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O Ministério, seja ele qual for, nos faz carregar várias responsabilidades e

funções. E assim como temos aprendido, acreditado e vivido, o Ministério não é


um ofício ou uma profissão, é uma vocação designado pelo próprio Deus a
cada um conforme ele escolhe.

Assim, Ele designou alguns para Apóstolos, outros para Profetas, outros
para Evangelistas e outros para Pastores e Mestres. (Efésios 4.11)

Apesar do privilegio da vocação, junto com este privilegio encontramos vários


Desafios, durante a caminhada como: lutas familiares, traições Ministeriais,
solidão, desencorajamento, perseguições, lutas financeiras, ingratidão, entre
muitas outras.
Um dos desafios mais preocupantes é, a que muitos chamam hoje da doença
do século, a Depressão (que é um conjunto de desafios que citei acima), ela
tem afetado muitos ministros, e isso traz grandes problemas ao Ministério.
Antigamente a Igreja tratava da depressão como uma manifestação
demoníaca, mas hoje através de estudos (ela até pode ser uma manifestação
demoníaca) mas, também devido à fatores psicológicos de desenvolvimento,
interpessoais, espirituais e outras influências não físicas são as causas
responsáveis por muitos estados depressivos.
Infelizmente nestes últimos anos tivemos alguns casos de até lideres
Ministeriais se suicidaram devido a problemas desafiadores no Ministério, que
causaram grandes transtornos até a depressão.
Quero destacar quatro efeitos que a depressão(desafios) causam: -
Primeiro a infelicidade e ineficiência, dependência dos outros e baixa
produtividade.
Segundo surgem doenças físicas, e o corpo tem mais dificuldades de
combater.
Terceira a baixa autoestima, fica sem vontade de se comunicar, deseja se
afastar de tudo e de todos.
Quarto à vontade de tirar a própria vida, o suicídio.
Esse termo depressão surgiu em 1750 por Samuel Johnson, por isso ele não
existe na Bíblia, mas assim como estudamos nas aulas da STNB com o Prof.
Vinícius Couto, encontramos outras palavras como desespero, tristeza, desejo
de morrer, maldito dia que nasci, etc.
A Bíblia relata situações que vimos nas aulas de homens e mulheres piedosos,
influentes e de fé, que enfrentaram momentos sombrios de desesperança em
seu Ministério.
Existe um registro de Moisés em uma crise depressiva, momento em que se
sentia sobrecarregado pela grande responsabilidade que Deus lhe deu.
E ele perguntou ao Senhor:
“Por que trouxeste este mal sobre o teu servo? Foi por não te agradares
de mim, que colocaste sobre os meus ombros a responsabilidade de todo
esse povo? Por acaso fui eu quem o concebeu? Fui eu quem o trouxe à
luz? Por que me pedes para carregá-lo nos braços, como uma ama
carrega um recém-nascido, a levá-lo à terra que prometeste sob
juramento aos seus antepassados? Onde conseguirei carne para todo
esse povo? Eles ficam se queixando contra mim, dizendo: ‘Dê-nos carne
para comer! Não posso levar todo esse povo sozinho; essa
responsabilidade é grande demais para mim. Se é assim que vais me
tratar, mata-me agora mesmo; se te agradas de mim, não me deixes ver a
minha própria ruína” (Num 11.11-15)
Podemos afirmar que Moisés estava passando por um grande Desafio, ele
queria que o povo fosse grato por Deus ter os tirado do Egito, mas o que ele
encontra é a ingratidão, um povo murmurando, reclamando, e o que podemos
perceber que Moisés se sentia incapaz, sem forças, pressionado, incapaz,
pedindo até a Morte.
Conforme estudado podemos dar vários outros exemplos, como Davi, Elias, Jó,
Jonas, Pedro (é claro que existem muitos outros exemplos na Bíblia).
No Salmo 38.8 10-11, Davi se sente sem forças e angustiado, e estava
enfermo.
Em I Reis 19.4 podemos ver Elias com Medo, se sentindo sem valor, e pede a
Morte.
Todos esses Homens tiveram grandes experiências com Deus, mas,
infelizmente passaram por grandes desafios no Ministério.
No Mundo de hoje, apesar de ser bem diferente, os desafios Ministeriais ainda
continuam e em alta escala, O ritmo de trabalho frenético, as cobranças e
obrigações Ministeriais, os problemas financeiros, a desatenção com a saúde
básica, a falta de seno, descanso, a atenção a condição emocional, falta de
equilíbrio, o autoritarismo de líderes, espiritualizar tudo, estes e outros são
fatores que causam grandes problemas no Ministério de alguém.
Posso dar um exemplo particular dos dias de hoje.
Me converti com 15 anos, fui o primeiro de minha casa, tive um encontro com
Deus, mas meus pais de outra religião não permitiam que eu fosse a Igreja
Evangélica. Orei, chorei, busquei, o Senhor fez uma grande obra. Meus Pais
me deixaram ir uma vez por semana, e depois de alguns meses eles e meus 2
irmãos também se converteram. Ali começou um grande processo. Com 16
anos fiz o meu primeiro curso de Obreiro para poder servir ao Senhor. 25 anos
depois, eu já estava casado , 2 filhos, já tinha feito a EETAD (escola de
Teologia das Assembleias de Deus) a ITQ (Instituto de Teologia Quadrangular
e a CETADEB ( Centro teológico das Assembleias de Deus) e uma Faculdade
de ADM, em 2006 realizei um grande Sonho de ser Consagrado a Pastor,
ficamos 25 anos no Ministério, 25 Igrejas abertas na Região, já tinha
enfrentado vários desafios, mas em 2018 veio o maior deles, um grande
problema com o Pastor Presidente e sua Esposa(era uma Igreja Episcopal) o
Ministério todo desabou, inclusive a Igreja que dirigia e que era Pastor Integral.
Minha esposa estrou em depressão, meus filhos adolescentes cheio de
questionamentos.
Oramos e resolvemos buscar o Senhor em uma Igreja organizado e que que
acreditamos que segue os mandamentos de Cristo, Então viemos para a Igreja
do Nazareno, mas, sabemos que também existem situações e desafios.
Tivemos que começar do Zero, não conhecíamos ninguém, lá éramos lideres,
aqui somos mais um, a liderança 60% nos receberam muito bem, mas algumas
pessoas pareciam que estavam com Medo de perderem o posto, (como se
tivesse) mas hoje estamos felizes, buscando o Senhor, servindo, estudando, e
vencendo os desafios.
Passamos por situações financeiras muito difíceis, mas vencemos, nos
sentimos sozinhos, mas fomos abraçados, estávamos em depressão, mas
fomos tratados e curados, enfim estamos de pé, e rumo a Jerusalém celestial.
Vencemos no Senhor, através de jejum, oração, união familiar e acima de tudo
pedimos ajuda na hora que mais precisávamos. E Deus enviou a ajuda
necessária, hoje somos curados e abençoados.
O líder Ministerial tem um grande problema, de admitir que precisa de ajuda.
Entre as atividades adotadas por alguém para vencer os desafios posso dizer
que devemos ter muito equilíbrio em tudo, Jejum, oração, Fé, leitura da
Palavra, praticar esportes, as viagens, o momento devocional, os jantares e os
momentos de oração com o conjugue e a família, manter relações com
pessoas de confiança, participar de grupos da Igreja, manter um ritmo de vida
equilibrado, estar ligado a uma Igreja de fé, e quando for necessário, buscar
ajuda de um profissional especializado.
Devemos ter consciência das nossas limitações e não se envergonhar,
buscando auxílio sempre que necessário, vencendo o preconceito, a
desinformação, as barreiras internas e externas.
Com medidas como estas e acima de tudo muita Fé no Senhor é possível
vencer todos os desafios ministeriais. Se as igrejas e os próprios líderes forem
conscientizadas que não são super-heróis, muitos males poderão ser evitados.
Uma igreja que entende que seu líder necessita de cuidados vai procurar
ajudá-lo, assim todos os desafios servirão de aprendizado e serão vencidos.

BIBLIOGRAFIA
STNB – Bases Bíblicas e Teológicas, Prof. Dr.Vinícius Couto
BÍBLIA SAGRADA. https://www.bibliaonline. com.br/nvi.
OLIVEIRA, Roseli M. Kuhnrich. Cuidando de quem cuida: um olhar de
cuidados aos que ministram a Palavra de Deus. 4.ed. rev. Joinville: Grafar,
2012.
COLLINS, Gary R. Aconselhamento cristão. São Paulo: Vida Nova, 2004
CARRENHO, Esther. Depressão: tem luz no fim do túnel. São Paulo: Vida,
2007.
SOUZA, Thais Rabanea de; LACERDA, Acioly Luis Tavares de. Depressão ao
longo da história. In: Depressão: teoria e clínica. Porto Alegre, Artmed, 2013.

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