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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 2
UNIDADE 1 – LOUCURA E SUA HISTÓRIA ............................................................. 5
1.1 LOUCURA NA EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE ............................................................... 5
1.2 LOUCURA: UM CONCEITO POSSÍVEL MAS ‘DENSO, DELICADO E ABERTO’ ................... 11
UNIDADE 2 – PSICOLOGIA, PSIQUIATRIA, ARTETERAPIA E AFINS –
DESFAZENDO NÓS ................................................................................................. 15
2.1 DESFAZENDO ALGUNS NÓS .................................................................................. 15
2.2 TECENDO ALGUNS FIOS SOBRE OS TRANSTORNOS MENTAIS ................................... 19
UNIDADE 3 – A SAÚDE MENTAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ......... 23
3.1 A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE MENTAL ............................................................ 25
3.2 POSIÇÃO DA SAÚDE MENTAL NA ESTRUTURA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) .......... 27
UNIDADE 4 – OS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL – CAPS ................. 31
4.1 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CAPS ......................................................... 32
UNIDADE 5 – POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E
COMPLEMENTARES (PICS) DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ................. 39
5.1 O QUE E QUAIS SÃO AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES .................... 41
5.2 OBJETIVOS E DIRETRIZES DAS PICS .................................................................... 43
5.3 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ..................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47
ANEXOS ................................................................................................................... 51

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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INTRODUÇÃO

A Arteterapia enquanto alternativa de processo terapêutico que visa a


promoção, a preservação e a recuperação da saúde pelas interfaces da arte com
outros campos do conhecimento, é tendência cada vez mais presente em escolas,
centros de atenção psicossocial, empresas, presídios, hospitais e outras
organizações (GONÇALVES; ORMEZZANO;TONDO, 2016).

Figura 1: Saúde Mental.


Fonte: http://vtmneurodiagnostico.com.br/site/category/saude-mental/

Podemos dizer que ela caminha pari passu com a saúde mental, tanto que
recentemente entrou no rol de práticas integrativas e complementares do Sistema
Único de Saúde (SUS), a partir da Portaria nº 8491, de 27 de março de 2017.
Felizmente, desde a Reforma Psiquiátrica, temos visto a introdução de
práticas humanizadas no tratamento de portadores de transtorno mental. A
Arteterapia é uma dessas práticas, que pode ser coadjuvante no tratamento,
servindo como instrumento de intervenção voltada ao enfrentamento e à diminuição
do sofrimento psíquico. Um caminho para o sujeito perceber as possibilidades de
expressão, construção e reconstrução de suas dificuldades de se relacionar com o
mundo e consigo mesmo (LIMA, 2015).

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Disponível em:
http://www.lex.com.br/legis_27357131_PORTARIA_N_849_DE_27_DE_MARCO_DE_2017.aspx
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Como se observa, nosso caminho neste módulo passa por conceitos básicos
de loucura e Psiquiatria, a saúde mental, sua estrutura e funcionamento no Brasil, as
políticas, a legislação consolidada, os Centros de Atenção Psicossocial (CRAS), as
práticas integrativas e complementares do SUS, seus objetivos e diretrizes.
Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas observações se
fazem necessárias:
1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utilizadas
efetivamente e outras somente consultadas, principalmente artigos retirados da
World Wide Web (www), conhecida popularmente como Internet, que devido ao
acesso facilitado na atualidade e até mesmo democrático, ajudam sobremaneira
para enriquecimentos, para sanar questionamentos que por ventura surjam ao longo
da leitura e, mais, para manterem-se atualizados.
2) Deixamos bem claro que esta composição não se trata de um artigo
2
original , pelo contrário, é uma compilação do pensamento de vários estudiosos que
têm muito a contribuir para a ampliação dos nossos conhecimentos. Também
reforçamos que existem autores considerados clássicos que não podem ser
deixados de lado, apesar de parecer (pela data da publicação) que seus escritos
estão ultrapassados, afinal de contas, uma obra clássica é aquela capaz de
comunicar-se com o presente, mesmo que seu passado datável esteja separado
pela cronologia que lhe é exterior por milênios de distância.
3) Em se tratando de Jurisprudência, entendida como “Interpretação
reiterada que os tribunais dão à lei, nos casos concretos submetidos ao seu
julgamento” (FERREIRA, 2005)3, ou conjunto de soluções dadas às questões de
direito pelos tribunais superiores, algumas delas poderão constar em nota de rodapé
ou em anexo, a título apenas de exemplo e enriquecimento.
4) Por uma questão ética, a empresa/instituto não defende posições
ideológico-partidária, priorizando o estímulo ao conhecimento e ao pensamento
crítico.

2
Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou
similares.
3
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. Versão 5.0. Editora
Positivo, 2005.
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5) Pedimos compreensão por usar a lógica ocidental tradicional que funciona


como uma divisão binária: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x
mulher, mas na medida do possível iremos nos adequando à identidade de gênero,
cientes de que no mundo atual as pessoas tem liberdade de se expressarem de
forma tão diversa e plural e que o respeito à singularidade e a tolerância de cada
indivíduo torna-se fator de extrema importância.
6) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou
seja, baseada em normas e padrões da academia, portanto, pedimos licença para
fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que
os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos
científicos.
Por fim:
7) Deixaremos em nota de rodapé, sempre que necessário, o link para
consulta de documentos e legislação pertinente ao assunto, visto que esta última
está em constante atualização. Caso esteja com material digital, basta dar um Ctrl +
clique que chegará ao documento original e ali encontrará possíveis leis
complementares e/ou outras informações atualizadas. Caso esteja com material
impresso e tendo acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local.

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UNIDADE 1 – LOUCURA E SUA HISTÓRIA

1.1 Loucura na evolução da humanidade


A loucura é uma experiência demasiadamente humana! Essa é uma verdade
que não podemos dela fugir.
A loucura é uma experiência social e psicológica. Dizemos que é uma
experiência social, tendo em vista a maneira variada que os grupos sociais a
concebem. O que nós caracterizamos como loucura pode não ser para um outro
grupo. Os critérios, segundo os quais é julgada essa experiência são variados. Os
grupos sociais delimitam o campo da loucura de maneira distinta. A noção de
loucura é diversificada e relativa, uma vez que cada grupo tem uma linguagem
particular para defini-la. Segundo Birman (1983), essas diversas linguagens sociais
implicam também práticas sociais diversas.
Da mais alta valorização e respeito atribuído ao louco na antiguidade,
enquanto visto como a encarnação de manifestações divinas e demoníacas, à
degradação e marginalização a qual o louco foi submetido nos asilos sujos de fezes
e urina, nenhuma dessas concepções, talvez, seja mais grave do que a perda de
nossa identidade humana, nosso crescente desrespeito com a vida: a loucura de
nossos tempos atuais. É inadmissível que hoje, depois de avançarmos tanto no
campo das Ciências, da Tecnologia e da Informática, estamos tão aquém do
autoconhecimento e ainda não sabemos onde procurar e nem o que é felicidade.
De todos os avanços e de todas as tentativas de se querer situar a loucura
no campo das doenças orgânicas e de tentar concebê-la sob o prisma da
subjetividade, nenhuma dessas visões foi suficiente para quebrar o estigma que
acompanha o louco. Estigma este que o faz ser percebido como o insensato, como
uma pessoa não merecedora de crédito. Estigma este que uma vez atribuído ao
louco nos resguarda de confrontarmos com a verdade que ele, o louco, revela a nós.
Sua insensatez, sua falta de coerência espelha a nossa realidade sem sentido,
escondida em nosso desatino, realidade de um povo que corre sem saber para
onde, buscando não se sabe o quê (AFONSO et al., 1997).
Verdade seja dita, ao longo da história, os loucos foram concebidos sob
vários visões. Na Idade Média, as cidades escorraçavam os loucos (os de origem
estrangeira), deixando-os correrem pelos campos distantes, quando não eram
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confiados a grupos de mercadores e peregrinos. Havia barcos que levavam os


insanos de uma cidade para outra, e como errantes eles vagavam de cidade em
cidade. Frequentemente, as cidades da Europa viam essas naus de loucos atracar
em seus portos (AFONSO et al., 1997).
Grécia antiga! Só para variar, é lá que encontramos as primeiras referências
à “loucura”, bem como egípcios, mesopotâmios, hindus e romanos têm suas
contribuições acerca das doenças mentais que então e grosso modo, eram no
princípio “possessões demoníacas”.
As doenças mentais eram vistas por médicos, filósofos ou teólogos como
uma manifestação do descontentamento e castigo propiciado pelos deuses por
pecados cometidos ou possessão demoníaca. Esses quadros mórbidos se
manifestavam pela perturbação do humor como nos quadros maníacos ou
melancólicos ou perturbações do comportamento, como atos agressivos, por
exemplo. Eram tratados pela mágica invocação dos poderes celestiais ou
exorcizando os demônios que teriam ocupado o corpo e o espírito do paciente.
Muitas vezes, o paciente era submetido a castigos físicos, já que era tido como um
infrator (pecador) da vontade do ou dos deuses, para que as forças malignas,
demoníacas, abandonassem o corpo e muitas vezes, até mesmo morto (ANNES,
2003).
Na medicina Mesopotâmica ou no Código de Hammurabi, imperava a crença
de que os demônios causavam as doenças, ou seja, nos primórdios da nossa
civilização, pensava-se que as doenças, de uma forma geral e as moléstias mentais,
em particular, eram causadas por ações mágicas ou demoníacas. Não é pois
estranhável que os primeiros médicos fossem os sacerdotes e os feiticeiros
(CATALDO NETO, GAUER, FURTADO, 2003).
Surpreendentemente, temos notícia que os Gregos, no século oitavo antes
de Cristo, também utilizavam, ao lado dos exorcismos, práticas terapêuticas que
podemos considerar modernas, como ouvir música suave, atividades recreativas e
passeios.

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No sexto século antes de Cristo, o Grego Alcmaeon4, pela primeira vez na


história da humanidade, dissecava o corpo humano encontrando relações entre os
sentidos da visão e da audição com o cérebro. Suas pesquisas situaram a sede da
razão e da alma no cérebro. Empédocles falando sobre o significado das emoções
as atribuí ao amor e ao ódio, afirmando serem estas as fontes fundamentais do
comportamento do homem. Estes conceitos foram resgatado no século dezenove
pelo neurologista e psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939), criador da psicanálise,
uma vez que na Idade Média, o misticismo exacerbado reprimiu o pensamento
científico (ANNES, 2003).
Nos tempos da Inquisição, a loucura foi entendida como manifestação do
sobrenatural, demoníaco e até satânico, e classificada como expressão de bruxaria,
cujo tratamento caracterizou-se pela perseguição aos seus portadores, tal como se
praticava com os hereges. Em virtude do forte poder da Igreja, o movimento de caça
às bruxas, liderado pela Inquisição, objetivava manter a aceitação e a concordância
da crença religiosa. Assim, os chamados hereges e os divergentes da ideologia
cristã dominante eram considerados loucos, bruxos e feiticeiros, servidores do mal e
de forças malignas (MILLANI; VALENTE, 2008).
Certo é que no decorrer da história, eles foram denominados loucos, doidos,
mentecaptos, insanos, sandeus, desassisados, dementes ou alienados mentais.
Tais indivíduos, quando seus comportamentos eram considerados socialmente
incômodos ou excessivamente perigosos, com frequência eram reclusos em cadeias
públicas, em cômodos particulares e em enfermarias dos hospitais de caridade
(ODA; DALGALARRONDO, 2004).
Já em meados do século XVII, a loucura, que até então era exaltada como
marca do divino, constitui-se em um modo de exclusão, devido às mudanças
ocorridas em decorrência do crescimento das cidades, com o poder das relações
políticas e com o desenvolvimento da industrialização.
Nesse período, foram criados, em território europeu, os primeiros
estabelecimentos para internação, destinados a receber os loucos. Essas casas de
internamento eram verdadeiros cárceres que aprisionavam uma série de indivíduos,

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Filósofo pré-socrático e médico grego de Crotona e um dos mais importantes discípulos de
Pitágoras.
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portadores de doenças venéreas, mendigos, vagabundos, libertinos, bandidos,


eclesiásticos em infração, os próprios loucos, enfim, todos aqueles que, em relação
à ordem da razão, da moral e da sociedade, demonstravam fonte de desordem e
desorganização moral (MILLANI; VALENTE, 2008).
Assim, foi fundado em 1656, em Paris, o Hospital Geral, uma estrutura de
ordem monárquica e burguesa, onde seriam recolhidos e alojados todos os
excluídos que perturbavam a ordem social. No entanto, o Hospital Geral não possuía
um caráter médico, não era um hospital tal como se conhece hoje, essa instituição
era um local que apenas representava o papel da polícia e da justiça.
Fazendo um longo recorte e chegando ao Brasil, sobre a história do
tratamento dado aos loucos por aqui, Dr. Juliano Moreira, famoso alienista do início
do século XX conta que

através de todo o período colonial, os alienados, os idiotas, os imbecis


foram tratados de acordo com suas posses. Os abastados e relativamente
tranquilos, eram tratados em domicílio e às vezes enviados à Europa [...].
Se agitados punham-nos em algum cômodo separado, soltos ou amarrados,
de acordo com a intensidade da agitação. Os mentecaptos pobres,
tranquilos vagueavam pelas cidades, aldeias ou pelo campo [...]. Os
agitados eram recolhidos às cadeias onde barbaramente amarrados e
piormente alimentados, muitos faleceram mais ou menos rapidamente
(JULIANO MOREIRA, 1905, p. 54 apud ODA; DALGALARRONDO, 2004, p.
129).

Maiores pressões sociais exigindo restrições à livre circulação dos


chamados alienados parecem ter surgido como decorrência do processo de
urbanização e da consequente necessidade de manutenção da ordem das cidades
em crescimento, pois o espaço urbano determinaria o estabelecimento de novos
padrões de controle social, diferentes daqueles próprios à vida rural, supostamente
mais complacente com tal circulação (MACHADO et al.,1978).
Desde então, até a Reforma Psiquiátrica, o caminho desses
“desafortunados” é longo e triste tanto que a história mostra que a instalação de
“estabelecimentos especiais” não garantiu o início do tratamento médico idealizado
ou tampouco modificou as miseráveis condições de vida dos alienados internados,
como se queriam alguns cientistas das diversas épocas.

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Sugere-se a leitura de “A História da Loucura na Idade Clássica”, de Michel


Foucault e “Cinema e Loucura: conhecendo os transtornos mentais através de
filmes”, de J. Landeira-Fernandez e Elie Cheniaux.

Figura 2: Artista e louco.


Fonte: Nathalia Toledo - http://cbn.globoradio.globo.com/programas/caminhos-
alternativos/2015/05/30/COM-AJUDA-DA-DRAMATERAPIA-HOTEL-DA-LOUCURA-TRATA-
DOENTES-MENTAIS.htm

Guarde...
Lopes (2001) sintetiza muito claramente a história e a compreensão da
doença mental que tem passado por diversas fases dentro da história da
humanidade. Na antiguidade pré-clássica, as doenças eram explicadas como
resultantes da ação sobrenatural; a partir de 600 a.C., os filósofos gregos trouxeram
a ideia organicista da loucura e até o começo da Idade Média, o tratamento
dispensado era de apoio e conforto aos doentes mentais.
No final da Idade Média até a Idade Moderna houve uma mudança radical
desses conceitos e o doente mental passou a ser visto como um possuído pelo
demônio, dessa forma o tratamento antes humanitário foi mudado para
espancamentos, privação de alimentos, tortura generalizada e indiscriminada,
aprisionamento dos doentes para que estes se livrassem dessa possessão.
No século XVII já existiam hospitais para os excluídos socialmente, grupo
constituído pelos doentes mentais, criminosos, mendigos, inválidos, portadores de
doenças venéreas e libertinos. Embora a loucura tivesse passado do campo

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mitológico para o âmbito médico, ainda a medicina não tinha elementos para defini-
la.
Surgiu, no século XVIII, Phillippe Pinel, considerado o pai da psiquiatria, que
teve o mérito de libertar os doentes mentais das correntes. Os asilos foram
substituídos, então, pelos manicômios, estes somente destinados aos doentes
mentais. Desenvolveram-se com isso várias experiências e formas de tratamento
nos hospitais La Bicêtre e Salpêtrière que difundiram-se da França para o resto da
Europa.
O tratamento no manicômio, de acordo com Pinel, deveria ser de
reeducação do alienado, implicando respeito às normas e desencorajamento das
condutas inconvenientes. A função disciplinadora do manicômio e do médico deve
ser exercida como um perfeito equilíbrio entre firmeza e gentileza. Mais ainda, a
permanência demorada do médico em contato com os doentes melhora seu
conhecimento sobre os sintomas e sobre a evolução da loucura, afirmava Pinel.
Porém, com o passar do tempo, houve uma leitura modificada do tratamento
moral de Pinel, sem os cuidados originais do método. As ideias corretivas para o
comportamento dos hábitos dos doentes passaram a ser recursos de imposição da
ordem e da disciplina institucional, recursos estes que visavam naquele momento ao
bem da instituição. Tudo era justificado para submeter o doente mental.
No início do século XIX, o tratamento do doente era uma releitura distorcida
do tratamento moral de Pinel e utilizava medidas físicas e higiênicas como duchas,
banhos frios, chicotadas, máquinas giratórias e sangrias. Aos poucos, o que era
considerado como uma doença moral passou também a ter uma concepção
orgânica, de acordo com o pensamento de vários discípulos de Pinel. As técnicas de
tratamento usadas pelos que defendiam as teorias organicistas eram as mesmas
empregadas pelos adeptos do tratamento moral, todas com explicações e
justificativas fisiológicas para sua utilização. A partir daí prevalecem as teorias
organicistas da doença mental decorrentes de descobertas experimentais da
Neurofisiologia e da Anatomia Patológica. Mesmo assim, entrando no século XX, a
ideia de submissão do louco persistia (LOPES, 2001).
Em outro momento, continuaremos a questão dos hospitais e a reforma
psiquiátrica. No momento, vamos partir para alguns conceitos de loucura.

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1.2 Loucura: um conceito possível mas ‘denso, delicado e aberto’


A “Coleção Primeiros Passos” é um bom começo para tentarmos entender a
loucura enquanto um conceito.
Fraize-Pereira (1985) propôs a um grupo de universitários e pré-
universitários acepções sobre o termo loucura e dessas acepções, nós mesmos
podemos encontrar a nossa definição. Vale a pena começar por elas. Vejamos:
1) Um estado de perda da consciência de si no mundo que condena a pessoa a
existir à maneira de uma coisa.
2) Uma doença.
3) Um “distúrbio orgânico” ou um “desequilíbrio emocional” do indivíduo cujo
efeito é um desvio do comportamento em relação a normas sociais.
4) Distúrbios emocionais ou somáticos cuja origem é “o desajustamento do
indivíduo dentro da sociedade em que se encontra”.
5) Todo tipo de desvio do comportamento pessoal em relação a uma norma
sancionada socialmente. O comportamento é desviante ou louco quando se
afasta do convencional, da rotina, das normas instituídas.
6) Um estado progressivo de “desligamento” ou “fuga” de uma realidade
(“objetiva”) para outra (“subjetiva”) em decorrência de uma “insatisfação do
indivíduo com o mundo normal e os problemas que nele enfrenta”.
7) Uma tomada de consciência de si e do mundo. Por exemplo: “loucura é a
profunda tomada de autoconsciência. É a rejeição de um mundo
preestabelecido e moldado normalmente”.
Dessas acepções temos dois caminhos a seguir: entender que a loucura é
‘saber’ devido ser uma experiência corajosa e desvelamento do real, de recusa do
mundo instituído; e de outro lado, a loucura pode ser entendida como uma ‘falha da
forma pessoal’, consciente, equilibrada e sadia de ser. Um desvio do grupo social,
daí o louco ser perigoso para os outros.
Como diz Fraize-Pereira (1985), ambos são conceitos discutíveis.
A verdade é que a loucura tem várias faces e pode ser analisada de vários
ângulos. Doença da mente ou do cérebro? Doença de comportamento?

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Figura 3: Charge “Loucura”, de Gilmar.


Fonte: http://acaminhodapsicologia.blogspot.com.br/2012/12/seminario-loucura-experimental.html

Como doença, é conceito novo no mundo ocidental. O seu surgimento


acontece quando as incertezas científicas são abandonadas e aparece a medicina
racional contemporânea. O divisor de águas é a valorização da razão.
Em trabalho de revisão sobre os conceitos de loucura na Psiquiatria e na
Saúde Mental, Costa Junior e Medeiros (2007) se concentraram em duas vertentes:
a loucura como doença médica e as que definem loucura rejeitando explicitamente a
concepção psiquiátrica de loucura, mas o fazem discutindo a loucura baseadas em
concepções que mantêm diálogo com os objetos perceptivos (diagnósticos
descritivos) que a Psiquiatria concebeu ao longo de sua história. Essas últimas
conceituações, que por vezes são chamadas de alternativas, mas frequentemente
são anteriores aos conceitos atuais da Psiquiatria (da loucura como doença
genética, por exemplo), apontam construtos teóricos que afirmam uma concepção
de mente (de psicológico) desde um modo mais individualizado até como algo
resultante das inter-relações sociais.
Os autores discutem como esses conceitos de loucura fazem parte de
concepções de mundo (e, consequentemente, de ser humano) distintas e mesmo
mutuamente excludentes em relação aos conceitos propriamente psiquiátricos,
sendo que há uma visão de mundo mais naturalista na Psiquiatria e, na Saúde
Mental, uma visão mais sociológica e coletivista, e elas têm entrado em choque para
além das problematizações teóricas em torno da loucura.

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Poderíamos ficar páginas a fio analisando e refletindo sobre a loucura, mas


seremos breves porque nossos interesses passam mais ao largo. Mas, vejamos as
três vertentes analisadas por Costa Junior e Medeiros (2007):
1. Conceitos de loucura como doença psiquiátrica – em especial como
psicose e esquizofrenia.
2. Conceitos de loucura na interface doença psiquiátrica tradicional /
modificação e crítica dos conceitos psiquiátricos pela Saúde Mental – incluindo
conceitos psicológico-filosóficos de loucura, os quais estabelecem uma área de
interpenetração entre a Psiquiatria e a Saúde Mental.
3. Conceitos histórico-sociais de loucura relacionados à institucionalização
psiquiátrica. Talvez seja este o campo de teorização que faz mais justiça às
intenções de boa parte dos pesquisadores que se dedicam à Saúde Mental como
campo de saber autônomo e independente, em superação ao campo psiquiátrico no
que diz respeito à produção de conhecimento e mesmo à sua teorização como
integrante da própria institucionalização da loucura (AMARANTE, 1994).
Vale frisar que:
A Psiquiatria entende a loucura como uma doença orgânica, que recebe um
nome – esquizofrenia – como método de identificá-la e estabelecer, então, um
tratamento farmacológico que a elimine do comportamento e do pensamento do
indivíduo. Esse ato humanista médico resultaria em diminuição da exclusão social, já
que a Psiquiatria vê essa exclusão como um fenômeno apenas social (de senso
comum não esclarecido) de intolerância, desencadeado sobre os sintomas de uma
doença, os quais seriam efeitos do orgânico em funcionamento anormal – sintomas
que seriam esbatidos no caso de um tratamento médico eficiente a ser alcançado.
A Psiquiatria entende que pode atingir a exclusão do louco via tratamento
químico para uma doença tida como do cérebro, e de origem genética, sendo que
uma Psicologia do louco, seus comportamentos e a intolerância social que recai
sobre ele resultariam de uma alteração neuroquímica; patologia orgânica que se
associaria a uma sociedade intolerante, que deveria ser esclarecida sobre tais
pensamentos e comportamentos se deverem a uma doença, e não a outros motivos
– como atitudes propositadamente imorais ou não humanas que configurariam os
atos do louco, os quais são, do ponto de vista psiquiátrico, a razão da intolerância

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social e da exclusão. Desse modo, a Psiquiatria acredita que o esclarecimento sobre


o caráter nosológico da loucura já reduziria o estigma e a exclusão social do louco,
principalmente se associado a um tratamento médico efetivo.
A concepção teórica da Saúde Mental percebe a loucura essencialmente
como um fenômeno de intolerância e exclusão da vida social, em que surge um
rechaço do louco por ele ser visto como doente mental, o que conduz a uma
internação hospitalar mesmo contra sua vontade, com o fim de ser isolado. A
internação é vista como o auge da exclusão social, e não um meio contrário à
intolerância. A Psiquiatria entra nessa concepção de loucura como o agente
carcerário da exclusão, fornecendo o rótulo e a explicação que autoriza que a
sociedade exerça seu rechaço daquele que considera imoral ou estranho. Mais do
que isso, a Psiquiatria instrumentalizaria essa intolerância social dando-lhe um
aparato de exclusão que ela própria não teria: a interdição hospitalar e civil com
autoridade outorgada ao médico com base em seu discurso humanista.
A Saúde Mental percebe, portanto, aquilo que a Psiquiatria explica com o
nome de uma doença (ou a própria designação geral de doença mental) como um
rótulo e uma explicação que sentenciam a exclusão física do louco do convívio
social. O que, sem dúvida, é reforçado pela rejeição explícita que a visão psicológica
dos artigos analisados tem sobre a explicação biológica, considerando-a inautêntica.
A única intersecção mais clara entre esses dois mundos dá-se no campo
psicológico, pois este pode ser concebido mais ao modo das ciências naturais, como
uma doença, só que no lugar de alterar o funcionamento do puramente orgânico,
afetaria o modo de funcionar do puramente psíquico. Do mesmo modo, no polo mais
social da Saúde Mental, o psíquico pode vir a ser o lócus onde o social
consubstancia em ações e pensamentos individuais a origem social da loucura
(COSTA JUNIOR; MEDEIROS, 2007).

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15

UNIDADE 2 – PSICOLOGIA, PSIQUIATRIA, ARTETERAPIA


E AFINS – DESFAZENDO NÓS

2.1 Desfazendo alguns nós


A Psiquiatria é ramo da medicina que se ocupa do diagnóstico, da Terapia
Medicamentosa e da Psicoterapia de pacientes que apresentam problemas mentais.
Essa área objetiva prevenir, diagnosticar, tratar e reabilitar os distúrbios da
mente.
Data do século XIX, o tempo em que os médicos passaram a se preocupar e
estudar mais profunda e cientificamente, os distúrbios mentais enquanto doença e
como justifica Vieira (1981), só é possível compreender o nascimento da Psiquiatria
a partir da Medicina, no momento em que esta incorpora a sociedade como novo
objeto e se impõe como instância de controle social dos indivíduos. É no seio da
Medicina Social que se constitui a Psiquiatria. Do processo de medicalização da
sociedade surge o projeto – característico da Psiquiatria – de patologizar o
comportamento do louco, somente a partir de então considerado anormal e,
portanto, medicalizável.

Figura 4: Psiquiatria.
Fonte: http://www.clinicaazzi.com.br/portfolio-items/psiquiatria/

Achamos pertinente desfazer possíveis dúvidas em relação ao Psiquiatra,


Psicólogo e outros profissionais, pois acreditamos que alguns leitores podem
confundir-se ao pensar nesses profissionais. Vejamos:

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16

A primeira diferença se refere à formação acadêmica de cada um dos


profissionais. Para atuar como psiquiatra, deve-se cursar seis anos de Medicina e
mais dois ou três de residência em Psiquiatria. Já para atuar como psicólogo, deve-
se fazer uma graduação de cinco anos em Psicologia e, em seguida, especializar-se
na área e na abordagem escolhida.
Resumidamente, o psiquiatra é um “médico do corpo” e o psicólogo é um
“médico da alma”.
Em termos práticos, isso significa que o psiquiatra terá como foco, primeiro,
a identificação da desordem mental que está acometendo o paciente e, em seguida,
o tratamento medicamentoso de tal desordem.
Já o psicólogo (“médico da alma”) não pauta sua atuação por diagnósticos,
primeiro por não ser médico no sentido lato do termo e, segundo porque a ele
interessa mais saber as causas subjacentes que estão motivando o adoecimento
mental daquela pessoa.
Mas, ao contrário do que pode parecer num primeiro momento, o psiquiatra
e o psicólogo são profissionais complementares. Em casos graves, a julgar pela
avaliação dos profissionais, é indicado que o paciente faça um tratamento
combinado, ou seja, Psicoterapia com o psicólogo e tratamento medicamentoso com
o psiquiatra (MARTINEZ, 2012).
Mas, vejamos mais detidamente o que faz um psicólogo clínico e um
psiquiatra.
O psicólogo clínico é um profissional habilitado a tratar, por meio de técnicas
que chamamos de psicoterápicas, as inúmeras formas de adoecimento mental que
podem acometer um ser humano ao longo de sua vida. No geral, essas técnicas
utilizam prioritariamente a fala, mas podem utilizar também outros recursos como
desenhos e técnicas corporais.
O psiquiatra é um médico de formação que se especializou na identificação,
diagnóstico e tratamento medicamentoso das desordens mentais. É um profissional
fundamental no tratamento de desordens mentais severas tais como, esquizofrenia,
autismo, transtornos de humor, entre outras.
Outra conflito que é preciso ser desfeito, refere-se à Arteterapia enquanto
ciência ligada em Medicina e Artes em geral, que através de fundamentação teórica,

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17

propõe-se a aliviar ou curar os indivíduos através da expressão artística, priorizando


o processo criativo. Atua através de muitas manifestações: Psicodrama, Teatro
Terapêutico, Biodança, Expressão Corporal, Escultura, Desenho, Pintura (OLIVER,
2008), ajudando também no diagnóstico, por isso, aplica-se à saúde mental.
A Arteterapia cuida do ser humano na sua essência, integrando as áreas
básicas: neurológica, cognitiva, afetiva e emocional, aprimorando as funções
egóicas como percepção, atenção, memória, pensamento, capacidade de previsão,
exploração, execução, controle da ação, além de sua função social
(FRANCISQUETTI, 2004 apud CIORNAI, 2004).
É comum a confusão entre Arte como Terapia e Arteterapia e até Arte-
Educação. Alguns professores de Artes, muitas pessoas leigas, outras que
produzem algum tipo de Arte ou Artesanato, muitas vezes se intitulam, de forma
equivocada, “Arteterapeutas”. Por conta disso, muitas pessoas se perdem em
informações erradas, acreditando que Arteterapia, como tantas outras técnicas
consideradas alternativas, é uma espécie de curandeirismo (OLIVER, 2008).
Há uma outra espécie de confusão: a de achar que Arteterapia e Terapia
Ocupacional são a mesma coisa. Esta confusão se dá pelo fato de ambas
trabalharem com a linguagem artística, embora seus objetivos se distanciem.
Porém, a Terapia Ocupacional se localiza mais no campo da reabilitação e
consiste no tratamento através de atividades que buscam a recuperação da função
humana, promovendo o indivíduo na esfera biopsicossocial, devendo ser aplicada
onde houver limitação funcional, seja de caráter físico, mental ou social5.
Segundo Oliver (2008), para tornar-se um arteterapeuta é imprescindível
estudar, por muitos anos, técnicas diversas de terapias, Psicologia e Neurologia,
pois, caso contrário, o máximo que se consegue é aplicar, de forma precária, Arte
como Terapia.
É de fundamental importância que o arteterapeuta tenha conhecimento
sobre elementos de Psicopatologia e sua terapia, para que possa perceber
dinâmicas patológicas nos pacientes. Devem também se submeter a um processo
de terapia individual (FRANCISQUETTI, 2004 apud CIORNAI, 2004).

5
Ver no site: www.terapeutaocupacional.com.br
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18

Os profissionais qualificados e devidamente habilitados para aplicar as


técnicas da Arteterapia são conhecidos como arteterapeutas e suas atribuições
estão relacionadas às práticas artísticas em praticamente todas as suas
manifestações relacionadas aos processos terapêuticos.
O arteterapeuta costuma usar elementos da música, da pintura, do desenho
e de outras coisas para catalisar sentimentos, procurando dar ao indivíduo totais
condições para que ele consiga extravasar tudo que o impede de desenvolver
melhor seu autoconhecimento, entre outras coisas.
Atualmente, é comum ver um arteterapeuta atuando em tratamentos
direcionados a pessoas de praticamente todas as idades, com resultados para lá de
satisfatórios, o que torna esta terapia complementar cada vez mais apreciada e
recomendada para tratamentos psicológicos.
Uma pessoa com problemas consegue se expressar melhor por meio de
elementos da música, da escrita, da pintura, do desenho e da dança, e por este
motivo, a Arteterapia está cada vez mais sendo empregada para tratamentos
psicológicos.
Portanto, um arteterapeuta é o profissional que emprega a arte para ajudar
em tratamentos terapêuticos de ordem psicológica de indivíduos que apresentam
transtornos dos mais variados6.

Guarde...
O profissional Arteterapeuta está habilitado em sua formação para atuar na
área da Saúde, Educação, Recursos Humanos, ou de qualquer outra área cujo
objetivo seja o humano.
Esta atuação consiste em dar atendimento coletivo e/ou individual a quem
deseja ou necessita pessoas que sejam portadoras de algum déficit de
comportamento, aprendizagem, relacionamento familiar e social, além de auxiliar
outros profissionais na área da saúde na recuperação de patologias como
depressão, dependência química, entre outras. Porém, a proposta primordial da
Arteterapia é a sua atuação preventiva evitando o adoecimento.

6
Ver no site: https://www.iped.com.br/materias/educacao-e-pedagogia/arteterapeuta.html
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19

Este profissional trabalha com uma metodologia científica, utilizando as mais


variadas linguagens expressivas, promovendo assim o autoconhecimento do
indivíduo, aumentando sua percepção e estimulando seus canais criativos,
possibilitando maior e melhor qualidade de vida e uma melhor atuação profissional.
Trata-se de novos paradigmas para quem trabalha ou se interessa por
saúde mental, educação, recursos humanos, inclusão social, terapias, humanização
hospitalar e ainda para quem busca o autoconhecimento. O profissional
arteterapeuta está habilitado em sua formação para atuar como facilitador na área
de Saúde, Educação e Recursos Humanos. E atender clinicamente, segundo os
parâmetros da Arteterapia. Este atendimento pode ser coletivo ou individual7.

2.2 Tecendo alguns fios sobre os transtornos mentais


Que a mente humana é complexa já sabemos, tanto que é uma área de
conhecimento que fascina como nenhuma outra. Estamos sempre buscando nos
conhecer e às nossas atitudes e reações diante de fatos corriqueiros. Além do
conhecimento, buscamos exaustivamente explicações para nossas ações.
Agora mesmo, recentemente, vimos o massacre americano de 59 pessoas
em um show de música por um sujeito, até o momento, solitário, que tinha dezenas
de armas. Por quê? Qual é seu objetivo? Planejado? Surtado? Um transtorno
mental? Um momento de ira?.
A questão se torna ainda mais fascinante ao se estudarem os transtornos
mentais, situações em que o funcionamento da mente encontra-se alterado. A
complexidade dessa área é tão grande que algumas pessoas chegam mesmo a
acreditar que o homem jamais conseguirá desvendar de forma plena os mistérios
que permeiam nossas funções mentais e as alterações associadas a elas. Como
tentar tirar os dois pés do chão puxando os próprios suspensórios, ou seja, algo
impossível (LANDEIRA-FERNANDEZ; CHENIAUX, 2010).
Os transtornos mentais fazem parte de nossa experiência diária. Eles são
muito mais comuns do que em geral se imagina e se pensarmos nos números
brasileiros tomamos um susto: as doenças e transtornos mentais afetam mais de
400 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da

7
Ver no site: http://www.institutofenix.com/m/pg/27328/cursos-pos-arteterapia-historico-a-profissao/
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20

Saúde (OMS). De acordo com o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU),
entre 75% e 85% das pessoas que sofrem desses males não têm acesso a
tratamento adequado. No Brasil, a estimativa é de que 23 milhões de pessoas
passem por tais problemas, sendo ao menos 5 milhões em níveis de moderado a
grave8.
O novo relatório global da ONU, lançado em fevereiro de 2017, mostra que a
depressão atinge 5,8% da população brasileira (11.548.577). Já distúrbios
relacionados à ansiedade afetam 9,3% (18.657.943) das pessoas que vivem no
Brasil.
Baixos níveis de reconhecimento e falta de acesso a tratamentos para
depressão e ansiedade levam a uma perda econômica global estimada de mais de
um trilhão de dólares americanos a cada ano. O estigma associado a esse
transtorno mental também permanece elevado9.
Os transtornos mentais podem ser altamente incapacitantes. Um
levantamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo, em parceria com o
Ministério da Saúde, constatou que a maior parte dos casos de licença para o
tratamento da saúde no Brasil está relacionada a um diagnóstico psiquiátrico. Entre
as 10 principais causas de afastamento do trabalho, cinco estão relacionadas a
transtornos mentais, sendo a depressão a causa número um.
Mas, afinal, o que é um transtorno mental? A resposta não e fácil. As
dificuldades já surgem com a própria terminologia. Na área da Saúde Mental, o
termo transtorno não tem um significado preciso. Ele é utilizado para evitar
problemas ainda maiores inerentes ao uso de palavras como doença ou
enfermidade, empregadas quando se conhece a causa da patologia – as alterações
fisiopatológicas que explicam a anormalidade (LANDEIRA-FERNANDEZ;
CHENIAUX, 2010).
O termo mente também é bastante controverso. Em geral, a palavra é
utilizada para descrever processos psicológicos que atingem a nossa consciência,
8
Ver no site: http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/05/saude-mental-em-numeros-cerca-de-23-
milhoes-de-brasileiros-passam-por
9
Ver no site:
http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5354:aumenta-o-numero-
de-pessoas-com-depressao-no-mundo&Itemid=839
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21

como motivações, emoções ou processos cognitivos – incluindo percepção,


memória, raciocínio, ou qualquer outra função que permita a aquisição de
conhecimento, a resolução de problemas e a elaboração de planos para o futuro.
Para os primeiros filósofos – que viveram na Grécia Antiga – e
principalmente para René Descartes (1596-1650) – responsável pela inauguração
da filosofia moderna – corpo e mente representam dois tipos distintos de substância.
De acordo com essa perspectiva, denominada dualista, o corpo é formado por
matéria, enquanto a mente – ou a alma – é imaterial (LANDEIRA-FERNANDEZ;
CHENIAUX, 2010).
Em oposição ao dualismo, vários filósofos contemporâneos – por exemplo,
John Searle, da Universidade de Berkeley – acreditam que mente e cérebro são
indistinguíveis e representam um único sistema. Essa segunda perspectiva,
conhecida como monista materialista, vem sendo corroborada por evidências
recentes da neurociência (DAMÁSIO, 1996). Portanto, a designação transtorno
mental pode ser enganosa, uma vez que sugere uma falsa distinção entre doenças
físicas, de natureza material, e doenças mentais, de natureza imaterial. De fato,
termos como amnésia psicogênica ou transtorno mental orgânico foram
gradativamente abandonados na literatura especializada por dar a entender,
incorretamente, que transtornos mentais “psicogênicos” ou “não orgânicos” não
possuem um substrato neural.
Outro problema presente nessa área são os critérios utilizados para
diferenciar o que é normal do que é patológico. Fundamentalmente, existem três
grandes critérios: o subjetivo, o estatístico e o cultural. Todavia, nenhum deles é
considerado totalmente satisfatório.
De acordo com o critério subjetivo, o patológico está relacionado a uma
vivência de sofrimento, a um sentir-se enfermo. No entanto, nos quadros de
mania eufórica, por exemplo, o indivíduo, embora pareça aos outros
claramente fora do normal, sente-se muito bem, mais alegre e mais bem-
disposto que de costume.
De acordo com o critério estatístico, o patológico representa aquilo que é raro
ou foge da média. No entanto, indivíduos com um nível de inteligência muito

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22

alto, que apresentam um quociente de inteligência muito acima de 100, não


são considerados doentes.
De acordo com o critério cultural, o patológico é aquilo que está fora dos
padrões ideais de comportamento definidos por uma determinada cultura. A
fragilidade deste último critério reside no fato de que algo que é visto como
patológico em uma cultura pode ser considerado normal em outra.
Da mesma forma, algo que é visto como patológico em uma época pode ser
considerado normal em outra. O homossexualismo seria um bom exemplo disso.
Independentemente de todas essas questões, é possível formular, ainda que
de forma provisória, uma definição de transtorno mental. Dessa maneira, utiliza-se o
termo transtorno mental para indicar a presença de um conjunto de vivências
subjetivas ou comportamentos que causam sofrimento significativo ou um importante
prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em qualquer outra área importante
da vida do indivíduo (LANDEIRA-FERNANDEZ; CHENIAUX, 2010).
Só para fechar o tópico, vale a definição de loucura como um tipo especial
de existência-sofrimento, que faz apelo a saberes especializados para seu alívio,
que segundo Passos (2009, p. 35), é a “expressão utilizada pelos praticantes da
desinstitucionalização italiana, como forma de renomear a doença mental por criticar
o seu conteúdo médico-patológico original e estrito”.

Guarde...
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2001 apud SILVA, 2013), os
transtornos mentais e comportamentais são condições clinicamente significativas
caracterizadas por alterações do modo de pensar e do humor (emoções) ou por
comportamentos associados com angústia pessoal e/ou deterioração do
funcionamento.
Defende, ainda, que a incidência de comportamentos anormais só pode ser
considerada como transtorno quando as anormalidades forem sustentadas ou
recorrentes e resultem em certa deterioração ou perturbação do funcionamento
pessoal em uma ou mais esferas da vida. Não se trata da insuficiência de uma
capacidade mental, mas da alteração ou perda de capacidades, que pode ter
diferentes graus de gravidade.

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23

UNIDADE 3 – A SAÚDE MENTAL NO SISTEMA ÚNICO DE


SAÚDE (SUS)

Há 16 anos foi aprovada a Lei nº 10.216/200110, conhecida como Lei da


Reforma Psiquiátrica Brasileira, que trata dos direitos das pessoas em sofrimento
psíquico e reorientação do modelo assistencial. Ao longo desse período, é notório
seu potencial indutor de transformações e avanços no cenário assistencial do país.
De acordo com o Ministério da Saúde, alcançou-se, em 2014, o índice de
86% da população coberta com serviços extra-hospitalares, territoriais e de base
comunitária. Observam-se mudanças no perfil dos hospitais psiquiátricos com
incentivo financeiro para os de menor porte, redução drástica dos leitos SUS em
hospitais psiquiátricos e a indicação de 10 hospitais psiquiátricos para
descredenciamento no SUS a partir das avaliações do Programa Nacional de
Avaliação do Sistema Hospitalar (PNASH). Além disso, registra-se o repasse de
recursos federais de incentivo financeiro para o desenvolvimento de estratégias de
reabilitação psicossocial (trabalho, cultura e inclusão social) e em chamadas de
fortalecimento do protagonismo de usuários e familiares (BRASIL, 2015).
Com a aprovação da Portaria nº 3.088/201111 (BRASIL, 2011), que institui a
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e estabelece os critérios de organização e
implementação em todo o país, integrando a saúde mental em todos os níveis e
pontos de atenção no SUS, abriu-se uma série de novos debates e desafios para a
Política Nacional de Saúde Mental. Destaca-se a estruturação dos serviços e a
implementação de estratégias de atenção psicossocial em redes integradas e
regionalizadas de saúde, envolvendo os territórios das capitais e municípios do
interior.
A RAPS fundamenta-se nos princípios da autonomia, respeito aos direitos
humanos e o exercício da cidadania. Ela busca:
promover a equidade e reconhecer os determinantes sociais dos processos
saúde-doença-sofrimento-cuidado;
desfazer estigmas e preconceitos;

10
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm
11
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html
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24

garantir o acesso aos cuidados integrais com qualidade;


desenvolver ações com ênfase em serviços de base territorial e comunitária;
organizar os serviços em rede com o estabelecimento de ações intersetoriais,
com continuidade do cuidado;
desenvolver ações de educação permanente;
ancorar-se no paradigma do cuidado e da atenção psicossocial;
monitorar e avaliar a efetividade dos serviços (BRASIL, 2011).

Em termos organizativos, o ordenamento da Atenção Psicossocial em cada


Região de Saúde deve estruturar-se em diferentes pontos da rede SUS. Vejamos o
quadro abaixo:
COMPONENTES PONTOS DE ATENÇÃO
Unidades Básicas de Saúde.
1) Atenção primária ou Atenção Núcleo de Apoio à Saúde da Família.
Básica em Saúde Consultório na Rua.
Centros de Convivência e Cultura.

2) Atenção psicossocial Centros de Atenção Psicossocial.


especializada

Samu 192.
Sala de estabilização.
3) Atenção à urgência e UPA 24 h e portas hospitalares de atenção à urgência/pronto
emergência socorro.
Unidade de Acolhimento.
4) Atenção residencial de Serviço de Atenção em Regime Residencial.
caráter transitório
Leitos de Saúde Mental na clínica médica ou pediatria em
5) Atenção hospitalar Hospital Geral.
Serviços Residenciais Terapêuticos.
6) Estratégia de Programa de Volta para Casa.
desinstitucionalização Programa de Desinstitucionalização.
Fortalecimento do protagonismo de usuários e familiares.
7) Reabilitação psicossocial
Fonte: Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas – CGMAD. Brasil (2015, p. 59).

O trinômio: Reforma Psiquiátrica, Política Nacional de Humanização (PNH) e


Política Nacional de Saúde Mental (PNSM) se somam para que possamos mudar os
modos de cuidar e de produzir saúde no cotidiano dos serviço, embora para Yasui
(2015), ambas são apostas que se constroem nas bordas e nas fissuras deste
mesmo cotidiano conservador, o que representa um imenso desafio.
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25

Lembremos que a Reforma Psiquiátrica (RP) transformou-se em uma ampla


política pública, ampliando a rede de serviços e as ações da saúde mental,
reduzindo leitos psiquiátricos, aumentando o investimento na rede extra-hospitalar.
Por seu turno, a Política de Humanização da Atenção e da Gestão (PNH)
veio com o objetivo de qualificação das práticas de gestão e de atenção em saúde.
O diferencial a que se propõe é a construção de plano transversalizando conceitos,
funções, sensações, saberes, poderes, conectando produção de saúde ao campo da
gestão. Plano que necessita ser permeado de novos sentidos para a
saúde/adoecimento mental (FONSECA; JAEGER, 2015).

3.1 A Política Nacional de Saúde Mental


É na Lei nº 10.216/2001 que vamos encontrar o essencial para a proteção e
os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental.
Não é uma lei extensa, ao contrário, são 13 artigos apenas, mas que
assumem um importante papel no tratamento e na reinserção social dos portadores
de transtornos mentais, concedendo-lhes, no parágrafo único do art. 2º, diversos
direitos, com especial destaque para melhor tratamento do sistema de saúde
conforme suas necessidades; tratamento humanitário e respeitoso no interesse
exclusivo de beneficiar sua saúde, proporcionando sua inserção na família, no
trabalho e na comunidade; proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;
ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; ser
tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
Essa lei constituiu-se num verdadeiro marco na busca do respeito às
pessoas afetadas por enfermidade mental, em sintonia com as diretrizes
preconizadas pela Carta de 1988, mostrando-se contrária a discriminações,
repudiando qualquer manifestação de intolerância e de desrespeito à dignidade da
pessoa humana (PINHEIRO, 2010).
Seja qual for a patologia que acometa os portadores de transtornos mentais,
independentemente da gravidade, tem-se que é proibida qualquer forma de
tratamento anti-isonômico no território brasileiro, devendo-lhes ser assegurados
respeito aos direitos fundamentais. Pobreza, nível de escolaridade, raça, opção

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26

sexual, credo, nada pode afastar a implementação dos direitos assegurados pela Lei
nº 10.216/2001 (PINHEIRO, 2010).
Um pouco de história...
Essa política é resultado da mobilização de usuários, familiares e
trabalhadores da Saúde iniciada na década de 1980 com o objetivo de mudar a
realidade dos manicômios onde viviam mais de 100 mil pessoas com transtornos
mentais.
O movimento foi impulsionado pela importância que o tema dos direitos
humanos adquiriu no combate à ditadura militar e alimentou-se das experiências
exitosas de países europeus na substituição de um modelo de saúde mental
baseado no hospital psiquiátrico por um modelo de serviços comunitários com forte
inserção territorial. Nas últimas décadas, esse processo de mudança se expressa
especialmente por meio do Movimento Social da Luta Antimanicomial e de um
projeto coletivamente produzido de mudança do modelo de atenção e de gestão do
cuidado: a Reforma Psiquiátrica (BRASIL, 2013).
Ainda na década de 1980, experiências municipais iniciaram a
desinstitucionalização de moradores de manicômios criando serviços de atenção
psicossocial para realizar a (re)inserção de usuários em seus territórios existenciais.
Foram fechados hospitais psiquiátricos à medida que se expandiam serviços
diversificados de cuidado tanto longitudinal quanto intensivo para os períodos de
crise.
A atenção aos portadores de transtornos mentais passa a ter como objetivo
o pleno exercício de sua cidadania, e não somente o controle de sua sintomatologia,
o que implica em organizar serviços abertos, com a participação ativa dos usuários e
formando redes com outras políticas públicas (educação, moradia, trabalho, cultura,
entre outras). O desafio que se coloca é, ao invés de criar circuitos paralelos e
protegidos de vida para seus usuários, habitar os circuitos de trocas nos territórios
da sociedade. Isso leva o desafio da saúde mental para além do SUS, já que para
se realizar ele implica na abertura da sociedade para a sua própria diversidade
(BRASIL, 2013).
A aprovação de leis estaduais alinhadas com esses princípios ao longo da
década de 1990 reflete o progresso desse processo político de mobilização social

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27

não só no campo da Saúde como também no conjunto da sociedade. Normativas


federais passam a estimular e regular a nascente rede de serviços de base territorial
(BRASIL, 2013).
Eis que em 2001, após mais de dez anos de tramitação no Congresso
Nacional, é sancionada a Lei nº 10.216 que afirma os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental. Os princípios do movimento iniciado na década de 1980, tornam-se uma
política de estado.
Na década de 2000, com o financiamento e regulação tripartite, amplia-se
fortemente a rede de atenção psicossocial (RAPS), que passa a integrar, a partir do
Decreto Presidencial nº 7508/201112, o conjunto das redes indispensáveis na
constituição das regiões de saúde. Entre os equipamentos substitutivos ao modelo
manicomial, podemos citar os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços
Residenciais Terapêuticos (SRT), os Centros de Convivência (CECOS), as
Enfermarias de Saúde Mental em hospitais gerais, as oficinas de geração de renda,
entre outros. As Unidades Básicas de Saúde cumprem também uma importante
função na composição dessa rede comunitária de assistência em saúde mental
(BRASIL, 2013).

3.2 Posição da saúde mental na estrutura do Ministério da Saúde (MS)


A Secretaria de Atenção à Saúde – SAS/MS é formada pelos departamentos
de:
1) Atenção Especializada;
2) Regulação, Avaliação e Controle;
3) Atenção Básica;
4) Ações Programáticas Estratégicas.
Por meio destes quatro departamentos, uma das principais ações da
Secretaria é participar da formulação e implementação das políticas de atenção
básica e especializada, observando os princípios do Sistema Único de Saúde.

12 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7508.htm.


Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema
Único de Saúde – SUS –, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa, e dá outras providências.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
28

O Departamento de Atenção Especializada e Temática – DAET –, criado


pelo Decreto 8065, de 07 de agosto de 2013, subordinado à Secretaria de Atenção à
Saúde – SAS – é responsável por normatizar, promover e coordenar a organização
e o desenvolvimento das ações de atenção especializada em saúde e de áreas
temáticas, observados os princípios e diretrizes do SUS.
Fazem parte do DAET:
- Coordenação de Articulação e Suporte Técnico;
- Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa;
- Coordenação-Geral de Média e Alta complexidade;
- Coordenação-Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas;
- Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (CGMAD);
- Coordenação de Atenção à Saúde do Homem.

Compete à Coordenação Geral de Saúde Mental Álcool e outras Drogas –


CGMAD/DAET/SAS/MS – coordenar os processos de elaboração e avaliação da
rede de atenção psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e
com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, no âmbito do SUS.
Nessa estrutura, a Rede de Atenção Psicossocial, ou RAPS, como já dito, foi
instituída com a Portaria nº 3088, de 23 de dezembro de 2011, com republicação em
21 de maio de 2013. Ela dispõe sobre a criação, ampliação e articulação de pontos
de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do
Sistema Único de Saúde.
São seus objetivos gerais:
i. a ampliação do acesso à atenção psicossocial da população em geral;
ii. a promoção de vínculos das pessoas com transtornos mentais e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas
famílias aos pontos de atenção;
iii. a garantia da articulação e integração dos pontos de atenção das redes de
saúde no território qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do
acompanhamento contínuo e da atenção às urgências.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
29

São seus objetivos específicos:


i. a promoção dos cuidados em saúde particularmente aos grupos mais
vulneráveis (criança, adolescente, jovens, pessoas em situação de rua e
populações indígenas);
ii. a prevenção do consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas;
iii. a redução de danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras
drogas;
iv. a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na
sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária;
v. a melhoria dos processos de gestão dos serviços, parcerias intersetoriais
entre outros.
A saúde mental repassa recursos de incentivo e habilitação (custeio) para
implantação ou manutenção dos seguintes serviços:
a) Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em todas as suas modalidades –
CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS i, CAPS AD, CAPS ADIII. Este serviço possui
CNES13 próprio;
b) Unidade de Acolhimento, adulto ou infanto-juvenil (UA) – este serviço não
possui o CNES próprio. Neste caso, é preciso informar, no momento de cadastro da
solicitação de recurso, o número do CNES do CAPS de referência. O CAPS
informado já deve ser habilitado pelo Ministério da Saúde;
c) Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) – este serviço também
não possui CNES próprio. Neste caso, é preciso informar, no momento de cadastro
da solicitação de recurso, o número do CNES do CAPS de referência ou outro
serviço de referência. O CAPS ou o outro serviço informado já deve ser habilitado
pelo Ministério da Saúde;
d) Leitos de saúde mental em hospitais gerais – neste caso, deve ser
informado o CNES do Hospital Geral em que estão ou serão implantados os leitos.
Na próxima unidade veremos mais de perto os CAPS que são os pontos
estratégicos da Rede de Atenção Psicossocial.

13
Cadastro nacional de estabelecimento de saúde.
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
30

Obs.: caso queira informações recentes sobre a RAPS, o trabalho de


Macedo et al. (2017) traz números do processo de expansão bem atualizados14.

14
Está disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
12902017000100155
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
31

UNIDADE 4 – OS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL


– CAPS

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas suas diferentes


modalidades são pontos de atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde de
caráter aberto e comunitário constituídos por equipe multiprofissional que atua sob a
ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com
sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes
do uso de crack, álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de
crise ou nos processos de reabilitação psicossocial (BRASIL, 2011) e são
substitutivos ao modelo asilar.
Nessa perspectiva, o CAPS opera nos territórios, compreendidos não
apenas como espaços geográficos, mas territórios de pessoas, de instituições, dos
cenários nos quais se desenvolvem a vida cotidiana de usuários e de familiares
(BRASIL, 2005) e constituem-se como um “lugar” na comunidade. Lugar de
referência e de cuidado, promotor de vida, que tem a missão de garantir o exercício
da cidadania e a inclusão social de usuários e de familiares.
Os CAPS têm papel estratégico na articulação da RAPS, tanto no que se
refere à atenção direta visando à promoção da vida comunitária e da autonomia dos
usuários, quanto na ordenação do cuidado, trabalhando em conjunto com as
equipes de Saúde da Família e agentes comunitários de saúde, articulando e
ativando os recursos existentes em outras redes, assim como nos territórios.
O primeiro CAPS do Brasil foi criado em 1987, na cidade de São Paulo e,
em 1989 foram criados, em Santos, os Núcleos de Apoio Psicossocial (Naps), com
atenção 24 horas, posteriormente denominados de CAPS III. Nos anos que se
seguiram, os CAPS foram implementados em vários municípios do País e
consolidaram-se como dispositivos estratégicos para a superação do modelo asilar
no contexto da reforma psiquiátrica, e para a criação de um novo lugar social para
as pessoas com a experiência de sofrimento, decorrentes de transtornos mentais,
incluindo aquelas com necessidades relacionadas ao uso de álcool e de outras
drogas. O cuidado, no âmbito do CAPS, é desenvolvido por intermédio de Projeto
Terapêutico Singular (PTS), envolvendo, em sua construção, a equipe, o usuário e
sua família; a ordenação do cuidado estará sob a responsabilidade do CAPS e/ou da
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
32

Atenção Básica, garantindo permanente processo de cogestão e acompanhamento


longitudinal do caso (BRASIL, 2011).

Figura 5: CAPS.
Fonte: http://www.amambainoticias.com.br/brasil/ministerio-da-saude-investe-r-36-4-milhoes-na-
saude-mental-de-20-estados

4.1 Estrutura e funcionamento dos CAPS


As práticas dos CAPS são realizadas em ambiente de “portas abertas”,
acolhedor e inserido nos territórios das cidades, dos bairros. Os PTS,
acompanhando o usuário, em sua história, cultura, projetos e vida cotidiana,
ultrapassam, necessariamente, o espaço do próprio serviço, implicando as redes de
suporte social e os saberes e recursos dos territórios. Algumas das ações dos CAPS
são realizadas em coletivo, em grupos, outras são individuais, outras destinadas às
famílias, outras são comunitárias e podem acontecer no espaço do CAPS e/ou nos
territórios, nos contextos reais de vida das pessoas.
De acordo com a Portaria MS/SAS nº 85415, de 22 de agosto de 2012
(BRASIL, 2012), poderão compor, de diferentes formas, os Projetos Terapêuticos

15
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2012/prt0854_22_08_2012.html
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
33

Singulares (PTS), de acordo com as necessidades de usuários e de familiares, as


seguintes estratégias:
a) acolhimento inicial – primeiro atendimento, por demanda espontânea ou
referenciada, incluindo as situações de crise no território. Consiste na escuta
qualificada, que reafirma a legitimidade da pessoa e/ou familiares que buscam o
serviço e visa reinterpretar as demandas, construir o vínculo terapêutico inicial e/ou
corresponsabilizar-se pelo acesso a outros serviços, caso necessário;
b) acolhimento diurno e/ou noturno – ação de hospitalidade diurna e/ou
noturna, realizada nos CAPS como recurso do PTS de usuários, objetivando a
retomada, o resgate e o redimensionamento das relações interpessoais, o convívio
familiar e/ou comunitário;
c) atendimento individual – atenção direcionada aos usuários visando à
elaboração do PTS ou do que dele deriva. Comporta diferentes modalidades,
incluindo o cuidado e o acompanhamento nas situações clínicas de saúde, e deve
responder às necessidades de cada pessoa;
d) atenção às situações de crise – ações desenvolvidas para manejo das
situações de crise, entendidas como momentos do processo de acompanhamento
dos usuários, nos quais conflitos relacionais com familiares, contextos, ambiência e
vivências causam intenso sofrimento e desorganização. Esta ação exige
disponibilidade de escuta atenta para compreender e mediar os possíveis conflitos e
pode ser realizada no ambiente do próprio serviço, no domicílio ou em outros
espaços do território que façam sentido ao usuário e a sua família e favoreçam a
construção e a preservação de vínculos;
e) atendimento em grupo – ações desenvolvidas coletivamente, como
recurso para promover sociabilidade, intermediar relações, manejar dificuldades
relacionais, possibilitando experiência de construção compartilhada, vivência de
pertencimento, troca de afetos, autoestima, autonomia e exercício de cidadania;
f) práticas corporais – estratégias ou atividades que favoreçam a
percepção corporal, a autoimagem, a coordenação psicomotora, compreendidos
como fundamentais ao processo de construção de autonomia, promoção e
prevenção em saúde;

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
34

g) práticas expressivas e comunicativas – estratégias realizadas dentro


ou fora do serviço que possibilitem ampliação do repertório comunicativo e
expressivo dos usuários e favoreçam a construção e a utilização de processos
promotores de novos lugares sociais e a inserção no campo da cultura;
h) atendimento para a família – ações voltadas para o acolhimento
individual ou coletivo dos familiares e suas demandas, que garantam a
corresponsabilização no contexto do cuidado, propiciando o compartilhamento de
experiências e de informações;
i) atendimento domiciliar – atenção desenvolvida no local de morada da
pessoa e/ou de seus familiares, para compreensão de seu contexto e de suas
relações, acompanhamento do caso e/ou em situações que impossibilitem outra
modalidade de atendimento;
j) ações de reabilitação psicossocial – ações de fortalecimento de
usuários e de familiares, mediante a criação e o desenvolvimento de iniciativas
articuladas com os recursos do território nos campos do trabalho/economia solidária,
habitação, educação, cultura, direitos humanos, que garantam o exercício de direitos
de cidadania, visando à produção de novas possibilidades para projetos de vida;
k) promoção de contratualidade – acompanhamento de usuários em
cenários da vida cotidiana – casa, trabalho, iniciativas de geração de renda,
empreendimentos solidários, contextos familiares, sociais e no território, com a
mediação de relações para a criação de novos campos de negociação e de diálogo
que garantam e propiciem a participação dos usuários em igualdade de
oportunidades, a ampliação de redes sociais e sua autonomia;
l) fortalecimento do protagonismo de usuários e de familiares –
atividades que fomentem a participação de usuários e de familiares nos processos
de gestão dos serviços e da rede, como assembleias de serviços, participação em
conselhos, conferências e congressos, a apropriação e a defesa de direitos, a
criação de formas associativas de organização. A assembleia é uma estratégia
importante para a efetiva configuração dos CAPS como local de convivência e de
promoção de protagonismo de usuários e de familiares;
m) ações de articulação de redes intra e intersetoriais – estratégias que
promovam a articulação com outros pontos de atenção da rede de saúde, educação,

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
35

justiça, assistência social, direitos humanos e outros, assim como com os recursos
comunitários presentes no território;
n) matriciamento de equipes dos pontos de atenção da atenção básica,
urgência e emergência, e dos serviços hospitalares de referência – apoio
presencial sistemático às equipes que ofertam suporte técnico à condução do
cuidado em saúde mental por meio de discussões de casos e do processo de
trabalho, atendimento compartilhado, ações intersetoriais no território que
contribuem no processo de cogestão e corresponsabilização no agenciamento do
projeto terapêutico singular;
o) ações de redução de danos – conjunto de práticas e de ações do campo
da Saúde e dos Direitos Humanos realizadas de maneira articulada inter e
intersetorialmente, que busca minimizar danos de natureza biopsicossocial
decorrentes do uso de substâncias psicoativas, ampliar o cuidado e o acesso aos
diversos pontos de atenção, incluídos aqueles que não têm relação com o sistema
de saúde;
p) acompanhamento de serviço residencial terapêutico – suporte às
equipes dos serviços residenciais terapêuticos, com a corresponsabilização nos
projetos terapêuticos dos usuários, que promova a articulação entre as redes e os
pontos de atenção com o foco no cuidado e no desenvolvimento de ações
intersetoriais, e vise à produção de autonomia e à reinserção social;
q) apoio a serviço residencial de caráter transitório – apoio presencial
sistemático aos serviços residenciais de caráter transitório, que busque a
manutenção do vínculo, a responsabilidade compartilhada, o suporte técnico-
institucional aos trabalhadores daqueles serviços, o monitoramento dos projetos
terapêuticos, a promoção de articulação entre os pontos de atenção com foco no
cuidado e nas ações intersetoriais, e que favoreça a integralidade das ações
(BRASIL, 2015).

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
36

Os CAPS possuem caráter aberto e comunitário, dotados de equipes


multiprofissionais e transdisciplinares, realizando atendimento a usuários com
transtornos mentais graves e persistentes, a pessoas com sofrimento e/ou
transtornos mentais em geral sem excluir aqueles decorrentes do uso de crack
álcool ou outras drogas.

A Portaria nº 3.088/2011, republicada em 21 de maio de 2013 que versa


sobre os Centros de Atenção Psicossocial os organiza nas modalidades de:
CAPS I – atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam
prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais
graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias
psicoativas, e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais
e realizar projetos de vida. Indicado para municípios ou regiões de saúde com
população acima de quinze mil habitantes.
CAPS II – atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico
decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles
relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que
impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Indicado para
municípios ou regiões de saúde com população acima de setenta mil habitantes.
CAPS III – atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico
decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles
relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras situações clínicas que
impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Proporciona
serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo
feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a
outros serviços de saúde mental, inclusive CAPS AD. Indicado para municípios ou
regiões de saúde com população acima de cento e cinquenta mil habitantes.
CAPS AD – atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam
intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas.
Indicado para municípios ou regiões de saúde com população acima de setenta mil
habitantes.

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
37

CAPS AD III – atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam


intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas.
Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas,
incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento
noturno. Indicado para municípios ou regiões com população acima de cento e
cinquenta mil habitantes.
CAPS i – atende crianças e adolescentes que apresentam prioritariamente
intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes,
incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras
situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de
vida. Indicado para municípios ou regiões com população acima de setenta mil
habitantes.
Tecnicamente falando, para solicitar recursos para implantar o serviço
(incentivo), as informações solicitadas no cadastro de pedidos de incentivo de CAPS
são bastante semelhantes. Importante ressaltar que para cada serviço é preciso
fazer um cadastro.
Diferencia-se no cadastro tanto o tipo de CAPS (I, II, III, i, AD, ADIII) quanto
a modalidade (novo ou qualificado). Considera-se como CAPS qualificado a
implantação de mudança de tipo de um serviço que já existia antes, fazendo com
que aumente sua capacidade de atendimento à população. Assim, as possibilidades
de qualificação são:
- CAPS I ser qualificado para II;
- CAPS II ser qualificado para III;
- CAPS AD ser qualificado para AD III.
Os serviços novos, como o próprio nome já indica, são aqueles implantados
pela primeira vez, inéditos.
O CAPS AD III tem seu incentivo regulamentado pela Portaria nº 13016, de
26 de Janeiro de 2012.
Os demais tipos de CAPS têm incentivo previsto pela Portaria 245 de 17 e
fevereiro de 200517.

16
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0130_26_01_2012.html
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
38

Como podemos perceber, as ações realizadas nos CAPS visam à


potencialização e valorização de formas de livre criação dos usuários, melhora da
autoestima, desenvolvimento do equilíbrio emocional e minimização dos efeitos
negativos da doença mental (RABELO, 2006).
Além do tratamento medicamentoso e psicológico, o CAPS conta ainda com
o auxílio de oficinas, tais como as oficinas de Arteterapia, que vem se firmando
como uma terapia de promoção, preservação e recuperação da saúde, pois, de
acordo com Ciornai (2004), permite ao usuário a liberdade de expressão, a
autonomia criativa, proporcionando seu desenvolvimento emocional e social.
A arte está presente nos diversos CAPS do país, com a criação de grupos
de Arteterapia e de acordo com diversos estudos (COQUEIRO, 2010; SILVA, 2011;
MARANHÃO, 2010) vêm apresentando excelentes resultados quanto à promoção do
ser humano como um todo, o que inclui aspectos psíquicos e sociais, respeitando as
suas individualidades e os ajudando a restabelecer relações. O eixo central é a
influência mútua organismo-meio e essa interação acontece por meio de dois
processos concomitantes: a organização interna e a adaptação ao meio. O processo
de criação provoca essa reorganização interna de sentimentos e pensamentos e a
partir desse ponto é possível estabelecer uma linguagem com o externo, a realidade.

17
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt0245_17_02_2005.html
Informações em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/803-sas-
raiz/daet-raiz/saude-mental/l2-saude-mental/12609-caps
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
39

UNIDADE 5 – POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS


INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PICS) DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Segundo o Departamento de Atenção Básica (DAB), o campo das práticas


integrativas e complementares contempla sistemas médicos complexos e recursos
terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar/alternativa (MT/MCA).

Figura 6: Práticas integrativas e complementares.


Fonte: http://craene.org.br/ii-encontro-nordestino-de-praticas-integrativas-e-complementares/

Esses sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os


mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de
tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no
desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio
ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas abordagens
abrangidas nesse campo são a visão ampliada do processo saúde-doença e a
promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado (BRASIL,
2012).

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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40

A Política Nacional de Práticas Integrativas/Complementares (PNPIC) foi


instituída pela Portaria nº 971, de 200618, do Ministério da Saúde. Essas práticas são
recomendadas pelo Ministério da Saúde na atenção básica como alternativa para a
promoção, manutenção e recuperação da saúde (PARANAGUÁ et al., 2009).
A atenção básica é o primeiro contato do paciente com a rede de saúde e é
a responsável por ele nos diferentes níveis de atenção. Essas responsabilidades
mostram a importância das unidades básicas de saúde e, consequentemente, da
equipe que atua no local (ZANATTA; HANSEN; SILVA, 2016).
A origem das práticas integrativas nos sistemas públicos de saúde vem de
longa data. No final dos anos 1970, com a Primeira Conferência Internacional de
Assistência Primária em Saúde (Alma Ata, Rússia, 1978), as primeiras
recomendações para a implantação das medicinas tradicionais e práticas
complementares difundiram-se em todo o mundo. No Brasil esse movimento ganhou
força a partir da Oitava Conferência Nacional de Saúde (1986), e desde então
somente se expandiu (TELESI JUNIOR, 2016).
A partir de Alma Ata, a Organização Mundial de Saúde criou o Programa de
Medicina Tradicional, objetivando a formulação de políticas em defesa dos
conhecimentos tradicionais em saúde. Em vários de seus comunicados e
resoluções, a OMS firmou o compromisso de incentivar os Estados-membro a
formularem políticas públicas para uso racional e integrado das Medicinas
Tradicionais e das Medicinas Complementares e Alternativas nos sistemas nacionais
de atenção à saúde, bem como para o desenvolvimento de estudos científicos para
melhor conhecimento de sua segurança, eficácia e qualidade.
Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os
mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de
tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no
desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio
ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas práticas
abrangidas nesse campo são a visão ampliada do processo saúde-doença e a
promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado.

18
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0971_03_05_2006.html
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
41

O documento “Estratégia da OMS sobre Medicina Tradicional 2002-2005”


reafirma os princípios de Alma Ata e destaca a organização dessas práticas em
nosso país: no Brasil, a legitimação e a institucionalização dessas abordagens de
atenção à saúde iniciaram-se a partir da década de 80, principalmente, após a
criação do SUS. Com a descentralização e a participação popular, os Estados e os
Municípios ganharam maior autonomia na definição de suas políticas e ações em
saúde, vindo a implantar as experiências pioneiras (OMS).
A partir da Oitava Conferência Nacional de Saúde, por meio de Relatórios e
Portarias, diversos documentos e eventos nacionais passaram a fazer parte da
trajetória de implantação das práticas integrativas, destacando-se o esforço de
regularizar a homeopatia, a acupuntura, o uso de plantas medicinais, a fitoterapia, a
adoção de práticas corporais e meditativas, entre outras, viabilizadas pela criação de
convênios e por diversos grupos de trabalho dedicados a elaborar projetos e
políticas para a área (TELESI JUNIOR, 2016).

5.1 O que e quais são as práticas integrativas e complementares


Entende-se por Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS)
todas as atividades devidamente regulamentadas e inseridas na Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde (PNPIC/MS),
desenvolvidas por meio de ações integradas de caráter interdisciplinar, entre as
quais se incluem a Medicina Tradicional Chinesa, a Homeopatia e a Medicina
Antroposófica, os Recursos Terapêuticos como a Fitoterapia, as Práticas corporais e
meditativas, e o Termalismo-Crenoterapia, além de demais práticas reconhecidas ou
que venham a ser reconhecidas pela PNPIC/MS. Essa política foi aprovada pela
Portaria 971 do MS, em maio de 2006.

Em março de 2017, o Ministério da Saúde incluiu 14 novos tratamentos que


utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais à Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) do Sistema Único de
Saúde (SUS). Os procedimentos são voltados à cura e prevenção de doenças como
depressão e hipertensão.

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
42

Com a medida, o SUS passa a ofertar 19 dessas práticas: Homeopatia,


Medicina Tradicional Chinesa/acupuntura, Medicina Antroposófica, Plantas
medicinais e Fitoterapia e termalismo social/crenoterapia, Arteterapia, Ayurveda,
Biodança, Dança circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia,
Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia comunitária integrativa e Yoga.
A inclusão complementa a portaria nº 145/201719, publicada em janeiro
deste ano, que incluiu no rol de procedimentos do SUS as práticas integrativas de
Arteterapia, Meditação, Musicoterapia, Tratamento Naturopático, Tratamento
Osteopático, Tratamento Quiroprático e Reiki.
Esses procedimentos já eram oferecidos por vários municípios brasileiros,
de acordo com dados do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na
Atenção Básica (PMAQ-AB), mas, com as inclusões, o Ministério da Saúde passou a
ter informações qualificadas dessas práticas.
A Portaria nº 145/2017 também renomeou procedimentos que já estavam no
rol das PIC para facilitar a identificação, pelos gestores, dos procedimentos nos
sistemas de informação do SUS.
As novas nomenclaturas são para terapia comunitária, dança
circular/biodança, yoga, oficina de massagem/automassagem, sessão de
auriculoterapia, sessão de massoterapia e tratamento termal/crenoterápico.
Segundo dados do Portal Brasil, desde a implantação das PIC, em 2006, a
procura e o acesso dos usuários do SUS a esses procedimentos cresceu; e, em
2016, mais de 2 milhões de atendimentos das PIC foram realizados nas Unidades
Básicas de Saúde de todo o País.
Desses, 770 mil foram de medicina tradicional chinesa, 85 mil de fitoterapia,
13 mil de homeopatia e 923 mil de outras práticas integrativas que ainda não
possuíam código próprio para registro e que passaram a fazer parte do rol no início
do ano.
Atualmente, 1,7 mil municípios oferecem práticas integrativas e
complementares. A distribuição dos serviços está concentrada em 78% na atenção
básica, 18% na atenção especializada e 4% na atenção hospitalar.

19
Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/images/portarias/janeiro2017/dia13/portaria145.pdf
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
43

Mais de 7,7 mil estabelecimentos de saúde ofertam alguma prática


integrativa e complementar, o que representa 28% das Unidades Básicas de Saúde
(UBS).
Os recursos para as PIC integram o Piso da Atenção Básica (PAB) de cada
município. Em 2016, o investimento do Ministério da Saúde na Atenção Básica foi de
R$ 16,7 bilhões para todo o País.
Tratamentos específicos, como acupuntura, recebem outro tipo de
financiamento, que compõe o bloco de média e alta complexidade, que, no ano
passado, teve investimento total de R$ 45,2 bilhões. Estados e municípios também
podem instituir sua própria política, considerando suas necessidades locais, sua
rede e processos de trabalho20.

5.2 Objetivos e diretrizes das PICS


A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares tem como
objetivos:
1. incorporar e implementar as Práticas Integrativas e Complementares no
SUS, na perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e recuperação da
saúde, com ênfase na atenção básica, voltada ao cuidado continuado, humanizado
e integral em saúde;
2. contribuir ao aumento da resolubilidade do Sistema e ampliação do
acesso à PNPIC, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso;
3. promover a racionalização das ações de saúde, estimulando alternativas
inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável de
comunidades; e,
4. estimular as ações referentes ao controle/participação social, promovendo
o envolvimento responsável e continuado dos usuários, gestores e trabalhadores
nas diferentes instâncias de efetivação das políticas de saúde.

Entre suas diretrizes, destacam-se:


1. estruturação e fortalecimento da atenção em PIC no SUS;

20
Informações do Ministério da Saúde – Portal Brasil http://www.brasil.gov.br/saude/2017/03/sus-
passa-a-oferecer-mais-14-tratamentos-alternativos
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
44

2. desenvolvimento de estratégias de qualificação em PIC para profissionais


do SUS, em conformidade com os princípios e diretrizes estabelecidos para
educação permanente;
3. divulgação e informação dos conhecimentos básicos da PIC para
profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS, considerando as metodologias
participativas e o saber popular e tradicional;
4. estímulo às ações intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o
desenvolvimento integral das ações;
5. fortalecimento da participação social;
6. provimento do acesso a medicamentos homeopáticos e fitoterápicos na
perspectiva da ampliação da produção pública, assegurando as especificidades da
assistência farmacêutica nestes âmbitos na regulamentação sanitária;
7. garantia do acesso aos demais insumos estratégicos da PNPIC, com
qualidade e segurança das ações;
8. incentivo à pesquisa em PIC com vistas ao aprimoramento da atenção à
saúde, avaliando eficiência, eficácia, efetividade e segurança dos cuidados
prestados;
9. desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação da PIC, para
instrumentalização de processos de gestão;
10. promoção de cooperação nacional e internacional das experiências da
PIC nos campos da atenção, da educação permanente e da pesquisa em saúde;
11. garantia do monitoramento da qualidade dos fitoterápicos pelo Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária.

5.3 Legislação específica


Do conjunto de leis que rege a política em estudo, teremos Portarias,
Decretos, Instruções Normativas e Resoluções, algumas delas elencadas ao final do
módulo, sendo que a Portaria nº 849, de 27 de março de 2017, nos interessa mais
de perto.
A Portaria acima inclui a Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular,
Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia,

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45

Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga à Política Nacional de


Práticas Integrativas e Complementares.
Art. 1º - Inclui na Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC), instituída pela Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de
2006, publicada no Diário Oficial da União nº 84, de 4 de maio de 2006, Seção 1, p.
20, as seguintes práticas: Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular,
Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia,
Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga apresentadas no anexo a
esta Portaria.
Art. 2º - Define que as práticas citadas nesta Portaria atendem as diretrizes
da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS.
Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Guarde...
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC),
instituída pela Portaria 971 GM/MS, de 3 de maio de 2006, trouxe diretrizes
norteadoras para Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura, Homeopatia, Plantas
Medicinais e Fitoterapia, Medicina Antroposófica e Termalismo Social/Crenoterapia
no âmbito do Sistema Único de Saúde.
As Medicinas Tradicionais e Complementares são compostas por
abordagens de cuidado e recursos terapêuticos que se desenvolveram e possuem
um importante papel na saúde global. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
incentiva e fortalece a inserção, reconhecimento e regulamentação dessas práticas,
produtos e de seus praticantes nos Sistemas Nacionais de Saúde. Neste sentido,
atualizou as suas diretrizes a partir do documento “Estratégia da OMS sobre
Medicinas Tradicionais para 2014-2023”.
A PNPIC define responsabilidades institucionais para a implantação e
implementação das práticas integrativas e complementares (PICS) e orienta que
estados, distrito federal e municípios instituam suas próprias normativas trazendo
para o Sistema Único de Saúde (SUS) práticas que atendam às necessidades
regionais.

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46

Os 10 anos da Política trouxeram avanços significativos para a qualificação


do acesso e da resolutividade na Rede de Atenção à Saúde, com mais de 5.000
estabelecimentos que ofertam PICS. O segundo ciclo do Programa Nacional de
Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ) avaliou mais de 30
mil equipes de atenção básica no território nacional e demonstrou que as 14 práticas
a serem incluídas por esta Portaria estão presentes nos serviços de saúde em todo
o país.
Esta Portaria, portanto, atende às diretrizes da OMS e visa avançar na
institucionalização das PICS no âmbito do SUS.
Segundo Telesi Junior (2016, p. 110):

não é por necessidade de saúde que milhares de pessoas vêm procurando


as Práticas como forma de recuperação da saúde. Afinal, temos o que há
de mais moderno e avançado na medicina, tanto no SUS como no sistema
privado. Não é por falta de procedimentos diagnósticos, médicos,
medicamentos ou outros recursos que estamos resgatando o valor das
medicinas tradicionais. É por vontade de afirmar uma identidade de cuidado
oposta à prática de cuidado feita de forma muitas vezes desumana, que
infelizmente prepondera entre nós. As PICS expressam o desejo de mostrar
que é possível implementar outras práticas de saúde. O que move as
pessoas envolvidas no projeto é, antes de tudo, o impulso de participar
ativamente de um processo capaz de mostrar que são possíveis outras
formas de aprender, praticar e cuidar da saúde, de si e dos outros.

Quanto à Arteterapia, esta é uma prática que utiliza a arte como base do
processo terapêutico. Faz uso de diversas técnicas expressivas como pintura,
desenho, sons, música, modelagem, colagem, mímica, tecelagem, expressão
corporal, escultura, dentre outras. Pode ser realizada de forma individual ou em
grupo. Baseia-se no princípio de que o processo criativo é terapêutico e fomentador
da qualidade de vida.
A Arteterapia estimula a expressão criativa, auxilia no desenvolvimento
motor, no raciocínio e no relacionamento afetivo.
Através da arte é promovida a ressignificação dos conflitos, promovendo a
reorganização das próprias percepções, ampliando a percepção do indivíduo sobre
si e do mundo. A arte é utilizada no cuidado à saúde com pessoas de todas as
idades, por meio da arte, a reflexão é estimulada sobre possibilidades de lidar de
forma mais harmônica com o stress e experiências traumáticas (BRASIL, 2017).

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47

REFERÊNCIAS

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construção, reforma e ampliação de CAPS e de UA. Brasília: Ministério da Saúde,
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
51

ANEXOS

Legislação Básica de Saúde Mental


Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001 – Dispõe sobre a proteção e os direitos
das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial
em saúde mental.

Instituição da Rede de Atenção Psicossocial


Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011 – Institui a Rede de Atenção
Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS).

Centro de Atenção Psicossocial - CAPS


Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2005 – Estabelece as modalidades de
CAPS e equipe mínima.
Portaria nº 245, de 17 de fevereiro de 2005 – Destina incentivo financeiro
para implantação de CAPS.
Portaria nº 3.089, de 23 de dezembro de 2011 (republicada) – Dispõe sobre
o financiamento dos CAPS – custeio.
Portaria nº 130, de 26 de janeiro de 2012 (republicada) – Redefine o CAPS
AD III e os incentivos financeiros.
Portaria nº 854, de 22 de agosto de 2012 – Alteração tabela de
procedimentos dos CAPS.
Nota técnica sobre Portaria 854, de 22 de agosto de 2012 – Informações
sobre preenchimento dos novos procedimentos dos CAPS.
Portaria nº 1.966, de 10 de setembro de 2013 – Altera custeio dos CAPS
24h (CAPS III e CAPS ad III).

Construção de Centro de Atenção Psicossocial – CAPS e Unidades de


Acolhimentos – UA
Portaria nº 615, de 15 de abril de 2013 - Dispõe sobre o incentivo financeiro
de investimento para construção de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
52

Unidades de Acolhimento, em conformidade com a Rede de Atenção Psicossocial


para pessoas com sofrimento ou transtorno mental incluindo aquelas com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Portaria nº 2.495, de 23 de outubro de 2013 - Divulga a 1ª lista do processo
de seleção de propostas apresentadas para Construção de Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS AD III) e Unidades de Acolhimento (UA).
Portaria nº 3.168, de 20 de dezembro de 2013 - Divulga a 2ª lista do
processo de seleção de propostas apresentadas para Construção de Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS AD III) e Unidades de Acolhimento (UA).
Portaria nº 3.402, de 30 de dezembro de 2013 – Divulga lista do processo de
seleção de propostas apresentadas para Construção de Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) nos Municípios pela Unidade Federativa Estadual com recursos
de Emendas Parlamentares.

Unidades de Acolhimento - UA
Portaria nº 121, de 25 de janeiro de 2012 (republicada) – Institui a Unidade
de Acolhimento (UA) no componente de atenção residencial de caráter transitório da
RAPS.
Nota Técnica sobre a republicação da Portaria nº 121, de 25 de janeiro de
2012 – Esclarecimentos quanto ao funcionamento da Unidade de Acolhimento e
modificações da republicação.
Portaria nº 855, de 22 de agosto de 2012 – Inclusão de procedimentos,
incentivo e custeio de Unidades de Acolhimento (UAs).

Leitos de Saúde Mental em Hospital Geral


Portaria nº 148, de 31 de janeiro de 2012 – Define as normas de
funcionamento e habilitação do Serviço Hospitalar de Referência para atenção a
pessoas com sofrimento ou transtornos mental e com necessidades de saúde
decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas do Componente Hospitalar da
RAPS e institui incentivos financeiros de investimento e custeio

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Nota Técnica sobre a Portaria nº 148, de 31 de janeiro de 2012 – Apresenta


informações sobre a implantação de leitos de saúde mental em Hospital Geral.
Portaria nº 1615, de 26 de julho de 2012 – Altera a portaria nº 148, de
31/01/2012, em relação ao número de leitos e incentivo financeiro.
Portaria nº 349, de 29 de fevereiro de 2012 – Altera e acresce dispositivo à
Portaria nº 148 de 31/01/2012.
Portaria nº 953, de 12 de setembro de 2012 – Inclui os Serviços Hospitalares
de Referência para a atenção a pessoas com sofrimento ou transtorno mental
incluindo aquelas com necessidades de saúde decorrentes do uso de álcool e outras
drogas.

Estratégias de desinstitucionalização
Portaria nº 106, de 11 de fevereiro de 2000 – Institui os Serviços
Residenciais Terapêuticos.
Portaria nº 3.090, de 23 de dezembro de 2011 - Altera a Portaria nº 106 de
11 de fevereiro de 2000, e dispõe, no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial,
sobre o repasse de recursos de incentivo de custeio e custeio mensal para
implantação e/ou implementação e funcionamento dos Serviços Residenciais
Terapêuticos (SRT).
Portaria nº 857, de 22 de agosto de 2012 – Habilitada tabela de incentivos e
procedimentos dos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT).
Portaria nº 251, de 31 de janeiro de 2002 – Estabelece diretrizes e normas
para a assistência hospitalar em psiquiatria, reclassifica os hospitais psiquiátricos,
define a estrutura, a porta de entrada para as internações psiquiátricas na rede do
SUS e institui o Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares
(PNASH/Psiquiatria).
Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003 – Institui o auxílio-reabilitação
psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de
internações “De Volta para Casa”.
Portaria nº 2644, de 28 de outubro de 2009 – Estabelece nova classificação
dos hospitais psiquiátricos de acordo com o porte e reajusta incrementos.

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Componente Reabilitação Psicossocial


Portaria nº 132, de 26 de janeiro de 2012 – Institui incentivo financeiro de
custeio para desenvolvimento do componente Reabilitação Psicossocial da Rede de
Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde (SUS).
Decreto nº 8.163, de 20 de dezembro de 2013 – Institui o Programa Nacional
de Apoio ao Associativismo e Cooperativismo Social – Pronacoop Social.

Legislação SUS
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 – Dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 – Dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras
providências.
Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011 – Regulamenta a Lei nº 8.080, de
19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de
Saúde – SUS –, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa, e dá outras providências.

Outras portarias
Portaria nº 118, de 18 de fevereiro de 2014 – Desativa automaticamente no
Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES) os Estabelecimentos de
Saúde que estejam há mais de 6 (seis) meses sem atualização cadastral.
Portaria nº 3.091, de 13 de dezembro de 2013 – Altera a Portaria nº
121/GM/MS, de 25 de janeiro de 2012, a Portaria nº 130/GM/MS, de 26 de janeiro de
2012, e a Portaria nº 3.089/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011, e dá outras
providências.
Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010 - Estabelece diretrizes para a
organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS).

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Portaria nº 1.190, de 4 de junho de 2009 – Institui o Plano Emergencial de


Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no
Sistema Único de Saúde – SUS (PEAD 2009-2010) e define suas diretrizes gerais,
ações e metas.
Decreto nº 7.179, de 20 de maio de 2010 – Institui o Plano Integrado de
Enfrentamento ao crack e outras Drogas, cria o seu Comitê Gestor, e dá outras
providências.
PORTARIA Nº 633, de 28 de março de 2017 - Atualiza o serviço
especializado Práticas Integrativas e Complementares na tabela de serviços do
Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).
PORTARIA Nº 145, de 11 de janeiro de 2017 - Altera procedimentos na
Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais
do SUS para atendimento na Atenção Básica.
PORTARIA Nº 533, de 28 de Março de 2012 - Estabelece o elenco de
medicamentos e insumos da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
(RENAME) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Portaria SAS nº 470, de 19 de agosto de 2011 - Inclui na Tabela de
Serviços/Classificação do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde – SCNES, no serviço de código 125 – Serviço de Farmácia, a classificação
007 – Farmácia Viva.
Portaria DNPM, nº 127, de 25 de março de 2011 - Aprova o Roteiro Técnico
para elaboração do Projeto de Caracterização Crenoterápica para águas minerais
com propriedades terapêuticas utilizadas em complexos hidrominerais ou
hidrotermais.
Portaria GM Nº 886, de 20 de abril de 2010 - Institui a Farmácia Viva no
âmbito do Sistema Único de Saúde.
Portaria DGP nº 48, de 25 de fevereiro de 2010 - Aprova a diretriz para
implantação dos Núcleos de Estudos em Terapias Integradas (NETI) no âmbito do
serviço de saúde do exército.
Portaria DNPM, nº 374, de 1º de outubro de 2009 - Aprova a Norma Técnica
nº 001/2009, que dispõe sobre as “Especificações Técnicas para o Aproveitamento
de água mineral, termal, gasosa, potável de mesa, destinadas ao envase, ou como

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ingrediente para o preparo de bebidas em geral ou ainda destinada para fins


balneários”, em todo o território nacional na forma do Anexo a esta portaria.
Portaria - SAS Nº 84, de 25 de março de 2009 - Adequa o serviço
especializado 134 - SERVIÇO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS e sua classificação
001 - ACUPUNTURA.
Portaria NR Nº 07/DGP, de 27 de janeiro de 2009 - Aprova as Normas.
Reguladoras do Exercício da Acupuntura no Âmbito do Serviço de Saúde do
Exército.
Portaria Interministerial nº 2.960, de 09 de dezembro de 2008 - Aprova o
Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e cria o Comitê Nacional
de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
Portaria SAS N° 154, de 18 de março de 2008 - Recompõe a Tabela de
Serviços/Classificações do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde – SCNES.
Portaria SAS Nº 853, de 17 de novembro de 2006 - Incluir na Tabela de
Serviços/classificações do Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde – SCNES – de Informações do SUS, o serviço de código 068 - Práticas
Integrativas e Complementares.
Portaria GM Nº 1.600, de 17 de julho de 2006 - Aprova a constituição do
Observatório das Experiências de Medicina Antroposófica no Sistema Único de
Saúde (SUS).
Portaria GM nº 971, de 03 de maio de 2006 - Aprova a Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde.

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