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Brazilian Journal of Development 92424

Leitura, pesquisa e diálogos com jovens: uma experiência Bakhtiniana

Reading, research and dialogues with young people: a Bakhtinian experience

DOI:10.34117/bjdv6n11-593
Recebimento dos originais: 19/10/2020
Aceitação para publicação: 27/11/2020

Tatiana Cristina Vasconcelos


Doutora em Educação (UERJ). Graduada e Mestre em Psicologia (UFPB). Especialista em
Psicopedagogia (Cândido Mendes) e Especialista em Neuropsicologia (UNYLEYA).
Docente da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Endereço: R. Baraúnas, 351 - Universitário, Campina Grande - PB, 58429-500 – UEPB – Campus I
E-mail: tatianavasconcelos@servidor.uepb.edu.br

Luciano Lucena Trajano


Graduação em Ciências Exatas, habilitação em Química (UEPB). Mestrado em Ensino de
Ciências (UEPB)
Endereço: BR-361, 617 - Centro, Patos - PB, 58700-580

Maria Lúcia Serafim


Docente do Departamento de Educação da UEPB. Líder do Grupo de Pesquisa Tecnologias,
Educação, Mídias e Artes. Doutoranda do PPGP Linguagem e Ensino (UFCG)
Endereço: R. Baraúnas, 351 - Universitário, Campina Grande - PB, 58429-500 – UEPB – Campus I
E-mail: maluserafim@servidor.uepb.edu.br

Fábio Marques de Souza


Estágio Pós-doutoral em Educação Contemporânea (USP). Professor no DLA e no PPGFP (UEPB) e
no PPGLE (UFCG).
Endereço profissional: R. Baraúnas, 351 - Universitário, Campina Grande - PB, 58429-500 – UEPB –
Campus I
E-mail: fabiohispanista@gmail.com

Manassés Morais Xavier


Estágio Pós-doutoral (PROLING/UFPB). Doutor em Linguística (UFPB). Especialista em
Tecnologias Digitais na Educação, Bacharel em Comunicação Social e Licenciado em Letras.
Docente de graduação (UAL/CH/UFCG) e de Pós-graduação (PPGLE/UFPB).
Endereço : R. Aprígio Veloso, 882 - Universitário, Campina Grande - PB, 58428-830
E-mail: manassesmxavier@yahoo.com.br

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Ilauro De Souza Lima


CAMPUS I DEPARTAMENTO DE QUIMICA UEPB
Professor Associado B com dedicação exclusiva da UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
desde 2006, possui graduação em Química Industrial, graduação em Licenciatura em Química
(1999), Mestrado em Físico-química pela UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (2000) e
Doutorado em Química Inorgânica pela UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (2005). o
Pesquisador é líder do grupo de pesquisa GEPAMEN - Grupo de Estudos em Pesquisa Ambiental e
Metodologias de Ensino.
Email: :ilaurovida@hotmail.com

RESUMO
O presente estudo objetivou discutir sobre a prática da pesquisa científica e da leitura enquanto
estratégias de diálogos, tendo como palco a produção de conhecimentos sobre a juventude
contemporânea. Para tanto, foi realizado um estudo de campo, do tipo Pesquisa-intervenção de
abordagem qualitativa, que contou com a participação de nove jovens do Programa ProJovem
Trabalhador do município de Patos (Paraíba). Como estratégia metodológica, optou-se por uma
dinâmica de oficinas que envolvia leituras e entrevistas, organizadas a partir de uma perspectiva sócio-
histórica e crítica da cultura. Pensando a escolha teórico-metodológica como uma opção ética e política,
tem-se como alguns dos interlocutores Mikhail Bakhtin e Juarez Dayrell. As histórias e experiências
trazidas pelos jovens neste estudo oferecem reflexões acerca das imagens da juventude sacralizadas
para tratar de sujeitos concretos, bem como o reconhecimento da existência de espaços e tempos
distintos nos quais essas experiências se materialização. Os discursos que os jovens trazem ao buscarem
se enunciar abordam temáticas diversas, tais como literatura, música, dança, escola e educação,
trabalho, uso de álcool e outras drogas, relacionamentos com amigos e suas influências, vida familiar
e diálogo, saúde-doença, esporte, cidade e lazer, dificuldades, mortes, ausências, intolerância,
sexualidade e expectativas. Suas narrativas demarcam a inexorável relação entre sujeito e sociedade.
Assim, ao se apresentarem enquanto sujeitos singulares trazem à baila temas que perpassam toda a
sociedade, posicionando-se sobre as questões que envolvem as relações assimétricas entre
crianças/jovens e adultos.

Palavras-chave: Leitura, Pesquisa, Jovens, Juventudes.

ABSTRACT
This study aimed to discuss the practice of scientific research and reading as strategies of dialogue,
having as stage the production of knowledge about contemporary youth. For this purpose, a field study
was carried out, of the research-intervention type of qualitative approach, which counted on the
participation of nine young people from the ProJovem Worker Program of the municipality of Patos
(Paraíba). As a methodological strategy, a dynamic of workshops involving readings and interviews
was chosen, organized from a socio-historical and critical perspective of culture. Thinking of the
theoretical-methodological choice as an ethical and political option, Mikhail Bakhtin and Juarez
Dayrell are some of the interlocutors. The stories and experiences brought by young people in this
study offer reflections about the images of sacralized youth to deal with concrete subjects, as well as
the recognition of the existence of distinct spaces and times in which these experiences materialize.
The speeches that young people bring as they seek to enunciate address diverse themes such as
literature, music, dance, school and education, work, use of alcohol and other drugs, relationships with
friends and their influences, family life and dialogue, health-disease, sports, city and leisure,
difficulties, deaths, absences, intolerance, sexuality and expectations. His narratives demarcate the

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inexorable relationship between subject and society. Thus, when presenting themselves as unique
subjects, they bring to light themes that permeate the whole society, positioning themselves on the
issues that involve the asymmetrical relationships between children/young people and adults.

Keywords: Reading, Research, Young people, Youth.

1 INTRODUÇÃO
Somos seres de interações linguísticas mediados pela palavra falada ou escrita. É por meio da
linguagem que o homem se relaciona com outros e com o mundo, não só veiculando informações, mas,
também se revelando, representando-se. A linguagem é um elemento da ação social, através da qual os
sujeitos negociam os significados e subjetividades, sustentando-se ou modificando-se na existência
efetiva da interação (BAKHTIN, 1992). Essa negociação se dá em vários contextos, aqui trataremos
do contexto da pesquisa e da leitura como lócus nos quais a linguagem encontra-se presente.
Defendemos a linguagem como atividade humana que tem dimensão sócio-histórica e que não
se desvincula de sua construção e de seus usos. Toda a vida humana é vivida na e pela linguagem,
sendo construção e construtor do humano, em que o “inter-humano é constitutivo do humano”
(TODOROV, 2006, p. XXVI).
Ao considerarmos a linguagem estamos estudando a sociedade e a cultura das quais ela é parte
constituinte e constitutiva, visto que, como dito, os fenômenos sociais são linguísticos. Portanto, na
procura de compreender melhor essa relação, adotamos a concepção bakhtiniana de linguagem e de
ciência 1 , que pressupõe o sujeito, o conhecimento e a consciência como construídos através das
interações verbais entre indivíduos sociais e historicamente situados, e que ocorrem como enunciações
dialógicas.
Nesse contexto, a leitura é de fundamental importância na vida de todo ser social, uma vez que
ela constitui um dos meios mais eficazes que possibilita o seu acesso à cultura e à aquisição de
experiência. Entretanto, a nossa prática pedagógica permite-nos constatar que o gosto pela leitura, e
consequentemente a formação do estudante leitor, tem sido pouco estimulado e até mesmo
negligenciado (FREIRE, 2006; LIMA, ASSUNÇÃO, COUTINHO 2019; SANTOS,
VASCONCELOS, 2020; SILVA, SANTOS, VASCONCELOS, 2016).
Em paralelo, outro tema relevante neste estudo é que a relação ciência e vida cotidiana é algo
que precisa ser pensada, problematizada. Muitas pesquisas são metodologicamente desenvolvidas de

1
Com base nas discussões de Bakhtin, entenda-se ciência no sentido de produção estética, tema deveras abordado em todo
o pensamento do autor. estas temáticas e também de maneira ampliada, pensar no processo de inclusão no cerne da pesquisa
cientifica e do processo de produção de conhecimentos (BAKHTIN, 1992).

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forma que os participantes do estudo são vistos como sujeitos meramente passivos, não reconhecidos
como co-participantes do processo de construção de conhecimentos, o que acaba por corroborar a
exclusão também no cerne da pesquisa científica. Ademais, os resultados de pesquisas e os discursos
veiculados pela ciência não apenas reportam-se a processos de estudo, mas acabam por constituir e
instituir subjetividades.
Tradicionalmente, a ciência preconiza uma suposta objetividade absoluta, uma certa
neutralidade, embora o ato científico não possa ser separado do contexto ideológico que o permeia e
das condições específicas em que as pessoas no seu cotidiano se encontram. Contudo, é na
racionalidade universal e na busca da razão como forma de compreender o mundo que o discurso
científico tradicionalmente se sustenta (VASCONCELOS, 2013).
A razão, ou tudo que pode ser demonstrado empírica e racionalmente assumem a representação
e unicidade da própria realidade, transformando-se muitas vezes em verdades incontestáveis.
Contrariamente, a perspectiva aqui defendida propõe o eixo histórico-cultural para se chegar a
uma tomada de consciência da realidade humana em seu conjunto, o que possibilita a constituição de
uma teoria das ciências humanas para além do conhecimento objetivo e da neutralidade próprios dos
modelos das ciências exatas (FREITAS, 1995).
Consideramos que os fenômenos sociais são linguísticos e que é na e pela linguagem que a
pessoa se torna humano. Assim, ao considerar a linguagem no processo de pesquisa estamos estudando
a sociedade e a cultura das quais ela é parte constituinte e constitutiva.
Mudar a concepção de pesquisar “sobre” a juventude, e adentrar na possibilidade de construir
uma compreensão de pesquisa “com” os jovens, à luz do pensamento bakhtiniano. Nesse ínterim,
coloca-se como fundamental a questão da alteridade, traduzida na indagação sobre o lugar social
ocupado, tanto pela criança, quanto pelo jovem ou pelo adulto como interlocutores no universo da
produção de conhecimento a seu respeito (JOBIM e SOUZA, 1994; 1999; VASCONCELOS,
SANTOS, 2017).
Pesquisar com jovens, a maneira de olhá-los e de posicionar-se ideologicamente sobre a
pesquisa e o fazer pesquisa é também uma maneira de dizer o que se pensa sobre a juventude. É nesse
contexto que entendemos a indissociabilidade entre os conceitos de juventude e jovens, estes vistos
não como sujeitos abstratos face uma realidade que lhes é dada, mas como sujeitos concretos
posicionados e responsivos, a partir do que se pode compreender a juventude como a experiência que
lhes é própria.

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A diversidade presente no cotidiano nem sempre encontra correspondência nas representações


existentes na ciência sobre a juventude. É comum que essas sejam ancoradas em mobilizações sobre o
que seria o jovem típico e ideal. A partir da perspectiva dialógica, pensando os conceitos enquanto
palavras em contínuo processo de construção social, a juventude será estudada enquanto fenômeno em
seu processo vivo e não como objeto estático.
Fundamentado no Materialismo Histórico, Mikhail Bakhtin (1992) explicita que as Ciências
Humanas têm como objeto os processos de significação que se definem pela compreensão responsiva
entre interlocutores, entre discursos/enunciados em seu sentido lato. “O objeto das ciências humanas é
o ser expressivo e falante. Esse ser nunca coincide consigo mesmo e por isso é inesgotável em seu
sentido e significado” (BAKHTIN, 2006, p. 395).
Destarte, a relação inter-constitutiva entre realidade, cultura, linguagem e sujeito é fonte de
saber sobre o homem. Como nos diz Jobim e Souza (1994) é preciso questionar sobre os modelos
explicativos da ciência ainda hoje, e Bakhtin fez/faz isso, rompe com a perspectiva positivista das
ciências de seu tempo, em que o homem é considerado objeto e os fatos sociais como coisas.
É preciso problematizar o papel que assume o pesquisador, pois este elemento transpõe-se para
os dispositivos de pesquisa, sendo a simetria ou assimetria um norteador das produções de
conhecimento e, quando falamos de crianças, de jovens e/ou de outras minorias, este se torna um fator
ético e político que precisa ser considerado. “A desigualdade estrutural vai, certamente, afetar o
processo de pesquisa, e, sobretudo, articular diferentes posturas do pesquisador” (CASTRO, 2008, p.
21).
Nesse contexto, realizar um estudo em conjunto com os jovens atravessado pela temática da
leitura enquanto estratégia de pesquisa, implica em abrir mão de uma perspectiva adultocêntrica.
Essa pesquisa se insere na busca da inclusão dos diferentes, da diversidade como
potencializador do conhecimento enquanto processo. Portanto, torna-se fundamental a questão da
alteridade, traduzida na indagação sobre o lugar social ocupado, tanto pela criança, quanto pelo jovem
ou pelo adulto como interlocutores no universo da produção de conhecimento a seu respeito.
Diante do exposto, o presente estudo tem como finalidade discutir sobre a prática da pesquisa
científica e da leitura, enquanto estratégias de diálogos, tendo como palco a produção de conhecimentos
acerca da juventude contemporânea. Por meio da pesquisa e da leitura buscamos oportunizar que os
jovens se concretizem como sujeitos sociais ativos no processo de crítica da cultura contemporânea na
qual estão inseridos.

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2 PERCURSO METODOLÓGICO
Admitindo as relações assimétricas de poder que tradicionalmente envolvem pesquisador e
pesquisado, busca-se instaurar a alteridade e a dialogia ao interagir com os jovens participantes no
ProJovem Trabalhador no município de Patos-PB. Metodologia A presente pesquisa configura-se como
de campo, com abordagem qualitativa e enfoque sócio-histórico. Nesta deve-se valorizar o particular
como instância da totalidade social, em toda a sua complexidade e seu acontecer histórico (FREITAS,
2002).
Ademais, nosso estudo adota os preceitos metodológicos da pesquisa-intervenção. Esta pode
ser considerada como um paradigma de pesquisa que através de uma variedade de métodos, aproxima
de forma singular pesquisador e pesquisado, numa atividade em que ambos se conhecem, aprendem e
(se) transformam.
Segundo Castro e Besset (2008, p. 9) a pesquisa-intervenção, propõe a articulação ou “[...]
entrelaçamento entre o que está sendo investigado e o modo de investigar, sinalizando momentos
analiticamente distintos, porém inseparáveis, do ato da pesquisa”. Assim, ao buscar pesquisar com os
jovens participantes do ProJovem não buscamos situações criadas artificialmente, mas nosso foco foi
é ir ao encontro das situações no seu acontecer, no seu processo de desenvolvimento.
Foi nossa opção olhar os problemas humanos na perspectiva da sua relação com a cultura nos
contextos das interações sociais, integrando o individual de cada jovem com o social, compreendendo
os fenômenos que nos propomos a estudar, descrevendo-os e procurando as suas possíveis relações nos
contextos interlocutivos da pesquisa.
Para concretizar o presente estudo contou-se com a participação de nove jovens do Programa
ProJovem Trabalhador do município de Patos (Paraíba). Na perspectiva do presente estudo
consideramos que o sujeito apesar de singular é sempre social, sendo o movimento interlocutivo, nos
textos criados pelos enunciados trocados entre pesquisador-pesquisado, que destrói, constrói e re-
constrói os conhecimentos.
A pesquisa é, pois, uma esfera social de circulação de sentidos. Os textos que dela emergem
marcam um lugar específico de construção do conhecimento que se estrutura em torno do eixo da
alteridade, possibilitando o encontro de muitas vozes que retratam e refratam a realidade (FREITAS,
2002, 2003, 2007).
Para promover as trocas de experiências foram desenvolvidas, durante 3 meses, encontros no
formato de oficinas de leitura, escrita e artes. Estas autorizaram momentos interlocutivos nos quais as

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experiências discursivas trouxeram à tona, tanto a especificidade da voz do grupo como um todo,
quanto as particularidades das vozes de cada sujeito dentro daquele grupo em particular.
Além disso, esta dinâmica, enquanto estratégia metodológica proporcionou a criação de um
novo discurso, produzido na tensão entre narrativas distintas. As quatro principais oficinas foram: 1)
Falando de si, do outro por meio de desenhos 2) Eu-jovem: dificuldades e contradições – recriando
histórias de vida 3) As temáticas discursas - Produzindo cartazes 4) Falando de si através da música.

Figura: Os jovens produzindo os cartazes da oficina.

Acima, imagem apresentando os jovens em processo de interação em uma das oficinas. Em


grupo a ideia foi deflagrar uma discussão que não tendia propriamente a atingir o consenso, mas que
operasse com a emergência plural de discursos, com opiniões que podiam convergir ou se confrontar,
deixando vir à tona toda a complexidade dos temas em questão.
De acordo com Bakhtin (1992) é possível afirmar que os signos linguísticos possuem uma
plurivalência social que também se refere ao seu valor contextual. Os sentidos emergidos nos trabalhos
em grupo se evocam também a partir da situação social e essas questões devem ser consideradas nas
análises aqui expostas.
Em todo o percurso do estudo buscamos redescobrir o conceito de juventude(s), apontando
possibilidades de (re)construí-las a partir de uma ótica heterogênea e plural, tendo como princípios a
dialogia e a alteridade na construção de conhecimentos, e assumindo os jovens como co-autores e
sujeitos dessa construção.
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Este estudo faz parte de um processo de pesquisa mais amplo, sendo parte constituinte de uma
Tese de doutoramento em Educação, contudo apenas uma parte do que foi construído no decorrer de 4
anos encontra-se aqui revelado, conforme pode ser visto a seguir.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Aproximar-se das subjetividades de sujeitos concretos, jovens de diferentes experiências de
juventude na sociedade contemporânea, essa foi nossa busca compreendida como um posicionamento
ético e político. Além disso, nossa proposta foi tensionar as implicações da produção de conhecimentos
sobre os jovens para o delineamento de políticas públicas e, especificamente, para a Educação, tudo
isso permeado pela perspectiva da inclusão social através de oficinas que potencializaram a linguagem
por meio de diálogos, leituras e a escritas.
A inclusão social tem sido um dos grandes desafios a serem enfrentados pelo Brasil, que por
circunstâncias históricas tem convivido com agudas desigualdades, não somente quanto à distribuição
de riquezas, mas também ao acesso aos bens culturais e apropriação dos conhecimentos científicos e
tecnológicos, aproveitamento das oportunidades oferecidas do mercado de trabalho e desenvolvimento
humano das populações mais carentes (MOREIRA, 2006).
Buscamos defender a ideia de juventude que tem uma importância em si mesma, por fazer parte
da constituição de sujeitos enquanto processo mais amplo, mas que tem suas especificidades que
marcam a vida de cada um. Todo esse processo influenciado pelo contexto social, pela linguagem, pela
ideologia, pela qualidade das trocas que o social e cultural de cada um proporcionam.
Aliado a essa noção de juventude é preciso que se compreendam os jovens como sujeitos com
experiências plurais, sujeitos de seu tempo, pessoas dotadas da capacidade de pensar, de interpretar, de
posicionar-se na vida, sujeitos inseridos na cultura e na dinâmica social, que dão sentido ao mundo e à
posição que ocupam nele. Sujeitos portadores de desejos, movidos por eles e em interação com outros
seres humanos (CORSETTI; GARCIA, 2008; COIMBRA; BOCCO; NASCIMENTO, 2005;
DAYRELL, 2005; 2007; PERALVA, 1997).
Os jovens são interlocutores na vida e na pesquisa, estão inseridos em classes e ocupam lugares
sociais, bem como reivindicam espaços na comunidade, nas instituições e nas relações. São sujeitos
que agem no e sobre o mundo, e nessa ação se produz e, ao mesmo tempo, é produzido no conjunto
das relações sociais. Por tudo isto, defendemos sua participação ativa nesta pesquisa, o que certamente
desvelará aspectos específicos, diferenciados e, por isso mesmo, únicos (DAYRELL, 2003).

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Ao buscar problematizar o que significa ser jovem, uma das participantes deste estudo chamada
Maria compartilhou conosco um de seus poemas preferidos e que, para ela, representava a juventude,
por meio do poema a leitura foi trabalhada nas oficinas. Segue o texto:

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias
mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite
voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: -
E daí? Eu adoro voar! Não me deem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não
me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem
não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela
metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com
certeza não serei a mesma para sempre (Clarisse Lispector)

Através da leitura do poema trazido por Maria, tomamos a leitura como atividade de linguagem,
uma prática social de alcance político. Ao promover a interação entre indivíduos, a leitura,
compreendida não só como leitura da palavra, mas também como leitura de mundo, deve ser atividade
constitutiva de sujeitos capazes de interligar o mundo e nele atuar como cidadãos (FREIRE, 2006).
No que concerne à leitura, Bakhtin (2003) propõe um processo de interação entre o leitor, o
texto e o autor tal como a leitura interativa a concebe. Toda esta nossa alusão sobre a leitura como
interação entre sujeitos, denota essa perspectiva, de abordar a leitura como estratégia de
desenvolvimento do aluno no âmbito da escola e na contextualização do mundo que o envolve, de
modo a nele ser incluído, como sujeito autônomo e livre.
A leitura como um ato de interação entre os sujeitos, esse estudioso suscita a relação de
cooperação entre esses três elementos, uma vez que, no processo de produção de sentido as
significações são edificadas por meio das informações elaboradas por cada um desses três elementos.
A leitura deve ser compreendida como uma das habilidades centrais para o desenvolvimento do aluno
e de sua inclusão no universo interpretativo do mundo,
O aprendizado da leitura é um dos muitos desafios da educação, não somente como elemento
de uma técnica, mas de uma abordagem inclusiva, não obstante exercida pela crítica e pela autonomia.
Embora o tema seja constantemente foco de estudos e discussões, o desenvolvimento da leitura no
ambiente escolar e a formação de sujeitos leitores críticos e reflexivos continua representando um
desafio para a sociedade como um todo (SANTOS, MEDEIROS, VASCONCELOS, 2017).
Embora na vida prática a leitura seja instrumento que cumpre diferentes propósitos, na escola
ela aparece, em geral, através do exercício da voz, com a correção sendo feita passo a passo pelo
professor sem permitir que o próprio aluno perceba o que lê e se faz sentido ou não. Além disso, na
escola, os textos utilizados muitas vezes são textos artificializados e impostos ao aluno. Sobre isso,

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Solé diz que “ler não é decodificar, mas para ler é preciso saber decodificar” (1998, p. 52), em outras
palavras, o ensino do código é importante para o aprendizado da leitura, mas este deve ser realizado
em contextos significativos e não em situações isoladas e descontextualizadas.
Acredita-se que o ensino eficiente de leitura na escola pressupõe o trabalho com uma
diversidade de objetivos, modalidades e textos que caracterizam as práticas de leitura mais próximas
ao educando, ao meio que o cerca, para que daí este possa ir ampliando os seus horizontes.
A prática da leitura na escola precisa se assemelhar a prática da leitura fora da escola. As
crianças precisam saber que se lê por diferentes razões e que não se lê todos os textos da mesma forma,
porque cada texto tem sua linguagem própria, a mesma deve ser incentivada e estimulada a fazer as
leituras do mundo que a cerca, pois essa leitura se faz necessária tanto ao seu crescimento pessoal,
como a aquisição de sua formação leitora.

A leitura é, tal como a vida, de natureza dialógica. Pela leitura o ser humano interroga o texto,
interroga o mundo, interroga-se a si próprio, procura respostas, levanta dúvidas e entra assim, na
grande orquestração do universo. Por isso, a experiência da leitura do mundo – cultural e
linguística – é fundamental para a leitura textual e esta, por sua vez, facilita aquela (LAMAS,
1993, p. 168).

Essa postura de cooperação é necessária porque um leitor para se tornar protagonista do


processo de compreensão deve aceitar a colaboração dos outros, vez que somente outra consciência
pode compreender e atribuir sentido ao que o locutor enunciou.
Consideramos que o objetivo do ensino de leitura na escola deve ser o de formar leitores
competentes, entende-se por leitor competente alguém que sabe selecionar, dentre os textos de
circulação social, aqueles que atendem as suas necessidades e que consiga ler não apenas o que está
escrito explicitamente, mas também aquilo que está implícito.
Cagliari (2009, p. 132) infere que: “a leitura é uma atividade de assimilação de conhecimento,
de interiorização, de reflexão”. Neste sentido, a escola deve ler muito com os estudantes, pois se ela
não tem essa prática, torna-se fadada ao insucesso, pois como viver numa sociedade cercada de leitura
e ainda, como se sobressair diante as exigências de um mundo letrado?
Não se deve esquecer, ainda que o interesse pela leitura também possa ser construído, suscitado
e instigado.
A produção de saber levada a cabo neste estudo, em primeiro lugar, visava resgatar a gama de
experiências sobre como vivem os jovens e como eles atuam a partir de seu ponto de vista. Em segundo
lugar, buscava re-conhecer que eles podem construir tais experiências no âmbito de estruturas de
significação, um deles sendo o próprio dispositivo da pesquisa, as estratégias de aproximação. Ainda,

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traz a ideia de que esses tempo e espaços de encontro no cerne da pesquisa põem em curso práticas de
significação e saberes diferenciados e contextualizados.
Tivemos o cuidado de não tomarmos o que os jovens diziam sobre o ser jovem, seus dilemas e
modos de subjetivação como lugar da verdade para todos os jovens, por isso buscamos evitar o uso de
categorias de reflexão prontas, por vezes, voltamos a questionar sobre o que falávamos em encontros
anteriores e avaliar ao final de cada etapa o que produzimos no grupo e individualmente.
Em uma das oficinas os jovens foram mobilizados a refletir sobre os aspectos que julgam mais
interessantes em suas vidas. A partir dos cartazes produzidos em cada grupo as principais produções
são apresentadas no quadro a seguir.
Quadro: Aspectos que os jovens julgaram mais interessantes em suas vidas.

Sexualidade, o esporte, os amigos e os inimigos, Deus e a família, mesmo quando tem briga na família e falta
diálogo.

Hoje eu sei que uma das coisas mais interessantes da vida é a sexualidade, os desejos que sentimos e a vida sexual.
Faz pouco tempo que perdi minha virgindade... É muito interessante as mudanças que ocorrem no corpo da gente,
do homem e da mulher.

A coisa mais legal mesmo é poder fazer esportes, correr, jogar e andar de bicicleta. Porque a gente não tem dinheiro
pra muita coisa, e aqui (em Patos) também não tem muito o que fazer, não tem coisas interessantes...

Acho que o mais interessante da vida são os amigos e também os inimigos, porque ter gente para conversar e
brigar é muito bom.

Para nosso grupo, o mais interessante mesmo da vida é Deus, em primeiro lugar, e depois a família. A família é a
base, apesar de nem sempre ser uma boa família... Pois na maioria das vezes tem briga em casa, isso é o lado ruim,
por que daí falta diálogo e termina que pela falta de atenção, como a gente falou outro dia, o jovem se envolve
com drogas e até se prostitui.

Os interesses e as preocupações dos jovens que colaboram com nossa pesquisa voltam-se
predominantemente às temáticas das relações sociais na família, com os pares, na escola, à sexualidade,
o trabalho. Além do que já foi exposto, eles falaram também da seca do sertão, da fome que já passaram,
das surras que já apanharam de pais, namorados e maridos, assumiram a virgindade e os preconceitos
de que sofrem por serem pobres, negros, religiosos.
Deus e a família foi valorado pelos jovens como fatores que ajudam a enfrentar as dificuldades
e contradições que eles enfrentam. Falaram da importância da família, apesar do pouco ou quase
inexistente diálogo entre eles, e apontaram este como um dos principais fatores que os levam a se
envolver com drogas, em especial a bebida.

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Eles têm consciência do seu lugar social, da falta de lazer na cidade e da situação de
empobrecimento em que vivem, mas isso não os impede de sonhar, de superar e até de vencer as
dificuldades das suas vidas.
Nessa etapa da pesquisa os jovens puderam exprimir suas preferências, as atividades que mais
gostam, a forma como se percebiam. Discutiram sobre como essas diferenças e semelhanças eram
vistas, bem como o que os haviam surpreendidos2.
Abordamos ainda sobre como relações desiguais entre adultos e jovens acabam por silenciar
suas experiências e negar-lhes um estatuto de sujeitos. Assim, nossas produções, avaliações e auto-
avaliações permitiram direcionar e re-direcionar o processo de pesquisa, bem como nossos modos de
ver e estar no mundo. O que configurou a pesquisa como uma ação política na medida em que
provocava os jovens a construírem sentidos compartilhados para as questões que tratavam
(VASCONCELOS, 2013).
Pesquisar com jovens temas de seu cotidiano sem pré-julgar tratar-se ou não de temática
apropriada a elas é um desafio constante a quem pretende prescrutar o contemporâneo e buscar junto
desses sujeitos sentidos compartilhados para as experiências nas quais se está imerso. Essa reflexão
nos leva a pensar quão sensível precisa ser o pesquisador ao pensar nas temáticas do campo que serão
trazidas para a escrita.
O processo de formação, construção e comunicação do saber pressupõe algum tipo de
diferenciação entre os agentes envolvidos; contudo, essa diferença tem sido vista como negativa na
medida em que implica uma assimetria, uma lacuna, um uso de poder que entende um dos lados como
deficiente, incapaz (GERALDI, 2007).
Contrariamente, nesse modo de estar e fazer pesquisa, é preciso refletir sobre o lugar do
pesquisador na construção do conhecimento científico. Mas o foco não deve ser na diferença, e sim na
alteridade, pois a diferença traz sempre uma associação entre diferenciando e diferenciado; já na
alteridade, trata-se de dissociação: o outro é irredutível a mim e a ele mesmo.
No caso de pensar a pesquisa com os jovens, a própria concepção que fazemos e temos a
respeito desses sujeitos, define e fundamenta nossa relação como eles e os saberes produzidos no
âmbito da pesquisa a partir dessa concepção e modos de relação. É o que Castro (2008, p. O Ministério
da Saúde (MS) estabelece como diretriz a execução da gestão pública com base na indução, 21) coloca

2
Fruto dos diálogos com os jovens da pesquisa foi possível elencar duas categorias principais: 1) sexualidade e 2) trabalho
e escola. Estes aspectos não são aqui trazidos dado o espaço físico destinado a este estudo, mas outras publicações o
abordarão.

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ao dizer que é necessário ter clareza e assumir tais consequências nos dispositivos de pesquisa “... ou
seja, articular consequentemente teoria (quem é a criança, quem são os jovens?) com metodologia
(como pesquisar crianças e jovens?)”.
É preciso, pois, conceber a criança e o jovem como o que realmente são: agentes e atores sociais,
em que suas especificidades e diferenças não devem ser vistas como desigualdades.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
À guisa de conclusão defendemos que a pesquisar deve ser entendida como um processo
dialógico e ideológico, em que a pesquisa e o(a) pesquisador(a) se constituem mutuamente na relação
de autoria/alteridade. Assim, essa pesquisa enquanto um processo situado histórico e socialmente é
marcada pelos valores e orientações simbólicas e culturais.
Por meio do presente estudo com jovens abrimos brechas para a construção de uma
“contraimagem” da criança, do jovem e do adulto. Além disso, possibilitou entender os
desdobramentos nas transformações dos modos de ser desses sujeitos nas sociedades contemporâneas,
bem como pensar ainda uma crítica a cultura e a própria ciência, sem deixar de fora as questões sociais
e políticas envolvidas com a produção e o exercício desse saber
Ademais, trabalhar com a prática da leitura revelou-se importante pois contribuiu para ampliar
nossos modos de olhar o mundo, de estimular o desejo de outras leituras, de compreender o
funcionamento comunicativo da escrita, de desenvolver estratégias de leitura e de compreender a
relação entre a fala e a escrita.
A leitura é um instrumento de inclusão social, o que realmente foi verificado neste estudo. A
leitura também é um instrumento para o ócio e para a diversão, uma ferramenta lúdica que permite
explorar mundos diferentes dos reais e/ou imaginários, que aproxima as pessoas e suas ideias, tornando-
se exploradores de um universo que se constrói usando a imaginação.
No contexto escolar, a leitura é considerada como uma das competências mais importantes que
precisa ser trabalhada com o estudante, pois é fonte e espaço de formação. Dada sua relevância
consideramos que a competência da leitura permite ao leitor ter uma postura crítica e analítica do
mundo, tendo em conta os conhecimentos que ele vai adquirindo a partir da prática leitora. Pode-se
afirmar que a leitura vai permitir-lhe aprofundar seus conhecimentos do mundo a partir das questões
que ele vai colocar relativamente ao que lê.

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A escola torna-se um fator fundamental na aquisição do hábito da leitura e formação do leitor.


Nesse ciclo de construção e reconstrução do conhecimento, que é característico da vida escolar, a
leitura ocupa, sem dúvida, um lugar de grande destaque.
Por fim, consideramos que no contexto da pesquisa, o foco de um pesquisador deve ser o de
criar e oportunizar relações dialógicas no processo de pesquisa, a leitura de poemas, das músicas
preferidas e das produções textuais dos jovens sobre si mesmo e sobre suas experiências possibilitou-
nos momentos de alteridade.
Os jovens assumiram no processo seu papel de participante ativo da pesquisa, expuseram seus
pontos de vista e suas verdades, mas não se limitaram a impor pontos de vista ou destruir verdades
alheias. Todo esse processo constituiu-se verdadeiros momentos de inclusão de si, do outro e do grupo,
mediado pela leitura no processo de pesquisa.

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