gostarem destes temas e mesmo na empatia recíproca entre professora e alunos. O que dificulta o ensino de Ciências, segundo P6, é a
indisciplina, pois muitas vezes tem que interromper as aulas para advertir ou repreender alguns alunos; falta de compromisso dos alunos
Atribuição de causalidade do
em procurar material solicitado pela professora; e a falta de tempo de preparar as aulas de Ciências. Em relação aos aspectos
comportamento do aluno-alvo
Resultados facilitadores ou dificultadores no ensino de Ciências, P6 descreveu características que se distanciam da especificação de propriedades
antes da exposição ao
das interações entre a professora e os alunos, isto é, a docente não discriminou quais seriam os aspectos que poderiam interferir
procedimento da pesquisa.
diretamente em sua prática educativa durante o ensino de Ciências. Entretanto, relacionou: que o professor deveria saber escolher os
conteúdos a serem trabalhados; o interesse e gosto dos alunos pelos assuntos/temas abordados; a questão da indisciplina dos alunos;
apatia dos alunos na busca por materiais; empatia dos alunos com a professora e falta de tempo da docente para preparar as aulas.
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No relato sobre as estratégias há expressões que retiram visibilidade ou acesso às ações que efetivamente foram executadas por P6, ou
Elementos contidos na análise seja, quando indagada sobre as estratégias de ensino, a professora P6 praticamente nomeou conjuntos de ações, mas não as descreveu.
de uma aula pelo professor Além disso, mencionou expressões destituídas de pertinência temática com estratégias de ensino. Os objetivos mencionados para as
antes da exposição ao respectivas estratégias oscilaram entre, ora designar ações de P6, ora, ações dos alunos. De modo adicional, os dados indicam a
procedimento de análise desvinculação entre as ações especificadas no objetivo e os efeitos relatados. P6 estima que a cópia dos alunos seria uma medida ou
funcional efeito da transmissão de informações corretas, assim como a entrega da tarefa pelos alunos se constituiria em medida de observação e de
pesquisa.
Admite-se que as interpretações de P6 quanto às interações em sala de aula sustentavam consistências com os respectivos Modelos de
Avaliação Funcional Descritiva. Em particular, como já mencionado acima, mediante a omissão das respostas corretas (previstas) e o
fornecimento de questões exploratórias, por P6, foram constatadas alterações nos desempenhos dos alunos. Contudo, as análises
Elementos contidos na análise comparativas de P6, ao final da Etapa 3, acusam restrições no alcance dos efeitos dos procedimentos adotados na aquisição de
funcional pós-procedimento repertórios interpretativos. P6 indica mudanças nos desempenhos dos alunos e aponta alterações nas suas ações, mas, ao mesmo tempo,
também relacionou as novas aprendizagens ao material didático utilizado/disponibilizado na UD3, mais exatamente aos seus atributos
(por exemplo, aspecto chamativo: do título, do texto, das figuras ilustrativas do texto, etc.) e ao superlativo interesse dos alunos em
participar destas aulas.
Existência sim
Procedimento gravação de uma unidade didatica pós exposição do participante ao procedimento e entrevista com o participante sobre a mesma
adotado
Teste de
generalização As aulas ministradas por P6 na UD3, apontam diferenças em relação às características das aulas ministradas nas unidades anteriores.
resultados da Nitidamente, P6, reduziu a freqüência com a qual fornecia respostas diretamente para os alunos, explorou a identificação das fontes que
generalização orientavam a proposição de respostas corretas e incorretas pelos alunos e estimulou a proposição de explicações e não apenas o relato
das respostas previstas por diferentes alunos.
não foi objeto deste estudo: (a) alterar inadvertidamente ou precipitadamente as ações que os professores já realizavam comumente em
sala de aula, isto é, alterar o repertório comportamental de ensino em ciências, mas por outro lado, verificar qual seria a fiabilidade do
recurso metodológico e das próprias ações das professoras em dois momentos. Múltiplos aspectos da presente pesquisa poderiam ser
considerados limitações e, portanto, mereceriam maiores discussões posteriores.Por que não fornecer cursos, work-shops e oficinas
Síntese das dificuldades relatadas sobre o Avaliação Funcional Descritiva (isto é, reuniões com os/as docentes que lecionam ciências utilizariam técnicas como role-play,
aprender e mesmo exercitar a Avaliação Funcional Descritiva e mesmo a Análise Funcional, além de adquirir outros repertórios e
conceitos provenientes da Análise do Comportamento) – como propõem alguns pesquisadores. De modo mais objetivo, ocorreu uma
outra limitação do estudo, que deve ser ressaltada. Foi o fato de o pesquisador não ter acompanhado a docente licenciada em ensino de
ciências, P6, em outras salas de aulas e/ou séries que leciona.
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Identificação: LEITE, F.V.S. (2010). Treinamento de professores: ensino da identificação da provável função como parte de uma análise de
contingências. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento) - Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
Objetivo do estudo verificar o efeito de um treino para ensinar a professores uma parte da análise de contingências – a identificação da provável
função do comportamento. Verificar o efeito da remoção dar instrução relativa aos conceitos de Análise do Comportamento,
Avaliar a possível generalização dos resultados do treino para a situação de sala de aula, Avaliar se a interação do professor com o
aluno em sala de aula se altera após o treino e, em caso positivo, em que direção.
Método do Forma de registro das entrevistas iniciais escritas pela pesquisadora e audiogravadas. Folhas de registro preenchidas pelas participantes
estudo informações
fases/etapas Treino: Foram utilizados 36 cenários, acompanhados de cinco perguntas sobre o comportamento. No primeiro passo do
procedimento, todas as perguntas relativas aos cenários estavam respondidas e a cada passo uma das respostas era retirada até que
finalmente, no sexto passo, nenhuma questão estava respondida, e as participantes tiveram que responder todas elas. depois eram
realizados os testes de generalização.
consequencias previstas e Durante o treino havia um procedimento de feedback e correção da resposta; no entanto, para efeito dos resultados apenas a
empregadas primeira resposta era registrada. Na linha de base e no pós teste não houve feedback Em caso de erro, o cenário era ldo novamente
em voz alta e as perguntas refeitas, até que os participantes acertassem a resposta.
resultados da no Teste de generalização 1, não apresentou obteve, no Teste de generalização 1, Participante C, obteve 1,66 acertos, sendo
generalização acertos. Já no Teste de generalização 2, dois acertos dos dois possíveis, não 0,66 para a questão sobre a provável
obteve meio sobre a provável função do realizando o Teste de generalização 2. função do comportamento e um acerto, de
comportamento de sua aluna em sala de aula A participante soube identificar que o um possível, para a questão sobre a
(ganho de atenção), não especificou que a comportamento do aluno por ela proposta de intervenção.
atenção era dada pela professora. A indicado era, provavelmente, mantido
intervenção proposta foi considerada pela contingência de reforçamento
incorreta, uma vez que provavelmente positivo por atenção do professor, e
aumentaria a frequência do comportamento. como estratégia de intervenção propôs
que deveria deixar de dar atenção.
Síntese das dificuldades relatadas Ao se verificar os tipos de erros observou-se que a formulação de alguns cenários pode ter favorecido que houvesse erros na
questão sobre frequência do comportamento. Uma limitação do presente estudo foi que as observações realizadas não permitiram
avaliar com precisão se a interação das participantes com os alunos em sala de aula se alterou durante e após o treino, sendo
necessárias mais pesquisas na área que avaliem esse aspecto. Outra limitação do estudo é que foi ensinada às participantes apenas
uma parte da análise de contingências: o levantamento da provável função do comportamento inadequado do aluno.
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OLIVEIRA, J. (2010). Subsídios metodológicos para o desenvolvimento de repertórios de interpretação funcional para uma
Identificação: professora das séries iniciais. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem)
- UNESP, Faculdade de Ciências, Bauru.
Verificar se as condições metodológicas poderiam favorecer o ensino de repertórios que definem a execução de avaliações
Objetivo do estudo funcionais, mais especificamente os repertórios que envolvem interpretar as situações de ensino de modo a estimar as
possíveis relações de controle entre os desempenhos dos alunos e as condições de ensino.
gravação em video das unidades didaticas e apresentação de roteiros de entrevistas com gravação em áudio das respostas
Forma de registro das
fornecidas pelo professor. Após o término de cada Etapa, os dados fornecidos pelos professores eram analisados visando a
informações
identificação e descrição das principais características da interação deles com seus alunos
Na Etapa 1 foi realizada uma entrevista inicial. Em seguida foram gravados dois conjuntos de aulas. Ao final desta etapa, P
foi submetida a um Roteiro de Entrevista que continha questões acerca de suas próprias aulas. O Roteiro de Entrevista foi
aplicado na ausência e na presença dos episódios selecionados da UD1. Durante a Etapa 2, P foi exposta aos modelos de
interpretação funcional elaborados pelo pesquisador sobre os mesmos episódios selecionados da UD1, por conseguinte, a
Método do fases/etapas
professora foi solicitada a executar suas próprias tentativas de interpretações funcionais para os episódios da UD2. A Etapa 2
estudo
foi finalizada com a exposição para P dos modelos de interpretação funcional elaborados pelo pesquisador para os episódios
da UD2. Na Etapa 3 ocorreu a gravação de um novo conjunto de aulas (UD3). Por fim foi solicitado a P que fizesse
comparações entre a UD2 e UD3.
Não houve feedback imediato para os participantes. O pesquisador na primeira fase apenas ouviu as análises realizadas pela
consequências previstas e participante. No encontro seguinte, o pesquisador apresentou suas análises sobre os episódios exibidos no encontro anterior,
empregadas fornecendo um modelo de interpretação funcional descritiva. Na fase seguinte solicitou-se que a participante realizasse uma
A.F. e logo após o pesquisador apresentou uma A.F. sobre a mesma UD
Número de participantes 1
Participantes A participante (P) formou-se no magistério e estava no terceiro ano do curso de Pedagogia na época da coleta de dados.
informações sobre o
Exercia o magistério há mais de dez anos e na ocasião da coleta ministrava aula para uma turma da terceira série do ensino
Participante
fundamental, ministrava aulas de Ciências para a 3ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental (PEB1).
P afirmou a importância do material didático para o ensino- aprendizagem, pois uma aula com materiais“fixa” a
aprendizagem dos alunos, se comparada a uma aula “teórica”. As facilidades para o ensino se referem à diversidade de
Atribuição de causalidade material disponível, e entre as dificuldades, a falta de interesse dos alunos e a falta de participação dos pais na vida escolar de
do comportamento do aluno- seus filhos. A falta de interesse foi definida como “o momento que o aluno não está interessado na aula e ele atrapalha
Resultados
alvo antes da exposição ao fazendo gracejo, conversando, não respeitando a fala do professor naquele momento, ou faz algo para atrapalhar a aula”. P
procedimento da pesquisa. atribui como causa da falta de interesse a não compreensão dos aluno da importância dos estudos, situação que julga agravada
para as famílias que não acompanham a vida escolar dos alunos e que estão passando por dificuldades financeiras, pois esses
determinantes sociais seriam vivenciados, porém não compreendidos pelos alunos, o que os torna “agitados”.
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P designava objetos e de materiais como práticas ou estratégias de ensino. Tal designação encontra-se mesclada com a
Elementos contidos na
descrição de ações efetuadas por ela. Quanto aos objetivos relatados, os mesmos concentraram-se nas ações de P (mostrar,
análise de uma aula pelo
exibir, chamar a atenção, provar). P oscilou entre afirmar que, ora as estratégias permitiam constatar que
professor antes da exposição
os alunos já apresentam alguns conhecimentos sobre os conteúdos abordados, ora que propriedades topográficas
ao procedimento de análise
das ações observadas (desenhar, jeito deles, como se comportavam) indicavam os efeitos obtidos. Quanto às medidas
funcional
comportamentais dos efeitos, os relatos acusam referências genéricas às topografias de resposta (participar, desenhar).
os relatos verbais de P sobre os episódios selecionados das aulas da UD3, salientaram não apenas a reincidência de
características registradas nas exposições anteriores ao Roteiro1, mas também restrições (ou seletividade) no alcance das
mudanças registradas da UD3. Os relatos de P nos quais vagem, vegetais e batatas ainda adquirem natureza ou status de
estratégia de ensino, de modo semelhante à água, lousa e giz nas etapas precedentes. O relato de P evidencia dificuldades na
Elementos contidos na descrição das atividades que ela executou considerando as ações exigidas dos alunos e não os materiais utilizados. Além
análise funcional pós- disso, efeitos e suas respectivas medidas comportamentais ainda foram definidos e inferidos pela manifestação das
procedimento respostas previstas e não pela descrição das relações de controle de estímulos envolvidas. Em suma, as restrições nas
mudanças de desempenho de P registradas na UD3, ou mesmo as mudanças seletivas e mais concentradas nos desempenhos
em sala de aula desta professora replicaram, ainda que parcialmente, dados da literatura quanto às dificuldades no
desenvolvimento de repertórios de avaliação funcional. Contudo este trabalho evidenciou tais dificuldades mesmo quando o
desempenho da professora foi alterado na condução das atividades didáticas em sala de aula.
Existência sim
Procedimento gravação de uma unidade didatica pós exposição do participante ao procedimento e entrevista com o participante sobre a
adotado mesma
Os desempenhos da professora P na condução das atividades didáticas inseridas nas aulas ministradas da UD3, sustentaram
Teste de características distintas daquelas registradas nas aulas ministradas consecutivamente na Etapa 1 (UD1 e UD2). Nos registros
generalização da UD3 foram constatadas, de modo recorrente, situações nas quais P expunha ou demonstrava fenômenos e praticamente de
resultados da
modo simultâneo, formulava questões que cumpriam a função de selecionar ou controlar respostas verbais descritivas de
generalização
propriedades dos fenômenos observados. Nas aulas da UD3, P concentrou as alterações em seu desempenho sobre os
repertórios de fazer perguntas de modo a aproximar sucessivamente as respostas dos alunos às respostas esperadas por ela a
seus questionamentos.
As restrições nas mudanças no desempenho podem estar associadas a algumas características dos procedimentos adotados, tal
como a ausência de ações específicas do pesquisador contingente às respostas fornecidas diante das apresentações do roteiro
de entrevista. As perguntas realizadas pelo pesquisador podem ter dificultado relatos verbais que atestassem vínculos
funcionais entre as práticas de ensino utilizadas e o desempenho dos alunos diante de tais práticas, uma vez que tais
Síntese das dificuldades relatadas questões podem ter direcionado a descrição verbal da professora para as dimensões destacadas em seus enunciados,
e ter concorrido com os repertórios verbais almejados, ou seja, os vínculos funcionais. O autor sugere um
levantamento sistemático da história pregressa do participante de modo a obter dados que possibilitem ao pesquisador
programar contingências de ensino mais adequadas às características de seus participantes.
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SPARVOLI, D.A.P. (2008). Recurso Interpretativo Funcional Como Saber Docente no Ensino de Conteúdos Curriculares de
Identificação: Matemática. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem) - UNESP,
Faculdade de Ciências, Bauru.
Avaliar se o contato de professoras com recursos audiovisuais de suas atuações profissionais em sala de aula, bem como com
Objetivo do estudo interações planejadas com modelo de Análise Funcional Descritiva, poderiam contribuir com a aquisição e o desenvolvimento
de repertórios para a realização de Análise Funcional Descritiva de relações entre práticas docentes e desempenho dos alunos
Gravação em video das unidades didaticas e apresentação de roteiros de entrevistas com gravação em áudio das respostas
Forma de registro das fornecidas por cada professor. Após o término de cada Etapa, a pesquisadora analisava os dados fornecidos pelos professores
informações (entrevistas e observações das aulas), visando a identificação e descrição das principais características da interação deles com
seus alunos
Foram realizadas 3 etapas, na Etapa 1, ocorreram: a) entrevista inicial, b) registros, em vídeo, de aulas referentes a duas
unidades didáticas (UD1 e UD2), c) entrevista na ausência de episódios das aulas gravadas da UD1 e d) entrevista na presença
de episódios de vídeo das aulas da UD1. Na Etapa 2, ocorreram: a) apresentação de um modelo de análise funcional descritiva
Método do pela pesquisadora sobre os episódios exibidos das aulas da UD1; b) exibição de episódios das aulas da UD2; c) solicitação da
fases/etapas
estudo elaboração de análise funcional descritiva pela professora; e d) apresentação do modelo de análise funcional da pesquisadora
sobre esses episódios. Na Etapa 3, houve: a) registro, em vídeo, das aulas da UD3; e diante dos episódios das aulas da UD3, b)
solicitação de elaboração de análise funcional descritiva e , c) solicitação de elaboração de análises comparativas entre as
interpretações das aulas das UDs 2 e 3.
Não houve feedback imediato para os participantes. O pesquisador na primeira fase apenas ouviu as análises realizadas pela
consequencias previstas e participante. No encontro seguinte, o pesquisador apresentou suas análises sobre os mesmos episódios exibidos no encontro
empregadas anterior, fornecendo um modelo de interpretação funcional descritiva. Na fase seguinte solicitou-se que a participante
realizasse uma A.F. e logo após o pesquisador apresentou uma A.F. sobre a mesma UD
Número de participantes 2
Participantes P1 Licenciatura em Matemática, atua na 8ª série. Atua há 22 P2 formada no curso de magistério e habilitação em
informações sobre o
anos no ensino público estadual Pedagogia e ministra aulas 4ª série. Atua há 23 anos no
Participante
magistério público
Apresentou um repertório restrito para identificação e P2 descreveu as dificuldades dos alunos com ênfase em
descrição de aspectos que podem facilitar o ensino. Há propriedades das respostas, sem fazer referência a aspectos do
ausência no relato de descrições de contingência que contexto diante dos quais as ocorrências das mesmas foram
Atribuição de causalidade do deveriam manter o comportamento da professora sob controle observadas. As explicações da professora trouxeram
comportamento do aluno- da aprendizagem do aluno. Vinculou as dificuldades de concepções internalizantes, ou seja, os alunos apresentam
Resultados acompanhamento a fatores orgânicos e/ou típicos da pessoa dificuldades por características intrínsecas ou por condições
alvo antes da exposição ao
procedimento da pesquisa. do aluno, como medo, hesitação ou falta de iniciativa em desfavoráveis vividas em outros ambientes. A professora não
procurar ajuda, ou, a fatores que sugerem falta de repertório relatou as condições dispostas em sala de aula que favorecem
acadêmico compatível com nível de escolaridade. esse desempenho. Avaliou que a natureza de determinadas
atividades seria facilitadora do ensino.
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A professora apresentou dificuldades em descrever medidas não vinculou os efeitos conseguidos com os alunos com as
comportamentais específicas dos alunos indicados. No relato estratégias utilizadas, não evidenciando em seu relato relações
Elementos contidos na de P1 há falta de evidências de medidas individuais de de funcionalidade entre propriedades ou características do
análise de uma aula pelo desempenho dos alunos que demonstrassem compreensão ou comportamento dos alunos com propriedades e características
professor antes da exposição entendimento. Não cogitou a hipótese de o desempenho dos de estratégias efetivamente disponibilizadas por ela. Ao falar
ao procedimento de análise alunos, incluindo os insatisfatórios, serem efeitos das dos efeitos conseguidos com a sala, não especificou os
funcional estratégias de ensino utilizadas por ela. comportamentos esperados e não descreveu pontualmente os
possíveis efeitos. Suas respostas não relacionavam as
medidas dos alunos com as estratégias utilizadas por ela.
Evidenciou relações funcionais ao descrever as interações P2 elaborou uma análise, considerando relações de
observadas em sala de aula. O relato de P1 mostrou-se funcionalidade entre o desempenho dos alunos e as condições
afinado com uma interpretação funcional das interações em disponibilizadas por ela, vinculando as estratégias com os
sala de aula ao descrever estratégias, desempenho dos alunos objetivos pretendidos, avaliou a pertinência de se obter uma
Elementos contidos na e objetivos, inclusive para sua prática, especificando medida do repertório de entrada dos alunos e a necessidade de
análise funcional pós- comportamentos esperados dos alunos. Porém, avaliou que observação de comportamentos que indicassem tais
procedimento tais objetivos não foram alcançados por insuficiência de suas repertórios. Analisou que os alunos podem ter se prendido a
estratégias em identificar fontes de controle de estímulo e uma só característica do material apresentado. Houve a
obter medidas de aprendizagem dos alunos durante as aulas. constatação de que o desempenho insatisfatório foi produzido
diante de condições que não favoreceram outras formas de
desempenho.
Existência sim sim
gravação de uma unidade didatica pós exposição do gravação de uma unidade didatica pós exposição do
Procedimento
participante ao procedimento e entrevista com o participante participante ao procedimento e entrevista com o participante
adotado
Teste de sobre a mesma sobre a mesma
generalização manteve as mesmas estrategias de ensino utilizadas nas alterou o padrão de aula, mostrando-se sensível às respostas
resultados da unidades anteriores dos alunos indicados, conseqüeciando-as de forma
generalização contingente, ampliando o número de estratégias de ensino e
eliminando comportamentos concorrentes
a Análise Funcional pareceu não subsidiar a implementação conseguiu alterar seus procedimentos, porem seu
de estratégias de ensino que iriam alterar sua prática comportamento de relatar foi exagerada, contou mais do que
pedagógica. A professora identificou e descreveu as realmente fez
Síntese das dificuldades relatadas contingências que pareceram controlar as condições de ensino
disponibilizadas por ela, porém identificar e descrever não
garantiu à professora um instrumento para manipular as
variáveis definidas por tais contingências.
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TAVARES, M. (2009). Treinamento de professores para a realização de uma parte da análise de contingências: identificação da
Identificação: provável função do comportamento.. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia Experimental: Análise do
Comportamento) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
o objetivo deste estudo foi examinar a efetividade de um treino para ensinar professoras a realizar parte de uma análise de contingências
Objetivo do estudo que inclui a etapa de levantamento da provável função de comportamentos do aluno considerados inadequados.
Forma de registro das entrevistas iniciais escritas pela pesquisadora e audiogravadas. Folhas de registro preenchidas pelas participantes
informações
Linha de base (LB) Foram apresentados, por escrito, 8 cenários onde apareciam diferentes comportamentos inadequados dos alunos
com as funções de fuga de demanda e ganho de atenção do professor
Treino (TR) As participantes receberam outros cenários. a pesquisadora analisou, dois cenários: um com cada função. Foi feita uma
explicação simples sobre a contingência tríplice e o papel selecionador das conseqüências. Depois, destacou a ação da criança, a
conseqüência obtida, a situação antecedente, o que ocorreu com a freqüência daquele comportamento e que função ele poderia ter para
fases/etapas aquele aluno. Em seguida, entregou às participantes uma folha de respostas contendo as mesmas perguntas feitas na LB, para as quais
Método do
estudo eram apresentadas as respostas, com exceção das respostas às questões sobre a função do comportamento. A cada dois cenários
respondidosa resposta para uma das perguntas deixava de ser dada e era exigida da participante por escrito. A remoção das respostas se
deu de trás para frente de acordo com a ordem apresentada.No ultimo passo em que havia apenas uma pergunta: "Qual é a função do
comportamento?” que deveria ser respondida de forma escrita.
Na fase de linha de base e no pós teste não houve feedback. Na fase de treino a experimentadora forneceu feedback sobre as respostas
consequencias previstas e dadas logo após o término de uma dupla de cenários, apontando acertos e erros e justificando. Se as respostas não estivessem corretas, o
empregadas cenário era lido novamente em voz alta pela experimentadora e as perguntas refeitas, até que a participante acertasse a resposta, sempre
tendo feedback da experimentadora.
Número de participantes 3
A professora A lecionava para uma classe A professora B dava aula para uma classe A professora C lecionava para uma turma
Participantes informações sobre o de terceira série (quarto ano) do Ensino de quarta série (quinto ano), lecionava há de primeira série (segundo ano). Possuia 32
Participante Fundamental 1. Ela atuava há 14 anos 18 anos anos de experiência na profissão
Atribuição de causalidade É feita uma descrição do comportamento do É feita uma descrição do comportamento do É feita uma descrição do comportamento
do comportamento do aluno- aluno escolhido, mas não é informado a aluno escolhido, mas não é informado a do aluno escolhido, mas não é informado a
Resultados quais fatores a professora atribui o quais fatores a professora atribui o quais fatores a professora atribui o
alvo antes da exposição ao
procedimento da pesquisa. comportamento inadequado do mesmo. comportamento inadequado do mesmo. comportamento inadequado do mesmo.
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Elementos contidos na 27 de 40 acertos possiveis, totalizando 67% 27 de 40 acertos possiveis, totalizando 67% 17,5 de 40 acertos possiveis, totalizando
análise de uma aula pelo de acertos na linha de base. de acertos na linha de base. O 48,75% de acertos na linha de base.
professor antes da exposição
ao procedimento de análise
funcional
Elementos contidos na acertou 39 de 40 questões no teste 1. acertou 37 de 40 questões no teste 1. acertou 37,5 de 40 questões no teste 1.
análise funcional pós-
procedimento
Existência sim
Duas perguntas foram feitas: 1. Considerando as atividades que nós realizamos e os comportamentos de seu aluno considerados por
você como problemas, qual você diria que é a função desses comportamentos, isto é, o que pode estar contribuindo para que esses
comportamentos ocorram?
Procedimento 2. Como você acha que poderia resolvê-lo agora? A segunda questão tinha por finalidade avaliar se as professoras indicariam soluções
adotado condizentes com a função do comportamento do aluno identificada por elas. Após o término do teste de generalização, a pesquisadora
deu orientação durante um mês para as professoras sobre como poderiam proceder para fazer com que os comportamentos inadequados
de seus alunos diminuíssem em freqüência e intensidade, fez observações nas salas de aula das participantes e lhes deu feedback sobre
sua atuação em relação aos alunos-alvo.
A participante A respondeu que o A professora B não especificou em suas A resposta sobre a função do
Teste de comportamento de seu aluno era mantido respostas a que comportamentos de seus comportamento inadequado do aluno da
generalização pelas duas contingências a depender da alunos estavam se referindo dentre os vários participante C foi considerada correta com
situação e acrescentou que a atenção dos citados por elas no início do estudo, base nos relatos da professora. Em relação
colegas também era reforçadora para os algumas de suas respostas indicavam à intervenção proposta, a participante C
comportamentos de seu aluno.A alguma influência dos procedimentos deste apontou algumas ações adequadas para
resultados da participante A não soube indicar estudo sobre seu comportamento, como lidar com o comportamento considerado
generalização intervenções plausíveis baseadas na função quando faz afirmações como “verificando a inadequado de seu aluno, mas, mesmo
dos comportamentos de seus alunos. A frequência com que ocorre cada um dos assim, apontou também ações punitivas e
resposta da participante A foi considerada comportamentos inadequados” e “verificar até algumas que poderiam ser reforçadoras
errada porque não levava em conta a função se estão surgindo efeitos positivos”. positivas para o comportamento
do comportamento nem explicava o que inadequado, e por isso foi considerado que
faria ela acertou apenas metade da questão.
Vários cenários propostos tinham problemas por, principalmente, apresentarem dois comportamentos do aluno e duas consequências
Síntese das dificuldades relatadas dadas pela professora. Esses problemas podem ter mascarado resultados neste estudo. Esse estudo tem a limitação de só ensinar uma
parte da análise de contingências, que é o levantamento da provável função do comportamento.