Você está na página 1de 3

Escola Missionária

IASD de Igapó

Dn 8:14 - A Maior Profecia da Bíblia


- PARTE II -
No estudo anterior, analisamos como o poder papal alterou o sistema de
interseção e mediação de Cristo, e colocou um outro sistema em seu lugar. O ente
celestial anunciou que esta usurpação duraria 2300 anos, chegando até o tempo do
fim. Na presente lição veremos os detalhes sobre o início, desenvolvimento e fim
dos 2300 anos, e a profetizada vindicação do santuário celestial.

INÍCIO DOS 2300 ANOS


Daniel não entendeu o significado completo da visão que recebera, e isso
trouxe um sentimento de enfraquecimento físico e mental sobre ele (cf. 8:27). O
capítulo 9 inicia com uma oração de Daniel para que o Senhor o ilumine sobre o
significado do importante período de dominação do “chifre pequeno” (poder papal)
sobre o povo de Deus. E o Senhor o orienta sobre isso.
O anjo Gabriel, o mesmo que anunciou a visão inicialmente (cf. 8:16), é
agora enviado para explicar mais detalhadamente o desenvolvimento da visão dos
2300 anos para Daniel. Como um “selo” sobre a profecia, encontramos um período
especial de tempo de 70 semanas (ou 490 anos) que seriam “determinados” (do heb.
CHATHAK) sobre o povo de Israel. Estas 70 semanas marcariam o início dos 2300
anos, selando a visão e a profecia (9:24).

“desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” (v. 25).
Houveram 3 decretos principais de restauração sobre Jerusalém, que na época
de Daniel estava em ruínas, devido às invasões babilônicas de 605 a.C., 597 a.C.
e 586 a.C.:
1º decreto : de Ciro, em 537/538 a.C., que concede permissão para
reconstruir o templo em Jerusalém (Esdras 1:1-3)
2º decreto : de Dario I Histaspes, em 519/520 a.C., que dá autorização para
que se continue a reconstrução, porém com garantias financeiras (Esdras 6)
3º decreto : de Artaxerxes I Longímano, em 457 a.C., que liberta
completamente o povo judeu da servidão à Pérsia, dando-lhes autoridade para
reconstruir o Estado israelita (Esdras 7:1-13)
* Artaxerxes ainda promulgou um decreto extra, em 444 a.C. (cf. Neemias 1 e
2), apenas complementando o de 457 a.C.

Qual o decreto que deve ser utilizado para o início da profecia de Dn 8:14?

Apenas o 3º decreto, o de 457 a.C., concedeu a Jerusalém o seu renascimento


legal, pois autorizou a indicação de magistrados e juízes e, em particular,
restabeleceu as leis judaicas como base do governo local, restaurando Jerusalém
como capital do reino.

Há 4 linhas de evidências históricas que permitem definir com precisão a


data do decreto de Artaxerxes:
a) As olimpíadas
b) O cânon de Ptolomeu
c) O Papiro Elefantino
d) Os tabletes cuneiformes babilônicos

Portanto, a profecia de Dn 8:14 tem seu início no ano de 457 a.C.

1
Escola Missionária
IASD de Igapó

DESENVOLVIMENTO DAS 70 SEMANAS


As 70 semanas (490 anos) cobririam vários eventos históricos que
confirmariam a precisão da profecia. O período é simbólico porque os eventos
abrangidos são de ampla margem temporal, indo até o Messias, o que descarta a
possibilidade de um período literal de 490 dias.

“tempos de angústia” (v. 25)


As nações vizinhas a Israel foram fortes inimigos para a reconstrução da
nação, pois Israel estava enfraquecida psicológica e militarmente pelo exílio em
Babilônia (cf. Esdras 4).

“o ungido” (v. 25)


O Messias vindouro – Jesus.

“o messias será morto” (v. 26)


Ele não viria para reinar, mas para morrer. Jesus cumpriu cabalmente a
profecia.

“o príncipe”, “o povo” (v. 26)


O Príncipe é Jesus, e o povo é Israel.

“o povo de um príncipe que há de vir”, “dilúvio” (v. 26)


Jerusalém seria violentamente destruída, o que ocorreu no ano 70 d.C.,
quando os romanos invadiram a cidade de forma sangrenta e destrutiva.

“fará firme aliança com muitos por uma semana” (v. 27)
Na última das 70 semanas, o Messias firmaria Sua aliança com os judeus.
Aceitando o Messias, eles se livrariam das terríveis conseqüências profetizadas.

“santo dos santos” (v. 24)


Esta expressão (QODESH QODESHIM) é usada 30 vezes no AT, sempre em relação
com o santuário, e nunca é usada em relação a pessoas (exceto em 1Cr 23:13).
Trata-se aqui de uma referência ao santuário celestial.

SETENTA SEMANAS - 490 ANOS

69 semanas (483 anos) 1 semana (7 anos)

457 27 34
a.C. d.C. d.C.

Ano 457 a.C. : início da profecia


Ano 27 d.C. : fim das 69 semanas iniciais. Data do batismo de Jesus, o
Ungido (v. 25)
Ano 34 d.C. : fim da última semana, completando as 70, e foi o ano do
apedrejamento do 1º mártir cristão – Estêvão.

2
Escola Missionária
IASD de Igapó

FINAL DOS 2300 ANOS


Vimos que as 70 semanas eram um “selo” sobre a profecia, pois acompanhando
os eventos históricos que ocorreriam neste período, poderíamos comprovar os
demais eventos que teriam lugar no céu, longe da vista do homem.

2300 ANOS

490 1810

457 34 1844
a.C. d.C. d.C.

Em 1844 d.C. completou-se o período profético de 2300 anos de Dn 8:14, e


nesta data ocorreu a “purificação” ou “vindicação” do santuário celestial, como
vimos no estudo anterior.
Nesta data, Jesus iniciou a obra de vindicação do santuário, cumprindo o
simbolismo que ocorria no Dia da Expiação do santuário de Israel (ver Lev. 16).
Em 1844 Jesus passou do lugar Santo, ao Santíssimo, iniciando a obra de Sumo-
Sacerdote em nosso lugar. Ele não deixou de ser nosso Intercessor, nem o passou
a ser apenas em 1844; mas agora Ele “acumula” a função de Sumo-Sacerdote, como
ocorria com os filhos de Arão no Dia da Expiação.
Como estava profetizado (Dn 8:13-14), em 1844 iniciou a restauração do
santuário, ou seja, as pessoas passaram a estudar e entender melhor este
importante tema bíblico. Isto levou ao surgimento do Movimento Adventista, que
por sua vez deu origem à Igreja Adventista do Sétimo Dia, oficializada em 1863.

Vemos que esta importante profecia nos conduz de forma precisa e confiante
até os eventos que cobririam a vida terrestre de Jesus, o Messias. Com a
confirmação de todos estes eventos, podemos ficar certos de que o restante da
profecia (a purificação e vindicação do santuário) também ocorreu de modo
preciso, e em 1844 iniciou-se o chamado Juízo Investigativo, como ocorria no Dia
da Expiação, e que traz libertação para o povo de Deus, logo antes da volta de
Jesus.

Confiantemente, podemos dizer:


MARANATA!

Prof. Gilson Medeiros


www.elpisteologia.net
JAN/2010

Você também pode gostar