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Elaboração: Juscelino Eugênio de Siqueira Rabelo

EMATER-MG
INTRODUÇÃO:

Não é de hoje que o agricultor, principalmente o pequeno, vem testando e


acumulando conhecimento voltado para o controle alternativo de pragas e doenças
que afetam a produtividade de suas explorações.

Vale considerar que para algumas delas as descobertas partiram da observação


curiosa de que sendo sempre isentas de sintomas de ataque de pragas e doenças,
poderiam por conseguinte ter princípios repelentes ou de choque úteis para
composição de caldas de pulverização contra essas pragas e doenças. Portanto,
qualquer planta que dificilmente é afetada por pragas e/ou doenças podem ser
consideradas candidatas a entrarem no rol de testes e analises para fins de
comprovação de eficiência no controle de pragas e doenças e assim ampliar o
receituário de caldas alternativas.

As caldas que serão apresentadas adiante foram selecionadas a partir de


vivência práticas de extensionistas, produtores e pesquisadores. Grande parte delas,
além desse propósito, apresentam efeito nutricional (efeito tônico) que muito
colaboram para aumentar a resistência da planta frente a ataques de pragas e doenças.

Ainda que relativamente pouco pesquisadas por centros de pesquisas com os


métodos estatísticos, alguns pesquisadores já buscam essa linha de pesquisa. Para
exemplificar essa atuação, são apresentados no último item desse trabalho, 3
experimentos científicos, nos quais foram testadas caldas alternativas quanto a
dosagens para determinação de níveis de controle, dando segurança maior ao
profissional quando recomenda-las.

Esperamos que os centros de pesquisas intensifiquem essa linha de pesquisa


para determinar dosagens mais eficientes, intervalo de aplicação e quais pragas e
doenças podem ser eficientemente controladas. para alcançar os objetivos do
produtor, uma vez já que o consumidor além de desejar produtos mais saudáveis
também preferirá produtos apresentáveis (isentos danos por pragas e doenças).

Nas aplicações obedecer as seguintes recomendações:


 Testar algumas concentrações das caldas para situações novas (temperatura,
umidade, fase da cultura, variedade, etc.), para verificar a eficiência e a possível
fitoxicicidade.
 Aplicar somente com o tempo fresco.
 Pulverizar de modo que as gotas cubram todas as partes da planta
 Manter a agitação da calda durante a aplicação.
 Não guardar a calda diluída para o dia seguinte.
 Uso obrigatório de equipamento de proteção individual (EPI).
 Lavar o equipamento após o uso (solução de limão ou vinagre 10%).
Atuam como tônicos na complementação da nutrição da planta, na resistência das
plantas frente ao ataque de pragas e doenças, bem como ação repelente e/ou de
choque para pragas e agentes causadores de doenças, bem como anti estresse e
promotores de mecanismos específicos (florescimento, enraizamento).

I. AGROBIO - Desenvolvido pesquisadores da PESAGRO-RJ

- Misturar bem misturados e deixados fermentar por uma semana os seguintes


produtos:
200 litros de água + 100 litros de esterco bovino fresco + 20 litros de leite de vaca ou
soro de leite + 3 kg de melaço de cana-de-açúcar.
- Durante as 7 semanas seguintes (a cada 7 dias) deverão ser acrescentados os
seguintes ingredientes:
430 g de bórax ou ácido bórico + 570 g de cinza de lenha + 850 g de cloreto de
cálcio + 43 g de sulfato ferroso + 60 g de farinha de osso + 60 g de farinha de carne +
143 g de termofosfato magnesiano (Yoorin Master) + 1,5 kg de melaço + 30 g de
molibdato de sódio + 30 g de sulfato de cobalto + 43 g de sulfato de cobre + 86 g de
sulfato de manganês + 143 g de sulfato de magnésio + 57 g de sulfato de zinco + 29 g
de torta de mamona.
Notas:
a) Antes de serem adicionados a primeira mistura, esses produtos deverão ser
dissolvidos em um pouco de água.
b) A calda deve ser bem misturada duas vezes ao dia.

- Nas quatro últimas semanas, adicionar:


500 ml de urina de vaca.
- Após oito semanas, o volume deve ser completado com:
500 litros de água
- Coar.

USO:
Tratamento de mudas: foliar a 2%
Hortaliças folhosas: Foliar a 4% após o transplante e uma semana depois (ou 2 %,
duas vezes/semana).
Hortaliças de fruto: Foliar a 4%, semanalmente.
Fruteiras: Foliar a 4%, em 5 pulverizações/ano, preferencialmente em períodos após
a podas, colheitas e estresse hídrico.
NOTAS: -Nas pulverizações, molhar totalmente as folhas e ramos das plantas,
chegando ao ponto de escorrimento, para um maior contato do produto com a planta.
-Validade do produto: 12 meses
II. ‘VAIRO’
Vairo dos Santos - EMATER-RJ

O esterco fresco é misturado em partes iguais com água pura, não clorada, e colocado
em uma bombona plástica (200 litros ), deixando-se um espaço vazio de 15 a 20
centímetros no seu interior.
A bombona deve ficar hermeticamente vedada na qual adapta-se na sua tampa uma
mangueira plástica fina. A outra extremidade da mangueira é mergulhada em uma
garrafa com água para permitir a saída do gás metano produzido no interior das
bombona e ao mesmo tempo não permitir a entrada do oxigênio. Deixar por
aproximadamente 30 dias. O preparado deverá ser coado em uma peneira para
separar a parte sólida mais pesada, e depois filtrado em um pano ou uma tela fina.
Para melhor eficiência usá-lo imediatamente ou na primeira semana após seu preparo.

Pode ser utilizado também no tratamento de sementes sexuadas e selecionadas a nível


de campo, para plantio. Neste caso, as sementes deverão ser mergulhadas em
biofertilizante líquido a 100% (puro) por um período de 1 a 10 minutos, secas à
sombra por duas horas e plantadas em seguida. As sementes assim tratadas não
deverão ser armazenadas, pois poderão perder a sua capacidade de germinar e tornar-
se inviáveis para o plantio.
O mesmo tratamento poderá ser utilizado em elementos de propagação vegetativa
assim como: estacas, toletes, bulbos e tubérculos, para plantio imediato, aumentando
o enraizamento e viabilizando o seu uso em lavouras comerciais.
Na produção de mudas, poderá ser utilizado na rega de sacolas ou canteiros de
germinação, antes do plantio, para promover um expurgo do solo utilizado, possuindo
um excelente efeito bacteriostático quando aplicado puro.
A parte sólida do biofertilizante poderá ser usada como adubo de cova em plantios
ou na formação de compostagem.

Dosagens: pulverização em até 30% (300 ml / litro de água), a intervalo 7 a 15 dias.


III. “TINOCÃO”
Fernando Tinoco – EMATER-MG
Adubação foliar, controle de pragas e doenças

Material a ser utilizado:


 Tambor de 200 litros;
 40 kg de esterco de curral (fresco);
 20 kg de esterco novo de galinha caipira;
 2 litros de leite integral ou 1 pote de leite fermentado (tipo Yagult);
 2 litros de garapa ou 1 kg de rapadura;
 5 kg de cinza de madeira (fogão a lenha);
 1 kg de Termofosfato magnesiano;
 5 Kg de folhas de diversas plantas: Buganvília (da flor roxa); Urtiga ou
Cançanção; ramos de Alecrim; Melão de São Caetano; Boldo nacional;
Tomate “Orgânico”; Alho; capuchinha, crotalaria, urucum)
Modo de fazer:
Colocar esterco fresco no tambor ou bombona de 200 litros e sobre esse é lançado os
demais ingredientes. Adicionar água pura, não clorada, até atingir o ponto 15 a 20
centímetros abaixo do nível máximo da tambor (espaço vazio de 15 a 20 cm de
altura). Agitar bem ara uniformizar os ingredientes na água. A bombona deve ficar
hermeticamente vedada. Para tanto, fixa-se na sua tampa uma mangueira plástica
fina. A outra extremidade da mangueira é mergulhada em uma garrafa com água,
para permitir a saída do gás produzido no interior das bombona e ao mesmo tempo
não permitir a entrada do oxigênio (rocesso anaeróbico). Deixar assim até notar final
da fase de fermentação (quando não se notar borbulhamento na garrafa de água), o
que geralmente se dá aproximadamente 35 dias após o inicio do processo. O material
deverá ser coado em uma peneira para separar a parte sólida mais pesada, e depois
filtrado em um pano ou uma tela fina.
Dosagem: 5%, a cada 15 dias.
Nota:
-Pode-se acrescentar na calda de pulverização o Biopirol nas dosagens recomendadas
desse produto.
- A parte sólida eliminada na filtragem do produto poderá ser utilizada como adubo
nos canteiros ou covas.
IV. URINA DE VACA

Adubação foliar, controle de pragas e doenças


componentes médios: nitrogênio, 0,63%; potássio, 2,71%; fósforo total, 140,0%;
cálcio, 226,0%; magnésio, 720,0%; enxofre, 1.140,0%; ferro, 2,4; manganês, 0,1%;
cobre, 0,2%; zinco, 0,1%; boro, 44,1%; sódio, 1.900,0%; e ph, 7,6.

Colete meio litros de urina de vaca e deixe por 8 a 10 dias em recipiente fechado
(para transformação da uréia em amônia).Em recipiente fechado a urina conserva
suas propriedades até 12 meses.
Frutíferas : 5 % de urina (10 litros de água + 500 ml de urina).
Hortaliças : 0,5 % para folhosas e 1 % nas demais.
Café: 5 % em 2 a 4 pulverizações/ano após a colheita, quando também se pode regar
o tronco com 2 litros/planta da mistura a 5 %. Para o controle do Bicho Mineiro,
pulverizar nas infestações com a diluição de 15 % ( 3 litros / 20 litros ); pode também
ser utilizado para mudas, através da rega de 3 litros em 97 litros de água, e/ou
pulverizando 500 ml litro em 20 litros de água.
Para outras culturas, da família das Solanáceas - tomate, pimentão, jiló,
berinjela, batata inglesa e pimentas - utilizar apenas um copo comum para 20 litros de
água. Recomenda-se não pulverizar folhas ou verduras que são comidas cruas e
também as plantas da família curcubitácea - abóbora, moranga, pepino, melancia,
melão, chuchu, maxixe e abobrinha.
Tratamento de sementes, manivas de mandioca e toletes de cana: imersão dos
mesmos antes do plantio, durante um minuto na urina pura - concentração de 100%.

Urina de vaca enriquecida:


Dissolver 100 g de farinha de trigo em 1 litro de água. Dissolver 50 g de sabão neutro
em 1 litro de água quente o sabão na água. Em seguida adicionar em 18 litros de água
essas duas caldas previamente coadas e finalmente adicionar 200 ml de urina de
vaca. Pulverizar molhando bem toda as folhas da lavoura nas horas mais frescas do
dia.

V. LEITE
O leite pode controlar várias doenças fúngicas (oidio, míldio e outras), ácaro, ovos de
lagarta. Diluição: 0,5 a 1 litros de leite + 10 litros de água. Pulverização semanal a
quinzenal.
O saco de algodão u estpa embebidos de leite serve como iscas atrativas para lesmas.
Distribuir próximo ao canteiro ou as plantas. Nos períodos da manhã, inverter o saco
ou estopa e matar mecanicamente as lesmas que se aninharam por debaixo desse
material.
Feitas na propriedade, conforme a calda, tem ação no controle de fungos, insetos e
ácaros

I. CALDA SULFOCÁLCICA
(controle de doenças, ácaros, cochonilhas e outros insetos)
Material para 20 litros de calda:
5 Kg de enxofre + 2,5 Kg de cal virgem pura e bem calcinada (acima de 95% CaO) +
2 tambores (com capacidade mínima de 40 litros)

Modo de preparar:
 Colocar 40 litros de água para ferver, num tambor de ferro ou latão;
 Colocar 5 Kg de enxofre peneirado num segundo tambor (esmaltado de
preferência ou de ferro, nunca de cobre), fora do fogo;
 Adicionar (lentamente e ir mexendo) 5 litros de água quente e mais 2 colheres de
espalhante adesivo (1 copo de álcool ou cachaça ou leite) sobre o enxofre
peneirado, para facilitar a mistura.
 Em seguida, agitar forte essa calda com um bastão de madeira, até formar uma
pasta;
 Espalhar em cima da pasta, aos poucos, 2,5 kg de cal virgem moída e adicionar
mais 5 litros de água quente, mexendo continuamente a mistura;
 Colocar o tambor, sobre o fogo intenso e deixar a mistura cozinhando durante 10 a
15 minutos;
 Acrescentar à pasta mais água fervendo, até completar 20 litros (o tambor deve
apresentar no seu lado interno uma marca para indicar este volume);
 Deixar ferver em fogo alto por mais 30 minutos, devendo-se repor a água perdida
por evaporação, mantendo constante o volume inicial de 20 litros. Essa reposição
deverá ser feita com a água quente do outro tambor. (O uso de água quente reduz
o tempo de preparação da calda).
 No inicio a calda apresenta coloração amarelada, a qual com o tempo de preparo
vai transformando num tom avermelhado cada vez mais intenso , e por fim evolui
para um líquido transparente de cor pardo-avermelhada ou vinho e de fundo preto
ou café, ponto esse que deverá ser retirado do fogo.
 Deixar a calda coberta por um descanso de 12 horas, após o qual será formado um
precipitado esverdeado (resultante da reação do enxofre com a cal, os quais não se
combinam).
 Após esse tempo, recolher apenas o sobrenadante com uma caneca esmaltada ou
de plástico e coar em pano ralo (saco de pano ). Portanto não agitar a solução.
 Realizar a leitura com o densímetro - Aerômetro de Baumé. Considera-se boa, a
calda na faixa de 28º a 32º Baumé.
NOTAS COMPLEMENTARES DO PREPARO:
 Durante o tempo em que a calda estiver sendo aquecida, a mesma deverá ser
agitada a cada três minutos com a pá de madeira;
 Caso haja formação de espuma, acrescentar um pouco de água quente para não
derramar;
 Conservar o fogo sempre alto, para que a calda possa atingir o grau desejado o
mais rápido possível;
 Utilizar um canudo de bambu ou plástico, com aproximadamente 25 centímetros
de comprimento, para verificação do grau da calda, que deve estar fria e sem
borra;
Recomenda-se sua utilização até 60 dias após sua preparação. Porém, a calda
sulfocálcica quando adequadamente preparada pode ser estocada por um ano, desde
que conservada em vidro ou plástico de cor escuro ou opaco, bem vedado e em
ambiente escuro.
Para guarda-lo em recipiente aberto, deverá colocar uma camada de 2 milímetros de
óleo sobre a calda, ou então cobrir o vasilhame com plástico preto amarrado com fita
de câmara de ar ou elástico.

UTILIZAÇÃO

A. Tratamento de Inverno (PLANTAS DE CLIMA TEMPERADO: CAQUI,


UVA, PÊSSEGO): a 10 %
B. Tratamento na primavera e verão: A concentração difere de acordo com o tipo
de planta ou espécie vegetal, as condições climáticas, o grau de infestação da doença
e da fase de crescimento da planta. Porem, em termos médios, pode-se usar de acordo
com as recomendações abaixo:
Fruteiras: a 1% (10 ml em1 litros de água). A cada 15 dias após sintomas.
Jiló, Pimentão e Berinjela (ácaro, antracnose): a 1% a intervalo quinzenal
Quiabo (ácaro, oídio): 1% a cada 15 dias.
Feijão Vagem (ferrugem): 1% a intervalo quinzenal
NOTAS:
- Não aplica-la em Curcubitáceas (abóboras e morangas), pois ela é fitotóxica a essas
espécies.
- Não aplica-la em horário de sol quente, pois pode provocar queimadura nas folhas e
frutos
- Não aplica-la em época de floração
- Em estufas, reduzir em 50% as dosagens e fazer os tratamentos em períodos frescos.
.Caso já tenha aplicado calda bordaleza, só aplicar calda sulfocálcica 25 dias depois
desta. Obedecer um prazo de 15 dias da aplicação da calda sulfocálcica, caso tenha
que aplicar a calda bordaleza.
- Para espécies ou variedades novas, por precaução, fazer testes em algumas plantas,
para observar possíveis reações quanto ao produto e dosagem.
II. CALDA BORDALESA
Fungicida e também pode atuar como repelente de muitos insetos (vaquinhas,
cochonilhas e tripes)
.
Mistura: 200 g de sulfato de cobre +200 g de cal virgem +20 litros de água
MODO DE PREPARAR:
- Coloque num recipiente de madeira ou plástico, contendo 10 litros d’água, 200 g de
sulfato de cobre, bem moído, o qual deve ser colocado dentro de um saco de pano
ralo, amarrado em uma vara atravessada sobre o recipiente, de modo a apenas
mergulhar na água. Geralmente após uma hora, o sulfato de cobre estará todo
dissolvido.
-Em outro recipiente, com capacidade superior a 20 litros, coloque 200 g de cal
virgem, em pequenas quantidades, até formar uma pasta consistente. Em seguida,
junta-se água até completar 10 litros.

Logo após despeje a calda contendo o sulfato de cobre sobre a calda contendo a cal
ou então em um terceiro recipiente de capacidade superior a 20 litros, juntam-se as
duas soluções simultaneamente, sempre em pequena quantidade, agitando-se a
mistura, enquanto vai sendo preparada.
Para verificar se a calda apresenta pH neutro (desejável), mergulhar na solução uma
lâmina de canivete bem limpa, durante meio minuto, e, ao retirá-la da solução,
observar se houve formação de ferrugem sobre a mesma, o que indica acidez. Se isso
acontecer, juntar mais um pouco da solução de água e cal, até que não mais se
processe a reação.
- A aplicação da calda deve ser feita no mesmo dia de seu preparo.
- Em plantas novas, deve ser usada a metade da quantidade de sulfato de cobre e de
cal virgem.
- Pulverize preferencialmente em horários de temperatura amena. Se usar cal
hidratada ao invés de cal virgem a dosagem deve ser 1,8 maior.
- A calda bordalesa pode ser misturada com os inseticidas como o extrato de fumo,
extrato de confrei e outros extratos.

Casos especiais - dosagens para 20 litros de água.


Cultura Sulfato de Cobre Cal Virgem
Abobrinha, Alface, chicória, 100 100
caqui, morango, pepino
Couve, Repolho 500 500
Cucurbitáceas 60 60
III. CALDA VIÇOSA
Adubo foliar e fungicida
20 L d’água + 100 g de Sulfato de cobre (em época propensas a maior ocorrência de
doenças fúngicas, essa dosagem poderá chegar a 200 g) + 50 g de Sulfato de zinco +
40 g de ácido bórico + 120 g de Sulfato de Magnésio + 80 g de uréia (*) + 110 g de
Cal Hidratado.
(*): Na agricultura orgânica não é permitido o uso de uréia.
MODO DE PREPARAR:
- Misture a quantidade especificada anteriormente de Sulfato de cobre + Sulfato de
zinco + Sulfato de magnésio + ácido bórico + Cloreto de potássio numa vasilha
plástica contendo 10 litros.
- Numa vasilha de capacidade mínima de 20 litros, coloque 10 L d’água e adicione
quantidade de cal hidratada especificada anteriormente.
- Despeje os 10 litros de água contendo os fertilizantes sobre os 10 litros contendo a
cal hidratada .
NOTA:Não aplicar Calda Bordaleza e Viçosa em goiabeira quando os frutos
atingirem diâmetro superior a 2 cm.

ÁGUA DE CINZA
Repelente de pulgão, lagartas, etc.
Dissolver 2 Kg de cinza em 10 litro d’água. Agitar e depois deixar descansar por 1
dia. Coar em saco de aniagem ou estopa para evitar entupimento do pulverizador ou
regador

FARINHA DE TRIGO
Controle de Pulgão:
Pulverizar farinha de trigo na base de 200 g para 10 litros d’água

BICARBONATO DE SÖDIO
Controle da doença Oídio, Penicilium:
Pulverizar bicarbonato de sódio, na base de 100 g para 10 litros d’água.
Controle de Bolor verde (em pós colheita): imersão dos frutos em calda na base de
100 litros de água + 3 kg de Bicarbonato de sódio

PERMANGANATO DE POTÁSSIO + CAL


Inseticida (pulgões, lagartas, besouros, ácaros, mosca branca) fungicida (botrytes,
mildio e oídio).
Misturar em 8 litros de água 15 gramas de permanganato de potássio (previamente
dissolvido em 1 litro de água morna) ir primeiramente o permanganato de potássio
num pouco de água quente, para acelerar o processo. + 100 g de cal virgem
(previamente dissolvida em 1 litro de água).
Os extratos ou macerados de muitas plantas tem ação no controle de várias pragas e
doenças, dentre elas selecionamos as seguintes:

MACERADO DE SAMAMBAIA DO CAMPO


(Inseticida: controle de Pulgão, ácaro e cochonilha)
Colocar 500 gramas de samambaia verde (ou 100 g seca) picada em 1 litros d’água,
ferver por 30 minutos e deixar descansar por 24 horas. Sem ferver a calda deverá
ficar em repouso por 8 dias.
Para pulverizar, adicione 1 litro de macerado (coado) em 10 litros d’água.

ALHO:
Fungicida (mildio e ferrugens); inseticida (lagarta da maçã, pulgão, etc.)
Macerar 100 g de alho e adiciona-lo em 1 litro d’água. Deixar em repouso por 24
horas. No momento da pulverização, coar e adicionar essa calda em 10 litros d’água

ALHO + PIMENTA DO REINO + SABÃO


Faz-se 2 preparados em separados:
Numa garrafa colocar 1 litro de álcool + 100 g de pimenta do reino.
Em outra garrafa colocar 1 litro de álcool + 100 g de alho macerado. Deixar fechado
numa garrafa durante 7 dias. No momento da aplicação diluir: 20 litros de água + 200
ml da calda de pimenta do reino +100 ml da calda de alho + 50 gramas de sabão
neutro (previamente dissolvido em 1 litro de água quente). Pulverizar nas horas de
temperatura amena do dia.

ALHO + SABÃO + ÓLEO (MINERAL OU VEGETAL)


Adicionar 20 ml de óleo mineral ou vegetal em 100 g de alho e deixa-los em repouso
por 24 horas. Após esse tempo adicionar 10 gramas de sabão neutro (previamente
dissolvido em 500 ml de água quente). No momento da pulverização, coar e adicionar
essa calda em 10 litros d’água

PIMENTA-DO-REINO
Indicações: pulgões, ácaros e cochonilhas.
Numa garrafa colocar 1 litro de álcool + 100 g de pimenta do reino.
Deixar fechado numa garrafa durante 7 dias. No momento da aplicação diluir: 20
litros de água + 250 ml da solução de pimenta e álcool + 50 gramas de sabão neutro
(previamente dissolvido em 1 litro de água quente). Pulverizar nas horas de
temperatura amena do dia.
Pulverizações a cada 3 a 7 dias.
MACERADO DE MAMONA
Inseticida
Colocar 250 gramas de mamona (frutos e folhas) picada em 1 litros d’água, ferver por
30 minutos e deixar descansar por 24 horas. Sem ferver a calda deverá ficar em
repouso por 24 horas.
Para pulverizar, adicione 1 litro de macerado (coado) em 10 litros d’água.

‘Calda a base de mamona - André Henriques EMATER-MG’


Macerar 300 g de folhas da mamona e coloca-las em 20 litros de água por
aproximadamente 12 horas. Coar e logo em seguida acrescentar 100 g de farinha de
trigo + 50 g de sabão neutro + 200 ml de urina de vaca. Peneirar utilizando e logo em
seguida pulverizar a lavoura. Repetir o tratamento após 15 dias. Aplicar nas horas
mais frescas do dia.

CAVALINHA
(inseticida)
Adicionar 100 g de cavalinha seca ou 500 g de planta verde macerada em 1 litros de
água para maceração. Ferver durante 20 a 30 minutos.
Para aplicar coar e adicionar 100 ml dessa calda em 10 litros de água.

FUMO
Inseticida (pulgões, tripes e outras pragas).
Picar 100 g de fumo e deixar de molho em 1 litro de álcool por 3 hora e depois
completar para 10 litros d’água, deixando descansar por 24 horas. Coar e pulverizar
no mesmo dia. Para aumentar a aderência, acrescentar 50 g de sabão comum aos 10
litros de calda diluída.
Para ampliar espectro de ação contra diversas outras pragas, acrescentar ao final 1
colher de extrato de pimenta malagueta (molho em 50 ml de álcool ou cachaça por 3
dias)

BOLDO
Inseticida
MODO DE PREPARAR: Picar e macerar 300 g de boldo deixar de molho em 1 litro
de água e depois completar para 10 litros d’água, deixando descansar por 24 horas.
Coar e pulverizar no mesmo dia. Para aumentar a aderência, acrescentar 50 g de
sabão comum aos 10 litros de calda diluída.
Plantado debaixo de fruteiras, repele formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns).
CRAVO-DE-DEFUNTO
Combate a pulgões, ácaros e algumas lagartas
Picar e macerar 600 g de folhas e talo num vasilhame e adicionar 2 litro de água.
Ferver por 10 minutos. Após esfriar, coar. Para pulverizar completar a calda para 20
litros de água.

LOSNA
controle de pulgão, cochonilha, lagarta, grilo e lesma
Picar e macerar 300 g de folhas num vasilhame e adicionar 2 litro de água. Ferver por
10 minutos. Após esfriar, coar. Para pulverizar completar a calda para 20 litros de
água.

NEEM (Nim) (Azadirachta indica).


Inseticida (traças, lagartas, larva minadora dos citros, pulgões, gafanhotos).

Folhas: Em vasilhame colocar 20 litro de água + 300 g de folhas de folha picada (ou
batida no liquidificador num pouco de água). Deixar em repouso durante 12 horas.
Coar e pulverizar no mesmo dia.
Sementes: Em vasilhame colocar 20 litro de água + 600 a 1000 g de semente moída
ou triturada. Deixar em repouso durante 12 horas. Coar e pulverizar no mesmo dia.
Para aumentar eficiência, acrescentar 50 g de sabão comum aos 10 litros de calda
diluída.

SABONETEIRA (Sapindus saponaria L. )


Inseticida
Triturar 200 g de frutos e deixa-los de molho em 1 litro de álcool por 3 horas Após
esse tempo, completar para 20 litros d’água. Para aumentar a aderência, acrescentar
100 g de sabão comum aos 10 litros de calda diluída.

BUGANVÍLIA OU PRIMAVERA/MARAVILHA (Rosa ou Roxa)


Controle de vetor de ‘vira cabeça’ do tomateiro.
Bater no liquidificador 200 g de folhas de Buganvília (1 litro) + 1 litro de água.
Deixar de molho por 12 horas, coar e em seguida diluí-lo em 20 litros de água.
Pulverize imediatamente (em horas frescas do dia). Não pode ser armazenado. Para
tomateiro pulverizar semanalmente até 60 dias após o transplantio.

CAMOMILA
Fungicida
Bater no liquidificador 100 g de flores de camomila + 1 litro de água.
Deixar de molho por 12 horas, coar e em seguida diluí-lo em 20 litros de água.
Pulverizar semanalmente.
MAMOEIRO
Fungicida (míldio e ferrugem do cafeeiro)
Bater no liquidificador 700 g de folhas picadas + 1 litro de água.
Deixar de molho por 12 horas, coar e em seguida diluí-lo em 20 litros de água. Para
aumentar a aderência e ampliar ação contra pragas, acrescentar 100 g de sabão
comum previamente diluído em 1 litro de água.

MANDIOCA – MANIPUEIRA (extrato eliminado pela compressão da mandioca


ralada) ácaros, pulgões, lagartas, formigas, nematóides
Controle de ácaros, pulgões, lagartas, diluir: 10 litros de água + 10 litros de
manipueira + 200 gramas de açúcar ou farinha de trigo. Pulverizar a intervalo de 14
dias.
- Controle da formiga: 2 litros de manipueira no formigueiro para cada olheiro,
repetindo a cada 5 dias.
- Tratamento de canteiro (pragas de solo): regar o canteiro na diluição de: 4 litros de
manipueira/m2, 15 dias antes do plantio.

CRISÂNTEMO OU PIRETRO
Inseticida: moscas, pulgões, lagartas, coleópteros.
Triturar 300 g de flores secas de crisântemo e colocar em 20 litros de água. Deixar
em repouso por 12 horas, coar e no momento da pulverização, acrescentar 500 g de
sabão comum (previamente diluído em 1 litro de água).

TOMATEIRO
Inseticida (pulgão)
Macerar 500 g de folha de tomateiro sadias e deixar de molho em 1 litro de álcool por
3 horas. Após esse tempo completar para 10 litros d’água. Para aumentar a aderência
e ampliar ação para outras pragas, acrescentar 50 g de sabão comum aos 10 litros de
calda diluída. Não aplicar em solanáceas (para evitar transmissão de viroses).

CONFREI
Inseticida (pulgão)
Bater no liquidificador 250 g de folha e deixar de molho por 24 horas. Após esse
tempo, completar para 10 litros d’água. Para aumentar a aderência, acrescentar 100 g
de sabão comum aos 10 litros de calda diluída.

URTIGA
Inseticida
Bater no liquidificador 200 g de folhas de urtiga + 1 litro de água. Deixar de molho
por 24 horas. Após esse tempo completar para 10 litros d’água. Para aumentar a
aderência, acrescentar 50 g de sabão comum aos 10 litros de calda diluída.
PASTA BORDALESA (para pincelamento de tronco- Controle de Gomose e
Rubelose em Citros)
1 Kg de sulfato de cobre + 2 Kg de cal virgem +10 litros de água
MODO DE PREPARAR: Utilizar o mesmo processo que foi usado para preparar a
calda bordalesa, tomando-se o cuidado de observar as quantidades dos ingredientes.
A aplicação é feita utilizando-se as broxas.

PASTA PARA PINCELAMENTO DE TRONCO (controle de brocas, cochonilhas


etc.)
Para tratamento de inverno a ser realizado no período frio e seco do ano, pincelar o
tronco e base dos ramos principais, na prevenção de brocas e cochonilhas.
12 litros de água + 1 kg de Enxofre: 1,0 Kg + 2 kg de Cal hidratado + 500 g de Sal de
cozinha.
Preparadas a partir de microorganismo (predador, parasita ou patógeno) produzidos
em laboratório, os quais atacam as pragas que causa danos as cultura. Entre os
principais temos:

Bacillus thuringiensis (bacteria)


Uso específico para controle de diversas espécies de lagartas (traça das crucíferas:
repolho; Curuquerê da couve, traça do tomateiro; broca das curcubitáceas: pepino).
Efeito total 24 a 72 após o consumo das folhas tratadas. Dosagens 250 a 500 g/ha.
Produto comercial: Dipel, Agree, Xentari

Beauveria bassiana (fungo)


controle das seguintes pragas:
- Broca da bananeira (Cosmopolites sordidus): 20 a 25 g do fungo/isca de bananeira
do tipo ‘queijo’ ou "telha’
- Broca do Café (Hypothenemus hampi): 1 a 2 Kg/ Ha.
bassiana).
- Ácaro rajado.
- Cochonilha Orthesia

Baculovirus
Controle da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) é indicado B. anticarsia. No
controle do mandarová da mandioca é utilizado o vírus B. erinnys. O baculovírus
atua por ingestão, sendo que a lagarta vai perdendo sua capacidade de alimentação,
morrendo após o 4º dia.

Metarhizim anisopliae (fungo)


Empregado no combate as seguintes pragas:
- Tripes:.
- Cigarrinhas das Pastagens

Trichoderma (Fungo):
É um fungo utilizado para o controle de podridão do colo e de raízes de macieira,
causados por Phytophora.
A seguir são apresentados 3 experimentos para exemplificar que há pesquisadores
preocupados em dar respostas mais precisas quanto a níveis de controle de pragas e
doenças com o uso de caldas alternativas. Entretanto esse tipo de trabalho precisa
ser estimulado, pois é importante refinar informações quanto a níveis de controle
esperado, concentrações das caldas, intervalo de aplicação para maior segurança do
técnico nas recomendações ao produtor e consolidar de vez o uso de caldas
alternativas. Assim sendo, além do cultivo de plantas comerciais, os produtores
deverão cultivar na sua propriedades todas aquelas plantas que servirão de
ingredientes na composição de suas caldas.

1. CONTROLE FUSARIOSE ABACAXI - PRODUTOS NATURAIS 1


(Fonte EPABA-PB)
 TRATAMENTOS - Extrato aquoso:
- Aroeira
- Barbatimão
- Caju roxo
- Alho
- Gengibre
- Químico (Cercobim)
 CONCENTRAÇÕES:
- 5,05%; 2,5%; 1,2%; 0,6%; 0,3%; 0%
- Aplicados na fase de flores abertas
- Intervalos semanais.

 RESULTADOS NO CAMPO:
- Testemunha (sem nenhum produto): 30,2%,
- Químico (thiofanato metílico): 7,5%
- Dentre as plantas antibióticas, destacaram-se o alho, o
gengibre e, principalmente o barbatimão que, com
apenas 7,6% de incidência,

 CONCLUSÃO: Produtos alternativos = químico.


1. CONTROLE DE BOLOR VERDE EM PÓS COLHEITA
(Imersão dos frutos por 5 minutos)
Fonte: Franco e Bertiol – Rev . Bras. Fruticultura V24 - 2002
Níveis de controle dos produtos que mais destacaram:
Carbonato de sódio a 1% + ácido bórico a 1% = 93 % de controle
Bicarbonato de sódio a 3% = 92,1 %
Ácido bórico a 1 %= 87,7
Bicarbonato de sódio a 3% + ácido bórico a 1% = 81,7 %
Carbonato de sódio a 1% = 78,5 %

3. TRATAMENTO DA MUDA DE BANANEIRA:


Fonte: IAC:
Escalpelar o rizoma + imersão em solução contendo hipoclorito de sódio a 1% = 1
parte de água: 1 parte de água sanitária (a 2%).durante 5 minutos.
Nota: imersão a 1 % por10 minutos provoca morte do rizoma.

JUSCELINO EUGÊNIO DE SIQUEIRA RABÊLO


EMATER-MG

SETE LAGOAS - junho/03

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