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TIANGUÁ-CE
2022
ALICIA TEIXEIRA DE SOUZA
TIANGUÁ-CE
2022
OS EFEITOS DO USO DE DERMOCOSMÉTICOS NO TRATAMENTO
DA DERMATITE SEBORREICA PARALELA À QUEDA CAPILAR
PÓS-COVID
RESUMO
Introdução: A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, possui como função a
proteção mecânica, barreira contra as perdas hídricas, conservação da homeostasia corporal,
influência metabólica. A perda da integridade física e fisiológica como em decorrência de
queimaduras do 2º grau, o enxerto de pele de tilápia manejadas na medicina regenerativa
possui a finalidade de reintegrar, proteger, analgesiar a pele, bem como o uso do ultrassom
emprega-se como recurso fisioterapêutico alternativo na síntese de reparação tecidual
elencada aos efeitos biofisiológicos do enxerto. Objetivo: analisar e discutir o uso do
ultrassom terapêutico no emprego de terapia alternativa no processo de regeneração ou
reparação tecidual e cicatricial no enxerto de pele de tilápia em queimaduras. Métodos: Trata-
se de uma revisão de literatura integrativa em que artigos foram selecionados nas bases de
dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed, SciELO e LILACS, e Google
Acadêmico utilizando os seguintes descritores: enxerto de pele, pele de tilápia, ultrassom
terapêutico, reparo tecidual, Queimaduras. Resultados: estudos evidenciam resultados
promissores dos efeitos do US na integração de enxerto de pele e em queimaduras, embora
não haja estudos específicos e íntegros na pele de tilápia em queimaduras associadas ao US.
No qual, deve-se considerar que há perspectivas futuras de utilização na pele humana com a
finalidade de potencializar a reparação tecidual com avanço nos processos inflamatórios.
Conclusão: A Literatura ainda é pertinente em carência de estudos baseados em evidencias
concretas acerca da tríade: Enxerto, queimadura e US em conjunto, o que dificulta a
exploração e do debate do tema proposto, mas as literaturas analisadas colaboram com a
influência positiva do US no tratamento enxerto em queimaduras.
ABSTRACT
Introduction: The skin is considered the largest organ of the human body, has as its function
the mechanical protection, barrier against water loss, conservation of body homeostasis,
metabolic influence. The loss of physical and physiological integrity as a result of 2nd degree
burns, the tilapia skin graft managed in regenerative medicine has the purpose of
reintegrating, protecting, analgesizing the skin, as well as the use of ultrasound is used as an
alternative physiotherapeutic resource in the synthesis of tissue repair allied to the
biophysiological effects of the graft. Objective: To analyze and discuss the use of therapeutic
ultrasound as an alternative therapy in the process of tissue regeneration or repair and scarring
in the tilapia skin graft in burns. Methods: This is a integrative literature review in which
articles were selected from the databases of the Virtual Health Library (VHL), PubMed,
SciELO and LILACS, and Google Scholar using the following descriptors: skin graft, tilapia
skin, therapeutic ultrasound, tissue repair, Burns. Results: Studies show promising results of
US effects on skin graft integration and burns, although there are no specific and integrative
studies on tilapia skin in burns associated with US. In which, it should be considered that
there are future prospects for use in human skin in order to enhance tissue repair with
advancement in inflammatory processes. Conclusion: Literature is still pertinent in the lack
of evidence-based studies in humans about the triad: Graft, burns and US together, which
hinders the exploration and discussion of the proposed theme, but the analyzed literature
collaborates with the positive influence of US in the treatment of grafting in burns.
Descriptor: skin graft, tilapia skin, therapeutic ultrasound, tissue repair, burns
1.0 INTRODUÇÃO
Contudo, Lima Junior EM et al. (2020) salienta que mesmo com o avanço
constante da indústria médica e farmacêutica, os tratamentos disponíveis para esse tipo de
lesão ainda são escassos e na grande maioria das vezes um tanto ineficientes. Atualmente os
tratamentos disponíveis no serviço público são pomadas de sulfadiazina de prata, curativos
diários ou em dias alternados, tornando assim o tratamento muito doloroso devido à
necessidade de trocas constantes de curativos, e as taxas de infecção e perda de líquidos
aumentam. Além disso, o uso desse tipo de protocolo de tratamento é bastante questionado
visto que, segundo estudos uma revisão da Cochrane não há evidências suficientes para apoiar
que cremes contendo prata melhorem as taxas de cicatrização.
No Brasil, existem apenas quatro bancos de pele humana, que são capazes de
fornecer apenas 1% dos aloenxertos (um transplante entre indivíduos geneticamente
diferentes, de uma mesma espécie, por exemplo, um transplante cutâneo) necessários para o
tratamento de queimaduras graves. Embora existam opções de curativos de qualidade no
mercado, muitos desses produtos possuem um custo elevado. A fim de proporcionar um
tratamento econômico para queimaduras e feridas, foi desenvolvido um curativo biológico
derivado da pele da Tilápia do Nilo. (LIMA JUNIOR EM et al., 2020)
Nesse viés, Lima Junior EM et al. (2020) em 2011, há quase uma década atrás um
homem chamado Marcelo Borges, cirurgião plástico pernambucano, viu uma matéria no
jornal do Comércio de Pernambuco no qual o assunto abordado era sobre a tilápia, um dos
peixes mais conhecidos e consumidos no país. Na reportagem era evidenciado que os resíduos
tilápia como sua pele, tinham aproximadamente apenas 1% de serventia, sendo assim
descartada quase que por completa. Então ao avaliar essa estrutura o médico teve a ideia de
utilizar essa pele em queimaduras e posteriormente no ano de 2014, compartilhando-a com
Edmar Maciel, cirurgião plástico cearense, que o convidou para facilitar e realizar este estudo
no Ceará.
2.0 METODOLOGIA
Este artigo trata-se de uma revisão integrativa sobre o uso do ultrassom após
enxertia de pele de tilápia do Nilo em queimaduras, preferencialmente de lesão de 2º grau. A
pesquisa e seleção dos artigos selecionados deu-se nas bases de dados para elaboração desse
estudo. Os bancos de dados extraídos os embasamentos foram: Scientific Eletronic Library
Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em ciências da Saúde (LILACS),
PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Google Acadêmico nos últimos 15 anos.
3.0 RESULTADOS
De acordo com L.M. Alves et al. (2009) os estudos desenvolvidos por Gonçalves
et al.3 e Amâncio et al.7 realizaram um estudo histológico experimental com o ultrassom
terapêutico na integração de enxertos de pele de espessura total em vinte coelhas adultas
divididas em Grupo I e Grupo II. Duas áreas quadradas de 4cm2 (2x2cm) uma em cada lado
da região medial das escápulas, foram removidas como um enxerto de pele. No terceiro dia
pós-operatório o curativo era removido e sete aplicações diárias de ultrassom eram feitas, no
modo pulsado (1:2 ou 50%), com frequência de 3MHz e intensidade de 0,5W/cm2, por cinco
minutos, com cabeçote em movimento.
O procedimento foi realizado da mesma maneira na área enxertada à direita
(Grupo I) e à esquerda (Grupo II), mas com o aparelho desligado. Não foi observada nenhuma
diferença macroscópica entre os grupos. Porém, houve um aumento significativo no número
de proliferação de células e números de vasos neoformados na camada reticular da derme no
Grupo I em comparação ao Grupo II. Os autores concluíram que o ultrassom terapêutico
estimulou alterações morfológicas em nível celular.
Referentes aplicação da US em queimaduras há presença de experimentos e
estudos da performance do mecanismo da terapia em efeito as queimaduras 2º/3º grau,
cicatrizes e deformidades em queimaduras de pele humana. Sabe-se que na derme, os
fibroblastos são responsáveis por regular o tecido epitelial e interagem com os constituintes da
matriz extracelular, tais como, o colágeno, o tecido fibroso e os proteoglicanos através de uma
integração perfeita. As ondas ultra-sônicas ao penetrarem no tecido provocam vibrações sobre
os tecidos incididos a nível celular (micromassagem), acelerando a velocidade de difusão de
íons através da membrana celular, acelerando o intercâmbio de fluidos, favorecendo o
processo de difusão e melhorando o metabolismo celular (FREITAS et al., 2011).
4.0 DISCUSSÃO
Para iniciar essa fase Lima Junior EM et al. (2020) do estudo se faz necessária a
realização de vários exames e pesquisas. Após os processos de esterilização e produção das
peles, os pesquisadores iniciam os estudos in vitro, onde constata-se que o objeto de estudo, a
pele de tilápia, é livre de microrganismos patogênicos. Posteriormente também são realizados
estudos histológicos e histoquímicos com o intuito de realizar uma comparação entre a pele de
tilápia-do-Nilo com a pele humana, além de outros inúmeros outros testes. No estudo
comparativo; na aplicação da pele da tilápia em animais constatou-se uma boa aderência da
pele ao leito da ferida e melhora no processo de cicatrização, com menor infiltrado
inflamatório e menos secreção, sem apresentar alterações significativas nos exames
laboratoriais dos animais.
Assim, Lima Junior EM et al. (2020) expõe que a dor e o sofrimento do paciente
são reduzidos e a quantidade de anestésicos e analgésicos utilizados é reduzida. Além disso, a
pele de tilápia reduziu o tempo de epitelização, beneficiando pacientes e serviços de
tratamento de queimaduras. Comparado ao tratamento convencional com sulfadiazina de
prata, o custo do tratamento ambulatorial foi reduzido em 57,04%. O ensaio clínico de Fase II
foi lançado no primeiro semestre de 2017 e concluído em 2018. Foram incluídas crianças de 2
a 12 anos com queimaduras superficiais de segundo grau, e a queimadura foi inferior a 15%.
Neste ensaio clínico, a pele de tilápia novamente apresentou boa adesão ao leito da ferida,
reduzindo o número de trocas de curativos e, consequentemente, o nível de dor e ansiedade e
o uso de anestésicos
Sob esse viés, Kornowski et al. (1994) afirma que não foi constatado mudanças
visíveis aos olhos, mas em nível microscópico houve aumento e proliferação de células e do
fluxo sanguíneo. No qual obteve os resultados de inibição da dor, diminuição do hematoma,
neoformação dos vasos sanguíneos que consequentemente influencia na produção de
fibroblastos como função cordial a manutenção da integridade do tecido através da síntese dos
componentes da matriz extracelular. O sistema circulatório tem a peculiaridade única de
interagir com esse tipo de energia sonora que produz micromassagens, pois apresenta
partículas em movimento e vasomotricidade baseada num controle neuro-humoral, o que
modifica a dissipação e absorção do feixe sonoro (OLSSON et al., 2008).
Além disso, o US é uma terapia que promove resultados satisfatórios por seus
mecanismos de possibilitar por meio de parâmetros atingir o objetivo desejado. E por ser uma
terapia de baixo custo benefício e não invasivo a desvalorização ou a negligencia dos
potenciais terapêuticos exercidos pelo aparelho ou terapias avançadas podem ser motivos pelo
qual a exploração ampla não seja efetiva, porém, o seu manuseio de forma correta e analise
clínica da enfermidade podem favorecer o avanço da reestruturação da pele.
5.0 CONCLUSÃO
DE FREITAS, Tiago Petrucci; DE FREITAS, Luciana Sperb; STRECK, Emilio Luiz. Ultra-
som terapêutico no mecanismo de cicatrização: uma revisão Therapeutic ultrasound
mechanisms invol-ved in wound healing: a revision. Arquivos Catarinenses de Medicina, v.
40, n. 1, 2011.
Lima Junior EM, Morais Filho MO, Rocha MBS, Paier CRK, Rodrigues FAR, Costa BA. Uso
da pele de tilápia do Nilo em medicina regenerativa: Status atual e perspectivas futuras.
Rev Bras Queimaduras2020;19(1):78-8
Lima-Junior EM, Picollo NS, Miranda MJB, Ribeiro WLC, Alves APNN, Ferreira GE, et al.
Uso da pele de tilápia (Oreochromis niloticus), como curativo biológico oclusivo, no
tratamento de queimaduras. Rev Bras Queimaduras2017;16(1):10-17