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MATEMÁTICA

E SUAS TECNOLOGIAS
Frente: Matemática I
EAD – MEDICINA
Professor(a): Jorge Júnior

AULA 01
Assunto: Números Complexos (C) – Parte I

Resumo Teórico d
1 d = 2 é irracional

Noções iniciais 1

Qual o número natural que adicionado a 3 dá soma igual a 1? Na época de Pitágoras, os números irracionais não eram
Podemos equacionar esse problema assim: conhecidos. Hoje, sabemos que os números reais são a união
3 + x = 1, no qual o conjunto universo é U = N e o conjunto dos números racionais com os números irracionais (números
solução, S = ∅. com infinitas casas decimais sem repetição periódica como
Em N, o problema anterior não tem solução, mas considerando
2 = 1, 41421 ..., π = 3,141592... etc).
uma nova categoria de números, a dos números inteiros negativos,
cuja união com os números naturais nos dá o conjunto dos números Qual o número real cujo quadrado é igual a –1? Podemos
inteiros (Z), temos a solução x = –2. equacionar esse problema assim:
Assim, a equação 3 + x = 1, no qual o conjunto universo é x2 = –1, onde o conjunto universo é U = R e o conjunto
U = Z, tem conjunto solução S = {–2}, ou seja, existe um número que solução, S = ∅.
somado com 3 é igual a 1, só não é natural. É inteiro. Em R, o problema anterior não tem solução, mas considerando
Qual o número racional cujo quadrado é igual a 2? Podemos uma nova categoria de números, a dos números imaginários,
equacionar esse problema assim: cuja união com os números reais nos dá o conjunto dos números
x2 = 2, onde o conjunto universo é U = Q e o conjunto solução, complexos (C), temos a solução x = −1 = i (unidade imaginária)
S = ∅.
ou x = − 1 = − i.
Em Q, o problema anterior não tem solução, mas considerando
Assim, a equação x2 = 1, na qual o conjunto universo é U = ,
os números irracionais, cuja união com os números racionais
tem conjunto solução S = {– i, i}, isto é, existem números cujo quadrado
(Q) nos dá o conjunto dos números reais (R), temos as soluções
é –1, só não são reais. São imaginários.
x = 2 ou x = − 2.
Mal os matemáticos ocidentais haviam superado as dificuldades
Assim, a equação x2 = 2, na qual o conjunto universo é
com os números negativos e irracionais, já se depararam com os
{ }
U = R, tem conjunto solução S = − 2, 2 , ou seja, existe um número números complexos, por volta do século XVI, por meio de trabalhos
cujo quadrado é igual a 2, só não é racional (razão de dois inteiros), é de vários matemáticos italianos, quando da descoberta da solução
irracional (quando representado na forma decimal, apresenta infinitas de equações cúbicas.
casas decimais sem repetição periódica; não existem dois inteiros cuja
Ao resolver a equação cúbica incompleta x3 – 15x – 4 = 0,
razão seja igual a 2).
o matemático bolonhês Rafael Bombelli (cerca de 1526-1573) obteve
Durante muito tempo, acreditou-se que os números inteiros x= 3
2+ −121 + 3
2 − −121, passando a operar com a raiz
(ou razão de dois inteiros) eram suficientes para se representar todas
as medidas da natureza, do nosso mundo real. Os pitagóricos (seita
quadrada de um número negativo ( )
–121 .

existente na Grécia no século VI a.C., cujo fundador foi Pitágoras)


Note: –121 = –1× (121) = 11 –1 = 11i .
viam os números racionais (inteiros ou razão de dois inteiros) como
verdadeiras divindades, haja vista a condenação de Hipaso (discípulo Mais tarde, outros matemáticos também utilizaram o símbolo
de Pitágoras) à morte por afogamento, por ter conjecturado que a
–1 e, a partir daí, os números complexos começaram a perder um
simples medida da diagonal de um quadrado de lado igual a 1 não
pouco do caráter sobrenatural que tinham até então, mas só foram
era inteira nem razão de dois inteiros (era irracional, existia no nosso
mundo real, mas não era racional). totalmente aceitos no século XIX.

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Módulo de Estudo

Unidade imaginária Assim, dado in, com n ∈ n, temos:

Introduzindo o elemento matemático denominado unidade


n 4 ⇒ n = 4k + r
imaginária, que será indicado pela letra i, tal que i = −1 ou i2 = − 1,
r k
a equação do 2º grau x2 – 10x + 40 = 0, que no conjunto dos reais
(R) não tem solução, passa a ter as soluções x = 5 ± −15, ou seja, resto: 0, 1, 2 ou 3
x = 5 + 15 i ou x = 5 − 15 i, só não são reais. São raízes imaginárias,
1, se r = 0
pertencem ao conjunto (C – R), complementar dos números reais em 4k + r
i, se r = 1
Daí, i = i n
=i 4k
⋅i ⇒i = i = 
r n r

relação aos números complexos. − 1, se r = 2



 − i, se r = 3
Usando diagramas, podemos representar o conjunto dos 1
números complexos (C) e seus principais subconjuntos assim: Exemplo 1:

Complexos (C) Sendo U = C, resolva a seguinte equação do 2º grau: 4x 2


Racionais (Q) Irracionais (R – Q)
– 4x + 3 = 0.

(Q – Z) (R – Q) Solução:
Z
2  –b ± ∆ 
(Z – Usando a Fórmula de Báskara  x = , temos:
N
N)
 2a 
0 p
–1 4 ± – 32 4 4 2i 1 2
1 x= = ± ⇒x= ± i
–2 2⋅4 8 8 2 2
2
–3 0,010020003...
Note: – 32 = 24 ⋅ 2 ⋅ (–1) = 4 ⋅ 2 ⋅ –1 = 4 2 i
0,2 1  1 2 1 2 
2 Resposta: S =  − i; + i
0,333...  2 2 2 2 
1444444444444442444444444444443
Reais (R) Exemplo 2:
Imaginários (C – R)
Sendo i a unidade imaginária, i 2 = –1, calcule a soma S =
• i = −1 • −i = − −1 i + i2 + i3 + i4 + i5 + ... + i2007.
• 5 + 15i
Solução:
• 5 − 15i Observando que 2007 = 4
1⋅23 + 3, temos:
501
2004

S = (i + i + i + i + i + ... + i ) + (i2005 + i2006 + i2007 )


2 3 4 5 2004

Potências de base i = – 1 S = (i + i2 + i3 + i4 ) + (i + i2 + i3 + i4 ) + ... + (i + i2 + i3 + i4 ) + (i + i2 + i3 )


S = (1
i −412− i4+31) + (1i −4
12 − i4
+31) + ... + (1i −412− i4+31) + (12− 14
i4 −3i)
Observe os seguintes resultados, onde se tem i2 = –1: zero zero zero −1

• i0 = 1 ∴ = S = −1
• i1 = i
• i2 = –1 Resposta: –1
• i3 = i2 ⋅ i = (–1) ⋅ i = –i
Exemplo 3:
• i4 = i3 ⋅ i = (–i) ⋅ i = –i2 = –(–1) = 1
• i5 = i4 ⋅ i = 1 ⋅ i = i Se x é uma raiz da equação x 2 + 1 = 0, calcule
• i6 = i4 ⋅ i2 = 1 ⋅ (–1) = –1 S = x4 + x8 + x12 + x16 + … + x112.
• i7 = i4 ⋅ i3 = 1 ⋅ (–i) = –i
Solução:
• i8 = (i4)2 = 12 = 1
• i9 = i8 ⋅ i = 1 ⋅ i = i I. x2 + 1 = 0 ⇒ x2 = –1
II. S = (x2)2 + (x2)4 + (x2)6 + … + (x2)56
• i10 = i8 ⋅ i2 = 1 ⋅ (–1) = –1
S = (–1)2 + (–1)4 + (–1)6 + … + (–1)56
• i11 = i8 ⋅ i3 = 1 ⋅ (–i) = –i
S = [(–1)21]1 + [(–1)2]2 + [(–1)2]3 + ... + [(–1)2]28
Nesses resultados, nota-se, facilmente, que as potências de S = (1
1+44
1+ 2
1+44
... +3
1) ⇒ S = 28
base i e expoentes múltiplos de 4 são todas iguais a 1. Veja: 28 vezes

i0 = i4 = i8 = i12 = i16 = … = i4k = (i4)k = (1)k = 1, onde k ∈ N. Resposta: 28

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Módulo de Estudo

Definição de números complexos Observação 2:


O conjunto C dos pares ordenados (x; y), no qual x ∈ R e y ∈ R, será Todo número complexo Z = (x, y) = x + yi apresenta um
denominado conjunto dos números complexos. único oposto w = (–x, –y) = –x – yi = –(x + yi) = – (x, y).
De fato, dados Z = (x, y) e w = (a, b), tais que Z + w = 0’,
Em símbolos: Z ∈ C ⇔ Z = ( x, y ), sendo x ∈ R e y ∈ R . na qual 0’ = (0, 0), temos:
x + a = 0 a = − x
 
O número complexo Z = (x, y) também pode ser representado ( x + a; y + b) = (0, 0) ⇒  e ⇒ e
na forma algébrica Z = x + yi. O primeiro elemento do par ordenado (x) y + b = 0 b = − y
chama-se parte real ou componente real do número complexo Z,
e indica-se por Re(Z) = x. O segundo elemento do par ordenado (y) Daí, w = (–x, –y) = –x – yi
chama-se parte imaginária ou componente imaginário, e indica-se
por Im(Z) = y.
Multiplicação de números complexos
Assim, por exemplo, são considerados números complexos:
• Z = (0, 2) ou Z = 0 + 2i = 2i (número imaginário puro). Sendo Z1 = (x1, y1) e Z2 = (x2, y2), em que Z1, Z2 ∈ C, definimos
a multiplicação em C do seguinte modo:
• Z = (2, 0) ou Z = 2 + 0 × i = 2 (número real). (x1; y1) ⋅ (x2; y2) = (x1x2 – y1y2; x1y2 + x2y1)
• Z = (2, 2) ou Z = 2 + 2i (número imaginário).
ou
• Z = (–1, 5) ou Z = –1 + 5i.
(x1 + y1i) ⋅ (x2 + y2i) = (x1x2 – y1y2) + (x1y2 + x2y1)i
Propriedades dos números complexos
Note: y1y2i2 = y1y2 ⋅ (–1) = – y1y2 é real
Igualdade de números complexos
Exemplo 1:
Por tratar-se de pares ordenados, dois números complexos são
iguais se têm, respectivamente, os mesmos componentes: Dados Z1 = (2, 3), Z2 = (–3, –4), calcule:
(a, b) = (c, d) ⇔ a = c e b = d a) Z1 ⋅ Z2
Z1 ⋅ Z2 = (2, 3) ⋅ (–3, –4) = (–6 + 12; –8 – 9) = (6, –17)
123

a = c (partes reais iguais)


a + bi = c + di ⇔
b = d (partes imaginárias iguais)
ou

Adição de números complexos (2 +3i) ⋅ (–3 – 4i) = (–6 + 12) + (–8i – 9i) = 6 – 17i

Sendo dados Z1 = (x1, y1) e Z2 = (x2, y2), por definição, temos: –12i2 = –12(–1) = 12
Z1 + Z2 = (x2 + x2; y1 + y2) b) Z21
ou Z1 ⋅ Z1 = (2, 3) ⋅ (2, 3) = (4 – 9; 6 + 6) = (–5, 12)
(x1 + yii) + (x2 + y2i) = (x1 + x2) + (y1 + y2)i
ou
Soma das Soma das
partes reais partes
imaginárias (2 + 3i) (2 + 3i) = (4 – 9) + (6i + 6i) = –5 + 12i
Exemplos:
9i2 = 9(–1) = –9
a) (–5, 2) + (3, 1) = (–2, 3)
ou c) Z22
(–5 + 2i) + (3 + i) = (–5 + 3) + (2 + 1)i = –2 + 3i Z2 ⋅ Z2 = (–3, –4) ⋅ (–3, –4) = (9 – 16; 12 + 12) = (–7; 24)

b) (1, –3) + (2, –2) = (3, –5) ou


ou
(–3 – 4i) ⋅ (–3 – 4i) = (9 – 16) + (12i + 12i) = –7 + 24i
(1 – 3i) + (2 – 2i) = (1 + 2) + (–3 – 2)i = 3 – 5i
+ 16i2 = –16

Observação 1:
Exemplo 2:
O número complexo O’ = (0, 0) = 0 + 0i é o elemento neutro
Dados Z = (x, 2) e w = (3, –2), em que Z, w ∈ C, determine x e Z de
da adição de números complexos.
modo que Z ⋅ w seja:
De fato, para qualquer Z = (x, y) ∈ C, temos Z + 0’ = 0’ + Z = Z. a) real.
b) imaginário puro.

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Módulo de Estudo

Solução:

Z ⋅ w = (x + 2i) (3 – 2i) ⇒ Z ⋅ w = (3x + 4) + (–2x + 6) i


Daí: { xx 0 − yy 0 = 1
xy 0 + yx 0 = 0
⇒{xx 0 − yy 0 = 1
yx 0 + xy 0 = 0
123 123
Re(Zw) Im(Zw)
Como x2 + y2 ≠ 0, resolvendo o sistema, obtemos:
Então, devemos ter:
1 −y x 1
a) –2x + 6 = 0 ⇒ x = 3 ⇒ Z = (3, 2) = 3 + 2i 0 x x y 0 −y
x0 = ⇒ x0 = 2 e y0 = ⇒ y0 = 2
x −y x + y2 x −y x + y2
−4  − 4 y x y x
b) 3x + 4 = 0 e –2x + 6 ≠ 0 ⇒ x = e − 2 +6≠0⇒
3  3 

 −4  −4  x −y 
⇒Z= , 2 = + 2i Logo, para todo Z = (x, y) ≠ (0, 0), existe Z −1=  2 2 ; 2 2  ,
 3  3  x +y x +y 

Resposta: tais que Z ⋅ Z–1 = Z–1 ⋅ Z = (1, 0), em que Z, Z–1 ∈ C.

a) x = 3 e Z = 3 + 2i

b) x =
−4
eZ=
−4
+ 2i –
3 3 Conjugado de um número complexo Z
Exemplo 3: Chamaremos de conjugado do número complexo Z = (x, y) = x + yi,
e denotaremos por Z o número complexo da forma Z = (x, –y) = x – yi.
Dados Z1 = 3 – 4i e Z2 = (5, y), em que Z1, Z2 ∈ C, calcule y para que Exemplos:
se tenha Z1 – 2(Z2)2 = (–45, 16)
a) Z = (–3, 0) = –3 ⇒ Z = (–3, –0) = –3
Solução: b) Z = (–2, –1) = –2 – i ⇒ Z = (–2, 1) = –2 + i
c) Z = (0, –4) = –4i ⇒ Z = (0, 4) = 4i
3 – 4i – 2 ⋅ (5 + yi)2 = – 45 + 16i ⇒ 3 – 4i – 2 ⋅ (25 + 10yi + y2i2) =
= – 45 + 16i. d) Z = (5, 5) = 5 + 5i ⇒ Z = (5, –5) = 5 – 5i

Daí: Dados os números complexos Z = (x, y) = x + yi e


Z = (x, –y) = x – yi, saiba que:
(3 – 50 + 2y2) + (–4 – 20y)i = –45 + 16i
• Z e Z são ditos conjugados;
Observando a igualdade de números complexos (pares • o conjugado de um número real é o próprio número real.
ordenados), devemos ter, ao mesmo tempo:
Veja: Z = (x, 0) = x é real e Z = (x, –0) = (x, 0) = Z, isto é, se Z
I. – 47 + 2y2 = – 45 ⇒ y2 = 1 ⇒ y = 1 ou y = –1
= (x, 0), então, Z = Z = Re(Z) = Re( Z ).
II. – 4 – 20y = 16 ⇒ y = 1
Re( Z ) = Re( Z ) = x
• 
Assim, y = 1 satisfaz as duas igualdades simultaneamente. Im( Z ) = − Im( Z ) = y

Resposta: y = 1
Propriedades dos números complexos conjugados
Observação 1: Dados Z = x + yi e Z = x – yi, em que Z, Z ∈ C, isto é,
O número complexo w = (1, 0) = 1 é o elemento neutro da x, y ∈ R, valem as propriedades:
multiplicação de números complexos. De fato, para qualquer Z =
Z+Z
(x, y) = x + yi ∈ C, temos que: P1) = x = Re( Z ), ∀Z ∈ C .
w ⋅ Z = Z ⋅ w = (x – 0; y + 0) = (x, y) = Z. 2 ↓
para todo (ou qualquer que seja)
Z+Z
Observação 2: P2) = y = Im( Z ), ∀Z ∈ C .
2i
Para qualquer número complexo Z = (x, y) = x + yi ≠ (0, 0), P3) Z ⋅ Z = x 2 + y 2, isto é, Z ⋅ Z real não negativo, ∀Z ∈ C.
existe o inverso multiplicativo w = Z–1, tal que:
Z ⋅ Z–1 = Z–1 ⋅ Z = (1, 0) = 1. P4) Z1 + Z2 = Z1 + Z2 , ∀Z1, Z2 ∈ C (o conjugado da soma é a soma dos
conjugados).
De fato, sendo w = Z–1 = (x0, y0) ≠ (0, 0), tal que:
De fato, se Z1 = a + bi e Z2 = c + di, temos:
(x, y) ⋅ (x0, y0) = (1, 0) ou (x0, y0) · ( x, y) = (1, 0), temos:
• Z1 + Z2 = (a + c) + (b + d)i ⇒ Z1 + Z2 = (a + c) – (b + d)i
(xx0 – yy0; xy0 + yx0) = (1, 0)
• Z1 + Z2 = (a – bi) + (c – di) ⇒ Z1 + Z2 = (a + c) – (b + d)i

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Módulo de Estudo

P5) Z1 ⋅ Z2 = Z1 ⋅ Z2 , ∀Z1, Z2 ∈ C (o conjugado do produto é o produto De fato:


dos conjugados). Z
• 1 =
( x1x 2 + y1y 2 ; − x1y 2 + y1x 2 )=
Z2 x 22 + y 22
De fato, se Z1 = (a, b) e Z2 = (c, d), temos:
• Z1 ⋅ Z2 = (ac – bd; ad + bc) = (ac – bd; –ad – bc) x1x 2 + y1y 2  x y − y1x 2 
= −  1 22 i ∴
• Z1 ⋅ Z2 = (a, −b) ⋅ (c, −d) ⇒ Z1 ⋅ Z2 = (ac − bd; −ad − bc ) x 22 + y 22  x 2 + y 22 

Divisão de números complexos Z  x x + y1y 2


∴  1  = 1 22
 x y − y1x 2 
+  1 22 i
(forma algébrica)  Z2  x 2 + y 22  x 2 + y 22 

Sejam Z1 = x1 + y1i e Z2 = x2 + y2i, onde Z1, Z2 ∈ C e Z2 ≠ (0, 0). Z1 ( x1 − y1i) ( x 2 + y 2i)


• = ⋅ =
Z1 Z Z2 Z2 x 2 − y 2i ( x 2 + y 2i)
Observando que = 1 · , temos:
Z2 Z2 Z2
x1x 2 + y1y 2  x1y 2 − y1x 2 
= + 2 i
Z1
=
( x1; y1) ⋅ ( x 2 ; − y 2 ) = ( x1x 2 + y1y 2 ; − x1y 2 + y1x 2 ) . x 22 + y 22  x 2 + y 22 
Z2 ( x 2 ; y 2 ) ⋅ ( x 2 ; − y 2 ) x 22 + y 22
Exemplo 2:
Exemplo 1:
2+i
Dados Z1 = (–2, 3) e Z2 = (1, 4), onde Z1, Z2 ∈ C, calcule: Determine m ∈ R, para que o número complexo Z =
seja: 1 + mi
a)
Z1 a) real.
Z2 b) imaginário puro.

Z1 ( −2 + 3i) (1− 4i) ( −2 + 12) + (8i + 3i) Solução:
= ⋅ = ⇒
Z2 (1+ 4i) (1− 4i) 1+ 16 − 4i + 4i (2 + i) ⋅ (1 − mi) = (2 + m) + ( −2m + 1) i ⇒
Temos: Z =
(1 + mi) (1 − mi) 1 + m2
Z1 10 11i  10 11
⇒ = + = , 
Z2 17 17  17 17  2+m −2m + 1
⇒Z= + i
1 + m2 1 + m2
b)
1
Z1 Então, devemos ter:

1
=
1 Z1
⋅ =
1

( −2 − 3i) = −2 − 3i

a)
Z1 Z1 Z1 ( −2 + 3i) ( −2 − 3i) 4 + 9 + 6i − 6i − 2m + 1 1
= 0 ⇒ − 2m + 1 = 0 ⇒ m =
1+ m 2
2
1 −2 3  −2 −3
⇒ = Z1−1 = − i= , b)
Z1 13 13  13 13 
2+m −2m + 1 −2 ( −2) + 1
=0e ≠ 0 ⇒ m = −2 e ≠0
1 + m2 1 + m2 1 + ( −2)
2
c)
Z2
Z1
Resposta:
Z2
=
(1 + 4i) ( −2 + 3i)
⋅ =
( −2 − 12) + (3i − 8i) ⇒ a) m =
1
Z1 ( −2 − 3i) ( −2 + 3i) 4 + 9 − 6i + 6i 2
b) m = –2
Z2 −14 5  −14 −5 
⇒ = − i= ,
Z1 13 13  13 13 
Exemplo 3:

Observação: Nos complexos, a raiz quadrada do número complexo Z são


Dados os números complexos os números complexos da forma Zk = x + yi, tais que (Zk)2 = Z, em que
Z1 = x1 + y1i e Z2 = x2 + y2i ≠ (0,0), vale a propriedade: K ∈ {0, 1}. Calcule, em C, as raízes quadradas de –9.

 Z1  Z1 Solução:
 Z  = (O conjugado do quociente é o quociente dos
Queremos Zk = x + yi, em que x, y ∈ R, tais que:
2 Z2
conjugados) (x + yi)2 = –9 + 0i ⇒ (x2 – y2) + 2xyi = –9 + 0i

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Módulo de Estudo

E, da igualdade de números complexos (pares ordenados), 2+i


temos, simultaneamente: 04. Seja Z = um número complexo. Calcule o valor de a de
a + 2i
modo que Z seja:
x 2 − y 2 = − 9
2xy = 0 A) real.

B) imaginário puro.
Daí:
05. (UPF - Adaptado) Sendo Z o conjugado do número complexo
 y = 3 ⇒ Z0 = 0 + 3i = (0, 3) Z, e i a unidade imaginária, o número complexo Z, tal que
x = 0 ⇒ − y 2 = − 9 ⇒ ou
  5Z + Z = 12 + 16i, é igual a:
 y = − 3 ⇒ Z1 = 0 − 3i = (0, − 3)
  A) –2 + 2i
2xy = 0 ⇒ ou B) 2 – 3i
y = 0 ⇒ x 2 = − 9 ⇒ x ∉ R C) 3 + 1

 D) 2 + 4i
 E) 1 + 2i

Logo, as raízes quadradas de –9 são 3i e –3i. 06. (IFCE) Sendo i a unidade imaginária tal que i2 = –1, são dados
os números complexos z1 = 9 + 3i e z2 = –2 + i. Ao calcular
Note: (± 3i)2 = –9 corretamente o produto z1 · z2, obtemos o número
A) 21 – 6i
B) –18 – 6i
C) –18 + 3i
D) 18 – 3i
E) –21 + 3i
Exercícios
07. (EEAR) Sabe-se que os números complexos
Z1 = [2m (3 + m)] + (3n + 5)i e Z2 = (2m2 + 12) + [4(n + 1)]i são
iguais. Então, os valores de m e n são, respectivamente:
01. Sendo i = −1 , as raízes complexas da equação x2 – x + 1 = 0 são
iguais a: A) 3 e 1
B) 2 e 1
1 3 1 3 C) 2 e –1
A) − − i e − + i D) 3 e –1
2 2 2 2

1 3 1 3 08. (Uepa) Um dos resultados importantes da produção de


B) − − i e + i
2 2 2 2 conhecimentos reside na possibilidade que temos de fazer
a interação de múltiplos saberes. O conceito de número
1 3 1 3 complexo é um bom exemplo dessa possibilidade exploratória
C) − i e − + i
2 2 2 2 da produção científica, ao permitir relações com álgebra,
geometria plana, geometria analítica, trigonometria, séries e
1 3 1 3
D) − i e + i aritmética. Neste sentido, considere os números complexos
2 2 2 2
z1 = 2 + 2 · i, z2 = 5 – 6 · i, z3 = – 4 + 18 · i e os números reais
k1 e k2, tais que a soma dos números complexos k1z1 e k2z2 resulta
02. (Uece) Os números complexos z1 = p + qi e z2 = m + ni são as o complexo z3. Nestas condições, o valor de k1k2 é:
raízes não reais da equação x3 – 1 = 0. O resultado numérico da A) 9
expressão |p| + |q| + |m| + |n| é: B) 8
C) 1
A) 2 + 3
1
D)
B) 3 + 2 8
C) 1 + 2
E)
1
9
D) 1 + 3
2 3 4 n
09. ( U VA ) S e S = i0 + i10 + i10 + i10 + i10 + ... + i10 , o n d e i = −1
03. Se i é o número complexo cujo quadrado igual a –1, então,
(unidade imaginária), então S é igual a:
o valor de 5 · i227 + i6 – i13 é igual a A) –1
A) i + 1 B) n – 1
B) 4i – 1 C) n
D) n – 2
C) –6i – 1
D) –6i

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Módulo de Estudo

10. (UEPB) O produto dos números complexos (3 – i) (x + 2yi) é um


número real quando o ponto P(x, y) está sobre a reta de equação:
A) 6x + y = 0 Anotações
B) 6x – y = 0
C) x + 6y = 0
D) 6y – x = 0
E) 3y – x =

1+ ai
11. (Unicamp) Considere o número complexo z = , onde a
a−i
é um número real e i é a unidade imaginária, isto é, i2 = – 1.
O valor de z2016 é igual a:
A) a2016
B) 1
C) 1 + 2016i
D) i

3 + 2i
12. O valor do número real m, de modo que a expressão + mi18
2 + mi
seja um número real, no qual i é a unidade imaginária, pertence
ao intervalo:
A) [0, 1[
B) [1, 2[
C) [2, 3[
D) [3, 4]

1 + itg α
13. Reduzindo o número complexo à forma algébrica,
1 − itg α
obtemos:
A) cos (2a) + i ⋅ sen (2a)
B) – cos (2a) + i ⋅ sen (2a)
C) cos (2a) – i ⋅ sen (2a)
D) cos a + i ⋅ sen a

14. (FGV) Sendo i a unidade imaginária, então (1 + i)20 – (1 – i)20


é igual a:
A) – 1024
B) – 1024i
C) 0
D) 1024
E) 1024i

15. (Uece) O conjugado, Z , do número complexo Z = x +


iy, com x e y números reais, é definido por Z = x – iy.
Identificando o número complexo Z = x + iy com o ponto
(x, y) no plano cartesiano, podemos afirmar corretamente que
o conjunto dos números complexos Z que satisfazem a relação
Z Z + Z + Z = 0 estão sobre
A) uma reta.
B) uma circunferência.
C) uma parábola.
D) uma elipse.

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7 F B O N L I NE .C O M . B R
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Módulo de Estudo

Resoluções 2a + 2
II. Z é imaginário puro → 2 = 0 → 2a + 2 = 0 → a = –1 →
−5 a +4
Z= ⋅i = − i
01. Para a equação dada, temos que: 5

∆ = 1 − 4 = 3 ⋅ ( −1) = 3 i Resposta: A) a = 4
B) a = – 1
1± 3 i
x=
2 05. Sendo Z = a + bi, onde a e b são reais, temos que Z = a − bi.
Logo,
1 3 1 3
Assim, as raízes são: z1 = + i e z2 = − i a = 2
2 2 2 2 5 (a + bi) + (a − bi) = 12 + 16i ⇒ 6a + 4bi = 12 + 16i ⇒ 
Resposta: D b = 4
Portanto,
02. Observando o produto notável (A – B) (A2 + AB + B2) = A3 – B3, Z = 2 + 4i
temos que:
x3 – 1 = 0 ⇒ Resposta: D
(x – 1) (x2 + x + 1) = 0
06. Lembrando que i2 = –1, temos que:
Daí,
x – 1 = 0 ⇒ x = 1 (raiz real)
(9 + 3i) ⋅ ( −2 + i) = −18 + 9i − 6i + 3i2

= −18 + 3i + 3 ⋅ ( −1)
ou
= −21+ 3i
−1± −3 −1± 3 ⋅ −1 −1 3i
x2 + x + 1= 0 ⇒ x = ⇒x= ⇒x= ±
2 2 2 2
Resposta: E
Assim, as raízes não reais (imaginárias) da equação são:
07. Como Z1 = Z2, as suas partes reais devem ser iguais, bem como
1 3i 1 3i as imaginárias. Daí, temos:
z1 = − + e z2 = − −
2 2 2 2
 2m × (3 + m) = 2m2 + 12 ⇒ 6m = 12 ⇒ m = 2
 1 Z1 = Z2 ⇒ 
 p = m = 2 e, portanto, 3n + 5 = 4 × (n + 1) ⇒ 3n + 5 = 4n + 4 ⇒ n = 1
Daí, 
q = n = 3
 2 Portanto, m = 2 e n = 1

1 3 Resposta: B
p + q + m + n ⇒ 2⋅ + 2⋅ = 1+ 3
2 2
08. Temos que:
Resposta: D k1z1 + k2z2 = z3 → k1(2 + 2 · i) + k2(5 – 6 · i) = – 4 + 18 · i →
→ (2k1 + 5k2) + (2k1 – 6k2) · i = – 4 + 18 · i
03. Lembre-se que:
i0 = 1; i1 = i; i2 = –1, i3 = –i e para n ≥ 4 temos que in = ir, onde r As partes reais e as partes imaginárias devem ser, respectivamente,
é o resto da divisão de n por 4. iguais. Daí, obtemos:
Daí, dividindo-se 227, 6 e 13 por 4, obtemos restos respectivamente
iguais a 3, 2 e 1. Daí, ficamos com:
{ 2k1 + 5k 2 = − 4
2k1 − 6k 2 = 18
Subtraindo membro a membro, encontramos:
5∙i227 + i6 – i13 = 5 ∙ i3 + i2 – i1
11k2 = – 22 → k2 = – 2 → k1 = 3.
= 5 ∙ (–i) + (–1) – i
Portanto,
= – 6i – 1
1
k1k2 = 3−2 = .
Resposta: C 9
Resposta: E
04.
2+i (2 + i) ⋅ (a − 2i) 2a − 4i + ai − 2i2 (09.
2a +A2soma
) + ( −S4apresenta
+ a)i (n +21)
a +termos;
2 ( −os
4 +restos
a) das divisões por 4 de
Z= →Z= →Z= →Z= 1022 = 100, 103 = →1000,
Z = ..., n+ ⋅i
2 10 são 2todos iguais a zero; e o resto
a + 2i (a + 2i)(a − 2i) a − 4i
2 2
a +4 a +4 a +4
da divisão de 10 por 4 é 2. Daí, temos:
S = i0 + i2 + (i0 + i0 + i0 + ... + i0), em um total de (n + 1) termos.
4i + ai − 2i2 (2a + 2) + ( −4 + a)i 2a + 2 ( −4 + a) S = i0 + i2 + (n – 1) · i0
→Z= →Z= 2 + ⋅i
a2 − 4i2 a2 + 4 a + 4 a2 + 4 S = 1 + (–1) + (n – 1) · 1
S=n–1
−4 +a 10 1
I. Z é real → =0 →–4+a=0→a=4→ Z= = Resposta: B
a2 + 4 20 2

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Módulo de Estudo

10. Efetuando o produto, obtemos: 14.


(1+ i)20 − (1 − i)20 = [(1+ i)2 ]10 − [(1 − i)2 ]10 =
(3 – i)(x + 2yi) = 3x + 6yi – ix – 2yi2 = (3x + 2y) + (6y – x)i
= [1+2i + i2 ]10 − [1 − 2i + i2 ]10 =
= [2i]10 − [−2i]10 =
E para que o complexo (3x + 2y) + (6y – x)i seja real, sua parte = 1024i10 − 1024i10 =
imaginária deve ser nula, ou seja, devemos ter: =0
6y – x = 0 (equação da reta pedida)
Resposta: C
Resposta: D
15. Temos que:
11. Temos que:
ZZ + Z + Z = 0
1+ ai 1+ ai a + i ( x + yi) ⋅ ( x − yi) + x + yi + x − yi = 0
I. z = = ⋅
a−i a−i a+i x 2 − y 2i2 + 2x = 0
a + i + a2i − a x 2 + y 2 + 2x = 0
Z= ( x 2 + 2x ) + y 2 = 0
a2 + 1
( x + 1)2 + ( y − 0)2 = 12
i(1+ a2 )
Z= =i
a2 + 1 [Equação de uma circunferência de centro (–1, 0) e raio = 1]
II. z2016 = i2016 = i0 = 1 Resposta: B
Resposta: B

12. O resto da divisão de 18 por 4 é 2. Daí, temos:

3 + 2i (3 + 2i) ⋅ (2 − mi) 6 − 3mi + 4i − 2mi2 (6 + 2m) + ( −3m + 4 )i


E= + m ⋅ i18 → E = + m ⋅ i2 → E = −m→E = −m→
2 + mi (2 + mi) ⋅ (2 − mi) 4 − m2i2 4 + m2

− mi) 6 − 3mi + 4i − 2mi2 (6 + 2m) + ( −3m + 4 )i


+ m ⋅ i2 → E = −m→E = −m→
− mi) 4 − m2i2 4 + m2

 6 + 2m   −3m + 4 
→E =  − m +  i
 4 + m2   4 + m2 

Assim, E será real se:

−3m + 4 4
= 0 → −3m + 4 = 0 → m = = 1, 33... ∈ [1, 2[
4 + m2 3

Resposta: B

13.
sen α
1+ i ⋅
cos α cos α + i ⋅ sen α (cos α + i ⋅ sen α )(cos α + i ⋅ sen α ) cos2 α + i ⋅ 2 cos α ⋅ sen α − sen2 α
E= →E= →E= →E =
sen α cos α − i ⋅ sen α (cos α − i ⋅ sen α )(cos α + i ⋅ sen α ) cos2 α − i2 ⋅ sen2 α
1− i ⋅
cos α

α + i ⋅ sen α (cos α + i ⋅ sen α )(cos α + i ⋅ sen α ) cos2 α + i ⋅ 2 cos α ⋅ sen α − sen2 α


→E= →E=
α − i ⋅ sen α (cos α − i ⋅ sen α )(cos α + i ⋅ sen α ) cos2 α − i2 ⋅ sen2 α

α + i ⋅ sen α ) cos2 α + i ⋅ 2 cos α ⋅ sen α − sen2 α


→E=
α + i ⋅ sen α ) cos2 α − i2 ⋅ sen2 α

(cos2 α − sen2 α ) + i ⋅ (2 sen α ⋅ cos α )


E= → E = cos(2α ) + i ⋅ sen(2α)
cos2 α + sen2 α

Resposta: A

SUPERVISOR/DIRETOR: MARCELO PENA – AUTOR: JORGE JÚNIOR


DIG.: REJANE – 11/12/17 – REV.: LUCELENA

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