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ROLF DOBELLI
Não sabemos disso porque a popularidade vai apenas para os que fizeram,
dando a impressão de que é um caminho fácil. A sugestão do autor é visitar o “cemitério
dos fracassados”, ou seja, conhecer pessoas que enterraram seus sonhos para
desenvolver uma perspectiva mais realista. É um passeio saudável, ainda que triste.
Quando 50 milhões de pessoas afirmam uma besteira, ela não deixa de ser uma
besteira por conta disso
O autor defende que tendemos a achar que algo é verdadeiro quando muitas
pessoas dizem o mesmo, por efeito da “prova social”. Só que uma ideia não se torna
mais verdadeira quanto mais pessoas acreditam nela. Se um grupo de pedestres olhar
para o céu aleatoriamente, provavelmente olharemos também.
Por que você não deve deixar que lhe paguem uma bebida
Algumas mulheres recusam bebidas pagas por homens porque não querem
sentir que têm a obrigação de ir para a cama com eles para retribuir a gentileza. Isso se
baseia no “efeito reciprocidade”, quando alguém dá algo gratuitamente, mas oferece nas
entrelinhas a mensagem de que você precisa retribuir de alguma forma.
É o caso das pessoas que abordam os outros nas ruas, dão um presente
simbólico e depois pedem uma doação. A oferta lida com nosso senso de culpa. O
conselho do autor é: se você for abordado para ganhar alguma coisa gratuitamente,
recuse.
Para o autor, a expressão caso especial precisa gerar desconfiança porque pode
ser um exemplo do “viés de confirmação”, quando consideramos apenas as evidências
convenientes para nosso ponto de vista e ignoramos o resto. O que sobra é chamado de
“caso especial” por ser desconsiderado como evidência desconfirmatória.
O objetivo era controlar uma infestação. Mas as pessoas acabaram por cultivar
secretamente criações de ratos apenas para serem continuamente recompensadas. No
fim, as pessoas reagem aos incentivos, não às intenções. A dica do autor é simples:
estabeleça sempre um preço fixo de antemão.
O autor mostra como o fenômeno da regressão à média pode fazer com que nos
enganemos sobre a eficácia de uma ajuda profissional. Por exemplo, professores de
beisebol, médicos, terapeutas e consultores. A regressão à média diz que um período
extremo de alguma coisa tende a ser sucedido por um período médio.
Se tivermos uma dor nas costas mais forte do que a que costumamos ter em um
dia específico, no seguinte provavelmente teremos uma dor leve. Afinal, vai regredir à
média. Se procuramos atendimento quiroprático no mesmo dia, a melhoria que surge no
dia seguinte não tem necessariamente a ver com ele.
Nos apegar às nossas próprias coisas pode ser um problema na hora de vender.
Isso se deve ao “efeito dotação”, quando damos mais valor ao que temos simplesmente
pelo fato de ser nosso. O resultado é colocarmos preços mais altos no que vendemos
do que os itens realmente valem.
A busca por alcançar o risco zero pode ser um problema, chamado de “viés do
risco zero”. Geralmente, as pessoas investem uma quantia alta de dinheiro para reduzir
um risco residual muito pequeno, podendo até aumentar outros riscos no caminho. O
autor dá como exemplo a remoção de produtos cancerígenos dos alimentos, diminuindo
o risco de câncer para algo próximo de zero.
Falas como “você duvida muito das próprias decisões de vez em quando” ou
“você se orgulha por ser um livre-pensador”. Normalmente, os charlatões não fazem
afirmações negativas. Só que isso não se aplica apenas aos esotéricos e mesmo
consultores de ações empregam o efeito Forer de vez em quando.
Para o autor, os cisnes negros vão continuar acontecendo e, por isso, devemos
nos colocar em situações nas quais pegamos carona no improvável. Por exemplo, nos
tornando empreendedores, inventores ou artistas e produzindo itens com chance de
expansão. Mas se você vende seu tempo e é assalariado, o conselho é o inverso. Passe
longe dos cisnes e seja conservador.
Se você tentou uma empreitada em alguma área da sua vida que fracassou, faça
uma longa lista de motivos potenciais e não se prenda a uma única causa. Em seguida,
destaque o que pode ser mudado, isole a variável e teste de forma empírica para
descobrir se é a causa principal.
Para o autor, as notícias podem ser ilusórias porque os cérebros não absorvem
uniformemente as informações. Fatos chocantes e escandalosos são estimulantes,
enquanto informações complexas são ignoradas. Tudo que é sutil e parece pouco
interessante passa a ser filtrado.
Isso faz com que as notícias tenham uma curadoria ruim e muita coisa se perca.
As notícias ainda consomem uma imensa dose de tempo. O conselho do autor é trocar
as notícias pelos livros. É melhor ler longas páginas e usá-las para conhecer o mundo
em vez de se apegar ao sensacionalismo dos jornais.
Conclusão