Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 01
Aula 01
Reflexão
Aqui vale levantar as seguintes compreensões: primeiro, as expressões da questão social
não são dados naturais nem problemas individuais, mas são resultado da desigual relação
entre as classes sociais, portanto, são problemáticas estruturais e coletivas.
No entanto, convém refletir: a partir da sua leitura de mundo, sobretudo nas suas relações
de trabalho, você acha que é possível haver igualdade entre as pessoas e as classes sociais
no capitalismo?
A dinâmica capitalista
No vídeo a seguir, o especialista Dennis Novaes apresenta elementos que
demonstram a profunda relação entre a dinâmica capitalista e o papel do assistente
social. Vamos assistir!
Acredita-se aqui que o enfrentamento desses problemas passa, primordialmente,
pela superação do modo de produção capitalista.
Comentário
O reconhecimento inicial dessas demandas, via proteção social, deu-se de forma bastante
excludente, uma vez que se destinavam apenas a algumas categorias profissionais, tais
como marítimos, ferroviários e trabalhadores portuários.
Saiba mais
Você sabia que a Igreja Católica possuiu relação direta com a questão social nesse
momento histórico? A condição de pobreza e desigualdade dos trabalhadores era tratada
como de responsabilização moral e individual, ou seja, você encontrava-se na condição de
pobreza como provação divina.
É comum também que se escute que a questão social era tratada como “caso de polícia”,
isso porque as mobilizações dos trabalhadores estavam comprometendo a coesão, isto é, a
harmonia social e, em consequência, a expansão do capitalismo. Assim, o Estado intervia
pelo viés da coerção, da repressão e da força policial no sentido de conter as mobilizações
dos trabalhadores.
Igreja Católica
“Passados mais de dois séculos desde a Revolução Francesa, que enterrou os
restos do passado feudal e inaugurou a era da razão pura e de um Deus morto nos
braços do secularismo, pode parecer pitoresco e até loucura trazer Deus de volta à
cena. Afinal, o que a vecchia signora [velha Senhora], a Igreja Católica Apostólica
Romana, que durante dois mil anos dominou o mundo ocidental e que jaz
destronada desde a ascensão dos Estados-nação e da Revolução, poderia nos dizer
sobre mundo moderno, que valha a pena se debruçar sobre suas ideias tidas por
‘antiquadas e reacionárias’? O que poderia Ela dizer a nós, hoje mais esclarecidos,
mais racionais, mais naturalistas, mais empiristas, enfim, o que poderia ensinar a
nós que orgulhosamente dizemos ‘Deus está morto’?” (RIBEIRO; CARVALHO;
OREIRO, 2019, p. 711).
É preciso que você entenda que a questão social e as formas de enfrentá-la foram
modificando-se com as transformações do próprio capitalismo, e a partir da
formação de cada sociedade. Um problema social no Brasil pode não ter a mesma
intensidade na Alemanha, por exemplo, em razão da formação de cada sociedade e,
sobretudo, do avanço do capitalismo em ambos.
resposta deve estar baseada nos seguintes elementos:
A base da questão social é o conflito entre as classes sociais, capital e trabalho; é um termo
que surge diante da pauperização pela qual passava a sociedade, em decorrência da
industrialização e da urbanização, no século XIX; seu enfrentamento encontra-se
intimamente ligado à formação social e histórica, bem como à formação do próprio
capitalismo em cada sociedade, mas não se nega a influência da Igreja Católica no seu
trato, sobretudo no contexto do século XIX, que marca a emergência da questão social; seu
enfrentamento se deu inicialmente via caridade ou via repressão diante do conflito de
classes, e com a entrada do Estado, a serviço do capital, por meio de políticas sociais.
Agora que você compreende o solo no qual se funda a questão social — seus
determinantes econômicos (modo de produção capitalista), históricos (século XIX
no contexto da industrialização) e sociais (pauperização da vida e precarização do
trabalho) — trataremos, no próximo módulo, da sua relação com o Serviço Social.
Questão 1
Com base no enunciado e a partir dos seus entendimentos sobre o assunto, analise as
afirmativas a seguir:
I. A questão social pode ser entendida como fruto da sociabilidade capitalista, que gera o
conflito entre as classes sociais — capital versus trabalho — uma vez que esse sistema é
marcado pela exploração e igualdade.
II. A questão social surge na Europa Ocidental, no século XIX, decorrente do processo de
industrialização e urbanização massiva, uma vez que as pessoas viviam em precárias
condições de vida e trabalho.
III. As expressões da questão social são estruturais e coletivas, próprias das contradições
do modo de produção capitalista.
IV. O desemprego é uma das expressões da questão social, tratando-se de uma
problemática individual.
A I e II.
B I e III.
C II e IV.
D II e III.
E II, II e IV.
Questão 2
Com base na sua leitura e aprendizado sobre o tema, e tomando a citação como referência,
analise as afirmativas a seguir:
A I e II.
B II e IV.
C I, III e IV.
D I e III.
E I, II e III.
Perspectivas históricas
O Serviço Social nas trilhas da história
O Serviço Social acompanha o movimento do capitalismo e os seus
desdobramentos, sobretudo no que tange à questão social.
Há um traço marcadamente conservador e assistencialista no surgimento do
Serviço Social, pela existência de uma relação direta entre a profissão e a Igreja
Católica nesse momento histórico. Provas disso são as duas encíclicas (cartas)
papais, que vão orientar a ação social nesse contexto. Veja!
Foi escrita pelo papa Leão XIII, em 1891, e seu objetivo era desorganizar o movimento
operário, buscando a conciliação entre capital e trabalho, ainda que o pano de fundo dessa
relação fosse a exploração dos trabalhadores. A crítica era justamente ao socialismo e ao
capitalismo irrestrito, e o objetivo era a manutenção da ordem social.
Foi escrita pelo papa Pio XI, em 1931, justamente no 40º aniversário da primeira encíclica.
As críticas se mantêm, e o direcionamento é no sentido da restauração da ordem social.
Embora apresente uma visão mais ampla do que a primeira encíclica, ela apresenta
justamente a Doutrina Social da Igreja como a resolução para os problemas sociais e
econômicos.
Comentário
Para se ter uma ideia da relevância dessas encíclicas, se hoje dizemos que a Constituição
Federal de 1988 é a Carta Magna dos direitos no Brasil, essas cartas tiveram peso
semelhante para a Doutrina Social da Igreja.
Nesse sentido, por essa vinculação com a Igreja Católica, podemos dizer que o
Serviço Social, nesse momento, é não apenas conservador, como doutrinário e
dogmático, pois segue as orientações, o conjunto de regras e princípios dessa
Doutrina Social.
Sempre que pensar na gênese da profissão, lembre-se de alguns termos, tais como:
Ordem social / Restaurar / Conservar / Manter
Influência católica
Fundamentos da influência católica
Outro aspecto bastante recorrente quando se fala no surgimento do Serviço Social é a
influência do pensamento tomista e neotomista. Mas, o que seria isso?
Trata-se do pensamento do padre católico italiano Tomás de Aquino, que acreditava haver
relação direta entre fé e razão, ou seja, entre teologia e filosofia. Embora colocadas como
lados opostos, na leitura de São Tomás, elas são complementares, na verdade.
O neotomismo, até pelo seu momento histórico, vai marcar fortemente o surgimento do
Serviço Social, pois é um pensamento abraçado pela Igreja Católica que, como tal, é a
Assim, é preciso que se tenha em mente que os ideais cristãos e humanistas são
traços fortes nesse momento.
No pensamento neotomista, o corpo humano, tanto na perspectiva física como
espiritual, representava a perfeição, uma vez que o homem era a imagem e a
semelhança de Deus, por isso, caberia ao humano ser e buscar tal perfeição.
Por quais razões um pensamento do século XIII é retomado no século XIX? O intuito
era justamente solucionar os problemas sociais, encarando-os como uma crise do
ponto de vista moral e dos costumes cristãos. No entanto, tratava-se, na verdade, da
condição de miséria e exploração dos operários, frutos da industrialização e da
urbanização desorganizada.
Portanto, as determinações sociais, econômicas e históricas não eram
consideradas, o que é um grande equívoco, pois as pessoas já nascem em
condições desiguais de acesso aos bens, políticas e serviços, e isso é fruto da
desigualdade capitalista. Os indivíduos que precisavam de alguma ação do Estado
ou da caridade cristã por não conseguirem sobreviver estavam fora desse ideal de
perfeição, justamente por isso “precisavam” ser restaurados.
Atenção!
A Igreja Católica vê, por meio desse pensamento, uma forma de combater essa crise moral
e, assim, contribuir para o renascimento das ideias de São Tomás de Aquino, retomando
também seu lugar de poder na sociedade.
O sentido era de que os homens fossem perfeitos, mas uma perfeição voltada para a
manutenção da ordem social, principalmente para a economia. Para isso, a Igreja Católica e
os assistentes sociais, na qualidade de agentes dessa instituição, se utilizavam de um
discurso não apenas moralizador, como culpabilizador dos indivíduos diante da sua
condição social de vida e trabalho.
Comentário
A partir dessa relação, é evidenciado um caráter contraditório, uma vez que o assistente
social vai receber o ordenamento, as regras e os ditames das classes dominantes, no
entanto, sua ação e seu trabalho profissional serão voltados para a classe trabalhadora.
Em outras palavras, a demanda pelo profissional não vai partir dos indivíduos que são alvos
das ações profissionais, mas do patronato, que é quem vai estabelecer remuneração aos
profissionais. Isso deixa claro um dos grandes desafios postos ao Serviço Social.
Tecnicismo norte-americano
O especialista Dennis Novaes apresenta agora os elementos que comprovam a
influência do tecnicismo norte-americano na formação histórica do assistente social
no Brasil. Confira!
Como já dito, entre os teóricos do Serviço Social, a maioria entende que o eixo
fundante da questão social é o conflito:
Capital / Trabalho
Comentário
Você escutará esse entendimento de forma recorrente ao longo da sua formação na frase
presente no Manifesto do Partido Comunista ao colocar que o Estado é o comitê executivo
da burguesia. É nesse momento em que a esfera estatal passa a intervir no conflito entre as
classes que o Serviço Social entra na cena política e social no sentido de apaziguar os
conflitos sociais.
Atenção!
Seja em âmbito nacional ou em escala mundial, o Serviço Social surge de forma estratégica
para tratar a questão social e, dessa forma, conter o movimento operário; ao mesmo tempo,
acaba contribuindo para a reprodução do capital, após a Segunda Guerra Mundial.
O Serviço Social é uma profissão legítima e que atua na dinâmica social, enquanto o
assistente social é um trabalhador assalariado que, por meio da sua atuação profissional,
Pensemos numa unidade de Saúde, por exemplo. Lá atuam vários profissionais dos mais
variados campos de estudo e saber, cada um respondendo às dinâmicas próprias de sua
área de atuação. A Medicina tratando das questões de saúde/doença; a Psicologia das
questões emocionais e subjetivas; a Gestão voltada para a parte administrativa e bom
funcionamento da unidade.
O Serviço Social, por sua vez, atua no enfrentamento das questões e problemas
sociais trazidos pelos usuários do serviço. Grosso modo, como um ramo do
trabalho coletivo, ou seja, na qualidade de uma especialização do trabalho, os
assistentes sociais respondem por aquilo que é próprio da sua área: as expressões
da questão social.
Sua resposta deve estar baseada nos seguintes elementos:
O Serviço Social nasce conservador, doutrinário e dogmático, dada a sua forte ligação com
a Igreja Católica e seu traço caritativo e assistencialista no trato da questão social; as
encíclicas papais, o tomismo e o neotomismo são orientadores da Doutrina Social da Igreja
Católica e, portanto, influenciam a emergência da profissão; a profissionalização do Serviço
Social é estratégica por parte do Estado, que reconhece a forte ligação da profissão com a
questão social, com objetivo de tecnificar um trabalho que já existia e era feito junto à
Igreja; a profissionalização do Serviço Social não marca um distanciamento ou ruptura com
a Igreja, mas sim uma intenção de tecnificar a profissão; a crítica que se faz na reflexão não
é voltada para a Igreja Católica em si, inclusive é reconhecida a sua importância histórica na
emergência do Serviço Social, mas essa instituição, naquele momento histórico, não
oferecia condições para desvelar as contradições próprias do capitalismo.
Questão 1
A partir da referência lida, e com base nas suas compreensões sobre o surgimento e
profissionalização do Serviço Social, assinale a alternativa correta.
A O Serviço Social, no seu surgimento, possui ligação íntima e histórica com a Igreja
Católica, atuando por meio de práticas benemerentes e de caridade para mediar o conflito
entre as classes sociais e transformar a realidade e a condição de vida dos operários.
Questão 2
O Serviço Social se profissionaliza com uma base contraditória: devendo atender aos
interesses dos seus empregadores, mas tendo sua atuação profissional voltada para a
classe trabalhadora que vivenciava a questão social. Com base nesse entendimento,
marque a alternativa correta.
C Como trabalhadores assalariados, contratados pelo Estado, que atendia aos interesses da
burguesia, os assistentes sociais acabavam reproduzindo o status quo.
E O Estado, comprometido com a valorização do capital por meio das classes dominantes,
propõe a superação do conflito entre as classes, mediante a socialização igual da riqueza
socialmente produzida.
Esse panorama é para você entender como a questão social é complexa de ser enfrentada.
Brasil contemporâneo
Mudanças na realidade brasileira
Com base nas questões abordadas, não se pode negar que a sociedade brasileira vem
passando por profundas transformações em todas as suas esferas. Acompanhe o
raciocínio!
• Por um lado, o discurso do governo federal sinaliza que estamos encontrando
novamente os trilhos do desenvolvimento e do crescimento econômico. Além
de índices econômicos, apresenta obras de infraestrutura em estradas,
ampliação de acordos internacionais e transformações profundas em
ministérios ou secretarias, como Educação, Direitos Humanos, Cultura.
• Por outro lado, a mídia sinaliza que as mudanças pelas quais estamos
passando não são tão harmoniosas como apregoa a narrativa
governamental. Esses veículos apresentam que o desemprego estrutural
cresce em escala assustadora, os índices de violência nas suas mais
variadas formas de expressão seguem também em aumento, as reformas —
trabalhista e previdenciária — vêm pondo em xeque os direitos sociais da
classe trabalhadora, além da propagação e banalização dos discursos de
ódio, manifestos por diferenças políticas.
Em um cenário como esse, é fundamental termos condições para análises
profundas e, a partir daí, buscar entender a complexidade da realidade social
brasileira.
Quando há o acirramento das desigualdades sociais, as relações de trabalho
transformam-se de forma acelerada e se evidencia uma profunda contradição. Veja!
De um lado, encontramos um discurso que afirma que os sujeitos são empreendedores, ou
seja, podem produzir e comercializar os seus próprios negócios, desobrigando a maquinaria
estatal de uma das suas principais funções — regular e garantir direitos sociais e
trabalhistas.
De outro, há quem afirma que discursos como esse do empreendedorismo não fazem
perceber tão claramente o aumento agressivo do subemprego e da informalidade.
As políticas sociais vêm ficando cada vez mais restritas, seletivas e focalizadas. Há uma
regressão dos direitos sociais conseguidos pelos trabalhadores por meio das suas lutas
sociais.
Se a questão social vem se modificando, e é nas suas expressões que atuam os assistentes
sociais, é inegável que todo esse cenário traz impactos diretos para a categoria
profissional.
Saiba mais
No contexto brasileiro, de acordo com Antunes (2000), a partir da segunda metade do
século XX, especificamente a partir dos anos de 1990, houve modificações substantivas
nas condições de exercício profissional dos assistentes sociais.
Os rebatimentos sobre os processos de trabalho se deram de forma geral, manifestos
especificamente em alguns aspectos, a saber: a incorporação de novas tecnologias,
alterações organizacionais e aceleração dos ritmos de trabalho, o que implicou o aumento
das taxas de desemprego, subemprego, terceirizações e contratos precários e sazonais,
entre outras.
Comentário
Nesse confronto de interesses antagônicos, o Serviço Social acaba respondendo tanto às
demandas do capital como às do trabalho, participa tanto do processo de exploração como,
paralelamente e pela mesma atividade, das condições de sobrevivência da classe
trabalhadora.
Esses limites foram possíveis a partir dos anos 2000 no Brasil, com os chamados
governos neodesenvolvimentistas. Durante tais governos, houve uma tentativa de
estabelecimento de uma aliança entre os grupos e camadas populares e o
capitalismo.
É inegável que houve um processo de ampliação da esfera social, mediante
programas, políticas e projetos sociais com grande nível de abrangência e
ampliação. No entanto, investir no social fazendo aliança com o sistema dominante
é algo complexo.
Sua resposta deve estar baseada nos seguintes elementos:
O neoliberalismo retrai o papel do Estado junto ao social, ou seja, é mínimo para o social e
máximo para o econômico; o neoliberalismo e as mudanças no capitalismo com a chamada
reestruturação produtiva, na década de 1970, afetam diretamente o chamado mundo do
trabalho, que fica cada vez mais flexibilizado e precário, e as políticas sociais, que ficam
gradativamente mais restritas, seletivas e focalizadas; se a principal ferramenta de
enfrentamento à questão social atualmente se faz via políticas sociais e estas têm sofrido
mudanças, isso repercute direto no trabalho dos assistentes sociais que, como
trabalhadores assalariados, vivem também os impactos da reestruturação produtiva.
Questão 2
“Estes novos tempos reafirmam, pois, que a acumulação de capital não é parceira da
equidade, não rima com igualdade. Verifica-se o agravamento das múltiplas expressões da
questão social, base sócio histórica da requisição social da profissão. A linguagem de
exaltação do mercado e do consumo, que se presencia na mídia e no governo, corre
paralela ao processo de crescente concentração de renda, de capital e de poder. Nos locais
de trabalho, é possível atestar o crescimento da demanda por serviços sociais, o aumento
da seletividade no âmbito das políticas sociais, a diminuição dos recursos, dos salários, a
imposição de critérios cada vez mais restritivos nas possibilidades da população”
(IAMAMOTO, 2014, p. 18).
Com base na leitura do texto e a partir dos seus entendimentos sobre questão social,
Serviço Social e políticas sociais, analise as alternativas a seguir e marque o item
verdadeiro.
B Os assistentes sociais vêm sendo cada vez mais afetados com as mudanças que se
operam no chamado “mundo do trabalho”, pois são trabalhadores assalariados e vivem
processos como terceirizações, subcontratações e contratos sazonais, além dos impactos
no campo das políticas sociais cada vez mais restritas, seletivas e focalizadas.
D Há cada vez mais ampliação da esfera social, isso pode ser evidenciado na ampliação
dos programas sociais, com acesso cada vez mais universalizado.
E Existe uma relação íntima entre Serviço Social, questão social e políticas sociais, no
entanto, as mudanças que ocorrem nas expressões da questão social não alteram essa
relação, pois seu enfrentamento deve atender ao projeto neoliberal e à lógica de mercado.
Considerações finais
A formação social de cada sociedade é imprescindível para o entendimento claro da
relação que se estabelece entre a questão social e o Serviço Social como profissão.
As mudanças pelas quais vem passando o capitalismo e a sociedade como um
todo, interferem diretamente nas formas de manifestação das expressões da
questão social e, consequentemente, nas estratégias de intervenção junto a elas.
Os diferentes estágios do capitalismo vão agudizar ou fazer surgir outras
expressões da questão social, o que não significa afirmar que teríamos uma nova
questão social, uma vez que sua raiz — o conflito capital/ trabalho — permanece.
Crer na emergência de uma nova questão social seria negar o processo histórico
que a gesta e, sobretudo desconsiderar a sua raiz que é justamente o conflito entre
as classes sociais. A sociedade vem passando por mudanças em todas as suas
esferas — econômica, política e social de forma muito aligeirada nas últimas
décadas, o que exige que o capital encontre estratégias de manter a sua
reprodução. Disso o que se tem é um verdadeiro acirramento dos problemas
sociais, afetando todo o conjunto da classe trabalhadora que não tem condições de
acesso à riqueza socialmente produzida.
Ouça agora os tópicos mais importantes vistos em nosso estudo!