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Análise de Alimentos
REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO
1. Durante a aula prática mantenha sempre atenção ao roteiro, tendo-o sempre próximo
a você. Pode ser efetuada marcação com caneta sob cada item realizado do experimento de
forma a não se perder durante a execução.
2. Leia sempre o roteiro antes de iniciar a prática e mesmo antes das explicações do
professor.
3. Observe a localização do material e dos equipamentos de emergência (chuveiro, lava-
olhos etc.).
4. Não abra qualquer recipiente antes de reconhecer seu conteúdo pelo rótulo.
5. Não pipete líquidos diretamente com a boca, use pipetas adequadas.
6. Não tente identificar um produto químico pelo odor ou pelo sabor.
7. Não deixe de utilizar os equipamentos de proteção.
8. Não adicione água aos ácidos, mas sim os ácidos à água.
9. Não trabalhe com sandálias, chinelos ou sapatos abertos e de salto no laboratório.
10. Sempre identifique o conteúdo presente nos frascos ou nos tubos utilizados no
experimento com caneta para vidros. Isso facilita seu descarte adequado por parte dos
responsáveis pelo laboratório.
11.Mantenha os solventes em recipientes adequados e devidamente tampados, bem
como materiais inflamáveis longe de fontes de calor (bico de Bunsen).
12. Utilize a capela sempre que manipular reagentes ou solventes que liberem vapores.
13. Conheça as propriedades tóxicas das substâncias químicas antes de empregá-las
pela primeira vez no laboratório. Caso tenha dúvidas, consulte o professor ou o técnico a
respeito.
14. Se tiver cabelos longos, leve-os presos ao realizar qualquer experiência no laboratório;
não se alimente e nem ingira líquidos nos laboratórios.
INSTRUÇÕES
1. Extração de lipídios
Os lipídios são definidos como substâncias insolúveis em água e solúveis em solventes
orgânicos, logo, a sua determinação é feita pela extração com solventes. O resíduo obtido é
constituído por todos os compostos que, nas condições da determinação, possam ser extraídos
pelo solvente, são eles: os ácidos graxos livres, os ésteres de ácidos graxos, as lecitinas,
as ceras, os carotenoides, a clorofila e outros pigmentos, além dos esteróis, fosfatídios,
vitaminam A e D, óleos essenciais, entre outros, mas em quantidades relativamente pequenas,
que não chegam a representar uma diferença significativa na determinação. Nos produtos
em que estas concentrações se tornam maiores, a determinação terá a denominação mais
adequada de extrato etéreo. Uma extração completa se torna difícil em produtos contendo
alta proporção de açúcares, de proteínas e umidade.
Nota: método indicado para alimentos com baixo teor de umidade. Para alimentos com
alto teor de carboidratos, pesar a amostra sobre papel filtro e lavar com 5 porções de 20 mL
de água, colocar em estufa para secagem e proceder a extração. Cuidado para não deixar
gordura das mãos nos balões.
PROCEDIMENTO
Para amostras sólidas:
1. Triturar o alimento em almofariz com pistilo.
2. Pesar exatamente cerca de 5,000 g da amostra em uma placa de Petri (ou cápsula de
porcelana, pesa-filtro etc.) previamente aquecida a 105 °C por 1 hora, resfriada e pesada.
3. Aquecer a amostra em estufa a 105 °C por 2 horas.
4. Resfriar em dessecador até temperatura ambiente.
5. Pesar.
6. Repetir as operações de secagem e resfriamento até peso constante.
7. Utilizando os resultados obtidos, determinar a média, o desvio padrão e a variabilidade
da umidade.
Para amostras líquidas:
1. Transferir para uma cápsula de porcelana, 10 g de areia. Previamente aquecer em
estufa a 105 °C por 1 hora. Resfriar em dessecador e pesar.
2. Transferir com auxílio de uma pipeta volumétrica, 5 mL da amostra para a cápsula e
pesar. Misturar bem com auxílio do bastão de vidro.
3. Aquecer em banho-maria por 30 minutos, agitando periodicamente e secar em
estufa a 105 °C por 2 horas.
4. Resfriar em dessecador até a temperatura ambiente e pesar.
5. Repetir as operações de aquecimento e pesagem até peso constante.
6. Utilizando os resultados obtidos, determinar a média, o desvio padrão e a variabilidade
do conteúdo de sólidos totais.
PROCEDIMENTO
1. Triturar o alimento em almofariz com pistilo (alimentos líquidos devem ser
previamente evaporados).
2. Pesar exatamente cerca de 5,000 g da amostra em um cadinho de porcelana
previamente aquecido a 550 °C por 1 hora, resfriado e pesado.
3. Carbonizar as amostras em bico de Bunsen, sobre tripé e triângulo de porcelana.
4. Colocar as amostras em mufla a 550 °C até eliminação completa do carvão e
aparecimento de coloração branca ou cinza clara.
5. Resfriar em dessecador até temperatura ambiente.
6. Pesar.
7. Repetir as operações de secagem e resfriamento até peso constante.
8. Utilizando os resultados obtidos, determinar a média, o desvio padrão e a variabilidade
da umidade.
1. Índice de acidez
O índice de acidez determina a quantidade de ácidos graxos livres presentes em óleos
ou gorduras, resultantes da hidrólise dos triglicerídeos. O teor de ácidos graxos livres de
um óleo bruto é um bom indicador da qualidade do óleo. Alto teor de ácidos graxos livres
é sinal de:
Maior perda na neutralização do óleo.
O óleo pode ser proveniente de sementes de baixa qualidade.
Condições de manuseio e armazenamento impróprias.
Processamento insatisfatório.
CÁLCULO:
PROCEDIMENTO
1. Pesar 5,00 g de amostra em um erlenmeyer de 250 mL. Caso a amostra não esteja
no estado líquido funda a amostra (a temperatura da fusão não deverá exceder o ponto
de fusão da amostra em 10 ºC). Filtrar através de papel de filtro para remover algumas
impurezas sólidas e traços de umidade.
2. Adicionar 20 mL de solução de ácido acético: clorofórmio (3:2), na capela, e agitar
até dissolução da amostra.
3. Adicionar 0,5 mL da solução saturada de iodeto de potássio e deixe em repouso ao
abrigo da luz por exatamente um minuto.
4. Acrescentar 20 mL de água e titular com solução de tiossulfato de sódio 0,01 N,
com constante agitação. A titulação será feita em duas etapas. Na primeira, titular até o
aparecimento de uma fraca coloração amarela.
5. Adicione 1 a 2 mL de solução indicadora de amido 1% e continue a titular até o
completo desaparecimento da cor azul (segunda etapa da titulação).
6. Preparar uma prova em branco, nas mesmas condições e titular.
Material / Reagente para a o laboratório Quantidade
Solvente éter etílico: etanol (2:1) neutralizado com
1L
NaOH 0,01 N na presença de fenolftaleína
Solução de fenolftaleína 1 frasco por grupo
Solução de NaOH 0,01 M 1L
1 e 2) Solução amido solúvel a 1% m/v 1 frasco por grupo
1) Solução de iodeto de potássio a 15% m/v 500 mL
2) Solução de ácido acético: clorofórmio (3:2) 500 mL
2) Solução de tiossulfato
1L
de sódio (Na2S2O3. 5H2O) 0,01 N.
2) Solução saturada de iodeto de potássio 100 mL
Frasco para descarte 1 para o laboratório
Material por grupo Quantidade
1) e 2) Béquer de 100 mL 2 por grupo
1) Erlenmeyer de 125 mL 1 por amostra
2) Erlenmeyer de 250 mL com tampa esmerilhada 1 por amostra
1 e 2) Proveta de 25 mL 2
2) Pipeta de 1 mL 1
1 e 2) Bureta 25 ou 50 mL, garra e suporte 2 por grupo
1) e 2) Pipeta de Pasteur 2 por grupo
Balança semianalítica 1
CÁLCULO:
1. Reação de Fehling:
A reação de Fehling baseia-se na redução de soluções alcalinas de sulfato de cobre
(CuSO4) em presença de tartarato de sódio e potássio (meio alcalino).
O Cu2+ é reduzido a Cu+ com formação de um precipitado cor de tijolo (formação de
Cu2O).
A determinação quantitativa usando o método proposto por Fehling é baseada na
titulação de uma solução padronizada de Fehling com a solução problema de carboidratos
colocada na bureta.
O reagente de Fehling é composto de duas soluções que devem ser misturadas no
momento do uso. Solução A: CuSO4 .5H2O, Solução B: Tartarato duplo de sódio e potássio
(sal de Seignette) em solução fortemente alcalina, é o estabilizador do Reagente de Fehling.
2. Refratometria
Índice de refração é a relação entre a velocidade da radiação eletromagnética no vácuo
e em um determinado meio, a diferença entre a velocidade da radiação no vácuo e no ar é
muito pequena, podemos considerar o valor no ar. A refração dependerá de cada substância
e da concentração de sólidos da substância.
PROCEDIMENTO
Prática demonstrativa
Ao trabalhar com o refratômetro, não tocar as superfícies de vidro com bastões de vidro
ou conta-gotas para não arranhá-las.
1. Verificar se as superfícies de vidro estão limpas. Caso contrário, passar sobre elas um
chumaço de algodão embebido em álcool.
2. Calibrar o refratômetro com água destilada. Seu índice de refração a 20 ºC é 1,3330
e coincide com o zero na escala de ºBrix.
3. Enxugar a superfície do prisma com algodão embebido em álcool.
4. Deixar secar e colocar algumas gotas de amostra sobre a superfície de vidro (solução
de sacarose, suco de laranja, calda de compota de fruta, mel, melado ou xarope de glicose).
5. Fechar o refratômetro.
6. Ajustar a ocular para sua visão.
7. Na escala do índice de refração, ler o índice de refração ou na escala de °Brix, ler a
concentração de sólidos solúveis (g de açúcar / 100 g de solução). Anotar as leituras.
8. Abrir o refratômetro e enxugar a amostra.
9. Limpar o prisma do aparelho com um chumaço de algodão embebido em álcool.
PROCEDIMENTO 2
1. Pesar 2 amostras de 10 g de leite em pó e coloque em duas placas de Petri grandes.
2. Em uma das amostras acrescente 5 g de sacarose e na outra 5 g de glicose.
3. Identificar as placas.
4. Acrescente 10 mL de água em ambas as placas.
5. Homogeneizá-las.
6. Coloque as placas em estufa a 100 ºC.
7. Compare os resultados após 45 minutos.
Reagentes para o laboratório Quantidade
Reagente de Fehling A e Fehling B 100 mL de cada
Solução aquosa (4%) de: glicose,
20 mL de cada
frutose, lactose, sacarose e amido
HCl 6N (separados em frascos conta-gotas) 50 mL
Xarope de sacarose ou frutose,
q.s.
mel e/ou suco de fruta
Aminoácidos (metionina, leucina, fenilalanina,
asparagina e triptofano, ou os que estiverem à 5 g de cada
disposição no momento da análise)
Glicose 50 g
Sacarose 300 g
Leite em pó 1 pacote
Solução de HCl e NaOH 0,25 M 200 mL de cada
Material (por laboratório)
Banho-maria 2-3
Refratômetro 2-3
Algodão, pipeta ou bastão de vidro (refratômetro) suficiente
Filme plástico 1
Balança semianalítica 6
Estufa a 100 ºC 1
Chapa de aquecimento 3
Material (por grupo)
Tubo de ensaio 14
Suporte para tubos 2
Caneta para retroprojetor 1
Placa de Petri grande 3
Bastão de vidro 3
Espátula 1
Proveta de 20 mL 3
PROCEDIMENTO
DIGESTÃO (ESTA ETAPA DEVERÁ SER REALIZADA NA CAPELA):
Pesar, em triplicata, cerca de 0,1000 g de amostra homogeneizada em papel
manteiga. Colocar no tubo de proteína e adicionar 1,5 g da mistura catalítica e 5 mL
de ácido sulfúrico concentrado. Colocar o tubo no digestor e digerir, a temperatura de
350-400 ºC até a solução ficar límpida.
Esfriar e adicionar a quantidade mínima de água para dissolver possíveis cristais.
DESTILAÇÃO (ETAPA REALIZADA EM APARELHO DE DESTILAÇÃO):
Encaixar o tubo de proteína ao aparelho, adicionar calmamente cerca de 10 mL
de solução de hidróxido de sódio. Ligar o aquecimento e recolher cerca de 50 mL do
destilado em frasco contendo 20 mL de solução de ácido bórico saturada e 3 gotas de
solução indicadora.
TITULAÇÃO:
Titule o destilado com ácido clorídrico 0,02 M até a mudança de cor (violeta).
CÁLCULO:
%N = teor de nitrogênio.
v = mL de solução gastos na titulação da amostra - mL de solução gastos na titulação
do branco.
P = gramas da amostra.
%P = teor de proteína.
Material / Reagente Quantidade
Aparelho de Kjeldahl (bloco digestor e destilador) 1
Béquer de 100 mL 3
Erlenmeyer 125 ou 250 mL 1
Tubos de proteína 1 por grupo
Bureta 50 mL, garra e suporte 1 por grupo
Mistura catalítica (96% K2SO4 + 4% CuSO4) 10 g
Ácido sulfúrico 500 mL
Solução de hidróxido de sódio 60% m/v 500 mL
Solução saturada de ácido bórico 500 mL
Solução indicadora (2 partes de solução alcoólica
de vermelho de metila e 1 parte de solução 50 mL
alcoólica de azul de metileno)
Solução de ácido clorídrico 0,02 M 1L
Balança analítica 1 por grupo
Frasco para descarte 1 para o laboratório
OBJETIVO: Observar a formação do coalho do leite e verificar o efeito dos íons cálcio
em sua formação.
PROCEDIMENTO
1. Separar 3 porções de 200 mL de leite em béquer de 400 mL. Trate as amostras com
os seguintes reagentes:
a. 0,5 mL ou g de coalho.
b. 5 mL de EDTA (pH 7) e 0,5 mL ou g de coalho.
c. 4 mL de CaCl2 a 10% (pH 6-7) e 0,5 mL ou g de coalho.
2. Homogeneizar as amostras e colocá-las em estufa a 40 ºC por cerca de 50 minutos.
3. Quebre o coalho formado (se necessário).
4. Compare a textura e a quantidade de coalho formado em cada tratamento.
Reagentes para o laboratório Quantidade
EDTA (pH 7) (EDTA a 4% e pH ajustado) 100 mL
Solução de CaCl2 a 10% (pH 6-7) 100 mL
Material (para o laboratório)
Estufa a 40 ºC 1
Balança semianalítica 3
Papel alumínio 1 rolo
Material (por grupo)
Béquer de 400 mL 3
Bastão de vidro 3
Proveta de 100 mL 2
2. Glúten
A formação do glúten por associação de proteínas presentes na farinha é indispensável
ao crescimento de massas, e a desnaturação do mesmo permite a manutenção da estrutura
de massas prontas em que o CO2, produzido por agentes químicos ou biológicos, o ar e o
vapor de água foram os fatores de seu crescimento. A gelatinização do amido e a presença
de gorduras colaboram para a estrutura e maciez das massas prontas.
PROCEDIMENTO
1. Pesar 500 g de farinha de trigo e amasse com água apenas suficiente para obter uma
massa moldável elástica e facilmente destacável do recipiente.
2. Continue amassando em água corrente até que a água não apresente cor branca.
3. Retire o máximo de água possível com o auxílio de uma peneira.
4. Divida o glúten em 3 partes iguais e trate cada uma delas da seguinte forma:
a. À primeira parte adicione 1 g de fermento químico e deixe crescer por 20 minutos.
b. À segunda adicione 2 g de bissulfito de sódio.
c. A terceira parte servirá de testemunha.
8. Homogeneizar as três porções de modo igual e asse por 20-25 minutos a 200 ºC.
9. Compare, após esfriar, a cor, altura e textura de cada um dos produtos.
BOBBIO, F.O.; BOBBIO, P.A. Manual de laboratório de química de alimentos. São Paulo:
Livraria Varela, 1995.
BOBBIO, F.O.; BOBBIO, P.A. Química do processamento de alimentos. 2. ed. São Paulo:
Livraria Varela, 2001.
FUNED. Atlas de microscopia do café torrado e moído (Coffea sp). Belo Horizonte:
Fundação Ezequial Dias, 2021.
LOPEZ, F.C. Determinação do sedimento, cascas e paus no café torrado e moído. Revista
Instituto Adolfo Lutz. São Paulo, v. 34, p. 29-34, 1974.
Nome:__________________________________________________ RA:____________________
Data:______/_____/_____
Atividade obrigatória 1
Atividade obrigatória 2
Atividade obrigatória 3
1. A reação de Maillard corresponde a uma reação de escurecimento não enzimático que ocorre nos
alimentos. Explique sobre a importância e aplicabilidade dessa reação no setor de alimentos. Quais são os
fatores que podem influenciar a reação de Maillard?
Atividade obrigatória 4
1. O Índice de Acidez quantifica os ácidos graxos livres presentes na amostra. De acordo com a Anvisa,
o índice de acidez de óleo de soja refinado e para outros vegetais, como canola, milho, girassol, amendoim,
expresso em gramas de ácido oleico/100 g da amostra de óleo é de no máximo 0,3% e para óleos não
refinados, como azeites oliva, o teor máximo de acidez aceitável corresponde a 1%. Compare os resultados
obtidos nos experimentos realizados com os valores recomendados pela Anvisa.
2. O Índice de peróxido (I.P.) é muito utilizado para medir o estado de oxidação de óleos e gorduras.
Para óleos refinados ele deve ser máximo 10 meq/kg; azeite de oliva virgem máximo 15 meq/kg e manteiga
máximo de 1 meq/kg. Compare os resultados obtidos no experimento com os estabelecidos pela legislação
e justifique.
Atividade obrigatória 5
1. A determinação de proteínas pelo método de Kjeldahl possui três etapas: digestão, destilação e
titulação. Explique o que acontece em cada uma dessas etapas.
Atividade obrigatória 6
1. O glúten é uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada e centeio. Explique sobre a importância
do glúten na indústria de panificação e especifique as frações proteicas que formam o glúten.