Você está na página 1de 304

GEOMETRIA

ELEMENTAR
(600 Problema. Resolvidos ftom.nt.dos)

Geometria Plana,
ikXlLW

■a Espacial e Cônicas

1! ií Tf!
/
GEOMETRIA
ELEMENTAR

“Entre os espíritos iguais e postos


nas mesmas condições, o que
conhece GEOMETRIA é superior aos
outros e possui vigor especial."
Pascal

MARISTA
APRESENTAÇÃO

Este livro maravilhoso, escrito pelos Irmãos Maristas e publicado


pela editora marista FTD no inicio do século XX, traz mais de 600
problemas resolvidos de excelente nível envolvendo Geometria
Plana, Geometria Espacial e Cônicas.

Trata-se de uma obra prima recheada com centenas de problemas


de construção, inúmeras demonstrações variadas envolvendo
planimetria, geometria espacial, e um maravilhoso tratamento das
cônicas (elipse, hipérbole e parábola) sem recorrer à geometria
analítica !

Nem mesmo o tempo foi capaz de alterar o brilho dessa obra,


escrita com muito vigor pelos irmãos maristas, com linguagem
bastante simples, objetiva e acessível a qualquer leitor interessado
em aprimorar e aprofundar seus conhecimentos no mais mágico e
desafiador segmento da Matemática elementar: a Geometria.

O nível dos problemas aqui contidos estimulará mesmo os leitores


mais exigentes. Provavelmente, os problemas mais difíceis de
Geometria contidos nos modernos livros brasileiros encontram-se
resolvidos na presente obra, cujo valor é inestimável para os
amantes da Geometria, podem ter certeza.

Mais uma vez, preocupada em resgatar para a presente e futuras


gerações o que há de melhor em livros de ciências exatas, a
VestSeller tem a honra de reeditar esta obra prima e, juntamente
com todo o povo brasileiro, saudar e agradecer os irmãos maristas
pela incomensurável contribuição que dão à educação nesse país
desde que aqui chegaram, no final do século XVIII, até os dias de
hoje.

Prof. Renato Brito


(ex-aluno do colégio marista cearense)
Editora VestSeller
Setembro / 2009
SUMÁRIO

Capítulo 1 Demonstrações envolvendo triângulos; 7


Problemas de construção;
Demonstrações envolvendo quadriláteros.
Capitulo 2 Problemas de construção envolvendo circulos, 35
tangentes e secantes, inscrição e circunscrição.
Demonstrações envolvendo triângulos e circulos;
Problemas de construção envolvendo circulos
inscrito e circulo ex-inscrito;
Problemas de construção envolvendo
paralelogramos e trapézios.
Capitulo 3 Demonstrações envolvendo cevianas; 95
Demonstrações envolvendo triângulos e
circunferências;
Demonstrações envolvendo quadriláteros e
circunferências;
Demonstrações envolvendo polígonos.
Capitulo 4 Problemas envolvendo áreas de triângulos e 143
quadriláteros;
Problemas envolvendo divisão de áreas em razão
dada;
Problemas envolvendo áreas de polígonos.
Capitulo 5 Problemas envolvendo paralelepípedos e 188
pirâmides.
Capitulo 6 Problemas envolvendo divisão de volume de 190
sólidos em razão dada.
Capitulo 7 Problemas envolvendo sólidos de revolução; 203
Problemas envolvendo cálculo de volumes gerados
pela rotação de figuras planas.
Capitulo 8 Problemas de construção envolvendo elipses; 210
Demonstrações envolvendo elipses;
Demonstrações envolvendo hipérboles;
Problemas de construção envolvendo parábolas;
Demonstrações envolvendo parábolas.
Capitulo 9 Problemas de revisão do capitulo 1; 224
Demonstrações envolvendo triângulos;
Demonstrações envolvendo cevianas.
Capitulo 10 Problemas de revisão do capitulo 2; 234
Demonstrações de construção envolvendo
triângulos;
Demonstrações envolvendo circunferências,
triângulos, tangentes e secantes;
Problemas de construção envolvendo
circunferências e tangências.
Capítulo 11 Problemas de revisão do capitulo 3; 247
Demonstrações envolvendo triângulos,
circunferência inscrita e circunscrita;
O circulo de Euler dos 9 pontos.
Capitulo 12 Problemas de revisão do capitulo 4; 260
Lúnulas de Hipócrates;
Problemas de máximos e mínimos envolvendo
áreas de figuras isoperimétricas;
Problemas de máximos e mínimos envolvendo
inscrição e circunscriçâo de figuras planas.
Capitulo 13 Problemas de revisão do capitulo 5; 278
Problemas de máximos e mínimos envolvendo
paralelepipedos.
Capitulo 14 Problemas de revisão do capítulo 7; 282
Problemas envolvendo sólidos de revolução;
Problemas envolvendo inscrição e circunscriçâo de
figuras espaciais;
Problemas de máximo e minimo envolvendo
inscrição e circunscriçâo de figuras espaciais.
Capítulo 15 Problemas de revisão do capitulo 8; 296
Demonstrações e teoremas envolvendo elipses e
parábolas.
Capitulo 16 Apêndice sobre máximos e minimos sem uso de 299
cálculo diferencial.
Capítulo 1

GEOMETRIA ELEMENTAR

EXERCÍCIOS DE GEOMETRIA

CAPÍTULO 1

1. Construir o complemento de um ângulo dado.


Solução: seja o ângulo AOB. Se, sobre o lado OB, no ponto O, elevarmos uma
perpendicular OC, o ângulo AOC será o ângulo procurado, pois AOB + AOC =
BOC - 1 reto.
C

D O B
2. Construir o suplemento de um ângulo dado.
Solução: seja o mesmo ângulo AOB. Se prolongarmos a reta BO, o ângulo AOD
será o ângulo procurado, pois AOB + AOD = 2 retos.

3. Mostre que as bissetrizes de dois ângulos adjacentes


suplementares são perpendiculares uma à outra.
Solução: com efeito, sejam os dois ângulos suplementares e adjacentes AOB e
AOC, e OD e OE as bissetrizes dos mesmos ângulos. Temos por definição:
AOB + AOC = 2 retos;
Logo: AOB + AOC = 1 reto.

C O B
4. Mostre que as bissetrizes de dois ângulos opostos pelo
vértice estão em linha reta.
Solução: Sejam OK a bissetriz do ângulo AOB, e OL a do ângulo COD.
Temos: BOK + KOA + AOC = 2 retos; mas BOK= COL;
Logo: KOA + AOC + COL = 2 retos;
Logo: OL é o prolongamento de OK.

7
Geometria Elementar

Fig. 3

5. Quantas diagonais podem ser tragadas em um polígono


convexo de n lados?
Solução: Cada vértice, A, pode ser ligado a todos os outros, menos a seus
vizinhos, o que dá, para cada vértice, n - 3 diagonais. Por conseguinte, para os
n vértices, deveriamos ter: n(n - 3) diagonais ao todo. Mas cada diagonal é
contada, duas vezes. Assim, a diagonal AD pode ser obtida unindo o ponto A ao
ponto D, ou ligando o ponto D ao ponto A; e, como o mesmo se dá para todas

as outras, resulta que poderão ser traçadas ao todo diagonais .

A' D
Fig. 4

B C
Aplicações numéricas:
• Para o triângulo, n - 3 = 0;
Logo:n(^) =
0

• Para o quadrilátero, temos n = 4; n - 3 = 1;


.Logo: nlín-3^1
—= 2

6. Mostre que a soma das diagonais de um quadrilátero


convexo é menor que a soma e maior que a semi-soma de
seus lados.
Solução: Deveremos ter: AC + BD < AB + BC + CD + AD.

8
Capítulo 1

AC + BD > y2 (AB + BC + CD + AD).

1) Temos: AC < AB + BC
AC < AD + DC.
Temos igualmente: BD < BC + CD
BD < AB + AD.
Somando estas desigualdades membro a membro, e dividindo cada soma por 2,
obtemos:

C
B
Fig. 5
O
A D
AC + BD < AB + BC + CD + AD.
2) Temos: OA + OB > AB
OB + OC > BC
OC + OD > CO
OD + OA > AD.
Somando estas desigualdades, e dividindo cada soma por 2, temos:
OA + OB + OC + OD > (AB + BC + CD + AD),

ou, finalmente: AC + BD > (AB + BC + CD + AD).

7. Demonstre que a soma das retas que ligam um ponto


interior de um triângulo aos três vértices, é menor que a
soma e maior que a semi-soma dos três lados do triângulo.
Solução:
Teremos:
OA + OB + OC < AB + AC + BC;
OA + OB + OC > + AC + BC).

A
Fig. 6

O
B' C
1) Tem-se:
OA + OB < AC + BC
OB + OC < AB + AC
OA + OC < AB + BC.
Somando membro a membro e dividindo por 2, temos:
OA + OB + OC < AB + AC + BC.

9
Geometria Elementar

2) Temos também:
OA OB > AB
OA + OC > AC
OB + OC > BC.
Somando e dividindo por 2, obtemos:
OA + OB + OC > (AB + AC + BC).

8. Demonstre que dois polígonos são iguais quando têm n - 1


lados consecutivos iguais, compreendendo n - 2 ângulos
iguais e semelhantemente dispostos.

B’

A
Fig. 7
Solução:
Temos:
AB = A'B‘, BC = B’C', CD = CD’, DE = DE', B = B', C = C, D = D';
digo que os dois polígonos são iguais.
Com efeito, transporto o polígono A'B'C'D'E' sobre ABCDE, de modo que A'B'
coincida com AB. Em consequência da igualdade dos ângulos, os lados B'C',
CD', D'E' coincidirão respectivamente com os lados iguais BC, CD, DE.
Estando A' sobre A, e E' sobre E, A'E' se confundirá com AE, e o mesmo se
dará com os polígonos.

9. Mostre que dois polígonos são iguais quando têm n - 2


lados consecutivos iguais adjacentes a n - 1 ângulos iguais
e semelhantemente dispostos.
Solução:
Temos: AB = A'B’, BC = B’C', CD = C’D'; A = A', B = B', C = C', D = D1;
digo que os dois polígonos são iguais.
Com efeito, transporto o polígono ABtVE' sobre ABCDE, de modo que A'B'
coincida com AB. Em consequência da igualdade dos ângulos, os lados B'C, CD'
coincidirão respectivamente com os lados iguais BC, CD. Por outra, por causa de
A' = A e D' = D, A’E' toma a direção de AE, e D'E' a de DE: o ponto E* cairá, pois,
sobre o ponto E, e os dois polígonos serão iguais.

10. Demonstre que dois polígonos são iguais quando têm


todos os lados, e n - 3 ângulos consecutivos
respectivamente iguais e semelhantemente dispostos.

10
Capítulo 1

Solução:
Temos:
AB = A’B', BC = B'C’, CD = CD, DE = D'E’, EA = E'A' e A = A*, B = B'; digo que
estes dois polígonos são iguais.
Com efeito, transporto o polígono ABVCE’ sobre o polígono ABCDE, de modo
que A'B' coincida com AB. Em consequência da igualdade dos ângulos A e A', B e
B', os lados A'B, B'C’, A’E' coincidirão respectivamente com os lados iguais AB,
BC, AE. Além disso, se eu traçar as diagonais (traçá-las) C'E‘ e CE, estas retas
coincidem também; o mesmo se dá com os triângulos C'E'D‘ e CED, pois têm os 3
lados iguais e semelhantemente dispostos; logo, os dois polígonos são iguais.

11. Quantas condiçoes sao precisas para a igualdade de dois


polígonos?
Solução: Dois polígonos são iguais quando têm 2n 3 elementos
respectivamente iguais e semelhantemente dispostos.
Com efeito, conforme os 3 problemas precedentes, é preciso conhecer: 1°) n - 1
lados e n - 2 ângulos; 2o) n - 2 lados e n - 1 ângulos; 3o) n lados e n - 3
ângulos, e, por conseguinte, em todos os casos 2n - 3 elementos.

12. Mostre que, em qualquer triângulo, cada mediana é menor


que a semi-soma dos lados adjacentes.

Fig. 8

Solução:
Teremos: AM < (AB + AC).
Com efeito: prolonguemos a mediana AM do comprimento MD = AM, e
tracemos BD.
Os dois triângulos ACM, BDM são iguais e, por conseguinte, AC = BD. Mas temos
AD = 2AM < AB + BD, ou 2AM < AB + AC, ou, enfim: AM < (AB + AC).
Operar-se-ia da mesma forma para as medianas BN, CP.

13. Mostre que a soma das medianas de um triângulo é menor


que a soma e maior que a semi-soma dos lados (fig. 8).
Solução: Teremos: AM + BN + CP < AB + BC + AC
AM + BN + CP > % (AB + BC + AC).

1) Ora, temos (ex. 12):

11
Geometria Elementar

2AM < AB + AC
2BN < BA + BC
2CP < AC + BC.
Feita a soma, e dividida por 2, obtemos: AM + BN + CP < AB + BC + AC.
2) Temos (n° 60):
AM > AB - BM
AM > AC-CM.
Adicionando, obtemos: 2AM > AB + AC - BC.
Temos igualmente: 2BN > AB + BC - AC
2CP > AC + BC-AB.
Somemos essas três desigualdades, reduzamos e dividamos por 2; virá:
AM + BN + CP > y2 (AB + BC + AC).

14. Sobre os lados de um ângulo, tornam-se os comprimentos


OA = OB; depois: OA' = OB'; traçam-se AB’ e BA'.
Demonstrar que OM é bissetriz do ângulo considerado.
O

Solução: Com efeito, os triângulos OA'B, OAB’ são iguais, como tendo um
ângulo igual, compreendido entre lados iguais: onde resulta a igualdade dos
ângulos OAM e OB'M, OAM e OBM.
A igualdade destes últimos dá A'AM = B’BM
Logo os triângulos AAM e B'BM são iguais, por terem um lado igual adjacente a
dois ângulos iguais; logo: AM = BM. Tendo os triângulos OAM e OBM um
ângulo igual, OAM = OBM, compreendido entre dois lados respectivamente
iguais, sâo iguais, e disto resulta a igualdade dos ângulos AOM e BOM. Dai, um
meio de construir a bissetriz de um ângulo.

15. Por um ponto dado, P, fora de um ângulo AOB, traçar uma


reta que determine, por sua interseção com os lados deste
ângulo, dois comprimentos iguais OA, OB.
B’

Fig. 10

C’

P B
■C
A’

12
Capítulo 1

Solução: Suponhamos o problema resolvido. Já que os comprimentos OA e OB


são iguais, o triângulo OAB é isósceles; portanto a reta OC, que une o ponto O
ao meio C de AB, é perpendicular à reta PB e também é bissetriz do ângulo
AOB. Daí resulta a construção seguinte: traça-se a bissetriz OC do ângulo AOB;
depois, do ponto P, abaixa-se sobre OC a perpendicular PB, que é a reta
procurada. Existe evidentemente outra solução, que se obtém traçando a
bissetriz OC do ângulo AOB', suplementar de AOB; de fato, ver-se-ia, com
raciocínio análogo ao precedente, que os comprimentos OA' e OB’ sâo iguais.

16. Dizer, sem tomar diretamente medida, se um ponto C,


situado fora de uma reta AB, está mais perto de A que de B.
Solução: Basta evidentemente elevar uma perpendicular no meio de AB: se o
ponto C se acha sobre esta perpendicular, é que ele está igualmente distante de
A e de B; se estiver fora desta perpendicular, está mais perto de um ponto que
do outro. É fácil determinar de qual dos dois pontos está mais próximo.

17. Duas aldeias, A e B, situadas a certa distância de um rio,


querem construir uma ponte com despesas comuns;
pergunta-se o lugar em que deverá ser feita a ponte para se
achar igualmente distante de cada aldeia.

Fig. 11

Solução: Uno A e B por uma reta; no ponto M, meio de AB levanto uma


perpendicular, até o encontro em N do rio. Como a perpendicular MN é o lugar dos
pontos equidistantes dos pontos A e B, o ponto N dista igualmente de A e de B.

18. Mostre que as perpendiculares elevadas no meio dos lados


de um triângulo concorrem em um mesmo ponto.

Fig. 12

A B
P
Solução: Tracemos, nos meios de AB e AC, as perpendiculares ON, OP: teremos
OA = OB, e OA = OC; onde: OB = OC; logo, ponto O pertence à perpendicular
elevada no meio de BC: portanto, as três perpendiculares OM, OP, ON concorrem
no mesmo ponto O.

13
Geometria Elementar

19. Mostre que se, das extremidades da base de um triângulo


isósceles abaixarmos perpendiculares sobre os lados
opostos, estas perpendiculares serão iguais.

Fig. 13

A B
Solução: Com efeito, os dois triângulos retângulos ABE, ABD têm a hipotenusa
comum e um ângulo adjacente igual, logo, são iguais: onde, a igualdade das
perpendiculares AE e BD.

20. Por um ponto dado, P, traçar uma reta equidistante de dois


pontos dados A e B, e separando os dois pontos dados.
A

P. I Fig. 14
D
í
Solução: Tracemos a reta AB e uma reta qualquer PE, cortando o meio de AB:
PE é a reta pedida.
De fato, abaixemos sobre essa reta as perpendiculares AD e BE; obteremos
dois triângulos ADC e BCE, iguais, por terem a hipotenusa igual e ângulos
agudos em C iguais; onde. AD = BE; logo, PE é a reta pedida.

21. Dados dois pontos, A e B, situados do mesmo lado de uma


reta, achar o caminho mais curto para se ir do ponto A ao
ponto B, tocando nessa reta.
Solução: Se os dois pontos se encontrassem de cada lado da reta, o caminho
mais curto para se ir do ponto A ao ponto 8 seria a reta que unisse esses dois
pontos.

M N Fig. 15
D; E
Ar

14
Capítulo 1

É, pois, natural procurarmos abaixo da reta um ponto A', tal que a reta AB seja
igual à linha quebrada que devemos percorrer para irmos de A a B. Para isto,
abaixemos sobre MN a perpendicular AD, e prolonguemo-la de um comprimento
DA' = AD (o ponto A' é simétrico de A em relação a MN). Enfim, tracemos a reta
AB: o trajeto ACB é o mais curto caminho procurado.
Para demonstrá-lo, provemos que qualquer outro, AEB, é maior. Segundo a
construção da figura, ACB pode substituir-se por A'CB e AEB por A'EB; ora, é
claro que temos: A'EB > A'CB.

NOTA. Do que precede, resulta que as retas AC, CB, correspondentes ao


caminho mais curto (AC + CB é um mínimo), ficam igualmente inclinadas sobre
a reta MN, pois os ângulos ACM o BCN são iguais.

22. Tomados dois pontos, A e B, no interior de um ângulo xOy,


achar o caminho minino do ponto A ao ponto B tocando os
lados Ox e Oy.

■:Õ>' Fig. 16

o
Solução: Sejam A' e B' os pontos simétricos de A e B, e A'B' a reta que os une:
tracemos AC e BD, e teremos a linha quebrada ACDB, como sendo o caminho
mais curto de A a B, tocando os lados Ox e Oy. Para demonstrã-lo, provemos
que qualquer outro, ACDB por exemplo, é maior.
De acordo com a construção da figura, podemos substituir ACDB por A'CDB' e
ACDB por A’CDB', sendo evidente que temos A’C‘DB’ > A'CDB'.

23. Mostre que as bissetrizes dos três ângulos de um triângulo


concorrem no mesmo ponto.

Fig, 17

A E C
Solução: Traço as bissetrizes dos ângulos A e B, e, do ponto O de encontro, abaixo
as perpendiculares OD. OE e OF sobre os três lados. Ficando o ponto O sobre a
bissetriz de A, OE = OF; pertencendo o mesmo ponto O à bissetriz de B, OD = OF,
onde: OE = OD; logo, o ponto O está também na bissetriz do ângulo C; concluímos
finalmente que as três bissetrizes concorrem no mesmo ponto.

15
Geometria Elementar

24. Demonstre que a paralela a um dos lados de um triângulo,


traçada pelo ponto de concurso das bissetrizes, é igual à
soma dos segmentos adjacentes a esse lado, determinados
por ela sobre os dois outros.

Solução: Sejam BO e CO as bissetrizes dos ângulos B e C, e DE a reta


paralela a BC e passando pelo ponto O. Temos: DE = BD + CE.
A

Fig. 18

B 'C
Com efeito, os ângulos DOB e OBC são iguais como alternos-internos.
Portanto, o triângulo DOB é isósceles, e DO = BD. Analogamente se provaria
OE = CE. Onde resulta que DO + OE, ou DE = BD + CE.

25. Determinar a bissetríz do ângulo formado por duas retas


AB e CD, que não podemos prolongar até o ponto de
concurso.

Solução: Por um ponto qualquer de CD, traço EF paralela a AB, e tomo, sobre os
lados do ângulo FEC, os comprimentos iguais EH e EG, prolongando GH até I. A
reta IH forma com as duas retas, AB e CD, um triângulo isósceles, pois I = G = H.
Logo, obteremos a bissetriz do ângulo do vértice levantando uma perpendicular no
meio da reta IH.

Fig. 19

26. Mostre que as bissetrizes de dois ângulos que têm os lados


paralelos são paralelas ou perpendiculares uma a outra.
Solução:

1o) Sejam os dois ângulos BAC e B'A'C, que têm os lados paralelos e dirigidos
no mesmo sentido. Tracemos DA, paralela a D'A’, bissetriz de B'A'C’;
teremos:
BAD = BTVD', DAC = DTVC.
Mas B’A'D' = D’A'C’; logo, BAD = DAC, e DA é bissetriz de BAC.

2°) Se considerarmos a bissetriz AE do ângulo BAG, esta reta é perpendicular a


AD, e, portanto, a A'D'.

16
Capitulo 1

C Fig. 20

A'
27. Mostre que as bissetrizes de dois ângulos de lados
perpendiculares são perpendiculares ou paralelas.
Solução:

1o) Sejam os ângulos agudos BAC e B'A'C, que têm os lados perpendiculares,
AD e A'D' as suas bissetrizes. Estas retas são perpendiculares. Com efeito,
pelo pelo ponto A, tracemos AC" e AB", paralelas a A'C e A'B': os ângulos
B"AC" e B’A'C', dirigidos em sentidos opostos, sâo iguais. A bissetriz AD",
do ângulo B"AC", é paralela a A'D' (ex. 26). Ora, se do ângulo reto CAC”
tirarmos o ângulo DAC e lhe acrescentarmos o ângulo C"AD" = DAC, ainda
teremos DAD”, que serâ reto.
Logo, AD e AD" são perpendiculares e, portanto, AD e A'D' também o sâo.
2o) Sejam os dois ângulos BAC e C'A'G, agudo um, e obtuso o outro; a bissetriz
A'E é perpendicular a A'D' e, por conseguinte, paralela a AD.

D'
B’ \

Fig. 21
A G A'

E
B’
D’
C’
28. Mostre que num triângulo ABC, o ângulo O das bissetrizes
A
dos ângulos B e C vale 1 reto mais
2 '

Fig. 22

B C

17
Geometria Elementar

A
Solução: Deveremos ter: O = 1r + —.

B+C
Com efeito, no triângulo BOC, temos: O = 2r----- -—. Mas o triângulo proposto

dá: B + C = 2r - A ou, dividindo por 2 ambos os membros desta igualdade:


B+C . A , „ . A d A
—— = 1r - —; onde O = 2r - 1r + — = 1r +

29. Dados um triângulo ABC, e um ponto O, no interior do


mesmo, demonstrar que o ângulo O é sempre maior que o
ângulo A do triângulo (fig. 22).
Solução:
Com efeito, temos: A = 2r - (B + C) e O = 2r - (OBC + OCB).
Ora, é evidente a relação OBC + OCB < B + C; onde: O > A.

30. Mostre que o ângulo DAE formado pela mediana e a altura


de um triângulo retângulo, é igual à diferença dos dois
ângulos agudos.
Solução:
Devemos ter DAE = B - C.
A

Fig. 23

B D E C
Com efeito, B + C = 1r. Também temos C + DAC = 1 r, portanto B - DAC. Aliás,
C = EAC; e, finalmente: DAE = DAC - EAC = B - C

31. Num triângulo ABC, traça-se até o lado BC uma reta AD,
fazendo com o lado AB um ângulo igual ao ângulo C, e uma
reta AE, fazendo com o lado AC um ângulo igual a B.
Demonstrar que o triângulo DAE é isósceles.
A
Fig. 24

B D E C
Solução: A ângulo BAD = C, ângulo EAC = B. Digo que o triângulo DAE é
isósceles.
Com efeito, sendo o ângulo AED exterior no triângulo AEC, temos:
AED = EAC + C = B + C; e, do mesmo modo: ADE = B + C. Portanto, o
triângulo ADE é isósceles.

18
Capitulo 1

32. Achar a soma dos ângulos de um polígono de 25 lados.

Solução: Seja S a soma pedida. Temos S = 2nr - 4r. Ora n = 25, logo:
S = (2rx 25 - 4r) = 46r.

33. Qual é o polígono regular cuja soma dos ângulos vale 12


retos?

Solução: Na fórmula S = 2nr - 4r, basta substituir S por 12r e resolver a


equação resultante, onde n = 8.
Resposta: Trata-se do octógono.

34. Qual é o polígono regular cujo ângulo interior vale 4/3 de 1


reto?

Solução: Como no ex. 32, a soma dos ângulos interiores é igual a: 2nr - 4r; um
, , , . .■. 2nr - 4r
ângulo tera por medida----- ------ .

2nr- 4r
No caso presente, temos: = Eliminemos r e resolvamos a equação;
n
virá n = 6.
Resposta: O polígono pedido é o hexágono.

35. Mostre que dois trapézios sâo iguais quando têm os


quatro lados iguais e dispostos do mesmo modo.

A D

B E C
A’ D’ Fig. 25

B’ E’ C’
Solução: Consideremos os dois trapézios ABCD e ABVD*. nos quais temos
AB = A'B'; BC = B'C; CD = CD' e AD = A'D'. Pelos pontos A e A', tracemos as
paralelas AE e A'E' aos lados CD e CD’. Os dois tnàngulos ABE e A'B'E‘ são iguais
por terem os três lados iguais, pois BE = BC - AD = B'C - A'D' = B'E'; AB = A'B' e
AE = A'E'.
Por conseguinte, se os sobrepusermos de forma que BE coincida com B'E', o
ponto A cairá no ponto A’; como temos BC = B'C, o ponto C cairá em C e
igualmente D em D', devido a EAD = E'A'D’ e AD = A’D'.
Logo, os dois trapézios sobrepostos coincidirão em toda a sua extensão.

36. Mostre que as três alturas AG, BH e Cl de um triângulo


concorrem ao mesmo ponto.

19
Geometria Elementar

Solução: Pelos vértices A, B e C do triângulo proposto, traço paralelas aos


lados e assim obtendo segundo triângulo DEF. Sendo iguais as paralelas
compreendidas entre paralelas, escrevo AF = BC = AE; logo, o ponto A é o meio
de EF.
Com análogo raciocínio, prova-se que os vértices C e B do triângulo ABC
também se encontram respectivamente no meio dos lados DE e DF do triângulo
DEF. Por outra parte, sendo AG, BH e Cl perpendiculares aos lados BC, AC e
AB, são também perpendiculares as suas paralelas (n° 90) EF, DF e DE. Em
consequência, as alturas do primeiro triângulo ABC podem ser consideradas
como perpendiculares levantadas pelos meios dos lados do segundo DEF e,
portanto, concorrem ao mesmo ponto.
E C D

H>
-'o

K F
I .---'B Fig. 26

NOTA. Do que precede, resulta que se, pelos vértices de um triângulo ABC,
traçarmos paralelas aos lados, o triângulo DEF assim formado é o quádruplo do
primeiro. Os triângulos ABC e ABF são iguais por terem os três lados
respectivamente iguais. Pela mesma razão, os triângulos AEC e BCD também
são iguais ao triângulo ABC; logo, DEF é o quádruplo de ABC.

37. Demonstre que se, pelos vértices de um quadrilátero,


traçarmos paralelas às suas diagonais, formaremos um
paralelogramo equivalente ao dobro do quadrilátero dado.

F Fig. 27

Solução: A figura EFGH é um paralelogramo equivalente ao dobro do


quadrilátero ABCD.
Com efeito, consideremos os dois triângulos AEB e AOB; têm um lado igual
adjacente a dois ângulos iguais como alternos-internos; logo estes triângulos são
iguais. Pode-se verificar, da mesma maneira, que cada um dos triângulos
acrescentados, pela construção indicada, à figura primitiva, é igual a um dos
triângulos constitutivos do quadrilátero proposto. Portanto, o quadrilátero EFGH,
que é paralelogramo por serem paralelos os seus lados opostos, vale o dobro do
quadrilátero dado.

20
Capitulo 1

38. Demonstrar que se, movendo-nos sempre no mesmo


sentido, tomarmos, sobre os lados de um quadrado ABCD,
comprimentos iguais AE, BF, CG e DH, os pontos E, F, G e
H são os vértices de outro quadrado.
Solução: De fato, examinemos os dois triângulos retângulos AHE e EBF: o lado
AE = BF por construção; por outra parte, existe outro lado AH = BE, pois temos
AH = AD - DH = AB - AE = BE; logo, são iguais. Daí tiramos: HE = EF.
Analogamente provaríamos que HG = GF = HE = EF.

A, E R

F
Fig. 28
H

D G C
Além disto, como temos AEH - BFE, o ângulo BEF é complementar de AEH, e
o ângulo HEF é reto. O quadrilátero EFGH, de lados iguais e ângulos retos, é
um quadrado.

39. Quais são as espécies de polígonos regulares convenientes


à ladrilhagem?
B

Fig. 29
C

A D
Solução: O triângulo equilátero, o quadrado e o hexágono regular.
Efetivamente, consideremos um ponto C comum a vários ladrilhos. A soma dos
ângulos agrupados em torno do ponto C é igual a 4 retos. Mas cada um destes
ângulos vale ~ , já que o polígono é regular, e como este ângulo deve

4 2n
caber um número exato de vezes em 4 retos, o quociente
2(n - 2) = 7^2'que
n
exprime o número de ângulos em C, deve ser inteiro e maior do que 2, senão
cada um dos ângulos seria igual a 2 retos, condição esta que nenhum polígono

regular preenche. Em resumo, será necessário que o quociente do que 2.

21
Geometria Elementar

Aplicações numéricas.

• n = 3 é o caso do triângulo equilátero.


Temos ■ ^n_ = 6. Podemos então ladrilhar com triângulos equiláteros
n-2
agrupados 6 a 6 em redor do mesmo ponto.

• n = 4, é o caso do quadrado: = 4. Podemos ladrilhar com quadrados

reunidos quatro por quatro em volta do mesmo ponto.

• n = 5, é o caso do pentágono regular. Temos 12 número fracionário,


n-2 3
É, pois, impossível ladrilhar com pentágonos regulares.

• n = 6, é o caso do hexágono regular. Temos 2n_ = 3.


n—2
Portanto, podemos ladrilhar com hexágonos regulares agrupados 3 a 3 em
redor do mesmo ponto.
• Além de n = 6, o valor do ângulo:
2(n-2)r
= 2r-— vai crescendo, visto que
n
4r
a quantidade — decresce, e como para n = 6, este ângulo só cabe 3 vezes,

para n > 6, caberá menos de 3 vezes e, por conseguinte, não haverá mais
polígonos regulares que satisfaçam ao problema.

• Há, portanto, três soluções: o triângulo equilátero, o quadrado e o hexágono


regular.

40. Também podemos ladrilhar: 1° com uma combinação de


octógonos regulares e de quadrados; 2° com uma combinação
de dodecágonos regulares e de triângulos equiláteros.
Solução: Com efeito, 1o o ângulo do octógono = z 2(8
^° - 2)r = 4--, e o do quadrado
8 2
vale 1r. Logo, é só reunirmos dois octógonos e um quadrado e teremos: 3r + 1r = 4r.
2° O ângulo do dodecágono vale
2(12 -2)r 20r 5r
12 ’ÍT = '3’-
O ângulo do triângulo equilátero vale
2(3 - 2)r 2r
3 3 '
Podemos reunir dois dodecágonos e um triângulo equilátero, pois teremos
10r 2r 12r .
então: — + y = — = 4r.

41. Mostre que as bissetrizes dos ângulos de um quadrilátero


formam um segundo quadrilátero cujos ângulos opostos são
suplementares.

22
Capítulo 1

Fig. 30

A' B
Solução: Deveremos ter: NMQ + QPN = 2 retos.
A+D
Com efeito, no triângulo AMD, temos o ângulo AMD = 2r----- -—, como

A+B+C+D
também: BPC = 2r- e, por conseguinte AMD + BPC = 4r-
2
A+B+C+D
Mas a soma A + B + C + D vale 4r; onde: = 2r e NMQ + QPN = 2r.
2
Da mesma forma, prova-se que Q + N = 2r.

42. Mostre que se, por um ponto qualquer, D, da base de um


triângulo isósceles, traçarmos DE e DF paralelas aos dois
outros lados, formaremos um paralelogramo de perímetro
constante.
Solução: O triângulo ADE é isósceles, porque tem os ângulos EDA e EAD
iguais. Logo ED = AE. Também temos: DF = BF. Por conseguinte:
DE + DF + FC + CE = AE + FB + FC + CE = 2AC.

A'"
A B
43. Pelo vértice A de um paralelograma ABCD, traça-se uma
reta qualquer AX. Demonstrar que a distância do vértice C à
reta AX é igual à soma ou à diferença das distâncias dos
vértices B e D à mesma reta, conforme AX for exterior ou
secante relativamente ao paralelogramo.

Fig. 32

23
Geometria Elementar

Solução:
Teremos: CF = BE + DG.
Tracemos a reta DH, paralela a AX.
Os dois triângulos retângulos ABE e DCH são iguais, porque têm a hipotenusa
igual e um ângulo agudo igual; onde temos: BE = CH.
Por outra parte, o retângulo DGFH nos dá: FH = DG e dai CF = BE + DG.
O caso em que AX atravessa o paralelogramo soluciona-se de maneira
análoga.

44. Mostre que a soma das distâncias de um ponto qualquer da


base de um triângulo isósceles aos dois outros lados é
constante.
Solução: A soma OL + OK é igual à perpendicular BD.
Para o demonstrarmos, tracemos HH', paralela a AC, e prolonguemos OK até
encontrarmos HH'; o ângulo HBO = ACB = ABC. Assim, BO é bissetriz do
ângulo ABH; os triângulos retângulos BHO e BLO são iguais, e LO = OH; onde:
LO + OK = HO + OK = HK = BD.
Sendo O um ponto qualquer, sempre havemos de ter OL + OK = BD.
A

,K’
\D Fig. 33

,K

O’ C
L’ H’

NOTA. Se tomássemos um ponto O’, no prologamento da base, a base, a O’K' - O'L‘


das perpendiculares ainda seria constante e igual a BD, pois O’B é bissetriz do
ângulo H’BL‘ e O'H' = OV; portanto: O'K' - OV = O’K’ - O'H' = H’K' = BD.

45. Mostre que a soma das perpendiculares abaixadas de um


ponto interior qualquer de um triângulo equilátero sobre os
três lados, é igual à altura do triângulo.
Solução:
Deveremos ter: OE + OF + OG = BL.
De fato, seja O um ponto interior qualquer do triângulo equilátero ABC. Tracemos
as perpendiculares OE, OF e OG; pelo ponto O, tracemos Hl paralela a BC, e de
H, tracemos HK, perpendicular a AC. De acordo com o exercício 44, podemos
escrever:
1o OF + OG = HK; onde: OE + OF + OG = HK + HP.
2o HK + HP = BL.
Logo: OE + OF + OG = HK + HP = BL ou qualquer das alturas do triângulo
equilátero, que são todas iguais, como lados de triângulos retângulos iguais.

24
Capítulo 1

Fig. 34

B P E C
46. Achar o lugar dos pontos situados a uma distância dada de
uma reta AB.
Solução: Por um ponto qualquer M, de AB, traço a perpendicular PMN. Tomo
MP = MN = à distância dada. Pelos pontos P e N, traço paralelas a AB.
Estas retas satisfazem à questão. Com efeito, qualquer ponto de CD ou de EF
satisfaz a condição exigida, e qualquer ponto tomado fora destas duas retas
dista de AB ou mais ou menos do que a quantidade proposta MP.

C------------- --- ----------- D

A------------- -------------- B Fig. 35

E------------- -------------- F

47. Achar o lugar dos pontos equidistantes de duas retas


paralelas CD e EF.
Solução: O lugar pedido é uma paralela AB (fig. 35) a estas retas, traçada pelo
meio M de uma perpendicular comum NP.
Com efeito, todo ponto tomado sobre AB é equidistante das paralelas, e todo
ponto tomado fora de AB dista desigualmente das mesmas retas.

48. Achar o lugar dos vértices dos triângulos de mesma base e


mesma altura.
A A" A-

Fig. 36

B D C D’
Solução: O lugar dos vértices encontra-se na paralela AA‘ a BC, traçada pelo
vértice A do triângulo ABC, pois é evidente que todos os triângulos ABC, ABC,
A"BC, etc., terão por base BC e por altura comum AD.

25
Geometria Elementar

49. Mostre que em qualquer triângulo, a reta que une os meios


de dois lados é: 1o paralela ao 3o lado; 2o igual à metade do
mesmo.
Solução: Seja ED uma reta que une os meios dos lados AC e BC do triângulo
ACB. Deveremos ter ED paralela a AB e igual à metade.
Afim de prová-lo, pelo ponto B traço BK, paralela a AC, e prolongo ED até K. Os
triângulos DCE e BDK são iguais por terem um lado igual (CD = BD) adjacente a
dois ângulos respectivamente iguais: os ângulos em D, como verticalmente
opostos e os dois outros ângulos, como aiternos-internos; onde: BK = CE = AE.

Fig. 37

A B
O quadrilátero ABKE tem dois lados opostos, AE e BK, iguais e paralelos; é,
pois, paralelogramo. Portanto, os lados opostos AB e EK são iguais e paralelos.
Ora ED = DK, devido a serem iguais os triângulos CDE e BDK; onde: AB = 2DE.
Por conseguinte, DE é paralela a AB e igual à metade desta reta.

NOTA. Por um ponto D, podemos traçar só uma paralela a uma reta AB. Do que
precede, deduz-se, pois, que qualquer reta DE traçada pelo meio do lado AC e
paralelamente ao lado AB num triângulo ABC, divide o lado CB em duas partes
iguais e vale a metade de AB.

50. Mostre que se E e F forem os meios dos lados opostos AB


e CD de um paralelogramo ABCD, as retas BF e ED dividem
a diagonal AC em três partes iguais.
Solução: Devemos ter AG = GH = CH.
B C
H
E F
G
A D
Fig. 38
Com efeito, a figura DEBF, em que os dois lados opostos BE e DF são iguais e
paralelos, é um paralelogramo. Portanto, os dois lados opostos BF e ED são
paralelos. Ora, no triângulo CGD, a reta FH, traçada pelo meio F de CD
paralelamente a GD, passa pelo meio H de CG (ex. 49), e temos: CH = GH, e
também: AG = GH. Logo AG = GH = CH.

26
Capítulo 1

51. Mostre que se unirmos os meios E, F, G e H dos lados


consecutivos de um quadrilátero ABCD, a figura EFGH é
um paralelogramo.
B

H.

A
Fig. 39
fâ.
E,
'J

D C
Solução: Com efeito, EH é paralela a DB e igual à sua metade (ex. 49). Do
mesmo modo, FG é paralela a DB e ã sua metade. Portanto, EH e FG são
iguais e paralelas, e a figura EFGH é um paralelogramo.

52. Demonstre que se unirmos os meios H e F de dois lados


opostos de um quadrilátero aos meios I e J das diagonais,
ainda obtemos um paralelogramo HIFJ (fig. 39).
Solução: Efetivamente, como a reta Hl une os meios de dois lados AB e DB do
triângulo ABD, é paralela a AD e igual à sua metade, acontecendo o mesmo
com JF no triângulo ADC. Dai, Hl e JF são iguais e paralelas, e a figura HIFJ é
um paralelogramo. Com raciocínio análogo demonstraríamos que EJGI também
é paralelogramo.

53. Mostre que as retas HF e GE, que unem os meios dos lados
opostos de um quadrilátero, e a reta IJ, que une os meios
das diagonais, concorrem a um mesmo ponto O (fig. 39).
Solução: De fato, no paralelogramo IHJF, a diagonal HF passa pelo meio O de
IJ; assim também GE, diagonal do paralelogramo GIEJ, passa pelo meio O de
IJ; logo, estas três retas concorrem a um mesmo ponto.

54. Mostre que se traçarmos as bissetrizes dos ângulos de um


paralelogramo: 1° obteremos um retângulo; 2° os vértices
K, L, M e N deste retângulo estarão situados nas retas que
unem os meios dos lados opostos do paralelogramo.
Solução:
1° A figura KLMN é um retângulo, pois tem os ângulos retos. Com efeito, temos

A + D = 2 retos e, por conseguinte: - (A + D) = 1 reto.

Logo AND = MNK = 1 reto.

27
Geometria Elementar

Assim igualmente, AMB = 1 reto, etc.

D c

A E B
Fig. 40

2o Consideremos o vértice D; prolongo DK até E. Os dois triângulos retângulos


ADN e ANE são iguais por terem um cateto comum e um ângulo agudo igual;
logo DN = NE, e o ponto E é o meio de DE. Ora, sabemos que uma paralela a
AB, traçada pelo ponto F, meio de AD, passará pelo meio N de DE. Logo, o
ponto N está situado na reta FG, que une os meios dos lados opostos AD e BC;
e assim se dá com os demais vértices.

55. Seja um triângulo ABC com as suas três medianas AM, BN


e CP. Prolonga-se AM de uma quantidade MD igual a AM;
depois, toma-se BE = CF = BC. Mostre que os triângulos
ADE e ADF têm por lados o dobro das medianas do
triângulo ABC.

Fig.41
Solução: No quadrilátero AEDF, as diagonais cortam-se em partes iguais; a
figura é, pois, paralelogramo. Além disso, no triângulo ACE, a reta BN, que une
os meios de dois lados, é paralela a AE e igual à sua metade; daí: AE = 2BN, e
assim também AF = 2PC ou ainda: DE = 2PC.
Já temos AD = 2AM por construção. Por conseguinte, está demonstrada a
proposição.

56. Mostre que as três medianas de um triângulo concorrem a


um mesmo ponto, situado aos 2/3 de cada uma a partir do
vértice.

28
Capítulo 1

Solução: Examinemos duas medianas BE e CF: cortam-se num ponto O. Traço


GH, sendo G e H os meios das retas BO e CO. De acordo com o exercício 49,
BC
GH é paralela a BC e vale —. Do mesmo modo, FE é paralela a BC e vale

BC
-y. Portanto FE e GH são iguais e paralelas, e a figura GFEH é um

paralelogramo. As diagonais cortam-se em partes iguais, e GO = OE = BG, pois


G é o meio de BO por construção.
A

F/ Fig. 42

T V" h
B D C
O ponto O fica, pois, situado aos 2/3 de BE a partir de B. Igualmente se
demonstraria que BE e AD se cortam num ponto O' situado aos 2/3 de BE, isto
é no mesmo ponto O. Logo, as três medianas concorrem a um mesmo ponto
situado aos 2/3 de cada uma a partir do vértice.

57. Mostre que ao lado maior de um triângulo corresponde a


menor mediana.

B
D C
Fig, 43
Solução: Se supuzermos AB > AC, teremos CF < BE.
Com efeito, os triângulos ABD e ACD, com dois lados respectivamente
iguais e o terceiro lado maior no primeiro que no segundo (AB > AC), darão:
ângulo ADB > ângulo ADC. Por outra parte, tendo os triângulos OBD e OCD
dois lados respectivamente iguais e o ângulo compreendido entre os lados
maior no primeiro que no segundo, temos: BO > OC e, portanto BE > CF ou
CF < BE.

58. Por um ponto A, tomado no interior de um ângulo DOC,


traçar uma reta tal que o ponto dado seja o meio da parte
desta reta interceptada entre os lados do ângulo.

29
Geometria Elementar

o
A B C
Fig. 44

Solução: Pelo ponto A, traço uma paralela AB ao lado OD, até encontrar OC em
B; tomo então a partir de B um comprimento BC = OB. Uno A e C por uma reta
que prolongo até OD em D. Digo que AC = AD. Com efeito, pelo ponto A,
tracemos uma paralela AE ao lado OC; teremos o paralelogramo ABOE que nos
dará: AE = OB = BC. Os dois triângulos ADE e ABC são iguais por terem um lado
igual AE = BC adjacente a dois ângulos respectivamente iguais; onde resulta que
AC = AD.

59. Une-se o vértice A de um triângulo ao meio N da mediana


adjacente BE; prolongada, esta linha encontra o lado
BC
oposto em um ponto M tal que BM = —. Demonstre.
3
B

Fig. 45

A E C
Solução: Pelo ponto E, traço EF paralela a AM. Conforme a nota do exercício
49, o triângulo AMC dá: MF = FC, e o triângulo BEF dá: BM = MF = FC, e,
portanto, BM é o terço de BC.

60. Mostre que toda reta que passa pelo interseção das
diagonais de um paralelogramo e termina nos lados fica
dividida em duas partes iguais. (O ponto de interseção
chama-se às vezes centro de figura).
A M P B

n Fig. 46

D R L C
30
Capitulo 1

Solução:
Teremos: MO = OL; PO = OR, etc.
De fato, tracemos a reta MOL; haverá dois triângulos AOM e COL, que serão
iguais por terem um lado igual adjacente a dois ângulos respectivamente iguais,
pois AO = C, os ângulos MAO e OCL são iguais como alternos-internos, os
ângulos em O são iguais como opostos pelo vértice; logo, OM = OL.

61. Mostre que todo quadrilátero que tem por centro o ponto de
concurso de suas diagonais é um paralelogramo (fig. 46).
Solução: De fato, já que OM = OL, OP = OR, o triângulo MOR é igual ao triângulo
ROL e os ângulos alternos-intemos PMO e OLR são iguais; portanto, AB e CD
são paralelos. Do mesmo modo, provaremos que AD e BC são paralelos. Logo, o
quadrilátero ABCD é paralelogramo.

62. Que quadrilátero se obteria unindo os meios dos lados de


um losango?

O
A C

Fig. 47
H G

B
Solução:
Um retângulo
Com efeito, a reta EH que une os meios dos lados AB e AD é paralela a DB e
DB
igual a —; o mesmo para FG. Portanto, a figura EFGH é um paralelogramo.

Além disso, sendo os lados do ângulo FEH paralelos aos do ângulo reto AOD,
resulta que os dois ângulos sâo iguais e a figura EFGH é um retângulo.

63. Dizer o lugar geométrico dos meios das retas que vão de
um ponto dado a uma reta dada.

Fig. 48

A C B

31
Geometria Elementar

Solução: Sejam as duas retas PA e PB, provenientes de um ponto P e terminadas


numa reta AB. Digo que o meio F de uma reta qualquer PC pertence à reta DE que
une os meios D e E das retas PA e PB. Com efeito, no triângulo APC, a reta DE,
paralela a AB e traçada pelo meio de AP, passa pelo meio F de PC (ex 49). Logo, o
lugar procurado é a reta DE, que une os meios D e E de duas retas PA e PB
oriundas do ponto P.

64. Mostre que em um triângulo, o ponto de concurso das


perpendiculares levantadas nos meios dos lados, o ponto
de concurso das três medianas e o das três alturas acham-
se em linha reta e a distância do 1° ponto ao 2° é a metade
da distância do 2o ao 3o.
c

L,
& Fig. 49

A G B
Solução: Sendo O e H os pontos de concurso das perpendiculares e das alturas,
temos que demonstrar que o ponto M situado sobre OH é o ponto de concurso
.
das medianas e que MO =
mh
.

Traço a reta DE que une os meios de CH e BH, e depois, FG, que une os pés de
BC
duas perpendiculares; estas retas são paralelas a BC e valem — (ex. 49). Logo

DE = FG; além disto, os ângulos OFG e HED são iguais como tendo os lados
paralelos e dirigidos em sentido oposto; o mesmo se dá com os ângulos OGF e
HDE. Os triângulos OFG e HDE são, portanto, iguais e segue-se que
CH
OG = DH = —. Por outra parte, a reta LK, que une os meios dos lados MC e MH

CH
do triângulo MCH, é paralela a CH e igual a Logo LK = OG e os dois

triângulos OMG e LKM são iguais, porque têm um lado igual adjacente a dois
ângulos respectivamente iguais como alternos-internos; assim temos:
ML = MG = LC.
Fica provado que M está na mediana CG, aos 2/3 da mesma a contar do ponto C.
Por conseguinte, é o ponto de concurso das medianas. Além disso, temos;

MK = OM = KH, onde: MO = —.
2

32
Capítulo 1

65. Achar o lugar dos pontos tais que a soma das distâncias de
cada um a duas retas dadas seja igual a um comprimento
dado, I.
C A' B’ D’

Fig. 50
C A B D

Solução:

1o Suponhamos que as duas retas dadas AA’ e BB' sejam paralelas e sua
distância menor do que I.
I - AB
O lugar constará de duas retas dadas e situadas à distância: CA = —-—.

De fato, temos a soma das distâncias: CA + CB = 2CA + AB = I;


l-AB
onde: CA =--------- .
2

A B’

Fig. 51

A B

\M

2° Se a distância AB for igual a I, então qualquer ponto do plano compreendido


entre as duas retas AA' e BB' prolongadas indefinidamente em ambos os
sentidos, faz parte do lugar.

3o Se a distância AB for maior do que I. o lugar não existe mais.

4° Consideremos agora duas retas concorrentes OA e OB. Tracemos uma reta


AM paralela a BO e situada a uma distância I desta reta; hà de cortar OA em um
ponto A. Tomemos OB = OA. No triângulo isósceles OAB, qualquer ponto da
base AB é tal que a soma de suas distâncias aos dois lados OA e OB é igual a I

33
Geometria Elementar

(ex. 44). Por conseguinte, AB pertence a este lugar Poderiamos demonstrar


igualmente que os três outros lados do retângulo AA’B'B fazem parte do lugar.
Logo, o lugar se compõe dos quatro lados do retângulo.

66. Achar o lugar dos pontos cuja diferença das distâncias a


duas retas concorrentes é igual a um comprimento dado
(fig. 51).
Solução: Num triângulo isósceles AOB, qualquer ponto tomado sobre o
prolongamento de AB, em ambos os sentidos, é tal que a diferença de suas
distâncias aos dois lados OA e OB é igual ao comprimento dado I (ex. 44).
Acontece o mesmo com os três outros lados do retângulo; logo, o lugar se
compõe dos prolongamentos dos lados do retângulo.

34
Capítulo 2

CAPÍTULO 2

67. Qual é o lugar dos pontos situados a uma distância dada de


um ponto dado?
Solução: É, com evidência, a circunferência descrita do ponto dado, com raio
igual à distância dada.

68. Achar a menor e a maior distância de um ponto dado a uma


circun ferência.

Fig. 52

Solução: Sejam o ponto A e a circunferência O. Unamos o ponto A ao centro O e


prolonguemos AO até E: 1o AD será a menor distância do ponto A à
circunferência, 2o AE será a maior distância.
Em primeiro lugar, AD é menor do que qualquer outra reta AF, por exemplo; pois
temos AD + DO < AF + FO ou AD < AF, pois que DO = FO.
Em segundo lugar, a reta AE é maior do que qualquer outra, AG, por exemplo;
pois temos AO + OG > AG ou AE > AG, visto que AO + OG = AE.

69. Uma reta de comprimento constante permanece paralela a


si mesma, enquanto uma das suas extremidades descreve
uma circunferência. Qual é o lugar da outra extremidade?
Solução: Uma circunferência de raio igual ao da primeira.
Com efeito, seja O o centro da circunferência descrita pelo ponto A.

Fig. 53

Traço uma reta OO* igual ao comprimento dado NB e paralela à direção


constante; depois uno OA e O'B. A figura OABO' é um paralelogramo no qual

35
Geometria Elementar

OB = OA. Portanto o ponto B se achará a uma distância constante de O', e o


lugar deste ponto será uma circunferência igual à primeira e cujo centro ficará a
uma distância do centro O igual à distância constante dada, contada
paralelamente à direção dada.

70. Dados um círculo O e um ponto A tomado em seu plano,


qual é o lugar dos meios das secantes que unem o ponto A
aos diversos pontos da circunferência O?

Solução: Consideremos uma destas secantes AC.


Çx--------- \
a
A •Xo Fig. 54

í:-
---- '
Tracemos o raio CO e unamos os meios B e M das retas AC e AO. A reta BM
CO
será paralela a CO e igual a — (ex. 49).

O ponto B dista, pois, do ponto M, da metade de CO. Ocorrerá o mesmo com o


meio E da secante AD ou de qualquer outra secante. Logo, o lugar pedido é
uma circunferência de raio igual à metade de CO.

71. Por um ponto A, exterior a uma circunferência O, traça-se


uma secante ACD cuja parte exterior AC é igual ao raio;
pelo centro, faz-se passar a reta AOB: demonstrar que o
ângulo COA vale 1/3 do ângulo DOB.

Fig. 55

Solução: Sendo AC igual ao raio, o triângulo ACO é isósceles, e o ângulo


CAO = COA. Por conseguinte, o ângulo DCO, exterior ao triângulo, é igual
a 2COA. Mas o triângulo CDO é isósceles, e os ângulos DCO e CDO sâo
iguais; onde: CDO = 2C0A. Ora, no triângulo ADO, o ângulo exterior
DOB = CDO + DAO = 3COA.

NOTA. O trissetor, instrumento destinado à divisão dos ângulos em três partes


iguais, não é mais do que a realização da construção precedente. AB, AD, OC e
OD são réguas móveis em torno dos pontos A, C, O e, além disto, os pontos O
e D podem correr sobre as réguas AB e AD. O ângulo COA permanece
constantemente igual ao terço do ângulo DOB; basta aplicar os lados móveis
OB e OD sobre os lados do ângulo que se quer tripartir e traçar o ângulo COA
ou seu igual CAO.

36
Capítulo 2

72. Lugar dos centros das circunferências que passam por


dois pontos dados A e B.
Solução: Cada centro fica a igual distância dos pontos A e B. Portanto o lugar
pedido é a perpendicular levantada no meio da reta AB.

73. Achar, sobre uma circunferência, dois pontos equidistantes


de um ponto dado, P.
Solução: Traço PA pelo centro O Qualquer corda MN perpendicular a PA
determina sobre a circunferência dois M pontos equidistantes de P (n" 139 e
78).
P

M, N
Fig. 56
O

A
74. Por um ponto dado no interior de um círculo, traçar uma
corda de que este ponto seja o meio.
Solução: Pelo ponto dado I, basta fazer passar um raio e traçar-lhe uma
perpendicular por esse ponto: o segmento da perpendicular pertencente à corda
fica dividido pelo ponto I em duas partes iguais (n° 139).

75. Dando-se uma circunferência O, dois pontos A e B fora da


mesma, e uma reta indefinida XY, descrever outra circun­
ferência que passe pelos dois pontos e corte a primeira de
forma que a corda entre os dois pontos de interseção seja
paralela à reta dada.

Fig. 57

X T Y

37
Geometria Elementar

Solução: Suponho o problema resolvido; se do ponto O abaixarmos uma


perpendicular sobre a direção CD, ou, o que é o mesmo, sobre XY, esta
perpendicular conterá o centro O'. Este centro também se acha sobre a
perpendicular levantada no meio de AB. Daí resulta fácil a construção.

76. Achar o centro de um círculo traçado.

Fig. 58

Solução: Tomo três pontos quaisquer da circunferência e uno-os dois a dois por
retas. O centro procurado pertence simultaneamente às duas perpendiculares
levantadas nos meios de AB e BC. Portanto, está no ponto O, interseção das duas
perpendiculares.

77. Com um raio dado, descrever uma circunferência que passe


a igual distância de três pontos dados não em linha reta.

Fig. 59

Solução: Suponhamos o problema resolvido.


Sejam A, B e C os três pontos dados. De acordo com o enunciado, deveremos ter
Aa = Bb = Cc e por conseguinte AO = BO = CO. O ponto pertence às
perpendiculares traçadas pelos meios de AB e BC; é dizer que se acha no ponto
de concurso das mesmas. Conhecido o ponto O, basta descrever a circunferência
com o raio dado.

78. Indicar o lugar dos meios das cordas de um círculo, iguais


a uma reta dada.

Fig. 60

38
Capítulo 2

Solução: Seja ÁB uma corda qualquer igual a uma reta dada. Abaixemos a
perpendicular OC. O lugar do ponto C acha-se numa circunferência descrita com CO
por raio. Logo, esta circunferência é o lugar pedido, pois todas as cordas tangentes
ao circulo OC serão iguais a AB como equidistantes do centro.

79. Com um raio dado, descrever uma circunferência que


intercepte, sobre duas retas dadas, comprimentos dados.
Solução: Suponhamos o problema resolvido e sejam AB e CD os comprimentos
dados.

Fig. 61

O centro do circulo que deve interceptar os comprimentos AB e CD, fica a uma


distância OI de AB; logo, está sobre uma paralela a AB, à distância OI desta
reta; igualmente pertence a uma paralela a CD, à distância OH desta reta. Por
conseguinte, acha-se no ponto de concurso dessas duas paralelas.
Quanto às distâncias OI e OH, é fácil determiná-las, pois, nos triângulos retângulos
1 1
AOI e COH, conhecendo AO = CO = raio dado, e Al = — AB, CH = —CD, podemos

construir estes triângulos e obter assim os comprimentos OI e OH.

80. Descrever um círculo que intercepte três retas dadas,


determinando, sobre as mesmas, três cordas de mesmo
comprimento dado.

Fig. 62

Solução: Sendo iguais as cordas, o centro O da circunferência procurada é


equidistante de cada uma delas; encontra-se pois sobre as bissetrizes dos
ângulos formados pelas retas dadas. Tracemos as bissetrizes dos ângulos A e B;
assim obtemos o centro do circulo pedido: abaixemos a perpendicular OI sobre
AB e, a partir do ponto I, tomemos um comprimento ID igual à metade da corda
dada. O circulo descrito com OD como raio satisfaz à questão, e DE = FG = KH.
Seria insolúvel o problema no caso de serem paralelas as três retas dadas.

39
Geometria Elementar

81. Mostre que a maior corda e a menor que passam por um


ponto interior a um círculo, são duas retas perpendiculares,
das quais uma é um diâmetro.
Solução:
1° O diâmetro AB é a maior corda (n° 134).

Fig. 63

N
2o A corda KL, perpendicular a AB no ponto I, é mais curta que qualquer outra MN
que passe pelo mesmo ponto, visto a perpendicular OI a KL ser mais longa do que
a perpendicular OH a MN; ora, as cordas mais distantes do centro são as
menores. Logo, temos KL < MN.

82. Lugar geométrico dos centros dos círculos de raio dado e


tangentes a uma reta dada.
Solução: Este lugar encontra-se, com evidência, sobre duas retas pararelas à
reta proposta, de ambos os lados e a uma distância igual ao raio dado.

83. Traçar duas tangentes paralelas, passando uma por um


ponto marcado sobre uma circunferência dada.
Solução: É evidente que as duas tangentes pedidas são duas perpendiculares
ãs extremidades do diâmetro que passa pelo ponto dado.

84. Traçar uma tangente que seja perpendicular a uma reta


dada.
Solução: Existem duas soluções: são duas perpendiculares, uma em cada
extremidade de um diâmetro paralelo à reta dada.

85. Traçar uma tangente a um círculo dado, paralelamente a


uma reta dada.

A B Fig. 64

40
Capítulo 2

Solução: Faça-se passar, pelo centro do circulo, uma perpendicular à reta


dada Esta perpendicular encontrará a circunferência em dois pontos A e B.
Tracemos por estes pontos duas tangentes, que solucionarão o problema.

86. Qual é o lugar dos centros das circunferências tangentes a


duas retas concorrentes?

Fig. 65

Solução: É a bissetriz do ângulo destas retas. Com efeito, as perpendiculares


AC e A'C são iguais como raios do mesmo círculo; portanto, C pertence à
bissetriz do ângulo AOA'. Dar-se-á o mesmo com qualquer outra circunferência.
Por conseguinte, o lugar procurado é a bissetriz do ângulo AOA'.

87. Increver um círculo num triângulo dado ABC.


Solução: O centro O do circulo inscrito encontra-se na bissetriz do ângulo A (n°
81), mas também se encontra na bissetriz do ângulo B; logo, está no ponto de
concurso das duas bissetrizes.

X /
o-

Fig. 66

7 Ó’
NOTA. As bissetrizes BO’, CO’, CO", AO"... dos ângulos exteriores de um
triângulo concorrem aos pontos O', O" e O'" que são os centros dos círculos ex-
inscritos. Existem pois quatro circunferências tangentes a três retas concorrentes
dadas.

41
Geometria Elementar

88. Descrever uma circunferência de raio dado R, tangente a


duas retas dadas.
Solução:
1' As duas retas são paralelas Logo se percebe que o problema só terá
solução no caso em que a distância entre as duas paralelas seja 2R.

B
M.
F>-
A-
D

N
C
Fig 67

2° As retas AB e AC são concorrentes. Seja AD a bissetriz do ângulo A Por um


ponto qualquer de AB, levantemos a perpendicular FE = R e, pelo ponto E,
tracemos uma paralela a AB. O ponto O, interseção da paralela com a bissetriz,
é o centro da circunferência pedida, porque temos (n° 81): OM = ON = EF = R.

89. Descrever uma circunferência tangente em um ponto P a


uma reta dada e passando por outro ponto M igualmente
dado.

P
Fig. 68

Solução: O centro deverá encontrar-se num ponto da perpendicular PO e num


ponto da perpendicular levantada no meio da corda MP. Logo, este centro há de
achar-se no ponto O, interseção das duas perpendiculares.

90. Num círculo, traçar uma secante que passe por um ponto P
e tal que a corda interceptada seja igual a um comprimento
dado.

42
Capitulo 2

A.
P O Fig. 69

A1

-^B’D

Solução: Com raio igual ao comprimento dado e de um ponto qualquer C da


circunferência, descrevo um arco de círculo que a corta em D; traço CD e, do
ponto O, abaixo a perpendicular OE sobre CD. Então, com OE por raio e O por
centro, descrevo uma circunferência que é tangente a CD. Finalmente, do ponto
P, traço as duas tangentes a esta circunferência; as cordas AB e A'B', iguais a
CD, respondem ambas à questão.

91. Traçar a um círculo uma tangente que faça um ângulo dado


com uma reta dada.

M
A....... B :

Fig. 70
K E
N
F L

O
Solução: Sejam O o ângulo dado e KL a reta dada. Façamos um ângulo L igual
ao ângulo O e, do centro, tracemos CN paralela a ML. Depois, tracemos o
diâmetro AB perpendicular. Finalmente, levantemos as perpendiculares AE e BF
a este diâmetro. Ambas são tangentes que satisfazem evidentemente à
questão.

92. Descrever uma circunferência de raio conhecido, que passe


por um ponto dado e seja tangente a uma reta traçada.
P
D E
Fig. 71
A B
C
Solução: Sejam r o raio conhecido, P o ponto dado e AB a reta dada. Por um
ponto qualquer de AB, levanto uma perpendicular igual a r e, por sua extremidade,
traço a paralela DE a AB. O centro procurado acha-se sobre DE, mas está

43
Geometria Elementar

também sobre o arco descrito do ponto P com r por raio: logo, está nos pontos O e
O' em que este arco corta DE. Os centros O e O' respondem ambos à questão.
Há duas soluções ou uma ou nenhuma, conforme a distância do ponto P a DE
seja inferior, igual ou superior a r.

93. Dois pontos, A e B, acham-se à distância d; fazer passar


por estes dois pontos duas paralelas que estejam à
distância m uma da outra.
A K


Fig. 72
L T B

Solução: Do ponto B como centro, com raio igual a m descrevamos uma


circunferência e, pelo ponto A, tracemos uma tangente AK a esta circunferência;
enfim, pelo ponto B, levemos uma paralela a AK. Com evidência as retas AK e
BL respondem à questão.

94. Prolonga-se o raio AB de um círculo em um comprimento


BC = AB; traça-se uma tangente qualquer MD, sobre a qual
se levantam as perpendiculares BN e CD, provar que o
, ___ , ABD
angulo BDC vale------- .
3

Fig. 73
Solução: Para prová-lo, tracemos pelo ponto N uma paralela IH a AC. Sendo IN
e NH respectivamente iguais a AB e BC como paralelas tomadas entre
paralelas, resulta que NI = NH e que os dois triângulos NMI e NHD são iguais.
Portanto, MN = ND, e BN, perpendicular no meio de MD é bissetriz do ângulo
MBD. Ora, os ângulos MBN e AMB são iguais como alternos-internos, e
ABM = AMB como apostos aos lados iguais de um triângulo isósceles. Logo,
ABM = MBN = NBD e, por conseguinte, as retas MB e NB dividem o ângulo
ABD em três partes iguais e, como BDC é igual a NBD, por serem alternos-
internos, resulta que BDC é igual ao terço de ABD, ou

bdc = ^L.
3

44
Capítulo 2

95. Duas cordas paralelas, AC e BD, traçadas pelas extre­


midades do mesmo diâmetro, são iguais.
M
A. C

Fig. 74

N
Solução: Devemos te^AC = BD. x
Com efeito, temos ÁMC + 'CB' = AD + DNB; mas CB = AD; logo: arco AMC =
arco DNB e, por conseguinte, corda AC = corda BD.

96. Lugar dos centros das circunferências tangentes a uma


circunferência dada em um ponto dado.
Solução: Sejam O a circunferência dada. 8 o ponto dado e C uma das
circunferências tangentes ao ponto 8. Os três pontos O, B e C estão em linha
reta: o centro C acha-se, portanto, sobre 08 ou o seu prolongamento. O lugar
pedido estará, pois, sobre OB prolongado em ambos os sentidos.

97. Determinar o lugar dos pontos situados a uma distância


dada de uma circunferência dada.

Fig. 75

Solução: Sejam R o raio da circunferência dada e I, o comprimento dado. A


distância de um ponto à circunferência conta-se no diâmetro que passa pelo
ponto dado. Logo, um ponto qualquer do lugar há de encontrar-se numa circun­
ferência concêntrica à primeira e tendo por raio R + I.
Se tivermos R > I. existe outra solução: a circunferência concêntrica de raio R -1.

98. Lugar dos centros das circunferências de raio dado r e


tangentes a uma circunferência dada R.

45
Geometria Elementar

Solução: O lugar é uma circunferência concêntrica ao circulo R, com o raio R + r.

Fig. 76

Consideremos uma destas circunferências; o ponto B de contato acha-se sobre


a linha dos centros, e temos: OC = R + r. O lugar do ponto C é pois uma
circunferência concêntrica à primeira e de raio R + r.
No caso R > r, está claro que o lugar ainda será uma circunferência de raio
R - r. Se tivermos R = r, não haverá solução.

99. Descrever, dos vértices de um triângulo como centros, três


circunferências tangentes entre si.

Fig. 77

Solução: Suponhamos o problema resolvido. AM = AN e CN = CP: logo, os três


pontos M, N e P são os pontos de contato do círculo inscrito no triângulo ABC;
dai uma construção fácil.

100. Descrever uma circunferência de raio dado e tangente a


uma reta e a uma circunferência dadas.
Solução: Sejam dados o raio r, a circunferência O, de raio R, e a reta AB. Por
um ponto qualquer de AB, levanto uma perpendicular DE = r e, pelo ponto E,
traço uma paralela KL a AB.

O
Fig. 78

K L
A. 121D B

46
Capítulo 2

O centro da circunferência tangente a AB e de raio r encontra-se sobre KL.


Mas, devendo esta circunferência ser tangente á circunferência O, o seu
centro estará também sobre o arco descrito de O, com R + r por raio; logo,
ficará no lugar em que o arco cortar a reta KL, isto é nos pontos C e C*.
Portanto, haverá no máximo duas soluções, ou uma só ou nenhuma,
conforme tenhamos OI + r maior do que a distância do ponto O à reta KL, ou
igual ou menor.

101. Descrever uma circunferência de raio conhecido, que


corte outra em dois pontos marcados.

Fig. 79

Solução: De cada um dos pontos dados A e B como centros e com o raio


conhecido, descrevamos arcos que se cortem em dois pontos O e O'. Está
claro que se, de cada um destes pontos como centro e com o raio dado,
descrevermos circunferências, respondem ambas à questão.
O problema só será possível se o raio dado for maior do que a metade da
distância entre os pontos marcados. Caso seja igual à metade da distância, as
circunferências tornam-se tangentes, os pontos O e O' confundem-se num
único ponto, situado no meio da reta AB. Haverá então uma solução única. Se
for menor, não há solução.

102. Dados dois pontos, A e B, achar um terceiro, O, que esteja


à distância MdeAeà distância N de B.

B
Fig. 80
z\O’
N
M.
Solução: Do ponto A como centro e com M por raio, descrevo um arco de
circulo; do ponto B e com o raio N, descrevo outro arco que corta o primeiro
em O e 0‘. Estes dois pontos respondem evidentemente à questão.
Logo, duas solução para M + N > AB, uma solução para M + N = AB e
nenhuma solução para M + N < AB.

103. Inscrever, entre duas circunferências exteriores dadas,


uma reta de comprimento dado, paralela a uma reta dada.

47
Geometria Elementar

M N

O Fig. 81

Solução: Suponhamos o problema resolvido e seja AB a reta paralela e igual


a MN. Pelo centro O, tracemos OC paralela e igual a AB e tracemos ainda OA
e CB. A figura OABC é um paralelogramo e temos: CB = OA. Dai esta fácil
construção: pelo ponto O, leva-se OC paralela e igual a MN; então, do ponto
C e tomando por raio OA, descreve-se um arco de círculo que cortará O' em
dois pontos B e B'. Unem-se estes dois pontos a C; a seguir, de O, traçam-se
OA e OA‘ que são paralelas respectivamente a CB e CB’. Traçando agora, AB
e A'B’, teremos duas soluções que satisfazem à questão.

104. Por um dos pontos de interseção de duas circunferências,


traçar uma secante comum que tenha o seu meio nesse
ponto.

Fig. 82

Solução: Tomemos o meio M da linha dos centros e unamos o ponto M ao


ponto P de interseção das duas circunferências; depois, tracemos a secante
AB perpendicularmente a PM: a reta AB é a secante procurada.
Com efeito, abaixemos as perpendiculares OC e O’D sobre esta secante e
tracemos O'F paralela AB: segue-se que O’F é perpendicular a PM e OC, e a
figura CDO'F é um retângulo, assim como CPEF e PEO'D. Além disto, como
MP corta OO' pelo meio M e paralelamente a OC, passa pelo meio E de FO'
(ex. 49). Logo, FE = EO' e daí: PC = PD. Por conseguinte, AP = PB.

105. Dá-se a corda AB; sobre o raio OB, levanta-se a


perpendicular OD = AB e, do ponto D, descreve-se um
arco com raio igual a OB. Este arco corta a circunferência
dada em C. Demonstrar que C é o meio do arco AB.

48
Capítulo 2

Fig. 83

Solução: Com efeito, os dois triângulos isósceles COD e AOB são iguais como
tendo os três lados respectivamente iguais. Portanto, COD = ABO. Ora, COD
tem por complemento COB e, por outra parte, 2AB0 + AOB = 2 retos, ou
ABO + AQB = 1 reto; logo, A^B é complemento de ABO ou de COD; portanto,

temos: COB = , onde resulta que o ponto C é o meio do arco AB.

106. Dado um círculo, quantos círculos de mesmo raio são


necessários para encerrá-lo?

Solução: Seis.

Fig. 84

Solução: Com efeito, consideremos duas circunferências O' e O", tangentes


entre si e â circunferência O dada.
O triângulo OO'O” é, com evidência, equilátero, pois cada um dos lados é igual a
2r, sendo r o raio da circunferência proposta. O ângulo 0'00" é, por conseguinte,
igual aos 2/3 de um reto. Logo, a circunferência O estará completamente rodeada
4
quando tivermos yyy circunferências iguais à proposta, isto é 6.

49
Geometria Elementar

107. Mostre que se dividirmos a corda de um arco de círculo


em três partes iguais, os raios que passam pelos pontos
de divisão não dividem o arco em partes iguais.
Solução: Deveremos ter: EF > AE.
Com efeito, por ser isósceles o triângulo OAB, os ângulos OAB e OBA são
iguais, portanto, os triângulos OAC e OBD, que têm um ângulo igual
compreendido entre lados iguais, são iguais e temos: OC = OD.

Fig. 85

O triângulo OCD é isósceles; portanto, o ângulo ODC da base é agudo. Por


conseguinte, o seu suplemento CDF é obtuso e CF é o maior lado do triângulo
CDF; dai temos: CF > CD ou CF > AC. Logo, os triângulos AOC e COF, com
dois lados iguais e o terceiro lado de um maior que o terceiro .do outro, terão
também o ângulo maior oposto ao maior lado e virá COF > AOC, pois: EF > AE.

108. Pelo ponto de contato de duas circunferências tangentes


interior ou exteriormente, traçam-se duas secantes; depois
unem-se os seus pontos de interseção com a mesma
circunferência. Mostre que as cordas assim obtidas são
paralelas.

Fig. 86
Solução: AC e BD são paralelas.
Com efeito, tracemos a tangente comum KIL. O ângulo ACI = AIL, porque têm
por medida comum a metade do arco IA; igualmente BDI = BIK, pois cada um

mede . Ora, AIL = BIK; logo, os ângulos ACI e BDI são também iguais

e, como estes ângulos são alternos-internos, resulta que AD e BE são


paralelas.

50
Capítulo 2

709. Se, no exercício 108, traçarmos uma secante e duas


tangentes às suas extremidades, mostre que estas duas
tangentes são paralelas entre si.

Fig. 87
Solução: AD e BE são paralelas. Com efeito, tracemos a tangente comum
KIL. Os ângulos DAI e AIK são iguais, por terem a mesma medida:
arco Al
2
Assim também, são iguais os ângulos EBI e BIL, que se medem em arco igual.
Ora, BIL = AIK, logo DAI = EBI Sendo eles altemos-internos, segue-se que são
paralelas as retas AD e BE.

770. Mostre que se, de um ponto qualquer tomado no interior


de um ângulo, abaixarmos perpendiculares sobre os
lados deste ângulo, o quadrilátero formado pelas
perpendiculares será inscritivel.
M___ -

A
O

Fig. 88

Solução: Com efeito, por construção temos: DMA + ONA = 2 retos, e dai
também: O + A = 2 retos. Portanto, o quadrilátero OMAN é inscritivel.

777. Demonstre que o retângulo e o quadrado são os únicos


paralelogramos inscritíveis.

51
Geometria Elementar

Solução: Com efeito, para um quadrilátero ser inscritivel, é necessário que os


seus ângulos opostos sejam suplementares; ora, num paralelogramo, os
ângulos opostos são iguais; por conseguinte, é mister que cada ângulo do
paralelogramo seja igual a 90° para este polígono ser inscritivel. Ora, tal
condição só é preenchida pelo retângulo e o quadrado.

112. Mostre que um trapézio cujos dois lados nâo paralelos


sâo iguais (trapézio isósceles) é inscritivel num círculo.
D Ç
Fig. 89

A B
Solução:
Devido às paralelas, temos: A + D = 2 retos e B + C = 2 retos.
Ora, A = B; logo: B + D = 2 retos.
Segue-se que o trapézio ABCD é inscritivel.

113. Mostre que em qualquer triângulo retângulo, a reta que


une o vértice do ângulo reto ao meio da hipotenusa é
igual à metade da hipotenusa.
BC
Solução: Deveremos ter: AO =

A-......

í>
Bk O
Jc Fig. 90

Seja o triângulo retângulo ABC, ao qual circunscrevemos uma circunferência.


Sendo reto o ângulo A, a hipotenusa é um diâmetro, portanto AO, que é igual ao
raio, vale a metade de BC.

114. Sobre duas retas retangulares OA e OB, faz-se correr uma


reta de comprimento dado AB: determinar o lugar dos
meios das hipotenusas dos triângulos assim formados.

A
lM

B Fig. 91
O

52
Capítulo 2

AB
Solução: Seja OAB um desses triângulos. Sempre teremos OM = (ex.

113). Portanto, OM terá comprimento constante, e o lugar do ponto M será a


circunferência descrita do centro O com o raio OM.

115. Sejam um triângulo retângulo ABC e uma perpendicular


qualquer OH sobre a hipotenusa BC. Prolonga-se OH até o
seu encontro em D com AC, traça-se BD e continua-se CO
até E. Determinar o lugar de E.

Fig. 92

Q.

Solução: Se considerarmos o triângulo DBC, as duas retas AB e DH são


duas alturas deste triângulo cuja interseção se acha em O; por conseguinte, a
terceira altura passará também por O e coincidirá com CE. O lugar do ponto E
será, portanto, uma circunferência descrita sobre BC como diâmetro, porque o
triângulo BEC será sempre retângulo.

116. Sendo dados um círculo O e um diâmetro AB, traçam-se


um raio qualquer OC e uma perpendicular CD a AB;
depois toma-se OM = CD. Determinar o lugar do ponto M.

Fig. 93

Solução: Consideremos o triângulo OEM que se obtém traçando o raio OE,


perpendicular a OA, e unindo depois E a M. Este triângulo é igual ao triângulo
COD, pois temos OE = OC, OM = CD, e os ângulos EOM e OCD são iguais
como alternos-internos. Dai conclue-se que o ângulo em M ê reto e o lugar
deste ponto é uma circunferência descrita sobre OE como diâmetro

53
Geometria Elementar

117. Quando duas cordas iguais se cortam dentro ou fora de um


círculo, mostre que os segmentos determinados pelo ponto
de encontro são respectivamente iguais.

Fig. 94

Solução:
Deveremos ter: AP = PD e PC = PB.
Sendo iguais as cordas AB e CD, são iguais os arcos subtendidos e temos:
arco A = arco D; se de cada um destes arcos tirarmos a mesma quantidade,
arco AD, os restos ainda serão iguais, o que dará: arco AC = arco DB. Por
conseguinte, virá: corda AC = corda DB. Por outra parte, os ângulos inscritos
ACD e ABD são iguais por terem a mesma medida; os ângulos CAB e CDB
são iguais pela mesma razão. Logo, os triângulos ACP e BDP são iguais por
terem um lado igual adjacente a dois ângulos respectivamente iguais e temos:
AP = PD e PC = PB.

118. Mostre que se dois círculos se cortarem em dois pontos P


e Q e, pelo ponto P, traçarmos uma reta PAB que os corte
em A e B, o ângulo AQB será constante, seja qual for a
direção de AB.

Fig. 95

Solução: Com efeito, o ângulo A é constante por ter sempre a mesma medida,
arco PMQ . . . , ,
------- —------- ; da mesma forma, B e constante por medir sempre a metade do

arco PNQ. Logo, o ângulo Q, que é igual a 2 retos - (A + B) também é


constante.

119. Mostre que as circunferências que têm por cordas os


lados de um quadrilátero inscritível ABCD, dão origem,
por suas segundas interseções, a um quadrilátero
inscritível EFGH.

54
Capítulo 2

Fig. 96

Solução: Temos, com efeito: HEF = 4 retos - (AEH + AEF).


Ora, no quadrilátero inscrito AEHD, temos: AEH = 2 retos - ADH. Igualmente,
no quadrilátero AEFB, temos: AEF = 2 retos-ABF.
Portanto, substituindo no valor de HEF, virá HEF = ADH + ABF; do mesmo
modo: FGH = CDH + CBF.
Logo, por fim: E + G = B + D = 2 retos, e o quadrilátero EFGH é inscritível.

120. Mostre que se unirmos os pés das alturas de um triângulo


ABC, obteremos outro triângulo em que os ângulos têm
por bissetrizes as alturas do primeiro.

Fig. 97

Solução: Por exemplo, a altura CF será bissetriz do ângulo DFE e teremos:


DFO = OFE.
De fato, observamos que o quadrilátero ADOF, com dois ângulos retos em D e
F, é inscritível e bem assim, o quadrilátero OEBF. Posto isto, vemos que os dois
ângulos DFO e DAO, de medida comum , são iguais, como também os

ângulos OFE e OBE, que medem ambos . Ora, os ângulos DAO e OBE

são iguais como complementares do mesmo ângulo C; logo, os dois ângulos


DFO e OFE são iguais e CF é bissetriz do ângulo DFE. Da mesma forma ocorre
com os dois outros ângulos.

55
Geometria Elementar

121. Sobre um raio OA prolongado, levanta-se uma


perpendicular DE e, peto ponto A, traçam-se a secante
ABC e as tangentes CD e BE. Demonstrar que AB = AD.

\D
0/ -------

p

A Fig. 98

Solução: Com efeito, sobre OD como diâmetro, descrevamos uma


circunferência que deverá passar pelos pontos C e A, visto que o ângulo OCD
é reto assim como o ângulo OAD. Sobre OE como diâmetro, descrevamos
outra circunferência, que também há de passar pelos pontos B e A. Ora, os
CO
ângulos CDO e CAO, que têm por medida comum são iguais. Da

BO
mesma forma, são iguais os ângulos CAO e BEO que valem Portanto,

os ângulos CDO e BEO, são iguais e os triângulos retângulos CDO e BEO


são iguais por terem um cateto igual: CO = BO e um ângulo agudo igual; dai:
OD = OE. Sendo iguais as oblíquas OD e OE, são equidistantes do pé da
perpendicular, e AE = AD.

122. Toma-se um ponto P qualquer sobre o diâmetro de um


circulo; une-se este ponto à extremidade A do raio AO
perpendicular ao diâmetro OP; prolonga-se AP até
encontrar a circunferência em B e traça-se a tangente BC.
Demonstrar que CB = CP.
A

C D B O E Fig. 99

56
Capitulo 2

BD + AE AB
Solução: Com efeito, o ângulo CPB tem por medida ou
2 2
AB
Igualmente, o ângulo CBP tem por medida -y .

Logo, o triângulo CBP é isósceles e temos CB = CP.

123. Se, pelo ponto A, meio de um arco BAC, traçarmos duas


cordas quaisquer AD e AE que cortem em F e G a corda
BC, mostre que o quadrilátero DFGE, assim obtido, é
inscritivel.

Fig. 100

AB + CD AC + CD
Solução: Com efeito, o ângulo F tem por medida OU
2
AD
O ângulo E tem por medida Os ângulos F e E são, pois, suplementares,

e o quadrilátero DFGE é inscritivel.

124. Mostre que as bissetrizes EF e GH dos ângulos formados


pelos lados opostos de um quadrilátero ABCD inscritivel
são perpendiculares entre si.
E

Fig. 101

M
BJ £
H, G
|N

A
F
Solução: Os ângulos em I são retos.

57
Geometria Elementar

Com efeito, devido à bissetriz EF, temos: AF - BM = FD - MC.


A bissetriz GH igualmente nos dá: AH - DN = BH - CN.
Somando membro a membro, virá: FH - BM - DN = FD + BH - MN ou
FH + MN = HM + FN.
A medida dos ângulos FIH e HIM é pois a mesma. Logo, estes ângulos são iguais
e as bissetrizes EF e GH são perpendiculares entre si.

125. Mostre que se duas cordas AB e CD se cortam em um


círculo, a soma AC + BD dos arcos por elas interceptados
é igual à soma dos arcos interceptados pelos dois
diâmetros paralelos a estas cordas.

Fig. 102

Solução:
Teremos: AC + DB = KM + LN.
De fato, os ângulos BED e LON, de lados paralelos e dirigidos no mesmo
sentido, são iguais.
AC + DB KM + LN
Ora um mede ; ao passo que o outro mede
2 2
Portanto, AC + DB = KM + NL.

126. Sejam o círculo circunscrito a um triângulo ABC, e H o


ponto de encontro das alturas. Mostre que se
prolongarmos a altura CG até F, teremos: HG = GF.
C
D, E

H Fig. 103

F
AD + CD
Solução: Tracemos AF. O ângulo AFC tem por medida ; o ângulo AHF
2

mede . Ora, os ângulos ACG e DBA são iguais como complementos do

mesmo ângulo CAB; portanto os arcos DA e AF, que os medem, são iguais.

58
Capítulo 2

Por semelhante razão, os arcos CD e CE são iguais e temos:


AD + CD AF + CE
2 2’
Finalmente, por conseguinte, os ângulos AHG e AFG são iguais e os dois
triângulos retângulos AGH e AGF são iguais por terem um cateto comum e
um ângulo agudo igual: logo: HG = GF.

127. Mostre que os lados opostos de um quadrilátero


circunscrito a uma circunferência, somados dois a dois,
dão somas iguais.
B
G
C
R
H Fig. 104

A E D
Solução:
Teremos: AB + CD = AD + BC.
Efetivamente, as tangentes iguais provenientes dos pontos A e B dão:
AF + BF = AE + BG.
Da mesma forma, as tangentes oriundas dos pontos C e D dão:
CH + DH = DE + CG.
Somando membro a membro, teremos:
AF + BF + CH + DH = AE + BG + DE + CG ou enfim: AB + CD = AD + BC.

128. Indicar o lugar dos pontos de origem das tangentes a uma


circunferência dada, iguais a uma reta dada.
Solução: O lugar é uma circunferência de raio OA e de centro O.

Fig. 105

Tracemos as tangentes AB e A'B’ iguais entre si e à reta dada MN, e ainda OA,
OB, OA'. Os triângulos retângulos OAB e OA'B‘ são iguais. AB = A'B‘ e OB = OB';
logo, OA = OA'; os pontos A, A',... distam igualmente do ponto O‘, e, por
conseguinte, o lugar destes pontos é a circunferência, descrita, com OA por raio.

59
Geometria Elementar

729. Mostre que o diâmetro da circunferência inscrita em um


triângulo retângulo é igual ao excesso da soma dos
catetos sobre a hipotenusa.
Solução:
Deveremos ter: 2r = AC + AB - BC
Com efeito, AC + AB - BC = AD + CD + AE + BE - CF - BF. Ora CD = CF e
BE = BF
Logo. AC + AB - BC = AD + AE.
O quadrilátero ADOE, é retângulo e nos dá' AD + AE = DO + OE = 2r (sendo r
o raio da circunferência inscrita).
C

Fig. 106

A E B
Por fim, temos: 2r = D = AC + AB - BC.

130. Mostre que:


1° Os segmentos determinados sobre os lados de um
triângulo pelos pontos de contato do círculo inscrito e de
um dos círculos ex-inscritos, são iguais cada um ao semi-
perímetro menos um lado;
2° a soma destes segmentos é igual ao semi perímetro.
Seja o lado AB. Os três segmentos a considerarmos são
AD, BD e BF.
Solução: Se representarmos os três lados por a, b, c (a oposto ao ângulo A,
etc...) e o perímetro por 2p, virá:

Fig. 107

AD = p - a, BD = p - b, 8F = p - c e AD + DB + BF = p.

60
Capítulo 2

• Com efeito, 1o:


2AD + 2BE + 2CF = 2p
2AD = 2p - 2BC = 2p - 2a
AD = p - a.
Igualmente
2AD = 2p - 2BC = 2p — 2a;
2BD = 2p - 2AC = 2p - 2b
BD = p - b.
Temos BF = BG, por conseguinte:
2BF + 2BD + 2AD = 2AF = 2p.
2BF = 2p - 2AB = 2p - 2c.
BF = p - c.

• 2o Se fizermos a soma dos três segmentos, virá:


AD + BD + BF = p — a + p-b + p- c.
AD + BD + BF = 3p - 2p = p.

131. Sendo duas circunferências O e O' tangentes interiormente


no ponto A e BC uma corda da circunferência exterior
tangente em D à circunferência menor, mostre que a reta AD
é bissetriz do ângulo BAC.

Fig. 108

Solução: Com efeito, as tangentes provenientes do mesmo ponto T dão: ângulo


AC + CE
TAD = ângulo TDA. Ora, o ângulo TAD tem por medida ------- ------ , ao passo

AC+BE . t AC + CE AC + BE
que TDA mede ------------ . Logo, temos ------ - ------ =------------- ou CE = BE.

Portanto, os ângulos inscritos CAD e BAD, que medem respectivamente


CE BE
e —, são iguais; por conseguinte, AD é a bissetriz do ângulo BAC.
2

132. Sendo uma circunferência tangente a ambos os lados de


um ângulo ABC, se traçarmos uma terceira tangente DF
ao arco AC, mostre que:
1° o triângulo DBF terá perímetro constante, seja qual for
o ponto G tomado à vontade sobre o arco;
2° o ângulo DOF também será constante.

61
Geometria Elementar

Fig. 109

Solução:
Deveremos ter:
AOC
BD + BF + DF = 2AB e DOF =------- ,
2

1o Devido às tangentes iguais oriundas dos pontos D e F, temos:


DG + GF = DF = AD + FC. ou enfim: BD + BF + DF = 2AB.

2° Por outra parte, sendo DO bissetriz do ângulo AOG e FO bissetriz do


ângulo COG, temos:
AOC
DOG + GOF = DOF =
2

133. Sendo dados dois círculos, traçar uma secante tal que as
cordas interceptadas pelos dois círculos tenham
comprimentos dados.

A B C D

°j
M R:‘ N

Fig. 110
Solução: Inscrevamos, nas circunferências dadas, cordas KLMN iguais aos
comprimentos dados; depois, descrevamos uma circunferência concêntrica
tangente a cada corda; por fim, tracemos uma tangente AD comum às
circunferências interiores; esta tangente determina duas cordas AB e CD
iguais às cordas dadas (n° 145). Está claro que haverá tantas soluções
quantas tangentes comuns puderem ser traçadas às duas circunferências
interiores, isto é, quatro.

62
Capitulo 2

134. Lugar dos vértices dos triângulos de mesma base, cujo


ângulo do vértice seja igual a um ângulo dado.

Fig. m
Solução: São dados BC e o ângulo A. O lugar procurado é o segmento capaz
do ângulo A descrito sobre BC como corda, pois os ângulos ABC, ABC,
A"BC,... tém todos a mesma base AC e o ângulo dado A, sob as diversas
BC
apelações A’, A",... não muda de medida: —.

135. Lugar dos centros dos círculos inscritos nestes mesmos


triângulos.

Fig. 112

Solução: Tracemos as bissetrizes dos ângulos ABC, A'BC...; ACB, A'CB...


Estas bissetrizes determinam os centros dos círculos inscritos de que se trata.
A
Ora, cada um dos ângulos O, O’... vale 1 reto + — (ex. 28); como A é dado, 1

A
reto +— é conhecido.
2
O lugar dos pontos O, O'... é, pois, o segmento capaz de um ângulo igual a
A
1r + — descrito sobre BC como corda.
2

136. Lugar dos pontos de concurso das alturas destes


mesmos triângulos.

63
Geometria Elementar

Solução: Sejam ABC um destes triângulos, BOD e COE duas das suas
alturas.

Fig. 113

B C
São conhecidos o ângulo A e a base BC.
No quadrilátero EODA, é fácil ver que o ângulo EOD = 2 retos - A = BOC.
O lugar dos pontos O é, pois, o segmento capaz de um ângulo igual a
2 retos - A (é o suplemento do ângulo dado) e descrito sobre a base dada
BC.

137. Mostre que de todos os triângulos inscritos no mesmo


segmento de circulo, o triângulo isósceles tem o maior
perímetro.

Solução: Consideremos o triângulo isósceles ABC e um triângulo ADB inscrito


no mesmo segmento, com AB por base. Prolonguemos AC de um comprimento
CC = BC e AD de um comprimento DD' = BD. O ângulo ACB exterior ao
ACB
triângulo BCC é igual a 2C onde C = —.

z
' \/f
Fig. 114
!*
Ax B

Da mesma maneira, D' = ~■ • Ora, ACB = ADB, logo, C‘ = D' = A^B.

Por conseguinte, todos os pontos C e D' hão de encontrar-se sobre o


ACB
segmento de círculo descrito sobre AB e capaz de.

Por outro lado, a altura Cl é paralela a C'B, visto que reúne os meios C e I dos
lados AC e AB (ex. 49); resulta daí que BC é perpendicular sobre AB. Logo, AC
é diâmetro da circunferência que passa por A, B, D*. C’; e, como AD' é apenas
uma corda, vem: AD' < AC, seguindo-se: AC + CB + AB > AD + DB + AB

64
Capítulo 2

138. Estando as posições A, B e C de três campanários


marcados num mapa, indicar nele a posição M de uma
casa onde foram observados os ângulos AMB e BMC,
formados entre si por duas retas horizontais traçadas da
casa para os três campanários.

£ 1
----- ZM\
-•:C

Fig. 115
Solução: Tracemos AB e BC. Sobre AB como corda, descrevamos um
segmento capaz do ângulo AMB; igualmente, sobre BC, um segmento capaz
do ângulo BMC.
Com evidência, encontra-se a casa sobre o arco AMB e sobre o arco BMC.
Logo, está no ponto M, interseção dos dois arcos.

139. Mostre que as circunferências que passam por dois


vértices de um triângulo ABC e pelo ponto de concurso H
das alturas, são iguais à circunferência circunscrita ao
triângulo.

Fig. 116

Solução: Os ângulos BAC e BHC cujos lados são respectivamente


perpendiculares, são suplementares; por conseguinte, o arco BMC é capaz de
um ângulo igual a BAC; logo os arcos BAC e BMC são iguais e também as
circunferências O e O'.

140. Achar, no plano de um triângulo, um ponto onde se vejam


os três lados sob ângulos iguais.

65
Geometria Elementar

A B
Fig. 117

Solução: Suponhamos o problema resolvido. Seja O o ponto procurado.


Temos: AOB + AOC + BOC = 4 retos, e como devemos ter: AOB = AOC = BOC,
resulta que cada um desses ângulos deve valer 4/3 de um reto. Bastará portanto
descrever sobre cada lado do triângulo segmentos capazes de 4/3 de ângulo
reto.
O problema será impossível, caso um dos ângulos do triângulo seja superior a
4/3 de 90°, pois então os três segmentos se cortarão em um ponto O' exterior
ao triângulo ABC e um dos três ângulos compreenderá os dois outros.

CONSTRUÇÕES DE POLÍGONOS

TRIÂNGULOS ISÓSCELES

141. Construir um triângulo isósceles, conhecendo a base e o


ângulo do vértice.

Fig. 118

Solução: Basta, é claro, descrever sobre AB um segmento capaz do ângulo


dado e elevar no meio D de AB uma perpendicular até o encontro em C do
segmento; depois, traçam-se AC e BC e tem-se o triângulo pedido.

142. Construir um triângulo isósceles, conhecendo o ângulo


do vértice e a altura.
B

Fig. 119

A D C

66
Capítulo 2

Solução: Tomo, sobre a bissetriz do ângulo dado B um comprimento BD igual


à altura dada, e no ponto D, levanto uma perpendicular que encontra os lados
do ângulo B em A e C. O triângulo ABC assim formado responde ã questão.

143. Construir um triângulo isósceles, conhecendo a base e o


raio do círculo inscrito.
C

Fig. 120
O

V B
C’
Solução: Suponhamos o problema resolvido. Seja ABC o triângulo pedido.
Por um exame da figura, vemos que, para obter o triângulo ABC, basta
levantar, no meio de uma reta AB, igual à base dada, uma perpendicular
DO = r, raio do círculo inscrito; depois, descrever este círculo e traçar-lhe duas
tangentes pelos pontos A e B.

144. Construir um triângulo isósceles, conhecendo a base e o


raio do círculo circunscrito (fig. 120).
Solução: Suponhamos o problema resolvido. Seja ABC o triângulo procurado.
Vê-se que, para obter este triângulo, basta traçar uma reta AB igual à base
dada; descrever com o raio do círculo uma circunferência passando por A e B;
levantar uma perpendicular pelo meio da base até encontrar a circunferência
em C; finalmente, traçar AC e BC. Está claro que o triângulo ABC responde
igualmente à questão.

145. Construir um triângulo isósceles, conhecendo o perímetro


e a altura.
C

E
íR
A D
Fig. 121
B F

Solução: Seja ABC o triângulo pedido. A altura CD deve, é claro, achar-se no


meio do perímetro EF. Tracemo-la. Basta agora conhecer os pontos A e B.
Ora, os triângulos EAC e CBF são isósceles. Para determinarmos os pontos A
e B, é só levantarmos perpendiculares sobre os meios de EC e CF até o
encontro em A e B com a reta EF.

67
Geometria Elementar

TRIÂNGULOS RETÂNGULOS

746. Construir um triângulo isósceles, conhecendo a


hipotenusa e um ângulo agudo.
B

Fig. 122

A C
Solução: Conhecemos a hipotenusa BC do ângulo B. Traçaremos, pois, BC;
no ponto B, faremos um ângulo igual ao ângulo dado. Enfim, do ponto C,
abaixaremos perpendicular sobre BA e o triângulo ABC será o triângulo
pedido.

147. Construir um triângulo isósceles, conhecendo a


hipotenusa e um cateto.
Solução: Faz-se um ângulo relo BAC; do ponto A, toma-se AB igual ao cateto
dado e, do ponto B como centro e com BC como raio, descreve-se um arco
que irá cortar AC em C. Traçado BC, temos o triângulo pedido ABC.

148. Construir um triângulo isósceles, conhecendo a


hipotenusa e a altura correspondente.

Fig. 123

Solução: Seja BC a hipotenusa dada. Sobre BC como diâmetro, descrevamos


uma semi-circunferência e, em um ponto B qualquer de BC, levantemos uma
perpendicular BL igual à altura dada A seguir, pelo ponto L, tracemos uma
paralela a BC; finalmente, do ponto A em que esta paralela encontra a
circunferência, tracemos AB e AC. Claro está que o triângulo ABC responde à
questão, assim como o triângulo BA’C. Entretanto, existe uma única solução,
porque BAC é igual a BA’C.

NOTA. O problema só terá solução para BL < BO: onde resulta que a altura
máxima correspondente ao ângulo reto de um triângulo retângulo é igual ao
raio do circulo circunscrito, ou à metade da hipotenusa.

749. Construir um triângulo isósceles, conhecendo um cateto


do ângulo reto A e a altura abaixada por este vértice.

68
Capitulo 2

A
Fig. 124

B D C
Solução: Conhecemos AC e AD. Podemos construir o triângulo retângulo ADC
(ex. 147). No ponto A, faz-se um ângulo reto cujo lado AB encontrará, DC
prolongado.

150. Construir um triângulo isósceles, conhecendo a mediana


e a altura oriundas do ângulo reto.
A

Fig. 125

B D E C
Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Conhecemos a altura AD e a mediana
AE. BC é o diâmetro do circulo circunscrito, visto que A é reto; portanto, BE,
EC e AE são raios. Deveremos, pois construir o triângulo retângulo DAE,
prolongar DE de uma quantidade EC = AE, unir o ponto C ao ponto A e
finalmente fazer um ângulo reto em A: o cateto AB encontrará DC prolongado.

151. Construir um triângulo isósceles, conhecendo um cateto e


o raio r do círculo inscrito.
B

Fig. 126

D O

A E C
Solução: Suponhamos o problema resolvido. Seja ABC, retângulo em A, o
triângulo pedido. Conhecemos AB e OD = r, mas OD = AE; por outra parte, o
centro O acha-se sobre a bissetriz do ângulo A. Dai, esta fácil construção: fazer
um ângulo reto; sobre um dos catetos, levar um comprimento AB igual ao cateto
conhecido; traçar a bissetriz AO do ângulo A; tomar AE = DO = r; no ponto E,
levantar uma perpendicular que, cortando a bissetriz, determinará o ponto O,
centro do circulo inscrito, enfim, pelo ponto B. traçar uma tangente ao círculo, a
qual, ao encontrar AC, determinará o triângulo.

69
Geometria Elementar

152. Construir um triângulo isósceles, conhecendo o raio r do


circulo inscrito e um ângulo agudo.

B D A
Fig. 127
Solução: Suponhamos o problema resolvido. Seja ABC, retângulo em A, o
triângulo pedido. Conhecemos o ângulo agudo B e r = OD. O centro do circulo
inscrito encontrar-se-á, sobre a bissetnz do ângulo B e a uma distância dada OD
do cateto BA. Daí a construção seguinte: fazer um ângulo agudo igual ao ângulo
dado; traçar-lhe a bissetriz; em ponto qualquer B de BA, levantar uma
perpendicular BE = OD = r; do ponto E, correr uma paralela a BA, que
determinará o centro O do círculo inscrito. A tangente CA, perpendicular sobre
AB, completa o triângulo ABC.

153. Construir um triângulo isósceles, conhecendo um ângulo


agudo e a soma dos catetos.
D

Fig. 128

B' C
Solução: Suponhamos o problema resolvido. Seja ABC, retângulo em A, o
tnángulo pedido. Conhecemos o ângulo agudo B e a soma AB + AC.
Prolonguemos AB de uma quantidade AD = AC e tracemos DC. Sendo isósceles o
triângulo ADC, o ângulo D vale 45°. Podemos, por conseguinte, construir o
triângulo BDC, pois conhecemos deste triângulo o lado BD = AB + AC e os
ângulos B e D; bastará, no meio de DC, levantarmos uma perpendicular EA para
determinarmos o vértice A.

154. Construir um triângulo isósceles, conhecendo um ângulo


agudo e a diferença dos catetos.

70
Capítulo 2

Fig 129
D,

B' C
Solução: Suponhamos o problema resolvido. Seja ABC, retângulo em A, o
triângulo pedido. Conhecemos o ângulo B e a diferença AB - AC. Façamos
AD = AC e tracemos DC. O ângulo ADC = 45° e, por conseguinte, BDC = 135°.
Assim podemos construir o triângulo BDC, pois o ângulo B é dado, o ângulo BDC
é conhecido e BD = AB - AC é dado. Do ponto C, abaixaremos uma perpendicular
sobre BD prolongado, e teremos a solução do problema.

155. Construir, sobre uma base dada AB, um triângulo CAB,


retângulo em A, e tal que a hipotenusa CB e o cateto CA
perfaçam uma soma dupla do cateto AB.
K
h.

Fig. 130

A 'B
Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Prolonguemos CA até K, de modo a
termos CK = CB. Por conseguinte, AK = 2AB. Além disto, o triângulo BCK é
isósceles.
Logo, se, pelo ponto D, meio de BK, levantarmos uma perpendicular DC,
passará pelo vértice C do triângulo ABC. Dai a construção seguinte:
construiremos o triângulo retângulo ABK, no qual conhecemos os catetos e, no
meio D de BK, levantaremos uma perpendicular que determinará o vértice C do
triângulo procurado.

TRIÂNGULOS QUAISQUER

156. Construir um triângulo, conhecendo os meios dos três


lados.

71
Geometria Elementar

A
4 D B
Fig. 131

Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Unamos os pontos D, E e F dados


como meios dos três lados. DE é paralela a AC, DF a CB e EF a AB (ex. 49).
Logo, basta traçar, pelos pontos D, E e F, paralelas a EF, DE e FD: os pontos
de interseção destas paralelas determinarão os vértices do triângulo ABC.

157. Construir um triângulo, conhecendo dois lados e o ângulo


oposto a um deles.
C

.A
B” A B’*“............. "'B
Fig. 132

Solução: Suponhamos que o ângulo dado seja agudo. Façamos um ângulo A


igual ao ângulo dado; depois, tomemos um comprimento AC igual a um dos
lados dados. Feito isto, descrevamos, do ponto C como centro e com o outro
lado como raio, um arco de círculo que cortará geralmente AB em B e B’.
Se traçarmos CB e CB', obteremos assim dois triângulos ACB e ACB' que
respondem ambos à questão. No caso suposto, há pois duas soluções.
Discussão - 1o A é ângulo agudo.
Se tivermos BC = AC, o arco descrito, do ponto C com CB como raio, corta
AB em A e B; portanto, neste caso, só haverá a solução ABC.
Se tivermos BC > AC, o arco cortará AB á direita e à esquerda de D em B"' e
B"; haverá igualmente apenas a solução ACB"’. Não se pode aceitar ACB",
porque CB" corresponde a um ângulo obtuso B"AC, o que é contra a hipótese.
C

Fig. 133

A
Também só existe uma solução, se CB for igual á perpendicular CD.
(Facilmente se advinha a posição de B'").
Enfim, o problema não admite solução para o caso CB < CD.

72
Capítulo 2

2o A é reto.
Obter-se-ão, como a figura indica, dois triângulos retângulos ABC e AB'C
iguais, havendo pois uma única solução.
Esta solução só existe no caso de BC > AC.

3o A é obtuso.

Fig. 134

Há apenas a solução ACB.


Não se pode aceitar ACB', pois CB' é oposto a um ângulo agudo, o que é
contra a hipótese. Aliás, para ser possível o triângulo, é necessário, com
evidência, tenhamos CB > CA.

158. Construir um triângulo, conhecendo o perímetro e os


ângulos.
Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Sobre AB prolongado, tomo AC = AC
e BC" = BC. CC* é igual ao perímetro dado. De mais a mais, no triângulo
isósceles ACC, o ângulo exterior CAB é igual ao dobro de CCA ou
CC'A=^ã.

Dai a construção seguinte: tomamos um comprimento CC" igual ao perímetro


A
dado, no ponto C, fazemos um ângulo igual a —; no ponto C", um ângulo

B
igual a o que nos determina o vértice C.
2’

C’ A B C”
Fig. 135

No ponto C, fazemos o ângulo ACC igual ao ângulo C, que dá o vértice A; do


mesmo modo, para o vértice B, e o problema está resolvido.

159. Construir um triângulo, conhecendo o perímetro, um


ângulo e um ponto do terceiro lado.

73
Geometria Elementar

D>

D, P E
a/
\B

Fig. 136
Solução: Seja O o ângulo dado. A partir de O, tomo dois comprimentos OA e
OB iguais cada um à metade do perímetro dado, e descrevo uma
circunferência tangente em A e B aos lados OA e OB. Qualquer tangente,
como DE, determina, nos lados do ângulo O, um triângulo ODE de perímetro
constante e igual ao perímetro dado (ex. 132). Bastará então traçar, do ponto
dado P, uma tangente à circunferência e o triângulo ODE será o triângulo
procurado. Está claro que o triângulo OD'E‘ também responde à questão.

160. Construir um triângulo, conhecendo um lado, um ângulo


adjacente e a soma dos dois outros lados.

Fig. 137
Solução: Suponhamos o problema resolvido e seja BAC o triângulo pedido.
Conhecemos o lado BC, o ângulo B e a soma BA + AC. Prolonguemos AB de
uma quantidade AD = AC e tracemos DC. O triângulo ADC é isósceles. Aliás,
podemos construir o triângulo BDC; pois o ângulo B é dado, o lado BC
também, e o lado BD = BA + AC. Construído este triângulo, teremos o vértice
A levantando uma perpendicular no meio de DC até encontrar BD em A;
bastará traçar AC e o problema estará resolvido.

161. Construir um triângulo, conhecendo um lado, o ângulo


adjacente e a diferença dos dois outros lados.

74
Capitulo 2

Fig. 138

Solução: Suponhamos o problema resolvido e seja BAC o triângulo pedido.


Conhecemos B, BC e BD = AB - AC. Podemos, pois, construir o triângulo
BDC. A perpendicular levantada no meio de DC encontrará BD prolongado e
assim determinará o vértice A; traçando AC, teremos o problema resolvido.

162. Construir um triângulo, conhecendo um lado, o ângulo


oposto e a soma dos dois outros lados.

Fig. 139

Solução: Suponhamos o problema resolvido e seja ABC o triângulo pedido.


Conhecemos BC, o ângulo oposto A e a soma AB + AC. Prolonguemos AB de
uma quantidade AD = AC. O triângulo DAC é isósceles; portanto, o ângulo
RAC
BAC vale 2D ou D =

BAC
Daí a seguinte construção, faço um ângulo D = tomo DB = BA + AC e,

do ponto B como centro, com BC por raio, descrevo um arco que encontrará
DC em C. A perpendicular EA levantada no meio de DC determina o vértice A.
Traço AC e BC e o problema está resolvido.

NOTA. Se levantarmos uma perpendicular no meio de DC e a prolongarmos


até encontrar BD em A' e, depois, traçarmos A'C, parecerá que o triângulo
A’BC seja outra solução, pois sendo isósceles o triângulo DA'C’, o ângulo
BA'C' é igual ao ângulo dado ABC* = BC e BA' + A'C = BD = AB + AC. O
triângulo BA'C responde portanto à questão. Mas o triângulo BA'C = BAC,
pois A = A’; BC = BC e A’BC = ACB, visto termos ACB = 2 retos - D - BCC
e também: DBC ou A'BC = 2 retos - D - BCD: logo, existe, na realidade,
apenas uma solução.

163. Construir um triângulo, conhecendo um lado, o ângulo


oposto e a diferença dos dois outros lados.

75
Geometria Elementar

Fig. 140

B' C
Solução: Seja ABC o triângulo pedido. São conhecidos o lado BC, o ângulo A
e a diferença BA - AC. Tomo um comprimento AD = AC e traço DC. No
A
triângulo isósceles ADC, tenho 2ADC = 2 retos - A; onde: ADC = 1 reto - —.

A A
Mas BDC = 2 retos - ADC = 2 retos - 1 reto +
2
= 1 reto +
T . Daí a
A
construção: faço um ângulo BDC = 1 reto + tomo DB = BA - AC e, do

ponto B como centro e com BC por raio, descrevo um arco que cortará DC em
C. Prolongo BD e, sobre o meio de DC, levanto uma perpendicular que
determina o vértice A; finalmente, traço AC e o problema está resolvido.

164. Construir um triângulo, conhecendo os ângulos e a soma


de dois lados (fig. 137).
Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Conhecemos a soma AB + AC e os
três ângulos. Prolongo AB de uma quantidade AD = AC. O triângulo ADC é
BAC
isósceles e, portanto, D = —: por outra parte, conhecemos o ângulo A e o

lado BD; logo, o triângulo BDC pode ser construído. Construímo-lo e, sobre o
meio de DC, levantamos uma perpendicular EA que determina o vértice A; por
fim, traçamos AC.

165. Construir um triângulo, conhecendo o raio do círculo


circunscrito, um lado e um ângulo adjacente (fig. 141).
Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Conhecemos AC, o ângulo CAB e o
raio do circulo circunscrito. Descrevemos a corda AC, fazemos um ângulo
CAB igual ao ângulo dado. O lado AB deste ângulo encontra a circunferência
no ponto B. Traçamos CB e o problema está resolvido.

166. Construir um triângulo, conhecendo o raio do círculo


circunscrito e os ângulos.

Fig. 141

76
Capitulo 2

Solução: Descrevo uma circunferência com o raio dado Em um ponto


qualquer, traço uma tangente qualquer EAD. Faço em A um ângulo CAD igual
ao ângulo dado ABC e um ângulo BAE igual ao ângulo BCA. Traço CB. Pela
medida dos seus ângulos, o triângulo ABC responde à questão.

767. Construir um triângulo, conhecendo o raio do círculo


circunscrito, um lado e uma altura (2 casos).

Solução:
1o Caso - A altura corresponde ao lado dado.
Seja ABC o triângulo pedido. Conhecemos AB, a altura CD e o raio do círculo
circunscrito. Descrevo um circulo com o raio dado; inscrevo a corda AB e traço
CC, paralela a AB, a uma distância desta igual a CD. Esta paralela encontra a
circunferência em C e C. Traço CA, CB e o triângulo ACB responde à questão.
O triângulo ACB, igual ao triângulo ACB, nâo constitue segunda solução.

2o Caso - A altura corresponde a um dos lados desconhecidos.


Seja ABC o triângulo pedido. Conhecemos AB, a altura AD e o raio do circulo
circunscrito. Descrevo uma circunferência com o raio dado; inscrevo a corda
AB e, do ponto A como centro e com AD por raio, descrevo um arco de
circulo; depois, do ponto B, traço as tangentes BD e BD' que encontram o
circulo dado em C e C, e tenho assim dois triângulos ACB e ACB, que
respondem ambos à questão.

Fig. 143

768. Construir um triângulo, conhecendo o raio do circulo


inscrito e os ângulos.

77
Geometria Elementar

Fig. 144

A D B
Solução: Seja ABC o triângulo procurado. São conhecidos A, B e C e o raio
OD. Construo o ângulo A, inscrevo nele o circulo de raio OD. Posso construir
o triângulo retângulo OBD, pois conheço OD e o ângulo O, sendo OB bissetriz
do ângulo dado B.
Este triângulo determina o ponto B; deste ponto, traço uma tangente ao
circulo de raio OD; o triângulo ABC, assim formado, satisfaz ao problema.

169. Construir um triângulo, conhecendo o raio r do círculo


inscrito, um lado e um ângulo (2 casos).
Solução:

1o Caso - O ângulo é adjacente ao lado dado.


Seja ABC o triângulo procurado (fig. 144). Conhecemos o ângulo A, o lado AB e o
raio do circulo inscrito. Construimos o ângulo dado CAB e inscrevemos neste
ângulo o circulo de raio r.
A partir do ponto A, levamos um comprimento AB igual ao lado dado; depois,
do ponto B, traçamos uma tangente BE que, prolongada, encontrará o lado
AC. O triângulo ACB assim obtido é a solução
2o Caso - O ângulo é oposto ao lado dado.
Seja ABC o triângulo pedido. Conhecemos o ângulo C, o lado AB e o raio do
circulo inscrito.
Construímos o ângulo C e inscrevemos neste ângulo o círculo de raio dado.
Temos (n° 199) AD = AF e BD = BE ; logo AD + BD ou AB = AF + BE.
Se, portanto, acrescentarmos CF + CE a AB, teremos: CA + CB e então
conheceremos o ângulo C, o lado AB e a soma AC + BC; é o caso do
exercício 162.

170. Construir um triângulo, conhecendo o raio r do circulo


inscrito, um ângulo e a altura correspondente.

n'\
o •
A C
Fig. 145

78
Capítulo 2

Solução: São conhecidos o raio do circulo inscrito, o ângulo A e a altura


correspondente AD.
Constrói-se um ângulo A igual ao ângulo dado. Neste ângulo, inscreve-se um
círculo de raio r. A seguir, de A como centro e com raio igual à altura dada,
descreve-se um arco mn.
A este arco e à circunferência O, leva-se uma tangente comum que é o
terceiro lado e que limita os dois primeiros. Obtém-se desta forma o triângulo
ABC, que responde a todas as exigências do enunciado.

171. Construir um triângulo, conhecendo o raio r do circulo


inscrito, o raio r' do círculo ex-inscrito e um ângulo (2
casos).

Solução:
1o Caso - O círculo ex-inscrito está no ângulo dado.
Seja ABC o triângulo procurado. Faço um ângulo CAB igual ao ângulo dado;
inscrevo neste ângulo sucessivamente um circulo de raio r e outro de raio r1.
Levo a estes dois círculos a tangente comum BC e tenho o triângulo ABC que
responde à questão.

2o Caso - O circulo ex-inscrito está no ângulo adjacente ao ângulo dado.


Construo o ângulo dado A. Inscrevo neste ângulo o circulo de raio r, e no ângulo
DAC, o de raio r*; traço aos dois círculos uma tangente exterior ECB, que
determina o triângulo procurado.

172. Construir um triângulo, conhecendo os centros dos três


círculos ex-inscritos.

79
Geometria Elementar

E\ Á
..... À&....

Fig. 148

A\ i ,/B
O”
Solução: Seja ABC o triângulo procurado. Conhecemos O, O' e O". Aliás,
sendo OC e O'C as bissetrizes de dois ângulos ECA e FCB opostos pelo
vértice, acham-se em linha reta e OCA e OCB são iguais; mas CO" é bissetriz
do ângulo ACB (ex. 87) e, por conseguinte, perpendicular sobre OO*. Logo, se
do ponto O" traçarmos uma perpendicular a OO', ela determinará o vértice C.
Analogamente se determinam os vértices A e B.

173. Construir um triângulo, conhecendo os trés ângulos e


uma das alturas (fig. 151).
Solução: Suponhamos o problema resolvido e seja ACB o triângulo pedido. Se,
pelo vértice C, traçarmos uma paralela ao lado AB, ficará à distância dada
CB = h do lado AB. Bastará construirmos o ângulo ABC, traçarmos ao lado AB
uma paralela situada à distância h dessa reta, e fazermos em C um ângulo igual
ao ângulo dado ABC. Como podemos tomar indiferentemente um dos trés
ângulos, segue-se que o problema tem trés soluções.

174. Construir um triângulo, conhecendo um ângulo, a altura e


a bissetriz do ângulo dado.

A D E B
Fig. 149

Solução: Seja ABC o triângulo procurado. São conhecidos: o ângulo C, a altura


CD e a bissetriz CE. Assim podemos construir o triângulo retângulo CDE.
Construído que seja, fazemos, de cada lado da bissetriz ângulos ECB e ECA,
iguais ambos à metade do ângulo dado. Assim temos o triângulo ACB, que
responde à questão.

80
Capítulo 2

175. Construir um triângulo, conhecendo os pés das três


alturas.
C

Fig. 150

A- Vp
Solução: Suponhamos o problema resolvido e seja ABC o triângulo
procurado Se considerarmos o triângulo MNP formado pelos pés das três
alturas, as alturas do triângulo ABC são as bissetrizes dos ângulos do
triângulo MNP (ex. 120). Para termos os lados AC, BC e AB, bastará pois
traçarmos, pelos pontos M, N e P, retas perpendiculares às bissetrizes dos
ângulos M, N e P do triângulo MNP, as quais determinarão, por suas
interseções, o triângulo ABC.

176. Construir um triângulo, conhecendo um lado, um ângulo e


uma altura (5 casos).
Solução: O ângulo dado pode ser adjacente ou oposto ao lado dado; daí dois
casos principais:
1o Caso Principal - O ângulo dado A é adjacente ao lado dado AB Então a
altura dada h pode corresponder: 1o ao lado dado; 2o ao lado incógnito do
ângulo dado, 3o ao lado oposto ao ângulo dado.

1o A altura h corresponde ao lado dado - Seja ABC o triângulo pedido. São


conhecidos o ângulo A, o lado AB e a altura CD = h. Traço AB; no ponto A,
faço um ângulo CAB igual ao ângulo dado e, em um ponto qualquer A de AB,
levanto uma perpendicular AE = h; depois, traço EF, paralela a AB. O terceiro
vértice deve, com evidência achar-se sobre esta paralela; logo, está no ponto
C em que EF encontra AC; finalmente, traço CB.

E C F

Fig. 151

A D B
2o A altura dada h corresponde ao lado incógnito do ângulo dado - Seja ABC
o triângulo pedido. Conhecemos o ângulo A, o lado AB e a altura BI. Como,
do ponto B, só podemos traçar a perpendicular BI a AC, o problema é
impossível se a altura h for maior ou menor que BI; com h = BI, o problema é
indeterminado, porque, unindo qualquer ponto de AC ao ponto B, obtemos um
triângulo que responde à questão. Esta indeterminação provém de que um
dos dados é consequência dos dois outros: sendo dados o ângulo A e o lado
AB, automaticamente é dada a altura. Na realidade, há só dois elementos
dados.

81
Geometria Elementar

Cr
Fig. 152

,D

A . D’
!
3° A altura dada h corresponde ao lado oposto ao ângulo dado - Seja ABC o
triângulo pedido. São conhecidos o ângulo CAB, o lado AB e a altura AD = h.
Construo o ângulo CAB. Tomo AB igual ao lado dado e, do ponto A como
centro com h por raio, descrevo um arco de círculo; enfim, do ponto B, traço
duas tangentes a este arco, prolongando-se até o seu encontro com AC.
Assim obtenho os dois triângulos ACB e ACB, que satisfazem ambos às
exigências do problema.

2o Caso Principal - O ângulo dado C é oposto ao lado dado AB. Então, a

a
altura h pode corresponder: 1o ao lado dado; 2o a um dos lados incógnitos.

L
Fig. 153

A\ D/B

1o A altura h corresponde ao lado dado - Seja ABC o triângulo pedido. São


conhecidos AB, o ângulo Cea altura CD. Traço AB; o ângulo C está sobre o
segmento capaz do ângulo dado, construído sobre AB. Construo este
segmento. O vértice C está à distância CD = h de AB. Traço uma paralela a
AB que fique a esta distância. Esta paralela encontra a circunferência em C e
C. Traço CA e CB. O triângulo ACB responde à questão. Traçando ainda C’B,
obtenho outro triângulo CAB, o qual, sendo igual ao primeiro, não constitue
solução diferente.

Fig. 154

82
Capitulo 2

2° A altura h corresponde a um lado incógnito - Seja ABC o triângulo pedido.


São conhecidos o lado AB, o ângulo Cea altura AD O ângulo C fica num
segmento capaz do ângulo dado e descrito sobre AB. Construo este segmento.
Do ponto A como centro, com h por raio, descrevo um arco de circulo.
Pelo ponto B, traço ao arco uma tangente que limito á circunferência. Assim
tenho o lado BC e, por conseguinte, o triângulo ABC que satisfaz ao enunciado.

177. Construir um triângulo, conhecendo dois lados e uma


altura (2 casos).

C'< x.ç

A D B
Fig, 155

Solução:

1o Caso - A altura h corresponde a um dos lados dados - Seja ABC o


triângulo pedido. São conhecidos AB, AC e a altura CD = h. Traço AB. O
vértice C está numa paralela a AB, à distância h. Traço esta paralela. Como
AC é dado, do ponto A como centro e com AC por raio, descrevo um arco que
cortará a paralela CC em C e C. Traço AC, BC, AC o BC. Tenho assim dois
triângulos que respondem ambos à questão. Haverá, por conseguinte, duas
soluções ou uma ou nenhuma, conforme tenhamos AC > h, AC = h e AC < h.

A
/ C”
Fig. 156

2o Caso - A altura h corresponde ao lado incógnito - Seja ABC o triângulo


pedido. Conhecemos AB, AC e a altura h = AD. Tracemos AB; do ponto A como
centro e com h por raio, descrevamos um arco de circulo e, do ponto B, levemos
duas tangentes a este arco. O vértice C está na tangente AC. Ora, conhecemos
AC. Do ponto A como centro e com AC por raio, descrevamos um arco que
cortará BD em C e C. Tracemos AC e AC. Os triângulos ACB e AC'B
satisfazem ambos aos dados da questão. A tangente BD' daria duas soluções,
assim como a tangente BD, mas não seriam soluções novas, porque os dois
triângulos ABC" e ABC" assim obtidos seriam respectivamente iguais aos
triângulos ABC e ABC.

83
Geometria Elementar

178. Construir um triângulo, conhecendo um ângulo e duas


alturas (2 casos).
C

Fig. 157

A D
Solução:

1o Caso - As duas alturas correspondem aos dois lados do ângulo dado - Seja
ABC o triângulo pedido. Conhecemos o ângulo A e as alturas CD = h e BF = h'.
Construamos um ângulo CAB igual ao ângulo dado; à distância h de AB,
tracemos uma paralela que, ao encontrar AC, determinará o vértice C; à
distância h* de AC, tracemos-lhe uma paralela que, encontrando AB,
determinará o ponto B. Assim teremos o triângulo ABC que satisfará às
condições do enunciado.

Fig. 158

A • B
2° Caso - Uma das alturas corresponde ao lado oposto ao ângulo dado - Seja
ABC o triângulo pedido. Conhecemos o ângulo A, e as alturas BE e AD. Traço o
ângulo CAB e determino o ponto B como no primeiro caso. A seguir, do ponto A
como centro e com AD por raio, descrevo um arco de círculo ao qual levo uma
tangente passando pelo ponto B. O seu encontro com o lado AC do ângulo A
me dá o terceiro vértice do triângulo, que assim fica determinado.
Para ser possível o problema, é necessário que o primeiro lado determinado,
AB, seja pelo menos igual à altura AD.

179. Construir um triângulo, conhecendo um lado e duas


alturas (2 casos).

Fig. 159

84
Capítulo 2

Solução:

1o Caso - Uma das alturas corresponde ao lado dado - Seja ABC o triângulo
dado. Conhecemos AB e as alturas CE e AD. Tracemos AB. O vértice C
encontra-se numa paralela a AB, à distância CE de AB. Construamo-la. Do
ponto A como centro e com AD por raio, descrevamos um arco de círculo e do
ponto B, tracemos as tangentes BD e BD' a este arco.
Prolongadas, elas encontram a paralela a AB em C e C. Traçando AC e AC‘,
teremos os dois triângulos ACB e ACB, que respondem à questão.

Fig. 160
2o Caso - As alturas correspondem aos lados incógnitos - Seja ABC o
triângulo procurado. Conheremos AB e as alturas AD e BE. Do ponto A como
centro, e com AD por raio, descrevamos um arco de circulo; do ponto B, com
o raio BE, outro arco. O ponto C acha-se forçosamente em cada uma das
tangentes levadas aos arcos dos pontos A e B; portanto, só se pode achar na
interseção das mesmas. Assim temos o triângulo ABC, que responde à
questão. A tangente BD* prolongada fornece outro triângulo ABC, que
igualmente responde à questão.

180. Construir um triângulo, conhecendo dois lados e uma


mediana (2 casos).
C

A B
Fig 161

85
Geometria Elementar

Solução:

1o Caso - A mediana corresponde a um dos dois lados dados - Seja ABC o


triângulo pedido. Conhecemos AC, CB e a mediana BM. Tracemos AC. Do
ponto C como centro e com CB por raio, descrevamos um arco de círculo e do
ponto M, meio de AC, com MB por raio, outro arco que cortará o primeiro em
B. Tracemos CB e AB, e está resolvido o problema.

2o Caso - A mediana corresponde ao lado incógnito - Seja ABC o triângulo


pedido. São conhecidos AC e CB e a mediana CM. Prolonguemos CM de
DM = CM O quadrilátero ABCD assim obtido, e no qual as diagonais se cortam
em partes iguais, é um paralelogramo, e temos: AD = CB. Logo, o triângulo
ACD, de que se conhecem os três lados, pode ser construído, o que dará os
vértices A e C. Para se ter o vértice B, bastará prolongar AM de BM = AM.

Fig. 162

¥z
181. Construir um triângulo, conhecendo as três medianas.

V
B D C
Fig. 163

Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Sabe-se que as medianas se cortam


aos 2/3 do comprimento a contar do vértice. Conhecemos pois, no triângulo
BOC, os lados OB, OC e a mediana OD; podemos construir o triângulo (ex.
BO
180, 2o caso). Se prolongarmos BO de uma quantidade OF = -y- e OC de

OC
OF = -y-, teremos os pontos E e F; por fim, se traçarmos BF e CE, estas

retas prolongadas determinarão o ponto A, e teremos o problema resolvido.

182. Construir um triângulo, conhecendo o ângulo, a altura e a


mediana do vértice.

86
Capítulo 2

■Â- Fig. 164

\\ I /
w D
Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Conhecemos o ângulo C, a altura CH
e a mediana CM. Portanto, podemos construir o triângulo retângulo CMH.
Aliás, se prolongarmos CM de MD = CM e completarmos o paralelogramo
ABCD, o ângulo CAD será suplementar de C e para termos o vértice A,
bastará, por conseguinte, descrever sobre CD um segmento capaz do ângulo
CAD que, pela sua interseção com o prolongamento de MH, dará o ponto A.
Para conseguir o vértice B, bastará duplicar o comprimento de AM.

183. Construir um triângulo, conhecendo os ângulos e uma


mediana.

AK//
W"' D

Fig. 165
Solução: Suponhamos resolvido o problema. Sejam ABC o triâgulo procurado e
CM a mediana dada Prolonguemos CM de quantidade igual a si até D e
terminemos o paralelogramo ADBC. O ângulo A é conhecido, e o vértice A deve
encontrar-se num segmento capaz do ângulo A descrito sobre CM. Sendo o
ângulo BAD igual ao ângulo CBA como alternos-internos, o ângulo CAD é igual
a CAB + CBA, ou por outra: é conhecido, e o vértice A deverá encontrar-se
também sobre um segmento capaz do ângulo CAD descrito sobre CD. Portanto,
acha-se na interseção dos dois segmentos em questão.
Para obtermos o vértice B, só teremos que prolongar a mediana AM, do
triângulo ACD, de uma quantidade MB = AM; enfim, traçaremos AC e BC, e
teremos o triângulo ABC, que responde à questão.

87
Geometria Elementar

CONSTRUÇÃO DE DIVERSOS POLÍGONOS

184. Construir um quadrado conhecendo-lhe a diagonal (fig.


166).
Solução: Este problema vem a ser o mesmo que construir um triângulo
isósceles do qual se conhecem a base BD e o ângulo do vértice que é reto.
Construído o triângulo ABD, levam-se, pelos pontos B e D, paralelas a AD e
AB, que determinam a ponto C.

185. Construir um quadrado conhecendo a soma ou a


diferença do lado e da diagonal.

Fig 166

Solução:

1o Dá-se BD + DC. Por outra parte, os ângulos do triângulo BCD são


conhecidos. Podemos, pois, construi-lo (ex. 164). Termina-se depois o
quadrado (ex. 184).

2o Dá-se BD - DC = EB. Desta igualdade, resulta que DC = DE; ora EDC = 1/2
3
reto; portanto 2DEC = 2r - 1/2r = 3/2 retos, onde DEC = — r; por

3 5
conseguinte, CEB = 2r- —r = —r No triângulo CEB, conhecemos agora o lado

EB e os ângulos CEB e CBE Podemos, portanto, construí-lo e completar


facilmente o quadrado

186. Construir um retângulo conhecendo um dos lados e o


ângulo das diagonais.
D C

A B
Fig. 167
Solução: Construamos o triângulo isósceles AOB, no qual conhecemos o
ângulo O e a base AB. Prolonguemos AO de uma quantidade OC = AO e OB de
OD = OB; a seguir, tracemos AD, BC e DC.

88
Capítulo 2

187. Construir um retângulo conhecendo o perímetro e a


diagonal
Solução: No triângulo retângulo ABC, conhecemos AC, a soma AB + BC e o
ângulo reto ABC; logo, podemos construir este triângulo (ex. 162) e, por
conseguinte, o retângulo.

188. Construir um retângulo conhecendo o perímetro e o


ângulo das diagonais.
Solução: Conhecendo o ângulo das diagonais, conhecemos o ângulo OAB e,
por conseguinte, o ângulo OCB. Do triângulo ABC, são conhecidos os ângulos
CAB o ACB e a soma AB + BC. Pode-se, pois, construí-lo (ex. 164) e depois
fazer o retângulo.

189. Construir um retângulo conhecendo a diferença de dois


lados e o ângulo das diagonais.
Solução: Seja ABCD o retângulo pedido. Conhecemos EB e o ângulo O e,
por conseguinte, também OBA. Já que EB é a diferença dos dois lados,
1 13
AE = AD, e o ângulo AED = — reto, onde DEB = 2r - — r = — retos.

D C

Fig. 168

A E B
Do triângulo EBD, conhecemos agora os ângulos DBE e DEB e o lado EB.
Constrói-se este triângulo e, do ponto D, abaixa-se uma perpendicular DA
sobre o prolongamento de EB e completa-se então o retângulo.

190. Construir um losango conhecendo as diagonais.


Solução: Será fácil construir esta figura, se recordarmos que as diagonais de
um losango se cortam perpendicularmente e em partes iguais.

191. Construir um losango conhecendo o lado e o raio do


circulo inscrito.

Fig. 169

89
Geometria Elementar

Solução: As diagonais BD e AC são as bissetrizes dos ângulos do losango. O


centro do circulo inscrito é pois o ponto de concurso das diagonais em O. A
perpendicular OE sobre AB é, por conseguinte, o raio do círculo inscrito.
Do triângulo retângulo ABO, conheço a hipotenusa AB e a altura
correspondente OE; assim posso construir este triângulo (ex. 148); ser-me-á
então fácil completar o losango, pois conhecerei as semi-diagonais AO e BO.

192. Construir um losango conhecendo um ângulo e o raio do


circulo inscrito.
Solução: Faço um ângulo A igual ao ângulo dado, increvo neste ângulo o
circulo dado. AO é bissetriz do ângulo A e perpendicular a DB; portanto, é
fácil construir o triângulo ABD e, por conseguinte, o losango inteiro.
A

D Fig. 170

C
193. Construir um losango conhecendo um ângulo e uma
diagonal.
Solução: Conhecendo um ângulo, conhecemos todos os outros.
Suponhamos o problema resolvido e seja ABCD (fig. 170) o losango
g
procurado. Do triângulo retângulo AOB, conheço o ângulo ABO = — e o lado

BD
BO = —, posso construir este triângulo e dai o losango.

194. Construir um paralelogramo conhecendo diagonais e um


lado.
Solução: São dadas as diagonais e o lado AB. Assim conhecemos os três
lados do triângulo AOB. Constrói-se este triângulo: prolonga-se AO de uma
quantidade OC = AO, e OB de OD = OB; depois, é só traçar AD, DC e BC.

D C

A B
Fig. 171

90
Capítulo 2

195. Construir um paralelogramo conhecendo as diagonais e


os seus ângulos.
Solução: Constrói-se o triângulo AOB, de que se conhecem o ângulo O e os
lados OA e OB; depois, completa-se o paralelogramo (ex. 194).

196. Construir um paralelogramo conhecendo um lado, um


ângulo e uma diagonal.
Solução: Conhecido um ângulo de um paralelogramo, conhecem-se todos,
porque A = C e B = D. Aliás, se A for dado, teremos B = 2 retos - A. Do
triângulo ABC, conhecemos portanto o ângulo B e os lados AC e AB.
Construiremos este triângulo (ex. 157) e, a seguir, traçaremos, pelos pontos C
e A, as paralelas CD e AD a AB e BC.

197. Construir um paralelogramo conhecendo um lado, uma


altura e um ângulo (2 casos).
D C

Fig. 172

A E B
Solução:

1o Caso - A altura corresponde ao lado dado - Seja ABCD o paralelogramo


procurado. Conhecemos AB, o ângulo A e a altura DE. Constrói-se o triângulo
retângulo ADE, prolonga-se AE até B, de modo a ter AB igual ao lado dado;
do ponto D, leva-se DC paralela e igual a AB, finalmente, traça-se BC.

2° Caso - A altura dada não corresponde ao lado dado - Conhecemos AD, o


ângulo A e a altura DE; podemos construir o triângulo retângulo ADE, mas
ainda assim o problema permanece indeterminado, pois não é conhecido o
comprimento de AB. Provém a indeterminação de que a altura depende do
ângulo A e do lado AD; só temos realmente dois elementos dados.

198. Construir um paralelogramo conhecendo uma diagonal,


um ângulo e o perímetro (fig. 171).
Solução: Conhecendo AC, a soma AB + BC e ângulo D, construimos o
triângulo ABC (ex. 162); depois, completamos o paralelogramo.

199. Construir um trapézio isósceles conhecendo as bases e


um ângulo.
D C

Fig. 173

A E F B
91
Geometria Elementar

Solução: Seja ABCD o trapézio procurado. Conhecemos o ângulo A ou B e


as bases AB e CD. Pelos pontos A e B, traço duas retas AD e BC fazendo
com AB os ângulos A e B iguais ao ângulo dado. A partir de A, transporto
AE = DC. Depois, por E traço uma paralela a AD que encontrará BC em um
ponto C. Traça-se DC paralela a AB e obtém-se o trapézio ABCD que satisfaz
aos dados da questão

200. Construir um trapézio isósceles conhecendo as bases e a


altura (fig. 173).
Solução: Seja ABCD o trapézio procurado. Traço CE paralela a DA. No
triângulo isósceles ECB, conheço a base e a altura; posso construir este
triângulo e completar o trapézio como no exercício precedente.

201. Construir um trapézio isósceles conhecendo as bases e o


raio do círculo circunscrito.

A O Fig. 174

Solução: Seja ABCD o trapézio procurado, inscrito no círculo O. Se


supusermos EOI perpendicular às cordas AB e DC e passando pelo centro,
esta perpendicular dividirá, as duas cordas em partes iguais. No triângulo
DC
retângulo QIC, conheço pois OC, é o raio dado, e IC = -^-. Construo

separadamente este triângulo, o que me fornece OI. Inscrevo, portanto, AB


num circulo descrito com o raio dado; levanto no meio uma perpendicular
sobre a qual, a partir de O, transporto OI fornecido, pelo triângulo OIC; no
ponto I, traço DC paralela a AB; finalmente, termino o trapézio traçando AD e
BC.

202. Construir um trapézio isósceles conhecendo uma base, a


altura e um dos lados iguais.
D C

A E F B
Fig. 175
Solução: Seja ABCD o trapézio procurado. AB, DE e AD são conhecidos.
Construo o triângulo retângulo ADE; tomo, na reta AE prolongada, um
comprimento AB igual ao lado dado. Transporto o comprimento de AE de B
para F; pelo ponto F, traço FC igual e paralela a ED; por fim, DC e CB.

92
Capitulo 2

203. Construir um trapézio isósceles conhecendo as bases e a


diagonal.
D C
A Fig. 176

A
11
F E B
Solução: Seja ABCD o trapézio procurado. Traço a altura CE e uma paralela
CF a AD. Tenho BF = AB - DC e, por conseguinte, EF = AB-DC posso

agora construir o triângulo retângulo ACE, pois o lado AC é dado e


AE = DC + FE = DC + AB-DC c^struj^ este triângulo, é fácil completar o
2
trapézio.

204. Construir um trapézio qualquer, conhecendo os quatro


lados.
B C

A
7
E D
Fig. 177

Solução: Seja ABCD o trapézio procurado. Traço a paralela CE a AB.


Conheço os três lados do triângulo DCE: CD é dado, CE é igual ao lado AB
igualmente dado, e ED = AD - BC. Construo o triângulo DCE, prolongo EA de
modo a ter AD igual ao lado dado, pelo ponto A, traço AB igual e paralela a
CE, e finalmente reúno B a C.

205. Construir um trapézio conhecendo as bases e as


diagonais.
D C
Fig. 178

A B E
Solução: Seja ABCD o trapézio procurado. Construo o triângulo AEC tendo
por lados a soma das bases AB + DC = AE. a diagonal AC e EC = DB. Pelo
ponto B, traço uma diagonal paralela e igual a EC. e mais DC, AD e BC;
assim tenho o trapézio ABCD, que responde â questão.

93
Geometria Elementar

206. Construir um pentágono conhecendo os meios dos cinco


lados.

Fig. 179

Solução: Suponhamos o problema resolvido. Seja ABCDE o pentágono de


que conhecemos os meios F, G, H, K e L dos cinco lados. A reta FL que une
BE
os meios dos lados AB e AE do triângulo ABE é paralela a BE e igual a ,

portanto conhecemos BE. Do mesmo modo conhecemos BD, que é igual ao


dobro de GH e lhe é paralela. Além disto, o ângulo EBD, cujos lados são
paralelos a FL e GH, é conhecido. Portanto, o triângulo BED, no qual
conhecemos dois lados e o ângulo por eles formado, pode ser construído, o
que fará conhecer o lado ED do pentágono procurado. Então não há mais
dificuldade para determinarmos todos os vértices do pentágono.

94
Capítulo 3

CAPÍTULO 3

207. Achar uma 4a proporcional a três linhas que têm 25m, 32m
e 48m.
32 32x25
Solução: Temos: — =— , onde: x = = 16m666.
48 48

208. Achar uma média proporcional a duas linhas que tem 28m
e 45m.
Solução: Temos: x2 = 28 x 45, onde: x = -J28 x 45 = 35m49.

209. Pede-se uma 3a proporcional a duas linhas que têm 36m e


24m.
36x36
Solução: Temos: onde: x = - 54m.
24

270. Num triângulo ABC, tem-se AB = 20m, AC = 22m e


BC = 30m: quais são os dois segmentos determinados
sobre BC pela bissetriz AD?
BD AB BD 20
Solução: O n° 239 do Curso dá: -------------==— ou ------------- = —.
— ou
BC-BD AC 30-BD 22
Eliminando os denominadores, teremos: 22 BD = 600 - 20 BD; onde:

BD = — = 14m28.
42

B C
D
Fig. 180

Da mesma forma, acha-se: CD = = I5m71.


42

Teorema de Menelaus de Alexandria (100.AC)

277. Qualquer transversal DEF determina nos lados de um


triângulo ABC seis segmentos tais que o produto de três
segmentos não consecutivos é igual ao produto dos três
outros.

95
Geometria Elementar

Solução: Deveremos ter: AE x BF x CD = AF x BD x EC.

D
F E
Fig. 181

AE AF
Com efeito, tracemos CG paralela a DF. O triângulo ACG dá: — = e o
FG’
BF BD
triângulo BFD: — =
CD
AE x BF AFxBD.
Multiplicando membro a membro, virá ou, pela
ECxFG FGxCD’
eliminação dos denominadores e a supressão de FG:
AE x BF x CD = AF x BD x EC.

Teorema de Ceva (Geovanni Ceva - 1678)


212. Três pontos D, E, F estão em linha reta quando determinam
sobre os lados de um triângulo ABC seis segmentos tais
que o produto de três segmentos não consecutivos seja
igual ao produto dos três outros (fig. 181).
Solução: Temos: AEx BFx CD = AFx BDx EC; digo que os três pontos D,
E e F estão em linha reta.
Com efeito, traço DF; esta reta, cortará AC em certo ponto K, visto que os
pontos D e F estão de cada lado de AC e teremos (ex. 211):
AK x BF x CD = AF x BD x CK.
Mas, por hipótese, temos: AE x BF x CD = AFx BDx EC.
k u AK CK AK E
Dividindo membro a membro, vem: —- = — ou — = —.
AE EC CK EC
Ora, uma reta AC pode ser dividida, a partir de A em dois segmentos
proporcionais a AE e EC, apenas de um modo: logo AK = AE e os três pontos D,
E e F acham-se em linha reta.

96
Capítulo 3

Teorema de Ceva (1678)

213. Unem-se os três vértices A, B e C de um triângulo a um


ponto qualquer O e prolongam-se AO, BO e CO até o
encontro dos lados opostos. O produto de três segmentos
não consecutivos é igual ao produto dos três outros.

Fig. 182
Solução:
Teremos: AEx BFx CD = AFx BDx CE.
Com efeito, o triângulo BAD dá, por causa da transversal CF (ex 211):
AO x BFx CD = AFxBCxDO, e o triângulo ADC dá, por causa da
transversal BE: AE x DO x BC = AO x BD x CF.
Multiplicando membro a membro e suprimindo os fatores comuns aos
produtos, virá: AE x BF x CD = AF x BD x CE.

214. Os três lados de um triângulo são 120m, 80m e 75m: quais


serão os três lados de um triângulo semelhante, cujo lado
homólogo de 120m deve ter 90m?
Solução: Os triângulos semelhantes tém os lados homólogos proporcionais;
120 80 75 80x00
assim podemos assentar: ----- = — = —; onde: onde: x =------------ = 60m e
90 x y 120
75x90
y =----------- = 56m25.
120

215. Duas oblíquas partindo do mesmo ponto B encontram


duas paralelas. A 1a corta as paralelas em D e A, e a 2a em
E e C, dando as relações seguintes: DA = 4m, DE = 12m,
AC = 18m, BC = 16m: qual é o valor de BD, BE e CE:

97
Geometria Elementar

A C
Fig. 183

BD DE.
Solução: Os triângulos semelhantes BDE e BAC nos dão:
BD + DA " AC’
BD 12
—; onde, pela eliminação dos denominadores:
BD + 4
18BD = 12BD + 4x 12;
6BD = 48, BD = 8;
BE DE. BE 12 . . DC_ 12x16 .n ee
—; dai ’ BE =---------- = 10m66...
BC AC’ 16 18 18
CE = BC - BE = 16 - 10,66 = 5m 33.

216. Dadas as bases B e b de um trapézio, e a altura h, determinar


a altura do triângulo formado pelos prolongamentos dos
lados não paralelos do trapézio.
O

A E B
Fig. 184

x b
Solução: Sendo semelhantes, os triângulos DOC e AOB nos dão: ——-
B

Eliminados os denominadores, teremos: Bx = bx + bh ou x =


B—b

217. No problema precedente, calcular x para o caso: B 25m,


b = 18m e h = 12m 20.
_ , _ -r bh 18x12,20
Solução: Temos: x = -—- = 31m37.
25-18

98
Capitulo 3

218. Mostre que das extremidades de uma reta AB partem em


sentidos opostos duas retas paralelas AM e BN; se
juntarmos por outra reta os pontos M e N, a reta AB ficará
dividida em dois segmentos proporcionais a AM e BN.
M
A Fig. 185

N
Solução: Com efeito, os triângulos semelhantes AOM e BON permitem
, . AM AO
assentar a relaçao: ----- =------ .
BN BO

219. Dividir uma reta AB em partes reciprocamente


proporcionais a duas retas M e N paralelas, colocadas nos
pontos A e B e dirigidas no mesmo sentido.
M’

A
m/
Fig. 186

'N
Solução: Prolongo AM de uma quantidade MN' de modo a ter AN' - BN;
depois transporto AM de B a M' no prolongamento de BN; enfim, traço N’M' e
a reta AB acha-se dividida no ponto O conforme o pedido, pois os triângulos

semelhantes AN'O e BM'O dão: ou visto que BN = AN'


BO BM' BO AM'
e AM = BM'.

Teorema de Tales

220. Mostre que retas oriundas do mesmo ponto A determinam


sobre duas retas paralelas segmentos proporcionais.

,A Fig. 187

B C DE

99
Geometria Elementar

Solução: Os triângulos semelhantes ABC, AIH, ACD, AHG, etc, nos dão:
IH AH HG AG GF
BC = AC ~ CD ~ AD " DE

Deixando de lado as razões e , teremos as igualdades pedidas.

227. Inscrever numa circunferência um triângulo semelhante a


um triângulo dado.
Solução: O triângulo dado e o triângulo pedido são equiângulos
equiângulos.
Conhecemos, portanto, o circulo circunscrito e os ângulos do triângulo
procurado. Procede-se então como no exercício 166, livro II.

222. Mostre que quando duas retas AB e CD, prolongadas se


preciso for, se cortarem em um ponto E de forma a termos
EAx EB = EDx EC, os quatros pontos A, B, C e D estão
situados sobre a mesma circunferência.

Fig. 188

Solução: Traço BC, BD, AC e AD.


FA FC
A igualdade EAx EB = EDx EC dá: -£ = ^. ——. OsOs triângulos AEC e
triângulos AEC e BED,
BED,
ED EB
com um ângulo igual compreendido entre lados proporcionais, são
semelhantes e os ângulos EAC e BDE são iguais; se pois, eu descrever sobre
BC um segmento capaz do ângulo EAC, o arco deste segmento passará
também em D. Os quatro pontos A, B, C e D pertencem, portanto, à mesma
circunferência.

223. Mostre que em um triângulo qualquer, o produto de dois


lados é igual ao produto do diâmetro do círculo
circunscrito pela altura abaixada sobre o terceiro.
-----

Fig. 189
At

E
100
Capítulo 3

Solução:
Teremos: AB x BC = BE x BD.
Tracemos CE. Os ângulos A e E sâo iguais, portanto os dois triângulos
retângulos ABD e BEC, são semelhantes e dão.
AB BC
BE " BC'
onde: AB x BC = BE x BD.

224. Mostre que a reta que une os meios das diagonais de um


trapézio é igual à semi-díferença das bases.
D C

K L Fig. 190
M N

A B
Solução:
AB-DC
Teremos: MN =
2
Com efeito, pelo ponto K, meio de DA, tracemos uma paralela KL a AB. Esta
paralela encontra AC em seu meio (triângulo ADC), DB em seu meio
(triângulo ADB) e enfim BC em seu meio (triângulo BCD). Ora, o triângulo
.... AB ______________ DC.
ADB dá KN = —2 ; o triângulo
* sua vez,- nos dá
ADC, por ............. KM =-----
~..... 2 ;. onde:
AR _DC AB-DC
KN-KM = MN = ——
2 2 2

225. Inscrever um quadrado num triângulo dado.


A

B C

Fig. 191


E D
Solução: Suponhamos que o quadrado inscrito deva apoiar-se sobre BC.
Construamos sobre este lado um quadrado BCDE. Unamos A aos pontos E e
D; as retas AE e AD cortam o lado BC em F e G; levantemos as perpendi­
culares FL e GK, tracemos KL e o qual quadrilátero LKGF assim obtido é o
quadrado pedido. Com efeito, os triângulos AED e AFG são semelhantes;
acontece o mesmo com os triângulos ABE e ALF, ADC e AGK. A similitude
destes triângulos dá:

101
Geometria Elementar

ED AE BE AD DC
FG AF " LF “ AG " GK ’
Ora, temos ED = BE = DC; portanto FG = LF = GK; onde: LK = FG.
O quadrilátero FGKL, tendo os lados iguais e os ângulos retos, é um
quadrado.

226. Mostre que o perímetro de um triângulo ABC multiplicado


pelo raio da circunferência inscrita é igual ao produto de
um lado qualquer pela altura correspondente.
Solução:
Devemos ter: (AB + AC + BC) x OF = BC x AD.
A

Fig. 192

/ í Q'' )
B E F C D
AD AE
Com efeito, os triângulos EAD e EOF dão: —
" OE ‘
Como BO é a bissetriz do ângulo B, temos:
AO AB AO + OE AB + BE • ae AB + BE
ou ainda — =
OE"BE’ OE ' BE OE BE
. , AD = ------------
Por conseguinte: — =
AB + BE ou (AB + BE) x OF = BE x AD.
OF BE
Provaríamos do mesmo modo que (AC + CE)x OF = CEx AD.
Somando membro a membro, vem: (AB + AC + BC) x OF = BC x AD.

227. Mostre que em todo quadrilátero inscrito, o produto das


diagonais é igual à soma dos produtos dos lados opostos.
Solução:
Devemos ter: AB x CD = AD x BC + AC x DB.

Fig. 193

102
Capitulo 3

Com efeito, o ângulo ABC iguala o ângulo ADC. Se fizermos BCE = ACD, os
..... ™ L . . CD AD .
dois triângulos ACD, BCE serão semelhantes e darão: —
BC " EB
Onde (1). CD x EB = AD x BC.
Além disso os triângulos BCD e ACE são também semelhantes, porque o

ângulo CDB - CAE e BCD = ACE. Este triângulos dão: :

Onde (2): CD x AE = AC x DB.


Somando membro a membro as igualdades (1) e (2), teremos:
CD x EB + CD x AE = AD x BC + AC x DB, portanto CD x AB = AD x BC + AC x DB.

228. Mostre que unindo um ponto O a todos os vértices de um


polígono ABCDE e tomando sobre as retas OA, OB, OC,
grandezas OA', OB', OC'.... de modo tal que
OA1 _ OB’ _ OC _ OD' _ OE
o polígono é
ÕÃ ” 'Õb' ” OC ” OD " OE

semelhante ao polígono ABCDE.

Solução: Com efeito, já que ------ , e que o ângulo AOB é igual ao

ângulo A'OB', os dois triângulos OAB e OA'B', são semelhantes e A'B* é


paralela AB. Da mesma maneira, A'E' é paralela a AE e assim por diante. Os
dois polígonos ABCDE e ABOTE' tendo os lados proporcionais e os ângulos
iguais são semelhantes.
B

Fig. 194

Observação: O ponto O chama-se centro de similitude.

103
Geometria Elementar

229. Um polígono tem um perímetro de 280m e um lado de


15m; um polígono semelhante tem um perímetro de 160m;
pede-se o comprimento do lado homólogo do lado de
15m.
Solução: Os perímetros de dois polígonos semelhantes, tendo a mesma
razão que dois lados homólogos, temos:
280 15 . 15x160 _
------ = —; onde: x =------------- = 8m57.
160 x 280
Resposta: 8m 57.

230. Conhecendo a e b, achar uma reta x tal que tenhamos


x2 = a2 + b2.
Solução: Pois que temos: x2= a2 + b2, a reta x é a hipotenusa de um triângulo
retângulo, sendo a e b os catetos.

231. Dados as retas a e b, achar outra reta x tal que x2 = a2 - b2.


Solução: É evidente que x é um lado de um triângulo retângulo cuja
hipotenusa é a, e b o outro lado.

232. Traçam-se perpendiculares a uma reta dada AB, tais que o


quadrado do comprimento de cada uma é igual ao produto
dos segmentos que ela determina sobre a reta dada: achar
o lugar das extremidades dessas perpendiculares.
Solução: Esse lugar é uma circunferência de diâmetro AB (fig. 196); pois, por
causa dos triângulos retângulos AMB e ANB, temos sempre:
MK2 = AKx KB; NL2 = AL x LB, etc.

233. Traça-se uma reta de 8m, e no meio dela levanta-se uma


perpendicular de 2m20; calcular o comprimento da circun­
ferência que passa nas três extremidades.

Fig. 195

Solução: Sejam AB a reta dada e CE a perpendicular. Façamos uma


circunferência passando pelos pontos A, B e C.

104
Capítulo 3

__ 2 AE2
Teremos. AE =CExED, onde: ED =------ — = 7m27.
CE 2,20
CD = 2R = CE + ED = 2m 20 + 7m 27 = 9m 47.
Circunferência ou 2nR = 3,1416 x 9,47 = 29m 73.

Resposta: 29m 73.

234. Mostre que os quadrados de duas cordas AM e AN, que


partem do mesmo ponto A da circunferência, estão entre
si como as projeções dessas cordas sobre o diâmetro AB.
M

A B Fig. 196

Solução:
AM2 AK
Devemos ter:
ÃN2 AL'

Com efeito, temos. AM2 = ABx AK e AN2 = ABx AL

AB x AK AK
Dividindo membro a membro, vem: =
AN ABx AL AL

235. Num circulo de 1m20 de raio, traça-se uma corda de 1m;


pede-se a distância dessa corda ao centro.

Fig. 197

Solução:
Temos:

õi2 = Ãõ2 - Ãi2 ou O|2=(1,20)2-^


OI = 7144-1/4 = 1m09

Resposta: 1m 09.

105
Geometria Elementar

236. Num círculo de 8m de raio, inscreve-se uma corda de 3m.


Calcular os dois segmentos determinados por esta corda
sobre o diâmetro que lhe é perpendicular.
Solução: Calculemos o valor de OI. Temos:
ou ÕÍ2 = 64-9/4 = —,
Õi2=ÃÕ2-Ãi2 ou
4
7m858.

Ora ID = OI + OD = 7,858 + 8 = 15m858 e IC = CO-OI = 8-7,858 = 0m142.

ID = 15m858.
Resposta:
IC = 0m142.

237. Conhecendo os raios AO e ao de dois círculos e a


distância Oo dos seus centros, a saber: AO = 8m, ao = 3m,
Oo = 15m, achar o comprimento Aa da tangente comum
traçada exteriormente a estes dois círculos.
A
a

OJ O
Fig. 198

Solução: Pelo ponto o tracemos uma paralela Mo a Aa; temos Mo = Aa; como
MO = AO - oa, temos ainda Mo2 = Oo2 - (OA - oa)2, ou Mo2 = 152 - (8 - 3)2,

ou Mo’ = 225 - 25 , Aa = Mo = J200 = 14m 142.

Resposta: Aa = 14m142.

238. Os raios de dois círculos concêntricos são R e r; no


círculo R, traça-se uma corda tangente ao círculo r:
calcular o comprimento desta corda.

Fig. 199
Solução: Representando a corda, procurada por x, teremos:
x = 2^(R + r)(R - r).

106
Capítulo 3

Com efeito, OA = R, OB = r, AB = ^ ; onde:

x2 = 4(R2-r2),
x = 2VR2 -r2,
x = 2V(R + r)(R-r).

239. Num triângulo retângulo ABC um lado AB tem 15m, a


hipotenusa, 25m: pede-se o comprimento da perpendicular
AD abaixada do vértice do ângulo reto sobre a hipotenusa
(fig. 200).

Solução: Temos: = ou bd = = 9.
AB BC 25
Mas: AD2 = AB2 - BD2; por conseguinte: AD2 = 225 - 81 = 144, onde:
AD = 12 metros.

Resposta: AD = 12 metros.

240. Num triângulo retângulo, um lado tem 3m, o segmento


adjacente a este lado, determinado sobre a hipotenusa
pela perpendicular que parte do vértice do ângulo reto,
tem 1m80. Quais são os dois lados desconhecidos?

Fig. 200

B D c
Solução:
Conhecermos: AB = 3m, BD = 1m 80; quer-se determinar BC e AC.
BD + DC AB 1,80+ DC 3
Ora, temos. ------------- =------ ou ---------------=--------;
AB BD 3 1,80
g
onde: DC =--------- 1,80 = 3m20.
1,80
Por conseguinte: BC = 1m 80 + 3m 20 = 5m.
Além disso temos: AC2 = BC? - ÃB?, ou ÃC? = 25 - 9 = 16;
onde: AC = 4m.
Resposta: BC = 5m, AC = 4m.

107
Geometria Elementar

241. Achar um triângulo retângulo cujos três lados sejam três


números inteiros consecutivos.
Solução: Designando um porx, os três lados serão.
x, x + 1, x + 2, ou ainda: x-1,xex+1.
Então teremos:
(x-1)2 + x2 = (x+1)2,
x2 - 2x + 1 + x2 = x2 + 2x + 1,
X2 = 4x,
x = 4.
Os três lados são, pois 3, 4 e 5.

Resposta: 3, 4 e 5.

242. Num triângulo retângulo a diferença entre os catetos é 7m


e a hipotenusa tem 13m; quais são esses catetos?
Solução: Representando por x 0 cateto menor, o outro será x + 7 e teremos:
x2 + (x + 7)2 = 132,
X2 + X2 + 14x + 49 = 169,
2x! + 14x = 120,
x2 + 7x = 60;
. 7 L„ 49 , 7 17 8
onde: x = — ± ,60 + —, e x = —
2 V 4 2 T=5
O valor de x" = - -+ — = -12 não é aceitável.
2 2
Os lados procurados têm 5m e 5 + 7 ou 12m.

Resposta: 5 e 12 metros.

243. Num triângulo retângulo, a hipotenusa excede os catetos


de 1 e de 8: quais são os três lados?
Solução: Representando a hipotenusa por x os três lados serão: x, x - 1 e x - 8.
Teremos por conseguinte.
x2 = (x- 1)2 + (x-8)2,
x2 = x2- 2x + 1 + x^-16x + 64,
x2-18x-65 = 0,
x’ = 13,
onde: x = 9 ± 781-65, x = 9 ± 4,
x" = 5.
Os lados procurados são: 13m, 12m e 5m.

Resposta: 13,12 e 5 metros.

244. A hipotenusa de um triângulo retângulo tem 55m, a soma


dos dois outros lados vale 77m: quanto medem estes
últimos?

108
Capítulo 3

Solução: Se representarmos um dos lados por x, o outro será 77 - x e


teremos:
x2 + (77 - x)2 = 552,
x2+ 5929 - 154x + x2 = 3025,
2x2- 154x + 2904 = 0,

77
X" 2 1 -1452,

■ 77 11 ..
x=t+- = 44,

x" = —- —= 33.
2 2
Portanto, os lados têm 44m e 33m.
Resposta: 44 e 33 metros.

245. A soma dos três lados de um triângulo retângulo é igual a


60m, a diferença entre os catetos é de 5m; pedem-se os
três lados lados.
Solução: Seja x um dos lados, o outro será x + 5 e a hipotenusa 60 - (x + x + 5)
ou 55 - 2x; e teremos:
x2 + (x + 5)2 = (55-2x)2,
x2 + x2 + 10x + 25 = 3025 - 220x + 4x2,
-2x2 + 230x - 3000 = 0,
X2 -115x + 1500 = 0,

115
X =----- ±
2
115
ÍW
85
-1500,

x =-----±—.
2 2
Não podemos aceitar o valor de x' porque teriamos x'= 1^5 + ^ = 100,

número maior que a soma dos três lados juntos.


115
TTemos x .. =----- — = 15 e os três lados são: 15m, 20m e 25m.
2 2

Resposta: 15, 20 e 25 metros.

246. Achar os três lados de um triângulo retângulo em que a


soma dos lados iguala 30m, e a soma de seus quadrados,
338.
Solução: Designando por x, y e z os três lados, teremos:
x + y + z = 30,
x2+y2+z2 = 338,
x2+y2=z2.
Mas x2 + y2 = 338 - z2.

109
Geometria Elementar

logo: 338 - z2 = z2
onde: z2= 169 e z = 13m.
portanto: x + y = 30 - 13 = 17, x = 17 - y,
x2 = (17-y)2 ex2 + y2 = 338 - 169 = 169.
Substituindo o valor de x2, vem:
(17-y)2 + y2 = 169,
289 - 34y + y2 = 169,
2y2-34y +120 = 0,
y2-17y + 60 = 0,

y' = —+ — = 12m
2 2
y = lZ
2
± „ 17 7 c
y - -------- -- 5rri
? 2 2
Os três lados do triângulo retângulo são: 13m, 12m e 5m.

Resposta: 13, 12 e 5 metros.

247. Num triângulo ABC, temos AB = 10m, AC = 14m, BC = 20m:


calcular o comprimento dos segmentos ao lado BC
determinados pela perpendicular que parte do ponto A.
A

Fig. 201

B D C
Solução: Façamos. AB = 10 = c; AC = 14 = b; BC = 20 = a; BD = x e AD = h;
e teremos DC = a - x: onde os dois valores de h2;
h2 = b2 - (a - x)2,
h2 = c2-*2;
temos pois, b2 - (a - x)2 = c3 - x2,
b2 - a2 + 2ax - x2 = c2 - x2;
onde: 2ax = a2 + c2 - b2,
a2 + c2 - b2
x =----------------- .
2a
o .... . . . , . 400 + 100-196
Substituindo as letras por seus valores, temos: x =---------- —---------- = 7m60;

DC = BC - x = 20 - 7,60 = 12m40.

Resposta: BD = 7m60; DC = 12m40.

248. Achar as alturas h, h', h" de um triângulo cujos lados são


conhecidos.

110
Capítulo 3

Solução:
Teremos:
h 2'/p(p-a)(p-b)(p-cj.
a
h. 2>/p(P-a)(P-b)(P-c).
b
h„ 2^p(p-a)(p-b)(p-c)
c
Para abreviar, representemos os três lados do triângulo por a, b e c; teremos:

Fig. 202

C a D B

a2 + c2 - b2.
Mas a relação; b2 = a2 + c2 -2a x DB, dá: DB =
2a
a2 + c2-b2V ou /,2 = 4a2c2-(a2 + c2-b2)2
e substituindo: h2 =c2 -
2a J 4a2
Apliquemos o princípio: a diferença dos quadrados de duas quantidades é
igual à soma dessas quantidades multiplicada por sua diferença.
h 7(2ac + a2 + c2 - b2)(2ac - a2 -c2 + b2).

J[(a + c)2-b2][(b2-(a-c)2]
ou h =
2a
... . . . . . x/(a + c + b)(a + c - b)(b + a- c)(b -a + c)
Apliquemos o principio acima: h - —------------- —----------

Fazendo a + b + c = 2p, temos a + c - b + 2b = 2p e a + c - b = 2p - 2b = 2(p - b).


Do mesmo modo: b + a - c = 2(p -c)eb-a + c = 2(p - a).
Substituindo estes valores no último de h. vem-
h J2p x 2(p - b) x 2(p - c) x 2(p - a).
2a
h = 4Vp(p-a)(p-/>)(p-c).
2a
h = 2%/p(P - a)(p - b)(p - c)
a
De modo análogo, teremos:
h, 2Vp(p - a)(p - P)(p - c).
b
2'/p(p-a)(p-b)(p-c)
b" =
c

111
Geometria Elementar

249. Achar o raio do circulo circunscrito a um triângulo cujos


lados são conhecidos (fig. 189).
Solução: Temos (ex. 223): AB x BC = 2R x h, onde: 2R = C- a-; R =
n zn
Sabendo calcular h, achar-se-á facilmente R.
ac
Resposta: R =

250. Calcular o raio r do círculo inscrito cm função dos lados a,


b, c do triângulo.

Solução: Construamos no ângulo B o círculo ex-inscrito. Os triângulos

dão.-—— =
semelhantes BOE, BO'F dâo:

Mas, 2BE + 2CI + 2AI = a + b + c = 2p; onde:


BE + Cl + Al = p,
BE + b = p,
BE = p-b.
= p-b
Ora (ex. 130) BF = p. Logo, teremos: — d)
p
B

A E
Fig. 203
aA.O:\

g*-.
...L
O’

Além disso, as bissetrizes OC, O’C são perpendiculares uma à outra. Daí
resulta que os dois triângulos OCE, O'CF são semelhantes, porque têm os
, . .. , . . ., OE CE
seus lados perpendiculares. Esses triângulos dão: — = —.

Mas CF = BF-BC = p- aeCE = BC-BE = a-(p-b) = a + b- p = 2p-c-p =


p-c.
-r _ . OE r p-c
Temos portanto-------- ou ------- = --------
p-a O’F p-a r’

112
Capitulo 3

Onde:rJp-a><p-c-> (2)

Multiplicando membro a membro as igualdades (1) e (2), teremos:


r2 (p-a)(p-b)(p-c).
r’ pr'
f(p - a)(p - b)(p - c).
Onde, r =
P
^(p - a)(p - b)(p-c)
Resposta: r =

257. Nos problemas precentes calcular h, h', h", R para o caso


em que temos: a = 8m; b = 9m e e = 12m.

Solução: Substituindo as letras por seus valores nas igualdades achadas


acima, (ex. 248, 249, 250):
h 2jp(p-a)(p-b)(p-cj.
a
2^/p(p-a)(p-b)(p-c).
h' =
b
h„ 27p(p - a)(p - b)(p - c)
c
D ac y/(p - a)(p - b)(p - c)
R = 2h'r =--------------- p--------------- '

Temos: h - 9m, h' = 8m, h" = 6m, R = 6m, r- 2m48.

Resposta: h = 9m; h' = 8m; h" = 6m; R = 6m; r- 2m48.

252. A soma dos quadrados dos segmentos formados por


duas cordas que se cortam retangularmente é igual ao
quadrado do diâmetro.

Fig. 204

Solução: Sejam AB e CD as duas cordas: traço BD, AC e o diâmetro CE. Os


triãgulos retângulos ACI, BID dão: Ãi2 + íc’ + B? + io’ = ÃC2 + BD2.
Os ângulos em I sendo retos, o arco AC mais o arco BD igualam uma semi-
circunferência e, como resultado, o arco BD = o arco AE e a corda BD = a
corda AE; a igualdade precedente torna-se:
ÃÍ2+iC2 + BÍ2 + ÍD2 = ÃC2 + ÃÊ2=CÊ2.

113
Geometria Elementar

253. Os três lados de um triângulo são 8m, 9m, 15m: de que


espécie é o maior ângulo deste triângulo?
Solução: É obtuso, porque temos 82+ 92< 152.

254. Os raios de dois círculos têm 7m e 8m, a distância dos


centros é de 12m; pede-se o comprimento da corda
comum.
Solução: O triângulo OAO' dá: OA2 = O'A2 + OO'2 - 200 x IO',

5Ã2 + õcr2 - õã?2 _ 49 + 144-64 = 5,375,


Onde: IO’=
2 00' 24
ÃÍ2 = 72-(5,375)2,

Al = 749 - 28,8906 = 4,48,


2AI ou AA‘ = 8m96.

O O' Fig. 205

Resposta: 8m96.

255. Quando traçamos a mediana AM num triângulo ABC,


------- 2

temos: AC +AB = 2AM +------ .


2

Fig. 206

B D M c
Solução: Com efeito, o triângulo ACM dá:
Ãc2 = ÃM2 + MC2 + 2MC x DM, e o triângulo ABM:

ÃB2 = ÃM2 + BC2 - 2BM x DM.

Mas como BM = MC = , se somarmos estas igualdades, teremos:

Ac’ + AB2 = 2AM2 + 2BM2, ou AC2 + AB2 = 2AM2 i —


2

114
Capítulo 3

256. Um triângulo ABC, cujos lados são a, b, c, e as medianas


m, m', m" (m parte do vértice A, m' do vértice B e m" do
vértice C) dá:
Solução:
lb2 c2 a2 b2
m = J— +-------- ,
V2 2 4
m' =
2 2

4
. m = 2 2 4
.Com efeito da igualdade

ÃC2 + ÃB2 = 2ÃM2 + — , tira-se: ÃM2 = — + .


2 2 2 4
Os lados sendo a, b, c e as medianas m, m', m", temos portanto:

m=
|b2 c2 a2
2 2 4
,
m* =
|a2
Y 2
c2 b2
2 4
m" =
2
z 2 4

257. Os lados a, b, c de um triângulo são 10m, 8m e 9m;


calcular as três medianas.
Solução: Estas medianas sendo m, m’, m", temos (ex. 256),
81'
m=
- 2
m’ =
^W8'63;
81
+----
2
/100 64 81
m" = +—___=7,85.
2

258. Mostre que a soma dos quadrados dos lados de um


paralelogramo é igual à soma dos quadrados das
diagonais.
Solução: Deveremos ter:
ÃD2 + DC2 + ÃB2 + BC2 = BD2 + ÃC2.

D C

A B
Fig. 207
O triângulo ADC dá:
(1) Ãd' + DC2 = 2ÕÕ’ + 2Ãc’ (ex. 255) e o triângulo ABC.

(2) ÃB! + BC2 = 2ÕB2 + 2ÃÕ2.


Adicionando as igualdades (1) e (2):
AD2 + DC2 + AB2 + BC2 = 4DÕ2 + 4ÃÕ? = (2DO)2 + (2AO)2 = BD2 + ÃC2.

115
Geometria Elementar

259. Mostre que a soma dos quadrados dos lados de um


quadrilátero qualquer é igual à soma dos quadrados das
diagonais aumentadas de quatro vezes o quadrado da reta
que une os meios das diagonais.
Solução: Deveremos ter: AB2 + BC2 + AD2 + DC2 = AC2 + BD2 + 4EF2.
Com efeito, os triângulos ABC, ADC dão (ex. 255):
ÃB2 + BC2 = 2BF2 + 2ÃF2, e ÃD2 + DC2 = 2DF2 + 2ÃF2.

Fig. 208

Adicionando membro a membro, vem:


(a) ÃBJ + Bõ2 + ÃD2 + DC2 = 2BF2 + 2DF2 + 4ÃF2.

Mas o triângulo BDF dà: BF2 + DF2 = 2EF* + 2DE2,

onde: 2BF2 + 2DF2 = 4ÊF2 + 4DÊ2.


Se na igualdade (a) substituirmos 2BF2 + 2DF2 pelo valor 4ÊF2 + 4DÊ2,
leremos ÃB2 + BC2 + ÃD2 + DC2 = 4ÃF2 + 4DÊ2 + 4ÊF2,

onde: ÃB2 + BC2 + ÃD2 + DC2 = ÃC2 + BD2 + ÊF2

Observação. A igualdade achada no exercício precedente pode ser


considerada como uma consequência do que precede, pois no paralelogramo
4EF2=0.

260. Mostre que a soma dos quadrados das diagonais de um


trapézio é igual à soma dos quadrados dos lados não
paralelos mais duas vezes o produto dos lados paralelos.
D C

K L Fig. 209

A B
Solução:
Devemos ter: AC2 + BD2 = BC2 + ÃD2 + 2AB t DC .

116
Capítulo 3

Com efeito, segundo o exercício precedente, temos:


(1) ÃB2 + BC2 + DC2 + ÃD2 = ÃC2 + BD2 + 4MN? .
Mas (ex. 224) 2MN = AB - DC; portanto,
4MN2 = (AB - DC)2 = ÃB2 - 2AB X DC + DC2 .
Se, na equação (1) substituirmos 4MN2por seu valor, teremos, depois das
reduções: ÃC2 + BD2 = BC2 + ÃD2 + 2AB x DC.

261. Mostre que a soma dos quadrados dos lados de um


triângulo é tripla da soma dos quadrados das linhas que
unem seus vértices ao ponto de concurso das medianas.
Solução: Devemos ter: AB2 +BC2 + AC2 = 3(AO2 + BO2 + CO2).

B D C
Fig. 210

Com efeito, temos (ex. 255):

Ãb’+ ÃC2 = 2ÃD2 + —;


2

ÃB2 + BC2 = 2BÊ2 + — ;


2

ÃC2 + BC2 = 2CF2 + —.


2
Somando membro a membro estas igualdades e reduzindo, obtemos:
5ãB2 + —BC2 + -Ãc2 = 2ÃD + 2BÊ2 + 2CF2;
2 2 2
onde: ÃB2 + BC2 + ÃC2 = -ÃD2 + -BÊ2 + -CF2;
3 3 3
AB2 + BC2 + AC2 = 3Í-ãd2 + Íbe2 + 1cf2\
19 9 9 )
Mas: AO = | AD, e AO2 = — AD2; do mesmo modo:

BÕ2 = - BÊ2 e CÕ2 = - CF2.


9 9
Afinal teremos:
ÃB2 +BC2 +ÃC2 = 3(ÃÕ2 +BÕ2 +CÕ2).

117
Geometria Elementar

262. Mostre que a soma dos quadrados das diagonais de um


quadrilátero vale duas vezes a soma dos quadrados das
retas que unem os meios dos lados opostos.
Solução: Teremos- AC2 + BD2 = 2EG2 + 2HF2.

Fig. 211

D
Com efeito, o paralelogramo EFGH dá (ex. 258):
ÊF2 + FG2 + GH2 + ÊH2 = ÊG2 + HF2, ou

2ÊF2 + 2FG2 + 2GH2 + 2ÊH2 = 2ÊG? + 2HF2

Ora, AC = 2EF, logo, ÃC2 = 4ÊF2 = 2ÉF2 + 2GH2.


Do mesmo modo, BD2 = 2EH2 + 2FG2.
Somando membro a membro as duas últimas igualdades, tem-se:
Ãc2 + BD2 = 2ÊF2 + 2GH2 + 2ÊH2 + 2FG2 = 2ÊG2 + 2HF2.

263. Duas secantes a um circulo partem de um mesmo ponto;


uma tem 3 metros de comprimento, e seu segmento
exterior tem 2 metros; a outra tem 5 metros de
comprimento; pede-se determinar o seu segmento exterior.
A

D Fig. 212

B
Solução:
AD = 3m, AE = 2m, AB = 5m:
Pede-se o valor de AF.
Temos: AF x AB = AD x AE,

Onde: AF = —— =-- = 1m2°-


ADxAE
AB
3x2
5
_

Resposta: 1m20.

118
Capitulo 3

264. Achar duas retas que se cortem, de modo que o produto


dos 2 segmentos de uma seja igual ao produto dos 2
segmentos da outra.

Fig. 213
Solução: Tomando-se um ponto qualquer no interior de círculo e fazendo
passar por ele duas cordas AB e CD, tem-se: AP x BP = CP x DP.

265. Mostre que o produto de dois lados AB, BC de um


triângulo ABC é igual ao quadrado da bissetriz BD do
ângulo B mais o produto dos 2 segmentos determinados
sobre AC pela bissetriz.
B

I
A
\ D \ Z

E
Fig. 214

Solução: Devemos ter AB x BC = BD? + AD x DC.


Com efeito, tracemos a circunferência circunscrita ao triângulo dado;
prolonguemos BD até E para encontrar o arco AC, e tracemos EC. Os
triângulos ABD e EBC são semelhantes, porque os ângulos em B são iguais e
A = E.
Esses triângulos dão:
— = — ; AB x BC = BE x BD = (BD + DE) BD = BD2 + DE x BD.
BE BC
Mas, DE x BD = AD x DC;
Logo: AB x BC = BD2 + AD x DC.

266. Num triângulo ABC, tem-se AB = 20m, AC = 22m, BC = 30m:


qual é o comprimento da bissetriz AD (fig. 180):

119
Geometria Elementar

Solução: Temos: (ex. 265) AB x AC = AD? + BD x DC;


Onde: ÃD2 = AB x AC - BD x DC;
Ora, (ex. 210): BD = 14m28 e DC = 15m71;
Portanto, AD = 720x22-14,28x15,71 = 14m68

Resposta: 14m68.

267. Num circulo de 2m de raio, uma secante passa pelo centro


e sua parte exterior tem 5m. Pede-se o comprimento da
tangente que termina na extremidade dessa secante
(fig. 215).
Solução: Temos DF = 5, EF = 4; portanto DE = 9; pede-se o valor de AD.
Ora, AD2 = DE x DF = 9 x 5 = 45; AD = 4ÃS =6,71.

Resposta: AD = 6m71.

268. Num círculo de 2m20 de raio, pede-se determinar sobre a


tangente do ponto A um ponto D tal que, se por este ponto
se traçar uma secante que passe pelo centro, a parte
exterior da secante seja igual ao diâmetro do círculo.

Fig. 215
Solução: Supondo o problema resolvido, temos:
ÃD2 = DE x DF = 4R x 2R = 4 x 4R2,
AD = 2R x/2
AD = 2 x 2,20 x 1.414 = 6m22.

Resposta: AD = 6m22.

269. Numa circunferência de raio R, traça-se um diâmetro que


11
se prolonga de uma quantidade igual a yR; pela

extremidade dessa reta, traça-se uma tangente: pede-se o


seu valor em função de R no caso de R = 2m (fig. 215).
Solução:
21 a.x
Temos DE = 2R + —R = — R . Aliás, a figura dá.
5 5

120
Capitulo 3

-t=;2 21o 11„ 21 .


11 R2; AD2 = R/^22; AD = |V231 = 6mO8.
AD =—Rx—R = — x — x
5 5 5 5" V 25
Resposta: AD = 6m08.

270. Num círculo de diâmetro AB, traça-se a tangente no ponto


B. Do ponto A, com um raio igual ao dobro de AB,
descreve-se um arco que corte a tangente em C; traça-se
AC; esta reta corta o círculo em D. Pede-se o comprimento
do segmento AD.
C

Fig. 216
D.

A B
O

Solução: Segundo os dados, AC = 2AB = 4R


O triângulo retângulo ACB dâ: CB2 = 15R2 - 4R2 = 12R2.
Aliás, a secante CA e a tangente CB, dão: CB2 = 12R2 = 4R x CD.
12R2
Onde: CD = = 3R : logo, AD = R.

Resposta: AD = R.

271. Sabe-se que a tangente é meia proporcional entre a


secante e sua parte exterior: demonstrar, conforme este
teorema, que de um mesmo ponto exterior a um círculo se
podem traçar duas tagentes a este círculo, e que as
tangentes oriundas de um mesmo ponto são iguais.

Fig. 217

121
Geometria Elementar

Solução:
Temos: ÃB2 = AC x AD = ACx AD’ = AC"x AD”...
Quando os pontos C” e D" se confundem, subsiste a igualdade e a mais
AC" = AD” o que dá ÃB2 = ÃC5’, ou AB = AC”.

272. Construir uma reta x de modo que x = a + b.


Solução: A reta x se obtém ajuntando o comprimento b ao comprimento a, ou
tirando b de a.
4
273. Construi uma reta, da qual se conhecem os —.
5
Solução: Sejam I a reta dada e x a reta procurada. Temos:
4 5I
— x = I; onde: x = —.
5 4
Basta dividir I em 4 partes iguais e tomar 5 daquelas partes.

274. Construir uma reta que esteja para um reta dada assim
2 3
como — estão para —.

2 3 8 9
Solução: — estão para — assim como — estão para —. Logo, a reta

dada contém 9 partes e a reta procurada 8. Divide-se aquela em 9 partes


iguais e tomam-se 8 daquelas partes.

275. Construir duas retas x e y, conhecendo a sua soma e a


sua diferença.
Solução: Seja x + y = I ex-y = d.

Somando membro a membro, dá: 2x = I + d, onde: x =

Constrói-se x e depois y = I - x.
I2
276. Construir uma reta x de modo a ter x = — (1, m: retas
2
dadas).
I2 I ,
Solução: Temos: x =
m m
A reta x é pois uma quarta proporcional às 3 retas I, I e m.

I2
Observação. No caso de x = sabe-se que x toma geralmente o nome de
2'
3* proporcional.

122
Capitulo 3

277. Construir duas retas x, y, conhecendo seu quociente e


sua soma.

Solução: Temos (1) — = — e (2) x + y = I. A igualdade (2) dá: x = I - y.


y n
Levando este valor à igualdade (1), obtemos: = —; onde: y = n* .
y n m+n
Constrói-se y, 4a proporcional a n, I e m + n; ao depois, a reta x = I - y.
x 2 3I 3I 2I
Exemplo: com — = — , tecíamos y == ------- = — e x = I-------= —.
y 3 1 2+3 5 55

278. Construir duas retas x, y, conhecendo seu quociente e


sua diferença.
x m m nl
Solução: Seja e x - y = I; x = I + y; i±y=_ :
j
onde: y =--------
y " n y n m -n
Constrói-se y e tem-se x = I + y.
x 3 5I 5I , 5I 7I
Exemplo:
y 5 1 5-3 2 22

279. Por um ponto P no interior de um ângulo A, traçar uma


2 PN 2
reta inscrita MPN, de modo que PN = —PM, ou .

A
D,

M N
P
B C
Fig. 218

Solução: Seja MPN a reta pedida. Tracemos PD paralela a AC. Temos então
PN AD
----- =-------. O segmento PN iguala duas partes e o segmento PM vale 3 das
PM DM
mesmas Do mesmo modo, AD vale 2 partes e DM vale 3. Logo, pelo ponto
dado P, traça-se PD, paralela a AC; divide-se AD em duas partes e levam-se
3 dessas partes de D em M. Afinal, traça-se MPN.

Observação. Devendo-se didivir MPN em duas partes m e n, ou, o que dá na


mesma, de modo a ter , bastaria calcular MD de maneira a se
PM n MD

poder escrever MD = MD = AD x—. A reta MD seria pois uma 4’ proporcional


m
a AD, nem.

123
Geometria Elementar

280. Por um ponto P, exterior a um ângulo, traçar uma reta


PNM que encontre os lados em N e em M, de modo a
, PN 2
termos .
PM 5
D

Fig. 219

B^r N P
C
Solução: Seja PNM a reta pedida. Traça-se PD, paralela a AC’ até o
PN DA
prolongamento de BA, tem-se então O segmento PN iguala 2
PM DM
partes e PM 5. Portanto, basta, pelo ponto P, traçar PD paralela a AC, dividir
DA em duas partes, levar 5 dessas partes de D em M, e afinal construir PNM.

Observação. Devendo-se dividir PNM em 2 segmentos m e n, ou, o que dá


na mesma, se devesse ter = ——— = bastaria calcular DM de modo
PM m+n DM
a poder-se escrever DM = DA x (m + n)
m
A reta DM seria uma quarta proporcional a DA, m + n e m.

287. Por um ponto P, traçar uma reta que passe pelo ponto de
interseção de duas retas concorrentes que não se podem
prolongar.
O

Fig. 220

'M

Solução: Suponhamos o problema resolvido, e seja PO a reta pedida.


Bastará determinar o ponto H, pois a reta PH prolongada passa pelo ponto O
Tracemos uma reta qualquer PNM e outra qualquer também LKH, mas
paralela à primeira.

Teremos: ; igualdade em que se conhecem 3 termos. Será


MP MN
portanto fácil determinar o quarto, LH.

124
Capítulo 3

282. Descrever uma circunferência passando por dois pontos


A e B e tal que uma tangente partindo de um terceiro
ponto dado, C, tenha um comprimento dado, I.

Fig. 221
Solução: Suponhamos o problema resolvido. Sejam A e B os pontos dados e

a tangente CD = I. A figura dá CD = I2 = CBxCE; onde CE = . O


CB
comprimento CE é, pois, uma 3a proporcional ao comprimento conhecido I e ã
distância CB. Conhecendo-se CE, a circunferência que deve passar pelos 3
pontos A, B, E se torna fácil de descrever.

283. Um polígono tem um perímetro P e um de seus lados é a;


construir um segundo polígono semelhante ao primeiro e
de perímetro igual a P'.
P a
Solução: Designando-se por x o lado homólogo de a, tem-se — = — , onde
P' x
P'a
X P
Traça-se x, e sobre esta homóloga de a constrói-se um polígono semelhante
ao primeiro.

284. Por um dos pontos de interseção de duas circunferências,


traçar uma secante tal que as duas cordas resultantes
estejam entre si numa razão dada.

Fig. 222

Solução: Sejam as circunferências C e C e a razão dada —. Devemos ter


n

125
Geometria Elementar

BD m
AD “ n '
Dividamos a reta que une os centros em duas partes proporcionais a m e a n;
liguemos o ponto de divisão E ao ponto de interseção D e tracemos a
perpendicular ADB a DE. Esta reta determina as duas cordas pedidas AD e
BD, pois se dos pontos C e C levantarmos as perpendiculares CG e CF,
traçando C'IL paralela a AB, teremos (ex. 104) as relações seguintes:
CE LI GD m
EC IC DF n'
„ . 2GD m r . BD m
Onde: —— =— e afinal: -r-=r = —•
2DF n AD n

285. Construir um triângulo conhecendo dois lados e a


bissetriz do ângulo deles.
E

zív
A D
Fig. 223
C

Solução: Seja, ABC o triângulo pedido. Conhecemos AB, BC e a bissetriz


BD. Pelo ponto C, tracemos CE paralela a BD, e prolonguemos AB até
CE AE
encontrar CE. Temos —— = —•. Podemos determinar CE, pois BD,
BD AB
AE = AB + BC e AB são quantidades dadas. Conhecendo CE, construímos
o triângulo isósceles BCE, prolongamos BE de um comprimento igual a BA;
afinai, traçamos AC e o triângulo ABC é o triângulo pedido.

286. Construir um triângulo conhecendo um lado, a bissetriz


do ângulo oposto e a razão dos dois outros lados.
E
Z
bZ

zS
/K

A D C
Fig. 224

126
Capítulo 3

Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Os dados do problema são AC, BD e


. m AB . m AB AD ... ,
a relaçao — = —— . Temos pois — = —— = —— . Dividindo AC em partes
n BC n BC DC
proporcionais a m e a n, achamos os valores AD e DC Traçando CE paralela
CE AC
a BD, e prolongando AB até encontrar-se com CE, teremos .

Podemos determinar CE, uma vez que conhecemos BD, AC, AD. Ora, o
vértice B está sobre a perpendicular FB levantada no meio de CE. Aliás,
tomando CK = BD e, do ponto K como centro com raio igual a DC, descre­
vendo um arco, este cortará a reta FB no ponto B e o vértice B será
determinado. Traçando-se BC, e depois BD igual e paralela a CK, bastará
traçar CDA e afinal unir B e A.

287. Construir uma reta x tal que x2 = m (m n); m e n são


retas dadas.
Solução: A reta x, sendo meia proporcional entre m e m + n, é de fácil
construção.

3
288. Dada a reta m, achar outra reta x tal que x2 = —m2.
5
3
Solução: Temos que x2 = |m2 = —m x m : logo, x é meia proporcional entre
5
3
—m e m.

3
289. Construir uma reta x, tal que ^x! = I2 (1 linha dada).
4
Solução: A igualdade |x2 = l2 dá x2 = ^-I2 = yl xl. A reta x é pois meia
3
4
proporcional entre lei.
3

290. Conhecendo as retas I, m, n, achar uma reta x tal que


x^ m
I2 n
Solução: Temos 4r- = — ou x x2 = —x I2 = —x I. Fazendo se k = —; ké
I2 n n n n
quarta proporcional que se pode construir. Temos então x2 = kl.
A reta x é meia proporcional entre k e I.

l2m
291. Construir uma reta x tal que x2 = (I, m, n, retas
m+n
dadas).
Solução: Faz-se m + n = s o que dá x2 = x I2. (ex. 290).

127
Geometria Elementar

292. Por um ponto P, no interior de um círculo, traçar uma


corda que esteja dividida neste ponto numa razão dada
5
8
D
A A'
MZÍ An
P Fig. 225
B' B

C
AP 5 5PR
Solução: Suponhamos que ou AP = —— (a). Pelo Ponto P,
PB "8 ’ 8
tracemos MP perpendicular ao diâmetro DPC, o que dá: DP x PC = MP2, ou

APx PB = MP2(b). Multiplicando membro a membro as igualdades (a) e (b),

temos: AP2 x PB = ^PBx MP2 ou Ap2 = iMp2-


A reta MP sendo conhecida, constrói-se AP (ex. 288) e do ponto P como
centro, com raio igual a AP, descreve-se um arco que corte a circunferência
dada em A e A' e as retas APB, A'PB’ constituem ambas a solução do
problema.

Observação. Se a razão dada fosse — , ter-se-ia AP2 = — MP2. Construii


n n
se-ia AP (ex. 290); terminando como já foi indicado.

293. Por um ponto A exterior a um círculo, traçar uma secante


4
de modo que a parte exterior seja os — da secante total.
A

£
J
•■'a
By

C"
Fig. 226

128
Capitulo 3

AD 4 4AC
Solução: Seja ADC a secante pedida: temos ou AD = -
AC ' 9 9
Também se pode escrever ADx AC = AB2. Multiplicando membro a membro,

dá: ÃD2 x AC = ÃB? x AC ou ÃD2 = |ab2.


4
AD é, pois, meia proporcional entre — AB e ab (a tangente AB é naturalmente

conhecida). Sendo esta meia proporcional conhecida, do ponto A como


centro, com raio igual a AD, descreve-se um arco que corte o circulo dado em
D e D', obtendo-se assim duas soluções.
Caso ADC passe pelo centro, haverá só uma solução.

Observação. A razão dada sendo , ter-se-ia AD* = AB2.

294. Descrever uma circunferência passando por dois pontos


dados e tangente a uma reta dada.
Solução: Sejam A e B os pontos dados e CD a reta dada.
1o caso - As retas AB e CD se encontram em E.
Suponhamos o problema resolvido. O circulo sendo tangente a CD em F,

temos ÊF2 = EAx EB.

Fig. 227

E C F D
Onde a seguinte construção. Prolongam-se as retas AB e CD até o seu
encontro em E; constrói-se uma meia proporcional I entre EA e EB e leva-se
sobre ECD um comprimento EF = I. O ponto F é o ponto de contato da
circunferência e da reta dada. Faz-se passar a circunferência pelos três
pontos A, B, F.

2o caso - As retas AB e CD são paralelas.


É evidente que para determinar o ponto de contato F, basta abaixar do meio
de AB uma perpendicular IF até encontrar a reta CD.

A B

Fig. 228

C F D
Conclue-se então fazendo passar uma circunferência pelos três pontos A, B,
F.

129
Geometria Elementar

295. Descrever uma circunferência passando por um ponto


dado e tangente a duas retas dadas.
Solução: Sejam M o ponto, AB e CD as retas dadas.
1o Caso - As retas se encontram em um ponto O.

Fig. 229

A circunferência tangente às duas retas tem seu centro sobre a bissetriz OE;
e, passando pelo ponto M, há de passar por um ponto M' simétrico de M.
Logo, o problema consiste em fazer passar uma circunferência por dois
pontos dados Me M'e tangente a uma reta dada, OB ou OD (ex. 294).

2o Caso - As retas AB e CD são paralelas.

A--------------------- B

E->O' •F Fig. 230

c- D
O centro se encontra sobre a paralela EF equidistante das retas dadas (ex. 82).
O raio é igual à distância de EF a AB ou a CD. Do ponto M como centro, com
um raio igual à dita distância, descreve-se um arco que corte EF em O e O':
estes pontos são os centros de duas circunferências; soluções da questão.

296. Construir um losango cujo lado tenha um comprimento


dado e seja meio proporcional entre as duas diagonais.

Fig. 231

130
Capítulo 3

Solução: Seja ABCD o losango pedido. O enunciado dá:


ÃB2 = 2OA x 2OB = 4OA x OB.
Se do ponto O se abaixar uma perpendicular OE sobre AB, obter-se-ão dois

triângulos retângulos AOB, BOB que são semelhantes e dão:

onde: ABx OE = OAx OB. Mas temos também:


-------2
ÃB2 = 4OA x OB ou = OA x OB;
4

AR AR
logo: AB x OE = onde: OE =
4 4
No triângulo retângulo ABO, já que se conhece a hipotenusa AB e a altura
correspondente OE, pode o mesmo ser construído (ex. 148) e ao depois
terminar-se o losango.

297. Dividir uma reta a em meia e extrema razão e achar as


razões da reta para os dois segmentos.
Solução: Designando-se o maior segmento da reta por x, o menor será a - x
e ter-se-á:
x2 = a(a - x) = a2 - ax, onde: x2+ ax = a2,
3.2 a2 a , 5a2
± Ja
X = -2± -^ = ±£ 75-| = ±|(75-i).
r2 +-4-2+
Um segmento será, pois: <|>G/5 -1).

O outro segmento será:


a
a-x = a+ 75 =|(3-J5).
As relações pedidas serão:
a-r-|(75-1) ou 2a 2 e a + ^(3 - 75) ou 2a 2
a(75 -1) 75-1 a(3-75) 3-75

Resposta: x = ■|-(>/5 -1), a - x = |(3-7s).

298. Dividir uma reta de 60m em meia e extrema razão.


Solução: Conforme as fórmulas encontradas (ex. 297), teremos para o maior
segmento. - 1) = 37m08; e para o menor: ~(3 - Võ) = 22m92.

299. Mostre que os segmentos de duas retas divididas em


meia e extrema razão são proporcionais.
Solução: Com efeito, para uma reta AB dividida no ponto C em meia e
extrema razão, sendo AC o segmento maior, lemos (ex. 297); -^7 = s 5 .
BC 3-V5

131
Geometria Elementar

Outra reta. AB’daria =

AC A'C*
Onde:
BC B’C

300. Conhecendo AB, grande segmento de uma reta dividida


em meia e extrema razão, achar a reta inteira.

A B

F
Flg. 232

Solução: Faz-se sobre AB a construção indicada no n° 338 do livro do aluno,


e prolonga-se AB até F, de modo a ter AF = AE. AF é a linha pedida. Com
AE AB AF AB
efeito, temos: = —— ou -— = ——; porque AD = BF, uma vez que
AB AD AB EF
AE = AF e DE = AB.

301. Inscrever em um ângulo A, uma reta MPN que esteja


dividida, no ponto P, em meia e extrema razão.
A

M
N
P
B
C
Fig. 233

Solução: Trata-se de determinar o ponto M. Para isso traça-se a paralela PD


a AC, o que dá AD. Divide-se depois uma reta qualquer em meia e extrema
razão; sendo os segmentos m e n teremos (ex. 299):
m PN AD ,
— = 7777 = 7777; onde DM = AD x —; e o caso do exercício 279.
n PM DM n

302. Por um ponto P, exterior a um ângulo, traçar uma reta


PNM, que encontre os lados em N e em M, de modo que a
reta PMN esteja dividida em meia e extrema razão, no
ponto N.

132
Capítulo 3

D
A.
Fig. 234

b/m N p
C
Solução: Divide-se uma reta qualquer em meia e extrema razão; sendo os
segmentos m e n, deve-se ter: — m - = onde: DM = AD x —T .
n+m PM DM m
É o caso do exercício 280.

303. Por um ponto P, no interior de um circulo, traçar uma


corda que esteja dividida neste ponto em meia e extrema
razão.
D
A A'
MZ-—>> S..-ÀN
I /p Fig. 235

B’ B

C
Solução: Divide-se uma reta qualquer em meia e extrema razão; sendo os
segmentos m e n, deve-se ter (ex. 292): AP = — x MP .
n
É o caso do exercício 290.

304. Por um ponto A exterior a um círculo, traçar uma secante


que esteja dividida pela circunferência em meia e extrema
razão.
A

zÍqZd-'
B,
Fig. 236

C
L
C"
133
Geometria Elementar

Solução: Divide-se uma reta qualquer em meia e extrema razão; os


segmentos sendo m e n, ter-se-á, conforme o exercício 293: AD* = — x AB2.
n
Constrói-se AD (ex. 290) e termina-se como no supracitado exercício.

305. As diagonais de um pentágono regular se cortam


mutuamente em meia e extrema razão.

Fig. 237

Solução: Devemos ter CO* = ACx AO.


Circunscrevemos uma circunferência ao polígono. O ângulo BOC é igual a
OBC, pois têm mesma medida; o triângulo BOC é portanto isósceles e
BC = OC.
Os triângulos AOB e BAC sendo equiângulos, são também semelhantes e
AB AO —2 —2
dão: Ãc = bo-; onde BC = ACx AO, ou CO = ACx AO, pois que CO = BC.
A reta AOC está, portanto, dividida no ponto O em meia e extrema razão.

306. Uma diagonal de um pentágono regular inscrito tem 4m;


achar o lado do pentágono.
Solução: O lado pedido é igual ao segmento maior da diagonal dividida em
meia e extrema razão (ex. 305).
l = -|(T5-1) = 2m47.

Resposta: 2m47.

307. Ao tangentes exteriores comum a dois círculos encontram


a linha dos centros em um mesmo ponto O', e as
tangentes interiores encontram-se também em um mesmo
ponto, O.
Solução: Tracemos as 4 tangentes comuns e unamos os centros aos pontos
de contato. Os raios CA, CA' são paralelos; se não forem iguais, a tangente
AA‘ encontrará a linha dos centros em O'.

134
Capitulo 3

& .O’ Fig. 238

TB
D1

Os triângulos semelhantes CAO', C'A'O' dão:


CO' C'O'.
onde
CA " C'A' : °
CO'-C'O'
n e CA-CA' " CA
CO'
ou
cc CO'
CA-CA' CA ■
CAxCC
Por conseguinte: CO' =
CA-CA’’
A tangente BB’ encontra também a linha dos centros em O'.
Se o encontro se desse em outro ponto O", ter-se-ia
CO" = CO" : onde
CB C B ’
CB'
CO"-C'O" CO” CC" CO"
ou
CB-CB' CB CA-CA’ CA

O que daria CO" = ■ '• lQg° CO'= CO".


CA-CA a
Provar-se-ia do mesmo modo que as tangentes comuns interiores se
encontram num ponto O; mas para obter CC seria preciso fazer a soma dos
numeradores e dos denominadores, em lugar da diferença.

308. Em dois círculos, as secantes que unem as extremidades


dos raios paralelos concorrem em um mesmo ponto O,
situado sobre a linha dos centros.
A

O' Fig. 239

Solução: Traçam-se os raios paralelos CE, CE'; se não forem iguais, a reta
EE' encontrará a linha dos centros em um ponto O. Demonstra-se, como no
CExCC
exercício precedente que CO =
CE-CE*'
O valor de CO é o mesmo que no exercício precedente, supondo que a
distância CC dos centros é a mesma, que CE = CA, CE' = CA'.
Por conseguinte, quaisquer que sejam os raios paralelos CE, CE', a reta EE’
encontra a linha dos centros em um mesmo ponto O', o que acontece também
com a tangente comum exterior AA'.
Demonstra-se da mesma maneira que, se traçarem dois raios paralelos Cl,
Cl' dirigidos em sentido contrário, a reta II' que os une corta a linha dos
centros em um ponto O, que é o lugar onde as tangentes interiores encontram
a linha dos centros.

135
Geometria Elementar

Observação - É fácil, conforme este exercício, traçar as tangentes comuns a


dois círculos: para que a tangente exterior, traçam-se dois raios paralelos CE,
CE', dirigidos no mesmo sentido, tira-se a linha EE' que se prolonga até o
encontro em O’ da linha dos centros, e do ponto O' leva-se uma tangente a uma
das circunferências. É também tangente à outra.
Para se ter a tangente interior, traçam-se dois raios paralelos Cl, Cl' dirigidos
em sentido contrário e depois, tira-se II’. Esta reta encontra a linha dos centros
em O. Deste ponto, traça-se uma tangente a uma das circunferências; é
também tangente à outra.

309. Provar que no triângulo equilateral inscrito, o raio é o


dobro do apótema.
D

O Fig. 240

B
Solução: Devemos ter OB = 2OI.
Com efeito, AO = AB = BC = o lado do hexágono.
AO e AB sendo duas oblíquas iguais, se afastam igualmente do pé da
perpendicular Al, e portanto OI = IB: onde OB = 2OI.

310. Um polígono regular estando inscrito numa circunferência,


circunscrever um polígono regular semelhante.

Fig. 241

Solução: Basta traçar tangentes pelos vértices do primeiro polígono; estas


retas se cortam determinando um polígono regular semelhante ao primeiro.
Com efeito, os ângulos GAB e GBA são iguais por terem a mesma medida;
por conseguinte AG = GB.
Os triângulos AGB, BCH são iguais, pois AB = BC, e os ângulos adjacentes
ao lado AB têm mesma medida que os adjacentes ao lado BC; portanto,
BH = BG eH = G. Mas, por serem iguais as retas BG, BH, HC e Cl, segue-se
que GH = Hl. logo o segundo polígono é equiângulo e equilateral, portanto
regular; a mais, é semelhante ao primeiro, pois têm o mesmo número de
lados, já que há tantos lados no segundo polígono quantos vértices no
primeiro.

136
Capitulo 3

F L G

/ \
K M Fig. 242
/Ox

K
E N H
Outro método: Pelos pontos K, L, M, N, meios dos arcos AB, BC.... tracemos
tangentes; ao se encontrarem, formarão o polígono pedido.
Com efeito, unindo o centro com todos os ângulos do novo polígono, por meio
das retas OE, OF..., estas retas passarão pelos vértices do polígono ABCD:
assim, OF passará pelo vértice B; pois os triângulos FOK, FOL tendo a
hipotenusa comum e OK igualando OL, são iguais; OF divide pois o ângulo
KOL em duas partes iguais e passa, por conseguinte, no ponto B, meio do
arco KL.
Os dois polígonos ABCD, EFGH serão portanto compostos de triângulos
semelhantes AOB, EOF; BOC, FOG..., e semelhantemente dispostos; logo,
são semelhantes.

311. Mostre que o perímetro do triângulo equilateral circunscrito


é o dobro daquele do triângulo equilateral inscrito.
Solução: Devemos ter DE = 2AB.
Pelos vértices A, B, C do primeiro triângulo equilateral, traçando tangentes,
obtemos o triângulo equilateral circunscrito DEF.
F A D

Fig. 243

E
2
O ângulo DBA = C = — de reto; também o ângulo DAB. Portanto o triângulo

DAB é equilateral e DB = AB.


Também BE = BC = AB: logo, DE = 2AB.

312. Uma circunferência está compreendida entre os perí­


metros do quadrado circunscrito e do hexágono inscrito;
segundo esta considerado, demonstrar que a razão da
circunferência para o diâmetro está compreeendida entre
4 e 3.
Solução: Seja D o diâmetro de uma circunferência C. O perímetro do
quadrado circunscrito será 4D, e o do hexágono inscrito 3D. Ter-se-á, pois
4D>C>3D, ou4>^>3.

137
Geometria Elementar

313. Calcular o lado e o apótema do decágono regular inscrito


num círculo de raio dado.
Solução: R sendo o raio dado, c e a o lado e o apótema pedidos, teremos
c = 5.(75 -1) e a = ^VlO + 2^.

Com efeito, o exercício 297 dá. c = y(J5 -1).

Aliás a2 = R2-y-,

Mas: c = 5.(7ã-1) = 5-Tã-5.;

.4.24^44.^4 >/5 x

c2 = ^4^=3RÍ4(3_75):e ^4(3-75);
logo:a2 = R2-^.(3-75) = R2-^i + ^.V5 = ^ + ^-s/5;
O o o o o
a2 = ^-(5 + V5) = ^-(5 + 75) = ^-(10 + 2^5);
O IO lo

a = •5-710 + 275.

314. Achar o perímetro do decágono inscrito em um círculo de


4m de raio.
Solução: O lado do decágono sendo igual ao segmento maior do raio dividido
em meia e extrema razão, tem-se (ex. 297).
Lado do decágono = ^-(75 -1) = 2>/5 - 2 = 2,472, e por conseguinte, perímetro

do decágono = 10 x 2,472 = 24m72.

315. O quadrado do lado de um pentágono regular inscrito é


igual à soma dos quadrados do raio e do lado decágono
regular.

Fig. 244

Solução: Com efeito, sejam CB = OD = DB = o lado do decágono, N o meio


do raio OC e AB o lado pentágono.

138
Capítulo 3

OD + DC BC + Cl, onde NC-CI = NI = ^-.


Temos: NC =
2 "2
Aliás, o quadrilátero AOBC dá (ex. 259):
BC2 . . . BC2
2ÕB2 + 2BC2 = Ãb’ + Õc’ + 4^-: pois 4^- = 4N|2.
4 • r - 4
Onde se tira AB2 = 2OB2 + 2BC2 - OC2 - BC2, ou AB = OB + BC .

Resposta: AB =OB +BC .

316. Qual é o perímetro de um pentágono regular inscrito em


um círculo de 2m de raio?
Solução: Sejam c o lado do pentágono, e R o raio do círculo. O lado do
p
decágono sendo igual a — (J5
i -1), temos (ex. 315):

C2=R2 J|(j5-1)^=R2+(

R R2
F-
c2=R2 + ^í-2xy>/5x ~2+~4 -■

c2 = ^-(5- J5) e c = R^y^T

5c ou P = 5R^5~2^ “10J5 =11m79-

Resposta: P = 11m79.

317. Dadas as circunferências c e c’ construir uma circunferência


igual ac + c'.
Solução: Representando por r e r' os raios das circunferências dadas e por x
o raio da circunferência procurada, temos C = 2nr, C = 2nr*.
Circunferência x = 2nx = C + C' = 2nr + 2nr*; 2nx = 2nr + 2nr’, x = r + r*.
Constrói-se x, e com este raio descreve-se a circunferência.

318. Dadas as circunferências c e c', achar uma circunferência


igual ac-c'.
Solução: Conservando as mesmas notações, temos 2nx = 2nr - 2nr*. onde
x = r - r'.

319. Dadas as circunferências C, e c", achar uma


circunferência igual a ~c +^ .
1 c'~^c" ■
4
2nr"
Solução: Temos: 2nx = — +
3 4 5 ’

139
Geometria Elementar

1 1 1
Onde: x = 3f+4' 51

320. Numa circunferência O, sobre o raie OA como diâmetro,


descreve-se outra circunferência, e traça-se um raia
qualquer OB que corte a pequena circunferência em C.
Demonstrar que os arcos AB e AC são iguais.
Solução: Deve-se ter: AB = AC

Fig. 245

As circunferências são proporcionais a seus raios; portanto a circunferência


exterior é o dobro da circunferência interior; um grau da 1a corresponde pois
também a um arco duplo daquele de um grau da 2a. Mas o ângulo AOB tem
por medida o arco AB ou a metade do arco AC. Este arco contém, por
conseguinte, um número de graus duplo do número daquele: logo, ambos têm
o mesmo comprimento.

321. Calcular o lado e o apótema do octógono regular inscrito


num círculo de raio dado.

Fig. 246

Solução: Sendo R o raio dado, ce a o lado e o apótema pedidos, ter-se-á:


c = Ryj2-y/2 e a = y ^27+2 .

Com efeito, sejam AB o lado do quadrado inscrito, AC o lado do octógono


regular inscrito, OI o apótema e OC um raio.
O triângulo AOC dá: c5 = R2 + R2 - 2R Xx OD = 2R2 - 2R x OD.

Ora. OD = porém, AB = rV2;

Rx?2
Por conseguinte: OD = .

Logo:

140
Capítulo 3

R>/2 .
c2 = 2R2 - 2R X —
2 '
c2 = 2R2 - R2 J2,
c2 = R2(2 - 72),
c = R,]2-J2.
Torna-se fácil calcular OI = a, pois que no triângulo retângulo COI, a

hipotenusa OC = R, e Cl = y.

a2 = R2-^-;
Tem-se, portanto: mas c2 =R2(2-V2); por conseguinte:

Logo:
R^_ ^(2 _ = r^ _ + = 2RÍ +
4 4 4 4 4
a2 = ^-(2 + 72);

72 + 72.

322. Numa circunferência, um arco de 5° tem comprimento de


0m20; qual é o comprimento do raio da circunferência?

Solução: Se 5o correspondem a 0m20, 1o corresponde a e 360° a


5
0,20x360
= 14 l4m40.
5
Tem-se pois: C = 14m40 = 2nR.

Onde: R = = 2m29.
2n ti

323. Quantos metros vale 1 segundo do meridiano?


Solução: 360° = 360 x 60 x 60 = 1.296.000".
Um meridiano vale 40.000.000m, por conseguinte 1 segundo vale
40.000.000
= 30m86.
1.296.000

324. Qual é, em km, a distância média de um ponto do


meridiano ao centro da terra?
Solução: Temos: 2irR = 40.000km.
Onde R = ^-00° = 20 000 = 6.369km, 42.
2tt n
Resposta: 6.369km42.

141
Geometria Elementar

325. Dois arcos têm mesmo comprimento: o primeiro, de 20°30’


descreveu-se com raio de 0m60, o segundo tem 12°40':
qual é o comprimento do raio deste último?
Solução: O comprimento da primeira circunferência ou
C = 2nR = 2 x 3,1416 x 0,60 = 3m77.
Se 360° correspondem a um comprimento de 3m77, 1o corresponde a um
3 77
comprimento de * , e 20°30' ou 20°,5 correspondem a um comprimento
360
3m77x20,5
de: = 0m214.
360
Este comprimento 0m214 corresponde, na segunda circunferência a 12°40‘ ou
0,214
12°66’: 1o corresponde a um comprimento igual e 360° a
12,66
0,214x360
= 6m85.
12,66
Chamando de C esta segunda circunferência, e R' o seu raio, tem-se:
6,085
C = 2nR‘ = 6m085, onde: R = = 0m96.
2x3.1416
Resposta: 0m96.

142
Capitulo 4

CAPÍTULO 4

326. Calcular a área de um retângulo que mede 58m45 por


24m60.
Solução: Área pedida ou R = 58m45 x 24m60 = 1.437m287.

Resposta:!.437 m 287.

327. Um ramal de estrada de ferro deve ter 40km de


comprimento por 12m de largura; quanto custará o
terreno, pagando-se, em média, 4:500$000 por hectare?
Solução: R = C x L, ora C = 40km ou 40.000m
R = 40.000 x 12 = 480.000m2 = 48Ha.
Um hectare se paga 4:500$000, 48Ha se pagarão 4:500S000x48 =
216:0005000.

Resposta: 216:000$000.

328. Quanto vale um pasto retangular de 75m30 por 35m20?


2
Os deste pasto valem 70S000 o are, e o restante,
3
60$000 o are.
Solução: R = 75,30 x 35,20 = 2650m2
i y a 708000 o are será 2650x2x70 = 1: 236S666.
O preço dos a 708000 o are será

1 a 608000 o are será 26'50x1x6°


O preço do a 608000 o are será = 5308000.

Total 1:7668666.

Resposta: 1:7668666.

329. Qual é a altura de um retângulo cuja base tem 65m e a


superfície, 1.430m2?
Solução: R ou 1.430 = 65 x H.
Onde: H = l^- = 22m.
65

Resposta: 22 metros.

330. Um retângulo tem área de 756m2; quais são as suas


dimensões, uma vez que se acham na razão de 7 para 3?
Solução: A superfície do retângulo R ou 756 = B x A.
_ B 7 7
Ora, — = —, onde: B = —A.

Temos, portanto: 756 = |AxA =

143
Geometria Elementar

*756 x 3
Onde A = = 18 e B = 42.

Resposta: 18 e 42 metros.

331. Certo proprietário que removera as balisas de um seu


terreno foi condenado a restituir uma faixa retangular de
60m com área de 38ca. Qual será a largura da faixa?
Solução: Seja x a largura A área de 38 ca ou 38m2 = 60 x x.
. 38
Onde: x - —— = 0m63.
60

Resposta: 0m63.

332. Certo terreno retangular é avaliado à razão de 60S000 o


are: pede-se determinar-lhe a área e as dimensões,
1
sabendo-se que se vendeu por 3:725$000. A altura vale —
5
da base.
3 725
Solução: A superfície é: — — = 62a0833.
60
1
Como a altura é da base, representando-a por x, a base será 5x e
5
teremos: R = 62a0833 = 5x x = õx2.

Onde se tira: x =
'6208733 = 35m24.

Logo A = 35m24 e B = 176m20.


Resposta: S = 62a08; B = 176m20; A = 35m24.

333. Quais são as dimensões de um retângulo que tem 108m60


de área e cujo perímetro vale 48m20?
Solução: Sejam x e y as dimensões do retângulo; teremos:
xy= 108,60 ex+y = ^= 24,10:

onde se lira x = 24,10-ye (24,10 - y)y = 108,60


Afinal vem: y = 18,10
x = 6.

Resposta: 6m e 18m10.

334. A área de um retângulo é 284m2 e a diferença de dois


lados adjacentes é de 16m40: quanto valem a base e a
altura?
Solução: Temos: xy = 284 e x - y = 16,40.

144
Capítulo 4

Onde vem: x = 16,40 + y e (16,40 + y)y = 284.


Afinal y = 10,54
x = 26,94
Resposta: 10m54; 26m94.

Observação. Os dois problemas precedentes podem ser resolvidos com


processo semelhante ao que foi empregado no exercício 353.

335. Qual é a área de um retângulo que tem diagonal de 75m e


cujos lados estão na razão de 3 para 4?
Solução: Sejam 3x e 4x os lados do retânqulo; temos:
9x2+ 16x2 = 75*

x= ç=15.
Onde: 3x = 45 e 4x = 60.
A área do retângulo será pois: 45 x 60 = 2.700m2.
Resposta: 2.700m2.

336. Quantos ladrilhos são necessários para ladrilhar uma


cozinha de 3m40 por 3m? Cada ladrilho mede 0m16 de
lado.
Solução: A superfície da cozinha é igual a 3,40 x 3 = 10m220.
A superfície de um ladrilho é igual a 0,16 x 0,16 = 0m20256.
O número de ladrilhos necessários é ■ J = 398.
0,0256

Resposta: 398 ladrilhos.

337. Qual é a área S do quadrado inscrito num circulo de raio R?


Solução: O lado do quadrado inscrito = R 42.
Logo: S = R -72 x R 72 = 2R2.
Resposta: S = 2R2.

338. Qual é a área S do quadrado circunscrito ao mesmo


círculo?
Solução: O lado do quadrado circunscrito é, com evidência igual a 2R;
Logo: S = 2Rx 2R = 4R2.
Onde resulta que a área do quadrado circunscrito é o dobro da área do
quadrado inscrito.
Resposta: S = 4R2.

339. Tém-se dois quadrados: a diagonal do primeiro é igual ao


lado do segundo; qual é a razão das áreas destes dois
quadrados?

145
Geometria Elementar

Solução: Seja I o lado do primeiro quadrado; sua área será I2


A área do segundo é igual ao quadrado da diagonal do primeiro. Ora, este
I2
quadrado = I2. Logo, a razão pedida será: — = —.
1

1
Resposta:
2

340. Qual é a área de um quadrado, se a diferença entre o seu


lado e a sua diagonal é de 6m?
Solução: Sejam I o lado do quadrado e d a diagonal.
Temos: d = lx/2.
Portanto: d -1 = I>/2 -1 = 6.
Onde: 1(72-1) = 6; I = ,_6 = 14,49.
yj2 — 1
Logo, a área do quadrado será: 14,49 x 14,49 - 209m296.

Resposta: 209m296.

341. Construir um quadrado para o qual a diferença entre a


diagonal e o lado seja de 6m, e dizer qual será o raio do
círculo circunscrito a este quadrado.
Solução: Seja x a diagonal do quadrado; temos: x2 = 2(x - 6)2; onde se tira:
x = 20m485, por não ser conveniente a segunda raiz. Será fácil a construção
do quadrado, pois que se conhece o lado.
A diagonal do quadrado inscrito é igual ao diâmetro, e o raio pedido terá:
20,485
----- ---- = 10m242.

Resposta: O lado do quadrado tem 20m485 e o raio, 10m242.

342. Une-se o terço do lado de um quadrado ao quarto do lado


adjacente e pede-se determinar em função do lado do
quadrado; 1° a área do triângulo assim formado; 2° a área
da outra parte do quadrado.
Solução: Tem-se um triângulo retângulo cujos catetos valem respectivamente
a a . . 1 a a a2
- e -;por conseguinte:T = -x-x- = —.

Portanto, a área do triângulo iguala —da área do quadrado; a outra parte


24
, . 23a2
valera: — .
24

Resposta: 1a ; 2a
24 24

146
Capítulo 4

343. Sobre cada lado de um quadrado de área igual a 36m2,


tomam-se alternadamente dois comprimentos iguais a
4m25 e 1m75. Unem-se os pontos 2 a 2, o que dá como
resultado um novo quadrado cuja área se pede determinar,
assim como a razão que existe entre o último e o primeiro.
Solução: A figura obtida é um quadrado (ex. 38). Aliás, temos:
Área do quadrado = EFGH = Ê? = BÊ’ + BF2 = 4,252 +1,752 = 21m2125.

21,125
A razão dos dois quadrados é pois:
36 ‘

344. Qual é a área de um triângulo com base de 54m65 e altura


de 19m25?
54,65x19,25
Solução: Área pedida ouT = = 10a52.
2
Resposta: 10a52ca.

345. Um triângulo tem 3m2 de área e 42m2 de base; pede-se a


altura.
47 x A
Solução: Temos : T = 378 = 2 ■.

378x2
Onde: A = = 18m.
42

Resposta: 18 metros.

346. O triângulo ABC tem 875m2 de superfície; quais são as


suas dimensões, uma vez que a razão da base AC para a
14
altura BD é —.
5

Fig. 247

A D c
Solução: Temos: T = 875 = B * A .

~ B 14 „ » D 14 A
Ora, — = —; e, portanto: B = — A.

TAx 4=^ a2.


14 A
Onde se tem: 875 =
2 10
'875x10 ^-x25 = 70.
Logo: A = = 25, e, por conseguinte: B =
14 5

Resposta: 70m e 25 metros.

147
Geometria Elementar

347. No mesmo triângulo ABC, toma-se outro de 60m2 de área


e de mesmo vértice B; qual é o comprimento da base
medida a partir de A?
Solução: Seja x o comprimento procurado. Sendo a base deste triângulo uma
parte da base do triângulo dado, já que o vértice está no mesmo ponto, a
. 25xx „„ , 60x2 . on
altura é a mesma e tem-se —-— = 60 : onde : x = = 4m80.

Resposta: 4m80.

348. Qual é o lado a do quadrado equivalente à área de um


triângulo T, de 62m de base e 24m de altura?
62x24 62x24
Solução: Temos: T = ; e também: a2 =
2 2
<62 x 24
Logo: a = = 27m27.

Resposta: 27m27.

349. Qual é a área do dodecágono regular inscrito, em função


do raio?

Fig. 248

Solução: Temos: área COB = isto é igual a yxy ou =

Mas COB é a duodécima parte do dodecágono; logo a área do dodecágono

vale ' = 3R2.


4
Resposta: S = 3R2.

350. A base maior de um trapézio tem 36m, a menor, 22m e a


altura 16m. Pede-se calcular a área do triângulo formado
pelo prolongamento dos lados não paralelos do trapézio e
a base menor.
Solução: Seja x a altura do triângulo. Temos (ex. 216):

148
Capítulo 4

ba 22x16
= B-b ~ 36-22 = 25m14.
22x25,14
Logo: T = = 276m254.
2
Resposta: 276m 254.

351. Calcular a área de um triângulo retângulo, no qual um dos


catetos tem 15m, e a perpendicular abaixada do vértice
sobre a hipotenusa mede 9m.
B

A D c
Fig. 249

Solução: Determina-se a base AC como segue:


DC = \/bC2 - BD2 =12 e AD = -^- = 6,75.
DC
18,75x9
Onde: AC = 18,75, e área ABC = = 84,375.
2
Resposta: 84m237.

352. Calcular com aproximação de 0m01 a altura de um


triângulo com base de 60m, e cuja área deverá ser meia
proporcional entre as áreas de dois retângulos de 4m de
altura e bases de 46m80 e 54m60.
Solução: Seja x a altura procurada. As áreas de T, R e R' são:
T = ^xx = 30x; R = 46,80x4; R' = 54,60 x 4.

Devendo ser o triângulo meio proporcional entre R e R' temos:


46,80x4 30x
30x 54,60x4
Onde:
'46,80x4x54,60x4
302x2 = 46,80 x 4 x 54,60 x 4, x =
30
A, ter-se-
Extraindo-se a raiz quadrada do numerador com aproximação de

á o valor de x com aproximação 0.1 ou e a fortiori de


30
Resposta: 6m73.

149
Geometria Elementar

353. Um triângulo retângulo tem área de 726m2 e hipotenusa


de 55m. Quanto medem os catetos?
Solução: Sejam b e c os catetos. Conforme os dados do problema podemos
escrever: - = 726 (1) e b2+ c2 = 552. (2)

Acrescentando 2bc à igualdade (2), obteremos o quadrado de b + c, isto é


b2 + c2 + 2bc. Ora, o valor de 2bc se encontra facilmente. Basta multiplicar por
4 a relação (1). Vem:
2bc= 726x 4 (3)
E somando (2) e (3):
b2 + c2 + 2bc = (b + c)2 = 552 + 726 x 4
Onde: b + c = Võ52 + 726 x 4 = 77 (4)
Em lugar de acrescentarmos 2bc a (2), tiremos esta quantidade da mesma
igualdade. Assim obteremos o quadrado de b - c, isto é, b2 + c2 - 2bc.
Acharemos deste modo: b2 + c2 - 2bc = (b - c)2 = 552 - 726 x 4;
Onde: b - c = >/552 - 726 x 4 = 11. (5)
Uma vez que conhecemos a soma e a diferença de dois números, torna-se
fácil determiná-los
Usando um processo conhecido, acha-se que: b = 44
c= 33
Resposta: 44m e 33m.

354. A área de um triângulo equilateral mede 4m250. Pede-se a


área do quadrado inscrito no círculo circunscrito ao
triângulo.

A D C
Fig. 250

Solução: O lado I do triângulo equilateral inscrito no círculo de raio R, vale


r~ I2
RV3 (1). Porém, por causa do triângulo retângulo BDC, tem-se: a2 = I2 - —.

Substituindo o valor de I (1), vem.


Í9R2 3R
a=
V 4 " 2 ’
R = ^R2.
Ora, a área do triângulo equilateral ou T =

4T
= -^Rs/3x
I
Onde se tira: R2 =
3^3
Do ex. 337 depreende-se que área do quadrado inscrito é igual a 2R2.

150
Capítulo 4

8T 8x4,50
Logo: 2R2 = = 6m293.
3>/3 3^3

Resposta: 6m293.

355. Achar o lado de um quadrado equivalente a um triângulo


que tem base de 4m80 e altura de 5m40.
Solução: Sejam x o lado do quadrado pedido, B e A a base e a altura do
triângulo; teremos:
X2-Bn A _ 4-80x5-40-
2 2
x= f4'80*5'40 = 3m60.

Resposta: 3m60.

356. Une-se um ponto qualquer O, tomado no interior de um


paralelogramo, aos 4 vértices. Demonstrar que existe
razão constante entre a área do paralelogramo e a soma
das áreas de dois triângulos opostos.
DEE C

Fig. 251

Solução: Seja EOF a altura do paralelogramo; temos:

Triângulo AOB = AB x e triângulo DOC = AB x

Logo, área destes 2 triângulos =AB^-OF + OB EF . . .


ou AB x — = a metade da
2
área do paralelogramo.
BCxMN
Também AOD + BOC = = a metade do paralelogramo.
2

Observação. Suponhamos que o ponto se ache fora do paralelogramo,


porém entre 2 lados paralelos.
Teremos: AOD + BOC = BC * MN = -AB *
= a metade do paralelogramo.
2 2
ABxOF ABxOE_ABxEF
Outrossim, AOB - DOC = a metade do
2" 2 2
paralelogramo; neste caso, a diferença dos dois triângulos AOB, DOC é igual
à soma dos dois outros, AOD, BOC; a mais, esta soma e esta diferença são
ambas iguais à, metade do paralelogramo.

151
Geometria Elementar

7C
$1

A F B
Fig. 252
Tomemos afinal o ponto O fora das 4 paralelas; teremos:
BOC - AOD = OM) ABx ABxEFEF g metacje <j0 paralelogramo. Do
2
mesmo modo:
O

E:-’ C
D
N

F A B
Fig. 253

— E - = a metade do paralelogramo; neste caso, a diferença


AOB-DOC =
dos triângulos AOB, DOC é igual à diferença dos dois outros BOC, AOD, e
estas duas diferenças são ambas iguais à metade do paralelogramo.

357. Achar no interior de um triângulo um ponto tal que, ao


uní-lo aos 3 vértices, o triângulo dado seja decomposto
em três triângulos equivalentes.
Solução: Suponhamos o problema resolvido.
Sejam O o ponto pedido e OD. OH, OE, três perpendiculares. Os triângulos
ABO, AOC sendo equivalentes, pode-se escrever: DOxAB=OHxAC ou
DO AC
OH " AB ’
Logo, a reta AO é o lugar dos pontos cujas distâncias a AB e a AC estão na
. AC
razao ——
AB
Provar-se-ia do mesmo modo que a reta OC é o lugar dos pontos cujas
BC
distâncias aos lados AC, BC estão na razão

O ponlo O ficará, por conseguinte, na interseção destas duas retas.

152
Capítulo 4

Fig. 254

A H C
358. Dividir um quadrilátero qualquer em duas partes
equivalentes.

Fig. 255

Solução: Seja o quadrilátero ABCD.


Pelo meio O da diagonal AC, traçando-se OB e OD, dividem-se os 2
triângulos ABC e ADC em duas partes equivalentes, e portanto, a linha
quebrada BOD divide o quadrilátero em duas partes equivalentes ABOD e
BODC.

359. As áreas de dois triângulos ABC, DEF que tém um ângulo


igual estão na mesma razão que os produtos dos lados
destes ângulo.
_ , _ _ _ , ABC BC x AB
Solução: B = E; devemos ter = —-——
DEF EFxDE
Com efeito, AH e Dl sendo alturas dos 2 triângulos, tem-se:
ABC BCxAH BC AH
DÊF=-ÊF7DT=EFX^r- (1)

B H C
Fig. 256

153
Geometria Elementar

AH AB
Ora, os triângulos semelhantes BAH, EDI dão.
ED’
AH
Pela substituição em (1) da razão — pelo seu seu valor, vem:

ABC BCx AB
DEF EFxDE’

360. Qual é a área de um losango cuja diagonais tem a 3m e


2m?
3x2
Solução: Área pedida ou L = = 3m2.

Resposta: 3m2.

361. Dividir o quadrado, o retângulo, o paralelogramo, o


losango em partes iguais por meio de paralelas aos lados.
Solução: Dividindo-se a base do paralelogramo em um número qualquer de
partes iguais e traçando-se paralelas aos outros lados, pelos pontos de
divisão, formam-se paralelogramos de mesma base e altura que são, por
conseguinte equivalentes.
Procede-se da mesma maneira para dividir em partes iguais o quadrado, o
retângulo e o losango.

362. Qual é a área de um trapézio cuja altura tem 12m, e as


bases 48m50 e 25m?

Solução: Área pedida ou T = 12 x


48,50 + 25 = 441m2.
2
Resposta: 4a41.

363. Dividir um trapézio em duas partes equivalentes por uma


reta que passe num ponto dado sobre uma das bases.
D K C

A L B
Fig. 257

Solução: Sejam K o ponto dado e KL a reta procurada.


Já que os dois trapézios ADKL, KLBC são equivalentes e têm mesma altura,
AL + DK = -1(AB + CD); onde: AL = ^(AB + CD)- DK.

Constrói-se AL, e leva-se este comprimento de K em L; afinal, traça-se KL.

154
Capitulo 4

364. Um trapézio tem um lado AD = 80m68 perpendicular às


duas bases; a base superior tem 90m75 e o lado BC forma
com ela um ângulo de 135°; qual é a área do trapézio?
D C

A L B
Fig. 258

Solução: Abaixemos sobre AB a perpendicular CE.


O ângulo ECB vale 45°, assim também o seu complemento B, e o triângulo
CBE é isósceles, o que dá CE = BE.
onde: AB = DC + AD = 80,68 + 90,75 = 171,43.
Teremos pois: T = 171;43 + 9°.75, x 80 68 = i0576m2 = 105a76ca.

Resposta: 105a76ca.

365. Em um triângulo ABC tem base de 52m7 e altura de 28m4;


a 17m do vértice, traça-se uma paralela DE à base; qual é
à área, do trapézio ADEC assim formado?
B

A H C
Fig. 259

Solução: Os dois triângulos semelhantes DBE, ABC dão:


DE BO . ACxBO 52.7x17 . .
— = —; onde; DE = -§p- e DE = -^—31,54.

52.7-i-31.54
Teremos pois: Trapézio = x1|4 = 480m217.
2
Resposta: 480m217.

366. A base maior de um trapézio tem 42m, a menor 28m e a


altura, 12m; calcular o comprimento da reta traçada no
interior do trapézio, paralela às bases e a 3m60 da maior.

155
Geometria Elementar

B C

Fig. 260
G, K

A H~E D
Solução: Tracemos a paralela BF a CD e a altura BH; supondo-se aliás que
GK seja a paralela pedida, teremos que determinar Gl, pois IK = BC. Ora, os
C' I RR í"' I R4
triângulos semelhantes ABF, GBI dão:—— = —— ou —- = —,onde: Gl = 9,8
Ar BH 14 12
e GK = 9,8 + 28 = 37,80.
Resposta: 37m80.

367. Uma das bases de um trapézio tem 10m, a altura tem 4m e


a área 32m2. À distância de 1m da base dada, traça-se à
mesma, uma paralela; qual é o comprimento da parte
desta reta incluída no interior do trapézio? (fig. 260).
Solução: Supondo-se que GK seja a paralela pedida, teremos que determinar
Gl e BC pois GK = Gl + BC.
Ora, os triângulos semelhantes ABF, GBI dão:
Gl BE . BExAF
— = —; onde.GI = -^-.

4(10-f BC)
Conforme os dados, temos: 32 = = 20 + 2BC; onde: BC = 6, então:
2
AF = AD - BC = 10 - 6 = 4; logo: Gl = = 3eGK = 3 + 6 = 9.

Resposta: 9m.

368. Os dois lados paralelos de um trapézio tem respecti­


vamente 3m121 e 5m17; os dois outros lados estão
igualmente inclinados sobre as bases e tem 2m2: qual é a
área do trapézio?
B C

Fig. 261

A H E D
Solução: Cumpre primeiro determinar a altura do trapézio: para isso, tracemos
a paralela BE a CD; formamos assim um triângulo isósceles ABE, cuja base

AE = 5,7 - 3,121 = 2m049, e a altura BH = |2,22 - =1,944; onde se

3,121 + 5,17
tira a área do trapézio ou X 1,944 = 8m206.
2
Resposta: 8m206.

156
Capítulo 4

369. Um terreno tem forma de trapézio isósceles; as bases têm


100m e 40m; os outros lados têm 50m cada um. Pergunta-
se: 1° a área do terreno em ares; 2° a área do terreno
triãngular que se havia de obter acrescentando ao trapézio
o triângulo parcial formado pelos prolongamentos dos
lados não paralelos.
Solução:

1o Abaixemos dos pontos D e C as perpendiculares DE CF; teremos


EF = 40m, e AE + FB = 60m, mas, como AE = FB = 30m, pode-se escrever:
DE = \/502 - 302 = 40m.

A E H F B
Fig. 262

100 + 40
A área do trapézio vale, pois: x 40 = 2800m2 = 28 ares.
2

2o Resta-nos determinar a área do triângulo AOB.


Os dois triângulos semelhantes ADE, AOH dão:
OH AH 40x50 200
DE AE 30 3

Logo, a área do triângulo AOB é igual a —x = 3333ca = 33a33.

Resposta: 1” 28a; 2° 33a33ca.

370. Demonstrar que em qualquer trapézio, o triângulo que tem


por base um dos lados não paralelos, e por vértice o meio
do lado oposto, tem área igual à metade da área do
trapézio.
D C

A L B
Fig. 263

157
Geometria Elementar

Solução: Deve-se ter: AOD =

Com efeito, se pelo ponto O, meio de BC, traçarmos KL paralela a AD,


formaremos o paralelogramo ALKD, equivalente ao trapézio ABCD; ora, o
triângulo AOD é igual à metade do paralelogramo ALKD; logo, é também igual
à metade do trapézio ABCD.

371. Mostre que a área do trapézio é igual ao produto de um


lado não paralelo pela distância deste lado ao meio do
lado oposto.
H

A F D
Fig 264
Solução: Devemos ter: T = AB x GH.
Pelo meio de CD, tracemos a paralela FE e a reta GH perpendicular a AB. Os
dois triângulos DFG e CEG sendo iguais, se substituirmos o segundo ao
primeiro, teremos o paralelogramo ABEF cuja área será igual à do trapézio.
Ora, o tal paralelogramo tem por medida ABx GH; também o trapézio terá a
mesma medida, ou T = AB x GH.

372. Calcular a área de de um trapézio sabendo-se que tem


altura igual à semi-soma das bases; a diferença entre as
bases é 71 m, e a maior delas é igual à hipotenusa de um
triângulo retângulo cujos catetos seriam a base menor e a
altura do trapézio.
Solução: Sejam x a base maior e y a menor e h a altura; temos:

d)
x - y = 1, (2)
x2 = y2 + h2. (3)
A equação (3) pode transformar-se nesta outra:
x2 - y2 = (x + y) (x - y) = h2.
Se multiplicarmos membro a membro as duas primeiras, teremos:
(x-y) (x-y) = 2h,
h2 = 2h,
h = 2.
Pela substituição do valor de h na relação (1), as equações (1) e (2), dão:
x = 2,5 e y = 1,5.
2,5+ 1,5
Então, a área do trapézio = x2=4m2
2
Resposta: 4m2.

158
Capítulo 4

373. A altura de um trapézio mede 10m, e a sua área é igual ao


retângulo construído sobre as bases. Outrossim, o dobro
da base menor mais o triplo da maior valem 6 vezes a
altura. Quanto medem as bases?
Solução: Sejam x e y as duas bases paralelas, o enunciado dá as equações,
(x + y) x 5 = xy, (1)
3x + 2y = 60, (2)
60-3x
y 2
60-3x )5 = x(^
2
10x + 300-15x = 60x-3x2 3x2 - 65x + 300 = 0
x2-^ + 100 = 0

x' = 15.
Onde: x = ^-±
6 Jfir)2-100 x" = 6^.
3
7 = 7,50.
Levando estes valores ã equação (2), obtemos:
y" = 20.
Como se pode verificar, ambas as respostas convêm ao problema.
2
Resposta: 15m e 7 m50 ou 6m e 20m.
3

374. Num trapézio em que se conhecem B, b e a, achar a


B+b
fórmula:T = a, considerando o trapézio como a
2
diferença entre dois triângulos cujo vértice comum se
acha no ponto de interseção dos lados não paralelos do
trapézio, sendo que um dos triângulos teria por base B e o
outro, b.
Solução: Seja x a altura do triângulo que tem a base b (fig. 184) a área do
B(a * x) - onde: 2T = Ba + Bx - bx.
trapézio T iguala
2 2
ba
Conforme o ex. 216, temos: x = -—
o—b
Onde:
2T = Ba + ^%- b2a
B-b B-b'
ba(B-b)
2T = Ba +
B-b ’
2T = Ba + ba,
-r , (B + b)a
2

159
Geometria Elementar

375. Dá-se um trapézio ABCD em que se duas bases AB e CD


são respectivamente iguais a 5m e 3m. Determinar o
ponto I da diagonal AC pelo qual deve passar a reta EF,
paralela ao lado AD, para dividir o trapézio em duas partes
AEFD e EBCF que se achem na razão de 2 para 3.
D FC
1

A E B
Fig. 265

Solução: Suponhamos resolvido o problema e seja I o ponto procurado.


A reta EF divide o trapézio dado em dois outros de mesma altura e que estão
entre si como a soma de suas bases.
2AF 2 2AF 2
Temos pois: = 4ou AP OAr. = 4ou 6AE = 2AB + 2DC - 4AE,
BE«-FC 3 AB + DC-2AE 3
5AE = AB + DC = 5 + 3
AE = ^ = 1,6

FC= DC-AE = 1.4.


Os dois triângulos semelhantes AIE, ICF, dão: ~ = — = —.
IC FC 1,4 7
O ponto I está determinado, pois se acha sobre EF, e num ponto que divide
esta reta numa razão dada (ex. 279).

376. As bases de um trapézio tem respectivamente por


comprimento 12m e 7m; pede-se calcular a posição da
reta, paralela às bases, que divide o trapézio em duas
partes equivalentes.
Solução: Seja FO a paralela que divide o trapézio em duas partes
equivalentes. Façamos BC = b, FO = x, AD = a, BL = H, BI = h; teremos:
b+ x . a + x,,,
—» h = —(H - h).

B b C

F, x <O

A L. E a D
Fig. 266

160
Capítulo 4

A paralela BE a CD determina os dois triângulos semelhantes FBG e ABE que


h H
dão:----- - =-----
x-b a-b
H(x-b) H a-b
onde: h =
a-b e h x-b'
H-h a-b-x+b.
H a-b
H(a-x)
H-h
a-b
Levando os valores de h e de H - h à equação (1), temos:
b + x H(x - b) a + x H(a - x)
2 x a-b 2 x a-b
„ 7+ x H(x-7) 12+x H(12-x)
OU — X—= __x-^—

(7 + x)(Hx - 7H) = (12 + x) (12H - Hx)


Hx2-49H = 144H —Hx2.
X2 = 96,5,
X = 9,82.
H(9,82-7)
h= = 0,564 x H.
5
Resposta: 0,564 x H.

377. Num trapézio em que as bases e a altura são repre­


sentadas pelas letras a, b e h, dividem-se os lados em trés
partes iguais por meio de paralelas às bases, o que dá
três trapézios parciais no trapézio primitivo. Pede-se
calcular a arca de cada um dos 3 trapézios, estabelecendo
as fórmulas em função de a, b e h.
B b C

\l
F, O
\.

A
G,

H
K E a
M

D
Fig. 267

Solução: A paralela BE a CD determina com as retas FL, Gl. três triângulos


semelhantes que dão:
FL = lAE = 4(a-t>):
31' -

Gl = <ae = 4(a-b);
Onde:

161
Geometria Elementar

FO =
u
4aa--4—1 ub+b
b+b=4aa+43bD== l(a
3ia+“2b);
D,;
2 2 2 1
1. 1
GM =
!3a-jbb ++ bb == |aa+4—bb=4(2a + b)-
Designemos por T, T*. T* as áreas dos 3 trapézios parciais.
= ^(a + b);
b + ^(a*2b)'|
T T M
Teremos: T = — -
2 4(a+5b> ' = ^(5a + b).

Resposta: T = y^(a + 5b); T’ = ^(a + b); T” = y^-(5a + b).

378. Calcular o comprimento da corda comum a 2 círculos cujos


raios têm 12m e 15m de comprimento, se a distância dos
centros mede 18m.
Solução: Calculemos o dobro de AB. Para isso, representemos AB por y e
BO por x. Os dois triângulos retângulos ABO, ABO', dão:

Fig. 268
y2 = 152-x2 e y2 = 122-(18-x)2;
Logo: 152 - x2 = 122 - (18 - x)2;
405
Isto é, 36x = 405 e x = = 11,25.
36
Levando este valor à primeira equação, obtemos y = 9,92.
A corda comum ou 2y = 19,84.

Resposta: 19m84.

379. Qual é a área de um losango cuja diagonal maior tem 5m


se o lado mede 3m?
Solução: No triângulo retângulo ABO (fig. 231), conhecemos:
BO = -^ = -| e AB = 3m, onde: AO = ^9-6,25 = 1m65.

Ter-se-á, pois: L = BD x AO = 5 x 1,65 = 8m225.

Resposta: 8m225.

162
Capitulo 4

380. O quadrado construído sobre a diagonal de um quadrado é


igual ao dobro quadrado primitivo. (Demonstração gráfica).

Fig. 269

E
Solução: Seja o quadrado ABCD. Construindo-se se sobre a sua diagonal AC
o quadrado ACEF, devemos ter: ACEF = 2ABCD.
Com efeito, tracemos DE. Determinamos assim um triângulo CDE igual ao
triângulo ACD, por terem um ângulo igual em C, compreendido entre dois
lados iguais (AC = CE e DC comum).
Os ângulos em D sâo retos e a linha ADE é reta Sendo diagonal, ela divide o
quadrado ACEF em dois triângulos iguais cada um a duas vezes ACD; tem-se
pois: ACE = ABCD, e. portanto ACEF = 2ABCD.

Demonstração algébrica.
Temos' AC = AB-/2, onde: AC2 = 2AB2.

381. Achar a superfície do triângulo retângulo isósceles que


tem base de 25m.
Solução: O triângulo retângulo isósceles ABC (fig. 269) é, com toda a
evidência igual â metade do quadrado ABCD, e sua base, à diagonal AC do
02
mesmo quadrado; ora (ex. precedente), a sua área ou a2 vale —; logo, a

a2 D2
área do triângulo ou — = — = 156m225.
4 4
Resposta: 156m225.

382. Mostre que a soma das perpendiculares abaixadas de um


ponto interior I sobre os lados de um polígono regular é
igual ao apótema OK multiplicado pelo número de lados.
D

E
Fig. 270

A h K B

163
Geometria Elementar

AB
Solução: Com efeito, área ABCDE = — x (ih + il + im + in + ip).

5AB
Temos também: área ABCDE = 2 X KO, onde;
AB 5AB
2 X (ih + il + im + in + ip) = 2 * KO.
AB
Dividindo ambos os membros por temos: ih + il + im + in + ip = 5KO.

Resposta: ih + il + im + in + ip = 5KO.

383. Um polígono irregular tem perímetro de 320m. Quanto


vale o lado do quadrado equivalente a este polígono, se
os lados do polígono são todos tangente a um circulo de
40m de raio?
C

B D
O

A E
Fig. 271
Solução: Seja S a área do polígono.
T . O OI AD OI _ OI
Temos. S = —xAB
OI
x AB + —xBC+—xCD + — x DE +
oi
T x EA;
Ou S = ^i(AB + BC + CD + DE + EA);
S = 20x320 = 6 400 m2
Sendo x o lado do quadrado, temos:
x2 = 6.400,
x= 80.

Resposta: 80 m.

384. Calcular a área S de um pentágono regular inscrito num


círculo de 2m de raio.
Solução: Designando por 5c o perímetro do pentágono e por a o seu
apótema, temos:
5c
S=
Txa
Ora, (ex. 316)
5c
— -— e c = 11.79
11.70 —-— = 2,358
2 5

164
Capítulo 4

/R2 c2
Aliás, a = lR --4 = 74-1.39 = 1,615.

5c 5x2,358x1,615
Portanto. S = — x a = = 9m252.
2

Resposta: 9m252.

385. Designando-se por meio da letra c o lado do polígono


regular de n lados, inscrito num de raio R, mostre que a
área do polígono de 2n lados inscrito no mesmo círculo é
2nxc*R
dada por: S =

Fig. 272

Solução: Com efeito, sejam AB = c, AC = CB = o lado do polígono de 2n


lados. O polígono é composto de 2n AOC.
Ora, temos:
OC c R cxR
AOC = AD X -------- = — X ---- = ------------.
2 2 2 2
2n x c x R
Logo, 2n AOC ou S = 4 ’

386. Calcular, no círculo de raio R, a área do octógono regular


inscrito.
Solução: Usemos da fórmula precedente'
2n = 8, c = 0 lado do quadrado inscrito = R 72 , e portanto:
8 x r72 x R
A área do octógono = = 2R272 .
4
Resposta: S = 2R27z.

387. Qual é a área do octógono regular inscrito num circulo de


3m20 de raio?
Solução: Temos (ex. 386) :
S = 2R272 = 2 x 3,20 x 3,20 x 1,414 = 28m295.
Resposta: 28m295.

388. Calcular a área do octógono regular em função do lado c.

165
Geometria Elementar

Solução: A àrea do octógono regular em função do raio do circulo circunscrito


é igual a 2R Ji (ex. 386).

Temos porém (ex. 321). c = rJ2 - 72; onde: R2 - —£-==•.


2-72
Logo, a área S do octógono
_ 2c2 7?
2-72 ’

Resposta:
2c272
2-72 '

389. Dois octógonos regulares têm respectivamente áreas de


54m2 e 62m2. Pede-se calcular o lado de terceiro octógono
regular cuja área igual à soma das áreas dos dois primeiros.
Solução: Seja c o ado do octógono procurado, teremos (ex 388):
2c272 _ 2xc2x1,414.
54 + 62= 116 =
2-72 0.586
Onde: c> = 1^86=24.03;
2x1,414
c = ^24,03 = 4m902.

Resposta: 4m902.

390. A área de um octógono regular é 20m2. Calcular o raio do


circulo circunscrito e do círculo inscrito.
Solução: Sejam R o raio do circulo circunscrito e sejam também c o lado do
octógono e a o seu apótema; teremos (ex. 386):

20 = 2R272; onde: R = ~=2,66,


1/72

e (ex. 321): 20 = 8c x í = 8RJ2 - -J2 x


£

ou 20 = 4 x 2,66 x fe - 72 x a;
20
onde: a = a =----------------- = 2,47.
4x2,66x72-72
Ora, a iguala também 0 raio do círculo inscrito.
Resposta: 2m66 e 2m47.

391. Calcular a área do decágono regular em função do raio R


do círculo circunscrito.
Solução: No presente caso, 2n = 10, c = o lado do pentágono regular. Ora,
(ex.316):
'5-J5,
c = R.
2 '

166
Capítulo 4

2n x c x R |5-J5 R
e (ex. 385): S = S = = 10 x R,
4 ãT
R2 |s-75
S = 10 =
2 ■

o 5R2 /l0-2x/5
S = —J--- 4—:
S = 55-710-275.
4
Resposta: S = ^5— >/l0 - 2>/5 .

392. Achar a área do polígono regular de 20 lados inscrito num


círculo de raio R.
Solução: Temos: 2n = 20; c = o lado do decágono regular inscrito.
Ora, (ex. 297): c = 5.(75 -1); por conseguinte (ex. 385)'

' xR=55Í(^_1).
S = VX5(75-1)
_ 20 I
2-’
CRÍ _
Resposta: S = —3—(x/5 - 1).

393. Calcular, com aproximação de 0m201 a área do decágono


regular e do polígono regular de 20 lados, inscritos num
circulo de 1m80 de raio.
Solução: Tem-se: R2 = 1,80 x 1,80 = 3,24
1o Área do decágono (ex. 391):
5R2710-275 5 x 3,24710-2x/5 2
4 " 4 m
2° Área do polígono de 20 lados (ex. 392):
= 5R2(75 - 1) = 5x3,24(75-1) = 1Qm2
2 2
Resposta: 1o - 9m251 e 2o - 10m2.

394. Conhecem-se as áreas a, A de dois polígonos regulares


semelhantes, inscrito o primeiro e circunscrito o segundo.
Pede-se calcular as áreas a', A' dos polígonos regulares,
inscrito e circunscrito que têm número de lados dobro do
número dos primeiros.
2x Axa
Solução: Ter-se-á: a’ = 7A x a e A’ =
A + a' ’

167
Geometria Elementar

C E M F D

Fig. 273

O
Seja AB o lado do polígono cuja área é a. Pelo ponto M, meio do arco AB,
tracemos a tangente que encontra os prolongamentos dos raios AO e OB nos
pontos C e D. A reta DC é o lado do polígono de área A (ex. 310, 2o método).
Tracemos depois a corda AM e as tangentes AE, BF. É evidente que AM é o lado
do polígono de área a' e EF o lado do polígono da área A’: com efeito, o ângulo
1 1
central ACM = — AOB, e o ângulo EOF = — COD.

Agora, podemos notar que AOI é um fração da área a e COM, AOM E EOF
são respectivamente as mesmas frações das áreas A, a', A'.
De acordo com este resultado, para compararmos os quatro polígonos,
poderemos comparar os triângulos correspondentes de cada um deles.
Ora, por terem mesma altura, os triângulos AOI e AOM estão entre si como
suas bases, logo:
AOI a OI
AOM “ a' “ OM’
Pela mesma razão, os triângulos AOM, COM, dão:
AOM a’ OA
COM " A " OC ’
Mas, por causa das paralelas Al, CM
OI OA.
OM OC
a a’
Logo:
y=Ã:
Onde: a' = 7A x a.
Procuremos agora o valor de A'. Por terem mesma altura, os triângulos AOE,
COE, dão:
AOE OA a'.
COE OC A '
AOE + COE =a’+ A
Onde.
AOE a’ ‘
Ora, o triângulo AOE = o triângulo EOM, e temos:
COM = a'+A _ COM = _A_.
2AOE 2a' 2EOM-A”
. a'+A A
ede-2ã-=^:
2xAxa
Deduzimos que A' =
A + a'
Resposta: a’ = Ja x a e A' = 2 x A x a
A + a’

168
Capítulo 4

395. Determinar n, de acordo com as fórmulas acima.


Solução: Seja R, raio do círculo = 1; o lado do quadrado inscrito iguala
R>/2 = JÕ. e a área = 2. O lado do quadrado circunscrito = 2 (ex. 338) e a
área = 4. Tem-se pois a = 2 e A = 4. Pela substituição destes valores nas
fórmulas: a’ = VA x a e A' = - v,
A+a
16
Vem: a‘= y/8 = 2,8284271, A’ = = 3,3137085.
4 + 7ã
Uma vez conhecidos os octógonos inscrito e circunscrito, calcular-se-ão os
polígonos de um número duplo de lados. Para isso, bastará supor nas
fómulas a = 2,8284271 e A = 3,3137085. Os polígonos de 16 lados servirão
para determinar os de 32 lados e assim por diante, até que as áreas dos dois
polígonos difiram de quantidade tão pequena quanto se quizer. Pode-se-á
concluir que o último resultado é igual à área do círculo, pois que, com efeito,
tal área fica sempre compreendida entre as áreas dos dois polígonos.
Assim, os dois polígonos, inscrito e circunscrito de 32.768 lados, têm por
valor, até o 7o algarismo decimal inclusive, 3,1415926. Logo, a área do circulo
é 3,1415926; e como a área do cículo de raio R é nR2, tem-se:
nR2 = 3,1415926...
3,1415926
Onde: n = = 3,1415926...
R2
pois que R = 1.
Resposta: 3,1415926...

396. Conhecendo-se o raio r e o apótema a de um polígono


regular, calcular o raio r' e o apótema a' de um polígono
regular equivalente do primeiro e de número duplo de
lados.
Solução: Seja AB o lado do polígono regular dado.
Tracemos o diâmetro CD, perpendicular à corda AB.

Fig. 274

Teremos assim: OI = a e AO = r.
Para construir polígono regular equivalente ao polígono dado com número
duplo de lados, suponhamos o triângulo retângulo AOI, metade do triângulo
AOB, transformando num triângulo isósceles equivalente, EOF.
O vértice O deste triângulo e sua base EF sâo o centro e o lado do polígono
pedido, pois o ângulo EOF é a metade do ângulo central AOB. Devemos, pois,
calcular OE = r‘ e OK = a'.

169
Geometria Elementar

Os triângulos AOI, EOF tem o ângulo comum AOI e, a mais, são equivalentes.
Dão (ex 359):
AOI OAxOI OAxOI
, onde:OE =OAxOI;
EOF " OExOF : OE2
Logo’ r’ = jr *a . d)
OK OF
Em segundo lugar, os triângulos semelhantes KOF, ADC, dão: (2)
CD
Ora.ÃD2 = CDx Dl = 2r x(r + a), AD = ,/2r(r + a).

De acordo com isto, a relação (2) vem a ser:


a’ r’. a’2 r'2
J2r(r + a) 2r’ 2r(r + a) 4r2'

2 = r'2(r + a) = rxa(r + a) a(r t a)


2r 2r 2
Por causa de (1);
'a(r-ra)
Onde: a’ =

a(r + a)
Resposta: r* = Vr * a e a’ =

397. Mostre que quando duas circunferências são concêntricas,


a corda tangente à menor é o diâmetro do círculo cuja área
é igual à área da coroa.

Fig. 275

Solução: A área da coroa = n(EO2 -FO2)

Ou n(ÃÕ2-FÕ2),
Ou ítAF .
Se AF é igual ao raio, AB é igual ao diâmetro.

398. Calcular a área de uma coroa, no caso em que a corda do


círculo maior, tangente ao menor, tem 8m.
Solução: Temos (ex 397) S = n42:
Onde: S = 3,14 x 16 = 50m224.

Resposta: 50m224.

170
Capítulo 4

399. Dividindo-se o diâmetro AB de um círculo O em dois


segmentos AC, CB e descrevende-se sobre cada segmento,
de um e outro lado de AB, duas semi-circunferências, a linha
formada pelo conjunto destas semi-circunferências divide o
círculo em duas partes proporcionais aos segmentos do
diâmetro.

Solução: Mostre que


ADBECF BC
AGBECF AC'

G
Fig. 276
Com efeito, as áreas dos semi-circulos cujos diâmetros são AB, BC e AC,
sendo
^nÃB2, -g-íiBC2 e 1 tiAC2, temos:
8
Área: ADBECF = l^ÃB2 + BC2 -Ãc’^;

Área. AGBECF = In^ÃB2 + ÃC* - BC2) = ^rr^ÃB2 + ^BC2 -ÃC2^

Dividindo membro a membro, temos:


ADBECF ãb2+bc2-ãc2 ãb2 + (bc + ac)(bc-ac)
AGBECF ãb2-(b?-ãc2) ãb2 - (BC + AC)(BC - ac)

Mas: BC + AC = AB e BC - AC = 2CO;
Logo:
ADBECF AB2 + ABx2CO AB+2C0
AGBECF ÃB2 -AB x 2CO AB - 2CO
2OB + 2OC °B + C° = BC.
2OB-2OC " OB-CO ac

400. Se dividirmos o diâmetro AB em 4 partes iguais AC, CO, OD,


DB, e descrevermos circunferências como no exercício
precedente, mostre que o círculo ficará dividido em 4 partes
equivalentes.

171
Geometria Elementar

Fig. 277

Solução: Com efeito, temos (ex. 399):


k * n* = ãB = T'3 parte n Vale' P°'S’ í d° c,rcul0‘
k+I RO 2 1
—----- = y-Q = —: a parte m vale pois ainda do — circulo O mesmo se dá com I e k.

401. Qual é a área do segmento de círculo cujo arco vale 45o?


Solução: Seja R o raio do circulo. Já que o arco dado tem 45°, a sua corda é
o lado do octógono regular inscrito.
Ora (ex. 386), a área do octógono = 2R2 J2 , e a do círculo = nR2; logo, a área
de um segmento compreendido entre o lado do octógono e o arco subtendido
é igual a:
nR2-2R2j2 _ R2(n-2>f2)
8 8
R2(n-2>/2)
Resposta:
8

402. Dividir o triângulo ABC por uma paralela a um dos lados,


em duas partes que se achem na razão de m para n.

B C
F
Fig. 278

Solução: Os triângulos semelhantes ABC, ADE, ou m + n, n, dão a proporção

fl±n = BÇ1; Onde: = DÊ* =


n m+n
Acharemos o comprimento DE usando o processo do ex 291.
Levando então este comprimento sobre BC de B para F, pelo ponto F traça-se
FE , paralela a AB; afinal, pelo ponto E, traça-se ED, paralela a BC.

172
Capítulo 4

403. Pelo meio M da altura de um triângulo ABC, traça-se a


paralela DE à base AC: qual é a razão do triângulo DBE
para o trapézio ADEC?
B

A H C
Ag. 279
Solução: Os dois triângulos semelhantes DBE, ABC, dão:

DBE DE BM 1
abc = ãc2 = bS2=4’
1 1
Onde se vê que o triângulo DBE é do triângulo ABC; logo DBE é do
4 3
trapézio ADEC.
1
Resposta:
3'

404. Divide-se o triângulo ABC em duas partes equivalentes


por uma reta DF, paralela a base AC; calcular a altura GK
do trapézio ADFC em função da altura H do triângulo.
B

A G C
Fig. 280

Solução: Designemos pela letra h a altura BK do triângulo DBF;


ABC H2 2 u H
Teremos: onde: h =
DBF h2 1 J2
É fácil verificar que h é igual ao lado do quadrado cuja diagonal é H ou BG.
A construção deste quadrado (ex. 184) dará h. que se levará de 8 em K
Onde a altura do trapézio ou
GK = H-h = H-^ = H-ü^ 2H-Hx/2 H(2-J2)
= H-
2 2 2 2
H(2->/2)
Resposta:
2

173
Geometria Elementar

405. Determinar os comprimentos Ba, Ba', Ba" que se devem


tomar sobre o lado BA do triângulo BAC, para que o
mesmo seja dividido:
1° em 4 partes equivalentes pelas retas ac, a'c', a"c"
paralelas a AC;
2° em 4 partes proporcionais às grandezas m, n, p, q.

Á C
Fig. 281

Solução:
• 1o seja a o primeiro ponto de divisão a começar do vértice; teremos:
Bac _ Ba2 1
BAC = BÃ2 = 4:

---- 2 1xBA
Onde: Ba = BA.
-------------- X
4
Se a' for o segundo ponto, teremos:
B?2 2 . ? 2 x BA
„ = —; onde Ba = —-— x BA.
BA 4 4
Se a" for o terceiro ponto, teremos-
Ba7’ 3 .. B-n2 3xBA
; onde: Ba = --------------- X BA
BA 4 4
Os comprimentos Ba, Ba', Ba” são, pois, meios proporcionais às grandezas
12 3
respectivas BA, e — BA, BA e — BA, BA e — BA (ex. 288).

• 2o Em se tratando de dividir o triângulo em 4 partes proporcionais às


grandezas m, n, p, q ter-se-à, fazendo-se m + n + p + q = s:
—2
Bac m Ba
BAC = s = BÃ’ ’
---- 2
Onde: Ba = nixêX2 = 22sBA
xBA;
s s
m x BA
Escrevendo (ex. 290) = l.
s
Teremos: Ba2 = I x BA.

174
Capítulo 4

r-x J Ba'c' m+n Ba'2.


Do mesmo modo:
BAC s BÃ2 ’
m+ n
Onde: Ba'2 = -------------X BÃ2=(m + n)BA xBA.
s s
(m + n)BA
Fazendo-se. = r.
s
Vem: Ba = l'x BA.
Ba"c" m+n+p Ba"2
Afinal:
BAC “ s " §ã’'

B^2 = m + n + Px (m + n + p)BA
xBA.
s s
Onde: Ba"2 = l"x BA, fazendo-se:

(m + n + p)BA
= 1”.
s
Os comprimentos Ba, Ba', Ba" devem ser meios proporcionais às grandezas
respectivas BA e I, BA e I’, BA e I".

406. No exercício precedente, faz-se AB = 90m; calcular os


comprimentos Ba, Ba', Ba", de modo que o triângulo fique
dividido, pelas paralelas ac, a'c', a"c", à base AC, em 4
partes proporcionais aos números 2, 3, 5, 8.
Solução: O triângulo ABC deverá constar de2 + 3 + 5 + 8 = 18 partes;
Bac = 2 partes; Ba'c* = 2 + 3 = 5 partes; Ba"c" = 2 + 3 + 5 = 10 partes.
Teremos (como no ex. precedente):
Bac 2 Ba2

bac = 18 = bã2'
Onde: Ba
=BAM=90xM=30m- Ba'c' 5 Ba'2
Da mesma maneira: = — =----- =-;
BAC 18 §Ã’

Onde: Ba' = BA^2 =


47m43.

10
Afinal: =
BAC 18 bÃ’

Onde: Ba" = BA^Í2 =


67m05.

Resposta: 30m; 47m43 e 67m05.

175
Geometria Elementar

407. Dividir um trapézio, por uma paralela à base, em 2 partes


equivalentes ou que se achem na mesma razão que as
duas linhas m e n.
/>

Fig. 282

B
Solução: O problema resolvido dá 3 triângulos semelhantes cujas respectivas
bases são b, x, B, depois que se prolongaram os lados não paralelos até seu
ponto de concorrência. O problema consiste agora em determinar o
comprimento de x. Para isso, pode-se notar que os triângulos t, t* e T, que tem
t t’ T
por bases respectivamente b, x, B, dão: — = — = — = r, (1)

Representando-se por r o valor comum destas razões.


t = b2r;
Onde se tira: t’ = x2r; (2)
T = B2r
Exprimindo-se cada parte do trapézio, encontra-se t' - t e T - t'. Ora, por
hipótese, tem-se:

<3>
E levando a (3) os valores de t, t’, T, tirados de (2), concluem-se, depois de
suprimir o fator comum, r.
x2 - b 2 rn
(4)
B2 - x2 n
Esta equação dá:
nx2 - nb2 = mB2 - mx2 nx2 + mx2 = mB2 + nb2,

mB2 + nb2
Onde: x2 = (5)
m+n
Para construir x, faz-se m + n = s; então se tem:
mB2 + nb2 mB2 nb2 mBxB nbxb
+------- =------------ +---------- .
x2 = ---------------- --
s------ s s s s
Fazendo-se =k e = I, vem : x2 = kB + Ib.
s s
Afinal, escrevendo-se kB = d2 e Ib = f2, temos:
x2 = d2 + f2;
Logo, x é a hipotenusa do triângulo retângulo cujos catetos são d e f.
Para se determinar a posição de x, procede-se como no exercício 402.

176
Capítulo 4

Para o caso das partes equivalentes, seria bastante, na equação (5), igualar
m a n.

Obs. Pode-se chegar mais depressa â equação (4) considerando-se que


cada um dos triângulos semelhantes t, t', T pode ser representado pelo
quadrado de um de seus lados (1). Assim, a parte superior do trapézio seria
representada por x2 - b2 e a parte superior por B2 - x2. Ora, estes dois valores

estão na mesma razão que —; tem-se, pois a equação (4).


n
408. As duas bases de um trapézio medem 36m e 48m. Qual é o
comprimento da reta paralela às bases e que divide o
trapézio em duas partes proporcionais aos números 3 e 5?
Solução: Substituindo-se as letras pelos seus valores na fórmula (5) do
exemplo precedente, temos:
X2 = |x482 + |x362;

!3x482 5x362
Onde: x = = 40m71.
8 8
Resposta: x = 40m71.

409. Dividir um trapézio em 4 partes equivalentes, por


paralelas às bases.
,.o

D/ t b
Fig. 283
t' X K
t" y / M
N/ t"’ Z ■ \P

A B
Solução: Se fizermos:
ODC = t. OHK = f, OLM = t", ONP = t"', OAB = T, DC = b, HK = x, LM = y,
NP = z, teremos (ex. 407):
t t' t" t‘" T

Onde se tira:
t = b2r; f = x2r; t" = y2r; t'“ = z2r; T = B2r; mas
12
f-1 = -1(T -1); t"-1 = |(T -t); t™~ t = Í(T 3 -1).

Se substituirmos nestas últimas igualdades as quantidades t, t', t", t“, T por


seus valores, obteremos:
x2r - b2r =-l(B2r-b2r) ou x2-b! =-B2-lb2:
4 4
y2r-b2r = ^-(B2r-b2r) ou y’-b2=|B’-lbJ;

177
Geometria Elementar

o
z2r-b2r = •^-(B2r-b2r) ou z2-b2 = |B2-|b2,

onde :x2 = -^-B2 + -^-b2;

y24B24b’;
MB24b2;
x2 = -ÍBxB + -|bxb.

o
Fazendo - se -^-B xB = d2 e ■ibxb = f2,
Tem-se: x2 = d2 + f2.
Onde se infere que x é a hipotenusa do triângulo retângulo cujos catetos são
d e f.
Procede-se da mesma maneira para construir y e z. Afinal, para determinar a
posição destas linhas, usa-se o processo empregado no exercício 402.

410. Dividir um trapézio em 4 partes proporcionais aos


números 3, 4, 5, 6.
Solução: No presente caso, ABCD = 18 partes; portanto t' - t = 3 partes;
t"-t = 7;et’"-t= 12; logo:
3 (T " t)í f-1 = ^(T
t -1 = ^- 7 12
-1); t"1- t = 2|(T -1).

Aliás (ex. 407), temos: t = b2r, f = x2r, t" = /r, f" = z2r, T = B2r.
Substituindo-se as quantidades t, t'... etc., por seus valores, e suprimindo-se o
fator comum r,depois de reduzir, vem:

>Mb2
B2^b2;

BxB + í|bxb.

Representando ■^BxB por d2 e -^|-b x b por f2, tem-se x2 = d2 + f2.

r
Logo, x é a hipotenusa do triângulo retângulo cujos catetos são d e f.
a b

\n* x b’
Fig. 284
\n" y b”

A K B

178
Capítulo 4

Do mesmo modo, se determinam os valores de y, z e a posição destas linhas


é dada pelo processo usado no ex. 402.
• Obs.: 1o - Caso se pedissem os comprimentos que deveríam ser tomados
sobre aA = 4m, para que as paralelas às bases AB = 3m, ab = 2m,
dividissem o trapézio em partes de grandezas dadas 3m2, 2m2, 4m2, ter-
se-ia, usando as relações precedentes e observando que AabB contém
3 + 2 + 4 = 9 partes:

x2=lB2+4fb2=
b2= lx9+ -|*4 = 17
3 Tex = J?=2'38-
Também y2 =
4b2= 61.

y
Traçando aK paralela a bB, teremos:
aa1 a'n' x-b 2,38-2
^Ã = ÃK’-Brb=-3^2- = 0'38'
Onde: aa' = 4 x 0,38 = 1m52.
aa" a"n" y-b 2,60-2 = 0,60;
Do mesmo modo: —— = -
aA AK B-b 3-2
Onde- aa" = 4 x 0,60 = 2m40.
Os comprimentos que se devem tomar a partir de a são, pois, 1m52 e
2m40.
Obs.: 2 - Os dois problemas precedentes podem ser facilmente
generalizados.
Suponhamos que se deva dividir o trapézio ABCD em partes
proporcionais às grandezas I, m, n, p... (fig. 283)
Tem-se I + m + n + p ... = s,
n__ 1 r t” l"’ T r
Ora^ = ^=7=^ ' = ? '
Ou t = b2r; t' = xV t" = y2r; t" = z2r... T = B2r.

Porém :C-t = -(T-t),


s
t"_t = l±ni(T-t),
I +m+n
f"-t = (T-t).
s
Substituindo as quantidades t, t', t"...T pelos seus valores, temos:
x2r - b2r = — (B2r-b2r),
s
x2 = — xB2- —xb2+b2,
s s
IB2 - lb2 4- sb2
s
Ou, substituindo s por seu valor:
2 IB2 - lb2 + lb2 + mb2 + nb2 + pb2 4-...
s

179
Geometria Elementar

x2 IB2 (m + n p + ,.)b2
(a)
s s
Do mesmo modo se obtém:
2 (l+m)B2 (n + p + ...)b2
y---------s + s (b)
z2 = (I + m + n)B2 + (p + ...)b2
(c)
s s
A equação (a) pode-se escrever:
B2 b2
x2 = lx — + (m 4- n 4- p + ...)x———.

Para a construção de x, faz-se sucessivamente:


B2 . . b2 .
— = f, m 4- n 4 p... = h, — = k.
Tem-se então x2 = lx fx hx k.
Afinal, escrevendo I x f = m2 e h x k = n2, vem x2 = m2 + n2.
Logo, x é a hipotenusa do triângulo retângulo cujos catetos são m e n.
Procede-se da mesma maneira para construir as linhas y, z...

411. Os lados de três octógonos regulares têm respectivamente


3m, 4m, 12m. Calcular o lado do octógono equivalente à
soma dos três octógonos dados.
Solução: Sejam O, O', O" as áreas dos octógono dados, c, c', c", os lados, X
a área do octógono procurado e x o seu lado, as áreas dos octógonos
regulares estando entre si como o quadrado de seus lados, teremos:
O O' O" ; X
c2 c'2 c"2 x2’
Ora. O + O' + O" = X; logo: c2 + c2, + C'2 = x2;
Onde: x = Jc2 +c'2+c"2 = >/32 + 42 + 122 =13.
Resposta: a - 13 metros

412. Achar o raio do círculo equivalente à área de três círculos


dados.
Solução: Sejam c, c*. c" as áreas dos círculos dados, R, R', R" os raios, X a
área do circulo procurado e x o seu raio;
c c' c” X
Temos: —=■ = —=■ = —=- = —
R2 R'2 R"2 x2
Ora, c + c' + c" = X
Logo, também: x2 = R2 + R'2 + R"2.
Para a construção de x, escreve-se: R2 + R’2 = D2, e tem-se x2 = D2+ R"2
Logo, x é a hipotenusa de um triângulo retângulo, cujos catetos são D e R".

413. Achar o raio do círculo de área igual à diferença das áreas


de dois círculos dados.
c' X
Solução: Temos (ex. 412): ~ -
^ = 7r:
180
Capitulo 4

Porém: c- c' = X;
Logo: x2 = R2 — R'2.
Portanto, x é um cateto do triângulo retângulo, cuja hipotenusa é R e o outro
cateto, R'.

414. Dividir num círculo, por uma circunferência concêntrica,


em duas partes equivalentes.
nR2 ,2 R2 _ .2.
Solução: Temos Ay- = nr2, ou -5- =r2; onde: r =
-_ R _R>/2
2'2 J2 -J2*J2 2
Portanto, o raio r é igual á metade do lado do quadrado inscrito no círculo de
raio R.

415. Dividir um círculo em quatro partes equivalentes, por


meio de circunferências concêntricas.

Fig. 285

Solução: Sejam r o raio do círculo proposto, e r*. r", r*” os raios da


circunferência em questão. Devemos ter:
1
Círculo r* = do círculo r;
4
2 3
Círculo r" = — do circulo r, e círculo r*" = — de circulo r. Por conseguinte.

nr'2 = ^■nr2; nr"2 = |nr


nr22;; nr'
nr'"2 = jnr 2;; ou
nr2 r'22 == Ar2. r"2 = |rr22,, rr'””'22 = |r2
ou r'
Constroem-se r*. r", r*" conforme se indicou no ex. 290, e do centro O
descrevem-se circunferências com os comprimentos r*. r", r*" por raios, e o
circulo fica dividido como se pediu.
círculo r r2 r2 4r2 4
Com efeito, temos:
círculo r' ~ r’2

1 círculo r r2 r2 4
Logo, o círculo r* vale do círculo r;
4 circulo r” r"2 2r2 = 2;
4f
2 1
Logo, o círculo r" vale — do circulo r, e portanto a coroa c vale — do circulo r.
4 4
Provar-se-ia do mesmo modo que a coroa c' = 4 do círculo r, e cora c" = — do
4 4
círculo r.

181
Geometria Elementar

416. Dividir um círculo, por meio de circunferências


concêntricas, em três partes proporcionais a 3, 5, 7.
Solução: Faz-se a soma 3 + 5 + 7 =15. Conservando-se as mesmas fórmulas
3 8
que no ex. precedente, tem-se: Círculo r1 = — do círculo
circulo r; círculo r" = — do

circulo r.
Logo, nr'2 = Anr2; nr"2 = Anr
nr22;; ou
ou r’2 = ,•* =

Constroem-se r* e r" como vem explicado no ex. 290 e opera-se como no


exercício precedente.

417. Dividir um círculo, por meio de circunferências concêntricas,


em 4 partes proporcionais aos comprimentos k, I, m, n.
Solução: Procedendo como nos dois exercícios precedentes, temos
Circulo r’ ou nr'2 = , , x nr2;
k +1 + m + n
Circulo r” ou nr"2 = k + l
x nr2;
k +1 + m + n
k +1 + m
Circulo r™ ou nr™2 = x nr2;
k +1 + m + n
Fazendo-se k + I + m + n = S; k + I = s; k + I = s', as três equações
precedentes, depois da supressão do fator comum n, vem a ser:
r'24xr2;

r"24
-•••2 s
xr2;

r2
r =-xr.

Construir r', r" e r*" como vem indicado no ex. 290.

418. O lado AB de um quadrado é igual a n; sobre este lado


constrói-se um triângulo equilateral AFB; unem-se F e D.
Pede-se:
1° a área do triângulo AFD;
2° a razão das retas AG e AB.

B
E F

A B Fig. 286

D c
182
Capítulo 4

Solução:

• 1o O triângulo ADF, tendo por base AD ou n, e por altura EF ou sua

área vale x este triângulo é, pois, o quarto do quadrado ABCD.

• 2o Os dois triângulos semelhantes DEF, DAG, dão: (D


n
Ora, EF = AE é a altura do triângulo equilátero e é igual a . o
2'
que dá :
DE = ^ + n = n(V3 2)
2 2
Levando estes valores a (1), temos:
n n(73 + 2)
2 _ 2
AG n
n2 = n = n(2 - 73 ; AG = n(2-x/3).
AG =
n(73 + 2) 75 + 2 (2 + 73)(2 - 73)
Resposta: 1o) área AFD = 1ABCD;

2°)4Nf = 2-73 ou AG = n(2 - J2).

419. Um hexágono regular tem 1m de lado; sobre cada lado,


constrói-se um quadrado exterior ao hexágono.
1° Demonstrar que os vértices exteriores ao hexágono
dos seis quadrados assim construídos formam um
dodecágono regular;
2° calcular a área deste dodecágono.
Solução:

• 1o Como o ângulo ABC do vértice do hexágono vale 120°, o suplemento dele


HBI vale 60° (HBI + ABC devem valer 180°, porque IBC + HBA = 180°).
Temos também AB = BI ; logo, o triângulo HBI é equilateral. Temos, pois:
GH = Hl = IL = LM = .... os ângulos GHI, HIL,... são iguais. O polígono
GHILM... Sendo equilateral e equiângulo, é. pois, um dodecágono
regular.

Fig. 287

183
Geometria Elementar

2o O polígono se compõe de 12 triângulos equilaterais iguais a AOB,


mais 6 quadrados iguais a AGHB. Como o lado desses triângulos é 1, a

superfície de um deles é —— ; os 12 valerão, pois:


4
-15^ = 373 =5m2196.
4
Os 6 quadrados valerão 6m2. Logo, a área da figura é:
5,196 + 6 = 11m2196.
Resposta: 11m2196.

420. 1° Achar em função do lado a de um triângulo equilateral,


a área do quadrado nele inscrito;
2° inscrever um quadrado em um triângulo qualquer e
dizer sobre que lado assenta o maior quadrado.

L Â.
B P D N C
Fig. 288

Solução:
• 1o Sejam x o lado do quadrado LMNP, inscrito no triângulo equilateral
ABC, e AD = h, a altura deste triângulo. Na figura 289, temos:
LMAD-LP x_h-x.
BC DA a h ’
. . ah
hx = ah - ax => x =-----
a+h
Mas no triângulo equilateral:
h a^3-
h=—
a 73
logo: x =
ax~~2~_ a22 73
a 73 = a 73
n _ a73 2a + a73 2 + 73
a
“ +‘ ~~2~
A superfície do quadrado inscrito é, pois:
a2
x2
7 + 473
2o Seja ABC um triângulo qualquer Designando por c um lado qualquer
BC, por h a altura AD correspondente e por x o lado do quadrado que
assenta sobre BC, teremos, como acima:

184
Capitulo 4

B P DN C
Fig. 289
x h-x ch
—= u e x =----- -.
c h c+ h
Igualmente chamando a e b os outros lados h’ e h" as alturas
correspondentes, os lados x’ e x" dos quadrados que assentam neles valem:
, ah' „ bh"
x =I7i?ex =b7F'
Para comparar esses valores de x, x*. x", notemos, em primeiro lugar, que os
numeradores ch, ah' e bh" são iguais, porque cada um deles representa 0
dobro da área do triângulo.
Será, portanto, maior a fração a que corresponder menor denominador.
De ch = ah', tiramos:
c h* = c-h'
a h a-h ‘
Se tivermos c > a, teremos forçosamente:
c-h'>a-h, ou c+h>a + h’, e x* > x
Vemos, pois, que o menor lado do triângulo corresponde o maior quadrado
inscrito.
3a* .
Resposta: 1o Superfície =
7-r4>/3 '
2o O maior quadrado assenta sobre o menor lado.

421. Achar a razão entre as áreas do hexágono regular inscrito


num círculo para o hexágono regular circunscrito.
O

A H
r
B
Fig. 290

Solução: Sejam o hexágono regular inscrito abcd..., e o hexágono regular


circunscrito ABCD...
Nos quais temos os triângulos equilaterais Oab, OAB que dão a proporção:
Oab _ Oh2
oab = õh2‘

185
Geometria Elementar

Mas, Oh = e OH = a.

3a2
. Oab a>/2 Oab 3
L090:õãb = ; ou
= ■
2 az OAB 4'
a
A razão dos dois hexágonos regulares é a mesma que a desses dois
triângulos.
3
Resposta: —.

422. Calcular a área do triângulo equilateral em função do raio


r do circulo circunscrito.
B

Fig. 291

ah
Solução: Chamemos a o lado do triângulo e h altura. Temos: T = —.
2 '
Ora, OB sendo o raio do circulo circunscrito, temos (ex. 309):
h = 3R

Mas a2 - = h2 = 9R2; onde: = R>/3.

Logo : T = 3R x R-/3 = 3R2-73.


Resposta: T = 3r2 >/3 .

423. Achar a razão da área do triângulo equilateral, inscrito


para a área do triângulo equilateral circunscrito.
Solução: Sejam T e t os dois triângulos.
Temos:
t= T = 3R273^ 't 4 1
4 T=3^=<
Resposta: -Í-.

424. Achar a razão da área do hexágono regular inscrito em um


circulo, para a área do triângulo equilateral circunscrito ao
mesmo círculo.

186
Capítulo 4

Solução: A superfície do triângulo equilateral circunscrito e (ex. 422):


T = 3R2^3;
A do hexágono regular inscrito vale (ex. 326):
3R2>/3
2
É fácil agora deduzir a razão pedida.

Resposta:

425. Achar a razão da área do triângulo equilateral para a do


hexágono regular inscrito no mesmo círculo.
Solução: O hexágono compreende 6 triângulos isósceles iguais, pois que tem
os lados iguais, do modo seguinte: os lados do hexágono e os raios do
circulo, e os lados do triângulo equilateral FBD. O triângulo equilateral
compreende só três destes triângulos. Vale, pois, a metade do hexágono.

Fig. 292

Resposta:

187
Geometria Elementar

CAPÍTULO 5

426. Achar uma série de oblíquas iguais que partam de um


mesmo ponto A, e tais que o quadrado de cada uma seja
igual à soma dos quadrados de duas linhas dadas AD, EF.

Fig 293

M
Solução: Na vertical do ponto A, tomar um comprimento AC = AD. Traçar
depois o plano MN, perpendicular a AC em C.
Deste ponto C, como centro descrevo no plano assim obtido, um círculo de
raio R = EF. É fácil ver que para qualquer ponto B da circunferência temos:
----- 2 2 2 2 2
AB =AC +BC = AD +EF .

427. Achar o lugar dos pontos do espaço igualmente distantes


de dois pontos dados A e B.
Solução: O lugar pedido é um plano perpendicular traçado pelo meio de AB.

428. Achar o lugar dos pontos do espaço igualmente distantes


de três pontos não em linha reta.
Solução: Pelos três pontos, faz-se passar um círculo. No centro do círculo,
eleva-se uma reta perpendicular ao mesmo. É o lugar pedido.

429. Num plano, achar o lugar de todos os pontos equivalentes


de um ponto A, fora deste plano.
Solução: O lugar procurado é um círculo descrito sobre o plano dado, com A
por centro, e com raio superior à distância deste ponto ao plano. É evidente
que há uma infinidade de soluções.

430. Uma reta igualmente inclinada sobre três retas que passam
por seu pé num plano, é perpendicular a este plano.

N
D,
Fig 294

188
Capitulo 5

Solução: Seja a reta AO, que faz ângulos iguais com as 3 retas OB, OC, OD,
traçadas por seu pé O no plano MN: digo que AO é perpendicular ao plano MN.
Para demonstrá-lo tomo 3 comprimentos iguais OB, OC, OD, e uno os pontos
B, C, D a um ponto qualquer de AO Os triângulos AOB, AOC, AOD são iguais
por terem um ângulo igual compreendido entre lados iguais. As oblíquas AB,
AC, AD são pois, iguais, e, portanto igualmente afastadas do pé da
perpendicular traçada do ponto A sobre o plano. E como o ponto O é o único
ponto do plano equidistante de B, C e D, é ele o pé da referida perpendicular.
Logo, a reta AO é perpendicular ao plano.

431. Do ponto A, fora de um plano MN, descreve-se uma


circunferência sobre este plano; traça-se depois a tangente
BC à circunferência, e une-se o ponto A ao ponto C. Calcular
AC, a menos de 0m01, se a distância do ponto A ao plano MN,
ou AO, igual a 12m, o raio OB = 7 m e a tangente BC = 15m.

Fig. 295

M
Solução: Unamos A e B. No triângulo retângulo AOB, temos:
ãb2=ãõ2 + õb2,
ÃB2 = 144 + 49 = 193.
O triângulo retângulo ABC dá:
ÃC2 = ÃB2 + BC2 = 193 + 225 = 418.

AC = V418 = 20m44.

Resposta: AC = 20m44.

189
Geometria Elementar

CAPÍTULO 6

432. Mostre que em todo paralelepípedo, a soma dos quadrados


das quatro diagonais é igual a soma dos quadrados das 12
arestas.
Solução: Com efeito, os três paralelogramos ACGE, BDHF, EFGH, dão (ex.
258):
B c

AN,\
W Fig. 296

X r ....
V G

E H
1° CÊ2 + ÃG2 = 2ÃÊ2 + 2ÃC2,
2° DF2 + BH2 = 2BF2 + 2BD2,
3o ÊG2 + FH2 = 2ÊH2 + 2HG .
Multiplicando a 3* igualdade por 2, e depois somando as 3, vem:
------ 2 ------- 2 ------ 2 ------ 2 ------- 2 ------ 2
CE + AG + DF + BH + 2EG + 2FH =
= 2ÃÊ2 + 2ÃC2 + 2BF2 + 2BD2 + 2EH2 + 4HG2.
Mas:
2ÊG2 + 2FH2 = 2ÃC2 + 2BD2
2ÃÊ2 + 2BF2 = 4ÃE2;
Logo CÊ2 + ÃG2 + DF2 + BÍ? = 4ÃÊ2 + 4EH2 + 4HG2, o que devíamos
demonstrar, pois as 12 arestas são iguais 4 a 4.

433. Mostre que a distância do centro de um paralelepípedo a


1
um plano qualquer é o — da soma das distâncias dos 8
8
vértices do paralelepípedo do mesmo plano.

190
Capitulo 6

D
C

H Á ;d’b’ )

H'

M
Fig. 297

Solução: Tracemos HC, e do ponto O, meio desta reta e centro do


paralelepipedo, abaixemos a perpendicular OO'; tracemos igualmente as
perpendiculares HH’ e CC; o plano destas três paralelas encontra MN
segundo a reta H'C'; a figura HH’C'C é um trapézio no qual
OO' = -1(HH'+ CC’);

Traçando as diversas diagonais BF, AE, DG, e abaixando as perpendiculares


dos vários vértices, prova-se do mesmo modo que:
OO' = FF') = -j(AA'+ EE') = -1(00'+ GG');

Onde. 4 OO' = soma das diagonais e OO' = soma das diagonais.

434. Se vários pontos estão situados na mesma distância do


centro O de um paralelepipedo, mostre que a soma dos
quadrados das distâncias de cada um aos vértices do
paralelepipedo é a mesma para todos.
Solução: Seja M um desses pontos. Como OM é mediana, o triângulo DFM
dà (ex. 255): M? + MD2 = 2OM2 +

Se considerarmos o ponto M em relação as trés outras diagonais, teremos


ainda três igualdades.
Somando as 4, vem:
MA +MB + MC2 + ... + ME2 = 8OM2 + semi-soma
dos quadrados das 4
diagonais.

191
Geometria Elementar

B C

A
\ /P

i .4/
....-J G
E H
Fig. 298
Um outro M' daria:
8M'Q2 + semi-soma dos quadrados das 4 diagonais. Supondo OM = OM':

MÃ2 + MB2 +... + MÊ2 = ÍWÃ2 + MB +... + MT2.

435. As superfícies de duas pirâmides semelhantes são


proporcionais aos quadrados de duas arestas homólogas.
Solução: Pois que as pirâmides são semelhantes, elas podem ser colocadas
como o indica a figura. Temos:

B C
Fig. 299

------ 2
Sab Sbc Sdc abcd Sa
SAB " SBC “ SDC •’" = SÃ2 '
ABCD
Onde tiramos facilmente:

Sab + Sbc + Sdc +.... + abcd Sa2


SAB + SBC + SDC + .... + ABCD sã2
s Sa2
0U3=^'

192
Capítulo 6

436. A aresta SA de uma pirâmide tem 5m; que comprimentos


se devem tomar, a partir do vértice S, para que a
superfície lateral esteja dividida em 4 partes equivalentes
por planos paralelos à base?
Solução: Basta dividir uma face qualquer SAB da pirâmide (figura
precedente) em 4 partes equivalentes por paralelas a base AB, e traçar, pelas
linhas de divisão, planos paralelos a base da pirâmide. Procedendo como fica
indicado no ex. 405, para a divisão da face SAB, temos:
Sa = ^ = |
= 2m5.
2 2

Sa' = ~V2 = 3m53.


ca i—
Sa" = ^-V3 = 4m33.

Resposta: Sa = 2m50; Sa' = 3m53; Sa" = 4m33.

437. Cortar uma pirâmide por um plano paralelo à base, para


que a superfície da pequena pirâmide esteja para a
superfície da pirâmide dada, na razão de duas linhas m e n.
Solução: Sejam k e K as duas superfícies de que se trata, e Sa, SA duas
arestas homólogas que partem do vértice S,
k Sa2 m.
Temos:
K SÃ2 n'
SA x m
Onde: Sa = SA x — = SA x
n n
SA x m
Façamos = s, e teremos:
n

Sa = SA x s.
Sa é, pois, meia proporcional entra SA e s.
É fácil construi-la. Conhecendo Sa, é só levã-la sobre SA a partir do vértice,
até a, e fazer passar por este ponto um plano paralelo a base da pirâmide.

438. A aresta SA de uma pirâmide tem Sm; a 5m do vértice S,


traça-se um plano paralelo à base; determinar a razão da
superfície lateral desta pirâmide para a superfície lateral
da pirâmide dada.
Solução: Sejam Sa = 5m; k e K as duas superfícies em questão.

Tem0S k
K==5-=6Í- 25

25
Resposta:
64'

193
Geometria Elementar

439. Indicar sobre as faces de uma pirâmide, o traço do plano


paralelo à base, que divide a superfície lateral em duas
partes na razão de 3 para 4.
Solução: Suponhamos que a pirâmide seja SABCD (fig. 299).
Basta dividir a superfície SAB como está indicado no ex. 436. Teremos, por
conseguinte:
Sab 3 Sab - $ab - 3 Sa2 .
--------- = — ou
ABab 4 Sab + ABab " SAB " 3 + 4 " sX* '
3SA
Onde: Sa2 =
— X SA,
3SA
Sa é, pois, meia proporcional entre ? e SA.
É fácil concluir.

440. ...em duas partes, na razão de duas linhas m e n.


Solução: Seja, fig 299, SABCD a pirâmide; teremos (ex. 439):
---- 2
Sab m Sab Sab - m -
- —— = — ou ------------------ =-------- —
m

Sa
ABab n Sab + ABab SAB m +n SA2 ’

Onde: Sa2 = SA2 x-------- m SAxm


= SA x------------
m+n m+n
_ , SA x m
Fazendo:----------- = s, vem.
m+n
Sa = SAx s.
É fácil concluir.

441, Indicar, sobre as faces de um tronco de pirâmide, o lugar


do plano paralelo as bases, que divide a superfície lateral
em 2 partes equivalentes.
S

D/
M, N
A B
Fig. 300

Solução: Para que a superfície lateral do tronco seja dividida do modo


indicado, é evidente que basta dividir uma das faces ABCD do tronco em 2
partes equivalentes e traçar pela linha de divisão MN, um plano paralelo às
bases.
Ver o ex. 407 para determinação de MN.

194
Capitulo 6

442. Achar o volume de um tetraedro regular em função de sua


aresta a.
a2x/3
Solução: A base do tetraedro tem por superfície —-—. A altura cai no
4
centro do circulo circunscrito ao triângulo de base e forma, por conseguinte,
um triângulo retângulo com a aresta do tetraedro e o raio do circulo, de modo
que temos:
h2 = a2-R2.

Ora, de a = R>/3, tira-se: R = = 4-


e R22 =
eR
43 3
a2 2a2
Substituindo, no valor de h2, temos: h2 = a2 - ~3” = -3-’

. . Í2^ a72
onde: h = J—— = ■

a2 75 h a2 75 a 75
Temos, pois: V = — *3‘— X^73 =“Í2-
a3 75

,3 /?
Resposta: V = ■■ ■.

443. Achar a razão do cubo para o tetraedro regular


construindo sobre a diagonal de uma das faces do cubo.
Solução: Volume do cubo: a3. Aresta do tetraedro: a75 .
Logo, o volume tetraedro é (ex, precedente):
(a72)372 _ 2a\/2 x 75 _ a3
12 12 3 '
Dai deduzimos com facilidade a razão pedida.

Resposta: 3.

444. Uma pirâmide regular SABCD tem por base um quadrado


cuja diagonal é a; calcular a superfície inteira desta pirâmide
e o seu volume em função de a, no caso de SA = a.
s

i\
/,&j.
>B
F
A
Fig. 301

195
Geometria Elementar

Solução: A superfície do quadrado da base é — -

A altura SO da pirâmide é a do triângulo equilateral DSB. Temos então:

2
O apótema SF é a hipotenusa do triângulo retângulo SOF. Ora, o lado OF
deste triângulo vale a metade do lado do quadrado da base. E se chamarmos
I o lado AB, temos:

= l1 ou
-i. = = ^x/2
ou lI = e OF =
V2 2

Logo: FS*
=(W+M=<-
Onde: FS =

O triângulo ASB tem por superfície:


• ee a /õ a /TT 32y/28 a2x/7
-xFS=-^x-7l4=-^-
X =—

A superfície lateral compreende 4 triângulos iguais ou

De modo que:
a^ V7+^- = ^-(1+V7).
Sup. Total =
2
a2
Volume =
T 6 12v

Resposta: S = y-(1 + V7); V=

445. A base de uma pirâmide regular é um hexágono regular de


3m de lado; calcular:
1° a altura desta pirâmide, se a superfície lateral vale 10
vezes a base;
2o o volume desta pirâmide.

Fig. 302

196
Capítulo 6

1
Solução: Seja SO a altura procurada. O triângulo ASB é o da superfície
6
lateral da pirâmide e o triângulo AOB vale da superfície do hexágono. A

razão destas 2 superfícies é, por conseguinte, a mesma que a dos dois


triângulos ASB, AOB.
Como estes triângulos tem a mesma base, estão entre si como as alturas, e
. ASB SH
temos: A - = 7—7.
AOB OH
Mas OH = e SH = VsÕ2 + Õí? = ^SQ2 +

ASB
Onde: -------- = 1________4_ = 10.
AOB as/3
2
Elevando os dois membros ao quadrado, vem:

sõ2+—
4 = 100; onde: SO = 7668,25 = 25m85.
3a2
4
O volume será de: x 3x^ = 201m3474.
3 2
Resposta: 1o 25m85; 2° 201m3474.

446. Todo plano traçado segundo a aresta de um tetraedro e o


meio da aresta oposta, divide o tetraedro em duas partes
equivalentes.
Solução: Seja a pirâmide SABC. Traçamos pela aresta AC um plano que
divide SB no ponto D em 2 partes iguais. Digo que os volumes SADC e BADC
são equivalentes.
Com efeito, SI' e BI sendo perpendiculares ao plano ADC, temos:
Pirâmide SADC = 1 ADC x SI' e pirâmide BADC = ADCx BL

Fig. 303

197
Geometria Elementar

Mas SI' = BI, porque os 2 triângulos SI'D e BID são iguais por terem ângulos
retos em I' e I, ângulos opostos pelo vértice em D, e enfim, SD = BD: logo, o
tetraedro fica dividido em 2 partes equivalentes pelo plano ACD.

447. As retas que unem os vértices de um tetraedro aos pontos


de encontro das medianas das faces opostas, concorrem
3
em um mesmo ponto situado nos — de cada uma, a partir
4
do vértice.
Solução: Sejam L e K os pontos de concurso das medianas dos triângulos
ABC, ASC. Traçamos KL, as medianas BLM, SKM, e as retas BK, SL que, por
estarem situadas no plano BSM, se cortam em O.
ML = -^-MB e MK = -^MS (ex. 56). Portanto, KL é paralela a SB, e os

1
triângulos MSB, MKL são semelhantes; logo: KL = — SB.

Por outra parte, como KL e SB são paralelas, os triângulos KLO, SOB são
.. . .. SB SO BO
semelhantes e dao —- = —- = ——.
KL OL KO
Ora. SB = 3KL; logo: SO = 3OL, BO = 3KO.
Se SO = 3OL, SL = 4OL e portanto, SO =

C
Fig. 304
3
Logo: BO = — BK. De modo idêntico se mostraria que as retas que partem

dos vertices A e C, e satisfazem ao enunciado, cortam ainda SL no ponto O.


Era o que devíamos demonstrar.

448. Em um tetraedro qualquer, o plano bissetor de um diedro


divide a aresta oposta em partes proporcionais às faces
do diedro.
Solução: Seja SAD o plano bissetor do diedro SA.

198
Capitulo 6

T SAB BD
Teremos: = -z^-
SAC DC
Com efeito, as 2 pirâmides SABD, SADC, tem a mesma altura e estão entre si
. Anr » SABD ABD
como as bases ABD, ADC, e temos: -=
oAUU AUU
Mas os triângulos ABD, ADC tem também a mesma altura, e estão entre si
. nn * • ABD BD
como suas bases BD, DC; temos, pois: — = ——.
ADC UC

Fig. 305

Se, em segundo lugar, tomarmos por base duas pirâmides as faces ASB,
ASC, elas tem também a mesma altura porque seu vértice comum D estâ no
plano bissetor destas faces. Teremos, pois, esta nova relação:
SABD SAB
------- =------ ■ onde. enfiar
. SAB
------ BD
=—
SADC SAC’ SAC DC

449. Dois tetraedros SABC, S'A'B'C, que tem o triedro S


comum, estão entre si na razão dos produtos SA x SB x SC
eSA’x SB’x SC.

Solução: Sejam os tetraedros SABC e SA’B'C'.


t SABC SAxSBxSC
Teremos: SÃ^^SÃ^x-SC"

B’

A' C

B
Fig. 306

199
Geometria Elementar

Tracemos AB’, AC e imaginemos a sessão AB'C.


Os 2 tetraedros SAB'C‘ e SA'B’C' tem o vértice C comum, e suas bases SAB'
e SA'B’ estão no mesmo plano: eles tem, portanto, a mesma altura, e estão
entre si como suas bases SAB' e SA'B’:
SAB'C SAB'
Onde:
SA'B'C' SA'B'-
Mas (ex. 359):
SAB* SAxSB' = SA
SA'B’ SA’xSB’ SA‘ ’
. SAB'C SA
Temos, pois: - - = Trrr- (1)
SABC SA
Por outra parte, os tetraedros SABC, SAB'C tem o vértice A comum, e estão
entre si como suas bases SBC, SB’C',
„ . SABC SBC
OndesÃc7‘ SB’C ’

„ SBC SBxSC .
fa’ SB‘C 1SBxSC”
SABC = SBxSC _
Logo, (2)
SAB'C’ SB'xSC"
Multiplicando membro a membro, (1) e (2), temos:
SABC SAx SBxSC
SA'B'C’ " SA'xSB'x SC

450. As retas que unem os meios das arestas opostas de um


tetraedro, concorrem no mesmo ponto, o meio da cada um.

Fig. 307

Solução: Sejam K, L, M, N, I, P os meios das arestas. Traçamos as retas KL,


LM, MN, KN, KM, LN.
No triângulo SAC, a reta KL é paralela e igual a metade de AC. Igualmente, a
reta MN no triângulo BAC; as linhas KL e MN, sendo iguais as paralelas, a
figura KLMN é um paralelogramo, e as diagonais KM, LN se cortam pelo seu
meio O. Ora, KM e LN são já duas retas indicadas no enunciado. Tracemos LI
e NP. No triângulo SBC, LI é paralela e igual a metade de BC. Do mesmo
modo, NP no triângulo ABC. As retas LI, NP, sendo paralelas e iguais à
metade de BC, a figura ILPN é paralelogramo, e IP corta LN pelo meio, isto é,
no ponto O. As 3 retas indicadas concorrem, no mesmo ponto O, que é meio
de cada uma delas.

200
Capítulo 6

451. A aresta de um cubo é a. A partir de um mesmo vértice,


tomam-se sobre as três arestas, três comprimentos iguais
a
a Calcular a razão do cubo para o tetraedro
2'
determinado pela sessão que passa pelos três pontos de
divisão das arestas.
A M C

D
O

F
G

H E
Fig. 308
Solução: O tetraedro AMNO, construído como fica indicado, é semelhante ao
tetraedro ACBG; logo:
ACBG ÃC 23 = 8
AMNO ' f> 1'

1 1
Mas ACBG = do prisma ABCFHG = do cubo, logo:
3 6
1
cubo cubo 48
6______ 8
—, e
tetraedro tetraedro 1 '
cubo 48
Resposta:
tetraedro 1

452. A aresta Aa de um tronco de pirâmide, de bases paralelas,


tem 4m; dois lados homólogos nas bases tem 3m e 2m;
calcular a menos de 0m01, o comprimento a tomar sobre
aA, para que um plano paralelo as base, divida o volume
em 2 partes equivalentes.
S

a zí&d
Fig. 309
a’
E \ \

A<?'
K
B C

201
Geometria Elementar

Solução: Façamos a pirâmide SABCDE = P, a pirâmide Sabcd = p, e a


pirâmide formada por p e a metade superior do tronco = p'; enfim,
representemos os lados homólogos AB, ab, a'b’ por B, b, x, e teremos
P P' P .
Í5-F = ? = r'
onde:
p = b3r; P = B3r, p' = x3r.

Mas p'-p = j(P-P)-


Substituindo p‘, p e P por seus valores, vem:
x3r-b3r = -l(B3r-b3r),

B3 + b3 27 + 8 17A
x3 = = —— = 17151
2
x= = 2m60.
O comprimento aa’ se determina de acordo com a relação:
aa' a'n' x~b 2,60-2
= 0,6.
aA " AK - B-b " 3-2
Onde aa' = 0,6 x Aa = 0,6 x 4 = 2m40.

Resposta: 2m40.

202
Capitulo 7

CAPÍTULO 7

453. Conhecendo-se o lado e a altura de um cone, determinar a


superfície da sessão paralela a base e feita a uma
distancia dada do vértice.
Solução: Conhecemos AS = A, nR2 = S, e So - h.
Determinemos o raio R da base, depois a altura H.
S

A Fig. 310

~T
De nR2 = S, tira-se R =

Mas, H2 = A2 - R2 = A2 - — = nA2 - S
n n
Agora é fácil calcular r, e, por conseguinte, a superfície pedida, porque temos:
r h r2 h2
R’H ou

Sh2 rrSh2
Ou enfim: nr2 =
H2 = rrA2-S

nSh2
Resposta:
nA2 - S

454. Demonstrar que se o lado de um tronco de cone vale a


soma dos raios das bases:
1° a média geométrica entre estes raios dá sempre a
metade da altura;
2° o volume deste tronco vale a superfície total
1
multiplicada pele da altura.
6
Solução: Devemos ter: 1o -^ = VRr; 2o V = Sup. Total x^-.

1o Tracemos O'P, paralela ao lado; obtemos o triângulo retângulo OOP, que


dá:

203
Geometria Elementar

h2 = O'P2-OP!;
Ora, O'P = R + r e OP = R - r;
logo: h2 = (R + r)2 - (R - r)2 = 4Rr, h = 2\/Rr,

onde: £ = 7r7.

/ h: \R+r V,a

Fig. 311

2o Obteremos o volume do tronco de cone multiplicando a superfície total por:


h
6‘

Com efeito,
Sup. total = nR2 + nr2 + n(R + r) x (R + r),
= nR2 + nr2 + tiR2+ nr2 + 2nRr,
= 2n (R2 + r2 + Rr).
Sup. totalx | £ x2n(R2 + r2 + Rr),

= ^-(R2+ r2+Rr), isto é, exatamente a expressão do volume do

tronco de cone.

455. Calcular a superfície gerada por um triângulo equilateral,


girando ao redor de seu lado a.
Solução: A superfície gerada pelo triângulo dado é a de dois cones iguais,
cujo raio é h, e a aresta, a.
Ora,h = -^yL

a
Fig. 312

A superfície lateral de cada cone é igual a nha, a superfície total será 2nha,
onde, substituindo h por seu valor:

Sup. dos dois cones = = na2 73.

204
Capítulo 7

456. Seja ABCD um retângulo; no plano deste retângulo, traça-


se uma reta MN, paralela ao lado AB e fora do retângulo;
depois, faz-se girar o retângulo ao redor de MN.
Demonstrar que o volume gerado pelo retângulo iguala a
superfície deste retângulo multiplicada pela circunferência
descrita pelo ponto de interseção O das diagonais.
D C

b
Fig. 313
at B

M h N
Solução: Devemos ter:
V = bhx2it^ + dj.

O volume V, gerado pelo retângulo, vale a diferença dos volumes gerados


pelos retângulos MDCN e MABN.
Façamos AB = MN = h, AD = b, e AM = d; teremos:
V = 7i(b + d)2 - nd2h,
= nh[(b2 + d2 + 2bd) - d2]
= nhb2 — 2nhbd
= nhb(b + 2d)
= bhxn(-y + 2d)

= bh x 2:d + d)

457. Um triângulo equilateral de lado a, gira ao redor de


vértice; qual é o volume gerado por este triângulo?
Solução: Temos imediatamente:
V = |nAD2xBC.

Ora,
---
AD2 =^-,eBC = a;

onde:

V4 3a2 na2
n x------ x a =------- .
4 2

205
Geometria Elementar

B D c

x y
E A F
Fig. 314
n . rca2
Resposta: ——.

458. Um triângulo isósceles ABC, gira ao redor de uma reta


fixa, paralela à base BC, e passando pelo seu vértice A.
Calcular o volume gerado, se BC = 3m, e AB = 4m.
X______ A Y

ÜT B

2 ------
Solução: Temos: V = — nAD2 x BC.
D
Fig. 315
C

O triângulo retângulo ABD dá:


AD2 = AB2 - BD2 = 42 - 1.52 = 13,75

Substituindo AD2 e BC por seus valores, temos,


o
V = y n X 13,75x 3 = 86m3394.

Resposta: 86m3394.

459. Calcular o volume gerado por um triângulo cujos lados


têm respectivamente 2m, 3m e 4m, quando gira ao redor
do lado de 4m.
B

2 3
h
_____ .......
A*^—•> D C
Fig. 316

206
Capitulo 7

Solução: Girando ao redor de AC, o triângulo ABC gera dois cones que terão
uma base comum cujo raio será h, e as arestas AB e BC. A incógnita é, pois
h.
Fazendo DC = x, AD = — x, teremos para o volume pedido:
V = nh2 x-í-+ nh2 x = ^-nh2.
3 3 3
O valor de h se calcula facilmente: é a altura correspondente ao lado de 4m,
num triângulo cujos dois outros lados valem 2m e 3m. Temos:

h2 = X 4.5 X (4,5 - 4)(4,5 - 3)(4,5 - 2) = 2,11.


Temos, pois:
V = |ix 2,11 = 8m3838.
Resposta: 8m 3838.

460. Seja ABC um triângulo equilateral de lado a; prolonga-se a


base BC de uma quantidade CD = a. Eleva-se a perpendicular
DE, e depois, faz-se girar o triângulo ao redor de DE. Calcular
o volume gerado.

I- E

B a C a D
Fig. 317

Solução: Os 2 trapézios ABDE e ACDE geram, por sua revolução, dois


troncos de cone, cuja diferença dá o volume pedido.

A altura deles é , os raios das bases são BD = 2a, AE = .CD = a.


2 2
Representando por V e V‘ os volumes dos dois troncos de cone, e por v o
volume procurado, vem:
.. naVã 6a2
v=—
6 I 4 2
na73 í 9a2 2 3a2 \
V=—
6 + a +—}
na 73 3a2 + 3âi'
V = v_v = ^bãf
6 2

na\Í3 9a2 3
= —-— x----- = — ita3V3.
6 4 4
Resposta: v = na3 >/3.
4

207
Geometria Elementar

461. AB é o diâmetro de um semí-círculo de centro C; sobre


cada raio AC, BC, descreve-se um semi-círculo; calcular o
volume gerado pela superfície compreendida entre os três
semi-circulos por uma volta da figura ao redor de AB.
Solução: O volume gerado pela parte AOBNCM é igual ao volume gerado
pelo semi-círculo AOB menos a soma dos volumes gerados pelos dois semi-
circulos iguais AMC, CNB.

A C B
Fig. 318

4
Ora, volume AOB = nR3,
3
4 R3 1
2 volumes AMC = 2 x — ’tX"8'=3

Onde:
InR3- 1
volume AOBNCM = nR3 = nR3.
3
Resposta: nR3.

462. Por um ponto S, tomado sobre o prolongamento do


diâmetro de um círculo, traça-se uma tangente SA, e faz-se
girar o círculo ao redor do diâmetro; a circunferência
descreve uma esfera e a tangente SA um cone cuja base é
o circulo descrito pela perpendicular AP ao diâmetro.
Determinar o volume e a superfície do cone. Sabe-se que
OA = 0m035 e OS = 0m125.
Solução: O volume do cone é
V = -irrAP2 xPS.
(1)
A
R
..ÍP. S
O p

Fig. 319
Calculemos os valores de AP2 e PS; chamemos R e D as linhas OA e OS.

208
Capítulo 7

Os triângulos semelhantes OAP e OAS dão:


AP R AP2 R2
ÃS = D’ ou •==•
AS2
= —=-.
D2

Ora AS2 = D2-R2;

onde: AP2 = —t-(D2-R2).


D2
Enfim, o triângulo retângulo APS dá:

PS = ^-
D D
Levando à expressão (1) os valores de AP2 e de PS obtemos:

V=
r4(D2-R2)P^
V=
4"x£(D2-r2)2
Substituindo as letras por seus valores, e tomando o dm por unidade,
teremos:
3,1416 x0í3^x z = 0dmIl36
V=
3 1.252
A superfície lateral será:
S = nAP x AS.
Substituindo AP e AS por seus valores:
^>/D2 -R2 e Vd2-R2,temos:

D
S = n£(D2-R2)
= 3.1416 x 5^5. x 1,44 = 1dm2266
1.25

Resposta: 0dm3136; 1dm2266

209
Geometria Elementar

CAPÍTULO 8

463. Construir uma elipse, conhecendo-se seus focos e um de


seus pontos.

Solução: Sejam F e F* os 2 focos, e M um dos pontos da curva.


Podemos escrever:
F’M + FM = 2a.
Conhecemos, pois, os dois focos e o eixo maior.
É fácil concluir.

464. Qual é o lugar dos pontos equidistantes de duas


circunferências, sendo uma interior à outra?

Fig 320

Solução: Seja M um ponto igualmente distante das duas circunferências F, F',


uma interior á outra. Tracemos MF e MF'; a primeira destas retas encontra a
circunferência em D, e a segunda encontra a circunferência F' em D'. Mas, por
hipótese MD = MD'; onde resulta que a soma das distâncias MF, MF', do ponto
M aos centros F e F' das duas circunferências, é igual à soma constante dos
raios FD, F'D'. O lugar do ponto M é, pois, uma elipse de focos F e F' e de eixo
maior igual a FD + F'D'.

465. Construir uma elipse, conhecendo-se o tamanho e


posição do eixo menor e um dos focos.

Solução: Sejam BB’ o eixo menor, e F' o foco conhecido. Do ponto F',
baixemos uma perpendicular F’OF a BB', e tomemos OF = F'O. O ponto F é o
segundo foco.
B

A’ F’ O F A

B’
Frg. 321
Temos F'B + FB = 2a.
É, pois, fácil construir a curva.

210
Capitulo 8

466. O eixo maior da elipse é dividido por um foco em duas


partes, cujo produto é b2.
Solução: Temos, na figura 321:
FA x FA’ = b2
Com efeito
FA = a - c,
FA' = a + c.
Logo:
FA x FA' = (a - c) (a + c) = a2 - c2 = b2.

467. Achar o lugar dos pontos tais que a diferença dos


quadrados das distâncias de cada um dos focos da elipse
seja 4a2.

Fig, 322

Solução: Seja L um dos pontos do lugar.


Podemos escrever, de acordo com o enunciado:
LF'2-LF2 = 4a2. (1)
Abaixemos LI perpendicular a A'A, e façamos OI = x.
Os triângulos retângulos LF'I. LFI dâo sucessivamente
lf2 = m2 + íl2,
LF2=FÍ2 + ÍL2,

Onde:LF'2-LF2=FÍ2-FÍ2,

Ou LF'2- LF2 = (c + x)2 - (x - c)2 = 4cx. (2)


Das igualdades (1) e (2), resulta que
a2
4cx = 4a2, e x = — .
c
Como x é a distância do ponto L ao eixo menor, todos os pontos de DE estão
a esta mesma distância.

O lugar pedido é, pois, uma reta DE, tal que o comprimento Ol= —. OI é,
c
pois, uma quarta proporcional aa.aec.
O lugar é, também, uma 2“ reta D'E', perpendicular a AA'. à distância.
OI’ = OI.
As retas DE e D'E' chamam-se as diretrizes da elipse.

211
Geometria Elementar

468. A soma do quadrado da reta que une um ponto de uma


elipse ao centro, com o produto dos raios vetores deste
mesmo ponto, é constante, e vale a soma dos quadrados
do semi-eixo maior e do semi-eixo menor.
B

Fig, 323

B'
Solução: Teremos, para um ponto qualquer da elipse:
ÕM2 + MF x MF' = ÕÃ2 + ÕB2.
Com efeito, MO sendo uma das medianas do triângulo MFF', temos (ex. 255)
2ÕM2 + 2ÕF2 = MF2 + MF'2.
Se acrescentarmos a cada membro desta igualdade o produto 2MF x MF',
obtemos:
2OM2 + 2OF2 + 2MF x MF' = (MF + MF')2.
Mas, MF + MF' = AA' = 2OA.
Temos, pois:
2ÕM2 + 2ÕF2 + 2MF x MF' = 4ÕÃ2,

ÕM2 + MFx MF’ = 2ÕÃ2 - ÕF2,

ÕM2 + MF x MF' = ÕÃ2 + ÕÃ2 - ÕF2,

E, como OA2 - OF2 - OB2, temos enfim:

ÕM2 + MF x MF' = ÕÃ2 + ÕB2.

469. Construir uma elipse, conhecendo-se 2b e 2c.


B

F’ O F

B’

Fig. 324

212
Capítulo 8

Solução: Tracemos a reta F*F, igual a 2c; no meio dela, O, elevemos uma
perpendicular BB‘, e, de cada lado de O levemos sobre esta perpendicular um
comprimento igual a b.
Temos F’B + FB = 2a.
Conhecemos, pois 2b e 2c, ou ainda os focos F e F’, e 2a.
É fácil construir a curva.

470. O quadrado de qualquer diâmetro de uma elipse, é igual


ao quadrado do eixo menor mais o quadrado da diferença
dos dois raios vetores de uma das extremidades deste
diâmetro, (fig. 325).
Solução: Sendo a reta MM' um diâmetro qualquer, teremos.
MM"'2 = BB'2+(MF'-MF)2.
Com efeito, pois que a reta MO é uma das medianas do triângulo MF'F, temos
(ex. 255):
2ÕM2 + 2ÕF2 = MF’2+ MF2.
(1)
E, como o eixo maior vale a soma dos raios vetores MF' e MF, vem:
ÃÃl2 = MF,2+MF2 + 2MF,xMF. (2)
Subtraindo a segunda igualdade da primeira multiplicada por 2, obtemos:
4ÕM2 + 4ÕF2 - ÃÃ2 =2MF'2+2MF2 -MF'2-MF2 -2MF'xMF,

ou, depois das reduções: 4OM2 = AA'2- 4OF2 + (MF -MF)2.

Mas, 4ÕM2 = MM'2, e ÃÃ'2-4ÕF2 = BB'2.

Logo: MM2 = BB2 + (MF'- MF)2.

471. Qualquer diâmetro da elipse é superior ao eixo menor, e


inferior ao eixo maior.
B

A' A Fig. 325

B’
Com efeito, a igualdade do ex. precede:
MM’2 = BB,2+(MF*-MF)2 , indica que o diâmetro MM1 cresce ou decresce
conforme MF* - MF cresce ou decresce. Ora, o maior valor de MF* - MF é F*F
e o menor valor é zero.
Levando sucessivamente esses valores limites de MF* - MF à relação
precedente temos:
1° MM’2 = 8B,2+ FF’2 = ÃÃ'2,
Onde: MM’ = AA'.

213
Geometria Elementar

2o MM'2 = BB'2.
Ou MM’ = BB’.

472. O lugar das projeções dos focos de uma elipse sobre as


tangentes, é a circunferência descrita sobre o eixo maior
como diâmetro.
Solução: É preciso provar que os pontos T e T’ estão na circunferência
descrita sobre 2a.
Com efeito, por causa da tangente TT. temos TF = TL. Temos também
OF' = OF; destas duas igualdades, conclue-se que a linha OT é paralela a F'L
• i F’L
e igual a -y.

L’

£
A' £2
7f’ O
-V
F
A Fig. 326

Ora, F'L = F'M + FM = 2a;


Logo OT = OA, e o ponto T se acha na circunferência descrita com 2a.
A demonstração ê idêntica para o ponto T'.

473. O produto das distâncias dos focos da elipse a uma


tangente, é igual a b2.
Solução: Devemos ter FT x FT' = b2.
Com efeito, as duas cordas TK e AA’ dão:
KF’ x FT = A'F' x AF’ = b2 (ex. 466); mas por causa do ângulo reto inscrito, T,
KT é um diâmetro e os dois triângulos iguais KF’O, OFT dão KF' = FT.
Substituindo KF' por seu valor, vem:
FT x FT = b2.

474. Construir uma elipse, conhecendo-se os dois focos e uma


tangente.
Solução: A igualdade (ex. 473) b2 = FTx FT mostra que b é meio
proporcional enlre FT e FT.

214
Capítulo 8

Onde a construção: abaixam-se sobre a tangente dada as perpendiculares


FT e FT; toma-se uma meia proporcional b entre os comprimentos destas
duas perpendiculares, no meio O de F’F eleva-se a perpendicular OB = b.

B
/
F’ O F

Fig. 327

Conhecem-se então: 2a = F'B + FB, e os focos.


É fácil construir a curva.

475. Para todo ponto da elipse, os raios vetores MF' e MF têm


cx cx
por valores a + — e a------ . A origem das abcissas x é o
a a
centro da elipse.
Solução: Empregando as notações conhecidas, temos:
MF'+ MF = 2a, (1)
MF'2 = (c + x) + y2 e MF2 = (c - x) + y2,

onde: MF'2- MF2 = (c + x)2 + y2 - (c - x)2 - y2, e MF,2-MF2 = 4cx. (2)

B’
Fig. 328

Dividindo membro a membro (2) e (1), temos:


MF,2-MF2 4cx 2cx
---------------- =------ ou MF - MF =----- (3)
MF'+MF--- 2a-------------------------- a
As igualdades (1) e (3) dão por adição:
n. ._, 2cx cx
2MF = 2a +----- , ou MF = a + —, (4)
a a
E por subtração:
o. ._ 2cx cx
2MF = 2a-------- , ou MF = a------- . (5)
a a

215
Geometria Elementar

476. Para todo ponto M da elipse, y2


Solução: Com efeito, (ex. 475):
A-x<>
K.r- CX
MF = a------ ,
a
.2
onde: MF2 =

O triângulo retângulo MFP (fig. 328) dá:


MF2 = (c-x)2 + y2.
Portanto:

=(c-x)2 + y2.

Efetuando, vem, depois das reduções:


a2(a2 - c2) + x2(c2 - a2) - a2/ = 0.
Mas a2 - c2 = b2, e c2 - a2 = -b2.
Então a2b2 - b2x2 - aV = 0,

Onde: b2(a2 - x2) = a2y2, e y2 = (a2-x2).

477. Descrevendo-se um círculo sobre o eixo maior da elipse e,


de qualquer ponto deste eixo, traçando-se uma ordenada
y__b
do circulo, Y, e uma ordenada da elipse y, tem-se:
Y a

Fig. 329

Solução: Com efeito, temos para a circunferência:


Y2 = ÕM2 - ÕP2,

ou Y2 = a2-x2,
E, para elipse (ex. 476):
y2 = ÈÍ(a2-x2).
Dividindo a última equação pela precedente vem:
y2 b2
A;- = ou
Y2 a2 Y a

216
Capítulo 8

478. A área da elipse é meia proporcional entre os círculos


descritas sobre os dois eixos como diâmetros.
Solução: Com efeito, as áreas dos dois círculos descritos sobre 2a e 2b
valem xa2 e xb2, e a da elipse xab.
Ora, temos realmente:
(xab)2 - na2 x xb2.

479. Qualquer diâmetro da hipérbole é maior que 2a. (Qualquer


reta que passe pelo centro da hipérbole e termine nos
ramos da curva, é um diâmetro).

Fig. 330
Solução: Seja o diâmetro MOM'. Tracemos MF, MF', M’F, M'F', a figura
MFM'F' é um paralelogramo e, portanto: M'F* = MF. Ora. o triângulo MF'M' dá
MOM' > MF’ - M'F', ou MOM' > MF' - MF ou 2a.

480. Construir uma hipérbole, conhecendo-se seus focos e um


de seus pontos.
Solução: Sejam M, o ponto dado, e F* e F o focos; temos:
MF*-MF = 2a.
Conhecemos os 2 focos e 2a. É fácil construir a curva.

481. Construir uma hipérbole, conhecendo 2b e 2c.


Solução: Da igualdade: c2 = a2 + b2.
Tira-se a2 = c2 - b2.
Está assim determinado a (ex. 231).
Conhecidos 2a e 2c a hipérbole se constrói com facilidade.

482. Construir uma hipérbole, conhecendo-se 2a e 2b.


Solução: Com a igualdade, c2 = a2 + b2, determina-se c.

483. Cada vértice da hipérbole divide a distância dos dois


focos em duas partes cujo produto é b2 (fig. 330).

Solução: Seja o vértice A. Temos:


AF = (c - a) e AF' = c + a,
Onde: AF x AF' = (c - a) (c + a) = c2 - a2 = b2.

217
Geometria Elementar

484. Achar o lugar dos pontos tais que a diferença dos


quadrados das distâncias aos dois focos seja igual a 4a2.
Solução: Mesma demonstração que para a elipse.
Apenas observamos que as diretrizes DE e D'E' estão colocadas entre os
a2
vértices A e A', e o centro O; porque — ou OI < a, pois a < c.
c

485. Construir uma parábola, conhecendo seu foco e seu


vértice.
Solução: Seja F e A o foco e o vértice dados. Traço AF, que prolongo de
AD = AF, e, no ponto D, elevo a perpendicular DE.
E

D Fig. 331

Conheço agora o foco F e a diretriz DE; posso facilmente construir a curva.

486. Construir uma parábola, conhecendo seu parâmetro.


Solução: Conhecemos DF. O ponto F é o foco, e o ponto A, meio de DF, é o
vértice da parábola. É fácil construi-la (ex. 485).

487. Construir uma parábola, conhecendo-se:


1° a diretriz e dois pontos;
2° o foco e dois pontos.
Solução:
1o Sejam DE a diretriz, e M e M' os pontos dados.
Suponhamos conhecido o foco F. O raio vetor FM é igual á perpendicular MC,
e o raio vetor FM' é igual à perpendicular M‘C.
E

Fig. 332

C'

218
Capitulo 8

O foco F fica, pois, na interseção das circunferências tangentes à diretriz


dada, e descritas dos pontos M e M' como centros, e com as perpendiculares
MC e M’C como raios.
As duas curvas se cortarão geralmente em 2 pontos F e F’ que serão os focos
de 2 parábolas que satisfazem ao problema.
Quando MM' = MC + M'C, as 2 circunferências se tocam exteriormente; há
apenas uma solução.
Não há solução quando MM’ > MC + M'C’.

2o Se o foco F é dado, as diretrizes serão, de acordo com o que precede, as


tangentes DE, D*E' comuns às circunferências descritas dos pontos M e M'
como centros e com MF, M'F’ como raios

488. A distância do foco à tangente é meia proporcional entre o


raio vetor do ponto de contato e o semi-parãmetro.
Solução: Devemos ter FO2 = FM x AF.
Com efeito, do vértice A, tracemos a perpendicular AO ao eixo. Os triângulos
semelhantes IOA, IMP, dão:
Al _ IO.
IP " IM’
Ora Al é a metade de IP; portanto, IO é a metade de IM. Mas o triângulo IFM é
isósceles, pois o ângulo I = KMO = OMF; portanto Fl = FM.
E
,T

K M L

O'
Fig. 333
T/ p N

M'

Dai resulta que a perpendicular FK encontra também em O a tangente IM; a


reta OA é, pois, uma perpendicular baixada do vértice do ângulo reto de um
triângulo retângulo IOF sobre a hipotenusa e temos:
FÕ2 = FIxFA.
Substituindo Fl por seu valor FM, vem:
FÕ2 = FM x FA.

219
Geometria Elementar

489. Os quadrados das distâncias do foco às tangentes à


parábola estão na mesma razão que os raio vetores
correspondentes.

Solução: Devemos ter: t,2 f. ■

Com efeito chamemos r, r* os raios vetores dos pontos M, M', e t, t' as


perpendiculares às tangentes cujos pontos de contato são M e M’; temos (ex.
488):
t2 = rx FA,
f2 = r'xFA.
t2 r
Dividindo membro a membro: —
t’2 r

490. Construir uma parábola, conhecendo a subtangente e a


ordenada correspondente (fig. 333).
Solução: De acordo com os dados, conhecemos o triângulo retângulo IPM;
conhecemos também o vértice A, pois IA = AP.
No ponto A, elevaremos uma perpendicular que determinará sobre IM o ponto
O; enfim, a perpendicular OF a IM determinará o foco.
Conhecendo o foco e o vértice, estamos no caso do ex. 485.

491. Construir uma parábola, conhecendo a distância de uma


tangente ao foco e o raio vetor do ponto de contato.
Solução: No triângulo retângulo OMF, conhecemos OF e MF. Podemos
construir este triângulo. Podemos também construir o triângulo isósceles IMF,
duplo do triângulo retângulo OMF; enfim do ponto M, abaixa-se MP sobre o
prolongamento de IF. É a construção do exercício precedente

492. Na parábola, a paralela ao eixo, traçada pelo ponto de


encontro de duas tangentes, divide em duas partes iguais
a corda que une os pontos de contato.
m _ x
M

D L

Fig. 334
m’ M'
F

220
Capítulo 8

Solução: Seja N o ponto de encontro de 2 tangentes.


Temos:
Nm = NF = Nm'
A reta ND, traçada paralelamente ao eixo, passa, pois, pelo meio de mm'. Mas
como ND é paralela a Mm, M'm', ela divide MM' na mesma razão que mm'.
Logo, o ponto L é o meio de MM'.

493. Traçando-se ordenadas de dois Pontos M e M' de uma


parábola, o trapézio MM'P'P obtido, tem uma superfície
dupla do triângulo NTT', formado pelo eixo e as tangentes
dos pontos M e M'. (N é o ponto de encontro das tangentes
MTeMT).

T T’ A P’ L’ P

Fig. 335

Solução: Com efeito, traçando-se NL paralelamente ao eixo, ela passará pelo


meio L de MM', e, portanto, a ordenada LL' será igual à semi-soma das bases
MP, M'P' do trapézio.
Ora, temos:
Triângulo NTT' = 1TT' x LL',

e trapézio MM’P'P = PP* x LL'.


Para mostrar que o trapézio tem uma superfície dupla da do triângulo, basta
mostrar que TT' = PP'; o que acontece, pois:
TA = AP,
TA = AP'
Onde: TA - TA = AP - AP‘,
Ou TT = PP'

494. A área de um segmento parabólico compreendido entre o


2
eixo e uma ordenada, é equivalente aos — do retângulo

que tem por dimensões a ordenada e a abcissa do


segmento.

221
Geometria Elementar

2
Solução: Devemos ter: segm. AMm = -Amx Mm.

Com efeito, seja AM um arco de parábola.


Inscrevamos neste arco uma linha quebrada ALPNM, depois tracemos as
ordenadas dos pontos L, P, N, M.

Fig. 336 N

T n’ p’ /’ A /’ P n m

Sejam T, n', p', I* os pontos em que as tangentes traçadas pelos pontos M, N,


P, L encontram o eixo. De acordo com o exercício precedente, o trapézio
PLIp, por exemplo, será o dobro do triângulo que tem por base pT, e por
altura a semi-soma das ordenadas Pp, LI; o mesmo acontece para outros
trapézios e os triângulos correspondentes.
Se, pois, decompusermos o segmento AMm e a figura AMT em elementos
correspondentes, teremos:
Segm. AMm = 2AMT,
2 2
e, portanto segm. AMm = —triângulo TMm = — AmxMm.

495. Na parábola, os quadrados de duas ordenadas y e y' estão


entre si como as abcissas xex'.A origem das abcissas é
o vértice da curva.
Solução: Temos, com efeito, para uma ordenada y e a abcissa
correspondente x:
y2 = xx 2DF, d)
e, para uma ordenada y' e a abcissa x':
y'2 = x‘ x 2DF. (2)
y2 x
Dividindo membro a membro (1) e (2), temos: .
y’z x'

496. Construir uma parábola, conhecendo uma a abcissa


corresponden te.

2 y2
Solução: A igualdade: / = 2xx DF, dá: DF = .

Logo, DF é uma quarta proporcional aos comprimentos dados y, y e 2x.


Conhecendo o parâmetro, pode-se construir a curva (ex. 486)

222
Capítulo 8

497. Achar o parâmetro de uma parábola AM, cuja direção eixo


é dada.
Solução: Do ponto M da curva, abaixa-se uma ordenada sobre eixo, e tem-
se: = y2x 2DF.
Determina-se DF como no problema precedente.

498. Inscrever um círculo num segmento de parábola


determinado por uma corda perpendicular ao eixo.
Solução: Suponhamos resolvido o problema, e sejam CAE o segmento de
parábola determinado pela perpendicular CE ao eixo, e O o centro do círculo
pedido.

D B Fig. 337

E
Por causa da simetria da parábola em relação ao eixo AB. a corda MM’ que
une os pontos de tangéncia M, M' da parábola e do circulo é perpendicular ao
eixo e paralela a CE; além disso, o ponto O, centro do circulo, e o ponto de
contato B estão sobre AB.
Se conhecéssemos o ponto L, fazendo a subnormal LO igual ao parâmetro p
da parábola, obteríamos o centro O e raio OB do circulo pedido; trata-se, pois,
de determinar o ponto L.
Ora, o triângulo retângulo MOL dá:
MÕ2 =ML2 + LÕ2;

mas MO2 = (BL - p)2, ML2 = 2p x AL e LO2 = p2,

onde: (BL - p)2 = 2p x AL + p2;


desenvolvendo o quadrado (BL - p)2 vem:
BL2 - 2p x BL + p2 = 2p x AL + p2,

BL2 = 2p(AL + BL).

Por outra parte, temos :


BC2 = 2p x AB = 2p(AL + BL), onde BL = BC.
Levando sobre BA, a partir de B, o comprimento BL = BC. determinaremos o
ponto L; teremos, portanto, o ponto O, que está à distância LO - p, do ponto

223
Geometria Elementar

CAPÍTULO 9 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO DO CAPÍTULO 1

499. Se, num triângulo ABC, retângulo em A, a hipotenusa for o


1
dobro do lado AB, o ângulo C = — de ângulo reto; e
1
reciprocamente, C = — de ângulo reto, BC é o dobro de AB.

B M C
Fig. 338

Solução:
1o Tracemos AM, mediana, e Ml, paralela a BA: temos Al - IC (ex. 49), e os
triângulos retângulos AMI, IMC são iguais; então
AM = MC = BM = AB,
e o triângulo ABM é eqüilateral; portanto:
2 1
B = —de reto: logo C = — de reto.

Observação. — Desta demonstração resulta que em qualquer triângulo


retângulo, a mediana relativa à hipotenusa é a metade da hipotenusa: é mais
um processo para se resolver o ex. 113.

1 2
2o Reciprocamente. Se C = — de reto, B = — de reto.

Tracemos a mediana AM. Temos AM = BM, conforme o que precede, e o


triângulo ABM é isósceles. Uma vez, porém, que AM = MC, o ângulo
1 2
MAC = — de reto, e portanto MAB = — de reto. Então, o triângulo isósceles

2 2
BAM dá B = BAM = —de reto. Resulta disto que o terceiro BMA = — de reto

também; logo, o triângulo BAM é eqüilateral; portanto AB = BM = ^BC, ou

BC = 2AB.

500. Achar, sobre um dos lados do ângulo ABO, um ponto O


equidistante do outro lado e do ponto E dado sobre o
primeiro.

224
Capítulo 9 - Revisão do Capítulo 1

Fig. 339

Solução: Suponhamos o problema resolvido e seja OE = OF.


Abaixemos sobre AB a perpendicular ED, e tracemos a reta EF que será
bissetriz do ângulo BED, pois os ângulos OEF, DEF são ambos iguais ao
ângulo OFE.
Logo, para determinar o ponto O, bastará abaixar a perpendicular ED sobre
AB, em seguida, traça-se a bissetriz EF, e afinal, levanta-se no ponto F uma
perpendicular cuja interseção com BE será o ponto procurado.

Observação. — Quando o ângulo ABC é reto, ED é paralela a AB, e então o


ponto O fica evidentemente no meio de BE; se o ângulo ABC for obtuso, ED
encontrará o prolongamento BA' de AB e a solução vem a ser a mesma do
caso em que ABC é agudo.

501. Num triângulo qualquer, a soma das medianas fica


3
compreendida entre o perímetro e os — do dito perímetro.

Solução: Deve-se ter:


3
AB + BC + AC > AM + BN + CP > (AB + BC + AC).

Com efeito, tem-se primeiro (ex. 13) 2AM < AB + AC e por analogia
2BN < AB + BC,
2CP < AC + BC:
Somando-se estas 3 desigualdades, depois supressão do fator 2, dá:
1o AM + BN + CP < AB + BC + AC.

B M C
Fig. 340

Do triângulo AOB, podemos tirar o seguinte: AB < AO + OB.


2 2 2
Ou (ex. 56) AB < —(AM + BN), também BC < |(BN + CP), AC < ±(AM + CP).

225
Geometria Elementar

Pela soma destas três últimas desigualdades, depois das simplificações,


obtemos:
AB + BC + AC < | (AM + BN + CP),

3
Ou 2o AM + BN + CP > (AB + BC + AC)
E reunindo.
3
AB + BC + AC > AM + BN + CP > — (AB + BC + AC).
4

502. Num triângulo qualquer, uma bissetriz interior não excede


a mediana correspondente.
B

A H I M C
Fig. 341

Solução: Seja o triângulo ABC e a bissetriz BI Quando os ângulos A e C são


iguais, o triângulo é isósceles e a bissetriz BI se confunde com a mediana e a
altura. Suponhamos A > C, e demonstremos que a bissetriz BI fica
compreendida entre a mediana e a altura correspondentes. Para isso,
estabeleceremos os dois lemas seguintes:
1o A bissetriz BI se acha no ângulo HBC formado pela altura BH e o lado BC.
Sendo o ângulo A obtuso ou reto, a proposição é evidente; se for agudo,
teremos a desigualdade.

A + —B > 1 reto :
2

Pois A + B + C = 2 retos e A > C dão: 2A + B > 2 retos, ou A + —B > 1 reto.


2
Portanto, o ângulo AIB é agudo, e a bissetriz BI se encontra dentro do ângulo
HBC.
2o O segmento Cl, adjacente ao menor dos dois ângulos A, C, é maior que o
outro segmento Al.
Com efeito, fazendo BA’ = BA, e traçando a reta IA', os dois triângulos ABI,
A'BI serão iguais, e o ângulo CA'I, suplemento de A, é maior que C, o que dá
Cl > A'l, ou Cl > Al.
Seja agora a mediana BM
A expressão Cl > Al dá HM > Hl:
Onde: BM > BI.

503. Num triângulo qualquer, a soma das bissetrizes é menor


que o perímetro e maior que o semi-perímetro do
triângulo.

226
Capítulo 9 - Revisão do Capitulo 1

Solução:
1o De conformidade com o ex precedente, a soma das bissetrizes não
ultrapassa a soma das medianas; logo (ex. 501), é menor que o perímetro.

A
B’
C
Fig.342
2o Por outra parte, temos:
OA + OB' > AB',
OB' + OC > B'C,
OC + OA' > CA',
OA' + OB > A'B,
OB + OC > BC,
OC + OA > CA.
Efetuando a soma temos:
2AA' + 2BB' + 2CC > AB + BC + AC,

Onde: AA' + BB' + CC > (AB + BC + AC).

504. De todos os triângulos formados com um ângulo dado A,


compreendido entre dois lados de soma constante, o
triângulo isósceles ABC é que tem perímetro mínimo.

Fig. 343

Solução: Com efeito, tomemos arbitrariamente BB' = CC, e unamos B' a C;


teremos AB' + AC = AB + AC.
Trata-se, pois de verificar a desigualdade B'C’ > BC.
Tracemos B'D paralela e igual a CC e unamos D e C. O quadrilátero assim
formado B’CCD, é paralelogramo, e B'C = DC. Ora, nos triângulos isósceles
ABC, BB'D, os ângulos A e BB'D sendo suplementares por causa das
paralelas AC e B'D, resulta que os ângulos da base dos mesmos triângulos
são também suplementares, e portanto ABC + B‘BD = 1 reto.
Logo, DBC é reto e DC > BC, ou afinal BC > BC.

227
Geometria Elementar

505. Sobre uma reta dada AB, achar um ponto M tal que a
diferença de suas distâncias a dois pontos dados C, D,
situados de cada lado de AB, seja máxima.

Solução: Tracemos pelo ponto C, simétrico de C, a reta CDM e unamos o


ponto C ao ponto M, teremos:
C

•D

Fig. 344
CM - MD = CM - MD = CD.
Ora, esta diferença é máxima quando os pontos C,D, M, estão em linha reta,
isto é, quando qualquer outro ponto M' nos der:
CM' - M'D < CD.
Com efeito, tracemos M'D; num triângulo CM'D, sabemos que um lado
qualquer CD é maior que a diferença dos outros dois; logo:
CM' - M'D < CD, ou CM' - M'D < CD
Logo, o ponto M assim determinado satisfaz à questão.

Observação. — Evidentemente, se os pontos C e D forem equidistantes de


AB, a diferença é nula e o ponto M não existe.

506. Sobre o lado AB de um triângulo, achar um ponto tal que


a soma de suas distâncias aos outros lados seja mínima.

Solução: Tomemos sobre AB dois pontos quaisquer P, P’ e abaixemos as


respectivas perpendiculares PM, PN, P’M', P'N' sobre os lados AC e BC.
C n

A P P’
B
Fig. 345

Determinemos primeiro qual das duas somas PM + PN e P'M' + P'N' é a


menor.
Para isso, escrevamos a desigualdade: PM + PN * P'M' + P'N'.
Se traçarmos PO paralela a AC e P'R paralela a BC, desigualdade precedente
vem a ser:
PM + PR + RN * P'Q + OM' + P'N’,
e por causa de PM = OM', RN = P'N‘, PR * P'O.

228
Capítulo 9 — Revisão do Capitulo 1

No triângulo ABC. supondo o ângulo B menor que o ângulo A, os dois


triângulos P'PO e P'PR, cuja hipotenusa é comum, nos darão o ângulo
PP'R < P'PO;
Logo: PR < P'O;
Onde: PM + PN < P'M' + P'N’.
Vè-se que neste caso, a soma pedida diminui à medida que o ponto P se
aproxima do vértice A; esta soma é, pois, mínima quando o ponto P se
confunde com A, e vale a altura AD.

Observação. — Quando os ângulos A e B são iguais, sempre se tem


PM + PN = AD; qualquer que seja a posição do ponto P (ex. 44). neste caso
não há valor mínimo.

507. No plano de um triângulo, achar um ponto tal que a soma


de suas distâncias aos três lados do triângulo seja
mínima.

Fig. 346

A H L O B
Solução: Tracemos, por um ponto qualquer P a paralela EF a AB. Supondo
A > B, conforme o exercício precedente, teremos:
ED < PM + PN, ou ED + EH < PM + PN + PO.
Do mesmo modo, a hipótese C > A dará
CL < ED + EH.
O ponto pedido é, pois, o vértice do ângulo maior do triângulo dado, e o
mínimo de PM + PN + PO é a altura que sai do vértice do ângulo maior dc
triângulo, isto é, a menor altura do dito triângulo.

508. O ponto I sendo o meio da base AB de um triângulo


isósceles ABC, e M, um ponto qualquer do lado AC,
demonstrar que a diferença dos comprimentos AB e AM é
maior do que a dos comprimentos IB e IM.

Fig 347

A I B
Solução: Teremos: AB - AM > IB - IM.
Com efeito, podemos escrever:
AB - AM * IB-IM, (D
Ou 2AI - AM * Al - IM, ou ainda Al * AM - IM.
Ora. temos: Al > AM - IM.
A desigualdade (1) vem a ser pois: AB - AM > IB-IM.

229
Geometria Elementar

509. Se traçarmos as bissetrízes dos ângulos exteriores de um


triângulo ABC, os 3 triângulos parciais e o triângulo ABC
são equiângulos. Cada ângulo do triângulo ABC tem por
suplemento o dobro do ângulo que lhe é oposto no
triângulo total.
Solução: Devemos demonstrar:
1o que os três pequenos triângulos ABD, BCE, ACE, e o triângulo total DEF
são equiângulos;
2o que C = 180° - 2D; A = 180° - 2E; B = 180° - 2F.
1o No triângulo ABD, temos:
D= 180° - (BAD + ABD);
Ora, 2BAD + A= 180°;

Logo: BAD = 90°-y.


g
Do mesmo modo: ABD = 90°- — ;

A
Logo: D = 180°-90° + y-90° + ^
R A+B
2
Também temos: E = B F = -A .
2 2
Comparemos, agora, o triângulo ABD com o triângulo DEF; já tém o ângulo D
comum. O ângulo BAG, sendo exterior ao triângulo ABC, é igual a B + C;

Fig. 348

p , p
Onde: BAD = —- = E.
2
Logo, o terceiro ângulo ABD = F e os triângulos ABD, DEF são equiângulos.
Acontece o mesmo para os outros dois triângulos.
A+B
2° O ângulo C = 180° - (A+B); porém acabamos de ver que D = —-—,

portanto A + B = 2D; onde: C = 180° - 2D: logo, C é suplemento do dobro de


D. A mesma demonstração serve para os demais ângulos A e B Disto tudo
resulta com evidência que os pequenos triângulos exteriores ao triângulo
dado são equiângulos entre si.

230
Capítulo 9 - Revisão do Capitulo 1

510. Prolongam-se os lados de um quadrilátero qualquer ABCD;


traçam-se as bissetrizes dos dois novos ângulos assim
formados. Demonstrar que o ângulo FGE das bissetrizes é
igual à semi-soma dos ângulos opostos DAB, BCD.
A+C
Solução: Seja G o ângulo das bissetrizes EG, FG; devemos ten G = —-—.

Fig. 349

Com efeito, os triângulos HGE, BFH dão:


G + GEH + EHG = 180°, e HBF + HFB + FHB = 180°.
Ora, os ângulos EHG e FHB são iguais; onde:
G + GEH = HBF + HFB, e G = HBF + HFB - GEH.
Mas. HBF = 180°-B;
180°-(C + D).
HFB = — =
2 2
GEH = - =
180°-(B + C)
2 2
Temos, por conseguinte:
G = 180°-bJ80O-(CW-)-180°-(B^
2 2
B+D
Ou, simplificando, G = 180°----- -—.

Mas, deA + B + C + D = 360°, deduz-se:

2 2
Portanto, afinal:
G = 180°-(l80°-^i A+C
2 '
No caso de A + C = 180°, o ângulo G é reto.

511. Sejam D, E, F os respectivos meios dos lados BC, AC, AB


de um triângulo ABC, e DG, paralela à mediana CF, traçada
até o seu encontro com o prolongamento de EF:
demonstrar que os três lados do triângulo ADG são
respectivamente iguais às três medianas do triângulo ABC.

231
Geometria Elementar

E F G

B
C D
Fig. 350
Solução: Em primeiro lugar, o lado AD do triângulo ADG é uma das medianas
de ABC. Em seguida, no paralelogramo OCFG, temos DG = CF A mais,
temos também FG = CD = EF
Os dois triângulos AFG, BEF têm, pois, FG = EF, AF = FB, e os ângulos em F
são iguais. Portanto os triângulos são iguais e AG = BE.

512. Dão-se duas paralelas e dois pontos A e B, situados fora


destas paralelas e em lados diferentes; achar o caminho
mais curto de A até B, por linha quebrada ADCB, tal que a
parte CD, compreendida entre as paralelas, tenha direção
dada, xy.
A
D

Fig. 351

Solução: Pelo ponto B, tracemos a reta BE, paralela à direção dada, e igual à
parte de xy compreendida entre as duas paralelas. Unamos o ponto E ao
ponto A, e tracemos DC paralela a BE. O caminho ADCB será o mais curto,
pois qualquer outro, por exemplo AD'C'B é maior.
Com efeito, o paralelogramo D’EBC dá BC = ED', assim o caminho ADCB é
igual ao caminho AD'EB. Ora, AD'EB e ADEB têm parte comum BE, e como o
caminho AD‘E é maior que AE, segue-se que o caminho ADCB é maior que
ADEB ou ADCB. Portanto, o caminho ADCB é realmente o mais curto.

513. Têm-se três quadrados iguais M, N, P; traça-se uma diagonal


em cada um dos dois primeiros, levam-se, em seguida as
hipotenusas dos quatro triângulos retângulos assim obtidos
sobre o lado do terceiro quadrado. Demonstrar que as retas
que unem dois a dois os vértices dos ângulos retos dos 4
triângulos formam um quadrilátero igual à soma dos três
quadrados dados, e que este quadrilátero é também um
quadrado.

232
Capítulo 9 - Revisão do Capítulo 1

Solução: Teremos: 1o IGEK = M + N + P; 2o a figura IGEK é um quadrado.

Fig. 352

• 1o Consideremos os dois triângulos AEM, KLM.


Os ângulos L e MAE são iguais por serem iguais cada um à metade de um
reto; logo, os lados KL, AE são paralelos, e dai resulta a igualdade dos
ângulos LKM e MEA. Logo, os dois triângulos AEM, KLM são iguais; o mesmo
se dá para os outros pares de triângulos análogos. Ora, o quadrilátero IGEK
pode ser considerado como formado pela ablação à figura primitiva dos
triângulos KLM, INP, etc.. , acrescentando-se à mesma os triângulos iguais.
AME, KND, etc... Logo, o quadrilátero IGEK é equivalente á soma dos trés
quadrados dados.

• 2o Da igualdade dos dois triângulos AME, KLM resulta com evidência que o
ponto M está no meio de AL. Também N é o meio de DP. Ora, os
comprimentos AL, DP são visivelmente iguais, por serem excessos de
hipotenusas de triângulos retângulos isósceles iguais sobre os lados do
quadrado P; logo, DN = LM. Então, os triângulos KLM, KND são iguais por
terem cada um ângulo igual à metade de um reto em L e em D,
compreendidos entre dois lados iguais KL = KD e LM = DN. Onde resulta que
o ângulo LKM = DKN. Ora, EKN = LKD - LKM + DKN = LKD = 1 reto.
O mesmo se dá com os 3 outros ângulos; logo, sâo retos também. Aliás, a
igualdade dos mesmos triângulos dá KM = KN, ou KE = Kl, pois que M e N
sâo os meios de KE e de Kl. Deste modo, o quadrilátero IGEK tem todos os
seus ângulos retos e seus lados iguais; logo, é um quadrado.

233
Geometria Elementar

CAPÍTULO 10 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO DO CAPÍTULO 2

514. No triângulo ABC, traçam-se as bissetrízes dos


suplementos dos ângulos A e B as quais se encontram no
ponto O. Provar que a reta que une este ponto ao centro do
círculo inscrito ao triângulo passa pelo terceiro vértice C.

â/
C

o
Fig. 353

Solução: Por se achar o ponto O sobre a bissetriz do ângulo ABN, dista


igualmente de AB e de BN, assim como de AB e de AM, pois que está sobre a
bissetriz AO do ângulo MAB. Logo, dista igualmente também de CA e de CB.
Ora, o centro D do circulo inscrito ao triângulo ABC está também igualmente
distante de CA e de CB, portanto OD é a bissetriz do ângulo C e passa pelo
ponto C.

515. Construir um triângulo conhecendo um ângulo A


adjacente à base, a altura h e o perímetro, 2p.
M
ri b/

A C D K
Fig. 354

Solução: Traça-se uma reta indefinida AK, e constrói-se no ponto A um ângulo


MAK igual ao ângulo dado; em seguida, levanta-se no mesmo ponto a
perpendicular AF = h, e traça-se pelo ponto F uma paralela a AK, cuja
interseção com AM dá o ponto B, que é o vértice do triângulo pedido. Subtrai-se
depois AB de 2p, e iguala-se AD a 2p - AB, une-se B a D e, sobre o meio E
desta reta, traça-se a perpendicular CE, que determina o ponto C, pois
construindo-se BC tem-se BC = CD. ABC é, pois, o triângulo pedido

234
Capitulo 10 - Revisão do Capitulo 2

516. Construir um triângulo, conhecendo-se um lado e duas


medianas (fig. 43).
Solução: Para se resolver este caso, basta lembrar que as medianas se
2
cortam nos — de seus comprimentos a partir do vértice; trata-se, pois, tão

somente de construir um triângulo quando se conhecem os três lados.


Dois casos se devem examinar:
1o uma das medianas dadas sai do vértice oposto ao lado dado;
2o as duas medianas saem dos ângulos adjacentes ao lado dado

517. Construir um triângulo quando se conhecem dois círculos


ex-inscritos.

O'
B.

C Fig. 355
A,

Solução: Bastará traçar às circunferências O, O’ duas tangentes comuns


interiores AC, BC, e uma tangente comum exterior. ABC será o triângulo
pedido.

578. Quando duas linhas bissetrizes de um triângulo são


iguais, o triângulo é isósceles.
Solução: No meio das bissetrizes, levantam-se duas perpendiculares que se
encontram em O; do ponto O como centro com raio AO. descreve-se uma
circunferência que passará evidentemente pelos pontos A, M, N, C.
AB

má-—An Fig. 356

ó A
A? ;C
MN
Ora, os ângulos MAN, MCN são iguais porque têm ambos por medida

logo 8AC = ACB, e o triângulo ABC é isósceles.

235
Geometria Elementar

519. Provar que, quando várias cordas de um círculo,


prolongadas bastante, concorrem num mesmo ponto, os
meios delas estão situados sobre a circunferência de outro
círculo.
/iA

Fig. 357

Solução: Sejam A o ponto de concorrência das cordas do círculo O, e D o


meio de BC. A reta OD é perpendicular sobre BC, logo, o ângulo ADO é reto;
é portanto inscritivel numa semi-circunferência de diâmetro AO, que passa
pelo vértice D do ângulo reto. Provar-se-ia do mesmo modo que os meios de
tódas as cordas saidas do ponto A se acham sobre a circunferência de
diâmetro OA.

520. Os 3 lados AB, AC, BC de um triângulo ABC têm


respectivamente 41m20, 51m40, 50m60: achar os valores
dos seis segmentos AD, BD, BE, EC, CF, AF, determinados
sobre estes lados pelo círculo inscrito no triângulo.
C
/V

Fig. 358

A*"
D I
c ... ►B
Solução: Os três segmentos que devemos considerar são AD, BD, CE, pois
os outros três lhes são respectivamente iguais.
Ora, (ex 130)= AD = p - a,
BD = p - b,
CE = p - c.
4120 + 51,40 + 50,60
Mas p = = 71,60, onde:
2
AD = 71,60- 50,60 = 21m,
BD = 71,60 - 51,40 = 20m20,
CE = 71,60 - 41,20 = 30m40.
Verificação: AD + BD + CE = p = 71m60.

Resposta: 21 m, 20m20 e 30m40.

236
Capitulo 10 - Revisão do Capitulo 2

521. Construir um círculo que passe por um ponto dado e seja


tangente a outro círculo num ponto também dado.

Fig. 359

Solução: Sejam A o ponto dado e P o ponto de contato dos dois círculos. O


centro O do circulo pedido se acha sobre o prolongamento do raio CP, pois
que o ponto de contato está sobre a linha dos centros; porém O está também
sobre a perpendicular OD levantada no meio D de AP, pois que deve ser
equidistante dos pontos A e P: logo, está na interseção de CP com DO.

522. Conhecida a posição de uma reta xy e de um ponto O,


descrever deste ponto como centro uma circunferência que
corte a reta xy em dois pontos, A e B, de tal maneira que
unindo um ponto qualquer do segmento AMB aos pontos A
e B, todos os ângulos assim formados sejam iguais a um
ângulo dado.
N

Mi O
Fig. 360

X D B y

Solução: Constroem-se no ponto O com a perpendicular OD os ângulos


AOD = DOB = o ângulo dado; em seguida, do ponto O como centro, com raio
igual a OA, descreve-se a circunferência pedida, pois.

ANB = = o ângulo dado.

523. Em duas circunferências, O e O', que se cortam em A e B,


une-se um ponto qualquer C da circunferência O aos pontos
A e B, e prolongam-se as retas até encontrarem-se com a
circunferência O' em D e em F. Traçam-se as retas BD e AF:
demonstrar que o ângulo AGB é constante, qualquer que
seja a posição do ponto O sobre a circunferência O.

Fig. 361

237
Geometria Elementar

Solução: O ângulo C sempre terá por medida AMB logo, é constante; este

DEF-ANB
mesmo ângulo tem também por medida Ora, o arco ANB sendo
2
constante, o arco DEF também o é. Mas, o ângulo AGB tem por medida
ANB + DEF
, ou uma quantidade constante; logo, é também constante.
2

524. Quando duas circunferências se cortam, a reta que une as


extremidades de dois diâmetros que partem de um dos
pontos de interseção:
1° é perpendicular à corda que une estes pontos;
2° passa pelo outro ponto de interseção;
3° é a maior das retas que se podem traçar por este ponto
de interseção entre as circunferências.

M'
o^ Fig. 362
G<
M N

F’ N’

Solução: Devemos demonstrar:


1o que MN é perpendicular a AB,
2o que a reta MN passa pelo ponto B;
3o que MBN é máxima.
Com efeito, 1o as retas OO' e MN são paralelas (ex 49); logo, AB,
perpendicular à linha dos centros, OO', é perpendicular à sua paralela MN.
2o Al sendo igual a IB, como o ponto O se acha no meio de AM, conclue-se
(ex. 49) que MN passa pelo ponto B.
3o Tracemos os raios OF, O'F' perpendiculares a MN; teremos OO' = CC' =
MN M’N’
Considerando outra reta qualquer M'BN’, teremos HH' = Mas o

M'N'
triângulo retângulo GHM' dá HG HH'; portanto OO' > HH', ou >
2 '
ou afinal: MN > M'N'.
O mesmo havia de acontecer para qualquer outra reta diferente de MBN; logo
MBN é máxima.

525. Traçam-se tangentes interiores ou exteriores a um círculo


O, inscrito num ângulo A. Demonstrar:

238
Capítulo 10 - Revisão do Capítulo 2

1° que as tangentes interiores BC (BC é qualquer uma


destas tangentes) determinam triângulos de mesmo
perímetro;
2° que as tangentes exteriores ID (ID é qualquer uma destas
tangentes) determinam triângulos em que o excesso do
semi-perímetro sobre o lado ID é constante;
3° que pela união do centro às extremidades das tangentes
interiores ou exteriores, se obtém ângulos constantes para
cada espécie de tangente;
4° que os ângulos centrais são suplementares, tanto para a
tangente exterior como para a tangente interior.
D

Fig. 363
PZ N

L?
A B M I
Solução:
1o O perímetro do triângulo ABC é constante, qualquer que seja a posição de
BC.
Com efeito, PC = CL e BL = BM:
Logo: AB + AC + BC = AP + AM = 2AM
2o Devemos ter:
AI + AD+ID ...
---------------------ID = AM
2
Com efeito:
AD + Al + ID = 2AM + 2IN + 2DN,
AD +AI + ID
= AM + IN + DN,
2
AD + AI + ID
= ID = AM
2
3o O ângulo COB é constante, pois é igual à metade do ângulo POM,
suplemento do ângulo A.
Do mesmo modo, DOI é constante, pois é igual à soma dos ângulos PON,
MON.
4o PON + MON + POM = 360°,
PON+MON+POM <ono
Onde: COB + DOI = -------------------------------= lou
2

239
Geometria Elementar

526. Em duas circunferências que se cortam, traçar por um


dos pontos de interseção, uma secante comum de
comprimento dado, I.
Solução: Seja CD = I a secante pedida Tracemos dos centros O e O' as
perpendiculares OM, O'M' sobre CD, e suponhamos a reta OP paralela a CD.

CJ___ D
A M'

C,
4 ...jO’

-yp'
-1 D’
Fig. 364

No triângulo retângulo OOP, conhecemos a hipotenusa OO' ou distância dos


CD I
centros e OP = MM’ = — = 1.
2 2
Com 00' como diâmetro, descrevamos uma semi-circunferência sobre a qual,

a partir de O, traçaremos uma corda OP = Agora, resta só traçar pelo

ponto A a reta CD, paralela a OP, para se ter a reta pedida.

Observação. — LA corda OP pode também cortar em P' a outra semi-


circunferência descrita com 00' como diâmetro. E traçando-se pelo ponto A
uma paralela a OP', ter-se-á outra solução, CD'.
II. Para que haja solução do problema, é necessário que o triângulo OPO' seja

possível. Para isso, é preciso que OP ou não seja maior que OO‘. Deste

modo, o valor maior de I é 200’, e a reta CD, traçada pelo ponto A, é máxima,
quando paralela à linha dos centros.

527. Achar o lugar dos pontos onde se vê a reta AB sob um


ângulo dado.
Solução: O lugar procurado é o segmento capaz do ângulo dado e descrito
sobre AB. Com efeito, seja AMB o segmento capaz do ângulo dado. 1o De
qualquer ponto M do arco AMB, vè-se a reta AB debaixo de ângulo igual a
AMB, igual ao ângulo dado; 2o de qualquer ponto I, no interior do segmento,
vé-se a reta AB sob um ângulo I > M; 3o de qualquer ponto E, exterior ao
segmento, vê-se a reta AB sob um ângulo E < M. O lugar é pois o arco AMB.

ax' 7 B Fig, 365


N"
m

240
Capítulo 10 - Revisão do Capítulo 2

Observação. — Dobrando-se o arco AMB ao redor de AB, forma-se outro


arco AMB que é, abaixo de AB, o arco onde se vê AB sob um ângulo dado.
Além disto, é evidente que os arcos ANB, AN'B representam o lugar onde se
vê a reta AB sob um ângulo suplementar do ângulo dado.
Afinal, se o ângulo dado for reto, os arcos AMB, AND são semi-
circunferências descritas com o diâmetro AB; por conseguinte, o lugar onde
se vê uma reta sob um ângulo reto é o círculo descrito sobre esta reta como
como diâmetro.

528. Circunscrever a um triângulo ABC outro triângulo AEF


igual ao triângulo dado D'E'F'.

D’

Fig. 366

E’ El/
Solução: O ponto D se encontrará sobre o arco capaz do ângulo D’, e descrito
sobre a corda AB; do mesmo modo, o ponto F ficará sobre o segmento capaz
do ângulo F', e descrito sobre a corda AC.
Agora, se traçarmos pelo ponto A uma secante DF = D'F‘ (ex. 526), e também
DBE, FCE, teremos o triângulo pedido DEF. É, com efeito, igual a D’E'F’, pois
estes 2 triângulos têm lado igual adjacente a 2 ângulos iguais.

529. Por um ponto A, fora de uma circunferência, traçar uma


secante que seja dividida pela circunferência em duas
partes iguais.

Fig. 367

B’
Solução: Seja AB a secante pedida, e C o meio dela. Prolonguemos OC de
uma quantidade CD = OC e unamos A a D, O a B. Os 2 triângulos ACD, COB
tem ângulo igual compreendido entre lados iguais; logo sâo iguais e AD = OB.
Descrevendo-se pois, do ponto A como centro uma circunferência igual à
circunferência O, em seguida, do ponto O como centro com raio dobro do
primeiro, um arco que corte em D a circunferência A, a interseção C da reta
DO com a circunferência O será o meio da circunferência pedida; traçar-se-á
enfim ACB

241
Geometria Elementar

Observação. — Para que haja solução, é preciso ter AO < AD + DO, ou


AO < 3OB, ou quando mais AO = 3OB. Tendo-se AO < 3OB, os arcos
descritos dos pontos A e O se cortam nos pontos D e D’, e as secantes AB,
AB' respondem à questão. Mas, se AO = 3OB, a secante AB passa pelo
centro do círculo e há uma só solução.

530. Achar o lugar geométrico dos meios das cordas saídas:


1° de um ponto fora do círculo;
2° de um ponto tomado sobre a circunferência;
3° de um ponto tomado no interior do circulo.
P

G
i
<F

A
D
Fig. 368

Solução: 1o Consideremos duas cordas quaisquer PA, PB oriundas do ponto


exterior P. Tracemos o diâmetro PD, e unamos os meios E, F de cada corda
ao centro O. Os dois triângulos PEO e PFO são retângulos em E e em F;
logo, as medianas GE, GF são iguais a GO (ex. 499). Portanto, se do ponto G
como centro descrevermos uma circunferência de raio GO, passará pelos
pontos E, F; logo, será o lugar geométrico pedido.

E.
TÓ\
A'
B
D
Fig. 369

2o e 3o Se o ponto P se achar sobre a circunferência ou no interior do circulo,


PO
tomaremos ainda o meio de PO por centro, e como raio, e a
2
circunferência que descrevermos passará pelos meios de todas as cordas
saídas do ponto P

242
Capítulo 10 - Revisão do Capítulo 2

531. Com raio dado, descrever uma circunferência que passe


por um ponto dado e tangente a outra circunferência
também dada.
Solução: Sejam O o centro da circunferência dada, r o raio, A o ponto dado e
r" o raio da circunferência procurada.
Trata-se tão somente de determinar o centro O' desta última Há 3 casos
principais- o ponto A pode ficar fora do circulo r, sobre a circunferência r ou
dentro do circulo r. Correspondem estes 3 casos respectivamente a OA > r,
OA = r, OA < r, e cada um deles se subdivide em outros 3, como se vê no
quadro seguinte:
1o CASO. OA > r, e 1or < r, 2o r* = r, 3o r1 > r;
2o CASO OA = r, e 1or* < r, 2o r* = r, 3o r* > r;
3o CASO. OA < r, e 1or* < r, 2o r* = r. 3o r* > r.

Fig. 370

1o CASO. OA >re 1°r‘<r. Pois que A é exterior, a circunferência r* não pode


ser interior à circunferência r. Aliás, a circunferência r não pode ser interior à
circunferência r' por causa de r > r‘: logo, as duas circunferências serão
tangentes exteriormente. Do ponto O como centro, com raio r + r3 descreve-se
uma circunferência; o centro do circulo tangente deve achar-se sobre esta
circunferência, mas deve ficar também à distância r* do ponto A.
Descrevendo-se, pois, do ponto A com raio r*. uma segunda circunferência
que corte a primeira, ter-se-ão geralmente dois pontos O’, O" que poderão
servir de centros de círculos, os quais são soluções do problema.
A distância dos centros das duas circunferências auxiliares, r + r* e r* é OA, a
soma de seus raios r + 2r', sua diferença, r. Ora, a suposição foi OA > r. Para
este caso, haverá pois duas soluções, uma só, ou nenhuma conforme os
dados seguintes:
OA < r + 2r*. ou OA = r + 2r*, ou OA > r + 2r*.
1o CASO. OA>r,e2°r’ = r. Uma vez que A é exterior, sendo iguais os raios r,
r*. as duas circunferências não podem ser interiores uma à outra; serão,
portanto, tangentes exteriormente; uma das circunferências auxiliares terá o
raio r + r e a outra o raio r; a soma dos raios será, pois, igual a 3r.
Uma construção idêntica à precedente dará ainda duas soluções, uma só ou
nenhuma segundo se tiver:
OA < 3r, ou OA = 3r, ou OA > 3r.
1o CASO. OA > r, e 3o r’ > r. As circunferências r e r* podem ocupar posições
análogas às que ocupam nos dois casos precedentes. Haverá pois ainda
duas soluções, uma só ou nenhuma, segundo se tiver.
OA < r + 2r*. ou OA = r + 2r', ou OA > 2r*.

243
Geometria Elementar

Fig. 371

Mas, como r* > r, a circunferência r* pode ainda envolver a circunferência r.


Então, a distância dos centros das circunferências r e r’ é r' - r.
Descrever-se-á, pois, uma circunferência do ponto O como centro (1o caso,
1o) com raio igual a r* - r, e do ponto A como centro com raio r', descrever-se-
á segunda circunferência que cortará a primeira em 2 pontos O' e O". Estes
pontos serão os centros de duas circunferências r1 a envolverem a
circunferência r.
A distância dos centros das duas circunferências auxiliares é OA, a soma de
seus raios é r* + r* - r = 2r' - r, e sua diferença r’ - (r* - r) = r.
Tem-se OA > r. Haverá, pois, duas circunferências a envolverem a
circunferência r, uma só, ou nenhuma segundo se tiver:
OA < 2r* - r, ou OA = 2r' - r, ou OA > 2r' - r.
O problema admite, pois, no caso em apreço 4, 3, 2, 1, ou nenhuma solução. Há
4 para OA < 2r* - r, pois que esta expressão dá a fortiori ainda OA < r + 2r’;
3 quando OA = 2r* - r, pois esta igualdade ainda dá OA < r + 2r*.
Pelo mesmo motivo, há duas soluções quando OA está compreendido entre
2r^ - r e 2I3 + r; uma, quando OA = r + 2r*. e nenhuma quando OA é > 2r’ - r.

2o CASO. OA = r, e r* < r ou r' — r, ou r* > r.


Como o ponto A se acha ao mesmo tempo sobre a circunferência r e sobre a
circunferência r', vem a ser o seu ponto de contato; por conseguinte, o centro
procurado O’ se acha sobre OA, de um e outro lado do ponto A, à distância r*.
Tomar-se-á pois, em primeiro lugar, sobre o prolongamento de OA, o
comprimento AO' = r1 e do ponto O' como centro, com o raio r', descrever-se-á
uma circunferência que nos 3 casos será exterior à circunferência r.
Tomar-se-ã, em segundo lugar, no sentido de AO, o comprimento AO" = r*. e
do ponto O" como centro, com raio r, descrever-se-á uma circunferência que
será envolvida pela circunferência r, se f < r, ou envolverá a circunferência r,
se r* > r. Porém se r* = r, as duas circunferências se confundem e não há
solução.

Fig. 372

244
Capítulo 10 - Revisão do Capítulo 2

3o CASO. OA < r, e 1o r* < r. Pois que o ponto A está no circulo r, a


circunferência r' está envolvida pela circunferência r. A distância dos centros
das circunferências r e r1 é r - r’.
Do ponto O como centro, com raio igual a r - r1, descrever-se-á pois uma
circunferência e do ponto A como centro, com raio r*. outra circunferência será
descrita que cortará a primeira em O' e em O" Estes pontos hão de ser os
centros de duas circunferências r' envoltas pela circunferência r.
A distância das duas circunferências auxiliares é OA, a soma de seus raios é
r - r1 + r‘ = r e sua diferença (r - r') - r1 = r - 2r*, ou r* - (r - r") = - r,
conforme se tiver r* < ou > r - r’. Tem-se OA < r. Haverá, pois, duas soluções,
uma só, ou nenhuma, conforme os dados seguintes:
OA > r - 2r*. ou 2r' - r; ou OA = r - 2r* ou 2r* - r; ou OA < r - 2r*. ou 2f - r.
3o CASO. OA < r, e 2o f = r; 3o CASO. OA < r e 3o r* > r.
Com evidência, o problema é impossível nos 2 casos: com o ponto A
interior, a circunferência r deve envolver a circunferência r‘; seria pois
necessário ter r* < r, o que não se dá.

532. Descrever, com raio dado, uma circunferência tangente a


duas circunferências dadas.
Solução: As duas circunferências dadas, O e 0', podem ocupar, relativamente
uma à outra, 5 posições diferentes, e como se devem fazer, para cada posição,
todas as hipóteses diferentes possíveis sobre as grandezas relativas dos
comprimentos conhecidos OO', r, f, r”, o problema admite pois 5 casos
principais que se subdividem em vários casos particulares.
Como já resolvemos o caso precedente com todos os detalhes que se podem
considerar, contentar-nos-emos com a resolução de um caso particular desta
ampla questão, deixando ao leitor o cuidado de a desenvolver mtegralmente.
Sejam O, O* os centros das circunferências dadas, r, r* os raios, e r" o raio da
circunferência procurada.

Fig. 373

Trata-se de determinar o centro O" desta última Suponhamos que as


circunferências r, r' são exteriores sem serem tangentes e r > r1, ou r = r*. e
afinal r > r" < r'.
A circunferência r” não pode ser interior a uma das circunferências dadas,
pois que deve ser tangente a ambas. Nem tão pouco pode envolvê-las, pois
que supusemos r > r" < r': logo, a circunferência r" será exterior às duas
circunferências dadas. A primeira distância dos centros ou OO" = r + r” e a
segunda ou 0'0" = r1 + r". Descrevendo-se, pois, duas circunferências com
centros em O e O' e de raios r + r' e r' + r", cortar-se-ão no ponto O", que será
o centro da circunferência r". Bastará descrevê-la para obter uma solução.
A distância dos centros das circunferências auxiliares OO', a soma dos raios
r + r" + r' + r" = r + r* + 2r",

245
Geometria Elementar

e sua diferença, r + r" - r* - r" = r - r*.


Aliás, OO' é > r - r*. O problema admite, pois, duas soluções, uma só, ou
nenhuma, conforme se tiver:
OO' < r + f + 2r", ou OO'= r* + 2r”, ou OO' > r + r* + 2r".

533. Construir um triângulo equilátero com os vértices sobre 3


paralelas dadas.
H.. ■. B

C
7\ 7x p
•N

i
'A M
Fig. 374

Solução: Suponhamos o problema resolvido. Seja ABC o triângulo pedido.


Descrevamos uma circunferência que passe pelos vértices A, B, C.
Esta circunferência corta a paralela P num certo ponto H; tracemos HC, HA. O
AC 180°
ângulo CHA = CBA, pois têm por medida comum ; logo CHA = —— .

Em um ponto qualquer da paralela P, tracemos duas retas HC, AH que

formem ângulo igual a ■. Estas retas cortam as paralelas N, M nos

pontos C e A; tracemos CA e descrevamos uma circunferência que passe


pelos pontos A, H, C. Esta circunferência corta a paralela P em B; tracemos
ainda CB, AB, e temos o triângulo procurado.

246
Capítulo 11 - Revisão do Capítulo 3

CAPÍTULO 11 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO DO CAPÍTULO 3

534. Os dois segmentos de uma reta dão produto máximo


quando a reta é dividida em duas partes iguais.

A C O B
Fig. 375
Solução: Seja AB a reta dada. Com diâmetro AB, descrevamos uma semi-
circunferéncia, e no centro O, levantemos a perpendicular OM. Temos:
OM2 = AO x OB; outra perpendicular qualquer CD, daria. CD2 = AC x CB; ora,
OM é a maior perpendicular inscrita na semi-circunferèncja AMB, e podemos
escrever: OM2 > CD2, onde: AO x OB > AC x CB.
Ver em álgebra uma segunda solução, pelo método dos máximos e mínimos.

535. Construir um triângulo, quando se conhecem as trés


alturas.
Solução: Seja ABC o triângulo pedido. Sejam também a, b, c os 3 lados, e a’,
b', c' as 3 alturas correspondentes
Os triângulos semelhantes CBE, CAD, dão: § =
b a

B' D C
Fig. 376

Também os triângulos semelhantes BCF, BAD, dâo: ~ •

Onde: aa' = bb' = cc'.


Dividindo-se cada uma destas razões por a’b, dá:
a b cc' c abc
--- = ----= -------- = ------- : OU — = ---- = —rr-r.
b' a' a'b* a’b' b' a’ a'b'

A igualdade destas razões nos mostra que o triângulo AB'C com lados
AC = b’, B'C = a', AB' = ? “ ,

247
Geometria Elementar

será semelhante ao triângulo ABC (1); uma vez porém que em triângulos
semelhantes, as alturas correspondentes a lados homólogos são retas
homólogas, bastará, para construir o triângulo ABC, tomar sobre a altura
salda do vértice A um comprimento AD = a', e traçar, pelo ponto D, a paralela
BC a B'C.

NOTA. — Para ser possível o problema, é preciso que se possa também

construir o triângulo AB'C'; se admitirmos a1 > b' > c', o que dá a‘ <

condição de possibilidade será < a’ + b', pois um lado qualquer, ,

será menor que a soma dos outros dois, supondo-se também que é maior do
que a sua diferença.
(1) É fácil a construção do triângulo AB’C’, pois que a', b‘ são dados, o 3o lado
AB‘ é quarta proporcional às quantidades conhecidas a', b', c'.

536. Calcular o lado e o apótema do dodecágono regular


inscrito em função do raio do círculo. Aplicar as duas
fórmulas no caso em que R = 3m.

a
D...
B
ÉC
Fig. 377

Solução: 1° Designemos por R o lado AB do hexágono, por c o lado AC, e


por a o apótema OE.
O triângulo retângulo ADC dá: c2 = AD? + DC2.
o
Ora,AD = ^, e DC = R-OD;

RV5
Mas, OD =
F4 2

Portanto, DC = R -
2
Onde:

c2 - — + R2 -”
4 + 2
++ 251
4 ’

c2 =R2(2-75).
c2 = R ^2-73.

248
Capitulo 11 - Revisão do Capítulo 3

2o O triângulo. Retângulo OCE dá


z"'2 R;(2-73)
a' = R2‘È) = 4
g2 = 4R2-R2(2-73)
4
a2 = 5^(2+73),
4
a = 5(72 + 73).

Aplicação: R = 3m;
portanto : c = 3(72 + 73) = 1m551,

a = 1,5(72 + 73) = 2m896.

c — R^2 — y/s, c = 1m551;


Resposta:
a = —72 + 73, a = 2m896.
2

537. Num círculo com raio de 26m, inscreve-se uma corda CD


de 24m; a dita corda divide em duas partes o diâmetro AB
que lhe é perpendicular. Quanto medem os dois segmentos
do diâmetro?

Fig. 378

Solução: Tracemos o raio OC; o triângulo retângulo OCE dá:


ÕÊ2 =R2-CE2,

ÕE2 = (R + CE)(R - CE)

ÕE2 = 38x14 = 532,

OE = 7532 = 23,06
AE = R - OE = 26 - 23,06 = 2m94.
BE = R + OE = 26 + 23,06 = 49m06

Resposta: AE = 2m94; BE = 49m06.

249
Geometria Elementar

538. Sobre o diâmetro AB de um circulo, tomam-se dois


pontos C e D a igual distância do centro: demonstrar que
se unirem os dois pontos C e D a um ponto qualquer M da
--------2 -------- 2
circunferência, a soma CM + MD é constante, seja qual
for o ponto M.

Fig. 379

Solução: Tracemos o raio OM, que é também mediana do triângulo CMD.


Ora (ex. 255), temos:
------- 2
CM2 + MD2 = 2ÕM2 + — .
2
Sendo o segundo membro quantidade constante, a soma CM2 + MD2 também
há de ser constante.

539. Demonstrar que a soma dos lados do quadrado e do


triângulo equilátero inscritos no mesmo círculo excede a
metade da circunferência deste círculo de uma quantidade
menor que centésimo do raio.

Solução: O lado do quadrado é R>/2 e o do triângulo equilátero é R>/3 . É


preciso provar a desigualdade seguinte:
R
R72+Rj3-rrR
200 ’
ou então, dividindo todos os termos por R, resta provar que teremos:
y/2 + y/3-n<-^~.
200
Ora, y/2 = 1,4142 e y/3 = 1732 ; a soma, por excesso, destas duas raízes é:
1,4143 + 1,7321 = 3,1464,
e o valor de n por defeito é 3,1415.
A diferença será pois menor do que 0,0049 e a fortiori menor que 0,005 ou
1
200 '

250
Capitulo 11 - Revisão do Capítulo 3

540. Em duas circunferências tangentes exteriormente, traça-


se uma secante comum que passa pelo ponto de contato.
Demonstrar que as cordas se acham na mesma razão que
os raios; achar, além disso, o meio de se traçar, pelo
ponto de contato, uma secante de que resultem duas
cordas cuja soma seja igual a uma reta dada.

Fig. 380

Solução:
• 1o Tracemos os raios OA, O'C e a linha dos centros que há de passar
pelo ponto de contato, B. Os 2 triângulos AOB, BO'C são isósceles e alérr
disto semelhantes, pois que os ângulos em B são iguais: portanto
AB OA I
BC " O'C ’
• 2o Basta dividir a reta dada em partes proporcionais aos raios das duas
circunferências, inscrever o menor segmento na menor, a partir de B, e
prolongar a reta na outra circunferência.
É evidente que o máximo da reta dada deverá ser a soma dos diâmetros.

541. Dão-se dois círculos secantes. Demonstrar que, se por um


ponto qualquer C do prolongamento da corda comum, se
traçarem duas secantes iguais, um em cada circulo, as
partes inferiores, FD e GK são iguais. Calcular o
comprimento comum das duas partes no caso de AB = 40m,
CB = 20m, CD = 55m.

Fig. 381

Solução: Temos: CDx CF = CAx CB = CKx CG, e como CD = CK, resulta


que CF = CG, e depois FD = GK.
Apliquemos os dados na igualdade CDx CF = CAx CB.

251
Geometria Elementar

Temos: 55 x CF = 60 x 20,
„ . „ 60x20
Onde: CF =----------- = 21,88.
55
Logo: FD = 55 - 21,88 = 33m12.

Resposta: FD = GK = 33m12.

542. Dados um círculo de raio R e o triângulo equilátero ABC


inscrito no circulo, une-se o ponto D, meio do arco ADC,
ao ponto F, meio de BC, e prolonga-se a reta até G:
calcular DG, e os dois segmentos DF e FG.

D
Fig. 382
Solução: Tracemos as retas BD, DC; formamos assim o triângulo BDC,
retângulo em C; segue-se que DCF é também triângulo retângulo, e

DF2 = DC2 + CF2, ou df2 = R2 + ÍR^Y 7R2 ;DF = ^


l 2 J 4 2
As duas cordas BC, DG se cortam em F, meio de BC, e dão:
cr* nc qc cc R>/3
FG x DF = BF x CF =-------x-------- ,
2 2
„ Rx/7 3R2
FG x------- =------ ,
2 4
„ 3R 3Rx/7
FG = —f=- =---------;
2x/7 14
e como DG = DF + FG,
. . nn Rx/7 3Rx/7 5RV7
tem-se afinal. DG =-------- f--------- =---------- .
2 14 7

Resposta: DG = DF = FG = ^7,
7 2 14

543. AB e AC são os lados iguais do triângulo isósceles ABC


inscrito numa circunferência. Toma-se sobre BC um ponto
qualquer D entre B e C, e traça-se a reta AD que se
prolonga até F, ponto em que encontra a circunferência;
provar que AB é meia proporcional entre AD e AF.

252
Capitulo 11 - Revisão do Capítulo 3

Solução: Deve-se ter: AB2 = AF x AD.

Fig. 383

Com efeito, os triângulos ABD e ABF, sendo equiãngulos, são semelhantes e


dão:
AF AB.
AB AD'
onde : AB2 = AF x AD.

544. Do ponto O, tomado no plano do triângulo ABC, traçam-se


perpendiculares aos 3 lados; determinam-se 6 segmentos
tais que a soma dos quadrados dos que tém extremidades
comuns é igual à soma dos quadrados dos demais.
Solução: Devemos ter: AD2 + FC2 + BE2 = AF2 + CE2 + BD2.

Fig. 384
Unamos o ponto O aos 3 vértices, temos:
ÕD2 + ÃD2 = ÕF2 + ÃF2,

ÕF2 + FC2 = ÕÊ2 + CÊ2.

ÕÊ2 + BÊ2 = ÕD2 + BD2.


Somando membro a membro, e suprimindo termos iguais, obteremos:
ÃD2 + FC2 + BÊ2 = ÃF2 + CÊ’ + BD2.

545. A soma dos quadrados de duas cordas perpendiculares é


igual a oito vezes o quadrado do raio, menos quatro vezes
o quadrado da distância do centro ao ponto de interseção
das duas cordas.

253
Geometria Elementar

..... M / !_\B
A/Lr
Fig 385
/O *

--------- -
Solução: Devemos ter: AB2 + CD2 = 8OD2 - 4OI2.
Com efeito
(1) ÃB2 + CD2 = (Al + IB)2 + (Cl + ID)2,
(2) ÃB2 + CD2 = Ãí2 + ÍB2 + 2AI x IB + Ci2 + ÍD2 + 2CI x ID.

ou (ex. 252) (3) ÃB2 + CD2 = DÊ2 + 2(AI x IB + Cl x ID)


Tracemos, pelo O, OM e ON perpendiculares a AB e a DC; pois que M está
no meio de AB:
Al = AM + MI e IM = AM — Ml;
Logo: Al x IB = (AM + Ml) (AM - Ml) = ÃM2 - Mi’ .
Do mesmo modo: Cl x ID = CN2 - N|2.
Logo, a igualdade (3) vem a dar.
ÃB2 + CD2 = DÊ2 + 2ÃM2 - 2MÍ2 + 2CN? - 2NI? .
Mas, CN = DN,
onde:
ÃB2 + CD2 = DÊ2 + 2ÃM2 + 2DN2 - 2(M|2 + Ni’),

ÃB2 + CD2 = 4ÕD2 + AB *CD - 2Õi’,

2ÃB2 + 2CD2 = 8ÕD2 + ÃB2 + CÕ’ - 4Õi2.


Afinal: ÃB2 + CD2 = 8ÕD2 - 4Õ|2.

546. Em todo triângulo, a distância dos centros da


circunferência inscrita e da circunferência circunscrita é
meia proporcional entre o raio desta e o excesso deste
raio sobre o dobro do raio daquela.

Fig 386

254
Capítulo 11 - Revisão do Capítulo 3

Solução: Sejam o e O os centros das duas circunferências, r e R os raios;


deveremos ter: oO2 = R(R - 2r).
Com efeito, as bissetrizes CoE, AoD, dão:
arco CD + arco AE = arco EBD, ou ângulo CoD = ângulo ECD.
Logo, DC = oD.
Se traçarmos o diâmetro DOF, há de ser perpendicular no meio H da corda
BC, o que dará, por causa do triângulo retângulo DCF:
5c2 = DFxDH,
ou então, já que DC = oD:
oD = 2R x DH. (1)
A perpendicular oM a DF é ao mesmo tempo, paralela a BC, e dá: HM = r;
Onde:
ÕÕ2 = ÕD2 + DÕ2 - 2DO x (DH + HM),
ÕÕ2 = ÕD2 + R2 - 2R(DH + r). (2)
Somando-se membro a membro as igualdades (1) e (2), vem:
ÕD2 + ÕÕ2 = 2R X DH + ÕD2 + R2 - 2R(DH + r);
onde tiramos, depois de haver efetuado e simplificado:
ÕÕ2 = R(R - 2r).

NOTA. — Disso resulta que o raio R do círculo circunscrito não pode ser
menor que o diâmetro 2r do círculo inscrito.

547. Em qualquer triângulo, unindo-se o vértice A a um ponto


qualquer M da base BC, tem-se a relação:
'ÃB ■ CM + ÃC2 ■ BM = BC(ÃM2 + BM ■ CM).

B D M G
Fig. 387

Solução: Com efeito, abaixemos AD, perpendicular sobre BC, o triângulo


ABM dará: ÃB2 = ÃM2 + BM2 - 2BM DM ,
E o triângulo AMC: ÃC2 = ÃM2 + CM2 + 2CM ■ DM .
Para a eliminação de DM, multiplicaremos a primeira igualdade por CM e a
segunda por BM; somando então, teremos:
ÃB2 ■ CM + ÃC2 ■ BM = ÃM2 • CM + ÃM2 ■ BM r SM’’ CM r CM2 ■ BM.
ÃB2 CM + ÃC2 ■ BM = ÃM2(CM + BM) + BM ■ CM(BM - CM).

255
Geometria Elementar

(a)ÃB2 CM + AC2 -BM = AM2 BC + BM CM BC;

afinal: ÃB2 ■ CM + ÃC2 BM = BC(ÃM2 + BM ■ CM).

Observação. - I. Se o ponto M estiver no meio de BC (BM = CM), a relação


geral (a) vem a ser:
ÃB2 BM + ÃC2 BM = ÃM2-2BM + BM-— BC;
2
2
Onde: ÃB2 + ÃC2 = 2ÃM2 +
2
Já encontramos esta relação no ex. 255.

II. Se a reta AM for bissetriz do ângulo A, teremos:


BM CM BC
AB " AC " AB + AC ’
AB-BC AC BC
Onde- BM = ------------- ,, eeCM
CM =
= ------------- .
AB + AC-------------- AB + AC
Substituindo estes valores no 1o membro da relação geral, temos:
ÃB2 AC BC + ÃC2 AB BC o.,
------------------------------------------ = BC(AM + BM ■ CM);
AB+AC
ABAC(AB +AC) = AM? + BM ■ CM;
AB + AC
onde . AB ■ BC = ÃM2 + BM ■ CM.
Esta relação já foi encontrada no ex: 265.

548. Se por um ponto tomado fora de um circulo se traçarem


duas secantes equidistantes do centro, as diagonais do
quadrilátero formado pelos pontos de interseções se
cortam num ponto constante.
T
B

M O’ - N
D1
C
Fig. 388

Solução: Sejam o ponto M e as secantes MAB, MDC. O ponto de interseção I


das diagonais AC, DB do quadrilátero ABCB é constante.
Com efeito, o centro O. sendo equidistante de MB e de MC, se encontra
sobre a bissetriz MON do ângulo BMC. Outrossim, as cordas AB e DC são
iguais. Portanto, os triângulos AIB, DIC são iguais, e por conseguinte, as
distâncias do ponto I aos lados iguais AB, DC são iguais; logo, o ponto I está
também sobre a bissetriz MON.

256
Capítulo 11 - Revisão do Capítulo 3

Por outra parte, se traçarmos OB, formamos dois triângulos MOB, MAI,
semelhantes por terem o ângulo AMI comum, o ângulo MOB tem por medida
o arco PB, e o ângulo MAI, suplemento de BAI, tem por medida:
PB . PC _ DD
^ = PB.
2 2

Estes triângulos dão: — =


BM MO
MBxMA
onde: Ml =
MO
Mas, a tangente MT dá: MB x MA = MT2.
Substituindo este valor na igualdade precedente, obtemos:
... MT2
Ml =------ .
MO
Ml é, pois, constante, e, por conseguinte, o ponto I, pois que as quantidades
MT e MO são constantes.

549. Dão-se 2 pontos A e B sobre uma paralela a uma reta dada


xy; sua distância AB = 2a, a distância das duas paralelas é b:
a que distância da reta AB se encontra o centro do círculo
que passa pelos pontos A e B e é tangente à reta xy?

A C B

x D y
Fig. 389

Solução: O centro O deve encontrar-se sobre a perpendicular CD que passa


pelo meio de AB; e também sobre a perpendicular OM: é pois fácil determiná-
lo.
Procuraremos agora a distância CO em função de a e de b. O triângulo
retângulo ACO dá:
cõ2 = Ãõ2 - a2,
CÕ2 =(b-CO)2-a2,

CÕ2 = b2 - 2b x CO + CÕ2 - a2;

portanto : 2b x CO = b2 - a2;
b2 - a2
onde : CO = -——.
2b

b2 - a2
Resposta: CO = ———.

257
Geometria Elementar

550. Num círculo dado, pede-se determinar sobre a tangente


no ponto A, um ponto T tal que, se por este ponto se
traçar uma reta que passe pelo centro do círculo e
encontre a circunferência em 2 pontos M, M', a parte TM
seja igual ao diâmetro MM'. Aplicação: R = OA = 3m015.
Solução: Suponhamos o problema resolvido, e seja MT = MM'.
T OM 1
Temos: ----- = — . Tracemos o raio OA e a paralela MN a AT; os triângulos
OT 3
ON OM 1.
semelhantes OMN e OTA dão------ =
OA OT 3'

Onde:ON = -OA.
3
T

M
Fig. 390

lrA
M’

Faremos, pois. ON
Faremos, pois, = -OA;
ON = ^OA; pelo
pelo ponto N, traçaremos
ponto N, traçaremos NM paralela a
NM paralela AT;
a AT;

afinal, o diâmetro M'OM prolongado encontrará a tangente no ponto T, que


será o ponto pedido

Aplicaçao:
OA = 3,015 dá TM = 2 x 3,015 = 6,03
TM'= 4 x 3,015= 12m06,
ÃT’=12,06x6,03,
Onde
AT = 7^2,06x6,03 = 8m52

Resposta: AT = 8m52.

551. Num triângulo qualquer ABC, os meios a, b, c dos lados, os


pés I, m, n das alturas, os meios p, q, r das distâncias que
separam os vértices A, B, C, do ponto de concurso H das
alturas, são 9 pontos situados sobre uma mesma
circunferência; o centro O' desta circunferência é o meio da
reta que une o centro O do círculo circunscrito ao triângulo
ao ponto de concurso H das alturas, e seu raio é igual à
metade do raio deste círculo.

258
Capitulo 11 - Revisão do Capitulo 3

,m
c

B
Fíg. 391
Solução: Com efeito:
1o ab sendo igual e paralela a Ac, a figura Abac é paralelogramo, e ângulo
cab = ângulo cAb = cAI + lac.
Ora, no triângulo retângulo ABI, o ponto c estando no meio de AB, o triângulo
Acl é isósceles (ex. 499), e ângulo clA = ângulo cAI. Pela mesma razão,
ângulo blA = ângulo bAI; logo, ângulo clb = ângulo cAb = cab; logo, o círculo
que passa pelos meios a, b, c dos lados do triângulo, passará também pelo pé
I da altura Al. Demonstrar-se-ia do mesmo modo que há de passar também
pelos pés m e n das outras duas alturas.

2o As retas al, bm, cn sendo cordas do círculo considerado, o centro deste


círculo será a interseção das perpendiculares levantadas sobre os meios
destas cordas.
Ora, qualquer uma destas perpendiculares, por exemplo IO', passa pelo meio
O' de OH: logo, O' é o centro procurado.

3o Traçando-se aO', esta reta prolongada passará pelo ponto p, pois que os
pontos O' e p sâo os meios das retas OH, AH

Os triângulos aOO', O'Hp que têm ângulos iguais e OO' = O'H, são iguais, e
tem-se O'p = O'a e aO = Hp = Ap. Logo, o círculo considerado, passando por
a passará também por p, meio da distância AH que separa o vértice A do
ponto de concorrência H das alturas. Provar-se-ia do mesmo modo que o
círculo passa pelos pontos q e r.

4o Afinal, conforme o que precede, ap sendo igual e paralela a AO, a figura


ApaO é paralelogramo, e o diâmetro ap do círculo considerado é igual ao raio
OA do circulo circunscrito ao triângulo

NOTA. — O círculo que passa pelos nove pontos a, b, c... recebeu, por este
motivo, o nome de círculo dos nove pontos.

259
Geometria Elementar

CAPÍTULO 12 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO DO CAPÍTULO 4

552. Determinar a área de um trapézio em função dos 4 lados.


Solução: Ter-se-á, para a área do trapézio ABCD:

S=- J(a + b + d-c)(b<-c + d-a)(a + b-c-d)(a + d-b-c).


4 a-c

Fig. 392

á E
Com efeito, traçando-se CE paralela a DA, fica determinado o triângulo BCE.
cujos 3 lados são conhecidos, pois n = a - c. Ora, temos, no ex. 248, para a
altura h deste triângulo:
h 7(n + b + d)(n + d - b)(n + b - d)(b + d - n)
2n
Substituindo-se nesta igualdade n por seu valor a-c, vem:
J(a-c+b + d)(a-c + d-b)(a-c + b-d)(b + d-a + c)
2(a-c)
Mas esta altura é também a do trapézio, e tem-se pois: S = 3 * C x h.

Ou S = ■ -+-C ^(a + b + d-c)(b + c + d-a)(a + b-c-d)(a + d-b-c).

553. 1° Construir 7 hexágonos regulares iguais, de modo que


seis dentre eles tenham dois vértices situados sobre uma
circunferência dada e um lado comum com o sétimo que
deve ter o mesmo centro;
2° provar que o Polígono côncavo formado pelos 7
hexágonos é equivalente ao hexágono regular inscrito na
circunferência dada.

Fig 393

260
Capítulo 12 — Revisão do Capítulo 4

Solução: 1o Suponhamos o problema resolvido, e seja OA o raio do círculo


circunscrito ao sétimo hexágono ABCDEF. Os hexágonos, sendo regulares,
tém os ângulos iguais, e FAG = BAG; por isso, seu lado comum AG é o
prolongamento do raio OA, que divide o ângulo BAF em duas partes iguais.
Ora, se traçarmos as retas OM, AM, por causa de OA = AG, a reta AM será
mediana do triângulo OMG, e teremos (ex. 255):
ÕM2 + GM2 = 2ÃM2 + 2ÕÃ2, ou ÕM2 + ÕÃ2 = 2ÃM2 + 2ÕÃ2.

Mas AM, lado do triângulo equilátero inscrito, é igual a OA.y/3 ; logo,


2AM2 + 6OA2. Substituindo este valor na igualdade precedente, temos:

ÕM2 + ÕÃ2 = 6ÕÃ2 + 2ÕÃ2,

7ÕÃ2 = ÕM2,

ÕÃ2 = 2^L = OMx


—OM.
7
1
Logo, o raio desconhecido OA é meio proporcional entre o raio dado e —
7
deste raio.

2° O polígono côncavo em apreço, consta, como se vê na figura, de sete


hexágonos iguais ao que está inscrito no círculo de raio OA; a razão é
. , 1 .... 7TT-2 OM2 , OA2 1
portanto —. Aliás, temos acima: OA =------- ; onde: ■ y = — , e como as
7 7 om 7
áreas e dois hexágonos regulares são proporcionais aos quarados dos raios,
ÕÃ2 _ 1
a relação nos mostra que o hexágono inscrito no círculo OM é
ÕM2 7
equivalente ao polígono côncavo.

554. Construindo-se semi-circunferências sobre os três lados


de um triângulo retângulo, mostre que as duas áreas
compreendidas respectivamente entre a circunferência
maior e as duas menores equivalem juntas à área do
triângulo. (As duas áreas em questão são conhecidas sob o nome de
lúnulas de Hipócrates).

Solução: Sendo as duas lúnulas M e N, devemos ter


M + N = triângulo ABC.

B, N
Fig. 394
M,

A C
Com efeito, a figura total é constituída pelas duas lúnulas e pelo semi-circulo
L azx â . t , .. círculo AC
descrito sobre AC, ou Area total = M + N +------ —------ .

261
Geometria Elementar

Mas, é também composta do triângulo ABC e dos dois semi-circulos descritos


sobre AB e sobre BC como diâmetro; logo, podemos ainda escrever.
â ..... i a o/—* circulo AB + círculo BC
Area total = triângulo ABC +-------------------------------- ;

círculo AC . .. . circulo AB + circulo BC. .


onde: M + N + = triângulo ABC +-----------------------------------(a).
2
Ora, o triângulo ABC dá: AC2 = AB2 + BC2;

Onde. nAC2 = nAB2 + nBC2 .


A área do semi-círculo AC é, por conseguinte, igual à soma dos semi-circulos
AB e BC; logo, se subtrairmos de cada membro da igualdade (a), as
qauntidades iguais, restará: M + N = triângulo ABC.

555. No hexágono regular ABCDEF, unem-se os vértices de


dois em dois por meio de diagonais:
1o demonstrar que o polígono abcdef formado pelas
interseções das diagonais consecutivas é regular;
2° achar a razão da área deste polígono para a área do
hexágono dado.
A

Fig. 395

Solução: 1o o polígono abcdef é regular.


Com efeito, FB sendo paralela e igual a EC, se do vértice A se abaixar sobre
EC a perpendicular AM, esta reta será dividida por ab e pelo centro em 3
partes iguais (ex. 309), e teremos:
AN 1 ab ab
AM ” 3 “ EC FB
Provar-se-ia do mesmo modo que bc = AC, cd = ^BD, e como FB = AC = BD...

resulta que ab = bc = cd...


Também temos: ângulo AEC = ACE = 60°;
Logo. Aab = Aba = 60°, e portanto, a + 60° = b + 60°, ou a = b...
Por conseguinte, o hexágono abcdef, de lados e ângulos iguais, é regular.

262
Capítulo 12 — Revisão do Capitulo 4

2o Os 2 hexágonos regulares ABCDEF e abcdef são semelhantes, suas


áreas, portanto, são proporcionais aos quadrados dos lados homólogos, e
temos:
abcdef ab2
ABCDEF ” AB2’
Ora, ab = !y,e FB = ABj3;

, . AB73 ÃB’
Logo: ab = —-—, e ab = .
Substituindo este valor na igualdade acima, obtemos:
abcdef AB2 2
ABCDEF ’ 3ÃB2 = 3 ’
* —
»Resposta: 1.

556. Um ponto é dado sobre um dos lados de um triângulo.


Traçar, por este ponto, uma reta que divida o triângulo em
duas partes equivalentes.

Fig. 396
Solução: Seja ABC o triângulo dado, e dividido, como foi pedido, pela reta
MN, que sai do ponto N.
Os 2 triângulos MBN e ABC, tém ângulo comum em B e dâo (ex. 359):
MBN BNxBM 1 BNxBM
------------ , ou — =----- ,
--- =-----
ABC ABxBC-- 2 ABxBC
ABxBC AB BC _
BM = =----- x------.
2BN 2 BN
AB
Logo, BM é quarta proporcional a 3 linhas conhecidas—, BC, BN.
Determinar-se-á o ponto M, e traçar-se-á a linha divisória MN.

557. Com diâmetros iguais a cada um dos lados de um


quadrado descrevem-se sobre eles e no interior da figura,
semi-circunferências que determinam 4 folhas, das quais
se pede calcular a área. Aplicação: raio = 1 decimetro.

263
Geometria Elementar

B C

Fig. 397

A D
Solução: As semi-circunferências tendo por raio o apótema do quadrado são
tangentes duas a duas e passam pelo centro deste quadrado.
Vé-se, conforme a figura, que a área pedida é igual á diferença entre a área
dos 4 semi-círculos e a do quadrado.

Ora, a área dos 4 semi-circulos é —4 = (c sendo o lado do quadrado);


8 2
c2(*-2)
a área do quadrado é c2; logo, a área pedida é igual a - c2 =
2
Q
Aplicação: r = 1 = — ;

Ârea pedida =-4<3'14216-2>


= 2,2832.

Resposta: 2dm22832.

558. De um ponto B, tomado sobre o lado AB do ângulo reto


FAB, abaixa-se BC perpendicular sobre a bissetriz AG;
toma-se CK = CG, e dos pontos G e K traçam-se as
perpendiculares GF e KL sobre AF, traçam-se KB e GB:
demonstrar que a área do triângulo KBG é equivalente à
área do trapézio LFGK.
Solução: Devemos ter: área KBG = área LFGK

F------ ~7\G
D —----- /c\
L -X- 'K Fig. 398
N>

A M B
BC
Com efeito, área KBG = KG x — ,e (ex. 371): área LFGK = KG x DN.

BC
Basta provar que — = DN para resolver a questão.

Ora, se prolongarmos DN até que encontre AB em M, determinaremos assim

o paralelogramo DCBM. Portanto, BC = DM. e — = = DN .


2 2

264
Capítulo 12 - Revisão do Capítulo 4

559. Prolongando-se os lados de um triângulo equilátero de um


comprimento igual a eles, e unindo-se as extremidades
destes prolongamentos, formar-se-á um hexágono irregular
cujos 3 maiores lados serão dobros dos menores, o altura
tripla da do triângulo, e a superfície valerá 13 vezes a do
triângulo.
F G

D I
Fig. 399

Solução: Seja ABC o triângulo equilateral dado.


Efetuando-se as construções indicadas, forma-se o hexágono DEFGHI.
Unindo-se as extremidades A, B, C dos lados do triângulo aos meios de suas
paralelas EF, GH, Dl, vê-se que os lados maiores são dobros dos menores,
que a altura do hexágono é o triplo da altura do triângulo ABC, e afinal que o
hexágono encerra 13 triângulos iguais a ABC.

560. De todos os triângulos construídos com dois lados dados,


o maior é aquele em que estes 2 lados são
perpendiculares um ao outro.
Solução: Com efeito, seja AB a base comum dos triângulos que se podem
construir com os 2 lados dados BC, AC.
C

E A B
Fig. 400
Se a reta AC for perpendicular a esta base, será a altura do triângulo ABC.
Uma vez, porém, que AC ocupe qualquer outra posição AD, o triângulo ABD
terá uma altura DE menor que a obliqua AD = AC: logo, o triângulo ABC é
maior do que o triângulo ABD.

561. O círculo é maior do que qualquer figura isoperimétrica.


Solução: Dividiremos esta importante demonstração em diversas partes.
• 1o Uma figura de dado perímetro tem área limitada.

265
Geometria Elementar

Fig. 401

Com efeito, é evidente que podem existir uma infinidade de figuras com
perímetro determinado, de formas e áreas diversas; mas é também evidente
que estas áreas não podem crescer indefinidamente.
Dai resulta que, entre as figuras de dado perímetro, há uma ou várias
máximas.

• 2° A figura que tem área máxima com dado perímetro e convexa.


Seja, com efeito a figura não convexa ACBD; fazendo-se girar a parte
côncava ACB ao redor dos pontos A e B, obteremos a figura ACBD de
mesmo perímetro que a primeira e de área evidentemente maior.

• 3o A reta que divide o perímetro de uma figura máxima em duas partes


equivalentes, divide também a área desta figura em duas partes equivalentes.

Fig. 402

Se a curva ACBD que encerra uma área máxima com dado perímetro
Se a reta AB dividir seu perímetro em duas partes equivalentes, dividirá
também a sua área em duas partes ACB, ADB equivalentes’ pois que se a
parte ADB fosse maior que ACB, ao fazermos girar ADB ao redor de AB
havíamos de obter uma figura AD'BD isoperimétrica de ACBD e de área
maior, o que vai de encontro á hipótese, pois supusemos ACBD máxima em
superfície.

• 4o A figura que, com dado perímetro, tem área máxima, é um circulo


Conforme o que dissemos (3o), se ACDB é figura máxima, AD'BD também o
será (fig 402).

E D

Al B Fig. 403

G
H D’

266
Capítulo 12 — Revisão do Capítulo 4

Seja ADBD' uma figura máxima composta de duas partes simétricas em


relação à reta AB
Tomemos um ponto qualquer D sobre ADB, e seja D' o simétrico de D;
tracemos DA, DB, D'A, D'B
Se os ângulos D e D' não forem retos, transformemos o quadrilátero ADBD'
em outro adbd com os lados respectivamente iguais aos do 1o e cujos ângulos
d e d' sejam retos. Mas (ex. 560), este quadrilátero é maior do que o outro.

Fig. 404

Logo, se transportarmos os segmentos AED, DFB, etc., em aed, dfb, etc., a


figura aedfb... será maior do que a figura AEDFB..., por conseguinte, esta não
seria máxima.
Resulta daí que a curva AEDFB é o lugar do vértice de um ângulo reto cujos
lados passam em A e em B: é pois uma semi-circunferéncia.
Porém, se na figura máxima ADBD', uma metade qualquer, determinada por
uma reta AB, é semi-circunferéncia, segue-se que a curva inteira é um círculo.

562. Dentre todas as figuras equivalentes, o circulo tem perímetro


mínimo.
Solução: Com efeito, se uma figura qualquer cuja área é A tivesse perímetro
menor que o do círculo de mesma área, poderiamos, de acordo com o
teorema precedente, transformá-la num círculo isoperimétrico com área A'
maior do que A Este segundo círculo teria portanto área maior que o 1o e
perímetro menor, o que é absurdo.

563. Dentre os triângulos isoperimétricos e de mesma base, o


maior é o triângulo isósceles.
Solução: Sejam, com efeito, o triângulo isósceles ABC e o triângulo não
isósceles AB'C de mesma base AC e mesmo perímetro, e nos quais portanto
AB + BC = AB’ + B'C. (1)
Prolonguemos AB de um comprimento BE = AB, e tracemos EB' e EC.

Fig. 405

A D

267
Geometria Elementar

Teremos:
AB' + B‘E > AE, ou AB' x B'E > AB + BC, ou ainda (1) AB + B'E > AB' + B'C.
Onde afinal: B'E > B'C.
Sendo obliqua B'E maior que a oblíqua B'C, segue-se que o ponto B' fica
situado entre o ponto Cea perpendicular BF meio de CE;
Onde: BD > B'D',
E portanto: ABC > AB'C.

564. Todo polígono de n lados que tem área máxima num dado
perímetro é convexo.
B’

A c
B
Fig. 406

E
D
Solução: Com efeito, seja o polígono ABCDE de n lados com o ângulo
côncavo B. Fazendo-se girar a parte côncava ao redor da reta AC, de modo
que tome a posição AB'C, obteremos o polígono AB’CDE de mesmo
perímetro que o primeiro e de área maior. O polígono ABCDE não é, pois, o
maior dentre os que têm mesmo perímetro e mesmo número de lados.

565. Todo polígono que encerra um ângulo côncavo pode ser


transformado em polígono de área maior com mesmo
perímetro e um lado a menos.
A B

E
Fig, 407

Solução: Com efeito, seja o polígono ABCDE que tem ângulo côncavo C.
Prolonguemos o lado AB e unamos todos os pontos deste prolongamento ao
ponto D; a soma BM + MD crescerá de modo continuo desde BD até o infinito.
Portanto, sobre o prolongamento de AB, haverá certo ponto M em que
teremos 8M + MD = BC + CD.
Forma-se pois um polígono ABMDE com perímetro igual ao do primeiro, com
um lado a menos e área evidentemente maior.

566. Dentre todos os polígonos isoperímétricos e de mesmo


número de lados, o polígono regular é o maior.

268
Capítulo 12 - Revisão do Capítulo 4

B’ B

A C

E D
Fig. 408

Solução: Com efeito, seja o polígono ABCDE. Se os lados consecutivos AB,


BC forem desiguais, poderemos substituir o triângulo ABC pelo triângulo
isósceles AB'C isoperimétrico do 1o, e teremos (ex. 563): AB'C > ABC, e, por
conseguinte o polígono AB'CDE isoperimétrico com ABCDE será maior do
que este. Para que ABCDE seja máximo, cumpre pois que tenhamos:
AB = BC = CD = ....
pois, enquanto houver lado desiguais, poderemos fazer mesmo raciocínio.
Logo, etc..

567. Dentre os polígonos equivalentes e de mesmo número de


lados, o polígono regular é o que tem perímetro mínimo.
Solução: Com efeito, se um polígono irregular de n lados e área A tivesse
perímetro menor do que o polígono regular de mesma área e de mesmo
número de lados, poder-se-ia transformar em polígono regular isoperimétrico
de n lados também e de área A’ > A (ex 566). Este polígono regular teria,
portanto, o mesmo número de lados que o 1o, área maior e perímetro menor,
o que é absurdo.

568. De 2 polígonos regulares isoperimétricos, o maior é


aquele que tem o maior número de lados.

D C
Fig. 409

Solução: Com efeito, seja ABCDE, um polígono regular de 5 lados. Podemos


escolher um ponto M sobre um dos lados e considerar este polígono como
polígono irregular de 6 lados, no qual os lados MA, MB formam ângulo de
180° Mas este polígono é menor que o polígono regular isoperimétrico de 6
lados (ex. 566); logo, etc..

269
Geometria Elementar

569. Qual é o maior dos retângulos isoperimétricos?

Solução: O perímetro sendo constante, a área do retângulo, isto é, o produto


bxhsó será máximo quando se tiver b = h (1), e, neste caso o retângulo virá
a ser quadrado
(1) Ver no fim do volume a nota sobre máximos e mínimos.
Resposta: O quadrado.

570. Dentre todos os retângulos de mesma área, qual tem


perímetro mínimo?

Solução: Sendo constante a área do retângulo, o perímetro, é, 2b + 2h só


será mínimo se tivermos 2b = 2h ou b = h; neste caso, o retângulo vem a ser
quadrado.
Resposta: O quadrado.

571. Qual é o maior retângulo que se possa inscrever num


quadrado?
A E B

H F Fig. 410

D G C
Solução: Seja EFGH o retângulo pedido inscrito no quadrado. Os 2 triângulos
retângulos BEF, DGH têm hipotenusas iguais e ângulos agudos em E e em G
iguais, por terem os lados paralelos e dirigidos em sentido contrário. Ora, os
ângulos HGD e BFE são também iguais. Portanto, BFE = BEF, e os dois
triângulos BEF, DGH são iguais e isósceles. Temos, portanto:
EB = BF = DG = DH.
Onde se tem meio fácil para inscrever retângulo em quadrado.
Escrevendo-se AB = a e EB = x, teremos;
Êf’ = 2xz:
onde: EF = x75.
e ÊH2 = 2(a - x)2;

onde: EH = (a -
A área do retângulo será, pois:
x>/2 x (a - x)>/2 = 2x(a - x), e o máximo corresponde ao mínimo do produto:
x(a-x),
máximo que se realiza quando se tem: a - x = x,
pois que a soma dos fatores: xe a - x, ou x + a - x = a,
é constante.
Ora, a - x = x,
a
dá: x =
2'

270
Capitulo 12 - Revisão do Capítulo 4

O retângulo máximo tem, pois, os vértices no meio dos lados do quadrado


dado e vem a ser o quadrado inscrito.
Resposta: O retângulo cujos vértices estão sobre os meios dos lados do
quadrado dado.

572. Inscrever num quadrado de lado a o quadrado menor (fíg.


410).
Solução: Sabe-se (ex. 38) inscrever um quadrado num quadrado dado: trata-
se de procurar a posição em que o quadrado EFGH será mínimo.
Sejam y o lado do quadrado procurado e m o mínimo; tem-se primeiro a
equação:
y2 = m.
Fazendo-se BE = x, BE = a - x, o triângulo retângulo EBF dá esta outra
equação:
y2 = x2 + (a - x)2.
Substituindo y2 pelo seu valor, obtemos:
m = x2 + (a - x)2,
onde se tira sucessivamente:
m = x2 + a2 -2ax + x2,
2x2 - 2ax + a2 = m = 0;
2a ± xMa2 -8(a2 — rn) a ± V2m- a2
onde: x =

Para x ser real, é preciso que se tenha 2m > a2, ou pelo menos 2m = a2. O
menor valor que se possa dar 2m é pois
g2
2m = a2, ou m = —;
2
a
mas então o radical se anula, e temos: x =
2
Logo, o quadrado menor, é etc.

Observação. - Resulta destes dois exercícios que o menor quadrado inscrito


é igual ao maior retângulo inscrito. Nâo há contradição. É verdade que os
outros quadrados inscritíveis são também retângulos e maiores que o
quadrado que tem os vértices nos meios dos lados do quadrado dado. É que
quando tratamos de retângulo (ex. 571), pusemos a condição EB = BF, o que
acontece para qualquer retângulo inscritivel e só para um quadrado, o
quadrado achado. No 572 admitimos EB * BF a, contanto que EB + BF = a,
o que acontece a qualquer quadrado inscritivel e a nenhum retângulo não
quadrado. São, pois, condições diferentes que acarretam aparente
contradição.

Resposta: O quadrado cujos vértices estão sobre os meios dos lados do


quadrado dado.

573. Inscrever num círculo o maior retângulo.


Solução: Se designarmos por m o maior retângulo procurado, a figura dá as
duas relações:

271
Geometria Elementar

xy = m, (D
e x2 + y2 = 4R2.
Mas o produto xy será evidentemente máximo ao mesmo tempo que seu
quadrado x2y2. Ora, os dois fatores x2 e y2 tem por soma constante 4R2, o
máximo do seu produto se dará pois para
x2 = y ou x = y.
O retângulo pedido é, pois, o quadrado inscrito.

y Fig. 411

Resposta: O retângulo pedido será o quadrado inscrito.

574. Inscrever num círculo o maior retângulo máximo.


Solução: Fazendo-se BC = a, AD = h, KM = x, KL = y, e m sendo o máximo
procurado, tem-se:
xy = m, (D
£=_y_ (2)
h h- x
A

K E\L
Fig. 412

B M D N C
a(h-x)
A equação (2) dá: y =
h
Levando este valor à relação (1), obtemos sucessivamente:
a(h - x)
xx = m.
h
ahx - ax2 = hm,
ax2 - ahx + hm = 0,
2 , hm
x- hx + — = 0;
a
, h [h2 hm
onde: x = — ± J------------ .
2 V4 a
Para x ser real, é preciso que se tenha:
h2 hm , h2 hm
— >—, ou, pelo menos — = —;
4 a 4 a
. ah
onde:m = —
4

272
Capitulo 12 - Revisão do Capítulo 4

Mas então o radical desaparece e vem: x = .

O retângulo máximo inscrito tem, pois, por altura a metade da altura do


triângulo dado.
Para o construir, basta traçar, pelo meio E de AD a paralela KL a BC, e dos
pontos K e L, abaixar perpendiculares a BC.

ah
Observação. - Resulta da igualdade m = — que a área deste retângulo é a
4
metade da do triângulo.

575. Dentre os triângulos isoperimétricos, achar o triângulo


máximo.
Solução: A fórmula que dá a área do triângulo em função dos lados é:
S = Vp(p-a)(p-b)(p-c) .
S2 será máximo ao mesmo tempo que S; mas, no valor de S2, o fator p é
constante; trata-se, pois, de tornar máximo o produto (p - a) (p - b) (p - c).
Ora, a soma destes 3 fatores é constante e igual a p; o produto, portanto, será
máximo no caso de:
p-a = p- b = p-c, oua = b = c.
O maior triângulo é, pois, equilátero.

Resposta: O triângulo máximo é equilátero.

576. Dentre todos os triângulos retângulos de mesma


hipotenusa, qual o de área maior?
Solução: Sejam m, o máximo procurado, a a hipoteunsa dada, x e y os
catetos. Temos:
^xy = m e x2 + y2 = a2.

O produto xy será máximo ao mesmo tempo que seu c, quadrado x2y2. Mas os 2
fatores x2, y2 têm por soma constante a2. O máximo de seu produto se
alcançará para x2 = y2oux = y.
Logo, o triângulo pedido é o triângulo retângulo isósceles.

Resposta: O triângulo retângulo isósceles.

577. De todos os triângulos isósceles inscritos num círculo,


qual o de área maior?

Fig. 413

273
Geometria Elementar

Solução: Se designarmos por m a área do triângulo maior, teremos, segundo


a figura 413:
x(R + y) = m, d)
e x2 = R2 - y2,
ou x2 =(R + y)(R-y). (2)
Façamos o quadrado dos 2 membros da equação (1):
x2(R + y)2 = m2. (3)
Substituamos, na equação (3) o valor de x2, tirado da equação (2),
(R + y) (R - y) (R + y)2 = m2, ou (R + y)3 (R - y) = m2.
Ora, a soma dos fatores R + y e R - y, sendo igual a 2R, é constante; o
. . , . . . . R+y 3
produto máximo se alcançará pois para ------ - = — = 3 ;
R—y 1
Onde:
R + y = 3R - 3y,
4y = 2R,

y = —R .
y 2
3
A altura total do triângulo é, por conseguinte, —R . O triângulo máximo é, pois,

equilãtero (ex. 354).


Resposta: O triângulo maior é o triângulo equilãtero.

578. Achar o maior trapézio inscrito num semi-círculo.

Solução: Chamando m à área do trapézio máximo, R ao raio do circulo, x à


semi-base paralela ao diâmetro, e y à altura do trapézio, teremos:

Fig. 414

R R
y(R + x) = m, (1)
e y2 = R2 - x2,
ou y2 = (R + x) (R - x). (2)
Façamos o quadrado dos 2 membros da igualdade (1):
y2(R + x)2 = m2. (3)
Levemos à equação (3) o valor de y2,
(R + x) (R - x) (R + x)2 = m2, ou (R + x)3 (R - x) = m2.
A soma dos fatores R + x e R - x, sendo igual a 2R, é constante; teremos o
, . , . R+x 3
produto máximo para -------- = — ,
R—x 1

Onde: x = —R ,
2
Logo, o trapézio máximo inscrito é o semi-hexágono regular.
Resposta: O maior trapézio é o semi-hexágono regular inscrito.

274
Capítulo 12 - Revisão do Capítulo 4

579. Sobre a reta AB = 1m, toma-se um ponto O entre A e B;


constrói-se o triângulo equilateral AOE sobre a parte AO, e
o quadrado OBCD sobre a parte OB. A área do pentágono
ABCDE depende da posição do ponto O sobre AB, e pede-
se:
1° determinar a posição do ponto O que convém ao
máximo ou ao mínimo do pentágono ABCDE;
2° calcular as áreas máxima ou mínima com aproximação
de 0,001.
Solução: Sejam AB = a, AO = x, e m o mínimo, ou o máximo procurado.
Teremos:
Área pentágono ABCDE = triângulo AEH + trapézio EDOH + quadrado OBCD.
Ora, triângulo AEH = i triângulo equilátero AEO, ou 1o triângulo

8
Trapézio:
X./3
EH + OD 2 +a’X x xVã + 2a - 2x x
EDOH = x OH = ---- ~-------------------- X — =
2 2 2 --------- 4--------- X2
2° trapézio EDOH = x ^ + 2a- 2x2 ,

quadrado OBCD = OB2 = (a - x)2 = a2 - 2ax + x2;

3° quadrado OBCD = 8a*-16ax + 8x* -


8

E
C

A H O B
Fig.415

Onde: pentágono ABCDE = + 2axr 8a2 - 16ax , 8x2 = m


8
2x’x/3 + 6x2 - 14ax + 8a3
------------------ 8------------------ = m'
x2(>/3 + 3) - 7ax + 4a2
4 m'
x2(V3 + 3) - 7ax + 4a2 - 4m = 0,

275
Geometria Elementar

7a í 749a2 - 4(75 + 3)(4a2 - 4m)


X~ 2(75 + 3)
Efetuando-se as operações indicadas sob o radical, obtemos:
7a ± 749a2 - 16a2 75 - 46a2 + 16m75 + 48m
X“ 2(75 + 3)
7a± 7a2 ~16a275 +16m75 + 48m
X= 2(75 + 3)
Para se obter valores reais de x, é necessário que o radical seja positivo, ou
por outra, que se tenha:

16m>/3+ 48m > 16a273-a2, ou m > a2Çl675-l)


16(75 + 3) '
Haverá, pois, um mínimo para o valor:
a2(1675 -1)
m= (D
16(73 + 3) '
Neste caso, o radical desaparece e temos:
7a
x= (2)
2(75 + 3)'
Não há máximo, pois a área seria máxima para x = 0; neste caso, m igualaria
a2, mas assim o pentágono não existiría mais.
Onde se segue que o pentágono cresce à medida que o ponto O se aproxima
de A.
A posição que convém ao mínimo é, pois, dada pela equação (2). Fazendo-se
nela a = 1m, tem-se: x = 0m74.
O mínimo da área é dado pela equação (1).
Fazendo-se nesta equação a = 1m tem-se: m = 0m21547

Resposta: x = 0m74 e m = 0m21547.

580. Por um ponto A, tomado sobre a circunferência de um


circulo, traçam-se cordas que se prolongam do outro lado
do ponto de modo a serem dobradas: pede-se provar que
os pontos assim determinados estão sobre outra
circunferência de círculo; pergunta-se, além disso, qual é
a razão das áreas dos dois círculos.

Fig. 416

276
Capítulo 12 - Revisão do Capítulo 4

Solução:
1o Prolonguemos uma corda qualquer AB de um comprimento AC igual a AB, e
unamos o ponto A ao centro O; prolonguemos OA de um comprimento AF = OA
e afinal, tracemos FC e BO. Os dois triângulos ABO e AFC são iguais por terem
em A um ângulo igual compreendido entre lados iguais: logo, FC = BO, e o
ponto C está sobre a circunferência descrita do ponto F como centro com raio
FC = BO. Se considerarmos outra corda EAD, provaremos do mesmo modo que
o ponto D está sobre a mesma circunferência que o ponto C.

2° Esta circunferência tendo mesmo raio que o círculo dado, as áreas dos 2
círculos são iguais.

581. Descrever uma circunferência tangente inteiramente a um


circulo dado, de modo que a área deste circulo seja dividida
em duas partes proporcionais a 2 comprimentos dados.
Solução: Sejam m e n os 2 comprimentos dados, R o raio do círculo dado e X
o raio do circulo pedido; devemos ter:
círculo X m círculo R m+n
ou
círculo R - circulo X n’ círculo X m
. R2 circulo R m t-n
ou ainda : —T >
X2 circulo X m

Desta última igualdade, deduz-se: R2 = ■ m—.


X2 m+n
O raio desconhecido X é pois o lado de um quadrado que está para R2 assim
como m está para m + n. Pode-se construir este raio.

277
Geometria Elementar

CAPÍTULO 13 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO DO CAPÍTULO 5

582. Do vértice A de um retângulo, abaixa-se a perpendicular


AO sobre a diagonal BD; traçam-se OG, OF
respectivamente perpendiculares aos lados BC e DC.
1° Demonstrar: as igualdades
ÃB3
—, e AO3 = BDxOGxOF;
~ÃD OF
2° deduzir, do que precede, um meio de construir uma reta
que forme com outra reta dada a mesma razão que 2
cubos dados;
3° provar que as retas DF, BG são duas meias
— OF 1DF BG
proporcionais entre OF e OG, ou que — = -
BG OG '
Solução:
AR2 OR
• 1o O triângulo retângulo ABD dá: —r = .

e os 2 triângulos semelhantes BOG e DOF:


OB OG . ÃB2 OG
— =----- ; onde: —=- =------ .
OD DF ÃD2 DF
AB DF
Aliás, os triângulos semelhantes ABD e DOF dão; ----- =
AD OF

D F C

E G
Fig. 417

AH B
Multiplicando membro a membro estas duas últimas igualdades, temos:
ÃB3 OG
ãd3"of
Prolongando-se as retas OG, OF respectivamente até o encontro com AD, em
E e em H, tem-se, no triângulo retângulo AOB:
ÕB2 = AB x OG,
e no triângulo retângulo AOD:
ÕD2 = AD x OF;
multiplicando membro a membro estas duas igualdades, temos:

278
Capitulo 13 - Revisão do Capítulo 5

OB? x OD2 = AB x AD x OG x OF.

Ora, OBxOD = AO2, e ABxAD = AOxBD; substituindo-se estes valores na


última equação, obtemos:
AQ2 x AO2 = AO x BD x OG x OF; onde: AO3 = BD x OG x OF.

• 2o Para se obter uma reta X que forme, com a reta dada M, razão igual a
ÃB3
basta construir o retângulo ABCD com as retas AB e AD, em seguida,
ÃD3 ’
abaixar-se-á do vértice A a perpendicular AO sobre a diagonal BD e traçar-se-
ão as paralelas OG, OH aos lados do retângulo.
. ÃB3 OG . . .. X Ãê’ X OG
Da igualdade —j- = , e da hipótese — = —y , deduz-se que —
OF
Onde se vê que X é quarta proporcional aos comprimentos OF, M, OG.

• 3o o triângulo retângulo AOD, dá.


ÕE3 = DF2 = AE x DE = OF x BG;

. OF DF
Onde: — = — . (D
DF BG
Do mesmo modo, o triângulo AOB, dá:
ÕH2 = BG2 = AH x BH = DF x OG;
. DF BG
Onde: — =-- . (2)
BG OG
Das igualdades (1) e (2) deduz-se:
OF DF BG
DF - BG " OG

583. Dentre todos os paralelepípedos retângulos isoperímétricos,


qual é o de maior volume?
Solução: Designemos por a, b. c as arestas; o perímetro será 4a + 4b + 4c e
o volume, abc.
Ora, o produto abc será máximo no mesmo caso que 4a x 4b x 4c. Mas a
soma destes 3 fatores é constante e igual ao perímetro dado. Temos, pois,
um máximo quando 4a = 4b = 4c, ou a = b = c.
O paralelepipedo máximo é, pois, o cubo.

Resposta: O cubo.

584. De todos os paralelepípedos retângulos de mesma área,


qual o de maior volume?
Solução: Designemos por S a área constante, e por a, b, c as 3 arestas;
teremos:
S = 2ab + 2ac + 2bc = 2(ab + ac + bc).
Sendo S constante, o mesmo se dará com ab + ac + bc.

279
Geometria Elementar

O volume abc virá a ser máximo ao mesmo tempo que a2b2c2 = abx acx bc.
Como a soma destes 3 fatores é constante, o produto será máximo quando se
tiver:
ab = ac = bc, ou a = b = c.
O cubo é, portanto, o paralelepipedo máximo.

Resposta: O cubo.

585. Qual é o maior prisma que se possa obter de uma


pirâmide com uma seção paralela á base?
Solução: Chamemos B e H à base e à altura da pirâmide, b e h à base e à
altura do prisma.

B
ffi
r-rr-7

b
Fig. 418

Os polígonos B e b sendo semelhantes, estão entre si com quadrados das


alturas das pirâmides de que são bases, e teremos:
b (H-h)2 . . B ÍLJ
g= í; onde: b = pj-íH-h)2 .

O volume do prisma é pois igual a bh = ^(H-h)2xh.

g
Teremos o máximo do produto - h)2 x h quando (H - h)2x h for máximo,

B
pois o fator é constante.
H2
Mas a soma H-h + h = H = quantidade constante.
Cumpre pois, para o máximo, que se tenha:
t!^ = - = 2, ou H-h = 2h => H = 3h,
— = 2, ou H - h = 2h => H = 3h,
h 1
1
onde h = —H.
3
Deve-se fazer a seção no terço da altura, a partir da base, para se obter o
prisma máximo.

Resposta: Obtém-se o maior prisma por uma seção no terço da altura a


partir da base.

280
Capítulo 13 - Revisão do Capítulo 5

586. Dá-se um prisma triangular reto com altura de 3m80;


sobre uma das arestas, a partir da base, toma-se uma
altura representada por x; sobre outra aresta, toma-se
uma altura de 1m20 a mais, e sobre a 3a, uma altura de
1m30 a mais; pela extremidade destas 3 alturas, traça-se
um plano que divide o volume do prisma em duas partes:
como é que se deverá escolher a 1a altura para que as
duas partes sejam equivalentes?
Solução: Devendo estas duas partes ser equivalentes, e tendo mesma base, a
soma de suas 3 arestas é, com evidência, a mesma nos 2 casos. Ora, no 1o, as
arestas são x, x + 1,20 e x + 2,50, o que dá 3x + 3,70 por soma das arestas; no
2o, as arestas são 3,80 - x, 3,80 - x - 1,20 e 3,80 - x - 1,20 - 1,30; a soma
destas 3 quantidades, depois de simplificação dá 7,70 -3x:
onde a igualdade: 3x + 3,70 = 7,70 - 3x, 6x = 4;
Onde x = 0m666.

Resposta: 0m666 de uma das bases.

281
Geometria Elementar

CAPÍTULO 14- EXERCÍCIOS DE REVISÃO DO CAPÍTULO 7

587. AB é o diâmetro de uma esfera; quer-se traçar um plano


perpendicular a este diâmetro, de modo que a área da
esfera seja dividida em duas partes que formem razão
2
igual a —; por que ponto do diâmetro AH deverá passar o

plano?
Solução: Este plano divide a esfera em duas zonas cuja áreas são:
z = 2nRh, e Z = 2jiRH.
Dividindo-se membro a membro, dá:
z _ h
Z“ H

2
Mas, segundo o enunciado, temos: =
3 ’

, h 2
Logo, pode-se escrever: — = —.
H 3
Ora, h + H outra coisa não é senão o diâmetro da esfera; trata-se, pois,
apenas de dividir este diâmetro em duas partes proporcionais aos números 2
e3.

588. O raio da base de um cone tem 4m, a altura, 6m. A 2m do


vértice, faz-se uma seção paralela à base: achar a área do
tronco de cone assim obtido.

Fig. 419

Solução: Seja S a área pedida; temos:


S = na(R + r). (1)
Aliás, se A representar o lado do cone, a o lado do tronco, h a altura do
tronco, h' a altura do cone menor, a figura dará:
A _h + h* 6
A-a” h' 2’
Ora, A = V(h + h')2 + R2 = ^36 + 16 = 7,21;

7,21
logo: - = - =o 6a = 28,84 => a = 4,81.
7,21-ai 2
. r h'
:
Outrossim, — =
R h + h’’

282
Capitulo 14 - Revisão do Capitulo 7

. Rh' 4x2 4
onde: r =--------=-------- = —.
h + h' 6 3
Levando os valores de a e de r á igualdade (1), temos:
S = rrx 4,81^4 + ^ =
80m259.

Resposta: 80m!59.

589. O diâmetro de uma esfera mede 4m; uma corda paralela a


este diâmetro tem 2m; pede-se a área gerada por esta
corda ao girar ao redor do diâmetro.

Fig. 420

Solução: Esta área é a de um cilindro; teremos pois:


S - 2nCE x CD = 2nCE x 2, ou S = 4nCE.
Mas, o triângulo retângulo COE,da:
CE = 7cÕ2 - ÕÊ! = 7r2-CÍ!,
CE = = -Jl
logo: S = 4rtj3 = 21m275

Resposta: 21m275.

590. A área total de um cilindro circunscrito a uma esfera é


meia proporcional entre a área da esfera e a área total do
cone equilateral circunscrito. A mesma relação existe
entre os volumes destes 3 corpos.
Solução:
• 1o A área da esfera é 4nR2; a área total do cilindro = 6nR2; e a do cone
= 9nR2.
Estas 3 áreas estão entre si como os números 4, 6 e 9; e como 62 = 4 x 9, a
primeira parte do problema está demonstrada.

• 2o Volume da esfera =—jtR3 .


3
Volume do cilindro = 2nR3.
Volume do cone = 3nR3.
4
Logo, os 3 volumes em apreço estão entre si como os números — , 2 e 3.

Ora, 22 = - x 3 = 4.
3

283
Geometria Elementar

591. O lado de um hexágono regular igual 1m: pede-se calcular


com aproximação de 0,001 o volume gerado pelo
hexágono regular a girar em redor de um de seus lados.
Solução: O volume pedido compõe-se de 3 partes: o cilindro gerado pelo
retângulo ACDF, e os volumes gerados pelos triângulos iguais ABC, DEF. O
cilindro ACDF tem por raio AC = a Vã e por altura a, seu volume v = 3na3

O volume gerado por DEF ou v’ = área DE x Ifh.


3

a D

Fig. 421

X A F G K
Ora, a área descrita por DE é a do tronco de cone gerado por DEGF, ou
Área DE = n x DE (DF + EG);

Mas, DE = a, DF = AC = a>/3, e EG =
DF a Vã
2 ” 2

aj3
Logo: área DE = na aV3 +
2

Área DE = -ni:a273 .
2
O triângulo FEK, sendo equilateral, tem-se:
FH = -Vã.
2
-FH = -x/3;
3 6

logo : v' = —n<:a2x/ã x ^>?3,

v' = -na3.
4
3
O volume gerado por ABC é também —na3.
4
Chamando-se V ao volume total, temos:
q Q
V = v + 2v'= 3na3 + — na3 => V = — na3.
2 2
Substituindo-se a pelo seu valor, 1m, temos:
q
V = —n = 14m3137.
2
Resposta: 14m3137.

284
Capitulo 14 - Revisão do Capitulo 7

592. A área da esfera é meia proporcional entre as áreas geradas


por 2 polígonos regulares semelhantes, de um número par
de lados, inscrito um e circunscrito o outro, ao mesmo
círculo maior, a girarem ao redor do mesmo diâmetro.

DA C B E
Fig. 422
Solução: Temos:
1o Área da esfera = 4nR2.
2o Área AFB = 2nCF x AB = 4nR x CF.
3o Área DHE = 2nCH x DE = 4nR x DC.
Mas os triângulos semelhantes ACF e DCH, dâo:
CF CH CF R
— = — ou — = —:
AC DC R DC
Multiplicando-se todos os termos por47tR, vem:
4nR x CF 4nR2
4nR2 ~4nRxDC

593. Inscrever em uma esfera um cilindro reto cuja soma das


bases seja igual à área lateral.
A

C, E

D
F

B
Fig. 423

Solução: Sejam ABC o semi-circulo que gera a esfera dada e CEFD o


retângulo que gera o cilindro pedido; tem-se: área das duas bases = 2zCE2,
área lateral = 2nCE x CD.
Ora, conforme o enunciado, deve-se ter:
2nCÊ’= 2nCExCD;
onde: CE = CD.
Vê-se, pois, que o retângulo CEFD, que gera o cilindo pedido, é um quadrado
inscrito no semi-círculo ACB

285
Geometria Elementar

594. Inscrever numa esfera um cone de área lateral equivalente


à área da calota esférica terminada no mesmo círculo.
A

O Fig. 424

E D
M B
Solução: Sejam CMBD a calota e CAD o cone pedido, temos:
área lateral do cone = nCE x AC e área da calota = nAB x BE.
Ora, conforme o enunciado, deve-se ter:
nCE x AC = nAB x BE:
Onde: CE x AC = AB x BE, CÊ2 x AC2 = AB2 x BE2.

Substituindo-se CE? e AC2 pelos produtos AExBE e ABxAE, são


respectivamente iguais, vem:
AExBExABxAE = ÃB2 + BÊ2, ÃÊ2 = ABxBE.
Onde se vê que a altura AE do cone é o segmento maior do diâmetro AB
dividido em meia e extrema razão.

595. Numa esfera, fazer passar duas seções paralelas e


equidistantes do centro desta esfera, de forma que a
soma das áreas das duas seções seja igual à área da zona
determinada, pelas seções.
Solução: Sejam CD e EF os raios das duas seções pedidas
Conforme o enunciado, é evidente que a área da esfera è igual à soma das
calotas AD, BF e dos 2 círculos CD, EF.
Ora, área de uma calota = 2nAO*. AD,
área das duas calotas = 2n x 2AO x AD = 2itx ABx AD, = 2n x AC2;

área das duas seções 2nCD2.

Podemos, pois, escrever: 2nAC2 + 2nAC2 = 4nAO2 AC2 + CD2 = 2AO2.

O Fig. 425

286
Capítulo 14 - Revisão do Capítulo 7

Mas, o triângulo retângulo ACB, dá.


ÃC2 + CB2 = 4ÃÕ2 •
Subtraindo desta igualdade a precedente, temos:
CB2 - CD2 = 2ÃÕ2,

BD2 = 2ÃÕ2,
BD = AOVS.
Ou, por outra, a distância BD da seção CD ao polo B é igual ao lado do
quadrado inscrito num círculo máximo da esfera.
O mesmo se dá para a seção EF em relação ao polo A.

596. Inscrever numa esfera um cone de base equivalente à


metade da área lateral.
Solução: Supondo-se que o cone foi gerado pelo triângulo ACF (fig. 424), ao
girar em redor do eixo AE, teremos, de acordo com o enunciado:
KCÊ2 = nCE_xAC, ou 2CE = AC, ou ainda CD = AC.
2
Logo, se se cortar o cone por um plano que passe pela altura AE, obter-se-á o
triângulo equilátero ACD. Por conseguinte, basta inscrever um triângulo
equilátero num círculo máximo da esfera dada, e a revolução deste triângulo
ao redor de uma das suas alturas gerará o cone pedido.

597. Fazer passar uma esfera por quatro pontos que não
estejam situados no mesmo plano.
Solução: Far-se-á primeiro passar uma circunferência por 3 dos ditos pontos;
levantar-se-á sobre 0 seu centro uma perpendicular indefinida a seu plano;
afinal, sobre o meio da reta que une 0 4° ponto a qualquer um dos outros 3,
levantar-se-á um plano perpendicular, que há de cortar a perpendicular
indefinida no centro da esfera pedida: este centro é, com efeito, equidistante
dos 4 pontos dados.

598. Num círculo dado, traçar dois diâmetros AB, CD em ângulo


reto; pelo ponto A, traça-se a tangente AE. Traçar também a
corda CB que se prolongará até a sua interseção E com a
tangente. Entre as retas AE, EC e o arco AC, está
compreendida determinada figura. Supondo-se que a dita
figura faça uma revolução completa ao redor de AB, qual
será o volume gerado por ela?
Aplicação: R = 1m35.
Solução: O volume pedido é igual à diferença existente entre o tronco de
cone gerado pelo trapézio AECO e a meia-esfera gerada pelo quarto de
circulo AOC. Os raios do tronco de cone sendo 2R (pois AB iguala 2OB,
também AE iguala 2OC), e R, e a sua altura R, o volume hà de ser:
V = jrrR(4R2 +R! + 2R2) = ^rrR’.

287
Geometria Elementar

_C Fig. 426

A B
O

O volume da meia-esfera ou V' =


rR3;
Onde: V - V’= —nR3.
3
Se R = 1m35, ter-se-á, para o volume pedido:
K
V-V = |n1,353 =12m3882.
Resposta: 12ml882.

599. Dada uma esfera, traçar um raio qualquer e um plano


perpendicular no meio deste raio; o plano dividirá a esfera
em dois segmentos. Suprima-se o segmento menor e
substitua-se por um cone reto de mesma base que o
segmento supresso. A que distância deve ficar o vértice
do cone para que o corpo assim composto de um cone e
de uma parte esférica tenha a mesma área que a esfera?

Fig. 427

Solução: Seja DC a perpendicular levantada sobre o meio do raio AO; se


representarmos por x a altura SC do cone pedido, teremos, conforme o
enunciado' área lateral do cone gerado SDC = área da zona A;

Ora, área lateral do cone = rrDC x SD, e área da zona = 2xR x R = nR2; onde:

rrDC X SD = rtR2. (1)


Mas. DC é a metade do lado do triângulo equilateral inscrito, o que dá:

DC = — . a mais, SD =
2 4

288
Capítulo 14 - Revisão do Capítulo 7

A igualdade (1), depois da substituição, vem a ser:


n-V3x Jx2 + — = nR2
x/3 x
2 V 4
n 3R7 2ttR2 2R
OU Jx +------ = ------
V 4 nRs/3 x/3
4R2.
4 3 ’

onde afinal: x = -2 V3£


Resposta: .

Observação. - Evidentemente, a solução negativa deve ser rejeitada.

600. Achar, em função da aresta a de um tetraedro, o raio da


esfera inscrita e o da esfera circunscrita.

Fig 4^8

Solução:
• 1a Solução. — Existe um ponto G inteiro, equidistante dos 4 vértices e das 4
faces do tetraedro. A mais, este ponto se acha sobre a altura H do tetraedro
(ex. 597).
Ora, é fácil conceber que se pode decompor o tetraedro em 4 pirâmides iguais
com os vértices no ponto G e tendo por bases as faces do tetraedro. Cada

uma valerá, com evidência, — do tetraedro e, por conseguinte, a altura — .


4 4
Se designarmos por r e R os raios das esferas pedidas, teremos:
r H aV5 aV6 ,
r = — = —=------- (ex 442).
4 4^3 12 '
Por outra parte,
R = H — r = 3r = — \/6.
4

289
Geometria Elementar

• 2a Solução. — Conceba-se um plano secante que passe pela aresta SA e


pela mediana SD da face oposta SBC; este plano, dividindo o tetraedro em
duas partes iguais, encerra a altura SF.
Aliás, o paralelismo das retas SA, EF nos dá.
SG SA SD 3 .
GF " EF “ ED ~ 1‘

logo: r = GF = —SG = —SF = — = —75, e R = SG = 3r = -7ê.


3 4 4 12 4

• 3a Solução. - Os triângulo retângulos SAF, GAF dão:


(FA = j da alturado triângulo de base = ^73) ,

R2 = r2 + —. (1)
3

e (R + r)2 = a2-y

(2)
3 '

R2 + 2Rr + r2 = —. (3)
3
/ a?
A equação(1) dá : R = Jr2 + —.

Substituindo-se, na equação (3), R2 e R pelos seus valores, vem


sucessivamente:
2 a2 „ H ã2" 2 2a2
r + — + 2r. r + — + r =----- ,
3 V 3 3

2r^4 = -£ -2r2,
3
2 4a2r2 £ í^ + 4r2,
3 3 3
8a2r2 a4
3 9 ’
24r2 = a2,

r2 = —,
24
r= = — 724 = — 76 x 4 = — 76.
724 24 24 12
O valor de r2 levado à relação (1), dá:
d2 a2 a2 9a2 3a2
l\ — T" "
24 3 24 8

R= ^=*7575 =*724,
78 8 8
R = -76.
4

290
Capítulo 14 - Revisão do Capitulo 7

Resposta: r = >/6; R = Jõ .

NOTA. - O leitor observará a diferença existente entre estas 3 soluções.

601. Um aeronauta está a 10km da terra: que área poderá ele


avistar, se o raio terrestre mede 6,366km?

Fig. 429
Solução: Seja A o ponto em que se acha o aeronauta.
Évidente que pode avistar a área da zona CBC* determinada pelas tangentes
AC, AC’.
Calculemos, pois a área desta zona, e, para tal, determinemos primeiro a sua
altura x em função de R, raio da terra. O triângulo retângulo ACO, dá:
R2 = AOx OD = (R + 10)(R-x) = R2 + 10R-Rx-10x, Rx + 10x= 10R;
~
Onde: 10R .
x =---------
R + 10
Teremos portanto:
Área CBC’ = 2nRx = 2 x 3.1416 x 6,366 x 63660 = 399.361 km2
6376
Sendo a área do globo igual a 510 000.000 km2, é uma área 1277 vezes
maior, mais ou menos.

Resposta: 399.361 km2.

602. Inscrever numa esfera o paralelepípedo máximo.


Solução: Sejam D o diâmetro da esfera, x, y, z as dimensões do
paralelepípedo P; temos:
P = xyz, ou P2 = x2y2z2;
Mas, x2 + y2 + z2 = D2. Uma vez que D2 é número constante, o produto x2y2z2
será máximo para x2 = y2 = z2, ou x = y = z.
Logo, o paralelepípedo máximo inscrito na esfera é o cubo.

603. Inscrever na esfera o cone máximo.


Solução: Seja SAB o cone pedido. Se designarmos por x o da base, e por
R + y a sua altura, a figura nos dará:
V = \x2(R + y),
d)
e x2 = R2 - y2. (2)

291
Geometria Elementar

ÍR
R Jo
-1y-
AV- A B

Fig. 430

Substituindo x2 pelo seu valor, obtemos: V = ^n(R2 - y2)(R + y)-

1
O máximo desta expressão é independente do número constante -n; o

volume será, pois máximo ao mesmo tempo que


(R2- y2) (R + y) = (R-y) (R + y)2-
Ora, a soma dos 2fatores (R-y) e (R + y) é constante, porque R-y + R + y = 2R.
. • . , . R-y 1
Teremos o máximo, portanto, quando ——- = —:

Onde: 2R - 2y = R + y, e y = ^R .

Este valor de y, levando à relação (2), dá:

x2=R3-—,
9
2 8R2
x =------ ;
9
onde: x = -R%/2.
3
4 2
A altura do cone é, pois, igual a — do raio da esfera; e o raio da base, aos —

do lado do quadrado inscrito num círculo máximo.

604. Inscrever num cone o cilindro máximo.

y i y
x 4 X

Fig. 431

292
Capítulo 14 - Revisão do Capítulo 7

Solução: Sejam R o raio da base do cone, H a sua altura, x e y o raio e a


altura do cilindro inscrito. Teremos para o cilindro:
V = nx2y. d)
Por causa dos triângulos semelhantes da figura, temos também:
H R.
(2)
H-y ~ x'
D
onde: x =-(H-y), (3)

e x2 = ^-(H-y)2.

Levando-se o valor de x2 à igualdade (1), vem:


R2
V = n ^(H-y)2y.
Ora, o máximo desta expressão é independente da quantidade constante
R2
TVpp ; só pode provir do produto (H - y)2y.

Mas, temos: H-y + y= H = uma quantidade constante: logo, o máximo do


2 V 1
produto (H -y) y se alcançará quando tivermos —-— = - ;
H—y 2
„ . H
Onde: y = — .

Substituindo este valor na relação (3), tem-se:

X = Rf
H(,
H_yp
3j 3
R.
2 1
O raio x do cilindro será os — do raio do cone, e sua altura y o - da altura do

cone

605. Inscrever numa esfera o cilindro máximo.

:O Fig. 432

/X

Soluções: Sejam R o raio da esfera, x o raio da base do cilindro e y a sua


semi-altura; temos:
V = 2nxzy. (D
A figura também dá:
x2+y2=R2. (2)
Mas, o valor de V será máximo ao mesmo tempo que x2y, pois que 2- é
número constante.
Podemos pois escrever: x2y = m, ou (x2)2y2 = m2.
A soma destes dois fatores é constante, pois x2 + y2 = R2.

293
Geometria Elementar

O máximo do produto (x2)^2 se alcançará, pois, quando tivermos:


y2 1
S=2
Onde: x2 = 2y2 (3)
Levando-se este valor à equação (2), obtemos:
2y2 + y2 = R2
3y2 = R2,
2 R2
y = —. (4)
2 3
y = -RV3.
3
O valor de y2 levado á equação (3). dà:
2 2R2
X ~ 3 ’

x = ---V- = 1rV5 x Vã = - rVõ.


Vã 3 3
Sendo a altura do cilindo igual a 2y, ou ^R>/3
|rV3, vale cs | do triângulo
os ~

equilateral inscrito num círculo máximo da esfera. Quanto ao raio da base,

vale da diagonal do quadrado que tem por lado o lado do triângulo

equilátero inscrito num círculo máximo, pois d sendo esta diagonal, temos:
d2 = (R>/3)2 + (RVã)2 = 6R2.
d = Rx/6,

^ = ^rVb.
3 3

606. Circunscrever a uma esfera o cone mínimo.

Sejam x o raio da base do cone, e y a sua altura; seu volume será


rx2y-
1
Ora, o mínimo desta expressão independente da quantidade constante
3n'
Podemos, pois, escrever:
x2y = m. d)

Fig. 433

294
Capítulo 14 - Revisão do Capítulo 7

Os triângulos semelhantes SEO, SBC, dão também.


R SE
x=V:
Mas tgSÊ2 = y(y-2R):

Onde: SE = ^/y (y - 2R);

Portanto: * = , e x2 = =
, e x2 =
x y y(y - 2R) y - 2R
Levando-se este valor de x2 à equação (1), vem:
R2y2
7^2R=m'
R2y2 = my-2mR.
R2y2 - my + 2mR = 0,
2_my + 2m_0
Y R2 R '

m Fm2 2m
V = 2^± 4R2"‘"r''
m í Vm2 - 8mR3
y=
2R2
Para y ser positivo, devemos ter, pelo menos:
m2 = 8mR3:
Onde: m = 8R3.
Neste caso, desaparece o radical, e tem-se:
m 8R3 ._
y“ 2R7-2R7-
Levando-se os valores de m e de y à equação (1), tem-se:
x2x 4R-8R3;
onde: x = R^2 .
O cone mínimo circunscrito à esfera tem, pois, por altura o quádruplo do raio
da esfera dada, e por raio da base, o lado do quadrado inscrito num dos
círculos máximos da mesma esfera.

295
Geometria Elementar

CAPÍTULO 15 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO DO CAPÍTULO 8

607. O quadrado da distância do foco F da elipse a uma


tangente e o quadrado da metade do eixo menor estão na
mesma razão que os raios vetores FM, F'M do ponto de
contato M da tangente.

Fig. 434

FÃ2
Solução: Devemos ter:

Com efeito, sejam a tangente AB e os raios vetores FM, F'M do ponto de


contato. Se abaixarmos as perpendiculares FA, F'B sobre a tangente,
formaremos dois triângulos retângulos semelhantes, pois os ângulos agudos
.. . . FA FM
em M sao iguais; por isso teremos: ^7^ = ^7^ .

FÃ2 FM
Multiplicando os 2 termos da 1" razão por FA, temos: ------ , mas
F'BxFA F'M
FM
(ex. 475), F'B x FA = b2, logo:
’ F'M

608. Mostre que:


1° As duas tangentes OT, OT' à elipse, oriundas de um
ponto exterior O, formam ângulos iguais FOT, F'OT com
as retas que unem o ponto O aos focos;
2o a reta OF é bissetriz do ângulo TFT' dos raios vetores
saídos de um mesmo foco e levados até os 2 pontos de
contato.

Fig. 435

296
Capítulo 15 - Revisão do Capítulo 8

Solução: Devemos ter: 1° FOT = F’OT, 2o OFT = OFT.


• 1o Prolonguemos o raio vetor F’T de um comprimento TL = FT, e o raio
vetor FT de um comprimento TK = FT; em seguida, tracemos as retas OL,
OK. Os triângulos OTL, OTF são iguais, pois têm um ângulo igual
compreendido entre dois lados iguais em ambos; portanto, OL = OF, e o
ângulo OFT = OLT. Do mesmo modo. OK = OF, e o ângulo OFT = ângulo
OKT. Disso resulta que os triângulos OFK, OF'L têm os 3 lados iguais, pois
que F'L = FK = 2a, logo, estes triângulos são iguais, e o ângulo F'OL = FOK.
Se tirarmos de cada um destes ângulos a parte comum F'OF, teremos:
FOL = F'OK
FOL F'OK
2 2
Ou afinal: FOT = F'OT.

• 2° A igualdade dos 2 triângulos OFK, OF'L nos dá:


Ângulo OFK = ângulo OLF';
Mas, acabamos de ver que OLF' = OFT; logo, OFK = OFT, e OF é bissetriz do
ângulo TFT.

609. Quando um ângulo é circunscrito a uma elipse, a parte da


tangente móvel compreendida entre os lados deste
ângulo é vista de cada foco sob um ângulo constante.
Solução: Sejam AM. AN duas tangentes á elipse cujos focos são F, F'.
Tracemos a esta curva uma 3a tangente qualquer que corte as duas primeiras
nos pontos K e L. Trata-se de demonstrar que o ângulo KFL, sob o qual se vê
do foco F o segmento KL, é constante.

Fig. 436
Com efeito, se unirmos, por meio de retas os 3 pontos de contato M, G, N das
3 tangentes ao foco F, o ângulo GFM fica dividido em duas partes iguais pela
reta FK (ex. 608); do mesmo modo, o ângulo GFN fica dividido em duas
partes iguais pela reta FL; o ângulo KFL é, pois, a metade do ângulo
constante MFN, logo, é também constante.
Demonstração análoga provaria que o ângulo KFL é também constante.

610. O produto dos segmentos interceptados pelo eixo maior de


uma elipse e uma tangente móvel sobre as duas tangentes
traçadas às extremidades do eixo maior é igual a b2.

297
Geometria Elementar

B
Fig. 437
A A
F’ F

Solução: Tracemos, às extremidades do eixo maior AA’, as tangentes AB,


A'C e uma tangente qualquer BC, teremos o produto ABxA'C, constante e
igual a b2.
Com efeito, unamos por meio de retas o ponto de contato M e os pontos de B
e C ao foco F.
O ângulo BFC é reto, pois que (ex. 609) é igual à metade da soma dos 2
ângulos suplementares AFM, MFA'; portanto os triângulos retângulos ABF e
A'FC são semelhantes, pois os ângulos ABF e A'FC são iguais por terem
AB AF
ambos o mesmo complemento AFB. Estes triângulos dão:

Onde: ABx A'C = AFx A’F = b2. (ex 466).

611. Quando, pelo foco de uma parábola, se traça uma


perpendicular ao eixo, tomando-se, a partir do foco, sobre
esta perpendicular, duas distâncias iguais, o trapézio
formado ao abaixar perpendiculares dc suas extremidades
sobre as tangentes é constante.
M,
Q,
K. B
E/á
Fig. 438
Tf F
D
C

Solução: Pelo foco F da parábola, tracemos uma perpendicular ao eixo AF, e,


de cada lado de F, tomemos, sobre esta reta, dois comprimentos iguais FB,
FC, e dos pontos B e C, abaixemos as perpendiculares BD, CE sobre uma
tangente qualquer MT à parábola; obteremos assim um trapézio CBDE cuja
área é constante.
Para demonstração, tracemos FK, paralela a DB, e DL, paralela a BC; o ponto
K está sobre a tangente ao vértice A da parábola, e AFK e um triângulo

retângulo semelhante ao triângulo retângulo DEL; logo:

Mas, DL = BC; portanto: — = ; onde: DE x FK = AF x BC.


AF FK
Logo, a área do trapézio CBDE é constante, pois que esta área, DE x FK, é
igual ao produto constante AF x BC.

298
Capítulo 16

CAPÍTULO 16

APÊNDIDE SOBRE MÁXIMOS E MÍNIMOS

Teorema I. Quando o produto de dois fatores é constante, o mínimo da soma destes


fatores se dá quando são iguais.
Sejam m o mínimo da soma, e a o produto constante dos 2 fatores x e y. Conforme o
enunciado, teremos as equações:
x + y= m, (1)
xy = a. (2)

Ora, x e y são as raízes da equação X2+ mX + a = 0, a qual dá: X = [--a.

p v _. , x . _______ , u_ m2 m2 ~
Para que X seja real, é preciso que se tenha — > a ou pelo menos — = a . O
4 4
i . m2 . . m2 m /-
menor valor que se possa dar a — é, pois — = a ou — = Va.
4 4 2

Mas então o radical desaparece, e temos: X = y.

Onde, pela substituição de y por seu valor Jã ,

X' = x = ^ã,
X" = y = Vã.
Logo, etc.

Teorema II. O produto de dois fatores cuja soma é constante, é máximo quando este
dois fatores são iguais.
Sejam x e y os 2 fatores, a sua soma constante e m seu produto máximo. Conforme
o enunciado, temos:
x + y = a.
xy = m.

ía2
Ora, x e y são as raízes da equação: X2 - aX + m = 0, a qual dá: X = ± ------ m.
4
a2
a2
Para X ser real, é preciso termos m < —, ou quando mais m = —; neste último caso.
4 4

o radical desaparece, e temos: X =

X' = x = ^,
Onde:
X" = y = |.

Logo, o produto, etc.

Teorema III. O produto de vários fatores cuja soma é constante, é máximo quando
estes fatores são iguais.

299
Geometria Elementar

Com efeito, sejam a a soma constante, e x, y, z, t... os fatores. Temos:


x + y + z + t... = a.

Trata-se de tornar máximo o produto xyzt.... Ora, se supusermos que os 2 últimos


fatores são invariáveis, obtemos: x + y = a- z-t, ou uma quantidade constante para
a soma dos dois primeiros. Seu produto será pois máximo para x = y; logo, o produto
total também será máximo só quando se tiver x = y.
Provar-se-ia da mesma maneira que y e z, z e t, etc., devem ser iguais.

Teorema IV. O produto de potências diferentes de dois fatores, cuja soma é


constante, é máximo quando estes fatores formam razão igual à razão de seus
expoentes.

Conforme o enunciado, podemos escrever:


x+y= a
xm x yn = M

O produto será máximo quando tivermos: — = —


y n
Com efeito, xm = xx xx x...., y"n = y x y x y x y...,
... e y
portanto, xmx yn = (xx xx x...) (y x y x y...)_
Dividindo-se os 2 membros pelo produto rnm x nn, ou, o que dá na mesma, cada fator
x por m e cada fator por y por n, temos:
xmxyn
= l —x— x ...Y
Xxx — ii —yx x—yx x—yxx—y ...\i,
nm xn" ^m m m 7\n n n n )

de xm x yn = ixAxA... yxyxyxy„V x nn.


m m m An n n n )
a, o máximo do produto xm x y" não pode depender da quantidade constante mm +
.só pode provir dos dois parênteses.
Mas, os fatores encerrados pelos parênteses têm soma constante, pois que x + y = a:
logo, o máximo de seu produto se alcançará quando forem iguais entre si, portanto, é
x y x m
preciso ter: — = — ou — = —.
m n y n

FIM

300
Este livro maravilhoso, escrito pelos Irmãos Maristas e
publicado pela editora marista FTD no início do século XX, traz
mais de 600 problemas resolvidos de excelente nível envolvendo
Geometria Plana, Espacial e cônicas.

Trata-se de uma obra prima de Geometria, recheada com


centenas de problemas de construção, inúmeras demonstrações
variadas envolvendo planimetria, geometria espacial, e um
maravilhoso tratamento das cônicas elipse, hipérbole e parábola
sem recorrerá geometria analítica!

Nem mesmo o tempo foi capaz de alterar o brilho dessa obra,


escrita com muito vigor pelos irmãos maristas, com linguagem
bastante simples, objetiva e acessível a qualquer leitor
interessado em aprimorar e aprofundar seus conhecimentos no
mais mágico e desafiador segmento da Matemática elementar: a
Geometria.

O nível dos problemas aqui contidos estimulará mesmo os


leitores mais exigentes. Provavelmente, os problemas mais
difíceis de Geometria contidos nos modernos livros brasileiros
encontram-se resolvidos na presente obra, cujo valor é
inestimável para os amantes da Geometria sem sombra de dúvida.

Mais uma vez, preocupada em resgatar para a presente e


futuras gerações o que há de melhor em livros de ciências exatas, a
Editora VestSeller tem a honra de reeditar esta obra prima e,
juntamente com todo o povo brasileiro, saudar e agradecer os
' irmãos maristas pela incomensurável contribuição que dão para a
educação nesse país desde que aqui chegaram, no final do século
XVI11, até os dias de hoje.

ISBN ÔSbOLSBlB-H

r / EDITORA

tlfe
www.vestseller.com. br marista'! 5 vaasbo b S 31 3 3

Você também pode gostar