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Plano de Aula - Tema 2

Instrumentos para medição de fluxo de fluidos:


Medidores magnéticos, rotâmetros e placas de orifício

Prof. Denilson Wagner Zaidan

1 – PRÉ-REQUISITOS

 Fenômenos de Transporte;

2 – OBJETIVOS

 Permitir, aos alunos, compreender as características e conhecer instrumentos de


medição de fluxo, Entender com especificar instrumentos.

3 – EMENTA DA AULA (DESENVOVIMENTO DO TEMA)


 Conceitos Básicos e Definições em Instrumentação Industrial;
 Medição de Vazão;
 Placas de Orifício;
 Rotâmetros;
 Medidores Magnéticos.

4 – AVALIAÇÃO

 Participação do alunos;
 Prova dissertativa;
 Trabalho individual.

5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 BEGA, E. A.  Instrumentação Industrial. 2. ed. São Paulo: Editora Interciência,


2006;
 ALVES, J. L. L.  Instrumentação, Controle e Automação de Processos. 1. ed. Rio
de Janeiro: LTC Editora, 2005.
Conceitos básicos de Instrumentação Industrial

A instrumentação é a ciência que aplica e desenvolve técnicas de medição, indicação,


registro e controle de processos de fabricação.

De acordo com a Instrument Society of America – ISA, um instrumento industrial é todo


dispositivo usado para, direta ou indiretamente, medir e/ou controlar uma variável do
processo. Não se aplicando o termo a parte que são componentes interno do
instrumento.

Os instrumentos podem ser classificados em três grupos, como mostrado abaixo:

1. Medição
a. Termômetro;
b. Manômetros;
c. Velocímetros;
d. Medidores de vazão;
e. Medidores de nível;
f. Outros.

2. Medição e Atuação
a. Termostatos;
b. Pressostatos;
c. Chaves de fim de curso;
d. Outros.

3. Atuação
a. Válvulas;
b. Motores;
c. Inversores de frequência;
d. Bombas;
e. Aquecedores;
f. Outros.

Os instrumentos tem aplicações em diversas atividades como por exemplo em


monitoração de processos, usando instrumentos de medição, em análise experimental
de engenharia, nos laboratórios de aferições, na verificação de desgastes e fadiga, e
nas diversas atividades aplicadas no desenvolvimento de novas tecnologias, e ainda no
controle de processos industriais, utilizando os três grupos de instrumentos mostrados
acima.

A figura abaixo mostra um exemplo de interligação de instrumentos, todos conectados


a uma unidade controladora, no caso um CLP (Controlador Lógico Programável).

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Vazão

É a quantidade volumétrica ou gravimétrica de um fluido que escoa por um duto em


unidade de tempo considerada. Diferenciando-se pela quantidade de volume ou de
massa respectivamente.

Medição por Pressão Diferencial

A pressão diferencial é produzida por vários tipos de elementos primários colocados na


tubulação de forma tal que o fluído passa através deles. A sua função é aumentar a
velocidade do fluído diminuindo a área da seção em um pequeno comprimento para
haver uma queda de pressão. A vazão pode então, ser medida a partir desta queda.

Uma vantagem primordial dos medidores de vazão por pressão diferencial, é que
podem ser aplicados numa grande variedade de medições, envolvendo a maioria dos
gases e líquidos, inclusive fluidos com sólidos em suspensão, bem como fluídos
viscosos, em uma faixa de temperatura e pressão bastante ampla. Um inconveniente
deste tipo de medidor é a perda de carga causa ao processo.

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O principais tipos de medidores de vazão por pressão diferencial estão a Placa de
Orifício, que veremos logo a seguir, Bocal de Vazão, Tubo de Venturi, Orifício Integral,
Tubo de Pitot e Tubo Annubar.

Placa de Orifício

De todos os elementos primários inseridos em uma tubulação para gerar uma pressão
diferencial e assim efetuar medição de vazão, a placa de orifício é a mais simples, de
menor custo e portanto a mais empregada. Consiste basicamente de uma chapa
metálica, perfurada de forma precisa e calculada, a qual é instalada
perpendicularmente ao eixo da tubulação entre flanges. Sua espessura varia em
função do diâmetro da tubulação e da pressão da linha.

É essencial que as bordas do orifício estejam sempre perfeitas, porque, se ficarem


imprecisas ou corroídas pelo fluido, a precisão da medição será comprometida.
Costumeiramente, são fabricadas com aço inox, monel, latão, etc., dependendo do
fluido.

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Como todos os instrumentos, a Placa de Orifício apresenta vantagens e desvantagens,
são elas:

Vantagens:
 Instalação fácil;
 Construção simples;
 Economia;
 Manutenção e troca simples.

Desvantagens:
 Alta perda de carga;
 Baixa rangeabilidade.

Figura acima mostra a instalação de uma placa de orifício em conjunto com um


transmissor de pressão diferencial.

Rotâmetro

É um medidor de vazão da classe de medidores de área variável, é instrumento para


medir a vazão de líquidos e gases num tubo. Estes instrumentos medem o fluxo de um
fluido fazendo-o passar por um tubo de seção variável.

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O rotâmetro, em geral, constituído por um tubo transparente com escala onde um
flutuador (ou boia) move-se livremente dentro deste tubo. O equilíbrio é atingido
quando a diferença de pressão e impulsão do fluido compensam a força gravitacional.
À medida que o fluxo do fluido aumenta, maior área (entre o corpo flutuante e as
paredes do tubo) é necessária para suportar o fluxo, fazendo com que o corpo flutuante
seja empurrado para cima. Os flutuadores utilizados podem ter diversos formatos,
sendo que as esferas e os elipsoides são os mais comuns. O flutuador possui também
um formato que lhe permite rodar à volta do seu eixo vertical à medida que o fluido
atravessa o tubo, permitindo verificar se este encontra-se preso, uma vez que apenas
pode rodar estando livre.

Repare-se que “corpo flutuante” ou "flutuador" não significa que o corpo flutua no fluido.
De fato, o flutuador deve ter uma densidade superior à do fluido, caso contrário seria
levado (flutuaria) para a parte superior do tubo assim que o fluido começasse a circular.
A perda de carga é constante ao longo de todo o curso do flutuador, e depende do
peso específico do fluido e das características do flutuador.

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É possível recalibrar a escala do rotâmetro conhecendo o peso específico do flutuador,
do fluido e a temperatura do escoamento.

Vantagens:

 Um medidor de vazão de área variável não requer qualquer alimentação


externa, uma vez que utiliza as propriedades do fluido, em conjunto com a
gravidade, para medir o fluxo;
 Um medidor de vazão de área variável é um dispositivo de construção simples,
que pode ser fabricado em grandes quantidades a partir de materiais de baixo
custo.

Desvantagens:

 Por depender da força da gravidade, um medidor de vazão de área variável


deve sempre estar orientado verticalmente, com o fluido no sentido ascendente;
 Por depender das propriedades do fluido, a escala de um dado medidor tem
precisão apenas para uma dada substância. Das características do fluido, a que
tem maior destaque é a densidade, sendo que a viscosidade pode também ter
um papel significante;
 Os corpos flutuantes são em geral projetados para serem insensíveis à
viscosidade, embora seja raramente verificado nas especificações dos
fabricantes. Para ultrapassar este problema, diferentes medidores de vazão de
área variável podem ser utilizados para diferentes viscosidades ou diferentes
escalas podem ser utilizadas no mesmo dispositivo;
 Medidores de vazão de área variável em geral demandam o uso de vidro ou
outro material transparente para que se possível ver a posição do corpo
flutuante, o que pode limitar sua utilização apenas a aplicações com fluidos não
corrosivos;
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 Em geral, não são facilmente adaptáveis para leituras automáticas, embora
flutuantes magnéticos que controlam um elemento externo ao tubo também
possam ser utilizados.

Medidores Magnéticos

Tem seu funcionamento baseado na lei de Faraday, que diz, “Quando um condutor se
move através de um campo magnético, é produzida uma força eletromotriz (f.e.m.)
proporcional a sua velocidade”.

Supondo que se tem um campo magnético, com densidade de fluxo magnético x


(Gauss), aplicado a uma seção de uma tubulação com diâmetro D(cm). Se a
velocidade média do fluido que passa pela tubulação é igual a V(cm/s), quando
colocamos um par de eletrodos perpendicular ao fluxo do magnético, teremos uma
f.e.m. E(v) induzida nestes eletrodos.

Na figura acima, pode-se observar a disposição dos elementos do medidor magnético


no tubo.

Medidores magnéticos são ideais para medição de produtos químicos altamente


corrosivos, fluidos com sólidos em suspensão, lama, água, polpa de papel, etc. Sua
aplicação estende-se desde saneamento até indústrias químicas, papel e celulose,
mineração e indústrias alimentícias. A única restrição é que o fluido tem que ser
eletricamente condutivo. Tem, ainda, como limitação o fato de fluidos com propriedades
magnéticas adicionarem um certo erro de medição.

É de suma importância que a parede interna da tubulação não conduza eletricidade e


que a parte do tubo ocupada pelo volume definido pelas bobinas não provoque
distorções no campo magnético.

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Veja abaixo ilustrações da montagem de medidor magnético e foto de um transmissor
magnético.

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