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E SUAS TECNOLOGIAS
Frente: Matemática I
EAD – MEDICINA
Professor(a): Jorge Júnior
AULA 01
Assunto: Números Complexos (C) – Parte I
Resumo Teórico d
1 d = 2 é irracional
Noções iniciais 1
Qual o número natural que adicionado a 3 dá soma igual a 1? Na época de Pitágoras, os números irracionais não eram
Podemos equacionar esse problema assim: conhecidos. Hoje, sabemos que os números reais são a união
3 + x = 1, no qual o conjunto universo é U = N e o conjunto dos números racionais com os números irracionais (números
solução, S = ∅. com infinitas casas decimais sem repetição periódica como
Em N, o problema anterior não tem solução, mas considerando
2 = 1, 41421 ..., π = 3,141592... etc).
uma nova categoria de números, a dos números inteiros negativos,
cuja união com os números naturais nos dá o conjunto dos números Qual o número real cujo quadrado é igual a –1? Podemos
inteiros (Z), temos a solução x = –2. equacionar esse problema assim:
Assim, a equação 3 + x = 1, no qual o conjunto universo é x2 = –1, onde o conjunto universo é U = R e o conjunto
U = Z, tem conjunto solução S = {–2}, ou seja, existe um número que solução, S = ∅.
somado com 3 é igual a 1, só não é natural. É inteiro. Em R, o problema anterior não tem solução, mas considerando
Qual o número racional cujo quadrado é igual a 2? Podemos uma nova categoria de números, a dos números imaginários,
equacionar esse problema assim: cuja união com os números reais nos dá o conjunto dos números
x2 = 2, onde o conjunto universo é U = Q e o conjunto solução, complexos (C), temos a solução x = −1 = i (unidade imaginária)
S = ∅.
ou x = − 1 = − i.
Em Q, o problema anterior não tem solução, mas considerando
Assim, a equação x2 = 1, na qual o conjunto universo é U = ,
os números irracionais, cuja união com os números racionais
tem conjunto solução S = {– i, i}, isto é, existem números cujo quadrado
(Q) nos dá o conjunto dos números reais (R), temos as soluções
é –1, só não são reais. São imaginários.
x = 2 ou x = − 2.
Mal os matemáticos ocidentais haviam superado as dificuldades
Assim, a equação x2 = 2, na qual o conjunto universo é
com os números negativos e irracionais, já se depararam com os
{ }
U = R, tem conjunto solução S = − 2, 2 , ou seja, existe um número números complexos, por volta do século XVI, por meio de trabalhos
cujo quadrado é igual a 2, só não é racional (razão de dois inteiros), é de vários matemáticos italianos, quando da descoberta da solução
irracional (quando representado na forma decimal, apresenta infinitas de equações cúbicas.
casas decimais sem repetição periódica; não existem dois inteiros cuja
Ao resolver a equação cúbica incompleta x3 – 15x – 4 = 0,
razão seja igual a 2).
o matemático bolonhês Rafael Bombelli (cerca de 1526-1573) obteve
Durante muito tempo, acreditou-se que os números inteiros x= 3
2+ −121 + 3
2 − −121, passando a operar com a raiz
(ou razão de dois inteiros) eram suficientes para se representar todas
as medidas da natureza, do nosso mundo real. Os pitagóricos (seita
quadrada de um número negativo ( )
–121 .
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Módulo de Estudo
(Q – Z) (R – Q) Solução:
Z
2 –b ± ∆
(Z – Usando a Fórmula de Báskara x = , temos:
N
N)
2a
0 p
–1 4 ± – 32 4 4 2i 1 2
1 x= = ± ⇒x= ± i
–2 2⋅4 8 8 2 2
2
–3 0,010020003...
Note: – 32 = 24 ⋅ 2 ⋅ (–1) = 4 ⋅ 2 ⋅ –1 = 4 2 i
0,2 1 1 2 1 2
2 Resposta: S = − i; + i
0,333... 2 2 2 2
1444444444444442444444444444443
Reais (R) Exemplo 2:
Imaginários (C – R)
Sendo i a unidade imaginária, i 2 = –1, calcule a soma S =
• i = −1 • −i = − −1 i + i2 + i3 + i4 + i5 + ... + i2007.
• 5 + 15i
Solução:
• 5 − 15i Observando que 2007 = 4
1⋅23 + 3, temos:
501
2004
• i0 = 1 ∴ = S = −1
• i1 = i
• i2 = –1 Resposta: –1
• i3 = i2 ⋅ i = (–1) ⋅ i = –i
Exemplo 3:
• i4 = i3 ⋅ i = (–i) ⋅ i = –i2 = –(–1) = 1
• i5 = i4 ⋅ i = 1 ⋅ i = i Se x é uma raiz da equação x 2 + 1 = 0, calcule
• i6 = i4 ⋅ i2 = 1 ⋅ (–1) = –1 S = x4 + x8 + x12 + x16 + … + x112.
• i7 = i4 ⋅ i3 = 1 ⋅ (–i) = –i
Solução:
• i8 = (i4)2 = 12 = 1
• i9 = i8 ⋅ i = 1 ⋅ i = i I. x2 + 1 = 0 ⇒ x2 = –1
II. S = (x2)2 + (x2)4 + (x2)6 + … + (x2)56
• i10 = i8 ⋅ i2 = 1 ⋅ (–1) = –1
S = (–1)2 + (–1)4 + (–1)6 + … + (–1)56
• i11 = i8 ⋅ i3 = 1 ⋅ (–i) = –i
S = [(–1)21]1 + [(–1)2]2 + [(–1)2]3 + ... + [(–1)2]28
Nesses resultados, nota-se, facilmente, que as potências de S = (1
1+44
1+ 2
1+44
... +3
1) ⇒ S = 28
base i e expoentes múltiplos de 4 são todas iguais a 1. Veja: 28 vezes
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Módulo de Estudo
Adição de números complexos (2 +3i) ⋅ (–3 – 4i) = (–6 + 12) + (–8i – 9i) = 6 – 17i
Sendo dados Z1 = (x1, y1) e Z2 = (x2, y2), por definição, temos: –12i2 = –12(–1) = 12
Z1 + Z2 = (x2 + x2; y1 + y2) b) Z21
ou Z1 ⋅ Z1 = (2, 3) ⋅ (2, 3) = (4 – 9; 6 + 6) = (–5, 12)
(x1 + yii) + (x2 + y2i) = (x1 + x2) + (y1 + y2)i
ou
Soma das Soma das
partes reais partes
imaginárias (2 + 3i) (2 + 3i) = (4 – 9) + (6i + 6i) = –5 + 12i
Exemplos:
9i2 = 9(–1) = –9
a) (–5, 2) + (3, 1) = (–2, 3)
ou c) Z22
(–5 + 2i) + (3 + i) = (–5 + 3) + (2 + 1)i = –2 + 3i Z2 ⋅ Z2 = (–3, –4) ⋅ (–3, –4) = (9 – 16; 12 + 12) = (–7; 24)
Observação 1:
Exemplo 2:
O número complexo O’ = (0, 0) = 0 + 0i é o elemento neutro
Dados Z = (x, 2) e w = (3, –2), em que Z, w ∈ C, determine x e Z de
da adição de números complexos.
modo que Z ⋅ w seja:
De fato, para qualquer Z = (x, y) ∈ C, temos Z + 0’ = 0’ + Z = Z. a) real.
b) imaginário puro.
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Módulo de Estudo
Solução:
−4 −4 x −y
⇒Z= , 2 = + 2i Logo, para todo Z = (x, y) ≠ (0, 0), existe Z −1= 2 2 ; 2 2 ,
3 3 x +y x +y
a) x = 3 e Z = 3 + 2i
b) x =
−4
eZ=
−4
+ 2i –
3 3 Conjugado de um número complexo Z
Exemplo 3: Chamaremos de conjugado do número complexo Z = (x, y) = x + yi,
e denotaremos por Z o número complexo da forma Z = (x, –y) = x – yi.
Dados Z1 = 3 – 4i e Z2 = (5, y), em que Z1, Z2 ∈ C, calcule y para que Exemplos:
se tenha Z1 – 2(Z2)2 = (–45, 16)
a) Z = (–3, 0) = –3 ⇒ Z = (–3, –0) = –3
Solução: b) Z = (–2, –1) = –2 – i ⇒ Z = (–2, 1) = –2 + i
c) Z = (0, –4) = –4i ⇒ Z = (0, 4) = 4i
3 – 4i – 2 ⋅ (5 + yi)2 = – 45 + 16i ⇒ 3 – 4i – 2 ⋅ (25 + 10yi + y2i2) =
= – 45 + 16i. d) Z = (5, 5) = 5 + 5i ⇒ Z = (5, –5) = 5 – 5i
Resposta: y = 1
Propriedades dos números complexos conjugados
Observação 1: Dados Z = x + yi e Z = x – yi, em que Z, Z ∈ C, isto é,
O número complexo w = (1, 0) = 1 é o elemento neutro da x, y ∈ R, valem as propriedades:
multiplicação de números complexos. De fato, para qualquer Z =
Z+Z
(x, y) = x + yi ∈ C, temos que: P1) = x = Re( Z ), ∀Z ∈ C .
w ⋅ Z = Z ⋅ w = (x – 0; y + 0) = (x, y) = Z. 2 ↓
para todo (ou qualquer que seja)
Z+Z
Observação 2: P2) = y = Im( Z ), ∀Z ∈ C .
2i
Para qualquer número complexo Z = (x, y) = x + yi ≠ (0, 0), P3) Z ⋅ Z = x 2 + y 2, isto é, Z ⋅ Z real não negativo, ∀Z ∈ C.
existe o inverso multiplicativo w = Z–1, tal que:
Z ⋅ Z–1 = Z–1 ⋅ Z = (1, 0) = 1. P4) Z1 + Z2 = Z1 + Z2 , ∀Z1, Z2 ∈ C (o conjugado da soma é a soma dos
conjugados).
De fato, sendo w = Z–1 = (x0, y0) ≠ (0, 0), tal que:
De fato, se Z1 = a + bi e Z2 = c + di, temos:
(x, y) ⋅ (x0, y0) = (1, 0) ou (x0, y0) · ( x, y) = (1, 0), temos:
• Z1 + Z2 = (a + c) + (b + d)i ⇒ Z1 + Z2 = (a + c) – (b + d)i
(xx0 – yy0; xy0 + yx0) = (1, 0)
• Z1 + Z2 = (a – bi) + (c – di) ⇒ Z1 + Z2 = (a + c) – (b + d)i
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Módulo de Estudo
Z1 Z1 Solução:
Z = (O conjugado do quociente é o quociente dos
Queremos Zk = x + yi, em que x, y ∈ R, tais que:
2 Z2
conjugados) (x + yi)2 = –9 + 0i ⇒ (x2 – y2) + 2xyi = –9 + 0i
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Módulo de Estudo
Logo, as raízes quadradas de –9 são 3i e –3i. 06. (IFCE) Sendo i a unidade imaginária tal que i2 = –1, são dados
os números complexos z1 = 9 + 3i e z2 = –2 + i. Ao calcular
Note: (± 3i)2 = –9 corretamente o produto z1 · z2, obtemos o número
A) 21 – 6i
B) –18 – 6i
C) –18 + 3i
D) 18 – 3i
E) –21 + 3i
Exercícios
07. (EEAR) Sabe-se que os números complexos
Z1 = [2m (3 + m)] + (3n + 5)i e Z2 = (2m2 + 12) + [4(n + 1)]i são
iguais. Então, os valores de m e n são, respectivamente:
01. Sendo i = −1 , as raízes complexas da equação x2 – x + 1 = 0 são
iguais a: A) 3 e 1
B) 2 e 1
1 3 1 3 C) 2 e –1
A) − − i e − + i D) 3 e –1
2 2 2 2
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Módulo de Estudo
1+ ai
11. (Unicamp) Considere o número complexo z = , onde a
a−i
é um número real e i é a unidade imaginária, isto é, i2 = – 1.
O valor de z2016 é igual a:
A) a2016
B) 1
C) 1 + 2016i
D) i
3 + 2i
12. O valor do número real m, de modo que a expressão + mi18
2 + mi
seja um número real, no qual i é a unidade imaginária, pertence
ao intervalo:
A) [0, 1[
B) [1, 2[
C) [2, 3[
D) [3, 4]
1 + itg α
13. Reduzindo o número complexo à forma algébrica,
1 − itg α
obtemos:
A) cos (2a) + i ⋅ sen (2a)
B) – cos (2a) + i ⋅ sen (2a)
C) cos (2a) – i ⋅ sen (2a)
D) cos a + i ⋅ sen a
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Módulo de Estudo
Resoluções 2a + 2
II. Z é imaginário puro → 2 = 0 → 2a + 2 = 0 → a = –1 →
−5 a +4
Z= ⋅i = − i
01. Para a equação dada, temos que: 5
∆ = 1 − 4 = 3 ⋅ ( −1) = 3 i Resposta: A) a = 4
B) a = – 1
1± 3 i
x=
2 05. Sendo Z = a + bi, onde a e b são reais, temos que Z = a − bi.
Logo,
1 3 1 3
Assim, as raízes são: z1 = + i e z2 = − i a = 2
2 2 2 2 5 (a + bi) + (a − bi) = 12 + 16i ⇒ 6a + 4bi = 12 + 16i ⇒
Resposta: D b = 4
Portanto,
02. Observando o produto notável (A – B) (A2 + AB + B2) = A3 – B3, Z = 2 + 4i
temos que:
x3 – 1 = 0 ⇒ Resposta: D
(x – 1) (x2 + x + 1) = 0
06. Lembrando que i2 = –1, temos que:
Daí,
x – 1 = 0 ⇒ x = 1 (raiz real)
(9 + 3i) ⋅ ( −2 + i) = −18 + 9i − 6i + 3i2
= −18 + 3i + 3 ⋅ ( −1)
ou
= −21+ 3i
−1± −3 −1± 3 ⋅ −1 −1 3i
x2 + x + 1= 0 ⇒ x = ⇒x= ⇒x= ±
2 2 2 2
Resposta: E
Assim, as raízes não reais (imaginárias) da equação são:
07. Como Z1 = Z2, as suas partes reais devem ser iguais, bem como
1 3i 1 3i as imaginárias. Daí, temos:
z1 = − + e z2 = − −
2 2 2 2
2m × (3 + m) = 2m2 + 12 ⇒ 6m = 12 ⇒ m = 2
1 Z1 = Z2 ⇒
p = m = 2 e, portanto, 3n + 5 = 4 × (n + 1) ⇒ 3n + 5 = 4n + 4 ⇒ n = 1
Daí,
q = n = 3
2 Portanto, m = 2 e n = 1
1 3 Resposta: B
p + q + m + n ⇒ 2⋅ + 2⋅ = 1+ 3
2 2
08. Temos que:
Resposta: D k1z1 + k2z2 = z3 → k1(2 + 2 · i) + k2(5 – 6 · i) = – 4 + 18 · i →
→ (2k1 + 5k2) + (2k1 – 6k2) · i = – 4 + 18 · i
03. Lembre-se que:
i0 = 1; i1 = i; i2 = –1, i3 = –i e para n ≥ 4 temos que in = ir, onde r As partes reais e as partes imaginárias devem ser, respectivamente,
é o resto da divisão de n por 4. iguais. Daí, obtemos:
Daí, dividindo-se 227, 6 e 13 por 4, obtemos restos respectivamente
iguais a 3, 2 e 1. Daí, ficamos com:
{ 2k1 + 5k 2 = − 4
2k1 − 6k 2 = 18
Subtraindo membro a membro, encontramos:
5∙i227 + i6 – i13 = 5 ∙ i3 + i2 – i1
11k2 = – 22 → k2 = – 2 → k1 = 3.
= 5 ∙ (–i) + (–1) – i
Portanto,
= – 6i – 1
1
k1k2 = 3−2 = .
Resposta: C 9
Resposta: E
04.
2+i (2 + i) ⋅ (a − 2i) 2a − 4i + ai − 2i2 (09.
2a +A2soma
) + ( −S4apresenta
+ a)i (n +21)
a +termos;
2 ( −os
4 +restos
a) das divisões por 4 de
Z= →Z= →Z= →Z= 1022 = 100, 103 = →1000,
Z = ..., n+ ⋅i
2 10 são 2todos iguais a zero; e o resto
a + 2i (a + 2i)(a − 2i) a − 4i
2 2
a +4 a +4 a +4
da divisão de 10 por 4 é 2. Daí, temos:
S = i0 + i2 + (i0 + i0 + i0 + ... + i0), em um total de (n + 1) termos.
4i + ai − 2i2 (2a + 2) + ( −4 + a)i 2a + 2 ( −4 + a) S = i0 + i2 + (n – 1) · i0
→Z= →Z= 2 + ⋅i
a2 − 4i2 a2 + 4 a + 4 a2 + 4 S = 1 + (–1) + (n – 1) · 1
S=n–1
−4 +a 10 1
I. Z é real → =0 →–4+a=0→a=4→ Z= = Resposta: B
a2 + 4 20 2
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Módulo de Estudo
6 + 2m −3m + 4
→E = − m + i
4 + m2 4 + m2
−3m + 4 4
= 0 → −3m + 4 = 0 → m = = 1, 33... ∈ [1, 2[
4 + m2 3
Resposta: B
13.
sen α
1+ i ⋅
cos α cos α + i ⋅ sen α (cos α + i ⋅ sen α )(cos α + i ⋅ sen α ) cos2 α + i ⋅ 2 cos α ⋅ sen α − sen2 α
E= →E= →E= →E =
sen α cos α − i ⋅ sen α (cos α − i ⋅ sen α )(cos α + i ⋅ sen α ) cos2 α − i2 ⋅ sen2 α
1− i ⋅
cos α
Resposta: A
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