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Op 088fv 23 Petrobras Operacao
Op 088fv 23 Petrobras Operacao
7908403533312
PETROBRAS
PETRÓLEO BRASILEIRO S.A
Ênfase 7: Operação
EDITAL Nº 1 - PETROBRAS/PSP RH 2023.1
• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,
• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,
• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.
Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.Reconhecimento de tipos textuais: narração, descrição,
dissertação. .............................................................................................................................................................................. 5
2. Domínio da ortografia oficial.................................................................................................................................................... 15
3. Emprego das classes de palavras: substantivos, adjetivos, verbos, conjunções, preposições, pronomes, advérbios. ............ 16
4. Reconhecimento e emprego das estruturas morfossintáticas do texto. .................................................................................. 22
5. Relações de regência entre termos. ......................................................................................................................................... 25
6. Relações de concordância entre termos. ................................................................................................................................. 26
7. Sinais de pontuação.................................................................................................................................................................. 28
8. Reescritura de frases e parágrafos do texto.............................................................................................................................. 29
Matemática
1. Teoria dos conjuntos. Conjuntos numéricos. Relações entre conjuntos................................................................................. 33
2. Funções exponenciais, logarítmicas e trigonométricas. Equações de 1º grau. Equações polinomiais reduzidas ao 2º grau.
Equações exponenciais, logarítmicas e trigonométricas........................................................................................................ 42
3. Análise combinatória: permutação, arranjo, combinação. Eventos independentes............................................................... 60
4. Progressão aritmética. Progressão geométrica...................................................................................................................... 63
5. Matrizes. Determinantes. Sistemas lineares. ......................................................................................................................... 68
6. Trigonometria......................................................................................................................................................................... 78
7. Geometria plana. Geometria espacial. Geometria analítica: equação da reta, parábola e círculo........................................ 85
8. Matemática financeira: capital, juros simples, juros compostos, montante........................................................................... 97
Tipos textuais
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
GÊNEROS VARIADOS. RECONHECIMENTO DE TIPOS dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
TEXTUAIS: NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO, DISSERTAÇÃO apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
específico para se fazer a enunciação.
Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- cas:
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o Apresenta um enredo, com ações e
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido relações entre personagens, que ocorre
completo. em determinados espaço e tempo. É
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- da seguinte maneira: apresentação >
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua desenvolvimento > clímax > desfecho
interpretação.
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do Tem o objetivo de defender determinado
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
tório do leitor. desenvolvimento > conclusão.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, Procura expor ideias, sem a necessidade
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- de defender algum ponto de vista. Para
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido isso, usa-se comparações, informações,
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. estrutura segue a do texto dissertativo-
argumentativo.
Dicas práticas
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con-
de modo que sua finalidade é descrever,
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém. Com
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
isso, é um texto rico em adjetivos e em
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
verbos de ligação.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe- Oferece instruções, com o objetivo de
cidas. TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- são os verbos no modo imperativo.
te de referências e datas.
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de
opiniões. Gêneros textuais
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques- A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
quando afirma que... sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
Alguns exemplos de gêneros textuais:
Tipologia Textual • Artigo
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- • Bilhete
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Bula
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Carta
classificações. • Conto
• Crônica
• E-mail
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
cimento. Nunca o inverso. correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
Alex José Periscinoto. tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- indevidas.
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela,
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se Argumento do Atributo
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
acreditar que é verdade. cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
Argumento de Quantidade que é mais grosseiro, etc.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
largo uso do argumento de quantidade. de.
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
Argumento do Consenso competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu-
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases
por bem determinar o internamento do governador pelo período
carentes de qualquer base científica.
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
Argumento de Existência
guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
tal por três dias.
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
do que dois voando”. ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- texto tem sempre uma orientação argumentativa.
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
vios, etc., ganhava credibilidade. dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
outras, etc. Veja:
Argumento quase lógico “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa vam abraços afetuosos.”
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun-
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
injustiça, corrupção). curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
o argumento. zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por ver as seguintes habilidades:
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir mente contrária;
outros à sua dependência política e econômica”. - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- ria contra a argumentação proposta;
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, ta.
o assunto, etc).
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men-
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente,
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto,
sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
dades não se prometem, manifestam-se na ação. todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
comportamento. regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- da verdade:
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio - evidência;
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em - divisão ou análise;
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- - ordem ou dedução;
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- - enumeração.
mica e até o choro.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos
mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a caracteriza a universalidade.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo- Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão
gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro-
particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden-
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou
uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise
conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base-
verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de ados nos sentimentos não ditados pela razão.
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
o efeito. Exemplo: tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda-
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os
Fulano é homem (premissa menor = particular) processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par-
Logo, Fulano é mortal (conclusão) ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia-
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par-
pesquisa.
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci-
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
O calor dilata o ferro (particular) a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
O calor dilata o bronze (particular) todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
O calor dilata o cobre (particular) pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
O ferro, o bronze, o cobre são metais síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- o relógio estaria reconstruído.
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
sofisma no seguinte diálogo: relacionadas:
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
- Lógico, concordo. Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
- Claro que não! A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
Exemplos de sofismas: lha dos elementos que farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
Dedução
formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
Todo professor tem um diploma (geral, universal)
racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
Fulano tem um diploma (particular)
tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
Indução um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
cular) lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
– conclusão falsa) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais,
a classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
são empregados de modo mais ou menos convencional.
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LÍNGUA PORTUGUESA
A classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, su- É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
bordens, gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par-
pelas características comuns e diferenciadoras. A classificação dos tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é ar- advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
tificial. forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan-
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
sabiá, torradeira. - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. ou instalação”;
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé- para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
(Garcia, 1973, p. 302304.) dida;d
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- diferenças).
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam.
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
de vista sobre ele. consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- vra e seus significados.
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A mentação coerente e adequada.
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
- o termo a ser definido; as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
- o gênero ou espécie; rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
- a diferença específica. reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
ma espécie. Exemplo: expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Elemento especie diferença
a ser definidoespecífica
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LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes- um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior cretos, estatísticos ou documentais.
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa- Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau-
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por- Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini-
virtude de, em vista de, por motivo de. ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada,
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli- e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex-
car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta- evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, -argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, gumentação:
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;
assim, desse ponto de vista. Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver-
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração dadeira;
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de- nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de- dade da afirmação;
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, ridade que contrariam a afirmação apresentada;
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
que, melhor que, pior que. argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar que gera o controle demográfico”.
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no elaboração de um Plano de Redação.
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou tecnológica
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
caráter confirmatório que comprobatório. a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- ta, justificar, criando um argumento básico;
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
caso, incluem-se que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, (rever tipos de argumentação);
mortal, aspira à imortalidade); - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
dos e axiomas); dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- ência);
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se argumento básico;
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que
parece absurdo).
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LÍNGUA PORTUGUESA
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu- mencionar um provérbio conhecido.
mento básico; Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se- outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to-
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi-
menos a seguinte: zá-lo ou ao compará-lo com outros.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
Introdução grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de-
- função social da ciência e da tecnologia; senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres-
- definições de ciência e tecnologia; samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi-
Desenvolvimento nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol- alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
vimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as Tipos de Intertextualidade
condições de vida no mundo atual; A intertextualidade acontece quando há uma referência ex-
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica- plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub- com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc.
desenvolvidos; Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali-
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; dade.
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
sado; apontar semelhanças e diferenças; um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá-
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur- logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as
banos; mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
mais a sociedade. Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea-
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com
Conclusão
outras palavras o que já foi dito.
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex-
ências maléficas;
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui,
apresentados.
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces-
ção: é um dos possíveis.
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente-
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida- mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções demagogia praticada pela classe dominante.
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
é inserida. científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con-
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re-
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra-
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé”
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois cultura é o melhor conforto para a velhice”.
textos caracterizada por um citar o outro.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex-
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di- sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos termo “citação” (citare) significa convocar.
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- Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução), atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibilidade
na discussão.
- Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupostos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
“Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá
o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura
suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o caos. ”
(Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
Coerência e a coesão
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.
Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:
Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.
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Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso ana-
lisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também
faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!
Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)
Os diferentes porquês
POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação,
POR QUÊ
exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
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Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.
Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
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• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designan- Novo Acordo Ortográfico
do sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede; De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portugue-
imaginação... sa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes
livro; água; noite... geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedrei- e festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou
ro; livraria; noturno... abreviaturas.
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radi- Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana,
cal). Ex: casa; pessoa; cheiro... meses, estações do ano e em pontos cardeais.
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula
de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol... é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em pala-
Flexão de gênero vras de categorização.
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um
dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino. Adjetivo
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-
e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente -educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
o final da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e
menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / o singular (bonito) e o plural (bonitos).
acentuação (Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou pre- Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles
sença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora). que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua naciona-
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma for- lidade (brasileiro; mineiro).
ma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjun-
ao gênero a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o to de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo.
acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epi- São formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
ceno (refere-se aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e • de criança = infantil
comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo). • de mãe = maternal
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com • de cabelo = capilar
alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino,
trazendo alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fru- Variação de grau
to X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfa-
órgão que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é ses), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e su-
o termo popular para um tipo específico de fruto. perlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
Flexão de número • Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente
No português, é possível que o substantivo esteja no singu- que o Lucas.
lar, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar • Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente
(Ex: bola; escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores que a Bruna.
quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último repre- • Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto
sentado, geralmente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra. a Maria.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de • Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inte-
modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do ligente da turma.
contexto, pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis). • Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos
inteligente da turma.
Variação de grau • Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado • Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumenta-
tivo e diminutivo. Adjetivos de relação
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem so-
ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino frer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo,
pequeno). isto é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou di- disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufi-
minuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho). xação de um substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
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Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:
Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê
Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo
Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).
Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)
Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.
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• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.
Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.
Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).
Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)
Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)
Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.
Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar
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LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor
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LÍNGUA PORTUGUESA
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LÍNGUA PORTUGUESA
Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, intransi-
tivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nominal (apresenta
um predicativo do sujeito, além de uma ação mais uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.
Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.
Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.
Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:
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LÍNGUA PORTUGUESA
Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.
SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma in-
O candidato, que é do partido socialista, está
EXPLICATIVAS formação.
sendo atacado.
Aparece sempre separado por vírgulas.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
seus valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locu-
ções conjuntivas. Ele foi o primeiro presidente que se preocu-
DESENVOLVIDAS
Apresentam verbo nos modos indicativo ou pou com a fome no país.
subjuntivo.
Não são introduzidas por pronomes, conjun-
ções sou locuções conjuntivas. Assisti ao documentário denunciando a cor-
REDUZIDAS
Apresentam o verbo nos modos particípio, ge- rupção.
rúndio ou infinitivo
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LÍNGUA PORTUGUESA
A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.
Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:
PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato;
COM
intolerante; mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador;
EM
negligente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...
Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.
Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.
Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.
Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.
Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.
Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.
Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.
Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.
Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.
Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um substan-
tivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.
Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.
Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.
Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.
Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje
Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.
Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.
Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.
Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.
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LÍNGUA PORTUGUESA
SINAIS DE PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.
Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.
No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
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LÍNGUA PORTUGUESA
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de for- – pois (no início da oração).
malismo existente na situação de comunicação; com o modo de Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; com a
sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de – principalmente.
cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário espe- Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em particular
cífico de algum campo científico, por exemplo).
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LÍNGUA PORTUGUESA
2. (FUVEST - 2013) A essência da teoria democrática é a su- 4. (UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – RJ) Preencha os parênteses
pressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou com os números correspondentes; em seguida, assinale a alternati-
na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, va que indica a correspondência correta.
políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela 1. Narrar
cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. 2. Argumentar
Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos 3. Expor
melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica 4. Descrever
nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais 5. Prescrever
deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difu-
são desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em ( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos
termos que os tornem acessíveis a todos. e indicações de como realizar ações, com emprego abundante de
(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.) verbos no modo imperativo.
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo sobre determinado assunto, assim como explicações, avaliações e
“chamadas” indica que o autor reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.
(A) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise ( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou
crítica da sociedade. não, acontecido num determinado espaço e tempo, envolvendo
(B) considera utópicos os objetivos dessas ciências. personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse
(C) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ci- tipo de texto.
ências sociais”. ( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou
(D) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências. subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com abundância
(E) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”. do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e expo-
sição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um ponto de vista.
Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, argumentos
e conclusão.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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GABARITO ______________________________________________________
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1 D ______________________________________________________
2 E
______________________________________________________
3 D
4 B ______________________________________________________
5 D ______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 A
8 E ______________________________________________________
9 E ______________________________________________________
10 C
______________________________________________________
11 E
______________________________________________________
12 A
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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MATEMÁTICA
N C Z (N está contido em Z)
Subconjuntos:
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MATEMÁTICA
Exemplo: Resolução:
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- temos:
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo Resposta: D
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa.
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
anotadas, o total de pontos atribuídos foi como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
(A) 50. base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
(B) 45. plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
(C) 42. – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(D) 36. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
(E) 32. inteiro positivo.
– Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
Resolução: mero inteiro negativo.
50-20=30 atitudes negativas
20.4=80 Propriedades da Potenciação
30.(-1)=-30 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
80-30=50 e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
Resposta: A 2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. 4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
(+a)1 = +a
• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1
pelo módulo do divisor.
ATENÇÃO:
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.
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MATEMÁTICA
Subconjuntos:
Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
2
= 0,4
5
2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
= 0,333...
3
Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:
1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado. Ex.:
0,035 = 35/1000
2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente. Exemplos:
35
MATEMÁTICA
Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.
a)
Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.
b)
Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.
Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo
Obtém-se :
(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3
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MATEMÁTICA
Resolução: Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4
(B) 3/10
Resposta: B (C) 2/9
(D) 4/5
Caraterísticas dos números racionais (E) 3/2
O módulo e o número oposto são as mesmas dos números in-
teiros. Resolução:
Somando português e matemática:
Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número
(a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi-
nador numerador (b/a)n.
Representação geométrica
Resposta: B
Operações
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
entre os números racionais e c , da mesma forma que a soma • Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria
de frações, através de: d operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
÷ q = p × q-1
37
MATEMÁTICA
Resolução: Procedimentos
1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na
ordem que aparecem;
- Depois as multiplicações e/ou divisões;
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare-
cem.
2) Símbolos:
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál-
culos dentro dos parênteses,
-Depois os colchetes [ ];
- E por último as chaves { }.
ATENÇÃO:
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
Resposta: A chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais originais.
• Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme- – Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-
ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú- chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
meros racionais. chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais invertidos.
A) Toda potência com expoente negativo de um número racio-
nal diferente de zero é igual a outra potência que tem a base igual Exemplo:
ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do expo- (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
ente anterior. VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243
Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:
Expressões numéricas
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia-
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de
associação, que podem aparecer em uma única expressão.
Resposta: E
38
MATEMÁTICA
Critérios de divisibilidade
São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número
é ou não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos
a divisão.
No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios:
Divisores
Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos
os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o
número 12.
39
MATEMÁTICA
21 . 30=2
21 . 31=2.3=6
22 . 31=4.3=12
22 . 30=4
Exemplo:
MDC (18,24,42) =
Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor Co-
mum entre 18,24 e 42 é 6.
Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC (A,B). MMC (A,B)= A.B
Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e subtrações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com utilização da álgebra.
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar:
40
MATEMÁTICA
41
MATEMÁTICA
• Denominadores diferentes dos citados anteriormente: – Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da
Enuncia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da segunda fração. Ex.:
palavra “avos”.
Tipos de frações
– Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
Ex.: 7/15
– Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
nador. Ex.: 6/7
– Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador. Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da
As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias. fração resultante de forma a torna-la irredutível.
Ex.: 6/3
– Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e Exemplo:
outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na (EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IA-
forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos) DES) O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5
– Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam pessoas. Cada uma recebeu
a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2
– Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi- (A)
nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ;
• Adição e Subtração
Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so- (C)
ma-se ou subtrai-se os numeradores.
(D)
(E)
Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mes-
mo denominador através do MMC entre os denominadores. Usa-
mos tanto na adição quanto na subtração. Resolução:
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos:
Funções lineares
Chama-se função do 1º grau ou afim a função f: R R definida
por y = ax + b, com a e b números reais e a 0. a é o coeficiente an-
gular da reta e determina sua inclinação, b é o coeficiente linear da
reta e determina a intersecção da reta com o eixo y.
42
MATEMÁTICA
Com a ϵ R* e b ϵ R.
Atenção
Usualmente chamamos as funções polinomiais de: 1º grau, 2º • Função linear
etc, mas o correto seria Função de grau 1,2 etc. Pois o classifica a É a função do 1º grau quando b = 0, a ≠ 0 e a ≠ 1, a e b ∈ R.
função é o seu grau do seu polinômio.
• Função afim
A função do 1º grau pode ser classificada de acordo com seus É a função do 1º grau quando a ≠ 0, b ≠ 0, a e b ∈ R.
gráficos. Considere sempre a forma genérica y = ax + b.
• Função Injetora
• Função constante É a função cujo domínio apresenta elementos distintos e tam-
Se a = 0, então y = b, b ∈ R. Desta maneira, por exemplo, se y bém imagens distintas.
= 4 é função constante, pois, para qualquer valor de x, o valor de y
ou f(x) será sempre 4.
• Função identidade
Se a = 1 e b = 0, então y = x. Nesta função, x e y têm sempre • Função Sobrejetora
os mesmos valores. Graficamente temos: A reta y = x ou f(x) = x é É quando todos os elementos do domínio forem imagens de
denominada bissetriz dos quadrantes ímpares. PELO MENOS UM elemento do domínio.
43
MATEMÁTICA
• Função Bijetora
É uma função que é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora.
44
MATEMÁTICA
Funções quadráticas
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática, de domínio
R e contradomínio R, a função:
Atenção:
Chama-se função completa aquela em que a, b e c não são nu-
los, e função incompleta aquela em que b ou c são nulos.
45
MATEMÁTICA
• O termo independente
Na função y = ax2 + bx + c, se x = 0 temos y = c. Os pontos em que x = 0 estão no eixo y, isto significa que o ponto (0, c) é onde a pará-
bola “corta” o eixo y.
• Raízes da função
Considerando os sinais do discriminante (Δ) e do coeficiente de x2, teremos os gráficos que seguem para a função y = ax2 + bx + c.
46
MATEMÁTICA
Coordenadas do vértice
As coordenadas do vértice da parábola são dadas por:
Exemplos:
(CBM/MG – OFICIAL BOMBEIRO MILITAR – FUMARC) Duas cidades A e B estão separadas por uma distância d. Considere um ciclista
que parte da cidade A em direção à cidade B. A distância d, em quilômetros, que o ciclista ainda precisa percorrer para chegar ao seu des-
tino em função do tempo t, em horas, é dada pela função . Sendo assim, a velocidade média desenvolvida pelo ciclista
em todo o percurso da cidade A até a cidade B é igual a
(A) 10 Km/h
(B) 20 Km/h
(C) 90 Km/h
(D) 100 Km/h
Resolução:
Vamos calcular a distância total, fazendo t = 0:
100 – t² = 0
– t² = – 100 . (– 1)
t² = 100
t= √100=10km/h
Resposta: A
47
MATEMÁTICA
(IPEM – TÉCNICO EM METROLOGIA E QUALIDADE – VUNESP) A figura ilustra um arco decorativo de parábola AB sobre a porta da
entrada de um salão:
Considere um sistema de coordenadas cartesianas com centro em O, de modo que o eixo vertical (y) passe pelo ponto mais alto do
arco (V), e o horizontal (x) passe pelos dois pontos de apoio desse arco sobre a porta (A e B).
Sabendo-se que a função quadrática que descreve esse arco é f(x) = – x²+ c, e que V = (0; 0,81), pode-se afirmar que a distância , em
metros, é igual a
(A) 2,1.
(B) 1,8.
(C) 1,6.
(D) 1,9.
(E) 1,4.
Resolução:
C=0,81, pois é exatamente a distância de V
F(x)=-x²+0,81
0=-x²+0,81
X²=0,81
X=±0,9
A distância AB é 0,9+0,9=1,8
Resposta: B
(TRANSPETRO – TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE JÚNIOR – CESGRANRIO) A raiz da função f(x) = 2x − 8 é também raiz da
função quadrática g(x) = ax²+ bx + c. Se o vértice da parábola, gráfico da função g(x), é o ponto V(−1, −25), a soma a + b + c é igual a:
(A) − 25
(B) − 24
(C) − 23
(D) − 22
(E) – 21
Resolução:
2x-8=0
2x=8
X=4
48
MATEMÁTICA
Resposta: E
Função exponencial
Antes seria bom revisarmos algumas noções de potencialização e radiciação.
Sejam a e b bases reais e diferentes de zero e m e n expoentes inteiros, temos:
Equação exponencial
A equação exponencial caracteriza-se pela presença da incógnita no expoente. Exemplos:
Para resolver estas equações, além das propriedades de potências, utilizamos a seguinte propriedade:
Se duas potências são iguais, tendo as bases iguais, então os expoentes são iguais: am = an ⇔ m = n, sendo a > 0 e a ≠ 1.
Exemplos:
01. Considere a função y = 3x.
Vamos atribuir valores a x, calcular y e a seguir construir o gráfico:
49
MATEMÁTICA
Graficamente temos:
Inequação exponencial
A inequação exponencial caracteriza-se pela presença da incógnita no expoente e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤.
Analisando seus gráficos, temos:
50
MATEMÁTICA
Exemplos:
(CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/MT – OFICIAL BOMBEIRO MILITAR – COVEST – UNEMAT) As funções exponenciais são muito usa-
das para modelar o crescimento ou o decaimento populacional de uma determinada região em um determinado período de tempo. A fun-
ção P(t) = 234(1,023)t modela o comportamento de uma determinada cidade quanto ao seu crescimento populacional em um determinado
período de tempo, em que P é a população em milhares de habitantes e t é o número de anos desde 1980.
Qual a taxa média de crescimento populacional anual dessa cidade?
(A) 1,023%
(B) 1,23%
(C) 2,3%
(D) 0,023%
(E) 0,23%
Resolução:
(POLÍCIA CIVIL/SP – DESENHISTA TÉCNICO-PERICIAL – VUNESP) Uma população P cresce em função do tempo t (em anos), segundo a
sentença P = 2000.50,1t. Hoje, no instante t = 0, a população é de 2 000 indivíduos. A população será de 50 000 indivíduos daqui a
(A) 20 anos.
(B) 25 anos.
(C) 50 anos.
(D) 15 anos.
(E) 10 anos.
Resolução:
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MATEMÁTICA
Função logarítmica
• Logaritmo
O logaritmo de um número b, na base a, onde a e b são positivos e a é diferente de um, é um número x, tal que x é o expoente de a
para se obter b, então:
Onde:
b é chamado de logaritmando
a é chamado de base
x é o logaritmo
OBSERVAÇÕES
– loga a = 1, sendo a > 0 e a ≠ 1
– Nos logaritmos decimais, ou seja, aqueles em que a base é 10, está frequentemente é omitida. Por exemplo: logaritmo de 2 na base
10; notação: log 2
– Propriedades
Resolução:
Sabemos que 341 está entre 100 e 1.000:
102 < 341 < 103
Como a característica é o expoente de menor potência de 10, temos que c = 2.
Consultando a tabela para 341, encontramos m = 0,53275. Logo: log 341 = 2 + 0,53275 log 341 = 2,53275.
52
MATEMÁTICA
Cologaritmo
cologa b = - loga b, sendo b> 0, a > 0 e a ≠ 1
Mudança de base
Para resolver questões que envolvam logaritmo com bases diferentes, utilizamos a seguinte expressão:
Função logarítmica
Função logarítmica é a função f, de domínio R*+ e contradomínio R, que associa cada número real e positivo x ao logaritmo de x na
base a, onde a é um número real, positivo e diferente de 1.
53
MATEMÁTICA
B) y = log1/3 x
Vamos tabelar valores convenientes de x, calculando y. Localizamos os pontos no plano cartesiano, determinando a curva correspon-
dente à função.
Equações logarítmicas
A equação logarítmica caracteriza-se pela presença do sinal de igualdade e da incógnita no logaritmando.
Para resolver uma equação, antes de mais nada devemos estabelecer a condição de existência do logaritmo, determinando os valores
da incógnita para que o logaritmando e a base sejam positivos, e a base diferente de 1.
Inequações logarítmicas
Identificamos as inequações logarítmicas pela presença da incógnita no logaritmando e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤.
Assim como nas equações, devemos garantir a existência do logaritmo impondo as seguintes condições: o logaritmando e a base
devem ser positivos e a base deve ser diferente de 1.
Na resolução de inequações logarítmicas, procuramos obter logaritmos de bases iguais nos dois membros da inequação, para poder
comparar os logaritmandos. Porém, para que não ocorram distorções, devemos verificar se as funções envolvidas são crescentes ou de-
crescentes. A justificativa será feita por meio da análise gráfica de duas funções:
Na função crescente, os sinais coincidem na comparação dos logaritmandos e, posteriormente, dos respectivos logaritmos; porém,
o mesmo não ocorre na função decrescente. De modo geral, quando resolvemos uma inequação logarítmica, temos de observar o valor
numérico da base pois, sendo os dois membros da inequação compostos por logaritmos de mesma base, para comparar os respectivos
logaritmandos temos dois casos a considerar:
• se a base é um número maior que 1 (função crescente), utilizamos o mesmo sinal da inequação;
• se a base é um número entre zero e 1 (função decrescente), utilizamos o “sinal inverso” da inequação.
54
MATEMÁTICA
Exemplos:
(PETROBRAS-GEOFISICO JUNIOR – CESGRANRIO) Se log x representa o logaritmo na base 10 de x, então o valor de n tal que log n =
3 - log 2 é:
(A) 2000
(B) 1000
(C) 500
(D) 100
(E) 10
Resolução:
log n = 3 - log 2
log n + log 2 = 3 * 1
onde 1 = log 10 então:
log (n * 2) = 3 * log 10
log(n*2) = log 10 ^3
2n = 10^3
2n = 1000
n = 1000 / 2
n = 500
Resposta: C
(MF – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF) Sabendo-se que log x representa o logaritmo de x na base 10, calcule o valor
da expressão log 20 + log 5.
(A) 5
(B) 4
(C) 1
(D) 2
(E) 3
Resolução:
E = log20 + log5
E = log(2 x 10) + log5
E = log2 + log10 + log5
E = log10 + log (2 x 5)
E = log10 + log10
E = 2 log10
E=2
Resposta: D
Funções trigonométricas
Podemos generalizar e escrever todos os arcos com essa característica na seguinte forma: π/2 + 2kπ, onde k Є Z. E de uma forma geral
abrangendo todos os arcos com mais de uma volta, x + 2kπ.
Estes arcos são representados no plano cartesiano através de funções circulares como: função seno, função cosseno e função tangen-
te.
• Função Seno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu seno, então f(x) = sem x. O sinal da função f(x) = sem x é positivo no 1º
e 2º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 3º e 4º quadrantes.
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MATEMÁTICA
• Função Cosseno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu cosseno, então f(x) = cos x. O sinal da função f(x) = cos x é positivo no
1º e 4º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 2º e 3º quadrantes.
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MATEMÁTICA
• Função Tangente
É uma função f : R → R que associa a cada número real x a sua tangente, então f(x) = tg x.
Sinais da função tangente:
- Valores positivos nos quadrantes ímpares.
- Valores negativos nos quadrantes pares.
- Crescente em cada valor.
Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma relação de igualdade e uma incógnita ou variável (x, y, z,...).
Equação do 1º grau
As equações do primeiro grau são aquelas que podem ser representadas sob a forma ax + b = 0, em que a e b são constantes reais,
com a diferente de 0, e x é a variável. A resolução desse tipo de equação é fundamentada nas propriedades da igualdade descritas a seguir.
Adicionando um mesmo número a ambos os membros de uma equação, ou subtraindo um mesmo número de ambos os membros,
a igualdade se mantém.
Dividindo ou multiplicando ambos os membros de uma equação por um mesmo número não-nulo, a igualdade se mantém.
57
MATEMÁTICA
Quando se passa de um membro para o outro se usa a ope- 2º) A equação é da forma ax2 + c = 0 (incompleta)
ração inversa, ou seja, o que está multiplicando passa dividindo e x2 – 49= 0 Fatoramos o primeiro membro, que é uma diferença
o que está dividindo passa multiplicando. O que está adicionando de dois quadrados.
passa subtraindo e o que está subtraindo passa adicionando. (x + 7) . (x – 7) = 0,
58
MATEMÁTICA
Quando ocorre a última possibilidade é costume dizer-se que Resolva a inequação -2x + 7 > 0.
não existem raízes reais, pois, de fato, elas não são reais já que não Solução:
existe, no conjunto dos números reais, √a quando a < 0. -2x > -7
Multiplicando por (-1)
• Relações entre raízes e coeficientes 2x < 7
x < 7/2
Portanto a solução da inequação é x < 7/2.
Atenção:
Toda vez que “x” tiver valor negativo, devemos multiplicar por
(-1), isso faz com que o símbolo da desigualdade tenha o seu sen-
tido invertido.
Pode-se resolver qualquer inequação do 1° grau por meio do
estudo do sinal de uma função do 1° grau, com o seguinte proce-
dimento:
1. Iguala-se a expressão ax + b a zero;
Exemplo: 2. Localiza-se a raiz no eixo x;
(CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC) Qual a 3. Estuda-se o sinal conforme o caso.
equação do 2º grau cujas raízes são 1 e 3/2?
(A) x²-3x+4=0 Pegando o exemplo anterior temos:
(B) -3x²-5x+1=0 -2x + 7 > 0
(C) 3x²+5x+2=0 -2x + 7 = 0
(D) 2x²-5x+3=0 x = 7/2
Resolução:
Como as raízes foram dadas, para saber qual a equação:
x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S= duas
raízes somadas resultam no valor numérico de b; e P= duas raízes
multiplicadas resultam no valor de c.
Exemplo:
(SEE/AC – PROFESSOR DE CIÊNCIAS DA NATUREZA MATEMÁ-
TICA E SUAS TECNOLOGIAS – FUNCAB) Determine os valores de
que satisfazem a seguinte inequação:
(A) x > 2
(B) x - 5
Resposta: D (C) x > - 5
(D) x < 2
Inequação do 1º grau (E) x 2
Uma inequação do 1° grau na incógnita x é qualquer expressão
do 1° grau que pode ser escrita numa das seguintes formas: Resolução:
ax + b > 0
ax + b < 0
ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0
Onde a, b são números reais com a ≠ 0
59
MATEMÁTICA
Resposta: B Resolução:
Resolvendo por Bháskara:
Inequação do 2º grau
Chamamos de inequação da 2º toda desigualdade pode ser re-
presentada da seguinte forma:
ax2 + bx + c > 0
ax2 + bx + c < 0
ax2 + bx + c ≥ 0
ax2 + bx + c ≤ 0
Onde a, b e c são números reais com a ≠ 0
Resolução da inequação
Para resolvermos uma inequação do 2o grau, utilizamos o estu-
do do sinal. As inequações são representadas pelas desigualdades: Fazendo o gráfico, a > 0 parábola voltada para cima:
> , ≥ , < , ≤.
Ex.: x2 -3x + 2 > 0
Resolução:
x2 -3x + 2 > 0
x ‘ =1, x ‘’ = 2
Como desejamos os valores para os quais a função é maior que
zero devemos fazer um esboço do gráfico e ver para quais valores
de x isso ocorre.
Resposta: C
60
MATEMÁTICA
Fatorial
Sendo n um número natural, chama-se de n! (lê-se: n fatorial)
a expressão:
n! = n (n - 1) (n - 2) (n - 3). ... .2 . 1, como n ≥ 2. Exemplo: Seja P um conjunto com elementos: P = {A,B,C,D},
tomando os agrupamentos de dois em dois, considerando o arranjo
Exemplos: com repetição quantos agrupamentos podemos obter em relação
5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120. ao conjunto P.
7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040.
Resolução:
ATENÇÃO P = {A, B, C, D}
n=4
0! = 1 p=2
1! = 1 A(n,p)=np
A(4,2)=42=16
Tenha cuidado 2! = 2, pois 2 . 1 = 2. E 3!
Não é igual a 3, pois 3 . 2 . 1 = 6.
Permutação
É a TROCA DE POSIÇÃO de elementos de uma sequência. Utili-
Arranjo simples zamos todos os elementos.
Arranjo simples de n elementos tomados p a p, onde n>=1 e p
é um número natural, é qualquer ordenação de p elementos dentre • Sem repetição
os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos se
diferenciam pela ordem e natureza dos elementos.
61
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR SOCIAL –
IDECAN) Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão entre
o número de anagramas de seus nomes representa a diferença en-
tre suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é Exemplo:
(A) 24. (CESPE) Uma mesa circular tem seus 6 lugares, que serão ocu-
(B) 25. pados pelos 6 participantes de uma reunião. Nessa situação, o nú-
(C) 26. mero de formas diferentes para se ocupar esses lugares com os par-
(D) 27. ticipantes da reunião é superior a 102.
(E) 28. ( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Anagramas de RENATO Resolução:
______ É um caso clássico de permutação circular.
6.5.4.3.2.1=720 Pc = (6 - 1) ! = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 possibilidades.
Resposta: CERTO.
Anagramas de JORGE
_____ Combinação
5.4.3.2.1=120 Combinação é uma escolha de um grupo, SEM LEVAR EM CON-
SIDERAÇÃO a ordem dos elementos envolvidos.
Razão dos anagramas: 720/120=6
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos. • Sem repetição
Resposta: C. Dados n elementos distintos, chama-se de combinação simples
desses n elementos, tomados p a p, a qualquer agrupamento de p
• Com repetição elementos distintos, escolhidos entre os n elementos dados e que
Na permutação com elementos repetidos ocorrem permuta- diferem entre si pela natureza de seus elementos.
ções que não mudam o elemento, pois existe troca de elementos
iguais. Por isso, o uso da fórmula é fundamental. Fórmula:
Exemplo: Exemplo:
(CESPE) Considere que um decorador deva usar 7 faixas colo- (CRQ 2ª REGIÃO/MG – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUN-
ridas de dimensões iguais, pendurando-as verticalmente na vitri- DEP) Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 3
ne de uma loja para produzir diversas formas. Nessa situação, se 3 deles. Como esse grupo deverá ter um coordenador, que pode ser
faixas são verdes e indistinguíveis, 3 faixas são amarelas e indistin- qualquer um deles, o número de maneiras distintas possíveis de se
guíveis e 1 faixa é branca, esse decorador conseguirá produzir, no fazer esse grupo é:
máximo, 140 formas diferentes com essas faixas. (A) 4
( ) Certo (B) 660
( ) Errado (C) 1 320
(D) 3 960
Resolução:
Total: 7 faixas, sendo 3 verdes e 3 amarelas. Resolução:
Como trata-se de Combinação, usamos a fórmula:
Resposta: Certo.
• Circular
A permutação circular é formada por pessoas em um formato
circular. A fórmula é necessária, pois existem algumas permutações
realizadas que são iguais. Usamos sempre quando:
a) Pessoas estão em um formato circular.
b) Pessoas estão sentadas em uma mesa quadrada (retangular)
de 4 lugares.
62
MATEMÁTICA
Onde n = 12 e p = 3
Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo tem 3 pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
Resposta: B.
• Com repetição
É uma escolha de grupos, sem ordem, porém, podemos repetir elementos na hora de escolher.
Exemplo:
Em uma combinação com repetição classe 2 do conjunto {a, b, c}, quantas combinações obtemos?
Utilizando a fórmula da combinação com repetição, verificamos o mesmo resultado sem necessidade de enumerar todas as possibi-
lidades:
n=3ep=2
• Cálculo da razão
A razão de uma P.A. é dada pela diferença de um termo qualquer pelo termo imediatamente anterior a ele.
r = a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = a5 – a4 = .......... = an – an – 1
Exemplos:
- (5, 9, 13, 17, 21, 25,......) é uma P.A. onde a1 = 5 e razão r = 4
- (2, 9, 16, 23, 30,.....) é uma P.A. onde a1 = 2 e razão r = 7
- (23, 21, 19, 17, 15,....) é uma P.A. onde a1 = 23 e razão r = - 2.
63
MATEMÁTICA
• Classificação
Uma P.A. é classificada de acordo com a razão.
Exemplo:
(PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO) Descubra o 99º termo da P.A. (45, 48, 51,...)
(A) 339
(B) 337
(C) 333
(D) 331
Resolução:
Resposta: A
Propriedades
1) Numa P.A. a soma dos termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.
2) Numa P.A. com número ímpar de termos, o termo médio é igual à média aritmética entre os extremos.
64
MATEMÁTICA
Exemplo:
3) A sequência (a, b, c) é P.A. se, e somente se, o termo médio é igual à média aritmética entre a e c, isto é:
Cálculo da razão
A razão da P.G. é obtida dividindo um termo por seu antecessor. Assim: (a1, a2, a3, ..., an - 1, an, ...) é P.G. ⇔ an = (an - 1) q, n ≥ 2
65
MATEMÁTICA
Exemplos:
Classificação
Uma P.G. é classificada de acordo com o primeiro termo e a razão.
n° termo é:
Exemplo:
(TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO - INFORMÁTICA – FCC) Um tabuleiro de xadrez possui 64 casas. Se fosse possível colocar 1 grão de
arroz na primeira casa, 4 grãos na segunda, 16 grãos na terceira, 64 grãos na quarta, 256 na quinta, e assim sucessivamente, o total de
grãos de arroz que deveria ser colocado na 64ª casa desse tabuleiro seria igual a
(A) 264.
(B) 2126.
(C) 266.
(D) 2128.
(E) 2256.
Resolução:
Pelos valores apresentados, é uma PG de razão 4
a64 = ?
a1 = 1
q=4
n = 64
Resposta: B
66
MATEMÁTICA
Propriedades
1) Em qualquer P.G., cada termo, exceto os extremos, é a média geométrica entre o precedente e o consequente.
2) Em toda P.G. finita, o produto dos termos equidistantes dos extremos é igual ao produto dos extremos.
3) Em uma P.G. de número ímpar de termos, o termo médio é a média geométrica entre os extremos.
Em síntese temos:
4) Em uma PG, tomando-se três termos consecutivos, o termo central é a média geométrica dos seus vizinhos.
67
MATEMÁTICA
Exemplo:
A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3; 0,9;
0,09; 0,009; …) é
(A) 3,1
(B) 3,9
(C) 3,99
(D) 3, 999
(E) 4
Resolução:
Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 a soma da
PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 0,09/0,9 = 0,1. Assim:
S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma PG Exemplo:
infinita para obter S1: (PM/SE – SOLDADO 3ª CLASSE – FUNCAB) A matriz abaixo re-
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4 gistra as ocorrências policiais em uma das regiões da cidade duran-
Resposta: E te uma semana.
Matriz
Uma matriz é uma tabela de números reais dispostos segundo
linhas horizontais e colunas verticais. Sendo M=(aij)3x7 com cada elemento aij representando o núme-
O conjunto ordenado dos números que formam a tabela, é de- ro de ocorrência no turno i do dia j da semana.
nominado matriz, e cada número pertencente a ela é chamado de O número total de ocorrências no 2º turno do 2º dia, somando
elemento da matriz. como 3º turno do 6º dia e com o 1º turno do 7º dia será:
(A) 61
• Tipo ou ordem de uma matriz (B) 59
As matrizes são classificadas de acordo com o seu número de (C) 58
linhas e de colunas. Assim, a matriz representada a seguir é deno- (D) 60
minada matriz do tipo, ou ordem, 3 x 4 (lê-se três por quatro), pois (E) 62
tem três linhas e quatro colunas. Exemplo:
Resolução:
Turno i –linha da matriz
Turno j- coluna da matriz
2º turno do 2º dia – a22=18
3º turno do 6º dia-a36=25
1º turno do 7º dia-a17=19
Somando:18+25+19=62
Resposta: E
• Igualdade de matrizes
Duas matrizes A e B são iguais quando apresentam a mesma
ordem e seus elementos correspondentes forem iguais.
68
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) Considere a seguinte sentença envolvendo matrizes:
Diante do exposto, assinale a alternativa que apresenta o valor de y que torna a sentença verdadeira.
(A) 4.
(B) 6.
(C) 8.
(D) 10.
Resolução:
y=10
Resposta: D
– Multiplicação por um número real: sendo k ∈ R e A uma matriz de ordem m x n, a matriz k . A é obtida multiplicando-se todos os
elementos de A por k.
– Subtração: a diferença entre duas matrizes A e B (de mesma ordem) é obtida por meio da soma da matriz A com a oposta de B.
– Multiplicação entre matrizes: consideremos o produto A . B = C. Para efetuarmos a multiplicação entre A e B, é necessário, antes de
mais nada, determinar se a multiplicação é possível, isto é, se o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B, determinando
a ordem de C: Am x n x Bn x p = Cm x p, como o número de colunas de A coincide com o de linhas de B(n) então torna-se possível o produto, e a
matriz C terá o número de linhas de A(m) e o número de colunas de B(p)
69
MATEMÁTICA
Exemplo:
(CPTM – ALMOXARIFE – MAKIYAMA) Assinale a alternativa que apresente o resultado da multiplicação das matrizes A e B abaixo:
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Resolução:
Resposta: B
• Casos particulares
– Matriz identidade ou unidade: é a matriz quadrada que possui os elementos de sua diagonal principal iguais a 1 e os demais ele-
mentos iguais a 0. Indicamos a matriz identidade de Ιn, onde n é a ordem da matriz.
– Matriz transposta: é a matriz obtida pela troca ordenada de linhas por colunas de uma matriz. Dada uma matriz A de ordem m x n,
obtém-se uma outra matriz de ordem n x m, chamada de transposta de A. Indica-se por At.
70
MATEMÁTICA
Exemplo:
(CPTM – ANALISTA DE COMUNICAÇÃO JÚNIOR – MAKIYAMA) Para que a soma de uma matriz e sua respectiva matriz transposta At
em uma matriz identidade, são condições a serem cumpridas:
(A) a=0 e d=0
(B) c=1 e b=1
(C) a=1/c e b=1/d
(D) a²-b²=1 e c²-d²=1
(E) b=-c e a=d=1/2
Resolução:
2a=1
a=1/2
b+c=0
b=-c
2d=1
D=1/2
Resposta: E
– Matriz inversa: dizemos que uma matriz quadrada A, de ordem n, admite inversa se existe uma matriz A-1, tal que:
Determinantes
Determinante é um número real associado a uma matriz quadrada. Para indicar o determinante, usamos barras. Seja A uma matriz
quadrada de ordem n, indicamos o determinante de A por:
71
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PM/SP – SARGENTO CFS – CETRO) É correto afirmar que o determinante é igual a zero para x igual a
(A) 1.
(B) 2.
(C) -2.
(D) -1.
Resolução:
D = 4 - (-2x)
0 = 4 + 2x
x=-2
Resposta: C
• Regra de Sarrus
Esta técnica é utilizada para obtermos o determinante de matrizes de 3ª ordem. Utilizaremos um exemplo para mostrar como aplicar
a regra de Sarrus. A regra de Sarrus consiste em:
a) Repetir as duas primeiras colunas à direita do determinante.
b) Multiplicar os elementos da diagonal principal e os elementos que estiverem nas duas paralelas a essa diagonal, conservando os
sinais desses produtos.
c) Efetuar o produto dos elementos da diagonal secundária e dos elementos que estiverem nas duas paralelas à diagonal e multipli-
cá-los por -1.
d) Somar os resultados dos itens b e c. E assim encontraremos o resultado do determinante.
Simplificando temos:
Exemplo:
(PREF. ARARAQUARA/SP – AGENTE DA ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SANEAMENTO – CETRO) Dada a matriz
, assinale a alternativa que apresenta o valor do determinante de A é
(A) -9.
(B) -8.
(C) 0.
(D) 4.
72
MATEMÁTICA
Resolução:
detA = - 1 – 4 + 2 - (2 + 2 + 2) = - 9
Resposta: A
• Teorema de Laplace
Para matrizes quadradas de ordem n ≥ 2, o teorema de Laplace oferece uma solução prática no cálculo dos determinantes. Pelo teo-
rema, o determinante de uma matriz quadrada A de ordem n (n ≥ 2) é igual à soma dos produtos dos elementos de uma linha ou de uma
coluna qualquer, pelos respectivos co-fatores. Exemplo:
Dada a matriz quadrada de ordem 3, , vamos calcular det A usando o teorema de Laplace.
Podemos calcular o determinante da matriz A, escolhendo qualquer linha ou coluna. Por exemplo, escolhendo a 1ª linha, teremos:
det A = a11. A11 + a12. A12 + a13. A13
Exemplo:
(TRANSPETRO – ENGENHEIRO JÚNIOR – AUTOMAÇÃO – CESGRANRIO) Um sistema dinâmico, utilizado para controle de uma rede
automatizada, forneceu dados processados ao longo do tempo e que permitiram a construção do quadro abaixo.
1 3 2 0
3 1 0 2
2 3 0 1
0 2 1 3
A partir dos dados assinalados, mantendo-se a mesma disposição, construiu-se uma matriz M. O valor do determinante associado à
matriz M é
(A) 42
(B) 44
(C) 46
(D) 48
(E) 50
73
MATEMÁTICA
Resolução:
Como é uma matriz 4x4 vamos achar o determinante através do teorema de Laplace. Para isso precisamos, calcular os cofatores. Dica:
pela fileira que possua mais zero. O cofator é dado pela fórmula: . Para o determinante é usado os números que
sobraram tirando a linha e a coluna.
Resposta: D
Exemplo:
Como os determinantes são, agora, de 3ª ordem, podemos aplicar a regra de Sarrus em cada um deles. Assim:
det A= 3. (188) - 1. (121) + 2. (61) ⇒ det A = 564 - 121 + 122 ⇒ det A = 565
74
MATEMÁTICA
c) Em uma matriz cuja linha ou coluna foi multiplicada por um onde a11, a12 , ..., an e b1, b2 , ..., bn são números reais.
número k real, o determinante também fica multiplicado pelo mes-
mo número k. Se o conjunto de números reais (k1, k2, ..., kn) torna verdadeiras
todas as equações do sistema, dizemos que esse conjunto é solu-
ção do sistema linear. Como as equações lineares são homogêneas
quando b = 0, então, consequentemente, um sistema linear será
homogêneo quando b1 = b2 = ... = bn = 0. Assim, o sistema admitirá
a solução trivial, (0, 0, ... 0).
Exemplo:
Na equação 4x – y = 2, o par ordenado (3,10) é uma solução,
pois ao substituirmos esses valores na equação obtemos uma igual-
dade.
4. 3 – 10 → 12 – 10 = 2
d) Para duas matrizes quadradas de mesma ordem, vale a se- Já o par (3,0) não é a solução, pois 4.3 – 0 = 2 → 12 ≠ 2
guinte propriedade:
• Representação de um sistema linear por meio de matrizes
det (A. B) = det A + det B. Um sistema linear de m equações com n incógnitas pode ser
escrito sob a forma de matrizes, bastando separar seus componen-
e) Uma matriz quadrada A será inversível se, e somente se, seu tes por matriz.
determinante for diferente de zero. Sejam:
Amn ⇒ a matriz dos coeficientes das incógnitas;
Sistemas lineares Xn1 ⇒ a matriz das incógnitas;
Entendemos por sistema linear um conjunto de equações li- Bn1 ⇒ a matriz dos termos independentes.
neares reunidas com o objetivo de se obterem soluções comuns a
todas essas equações.
• Equação linear
Chamamos de equações lineares as equações do 1º grau que
apresentam a forma:
a1x1 + a2x2 + a3x3+...anxn = b,
75
MATEMÁTICA
• Sistema normal
É o sistema em que o número de equações é igual ao número Escalonando o sistema, obtemos:
de incógnitas (m = n) e o determinante da matriz dos coeficientes é
diferente de zero.
Exemplo:
Dado o sistema S: , temos
Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y) pela
coluna dos coeficientes independentes, obteremos , cujo de-
terminante é indicado por Dy = af – ce.
Assim, em (*), na 2ª equação, obtemos D. y = Dy. Se D ≠ 0, se-
gue que
Logo, o sistema linear S é normal. Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e conside-
rando a matriz , cujo determinante é indicado por Dx = ed – bf,
• Classificação de um sistema linear obtemos , D ≠ 0.
Classificar um sistema linear é considerá-lo em relação ao nú-
mero de soluções que ele apresenta. Assim, os sistemas lineares
podem ser:
a) Sistema impossível ou incompatível: quando não admite so- Em síntese, temos:
lução. O sistema não admite solução quando o det A for nulo, e pelo
menos um dos determinantes relativos às incógnitas for diferente O sistema é possível e determinado quando
de zero, isto é: det A 1 0 ou det A2 0 ou ... ou det An 0. , e a solução desse sistema é dada por:
b) Sistema possível ou compatível: quando admite pelo menos
uma solução. Este sistema pode ser:
– Determinado: quando admitir uma única solução. ‘O sistema
é determinado quando det A 0.
Em resumo temos:
Exemplo:
Aplicando a Regra de Cramer para resolver os sistemas
76
MATEMÁTICA
Uma alternativa para encontrar o valor de z seria substituir x por -2 e y por 3 em qualquer uma das equações do sistema.
Assim, S = {(-2,3-1)}.
Exemplos:
(UNIOESTE – ANALISTA DE INFORMÁTICA – UNIOESTE) Considere o seguinte sistema de equações lineares
Resolução:
77
MATEMÁTICA
Resolução: Exemplo:
(I) 2a + 3b + 4c = 17 x(-2) (FUVEST) A uma distância de 40 m, uma torre é vista sob um
(II) 4a + b – 2c = 9 ângulo , como mostra a figura.
Multiplicamos a primeira equação por – 2 e somamos com a
segunda, cancelando a variável a:
(I) 2a + 3b + 4c = 17
(II) – 5b – 10c = - 25 : (- 5)
Então:
(I) 2a + 3b + 4c = 17
(II) b +2c = 5
Um sistema com três variáveis e duas equações é possível e
indeterminado (tem infinitas soluções), então fazendo a variável c =
α (qualquer letra grega).
Substituímos c em (II): Sabendo que sen20° = 0,342 e cos20° = 0,940, a altura da torre,
b + 2α = 5 em metros, será aproximadamente:
Reposta: D (A) 14,552
(B) 14,391
(C) 12,552
TRIGONOMETRIA. (D) 12,391
(E) 16,552
Trigonometria é a parte da matemática que estuda as relações
existentes entre os lados e os ângulos dos triângulos. resolução:
Observando a figura, nós temos um triângulo retângulo, vamos
No triângulo retângulo chamar os vértices de A, B e C.
Em todo triângulo retângulo os lados recebem nomes espe-
ciais. O maior lado (oposto do ângulo de 90°) é chamado de Hipo-
tenusa e os outros dois lados menores (opostos aos dois ângulos
agudos) são chamados de Catetos. Deles podemos tirar as seguin-
tes relações: seno (sen); cosseno (cos) e tangente.
78
MATEMÁTICA
Resolução:
Pela lei dos cossenos
x² = 6² + 8² - 2 * 6 * 8 * cos 60º
x² = 36 + 64 – 96 * 1/2
x² = 100 – 48
x² = 52
√x² = √52
x = 2√13
Círculo trigonométrico
O ciclo trigonométrico é uma circunferência orientada de raio
1. A orientação é:
No triângulo qualquer
As relações trigonométricas se restringem somente a situações
que envolvem triângulos retângulos. Essas relações também ocor-
rem nos triângulos obtusos e agudos. Importante sabermos que:
sen x = sen (180º - x)
cos x = - cos (180º - x)
Lei (ou teorema) dos senos
A lei dos senos estabelece relações entre as medidas dos lados
com os senos dos ângulos opostos aos lados.
Observe que:
Lei (ou teorema) dos cossenos O cosseno está associado ao eixo A (origem).
Nos casos em que não podemos aplicar a lei dos senos, temos O seno está associado ao ângulo de 90º (ângulo reto).
o recurso da lei dos cossenos. Ela nos permite trabalhar com a me-
dida de dois segmentos e a medida de um ângulo. Dessa forma, se Cada um dos semiplanos situados no círculo trigonométrico é
dado um triângulo ABC de lados medindo a, b e c, temos: chamado de quadrante. Os sinais do seno e cosseno variam confor-
a² = b² + c² - 2.b.c.cosA me os quadrantes da seguinte forma:
b² = a² + c² - 2.a.c.cosB
c² = a² + b² - 2.a.b.cosC
79
MATEMÁTICA
Seno
Observando a figura temos:
80
MATEMÁTICA
ATENÇÃO:
ATENÇÃO:
Tangente
Na figura, traçamos, no ciclo trigonométrico, uma reta paralela
ao eixo dos senos, tangente ao ciclo no ponto A.
81
MATEMÁTICA
Transformações trigonométricas
As fórmulas a seguir permitem calcular o cosseno, o a tangente da soma e da diferença de dois ângulos.
Exemplo:
(SANEAR – FISCAL - FUNCAB) Sendo cos x =1/2 com 0° < x < 90°, determine o valor da expressão E = sen² x + tg² x.
(A) 9/4
(B) 11/4
(C) 13/4
(D) 15/4
(E) 17/4
82
MATEMÁTICA
Resolução:
Resposta: D
Arcos Duplos
Utilizado quando as fórmulas do seno, cosseno e tangente do arco (a + b), fazemos b = a.
Arco Metade
Encontramos os valores que mede a/2, conhecendo os valores das funções trigonométricas do arco que mede a.
83
MATEMÁTICA
Resolução:
84
MATEMÁTICA
x = 60° ou x = 240°
Resposta: Certo
GEOMETRIA PLANA. GEOMETRIA ESPACIAL. GEOMETRIA ANALÍTICA: EQUAÇÃO DA RETA, PARÁBOLA E CÍRCULO.
Geometria plana
Aqui nos deteremos a conceitos mais cobrados como perímetro e área das principais figuras planas. O que caracteriza a geometria
plana é o estudo em duas dimensões.
Perímetro
É a soma dos lados de uma figura plana e pode ser representado por P ou 2p, inclusive existem umas fórmulas de geometria que apa-
rece p que é o semiperímetro (metade do perímetro). Basta observamos a imagem:
Exemplo:
(CPTM - Médico do trabalho – MAKIYAMA) Um terreno retangular de perímetro 200m está à venda em uma imobiliária. Sabe-se que
sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento. Se o metro quadrado cobrado nesta região é de R$ 50,00, qual será o valor pago
por este terreno?
(A) R$ 10.000,00.
(B) R$ 100.000,00.
(C) R$ 125.000,00.
(D) R$ 115.200,00.
(E) R$ 100.500,00.
85
MATEMÁTICA
Resolução:
O perímetro do retângulo é dado por = 2(b+h);
Pelo enunciado temos que: sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento, logo 2 (x + (x-28)) = 2 (2x -28) = 4x – 56. Como ele
já dá o perímetro que é 200, então
200 = 4x -56 4x = 200+56 4x = 256 x = 64
Comprimento = 64, largura = 64 – 28 = 36
Área do retângulo = b.h = 64.36 = 2304 m2
Logo o valor da área é: 2304.50 = 115200
Resposta: D
• Área
É a medida de uma superfície. Usualmente a unidade básica de área é o m2 (metro quadrado). Que equivale à área de um quadrado
de 1 m de lado.
Quando calculamos que a área de uma determinada figura é, por exemplo, 12 m2; isso quer dizer que na superfície desta figura cabem
12 quadrados iguais ao que está acima.
86
MATEMÁTICA
Para efetuar o cálculo de áreas é necessário sabermos qual a figura plana e sua respectiva fórmula. Vejamos:
(Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/57/97/5797a651dfb37-areas-de-figuras-planas.jpg)
Geometria espacial
Aqui trataremos tanto das figuras tridimensionais e dos sólidos geométricos. O importante é termos em mente todas as figuras planas,
pois a construção espacial se dá através da junção dessas figuras. Vejamos:
Diedros
Sendo dois planos secantes (planos que se cruzam) π e π’, o espaço entre eles é chamado de diedro. A medida de um diedro é feita em
graus, dependendo do ângulo formado entre os planos.
Poliedros
São sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais formadas por três elementos básicos: faces, arestas e vértices. Chamamos
de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois somente uma
aresta em comum. Veja alguns exemplos:
Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices dos polígonos são as arestas e os vértices do poliedro.
Um poliedro é convexo se qualquer reta (não paralela a nenhuma de suas faces) o corta em, no máximo, dois pontos. Ele não possuí
“reentrâncias”. E caso contrário é dito não convexo.
Relação de Euler
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A o número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes relações
de Euler:
87
MATEMÁTICA
Poliedros de Platão
Eles satisfazem as seguintes condições:
- todas as faces têm o mesmo número n de arestas;
- todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número m de ares-
tas; Os sólidos acima são. São considerados não planos pois pos-
- for válida a relação de Euler (V – A + F = 2). suem suas superfícies curvas.
Cilindro: tem duas bases geometricamente iguais definidas por
curvas fechadas em superfície lateral curva.
Cone: tem uma só base definida por uma linha curva fechada e
uma superfície lateral curva.
Esfera: é formada por uma única superfície curva.
Poliedros Regulares
Um poliedro e dito regular quando:
- suas faces são polígonos regulares congruentes;
- seus ângulos poliédricos são congruentes;
Exemplo:
(PUC/RS) Um poliedro convexo tem cinco faces triangulares e
três pentagonais. O número de arestas e o número de vértices des-
te poliedro são, respectivamente:
(A) 30 e 40
(B) 30 e 24
(C) 30 e 8
(D) 15 e 25
(E) 15 e 9
Resolução:
O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais, logo,
tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem 3 lados e
o pentágono 5 lados. Temos:
Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-WWDbQ-Gh5zU/Wb7iCjR42BI/
AAAAAAAAIR0/kfRXIcIYLu4Iqf7ueIYKl39DU-9Zw24lgCLcBGAs/
s1600/revis%25C3%25A3o%2Bfiguras%2Bgeom%25C3%25A9tri-
cas-page-001.jpg
Resposta: E
88
MATEMÁTICA
Exemplo:
Uma pirâmide triangular regular tem aresta da base igual a 8
cm e altura 15 cm. O volume dessa pirâmide, em cm3, é igual a:
(A) 60
(B) 60
(C) 80
(D) 80
(E) 90
Resolução:
Do enunciado a base é um triângulo equilátero. E a fórmula
da área do triângulo equilátero é . A aresta da base é a = 8 cm e h
= 15 cm.
89
MATEMÁTICA
Cálculo do volume:
Exemplo:
Um cone equilátero tem raio igual a 8 cm. A altura desse cone,
em cm, é:
(A)
Resposta: D (B)
CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases iguais,
paralelas e circulares. (C)
(D)
(E) 8
Resolução:
Em um cone equilátero temos que g = 2r. Do enunciado o raio
é 8 cm, então a geratriz é g = 2.8 = 16 cm.
g2 = h2 + r2
162 = h2 + 82
256 = h2 + 64
256 – 64 = h2
h2 = 192
90
MATEMÁTICA
TRONCOS: são cortes feitos nas superfícies de alguns dos sólidos geométricos. São eles:
Exemplo:
(ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LOGÍSTICA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) O volume de um
tronco de pirâmide de 4 dm de altura e cujas áreas das bases são iguais a 36 dm² e 144 dm² vale:
(A) 330 cm³
(B) 720 dm³
(C) 330 m³
(D) 360 dm³
(E) 336 dm³
Resolução:
AB=144 dm²
Ab=36 dm²
Resposta: E
Geometria analítica
Um dos objetivos da Geometria Analítica é determinar a reta que representa uma certa equação ou obter a equação de uma reta
dada, estabelecendo uma relação entre a geometria e a álgebra.
91
MATEMÁTICA
Baricentro
O baricentro (G) de um triângulo é o ponto de intersecção das
medianas do triângulo. O baricentro divide as medianas na razão
de 2:1.
92
MATEMÁTICA
Equação da reta
A equação da reta é determinada pela relação entre as abscis-
sas e as ordenadas. Todos os pontos desta reta obedecem a uma
mesma lei. Temos duas maneiras de determinar esta equação:
93
MATEMÁTICA
94
MATEMÁTICA
C) Retas coincidentes: Se r1 e r2 são coincidentes, as retas cor- Distância entre um ponto e uma reta
tam o eixo y no mesmo ponto; portanto, além de terem seus coe- A distância de um ponto a uma reta é a medida do segmento
ficientes angulares iguais, seus coeficientes lineares também serão perpendicular que liga o ponto à reta. Utilizamos a fórmula a seguir
iguais. para obtermos esta distância.
Exemplo:
(UEPA) O comandante de um barco resolveu acompanhar a
procissão fluvial do Círio-2002, fazendo o percurso em linha reta.
Para tanto, fez uso do sistema de eixos cartesianos para melhor
orientação. O barco seguiu a direção que forma 45° com o sentido
positivo do eixo x, passando pelo ponto de coordenadas (3, 5). Este
trajeto ficou bem definido através da equação:
Intersecção de retas (A) y = 2x – 1
Duas retas concorrentes, apresentam um ponto de intersecção (B) y = - 3x + 14
P(a, b), em que as coordenadas (a, b) devem satisfazer as equações (C) y = x + 2
de ambas as retas. Para determinarmos as coordenadas de P, basta (D) y = - x + 8
resolvermos o sistema constituído pelas equações dessas retas. (E) y = 3x – 4
Circunferência
onde m1 e m2 são os coeficientes angulares das retas r1 e r2, É o conjunto dos pontos do plano equidistantes de um ponto
respectivamente. fixo O, denominado centro da circunferência.
A medida da distância de qualquer ponto da circunferência ao
centro O é sempre constante e é denominada raio.
95
MATEMÁTICA
Equação Geral da circunferência Mesmo que mudemos o eixo maior da elipse do eixo x para
A equação geral de uma circunferência é obtida através do de- o eixo y, a relação de Pitágoras (a2 =b2 + c2) continua sendo válida.
senvolvimento da equação reduzida.
Exemplo:
(VUNESP) A equação da circunferência, com centro no ponto
C(2, 1) e que passa pelo ponto P(0, 3), é:
(A) x2 + (y – 3)2 = 0
(B) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 4 Equações da elipse
(C) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8 a) Centrada na origem e com o eixo maior na horizontal.
(D) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 16
(E) x2 + (y – 3)2 = 8
Resolução:
Temos que C(2, 1), então a = 2 e b = 1. O raio não foi dado no
enunciado.
(x – a)2 + (y – b)2 = r2
(x – 2)2 + (y – 1)2 = r2 (como a circunferência passa pelo ponto P,
basta substituir o x por 0 e o y por 3 para achar a raio.
(0 – 2)2 + (3 – 1)2 = r2
(- 2)2 + 22 = r2
4 + 4 = r2
r2 = 8
(x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
Resposta: C
96
MATEMÁTICA
Exemplo:
Um barco partiu de um ponto A e navegou 10 milhas para o
oeste chegando a um ponto B, depois 5 milhas para o sul chegando Em juros simples:
a um ponto C, depois 13 milhas para o leste chagando a um ponto D – O capital cresce linearmente com o tempo;
e finalmente 9 milhas para o norte chegando a um ponto E. Onde o – O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
barco parou relativamente ao ponto de partida? – A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
(A) 3 milhas a sudoeste. – Devemos expressar a taxa i na forma decimal.
(B) 3 milhas a sudeste. – Montante (M) ou FV (valor futuro) é a soma do capital com
(C) 4 milhas ao sul. os juros, ou seja:
(D) 5 milhas ao norte. M=C+J
(E) 5 milhas a nordeste. M = C.(1+i.t)
Resolução: Exemplo:
(PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) Qual é o capital que,
investido no sistema de juros simples e à taxa mensal de 2,5 %, pro-
duzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses?
(A) R$ 1.650,00
(B) R$ 2.225,00
(C) R$ 3.250,00
(D) R$ 3.460,00
(E) R$ 3.500,00
97
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA
– CAIPIMES) Um capital foi aplicado por um período de 3 anos, com
taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que essa
aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente:
390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C (A) 30% do capital aplicado.
– 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1) (B) 31,20% do capital aplicado.
120.C = 390000 (C) 32% do capital aplicado.
C = 390000 / 120 (D) 33,10% do capital aplicado.
C = R$ 3250,00
Resposta: C Resolução:
Exemplo:
(FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano,
compostos anualmente. Utilizando para cálculos a aproximação de
, pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria resgatada
no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século
Resolução:
A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado
temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i = 10% = 0,1:
1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t
98
MATEMÁTICA
(agora para calcular t temos que usar logaritmo nos dois lados da equação para pode utilizar a propriedade
, o expoente m passa multiplicando)
t.0,04 = 3
Resposta: E
Taxas de juros
Índices fundamentais no estudo da matemática financeira, sendo incorporadas sempre ao capital. São elas:
Taxa efetiva: são aquelas onde a taxa da unidade de tempo coincide com a unidade de tempo do período de capitalização(valorização).
Exemplo: Uma taxa de 13% ao trimestre com capitalização trimestral.
ATENÇÃO: Quando no enunciado não estiver citando o período de capitalização, a mesma vai coincidir com unidade da taxa. Em outras
palavras iremos trabalhar com taxa efetiva!!!
Taxa nominal: são aquelas cujas unidade de tempo NÂO coincide com as unidades de tempo do período de capitalização.
Exemplo:
(TJ/PE- ANALISTA JUDICIÁRIO-CONTADOR-FCC) Uma taxa de juros nominal de 21% ao trimestre, com juros capitalizados mensalmen-
te, apresenta uma taxa de juros efetiva, trimestral de, aproximadamente,
(A) 21,7%.
(B) 22,5%.
(C) 24,8%.
(D) 32,4%.
(E) 33,7%.
Resolução:
21% a. t capitalizados mensalmente (taxa nominai), como um trimestre tem 3 meses, 21/3 = 7% a.m(taxa efetiva).
im = taxa ao mês
it= taxa ao trimestre.
(1+im)3 = (1+it) (1+0,07)3 = 1+it (1,07)3 = 1+it 1,225043 = 1+it it= 1,225043-1 it = 0,225043 x 100 it= 22,5043%
Resposta: B
ATENÇÃO: Para resolução de questões com taxas nominais devemos primeiramente descobri a taxa efetiva (multiplicando ou dividin-
do a taxa)
Toda taxa nominal traz implícita uma taxa efetiva que deve ser calculada proporcionalmente.
Taxas proporcionais (regime de juros simples): são taxas em unidade de tempo diferente que aplicadas sobre o mesmo capital ao
mesmo período de tempo irão gerar o mesmo montante.
Exemplo:
(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL – FEPESE) A taxa de juros simples mensais de 4,25% equivalente à taxa de:
(A) 12,5% trimestral.
(B) 16% quadrimestral.
(C) 25,5% semestral.
(D) 36,0% anual.
(E) 52% anual.
99
MATEMÁTICA
Resolução:
Sabemos que taxas a juros simples são ditas taxas proporcionais ou lineares. Para resolução das questões vamos avaliar item a item
para sabermos se está certo ou errado:
4,25% a.m
Trimestral = 4,25 .3 = 12,75 (errada)
Quadrimestral = 4,25 . 4 = 17% (errada)
Semestral= 4,25 . 6 = 25,5 % (correta)
Anual = 4,25.12 = 51% (errada)
Resposta: C
Taxas equivalentes (regime de juros compostos): as taxas de juros se expressam também em função do tempo da operação, porém
não de forma proporcional, mas de forma exponencial, ou seja, as taxas são ditas equivalentes.
Exemplo:
(1+ia) = (1+ir).(1+ii)
Descontos
É a diferença entre o valor título (valor nominal) e o valor recebido (valor atual).
D=N–A
Onde:
D = desconto
N = valor nominal
A = valor atual
100
MATEMÁTICA
Os
– e descontos
o Descontopodem
nos dáser:
ideia de Juros.
Desconto racional simples (por dentro): nos passa a ideia de “honesto”, pois todas a taxas são cobradas em cima do valor atual (A) do
título. Associando com os juros simples teremos:
Exemplo:
(ASSAF NETO) Seja um título de valor nominal de R$ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 3 meses antes de seu
vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação.
N = 4 000
t = 3 meses
i = 42% a.a = 42 / 12 = 3,5% a.m = 0,035
D=?
Vd = ?
Desconto comercial simples ou bancário (por fora): nos passa a ideia de que alguém está “levando” um por fora, pois, todas as taxas
são cobradas em cima do valor nominal (N) do título. O valor nominal é sempre maior e é justamente onde eles querem ganhar.
• Desconto comercial (bancário) acrescido de uma taxa pré-fixada: quando se utiliza taxas pré-fixadas aos títulos, que são as taxas
de despesas bancárias/administrativas (comissões, taxas de serviços, ...) cobradas sobre o valor nominal (N). Fazemos uso da seguinte
formula:
101
MATEMÁTICA
Dc = N. (i.t + h)
Onde:
Dc = desconto comercial ou bancário
N = valor nominal
i = taxa de juros cobrada
t = tempo ou período
h = taxa de despesas administrativas ou bancárias.
Exemplo:
Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros simples de 12% a.m.. O banco cobra,
simultaneamente uma comissão de 4% sobre o valor nominal da promissória. Um cliente do banco recebe R$ 300.000,00 líquidos, ao
descontar uma promissória vencível em três meses. O valor da comissão é de:
Resolução:
h = 0,04
t=3
iB = 0,12 . 3
AB = N . [1 - (iB + h)]
300 000 = N . [1 - (0,12.3 + 0,04)]
300 000 = N . [1 – 0,4]
N = 500 000
Vc = 0,04 . N
Vc = 0,04 . 500 000
Vc = 20 000
– Relação entre Desconto Comercial (Dc) e Desconto Racional (Dr): para sabermos o valor do desconto caso fosse utilizado o desconto
comercial e precisássemos saber o desconto racional e vice-versa, utilizamos a seguinte relação: Dc = Dr . (1 + i.t)
Desconto Racional Composto (por dentro): as fórmulas estão associando com os juros compostos, assim teremos:
Desconto Comercial Composto (por fora): como a taxa incide sobre o Valor Nominal (maior valor), trocamos na fórmula o N pelo A e
vice-versa, mudando o sinal da taxa (de positivo para negativo).
102
MATEMÁTICA
Exemplo:
(PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP - AUDITOR FISCAL MUNICIPAL – CETRO) Com adiantamento de dois meses do vencimento, um título
de valor nominal de R$30.000,00 é descontado a uma taxa composta de 10% a.m.. A diferença entre o desconto racional composto e o
desconto comercial composto será de:
(A) R$246,59.
(B) R$366,89.
(C) R$493,39.
(D) R$576,29.
(E) R$606,49.
Resolução:
N = 30000
t = 2 meses
i = 10% am = 0,10
Vamos utilizar a formula do Drc:
N = A(1 + i)t 30.000= A (1+ 0,1)2 30000 = A (1,1)2 30000 = A.1,21
A = 30000 / 1,21 = 24793,39
Como D = N – A
D = 30000 – 24793,39
Drc = 30.000 - 24.793,39 = 5206,61
Para o desconto comercial composto (lembre-se que a taxa recaí sobre o nominal, então trocamos na formula o A pelo N e vice e versa
e mudamos o sinal), temos:
A = N.(1 - i)t
A = 30000 . (1 - 0,1)2
A = 30000 . 0,81
A = 24300
Como D = N – A
D = 30000 – 24300 = 5700, que é o desconto comercial composto
A diferença será dada pelo módulo, uma vez que sabemos que o Desconto Comercial é maior que o racional: |Drc - Dcc|
|5.206,61 - 5.700 | = 493,39
Resposta: C
Equivalência de capitais
Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes, são chamados de equivalentes quando, levados para uma mesma data,
nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR nessa data.
• Equação de Valor
Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + …
103
MATEMÁTICA
5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e com base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou, monte
a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos valores dos títulos (transportados para a data focal) da parte de cima do diagrama de
fluxo de caixa seja igual à soma dos valores dos títulos (transportados para a data focal) da parte de baixo do diagrama de fluxo de caixa;
6. resolva a equação de valor;
7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo (às vezes,
devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos, encontra um resultado intermediário e assinala a alternativa que o contém, colocada
ali para induzi-lo em erro, quando seria necessário ainda uma passo a mais para chegar ao resultado final correto).
Exemplo:
A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses, contratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplicação, existe ou-
tra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento a 18 meses. Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o critério de desconto racional
e a data focal 12 meses, a soma das aplicações é, em R$:
Resolução:
Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primeira aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que:
N = C (1 + in)
N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420
Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para serem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que ser capitaliza-
do de três meses, ao passo que o título de 7.000 terá que ser descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de 18% a.a., considerando-se
capitalização simples, é equivalente a 1,5% a.m. = 0,015 a.m. Desta forma, podemos escrever que:
2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x
2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x
2.528,9 + 6.422,02 = x
x = 8.950,92
Anuidades
Séries Financeiras também conhecidas como Rendas Certas ou Anuidades. São séries de depósitos ou prestações periódicas ou não
periódicas, em datas de previamente estabelecidas, por um determinado período de tempo. Os depósitos ou prestações podem ser uni-
formes quando todos são iguais ou variáveis quando os valores são diferentes.
Quando as séries financeiras que tem como objetivo de acumular capital ou produzir certo montante temos uma Capitalização e
quando as séries financeiras têm como objetivo pagar ou amortizar uma dívida temos uma Amortização.
– Valor futuro (VF) = Numa série de pagamentos, definimos MONTANTE como sendo a parcela única, que equivale (ou substitui) a
todos os termos (devidamente capitalizados) até o final do fluxo. É a soma dos montantes de todos os termos que compõe a série.
– Prestações (P) = Numa série de pagamentos, definimos Prestações como sendo o valor que é pago (ou recebido) a cada período de
capitalização de uma Série Pagamentos.
104
MATEMÁTICA
O valor capitalizado de cada um dos termos da Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma resulta na
seguinte expressão:
105
MATEMÁTICA
O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira postecipada forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja
soma resulta na seguinte expressão:
O Valor Futuro de uma série financeira é obtido fazendo-se a capitalização da entrada e de cada um dos pagamentos, realizando-se a
soma destes valores no final, conforme a seguir:
O valor capitalizado de cada uma das prestações de uma Série de Pagamentos forma uma Progressão Geométrica (PG) cuja soma
resulta na seguinte expressão:
106
MATEMÁTICA
O Valor Presente de uma série financeira antecipada é obtido fazendo-se a descapitalização de cada uma das prestações, somando-se
no final a entrada e cada um destes valores, conforme a seguir:
O valor descapitalizado de cada um dos termos de uma Série de Financeira forma uma Progressão Geométrica cuja soma resulta na
seguinte expressão:
107
MATEMÁTICA
108
MATEMÁTICA
Exemplo:
Uma máquina é vendida a prazo através de oito prestações mensais de $4.000,00 sendo que o primeiro pagamento só irá ocorrer após
três meses da compra. Determine o preço à vista, dada uma taxa de 5% ao mês.
Resolução:
R = $4.000,00
i = 5% a.m.
n = 8 meses
m = 2 meses
Pd = $23.449,30
109
MATEMÁTICA
Sistema de amortização
Visam liquidar uma dívida mediante de pagamentos periódicos e sucessivos.
Principais conceitos
Sempre que efetuamos um pagamento estamos pagando parte do valor relativo aos juros, que são calculados sobre o saldo devedor
e outra parte chamada de amortização, que faz com que o saldo devedor diminua.
– Saldo devedor: é o valor nominal do empréstimo ou financiamento ou simplesmente o Valor Presente (VP) na data focal 0, que é
diminuído da parcela de amortização a cada período.
– Amortização: é a parcela que é deduzida do saldo devedor a cada pagamento.
– Juros: é o valor calculado a partir do saldo devedor e posteriormente somado à parcela de amortização.
– Prestação: é o pagamento efetuado a cada período, composto pela parcela de juros mais a amortização: PRESTAÇÃO = JUROS +
AMORTIZAÇÃO
Existem diversos sistemas de amortização de financiamentos e empréstimos, dos quais os mais usados são:
– Sistema de Amortização Francês (Tabela Price):
– Sistema de Amortização Constante (SAC):
– Sistema de Amortização Crescente (SACRE) ou Sistema de Amortização Misto (SAM).
110
MATEMÁTICA
Para séries antecipadas (com entrada), basta multiplicar o valor da prestação por .
Exemplos:
(UFGD – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ECONOMIA – AOCP) O sistema que consiste no plano de amortização de uma dívida em pres-
tações periódicas, sucessivas e decrescentes, em progressão aritmética, denomina-se:
(A) Sistema de Amortização Misto.
(B) Sistema Price.
(C) Sistema de Amortização Constante.
(D) Sistema Americano com fundo de amortização.
(E) Sistema Alemão.
Resolução:
Como vimos no estudo dos tipos de Amortização, a única que apresenta esta característica é o Sistema de Amortização Constante
(SAC).
Resposta: C
111
MATEMÁTICA
(PREF. FLORIANÓPOLIS/SC – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS – FEPESE) Uma pessoa financiou 100% de um imóvel no
valor de R$ 216.000,00 em 9 anos. O pagamento será em prestações mensais e o sistema de amortização é o sistema de amortização
constante (SAC).
Sabendo que o valor da terceira prestação é de R$2.848,00, a taxa de juros mensal cobrada é de:
(A) 0,2%.
(B) 0,4%.
(C) 0,5%.
(D) 0,6%.
(E) 0,8%.
Resolução:
Sabemos que no SAC Amortizações são constantes:
Sabemos que E = 216.000
n = 9 anos x 12(mensal) = 108 parcelas
A=?
Com a cota de amortização, podemos calcular o Saldo Devedor para todos os períodos:
Sabemos a prestação do período 3 que é R$ 2.848,00. Lembrando que P = A + J, temos que para o período 3:
P = A + J 2 848 = 2 000 + J J = 2 848 – 2 000 = 848. Os juros incidem sobre o capital do período anterior que neste caso é o 2.O
tempo é 1
J = C.i.t 848 = 212 000.i.1 i = 848 / 212 000 i = 0,004 x 100% i = 0,4%
Resposta: B
112
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
BLOCO I
113
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Uma reação é considerada de oxirredução quando há transferência de elétrons de uma espécie a outra, para isso foi criado o número
de oxidação, ou Nox. Ele foi definido de forma que, quando ocorre uma oxidação, haverá aumento do número de oxidação, e quando
houver redução, haverá diminuição, facilitando o reconhecimento de uma reação redox. O Nox de um elemento é a carga elétrica que
ele adquire quando faz uma ligação iônica ou a carga parcial (δ) que ele adquire quando faz uma ligação covalente, que irá depender da
eletronegatividade do elemento, isto é, se na ligação covalente ele atrairá mais ou menos elétrons para si e dos outros elementos que
formam o composto.
Sendo assim, alguns elementos apresentarão números de oxidação diferentes, dependendo do composto que ele está constituindo.
Outros, porém, por serem bastante eletronegativos ou eletropositivos, apresentarão um mesmo Nox em diversos compostos distintos,
são elementos que seguem um certo padrão. Então, para determinar o número de oxidação dos elementos de um composto, partimos
primeiro daqueles que já são conhecidos, de acordo com a tabela abaixo.
Principais Nox
Metais Alcalinos (família 1A) + Prata (Ag) Em substâncias compostas +1
O próximo passo, então, é determinar os Nox dos elementos restantes, sabendo que:
• A soma de todos os Nox dos elementos de um composto sempre dá igual a zero; pois trata-se de uma substância neutra.
• A soma de todos os Nox dos elementos em um íon composto é sempre igual à carga do íon.
• O Nox de substâncias simples é sempre igual a zero. (Exemplos: N2, H2, Na, Fe, etc.)
• O Nox de íons é igual a sua carga. (Exemplos: Na+ possui Nox = +1; S2- possui Nox = -2).
Assim, quando temos uma reação de oxirredução para se determinar os Nox, iniciamos com os das substâncias simples e de íons
simples. Para substâncias e íons compostos, determinamos os Nox de elementos conhecidos para depois encontrar os valores dos outros
elementos, fazendo uma equação simples, na qual a soma de todos os números de oxidação dos elementos do composto é igual a zero
(substância composta) ou à carga do íon (íon composto).
Exemplos
HCl
Hidrogênio ligado a ametal → nox +1
Cloro → halogênio → nox -1
O HCl é uma substância composta e neutra, logo a soma dos nox é igual a zero.
HClO
Hidrogênio ligado a ametal → nox +1
Cl → ?
Oxigênio → nox -2
Da mesma forma, o HClO é uma substância composta e neutra, logo a soma dos nox é igual a zero:
nox H + nox Cl + nox O = 0
1 + x + (-2) = 0
logo o nox do Cloro será +1
OBSERVAÇÃO: um átomo que não se encaixe nas regras (como o Cloro) não precisa ter o mesmo NOX em todas as moléculas. Acima
notamos que no HCl o nox do Cloro é -1 , e no HClO, seu nox é +1.
114
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
CaCO3
Neste caso, precisamos multiplicar o nox das regras, pelo numero de átomos do elemento na molécula.
nox oxigênio = -2 . 3 = -6
nox cálcio = metal alcalino-terroso = +2
Para descobrir o nox do carbono:
(-2 . 3) + 2 + x = 0
-6 + 2 + x = 0
Logo o nox do carbono é +4.
CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS.
A estequiometria ou cálculo estequiométrico é de grande importância em nosso cotidiano. Toda a reação química que ocorre seja
na cozinha de nossas casas, em laboratórios ou nas indústrias segue uma “receita” nas condições preestabelecidas. Assim, esse cálculo,
permite determinar a quantidade de compostos que reagem (em mols, massa, volume, etc.) e as quantidades de novos compostos pro-
duzidos.
Nesse estudo explicaremos como as reações são dependentes dos compostos envolvidos e quanto de cada composto é necessário e
formado. E para facilitar sua compreensão iniciaremos com as fórmulas químicas, em seguida as reações e pôr fim a aplicação de vários
tipos de cálculos estequiométricos.
Assim, na massa molecular igual a 16, o carbono participa com 12 e o hidrogênio com 4.
Exemplo: Uma amostra apresenta 2,4g de carbono e 0,6g de hidrogênio (Dados: massas atômicas: C = 12, H = 1). Para determinar a
fórmula mínima do composto, devemos inicialmente calcular o número de mol (n) de átomos de cada elemento.
115
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Fórmula Molecular
A fórmula molecular indica o número real de átomos de cada elemento na molécula.
Exemplo: A fórmula molecular da água é H2O, o que significa que em cada molécula de água há dois átomos de hidrogênio ligados a
um átomo de oxigênio. Já no caso do benzeno, a sua fórmula molecular é C6H6, ou seja, para cada seis átomos de carbono há exatamente
seis átomos de hidrogênio ligados.
Citamos esses dois exemplos para mostrar que algumas vezes a fórmula molecular é igual à fórmula mínima ou empírica, como acon-
tece no caso da água. Mas, isso nem sempre é verdade, como indica o exemplo do benzeno, que possui fórmula mínima igual a CH, pois a
proporção entre esses elementos é de 1:1.
Em certos casos, a fórmula molecular é igual à fórmula mínima, em outros a fórmula molecular é um múltiplo inteiro da fórmula mí-
nima, sendo que no caso do benzeno esse múltiplo é igual a 6:
Para determinarmos a fórmula molecular de qualquer composto é necessário sabermos primeiro a sua massa molecular. Com esse
dado podemos calcular a fórmula molecular de várias maneiras. Vejamos algumas delas:
1. Por meio da fórmula mínima;
2. Por meio da fórmula percentual;
3. Relacionando a porcentagem em massa com a massa molecular.
116
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Para que os valores encontrados sejam inteiros, deve-se multiplicá-los por um mesmo número que permita obter a menor proporção
de números inteiros. Nesse exemplo, o número adequado é 3. Assim:
A relação entre a fórmula mínima e a molecular pode ser feita da seguinte maneira:
117
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Agora iremos relacionar as porcentagens em massa com as massas atômicas e a massa molecular:
A relação entre a fórmula mínima e a molecular pode ser feita da seguinte maneira:
118
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplos:
- Um mol de átomos são 6,02x1023 átomos.
- Um mol de moléculas são 6,02x1023 moléculas.
- Um mol de elétrons são 6,02x1023 elétrons.
- Um mol de prótons são 6,02x1023 prótons.
Sabendo que a massa atômica do elemento cloro é igual a - Um mol de íons são 6,02x1023 íons.
35,5u podemos afirmar que: - Um mol de fórmulas são 6,02x1023 fórmulas.
- Massa média do átomo de Cl = 35,5u - Um mol de oxigênio (O) significa um mol de átomos de O, isto
- Massa média do átomo de Cl = 35,5 x massa de 1/12 do áto- é, 6,02x1023 átomos de C.
mo de 12C. - Um mol de cloro (Cl2) significa um mol de moléculas de Cl2,
- Massa média do átomo de Cl = (35,5/ 12) x massa do átomo isto é, 6,02x1023 moléculas de Cl2.
de 12C,
Número de Loschimdt1
Observe que não existe átomo de Cl com massa igual a 35,5 u; Quando os átomos e as moléculas eram ainda completamente
esse é o valor médio da massa do átomo de 12C. hipotéticos, Loschmidt usou a teoria cinética para realizar a primei-
A maioria dos elementos é formada por mistura de diferentes ra estimativa razoável do tamanho molecular.
isótopos, em proporção constante. Essa proporção varia de um ele- Josef Loschmidt foi um pioneiro da física e da química do século
mento para outro, mas para um mesmo elemento é constante. Des- 19. Nasceu em 15 de março de 1821 em Pocerny (Putschirn), uma
sa maneira, a massa atômica dos elementos é também constante. vila pequena onde hoje é a atual Áustria, filho de um fazendeiro
Nos elementos formados por um único isótopo, a massa atômi- pobre. Em sua vida, Loschmidt foi afortunado em encontrar pesso-
ca do seu único isótopo será também a massa atômica do elemento. as que reconheciam sua inteligência. O primeiro foi Adalbert, um
Exemplo: Elemento químico flúor pároco theco que persuadiu seus pais a enviarem o jovem Josef à
19
F⇒ MA=19u universidade no monastério de Piarist em Schlackenwerth, em 1837
às classes avançadas da Universidade de Praga, e seguido por dois
anos de filosofia e matemática na Charles University, também em
Praga.
1 http://bit.ly/2XUVSs4
119
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Lei Volumétrica
Massa Molar (M) O físico e químico Gay-Lussac, teve suas contribuições na quí-
A massa molar de um elemento é a massa de um mol de áto- mica, e uma delas é a lei da combinação de volumes, que é também
mos, ou seja, 6,02x1023 átomos desse elemento. A unidade mais conhecida como lei volumétrica, que define o princípio de que nas
usada para a massa molar é g.mol-1. mesmas condições de temperatura e pressão, os volumes dos gases
Numericamente, a massa molar de um elemento é igual à sua participantes de uma reação têm entre si uma relação de números
massa atômica. inteiros e pequenos.
120
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Lei de Gay-Lussac:
Nas mesmas condições de pressão e temperatura, os volumes dos gases participantes de uma reação química têm entre si uma re-
lação de números inteiros e pequenos.
Conduta de Resolução
Conforme observado nos itens acima, na estequiometria, os cálculos serão estabelecidos em função da lei de Proust e Gay-Lussac,
neste caso para reações envolvendo gases e desde que estejam todos nas mesmas condições de pressão e temperatura.
Assim, devemos tomar os coeficientes da reação devidamente balanceados, e, a partir deles, estabelecer a proporção em mols dos
elementos ou substâncias da reação.
Exemplo: reação de combustão do álcool etílico:
Após o balanceamento da equação, pode-se realizar os cálculos, envolvendo os reagentes e/ou produtos dessa reação, combinando
as relações de várias maneiras:
Importante:
- Uma equação química só estará corretamente escrita após o acerto dos coeficientes, sendo que, após o acerto, ela apresenta signi-
ficado quantitativo;
- Relacionar os coeficientes com mols. Teremos assim uma proporção inicial em mols;
- Estabelecer entre o dado e a pergunta do problema uma regra de três. Esta regra de três deve obedecer aos coeficientes da equação
química e poderá ser estabelecida, a partir da proporção em mols, em função da massa, em volume, número de moléculas, entre outros,
conforme dados do problema.
Relação quantidade em Relação entre quantidade Relação entre Massa e Relação entre Massa e
Mols em Mols e Massa Massa Volume
Os dados do problema
Os dados do problema
são expressos em termos de Os dados do problema e as Os dados do problema são
e as quantidades incógnitas
quantidade em mols (ou massa) e quantidades incógnitas pedidas expressos em termos de massa
pedidas são expressos em
a quantidade incógnita é pedida são expressos em termos de e a quantidade incógnita é
termos de quantidade em
em massa (ou quantidade em massa. pedida em volume
mols.
mols).
Em Relação entre a Massa e o Volume: caso o sistema não se encontre nas CNTP, deve-se calcular a quantidade em mols do gás e, a
seguir, através da equação de estado, determinar o volume correspondente.
A resolução de problemas que envolvem a estequiometria será facilitada se obedecer, inicialmente à seguinte sequência:
1º) Escreva a equação envolvida;
2º) Acerte os coeficientes da equação (ou equações). Lembre-se: equação balanceada: coeficiente = número de mols;
3º) Destaque, na equação química, a(s) substância(s) envolvida(s) nos dados e a(s) pergunta(s) do problema;
4º) Abaixo das fórmulas, escreva a relação molar e transforme-a segundo os dados do exercício (mol, gramas, número de átomos ou
moléculas, volume molar).
121
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Resolução: Resolução:
a) Proporção de quantidade de matérias A reação balanceada é dada por:
3mols de H2 –––––––– 2mols de NH3
b) Regra de três
3 . 2g de H2 –––––––– 2 . 17g de NH3
3g de H2 –––––––– x
x = 102/6 = 17g de NH3
b) Regra de três
22,4L de N2 –––––––– 3 . 2g de H2
x –––––––– 3 de H2 Obs.: A massa de oxigênio em excesso é determinada de forma
x = 22,4/2 = 11,2L análoga:
46g de C2H6O ------------ 96 O2
Relação Massa - Nº Moléculas 138g de C2H6O ------------x
Na reação gasosa N2 + H2 --------- NH3, qual o número de molé- x = 288 g de O2
culas de NH3 obtido, quando se reagem totalmente 18g de H2?
Acerte os coeficientes da equação: 1N2 +3H2 --------2NH3. A massa em excesso é a diferença da massa que foi colocada
para reagir e a que efetivamente reagiu:
Veja os dados informados (18g de H2) e o que está sendo solici-
tado (número de moléculas de NH3) e estabeleça uma regra de três. 320g - 288g = 32 g
122
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Veja a resolução do exercício de revisão para ficar mais claro. Assim que for encontrado qual é o reagente limitante, os cálculos este-
quiométricos devem ser feitos usando apenas a quantidade do limitante, pois é ele que é totalmente consumido.
Além disso, problemas de reagente limitante são mais fáceis de se resolver com as quantidades em mol, em vez de massa ou volume
gasoso. Na dúvida, passe as quantidades para mol e trabalhe com elas.
Exemplos:
1) Zinco e enxofre reagem para formar sulfeto de zinco de acordo com a seguinte reação:
Então 1mol de Zn precisa de 1mol de S para reagir. Se temos 0,46mol de Zn, precisamos de 0,46mol de S, mas temos 1,12mol de S.
Concluímos que o S está em excesso e, portanto o Zn é o regente limitante.
2) Quantos gramas de ZnS será formado a partir dos dados da equação acima?
Para resolver esta pergunta, utiliza-se somente o valor do reagente limitante.
123
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
x = 268,8g de Fe
x = 44,68g de ZnS Cálculos Envolvendo Pureza
Com frequência as substâncias envolvidas no processo quími-
Cálculo de Rendimento co não são puras. Assim, podemos esquematicamente dividir uma
É comum, nas reações químicas, a quantidade de produto ser amostra em duas partes: a parte útil e as impurezas.
inferior ao valor esperado. Neste caso, o rendimento não foi total. - Parte útil ou parte pura: reage no problema p%
Isto pode acontecer por várias razões, como por exemplo, má quali- - Impurezas: não reagem no processo do problema i%
dade dos aparelhos ou dos reagentes, falta de preparo do operador,
etc. Diante disso, é importante calcularmos a massa referente à
O cálculo de rendimento de uma reação química é feito a partir parte pura, supondo que as impurezas não participam da reação.
da quantidade obtida de produto e a quantidade teórica (que de- Grau de pureza (p) é o quociente entre a massa da substância pura
veria ser obtida). e a massa total da amostra (substância impura).
Quando não houver referência ao rendimento de reação envol-
vida, supõe-se que ele tenha sido de 100%.
Exemplo:
Num processo de obtenção de ferro a partir do minério hemati-
ta (Fe2O3), considere a equação química não balanceada: Exemplo:
Considerando a reação balanceada
124
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Mediante aos exemplos acima, foi possível observar que os procedimentos para resolver exercícios de Cálculo Estequiométrico, de-
vem seguir os seguintes passos:
A) Escrever a equação da reação química;
B) Acertar os coeficientes (fazer o balanceamento = igualar o número de átomos);
C) Obter a Proporção em Mols através dos coeficientes estequiométricos.
Algumas reações ocorrem somente enquanto existe reagente reagentes. Por exemplo, digamos que você acenda um palito de fósforo,
ele começa a reagir com o ar proporcionando a queima total do mesmo. Sabemos também que essa reação irá cessar depois que todo o
regente for consumido. Outro ponto é que não conseguimos regenerar o fósforo queimando. Portanto, esse tipo de reação é chamada de
irreversível.
Consideremos uma reação representada pela equação geral:
Sejam v1 e v2 as velocidades das reações direta e inversa, respectivamente. Suponde que essas reações sejam elementares, temos:
No momento em que misturamos a mols de A e b mols de B, v1 assume o seu valor máximo, porque [A] e [B] têm seus valores má-
ximos. Com o decorrer do tempo, [A] e [B] vão diminuindo, pois A e B vão sendo consumidos na reação direta e, consequentemente,
v1(direta) vai diminuindo.
Conforme C e D vão-se formando na reação, suas concentrações vão aumentando e, consequentemente, v2 (inversa) aumenta com o
passar do tempo.
Uma vez que v1 diminui e v2 aumenta, após algum tempo v1=v2. A partir desse instante, [A], [B], [C] e [D] permanecem constantes,
porque, em um mesmo intervalo de tempo, o número de mols de cada substância consumidos numa reação é igual ao número de mols
formados na reação de sentido contrário.
Quando v1=v2, dizemos que o sistema alcançou o equilíbrio. A partir desse instante, o sistema constitui um equilíbrio químico.
O Equilíbrio Químico é uma reação reversível que atingiu o ponto em que as reações direta e inversa ocorrem com a mesma veloci-
dade.
125
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Um exemplo de processo reversível é o que ocorre com a água líquida contida num frasco fechado. Nesse sistema, temos moléculas
de água passando continuamente do estado líquido para o de vapor e do de vapor para o líquido.
O fato de as duas velocidades serem iguais na situação de equilíbrio gera uma consequência que é a constância nas quantidades dos
participantes, embora não seja obrigatoriamente iguais.
Nas reações reversíveis, a velocidade inicial (t = 0) da reação direta é máxima, pois a concentração em mol/L do reagente também é
máxima. Com o decorrer do tempo, a velocidade da reação direta diminui ao passo que a velocidade da inversa aumenta.
Ao atingir o equilíbrio, essas velocidades se igualam.
Tipos de Equilíbrio
Os equilíbrios químicos são atingidos, no caso de reações reversíveis, quando a taxa de desenvolvimento da reação direta é igual à taxa
de desenvolvimento da reação inversa, em temperatura constante. Mas existem equilíbrios químicos homogêneos e equilíbrios químicos
heterogêneos.
Equilíbrio Homogêneos
São aqueles em que todos os participantes da reação (reagentes e produtos) encontram-se em um mesmo estado físico e, dessa for-
ma, o sistema fica com uma única fase.
Exemplo:
Ou
Equilíbrio Heterogéneo
Ocorre quando os constituem do sistema (reagentes e produtos) se encontram em fases diferentes,
Exemplo:
Ou
126
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
No equilíbrio: v1 = v2
K1 · [A]a · [B]b = K2 · [C]c · [D]d
A relação K1/K2 é constante e denomina-se constante de equilíbrio em termos de concentração molar (Kc):
A constante de equilíbrio Kc é, portanto, a razão das concentrações dos produtos da reação e das concentrações dos reagentes da
reação, todas elevadas a expoentes que correspondem aos coeficientes da reação.
Importante:
a) A constante de equilíbrio Kc varia com a temperatura
b) Quanto maior o valor de Kc , maior o rendimento da reação, uma vez que no numerador temos os produtos e no denominador os
reagentes. Portanto, comparando valores de Kc em duas temperaturas diferentes, podemos saber em qual destas a reação direta apresenta
maior rendimento;
c) O valor numérico de Kc depende de como é escrita a equação química. Diante disso, devemos escrever sempre a equação química
junto com o valor de Kc.
O quociente de equilíbrio (Qc) é a relação entre as concentrações em mol/L dos participantes em qualquer situação, mesmo que o
equilíbrio ainda não esteja estabelecido. É expresso da mesma maneira que a constante de equilíbrio (Kc) Se estabelecermos uma relação
entre Qc e Kc, podemos ter:
: Sistema em equilíbrio
: O sistema não está em equilíbrio
Deslocamento do Equilíbrio
Em um sistema está em equilíbrio, a velocidade da reação direta é igual à velocidade da inversa, e as concentrações em mol/L de
todos os participantes permanecem constantes. Se, sobre esse equilíbrio, não ocorrer a ação de nenhum agente externo, ele tende a per-
manecer nessa situação indefinidamente. Porém, se for exercida uma ação externa sobre esse equilíbrio, ele tende a reagir de maneira a
minimizar os efeitos dessa ação.
Resumindo:
Princípio de Le Chatelier: “Quando se aplica uma força em um sistema em equilíbrio, ele tende a se reajustar no
sentido de diminuir os efeitos dessa força”.
Os fatores que podem modificar a condição de equilíbrio de um sistema são: concentração, pressão, temperatura.
O Princípio de Le Chatelier é fácil de ser entendido quando se considera que a constante de equilíbrio depende somente da tempe-
ratura.
Agora vamos analisar cada um dos fatores que podem afetar o equilíbrio.
127
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
-Concentração
Considere o seguinte equilíbrio:
1) Ao adicionar CO2(g) ao equilíbrio, imediatamente ocorre um aumento na concentração do composto, que irá acarretar aumento do
número de choques entre o C(s) e o CO2(g). Isso favorece a formação de CO(g), ou seja, o equilíbrio se desloca para o lado direito.
2) Ao adicionar CO(g) ao equilíbrio, ocorre um aumento na concentração do composto, transformando-o parcialmente em CO2(g) e em
C(s). Nesse caso, o equilíbrio se desloca para a esquerda. Princípio de Le Chatelier: “Quando se aplica uma força em um sistema em equilí-
brio, ele tende a se reajustar no sentido de diminuir os efeitos dessa força”.
3) Ao retirar parte do CO(g) presente no equilíbrio, imediatamente ocorre uma diminuição na concentração do composto e, como
consequência, a velocidade da reação inversa diminui. Logo, a velocidade da reação direta será maior, favorecendo a formação de CO(g), ou
seja, o equilíbrio se desloca para a direita.
-Pressão
Ao aumentar a pressão sobre um equilíbrio gasoso, à temperatura constante, ele se desloca no sentido da reação capaz de diminuir
esse aumento da pressão e vice-versa. Para averiguar os efeitos da variação de pressão em um equilíbrio, vamos avaliar o equilíbrio se-
guinte, a uma temperatura constante:
Quando aumentamos a pressão, o equilíbrio se desloca para a direita, favorecendo a formação do SO3(g), já que nesse sentido há uma
diminuição do número de mol de gás e, consequentemente, uma redução da pressão.
Pode-se analisar o efeito produzido pela variação de pressão em pela associação do número de mol ao volume. Assim, nas mesmas
condições, temos:
Exemplo:
Aumento de Pressão: desloca o equilíbrio para a direita (menor volume).
Diminuição de Pressão: desloca o equilíbrio para a esquerda (maior volume).
-Temperatura
A temperatura, além de provocar deslocamento do equilíbrio, é o único fator responsável por alterações na constante de equilíbrio
(Kc). Num sistema em equilíbrio, sempre temos duas reações: a endotérmica, que absorve calor, e a exotérmica, que libera calor. Quando
aumentamos a temperatura, favorecemos a reação que absorve calor. Por outro lado, quando há diminuição da temperatura, favorecemos
a reação que libera calor.
128
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplo:
Kc diminui
Lei de Van’t Hoof: “A cada aumento de 10°C na temperatura de uma reação química, a velocidade da reação duplica ou até mesmo
triplica.”
Observação: Van’t Hoof não considerou que cada reação tem um ótimo de temperatura para ocorrer (temperatura ideal) e após
atingido esse ótimo, o aumento da temperatura pode não mais influenciar a velocidade da reação ou até mesmo prejudicá-la. Exemplo:
Reações Enzimáticas.
Concentração do Equilíbrio
Um aumento na concentração de qualquer substância (reagentes ou produtos) desloca o equilíbrio no sentido de consumir a substân-
cia adicionada. O aumento na concentração provoca aumento na velocidade, fazendo com que a reação ocorra em maior escala no sentido
direto ou inverso.
Diminuindo a concentração de qualquer substância (reagentes ou produtos) desloca-se o equilíbrio no sentido de refazer a substância
retirada. A diminuição na concentração provoca uma queda na velocidade da reação direta ou inversa, fazendo com que a reação ocorra
em menor escala nesse sentido.
Exemplos:
O aumento na concentração de CO ou O2 provoca aumento em v1, fazendo com que v1 > v2; portanto, o equilíbrio desloca-se para a
direita. A diminuição na concentração de CO ou O2 provoca queda em v1, fazendo com que v1 < v2; portanto, o equilíbrio desloca-se para
a esquerda.
Para equilíbrio em sistema heterogêneo, a adição de sólido (C(s)) não altera o estado de equilíbrio, pois a concentração do sólido é
constante e não depende da quantidade.
Observações:
- Aumento na pressão parcial de H2 ou I2, o equilíbrio desloca-se para a direita.
- Diminuindo a pressão parcial de H2 ou I2, o equilíbrio desloca-se para a esquerda.
129
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Importante:
1. Substância sólida não desloca um equilíbrio químico, pois a concentração de um sólido em termos de velocidade é considerada
constante, porque a reação se dá na superfície do sólido.
2. Alterando-se a concentração de uma substância presente no equilíbrio, o equilíbrio se desloca, porém, sua constante de equilíbrio
permanece inalterada (a constante permanece sem ter seu valor modificado porque a temperatura não variou).
Grau de Equilíbrio
Grau de equilíbrio (α) representa a relação entre o número de mols consumidos de um reagente e o número de mols inicial desse
reagente.
O grau de dissociação é um número puro, sem unidade, e sempre menor que 1 (α<1). É comumente expresso em %.
É importante que não haja confusão entre grau de equilíbrio e constante de equilíbrio. O grau de equilíbrio varia com a temperatura e
com as concentrações das substâncias participantes. No caso de um equilíbrio do qual participam gases, o grau de equilíbrio varia também
com a pressão.
As concentrações de íons H+ e OH– presentes no equilíbrio variam com a temperatura, mas serão sempre iguais entre si:
Água pura ⇒ [H+] = [OH–]
A 25 ºC, as concentrações em mol/L de H+ e OH– na água pura são iguais entre si e apresentam o valor 10–7 mol L–1.
Escala de pH
O termo pH (potencial hidrogeniônico) foi introduzido, em 1909, pelo bioquímico dinamarquês Soren Peter Lauritz Sorensen (1868-
1939), com o objetivo de facilitar seus trabalhos no controle de qualidade de cervejas. O cálculo do pH pode ser feito por meio das expres-
sões:
pH = colog [H+] ou pH = – log [H+] ou pH =
130
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplos:
A escala de pH normalmente apresenta valores que variam de zero a 14. O esquema a seguir mostra uma relação ente os valores de
pH e as concentrações de H+ e OH–em água, a 25 ºC.
pH e o grau de ionização
Considere um ácido fraco genérico HkA. Ao dissolver M mols desse ácido em água, de maneira que forme 1 litro de solução, a concen-
tração em mol/L e a normalidade serão:
131
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplo: Vamos calcular a constante de ionização do ácido cianídrico, tendo conhecimento de que o pH de uma solução 0,04M de
HCN é 5. Nesse caso, temos: pH = 5 ⇒ [H+] = 1 . 10-5 mol/L
Analisemos atentamente o equilíbrio:
-Quando adicionado a uma base (BOH), um sal com o mesmo cátion (B+) produz:
Diminuição do grau de ionização de BOH ou enfraquecimento de BOH;
Diminuição da [OH-], portanto diminuição do pH da solução. O íon comum não altera a constante de ionização da base.
Para simplificar a análise dos fenômenos da hidrólise salina, os sais são divididos em 4 tipos, a saber:
1) Sal de ácido forte e base fraca;
2) Sal de ácido fraco e base forte;
3) Sal de ácido fraco e base fraca;
4) Sal de ácido forte e base forte.
132
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
1) Sal de Ácido Forte e Base Fraca Como tanto o ácido quanto a base são fracos, ocorre realmente
a hidrólise do sal e não apenas de um dos íons (como nos dois ca-
sos anteriores). Podemos concluir que quem sofre hidrólise são os
íons correspondentes ao ácido e/ou base fracos. Neste caso, o meio
pode ficar ácido, básico ou neutro.
- O meio será ligeiramente ácido se a ionização do ácido for
maior que a da base (Ka > Kb);
- O meio será ligeiramente básico se a ionização do ácido for
Assim ficamos com: menor que a da base (Ka < Kb).
- O meio será neutro se a ionização do ácido apresentar mesma
intensidade que a da base (Ka Kb).
Podemos então observar que quem sofre a hidrólise não é o então ficamos com:
sal, mas sim o íon NH4+ (da base fraca), liberando íons H+, que con-
ferem à solução caráter ácido com pH menor que 7.
2) Sal de Ácido Fraco e Base Forte Sendo o NaOH uma base forte, os íons Na+ não captam os íons
OH– da água. Do mesmo modo, sendo o HBr um ácido forte, os íons
Br– não captam os íons H+ da água. Portanto, neste caso, não há hi-
drólise. A solução terá caráter neutro, com pH igual a 7. Concluímos
que, na solução salina, predomina sempre o caráter do mais forte.
Quando o sal é formado por ácido/base de mesma força (2 fortes),
então ficamos com: a solução final é neutra.
133
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Lembre-se: a água não entra na expressão e a Kh é obtida sem- Produto de Solubilidade (PS ou KPS)
pre a partir da equação iônica de hidrólise. O equilíbrio químico pode ocorrer em sistemas contendo mais
de uma fase, ou seja, em sistemas heterogêneos. Esta situação
Relação entre Kh e Ka e/ou Kb pode ser encontrada em sistemas onde ocorre a dissolução ou pre-
cipitação de sólidos. Um exemplo é a solução contendo água e sal
Considerando a expressão da constante de hidrólise dada ante- Cloreto de prata AgCl(s) mencionado anteriormente, onde a fase só-
riormente como exemplo: lida é formada por AgCl e a fase aquosa pelos íons Ag+ e Cl-.
Quando adicionamos sal à uma solução contendo água como
solvente, as moléculas de água inevitavelmente interagem com as
moléculas do sal. Estas interações envolvem determinada quantia
de energia. Quando temos bastante água e pouco sal, a energia en-
volvida nas interações entre a água e o sal é maior que as interações
Se multiplicarmos simultaneamente o numerador e o denomi- que mantém os íons Ag+ e Cl- juntos. Por causa disso, o sal é quebra-
nador da fração por [H3O+] · [OH–], teremos: do em íons e dilui-se na solução.
Se adicionarmos o sal AgCl em um copo de água, veremos que
o sal é solubilizado (o sal dilui-se). No entanto, se adicionarmos
lentamente mais sal, veremos que a partir de uma certa quantia
adicionada não ocorre mais a solubilização e o sal fica no fundo do
copo. O fato do sal ficar no fundo do copo mostra que a solução está
supersaturada e portanto houve a precipitação do sal AgCl.
A precipitação ocorreu porque a concentração de íons Ag+ e
Cl tornou-se alta com a adição de mais sal. Todo sal que era adi-
-
134
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Resumindo: Equilíbrios heterogêneos são aqueles nos quais Quanto mais solúvel o eletrólito, maior a concentração de íons
os reagente e os produtos formam um sistema heterogêneo. em solução, maior o valor de Kps; quanto menos solúvel o eletrólito,
menor a concentração de íons em solução, menor o valor de Kps,
Constante do Produto de Solubilidade (PS ou KPS ou KS) desde que as substâncias comparadas apresentem a mesma pro-
Suponha uma solução do eletrólito A2B3, pouco solúvel, em porção entre os íons.
presença de seu corpo de chão (parte insolúvel). A parte que se dis-
solveu está sob a forma de íons A+++ e B=, enquanto a parte não-so- Exemplo:
lúvel está na forma não-ionizada A2B3. Existe, assim, um equilíbrio
dinâmico entre A2B3 e seus íons na solução, que pode ser represen-
tada pela equação:
Como a concentração de um sólido tem valor constante, o pro- Kps = [Ag+]2 · [CrO42-]
duto Ki . [A2B3] da fórmula acima também é constante e é chamado 4·10 –12 = (2x)2 · x
de produto de solubilidade. 4·10 –12 = 4x3
X = 1,0.10-4 mol/L
KPS = [A3+]2 . [B2-]3
Avaliando a solubilidade do Ag2CrO4, portanto, em 1 L de solu-
Portanto, o produto de solubilidade (Kps ou PS) é o produto ção é possível dissolver até 10–4 mol de Ag2CrO4.
das concentrações molares dos íons existentes em uma solução sa-
turada, onde cada concentração é elevada a um expoente igual ao BaSO4(s) Ba2+(aq) + SO42-(aq) KPS=1,0 . 10-10
respectivo coeficiente do íon na correspondente equação de disso- Y mol/L Y mol/L Y mol/L
ciação.
KPS=[Ba2+].[SO42-]
Exemplos: 10-10=(Y).(Y)
Y=1,0.10-5 mol/L
Observação:
- Os valores do Kps permanecem constantes somente em solu-
ções saturadas de eletrólitos pouco solúveis.
- Se a dissociação iônica for endotérmica, e se aumentarmos a
temperatura, este aumento acarretará em um aumento de solubili-
dade, portanto, o valor do Kps aumentará. Se a dissolução for exo-
térmica acontecerá o contrário do citado anteriormente. Podemos
então concluir que a temperatura altera o valor do Kps.
135
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Solução Tampão
136
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Como consequência, este equilíbrio desloca-se para a esquer- Aplicando logaritmo aos dois membros da equação, teremos:
da, e com isso a basicidade da solução não aumenta e o pH não
sofre variação significativa. Perceba que não irá faltar o íon B+ para
que o equilíbrio acima se desloque para a esquerda, uma vez que a
dissociação do sal BA → B+ + A- fornece uma boa reserva deste íon.
Se juntarmos à solução tampão um ácido qualquer, este irá se
ionizar colocando íons H+ em solução. Estes íons H+ serão consu-
midos pelos íons OH- resultantes da dissociação da base e, desta
forma, a acidez não aumenta e o pH praticamente não varia.
H+ + OH- → H2O
Perceba que não irão faltar íons OH- para reagir com o H+ do
ácido, pois a base BOH é fraca, e o estoque de fórmulas BOH que
continuará se dissociando e fornecendo OH- é muito grande. Desta
forma, conseguimos compreender que a solução tampão só resisti-
rá às variações de pH até que toda base BOH ou todo sal BA sejam
consumidos. A resistência que uma solução tampão oferece às va-
riações de pH recebe o nome de efeito tampão.
Caso a solução tampão fosse constituída por um ácido fraco e Como pH + pOH = 14 (temperatura de 25ºC), neste caso fica-
um sal derivado deste ácido, a explicação para o comportamento mos com: pH = 14 - pOH
desta solução seria semelhante à anterior. Concluímos, então, que Com isso teremos:
uma solução tampão é usada sempre que se necessita de um meio
com pH praticamente constante e, preparada, dissolvendo-se em
água:
- um ácido fraco e um sal derivado deste ácido OU
- uma base fraca e um sal derivado desta base.
137
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Note que ocorreu a formação de OH–, o que caracteriza as so- podem ser filtradas; as soluções, não.
luções básicas. É evidente que essa diferença de comportamento entre as so-
luções e as suspensões se deve ao tamanho da partícula dispersa.
Hidrólise de ânions: produz íons OH–. Enquanto que os enormes grãos de areia, a maioria visíveis a olho
nu, ficam presos no papel de filtro, os invisíveis íons Na+ e Cl- pos-
suem dimensões tão reduzidas que atravessam facilmente os poros
SOLUÇÕES AQUOSAS do filtro.
Há uma ampla variedade de valores entre o diâmetro médio
Soluções aquosas são soluções nas quais o solvente é a água. dos íons e das moléculas comuns e o diâmetro médio de corpos
As soluções aquosas são amplamente utilizadas em diversas áreas, maiores como os da areia, constituídos de sílica (SiO2). Em outras
desde a indústria até a medicina e a pesquisa científica. A água é um palavras, as partículas dispersas num meio sólido, líquido ou gasoso
solvente polar, o que significa que é capaz de dissolver substâncias possuem tamanhos muito diferentes.
iônicas e polares, como sais e açúcares. Para muitos pesquisadores, os dispersos com diâmetros médios
Quando uma substância é adicionada à água, ela pode se dis- entre 1,0 nm e 1000 nm constituem fronteiras gerais para uma clas-
solver completamente ou parcialmente, dependendo da sua solubi- sificação das misturas. Assim, partículas com diâmetro inferior a 1,0
lidade. A solubilidade é a capacidade de uma substância se dissol- nm encontram-se em solução e devem ser chamadas de soluto. Por
ver em um solvente. Alguns exemplos de soluções aquosas comuns outro lado, partículas com diâmetro superior a 1000 nm estariam
incluem a água do mar, as soluções salinas utilizadas na medicina, dispersas em misturas denominadas suspensões.
os refrigerantes e muitos produtos químicos industriais. Mas, você pode estar pensando, e as partículas de tamanho in-
Uma solução aquosa é composta por dois componentes: o sol- termediário?
vente, que é a água, e o soluto, que é a substância que foi dissolvida Os cientistas observaram que partículas com diâmetro entre 1,0
na água. A quantidade de soluto que pode ser dissolvida em uma nm e 1000 nm participam de um campo muito importante, chama-
quantidade de solvente depende da temperatura, da pressão e da do de misturas coloidais ou simplesmente coloides.
natureza das substâncias envolvidas. A concentração da solução
aquosa é a quantidade de soluto presente em relação à quantidade Dimensão
de solvente. A concentração pode ser expressa em diversas unida- Apesar de alguns pesquisadores terem proposto que partícu-
des, como molaridade, normalidade, fração molar e porcentagem las coloidais teriam diâmetro situado entre 1,0 nm (10-9 m) e 100
em massa. nm, evidências experimentais tendem atualmente a ampliar esse
As soluções aquosas podem ser classificadas como ácidas, bá- intervalo para 1 000 nm. No entanto, essa discussão não terá maior
sicas ou neutras, dependendo do seu pH. O pH é uma medida da importância para nosso estudo, pois o que definirá realmente se
acidez ou basicidade de uma solução e varia de 0 a 14. Uma solução uma mistura é coloidal ou uma suspensão será seu comportamento
com pH abaixo de 7 é ácida, uma solução com pH acima de 7 é macroscópico.
básica e uma solução com pH igual a 7 é neutra. As soluções ácidas Adotaremos, então, os limites situados entre 1,0 nm e 1000 nm
contêm uma concentração maior de íons hidrogênio (H+) do que para caracterizar o diâmetro de uma partícula coloidal.
íons hidroxila (OH-), enquanto as soluções básicas contêm uma con- Analisando o quadro a seguir, podemos comparar característi-
centração maior de íons hidroxila do que íons hidrogênio. cas gerais das soluções, das misturas coloidais e das suspensões.
Em resumo, as soluções aquosas são soluções nas quais o sol- Note que, nas misturas em geral, a substância em menor quantida-
vente é a água. Elas são amplamente utilizadas em diversas áreas, de pode ser chamada de disperso, ou seja, é uma substância que
desde a indústria até a medicina e a pesquisa científica. As solu- se encontra espalhada, de maneira homogênea ou não, em outra
ções aquosas são compostas por dois componentes, o solvente e substância denominada dispersante. Nessas condições, a mistura
o soluto, e podem ser classificadas como ácidas, básicas ou neu- receberá o nome geral de dispersão.
tras, dependendo do seu pH. A compreensão das propriedades das
soluções aquosas é fundamental para muitas aplicações práticas, Dispersões Coloidais
incluindo o desenvolvimento de novos produtos químicos, o trata- Como você perceberá, as dispersões coloidais possuem parti-
mento de doenças e a manutenção da qualidade da água potável. cipações importantes em nosso cotidiano, sendo classificadas de
acordo com o estado físico dos participantes. Vários alimentos,
medicamentos e produtos cosméticos são sistemas coloidais. Veja
DISPERSÕES alguns exemplos no quadro abaixo:
138
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Gelatina
A proteína mais abundante dos vertebrados é o colágeno, que constitui aproximadamente 25% em massa das proteínas do corpo hu-
mano. Parte dos ossos, tendões, dentes e pele é constituída de colágeno.
Apesar de o colágeno não ser comestível, seu aquecimento em água fervente produz uma mistura de outras proteínas comestíveis,
denominadas genericamente de gelatinas. Tais proteínas são usadas na fabricação de vários produtos, tais como filmes fotográficos, colas,
cápsulas de medicamentos e produtos alimentícios.
As proteínas pertencem à classe dos coloides liófilos, ou seja, aqueles que possuem afinidade com água. Como esses coloides têm
maior facilidade em transformar-se do estado gel para sol, ou vice-versa, são chamados de reversíveis.
Citoplasma
Você provavelmente se lembra de que os orgânulos do citoplasma estão mergulhados num material amorfo, viscoso, chamado hialo-
plasma. Como componente majoritário, o hialoplasma contém, antes de mais nada, muita água. Em segundo lugar, em termos de quanti-
dade, encontramos moléculas de proteínas.
Neste sentido, podemos classificar o hialoplasma como sendo um coloide, devido ao tamanho das macromoléculas proteicas. Por
outro lado, dissolvidas na água do hialoplasma, há uma grande variedade de substâncias, com partículas de diâmetro inferior a 1 nm: sais
minerais, gases da respiração, açúcares, aminoácidos, ácidos graxos, nucleotídeos, etc. Se o critério de classificação forem essas moléculas,
você poderia dizer, sem dúvida, que o hialoplasma é uma solução. Se você estiver considerando o plasma, parte líquida do sangue, a situ-
ação é parecida: muita água como dispersante, moléculas de proteínas, principalmente albumina, sais minerais, açúcares, ácidos graxos,
vitaminas, gases respiratórios. Dessa forma, o plasma sanguíneo é um coloide e, ao mesmo tempo, uma solução.
Movimento Ameboide
A região de hialoplasma mais externa da célula, logo abaixo da membrana plasmática, também dita ectoplasma, é um coloide no esta-
do de gel. Já a maior parte do hialoplasma, interna, chamada endoplasma, é um coloide no estado de sol. É bastante antiga a observação
de que células vivas, como amebas e leucócitos, têm a capacidade de transformar, em certas circunstâncias, partes do hialoplasma gelei-
ficadas em sol, e vice-versa. Essas transformações estão na base do famoso movimento ameboide, através do qual amebas e leucócitos
“derramam” seu citoplasma para a frente, formando pseudópodes. Os pseudópodes, vamos lembrar, não apenas permitem a locomoção
da célula, como também sua nutrição, pelo conhecido processo da fagocitose.
139
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Não se sabe ainda, ao certo, os mecanismos que levam o hialo- O efeito Tyndall recebeu esse nome, em homenagem ao bri-
plasma da ameba a se transformar e fluir para formar os pseudópo- lhante físico inglês, John Tyndall (1820 – 1893), que demonstrou por
des. Há fortes indícios, no entanto, de que finíssimos filamentos de que o céu é azul, e estudou de forma muito completa os fenômenos
uma proteína chamada actina, presentes no hialoplasma estejam de espalhamento da luz por partículas e poeira. Esse efeito também
relacionados com esse fluxo citoplasmático, fundamental para a foi observado por Tyndall quando um pincel de luz atravessava al-
formação de pseudópodes. Uma observação: a actina de que esta- guns sistemas coloidais. Esse espalhamento da luz é seletivo, isto é,
mos falando é a mesma substância que, em conjunto com a miosi- depende das dimensões das partículas dispersas e do comprimento
na, forma o complexo contrátil das células musculares. de onda da radiação. Dessa forma, é possível que uma determinada
cor de luz se manifeste de maneira mais acentuada do que outras.
As Emulsões: Como Se Faz Maionese?
Todos sabemos que água e óleo não se misturam e isso ha- Aerossóis
bitualmente é justificado pelo fato da água ser um líquido polar, O ambiente em que vivemos precisa ser limpo com regularida-
enquanto o óleo é formado por moléculas praticamente apolares. de, para que que seja retirada a poeira que constantemente é de-
Se você agitar uma mistura de água e óleo em um liquidificador, positada sobre os objetos.
gotas de óleo, de dimensões coloidais, ficarão espalhadas na água Esses grãos de poeira, de diâmetros superiores a 1 000 nm, es-
por algum tempo. A esse sistema chamamos de emulsão. tão em suspensão e tendem a sedimentar. No entanto, há no ar
Note que, após alguns minutos, as gotas de óleo aglutinam-se e alguns grãos de poeira de dimensões coloidais que nunca sedimen-
a fase oleosa é reconstituída, voltando a flutuar sobre a água. Isto tam. Esses tipos de coloide chama-se aerossol. Neblinas, fumaças
significa que a emulsão formada era instável. e sprays são outros exemplos de aerossóis do cotidiano. Quando
observamos o rastro luminoso deixado pela luz de um projetor de
Maionese slides em uma sala escura, ou quando notamos os feixes lumino-
Para fazer maionese, basta colocar uma gema do ovo em um li- sos dos faróis dos carros em dias com forte neblina, devemos nos
quidificador, bater vigorosamente e acrescentar um pouco de óleo. lembrar do efeito Tyndall que a luz pode provocar quando atinge
Forma-se, assim, uma emulsão estável. partículas coloidais sólidas existentes no ar.
Mas como isso acontece? Como o óleo e a água podem ser mis-
turados? Espumas
A razão fundamental está na presença das proteínas da gema. Quando um gás é borbulhado em um líquido, além das bolhas
As moléculas de proteína envolvem as gotas de óleo, formando enormes e visíveis, são formadas também bolhas de dimensões co-
uma película hidrófila, ou seja, que possui afinidade com a água. A loidais. Por isso, as espumas também podem ser classificadas como
essas proteínas chamamos de coloides protetores ou agentes emul- coloides. Um bom exemplo é o chantilly, formado pela mistura de
sificantes ou tensoativos. ar em creme de leite. Um sólido que possui poros de dimensões co-
(Leg.: Muitas vezes, o mesmo sistema se enquadra em várias loidais é classificado como espuma sólida. É o caso, por exemplo, da
classificações. O leite, por exemplo, é uma solução aquosa de sais pedra-pome, que possui ar em microscópicos poros de dimensões
e açúcares; um coloide sol em relação às proteínas e uma emulsão coloidais.
em relação às gorduras. No leite, o agente emulsificante é uma pro- Como você percebeu através destas rápidas informações, o vas-
teína chamada caseína. Além disso, algumas partículas de gordura, to campo dos sistemas coloidais é atraente e gerador de muitas ati-
grandes o suficiente para serem vistas ao microscópio comum, es- vidades profissionais. No mundo, as industrias ligadas aos coloides
tão em suspensão.) empregam milhões de pessoas e movimentam muitos bilhões de
dólares.
Composição Média Do Leite Humano (% Em Massa)
H2O 85%
Gordura 3,8% NATUREZA ELÉTRICA DA MATÉRIA. ELETROSTÁTICA
Proteínas 1,6%
Açúcar 7,5% (lactose) CARGA ELÉTRICA
O restante: sais de cálcio, fósforo, potássio, ferro, magnésio, co-
bre e vitaminas. Carga e Corrente
O Efeito Tyndall
Se colocarmos lado a lado um copo com solução aquosa de açú-
car e outro copo com leite diluído em água, o feixe de uma caneta-
laser deixará um rastro somente no copo que contém uma disper-
são coloidal de gelatina em água.
Este fenômeno, conhecido como efeito Tyndall, ocorre devido
à dispersão da luz pelas partículas coloidais. No béquer contendo
uma solução de açúcar em água, as moléculas do soluto não são
suficientemente grandes para dispersarem a luz.
140
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A matéria é formada por átomos, os quais por sua vez são for- ... vidro, mica, lã, pele de gato, seda, algodão, ebonite, cobre...
mados por três tipos de partículas: prótons, elétrons e nêutrons.
Os prótons e nêutrons agrupam-se no centro do átomo formando Quando atritamos dois materiais diferentes, aquele que apare-
o núcleo. Os elétrons movem-se em torno do núcleo. Num átomo ce em primeiro lugar na série fica positivo e o outro fica negativo.
o número de elétrons é sempre igual ao número de prótons. Às Assim, por exemplo, consideremos um bastão de vidro atritado
vezes um átomo perde ou ganha elétrons; nesse caso ele passa a em um pedaço de lã (Figura 6). O vidro aparece antes da lã na série.
se chamar íon. Portanto o vidro fica positivo e a lã negativa, isto é, durante o atrito,
A experiência mostra que: (Fig. 2) o vidro transfere elétrons para a lã.
I – Entre dois prótons existe um par de forças de repulsão;
II – Entre dois elétrons existe um par de forças de repulsão;
III – Entre um próton e um elétron existe um par de forças de
atração;
IV – Com os nêutrons não observamos essas forças.
O mais natural seria dizer que a carga do próton seria uma uni-
dade. No entanto, por razões históricas, pelo fato de a carga elétrica
ter sido definida antes do reconhecimento do átomo, a carga do
próton e a carga do elétron valem:
qp = + 1,6 . 10-19 coulomb = 1,6 . 10-19 C
qE = - 1,6 . 10-19 coulomb = -1,6 . 10-19 C
PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO
Quando atritamos dois corpos feitos de materiais diferentes,
um deles transfere elétrons para o outro de modo que o corpo que
perdeu elétrons fica eletrizado positivamente enquanto o corpo
que ganhou elétrons fica eletrizado negativamente.
Experimentalmente obtém-se uma série, denominada série
tribo-elétrica que nos informa qual corpo fica positivo e qual fica
negativo. A seguir apresentamos alguns elementos da série:
141
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
EXEMPLO
Dois condutores esféricos de mesmo tamanho têm inicialmen-
te cargas QA = + 5nC e QB = - 9nC. Se os dois condutores forem colo-
cados em contato, qual a carga de cada um após o contato?
Na Figura 20 repetimos a situação da Figura 17, em que o corpo
RESOLUÇÃO B está neutro, mas apresentando uma separação de cargas. As car-
A carga total Q deve ser a mesma antes e depois do contato: gas positivas de B são atraídas pelo corpo A (força enquanto as
Q = Q’A + Q’B = (+5nC) + (-9nC) = -4nC cargas negativas de B são repelidas por A (força .
Porém, a distância entre o corpo A e as cargas positivas de B é
Após o contato, como os condutores têm a mesma forma e o menor do que a distância entre o corpo A e as cargas negativas de B.
mesmo tamanho, deverão ter cargas iguais: Assim, pela Lei de Coulomb, o que faz com que a força
resultante seja de atração.
CONDUTORES E ISOLANTES
Há materiais no interior dos quais os elétrons podem se mover
com facilidade. Tais materiais são chamados condutores. Um caso
de interesse especial é o dos metais. Nos metais, os elétrons mais
afastados dos núcleos estão fracamente ligados a esses núcleos e
podem se movimentar facilmente. Tais elétrons são chamados elé-
trons livres.
Nos condutores, a tendência é que as cargas em excesso se es-
palhem por sua superfície. No entanto, quando um corpo é feito de Há materiais no interior dos quais os elétrons têm grande difi-
material isolante, as cargas adquiridas por contato ficam confinadas culdade de se movimentar. Tais materiais são chamados isolantes.
na região onde se deu o contato. Como exemplo podemos citar a borracha, o vidro e a ebonite.
142
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
CORPOS ELETRIZADOS
A carga elétrica de um próton é chamada de carga elétrica ele-
mentar, sendo representada por e; no Sistema Internacional, seu
valor é:
e = 1,6 . 10-19 Coulomb = 1,6 . 10-19 C
EXEMPLO
A um corpo inicialmente neutro são acrescentados 5,0 . 107 elé-
trons. Qual a carga elétrica do corpo?
143
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
(II)
EXEMPLO
Duas cargas puntiformes estão no vácuo, separadas por uma
distância d = 4,0 cm. Sabendo que seus valores são Q1 = - 6,0 . 10-6
C e Q2 = + 8,0 . 10-6 C, determine as características das forças entre
elas. Onde é a densidade superficial das cargas nas proximidades de
P e E é uma constante denominada permissividade do meio. Essa
RESOLUÇÃO constante está relacionada com a constante lei de Coulomb pela
Como as cargas têm sinais opostos, as forças entre elas são de relação:
atração. Pela lei da Ação e
Reação, essas forças têm a mesma intensidade a qual é
dada pela Lei de Coulomb:
(III)
Das equações II e III percebemos que o campo é mais intenso
onde a densidade de cargas for maior. Por outro lado, sabemos que
Temos: a densidade é maior nas “pontas”.
Portanto, o campo elétrico é mais intenso nas “pontas” de um
condutor e esse fato é conhecido como poder das pontas.
Exemplo
Um condutor esférico de raio R = 2,0.10-2m está eletrizado com
carga Q = 7,5.10-6C no vácuo. Determine:
CAMPO ELÉTRICO a) a densidade superficial de carga
b) a intensidade do campo elétrico num ponto externo muito
CONCEITO DE CAMPO ELÉTRICO próximo do condutor
c) a intensidade do campo sobre o condutor
Campo e Densidade
Consideremos um condutor em equilíbrio eletrostático. O cam- Resolução
po elétrico num ponto exterior P, “muito próximo” do condutor, a) supondo que o condutor esteja isolado as cargas distribuem-
tem intensidade dada por: -se uniformemente pela superfície. Lembrando que a área da su-
perfície é
144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Resolução
No vácuo, nós sabemos que a constante da lei de Coulomb é
CAPACITÂNCIA dada por
Suponhamos que um condutor de formato qualquer esteja iso- k = 9,0. 109 (S.I)
lado. Se eletrizarmos esse condutor com uma carga Q ele terá um
potencial V. É possível demonstrar que Q e V são proporcionais, isto Como R = 36 cm = 36.10-2m, a capacitância do condutor é dada
é, por:
• dobrando a carga, dobra o potencial
• triplicando a carga, triplica o potencial
• etc.
145
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
EXEMPLO
RESOLUÇÃO
Como a carga A é negativa, o campo por ela produzindo no
ponto P é de aproximação. A carga B, sendo positiva, produz no
Para obtermos a intensidade de ponto P um campo de afastamento.
Calculamos primeiramente a intensidade pela lei de Coulomb.
Tanto para o caso da Fig. 4 como para o caso da Fig. 5 temos:
Assim:
146
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
CONDUTOR ESFÉRICO
Consideremos um condutor esférico, eletrizado, em equilíbrio
e isolado. Como já sabemos, o excesso de cargas distribui-se unifor-
memente pela sua superfície (Fig. 10 e Fig. 11)
(VI)
Na superfície do condutor, o potencial é obtido fazendo d = R:
147
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
(VII)
LINHAS DE FORÇA
Para melhor visualizar as características do campo elétrico, de- Campo produzido por duas cargas puntiformes de sinais opos-
senhamos linhas, denominadas linhas de força. Cada linha de força tos, mas de mesmo módulo
é desenhada de modo que em cada ponto da linha (figura 9), o cam-
po elétrico é tangente à linha.
148
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Num campo uniforme as linhas de força são retas paralelas. - Ao longo da linha o potencial elétrico (V) diminui. Logo V1 >
Para indicar que o módulo é constante, desenhamos essas linhas V2
regularmente espaçadas. • Obs.: Ao colocar carga positiva no interior do campo elé-
Na prática, para obtermos um campo elétrico uniforme eletri- trico ela se desloca espontaneamente para um ponto de menor po-
zamos duas placas metálicas paralelas (Fig. 16) com cargas de sinais tencial. Quando for negativa vai para o de maior potencial.
opostos nas de mesmo módulo. Pode-se verificar que nesse caso, • V = K . Q / d
na região entre as placas o campo é aproximadamente uniforme.
Na realidade, próximo das bordas (Fig. 17) as linhas se curvam, mas DIFERENÇA DE POTENCIAL
nos exercícios nós desprezamos esse efeito.
Energia Potencial
Consideremos uma região do espaço onde há um campo elé-
trico estático, isto é, que não varia no decorrer do tempo. Supo-
nhamos que uma carga puntiforme q seja levada de um ponto A
para um ponto B dessa região (Fig. 1). É possível demonstrar que o
trabalho da força elétrica nesse percurso não depende da trajetória
seguida, isto é, qualquer que seja a trajetória seguida, o trabalho da
força elétrica entre A e B é o mesmo.
BLINDAGEM ELETROSTÁTICA
Na figura 7 representamos um condutor neutro Y situado no
interior de um condutor oco X. Independentemente do fato de X
estar ou não eletrizado o campo elétrico no seu interior é nulo.
Desse modo, o condutor X protege o condutor Y de ações elétricas
externas. Se aproximarmos, por exemplo, um condutor eletrizado
A, (Fig. 8) este induzirá cargas em X mas não em Y. dizemos então
que o condutor X é uma blindagem eletrostática para o condutor Y.
POTENCIAL ELÉTRICO
Se a carga adquirir Energia, tem Potencial Elétrico.
• E+ : A própria carga realiza trabalho;
• E- : Não é a carga que realiza trabalho;
149
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Assim:
Porem:
UAB = VA - VB
Propriedades do Potencial
Consideremos uma carga puntiforme q positiva sendo levada
de um ponto A para um ponto B sobre uma linha de força (Fig. 4).
Como a carga é positiva, a força tem o mesmo sentido do campo
e, desse modo, o trabalho da força elétrica será positivo
150
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Na Fig. 5, as linhas S1 e S2 representam no espaço, superfícies No trecho XB a força elétrica é perpendicular ao deslocamento
que, em cada ponto, são perpendiculares à linhas de força. Supo- e, portanto,
nhamos que uma carga q seja transportada de um ponto A para um
ponto B, de modo que a trajetória esteja sobre uma dessas super-
fícies. Nesse caso, em cada pequeno trecho da trajetória, a força
elétrica será perpendicular ao deslocamento e, portanto, o trabalho
da força elétrica será nulo:
O Elétron – Volt
Na área de Física Nuclear é usada uma unidade de energia (ou No trecho AX temos:
trabalho) que não pertence ao Sistema Internacional: o elétron –
volt (eV). Essa unidade é definida como sendo o módulo do tra-
balho realizado pela força elétrica quando um elétron é deslocado
entre dois pontos cuja diferença de potencial é 1 volt. Lembrando
que, em módulo, a carga de um elétron é 1,6 . 10-19 C temos: Substituindo em VII:
Assim:
151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
POTENCIAL E CAMPO DE CARGA PUNTIFORME A partir da equação vemos que neste caso é conveniente ado-
Quando o campo elétrico é produzido por uma única carga tar o referencial no infinito, pois para
puntiforme Q, sabemos que as linhas de força são radiais como in- O termo
dicam as figuras 7 e 8.
Assim teremos:
ou de modo geral,
152
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Por esse processo, a esfera pode atingir um potencial de até 10 4. Finalizamos esse faça e não-faça alertando-o sobre o carbo-
milhões de volts, no caso dos grandes geradores utilizados para ex- no (grafite, carvão). O carvão das escovas, muito utilizado em pe-
periências de Física atômica, ou milhares de volts nos pequenos ge- quenos motores elétricos, pode servir como meio para transferir
radores utilizados para demonstrações nos laboratórios de ensino. eletricidade estática do domo para a base do aparelho.
O gerador eletrostático de Van de Graaff não sofreu alterações Enquanto o motor funciona, a escova se desgasta e seu pó é
radicais desde que foi construído e apresentado por Robert Jami- lançado para fora através das aberturas do motor, empurrado pela
son Van de Graaff, no início de 1931. ventoinha de refrigeração. Pó de carbono é quase invisível e, quan-
Seu layout básico consiste em: do depositado sobre superfícies, até mesmo em pequenas quan-
1. um domo ou cúpula de descarga; tias, pode criar um filme bom condutor de eletricidade.
2. uma coluna de apoio; Esse filme pode fazer um GVDG parar de funcionar. Carbono
3. dois roletes (superior e inferior); também é usado em plásticos e borrachas. Negro de fumo é fre-
4. dois pentes metálicos (superior e inferior); quentemente acrescentado para tornar a borracha mais resistente
5. uma correia transportadora; e ao ozônio e à deterioração ele confere à borracha sua cor preta e
6. uma base para alojar o motor elétrico, fixar a coluna e o pen- impede seu GVDG de funcionar. Carbono também é usado em mui-
te inferior. tos plásticos, pelas mesmas razões.
Quando alguém menciona um Van de Graaff, a primeira coisa
Faças e Não-Faças! em que as pessoas pensam, frequentemente, é o efeito de eriçar os
Antes de entrarmos nos detalhes e nas descrições, apresenta- cabelos. Embora isso não deixe de ser um experimento notável e
remos alguns faças e não-faças que foram dores de cabeça durante atrativo, há outros experimentos diferentes, muitos deles até mais
as construções de vários geradores de Van de Graaff. atrativos e esclarecedores, que podem ser feitos com a eletricidade
Alguns poderão parecer óbvios, outros não. Em todo caso, vale estática.
a pena citá-los. Antes dessa fase de experimentos, apresentaremos, neste pro-
jeto, as estruturas dos dois modelos básicos dos geradores de Van
1. Quando trabalhamos com eletricidade estática, devemos ter de Graaff (GVDG).
sempre em mente que as pontas e os cantos afiados, devido ao po- Daremos maior ênfase ao primeiro, que é o tipo auto excitado,
der das pontas, agirão como pontos de descarga e sangrarão a carga por ser ele o mais comum e, com certeza, aquele em que as pessoas
elétrica do domo de descarga, dando assim a impressão de que o pensam quando um GVDG é mencionado.
GVDG não está funcionando. O gerador auto excitado trabalha segundo princípios do efeito
Uma vez que um GVDG trabalha no princípio de tensões muito triboelétrico. Esse termo refere-se ao fenômeno que ocorre quan-
altas e correntes muito baixas, pode ser comparado a um revólver do dois materiais diferentes estão bem juntos e então são puxados
de esguichar água. Um esguicho de seringa fornece uma quantia para que se separem.
muito pequena de água, porém, sob alta pressão, suficiente para Todos nós já experimentamos esse efeito alguma vez. O melhor
fazer a água percorrer uma grande distância. Se um vazamento pe- exemplo, um pelo qual a maioria certamente já passou (especial-
queno (um furinho) ocorrer na seringa que esguicha (equivalente a mente em um dia seco e quente), é o que ocorre quando estamos
um canto vivo, afiado, em um GVDG), a água não irá mais tão longe. caminhando sobre um piso atapetado e a seguir tocamos na ma-
Assim, sempre que possível, todas as extremidades afiadas devem çaneta da porta ou em outro objeto metálico; ouvimos e sentimos
ser arredondadas, curvadas para dentro ou cobertas. É devido a uma pequena faísca saltar de nossos dedos. É comum ouvirmos
esse poder das pontas que daremos preferência às cúpulas arre- essas crepitações ao tirarmos um vestuário de lã. Assim como os
dondadas e com a gola (contorno do furo feito na cúpula) voltada sapatos são afastados do piso atapetado, as roupas puxadas para
para dentro. Voltaremos a falar dessa gola. longe de outras roupas, todos os demais materiais diferentes, quan-
Essas são as causas observadas em geradores cujas faíscas vão do separados, experimentam uma migração de elétrons de um para
até a base --- há cabeças de parafusos expostas. outro, tornando-se ambos eletrizados. Esse é o resultado do efeito
2. Todos os tipos de substâncias estranhas podem causar con- triboelétrico a eletrização que ocorre ao separarmos materiais di-
taminações (sujeira, graxa, sabões, limpadores, poeira etc.) e são ferentes que estão bem juntos. Isso é exatamente o que acontece
causas suficientes para que um gerador possa deixar de funcionar. entre a correia de nosso GVDG e o rolete inferior, como veremos.
Certa vez, presenciamos a coluna de apoio de um gerador (supos- O segundo tipo de gerador é o sistema bombeado, borrifado
tamente limpa) brilhar como fogo vivo de eletricidade estática, en- ou ainda externamente excitado. Uma fonte de alimentação de alta
quanto o domo de descarga permanecia inativo. Se algumas partes tensão deposita elétrons na correia móvel. Esses elétrons são trans-
precisam de limpeza, use componentes que realmente retirem toda portados até o domo de descarga. A forma física básica desses dois
a sujeira. A solução de amônia e água constitui um bom produto tipos são quase idênticas. Porém, não incluiremos muitas explica-
para limpeza (e sai barato também...). ções ou desenhos para se construir esse tipo, porque a fonte de ten-
3. Se seu GVDG não está funcionando a contento, a causa pode são requerida é cara ou de difícil montagem para os alunos. Além
ser a seguinte: certos materiais que parecem ser bons isolantes elé- disso, são fontes perigosas para um manuseio por pessoas inex-
tricos, frequentemente não o são. Com os níveis de tensões produ- perientes. No entanto, para quem “mexe” com eletrônica, como o
zidas, até mesmo em pequenos geradores, muitos desses materiais amigo Newton C. Braga, por exemplo, diretor técnico da revista Sa-
(habitualmente tratados como isolantes) conduzirão eletricidade. ber Eletrônica, essas fontes são brinquedinhos de expelir elétrons!
Um isolante para os corriqueiros 110 V torna-se um condutor sob
tensão de 20000 V ou mais!
153
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
É possível construir um pequeno gerador com mínimas despe- mais ar Materiais que estão mais próximos
sas, uma vez que suas partes podem ser obtidas no comércio ou positivo vidro do extremo mais negativo, têm
podem ser fabricadas. O modelo descrito é para um gerador com fibra sintética uma disposição por assumir uma
uma correia de 2 cm a 3,5 cm de largura, uma cúpula de descarga lã carga elétrica negativa. Os materiais
com cerca de 20 cm a 35 cm de diâmetro e algo entre 40 cm e 65 cm chumbo mais próximos ao extremo mais
de altura. O modelo baseia-se em GVDGs já construídos pelo autor, alumínio positivo tendem a assumir carga
os quais funcionam em seus rendimentos máximos. papel elétrica positiva. Idealmente, os
Na descrição desse projeto não incluímos detalhes profundos materiais da correia e do cilindro
sobre certas partes. Por exemplo, não citaremos “use um motor neutro algodão
aço inferior devem estar entre o mais
da marca tal, modelo tal, número de série tal”. Do mesmo modo, afastados possível dessa lista,
certas partes precisam ser fabricadas. Assim, optamos por expor madeira
borracha enquanto o material do cilindro
as exigências gerais e dar ao construtor liberdade para obter, achar, superior deve estar na região dos
mandar fazer, comprar, trocar etc. ou ele próprio fazer essas partes. cobre
acetato neutros.
Praticamente todos os pequenos motores elétricos disponíveis Uma Nota em Relação à
servirão para esse projeto. O autor já utilizou motor de toca-discos, poliéster
poliuretano Polaridade de um Van de Graaff
de ventilador doméstico, de ventilador de computador, de máquina Para uma dada combinação rolete
de costura etc. Como veremos oportunamente, aos poucos, fomos polipropileno
vinil (PVC) inferior-correia-rolete superior,
eliminando aqueles que utilizam escovas de carvão. Os motores de a polaridade do domo do GVDG
indução são os eleitos, mas, talvez, seja difícil achar um com as es- silicone
fica determinada. Por exemplo, se
pecificações certas. mais teflon a correia é de borracha, o rolete
Tipicamente, o motor deve apresentar o seguinte: negativo inferior é de plástico e o rolete
Velocidade: 2 000 rpm a 5 000 rpm : 1/10 HP a 1/4 HP. superior é de alumínio, o domo
Tamanho do eixo: 1/4” a 3/8” de diâmetro x 1,25” a 1,5” de ficará negativo. Usando o mesmo
comprimento livre. desenho, porém colocando-se o
Montagem: base de fixação plana. Um motor com base de fixa- rolete de plástico como superior
ção plana é preferível; caso contrário, deve-se recorrer a alças me- e o de alumínio como inferior, o
tálicas, as quais podem dar algum trabalho extra. domo ficará positivo.
(Se um motor com escovas de carvão for utilizado, o construtor
deverá ter em mente que tal GVDG requererá limpezas mais fre-
Para ver detalhes teóricos do conjunto roletes-correia, vento
quentes. Um pequeno ventilador de exaustão pode ser estrategica-
elétrico, fogo de Sant’Elmo, plasma etc., basta clicar no texto em
mente montado para remover e afastar o pó de carvão da correia e
destaque: Roletes e Correia.
do tubo suporte.)
Para um modelo didático, pequeno, os roletes podem ser cilín-
O autor já utilizou, com excelentes resultados, um motor de
dricos, com diâmetro ao redor dos 2,5 cm e algo como 3 cm a 4 cm
máquina de costura, que é praticamente todo blindado. Além disso,
de comprimento. Uma vez aberto o furo central nesses cilindros (no
é dotado de um reostato (com discos de carvão), o qual permite
diâmetro correto para passar os eixos), eles devem ser “coroados”.
controlar a velocidade de trabalho do motor. Esse tipo de reostato
Coroar um cilindro é fazer rebaixos nos extremos de maneira que
para controlar a velocidade do motor é um tanto “primitivo” (se
a região central fique ligeiramente mais alta que as extremidades.
bem que perfeitamente adaptado ao fim a que se destina - máqui-
Esse procedimento manterá a correia centrada sobre o rolete en-
na de costura). Ele foi substituído, mais tarde, por um dimmer com
quanto ele funciona (a correia tende para a parte mais elevada).
TRIAC
Ilustremos isso:
Os cilindros (roletes), junto com a correia, constituem o co-
ração de um GVDG auto excitado. Como mencionamos anterior-
mente, geradores eletrostáticos trabalham assentados no efeito
triboelétrico. A série triboelétrica (uma lista abreviada é fornecida a
seguir) nada mais é que uma lista de materiais ordenados segundo
a carga relativa que adquirem quando atritados (ou separados) dois
a dois. Os materiais mais comumente escolhidos para os cilindros
estão nessa tabela.
Um rebaixo de cerca de 4 graus em cada extremo (1/3) do ci-
lindro é o bastante. Para esse serviço é recomendado o uso de um
torno. O cilindro preso por um longo parafuso a uma furadeira de
bancada e um esmerado trabalho de lixa podem produzir excelen-
tes “barriletes”.
154
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Há outros recursos para fazer Neoprene é muito bom para resistir ao ozônio e pode ser com-
cilindros simples. Um deles é utilizar prado da maioria dos fornecedores de borracha. Além disso, pode
pedaços de canos plásticos usados ser achado na cor branca ou laranja claro, indicação de ausência de
nas redes domésticas de distribuição “negro de fumo”.
de água e colar discos em suas
extremidades. Espessura da Correia
Nessa ilustração, o rolete inferior foi Que espessura uma correia deve ter? Uma boa regra é: quan-
recoberto com uma tira de pano verde to mais fina, melhor. A própria correia não precisa ser espessa; de
para mesas de snooker (feltro) e fixado fato, quanto mais espessa for a correia, mais ela tenderá a sair dos
com cola tipo Super Bonder. O rolete cilindros. Conforme a velocidade do gerador aumenta, maior é a
superior foi recoberto com uma tira de força centrípeta sobre a região da correia que passa acima do ro-
alumínio autocolante (tipo Contact). lete superior e abaixo do rolete inferior. Essa força tende a afastar
Repare que os discos laterais têm a correia do rolete, e a correia ficará instável em altas velocidades.
diâmetro pouco superior ao dos Vamos entender assim: quanto menor a massa da correia, menor
canos, de modo a não permitir o será sua tendência de se afastar dos roletes. Para ver esse efeito
escape da correia. Entretanto, os com mais clareza, proceda assim: amarre uma arruela a um fio de
roletes tipo “barriletes” são os mais linha e gire-a em círculos. O puxão que você sente no fio, sua tra-
recomendados. ção, tem praticamente a mesma intensidade que a força centrípeta
desenvolvida na arruela pela sua rotação; quanto mais rápido girar,
maior será a força que tende a arrancar o fio de sua mão.
O rolete inferior girará solidário ao seu eixo (o eixo é colocado
sob pressão), que é comandado pelo motor. O rolete superior pode
girar livremente sobre o seu eixo (rolete louco) ou, se o eixo for A espessura, o comprimento útil da correia entre
solidário ao rolete, é o eixo que girará livremente em seus mancais. os dois cilindros e a tração a que está submetida
A maioria dos modelos escolares de GVDG (fornecidos em for- são os fatores que irão comandar as vibrações
ma de kits) tem os dois roletes feitos de PVC (maciços, em forma estacionárias na correia. Se houver ressonância
de tarugos), sendo o inferior recoberto com feltro e o superior re- entre a frequência fundamental (ou de algum
coberto com folha de alumínio autocolante; a correia é de borracha harmônico) da correia e a rotação dos cilindros, a
de cor laranja. amplitude da onda estacionária que se estabelece
Ao selecionar o material para a coluna de apoio, recomenda- pode ser tal que a correia começará a bater
mos o uso de um tubo de plástico rígido. PVC e acrílico parecem na parede interna da coluna de apoio. Se isso
ser os materiais preferidos pela maioria dos construtores. De modo acontecer, as providências possíveis são: alterar a
geral, o tubo deve ter um diâmetro um pouco menor que o dobro velocidade do motor, alterar a tração na correia ou
do comprimento dos cilindros. Por exemplo, se o cilindro tem 5 cm trocar a correia por outra de massa diferente.
de comprimento, então o tubo deve ter um diâmetro de cerca de 10 Como Montar a Correia
cm (tubo de 4 polegadas, nas medidas comerciais). Fazer uma correia não é realmente tão difícil
Para esse cilindro é melhor usar uma correia de 4 cm de largu- como se poderia pensar. Com um pouco de
ra. 0,5 cm é uma boa espessura para a parede do tubo. Não esque- paciência, algumas lâminas de aparelho para
ça que o eixo do cilindro superior deve repousar em um entalhe barbear --- tradicionalmente chamadas de
na boca desse tubo ou passar por orifícios praticados nele. Para giletes (há um termo em português para isso) ---
sustentar esses cilindros, a força exercida pela borracha esticada, ou facas com lâminas descartáveis e uma régua
o peso do domo e a espessura da parede do tubo são fatores im- de aço podem ser feitas correias muito boas.
portantes. A fixação do domo nessa coluna é um assunto delicado,
como veremos mais adiante. A primeira coisa para lembrar é que a tira de borracha deve ser
Um bom trabalho para exibição ao público exige boa aparência. retangular (lados perfeitamente paralelos).
Recomendamos que tal tubo seja lixado externamente (lixa d’água) Uma vez cortada a tira retangular, resta saber que comprimen-
e, posteriormente, envernizado. to precisa ter.
Obtido o comprimento final da correia, seus extremos devem
Escolha da Correia ser colados.
Como mencionamos anteriormente, no item Faças e Não-Fa- Não há uma fórmula exata para determinar o máximo compri-
ças, evite, para a correia, as borrachas de cor preta. As borrachas mento que a correia deverá ter.
de cor preta têm maior possibilidade de conter “negro de fumo”, A elasticidade da borracha, o comprimento global da monta-
carvão, carbono. gem roletes-coluna, de modo geral, é que determinará o compri-
Quando selecionar um material, procure um que tenha uma mento da correia acabada.
boa resistência ao ozônio. Durante a operação de um Van de Graa- Uma regra básica é: a correia acabada (extremos já colados)
ff, ambas as descargas elétricas, as provenientes do globo e as das deve ter um comprimento entre 2/3 e 3/4 da distância entre os cen-
escovas, produzirão ozônio. Ozônio (O3) é muito corrosivo, mesmo tros dos roletes postos em seus devidos lugares.
em pequenas quantidades; pode causar ferrugem, e borrachas e Por exemplo: se a distância de centro a centro dos roletes é de
plásticos podem ser oxidados ou sofrerem apodrecimento. 60 cm, então 3/4 desse comprimento equivalem a 45 cm (60 x 0,75
= 45).
155
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Se o material da correia é muito fácil de esticar (pequena cons- Nota: a superposição das extremidades “retas” da correia, na
tante de elasticidade), então 2/3 serão o recomendável (60 x 0,66 colagem, produzirá o inevitável “ploc-ploc-ploc”, cada vez que a
= 40). emenda descontínua passar pelos cilindros. Se a superposição for
Apesar dessas referências, ainda resta a experimentação. De- inevitável (quando a cola não está segurando devidamente), o re-
pois da correia acabada, instalada nos roletes, motor funcionando, comendado é cortar as extremidades da correia em ângulo de 45o
se a correia tende a flutuar nos cilindros, então ela precisa ser en- ou 60o.
curtada.
De experiência própria, é mais fácil encurtar uma correia do Isso permitirá uma passagem mais suave pelos roletes.
que perder material para fazer outra ¾ assim, é melhor manter o Nessas situações, a cola recomendada é a utilizada nos conser-
erro para o excesso a tentar prever o tamanho final. tos de câmaras de pneus de bicicleta.
A segunda coisa é que, quando os extremos da correia são cor- O gerador de Van de Graaff tem duas escovas virtuais para
tados, eles devem resultar perpendiculares aos bordos. transferência de cargas. A palavra “escovas” seria melhor substitu-
Há um método simples para cortar e colar uma correia: antes ída por “pontas”, uma vez que, quando se fala em escova, há exata
de decidir pelo comprimento final, é melhor praticar com restos de ideia de algo que entra em contato com outro corpo.
borracha (mesmo que sejam emendados com Super Bonder). Nossas escovas não tocarão na correia, fisicamente, daí o ad-
Pratique, também, o uso da cola de secagem rápida (Super jetivo virtuais.
Bonder ou equivalente) para unir os extremos da fita. Vejamos a As escovas dos motores universais são realmente escovas, pois
técnica de colagem. estão em permanente contato com o anel de terminais do rotor.
Manteremos as palavras “escovas virtuais” por comodidade de
expressão e viva a língua portuguesa!
Primeiro coloque a tira de borracha
(cortada com régua de aço e faca de
lâmina descartável ou gilete), com A primeira fica localizada
comprimento em excesso, sobre na base, sob o rolete
uma superfície plana (fig.1). A seguir inferior e próxima à
dobre um extremo da correia para face externa da correia.
sua região central e então dobre o A segunda escova fica
outro extremo para o mesmo lugar localizada sobre o cilindro
(fig.2). Isso lhe dará duas camadas superior e próxima à face
de correia com os extremos que se externa da correia.
encontram no meio. Superponha O melhor material para
os dois extremos (cerca de 2 cm) fazer as escovas é a tela de
de forma a ter três camadas de metal, aquela usada em
borracha superpostas na região telas de janelas.
central (fig.3). Deslize um pedaço Basicamente, as escovas
de material resistente debaixo dos têm a mesma largura
dois extremos superpostos; assim, da correia. Depois que
quando os extremos forem cortados, o material é cortado
a lâmina não atingirá a terceira na largura indicada,
camada de borracha (fig.4). Usando repique com uma tesoura
a lâmina nova e a régua de aço posta várias camadas dos fios
perpendicularmente aos bordos, horizontais; isso deixará
efetue o corte. As extremidades pontas (farpas) de maior
resultarão em perfeita coincidência, comprimento voltadas
prontas para a colagem final (fig.5). para a correia. Monte
as escovas bem próximo
Retire o pedaço de material resistente e coloque em seu lugar à correia, mas sem
um pedaço de fita adesiva dupla face. Uma face gruda na borracha tocarem nela. A escova
debaixo e na superfície plana (e serve de apoio) e a outra face re- inferior deve ser ligada
ceberá os extremos a serem colados. Deixe apenas uma das extre- eletricamente à terra
midades presa na fita adesiva, passe uma fina camada de cola de (condutor aterrado). Se
cianoacrilato (Super Bonder, marca registrada da Loctite Corp.) na usar um cordão de força
extremidade livre e a ajuste com todo capricho junto à outra extre- de três fios para o motor
midade presa à fita adesiva. Agora a fita adesiva manterá tudo no (plugue de 3 pinos - um
lugar até a secagem final da cola. dos pinos é a terra da
Após tudo isso teremos uma fita contínua, de espessura unifor- residência), essa escova
me, em forma de loop. deve ser ligada ao fio-terra
Teste: enfie um lápis dentro do loop para manter a fita na ver- do cordão.
tical. Verifique se não ocorrem dobras e se há paralelismo entre as
duas partes.
156
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A escova superior deve ser ligada, elétrica e internamente, ao Consiga duas taças esportivas com
domo de descarga. O espaçamento das escovas deve ser ajustado diâmetro superior a 20 cm. Elas são, em
com o motor girando --- deverá existir um espaço de ar entre as geral, confeccionadas em latão, anodiza-
pontas das escovas e a superfície externa da correia. O “segredo” das ou niqueladas. Retire-as do suporte.
do porquê um GVDG consegue acumular boa quantidade de cargas Você terá duas calotas esféricas, cada
elétricas e atingir altíssimos potenciais está no modo como a carga uma com um orifício de cerca de 4 mm
é colocada na cúpula. Na parte construtiva, a cúpula ou domo de no vértice. Feche um desses orifícios
descarga ideal para o GVDG requer trabalho de torno e repuxo. É com um arrebite de cabeça larga, liman-
serviço de profissional. do e lixando cuidadosamente (para não
riscar a calota), de modo a deixá-lo qua-
É constituída por duas superfícies se como parte integrante da calota. Essa
hemisféricas (calotas esféricas) será a calota superior. Na outra calota,
que se ajustam perfeitamente que será a inferior, deve ser praticado
devido a encaixes trabalhados um grande orifício (com ferramenta
nas bordas. Esses hemisférios adequada), por onde passará justo o
podem ser feitos com chapas tubo de suporte do GVDG. Procure não
de alumínio com 1 mm ou 1,5 deixar qualquer rebarba de material
mm de espessura, repuxadas nesse corte. Arredonde as bordas com
num torno para adquirirem a lixa. Use cantoneiras em L para fixar o
forma de hemisférios; trabalho tubo suporte nessa calota inferior. Os
muito parecido com os repuxos arrebites tipo pop são os indicados.
para fazer cúpulas de lustres, de Para minimizar o poder das pontas nas bordas desse orifício, o
lâmpadas de quintal etc. autor adaptou uma argola de alumínio maciço (não recordamos se
A parte inferior, que é fixada no foi proveniente de uma pulseira ou de um puxador de cortinas) de
alto da coluna de apoio, tem diâmetro interno igual ao diâmetro externo do tubo.
uma gola voltada para dentro. De início, nas primeiras experimentações, a calota superior foi
Isso facilita todo o trabalho de simplesmente apoiada na inferior e fixada com fita isolante. Mais
fixação com parafusos metálicos tarde, com o auxílio de um amigo torneiro, foi feito um perfeito
e arruelas de borracha (que trabalho de encaixe nos dois hemisférios. Ele retirou o material em
minimizam as vibrações). Aqui os excesso nas duas bordas (havia uma espécie de bainha saliente),
parafusos podem ser usados por rebaixou ligeiramente uma das bordas e repuxou a outra. Ficou ex-
ficarem dentro do globo. celente.
Eis a ilustração da cúpula ideal. Reunindo as Partes
Agora que todos os componentes foram descritos, é hora de
Se uma cúpula de descarga especificamente projetada não está reuni-los.
disponível, então outras cúpulas alternativas poderão ser constru-
ídas. O recurso usado pelo autor em uma de suas montagens é o Comecemos pelo
apresentado a seguir. motor e rolete
inferior. O rolete
pode ser fixado
diretamente, sob
pressão, ao eixo do
motor (se ele for
suficientemente
comprido) ou ter
um eixo próprio,
sendo então adap-
tado ao eixo do
motor por meio de
um pequeno peda-
ço de tubo plástico
flexível, conforme
ilustramos.
Dependendo do motor (rotação, por exemplo), alguns mon-
tadores preferem adaptar polias aos dois eixos e acoplá-las com
correia de máquinas de costura. O tubo de sustentação deve ter
próximo à sua base um furo que permita a introdução desse rolete.
Essa montagem admite alterações.
157
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
O importante é que fique tudo muito bem alinhado e isento de O próximo passo é a colocação da correia. Passe-a por baixo do
vibrações durante o funcionamento. rolete inferior, segurando a montagem toda; estique-a para cima
O conjunto rolete + eixo + tubo plástico deve ser removido por (pode-se usar uma alça de barbante para isso); deslize o rolete su-
permitir a colocação da correia. Dentre os materiais da série tribo- perior para o seu devido lugar e deixe assentar. Confira bem esse
elétrica, optamos pelo PVC para a confecção dos dois roletes e reco- assentamento e o alinhamento da correia. Gire a correia com a mão
brimos o inferior com uma tira de feltro, sem superposição, fixada e observe se trabalha corretamente. Se, até aqui, tudo estiver em
com Super Bonder. ordem, pode-se ligar o motor em baixa rotação.
O material mais simples para a base e demais apoios (motor, Repare em tudo. Já deve ser percebida a presença de um cam-
escova e controle de velocidade), onde tudo foi fixado, é a madeira po eletrostático ao redor da coluna de sustentação (notadamente
envernizada. Os critérios para eles são: (a) onde a coluna de sus- pelos pelinhos do braço que ficam eriçados). Se a correia não tracio-
tentação será fixada; (b) onde o suporte da escova será montado; na corretamente, ajuste os apoios do rolete superior até que tudo
(c) onde ficará o motor e seu controle de velocidade. Tudo deve ser fique em ordem.
pensado visando a um modo fácil de substituir componentes ava- Se a correia se comporta bem da velocidade mínima até a máxi-
riados e à limpeza de tubo e correia de tempo em tempo. ma (pois está em perfeito alinhamento), é hora de colocar a escova
O desenho geral do GVDG é que ditará quão robusto o tubo e a superior (lembre-se de que ela deve estar eletricamente ligada à
base devem ser. A coluna de sustentação para um pequeno gerador cúpula) e fechar o globo. Para impedir a queda da metade superior
pode ser fixada na base com chapinhas metálicas em ângulo reto do domo, no caso de simples ajuste de um sobre o outro, passe uma
ou braçadeiras convenientes, mas um maior precisará de um layout fita isolante para fixá-lo. O GVDG está pronto para ser testado.
mais elaborado. Uma vez fixada a coluna, verifique se o rolete ficou
bem posicionado no centro do tubo. Antes de ligar o aparelho completo pela
A seguir, instale o rolete superior. O desenho do rolete superior primeira vez é conveniente preparar um
é que ditará como ele será montado na coluna. A montagem mais centelhador para receber as faíscas. Ele
simples é cortar duas aberturas pequenas no topo do tubo para o servirá para testar distâncias de faisca-
eixo do cilindro descansar nelas. Duas arruelas elásticas ou dois pi- mento, assim como descarregar o globo
nos enfiados em orifícios nas extremidades desse eixo impedirão entre experimentações e testes. Pode ser
que o cilindro deslize para fora das aberturas na coluna. Fique aten- feito com uma vareta plástica, com uma
to à montagem dos roletes quando tudo estiver pronto, verifique esfera metálica na ponta e um longo fio
se estão alinhados na vertical e paralelos entre si. Se não houver ligado na base do aparelho (no fio-terra).
perfeito alinhamento, a correia tenderá a deslizar para um de seus
extremos. As coroas dos roletes tentarão minimizar esse efeito, mas CAPACITORES
tudo tem seus limites...
CAPACITÂNCIA E ENERGIA
Capacitores são dispositivos cuja a função é armazenar cargas
elétricas. São formados por dois condutores situados próximos um
do outro, mas separados por um meio isolante, que pode ser o vá-
cuo. Ligando - se os condutores aos terminais de um gerador (Fig.
1), eles ficam eletrizados com cargas + Q e -Q .
158
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Q = C. U = ( 2,0 p F ) ( 12V ) =
= ( 2,0 . 10-12 F ) ( 12V ) =
= 24. 10-12 coulomb.
Q = 24 . 10-12 C = 24 pC
(II)
Exemplo
Um capacitor de capacitância C = 2,0 p F, foi ligado aos termi-
nais de uma bateria que mantém entre seus terminais uma diferen-
ça de potencial U = 12V. Calcule:
A) a carga do capacitor R = 3,0 + 2,0 + 4,0 = 9,0
B) a energia armazenada no capacitor: Assim: 54 = ( 9,0 ) . i i = 6,0A
CAPACITOR PLANO
Consideremos um capacitor plano cujas placas têm área A e
estão separadas por uma distância d ( Fig.4)
159
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Resolução
A)
= 1,77.10-¡²
C = 1,77 . 10-12F
Pode - se demostrar que a capacitância desse capacitor é dada B) Q = C .V = (1,77 . 10-12F) (40 V) = 7,08 . 10-11C
por: Q = 7,08 . 10-11C
C = EA ( III ) de onde a constante E depende do meio isolante
(dielétrico) que existe entre as placas e é chamada permissividade C) No capítulo de campo elétrico vimos que entre duas placas
do meio. Da equação III tiramos: paralelas, uniformemente carregadas com cargas de sinais opostos,
E = Cd há um campo elétrico aproximadamente uniforme. Ao estudarmos
A o potencial vimos que para um campo uniforme temos:
U = E.d
Portanto:
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
Na Fig.5 representamos três capacitores associados de modo
que a armadura negativa de um deles está ligada à armadura positi-
Qualquer outro isolante tem uma permissividade ( E ) maior va do seguinte. Dizemos que eles estão associados em série.
que a do vácuo ( E0 ). Define-se então a permissividade relativa ( ou
constante dielétrica ) do meio por:
A permissividade está relacionada com a constante k da Lei de
Coulomb por meio da equação:
Exemplo
Um capacitor plano é formado por placas de área A = 36.10-4m2
separadas por uma distância d = 18.10-3m, sendo o vácuo o meio
entre as placas as quais estão ligadas a um gerador que mantém
entre seus terminais uma tensão U = 40V. Sabendo que a permissi-
vidade do vácuo é E0 = 8,85.10-12 F/m, calcule:
160
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
ou
(VII)
Corrente elétrica
Para verificar se um objeto está ou não carregado eletricamen-
Na Fig.8 representamos um único capacitor, de capacitância CE te, utiliza-se o eletroscópio. Ocorre um deslocamento de cargas
que é equivalente à associação, isto é, submetido à mesma tensão para as lâminas do eletroscópio. Esse movimento de cargas, o des-
U, apresenta a mesma carga total Q: locamento, é transitório, pois cessa assim que as lâminas se carre-
Q = Q1 + Q2 + Q3 (X) gam negativamente. Chamamos de corrente elétrica o movimento
Mas: Q = CE.U, Q1 = C1.U, Q2 = C2.U, Q3= C3.U de cargas elétricas através de um condutor. O deslocamento acon-
tece porque, entre a barra e as lâminas, existe uma diferença de
Substituindo em X: estado eletrônico que põe as cargas em movimento. Para que ele
CE.U = C1.U + C2.U + C3.U seja contínuo é preciso manter esse desnível eletrônico, chamado
ou: diferença de potencial ou tensão. O elemento encarregado de man-
CE = C 1 + C 2 + C 3 ter essa diferença chama-se gerador elétrico.
161
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Resistores em série
Req = R1 + R2 + R3
Exemplo de ligação em paralelo
163
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Q = 0,24 “ R “ I2 “ t
LEI DE OHM
O fluxo ordenado de cargas elétricas através de um material,
ativado pela aplicação de uma diferença de potencial, é limitado
pela estrutura interna do mesmo.
Antes de derivar a expressão que relaciona resistência elétri-
ca e parâmetros físicos, talvez seja conveniente explorar um pouco
Energia elétrica mais a analogia existente entre os sistemas mecânicos e os circuitos
Para calcular o valor da energia elétrica, ou do trabalho sobre elétricos.
as cargas do condutor é preciso levar em conta que a diferença de Considere-se então uma massa em queda sob a ação de um
potencial é o trabalho realizado por unidade de carga: campo gravitacional constante, num primeiro caso num espaço sem
Vab = / Q. Portanto, o valor do trabalho será: = Q “ Vab. Esta ex- atmosfera e num segundo num espaço com atmosfera. Admita-se
pressão significa que a energia ou trabalho cedido por um gerador ainda que inicialmente o corpo se encontra a uma altitude h, isto é,
é o produto da diferença de potencial entre seus polos multiplicada que possui uma energia potencial EP-ini=mgh e uma energia cinética
pela carga que circula. Se recordarmos que uma corrente elétrica se EC-ini=0. Nestas condições, a força atuante sobre a massa é F=mg, a
caracteriza por sua intensidade I = Q / t, de onde Q = I “ t, obteremos intensidade do campo gravítico é E=g e, já agora, a diferença de po-
= Vab “ I “ t. tencial gravítico é V=gh. A força e o campo são constantes ao longo
A energia elétrica pode ser expressa também em função da de toda a trajetória do corpo, sendo o potencial gravítico tanto mais
resistência. Levando em conta que pela lei de Ohm Vab = R “ I, po- elevado quanto maior for a altitude inicial do corpo. Ao longo da
demos transformar a expressão e teremos = R “ I2 “ t. Também po- queda, o corpo troca energia potencial por energia cinética. A troca
demos escrever a Lei de Ohm como I = Vab²/R “ t. entre energias verifica a relação em que xe v definem a posição e a
velocidade entretanto adquiridas pelo corpo. A velocidade do cor-
Potência elétrica po é expressa por m/s, metro por segundo admitindo
Define-se como o quociente entre o trabalho elétrico realizado naturalmente que se verifica sempre v<<c, em que c define a veloci-
e o tempo empregado para realizá-lo: dade da luz. No espaço sem atmosfera o corpo atinge a velocidade
P = / t. Se dividirmos pelo tempo todos os valores obtidos para máxima para x=h, ou seja, quando EP=0.
o cálculo do trabalho, obteremos expressões que permitem calcular
a potência:
P = Vab “ I = R “ I2 = Vab²/R
No caso em que o corpo se move num espaço com atmosfe-
ra, portanto com atrito, a troca de energia potencial por energia
A potência elétrica é medida no SI em Watts (W), unidade de- cinética faz-se com perdas. Outra consequência da força de atrito
finida como o quociente entre 1 joule e 1 segundo: 1 W = 1 J /1 s. é o fato de, a partir de um determinado instante, o corpo se des-
Outra unidade muito utilizada é o quiloWatt (kW), que equivale a locar com uma velocidade constante, designada velocidade limite.
1.000 W. Da definição de potência deduz-se que = P “ t, e pode-se A partir desse instante efetua-se uma troca integral entre energia
calcular o trabalho ou energia como o produto da potência pelo potencial e calor, e o ritmo de troca de energia na unidade de tem-
tempo. po é constante. Considere-se agora o circuito elétrico representado
na Figura 3.1.
164
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
165
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Para isso também fora usado hélio líquido, material caro e pou-
co eficiente, o que impede seu uso em tecnologias que procurem
explorar o fenômeno. A partir de 1986, várias descobertas mostra-
ram que cerâmicas feitas com óxidos de certos elementos, como
bário ou lantânio, tornaram-se supercondutoras a temperaturas
bem mais altas, que permitiriam usar como refrigerante o nitrogê-
Figura 3.4 Símbolo da resistência e Lei de Ohm nio líquido, a uma temperatura de -196º C.
A representação gráfica da Lei de Ohm consiste numa reta com Aplicações dos supercondutores:
ordenada nula na origem e declive coincidente com o parâmetro R As aplicações são várias, embora ainda não tenham revolu-
(ou G) (Figura 3.5). Apesar de elementar e evidente, é importante cionado a eletrônica ou a eletricidade, como previsto pelos entu-
associar esta relação linear tensão-corrente à presença de um ele- siastas. Têm sido usados em pesquisas para criar eletromagnetos
mento do tipo resistência, mesmo em dispositivos eletrônicos rela- capazes de gerar grandes campos magnéticos sem perda de energia
tivamente complexos como o transistor. Num dos seus modos de ou em equipamentos que medem a corrente elétrica com precisão.
funcionamento, por exemplo, o transistor apresenta uma relação Podem ter aplicações em computadores mais rápidos, reatores de
tensão-corrente semelhante àquela indicada na Figura 3.5, o que fusão nuclear com energia praticamente ilimitada, trens que levi-
indica, portanto, que nessa mesma zona o transistor é, para todos tam e a diminuição na perda de energia elétrica nas transmissões.
os efeitos, uma resistência.
FORÇA ELETROMOTRIZ.
Por razões históricas a fonte de energia que faz os elétrons se
moverem em um circuito elétrico é denominada fonte de força ele-
tromotriz (fem). Exemplos de fontes fem:
• Energia química (bateria).
• Energia luminosa (bateria solar).
• Diferença de temperatura (termo-par).
• Energia mecânica (queda d’agua).
• Energia Térmica:
Figura 3.5 Lei de Ohm • Queima de carvão.
• Queima de óleo combustível.
SEMI CONDUTORES E SUPERCONDUTORES • Reações nucleares.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A lâmpada traz no seu interior uma resistência, chamada fila- Desse modo, existe um único caminho para a corrente elétrica
mento. Ao ser percorrida pela corrente elétrica, essa resistência fica que sai do polo positivo da fonte, passa através do primeiro compo-
incandescente e gera luz. O filamento recebe a tensão através dos nente (R1), passa pelo seguinte (R2) e assim por diante até chegar
terminais de ligação. E quando se liga a lâmpada à pilha, por meio ao polo negativo da fonte.
de condutores, forma-se um circuito elétrico. Os elétrons, em ex- Num circuito série, o valor da corrente é sempre o mesmo em
cesso no polo negativo da pilha, movimentam-se pelo condutor e qualquer ponto do circuito. Isso acontece porque a corrente elétri-
pelo filamento da lâmpada, em direção ao polo positivo da pilha. ca tem apenas um único caminho para percorrer.
Enquanto a pilha for capaz de manter o excesso de elétrons no Esse circuito também é chamado de dependente porque, se
polo negativo e a falta de elétrons no polo positivo, haverá corrente houver falha ou se qualquer um dos componentes for retirado do
elétrica no circuito; e a lâmpada continuará acesa. circuito, cessa a circulação da corrente elétrica.
Além da fonte geradora, do consumidor e condutor, o circuito
elétrico possui um componente adicional chamado de interruptor Circuito paralelo
ou chave. A função desse componente é comandar o funcionamen- O circuito paralelo é aquele cujos componentes estão ligados
to dos circuitos elétricos. em paralelo entre si.
Quando aberto ou desligado, o interruptor provoca uma aber- No circuito paralelo, a corrente é diferente em cada ponto do
tura em um dos condutores. circuito porque ela depende da resistência de cada componente à
Nesta condição, o circuito elétrico não corresponde a um cami- passagem da corrente elétrica e da tensão aplicada sobre ele. Todos
nho fechado, porque um dos polos da pilha (positivo) está desconec- os componentes ligados em paralelo recebem a mesma tensão.
tado do circuito, e não há circulação da corrente elétrica. Quando o
interruptor está ligado, seus contatos estão fechados, tornando-se Circuito misto
um condutor de corrente contínua. Nessa condição, o circuito é no- No circuito misto, os componentes são ligados em série e em
vamente um caminho fechado por onde circula a corrente elétrica. paralelo.
Sentido da corrente elétrica antes que se compreendesse de forma
mais científica a natureza do fluxo de elétrons, já se utilizava a ele- Circuito LC
tricidade para iluminação, motores e outras aplicações. Para termos um entendimento suficientemente bom de algum
Nessa época, foi estabelecido por convenção, que a corrente assunto, não adianta estudarmos todas as ocorrências de todas as
elétrica se constituía de um movimento de cargas elétricas que fluía naturezas simultaneamente. O que os físicos fazem nestas situa-
do polo positivo para o polo negativo da fonte geradora. Este senti- ções é tentar achar um modelo simples e ir acrescentando os com-
do de circulação (do + para o -) foi denominado de sentido conven- ponentes aos poucos. No estudo de circuitos por exemplo, antes
cional da corrente. de entendermos como funciona um circuito integrado de televisão,
precisamos entender a função de cada componente e seguir acres-
Com o progresso dos recursos científicos usados explicar os centando um outro componente de cada vez, ou seja, primeiramen-
fenômenos elétricos, foi possível verificar mais tarde, que nos con- te entendemos como se comporta um resistor, um capacitor e um
dutores sólidos a corrente elétrica se constitui de elétrons em movi- indutor para posteriormente unirmos dois a dois e finalmente os
mento do polo negativo para o polo positivo. Este sentido de circu- três em apenas um circuito, denominamos estes circuitos de RL, RC,
lação foi denominado de sentido eletrônico da corrente. LC, e RLC. Neste texto entenderemos como funciona um circuito LC
O sentido de corrente que se adota como referência para o que contém de acordo com o que foi mencionado anteriormente
estudo dos fenômenos elétricos (eletrônico ou convencional) não um indutor e um capacitor. Vamos supor inicialmente que exista
interfere nos resultados obtidos. Por isso, ainda hoje, encontram-se uma chave no circuito que permita ou não a passagem de corrente
defensores de cada um dos sentidos. e que o capacitor está carregado inicialmente com uma carga q0.
Em um instante inicial t=0, a chave é fechada, permitindo então a
Observação passagem de corrente através do circuito e a carga do capacitor co-
Uma vez que toda a simbologia de componentes eletroeletrô- meça então a fluir pelo circuito. Temos no circuito então uma cor-
nicos foi desenvolvida a partir do sentido convencional da corrente rente i=dQ/dt. Temos então que a queda de potencial no indutor
elétrica, ou seja do + para o -, as informações deste material didá- é igual a Ldi/dt, e no capacitor é igual a Q/C. Através da Lei de Kir-
tico seguirão o modelo convencional: do positivo para o negativo. chhoff, podemos afirmar que Ldi/dt+Q/C=0. Utilizando noções de
cálculo diferencial, sabemos que di/dt=d2Q/dt2. Substituindo esta
Tipos de circuitos elétricos última relação na equação do circuito, temos: d2Q/dt2=-Q/LC. Se
Os tipos de circuitos elétricos são determinados pela maneira chamarmos (de , temos a equação . Denominamos (a
como seus componentes são ligados. Assim, existem três tipos de frequência do circuito LC. Novamente utilizando cálculo diferencial,
circuitos: chegamos a um valor de Q=Acos(t+), onde A é a amplitude da carga,
· série; que é o valor máximo que a carga pode atingir e (é uma constante
· paralelo; de fase que depende unicamente das condições iniciais do proble-
· misto. ma. Se considerarmos que a constante de fase é igual a zero temos
que a carga neste circuito é dada por q0cost, uma vez que a ampli-
Circuito série tude da carga depende da carga inicial do capacitor, e derivando
Circuito série é aquele cujos componentes (cargas) são ligados esta equação em relação ao tempo obtemos a corrente do circuito
um após o outro. que é igual a i=-q0sent. Podemos perceber então que este circuito
difere dos circuitos RC e RL já que ele não decai ou cresce exponen-
cialmente, mas sim oscila. Isto acontece pois à medida que a carga
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
no capacitor diminui, a energia armazenada no campo elétrico do pela Lei de Kirchhoff que o potencial da bateria mais o potencial no
capacitor se reduz. Esta energia não se perde, mas se transforma capacitor são iguais a zero. Neste caso temos então que I=dQ/dt,
em energia magnética dentro do indutor, já que em torno deste sem o sinal negativo, pois estamos agora lidando com o processo
circula uma corrente i que induz nele um campo magnético. Em um de carga do capacitor. Resolvendo novamente a equação diferencial
dado instante, toda energia elétrica do capacitor se esgota junta- obtemos que para o carregamento do capacitor Q(t)=CV(1- e-t/RC)
mente com sua carga. Temos então que a corrente no indutor agora e I(t)=(V/R) e-t/RC. Portanto para o instante t=0 a carga no capacitor
é máxima e todo a energia do circuito está armazenada dentro do é igual a zero e a corrente que passa por ele é igual a V/R. À medida
indutor sob forma de energia magnética. Esta corrente flui pelo cir- que o tempo passa, a carga no capacitor começa a aumentar e o
cuito e começa a realimentar o capacitor, aumentando assim o seu fluxo de corrente começa a diminuir. Isto pode ser compreendido se
campo elétrico e diminuindo o campo magnético dentro do indu- pensarmos que o capacitor começa a funcionar como uma antiba-
tor. Agora o capacitor adquire carga máxima, porém a polarização teria, já que ele começa a acumular cargas entre suas placas, e estas
de seu campo elétrico está invertida, e a carga começa a fluir no cargas estão dispostas no sentido contrário do sentido da bateria. O
sentido contrário. Analisando as energias contidas em um circuito que acontece então é que quando o capacitor está completamente
LC, vemos que a energia eletrostática do capacitor é dada por U=½ carregado, ele tem a mesma carga da bateria, só que a corrente por
QV=Q2/2C. Substituindo nesta equação a função Q(t) obtida por ele gerada está no sentido contrário, de forma que as correntes se
nós anteriormente, temos U(t)=q02cos2t/2C. A energia magnética cancelam, como era de se esperar.
deste sistema é dada por U=½ Li2. Substituindo nesta equação a
função i(t), temos U(t)=½ L2q02sen2t. Vemos que ora toda a ener- Circuito RL
gia se concentra no indutor, ora no capacitor, no entanto a energia Sempre que aparece uma nova ideia ou uma nova teoria, os
total do sistema é dada sempre pela soma das duas, que é constan- físicos tentam de toda a forma torná-la mais prática e mais simples
te e igual a q02/2C. de ser compreendida. É isto o que acontece quando estudamos um
circuito RL, que é um caso particular de circuito, onde apenas exis-
Circuito RC tem dois componentes: O resistor e o indutor. Quando estudamos
Quando estudamos qualquer assunto, tentamos dividi-lo em a Lei de Ohm, podemos perceber que a função de um resistor é
suas partes mais importantes e estudá-las separadamente dando dissipar a corrente elétrica, transformando parte dela em energia
a elas a devida atenção. Este é o caso do circuito RC que é um caso térmica. A função de um indutor é analisada quando se estuda a Lei
particular de um circuito elétrico contendo apenas uma resistência de Faraday. Vemos então que o indutor funciona como uma inércia
e um capacitor. Podemos pensar então nesses dois componentes de um circuito, o que impede quedas ou aumentos bruscos de cor-
ligados através de seus terminais e uma chave que pode permitir rente. Dentro de um circuito, a resistência consiste geralmente de
ou não a passagem de corrente no circuito. Admitindo inicialmente um determinado material que dificulta a passagem de corrente e o
que a chave está aberta e não há passagem de corrente e o capa- indutor é um solenoide ou uma bobina, que consistem em um fio
citor está carregado com uma determinada carga Q, vamos anali- condutor enrolado muitas vezes. Vamos considerar agora uma cir-
sar o que vai acontecer quando a chave for fechada e possibilitar a cuito RL, que possui uma bateria, uma chave que permite a passa-
passagem de corrente: Sabemos que a diferença de potencial entre gem de corrente ou não, uma resistência e um indutor. Ao estudar
os terminais do capacitor é dada por V0=Q0/C, onde Q0 é a carga os efeitos da autoindutância de um sistema, vemos que a função
inicial do capacitor e C sua capacitância. No instante t=0 fechamos de um indutor é de brecar a corrente que passa por ele gerando
a chave e a corrente começa a fluir através do resistor. A corrente uma corrente de sentido oposto, então consideramos que a chave
inicial que passa pela resistência é igual a I0=V0/R. A medida que a do circuito está aberta e é fechada no instante t=0 quando se inicia
corrente flui pelo circuito, a carga no capacitor decresce numa taxa a passagem de corrente pelo sistema. Quando a corrente chega ao
igual a I=-Q/t, onde I é a corrente do circuito, e o sinal negativo apa- indutor, um potencial aparece dificultando a passagem de corrente,
rece por se tratar de um caso de descarga do capacitor. Através da e este potencial é igual a =Ldi/dt, onde L é a indutância do indutor,
utilização da Primeira Lei de Kirchhoff, sabemos que o potencial no e di/dt é a forma diferencial de se expressar a variação da corrente
resistor é igual ao potencial no capacitor, obtemos então RI=Q/C. no tempo. Temos que lembrar ainda que este potencial sempre vai
Podemos aplicar agora um pouco de cálculo diferencial e obter -R estar contrário à corrente que o atravessa de acordo com a Lei de
dQ/dt =Q/C. Resolvendo esta equação diferencial obtemos que a Lenz. Sabemos também que a queda de potencial no resistor R é,
função Q dependente do tempo é igual a Q(t)=Q0e-t/RC. A letra e pela Lei de Ohm, igual a Ri. Utilizando as regras de Kirchhoff para
corresponde ao valor de 2,71828..., e é um número irracional com este circuito, podemos afirmar que o potencial V da bateria é igual a
propriedades notáveis que são estudadas em um curso de cálculo. V=Ri+Ldi/dt. Para um instante muito próximo do instante inicial t=0,
Ao analisarmos nossa equação vemos que Q0 é uma constante e sabemos que a corrente é zero em todo o circuito, então a taxa de
depende da carga inicial do capacitor, t é o tempo e o produto RC variação de corrente pelo tempo é dada por di/dt=V/L. Após a pas-
é a chamada constante de tempo, e é este produto que determi- sagem de um pequeno intervalo de tempo, a corrente já flui pelo
na qual é o tempo total de descarga do capacitor. Analisando esta circuito e a variação temporal da corrente torna-se di/dt=V/L-iR/L.
constante percebemos que quanto maior for o produto RC maior Quando a taxa de variação de corrente é igual a zero, sabemos en-
será o tempo necessário para a descarga do capacitor e quanto tão que a corrente no circuito atingiu seu valor máximo: imax=V/R.
menor o produto, menor será o tempo de descarga. Utilizando no- Vamos analisar a equação anteriormente citada do circuito e des-
vamente o cálculo diferencial obtemos a função que governa a cor- cobrir qual é o tempo necessário para que a corrente atinja seu va-
rente: I(t)=I0e-t/RC. Vemos que analogamente à carga, a corrente lor final: A resolução da equação diferencial V=Ri+Ldi/dt através de
cai exponencialmente com o tempo. Podemos analisar agora o que processos de cálculo diferencial nos dá que .
vai acontecer para um circuito RC conectado a uma bateria e com o Nesta equação, chamamos a constante tc de constante de tempo,
capacitor descarregado. Ao fecharmos a chave, temos novamente de forma que ela seja igual a R/L, e é esta a divisão que determina
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
o intervalo de tempo necessário para que o circuito atinja sua cor- VOLTAGEM NOS TERMINAIS DE UM GERADOR e APLICAÇÕES
rente máxima. Se considerarmos que temos agora um circuito no
qual podemos remover a bateria após um certo instante, a nossa PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
equação do circuito se reduz a: iR+ldi/dt=0 (di/dt=-Ri/L. Resolvendo Um gerador não gera energia. Ele converte energia mecânica
esta equação, obtemos que , e neste caso vemos que a cor- em energia elétrica. Todo gerador necessita de uma outra fonte ge-
rente, com o passar do tempo, tende a diminuir sempre e vai para radora de energia para fazê-lo girar, seja ela uma turbina, um motor
zero para tempos decorridos muito grandes. de pistão ou qualquer tipo de máquina capaz de produzir energia
mecânica.
Circuito RLC
Vamos ver agora o estudo de um circuito RLC, que é basicamen- GERADOR ELEMENTAR
te um circuito que contém um resistor, um indutor e um capacitor. Um gerador elementar consistiria em um ímã na forma de U e
Vamos supor então que haja uma chave neste circuito que permita de uma única espira de um fio condutor. Denomina-se campo mag-
nético, a força que circunda o imã. A fim de tornar mais clara a ideia
a passagem ou não de corrente e vamos supor também que o ca-
de um campo magnético, imaginemos linhas de força que, saindo
pacitor esteja carregado com uma carga inicial q0. Inicialmente a
do polo norte de um ímã, retornam ao seu polo sul. Quanto mais
chave está aberta e não há passagem de corrente pelo circuito, no
forte for o ímã maior será o número de linhas de força. Se fizermos
instante t=0 a chave é fechada e o capacitor começa o seu processo
a espira de fio condutor girar entre os polos do ímã, os dois lados
de descarga devido à diferença de potencial entre suas placas. Pela da espira “ cortarão” as linhas de força, o que induzirá (gerará) ele-
Lei de Kirchhoff, sabemos que a soma de todas as quedas de poten- tricidade na espira.
cial em todos os elementos do circuito deve ser igual a zero, logo: Na primeira metade da rotação da espira, um dos seus lados
. Sabemos que i=dQ/dt, e substituindo este valor na equa- corta as linhas de força de baixo para cima, enquanto o outro lado
ção obtemos . Esta equação é idêntica a uma equa- da espira corta as linhas de cima para baixo. Desta forma surgirá
ção de um oscilador amortecido estudado em ondas. Um oscila- na espira o fluxo elétrico numa dada direção. A meio caminho da
dor amortecido pode ser imaginado como um sistema massa mola rotação, a espira estará numa posição paralela às linhas de força.
mergulhado em uma substância viscosa como um óleo. Quando Nenhuma linha de força será cortada pela espira, e, consequente-
consideramos um sistema massa-mola, ele oscila indefinidamente mente, não será gerada nenhuma eletricidade.
se considerarmos desprezíveis todos os atritos, no entanto se colo- Na segunda metade da rotação, o lado da espira que cortava
carmos este sistema dentro do óleo, o atrito viscoso entre o sistema as linhas de força debaixo para cima passa cortá-las de cima para
e o óleo, produzirá calor e diminuirá a energia cinética do sistema, baixo. O outro lado estará cortando as linhas de força debaixo para
que oscilará cada vez com amplitudes menores. Antes de se estu- cima, o que induzirá na espira um fluxo elétrico no sentido contrário
dar o circuito RLC, estudamos em separado os circuitos RL, RC e LC ao fluxo gerado na primeira metade da rotação. No ponto mais bai-
e percebemos que nos circuitos RL e RC, ocorre ou uma queda ou xo da rotação, a espira estará de novo em posição paralela as linhas
uma subida exponencial na corrente enquanto em um circuito LC, a de força e nenhuma eletricidade será gerada.
corrente oscila de um lado para o outro. Vemos então que a mistu- Em cada rotação completa da espira a voltagem e a intensidade
ra RLC resulta em um circuito oscilante que cai exponencialmente. da corrente terão uma dada direção numa metade do tempo, e a di-
Vamos agora analisar este circuito energeticamente: Multiplicando reção oposta na outra metade. Por duas vezes, durante a rotação da
todos os termos desta equação por i, temos: . O pri- espira, não haverá fluxo de corrente. Dá- se à voltagem e a corren-
meiro termo desta equação nos indica qual é a quantidade de ener- te as denominações de voltagem alternada e corrente alternada. A
gia magnética que é injetada ou retirada do indutor, de forma que voltagem que um gerador produz pode ser acrescida aumentando:
podemos obter um valor positivo ou um negativo, dependendo do ( 1 ) a intensidade do campo magnético;
sentido do fluxo de energia. No segundo termos da equação, temos ( 2 ) a velocidade de rotação da espira;
( 3 ) um numero de linhas de um fio condutor que cortam o
o valor da energia elétrica do capacitor, cujo sinal também depende
campo magnético.
do sentido do fluxo de energia. Já para o terceiro termo, temos a
energia dissipada no resistor por efeito Joule, e este valor é sempre
A uma revolução completa feita pela espira, através das linhas
positivo. Como já vimos em um circuito LC, a soma das energias
de força, dá-se o nome de ciclo. Ao número de ciclos por segundo
elétrica e magnética é sempre constante, porém no caso RLC, há dá-se o nome de frequência da voltagem ou da intensidade da cor-
uma dissipação da energia no resistor, então a quantidade oscilante rente, a qual é medida em unidades chamadas Hertz.
de energia entre o indutor e o capacitor tem sua amplitude sempre
reduzida com o passar do tempo. O modo que a corrente cai com GERADORES DE ENERGIA ELÉTRICA
o tempo depende das relações entre os termos R2 e 4L/C, pois são A maior parte da energia elétrica que se utiliza nos dias de hoje
estes termos que definem a curva na equação diferencial. O caso é a energia de geradores elétricos, na forma de corrente alternadas
em que R2<4LC, ocorre um fenômeno denominado amortecimento (CA). Um gerador simples de corrente alternada é uma bobina que
sub-crítico, e a corrente vai oscilando e diminui lentamente. Para o gira num campo magnético uniforme. Os terminais da bobina estão
caso em que R2=4LC, temos o amortecimento crítico, e para este ligados a anéis coletores que giram com a bobina. O contato elétrico
caso não há oscilação e a carga no capacitor decai continuamente entre a bobina e um circuito externo se faz por meio de escovas de
e tende a zero em tempos grandes. Para o caso em que R2>4LC, grafita que ficam encostadas nos anéis.
temos o amortecimento super-crítico, e como a dissipação no re- Quando uma reta perpendicular ao plano da bobina faz um
sistor é muito grande, a carga no capacitor cai exponencialmente e ângulo q com o campo magnético uniforme B, o fluxo magnético
rapidamente. através da bobina é:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Onde N é o número de espiras da bobina e A, a área da bobina. Lâmpada que será acessa ao ser gerada a
Quando a bobina girar, sob a ação de um agente mecânico, o fluxo energia
através dela será variável e haverá uma fem induzida conforme a lei
de Faraday. Se ângulo inicial for d, o ângulo num instante posterior Roldana
t será dado por:
q=wt+d Espira
onde w é a frequência angular de rotação. Levando esta ex-
pressão de q na equação anterior, obtemos:
f m = NBA cos (w t + d ) = NBA cos ( 2p ft + d )
A fem induzida na bobina será então: Ímã
e = - df m = - NBA d cos (w t + d ) = + NBA w sem (w t + d )
dt dt FIGURAS:
O que pode ser escrito como:
e = e max sem (w t + d )
onde
e max = NBAw
é o valor máximo da fem. Podemos , então, provocar uma fem
senoidal na bobina mediante a sua rotação com frequência cons-
tante, num campo magnético. Nesta fonte de fem, a energia me-
cânica da bobina girante se converte em energia elétrica. A energia
mecânica provém usualmente de uma queda de água ou de uma
turbina a vapor. Embora os geradores práticos sejam bastante mais
complicados, operam com o mesmo princípio da geração de uma
fem alternada por uma bobina que gira num campo magnético; os
geradores são projetados de modo a gerarem uma fem senoidal.
(ERNANDI FEY)
Fontes geradoras de energia elétrica
A existência da tensão é condição fundamental para o funcio-
namento de todos os aparelhos elétricos. As fontes geradoras são
os meios pelos quais se pode fornecer a tensão necessária ao fun-
cionamento desses consumidores.
Essas fontes geram energia elétrica de vários modos:
· por ação térmica;
· por ação da luz;
· por ação mecânica;
171
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
· por ação química; A pilha de lanterna funciona segundo o princípio da célula pri-
· por ação magnética. mária que acabamos de descrever. Ela é constituída basicamente
por dois tipos de materiais em contato com um preparado químico.
Geração de energia elétrica por ação térmica
Pode-se obter energia elétrica por meio do aquecimento direto Geração de energia elétrica por ação magnética
da junção de dois metais diferentes. O método mais comum de produção de energia elétrica em lar-
Por exemplo, se um fio de cobre e outro de constantan (liga ga escala é por ação magnética.
de cobre e níquel) forem unidos por uma de suas extremidades e A eletricidade gerada por ação magnética é produzida quando
se esses fios forem aquecidos nessa junção, aparecerá uma tensão um condutor é movimentado dentro do raio de ação de um campo
elétrica nas outras extremidades. Isso acontece porque o aumento magnético. Isso cria uma ddp que aumenta ou diminui com o au-
da temperatura acelera a movimentação dos elétrons livres e faz mento ou a diminuição da velocidade do condutor ou da intensida-
com que eles passem de um material para outro, causando uma de do campo magnético.
diferença de potencial. A tensão gerada por este método é chamada de tensão alter-
À medida que aumentamos a temperatura na junção, aumenta nada, pois suas polaridades são variáveis, ou seja, se alternam.
também o valor da tensão elétrica na outra extremidade. Os alternadores e dínamos são exemplos de fontes geradoras
Esse tipo de geração de energia elétrica por ação térmica é que produzem energia elétrica segundo o princípio que acaba de
utilizado num dispositivo chamado par termoelétrico, usado como
ser descrito.
elemento sensor nos pirômetros que são aparelhos usados para
medir temperatura de fornos industriais.
ASSOCIAÇÃO DE GERADORES, RESISTORES E CAPACITORES
Geração de energia elétrica por ação de luz:
Para gerar energia elétrica por ação da luz, utiliza-se o efeito
fotoelétrico. Esse efeito ocorre quando irradiações luminosas atin- Associação de resistências em série
gem um fotoelemento. Isso faz com que os elétrons livres da cama- Suponha que duas lâmpadas estejam ligadas a uma pilha, de tal
da semicondutora se desloquem até seu anel metálico. modo que haja apenas um caminho para a corrente elétrica fluir de
Dessa forma, o anel se torna negativo e a placa-base, positiva. um polo da pilha para o outro, dizemos que as duas lâmpadas es-
Enquanto dura a incidência da luz, uma tensão aparece entre as tão associadas em série. Evidentemente, podemos associar mais de
placas. duas lâmpadas dessa maneira, como em uma arvore de Natal, onde
O uso mais comum desse tipo de célula fotoelétrica é no arma- geralmente se usa um conjunto de várias lâmpadas associadas em
zenamento de energia elétrica em acumuladores e baterias solares. série. Em uma associação em série de resistências observam-se as
seguintes características:
Geração de energia elétrica por ação mecânica
Alguns cristais, como o quartzo, a turmalina e os sais de Ro- - como há apenas um caminho possível para a corrente, ela tem
chelle, quando submetidos a ações mecânicas como compressão e o mesmo valor em todas as resistências da associação (mesmo que
torção, desenvolvem uma diferença de potencial. essas resistências sejam diferentes).
- É fácil perceber que, se o circuito for interrompido em qual-
quer ponto, a corrente deixará de circular em todo o circuito.
- Quanto maior for o número de resistências ligadas em série,
maior será a resistência total do circuito. Portanto, se mantivermos
a mesma voltagem aplicada ao circuito, menor será a corrente nele
Se um cristal de um desses materiais for colocado entre duas estabelecida.
placas metálicas e sobre elas for aplicada uma variação de pressão, - A resistência única R, capaz de substituir a associação de vá-
obteremos uma ddp produzida por essa variação. O valor da dife- rias resistências R1, R2, R3, etc., em série, é denominada resistência
rença de potencial dependerá da pressão exercida sobre o conjun- equivalente do conjunto.
to.
Os cristais como fonte de energia elétrica são largamente usa- Associação de resistências em paralelo
dos em equipamentos de pequena potência como toca-discos, por
Se duas lâmpadas forem associadas de tal maneira que existam
exemplo. Outros exemplos são os isqueiros chamados de “eletrôni-
dois caminhos para a passagem da corrente de um polo da pilha
cos” e os acendedores do tipo Magiclick.
para o outro dizemos que as lâmpadas estão associadas em para-
lelo. Evidentemente, podemos associar mais de duas lâmpadas (ou
Geração de energia elétrica por ação química
Outro modo de se obter eletricidade é por meio da ação quí- outros aparelhos) em paralelo, abrindo vários caminhos para a pas-
mica. Isso acontece da seguinte forma: dois metais diferentes como sagem da corrente (isso acontece, por exemplo, com os aparelhos
cobre e zinco são colocados dentro de uma solução química (ou eletrodomésticos).
eletrólito) composta de sal (H2O + NaCL) ou ácido sulfúrico (H2O + Em uma associação de resistências em paralelo, observamos as
H2SO4), constituindo-se de uma célula primária. Seguintes características:
A reação química entre o eletrólito e os metais vai retirando os - A corrente total i, fornecida pela bateria, se divide pelas re-
elétrons do zinco. sistências da associação. A maior parte da corrente i passará na re-
Estes passam pelo eletrólito e vão se depositando no cobre. sistência de menor valor (caminho que oferece menor oposição). É
Dessa forma, obtém-se uma diferença de potencial, ou tensão, en- possível interromper a corrente em uma das resistências da asso-
tre os bornes ligados no zinco (negativo) e no cobre (positivo). ciação, sem alterar a passagem de corrente nas demais resistências.
172
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
- Quanto maior for o número de resistências ligadas em parale- • - Pode até aumentar a quantidade de carga que não alte-
lo, menor será a resistência total do circuito (tudo se passa como se ra o capacitor, não “vencendo”, portanto, o isolante. Se não tem a
estivéssemos aumentando a área total da seção reta da resistência borracha como isolante, aumentando-se a carga altera o capacitor,
do circuito). Portanto, se mantivermos inalterada a voltagem aplica- alterando a interação (ocorre passagem de corrente elétrica);
da ao circuito, maior será a corrente fornecida pela pilha ou bateria. • - E resultante diminui;
C = Eo . A / d
Fusível
Basicamente, um fusível é constituído por um fio de metal, cuja Aumentando-se a Área, aumenta a Capacidade elétrica (cons-
temperatura de fusão relativamente baixa. O chumbo e os estanho tante);
são dois metais utilizados para esse fim. O chumbo se funde a 327º Reduzindo a distância aumenta a Carga;
C e o estanho, a 232º C. - A partir de um certo momento a carga aumenta tanto que
Os fusíveis se encontram normalmente em dois lugares nas ins- vence o isolante ou dielétrico;
talações elétricas de uma residência: no quadro de distribuição e Q=C.U
junto do relógio medidor. Além disso eles estão presentes no circui- • Série:
to elétrico dos aparelhos eletrônicos, no circuito elétrico do carro, • - Q é constante;
etc. • - C é inversamente proporcional a U - U/C = Constante ; 1/
Quando há um excesso de aparelhos ligados num mesmo cir- Ceq = 1/C1 + 1/C2 Ceq (C equivalente); Ceq = C1 . C2 / C1 + C2
cuito elétrico, a corrente elétrica é elevada e provoca aquecimento
nos fios da instalação elétrica. Como o fusível faz parte do circuito Paralelo:
essa corrente elevada também o aquece. Se a corrente for maior do - U é constante;
que aquela que vem especificada no fusível: 10A, 20A, 30A, etc, o - Q e C são diretamente proporcionais - Q = C ;
seu filamento se funde (derrete).
Com o fio do fusível fundido, ou seja, o fusível queimado, o
circuito elétrico fica aberto impedindo seu funcionamento. Assim,
a função do fusível é proteger a instalação elétrica da casa, funcio-
nando como um interruptor de segurança. Sem eles, é possível que
um circuito sobrecarregado danifique um aparelho elétrico ou até
inicie um incêndio.
Quanto maior for a corrente especificada pelo fabricante,
maior a espessura do filamento.
Assim, se a espessura do filamento do fusível suporta no má-
ximo uma corrente de 10A e por um motivo qualquer a corrente Ceq = C1 + C2
exceder esse valor, a temperatura atingida pelo filamento será su- • Ligado:
ficiente para derrete-lo, e desta forma a corrente é interrompida. • - Coloca um dielétrico - Aumenta C ;
Disjuntores • - Retira o dielétrico - Reduz C ;
Modernamente, nos circuitos elétricos de residências, edifícios • - Ligado Q aumenta;
e indústrias, em vez de fusíveis, utilizam-se dispositivos baseados • - Desligado Q é constante;
no efeito magnético da corrente denominados disjuntores. • C = E . Co
Em essência, o disjuntor é uma chave magnética que se desliga
automaticamente quando a intensidade da corrente supera certo AS LEIS DA ELETRODINÂMICA E O PRINCÍPIO DA RELATIVIDA-
valor. Tem sobre o fusível a vantagem de não precisar ser trocado. DE
Uma vez resolvido o problema que provocou o desligamento, basta
religá-lo para que a circulação da corrente se restabeleça Essência da teoria da relatividade
O desenvolvimento da eletrodinâmica levou à revisão das no-
Capacitor ções de espaço e tempo.
- Armazenamento de energia;
- Q e V são diretamente proporcionais; A teoria da relatividade especial de Einstein é um novo estudo
- A energia potencial serve para a passagem de elétrons de uma do espaço e do tempo, vindo substituir as noções antigas (clássicas).
placa para outra; O princípio da relatividade na mecânica e na eletrodinâmica.
- As força de repulsão e atração determinam o deslocamento Depois de Maxwell, na segunda metade do séc. XIX, ter for-
dos elétrons em um sistema; mulado as leis fundamentais da eletrodinâmica, surgiu a seguinte
- U cria uma ddp que permite a saída do elétron; questão: será que o princípio da relatividade, verdadeiro para os
- Equilíbrio estável: Cessa a passagem de corrente elétrica. Ca- fenômenos mecânicos, se estende aos fenômenos eletromagnéti-
pacitor carregado a partir de uma corrente variável; cos? Por outras palavras, decorrerão os processos eletromagnéticos
- Capacidade elétrica: Constante de proporcionalidade entre Q (interação das cargas e correntes, propagação das ondas eletromag-
eV:C=Q/V; néticas, etc.) igualmente em todos os sistemas inerciais? Ou ainda,
- No condutor em equilíbrio eletrostático: Epot = Q2 / 2C ; o movimento uniforme e retilíneo, não influenciando os fenômenos
- Condutores em equilíbrio, igual a potencial elétrico; mecânicos, exercerá alguma influência nos processos eletromagné-
• Borracha - Isolante ou Dielétrico: ticos?
• - Atrapalha a interação entre as placas;
173
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Para responder a esta questão era necessário verificar se mo- De acordo com este ponto de vista, não são as equações do
dificariam as leis principais da eletrodinâmica na passagem de um campo magnético que estão incorretas, mas sim as leis da mecânica
sistema inercial para outro ou se, à semelhança das leis de Newton, de Newton, as quais estão de acordo com a antiga noção de espaço
elas se conservariam. Só no último caso seria possível deixar de du- e tempo. É necessário alterar as leis da mecânica, e não as leis de
vidar sobre a veracidade do princípio da relatividade nos processos eletrodinâmica de Maxwell.
eletromagnéticos e considerar este princípio como uma lei geral da Só a terceira possibilidade é que é correta. Einstein desenvol-
Natureza. veu-a gradualmente e criou uma nova concepção do espaço e do
tempo. As duas primeiras possibilidades vieram a ser rejeitadas
pela experiência.
Quando Hertz tentou mudar as leis da eletrodinâmica de Ma-
As leis da eletrodinâmica são complexas e a resolução deste xwell verificou-se que as novas equações não podiam explicar mui-
problema não era nada fácil. No entanto, raciocínios simples pa- tos fatos observados. Assim, de acordo com a teoria de Hertz, a
reciam ajudar a encontrar a resposta certa. De acordo com as leis água em movimento deverá arrastar completamente consigo a luz
da eletrodinâmica, a velocidade de propagação das ondas eletro- que se propaga nela, visto que ela arrasta o éter, onde a luz se pro-
magnéticas no vácuo é igual em todas as direções e o seu valor é paga. A experiência mostrou que na realidade isso não se passava.
c = 3.1010 cm/s. Mas, por outro lado, de acordo com o princípio da A experiência de Michelson. O ponto de vista de Lorentz, de
composição de velocidades da mecânica de Newton, a velocidade acordo com o qual deve existir um certo sistema de referência, vin-
só pode ser igual a c num dado sistema. Em qualquer outro sistema, culado ao éter mundial, que se mantém em repouso absoluto, tam-
que se mova em relação ao sistema dado com velocidade v , a velo- bém foi rejeitado por experiências diretas.
cidade da luz deveria ser igual a Se a velocidade da luz só fosse igual a 300 000 km/s num sis-
tema vinculado ao éter, então, medindo a velocidade da luz em
qualquer outro sistema inercial, poder-se-ia observar o movimento
deste sistema em relação ao éter e determinar a velocidade deste
movimento. Tal como num sistema que se mova em relação ao ar
Isto significa que se é verdadeiro o princípio da composição de surge vento, quando se dá o movimento em relação ao éter (isto,
velocidades, então, na passagem de um sistema inercial para outro, claro, admitindo que o éter existe) deveria surgir “vento de éter”.
as leis da eletrodinâmica deverão alterar-se de tal modo que neste A experiência para verificação do “vento de éter” foi realizada em
sistema a velocidade da luz, em vez de ser igual a c, será igual a 1881 pelos cientistas americanos A. MICHELSON e E. MORLEY, se-
De forma verificou-se que existiam algumas contradições en- gundo uma ideia avançada 12 anos antes por Maxwell.
tre a eletrodinâmica e a mecânica de Newton, cujas leis estão de Nesta experiência compara-se a velocidade da luz na direção
acordo com o princípio da relatividade. As tentativas de resolver as do movimento da Terra e numa direção perpendicular. A medição
dificuldades que surgiram foram feitas em três direções diferentes. foi feita com grande exatidão com o auxílio de um instrumento es-
A primeira possibilidade consistia em declarar que o princípio pecial - interferômetro de Michelson. As experiências foram realiza-
da relatividade não se podia aplicar aos fenômenos eletromagnéti- das a diferentes horas do dia e em diferentes épocas do ano. Mas
cos. Este ponto de vista foi defendido pelo grande físico holandês G. obteve-se sempre um resultado negativo: não foi possível observar
LORENTZ, fundador da teoria eletrônica. Os fenômenos eletromag- o movimento da Terra em relação ao éter.
néticos eram vistos, desde o tempo de Faraday, como processos Esta situação é semelhante à que se verificaria se, deitando a
que decorriam num meio especial, que penetra em todos os corpos cabeça de fora pela janela de um automóvel à velocidade de 100
e ocupa todo o espaço - “ o éter mundial “. Um sistema inercial km/h, não sentíssemos o vento soprando contra nós.
parado em relação ao éter é, segundo Lorentz, um sistema privile- Deste modo, a hipótese da existência de um sistema de refe-
giado. Nele, as leis da eletrodinâmica de Maxwell são verdadeiras e rência privilegiado também foi rejeitada experimentalmente. Por
têm uma forma mais simples. Só neste sistema a velocidade da luz sua vez, isto significava que não existe nenhum meio especial,
no vácuo é igual em todas as direções. “éter”, ao qual se possa vincular esse tal sistema privilegiado.
A segunda possibilidade consiste em considerar as equações de
Maxwell falsas e tentar modificá-las de tal modo que com a passa- MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO
gem de um sistema inercial para outro (de acordo com os habituais
conceitos clássicos de espaço e de tempo) não se alterem. Tal ten- A que se deve o magnetismo?
tativa foi feita, em particular, por G.HERTZ. Segundo Hertz, o éter Os antigos gregos já sabiam que algumas rochas, procedentes
é arrastado totalmente pelos corpos em movimento e por isso os de uma cidade da Ásia Menor chamada Magnésia, atraíam peda-
fenômenos eletromagnéticos decorrem igualmente, independente- ços de ferro. Essas rochas eram formadas por um mineral de ferro
mente do fato do corpo estar parado ou em movimento. O princípio chamado magnetita. Por extensão, diz-se dos corpos que apresen-
da relatividade é verdadeiro. tam essa propriedade que eles estão magnetizados, ou possuem
Finalmente, a terceira possibilidade da resolução das dificul- propriedades magnéticas. Assim, magnetismo é a propriedade que
dades consiste na rejeição das noções clássicas sobre o espaço e algumas substâncias têm de atrair pedaços de ferro.
tempo para que se mantenha o princípio da relatividade e as leis de
Maxwell. Este é o caminho mais revolucionário, visto que significa a
revisão das mais profundas e importantes noções da física.
174
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Imã Natural:
- Magnetita - Oxido de Ferro (Fe3O4)
Polos magnéticos com o mesmo nome se repelem e de nomes Um outro fato observado é que os imãs têm, em geral, dois
contrários se atraem - Lei das Ações Magnéticas; pontos a partir dos quais parecem se originar as forças. Quando pe-
As linhas de indução saem do polo NORTE e chegam no polo gamos, por exemplo, um irmã em forma de barra (Fig. 1) e o aproxi-
SUL (Externamente ao imã); mamos de pequenos fragmentos são atraídos por dois pontos que
estão próximos das extremidades. Tais pontos foram denominados
polos.
Quando um imã em forma de barra é suspenso de modo a po-
der girar livremente (Fig. 2), observa-se que ele tende a se orientar,
aproximadamente, na direção norte-sul. Por esse motivo, a extre-
midade que se volta para o norte geográfico foi chamada de polo
Inseparabilidade dos polos: norte (N) e a extremidade que se volta para o sul geográfico foi cha-
Secções sucessivas - Imãs moleculares; mada de polo sul
175
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
O campo magnético
Para interpretar a ação dos imãs, dizemos que eles criam em
torno de e um campo, denominado indução magnética ou, sim-
Resumindo essas observações podemos dizer que: plesmente, campo magnético. Esse campo, que é representado por
polos de nomes diferentes de atraem e polos de mesmo nome tem sua direção determinada usando um pequeno imã em for-
se repelem ma de agulha (bússola). Colocamos essa bússola próxima do imã.
Quando a agulha ficar em equilíbrio, sua direção é a do campo mag-
Magnetismo da Terra nético (Fig. 7). O sentido de é aquele para o qual aponta o norte
A partir dessas observações concluímos que a Terra se compor- da agulha.
ta como se no seu interior houvesse um gigantesco imã em forma Para visualizar a ação do campo, usamos aqui o mesmo recur-
de barra (Fig. 4). Porém, medidas precisas mostram que os polos so adotado no caso do campo elétrico: as linhas de campo. Essas
desse grande imã não coincidem com os polos geográficos, embora linhas são desenhadas de tal modo que, em cada ponto (Fig. 8), o
estejam próximos. Assim: campo magnético é tangente à linha. O sentido da linha é o mesmo
• o polo norte da bússola é atraído pelo sul magnético, que sentido do campo.
está próximo do norte geográfico.
• o polo sul da bússola é atraído pelo norte magnético, que
está próximo do sul geográfico.
176
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Verifica-se aqui uma propriedade semelhante à do caso do MOVIMENTO DE CARGAS EM UM CAMPO MAGNÉTICO
campo elétrico: o campo é mais intenso onde as linhas estão mais
próximas. Assim, no caso do Fig. 8, o campo magnético no ponto A Movimento de carga elétrica no campo magnético Uniforme:
é mais intenso do que o campo no ponto B. • 1º Caso: v lançada Paralelamente a B (v // B);
As linhas de campo do campo magnético são também de linhas • - Carga não desvia - Movimento Retilíneo Uniforme;
de indução. • Fm = 0 (mínima);
• a = 0 ;
Campo magnético uniforme • M.R.U. ;
Para o caso de um imã em forma de ferradura (Fig. 9), há uma • 2º Caso: v lançada Perpendicularmente a B ;
pequena região onde o campo é uniforme. Nessa região o campo • - A força magnética exerce a função de resultante centrí-
tem o mesmo módulo, a mesma direção e o mesmo sentido em peta. M.C.U. ;
todos os seus pontos. Como consequência, as linhas de campo são • Fm = |q| . v. B ;
paralelas. • Fm = Fcp ;
• r = m . v / |q| . B - Raio da Trajetória Circular;
• a = 90º ;
• - Período (T): Tempo gasto numa volta completa:
• T = 2ñ . m / |q| . B
• ñ - Equivalente a “Pi” (3,14) ;
• 3º Caso: v lançada Obliquamente a B;
• - Movimento Helicoidal (hélice Cilíndrica) Uniforme
(M.H.U.);
• Fm = |q| . v . B . Sen(a) ;
Fig. 9- Na região sombreada, o campo magnético é uniforme. Força Magnética sobre condutor Retilíneo no Campo Magnéti-
co Uniforme:
Quando um imã em forma de barra é colocado numa região - Módulo: Fm = B . i . L . sen(a) ;
onde há um campo magnético uniforme (Fig. 10) fica sujeito a um - Direção: É perpendicular ao plano de B e de i ;
par de forças de mesma intensidade, mas sentidos opostos, forman- - Sentido: É dado pela regra da Mão Esquerda:
do um binário cujo momento (ou torque) M tem módulo dado por: Polegar - Fm;
• | M | = F. d Indicador - B;
Médio - i ;
Obs.: O sentido pode ser pela Regra do Tapa (mão direita) tam-
bém, onde a palma da mão indica a Fm, o polegar o i e os demais
dedos o campo B;
177
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Como
I=nqAv
Mencionamos que a correlação entre Magnetismo e Eletricida- Assim chamando de r’ o vetor posição do elemento de arco do
de, está associada a um efeito relativístico. Tal demonstração pode circuito, com relação ao sistema de referência usado no problema,
ser desenvolvida a partir de certos conhecimentos, até o momento r-r’ será o vetor correspondente ao vetor r da expressão anterior.
ainda não disponíveis, a nosso nível. Portanto:
Admitamos que uma carga elétrica, q , esteja em movimento B = ò k I dlx(r-r’) /(r-r’)3
com velocidade v. Ela gera em torno de si um campo magnético B, com a mesma notação anterior para o termo elevado ao cubo.
que obedece à seguinte relação vetorial:
B = k qvxur/r2 Esta expressão também é conhecida como lei de Biot-Savart,
onde k é uma constante de proporcionalidade a ser definida. para o campo magnético B. A direção do campo magnético é conhe-
cida quando se coloca a mão direita em torno do fio, com o polegar
Observe-se que, diferentemente do campo elétrico E, o cam- ao longo da direção da corrente elétrica I : a direção dos outros
po magnético B da partícula não está alinhado com ela, e sim per- dedos da mão indicam a direção de B.
pendicular ao plano formado pelo vetor posição r do ponto P onde
queremos calcular o campo, e o vetor velocidade v da partícula que
está gerando o campo B.
178
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
LEIS DE NEWTON.
As leis de Newton
A cinemática é o ramo da ciência que propõe um estudo so-
bre movimento, sem, necessariamente se preocupar com as suas
causas.
Quando partimos para o estudo das causas de um movimento, Caso 4 – Caso Geral – Com base na lei dos Cossenos
aí sim, falamos sobre a dinâmica. Da dinâmica, temos três leis em
que todo o estudo do movimento pode ser resumido. São as cha-
madas leis de Newton:
Primeira lei de Newton – a lei da inércia, que descreve o que
ocorre com corpos que estão em equilíbrio.
Segunda lei de Newton – o princípio fundamental da dinâmica,
que descreve o que ocorrer com corpos que não estão em equilí-
brio.
Terceira lei de Newton – a lei da ação e reação, que explica o
comportamento de dois corpos interagindo entre si.
179
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A terceira Lei de Newton em uma superfície mais lisa, e chegou a conclusão que o corpo per-
A terceira lei, também conhecida como lei da ação e reação corria uma distância maior após cessar a ação da força, concluindo
diz que, se um corpo faz uma força em outro, imediatamente ele que o corpo parava, após cessado o empurrão, em virtude da ação
receberá desse outro corpo uma força de igual intensidade, igual do atrito entre a superfície e o corpo, cujo efeito sempre seria re-
direção e sentido oposto à força aplicada, como é mostrado na fi- tardar o seu movimento. Segundo a conclusão do próprio Galileu
gura a seguir. podemos considerar que: se um corpo estiver em repouso, é ne-
cessária a ação de uma força sobre ele para colocá-lo em movimen-
to. Uma vez iniciado o movimento, cessando a ação das forças que
atuam sobre o corpo, ele continuará a se mover indefinidamente,
em linha reta, com velocidade constante.
180
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
181
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Newton permaneceu na presidência da Real Academia de Ciências Podemos resumir o comportamento do módulo da força de
de Londres. Com a modéstia própria de muitos sábios, Newton afir- atrito em função de uma força externa aplicada a um corpo, a par-
mava que ele conseguiu enxergar mais longe do que os outros cole- tir do gráfico ao lado.
gas porque se apoiou em “ombros de gigantes”.
Note-se nesse gráfico que, para uma pequena força aplicada
Aplicações Envolvendo Forças de Atrito ao corpo, a força de atrito é igual à mesma. A força de atrito surge
Podemos perceber a existência da força de atrito e entender as tão somente para impedir o movimento. Ou seja, ela surge para
suas características através de uma experiência muito simples. To- anular a força aplicada. No entanto, isso vale até um certo ponto.
memos uma caixa bem grande, colocada no solo, contendo madei- Quando o módulo da força aplicada for maior do que
ra. Podemos até imaginar que, à menor força aplicada, ela se deslo-
cará. Isso, no entanto, não ocorre. Quando a caixa ficar mais leve, à
medida que formos retirando a madeira, atingiremos um ponto no
qual conseguiremos movimentá-la. A dificuldade de mover a caixa O corpo se desloca. Esse é o valor máximo atingido pela força
é devida ao surgimento da força de atrito Fat entre o solo e a caixa. de atrito. Quando o corpo se desloca, a força de atrito diminui, se
mantém constante e o seu valor é
182
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Fórmulas
Na física clássica, a quantidade de movimento linear ( )é
definida pelo produto de massa ( ) e velocidade ( ). Colisões entre partículas, elásticas e inelásticas, uni e bidi-
mensionais
Empregamos o termo de colisão para representar a situação na
qual duas ou mais partículas interagem durante um tempo muito
O valor é constante em sistemas nos quais não há forças exter- curto. Supomos que as forças impulsivas devidas a colisão são mui-
nas atuando. to maiores que qualquer outra força externa presente.
O momento linear total é conservado nas colisões. No entanto,
Mesmo em uma colisão inelástica - onde a conservação da a energia cinética não se conserva devido a que parte da energia
energia mecânica não é observada - a conservação do momento cinética se transforma em energia térmica e em energia potencial
linear permanece válida se sobre o sistema não atuar força externa elástica interna quando os corpos se deformam durante a colisão.
resultante.
183
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Definimos colisão inelástica como a colisão na qual não se con- Colocando-se as massas mA e mB em evidência, temos
serva a energia cinética. Quando dois objetos que chocam e ficam
juntos depois do choque dizemos que a colisão é perfeitamente
inelástica. Por exemplo, um meteorito que se choca com a Terra.
podendo ser escrito como
Em uma colisão elástica a energia cinética se conserva. Por
exemplo, as colisões entre bolas de bilhar são aproximadamente
elásticas. A nível atômico as colisões podem ser perfeitamente elás- Reescrevendo a primeira equação após colocarmos as massas
ticas. em evidência tem-se
Colisão Inelástica
onde e é o coeficiente de restituição e tem um valor entre 0 Para dois corpos A e B em colisão inelástica, há perda de ener-
e 1, relação foi proposta por Newton . O valor de um é para um gia cinética, mas conservando-se a energia mecânica. Após o cho-
choque perfeitamente elástico e o valor de zero para um choque que, os corpos deslocam-se em conjunto com velocidades finais
perfeitamente inelástico. iguais e um coeficiente de restituição e = 0.
O coeficiente de restituição é a razão entre a velocidade rela-
tiva de afastamento depois do choque, e a velocidade relativa de Como é válida a conservação da quantidade de movimento
aproximação antes do choque das partículas.
Colisão Elástica
Para dois corpos A e B em colisão elástica, não há perda de O que é importante relembrar? As colisões são divididas em
energia cinética (conservação da energia) entre os instantes antes e dois grupos: as Elásticas e as Inelásticas (essa subdivida em coli-
depois do choque. As energias cinéticas são escritas como sões inelásticas e perfeitamente inelásticas). A colisão inelástica
tem como característica o fato do momento linear do sistema se
conservar, mas a energia cinética do sistema não. A colisão elástica
tem como propriedade o fato de tanto o momento linear como a
energia cinética do sistema se conservarem.
A quantidade de movimento é conservada por ser nulo o so- Estudo das Colisões
matório das forças externas e para os dois corpos A e B os seus Quando dois corpos colidem como, por exemplo, no choque
momentos lineares antes e depois da colisão são dados por: entre duas bolas de bilhar, pode acontecer que a direção do mo-
vimento dos corpos não seja alterada pelo choque, isto é, eles se
movimentam sobre uma mesma reta antes e depois da colisão.
Quando isso acontece, dizemos que ocorreu uma colisão unidimen-
sional.
184
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplo:
Calcular o trabalho de uma força constante de 12 N, cujo ponto
de aplicação se translada 7 m, se o ângulo entre as direções da for-
ça e do deslocamento são 0º, 60º, 90º, 135º, 180º.
185
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
- Ramo AB
Trajetória y=x2/3, dy=(2/3)x·dx.
A velocidade final v é
Calcular o trabalho efetuado pela força ao longo do caminho O Peso é uma Força Conservativa
fechado ABCA. Calculemos o trabalho da força peso F=-mg j quando o corpo
- A curva AB é um ramo de parábola y=x2/3. se desloca da posição A cuja ordenada é yA até a posição B cuja
- BC é o segmento de reta que passa pelos pontos (0,1) e (3,3) e ordenada é yB.
- CA é a porção do eixo Y que vai desde a origem ao ponto (0,1)
186
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A energia potencial Ep correspondente a força conservativa Igualando ambos trabalhos, obtemos a expressão do princípio
peso tem a forma funcional de conservação da energia
EkA+EpA=EkB+EpB
A função energia potencial Ep correspondente a força conser- - Posição inicial x=3 m, v=0.
vativa F vale Ep=2·10·3=60 J, Ek=0, EA=Ek+Ep=60 J
- Quando x=1 m
187
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
WAB=mg x
WBA=-mg x
188
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Corpos carregados
Quando um corpo perde elétrons dizemos que ele está positivamente carregado.
Quando ganha elétrons dizemos que ele está negativamente carregado. Quando o número de elétrons em um corpo é igual ao número
de prótons, dizemos que o corpo está neutro.
Um experimento relacionado aos primórdios do estudo da eletricidade pode ser realizado com um bastão de vidro pendurado por um
barbante. Se atritarmos esse bastão em um pedaço de lã, notaremos que ambos se atrairão mutuamente.
Agora se atritarmos o bastão de vidro no tecido de lã e o deixarmos pendurado, aproximando dele outro bastão de vidro que tenha
sido friccionado em outro pedaço de lã, notaremos que os bastões se repelem.
Essas observações demonstraram a ocorrência de fenômenos elétricos. Os cientistas consideram que, ao atritarmos os materiais vidro
e lã, o bastão de vidro passa a ser portador de carga elétrica positiva e o pedaço de lã passa a ser portador de carga elétrica negativa. Os
sinais de positivo e negativo atribuídos a essas cargas são uma convenção científica.
Se os dois corpos apresentam cargas de sinais opostos, as forças tendem a fazê-los de aproximar. Por outro lado, se os dois corpos
possuem carga de mesmo sinal, as forças tendem a fazê-los se afastar.
Eletrização por atrito
Diferentes materiais têm diferentes tendências à eletrização. Quando vidro de lã são atritados, dizemos que ambos materiais adqui-
rem carga elétrica pelo processo de eletrização por atrito.
Com base em muitos experimentos similares, foi possível aos cientistas determinarem a tendência dos materiais a adquirir carga elé-
trica positiva ou negativa, quando atritados uns com os outros.
Essa tendência pode ser expressa por meio de uma sequência como a mostrada abaixo.
189
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Condutores elétricos
Imagine duas esferas de metal, um pouco afastadas entre si, uma delas eletrizada com carga positiva e a outra não-eletrizada. Se um
bastão de metal tocar as duas esferas simultaneamente, verifica-se que parte da carga elétrica é transferida para a outra esfera. Porém, se
utilizarmos um bastão de madeira, a carga permaneceria na esfera eletrizada, e a outra não receberia nem um pouco dessa carga.
Esse experimento evidencia que o metal é o material condutor elétrico e a madeira é um material isolante elétrico.
De fato, os condutores elétricos mais conhecidos são os metais como o cobre, o ferro o alumínio, o ouro e a prata. Entre eles, o
cobre, metal de aspecto marrom-avermelhado, é usado na fiação elétrica das casas. Entre os isolantes elétricos podemos citar, além da
madeira, os plásticos em geral, o ar (a temperatura e pressão ambientes), as borrachas e o isopor (que na verdade, é um tipo de plástico).
A grande maioria dos metais conhecidos se encaixa em um desses dois grupos: condutor elétrico e isolantes elétrico. Há, contudo,
certos materiais que não se enquadram bem em nenhuma dessas duas categorias, mas sim em um grupo intermediário, conhecidos como
semi-condutores. Dois exemplos são o silício e o germânio, empregados na indústria para elaborar alguns componentes usados em apa-
relhos eletrônicos.
190
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Massa média
191
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplo
Na figura abaixo, representamos um trecho de um circuito per-
corrido pelas correntes i1, i2, i3 e i4.
Indicamos ainda o ponto onde os condutores se encontram
(nó):
192
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplo
No circuito abaixo, determine as intensidades das correntes em
todos os ramos.
Solução
Primeiro, vamos definir um sentido arbitrário para as correntes Por isso, nessa situação há energia potencial armazenada na
e também o sentido que iremos seguir na malha. pilha, de modo muito parecido com o que possui um objeto situado
Neste exemplo, escolhemos o sentido conforme esquema abai- a uma altura h do chão: é só soltá-lo, que ele entra em movimento.
xo: Da mesma forma, ao ligar um fio à pilha, uma corrente surge no fio.
Diferença de potencial
Ao abandonarmos um corpo a certa altura, ele sempre cai. Isso
ocorre porque existe uma diferença de energia potencial entre o
local em que o corpo estava e o solo.
Em uma pilha comum ocorre algo semelhante. A pilha assim
como a tomada de nossa casa, a bateria do carro ou do celular, en- Devido a diferença de potencial, podemos levar choques.
fim, qualquer gerador de energia elétrica, é um dispositivo no qual Como o nosso corpo é bom condutor de eletricidade, se tocarmos
se conseguiu estabelecer dois de seus pontos: um que precisa de em dois pontos que existe diferença de potencial, uma corrente
elétrons e o outro que os tem sobrando. atravessará o nosso corpo. Dependendo da intensidade dessa cor-
Em uma pilha, no ponto denominado pólo negativo há elé- rente e do caminho que ela percorrer no corpo um choque pode até
trons sobrando, e no pólo positivo há falta de elétrons. Se ligásse- mesmo levar à morte.
mos esses pontos por meio de um fio condutor, os elétrons entra-
riam em movimento e uma corrente surgiria no fio.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Matematicamente, temos:
Por exemplo, num chuveiro elétrico de 2200 W, ligado à rede de 110V, podemos calcular a corrente que o percorre:
195
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Eletroímãs EXEMPLO
Há um tipo muito interessante de imã chamado eletroímã. É Uma espira retangular, de área A = 0,50 m² e resistência R = 2,0
um dispositivo no qual a eletricidade percorre um fio enrolado em está numa região onde há um campo magnético uniforme
um pedaço de ferro e que se comporta como um imã. como indica a Fig. 10, sendo θ = 60º.
197
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Esta capacidade do transformador permitiu a grande expansão Utilizam-se também noutros casos, como, por exemplo, para
no transporte, distribuição e utilização da energia elétrica e, junta- alimentar o altifalante com o sinal proveniente do circuito de saída
mente com o motor de corrente alternada, mostrou o grande in- dum amplificador.
teresse da utilização da corrente alternada, numa época em que
se confrontavam ideias sobre a melhor maneira de usar a energia Funcionamento sem carga (em vazio)
elétrica, se sob a forma de corrente contínua ou sob a forma de Se o segundo enrolamento permanecer aberto, sua presença
corrente alternada. não altera o comportamento do dispositivo; portanto, ele não mo-
difica a essência do que foi anteriormente discutido para o reator.
Os transformadores mais generalizados são o monofásico e o Podemos representar a situação pela Figura 8, na qual o primeiro
trifásico. enrolamento está excitado como antes. Este primeiro enrolamento
No transformador monofásico existe um núcleo de ferro em pode ser chamado enrolamento primário, porque recebe a corrente
torno do qual estão montadas duas bobines, uma para receber a de excitação que produz o fluxo. O enrolamento que se concate-
tensão (o primário) e outra para fornecer a tensão (o secundário). na com este fluxo é chamado enrolamento secundário. Entretan-
to, qual dos dois deva ser excitado é uma questão puramente de
conveniência e qualquer dos dois pode ser primário ou secundário.
198
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
199
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A Figura 11 mostra uma representação de um transformador Ela cria um campo magnético também oscilante. Energia ele-
ideal, que é mesmo mostrado no retângulo tracejado da Figura 10. tromagnética se propaga a partir da antena, levando a informação
dessas oscilações, as que são percebidas como uma onda eletro-
magnética. A cada oscilação completa com um período T = 1 / f, o
fluxo de energia tem viajado uma distância L= c.T, denominado de
comprimento de onda.
ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
O rádio e a televisão funcionam graças a ondas eletromagnéti-
cas. Numa estação de rádio, ou televisão, existem os transmissores
e uma antena. A antena é um condutor de corrente elétrica, cujos
elétrons executam um movimento vibratório, com determinada
frequência. Esse movimento é produzido pelos circuitos dos trans- Esquema de onda eletromagnética: campos elétricos e magné-
missores. O movimento vibratório dos elétrons cria as ondas eletro- ticos propagando-se com a velocidade da luz
magnéticas características daquela estação e que se propagam em
todas as direções do espaço.
No aparelho de rádio, ou televisão, também existem circuitos A USINA ELÉTRICA/ APLICAÇÕES
e uma antena. Na antena receptora os elétrons também têm movi-
mento vibratório, de mesma frequência que os elétrons da antena HISTÓRIA;
transmissora. Esse movimento é produzido pelas ondas eletromag- A primeira usina elétrica brasileira foi instalada em 1883, na ci-
néticas captadas pela antena. dade de Campos (RJ). Era uma usina termoelétrica. A primeira usina
Os elétrons da antena transmissora produzem a onda e esta faz hidrelétrica brasileira foi construída pouco depois no município de
os elétrons da antena receptora vibrarem com a mesma frequência. Diamantina (MG), aproveitando as águas do Ribeirão do Inferno,
As ondas eletromagnéticas são dois campos perpendiculares afluente do rio Jequitinhonha.
variáveis, um elétrico e outro magnético, que se propagam. Essa Mas a primeira hidrelétrica do Brasil para serviços de utilidade
propagação pode ocorrer no vácuo e em determinados materiais. pública foi a do rio Paraibuna, produzia energia para a cidade de Juiz
Como exemplo de ondas eletromagnéticas, podemos citar as de Fora (MG). Era muito difícil naquela época construir uma usina
ondas de rádio, as ondas de televisão, as ondas luminosas, as micro- elétrica. O Brasil não tinha nenhuma fábrica de máquinas térmicas,
-ondas, os raios X e outras. Essas denominações são dadas de acor- nem possuía grandes reservas exploradoras de carvão ou petróleo,
do com a fonte geradora dessas ondas e, em geral, correspondem a que são os combustíveis dessas máquinas. O panorama só come-
diferentes faixas de frequências. çou a mudar realmente a partir da 1.a Guerra Mundial. Pois ficou
No vácuo, todas as ondas eletromagnéticas propagam-se com muito difícil importar, e por isso, muitos bens passaram a ser feitos
a velocidade de 300.000 km/s. aqui. Isso fez com que numerosas indústrias viessem para o Bra-
sil, principalmente para São Paulo, todas elas precisando consumir
Geração de ondas eletromagnéticas grandes quantidades de energia elétrica. O governo resolveu então
As ondas eletromagnéticas são geradas por cargas elétricas dar incentivos para as empresas de energia elétrica que quisessem
aceleradas. Cargas elétricas em repouso ou em movimento com vir para o Brasil. A mais importante foi a band and Share, norte-a-
velocidade constante não produzem ondas eletromagnéticas. Um mericana que organiza dez empresas de energia elétrica, localizada
estudo detalhado dos vários processos de geração de ondas ele- em nove capitais brasileiras e na cidade de Pelotas (RS). Em 1930, o
tromagnéticas está fora dos objetivos deste curso. Neste capítulo Brasil já possuía 891 usinas, sendo 541 hidrelétricas, 337 térmicas e
trataremos apenas dos aspectos fundamentais do campo eletro- 13 mistas. Com a 2.a Guerra Mundial voltou o problema de impor-
magnético produzido por uma carga acelerada e sua aplicação no tação e de racionamento de carvão e petróleo. A essa altura a usina
estudo de uma antena transmissora de radiofrequência. Serão elétrica já era utilizada para outras finalidades, além da indústria da
dadas também algumas noções sobre a chamada “radiação sincro- iluminação pública e doméstica.
tron”. Processos quânticos de emissão de radiação serão estudados Uma delas era o transporte elétrico no Brasil. Por isso, eles fi-
na parte de Física Moderna do curso. caram conhecidos com o nome de “bondes”. Mas o crescimento
da capacidade instalada continuava pequeno. Em 1940 tínhamos
Ondas eletromagnéticas 1.243MW e, em 1945 havíamos aumentado para apenas 1.341MW.
A tecnologia moderna tem criado emissores de radiação que O governo decidiu intervir para aumentar a taxa de crescimento
são usados em comunicações. São as antenas de rádio e TV. Para e disciplinar melhor a produção e distribuição de energia elétrica
simplificar, elas podem ser imaginadas como uma barra metálica que até então estava nas mãos das empresas estrangeiras. Um dos
onde correntes elétricas circulam hora numa direção, hora em ou- primeiros passos foi a criação da Companhia Hidrelétrica de São
tra ao longo barra, equivalendo a uma corrente oscilante com fre- Francisco (CHESF) que imediatamente começou a construir a usina
quência f. de Paulo Afonso. Em 1952 foram organizadas as centrais de Minas
Gerais (CEMIG) com cinco empresas regionais e suas subsidiárias.
Em 1957, crio-se as centrais elétricas de Furnas, que comandou a
200
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
construção das usinas de Porto Colômbia, Marimbondo, Estreito, Um outro modo de pensar é observar que o fluxo de atra-
Volta Grande e Água Vermelha. Em 1966, foram reunidas as centrais vés da espira está aumentando. Assim, a espira tentará diminuir
elétricas do Rio Pardo CHERP as usinas elétricas de Paranapanema esse fluxo, produzindo um campo (Fig. 5) que tem sentido
(USEIPA) e as centrais elétricas de Urubupunbá (CELUSA), para for- oposto ao campo do imã. Para que isso aconteça a corrente induzi-
mar as centrais elétricas de São Paulo (CESPE). da deve ter o sentido indicado na figura.
Já em 1954 o presidente Getúlio Vargas sentira necessidade
de criar uma grande empresa estatal para planejar e coordenar a
construção das usinas produtoras de energia e sistematizar sua dis-
tribuição.
No entanto sua ideia só vingou em 1963 no governo de Jânio
Quadros. À partir daí, o panorama da energia elétrica brasileira mu-
dou radicalmente. Enquanto entre 1940 1 1945 a capacidade insta-
lada aumentara apenas 1,5%. Entre 1962 1976 ela triplicou passan-
do de 5.729MW para 17.700MW. E de 1976 para 1985 esperava-se
que novamente triplique. Para isso era necessário contar com a usi- EXEMPLO
na de Itaipú, a maior hidrelétrica do mundo com 14.000MW. Na Fig. 6 temos um condutor dobrado em forma de U sobre o
Paralelamente a esse aumento da capacidade instalada, a qual se apoia um condutor retilíneo YZ. O conjunto está em uma
Eletrobrás estuda outras fontes de energia como a solara e a das região em que há um campo magnético e o condutor YZ está sendo
marés, e formas de transportar grandes quantidades de energia a puxado para a direita.
longas distâncias.
Quando os rios das regiões Sudeste, Sul e Nordeste estiverem
totalmente aproveitados será possível transferir energia entre vá-
rias regiões por intermédio de um sistema elétrico integrado de
âmbito nacional.
A LEI DE LENZ
Heinrich Lenz (1804 - 1865), nascido na Estônia, descobriu que:
A corrente induzida tem um sentido tal que se opõe à variação
de fluxo Desse modo a área do circuito W Y Z K está aumentando o que
acarreta o aumento do fluxo de através do circuito. Em conse-
EXEMPLO quência teremos uma corrente induzida no circuito que irá contrair
o aumento de fluxo
Para que isso ocorra, a corrente deverá produzir um campo de
de sentido oposto ao de e, para isso, a corrente deverá ter sen-
tido anti-horário (Fig. 7).
EXEMPLO
Na Fig. 8 representamos uma espira entre os polos de um imã.
Se girarmos a espira, iremos provocar a variação do ângulo θ (Fig. 9)
Na Fig. 3 representamos um imã sendo aproximado de uma entre o campo e o vetor perpendicular ao plano da espira.
espira.
201
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
TERMODINÂMICA BÁSICA
Termodinâmica
A Termodinâmica é a parte da Física que estuda principalmen-
te a transformação de energia térmica em trabalho.
Onde:
U: energia interna do gás;
n: número de mol do gás;
R: constante universal dos gases perfeitos;
T: temperatura absoluta (kelvin). Assim como para os sistemas mecânicos, o trabalho do sistema
Como, para determinada massa de gás, n e R são constantes, a será dado pelo produto da força aplicada no êmbolo com o deslo-
variação da energia interna dependerá da variação da temperatura camento do êmbolo no cilindro:
absoluta do gás, ou seja,
• Quando houver aumento da temperatura absoluta ocor-
rerá uma variação positiva da energia interna .
•
• Quando houver diminuição da temperatura absoluta, há
uma variação negativa de energia interna .
•
• E quando não houver variação na temperatura do gás, a
variação da energia interna será igual a zero .
202
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Diagrama p x V
É possível representar a transformação isobárica de um gás
através de um diagrama pressão por volume:
Exemplo:
(1) Um gás ideal de volume 12m³ sofre uma transformação,
permenecendo sob pressão constante igual a 250Pa. Qual é o volu-
me do gás quando o trabalho realizado por ele for 2kJ?
1ª Lei da Termodinâmica
Chamamos de 1ª Lei da Termodinâmica o princípio da conser-
vação de energia aplicada à termodinâmica, o que torna possível
prever o comportamento de um sistema gasoso ao sofrer uma
transformação termodinâmica.
Analisando o princípio da conservação de energia ao contexto
da termodinâmica:
Um sistema não pode criar ou consumir energia, mas apenas
armazená-la ou transferi-la ao meio onde se encontra, como tra-
balho, ou ambas as situações simultaneamente, então, ao receber
uma quantidade Q de calor, esta poderá realizar um trabalho e
aumentar a energia interna do sistema ΔU, ou seja, expressando
matematicamente:
203
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplo:
(1) Ao receber uma quantidade de calor Q=50J, um gás realiza um trabalho igual a 12J, sabendo que a Energia interna do sistema
antes de receber calor era U=100J, qual será esta energia após o recebimento?
2ª Lei da Termodinâmica
Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior aplicação na construção de máquinas e utilização na indústria,
pois trata diretamente do rendimento das máquinas térmicas.
Dois enunciados, aparentemente diferentes ilustram a 2ª Lei da Termodinâmica, os enunciados de Clausius e Kelvin-Planck:
• Enunciado de Clausius:
O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de temperatura menor, para um outro corpo de temperatura mais alta.
Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é da temperatura mais alta para a mais baixa, e que para que o
fluxo seja inverso é necessário que um agente externo realize um trabalho sobre este sistema.
• Enunciado de Kelvin-Planck:
É impossível a construção de uma máquina que, operando em um ciclo termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido
em trabalho.
Este enunciado implica que, não é possível que um dispositivo térmico tenha um rendimento de 100%, ou seja, por menor que seja,
sempre há uma quantidade de calor que não se transforma em trabalho efetivo.
Maquinas térmicas
As máquinas térmicas foram os primeiros dispositivos mecânicos a serem utilizados em larga escala na indústria, por volta do século
XVIII. Na forma mais primitiva, era usado o aquecimento para transformar água em vapor, capaz de movimentar um pistão, que por sua
vez, movimentava um eixo que tornava a energia mecânica utilizável para as indústrias da época.
Chamamos máquina térmica o dispositivo que, utilizando duas fontes térmicas, faz com que a energia térmica se converta em energia
mecânica (trabalho).
204
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Ciclo de Carnot
Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a constru-
ção de uma máquina térmica ideal, que seria capaz de transformar
toda a energia fornecida em trabalho, obtendo um rendimento to-
tal (100%).
Para demonstrar que não seria possível, o engenheiro francês
Nicolas Carnot (1796-1832) propôs uma máquina térmica teórica
que se comportava como uma máquina de rendimento total, esta-
Rendimento das máquinas térmicas
belecendo um ciclo de rendimento máximo, que mais tarde passou
Podemos chamar de rendimento de uma máquina a relação
a ser chamado Ciclo de Carnot.
entre a energia utilizada como forma de trabalho e a energia for-
Este ciclo seria composto de quatro processos, independente
necida:
da substância:
Considerando:
=rendimento;
205
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplo:
Qual o rendimento máximo teórico de uma máquina à vapor,
cujo fluido entra a 560ºC e abandona o ciclo a 200ºC?
NOÇÕES DE INSTRUMENTAÇÃO
e
Logo: — Introdução à instrumentação e sua importância
A instrumentação é uma área da engenharia que envolve a me-
dição e controle de processos industriais. Ela é fundamental para
garantir que os processos operem de forma eficiente e segura, mi-
nimizando riscos e aumentando a produtividade. A instrumentação
Sendo: pode ser encontrada em diversos setores da indústria, desde a pro-
dução de produtos químicos e petróleo até a fabricação de alimen-
= temperatura absoluta da fonte de resfriamento tos e eletrônicos.
A importância da instrumentação está em sua capacidade de
= temperatura absoluta da fonte de aquecimento fornecer dados precisos e confiáveis sobre o processo. Através
desses dados, os engenheiros podem monitorar as condições do
Com isto se conclui que para que haja 100% de rendimento, processo e fazer ajustes necessários para garantir que ele esteja
todo o calor vindo da fonte de aquecimento deverá ser transforma- operando dentro dos parâmetros desejados. Isso permite que as
do em trabalho, pois a temperatura absoluta da fonte de resfria- empresas operem com mais eficiência, produzam menos resíduos e
mento deverá ser 0K. reduzam os custos de produção.
Partindo daí conclui-se que o zero absoluto não é possível para
um sistema físico.
206
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
— Instrumentos de medição: tipos e aplicações A manutenção dos instrumentos envolve a realização de ta-
Os instrumentos de medição são utilizados para coletar da- refas como limpeza, troca de peças desgastadas e reparo de danos.
dos sobre o processo, como temperatura, pressão, vazão e nível. Es- Ela é essencial para garantir que os instrumentos continuem ope-
ses dados são essenciais para monitorar as condições do processo rando de forma adequada e forneçam dados precisos e confiáveis
e fazer ajustes necessários para garantir que ele esteja operando de sobre o processo.
forma adequada. Existem diversos tipos de instrumentos de medi-
ção, cada um adequado para uma aplicação específica. — Redução de custos e aumento de eficiência
Entre os instrumentos de medição mais comuns estão os ter- A instrumentação é uma ferramenta importante para a re-
mômetros, que medem a temperatura, os manômetros, que me- dução de custos e aumento da eficiência nos processos industriais.
dem a pressão, os medidores de vazão, que medem a quantidade Através da automação e controle dos processos, é possível reduzir
de fluido que passa por um ponto, e os transmissores de nível, que o tempo de produção e minimizar desperdícios de matéria-prima e
medem o nível de um líquido em um tanque. Cada um desses ins- energia. Além disso, a instrumentação permite monitorar o proces-
trumentos possui suas próprias características e aplicabilidades, e é so em tempo real, identificando falhas e desvios que possam afetar
importante escolher o instrumento certo para a tarefa em questão. a qualidade do produto final.
207
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Átomo de Carbono
O átomo de carbono possui massa atômica (A) igual a 12,01u e número atômico (Z) igual a 6.
Veja a sua configuração eletrônica:
A propriedade mais importante do elemento carbono é a capacidade de unir seus átomos, formando cadeias carbônicas. Veja a se-
guir um exemplo de cadeia carbônica:
Tipos de Carbono
Os átomo de carbono que fazem parte de uma cadeia carbônica podem ser classificados devido ao número de átomos de carbono
ligados diretamente ao átomo de carbono que se deseja classificar. Diante disso, podemos ter em uma cadeia os seguintes tipos de áto-
mos de carbono:
-Carbono primário: Liga-se diretamente, no máximo, a outro átomo de carbono.
-Carbono secundário: Liga-se diretamente, diretamente a dois átomos de carbono.
-Carbono secundário: Liga-se diretamente, diretamente a três átomos de carbono.
-Carbono quaternário: Liga-se diretamente, diretamente a quatro átomos de carbono.
Exemplo:
As cadeias carbônicas podem ser classificadas de três tipos de acordo com a disposição dos átomos de carbono:
208
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplos:
3) Cadeia Mista
Possui pelo menos um ciclo (anel) e uma extremidade.
Exemplos:
Quanto à disposição dos átomos de carbono, as cabeias abertas podem ser classificadas como retas ou normais e ramificadas.
A) Retas ou Normais
Esse tipo de cadeia ocorre quando só existem carbonos primários e secundários na cadeia. Estando em uma única sequência, geram
apenas duas extremidades ou pontas.
Exemplos:
B) Ramificadas
São aquelas cadeias que possuem três ou mais extremidades, com carbonos terciários ou quaternários.
Exemplo:
209
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Quanto ao tipo de ligação entre os átomos de carbono, as cadeias são classificadas em saturadas e insaturadas.
A) Cadeia Saturada
Essa classificação é utilizada para as cadeias que possuem somente ligações simples entre os carbonos.
Exemplos:
B) Cadeia Insaturada
Nesse tipo de cadeia existe pelo menos uma instauração (dupla ou tripla ligação) entre os átomos de carbono.
Exemplos:
Quanto à natureza dos átomos que as constituem, as cadeias carbônicas dividem-se em homogêneas e heterogêneas.
A) Cadeia Homogênea
Esse tipo de cadeia não possui nenhum heteroátomo entre os carbonos, ou seja, essas cadeias são constituídas somente por carbo-
nos.
Exemplos:
B) Cadeia Heterogênea
Nesse tipo de cadeia existe pelo menos um heteroátomo entre os átomos de carbono, sendo que os heteroátomos mais comuns são
O, N, S e P.
Exemplos:
210
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A) Aromáticas
São consideradas cadeias aromáticas aquelas que possuem em sua estrutura pelo menos um núcleo benzênico, também denomina-
do anel aromático (C6H6).
Exemplos:
Quantidade de Ciclos
Um outro critério que pode ser utilizado para classificar as cadeias cíclicas está relacionado com a quantidade de ciclos (anéis ou
núcleo). Assim temos:
211
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Resumo
Hibridização
Hibridação de orbitais é uma interpenetração (mistura) que dá origem a novos orbitais, em igual número, denominados orbitais híbri-
dos.
Veja o tipo de hibridização para diferentes tipos de ligações entre carbonos:
- sp3
212
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Toda molécula que possuir ligações simples, a sua hibridização será sp3.
- sp2
Nesta molécula, eteno, temos uma ligação dupla, então a hibridização nesta ligação será sp2 (ligação sigma) e p (ligação pi). As de-
mais ligações são todas sp2.
- sp
H–C ≡ C–H
Neste caso, o etino possui uma ligação tripla, sendo uma hibridização sp (ligação sigma) e duas p (ligação pi). A ligação entre carbo-
nos e hidrogênios é sp.
Todas as ligações π são p puro.
Veja esta molécula:
=C=
Nesta molécula, há um ângulo de 180° entre as ligações duplas. A hibridização será sp e p para cada ligação dupla.
Uma ligação entre H – C será s – sp.
Exemplo:
Seja a seguinte molécula de etano, analise as suas ligações σ e π e o tipo de hibridização de cada ligação:
Carbono 1:
H – C [σ: s – sp3]
C – C [σ: sp3 – sp3]
Carbono 2:
C – C [σ: sp3 – sp3]
H – C [σ: s – sp3]
A química orgânica exerce grande participação no nosso cotidiano. Grande parte dos compostos produzidos em nosso corpo são orgâ-
nicos por exemplo a ureia e a glicose. Não apenas em nós, como também em todos os seres vivos, sejam eles vegetais ou animais.
Também a encontramos como combustível, na produção de tinta e sabões, até mesmo na criação de um novo composto que pode ser
usado para salvar vidas.
Produtos essenciais para a vida são orgânicos, por isso existem tantos diferentes compostos além do ar que respiramos (O2) e da água
que constitui 80% do nosso corpo, há um átomo que é fundamental: o Carbono.
FUNÇÕES ORGÂNICAS
As funções orgânicas são grupos em que os compostos orgânicos são divididos de acordo com o seu comportamento químico e pre-
sença de certos agrupamentos de átomos em suas estruturas.
Os compostos orgânicos recebem nomes oficiais que levam em consideração o número de carbonos, os tipos de ligações entre eles e
a função que as substâncias pertencem.
213
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
O esquema apresentado no quadro abaixo mostra, as partes básicas da nomenclatura de um composto orgânico.
Hidrocarbonetos
São compostos formados apenas por carbono (C) e hidrogênio (H). Os hidrocarbonetos podem ser subdivididos em várias classes em
função do tipo de ligação que apresenta entre os carbonos. Sua fórmula geral é dada por CXHY.
Os hidrocarbonetos se dividem de acordo com a sua estrutura e tipo de ligações entre carbonos. São tipos de hidrocarbonetos:
-alcanos
-alcenos
-alcinos
-alcadienos
-cicloalcanos
-cicloalcenos
-aromáticos
Alcanos
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta saturados, ou seja, possuem somente ligações simples entre os carbonos.
Fórmula Geral: CnH2n + 2(em que n = qualquer número inteiro).
Exemplos:
CH4:metano
H3C — CH3: etano
Alcenos
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem somente uma ligação dupla entre carbonos.
Fórmula Geral: CnH2n
Exemplos:
Alcinos
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia aberta que possuem tripla ligação entre carbonos.
O infixo “in” identifica a ligação tripla dos alcinos.
Fórmula Geral: CnH2n-2 (em que n = qualquer número inteiro).
Exemplos:
214
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Hidrocarbonetos cíclicos:
Exemplo:
Definição: são hidrocarbonetos de cadeia fechada. Podem ser
cicloalcanos (só possuem ligações simples), cicloalcenos (possuem
dupla ligação entre carbonos) e cicloalcinos (com tripla ligação en-
Álcoois
tre carbonos).
Álcool é toda substância orgânica que contém um ou mais gru-
Fórmula Geral:
pos oxidrila ou hidroxila (OH) ligado diretamente à átomos de car-
- Cicloalcanos: CnH2n
bono saturados.
Grupo funcional:
Classificação
Os álcoois podem ser classificados de duas maneiras:
- Cicloalcenos: CnH2n-2
- de acordo com a posição da hidroxila
- de acordo com o número de hidroxila
Hidrocarbonetos aromáticos:
Posição da Hidroxila
Definição: são hidrocarbonetos que possuem um ou mais anéis
Álcool Primário – tem a hidroxila ligada a carbono primário.
benzênicos (núcleos aromáticos), que são representados conforme
a figura abaixo:
215
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Número de Hidroxila
- Monoálcool – álcool que contém uma hidroxila.
1-butanol
2-butanol
Aldeídos
Os aldeídos contêm o grupo carbonila em carbono primário (ex-
tremidade da cadeia).
Grupo funcional:
- Triálcool ou Trióis – álcool que contém três hidroxilas.
Exemplos:
Fenol
Nomenclatura IUPAC
- A terminação do nome oficial é AL.
- A cadeia principal deve ser a mais longa possível que apresen-
tar o grupo funcional.
- Para cadeias ramificadas ou insaturadas, devemos numerar
pela extremidade que contenha o grupo funcional. Este será sem-
pre posição 1. E não precisa ser mencionado no nome.
Exemplos:
216
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Nomenclatura usual
Os quatro primeiros aldeídos têm nomes usuais, tais como:
Cetonas
As cetonas também apresentam o grupo carbonila, sendo que o carbono do grupo deve ser secundário.
Grupo funcional:
Exemplos:
Nomenclatura IUPAC
De acordo com a nomenclatura da IUPAC a terminação das cetonas é ONA.
A cadeia principal é a mais longa que possui a carbonila e a numeração é feita a partir da extremidade mais próxima da carbonila.
Exemplos:
Quando a numeração for necessária, ela deve ser iniciada da extremidade mais próxima da carbonila.
Ácido Carboxílico
217
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplos:
Nomenclatura IUPAC
Inicia-se com a palavra ácido e a terminação utilizada é óico. A cadeia principal é a mais longa e que possua a carboxila. Para cadeias
ramificadas, devemos numerar a partir do carbono da carboxila (e não precisa mencionar a posição 1).
Exemplos:
O nome usual para os ácidos é associado à sua origem ou a suas propriedades. Os nomes comuns de muitos ácidos carboxílicos são
baseados em suas origens históricas ou ao seu odor exalado por quem os produz.
Grupo funcional:
Os ésteres possuem aroma bastante agradável. São usados como essência de frutas e aromatizantes nas indústrias alimentícia, farma-
cêutica e cosmética. Constituem também óleos vegetais e animais, ceras e gordura.
Nomenclatura IUPAC
Colocando-se o grupo funcional como referencial, podemos dividir o nome em duas partes:
218
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplos:
Éteres
Éter é todo composto orgânico onde a cadeia carbônica apresenta – O – entre dois carbonos. O oxigênio deve estar ligado diretamente
a dois radicais orgânicos (alquila ou arila). A fórmula genérica do éter é R – O – R, onde “R” é o radical e “O” é o oxigênio.
Grupo funcional:
Nomenclatura oficial
A nomenclatura oficial pode ser obtida da seguinte maneira:
Ou
Exemplos:
Aminas
As aminas são consideradas as bases orgânicas e são obtidas a partir da substituição de um ou mais hidrogênios da amônia (NH3) por
radicais.
219
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Nomenclatura da IUPAC
Na sua nomenclatura, basta indicar (o)s radical (is) ligados ao nitrogênio acrescido da palavra amina.
As aminas aromáticas nas quais o nitrogênio se liga diretamente ao anel benzênico Ar–NH2 são, geralmente, nomeadas como se fossem
derivadas da amina aromática mais simples: a fenilamina (Anilina)
Para aminas mais complexas, consideramos o grupo NH2 como sendo uma ramificação, chamada de amino.
Amidas
Nomenclatura da IUPAC
O nome das amidas, de acordo com a IUPAC é dado da seguinte maneira:
220
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Exemplo:
Haletos Orgânicos
Os haletos orgânicos são compostos resultantes da substituição de um ou mais hidrogênios em moléculas de hidrocarbonetos, por
átomos de halogênios, que podem ser o flúor, o cloro, o bromo ou o iodo.
Os Haletos orgânicos são representados por R – X onde X = Cl, Br, F, I.
REAÇÕES ORGÂNICAS
O conhecimento das reações orgânicas e das características das diferentes funções orgânicas é de fundamental importância para en-
tendermos não só os processos orgânicos, mas também a bioquímica, ou seja, os processos metabólicos que ocorrem nos seres vivos. Em
todo o mundo, muitos químicos estão envolvidos na obtenção de compostos orgânicos em laboratórios de escolas, institutos de pesquisa
e indústrias.
As reações orgânicas podem ser classificadas de várias maneiras. Alguns dos tipos mais comuns são: substituição, adição e eliminação.
Substituição
Nesse tipo de reação, ocorre a substituição de pelo menos um átomo de hidrogênio da molécula de um hidrocarboneto por outro
átomo ou grupo de átomos. Essas reações podem ser representadas genericamente da seguinte maneira:
221
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A notação R-H representa um hidrocarboneto que pode pertencer a uma das seguintes classes: alcanos, aromáticos e ciclanos com 5
ou mais carbonos. As principais reações de substituição são: halogenação, nitração, sulfonação, alquilação e acilação.
Halogenação: Nessas reações ocorre a substituição de átomo(s) de hidrogênio por átomo(s) de halogênio. Essa reação ocorre com as
substâncias simples dos halogênios: F2, Cl2, Br2 e I2; as mais comuns são a cloração (Cl2) e a bromação (Br2), pois as reações com F2, devido
à sua grande reatividade, são explosivas, enquanto as reações com I2 são extremamente lentas.
a) Monocloração do metano
A substituição de um átomo de hidrogênio pode ocorrer em diferentes carbonos; assim, nessas reações obtém-se uma mistura de
diferentes produtos orgânicos. Veja um exemplo dessa situação na monobromação do metilbutano:
b) Monobromação do metilbutano
Vários fatores influam na porcentagem dos produtos obtidos nesse tipo de reação, mas pode-se fazer uma previsão de qual produto
será formado em maior quantidade, por meio de uma regra de uso comum, que indica a ordem de facilidade com que um hidrogênio “sai”
do hidrocarboneto:
222
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
No equacionamento de reações semelhantes a essa, é costume representar somente o produto obtido em maior quantidade. Assim, a
reação de monobromação do metilbutano é normalmente representada da seguinte maneira:
Alquilação: É a substituição de um ou mais hidrogênios do anel aromático por um ou mais radicais derivados de alcanos.
Acilação: É a substituição de um ou mais hidrogênios de um anel aromático por um ou mais radicais derivados de ácidos carboxílicos
.
223
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Dirigência em Aromáticos
O primeiro substituinte (átomo ou grupo de átomos) de um hidrogênio do anel benzênico orientará a posição na qual irá ocorrer a
segunda substituição. Esse primeiro substituinte será denominado grupo dirigente e poderá ser de dois tipos:
Os orto-para-dirigentes geralmente apresentam um átomo ou grupo de átomos unidos somente por ligações simples.
Monobromação do fenol
224
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Os meta-dirigentes são grupos de átomos em cuja estrutura existe pelo menos uma ligação dupla, tripla ou dativa.
Os grupos orto-para dirigentes permitem no máximo três substituições no núcleo benzênico: duas em orto e uma em para.
O trinitritolueno (TNT) é uma substância que pode ser obtida pela nitração total do tolueno.
O TNT é um dos mais importantes explosivos de uso militar, sendo ativado pela explosão de uma espoleta.
Reações de Adição
Essas reações são características de hidrocarbonetos insaturados: alquenos, alquinos e dienos, e ocorrem com a quebra da ligação pi
(π).
Observação: Os ciclanos de três ou quatro carbonos, como apresentam anéis instáveis, também sofrem esse tipo de reação devido à
quebra de uma ligação sigma (σ) entre carbonos do anel, originando compostos de cadeia aberta.
225
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Hidrogenação catalítica
Essas reações ocorrem com o gás hidrogênio (H2) e são catalisadas por metais, como: Ni, Pt, Pd.
Observação: As reações de hidrogenação são denominadas reações de redução, pois o Nox do carbono envolvido na reação diminui:
Halogenação
Essa reação envolve os halogênios, sendo o cloro (Cl2) e o bromo (Br2) os mais utilizados.
Observação: O teste mais comum para verificar se uma cadeia alifática é insaturada, à temperatura ambiente, consiste na reação com
água de bromo [Br2(aq)] ou uma solução de bromo em tetracloreto de carbono (Br2/CCl4). Esses sistemas apresentam uma coloração cas-
tanha. Se a cadeia for insaturada, a coloração castanha desaparecerá.
Essa reação, nessas condições, não irá ocorrer com cadeias saturadas.
226
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Adição de HX
Nesse tipo de reação, os reagentes mais comuns são o cloreto e o brometo de hidrogênio (HCl e HBr). A adição do hidrogênio (H) e
do halogênio (X) aos carbonos da insaturação obedece a uma regra experimental descoberta em 1868 pelo químico russo Markovnikov.
Essas reações consistem na adição de água (H2O ou HOH), na presença de catalisadores e em meio ácido, aos hidrocarbonetos alque-
nos e alquinos, e também obedecem à regra de Markovnikov, ou seja, o H se liga ao carbono mais hidrogenado da insaturação.
Se o grupo OH presente no enol estiver situado em carbono secundário, haverá a formação de uma cetona; entretanto, se o grupo OH
estiver situado em carbono primário, irá formar-se um aldeído.
Adição em aromáticos
Os aromáticos, devido à ressonância, normalmente sofrem reações de substituição; porém, em condições enérgicas ou em condições
especiais, podem sofrer reações de adição. Veja os exemplos:
227
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A oxidação branda ocorre com hidrocarbonetos insaturados; o elemento oxigênio geralmente é obtido a partir do permanganato de
potássio (KMnO4) em meio neutro ou ligeiramente básico, diluído e a frio. Nessas condições, o KMnO4 é o agente oxidante, denominado
reativo de Baeyer, o qual apresenta coloração violeta.
A principal aplicação dessa reação consiste na diferenciação de alquenos e cicloalcanos, que são isômeros de cadeia, pois apenas os
alquenos sofrerão esse tipo de reação, por apresentarem ligação π em sua estrutura.
Ou, simplesmente:
Ozonólise
A ozonólise utiliza ozônio (O3) na presença de água (H2O) e zinco (Zn). Os átomos de oxigênio do ozônio ligam-se aos carbonos da dupla
ligação do alqueno, originando um composto intermediário instável, denominado ozoneto ou ozonida, o qual, por sua vez, se hidrolisa,
originando aldeídos e/ou cetonas. Como exemplo, tome-se um alqueno genérico:
228
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Observação: A finalidade da utilização do zinco é evitar que o oxigênio, que pode ser produzido pela decomposição da água oxigenada,
oxide o aldeído a ácido carboxílico.
Oxidação enérgica
Os dois agentes oxidantes mais utilizados na reação de oxidação enérgica de alquenos são o permanganato de potássio (KMnO4) e o
dicromato de potássio (K2Cr2O7) concentrados, em meio ácido, a quente. Neste tipo de oxidação, ocorre a quebra da dupla ligação e a for-
mação de ácidos carboxílicos e/ou cetonas. Os átomos de hidrogênio (H) ligados ao carbono da dupla ligação se transformam em hidroxila
(OH). Genericamente, essa reação pode ser representada por:
Se, no carbono da dupla ligação, existirem dois átomos de hidrogênio (=CH2), ambos serão transformados em hidroxilas (=C(OH)2),
originando o ácido carbônico (H2CO3), que se decompõe, produzindo CO2(g) e H2O(l). Veja um exemplo:
Combustão
A mais completa das oxidações é a combustão. A equação que representa a combustão completa de um álcool alifático saturado pode
ser dada por:
Os dois álcoois comumente utilizados como combustíveis são o metanol e o etanol. O metanol é considerado um bom substituto da
gasolina, particularmente em áreas urbanas em que os níveis de poluição produzidos por veículos automotivos são muito altos. Isso se
deve ao fato de sua queima ser mais completa do que a da gasolina, o que diminui a poluição atmosférica, além de não produzir óxidos de
enxofre. É utilizado diretamente ou misturado à gasolina nos Estados Unidos desde 1980.
No Brasil, o álcool utilizado como combustível é o etanol hidratado, nos carros movidos a álcool, ou o anidro, misturado à gasolina, nos
carros movidos a gasolina. Sua combustão completa pode ser assim representada:
229
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Outras oxidações
Em laboratório, os agentes oxidantes mais utilizados são o KMnO4 ou o K2Cr2O7 (concentrados, em meio ácido, a quente), que produ-
zem oxigênio nascente [O]. Esses oxigênios atacam os hidrogênios (H) pertencentes ao carbono do grupo OH.
230
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Desidratação
a) Desidratação intramolecular — nessa reação ocorre a eliminação de uma molécula de água do interior de cada molécula de álcool:
b) Desidratação intermolecular — nessa reação ocorre a eliminação de uma molécula de água a partir de duas moléculas de álcool,
pela interação dos grupos OH, através das pontes de hidrogênio:
Observação: Como, nessas reações, o produto orgânico obtido é proveniente de uma simples retirada de átomos do reagente, elas
podem ser classificadas como reações de eliminação.
Esterificação
Essa reação ocorre quando um ácido reage com um álcool, produzindo éster e água; a reação inversa é denominada reação de hidró-
lise.
Experimentalmente, verifica-se que, quando essas reações ocorrem entre um ácido carboxílico e um álcool primário, a água é formada
pelo grupo OH do ácido e pelo hidrogênio do grupo OH do álcool.
Observação: Caso se utilizem ácidos inorgânicos ou álcoois secundários ou terciários, a água será formada pelo OH do álcool e pelo
hidrogênio do grupo OH do ácido. Um exemplo desse fato pode ser verificado na reação a seguir:
231
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A nitroglicerina é um poderoso explosivo e muito sensível a choques. Em 1866, Alfred Nobel descobriu que ela poderia se tornar mais
estável e de mais fácil manuseio quando absorvida por um material inerte e poroso, como a serragem ou a terra infusória (esqueletos
calcários de diatomáceas). Esse produto é comercializado com o nome de dinamite.
Hidratação de alquenos
Redução
A redução é a reação inversa à oxidação e é realizada com o gás hidrogênio (H2). Dessa maneira, os produtos obtidos na oxidação dos
álcoois podem ser usados, numa reação de redução, para regenerar o álcool.
Haletos orgânicos
Outra maneira de obter álcoois em laboratório consiste em fazer a reação entre um haleto orgânico (R — X) e o hidróxido de potássio
em solução aquosa [KOH(aq)].
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Aldeídos e Cetonas
Os aldeídos e as cetonas são os principais compostos carbonílicos (grupo carbonila C O), e as principais reações que ocorrem nesse
grupo envolvem a quebra da ligação π.
Os aldeídos e as cetonas reagem com os compostos de Grignard (R—MgX), originando um composto intermediário que se hidrolisa e
dá origem a diferentes álcoois, segundo o esquema:
Genericamente, temos:
Reação de redução
Nesse tipo de reação, utiliza-se gás hidrogênio (H2) ou hidrogênio nascente [H], que pode ser obtido a partir da reação entre zinco e
ácido clorídrico.
Genericamente, temos:
Reação de oxidação
As reações de oxidação podem ser feitas utilizando-se agentes oxidantes, tais como KMnO4, K2Cr2O7 etc.
Genericamente, temos:
Em laboratório, para diferenciar aldeídos de cetonas através de reações de oxidação, são usadas algumas misturas oxidantes:
-reativo de Tollens — solução aquosa amoniacal de nitrato de prata.
-reativo de Fehling — solução aquosa de sulfato de cobre em meio básico e tartarato duplo de sódio e potássio.
233
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
-reativo de Benedict — solução aquosa de sulfato de cobre em meio básico e citrato de sódio.
Ácidos carboxílicos
Apesar de os ácidos carboxílicos mais conhecidos serem o ácido fórmico e o ácido acético, outros ácidos carboxílicos também fazem
parte do nosso cotidiano.
Ácido butanoico
Também conhecido por ácido butírico (do latim butyrum = manteiga), é o responsável pelo odor característico de manteiga rançosa.
Ácido hexanóico
Seu nome usual é ácido capróico (do latim caper = cabra), e é um dos responsáveis pelo cheiro desagradável exalado pelas cabras.
Ácido etanodióico
Seu nome usual é ácido oxálico, sendo encontrado no tomate, nas folhas de ruibarbo e de espinafre. É um dos ácidos presentes em
maior quantidade na natureza. Um sal desse ácido, o oxalato de cálcio, é um dos principais componentes dos cálculos renais.
Existe, também, uma categoria especial de ácidos, denominados ácidos graxos, que são constituintes de óleos e gorduras.
Ácidos graxos: são ácidos carboxílicos com 12 ou mais átomos de carbono, geralmente em número par, e de cadeia alifática normal;
podem ser saturados ou insaturados
234
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Caráter ácido
Os ácidos carboxílicos, quando em solução aquosa, se ionizam, originando íons H+ ou H3O+; portanto, são considerados ácidos de acor-
do com a definição de Arrhenius. Genericamente e de maneira simplificada, temos:
Embora todos os ácidos carboxílicos sofram ionização, ela não ocorre na mesma intensidade em todos os compostos. Essa ionização
está relacionada aos grupos ligados à carboxila.
Como já sabemos, quanto maior a constante de ionização (Ki), mais ionizado estará o ácido. Assim, entre os ácidos apresentados,
temos:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Além dos ácidos carboxílicos, na Química Orgânica existem outros compostos que se ionizam, liberando H+:
A análise das constantes de ionização permite estabelecer uma comparação entre o caráter ácido das funções e a água:
Com base nos valores das constantes de ionização, consegue-se entender melhor por que somente os fenóis e os ácidos carboxílicos
reagem com uma base inorgânica:
Esterificação
Os ácidos carboxílicos reagem com os álcoois, produzindo éster e água. Veja:
Desidratação intermolecular
Nesse tipo de reação ocorre a eliminação de uma molécula de água a partir de duas moléculas de ácido carboxílico, originando um
anidrido:
236
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Os ácidos carboxílicos também podem ser obtidos pela hidrólise de haleto ácido.
Observe:
Ácidos Carboxílicos são os ácidos orgânicos mais conhecidos; e esta classe de compostos possui o grupo funcional –COOH.
As estruturas de ressonância acima explicam a maior acidez de um carboxilato comparado com uma hidroxila: Apesar de que é pos-
sível escrever duas estruturas de ressonância para o ácido não dissociado, a segunda estrutura tem menos importância (“contribui muito
menos” para a estrutura “verdadeira”) do que a primeira, devido à separação de cargas nesta estrutura. Com isso, a estabilização por res-
sonância no caso do ácido é muito baixa. Já no carboxilato (base conjugada), as duas estruturas de ressonância são idênticas; com isso, a
estabilização por ressonância é máxima. O exposto acima significa que, por causa da estabilização por ressonância do carboxilato, a energia
da base conjugada (carboxilato) é mais baixa do que a do ácido. Isto resulta no aumento da constante de equilíbrio.
Álcoois (pKa ~ 16) são muito menos ácidos do que ácidos carboxílicos (pKa ~ 4), um fato que pode ser explicado facilmente pela au-
sência de uma estabilização por ressonância da base conjugada de álcoois (íon alcoxi). Tente escrever estruturas de ressonância de um íon
alcoxi.
Fenóis (pKa ~ 10) são mais ácidos de que álcoois devido às estruturas de ressonância mostradas a seguir:
237
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Bases Orgânicas
As bases são compostos que possuem o radical OH- em suas composições e são classificadas levando em consideração suas estruturas.
O pKb e pKa das Bases é análogo ao pKa de ácidos pode-se definir a constante de associação de uma base com um próton, o pKb.
Porém a maioria dos livros apresenta os valores de dissociação dos ácidos correspondentes das bases, pKa (pKa de uma base significa pKa
do ácido correspondente da base, ou seja, pKBH+), ao invés dos valores de pKb.
A basicidade das aminas, heterocíclicas, aromáticas com anéis de 6 e 5 membros, piridina e o pirrol, é indicada abaixo em comparação
com a trietilamina, a pirrolidina e a dietilamina:
Ambos os compostos heterocíclicos são menos básicos do que as aminas alifáticas; sendo que o pirrol pode ser considerado não básico.
Explicação:
(i) pirrol: A baixa basicidade não pode ser causada pelo anel de 5, porque o composto análogo não aromático, a pirrolidina, possui
um pKa parecido com o da dietilamina. Porém, o par de elétrons do nitrogênio no pirrol é deslocalizado no anel aromático fazendo parte
do sistema aromático (aromático: 6 elétrons; 4 elétrons das duas C=C + 2 elétrons do par de elétrons do nitrogênio). Com isso, o par de
elétrons não é disponível.
(ii) piridina: O par de elétrons não participa do sistema aromático (6 elétrons das três C=C). A basicidade reduzida da piridina é devido
à hibridização sp2 do nitrogênio:
Hibridização do nitrogênio:
Exemplos: alquilamina (pKa = 10); piridina (pKa = 5.21); acetonitrila; (pKa = - 4.3) A basicidade diminui com o aumento do caráter, já
que o par de elétrons em sp está mais atraído pelo núcleo e, portanto, está menos disponível.
238
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
No ânion alcóxido de um álcool não existe deslocalização da carga negativa da base conjugada:
Obs: Ácidos carboxílicos podem ser neutralizados por bases fortes, moderadas, fracas e sais de caráter básico como o NaHCO3.
Fenóis são neutralizados somente por bases fortes.
239
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
NOÇÕES DE METROLOGIA
Áreas da metrologia2
Basicamente, a Metrologia está dividida em três grandes áreas:
• A Metrologia Científica (ou primária), que utiliza instrumen-
tos laboratoriais, pesquisa e metodologias científicas.
• A Metrologia Industrial, cujos sistemas de medição controlam
processos produtivos industriais e são responsáveis pela garantia da
3) Aminas Ordem decrescente de basicidade: qualidade dos produtos acabados.
Aminas secundárias >Aminas primárias >Aminas terciárias
>NH3>Aminas aromáticas. Nesse sentido a Metrologia Científica e Industrial é uma ferra-
Quanto maior o Kb mais forte é a base e menor é o pKb. Dime- menta fundamental no crescimento e inovação tecnológica, pro-
tilamina Kb = 5,2.10- 4 Metilamina Kb = 4,4.10- 4 Trimetilamina Kb = movendo a competitividade e criando um ambiente favorável ao
0,62.10- 4 Amônia Kb = 1,8.10- 5 Fenilamina Kb = 3,8.10- 10 desenvolvimento científico e industrial em todo e qualquer país.
As aminas secundárias possuem dois grupos alquilas doadores
de elétrons (efeito indutivo positivo), sendo, portanto, mais básicas • A Metrologia Legal, A Metrologia Legal é parte da metrolo-
que as aminas primárias. Considerando-se apenas o efeito indutivo gia relacionada às atividades resultantes de exigências obrigatórias,
dos grupos alquilas, era de se esperar que as aminas terciárias fos- referentes às medições, unidades de medida, instrumentos e mé-
sem mais básicas. todos de medição, que são desenvolvidas por organismos compe-
Entretanto a presença de três grupos alquilas em torno do nitro- tentes.
gênio dificulta a aproximação do cátion H + (impedimento espacial Tem como objetivo principal proteger o consumidor tratando
ou estérico). das unidades de medida, métodos e instrumentos de medição, de
Já as aminas aromáticas são menos básicas que amônia por que acordo com as exigências técnicas e legais obrigatórias.Com a su-
o par de elétrons não ligante do nitrogênio pode deslocalizar-se so- pervisão do Governo, o controle metrológico estabelece adequada
bre o anel aromático, tornando-se dessa forma menos disponível transparência e confiança com base em ensaios imparciais.
para se ligar ao H +.
2 http://www.inmetro.gov.br
240
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
A exatidão dos instrumentos de medição garante a credibilidade nos campos econômico, saúde, segurança e meio ambiente. No Brasil
as atividades da Metrologia Legal são uma atribuição do Inmetro, que também colabora para a uniformidade da sua aplicação no mundo,
pela sua ativa participação no Mercosul e na OIML - Organização Internacional de Metrologia Legal.
Calibração
Calibração é a comparação entre os valores indicados por um instrumento de medição e os indicados por um padrão.
A calibração dos equipamentos de medição é função importante para a qualidade no processo produtivo e deve ser uma atividade
normal de produção que proporciona uma série de vantagens tais como:
a) garante a rastreabilidade das medições.
b) permite a confiança nos resultados medidos.
c) reduz a variação das especificações técnicas dos produtos.
d) previne defeitos.
e) compatibiliza as medições.
Calibradores
Quando as dimensões e as tolerâncias admissíveis são indicadas no projeto, torna-se necessário apenas que as peças fabricadas se
mantenham dentro das tolerâncias, isto é, as dimensões das peças devem estar entre as dimensões máximas e mínimas determinadas
pela tolerância indicada.
Em lugar de um calibrador simples, com a dimensão nominal, são empregados dois calibradores com as dimensões limite. Estes dois
calibradores, chamados de calibradores limite, frequentemente constituem uma única peça, com as dimensões máximas e mínimas, e são
fixos na maioria das aplicações industriais.
Não sendo impossível estreitar um furo depois de aberto, as peças que apresentem furos de dimensões acima dos limites superiores
não podem ser aproveitadas, por este motivo, o calibrador tampão com a dimensão superior é utilizado, também chamado de calibrador
de refugo.
Este calibrador de refugo ou o “lado de refugo” do calibrador, não deve penetrar no orifício, recebendo por isso a denominação mais
correta de calibrador-não-passa ou lado-não-passa.
O lado da dimensão inferior é chamado lado-passa ou calibrador-passa. Este lado deve penetrar no furo, quando a peça satisfaz as
exigências.
Para o controle das dimensões dos eixos ocorre o mesmo, mas em sentido inverso. O eixo deve penetrar no calibrador passa, mas não
no calibrador-não-passa.
As peças fabricadas sob o controle de calibradores limite permitem o perfeito ajuste na ocasião da montagem, sem intervenção do
fator pessoal do operário.
Tolerâncias
Nas construções mecânicas é impossível obter exatidão absoluta das dimensões indicadas no desenho, seja pelos erros das máquinas
operatrizes, defeitos e desgastes das ferramentas, seja pela imperfeição dos instrumentos de medida, erros de leitura do operador ou
ainda pelo fato que todos os instrumentos dão apenas e sempre medidas aproximadas.
As peças são, portanto confeccionadas com dimensões que se afastam a mais ou a menos da cota nominal, isto é apresentam erro.
Com a finalidade de aumentar a produção, as empresas fabricam em série seus produtos. Neste sentido as peças não são todas abso-
lutamente iguais, mas, dentro de certos limites pré-estabelecidos e determinados, são plenamente aceitáveis.
As peças fabricadas podem ser utilizadas isoladamente ou em conjunto, como na maioria dos casos (formar componentes ou máqui-
nas). Neste segundo caso, para a facilidade de substituição rápida e simples das peças, é necessário que elas sejam intercambiáveis. Para
isso é necessário pré-estabelecer o intervalo dos limites entre os quais pode variar a dimensão de uma peça, isto é, é necessário estabe-
lecer a tolerância.
Tolerância ou Campo de Tolerância é a variação permissível da dimensão da peça, dada pela diferença entre as dimensões máxima e
mínima.
241
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
O sistema de Tolerância é um conjunto de princípios, regras, fórmulas e tabelas que permite a escolha racional de tolerâncias para a
produção econômica das peças intercambiáveis.
Como finalidades do uso de tolerâncias têm:
• Evitar uma exatidão excessiva nas dimensões das peças durante a sua fabricação – geralmente ocorre quando não se indicam tole-
râncias nos desenhos – causando um processo de fabricação muito lento e aumento da mão de obra.
• Estabelecer limites para os desvios em relação à dimensão nominal, assegurando o funcionamento adequado das peças.
Terminologia de tolerâncias
Dimensão Nominal – dimensão indicada no desenho.
Dimensão efetiva – dimensão medida, geralmente não coincide com a dimensão nominal.
Eixo – Termo convenientemente aplicado para fins de tolerâncias e ajustes, como sendo qualquer parte de uma peça cuja superfície
externa é destinada a alojar-se na superfície interna da outra.
Furo - Termo convenientemente aplicado para fins de tolerâncias e ajustes, como sendo todo o espaço delimitado por superfície inter-
na de uma peça e destinado a alojar o eixo.
242
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Folga ou Jogo (F) – diferença entre as dimensões do furo e do eixo, quando o eixo é menor que o furo.
Folga Máxima (Fmax) – diferença entre as dimensões máxima do furo e a mínima do eixo, quando o eixo é menor que o furo.
Folga Mínima (Fmin) - diferença entre as dimensões mínima furo e a máxima do eixo, quando o eixo é menor que o furo.
Interferência (I) – diferença entre as dimensões do eixo e do furo, quando o eixo é maior que o furo.
Interferência Máxima (Imax) – diferença entre a dimensão máxima do eixo e a mínima do furo, quando o eixo é maior que o furo.
Interferência Mínima (Imin) – diferença entre a dimensão mínima do eixo e a máxima do furo, quando o eixo é maior que o furo.
243
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Ajuste ou Acoplamento – comportamento de um eixo num furo, ambos da mesma dimensão nominal caracterizado pela folga ou in-
terferência apresentada.
Ajuste com Folga – o afastamento superior do eixo é menor ou igual ao afastamento inferior do furo.
Ajuste com Interferência – o afastamento superior do furo é menor ou igual ao afastamento inferior do eixo.
Ajuste Incerto – o afastamento superior do eixo é maior que o afastamento inferior do furo e o afastamento superior do furo é maior
que o afastamento inferior do eixo.
244
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Eixo Base – é o eixo em que o afastamento superior é pré-estabelecido como sendo igual a zero.
Furo Base - é o furo em que o afastamento inferior é pré-estabelecido como sendo igual a zero.
Campo Tolerância – é o conjunto de valores compreendidos entre o afastamento superior e inferior. Por convenção, as tolerâncias que
estão sobre a linha zero são positivas (+) e as que estão sob tal linha são negativas (-).
Finalidade do Controle
O controle não tem por fim somente reter ou rejeitar os produtos fabricados fora das normas; destina-se, antes, a orientar a fabrica-
ção, evitando erros. Representa, por conseguinte, um fator importante na redução das despesas gerais e no acréscimo da produtividade.
Um controle eficaz deve ser total, isto é, deve ser exercido em todos os estágios de transformação da matéria, integrando-se nas ope-
rações depois de cada fase de usinagem.
Todas as operações de controle dimensional são realizadas por meio de aparelhos e instrumentos; devem-se, portanto, controlar não
somente as peças fabricadas, mas também os aparelhos e instrumentos verificadores:
- de desgastes, nos verificadores com dimensões fixas;
- de regulagem, nos verificadores com dimensões variáveis; Isto se aplica também às ferramentas, aos acessórios e às máquinas-ferra-
mentas utilizadas na fabricação.
245
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Medição Unidade
O conceito de medir traz, em si, uma ideia de comparação. Entende-se por unidade um determinado valor em função do
Como só se podem comparar “coisas” da mesma espécie, cabe qual outros valores são enunciados. Usando-se a unidade METRO,
apresentar para a medição a seguinte definição, que, como as de- pode-se dizer, por exemplo, qual é o comprimento de um corredor.
mais, está sujeita a contestações: A unidade é fixada por definição e independe do prevalecimento de
“Medir é comparar uma dada grandeza com outra da mesma condições físicas como temperatura, grau higroscópico (umidade),
espécie, tomada como unidade”. pressão, etc.
Uma contestação que pode ser feita é aquela que se refere à
medição de temperatura, pois, nesse caso, não se comparam gran- Padrão
dezas, mas, sim, estados. O padrão é a materialização da unidade; é influenciada por con-
A expressão “medida de temperatura”, embora consagrada, pa- dições físicas, podendo-se mesmo dizer que é a materialização da
rece trazer em si alguma inexatidão: além de não ser grandeza, ela unidade, somente sob condições específicas. O metro-padrão, por
não resiste também à condição de soma e subtração, que pode ser exemplo, tem o comprimento de um metro, somente quando está
considerada implícita na própria definição de medir. a uma determinada temperatura, a uma determinada pressão e su-
Quando se diz que um determinado comprimento tem dois portado, também, de um modo definido. É óbvio que a mudança de
metros, pode-se afirmar que ele é a metade de outro de quatro qualquer uma dessas condições alterará o comprimento original.
metros; entretanto, não se pode afirmar que a temperatura de qua- Método, Instrumento e Operador
renta graus centígrados é duas vezes maior que uma de vinte graus, Um dos mais significativos índices de progresso, em todos os
e nem a metade de outra de oitenta. ramos da atividade humana, é a perfeição dos processos metrológi-
Portanto, para se medir um comprimento, deve-se primeira- cos que neles se empregam. Principalmente no domínio da técnica,
mente escolher outro que sirva como unidade e verificar quantas a Metrologia é de importância transcendental.
vezes a unidade cabe dentro do comprimento por medir. Uma su- O sucessivo aumento de produção e a melhoria de qualidade
perfície só pode ser medida com unidade de superfície; um volume, requerem um ininterrupto desenvolvimento e aperfeiçoamento na
com unidade volume; uma velocidade, com unidade de velocidade; técnica de medição; quanto maiores são as necessidades de apara-
uma pressão, com unidade de pressão, etc. tos, ferramentas de medição e elementos capazes.
Na tomada de quaisquer medidas, devem ser considerados três
Erros de medição elementos fundamentais: o método, o instrumento e o operador.
Resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do men-
surando. Método
a) Medição Direta
Observações: Consiste em avaliar a grandeza por medir, por comparação dire-
1) Uma vez que o valor verdadeiro não pode ser determinado, ta com instrumentos, aparelhos e máquinas de medir.
utiliza-se, na prática, um valor verdadeiro convencional. Esse método é, por exemplo, empregado na confecção de peças
2) Quando for necessário distinguir “erro” de “erro relativo”, o protótipos, isto é, peças originais utilizadas como referência, ou,
primeiro é, algumas vezes, denominado erro absoluto da medição. ainda, quando o número de peças por executar for relativamente
Este termo não deve ser confundido com valor absoluto do erro, pequeno.
que é o módulo do erro.
b) Medição Indireta por Comparação
Erro relativo: Erro da medição dividido por um valor verdadeiro Medir por comparação é determinar a grandeza de uma peça
do objeto da medição. com relação a outra, de padrão ou dimensão aproximada; daí a ex-
Observação: Uma vez que o valor verdadeiro não pode ser de- pressão: medição indireta.
terminado, utiliza-se, na prática, um valor verdadeiro convencional. Os aparelhos utilizados são chamados indicadores ou compa-
radores-amplificadores, os quais, para facilitarem a leitura, ampli-
Erro aleatório: Resultado de uma medição menos a média que ficam as diferenças constatadas, por meio de processos mecânicos
resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensu- ou físicos (amplificação mecânica, ótica, pneumática, etc.).
rando efetuadas sob condições de repetitividade.
Observações: Blocos padrão
1) Erro aleatório é igual ao erro menos o erro sistemático.
2) Em razão de que apenas um finito número de medições pode Blocos padrão são padrões de comprimento ou ângulo, corpo-
ser feito, é possível apenas determinar uma estimativa do erro ale- rificados através de duas faces específicas de um bloco, ditas “faces
atório. de medição”, sendo que estas faces apresentam uma planicidade
que tem a propriedades de se aderir à outra superfície de mesma
Erro sistemático: Média que resultaria de um infinito número qualidade, por atração molecular.
de medições do mesmo mensurando, efetuadas sob condições de A característica marcante destes padrões está associada aos pe-
repetitividade, menos o valor verdadeiro do mensurando. quenos erros de comprimento, em geral de décimos ou até centé-
Observações: simos de micrometros (mm), que são obtidos no processo de fabri-
1) Erro sistemático é igual ao erro menos o erro aleatório. cação dos mesmos. Em função disto, pode-se afirmar que os Blocos
2) Analogamente ao valor verdadeiro, o erro sistemático e suas Padrão exercem papel importante como padrões de comprimento
causas não podem ser completamente conhecidos em todos os nível da Metrologia Dimensional.
246
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Tipos
Quanto à forma da seção transversal do bloco, esta pode ser quadrada, retangular ou circular. Os blocos de secção quadrada ou circular
podem ou não ser furados no centro.
As dimensões dos blocos de secção quadrada são normalizados pela norma GGGG-15, norma americana. A grande vantagem destes
blocos é a estabilidade proporcionada pela forma da secção quando o mesmo é utilizada na posição vertical. No Brasil praticamente não
se utilizam este tipo de bloco.
As dimensões dos blocos de secção retangular são normalizadas pela norma ISSO 3650 e outras. Os blocos maiores de 100 mm apre-
sentam furos em cada extremidade, cuja finalidade é permitir a montagem de um dispositivo que garanta a união de uma composição
formada por dois ou mais blocos.
Instrumentos de Medição
A exatidão relativas das medidas depende, evidentemente, da qualidade dos instrumentos de medição empregados. Assim, a tomada
de um comprimento com um metro defeituoso dará resultado duvidoso, sujeito a contestações. Portanto, para a tomada de uma medida,
é indispensável que o instrumento esteja aferido e que a sua aproximação permita avaliar a grandeza em causa, com a precisão exigida.
Operador
O operador é, talvez, dos três, o elemento mais importante. É ele a parte inteligente na apreciação das medidas. De sua habilidade de-
pende, em grande parte, a precisão conseguida. Um bom operador, servindo-se de instrumentos relativamente débeis, consegue melhores
resultados do que um operador inábil com excelentes instrumentos.
Deve, pois, o operador, conhecer perfeitamente os instrumentos que utiliza, ter iniciativa para adaptar às circunstâncias o método mais
aconselhável e possuir conhecimentos suficientes para interpretar os resultados encontrados.
Laboratório de Metrologia
Nos casos de medição de peças muito precisas, torna-se necessário uma climatização do local; esse local deve satisfazer às seguintes
exigências:
1 - temperatura constante;
2 - grau higrométrico correto;
3 - ausência de vibrações e oscilações;
4 - espaço suficiente;
5 - boa iluminação e limpeza.
247
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Em consequência, o laboratório deverá ser mantido dentro dessa temperatura, sendo tolerável à variação de mais ou menos 1ºC; para
isso, faz-se necessária a instalação de reguladores automáticos. A umidade relativa do ar não deverá ultrapassar 55%; é aconselhável ins-
talar um higrostato (aparelho regulador de umidade); na falta deste, usa-se o CLORETO DE CÁLCIO INDUSTRIAL, cuja propriedade química
retira cerca de 15% da umidade relativa do ar.
Para se protegerem as máquinas e aparelhos contra vibração do prédio, forra-se a mesa com tapete de borracha, com espessura de 15
a 20mm, e sobre este se coloca chapa de aço, de 6mm.
No laboratório, o espaço deve ser suficiente para acomodar em armários todos os instrumentos e, ainda, proporcionar bem-estar a
todos que nele trabalham.
2 - Iluminação e Limpeza
A iluminação deve ser uniforme, constante e disposta de maneira que evite ofuscamento. Nenhum dispositivo de precisão deve estar
exposto ao pó, para que não haja desgastes e para que as partes óticas não fiquem prejudicadas por constantes limpezas. O local de tra-
balho deverá ser o mais limpo e organizado possível, evitando-se que as peças fiquem umas sobre as outras.
Recomendações
Os instrumentos de medição são utilizados para determinar grandezas. A grandeza pode ser determinada por comparação e por leitura
em escala ou régua graduada.
É dever de todos os profissionais zelar pelo bom estado dos instrumentos de medição, mantendo-se assim por maior tempo sua real
precisão.
Evite:
1 - choques, queda, arranhões, oxidação e sujeita;
2 - misturar instrumentos;
3 - cargas excessivas no uso, medir provocando atrito entre a peça e o instrumento;
4 - medir peças cuja temperatura, quer pela usinagem quer por exposição a uma fonte de calor, esteja fora da temperatura de refe-
rência;
5 - medir peças sem importância com instrumentos caros.
Cuidados:
1 - USE proteção de madeira, borracha ou feltro, para apoiar os instrumentos.
2 - DEIXE a peça adquirir a temperatura ambiente, antes de tocá-la com o instrumento de medição.
Unidades Dimensionais
As unidades de medidas dimensionais representam valores de referência, que permitem:
• expressar as dimensões de objetos (realização de leituras de desenhos mecânicos);
• confeccionar e, em seguida, controlar as dimensões desses objetos (utilização de aparelhos e instrumentos de medida).
Exemplo: A altura da torre EIFFEL é de 300 metros; a espessura de uma folha de papel para cigarros é de 30 micrômetros.
• A torre EIFFEL e a folha de papel são objetos.
• A altura e a espessura são grandezas.
• 300 metros e 30 micrômetros são unidades.
248
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Fig.1 - AB = ¼ do meridiano
Definição do Metro
O metro é definido por meio da radiação correspondente à transição entre os níveis “2 p 10” e “5 d 5” do átomo de criptônio 86 e é
igual, por convenção, a 1.650.763,73 vezes o comprimento dessa onda no vácuo.
O “2 p 10” e “5 d 5” representa a radiação por usar na raia-vermelho-laranja do criptônio 86. Seu comprimento de onda é de 0.6057
micrômetros.
Fig. 2
249
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
250
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Outras Grandezas
Área
Área ou superfície é o produto de dois comprimentos. O metro quadrado é a unidade SI da área, e o seu símbolo é m2.
Volume
Volume é produto de três comprimentos (comprimento, largura e altura).
O metro cúbico é a unidade SI da volume, e o seu símbolo é m3.
Massa
O quilograma é a unidade SI de massa, com o símbolo kg. O correto em português é escrever quilograma, entretanto trataremos a
unidade de massa como kilograma por coerência gráfica (kg).
O kilograma tem as seguintes características ímpares:
a) Única unidade de base com prefixo (kilo = mil)
b) Única unidade de base definida por um artefato escolhido em 1889.
c) Praticamente sua definição não sofreu nenhuma modificação ou revisão.
O padrão primário da unidade de massa é o protótipo internacional do kilograma do BIPM. Este protótipo é um cilindro de platina
(90%) - irídio (10%), com diâmetro e atura iguais a 39mm.
251
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Pressão
Na área industrial trabalhamos com três conceitos de pressão:
Pressão Atmosférica ou Barométrica - É a pressão do ar e da atmosfera vizinha.
Pressão Relativa ou Manométrica - É a pressão tomada em relação à pressão atmosférica. Pode assumir valores negativos (vácuo) ou
positivos (acima da pressão atmosférica).
Pressão Absoluta - É a pressão tomada em relação ao vácuo completo ou pressão zero. Portanto só pode assumir valores positivos.
O Pascal é a unidade SI de pressão, e o seu símbolo é Pa. Um Pascal é a pressão de uma força de 1 Newton exercida numa superfície
de 1 metro quadrado.
252
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Temperatura
O Kelvin é unidade SI de temperatura, e o seu símbolo é K. O Kelvin é definido como a fração 1/273,15 da temperatura termodinâmica
do ponto tríplice da água (equilíbrio simultâneo das fases sólida, líquida e gasosa).
Na prática utiliza-se o grau Celsius (ºC). Existem também as escalas Rankine e Fahrenheit.
Força
Força é uma grandeza vetorial, derivada do produto da massa pela aceleração, ou seja, quando se aplica uma força F em um corpo de
massa m, ele se move com uma aceleração a, então:
F = m. a
253
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Rotação
A velocidade de rotação é dada em RPM (número de rotações por minuto).
254
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Sistema Métrico
Graduação em milímetros (mm).
Sistema Inglês
Graduação em polegadas (“).
A escala ou régua graduada é construída de aço, tendo sua graduação inicial situada na extremidade esquerda. É fabricada em diversos
comprimentos: 6” (152,4 mm), 12” (304,8 mm).
O uso da régua graduada torna-se frequente nas oficinas, conforme mostram as figuras 5, 6, 7, 8 e 9.
255
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Conservação
1 - Evitar quedas e contato com ferramentas de trabalho.
2 - Evitar flexioná-la ou torcê-la, para que não se empene ou
quebre.
3 - Limpe-o após o uso, para remover o suor e a sujeira.
4 - Aplique-lhe ligeira camada de óleo fino, antes de guardá-la.
256
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Observação: Operando com frações ordinárias, sempre que o resultado é numerador par, devemos simplificar a fração.
257
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
258
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Paquímetro
Utilizado para a medição de peças, quando a quantidade não justifica um instrumental específico e a precisão requerida não desce a
menos de 0,02mm, 1′′/128.
É um instrumento finamente acabado, com as superfícies planas e polidas. O cursor é ajustado à régua, de modo que permita a sua
livre movimentação com um mínimo de folga. Geralmente é construído de aço inoxidável, e suas graduações referem-se a 20ºC. A escala é
graduada em milímetro e polegadas, podendo a polegada ser fracionária ou milesimal. O cursor é provido de uma escala, chamada nônio
ou vernier, que se desloca em frente às escalas da régua e indica o valor da dimensão tomada.
259
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Observando a diferença entre uma divisão da escala fixa em ERROS DE LEITURA - São causados por dois fatores:
uma divisão do nônio (fig.4), concluímos que cada divisão do nônio a) paralaxe;
é menor 0,1mm do que cada divisão da escala fixa. Essa diferença é b) pressão de medição.
também a aproximação máxima fornecida pelo instrumento.
Paralaxe
O cursor onde é gravado o nônio, por razões técnicas, tem uma
espessura mínima a. Assim, os traços do nônio TN são mais eleva-
dos que os traços da régua TM (fig.9)
260
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Pressão de Medição
É a pressão necessária para se vencer o atrito do cursor sobre a
régua, mais a pressão de contato com a peça por medir. Em virtu-
de do jogo do cursor sobre a régua, que e compensado pela mola
F (fig.11), a pressão pode resultar numa inclinação do cursor em
relação à perpendicular à régua (fig.12). Por outro lado, um cursor
muito duro elimina completamente a sensibilidade do operador, o
que pode ocasionar grandes erros. Deve o operador regular a mola,
adaptando o instrumento à sua mão.
Erros de Medição
Estão classificados em erros de influências objetivas e de influ-
ências subjetivas.
a) DE INFLUÊNCIAS OBJETIVAS:
São aqueles motivados pelo instrumento
• erros de planidade;
• erros de paralelismo;
• erros da divisão da régua;
• erros da divisão do nônio;
• erros da colocação em zero.
b) DE INFLUÊNCIAS SUBJETIVAS:
São aqueles causados pelo operador (erros de leitura).
Observação: Os fabricantes de instrumentos de medição forne-
cem tabelas de erros admissíveis, obedecendo às normas existen-
tes, de acordo com a aproximação do instrumento.
261
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
262
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
263
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
2º) Exemplo: Colocar no paquímetro a medida 45/64” (fig. 11). 2º) Exemplo: Ler a medida da figura 13.
264
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Cálculo de Aproximação
Leitura de Medidas
Conta-se o número de traços da escala fixa ultrapassados pelo
zero do nônio (10mm) e, a seguir, faz-se a leitura da concordância
do nônio (0,08mm). A medida será 10,08mm (fig.12).
265
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o zero do nônio coincida com o primeiro traço da escala a leitura será 0,025” (fig.3), no
segundo traço 0,050” (fig. 4), no terceiro traço 0,075” (fig.5), no décimo traço 0,250” (fig. 6), e assim sucessivamente.
266
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Cada divisão do nônio é menor 0,001” do que duas divisões da escala (fig. 8).
Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o primeiro traço do nônio coincida com o da escala, a leitura será 0,001” (fig.9), o
segundo traço 0,002” (fig.10), o terceiro traço 0,003” (fig.11), o decimo segundo traço 0,012” (fig.12).
Leitura de Medidas
Para se efetuar leitura de medidas com paquímetro do sistema Inglês decimal, procede-se da seguinte forma: observa-se a que quanti-
dade de milésimos corresponde o traço da escala fixa, ultrapassado pelo zero do nônio (fig.13) 0,150”. A seguir, observa-se a concordância
do nônio (fig.13) 0,009”. Somando-se os valores 0,150” + 0,009”, a leitura da medida será 0,159”.
267
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Micrômetro
A precisão de medição que se obtém com o paquímetro, às vezes, não é suficiente. Para medições mais rigorosas, utiliza-se o micrôme-
tro, que assegura uma exatidão de 0,01mm. O micrômetro é um instrumento de dimensão variável que permite medir, por leitura direta,
as dimensões reais com uma aproximação de até 0,001mm (fig.1).
O princípio utilizado é o do sistema parafuso e porca. Assim, se, numa porca fixa, um parafuso der um giro de uma volta, haverá um
avanço de uma distância igual ao seu passo.
Características do Micrômetro
Arco
É construído de aço especial e tratado termicamente, a fim de eliminar as tensões, e munido de protetor antitérmico, para evitar a
dilatação pelo calor das mãos.
Parafuso Micrométrico
E construído de aço de alto teor de liga, temperado a uma dureza de 63 RC. Rosca retificada, garantindo alta precisão no passo.
Contatores
Apresentam-se rigorosamente planos e paralelos, e em alguns instrumentos são de metal duro, de alta resistência ao desgaste.
Fixador ou Trava
Permite a fixação de medidas.
Luva Externa
Onde é gravada a escala, de acordo com a capacidade de medição do instrumento.
Tambor
Com seu movimento rotativo e através de sua escala, permite a complementação das medidas.
Porca de Ajuste
Quando necessário, permite o ajuste do parafuso micrométrico.
Catraca
Assegura uma pressão de medição constante.
268
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Tipos e Usos
Para diferentes usos no controle de peças, encontram-se vários
tipos de micrômetros, tanto para medições em milímetros como
em polegadas, variando também sua capacidade de medição. As
figuras abaixo nos mostram alguns dos tipos existentes.
269
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
270
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Recomendações
1. Evitar choques, quedas, arranhões e sujeira.
2. Não medir peças fora da temperatura ambiente.
3. Não medir peças em movimento.
4. Não forçar o micrômetro.
Conservação
1. Depois do uso, limpar cuidadosamente o instrumento
2. Guardar o micrômetro em estojo próprio. c. Prenda o padrão entre os dedos indicador e médio da mão
3. O micrômetro deve ser guardado destravado e com os conta- esquerda (fig.4).
tores ligeiramente afastados.
Processo de Execução
1º) Passo: POSICIONE O PADRÃO.
a. Observe o número do padrão (fig.1).
b. Apoie o padrão sobre a mesa, com a face numerada para bai-
xo, ao lado esquerdo da Folha de Tarefa (fig.2).
d. Encoste o contator fixo em uma das extremidades do diâme-
tro do padrão por medir.
e. Feche o micrômetro, através da catraca, até que se faça ouvir
o funcionamento da mesma.
f. Faça a leitura da medida.
g. Registre a medida na Folha de Tarefa.
h. Abra o micrômetro e retire-o do padrão, sem que os contato-
res toquem a peça.
2º) Passo: FAÇA A LIMPEZA DOS CONTATORES. 6º) Passo: FAÇA A MEDIÇÃO DOS DEMAIS PADRÕES.
a. Utilize uma folha de papel limpo a. Troque o padrão por outro de número diferente.
b. Afaste o contatar móvel.
c. Coloque a folha de papel entre os contatores. Micrômetro - Sistema Inglês Decimal
d. Feche o micrômetro, através da catraca, até que a folha de Para efetuarmos leitura com o micrômetro do sistema inglês de-
papel fique presa entre os contatares. cimal, é necessário conhecermos inicialmente as divisões da escala
e. Desloque a folha de papel para baixo. da luva (fig.1).
271
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
272
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Aferição do Micrômetro
Antes de iniciarmos a medição de uma peça, devemos fazer a
aferição do instrumento. Nos micrômetros de 0 a 1”, após a limpe-
za dos contatores, faz-se o fechamento do micrômetro, através da
catraca, até sentir-se o funcionamento da mesma, observando-se
a concordância do limite inicial da escala da luva com o zero do
tambor.
Nos micrômetros de 1” a 2”, 2” a 3”, etc., utiliza-se a barra-pa-
drão para a aferição do instrumento (figuras 16 e 17). Não havendo
a concordância perfeita, faz-se a regulagem do micrômetro através
de uma chave especial, para o deslocamento da luva ou do tambor,
de acordo com o tipo do instrumento.
273
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Sabendo-se que, nos micrômetros do sistema métrico, o comprimento da escala da luva mede 25,00mm, se dividirmos o comprimento
da escala pelo nº de divisões existentes, encontraremos o valor da distância entre as divisões (0,50mm), que é igual ao passo do parafuso
micrométrico (fig.3).
Estando o micrômetro fechado, dando uma volta completa no tambor rotativo, teremos um deslocamento do parafuso micrométrico
igual ao seu passo (0,50mm), aparecendo o primeiro traço na escala da luva (fig.4). A leitura da medida será 0,50mm. Dando-se duas voltas
completas, aparecerá o segundo traço, e a leitura será 1,00mm (fig.5). E assim sucessivamente.
Leitura do Tambor
Sabendo que uma volta no tambor equivale a 0,50mm, tendo o tambor 50 divisões (fig.6), concluímos que cada divisão equivale a
0,01mm.
Assim sendo, se fizermos coincidir o primeiro traço do tambor com a linha de referência da luva, a leitura será 0,01mm (fig.7), o segun-
do traço 0,02mm (fig.8), o quadragésimo nono traço 0,49mm (fig.9).
274
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Sabendo a leitura da escala da luva e do tambor, podemos ler qualquer medida registrada no micrômetro (fig.10).
Para efetuarmos a leitura da medida, somamos a leitura da escala da luva com a do tambor: 8,50 + 0,32 = 8,82mm. Na figura 11, mos-
tramos outro exemplo, com a utilização de um micrômetro em que a escala da luva apresenta a posição dos traços de forma diferente.
275
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Uso do Nônio
Ao utilizarmos micrômetros possuidores de nônio (fig.12), precisamos conhecer a aproximação do instrumento.
Observação: Atualmente não se emprega mais a palavra “mícron” nem o símbolo μ. Usamos a palavra “micrômetro ou microns” e o
símbolo μm. Ex: 0,015mm = 15μm (quinze micrômetros ou microns).
Se girarmos o tambor até que o primeiro traço coincida com o do nônio, a medida será 0,001mm = 1μm (fig.13), o segundo 0,002mm
= 2μm (fig.14), o quinto 0,005mm = 5μm (fig.15).
276
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Medição Angular Ângulo obtuso: é aquele cuja abertura é maior do que a do ân-
gulo reto (fig.3).
Unidades de Medição Angular
A técnica da medição não visa somente a descobrir o valor de
trajetos, de distâncias, ou de diâmetros, mas se ocupa também da
medição dos ângulos.
Sistema Sexagesimal
Sabe-se que o sistema que divide o círculo em 360 graus, e o
grau em minutos e segundos, é chamado sistema sexagesimal. É
este o sistema frequentemente utilizado em mecânica. A unidade
do ângulo é o grau. 0 grau se divide em 60 minutos, e o minuto se
divide em 60 segundos. Os símbolos usados são: grau (º), minuto (‘)
e segundo (“). Ângulo raso: é aquele cuja abertura mede 180º (fig.4).
Exemplo: 54º31’12” lê-se: 54 graus, 31 minutos e 12 segundos.
Sistema Centesimal
No sistema centesimal, o círculo e dividido em 400 grados, en-
quanto que o grado e dividido em 100 novos minutos e o minuto
em 100 novos segundos. Os símbolos usados são: grados (g), novos
minutos (c), novos segundos (cc).
Exemplo: 27,4583g = 27g 45c 83cc lê-se: 27 grados, 45 novos
minutos, e 83 novos segundos. Ângulos Complementares e Suplementares
Ângulos: Reto, Agudo, Obtuso e Raso Ângulos complementares: são aqueles cuja coma é igual a um
ângulo reto (fig.5).
Ângulo reto: A unidade legal é o ângulo formado por duas retas
que se cortam perpendicularmente, formando ângulos adjacentes
iguais (fig.1). Esse valor, chamado ângulo reto (90°), é subdividido
de acordo com os sistemas existentes.
277
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Goniômetro
Tipos e Usos
Para usos comuns, em casos de medidas angulares que não exi-
gem extremo rigor, o instrumento indicado é o goniômetro simples
(transferidor de grau) (figuras 2, 3 e 4).
278
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Utilização do Nônio
Nos goniômetros de precisão, o vernier (nônio) apresenta 12 di-
visões à direita, e à esquerda do zero do nônio (fig.13). Se o sentido
da leitura for à direita, usa-se o nônio da direita; se for à esquerda,
usa-se o nônio da esquerda.
Cálculo de Aproximação
a = aproximação
e = menor valor do disco graduado = 1º
n = número de divisões do nônio = 12 divisões.
Divisão Angular
Em todo tipo de goniômetro, o ângulo reto (90º) apresenta 90
divisões. Daí concluímos que cada divisão equivale a 1º (um grau).
Na figura 10, observamos a divisão do disco graduado do goniôme-
tro. Cada divisão do nônio é menor 5’ do que duas divisões do disco
graduado.
Se fizermos coincidir o primeiro traço do nônio, a leitura será
0º 5’ (fig.14); o segundo traço, a leitura será 0º 10’ (fig.15); o nono
traço, a leitura será 0º 45’ (fig.16).
Leitura do Goniômetro
Leem-se os graus inteiros na graduação do disco com o traço
zero do nônio (fig.11). O sentido da leitura tanto pode ser da direita
para a esquerda, como da esquerda para a direita (fig.12).
279
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
Esquadro de precisão
É um instrumento em forma de ângulo reto, construído de aço, ou granito. Usa-se para verificação de superfícies em ângulo de 90º. Os
esquadros são classificados quanto à forma e ao tamanho. Forma Esquadro simples ou plano de uma só peça. Esquadro de base com lâmi-
na lisa, utilizado também para traçar. Esquadro com lâmina biselada, utilizado para se obter melhor visualização, em virtude da pequena
superfície de contato. Conservação Manter os esquadros livres de batidas. Conservá-los sem rebarbas, limpos. Lubrificá-los e guardá-los
em lugar onde não haja atrito com outras ferramentas (o esquadro de granito não deve ser lubrificado).
280
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Prumo
281
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
6. (IF/RS – Professor – Mecânica/Usinagem – IF-RS) A respeito V. O Efeito Tyndall explica porque o leite é branco e não trans-
dos erros de medição em metrologia industrial é INCORRETO afir- parente e porque as lanternas ou feixes de laser são mais visíveis
mar que: nos nevoeiros e nas fumaças do que em ar claro e seco.
(A) Erro aleatório corresponde ao componente do erro de me-
dição em que medições repetidas variam de forma imprevisí- Está correto o que se afirma apenas em
vel. (A) II e IV.
(B) Erro sistemático corresponde ao componente do erro de (B) IV e V.
medição que em medições repetidas permanece constante ou (C) I, II e IV.
varia de forma previsível. (D) I, III e V.
(C) A diferença entre o valor medido de uma grandeza e um
valor de referência é igual ao erro aleatório menos o erro sis- 10-Na revelação de impressões digitais, uma das técnicas mais
temático. comuns envolve o uso de pós-reveladores como a ninidrina, o cia-
(D) O erro de paralaxe acontece em instrumentos analógicos e noacrilato e o nitrato de prata. Nesse último, o sal de prata reage
resulta de um incorreto posicionamento do operador em rela- com cloretos de secreções da pele, precipitando o cloreto de prata,
ção ao instrumento. sendo revelada com luz solar e fotografada rapidamente.
(E) O erro de histerese expressa a diferença entre várias indi-
cações de um instrumento de medição, realizadas nas mesmas Sabendo que o produto de solubilidade desse sal é 1,8 x 10-10
circunstâncias. mol/L, o composto a seguir que pode ser adicionado para recupe-
ração da prata é o
7. (CEGAS – Analista Técnico - Engenheiro – IESES/2017) Após a (A) hidróxido de sódio (Kps AgOH = 2,3 x 10-8 mol/L)
leitura do enunciado apresentado a seguir, identifique a afirmação (B) ácido bromídrico (Kps AgBr = 7,7 x 10-13 mol/L)
correta: (C) ácido iodídrico (Kps AgI = 8,5 x 10-17 mol/L)
(D) ácido cianídrico (Kps AgCN = 6,0 x 10-17 mol/L)
Os padrões de comprimento ou ângulo, corporificados através (E) tiocianato de potássio (Kps AgSCN = 1,03 x 10-12 mol/L).
de duas faces específicas de um bloco, ditas “faces de medição”,
sendo que estas faces apresentam uma planicidade que tem a pro- 11-Um composto iônico precipita a partir de uma solução dos
priedades de se aderir à outra superfície de mesma qualidade, por seus íons constituintes quando (Nota: Q = quociente reacional)
atração molecular, são conhecidos em metrologia como: (A) a solução é insaturada.
(A) Blocos de alinhamento. (B) Q é superior ao Kps.
(B) Mesa de desempeno. (C) Q = Kps.
(C) Blocos padrão. (D) Q é inferior ao Kps.
(D) Planos de referência. (E)Q / Kps = 0.
8-No nosso dia a dia estamos o tempo todo fazendo uso ou 12-O valor da constante do produto de solubilidade do cloreto
mesmo preparando soluções. Soluções são preparadas com um sol- de chumbo (PbCl2) é 1,5.10-5. Calcule a solubilidade do PbCl2 em
vente e um soluto e, quando o solvente é a água, chamamos de uma solução 0.15 molar de MgCl2.
solvente aquoso.
Assinale a opção que contém o valor correto da solubilidade.
A sequência que apresenta corretamente os exemplos de solu- (A) 1,9 .10-4.
ções presentes no nosso cotidiano está indicada em (B) 4,0 .10-4.
(A) água e óleo / sal e água. (C) 6,9 .10-4.
(B) suco de laranja / água e gelo. (D) 9,1 .10-4.
(C) refrigerante / café com leite.
(D) água mineral / água e gelo. 13-Uma amostra é formada pelos alcanos de fórmula molecu-
lar C5H12: pentano, metilbutano e dimetilpropano. Na comparação
9-Sobre as propriedades de dispersões coloidais, analise as dos valores de temperatura de ebulição desses alcanos, tem-se a
afirmativas a seguir. seguinte ordem crescente:
(A) pentano < dimetilpropano < metilbutano
I. Coloides representam a linha divisória entre as soluções e as (B) metilbutano < dimetilpropano < pentano
misturas heterogêneas. (C) dimetilpropano < metilbutano < pentano
II. Os coloides são restritos ao estado líquido, ou seja, este tipo (D) pentano < metilbutano < dimetilpropano
de dispersão não existe nos estados gasoso e sólido.
III. Einstein desenvolveu uma equação para o quadrado da 14-A respeito do processo de refino de petróleo, julgue o item
média do deslocamento de uma partícula coloidal. Quanto maior subsequente.
a partícula coloidal, menor é o seu caminho livre médio em deter-
minado líquido O rendimento dos produtos da destilação depende da compo-
IV. Coloides são descritos por partículas com até 1 nm de diâ- sição do petróleo de origem.
metro dispersas em determinado solvente. ( ) CERTO
( ) ERRADO
282
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
15-A respeito do exercício da atividade de produção, armaze- Está correto o que se afirma em:
namento e comercialização de derivados de petróleo e gás natural, (A) I e II, apenas.
por meio da outorga de autorização de operação da instalação pro- (B) I e III, apenas.
dutora, julgue o seguinte item. (C) II e III, apenas.
(D) I, II e III.
É regularmente definido como gás natural todo hidrocarbone-
to que permaneça em estado gasoso nas condições atmosféricas 19-Na polimerização por adição, temos as seguintes etapas:
normais, que seja extraído diretamente de reservatórios petrolífe-
ros ou gaseíferos e cuja composição poderá conter gases úmidos, I - Iniciação.
secos e residuais. II - Propagação.
( ) CERTO III - Término.
( ) ERRADO X - Início do processo de formação das cadeias poliméricas pe-
los pontos reativos.
16-Descobertos na década de 1920, os polímeros sintéticos re- Y - Eliminação dos pontos reativos, encerrando a polimeriza-
volucionaram o mundo e acabaram por impactar de forma negati- ção.
va o Meio Ambiente devido ao seu descarte incorreto, reciclagem Z - Rompimento das ligações duplas.
complexa e tempo de decomposição alto. Existem vários tipos de
polímeros, sendo os de estrutura tridimensional em rede com liga- Pela associação dos termos, temos a seguinte conclusão:
ções cruzadas, insolúveis, infusíveis e completamente amorfos os: (A) I - X; II - Z; III - Y.
(A) epóxis (B) I - Y; II - Z; III - X.
(B) poliestirenos (C) I - Z; II - Y; III - X.
(C) polipropilenos (D) I - Z; II - X; III - Y.
(D) policarbonatos
20-Algumas moléculas chamadas monômeros podem ligar-se
17-Os polímeros são moléculas de cadeia longa que consistem entre si, dando origem a macromoléculas denominadas polímeros.
em unidades repetitivas chamadas de monômeros. Eles podem ser Assinale a alternativa que NÃO apresenta polímeros utilizados no
naturais ou sintéticos. nosso dia a dia.
(A) Copo de vidro.
Leia o trecho a seguir e preencha corretamente as lacunas. (B) Sacos plásticos.
(C) Isopor.
Os monômeros do eteno podem reagir um com o outro, que- (D) Panela antiaderente.
brando a ligação dupla entre os carbonos e unindo-se formando (E) Pneu de automóvel.
uma longa cadeia polimérica de polietileno. Este é um exemplo de
polímero de _____________________. O cloreto de polivinila (PVC)
é constituído de monômeros em que um átomo de cloro substitui
um dos átomos de hidrogênio do eteno. A temperatura de fusão de
um polímero de PVC é _____________________ do que a do polie- GABARITO
tileno, considerando-se ambos com o mesmo tamanho de cadeia.
Alguns polímeros, denominados de _____________________,
consistem em dois tipos diferentes de monômeros. Por fim, os 1 B
polímeros que eliminam um átomo ou um pequeno grupo de
átomos durante a polimerização são chamados de polímeros de 2 B
_____________________; um exemplo desse tipo de polímero é o 3 E
náilon.
4 B
A sequência que preenche corretamente as lacunas do texto é 5 C
(A) adição / menor / copolímeros / condensação 6 C
(B) condensação / menor / copolímeros / adição
(C) adição / maior / copolímeros / condensação 7 C
(D) condensação / menor / dímeros / adição 8 C
(E) adição / maior / dímeros / condensação 9 D
18-Sobre os polímeros, sabe-se que: 10 A
11 B
I - são micromoléculas.
12 A
II - ligados por ligação covalente.
III - formados por meio de reações de polimerização. 13 C
14 CERTO
15 CERTO
283
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO I
16 A ______________________________________________________
17 C ______________________________________________________
18 C
______________________________________________________
19 D
______________________________________________________
20 A
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
BLOCO II
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Definição de sistema
Um sistema é o conjunto de corpos que são objetos de estudo, de modo que qualquer outro corpo que não esteja sendo estudado é
considerado como agente externo ao sistema. As forças exercidas entre os corpos que compõem o sistema são denominadas de forças
internas, e aquelas exercidas sobre os corpos do sistema por um agente externo são denominadas de forças externas.
Coeficiente de restituição
O coeficiente de restituição (e) é definido como a razão entre as velocidades imediatamente antes e depois da colisão. Elas são deno-
minadas de velocidades relativas de aproximação e de afastamento dos corpos.
Tipos de colisão
• Colisão inelástica
Quando há perda máxima da energia cinética do sistema, a colisão é classificada como inelástica. Após a ocorrência desse tipo de
colisão, os objetos participantes permanecem grudados e executam o movimento como um único corpo. Como após a colisão não have-
rá afastamento entre os objetos, a velocidade relativa de afastamento será nula, fazendo com que o coeficiente de restituição seja zero.
286
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
A tabela a seguir pode ajudar na memorização das relações entre os diferentes tipos de colisões:
Gráficos na cinemática
Na cinemática, a variável independente é o tempo, por isso escolhemos sempre o eixo das abscissas para representar o tempo. O
espaço percorrido, a velocidade e a aceleração são variáveis dependentes do tempo e são representadas no eixo das ordenadas.
Para construir um gráfico devemos estar de posse de uma tabela. A cada par de valores correspondentes dessa tabela existe um ponto
no plano definido pelas variáveis independente e dependente.
Vamos mostrar exemplos de tabelas e gráficos típicos de vários tipos de movimento: movimento retilíneo e uniforme, movimento
retilíneo uniformemente variado.
Exemplo 1
MOVIMENTO RETILÍNEO E UNIFORME
Seja o caso de um automóvel em movimento retilíneo e uniforme, que tenha partido do ponto cujo espaço é 5km e trafega a partir
desse ponto em movimento progressivo e uniforme com velocidade de 10km/h.
Considerando a equação horária do MRU s = so + vot, a equação dos espaços é, para esse exemplo,
s = 5 + 10t
E o espaço inicial:
so = 5km
Para construirmos a tabela, tomamos intervalos de tempo, por exemplo, de 1 hora, usamos a equação s(t) acima e anotamos os
valores dos espaços correspondentes:
t(h) s(km)
0 5
1 15
2 25
3 35
4 45
5 55
6 65
287
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Tabela 3 - MRU
288
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Para o caso da velocidade, temos a equação v = vo + at. Assim, para o movimento observado temos:
v = 3 - 4t
v(m/s) t(s)
3 0
-1 0,5
5 0,75
Obtendo o gráfico v x t:
289
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Exemplo 3
Como exemplo de gráfico representando dados experimentais vamos usar os dados da tabela:
Tabela
Gráfico referente à tabela
Dados de um indivíduo andando
Note:
• Até o instante t = 4min pode-se dizer que os pontos podem ser representados por
• uma reta.
• Entre t = 4 e t = 5 houve uma alteração de comportamento.
• Não ligue os pontos em ziguezague utilizando segmentos de reta. Trace curvas
• médias lisas ou retas que representam comportamentos médios.
Observação: A reta traçada deixa dois pontos para baixo e dois para cima. A origem é um ponto experimental.
DINÂMICA
A terceira área da mecânica que mais aparece no exame é a dinâmica, com as Leis de Newton. Ela vem em exercícios que pedem
elementos como atrito e componentes da resultante, com a força centrípeta e a aceleração centrípeta.
A prova pode pedir, por exemplo, para o candidato associar a aceleração confortável para os passageiros de um trem com dimensões
curvas, que faz um caminho curvo. Isso está completamente ligado à aceleração centrípeta.
As leis de Newton
A cinemática é o ramo da ciência que propõe um estudo sobre movimento, sem, necessariamente se preocupar com as suas causas.
Quando partimos para o estudo das causas de um movimento, aí sim, falamos sobre a dinâmica. Da dinâmica, temos três leis em que
todo o estudo do movimento pode ser resumido. São as chamadas leis de Newton:
Primeira lei de Newton – a lei da inércia, que descreve o que ocorre com corpos que estão em equilíbrio.
Segunda lei de Newton – o princípio fundamental da dinâmica, que descreve o que ocorrer com corpos que não estão em equilíbrio.
Terceira lei de Newton – a lei da ação e reação, que explica o comportamento de dois corpos interagindo entre si.
Força Resultante
A determinação de uma força resultante é definida pela intensidade, direção e sentido que atuam sobre o objeto. Veja diferentes
cálculos da força resultante:
290
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
O momento total seria o dobro Nesse exemplo, ao se imaginar uma gangorra apoiada na dis-
tância de 8 m nota-se que uma força de 50N provoca uma ação na
outra ponta de 200 N ampliando em 4 vezes a ação inicial. Para isto,
basta comparar os momentos das duas forças nas extremidades em
relação ao apoio, e constatar que eles se equilibram, pois têm o
O sinal será definido pelo sistema de referência adotado: no mesmo valor e sinais opostos (a força à esquerda tende a fazer a
nosso caso, adotando um sistema em que os momentos sejam po- barra girar no sentido anti-horário e a da extremidade direita no
sitivos no sentido horário, o momento total seria negativo, pois o sentido horário). Assim:
corpo tende a girar no sentido anti-horário: 50 N x 8 m= 200 N x 2 m
Com isso pode-se amplificar ações de forças com a utilização
dessa máquina simples, provavelmente pré-histórica.
Gravitação Universal
A unidade do momento de uma força é o newton∙metro ou A Lei da Gravitação Universal estabelece que, se dois corpos
N∙m. possuem massa, eles sofrem a ação de uma força atrativa propor-
Então, para o corpo permanecer estático, além das duas equa- cional ao produto de suas massas e inversamente proporcional a
ções do ponto: sua distância.
293
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Introdução à Gravitação Universal Comparando as duas equações acima, podemos perceber que
A Lei da Gravitação Universal é uma lei física que foi desco- a gravidade de um corpo pode ser calculada pela fórmula a seguir:
berta pelo físico inglês Isaac Newton. Ela é utilizada para calcular
o módulo da atração gravitacional existente entre dois corpos do-
tados de massa. A força gravitacional é sempre atrativa e age na
direção de uma linha imaginária que liga dois corpos. Além disso,
em respeito à Terceira Lei de Newton, conhecida como Lei da Ação
e Reação, a força de atração é igual para os dois corpos interagen-
tes, independente de suas massas. De acordo com Isaac Newton:
“Dois corpos atraem-se por uma força que é diretamente pro- A fórmula acima mostra que a gravidade de um planeta, es-
porcional ao produto de suas massas e inversamente proporcio- trela ou qualquer que seja o corpo depende de sua massa (M), da
nal ao quadrado da distância que os separa.” constante de gravitação universal (G) e do inverso do quadrado
da distância em que nos encontramos até o centro desse corpo (d),
Por meio da proposição da Lei da Gravitação Universal, foi pos- que, no caso de corpos esféricos, é o seu próprio raio.
sível predizer o raio das órbitas planetárias, o período de asteroi- A Terra, por exemplo, possui massa de 5,972.1024 kg e raio
des, eventos astronômicos como eclipses, determinação da massa médio de 6371 km (6,371.106 m), logo, podemos calcular o valor
e raio de planetas e estrelas etc. médio da gravidade na sua superfície:
Legenda:
P – módulo da força peso (N – Newton)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
g – módulo da gravidade local (m/s² – metro por segundo ao
quadrado)
294
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Legenda:
v – velocidade de translação do corpo (m/s – metros por segundo)
ω – velocidade angular (rad/s – radianos por segundo)
T – período de translação (s – segundos)
A fórmula indica que a razão do quadrado do período de translação de um corpo em torno de sua massa gravitacional ativa (por
exemplo, a translação da Terra em torno do Sol) pelo cubo do raio médio da órbita (distância média entre a Terra e Sol, por exemplo) tem
módulo constante, que depende da constante de gravitação universal (G) e da massa gravitacional ativa M (a massa do Sol, por exemplo).
Veja um exemplo:
A lua é um satélite natural que orbita o planeta Terra pela ação da grande força gravitacional exercida pela gravidade terrestre. Sendo
a massa da Terra igual a 5,972.1024 kg, a massa da lua 7,36.1022 kg e a distância média entre a Terra e a Lua igual a 384.400 km (3,84.108
m), determine:
Resolução
a) Para calcular a atração gravitacional que a Terra exerce sobre a Lua, usaremos a Lei da Gravitação Universal:
b) De acordo com a Terceira Lei de Newton, a Lei da Ação e Reação, se a Terra exerce uma força de ação sobre a Lua, esta deve exercer
uma força atrativa sobre a Terra de mesmo módulo e direção, porém, no sentido oposto, logo, a força que a Lua faz sobre a Terra também
é de 20.1019 N.
c) Se nos lembrarmos da Segunda Lei de Newton, que nos diz que o módulo da força resultante sobre um corpo é igual ao produto de
sua massa pela sua aceleração, podemos calcular a aceleração adquirida pela Lua e pela Terra facilmente. Observe:
Os valores de aceleração calculados acima mostram que, apesar de as forças de atração serem iguais para a Terra e para a Lua, a
aceleração adquirida por cada uma é diferente. Além disso, fazendo a razão entre os dois valores, vemos que a aceleração que a Lua sofre
é cerca de 81 vezes maior que a sofrida pela Terra.
295
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Quando o ser humano iniciou a agricultura, ele necessitou de 2ª Lei de Kepler - Lei das Áreas
uma referência para identificar as épocas de plantio e colheita. O segmento que une o sol a um planeta descreve áreas iguais
Ao observar o céu, os nossos ancestrais perceberam que al- em intervalos de tempo iguais.
guns astros descrevem um movimento regular, o que propiciou a
eles obter uma noção de tempo e de épocas do ano.
Primeiramente, foi concluído que o Sol e os demais planetas
observados giravam em torno da Terra. Mas este modelo, chamado
de Modelo Geocêntrico, apresentava diversas falhas, que incenti-
varam o estudo deste sistema por milhares de anos.
Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) apre-
sentou um modelo Heliocêntrico, em que o Sol estava no centro do
universo, e os planetas descreviam órbitas circulares ao seu redor.
No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis
que regem o movimento planetário, utilizando anotações do astrô-
nomo Tycho Brahe (1546-1601).
Kepler formulou três leis que ficaram conhecidas como Leis de
Kepler.
296
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Movimento Oscilatório
Um movimento oscilatório acontece quando o sentido do mo-
vimento se alterna periodicamente, porém a trajetória é a mesma
para ambos os sentidos. É o caso dos pêndulos e das cordas de gui-
tarras e violões, por exemplo.
A figura abaixo representa uma corda em vibração, observe
Função Cosseno
que mesmo se deslocando para baixo e para cima do ponto de ori-
gem ela sempre mantêm distâncias iguais de afastamento deste
ponto.
297
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Quando isto acontece, o movimento é chamado Movimento Usando o que já conhecemos sobre MCU e projetando o des-
Harmônico Simples (MHS). locamento angular no eixo x podemos deduzir a função horária do
Para que o estudo desse movimento seja simplificado, é possí- deslocamento no Movimento Harmônico Simples:
vel analisá-lo como uma projeção de um movimento circular unifor-
me sobre um eixo. Assim:
298
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Obtendo: Exemplo:
(1) Um sistema é formado por uma mola pendurada vertical-
mente a um suporte em uma extremidade e a um bloco de massa
10kg. Ao ser posto em movimento o sistema repete seus movimen-
Com isso concluímos que o valor algébrico da força resultante tos após cada 6 segundos. Qual a constante da mola e a freqüencia
que atua sobre uma partícula que descreve um MHS é proporcional de oscilação?
à elongação, embora tenham sinais opostos.
Esta é a característica fundamental que determina se um corpo Para um sistema formado por uma massa e uma mola, a cons-
realiza um movimento harmônico simples. tante k é equivalente à constante elástica da mola, assim:
Chama-se a força que atua sobre um corpo que descreve MHS
de força restauradora, pois ela atua de modo a garantir o prosse-
guimento das oscilações, restaurando o movimento anterior.
Sempre que a partícula passa pela posição central, a força tem
o efeito de retardá-la para depois poder trazê-la de volta.
Período do MHS
Grande parte das utilidades práticas do MHS está relacionado Lei de Hooke
ao conhecimento de seu período (T), já que experimentalmente é A lei de Hooke consiste basicamente na consideração de que
fácil de medi-lo e partindo dele é possível determinar outras gran- uma mola possui uma constante elástica k. Esta constante é obede-
dezas. cida até um certo limite, onde a deformação da mola em questão se
Como definimos anteriormente: torna permanente. Dentro do limite onde a lei de Hooke é válida, a
k=mω² mola pode ser comprimida ou elongada, retornando a uma mesma
posição de equilíbrio.
A partir daí podemos obter uma equação para a pulsação do Analiticamente, a lei de Hooke é dada pela equação:
MHS: F = -k.x
299
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Note que as linhas em vermelho são as linhas que representam a força aplicada. Para a elongação da mola, ela é positiva, enquanto
que para a compressão da mola, ao longo do sentido negativo do eixo x, esta força assume valores negativos. Já a força de reação ofere-
cida pela mola assume valores negativos para a elongação e valores positivos para a compressão. Isso é muito fácil de observar cotidiana-
mente. É só colocar uma mola presa a um suporte, de modo que possa ser elongada ou comprimida na horizontal, conforme a figura 02.
Note que quando é aplicada uma força no sentido positivo do eixo x, a mola reagirá aplicando uma força de igual intensidade, porém
sentido contrário. No caso da compressão, a força aplicada é negativa, e a força de reação acaba por ser positiva, sempre contrária à força
aplicada.
300
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Centro de Massa
Por Francisco José Correia de Alencar
Faça os exercícios!
Veja a figura a cima. Enquanto o cilindro, lançado para cima, gira, há um ponto seu que não gira, mas descreve uma trajetória para-
bólica. É o centro de massado cilindro.
Na figura anterior, o projétil descreve uma trajetória parabólica até explodir. Depois da explosão, cada fragmento tem trajetória dife-
rente, mas o centro de massa do projétil de antes da explosão mantém a trajetória parabólica.
O movimento de um corpo rígido, ou de um sistema de corpos rígidos, pode ser representado pelo movimento do centro de massa
desse corpo ou sistema. Pra isso, admite-se que toda a massa do corpo, ou do sistema, esteja concentrada no centro de massa e que nele
estejam aplicadas todas as forças externas.
Centro de massa
Considere um sistema de pontos materiais P1, P2,..., Pn e de massas m1, m2,..., mn, respectivamente. Vamos supor, por exemplo, que
estes pontos pertençam a um plano α. Admitamos, ainda, conhecidas as coordenadas de P1, P2,..., Pn em relação a um sistema cartesiano
ortogonal pertencente ao plano α (Figura): P1(x1, y1), P2 (x2, y2),..., Pn (xn, yn).
301
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Recebe o nome de centro de massa do sistema de pontos materiais.
Considere uma chapa homogênea, como por exemplo, a chapa homogênea em forma de T da Figura. Seu centro de massa C coincide
com o centro de massa dos pontos C’ e C” que são os centros de massa das chapas retangulares indicadas na figura. Pode-se generalizar
a propriedade anterior, subdividindo-se o sistema em mais de dois conjuntos parciais.
302
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Translação
É o movimento onde se modifica a posição de um objeto, ou
seja, todos os pontos do corpo são movidos de uma distância fixa
em uma mesma direção.
303
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Por intermédio da lei de Stevin, pode-se observar que a pres- Aplicando a lei de Stevin e sabendo que pontos de mesma altu-
são exercida por um líquido não depende do formato ou do volume ra possuem mesma pressão, teremos:
do recipiente no qual ele se encontra e que pontos de mesma altu-
ra possuem mesma pressão. A imagem a seguir mostra um sistema
de vasos comunicantes formados por recipientes de formas e volu-
mes diferentes.
Prensa hidráulica
Não é comum, mas sempre que paramos em um posto de com-
bustível, nos deparamos com elevadores enormes, como o da fi-
gura acima. Esse tipo de equipamento recebe o nome de elevador
hidráulico ou prensa hidráulica. Seu funcionamento se baseia no
Princípio de Pascal e ajuda a levantar grandes massas.
As prensas hidráulicas constituem-se de um tubo preenchido
por um líquido confinado entre dois êmbolos de áreas diferentes.
Repare que a altura da coluna de líquido e o tipo de líquido são Quando aplicamos uma força no êmbolo de área A1, surge uma
exatamente iguais para os três recipientes. Sendo assim, pode-se pressão na região do líquido em contato com esse êmbolo. Como
concluir, por meio da lei de Stevin, que as pressões exercidas nos o incremento de pressão é transmitido integralmente a qualquer
pontos 1, 2 e 3 são exatamente iguais (P1 = P2 = P3). ponto do líquido, podemos dizer que ele também atua no êmbolo
de A2 com uma força de intensidade proporcional à área do êm-
Mistura de líquidos bolo 2. Vejamos a figura abaixo:
Quando dois líquidos imiscíveis são colocados em um recipien-
te em formato de U, pode-se aplicar a lei de Stevin para estabelecer
uma relação entre as densidades e as alturas das colunas de líqui-
do. Na imagem a seguir, dois líquidos com densidades D1 e D2 fo-
ram colocados em um recipiente. As alturas das colunas de líquido
são proporcionais às densidades dos fluidos.
304
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Onde: Empuxo
O que é empuxo? Trata-se da força que surge em todo objeto
mergulhado em um fluido. Ele corresponde ao peso do volume de
líquido deslocado pelo corpo.
Empuxo é o nome dado à força exercida por um fluidosobre
um objeto mergulhado total ou parcialmente nele. Também conhe-
cido como Princípio de Arquimedes, o empuxo sempre apresenta
direção vertical e sentido para cima.
De acordo com essa relação, vemos que força e área são gran- Assim que um objeto qualquer é mergulhado em um fluido, ele
dezas diretamente proporcionais. Dessa forma, dizemos que o êm- começa a deslocá-lo. O empuxo corresponde ao peso do volume de
bolo menor recebe uma força de menor intensidade, enquanto que líquido deslocado pelo objeto, sendo assim, podemos definir mate-
o êmbolo de maior área recebe maior força. maticamente o empuxo da seguinte forma:
Em decorrência da equação enunciada acima (Princípio de Pas- E = PDES
cal), inúmeros equipamentos foram construídos de forma a facili- E = mDES . g
tar o trabalho humano. Podemos encontrar a prensa hidráulica em
freios hidráulicos, na direção de um automóvel, em aviões, máqui- Sabendo que a densidade é fruto da razão entre a massa e vo-
nas pesadas, etc. lume de uma substância, podemos escrever que:
Para o deslocamento do êmbolo podemos dizer que o decrés-
cimo de volume no êmbolo 1 é igual ao acréscimo do volume no d = m/V → m = d.V
êmbolo 2. Então, temos:
∆V1= ∆V2 Reescrevendo a equação do empuxo, temos:
Casos de flutuação
1) Corpo afunda:
Se um objeto mergulhado em um fluido afunda, podemos afir-
mar que a sua densidade é maior que a do líquido e que o seu peso
é superior ao empuxo.
305
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
2) Corpo em equilíbrio
Se as densidades do corpo e do fluido forem iguais, o corpo permanecerá em equilíbrio no líquido e podemos afirmar que o empuxo
é igual ao peso do corpo.
3) Corpo boiando:
Um objeto boia na superfície de um líquido sempre que sua densidade é menor que a densidade do líquido. Nesse caso, o empuxo
que atua sobre o corpo é maior que seu peso.
Exemplo de aplicação
Os submarinos utilizados pelas Forças Armadas são um exemplo clássico de aplicação do empuxo. Enquanto o submarino mantém-se
flutuando na superfície da água, podemos afirmar que o empuxo é igual ao peso e a embarcação mantém-se em equilíbrio. Para submer-
gir, o submarino enche alguns reservatórios com água, assim, seu peso torna-se superior ao empuxo e ele afunda.
Linha de corrente
É uma linha contínua traçada no líquido, o lugar geométrico dos pontos, que, num mesmo instante t considerado, mantém-se tan-
gente em todos os pontos à velocidade V. Pode também ser definido como a família de curvas que, para cada instante de tempo, são as
envolventes do campo de velocidades num fluido.
A linha de corrente é correspondente diretamente à trajetória da partícula no fluido.
Em particular, a linha de corrente que se encontra em contato com o ar, num canal, duto ou tubulação se denomina linha d’água.
O conjunto de todas as linhas de corrente que passam por uma pequena curva fechada é definido como um tubo de corrente.
Vazão
Vazão ou caudal (ou ainda, «débito») é o volume e/ou massa de determinado fluido que passa por uma determinada seçãode um
conduto livre ou forçado, por unidade de tempo. Ou seja, vazão é a rapidez com a qual um volume e/ou massa escoa. Vazão corresponde
à taxa de escoamento, ou seja, quantidade de material transportado através de conduto livre ou forçado, por unidade de tempo. Ainda
outra definição é a de um fluxo volumétrico.
Um conduto livre pode ser um canal, um rio ou uma tubulação. Um conduto forçado pode ser uma tubulação com pressão positiva
ou negativa. Assim, pode-se escrever a vazão.
Com a área a em m² e a velocidade de escoamento v em m/s, vazão é dada em m³/s.
Equação da Continuidade
Antes de entender o que é a Equação da Continuidade, é necessário entender o conceito de fluxo. O termo pode ser aplicado nos
mais variados contextos. A abordagem feita aqui é aquela adotada do ponto de vista da Hidrodinâmica (Dinâmica dos Fluidos).
Se você pudesse ver cada partícula de ar atravessando a espira, poderia observar linhas que representariam as trajetórias das partícu-
las de ar. Em cada ponto, a tangente a cada linha daria a velocidade das gotas de água naquele ponto. Veja a sequência das figuras abaixo:
Pelas figuras, pode-se compreender Fluxo como sendo um campo vetorial através de uma superfície, isto é, a “quantidade” de algo
que, efetivamente, atravessa aquela superfície. Matematicamente, pode ser expresso da seguinte forma:
A letra Φ representa o Fluxo, é o vetor velocidade e A é o vetor área.
306
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Um fato bastante corriqueiro mostra que é possível aumentar a velocidade da água que sai de uma mangueira de jardim fechando
parcialmente o bico da mangueira com o dedo. Esta alteração na velocidade está diretamente relacionada ao fato de alterarmos a secção
da área de saída de água da mangueira.
Observando a figura ao lado, é fato simples de compreender (principalmente quando consideramos o fluido incompressível) que a
quantidade de água que entra na mangueira com velocidade 1 deve ser a mesma que sai com velocidade 2, já que não há, no trans-
curso, nenhuma fonte nem sumidouro de fluido. Em outras palavras, o fluxo de líquido deve ser constante.
Sendo assim, pode-se escrever matematicamente:
Esta relação entre a velocidade do fluido e a área de secção por onde o fluido passa é chamada Equação da Continuidade.
De uma outra forma, a equação anterior pode ser escrita como:
A . v = constante
O produto anterior é chamado de Vazão (volume de fluido que passa por uma secção na unidade de tempo). No Sistema Internacional
de Unidades, é medido em m³/s (metro cúbico por segundo).
Para entender um pouco mais sobre as consequências desta equação, confira o vídeo:
Mas tem outra coisa: é comum alguns acreditarem que a água que sai da mangueira com maior velocidade em virtude da redução da
área tem sua pressão aumentada. No entanto acontece exatamente ao contrário. A pressão, nesta condição é menor. Mas isto é outra
história. É necessário analisarmos do ponto de vista da Equação de Bernoulli.
DINÂMICA
A terceira área da mecânica que mais aparece no exame é a dinâmica, com as Leis de Newton. Ela vem em exercícios que pedem
elementos como atrito e componentes da resultante, com a força centrípeta e a aceleração centrípeta.
A prova pode pedir, por exemplo, para o candidato associar a aceleração confortável para os passageiros de um trem com dimensões
curvas, que faz um caminho curvo. Isso está completamente ligado à aceleração centrípeta.
Energia Cinética
A energia que um corpo adquire quando está em movimento chama-se energia cinética. A energia cinética depende de dois fatores:
da massa e da velocidade do corpo em movimento.
Potencial
É um tipo de energia que o corpo armazena, quando está a uma certa distância de um referencial de atração gravitacional ou associa-
do a uma mola.
307
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Exemplos de Ocorrências
Quando alguém puxa a corda de um arco e flecha, quando es-
tica ou comprime uma mola ou quando salta em um Bungee jum-
ping, em todos esses casos, energia está sendo utilizada para defor-
mar um corpo. Para poder acertar o alvo, um arqueiro tem que usar
energia de seus músculos para puxar a flecha para trás e o arco para
frente. Dessa forma, a corda desse instrumento fica esticada e com
certa quantidade de energia armazenada. Quando o arqueiro solta
a corda, a flecha recebe parte dessa energia e, com isso, adquire
movimento. F=-kx
Assim como nos exemplos citados, sempre que um corpo é de-
formado e mantém a capacidade de diminuir essa deformação (vol- ondexé a distância até a posição de equilíbrio eké a constante
tando ao formato original ou não), dizemos que esse corpo arma- da mola. Essa força também é chamada de força restauradora, pois
zenou uma modalidade de energia chamada de energia potencial tende a fazer com que a massa volte até a posição de equilíbrio. A
elástica. Agora, o nome potencial é originado do fato de o corpo es- energia potencial elásticaU(x)associada a força restauradora tem a
ticado ou comprimido pode adquirir movimento espontaneamente forma de uma parábola U(x) = k x2/2
após ser liberado. A denominação elástica vem do fato de a capaci- Ponto de equilíbrio: O ponto de equilíbrio é aquele onde a força
dade de deformar e voltar ao normal ser chamada de elasticidade. exercida pela mola sobre a massa é nula. E esse ponto representa o
menor valor da energia potencial elástica.
Nosso organismo, por exemplo, possui uma proteína chama- Condições iniciais: As condições iniciais determinam as especi-
da elastina - responsável por dar elasticidade à nossa pele. Quan- ficidades do movimento do sistema massa-mola. Podemos ter uma
do pressionamos ou puxamos a pele de alguém, energia potencial situação inicial onde a mola está distendida e em repouso. Pode-
elástica fica armazenada permitindo que a pele retorne ao formato mos também ter a condição inicial onde a distensão é nula (a massa
natural. Se não fosse assim, caso apertássemos o braço de alguém, está no ponto de equilíbrio) mas a velocidade é não nula. Ou pode-
ele ficaria deformado para sempre. mos ter uma combinação das condições anteriores.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Velocidade e posição: A solução x(t) da equação de movimento Características do sistema: O sistema massa mola é definido
do sistema massa-mola que nos informa como a posição da mola pelos valores da massame da constante elástica da molak , e consi-
varia com o tempo é dada por: derando esses parâmetros, encontramos que a freqüência angula-
x(t) = A sen(wt+j) rwtem a forma:
v(t) = -wA cos(wt+j)
onde
A = amplitude de oscilação
wt+j= fase e o período T
w = frequência angular
j = constante de fase
Podemos inverter as relações de dependência e encontrar que Sistema conservativo (Ausência de atrito): O sistema será con-
siderado conservativo, quando forem conservativas as forças que
nele atuam. Uma força é dita conservativa quando o trabalho que
ela produz em um percurso fechado é nulo. Chamamos de percurso
fechado a trajetória que retorna até a sua posição original. Conside-
remos um sistema composto pela Terra e uma bola que está locali-
zada próximo a sua superfície. A força gravitacional entre a Terra e a
bola é uma força conservativa, pois o trabalho que a força da Terra
Velocidade nula e posição diferente da posição de equilíbrio: exerce sobre a bola em um percurso fechado é nulo.
Considerando a solução x(t) da equação de movimento do sistema
massa-mola que nos informa como a posição da mola varia com o Por exemplo, se a bola for lançada verticalmente para cima ela
tempo é dada por: retornará até a posição original com a mesma energia. Ou seja: o
x(t) = A sen(wt+j) trabalho que a força gravitacional exerceu na subida da bola é exa-
v(t) = -wA cos(wt+j) tamente igual e de sinal contrário ao trabalho que ela exerceu na
encontramos descida.
v(0) = 0 Conservação da Energia Mecânica: Quando em um sistema só
x(0) = x0 ≠ 0 existirem forças conservativas, esse sistema será conservativo, e
ou seja: portanto a sua energia será uma constante.
A = x0 Pequenas oscilações de sistemas reais em equilíbrio estável: A
j = p/2 energia potencial de um sistema ideal tal como o sistema massa-
-mola, é simétrica em torno da sua posição de mínimo. No entanto
Posição de equilíbrio e velocidade não nula: Considerando a a energia potencial de sistemas reais não têm uma forma tão idea-
solução x(t) da equação de movimento do sistema massa-mola que lizada, mas apresenta-se como o exemplo adiante:
nos informa como a posição da mola varia com o tempo é dada por:
x(t) = A sen(wt+j)
v(t) = -wA cos(wt+j)
encontramos
v(0) = v0 = - wA≠0
x(0) = 0
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
A energia potencial do gráfico anterior é um exemplo de uma Quando consideramos uma sistema conservativo, as forças que
função não simétrica em torno do ponto de mínimoxMIN. atuam nele são todas conservativas, e a sua energia mecânica se
conserva, apesar se existir uma transformação permanente entre
Se considerarmos um sistema onde a massa está sob a ação de as energias potenciais e cinética. No entanto, na presença de uma
um potencial da forma acima, e inicialmente se encontra na posição força dissipativa, parte da energia mecânica do sistema vai se trans-
de equilíbrioxMIN, caso seja afastado de sua posição de equilíbrio ele formando de maneira irreversível em calor.
tenderá a retornar a essa posição.
Se o afastamento da posição de equilíbrio for muito pequeno, Força Centrípeta
a massa se deslocará por uma região onde a energia potencial é vi- Inicialmente deveremos definir que sempre que um corpo des-
zinha do ponto de mínimo, e essa região tem uma forma muito pa- creve uma curva, sua velocidade vetorial varia em direção. Para que
recida com a parábola. Daí dizermos que para qualquer forma que isso ocorra, pelo principio fundamental da dinâmica, as forças que
tenha a energia potencial, para oscilações de pequenas amplitudes atuam sobre o corpo devem gerar uma aceleração centrípeta.
podemos aproximar o movimento por um oscilador harmônico.
Daí dizermos que para qualquer forma que tenha a energia po-
tencial, para oscilações de pequenas amplitudes podemos aproxi-
mar o movimento por um oscilador harmônico.
Dissipação da energia mecânica: Quando as forças que atuam
em um corpo são conservativas, a energia mecânica se mantém
constante enquanto esse corpo se movimenta. No entanto, quando
pelo menos uma dessas forças for não-conservativa, a energia me-
cânica desse corpo não se manterá constante. Poderá aumentar ou O trem da montanha russa não cai devido à força centrípeta. A
diminuir dependendo do tipo de força não conservativa que esteja resultante das forças que atuam sobre o corpo, gerando uma ace-
atuando. leração. Resultante centrípeta num movimento curvilíneo podemos
Sistema dissipativo (Presença de atrito): Uma categoria de for- observar a atuação de duas forças, uma de componente tangencial
ça não conservativa são as forças dissipativas. Quando for dissipa- (responsável pela variação do módulo da velocidade) sempre tan-
tiva pelo menos uma das forças que atuam em um corpo, a sua gente à trajetória e outra de componente centrípeta (responsável
energia mecânica diminui enquanto ele se movimenta. As forças de pela variação da trajetória).
atrito são forças de contato entre duas superfícies, onde se dificulta
o movimento relativo e como consequência existe uma transforma-
ção de parte da energia mecânica em calor.
Diminuição da Energia Mecânica: A energia mecânica de um
sistema é a soma dos seus vários possíveis tipos de energia poten-
cial e a sua energia cinética.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Num sistema onde co-atuam força centrípeta e força tangen- Contudo não há problema algum em se intercambiar as duas.
cial, a decomposição da força resultante é dada como mostra abai-
xo. Equações
O impulso( ) é igual à variação da quantidade de movimento (
) de um corpo.
Observe que Ft = Fr.cosθ, e que Fc = Fr.senθ Em situações mais complicadas - onde a força resultante
atuanto no corpo é variável - a equação anterior contudo não se
Quando o movimento é uniforme, Ft é zero. aplica. Deve-se determinar o impulso nestes casos pela integração
de no tempo:
Força em um referencial não-inercial
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
A conclusão pode surpreender alguns: se as quantidades de Portanto, quando várias forças atuam sobre determinado cor-
movimento inciais são iguais em ambos os casos, ocorrendo o mes- po, elas se somam vetorialmente, para assim, dar lugar a umaforça
mo com as quantidades de movimento finais, tem-se que os impul- resultante.
sos sofridos pelo ovo, determinável pela diferença entre a quantida- O estudo da força é apresentado na segundaLei de Newton-
de de movimento final e inicial, são também iguais. denominada “Princípio Fundamental da Dinâmica” ou “Força”, no
A pergunta iminente é: porque o ovo quebra em um caso, e qual a força resultante, ou seja, a soma vetorial de todas as forças
não no outro? A resposta é: embora o impulso sofrido seja o mes- aplicadas sobre o corpo, é diretamente proporcional ao produto da
mo, as forças que atuam em cada caso não são iguais, sendo muito aceleração de um corpo pela sua massa, apresentada pela seguinte
maiores na colisão com o chão. Supondo uma força média contante expressão:
atuando em ambos os casos, o produto determina o impulso F=m.a
sofrido, e deve fornecer o mesmo resultado em ambos os casos. Donde,
Contudo o tempo de colisão no caso da almofada - dada a defor- F: força
mação gradual desta - é consideravelmente maior, de forma que a m: massa do corpo
força de interação almofada-ovo é consideravelmente menor. Na a: aceleração adquirida
interação ovo-piso os papeis se invertem: o choque deve ser com-
pletado em um intervalo de tempo muito menor que no caso da Note que a fórmula apresentada acima está em módulo (F =
almofada, e por tal, para que o produto continue o mesmo, a m.a), enquanto que sua representação em forma de vetor, é indica-
força neste caso deve ser consideravelmente maior. da com uma seta acima da letra:
313
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Legenda:
P – módulo da força peso (N – Newton)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
g – módulo da gravidade local (m/s² – metro por segundo ao
quadrado)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
a Lua, usaremos a Lei da Gravitação Universal: Já os processos térmicos são as mudanças de temperatura e
pressão que ocorrem nos sistemas. O processo de aquecimento é
um exemplo de processo térmico, em que a energia térmica é trans-
ferida para um sistema e sua temperatura aumenta. O resfriamento
é outro exemplo de processo térmico, em que a energia térmica é
retirada do sistema e sua temperatura diminui.
A troca de calor é um processo térmico muito importante, que
ocorre quando dois sistemas com temperaturas diferentes entram
em contato e há uma transferência de energia térmica entre eles.
b) De acordo com a Terceira Lei de Newton, a Lei da Ação e Existem três modos de transferência de calor: condução, convec-
Reação, se a Terra exerce uma força de ação sobre a Lua, esta deve ção e radiação. Na condução, a transferência de calor ocorre por
exercer uma força atrativa sobre a Terra de mesmo módulo e dire- contato direto entre as partículas de dois corpos. Na convecção, a
ção, porém, no sentido oposto, logo, a força que a Lua faz sobre a transferência de calor ocorre por meio de um fluido, como o ar ou a
Terra também é de 20.1019 N. água, que é aquecido e se movimenta. Já na radiação, a transferên-
c) Se nos lembrarmos da Segunda Lei de Newton, que nos diz cia de calor ocorre por meio de ondas eletromagnéticas, como a luz
que o módulo da força resultante sobre um corpo é igual ao produ- e o calor infravermelho.
to de sua massa pela sua aceleração, podemos calcular a aceleração Outro processo térmico importante é a mudança de fase, em
adquirida pela Lua e pela Terra facilmente. Observe: que uma substância passa de um estado físico para outro. Por
exemplo, a água pode passar do estado sólido (gelo) para o estado
líquido (água) ou do estado líquido para o estado gasoso (vapor)
através do processo de fusão e vaporização, respectivamente.
Em resumo, as propriedades e processos térmicos são essen-
ciais para entender como a energia térmica é transferida e transfor-
mada nos sistemas. A compreensão dessas propriedades e proces-
sos pode ser aplicada em diversos campos, como na engenharia, na
química, na física e na meteorologia, contribuindo para o desenvol-
vimento de tecnologias mais eficientes e sustentáveis.
Os valores de aceleração calculados acima mostram que, ape- Máquinas térmicas são dispositivos que convertem energia tér-
sar de as forças de atração serem iguais para a Terra e para a Lua, a mica em trabalho mecânico, e vice-versa. Elas são encontradas em
aceleração adquirida por cada uma é diferente. Além disso, fazendo diversos sistemas e equipamentos, desde motores de combustão
a razão entre os dois valores, vemos que a aceleração que a Lua interna até turbinas de geração de energia elétrica. Entretanto, es-
sofre é cerca de 81 vezes maior que a sofrida pela Terra. sas máquinas não são exclusivas da tecnologia humana - processos
naturais que ocorrem na Terra e no universo também podem ser
descritos como máquinas térmicas.
Um exemplo de máquina térmica natural é a atmosfera terres-
PROPRIEDADES E PROCESSOS TÉRMICOS tre. A radiação solar aquece a superfície da Terra, que por sua vez
aquece o ar em contato com ela. Esse ar aquecido sobe, criando
uma corrente de ar ascendente que é responsável pela movimenta-
As propriedades e processos térmicos são fundamentais para ção de massas de ar ao redor do planeta. Essa movimentação do ar
o entendimento do comportamento da matéria em relação à tem- pode ser aproveitada para gerar energia elétrica através de turbinas
peratura. A termodinâmica é a área da física que estuda as proprie- eólicas. Esse processo é um exemplo de máquina térmica natural,
dades e processos térmicos dos sistemas, buscando entender como que utiliza a energia térmica do Sol para gerar trabalho mecânico.
a energia térmica é transferida e transformada entre diferentes sis- Outro exemplo de máquina térmica natural é o ciclo da água.
temas. A energia térmica do Sol evapora a água dos oceanos, rios e lagos,
Uma das principais propriedades térmicas é a temperatura, transformando-a em vapor de água. Esse vapor sobe na atmosfera
que é uma medida da energia térmica de uma substância. Outra e, ao esfriar, condensa-se em nuvens. Essas nuvens movimentam-se
propriedade importante é o calor específico, que é a quantidade ao redor do planeta até que as gotículas de água presentes nelas
de energia necessária para elevar a temperatura de uma substância atinjam um tamanho suficiente para cair como chuva. Essa chuva é
em um grau Celsius. O calor específico é uma propriedade intrín- responsável por encher reservatórios de água que podem ser apro-
seca de cada substância e pode ser utilizado para calcular a quan- veitados para gerar energia hidrelétrica. Novamente, esse processo
tidade de energia necessária para aquecer ou resfriar um material. é um exemplo de máquina térmica natural, que utiliza a energia
térmica do Sol para gerar trabalho mecânico.
316
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Em resumo, as máquinas térmicas não são exclusivas da tec- Essa energia que vem das reações químicas é decorrente do re-
nologia humana - processos naturais que ocorrem na Terra e no arranjo das ligações químicas dos reagentes, transformando-se em
universo também podem ser descritos como máquinas térmicas. A produtos. Essa energia armazenada é a ENTALPIA (H). É a energia
atmosfera terrestre e o ciclo da água são exemplos de máquinas que vem de dentro da molécula.
térmicas naturais que convertem energia térmica em trabalho me- Nas reações químicas, não é necessário calcular a entalpia. De-
cânico e vice-versa, e que podem ser utilizadas para gerar energia vemos calcular, geralmente, a variação de entalpia (ΔH). A variação
elétrica de forma sustentável. O estudo desses processos naturais de entalpia é a diferença entre a entalpia dos produtos e a entalpia
pode contribuir para o desenvolvimento de tecnologias mais efi- dos reagentes.
cientes e sustentáveis que imitem os processos naturais para gerar
energia.
TERMOQUÍMICA
absorção de calor
liberação de calor
Quando a substância passa do estado físico sólido para líquido
e em seguida para gasoso, ocorre absorção de calor.
Quando a substância passa do estado gasoso para líquido e em
seguida para sólido, ocorre liberação de calor.
317
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Se o valor for positivo (+) a reação é endotérmica, ou seja, ela Estado padrão: é a forma mais estável de uma substância a
absorveu energia para acontecer. 25°C e a 1atm de pressão. São as substâncias simples.
As substâncias que participam da reação de formação devem
ser simples e devem informar o estado físico. Sua variação de ental-
pia de formação padrão é zero.
Reação exotérmica
É uma reação química cuja energia total (entalpia) dos seus
produtos é menor que a de seus reagentes. Exemplo de substância simples:
Isso significa que ela libera energia, na forma de calor. C(grafite), O2(g), N2(g), H2(g), Na(s), S(s).
Observe o exemplo a seguir, onde calculamos a variação de en-
talpia de uma reação. Exemplo de reação de formação:
Isto quer dizer que, para formar 1 mol de NH3, a reação produz
11 kcal de energia.
Este cálculo pode ser feito utilizando a fórmula da variação de
entalpia e alguns dados tabelados.
Observe a tabela com os valores de entalpia de formação pa-
drão de algumas substâncias:
Exemplo:
Escreva a reação de formação para cada substância abaixo, in-
dicando o valor da entalpia de formação de SO3(g):
1°) montar a reação de formação:
Entalpia
Conforme aprendemos, a entalpia (H) é a quantidade de ener-
gia que se encontra nas substâncias e que pode ser alterada através
das reações químicas. A partir de agora, estudaremos alguns tipos
de entalpia. 2°) Aplicar a fórmula:
Tipos de entalpias
Através de algumas reações, é possível calcular o valor da va-
riação de entalpia.
- Entalpia de formação
- Entalpia de combustão
- Entalpia de ligação
- Entalpia de neutralização
- Entalpia de dissolução
318
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Exemplo:
Qual o valor da entalpia de combustão do benzeno (C6H6)? Da-
dos: A ΔH do processo é a soma desses calores. Calcula-se utilizando
dados tabelados.
319
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Entalpia de dissolução
É a variação de entalpia envolvida na dissolução de 1mol de
determinada substância numa quantidade de água suficiente para
que a solução obtida seja diluída. Observe que a ΔH1 e ΔH2 são somadas, obtendo-se o valor da
Quando um sólido é colocado em um copo com água, acontece variação de entalpia. As equações químicas também são somadas,
uma dissolução. Nesta ordem, acontece: obtendo-se a reação global.
Para montar as equações e aplicar a Lei de Hess, podemos fa-
zer algumas alterações matemáticas, seguindo as seguintes regras:
1°) as equações intermediárias devem estar de acordo com a
reação global. Coloca-se as equações (dados) na ordem que reagem
ou são produzidas. Se não estiverem de acordo, troca-se o sinal da
ΔH;
2°) acertar os coeficientes também de acordo com a reação
global. Se a equação for multiplicada, a ΔH também deve ser multi-
plicada pelo mesmo número.
3°) realizar o somatório para montar a reação global;
4°) somar os valores das ΔH das equações intermediárias para
achar a ΔH da reação global.
Exemplo:
Calcule a variação de entalpia da seguinte reação pela Lei de
Hess:
Lei de Hess
O químico e médico Germain Henry Hess (1802-1850) desen- Dados:
volveu importantes trabalhos na área de termoquímica.
A Lei de Hess é uma lei experimental e estabelece que a varia-
ção de entalpia de uma reação química depende apenas dos esta-
dos inicial e final da reação.
Resolução:
320
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
O cálculo da variação da entalpia (ΔH) é um procedimento ma- Radiação1 é um termo da física que significa a propagação de
temático que utiliza as entalpias de cada um dos participantes de energia de um ponto a outro no espaço ou em um meio material,
uma reação química para determinar a quantidade de energia que com certa velocidade. Os elementos condutores de energia deter-
foi absorvida ou liberada por um processo químico qualquer. minam as formas de radiação, seja ela eletromagnética ou corpus-
Considere a equação abaixo: cular.
A+B→C+D
a) Radiação eletromagnética: toda aquela que se caracteriza
Para realizar o cálculo da variação da entalpia dessa reação, pela oscilação entre um campo elétrico e um campo magnético. É
é necessário conhecer as entalpias de cada um dos participantes classificada de acordo com a frequência de ondas, das quais as mais
(reagentes e produtos): conhecidas são: ondas hertzianas (de rádio ou TV), micro-ondas, ra-
• HA = Entalpia da substância A diação infravermelha, ultravioleta, raios-X e raios gama.
• HB = Entalpia da substância B
• HC = Entalpia da substância C b) Radiação corpuscular: é constituída por partículas subatô-
• HD = Entalpia da substância D micas, e os tipos mais conhecidos são: elétrons, prótons, nêutrons,
dêuterons e partículas alfa e beta. Existem quatro tipos de radiação:
Tendo conhecimento sobre a entalpia de cada um dos partici- alfa, beta, gama e X.
pantes da reação, basta utilizar os valores na expressão matemática
de subtração que representa a variação da entalpia, que é: c) Radiação ionizante: é a designação dada às radiações de tipo
ΔH = Hp – Hr eletromagnético e corpuscular, que, ao entrarem em contato com
a matéria, causam direta ou indiretamente a criação de íons. De-
Para essa reação, temos que: pendendo da quantidade de energia, a radiação pode ser ionizante
• Hp = Soma da entalpia dos produtos. (alto nível de energia) ou não ionizante (baixa energia). A radiação
No caso da reação representada no Hp, temos a soma das en- ionizante tem inúmeras aplicabilidades na vida humana, como: me-
talpias dos produtos C e D, sempre respeitando as quantidades es- dicina nuclear, radioterapia, exames de diagnósticos (raio-X), indús-
tequiométricas, logo: tria bélica, conservação de alimentos, agricultura, entre outras.
Hp = c.HC + d.HD
d) Radiação nuclear: a radiação nuclear, ou radioatividade, é a
• Hr = Soma da entalpia dos reagentes. radiação emitida pela desintegração de alguns elementos químicos.
No caso da reação representada no Hr, temos a soma das en- A exposição prolongada à radiação nuclear pode causar várias le-
talpias dos reagentes A e B, sempre respeitando as quantidades sões e doenças, por exemplo: queimaduras (radiação alfa), infertili-
estequiométricas, logo: dade, doenças sanguíneas, doenças cerebrais, doenças gastrointes-
Hr = a.HA + b.HD tinais, mutações genéticas, principalmente pela radiação gama etc.
Representação Gráfica e) Radiação alfa (α): tipo de radiação quase que inofensiva,
pois não consegue ultrapassar as células mortas da pele de uma
pessoa. Entretanto, se penetrarem no organismo por meio de um
ferimento ou por aspiração, as partículas alfa podem causar lesões
graves. Esse tipo de partícula pode ser detido por uma folha de pa-
pel ou de alumínio.
321
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Radioatividade Muitos especialistas acreditam que uma dose limiar e não a ex-
trapolação linear, sem limiar, seja o modelo correto. Não obstante,
A radioatividade é regida por leis que estão ligadas às emissões empregando o método de extrapolação linear, o risco estimado du-
radioativas com a decorrente conversão de um radionuclídeo (nú- rante a vida para uma criança de 1 ano de idade, submetida a uma
cleo radioativo) em outro elemento químico. Essa conversão tem TC abdominal é de 0,18% e o da TC craniana é 0,07%.50 Contudo,
por objetivo transformar um átomo instável em outro mais estável. esse risco adicional é insignificante se comparado aos estimados
As leis da radioatividade são: 23% de risco individual de desenvolvimento de câncer no período
de vida de uma pessoa. Essa muito conservadora e altamente sig-
1a Lei da Radioatividade (lei de Soddy) nificativa superestimativa de risco tem de ser contrabalançada com
“Quando um núcleo emite uma partícula alfa (α), seu número os benefícios de se conseguir um diagnóstico correto pelo uso de
atômico diminui de duas unidades e seu número de massa diminui TC.
de quatro unidades.” Em muitos casos, o benefício imediato supera imensamente
o risco reduzido. Atualmente, não existe um marcador para dife-
renciar um câncer causado por exposição à radiação daquele que
ocorre naturalmente. A ocorrência de um câncer adicional, possi-
velmente relacionado com a exposição radioativa, tem período de
latência entre 30 e 40 anos. Pacientes com mais de 50 anos e aque-
les que já têm câncer e, por isso, realizaram muitas TC, provavel-
mente não apresentarão outro câncer induzido por radiação.
Dose de radiação
Em um estudo realizado com quase 1 milhão de adultos, a to-
mografia e os procedimentos de medicina nuclear foram respon-
2a Lei da Radioatividade (lei de Soddy-Fajans-Russel): sabilizados por 75% da dose de radiação efetiva cumulativa. A TC
Quando um núcleo emite uma partícula beta (β), seu número representa 10% de todos os procedimentos com base em raios X;
atômico aumenta de uma unidade e seu número de massa perma- contudo, contribui com dois terços da exposição à radiação clinica-
nece constante.” mente relacionada de pacientes. Uma TC do abdome pode apre-
sentar uma dose de radiação entre 200 e 250 vezes maior do que
uma radiografia do tórax. Uma angiotomografia computadorizada
fornece 2 rads (20 mGy) por mama, em comparação com 0,3 rads (3
mGy) por mama em uma mamografia.
Gravidez e radiação
Durante a gravidez, o risco de exposição do feto à radiação é
aumentado devido às pequenas dimensões desse ser humano em
desenvolvimento, com crescimento rápido e processos de divisão
celular extremamente ativos.
Riscos2 Associados à Radiação e a Segurança do Paciente Os potenciais efeitos danosos da radiação ionizante ao feto
incluem morte pré-natal (especialmente nos primeiros estágios de
Os dados disponíveis sobre o risco de exposição a baixas do- gestação), retardo do crescimento intrauterino, retardo mental,
ses de radiação ionizante, utilizada em radiologia diagnóstica, são malformação de órgãos e desenvolvimento de câncer durante a in-
incompletos e controversos. As estimativas de risco para exposi- fância. O risco de cada um desses efeitos adversos depende da ida-
ção a baixas doses de radiação derivam principalmente de dados de gestacional no momento da exposição e também da dose total
de sobreviventes expostos a altas doses de radiação nas explosões de exposição durante toda a gestação.
atômicas de Hiroshima e Nagasaki em 1945. Dados adicionais são O risco associado à radiação é mais alto durante o primeiro tri-
fornecidos por altos níveis de exposição decorrentes de acidentes mestre de gravidez, diminui no segundo e é ainda mais baixo duran-
nucleares, como o de Chernobyl em 1986. te o terceiro trimestre. Se o útero estiver fora do campo de visão do
Ainda não há evidências diretas de que a exposição a baixos feixe de raios X, o feto recebe apenas a radiação dispersa e a dose
níveis de radiação cause câncer ou defeitos congênitos. Todas as de radiação é mínima. Se o feto for diretamente exposto ao feixe
questões se baseiam em estimativas de risco. A estimativa de ris- de raios X no campo de visão, as doses dependem da espessura da
cos mais conservadora utiliza um modelo linear sem limiar de dose, paciente, profundidade do concepto em relação à pele, da técnica
com base em dados de exposição a altos níveis de radiação, que de raios X empregada e da direção do feixe.
indicam um risco pequeno, porém finito, de desenvolvimento de Nas primeiras 2 semanas de gestação, a exposição à radiação
câncer, especialmente em crianças, como resultado de TC e outros apresenta um efeito de tudo ou nada. A radiação pode interromper
métodos de imagem que utilizam radiação ionizante. Essas estima- a gravidez ou o embrião pode recuperar-se totalmente. Da terceira
tivas consideram que não existe um limiar abaixo do qual nenhum à oitava semanas após a concepção, a organogênese está em sua
dano ocorre. atividade máxima, e a exposição à radiação pode ocasionar mal-
formação de órgãos. Durante a oitava à décima quinta semana, o
2 BRANT, W. E.; HELMS, C. A. Fundamentos da Radiologia. 4ª Ed. Gua- sistema nervoso apresenta maior sensibilidade à radiação.
nabara Koogan.
322
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
4. Pressão atmosférica
No planeta Terra em qualquer parte de sua superfície os corpos
estão envoltos em um fluído gasoso, o ar. Como todo fluído ele cau-
sa uma pressão nos corpos nele imersos.
A pressão atmosférica deve ser expressa em Pa (N/m²). Mas
outras unidades podem ser encontradas:
– atmosfera (atm)
– milímetros de mercúrio (mmHg) ou centímetros de mercúrio
A massa específica é definida para corpos homogêneos. Já para (cmHg)
os corpos não homogêneos essa relação é denominada densidade: – metros de coluna de água (mca).
Então, é possível relacionar as várias medidas comparando-se
os valores da pressão atmosférica ao nível do mar:
1 atm = 101325 Pa = 10,2 mca = 760 mmHg
5. Princípio de Pascal
O Princípio de Pascal afirma que: “Um acréscimo de pressão
exercido em qualquer ponto de um fluído é transmitido para todo o
fluído”. Com esse princípio é possível construir e dimensionar ma-
cacos hidráulicos, prensas hidráulicas, etc.
323
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
324
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Momento do binário
O momento do binário é a soma algébrica dos momentos das
forças que o constituem. Assim, considerando um pólo O arbitrário
e levando em conta a convenção de sinais, temos:
A escala de cada termômetro corresponde a este valor de altu-
ra atingida. Existem três escalas termométricas utilizadas em todo
mundo:
- Escala Celsius
É a escala usada no Brasil e na maior parte dos países, oficiali-
zada em 1742 pelo astrônomo e físico sueco Anders Celsius (1701-
1744). Esta escala tem como pontos de referência a temperatura de
congelamento da água sob pressão normal (0 °C) e a temperatura
de ebulição da água sob pressão normal (100 °C).
Escalas Termométricas
Para que seja possível medir a temperatura de um corpo, foi
desenvolvido um aparelho chamado termômetro.
325
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
• Lei de Boyle-Mariotte
“À temperatura constante, uma determinada massa de gás ocupa um volume inversamente proporcional à pressão exercida sobre
ele”.
Esta transformação gasosa, onde a temperatura é mantida constante, é chamada de transformação isotérmica.
A lei de Boyle-Mariotte pode ser representada por um gráfico pressão-volume. Neste gráfico, as abscissas representam a pressão de
um gás, e as ordenadas, o volume ocupado.
A curva obtida é uma hipérbole, cuja equação representativa é PV = constante. Portanto, podemos representar:
326
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
• Lei de Charles/Gay-Lussac
“À pressão constante, o volume ocupado por uma massa fixa de gás é diretamente proporcional à temperatura absoluta.”
Esta transformação gasosa, onde a pressão é mantida constante, é chamada de transformação isobárica. As relações entre volume e
temperatura podem ser representadas pelo esquema:
Graficamente, encontramos:
• Lei de Charles/Gay-Lussac
“A volume constante, a pressão exercida por uma determinada massa fixa de gás é diretamente proporcional à temperatura absoluta.”
327
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Esta transformação gasosa, onde o volume é mantido constante, é denominada de transformação isocórica, isométrica ou isovolumé-
trica. As relações entre pressão e temperatura são representadas a seguir:
Graficamente, encontramos:
A reta obtida é representada pela equação: P = (constante) · T ou P/T = constante
Gás Real
Não segue o comportamento
do gás ideal, principalmente em
pressões muito altas e/ou em
Gás Perfeito ou Ideal temperaturas baixas, porque
Obedece rigorosamente às ocorre alta redução de volume
Leis Físicas dos Gases em e as partículas, muito próximas,
quaisquer condições de tem- passam a interferir umas no mo-
peratura e pressão. vimento das outras. Um gás real
aproxima-se do comportamento
de um gás ideal à medida que
diminui a pressão e aumenta a
temperatura.
328
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Equação de Clapeyron
QUESTÕES
329
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
4-Uma pedra é lançada do solo verticalmente para cima com 8-Uma força FA age sobre um objeto A, enquanto uma força
uma velocidade de 12m/s. Simultaneamente, outra pedra é aban- FB age sobre um objeto B. A massa do objeto B é duas vezes maior
donada a uma altura H do solo. Considere a resistência do ar des- que a massa do objeto A, e a aceleração do objeto B é duas vezes
prezível e g = 10 m/s2. aquela do objeto A. Qual das alternativas a seguir expressa a rela-
ção entre as forças envolvidas?
Para que as pedras se cruzem no instante em que suas veloci- (A) FB = FA/4
dades tenham módulos iguais, a altura H deve ser de (B) FB = FA/2
(A) 1,8m. (C) FB = FA
(B) 2,4m. (D) FB = 2FA
(C) 3,6m. (E) FB = 4FA
(D) 5,4m.
(E) 7,2m. 9-Isaac Newton, em seu famoso livro Philosophiae Naturalis
Principia Mathematica, enuncia a segunda lei da mecânica afir-
5-Com o objetivo de avaliar o sistema de segurança de seus mando que a variação da quantidade de movimento de um objeto
produtos, uma indústria automobilística nacional submeteu um é proporcional à força motora imprimida a ele. Hoje, no Ensino
automóvel de 900 kg de massa a um procedimento conhecido Médio, enuncia-se essa lei afirmando que a resultante das forças
como teste de impacto, constituído de duas fases: na primeira, aplicadas a um objeto puntiforme é igual ao produto de sua massa
denominada arrancada, o automóvel é acelerado, por 10 s, par- pela aceleração por ele adquirida.
tindo do repouso até atingir a velocidade de 36 km/h; na segunda
fase, identificada como colisão, o veículo, ainda com a velocidade Essas duas afirmações só são equivalentes quando a
da fase anterior, colide com um bloco de concreto não deformá- (A) resultante das forças aplicadas ao objeto é constante.
vel e para após 0,1 s, tendo sua estrutura sido danificada após o (B) aceleração adquirida pelo objeto é constante.
choque. (C) Bmassa do objeto não varia.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, con- (D) velocidade do objeto aumenta.
siderando que o módulo da aceleração da gravidade seja de 10 (E) resultante das forças aplicadas e a aceleração do objeto
m/s². têm mesma direção.
Na fase da colisão, os danos causados na estrutura do auto-
móvel se explicam por que as forças trocadas entre o automóvel 10-Assinale a opção correta a respeito da estática dos corpos
e o bloco de concreto têm intensidades diferentes, uma vez que rígidos.
o automóvel estava em movimento e o bloco de concreto estava (A) Um corpo extenso está em equilíbrio de rotação quando
em repouso. seu centro de massa está em repouso ou em movimento re-
( ) CERTO tilíneo e uniforme em relação a um determinado referencial.
( ) ERRADO (B) Um corpo extenso está em equilíbrio de translação quando
está em repouso ou em movimento de rotação uniforme em
6-Em um local onde a aceleração da gravidade é constante, relação a um referencial determinado.
uma escada rolante foi projetada para se movimentar com veloci- (C) O momento escalar de uma força F em relação a um ponto
dade escalar constante e transportar passageiros entre dois pisos O é dado pelo produto da intensidade dessa força pela distân-
separados por uma distância vertical de altura H. cia perpendicular entre a força e o ponto O — braço de alavan-
Considerando que não haja força dissipativa no sistema e que ca — precedido de um sinal algébrico arbitrário.
100% do trabalho do motor que movimenta a escada seja transfe- (D) Em um campo gravitacional uniforme, o centro de gravida-
rido para os passageiros, julgue o item subsequente. de diverge do centro de massa.
A força aplicada pela escada rolante a cada passageiro é pro- (E) A condição para que um ponto material esteja em equilí-
porcional à velocidade escalar com que a escada se movimenta. brio em relação a um ponto referencial é que a resultante das
( ) CERTO forças que nele atuam seja diferente de zero.
( ) ERRADO
11-Conrad Dietrich Magirus foi um bombeiro alemão criador
7-Considere um automóvel com tração dianteira movendo-se das famosas escadas Magirus. Nascido em setembro de 1824, na
aceleradamente para a frente. As rodas dianteiras e traseiras so- Alemanha, Magirus desde muito jovem demonstrou vocação para
frem forças de atrito respectivamente para: o trabalho na luta contra incêndios e no resgate de pessoas em
(A) frente e frente. dificuldade. Quando jovem, Conrad Magirus se arriscava em res-
(B) frente e trás. gates sem nenhum tipo de equipamento de proteção junto com
(C) trás e frente. um grupo de amigos na pequena cidade alemã de Ulm. Em 1847,
(D) trás e trás. Conrad fundou a primeira brigada voluntária de incêndios na Ale-
(E) frente e não sofrem atrito. manha e, em 1872, revolucionou a história dessa profissão, ao
apresentar o protótipo da primeira escada Magirus, na exposição
mundial de Viena. A maior escada Magirus do mundo, em opera-
ção, é a M68L, composta de 7 peças móveis.
330
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
Numa determinada operação, uma dessas escadas está com- 15-Com relação ao comportamento de gases ideais, julgue o
pletamente esticada, tem 70,0 m de comprimento e faz um ângu- item seguinte, assumindo o valor da constante universal dos gases
lo de 60° com a horizontal, suportando um cesto de300kg, ligado perfeitos como R = 0,082 atm ∙ L ∙ mol−1 ∙ K−1.
por um cabo à sua extremidade. O módulo da aceleração da gra- Se a temperatura de certa quantidade de um gás ideal, ini-
vidade local é 10,0 m/ s². cialmente a 300 K, for elevada a 1.200 K, tanto a pressão como o
volume triplicarão.
O módulo do torque (ou momento de força) produzido pelo ( ) CERTO
cesto, em relação à base da escada, vale ( ) ERRADO
(A) 210xl03N.m.
(B) 182x103N.m. 16-Com relação ao comportamento de gases ideais, julgue o
(C) 105xl03N.m. item seguinte, assumindo o valor da constante universal dos gases
(D) 91xl03N.m. perfeitos como R = 0,082 atm ∙ L ∙ mol−1 ∙ K−1.
(E) 46x103N.m. A pressão de 3 mols de um gás, à temperatura de 330 K, que
ocupa um volume de 85,4 L, é superior a 0,94 atm.
12-Dois líquidos que não se misturam com densidades d 1 e ( ) CERTO
d 2, respectivamente, são dispostos em um balde cilíndrico. Os ( ) ERRADO
volumes dos líquidos são V 1=V e V 2 =2V 1 e as densidades são
d 1=2d e d 2=d 1/2. Sendo g a aceleração da gravidade e despre- 17-A goethita (FeOOH) é um dos principais compostos res-
zando a força devido à atmosfera, a força resultante sobre o fundo ponsáveis pela cor terrosa característica dos solos. A cor dos solos
do balde é de: argilosos deve-se, principalmente, à proporção entre a quanti-
(A) dVg dade de goethita e de outros minerais presentes nesses tipos de
(B) 5dVg solo, como a limonita (FeOOH·nH2O), de cor amarela, e a hemati-
(C) 2dVg ta (Fe2O3), que é avermelhada.
(D) 4dVg
(E) 3dVg A formação da goethita pode ser representada por várias re-
ações, como as mostradas nas equações químicas I e II, a seguir. A
13-Um cilindro de aço contém 3,0 g de etanol, C2H5OH. Qual equação III representa a formação do aquocomplexo [Fe(H2O)6]3+
é a pressão aproximada de vapor de etanol, em atmosferas, se em meio aquoso. Todas essas reações são pH dependentes e es-
o cilindro tiver um volume de 750 cm3 e a temperatura for de tão sujeitas ao equilíbrio mostrado na equação IV.
125°C? (Admita que todo o etanol esteja na fase de vapor nessa
temperatura). I Fe3+ + 3 OH− ⇌ FeOOH + H2O_Δ
HI
Dados: H=1, C=12, O=16; R= 0,082 L.atm/mol.K II [Fe(H2O)6]3+ ⇌ FeOOH + 3 H+ + 4 H2O_Δ
T(K)= T(°C) + 273 HII
III Fe3+ + 6 H2O ⇌ [Fe(H2O)6]3+_Δ
(A) 2,8 HIII
(B) 0,13 IV H+ + OH- ⇌ H2O_Δ
(C) 0,88 HIV
(D) 8,8
(E) 0,26
A goethita pode ser obtida em laboratório, por meio da alcali-
14-O carbonato de cálcio, CaCO3(s), é decomposto quando nização de uma solução de cloreto de ferro (III) (FeCl3) com bases
aquecido, em CaO(s) e CO2(g). Uma amostra de CaCO3 é decom- como o NH4OH, o NaOH e o KOH.
posta e o dióxido de carbono formado é recolhido em um balão
de 300 mL. Após o término da decomposição, a pressão do gás é Com base nas informações precedentes, julgue o item sub-
igual a 1,5 atm a uma temperatura de 30°C. Qual a quantidade sequente.
aproximada de CO2, em mols, produzida na decomposição?
Dadas as variações de entalpia de reação (Δ
Massas Molares em g/mol: C=12,011; O=16,000; Ca=40,01; H) listadas no texto, conclui-se que a variação de entalpia da
Dados: R = 0,082 L.atm/mol.K; T(k) = t(°C) + 273 reação III pode ser corretamente calculada por meio da expressão
Δ
(A) 0,054 HIII = Δ
(B) 1,811 HI - Δ
(C) 0,183 HII - 3 Δ
(D) 0,002 HIV.
(E) 0,018 ( ) CERTO
( ) ERRADO
331
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO II
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________
______________________________________________________
1 D ______________________________________________________
2 E ______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 E
5 ERRADO ______________________________________________________
6 ERRADO ______________________________________________________
7 B
______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 C
332
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
BLOCO III
333
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
334
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
335
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
336
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Em uma malha, a primeira letra de identificação funcional é selecionada de acordo com a variável medida ou controlada e não de
acordo com a variável manipulada. Adicionalmente, a identificação funcional de um instrumento é feita de acordo com a função por ele
executada e não de acordo com a sua construção.
A sequência de letras de identificação funcional de um instrumento ou função programada, começa com uma primeira letra selecio-
nada de acordo com a tabela 1.1. As letras de funções passiva ou de informação devem seguir em qualquer ordem, as letras de funções
ativa ou de saída seguem-nas também em qualquer ordem, com exceção da letra de função de saída C (controle), que deve preceder a
letra V (válvula), quando ambas coexistirem. Se forem utilizadas letras modificadoras, estas deverão ser interpostas de forma que fiquem
posicionadas seguindo imediatamente as letras que elas modificam.
A tabela a seguir mostra um exemplo de instrumento identificado de acordo com a norma ISA S 5.1, onde:
T variável medida ou iniciadora: TEMPERATURA;
R função passiva ou de informação: REGISTRADOR;
C função ativa ou de saída: CONTROLADOR;
210 - área de atividade ou fábrica, onde o instrumento ou função programada
atua;
02 número seqüencial da malha;
A sufixo.
Exemplo de Identificação de Instrumento (de Instrumentação Aplicada ao Controle de Caldeiras - Bega, E. A. - ISA)
A identificação da malha consiste da primeira letra e do número de sua identificação (no exemplo da tabela anterior, a identificação da
malha é T-21002). Cada instrumento dentro de uma mesma malha tem associado a ele um mesmo número de malha e a mesma primeira
letra. Cada malha tem uma única identificação de malha. Um instrumento comum a duas ou mais malhas deve carregar a identificação da
malha que for considerada predominante.
A numeração da malha pode ser feita de forma paralela ou seria!. No caso da numeração paralela inicia-se uma seqüência numérica
para cada nova letra, por exemplo, TIC-21000, FRC-21000, LIC-21000, AI21000 etc. No caso de numeração serial, utiliza-se uma seqüência
simples de números para um projeto ou para grandes seções de um projeto, independentemente da primeira letra de identificação da ma-
lha; por exemplo, TIC-21000, FRC-21001, LIC-21002, AI-21003 etc. Uma seqüência de numeração pode começar com 1 ou qualquer outro
número conveniente, tal como 01, 001, 301, 1401,21001.
337
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Usualmente, na indústria, utiliza-se a numeração paralela. A figura 1.6 mostra os símbolos e funções de processamento de
O número de letras funcionais agrupadas para um instrumento sinais padronizados pela ISA.
deve ser mantido em um valor mínimo, de acordo com o julgamen-
to do usuário. O número total de letras dentro de um grupo não
deve exceder a quatro. Todas as letras da identificação funcional
deverão ser letras maiúsculas. Se uma dada malha tem mais de um
instrumento com a mesma identificação funcional, um sufixo pode
ser adicionado ao número da malha; por exemplo, FV-21002A, FV-
-21002B, FV-21002C etc., ou TE-21005-1, TE-21005-2 ete. Entretan-
to, pode ser mais conveniente ou lógico, em certos casos, designar
um par de transmissores; por exemplo, como IT-21002 e FT-21003,
ao invés de FT-21002A e FT-21002B.
338
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
A sequência na qual os instrumentos ou funções de uma malha Alguns exemplos de correlações entre massas
são conectados, deve refletir o fluxo lógico funcional ou de infor- 1 kg = 2,2 lb 1 lb = 454 g
mação. 1 kg = 1.000 g 1 t = 1.000 kg
O grau de detalhe a ser aplicado a cada documento fica a crité-
rio do usuário da norma. Alguns exemplos de correlações entre pressões
1 atm = 1,033 kgf/cm2
1 atm = 14,7 psi (lbf/in2)
NOÇÕES DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS. 1 atm = 30 in Hg
1 atm = 10,3 m H2O
Introdução 1 atm = 760 mm Hg
A disciplina denominada Operações Unitárias é aquela que 1 atm = 34 ft H2O
classifica e estuda, separadamente, os principais processos físico- 1 Kpa = 10–2 kgf/cm2
-químicos utilizados na indústria química. Os processos mais co-
muns encontrados nas indústrias químicas são a Destilação Atmos- Algumas observações sobre medições de pressão:
férica e a Vácuo, os processos de Absorção e Adsorção, a Extração – Pressão Absoluta = Pressão Relativa + Pressão Atmosférica
Líquido-Líquido e Líquido-Gás, o processo de Filtração, assim como – Pressão Barométrica = Pressão Atmosférica
alguns mais específicos, como por exemplo, o Craqueamento Cata- – Pressão Manométrica = Pressão Relativa
lítico, Hidrocraqueamento, Hidrotratamento de correntes instáveis
e outros utilizados principalmente na Indústria Petrolífera. Alguns exemplos de correlações entre temperaturas
tºC = (5/9)(tºF – 32)
Conceitos Fundamentais tºC = (9/5)(tºC) + 32
Alguns conhecimentos são fundamentais para que se possa es- tK = tºC + 273
tudar de forma adequada a disciplina denominada Operações Uni- tR = tºF + 460 (temperatures absolutas)
tárias, como conhecimentos sobre conversão de unidades, unida-
des que podem ser medidas lineares, de área, de volume, de massa, Algumas observações sobre medições de temperatura:
de pressão, de temperatura, de energia, de potência. Outro concei- Zero absoluto = –273ºC ou – 460ºF
to-base para “Operações Unitárias” é o de Balanço, tanto Material (DºC/DºF) = 1,8
quanto Energético. (DK/DR) = 1,8
339
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Balanço Energético
Existem diversos tipos de energia, por exemplo, Calor, Traba- Bomba é uma máquina de fluxo do tipo geratriz. Máquinas ge-
lho, Energia de um corpo em movimento, Energia Potencial (um ratrizes são aquelas que recebem trabalho mecânico, geralmente
corpo em posição elevada), Energia elétrica e outras. Assim como a fornecido por uma máquina motriz (motores), e o transforma em
matéria, a energia de um sistema não pode ser destruída, somen- energia hidráulica, propiciando (cedendo) ao líquido um acréscimo
te poderá ser transformada em outros tipos de energia, como por de energia sob as formas de energia potencial de pressão e ener-
exemplo, o motor de uma bomba que consome energia elétrica e gia cinética. Então, a bomba é uma máquina geratriz que tem por
a transforma em energia de movimento do líquido, calor e energia finalidade realizar o deslocamento de um líquido por escoamento.
de pressão.
A água, no alto de um reservatório, ao movimentar um gerador, Classificação das Bombas
transforma sua energia potencial em energia elétrica, calor e ener-
gia de movimento (energia cinética). Neste caso, o balanço de ener- O modo pelo qual é feita a transformação do trabalho em ener-
gia do sistema poderia ser representado pela seguinte expressão: gia hidráulica e o recurso para cedê-la ao líquido, aumentando sua
Energia Potencial da água do reservatório = Energia elétrica for- pressão e/ou sua velocidade, permitem classificar as bombas, se-
necida pelo gerador + calor de aquecimento do gerador + Energia gundo o Hydraulic Institute (USA), em:
de movimento da água após a turbina. a) Bombas Cinéticas: (a) Centrífugas: de fluxo radial; de fluxo
No caso de um forno ou uma caldeira que aquece um certo misto e de fluxo axial; (b) Periféricas: de estágio único e de estágios
líquido, o balanço de energia observado será: múltiplos; (c) Especiais: de ejetor; de injeção de gás; de aríete hi-
Calor liberado pela queima do combustível = Calor contido nos dráulico e eletromagnético.
gases de combustão que saem do forno ou da caldeira + Calor con- b) Bombas de Deslocamento Positivo (Direto): (a) Com movi-
tido nos produtos que deixam o forno ou a caldeira. mento alternado (alternativas): de pistão; de êmbolo e de diafrag-
É importante ressaltar que, muito embora as diversas formas ma; (b) Com movimento rotativo (rotativas): de rotor único (de
de energia sejam medidas em unidades diferentes, tais como, ener- palheta, de pistão, de membro flexível, de parafuso) e de rotor
gia elétrica em KWh, trabalho em HP. h, calor em caloria, em um múltiplo (de engrenagem, de lóbulo, de pistão circunferencial, de
balanço energético é necessário que todas as formas de energia parafuso).
envolvidas no balanço estejam expressas na mesma unidade de
energia. Nessa classificação, foram reunidas, sob a denominação de
bombas cinéticas, aquelas em que é importante o fornecimento de
Sugestão para aplicação nos cálculos de Balanços Mássicos e energia à água, sob forma de energia de velocidade. Essa energia
Energéticos converte-se dentro da bomba em energia de pressão, permitindo
Como regra geral, antes de iniciar cálculos que evolvam balan- que a água atinja posições mais elevadas dentro de uma tubulação.
ços mássicos e/ou balanços energéticos, deve-se: Nas bombas de deslocamento positivo, tem-se, principalmen-
a) transformar todas as vazões volumétricas em vazões mássi- te, uma ação de propulsão que faz incrementar a energia de pres-
cas, pois o balanço deve ser realizado sempre em massa, uma vez são e alcançar os mesmos objetivos das bombas cinéticas.
que a vazão em massa não varia com a temperatura. As primitivas bombas utilizadas em abastecimento de água
b) faça um esquema simplificado do processo em que serão eram do tipo de deslocamento direto, de movimento alternativo, a
realizados os balanços; pistão; eram movimentadas por máquinas a vapor.
c) identifique com símbolos, as vazões e as composições de Com o advento da eletricidade e do motor elétrico, as bombas
todas as correntes envolvidas nos processos em que estão sendo cinéticas do tipo centrífugas passaram a ser preferidas devido ao
realizados os balanços; maior rendimento, ao custo menor de instalação, operação e ma-
d) anote, no esquema simplificado de processo, todos os dados nutenção e ao reduzido espaço exigido para a sua montagem, com-
de processo disponíveis como vazões, composições, temperaturas, parativamente às bombas de pistão.
pressões, etc; Atualmente, há um predomínio quase total das bombas cen-
e) verificar que composições são conhecidas ou podem ser cal- trífugas em sistemas públicos de abastecimento de água e mesmo
culadas; nos de esgotamento sanitário. Dos demais tipos citados, aquelas
f) verificar quais vazões mássicas são conhecidas ou podem ser que ainda encontram emprego na extração de água de poços são:
calculadas; a bomba de pistão, a bomba centrífuga com ejetor e a bomba de
g) selecionar a base de cálculo conveniente a ser adotada para injeção de ar comprimido.
o início da resolução do problema. As bombas de deslocamento positivo são, hoje, utilizadas, den-
tro das atividades de saneamento, nos processos de tratamento,
principalmente como bombas dosadoras e são, em geral, equipa-
mentos para pequenas vazões e consideráveis pressões.
340
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
341
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Bomba Rotação por minuto (RPM) h) Luva de acoplamento: elemento de ligação entre o eixo do
acionador (motor) e o eixo da máquina de fluxo (bomba). Tem como
Alta Rotação 3.000 a 3.600 função complementar absorver desalinhamentos e amortecer vi-
Média Rotação 1.500 a 1.800 brações e choques.
Baixa Rotação 1.200 ou menor
BOMBAS HIDRAULICAS1
Classificação conforme a RPM
As bombas são utilizadas nos circuitos hidráulicos para conver-
A potência absorvida pela bomba é uma grandeza física que
ter energia mecânica em energia hidráulica. A ação mecânica cria
depende da vazão e da altura que se deseja que ela opere e através
um vácuo parcial na entrada da bomba e permite que a pressão
delas encontrada; esta grandeza é expressa em CV (cavalo-vapor) e
atmosférica force o fluido do tanque, através da linha de sucção, a
serve de base para a escolha da máquina de acionamento (motor)
penetrar na bomba. A bomba passará o fluido para a abertura de
para a bomba.
descarga forçando-o através do sistema hidráulico.
Eficiência é a relação existente entre os valores equivalentes
à potência hidráulica da bomba devido à elevação da água e à po-
tência exigida pela mesma numa determinada condição de funcio-
namento. Quanto mais apropriada for uma bomba para um caso,
o rendimento deverá ser maior. Inversamente, bombas dimensio-
nadas para outras condições poderão cumprir a finalidade deseja-
da, mas funcionarão com baixa eficiência, significando que exigirá
maior energia comparada com outra bomba de melhor rendimento.
Na escolha de uma bomba centrífuga, a altura manométrica to-
tal é subdividida em alturas manométricas de recalque e de sucção,
sendo que esta última necessita ser calculada separadamente para
verificar se a bomba terá condições de operar à vazão de projeto,
sem sofrer danos. Se a altura de sucção for excessiva para determi-
nada bomba, esta sofrerá um fenômeno conhecido por cavitação.
É o desgaste anormal de partes vitais do rotor, causado pela forma-
ção seguida de destruição brusca de partículas de vapor d’água na
massa líquida, naquelas condições. A cavitação produz vibrações e
reduz a capacidade de bombeamento e, portanto, a eficiência da
bomba, além de danificar o rotor e a carcaça da bomba.
Para concluir e melhor ilustrar este item, descreveremos a se-
guir os principais componentes internos de uma bomba centrífuga,
ou ligados a ela:
a) Rotor: também chamado de impulsor ou impelidor, tem a
finalidade de transformar energia mecânica que recebe do eixo em
energia hidráulica;
b) Eixo: peça destinada a articular uma ou mais partes de um
mecanismo que entorno dela descrevem movimento circular; nas
As bombas são classificadas, basicamente, em dois tipos: hi-
bombas é o eixo que transmite a energia mecânica provinda do mo-
drodinâmicas e hidrostáticas.
tor;
Hidrodinâmica: É a hidráulica que trabalha com altas veloci-
c) Carcaça: também denominado corpo espiral, trata-se da
dades (altas vazões) e pressões baixas, em que a energia cinética
estrutura externa e fixa da bomba que abriga o conjunto interno
prevalece para provocar movimentos.
girante (eixo/rotor);
d) Mancal de rolamento: dispositivo sobre o qual se apoia um
Hidrostástica: É a hidráulica cuja pressão exercida no fundo
eixo girante e que lhe permite o movimento com um mínimo de
de um recipiente é originada da altura do fluido. Tendo assim uma
atrito. É nele que estão alojados os rolamentos;
energia potencial.
e) Rolamento: mecanismo que diminui o atrito e facilita o mo-
vimento de rotação do eixo;
Com bombas hidráulicas conseguimos trabalhar com pressões
f) Gaxeta: transado de amianto grafitado disposto em forma
mais elevadas em relação à pressão atmosférica. Nestas condições
de anéis, utilizado para fazer a vedação hidráulica em uma junção
de trabalho com pressões altas, temos baixas velocidades (baixas
móvel, no caso entre o eixo e o corpo da bomba;
vazões) para termos um bom controle de movimento. As bombas
g) Selo mecânico: cumpre o mesmo papel de vedação da gaxe-
hidráulicas são classificadas como positivas (fluxo pulsante) e não-
ta, porém é formado por duas partes, uma móvel e outra fixa com
-positivas (fluxo contínuo).
composição de carvão e aço inox (ou cerâmica e aço inox), manten-
do-se unidas por pressão de uma mola;
342
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Fórmula
Bombas hidrostáticas
São bombas de deslocamento positivo que fornecem determi- A maioria das bombas hidráulicas atualmente em uso são do
nada quantidade de fluido a cada rotação ou ciclo. Como nas bom- tipo rotativo, um conjunto rotativo transporta o fluido da abertura
bas hidrodinâmicas, a saída do fluido independe da pressão, com para de entrada para a saída.
exceção de perdas e vazamentos, praticamente todas as bombas De acordo com o tipo de elemento que produz a transferência
necessárias para transmitir força hidráulica em equipamento in- do fluido, as bombas rotativas podem ser de engrenagens, de pa-
dustrial, em maquinaria de construção e em aviação, são do tipo lhetas ou de pistões.
hidrostático.
As bombas hidrostáticas produzem fluxos de forma pulsativa, Localização da bomba
porém sem variação de pressão no sistema. Muitas vezes num sistema hidráulico industrial, a bomba está
localizada sobre a tampa do reservatório que contém o fluido hi-
Especificação de bombas dráulico do sistema. A linha ou duto de sucção conecta a bomba
As bombas são geralmente especificadas pela capacidade de com o líquido no reservatório.
pressão máxima de operação e pelo seu deslocamento, em litros O líquido, fluindo do reservatório para a bomba, pode ser con-
por minuto, em uma determinada rotação por minuto. siderado um sistema hidráulico separado. Mas, neste sistema, a
pressão menor que a atmosférica é provocada pela resistência do
Relações de pressão fluxo.
A faixa de pressão de uma bomba é determinada pelo fabrican-
te, baseada na vida útil da bomba.
Deslocamento
Deslocamento é o volume de líquido transferido durante uma
rotação e é equivalente ao volume de uma câmara multiplicado
pelo número de câmaras que passam pelo pórtico de saída da bom-
ba, durante uma rotação da mesma.
343
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
A energia para deslocar o líquido é aplicada pela atmosfera. A Quais os modelos mais comuns de bomba hidráulica
atmosfera e o fluido no reservatório operam juntos, como no caso Existem muitos modelos de bombas hidráulicas, mas alguns
de um acumulador. podem ser considerados os tipos principais, uma vez que são os
mais comuns utilizados no setor da indústria. Entre eles, estão os
Medição da pressão atmosférica modelos de bombas de engrenagens, os quais são formados por um
Nós geralmente pensamos que o ar não tem peso. Mas, o oce- par de engrenagens que rodam no interior de um compartimento
ano de ar cobrindo a Terra exerce pressão sobre ela. Torricelli, o estreito.
inventor do barômetro, mostrou que a pressão atmosférica pode Dessa forma, o óleo é colocado de um lado do compartimento
ser medida por uma coluna de mercúrio. e transportado em torno da área exterior entre os dentes de engre-
nagem e para fora do ponto de descarga no lado oposto. Algumas
bombas hidráulicas desse tipo possuem engrenagens de dentes
excêntricos externos que giram em volta dos dentes de uma engre-
nagem interna. Esses modelos de bombas são bastante eficientes e
confiáveis, porém, são muito ruidosas.
Já as bombas hidráulicas de palhetas se chamam assim porque
são compostas por um conjunto de palhetas constantemente ajus-
táveis e montadas em um eixo excêntrico dentro de um comparti-
mento fechado. Conforme o eixo se move ao redor da cobertura, as
palhetas se ajustam a fim de manter as pontas em contato com a
superfície interna da caixa. Já o fluído é colocado no compartimento
e é transportado em torno dele, nas palhetas do ponto de descarga,
local onde é forçado a sair. Esses modelos são ainda mais eficientes
em comparação às bombas de engrenagens.
Ao encher um tubo com mercúrio e invertendo-o em uma cuba Outro modelo bastante usado na indústria é a bomba hidráuli-
cheia com mercúrio, Torricelli descobriu que a atmosfera padrão ao ca de parafuso, que possui um par de engrenagens em espiral situ-
nível do mar suporta uma coluna de mercúrio de 760 mm de altura. ada dentro de um cilindro fechado. Assim, o líquido lubrificante é
A pressão atmosférica ao nível do mar mede ou é equivalente colocado em uma extremidade do cilindro, sendo forçado ao longo
a 760 mm de mercúrio. Qualquer elevação acima desse nível deve do seu comprimento entre os dentes das engrenagens e as paredes
medir evidentemente menos do que isso. do cilindro. Outros modelos de bombas hidráulicas são as de pis-
Em um sistema hidráulico, as pressões acima da pressão at- tões radiais, de pistão axial e as geradoras.
mosférica são medidas em kgf/cm2.
344
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
PERMUTADORES DE CASCO/TUBO
Permutadores de calor (ou trocador de Calor) são equipamentos em que dois fluidos com temperaturas diferentes trocam calor
através de uma interface metálica. Esta troca térmica é empregada para atender às necessidades do processo e/ou economizar a energia
que seria perdida para o ambiente. No processo de troca térmica pode haver ou não mudança de fase (condensação ou evaporação) dos
fluidos envolvidos.
- REFERVEDOR (reboiler)
Vaporiza um líquido, recebendo calor normalmente de vapor d’água, ou de outro fluido quente disponível.
Opera em conjunto com torres de processamento, vaporizando parte dos seus produtos de fundo.
- RESFRIADOR (cooler)
Resfria fluidos do processo, cedendo calor para água.
- CONDENSADOR (condenser)
Condensa vapores, cedendo calor para água. É empregado para recuperação de vapores de colunas de destilação, bem como para
condensação do vapor exausto de turbinas, reduzindo a pressão de descarga das mesmas.
345
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
- Permutadores espirais
Na escolha dos tipos de permutador entram fatores como características dos fluidos, custo, facilidade de manutenção e a experiência
do projetista. Apenas alguns dos tipos (e subtipos) apresentados são amplamente utilizados. Os de casco e tubos são o principal tipo de
permutador encontrado em refinarias.
Descrição geral
Resumidamente, consiste em um casco que contém no seu interior um feixe de tubos. Um dos fluidos passa pelo casco (fluido do lado
casco) e o outro pelo feixe de tubos (fluido do lado tubos), sendo a troca térmica realizada através das paredes dos tubos do feixe.
Partes principais
Feixe de tubos
É um conjunto de tubos presos por suas extremidades a duas placas, denominadas espelhos. O feixe atravessa chapas metálicas cha-
madas de chicanas, colocadas espaçadamente entre os espelhos e fixadas por tirantes, visando evitar a flexão dos tubos e melhorar a troca
térmica, o que aumenta o tempo de residência e a turbulência do fluido que passa no casco.
Os tubos são fabricados de diversas ligas de materiais metálicos ferrosos e não-ferrosos. Podem ser dos seguintes tipos:
- Lisos: São os mais usados, de 3/4” a 2” e espessuras BWG
- Aletados: Para aplicações específicas
346
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
347
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Tubos dobrados em U
Para uso com cabeçotes de retorno. Deseja-se obter o maior número possível de tubos na seção do casco e, ao mesmo tempo, prover
espaço para a passagem do fluido no casco. A disposição dos tubos no feixe pode ser:
- Passo triangular – Melhora a troca, mas só é usado para fluidos limpos
- Passo quadrado – Usado em refinarias devido à facilidade de limpeza externa.
Casco e cabeçotes
O casco, normalmente cilíndrico, é o invólucro do permutador, envolvendo o feixe de tubos e o fluido que passa por fora destes (do
lado casco).
348
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
O casco é fechado nas extremidades pelos cabeçotes, que for- K - Caldeira (ketle)
mam com os espelhos câmaras de entrada e saída do fluido do lado
tubos. Os cabeçotes são denominados de estacionário e de retorno, Tipos de cabeçote de retorno
pois o fluido do lado tubos pode ter mais de uma passagem, indo e L - Espelho fixo igual ao cabeçote estacionário A
voltando pelo feixe, e um dos cabeçotes teria a função de promover M - Espelho fixo igual ao cabeçote estacionário B
o retorno do fluido. N - Espelho fixo igual ao cabeçote estacionário C
Quando os dois fluidos percorrem o permutador na mesma di- P - Cabeçote flutuante engaxetado externamente
reção, diz-se que estão em paralelo, e quando em direções opostas, S - Cabeçote flutuante com anel bipartido
diz-se que estão em contracorrente. Este último é o fluxo normal- T - Cabeçote flutuante com tampo preso no espelho
mente utilizado. U - Tubo em U
No fluxo em contracorrente, a temperatura do fluido frio pode W - Cabeçote flutuante engaxetado internamente
ultrapassar a menor temperatura do fluido quente, o que não pode
ocorrer no fluxo em paralelo. O casco pode ser construído a partir Os tipos A e B podem ser retirados sem mexer no resto do equi-
de tubos com até 24” de diâmetro nominal, ou de chapas calandra- pamento, o que não acontece com C e D. Os tipos A e C permitem
das e soldadas a partir de 13” de diâmetro. Fabricados normalmen- inspeção dos tubos sem a remoção de todo o cabeçote, o que não
te em aço-carbono, também podem ser feitos em aço-liga e ligas de acontece com o tipo B. O tipo C é solidário ao feixe de tubos. Em
alumínio, quando de tubo, e em aço-liga, ligas de níquel e ligas de refinarias, os cascos do tipo E são os mais comuns. Os de fluxo divi-
cobre, quando de chapa. dido (G, H e J) são usados para diminuir a perda de carga do fluido
O casco possui dois ou mais bocais para entrada e saída do flui- no casco. E os de tipo K são muito utilizados como refervedores
do do lado casco, e os cabeçotes têm bocais para entrada e saída do e refrigeradores. Os cabeçotes flutuantes ou para tubos em U (S,
fluido do lado tubos. Se um dos cabeçotes é de retorno, então este T e U) são utilizados para grandes diferenciais de temperatura. Os
não possui bocal. Os bocais de entrada e saída ficam no cabeçote de cabeçotes de retorno engaxetados (P e W) não são usados em
estacionário. refinarias.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
2 http://wwwo.metalica.com.br/tubulacao-industrial
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
As tubulações dentre de instalações industriais abrangem tubulações de processo, utilizadas, instrumentação, transmissão hidráulica e
de drenagem. As tubulações fora de instalações industriais abrangem tubulações de transporte (adução, transporte e drenagem) e tubu-
lações de distribuição (distribuição e coleta).
Classificação
A ASTM (American Society for Testing and Materials), órgão americano responsável pela normatização e padronização de materiais
para diversas áreas da indústria especifica mais de 500 tipos de materiais utilizadas na fabricação de tubulações industriais. Dentre os di-
versos materiais catalogados pela ASTM, destacamos os mais utilizados na fabricação dos tubos: tubos metálicos (ferrosos e não ferrosos),
tubos não-metálicos e tubos de aço com revestimento interno. Confira alguns exemplos de materiais:
Tubos Metálicos
Tubos Metálicos Ferrosos
- Aço carbono
- Aço-liga
- Aço inoxidável
- Ferro fundido
- Ferro forjado
- Ferro ligado
- Ferro modular
Tubos Metálicos não ferrosos
De um modo geral os tubos metálicos não ferrosos são pouco utilizados devido ao alto custo.
- Cobre
- Latões
- Cupro-níquel
- Alumínio
- Niquel e ligas
- Metal Monel
- Chumbo
- Titânio
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Tubos não metálicos Os tubos são divididos em dois grupos: tubos sem costura e tu-
Materiais Plásticos bos com costura. Os tubos sem costura são fabricados por três tipos
- A utilização de tubos de plástico tem crescido muito nos úl- de processos industriais: laminação (para tubos grandes diâme-
timos anos, principalmente em substituição aos aços inoxidáveis. tros), extrusão (para tubos com pequenos diâmetros) e o processo
- Cloreto de poli-vinil (PVC) de fundição. Já os tubos com costura são fabricados por solda.
- Polietileno Os processos industriais de maior importância na fabricação de
- Acrílicos tubulações são os de laminação e solda. Através desses processos
- Acetato de celulose são fabricados mais de 2/3 dos tubos usados em instalações indus-
- Epoxi triais.
- Poliéster
- Fenólicos Laminação
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
353
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
VÁLVULAS DE CONTROLE3
De forma genérica pode-se dizer que se trata de um dispositivo cuja finalidade é a de provocar uma obstrução na tubulação com o
objetivo de permitir maior ou menor passagem de fluido por esta. Esta obstrução pode ser parcial ou total, manual ou automática. Em
outras palavras é todo dispositivo que através de uma parte móvel abra, obstrua ou regule uma passagem através de uma tubulação. Seu
objetivo principal é a variação da razão do fluxo.
Nem todos os tipos de válvulas possuem obrigatoriamente o seu conjunto do corpo formado por todos os subcomponentes acima
mencionados. Em algum tipo de válvulas, corpo e castelo formam uma só peça denominada apenas corpo; em outros nem existe o flange
inferior.
Porém, vamos por ora desconsiderar tais particularidades, optando por um conceito mais global, para posteriormente irmos restrin-
gindo-o à medida em que formos analisando cada tipo de válvula de controle.
Sendo o conjunto do corpo, a parte da válvula que entra em contato direto com fluido, deve satisfazer os requisitos de pressão, tem-
peratura e corrosão do fluido. Trata-se portanto de um vaso de pressão e como tal deve ser considerado.
3 PCPM - Programa de Certificação de Pessoal de Manutenção – SENAI – Instrumentação - Elementos Finais de Controle
354
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Tipos de Corpos
Os tipos de válvulas são classificados em função dos respectivos tipos de corpos, e portanto, quando estivermos falando de tipos de
válvulas subentenderemos tipos de corpos. Podemos agrupar os principais tipos de válvulas em dois grupos:
Define-se por válvula de deslocamento linear, a válvula na qual a peça móvel vedante descreve um movimento retilíneo, acionada por
uma haste deslizante; enquanto que uma válvula de deslocamento rotativo é aquela na qual a peça móvel vedante descreve um movimen-
to de rotação acionada por um eixo girante.
Para cada tipo de processo ou fluido sempre temos pelo menos um tipo de válvula que satisfaça os requisitos teóricos de processo,
independente da consideração econômica. Cada um desses tipos de válvulas possuem as suas vantagens, desvantagens e limitações para
este ou aquele processo.
Na figura (c), vemos uma outra sede simples um pouco diferente das anteriores. O obturador é guiado apenas na parte superior e ao
descer a válvula só pode fechar, não existindo a possibilidade do obturador ser instalado em posição invertida ou por baixo. Essa válvula
em relação ao movimento de obturador de cima para baixo só pode fechar.
O fato de uma válvula ser normalmente aberta eu fechada é um fator muito importante a ser levado em consideração na escolha da
válvula. Isso significa que na posição de descanso, ou seja, sem força de atuação, a válvula pode ficar completamente aberta ou completa-
mente fechada. Uma válvula normalmente aberta ficara totalmente aberta em caso de falta de suprimento de energia para operação do
atuador, no caso de uma válvula normalmente fechada ocorrerá o inverso.
As principais características da válvula globo sede simples são: proporciona uma boa vedação e possui obturador estaticamente não
balanceado. Assim sendo podemos atingir um vazamento, quando a válvula estiver totalmente fechada de, no máximo até 0,01% da sua
capacidade de vazão máxima.
Os índices de vazamento obtidos, estando a válvula de controle totalmente fechada, são padronizados internacionalmente conforme
a norma ANSI B16.104 - “AMERICAN NATIONAL STANDARD FOR CONTROL VALVE LEAKAGE” a qual define diversas classes de vazamento.
Assim, de acordo com essa especificação, a válvula globo sede simples possui um nível de vazamento Classe IV.
CLASSE DE
DEFINIÇÃO DO FLUXO DE VAZAMENTO TIPOS DE VÁLVULAS
VEDAÇÃO
Qualquer válvula pertencente as classes II, III ou IV,
Classe I Válvulas listadas nas classes II, III e IV.
porém mediante acordo entre fabricante e usuário.
355
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Devemos alertar que tais índices de vazamento são sempre considerados nas válvulas conforme saem de fabricação, ou seja, para
válvulas novas e limpas.
É no fato do seu obturador não ser balanceado que reside a principal desvantagem da válvula sede simples, motivo pelo qual requer
uma força de atuação suficientemente grande para vencer as forças estáticas de fluido agindo sobre o obturador, e poder movimentá-lo.
Atuação das Forças Dinâmicas Provenientes do fluido agindo contra o obturador de uma válvula globo sede simples.
O índice de vazamento definido anteriormente, é para válvulas de fabricação normal, ou seja, com assunto metal-metal. Contudo
podemos atingir um índice de menor vazamento (sem aumentar a força de assentamento do atuador), utilizando a construção de assen-
tamento composto, ou seja, metal-borracha, metal-teflon, etc.
Um outro fato de muita importância nas válvulas globo sede simples, é a direção do fluxo em relação a posição do conjunto obturador
e anel da sede. O fluido deve sempre entrar na válvula tendendo abri-la como mostra a figura anterior. Uma flecha estampada no corpo
indica o sentido de montagem da válvula na tubulação. Obtemos com isso as seguintes vantagens: aumento da vida útil das gaxetas e
propiciamento de uma operação mais suave, evitando-se assim o fenômeno de “chattering”.
Esse fenômeno pode ser facilmente explicado da seguinte forma: caso o fluxo entre na válvula tendendo fechá-la, quando o obturador
aproxima-se do anel da sede, surge uma força dinâmica não balanceada produzida pela redução da pressão, após a restrição. Essa força,
que tende puxar o obturador de encontro à sede, faz o obturador chocar-se continuamente contra a sede, devido à proximidade entre
ambos, danificando por completo o assentamento da válvula, além de ainda produzir o indesejável ruído, de origem mecânica devido à
oscilação vertical do obturador.
Porém pese ao acima mencionado, existem situações nas quais é imperativo a instalação da válvula sede simples com o fluxo tenden-
do fechar a válvula. Um exemplo disso é o caso de alta pressão diferencial. Nestes casos devemos agir com critério e cuidado na especifi-
cação dos materiais dos internos no intuito de prolongarmos a sua vida útil.
Sede dupla: A figura mostra duas montagens diferentes da válvula globo sede dupla, assim denominada pelo fato do fluxo passar
através de duas passagens ou orifícios.
356
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Na figura (a), vemos uma válvula com obturador que desce Válvula Globo de 3 Vias
para fechar enquanto que na figura (b), a montagem do obturador
é por baixo, tipo desce para abrir. A válvula sede dupla e portan- Na válvula tipo convergente, conforme vemos pela figura (a),
to de corpo reversível. É fabricada normalmente em diâmetros de fluidos quaisquer e separados entram pelas vias (2) e (3), misturan-
3/4” a 14”, e com conexões das extremidades rosqueadas (até 2”), do-se numa determinada e desejada proporção, saindo pela via (1)
flangeadas ou soldadas, nas classes 150, 300, 600, 900 e 1500 lbs. A já misturados. A proporção da mistura é determinada pela posição
principal vantagem da válvula sede dupla é o fato dela ser estatica- do obturador relativa às duas sedes. Um deslocamento do obtura-
mente quase estável sem necessitar, portanto, de uma força de atu- dor para cima faz diminuir a entrada do fluido por (2), aumentando
ação tão grande quanto a válvula sede simples, conforme podemos simultaneamente a entrada do fluido por (3). É fabricada em diâ-
deduzir com o auxílio da próxima figura. metros de 3/4” até 8” e com conexões nas extremidades rosquea-
das (até 2”), flangeadas ou soldadas. Podemos notar neste tipo de
válvula um novo modo de guia dupla: superior e no anel da sede.
Na figura (b) vemos uma válvula 3 vias tipo divergente, na qual
o fluido entra pela via (1) e sai em proporções definidas pelas vias
(2) e (3). É fabricada em diâmetros de 3/4” até 12” com extremida-
des rosqueadas (até 2”), flangeadas ou soldadas.
Uma aplicação bastante conhecida da válvula 3 vias divergente
é o de desvio de um trocador de calor conforme vemos pelo esque-
ma da figura a seguir.
357
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Por não possuir flange inferior, a válvula tipo gaiola não possui corpo reversível, e assim a montagem dos seus internos é do tipo entra
por cima. A drenagem do fluido, se necessária, pode ser realizada através da parte inferior do corpo, por meio de um tampão rosqueado.
Apresenta um vazamento de 0,01% da sua máxima capacidade de vazão, quando totalmente fechada e conforme a especificação
normativa ANSI B16.104, possui um nível de vazamento Classe IV.
É fabricada em diâmetros de 1/2” até 6” nas classes de 150, 300 e 600 lbs. As conexões das extremidades podem ser rosqueadas (até
2”), flangeadas ou soldadas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
É fabricada em diâmetros de 3/4 até 16” nas classes 150, 300, 600, 900 1500 e 2500 lbs. As conexões podem ser rosqueadas (até 2”),
flangeadas ou soldadas.
Na figura (a), vemos o sistema de internos tipo gaiola de baixo ruído. Basicamente trata-se de vários anéis circulares e concêntricos
formando um conjunto, como podemos notar pela figura (b). O número de anéis utilizados depende das condições de operação e da ate-
nuação de ruído requerida.
359
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Pela figura (c), podemos notar melhor o seu funcionamento. O A válvula de controle de corpo bipartido conforme vemos pela
fluido entra, à pressão Pe, através dos orifícios do primeiro elemen- figura, foi desenhada para tais situações possibilitando uma fácil
to, após o que, distribui-se pelo anel de estagnação, onde perde manutenção devido à facilidade de acesso aos internos.
velocidade antes de entrar nos orifícios do segundo elemento. Re- Neste tipo de válvula, o anel da sede é preso (ao contrário da
pete-se o processo no seguinte anel de estagnação e próximo ele- globo convencional onde é rosqueado) entre as duas metades do
mento até que o fluido atinja a saída após o último elemento, a uma corpo, podendo ser facilmente removido.
pressão, então, de Ps. O número de orifícios, em cada elemento é
calculado de forma a manter a velocidade média de escoamento
igual em todos os elementos.
360
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
OBS: Conforme definido no Art. 11, segurados especiais são e) Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por oca-
trabalhadores rurais, isto é que prestam serviço em âmbito rural, sião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de
individualmente ou em regime de economia familiar, mas não tem trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício
vínculo empregatício. São exemplos o produtor, parceiro, meeiro, do trabalho.
garimpeiro e pescador artesanal.
361
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Acidente típico Atos Inseguros: atos inseguros são atitudes, atos, ações ou
Acidente típico é o que ocorre no local de trabalho durante o comportamentos do trabalhador contrários às normas de seguran-
expediente, ou fora da empresa quando autorizado por ela, geral- ça e que colocam em risco a sua saúde e/ou integridade física, ou de
mente no decorrer da execução de uma tarefa. Nos mapas estatís- outros colegas de trabalho. Os atos inseguros são geralmente defi-
ticos aparece essa denominação para diferenciá-lo do acidente de nidos como causas de acidentes que residem, predominantemente,
trajeto. no fator humano. Os atos inseguros podem ser exemplificados atra-
vés dos seguintes comportamentos inadequados do trabalhador
Acidente de trajeto (Desvios):
Conforme definido no Art. 21 da Lei 8.213/91, letra d.4, acima, - Ficar junto ou sob cargas suspensas;
o acidente de trajeto é aquele que ocorre no percurso da residência - Colocar parte do corpo em lugar perigoso;
para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o - Usar máquina sem habilitação ou autorização;
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. - Imprimir excesso de velocidade ou sobrecarga;
Deve ser observado que não há um tempo máximo definido - Lubrificar, ajustar e limpar máquina em movimento;
para a caracterização do acidente de trajeto, sendo indispensáveis - Improvisação ou mau emprego de ferramentas manuais;
para a sua configuração o itinerário habitual e o tempo normalmen- - Não usar os equipamentos de proteção individual;
te gasto pelo trabalhador para fazê-lo. - Fumar ou usar chamas em lugares indevidos;
- Brincadeiras e exibicionismo; etc.
Comunicação do Acidente de Trabalho
A comunicação, isto é, o ato de comunicar pode ser inicial- Condições Inseguras: Condições inseguras são deficiências, de-
mente verbal, mas é importante que haja um documento interno feitos ou irregularidades técnicas nas instalações físicas, máquinas
informando ao órgão de Segurança do Trabalho da ocorrência do ou equipamentos, os quais, presentes nos ambientes de trabalho,
acidente. A força de trabalho também deve ser informada através podem ocasionar acidentes do trabalho. Convém destacar que é
de avisos em murais, para que fique atenta às causas e providências da responsabilidade do empregador a eliminação ou correção das
que foram tomadas a fim de evitar outras ocorrências de mesma condições inseguras existentes nos locais de trabalho. As condições
natureza. A comunicação ao INSS é feita mediante o preenchimento inseguras podem ser exemplificadas através das seguintes ocorrên-
de formulário apropriado. cias nos locais de trabalho (Desvios):
Estabelece o Art. 22 da Lei 8.213/91 que a empresa deverá co- - Falta de proteção em partes móveis de máquinas e equi-
municar o acidente do trabalho à Previdência Social (INSS) até o pamentos;
primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de - Iluminação inadequada;
imediato à autoridade competente, sob pena de multa. Essa comu- - Piso escorregadio;
nicação deverá ser feita através do preenchimento de formulário - Instalações elétricas precárias ou improvisadas;
específico, denominado CAT (Comunicação de Acidente do Traba- - Falta de ordem e limpeza;
lho). - Ruído e trepidações excessivas;
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem forma- - Desconforto térmico;
lizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical - Escassez de espaço;
competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pú- - Falta de equipamentos de proteção coletiva;
blica. - Não fornecimento de equipamentos de proteção individu-
al aos trabalhadores; etc.
OBS: É importante que a empresa crie um mecanismo para que
seus empregados relatem também os desvios e incidentes, já que Causas Indiretas
estes podem se dar origem a acidentes se não forem tratados, ou São as causas que antecedem os atos e condições inseguras,
seja, analisados em busca de suas causas e aplicadas as medidas denominadas de fatores de risco pessoal e fatores de risco material.
corretivas adequadas. Fatores de Risco Pessoal: Os fatores de risco pessoal são fa-
lhas inerentes à pessoa, que levam à prática de atos inseguros, tais
Causas dos Acidentes do Trabalho como:
A fórmula mais simples para identificar as causas de acidentes - Desconhecimento do perigo;
do trabalho é seguir o raciocínio do conceito universal de causa – - Preparo insuficiente para o trabalho;
causa de qualquer coisa é aquilo que faz com que tal coisa venha a - Falta de aptidão para o trabalho;
existir ou acontecer. Portanto, causa de acidentes do trabalho são - Condições físicas e/ou emocionais alteradas;
os antecedentes, próximos ou remotos, que fazem o acidente acon- - Excesso de confiança;
tecer. Para melhor entendimento, é bom perceber que as causas só - Negligência;
são caracterizadas no ato da ocorrência; antes são apenas riscos ou - Imprudência;
perigos de acidentes. - Indisciplina; etc.
362
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
- Falta ou falha de manutenção; EX: Barulho de britadeira, calor de forno siderúrgico, raio X,
- Desvios ou improvisações nos processos; pressão no fundo do mar.
- Desorganização do trabalho;
- Falta de verbas; a) Ruído
- Erros nas sinalizações; Os efeitos nocivos do ruído no organismo dependem da sua
- Omissão ou descumprimento de normas técnicas; etc. intensidade (medida em decibéis-dB), de sua freqüência (medida
em hertz-Hz), do tempo de exposição e da sensibilidade de cada
Consequências dos Acidentes do Trabalho trabalhador.
Muitas vezes, pior que o acidente em si, são as suas consequ- A exposição breve a ruído muito intenso pode provocar surdez
ências. Todos sofrem de alguma forma: temporária, chamada de fadiga auditiva, que desaparece em cerca
- a vítima, que fica incapacitada de forma parcial ou total, de 24 horas. A exposição prolongada a ruídos com intensidade su-
temporária ou permanente, para o trabalho; perior ao limite previsto na legislação (85 decibéis/8h de exposição)
- a família, que em muitos casos tem uma queda repentina pode causar surdez permanente. Os danos á audição geralmente
em seu padrão de vida devido a redução dos vencimentos, ou pela afetam os dois ouvidos.
dor causada pela perda do ente querido;
- as empresas, em função da perda de mão-de-obra, de ma- Além disso, o ruído pode interferir com a comunicação, por em
terial, de equipamentos, tempo, queda da produção, etc, e conse- risco a segurança do trabalhador, dificultar a concentração e causar
quentemente, elevação dos custos operacionais; e cansaço, alterações do sono e irritabilidade.
- a sociedade, com o número crescente de inválidos e de-
pendentes da Previdência Social, que arca com as aposentadorias Em áreas ruidosas é fundamental usar o equipamento de pro-
por invalidez, auxílio doença, auxílio acidente, despesas de reabili- teção auditiva.
tação profissional, e pensão por morte do trabalhador acidentado. A faixa da audição responsável pela conversação é preserva-
Há que se destacar o lado humano da vítima. O sofrimento é da nas fases iniciais da surdez causada por ruído. Quando a pessoa
inevitável. Os ferimentos pequenos, médios ou grandes são sem- sente dificuldade em ouvir uma conversa, ela já perdeu grande par-
pre indesejáveis e o tratamento é em geral doloroso. Além disso, te de sua capacidade auditiva.
quando a vítima é mutilada ou se incapacita parcial ou totalmente Outras medidas de prevenção compreendem o uso de equipa-
sente-se inferiorizada, necessitando de um acompanhamento psi- mentos menos ruidosos, a manutenção adequada das instalações e
equipamentos, o uso de material isolante de ruído e a sinalização
cológico.
dos locais excessivamente ruidosos com limitação de acesso.
A nível de empresa, os acidentes podem interferir negativa-
São necessárias, também, medidas complementares de prote-
mente na qualidade e quantidade do produto, nos prazos firmados
ção do trabalhador como a divulgação de informações, a redução
com clientes, na sua imagem comercial e no moral dos empregados
do tempo de exposição e o isolamento acústico dos postos de tra-
quando os acidentes ocasionam vítimas fatais.
balho.
Riscos nos ambientes de trabalho
b) Radiações
Podemos classificar as radiações como ionizantes e não ioni-
Riscos ambientais zantes.
Todos os ambientes de trabalho possuem substâncias, ener- As radiações ionizantes de maior interesse correspondem aos
gias, máquinas, equipamentos, instalações e situações criadas pela raios gama e X, usados em gamagrafia e em radiografia industrial,
própria atividade desenvolvida pelo trabalhador, que de alguma em virtude de seu poder penetrante nas estruturas metálicas.
forma têm a capacidade de, em determinadas condições, causar Altas doses de radiação ionizantes podem provocar sérios da-
algum tipo de dano às pessoas ou impacto ao meio ambiente. Essas nos agudos no organismo. Em longo prazo, a exposição às radiações
ameaças são chamadas de riscos ou agentes ambientais, cuja expo- ionizantes pode produzir diversos tipos de câncer. Assim, o mais im-
sição do trabalhador pode gerar as seguintes conseqüências: portante é evitar ou reduzir ao mínimo as exposições dos trabalha-
dores às radiações ionizantes, como base em 3 fatores:
• Enfermidades • Aumento da distância entre a fonte e a pessoas exposta –
• Acidentes de trabalho a intensidade da radiação diminui com o aumento da distância;
• Fadiga (cansaço) • Diminuição do tempo de exposição – quanto menor o
• Envelhecimento e desgaste prematuro tempo gasto na operação, menor será a dose recebida;
• Blindagem – consiste na utilização de material absorvente
Agentes ambientais são os riscos físicos, químicos, biológicos, de radiação, como o chumbo, colocado entre a fonte e a pessoa a
ergonômicos e de acidentes existentes nos ambientes de trabalho ser protegida.
que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e As radiações ionizantes são invisíveis e frias. Não alertam a pes-
tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do tra- soa mesmo durante exposições perigosas.
balhador.
Riscos físicos
São as diversas formas de energia a que possam estar expostos
os trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais,
temperaturas extremas, radiações, etc.
363
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
As radiações não-ionizantes de maior interesse são: tremidades e até a morte. As medidas preventivas consistem em
Radiação ultravioleta (uv) - presente na radiação solar e em usar roupas de trabalho adequadas, ingestão de alimentos com alto
fontes artificiais como solda elétrica, terminais e monitores de com- teor calórico, aumento da atividade física e aclimatação ao frio (ex-
putador. Pode causar queimadura de pele e ocular cujos sintomas posição gradativa a temperaturas baixas para facilitar a adaptação
surgem de 2 a 24 horas após a exposição. A exposição crônica (pro- do trabalhador).
longada) pode provocar envelhecimento precoce de pele, câncer da
pele e catarata. Riscos químicos
Nas atividades que acarretam exposição prolongada ao sol, os São as substâncias, compostos ou produtos que possam pe-
trabalhadores devem usar vestimentas de algodão para proteger a netarar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras,
pele da radiação ultravioleta existente na radiação solar. Esse cuida- fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que pela natureza da
do é mais para pessoas de pele clara. atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
Radiação Infravermelha (iv) - presente na radiação solar, corpos organismo através da pele ou por ingestão.
incandescentes, superfícies quentes e chamas. Em contato com os EX: Poeira de amianto, fumos de solda, gasolina.
tecidos do organismo, transforma-se em calor. Seus efeitos agudos OBS: Os fumos são produzidos pela condensação seguida de
correspondem a desconforto térmico e até mesmo queimaduras da oxidação de vapores metálicos, que formam partículas sólidas de
pele. A exposição prolongada pode causar catarata, pigmentação e diâmetros menores que 1 mícron, sendo facilmente respiráveis. Os
dilatação dos capilares na pele. principais são os óxidos de ferro, manganês, cromo e níquel. Estes
dois últimos tem efeitos cancerígenos.
Entre as medidas preventivas relativas às radiações não-ioni- As principais vias de absorção de agentes químicos são a respi-
zantes estão: o revestimento de paredes para evitar a reflexão; o ratória, a cutânea (pele) e a digestiva.
uso de anteparos; a redução do tempo de exposição; a limitação
Os agentes químicos tendem a se expandir no ar e atingir as
do acesso a pessoas autorizadas; o treinamento dos trabalhadores;
vias respiratórias dos trabalhadores. Estes agentes químicos, após
o uso de vestimentas especiais, protetores oculares e cremes pro-
serem inalados, podem ser absorvidos, atingir a circulação sanguí-
tetores.
nea e provocar danos à saúde (intoxicações).
c) Temperaturas extremas A absorção digestiva pode resultar de ingestão de resíduos de
A sensação de conforto térmico depende da temperatura am- produtos químicos presentes nas mãos e unhas sujas, da alimenta-
biente, da umidade e da velocidade do ar, do calor radiante e da ção no local de trabalho e de ingestão acidental.
atividade desenvolvida pelo trabalhador. A pele pode ser a porta de entrada de agentes químicos no
Assim quanto mais alta a temperatura do ambiente, indi- estado líquido pelo contato direto, ou pelo uso de roupas impreg-
cada por um termômetro, maior a sensação de calor e vice-versa. nadas por resíduos químicos.
A umidade elevada significa um alto teor de vapor de água no Duas características dos agentes químicos favorecem sua pene-
ar, o que dificulta a evaporação do suor e aumenta a sensação de tração e distribuição no organismo:
calor. O ar em movimento facilita a remoção de calor do corpo para - solubilidade em gordura (facilidade em dissolver gordura)
o ambiente enquanto que o ar parado a dificulta. Assim, um ven- - volatilidade (facilidade de evaporação)
tilador melhora a sensação de conforto em um ambiente quente Os solventes, muito usados na indústria, possuem essas duas
porque aumenta a velocidade do ar e facilita a remoção de calor do características.
corpo para o ambiente. Não se deve fazer a limpeza das mãos e de partes do corpo
O tipo de atividade exercida pelo trabalhador interfere tam- sujas de graxa com solventes. Tal limpeza deve ser feita com água e
bém na sensação de conforto térmico. Assim, os trabalhos pesa- sabão neutro, que não irritam a pele e nem provocam intoxicação.
dos exigem muito esforço físico, que resulta na produção de grande
quantidade de calor pelo organismo do trabalhador, aumentando Riscos biológicos
sua carga térmica e, consequentemente, sua sensação de calor. São as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus,
Temperaturas altas – em locais quentes, a temperatura corpo- etc.
ral tende a aumentar porque o calor recebido do ambiente e produ- EX: HIV, bacilo de Koch, fungo de pé-de-atleta.
zido pelo corpo é maior que o calor cedido pelo ao ambiente. Para Os microrganismos e outros parasitas como os vermes, bem
evitar o aumento de temperatura (hipertermia), o corpo começa como as substâncias de origem animal e vegetal, presentes nos pos-
a suar e dilatar os vasos sanguíneos da pele. A hipertermia pode tos de trabalho podem prejudicar a saúde dos trabalhadores. Os
provocar desidratação, cãibra, cansaço acentuado e delírio febril. microrganismos podem se multiplicar após penetrar no organismo
As medidas preventivas contra altas temperaturas consistem
humano.
em proteção contra o sol, ventilação, distanciamento do trabalha-
A soma total de mecanismos que o organismo humano
dor da fonte de calor, aclimatação ao calor (exposição gradativa de
lança mão para se proteger da invasão por microrganismo e parasi-
temperatura altas para facilitar a adaptação do trabalhador) e higie-
tas denomina-se resistência. Entre as ações tomadas pelo trabalha-
ne alimentar. Trabalhadores com deficiências circulatórias e respira-
tórias não devem ser submetidos a temperaturas muito elevadas. dor para preservar ou melhorar sua resistência podem ser citadas
Temperaturas baixas – Em locais frios, o organismo tende a es- a prática regular de atividade física, o descanso adequado antes de
friar-se porque o calor cedido ao ambiente é maior do que o calor uma jornada de trabalho, a adoção de uma alimentação rica em
recebido e o produzido por seu corpo. Para evitar a diminuição da legumes, verduras e frutas, as vacinações, bem como não ingerir
temperatura (hipotermia), a pessoa apresenta calafrios e encolhe bebidas alcoólicas em excesso, mas nunca antes ou durante o tra-
o corpo. A hipotermia pode causar mal estar, congelamento das ex- balho.
364
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Os agentes biológicos podem atingir o organismo do trabalha- • Manter os pés separados na largura dos ombros para me-
dor por intermédio da água (diarreia, disenteria, hepatite A, amebí- lhor sustentação;
ase e parasitoses intestinais), do ar (doenças infecciosas e alérgicas • Dobrar os joelhos, mantendo a coluna reta e a musculatu-
causadas por fungos e bactérias) e do solo (tétano, micose e parasi- ra do abdome contraída;
toses intestinais e cutâneas). • Levantar o objeto e mantê-lo junto ao tronco, apoiando-se
A preparação de alimento na empresa pode representar ris- nos músculos das pernas com os joelhos levemente dobrados;
co para o pessoal da cozinha, que manipula produtos de origem • Evitar torcer o corpo durante o deslocamento do objeto.
animal e vegetal, bem como para os trabalhadores em geral pela Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequa-
possibilidade de contaminação dos alimentos durante seu preparo. da, natural ou artificial, apropriada à natureza de atividade. Além
de ser uniformemente distribuída e difusa, a iluminação deve ser
A limpeza predial de banheiros e a coleta de lixo podem tam- projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos in-
bém gerar exposições a agentes biológicos. cômodos , sombras e contrastes excessivos. Há níveis mínimos de
As medidas de prevenção das doenças causadas por agentes iluminamento estabelecidos para os locais de trabalho.
biológicos consistem em: rigorosa limpeza dos locais de trabalho; As lesões por esforço repetitivo (LER) são doenças provocadas
controle da qualidade da água; controle dos sistemas de ar condi- por esforços e posturas inadequadas motivados pelo ritmo da ati-
cionado; higiene no preparo e distribuição dos alimentos para os vidade, falta de pausas e deficiências do local onde se realiza a ati-
trabalhadores; higiene pessoal rigorosa e uso de EPIs para evitar vidade. Quando relacionadas ao trabalho são também chamadas
contato direto com os microrganismos; controle dos resíduos e exa- Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) e atin-
me médico periódico, incluindo a vacinação. gem principalmente as mãos, punho, braços, antebraços, ombro e
As empresas devem estabelecer programas preventivos para coluna cervical.
os trabalhadores que compõem as brigadas de incêndio, equipes de Entre as medidas preventivas das LER podem ser citadas: pau-
resgate, socorristas e profissionais de saúde que, eventualmente, sas durante a jornada de trabalho; adequações do mobiliário e dos
possam ter contato com secreções e sangue humanos. instrumentos de trabalho; adoção de postura adequada , pratica de
alongamentos; e enriquecimento do conteúdo do trabalho; para
Riscos ergonômicos aumentar a satisfação dos trabalhadores.
A Ergonomia é uma disciplina que trata da adaptação das con-
dições de trabalho às características fisiológicas e psicológicas dos Riscos de acidentes
São riscos que se originam principalmente nas atividades que
trabalhadores, de modo a proporcionar conforto, segurança e de-
envolvem máquinas e equipamentos. Os riscos de acidentes mais
sempenho eficiente. Asssim, a ergonomia tem como objetivo o con-
comuns são os decorrentes de arranjo físico inadequado, máquinas
trole dos riscos ergonômicos.
e equipamentos sem proteção, ferramentas defeituosas, ilumina-
Esforço físico intenso, exigência de postura inadequada, im-
ção incorreta, probabilidade de incêndio e explosão, etc.
posição de ritmos excessivos, monotonia e repetitividade, levanta-
Exemplos: Máquinas muito próximas umas das outras, com-
mento e transporte manual de peso, são riscos ergonômicos. Na
pressor sem proteção da correia, execução de solda em canalização
prática, podemos citar os seguintes exemplos.
de gás inflamável.
EX: Uso contínuo de britadeira, trabalho de digitação em com-
putador, carga e descarga de caminhão. Prevenção de acidentes e doenças do trabalho
Para assegurar a postura correta no computador, o trabalhador Medidas de proteção
deve manter:
• topo da tela do monitor no máximo na altura dos olhos e Proteção coletiva (na fonte e na trajetória)
distante de um comprimento de braço; As medidas preventivas de acidentes e doenças relacionadas
• A cabeça e o pescoço em posição reta e os ombros relaxa- ao trabalho podem ser aplicadas em 3 níveis: na fonte de emissão
dos; do agente (Ex: ruído, gás ou poeira); na trajetória do agente; ou no
• A região lombar apoiada no encosto da cadeira ou em um corpo do trabalhador.
suporte para as costas;
• Os antebraços, punhos e mãos em linha reta (posição neu-
tra do punho) em relação ao teclado; Níveis Medidas preventivas
• cotovelo junto ao corpo; - isolamento acústico de um equipa-
• Um espaço entre a dobra do joelho e a extremidade do mento ruidoso (barulhento)
assento; Fonte - contenção de uma fonte emissora de
• Um ângulo igual ou maior que 90º para as dobras joelho e gases e vapores
do quadril; - ventilação local exaustora
• Os pés apoiados no chão e, se recomendado, usar apoio
para os pés; - anteparos usados nas oficinas de
• documento que está sendo lido próximo ao monitor e no soldagem
- aumento de distância entre o agente e
mesmo plano visual.
Trajetória o trabalhador
- sinalização
Para levantar e carregar objetos corretamente, o trabalho deve
- sistema de alarme para vazamento de
proceder da seguinte maneira:
produtos químicos
• Aproximar-se do objeto que vai ser levantado;
365
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Definições:
A hidrostática, também chamada estática dos fluidos ou fluidos- Pressão: força sobre uma área
tática (hidrostática refere-se a água, que foi o primeiro fluido a ser
estudado, assim por razões históricas mantém-se o nome) é a parte Pressão Atmosférica: pressão exercida pela atmosfera terrestre
da física que estuda as forças exercidas por e sobre fluidos (líquidos e varia de acordo com a altitude, quanto maior altitude menor a
ou gases) em repouso. A massa específica (m) de uma substância pressão.
é a razão entre a massa (m) de uma quantidade da substância e o
volume (V) correspondente: Pressão Manométrica: pressão que se acrescenta a pressão at-
mosférica.
Uma unidade muito usual para a massa específica é o g/cm3, Instrumentos para medir pressão
mas no SI a unidade é o kg/m3. A relação entre elas é a seguinte:
Barômetro: utilizado para medir pressão atmosférica.
Substância
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Princípio de Arquimedes Dois recipientes ligados pela base são preenchidos por um lí-
quido (geralmente óleo) em equilíbrio. Sobre a superfície livre do
Todo corpo imerso, total ou parcialmente, num fluido em equi- líquido são colocados êmbolos de áreas S1 e S2. Ao aplicar uma força
líbrio, sofre a ação de uma força vertical, para cima, aplicada pelo F1 ao êmbolo de área menor, o êmbolo maior ficará sujeito a uma
fluido. Essa força é denominada empuxo, cuja intensidade é igual força F2, em razão da transmissão do acréscimo de pressão p. Se-
ao peso do fluido deslocado pelo corpo. gundo o Princípio de Pascal:
Condição de equilíbrio:
E=P
d . Vld . g = m . g Quando um corpo está flutuando em um líquido, ele está su-
103 x V x 10 = 80 x 10 jeito à ação de duas forças de mesma intensidade, mesma direção
V = 8 x 10-2 m3 (vertical) e sentidos opostos: a força-peso e o empuxo. Os pontos de
aplicação dessas forças são, respectivamente, o centro de gravidade
Princípio de Pascal do corpo G e o centro de empuxo C, que corresponde ao centro de
gravidade do líquido deslocado ou centro de empuxo.
Quando um ponto de um líquido em equilíbrio sofre uma varia- Se o centro de gravidade G coincide com o centro de empuxo C,
ção de pressão, todos os outros pontos do líquido também sofrem situação mais comum quando o corpo está totalmente mergulhado,
a mesma variação. o equilíbrio é indiferente, isto é, o corpo permanece na posição em
que for colocado.
369
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Quando um corpo flutua parcialmente imerso no fluido e se inclina num pequeno ângulo, o volume da parte da água deslocada se
altera e, portanto, o centro de empuxo muda de posição. Para que um objeto flutuante permaneça em equilíbrio estável, seu centro de
empuxo deve ser deslocado de tal modo que a força de empuxo (de baixo para cima) e o peso (de cima para baixo) produzam um torque
restaurador, que tende a fazer o corpo retornar a sua posição anterior.
Quando o centro de gravidade G estiver acima do centro de empuxo C, o equilíbrio pode ser estável ou não. Vai depender de como se
desloca o centro de empuxo em virtude da mudança na força do volume de líquido deslocado. As figuras mostram essa situação, onde o
centro de gravidade G está acima do centro de empuxo, mas, ao deslocar o corpo da posição inicial, o centro de empuxo muda, de modo
que o torque resultante faz com que o corpo volte para sua posição inicial de equilíbrio.
Obs.: A diferença conceitual entre centro de empuxo e centro de gravidade é que a posição do centro de gravidade não se altera em
relação ao corpo, a menos que ele seja deformado. Mas o centro de empuxo do corpo flutuante muda de acordo com a forma do líquido
deslocado porque o centro de empuxo está localizado no centro de gravidade do líquido deslocado pelo corpo.
As figuras abaixo mostram o equilíbrio chamado instável. Movimentando o corpo (oscilando) de sua posição inicial, o deslocamento do
centro de empuxo faz com que o torque resultante vire o corpo. A tarefa de um engenheiro naval consiste em projetar os navios de modo
que isto não ocorra.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
Como existe uma atmosfera sobre a superfície da Terra e como esta atmosfera é um fluido, segue que cada ponto no interior da atmos-
fera terrestre está sob ação de uma pressão, chamada de pressão atmosférica, que diminui a medida que a altura em relação a superfície
terrestre aumenta.
Como o ar não pode ser considerado um fluido incompressível em extensões muito elevadas, a relação de Stevin não se aplica direta-
mente no caso da atmosfera, embora seja sempre possível se determinar facilmente a pressão atmosférica em qualquer ponto.
Em 1643 Evangelista Torricelli (1608 – 1647) idealizou um experimento prático para a determinação da pressão atmosférica, que foi
realizado por Vicenzo Viviani. Ele usou um tubo de 1 metro de comprimento, completamente cheio de mercúrio (Hg) e com uma extremi-
dade tampada, como mostra figura 1 (a). Depois colocou o tubo em pé tapando a outra extremidade e colocando esta extremidade dentro
de um recipiente contendo também mercúrio, como mostra a figura 1 (b).
370
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Finalmente, após destampar o tubo, mediu a altura da coluna de mercúrio existente no tubo que, por construção, continha vácuo na
parte superior, como mostra a figura 1 (c).
Como um ponto A na superfície livre do mercúrio está à mesma pressão que um ponto B na mesma altura no interior do tubo e como a
pressão no ponto B é dada por pB=ρg.h, pode-se determinar facilmente a pressão atmosférica, pois a densidade do mercúrio é conhecida
e dada por 13,6 g/cm³.
Repetindo-se o experimento de Torricelli num local onde a gravidade tem seu valor normal, obtém-se que a coluna de mercúrio sobe
por uma altura de h = 0,76m. Sendo, por definição, a pressão num local onde a gravidade tem valor normal à pressão de 1 atm (uma at-
mosfera), pode-se obter que:
1 atm = 101,3 kPa = 76 cmHg = 760 mmHg
É fácil entender por que a pressão varia com a profundidade num fluido. A pressão varia como resultado da força peso (por unidade
de área) exercida pela parte do fluido que está acima. À medida que mergulhamos aumentamos a quantidade de fluido acima de nós e,
consequentemente, a pressão.
Verifique como a pressão no fluido varia em função da profundidade admitindo que o fluido tenha uma densidade constante.
Sejam dois pontos 1 e 2 dentro do fluido. Imaginemos uma coluna de fluido de altura h e área A.
Logo, a pressão num ponto a uma altura h abaixo de 1 será dada por: P2 = P1 + rgh, onde P1 é a pressão no ponto 1.
Este resultado vale para todos os pontos localizados a uma mesma altura dentro do fluido.
Suponhamos um vaso comunicante, no qual colocamos dois líquidos imiscíveis, por exemplo, água e óleo.
371
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
Volume de Controle
Um volume de controle, de forma oposta ao sistema, é um vo-
lume definido no espaço. O escoamento do fluído se dá neste volu-
me definido. O que define o volume em questão é a superfície de
controle, ela pode ser física ou definida apenas conceitualmente.
O escoamento turbulento não se move através de um fluido,
Por exemplo: deseja-se analisar um fluído dentro de uma
de modo a provocar turbulência, a resistência ao seu movimento
mangueira de 20m, mas analisar-se-á apenas 30 cm da mangueira.
é bastante grande. Por esta razão, aviões, carros e locomotivas são
Neste caso, 20m é a superfície de controle física, mas a que será
projetados de forma a evitar turbulência. No caso de refinaria, a
utilizada para fins de cálculo é a superfície de controle conceitual,
preocupação é com o escoamento de produtos perigosos.
imaginária, definida na análise da questão.
Vazão e Débito em escoamento uniforme
A vazão ou débito de um fluido é a razão entre o volume de
Diferença entre os dois
fluido escoado em um tempo e o intervalo de tempo considerado.
No sistema, analisa-se uma porção fixa de massa, já no volume
Q = V/t
de controle, analisa-se a massa presente em um volume no espaço,
Onde V é o volume escoado no tempo t, e
podendo a massa variar, devido a condições do fluido.
Q é a vazão.
No sistema a massa é fixa.
No Volume de Controle, o volume é fixo, a massa pode variar.
Se tivermos num condutor um fluido em escoamento uniforme,
Analise Dimensional e Semelhança
isto é, o fluido escoando com velocidade constante, a vazão poderá
ser calculada multiplicando-se a velocidade (v) do fluido, em dada
A maioria dos problemas na mecânica dos fluidos não po-
seção do condutor, pela área
dem ser resolvidos com procedimentos analíticos, apenas utilizan-
(A) da seção considerada, ou seja:
do procedimentos experimentais;
Q = Av
Muitos problemas são resolvidos utilizando abordagem
Para demonstrar, suponhamos um condutor de seção constan-
experimental e analítica;
te.
Um objetivo de qualquer experimento é obter resultados
amplamente aplicáveis (medidas obtidas num sistema em labora-
tório podem ser utilizadas para descrever o comportamento de um
sistema similar);
Para isso é necessário estabelecer a relação que existe en-
tre o modelo de laboratório e o “outro” sistema
Pelo procedimento chamado análise dimensional, o fenômeno
pode ser formulado como uma relação entre um conjunto de gru-
pos adimensionais das variáveis.
373
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
O desenvolvimento da Mecânica dos Fluidos depende de: análise teórica e resultados experimentais (numéricos e/ou de laboratório)
Em certas situações são conhecidas as variáveis envolvidas no fenômeno físico, mas não a relação funcional entre elas.
A análise dimensional permite associar variáveis em grupos adimensionais.
Quando o teste experimental em um protótipo em tamanho real é impossível ou caro, utiliza-se modelos reduzidos representativos.
Pelo procedimento chamado análise dimensional, o fenômeno pode ser formulado como uma relação entre um conjunto de grupos
adimensionais das variáveis.
Quando se realiza um trabalho de laboratório, desejamos: o maior número de informações e o menor número de ensaios.
VASOS COMUNICANTES
Um sistema de vasos comunicantes é um conjunto de vasos abertos à atmosfera, que são postos em comunicação entre si de maneira
que ao colocarmos um líquido em um dos vasos do conjunto, o líquido se distribuirá por todos os demais vasos do conjunto. Como todos os
pontos do liquido colocado nos vasos comunicantes em contato com a atmosfera estarão a mesma pressão, segue que eles deverão estar
à mesma altura, ou seja, o líquido subirá em todos os ramos à mesma altura h, sendo então como mostra a figura 1 a seguir:
Na figura 1, através de vasos comunicantes é possível perceber que a pressão depende apenas da profundidade e não de outras
características, como a forma do vaso.
Por exemplo, se o óleo e a água forem colocados com cuidado num recipiente, o óleo fica na parte superior porque é menos denso que
a água, que permanece na parte inferior. Caso os líquidos imiscíveis sejam colocados num sistema constituídos por vasos comunicantes,
como um tubo em U (Figura 2), eles se dispõem de modo que as alturas das colunas líquidas, medidas a partir da superfície de separação,
sejam proporcionais às respectivas densidades.
Na Figura 2, sendo d1 a densidade do líquido menos denso, d2 a densidade do líquido mais denso, h1 e h2 as respectivas alturas das
colunas, obtemos:
d1h1 = d2h2
O transmissor determina o valor de uma variável no processo através de um elemento primário (sensor), tendo o mesmo sinal de saída
(pneumático ou eletrônico), cujo valor varia apenas em função da variável do processo.
374
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
O transmissor transporta a informação medida por um instru- Devido ao atraso que ocorre na transmissão do sinal, este não
mento de um ponto a outro no processo industrial para fins de pro- pode ser enviado à longa distância, normalmente a transmissão é
cessamento e controle da planta industrial pois o centro de controle limitada a aproximadamente 100 m. Vazamentos ao longo da linha
da planta industrial chamado de sala de controle fica distante da de transmissão ou mesmo nos instrumentos são difíceis de serem
unidade de produção industrial (forno, caldeira, etc). detectados e não permite conexão direta aos computadores e CLP’s.
O transmissor elétrico utiliza sinais de corrente e tensão. O si-
nal é linearmente modulado em uma faixa padrão de 4 a 20 mA.
Ele permite transmissão a longa distância sem perda sendo de fácil
conexão, fácil instalação e pode com o mesmo transmissor realizar
a leitura em mais de um equipamento.
O transmissor Pneumático utiliza variação da pressão alterada
linearmente de acordo com um faixa requisitada (0,2 a 1 kgf/cm2
ou 3 a 15 psi), sinal de transmissão analógico geralmente acima do
valor zero e utiliza o ar comprimido ou nitrogênio e tem como van-
tagem operar com segurança em atmosfera explosiva.
Transmissão Pneumática
Nesse tipo é utilizado um gás comprimido, cuja pressão é al-
terada conforme o valor que se deseja representar. Nesse caso a
variação da pressão do gás é linearmente manipulada numa faixa
específica, padronizada internacionalmente, para representar a
variação de uma grandeza desde seu limite inferior até seu limite
superior. A grande vantagem em seu utilizar os instrumentos pneu-
máticos está no fato de se poder operá-los com segurança em áreas
onde existe risco de explosão (centrais de gás, por exemplo).
Em geral, os transmissores pneumáticos geram um sinal pneu-
mático variável, linear, de 3 a 15 psi (libras força por polegada ao
quadrado) para uma faixa de medidas de 0 a 100% da variável. Esta
faixa de transmissão foi adotada pela SAMA (Scientific Apparatur
Makers Association), Associação de Fabricantes de Instrumentos,
e pela maioria dos fabricantes de transmissores e controladores Transmissão Eletrônica
dos Estados Unidos. Podemos, entretanto, encontrar transmissores Os transmissores eletrônicos geram vários tipos de sinais em
com outras faixas de sinais de transmissão. Por exemplo: de 20 a painéis, sendo os mais utilizados: 4 a 20 mA, 10 a 50 mA e 1 a 5 V.
100 kPa. Nos países que utilizam o sistema métrico decimal, ado- Temos estas discrepâncias nos sinais de saída entre diferentes fabri-
tam-se as faixas de 0,2 a 1 kgf/cm2 que equivalem, aproximada- cantes, porque tais instrumentos estão preparados para uma fácil
mente, de 3 a 15 psi. mudança do seu sinal de saída.
O alcance do sinal no sistema métrico é cerca de 5% menor que A relação de 4 a 20 mA, 1 a 5 V está na mesma relação de um
o sinal de 3 a 15 psi. Este é um dos motivos pelos quais devemos sinal de 3 a 15 psi de um sinal pneumático.
calibrar os instrumentos de uma malha (transmissor, controlador, O “zero vivo” utilizado, quando adotamos o valor mínimo de 4
elemento final de controle etc.), sempre utilizando uma mesma mA, oferece a vantagem também de podermos detectar uma avaria
norma. Note-se que o valor mínimo do sinal pneumático também (rompimento dos fios), que provoca a queda do sinal, quando ele
não é zero, e sim 3 psi ou 0,2 kgf/cm2. Deste modo, conseguimos está em seu valor mínimo.
calibrar corretamente o instrumento, comprovando sua correta ca- Esse tipo de transmissão é largamente usado em todas as indús-
libração e detectando vazamentos de ar nas linhas de transmissão. trias, onde não ocorre risco de explosão pois permite transmissão
Percebe-se que, se tivéssemos um transmissor pneumático de tem- para longas distâncias sem perdas e que o mesmo sinal (4~20mA)
peratura de range de 0 a 200 graus celcius e o mesmo mantivesse o seja “lido” por mais de um instrumento. Porém, exige utilização de
bulbo a 0 C e um sinal de saída de 1 psi, este estaria descalibrado. instrumentos e cuidados especiais em instalações localizadas em
Se o valor mínimo de saída fosse 0 psi, não seria possível fazer- áreas de riscos, além de cuidados especiais na escolha do encami-
mos esta comparação rapidamente. Para que pudéssemos detec- nhamento de cabos ou fios de sinais.
tá-lo, teríamos de esperar um aumento de temperatura para que
tivéssemos um sinal de saída maior que 0 (o qual seria incorreto). O
gás mais utilizado para transmissão é o ar comprimido, sendo tam-
bém o NITROGÊNIO e em casos específicos o GÁS NATURAL.
As desvantagens do uso de transmissão pneumática é que ne-
cessita de tubulação de ar comprimido (ou outro gás) para seu su-
primento e funcionamento; necessita de equipamentos auxiliares
tais como compressor, filtro, desumidificador, etc, para fornecer aos
instrumentos ar seco, e sem partículas sólidas.
375
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
2-Assinale a afirmativa INCORRETA em relação ao projeto e ao 6-As bombas centrífugas são largamente utilizadas para bom-
desempenho de ciclones. bear líquidos tanto em residências quanto em instalações indus-
Alternativas triais. Considere as afirmativas a seguir relacionadas com os con-
(A) O projeto do ciclone depende da densidade do material a ceitos básicos de bombas centrífugas.
ser removido.
(B) Para partículas maiores que 200 020.jpg (diâme- I - As bombas centrífugas são de deslocamento positivo, au-
tro esférico equivalente), deve-se considerar a possibilidade de mentando a pressão até estourar a tubulação industrial caso ocor-
abrasão no interior do ciclone. ram restrições totais nas suas linhas de descarga.
(C) A viscosidade do gás não afeta o tamanho teórico da partí- II - Uma das exigências básicas para uma operação perfeita de
cula removida pelo ciclone. bombas centrífugas é que nenhuma cavitação ocorra ao longo da
(D) O tamanho teórico da partícula removida pelo ciclone de- grande faixa operacional da bomba.
pende da velocidade do gás. III - Para evitar problemas em bombas centrífugas, um fluxo
(E) Ciclones podem ser empregados para a remoção de sólidos contínuo mínimo do fluído de processo deve sempre ser mantido
ou líquidos de gases. durante a sua operação.
3-Assinale, dentre os equipamentos a seguir, aquele que NÃO Está correto o que se afirma em
está relacionado à remoção de material particulado em efluentes Alternativas
gasosos. (A) II, apenas.
Alternativas (B) III, apenas.
(A) precipitadores eletrostáticos (C) I e III, apenas.
(B) filtros de mangas (D) II e III, apenas.
(C) filtro rotatório (E) I, II e III.
(D) scrubbers
(E) ciclones
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
7-Com referência aos rotores de bombas centrífugas assinale 11-Em relação aos permutadores casco e tubos, considere as
a alternativa em que o tipo de rotor NÃO é classificado para bom- afirmativas a seguir.
bas centrífugas. I - São os trocadores de calor mais comumente encontrados
Alternativas na indústria e contêm um número de tubos paralelos envoltos por
(A) Rotores radiais e axiais. uma carcaça.
(B) Rotores do tipo difusor em caixa espiralada. II - Quando ambos os fluidos (quente e frio) fluem na mesma
(C) Rotores semiabertos e abertos com três canais. direção, o trocador tem escoamento contracorrente.
(D) Rotores fechados de dois canais com passagem larga. III - Na prática, os trocadores de calor casco e tubos são do-
tados de chicanas segmentadas instaladas no interior da carcaça,
8-Em relação às bombas centrífugas utilizadas em estação que têm como objetivo evitar que o fluido tenha passagens prefe-
elevatória. Assinale a alternativa correta que corresponde a uma renciais por fora dos tubos, o que causaria pequeno contato com
característica de bomba centrifuga de rotor fechado: a área de troca térmica.
Alternativas É(São) correta(s) a(s) afirmativa(s)
(A) Possui apenas um disco onde as palhetas são afixadas. Alternativas
(B) Grande recirculação de água. (A) I, apenas.
(C) Usado para bombeamento de líquidos limpos. (B) I e II, apenas.
(D) Usado para o bombeamento de líquidos sujos. (C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
9-Permutadores de calor casco-tubo são utilizados em dife- (E) I, II e III.
rentes aplicações industriais. Nesse tipo de permutador, a troca
térmica é feita através de 12-As válvulas são dispositivos destinados a estabelecer, con-
Alternativas trolar e interromper o fluxo em uma tubulação. Em geral, são os
(A) mistura direta entre os dois fluidos, quente e frio. acessórios mais importantes existentes nas tubulações. Sobre os
(B) injeção de vapor aquecido, fluido quente, em uma placa mi- diversos tipos de válvulas empregadas em tubulações industriais,
croporosa que está em contato direto com o fluido frio. é correto afirmar:
(C) uma superfície que separa os compartimentos dos fluidos Alternativas
quente e frio. (A) As válvulas de bloqueio costumam ser sempre do mesmo
(D) um meio fluidizado, como areia, por exemplo. diâmetro nominal da tubulação e têm uma abertura de passa-
(E) injeção de vapor, fluido quente, em orifícios circulares con- gem de fluido com seção comparável com a da própria tubu-
tendo o fluido frio. lação.
(B) As válvulas de regulagem são aquelas destinadas especifica-
10-De modo a efetuar transferência de calor e a garantir um mente para controlar o fluxo, não devendo, por isso, trabalhar
melhor aproveitamento energético, nas plantas industriais, faz-se em posição de fechamento parcial.
uso de permutadores, também conhecidos como trocadores de (C) As válvulas de borboleta e diafragma não podem trabalhar
calor. Os permutadores mais comuns são os do tipo casco/tubo.
como válvulas de bloqueio.
(D) As válvulas de gaveta são bastante apropriadas para tra-
Sobre esse tipo de permutadores, observe as afirmativas que
balho com líquidos com sedimentos sólidos ou em suspensão.
seguem.
(E) As válvulas de globo causam, em qualquer posição, peque-
nas perdas de cargas, porém não apresentam boa vedação.
I – Normalmente, a corrente fria passa pelos tubos, e a cor-
rente quente passa pelo casco.
13-Em instalações industriais, as tubulações para ar compri-
II – Devido à sua construção, nos trocadores casco/tubo, não
mido devem ser pintadas na cor
há contato direto entre as correntes frias e quentes.
III – A temperatura de saída da corrente fria é maior que a Alternativas
temperatura de saída da corrente quente. (A) preta
IV – A quantidade de calor trocada é inversamente propor- (B) verde
cional à diferença de temperatura e diretamente proporcional ao (C) azul
fluxo das correntes. (D) amarela
(E) cinza claro
É correto APENAS o que se afirma em
Alternativas 14-Considerando as definições usuais de pressão para o ar at-
(A) I e II mosférico, assinale a opção correta.
(B) I e III Alternativas
(C) II e IV (A) A pressão manométrica é obtida por meio da leitura direta
(D) I, III e IV de um manômetro de mercúrio.
(E) II, III e IV (B) Pressão absoluta corresponde a uma pressão medida por
instrumento rastreado pelo INMETRO e classificado por esse
órgão como absoluto.
(C) Pressão barométrica é um termo utilizado sempre que se
refere à pressão medida por um barômetro, ao nível do mar.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - BLOCO III
(D) A pressão absoluta é obtida da pressão manométrica sub- É correto o que se afirma em
traída da pressão atmosférica local. Alternativas
(E) A pressão diferencial é definida como aquela resultante da (A) I, apenas.
diferença entre as pressões medidas entre dois níveis de pres- (B) III, apenas.
são quaisquer. (C) I e II, apenas
(D) II e III, apenas.
15-A respeito dos fluidos newtonianos e não newtonianos, (E) I, II e III.
verifica-se que o(s) fluido(s)
Alternativas
(A) não newtoniano dilatante tem como exemplo o plástico de
Bingham. GABARITO
(B) não newtoniano tem, na viscosidade aparente, uma pro-
priedade constante que identifica cada fluido.
(C) reopéticos mostram um decréscimo da viscosidade aparen-
te com o tempo quando submetidos a uma tensão cisalhante 1 A
constante.
(D) dilatantes mostram um aumento da viscosidade aparen- 2 C
te com o tempo quando submetidos a uma tensão cisalhante 3 C
constante.
4 D
(E) nos quais a viscosidade aparente decresce, conforme a taxa
de deformação aumenta, são chamados pseudoplásticos. 5 C
6 D
16-A equação de Bernoulli é usada para calcular a queda de
pressão de um fluido incompressível que escoa em regime perma- 7 B
nente em uma tubulação horizontal de diâmetro uniforme. 8 C
Se representarmos por Δp5 e Δp10 as quedas de pressão pre- 9 C
vistas para, respectivamente, 5 m e 10 m de tubulação, então, Δp5
será igual a 10 A
Alternativas 11 C
(A) 0,025 Δp10 ≠ 0
12 A
(B) 0,25 Δp10 ≠ 0
(C) 0,50 Δp10 ≠ 0 13 C
(D) Δp10 = 0 14 E
(E) Δp10 ≠ 0
15 E
17-Os transmissores pneumáticos 16 A
Alternativas 17 A
(A) têm como principal vantagem a possibilidade de uso em
ambientes explosivos, como em uma central de gás. 18 B
(B) são utilizados para linhas de grande comprimento, por não
apresentarem atraso de sinal.
(C) são mais utilizados em linhas onde é necessário gerar tor-
ques elevados nos comandos de válvula.
(D) dispensam tratamento prévio do ar da linha.
(E) podem ser conectados diretamente aos computadores de
vazão.
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