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AO LEITOR

Dianética (do grego dia, "através", e nous, "alma") delineia os


princípios fundamentais da mente e do espírito. Através da aplicação
destas descobertas, tornou-se evidente que Dianética lidava com
um ser que desafiava o tempo - o espírito humano - originalmente
denominado como o "eu" e posteriormente o "thetan". A partir
daí, o Sr. Hubbard continuou a sua pesquisa, acabando por traçar o
caminho para a plena liberdade espiritual para o indivíduo.
Dianética é uma precursora e um subestudo de Scientology que,
tal como é praticada pela Igreja, dirige-se unicamente ao "thetan"
(espírito), que é superior ao corpo, e à sua relação com este e os
seus efeitos no corpo.
Este livro é apresentado na sua forma original e faz parte da
literatura religiosa e das obras de L. Ron Hubbard, não é uma
declaração formal feita pelo autor, editor ou qualquer Igreja
de Scientology. É um registo das observações e pesquisa do
Sr. Hubbard sobre a vida e a natureza do Homem.
Dianética e Scientology não se apresentam como, nem professam
ser, curas físicas, nem é feita qualquer declaração nesse sentido.
A Igreja não aceita indivíduos que queiram tratamento de doenças
físicas ou mentais mas, em vez disso, exige um exame médico
competente das suas condições físicas, feito por especialistas
qualificados, antes de se dirigir à sua causa espiritual.
O Electrómetro Hubbard®, ou E-Metro, não é médica ou
cientif icamente capaz de melhorar a saúde ou as funções do
corpo de alguém e é para f ins religiosos, usado somente por
estudantes e ministros de Scientology. É usado para confessionais e
aconselhamento pastoral. E para auxiliar os paroquianos a localizar
a fonte de sofrimento espiritual.
A obtenção dos benefícios e objectivos de Dianética e Scientology
requer a participação dedicada do indivíduo, pois é somente através
dos seus próprios esforços que ele poderá obtê-los.
Esperamos que a leitura deste livro seja apenas a primeira etapa
numa viagem pessoal de descoberta nesta nova e vital religião
mundial.

ESTE LIVRO PERTENCE A:


O P O D E R D A M E N T E
S O B R E O C O R P O
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2600 Glostrup, Denmark
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Reservados. Qualquer cópia, tradução, duplicação, importação
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ISBN 978-87-7688-504-5
Dianética, Hubbard, Purification (Purificação), Scientology, The Bridge (A Ponte),
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propriedade de Religious Technology Center e são usadas com a sua permissão.
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das igrejas e missões filiadas de Scientology.
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PORTUGUESE- DIANET ICS: THE MODERN SCIENCE OF MENTAL HEALTH
DEDICADO A

OOitt �uiant
NOTA IMPORTANTE
Ao ler este livro certifique-se muito bem de nunca
passar à frente de uma palavra que não compreenda
totahnente. A única razão pela qual mna pessoa desiste
de um estudo ou fica confusa ou incapaz de aprender
é porque passou à frente de uma palavra que não foi
compreendida.
A confusão ou incapacidade de perceber ou
aprender vem DEPOIS de uma palavra que uma pessoa
não definiu nem compreendeu. Poderão não ser apenas
as palavras novas e pouco comuns que terá de procurar.
Algumas palavras de uso commn podem muitas vezes
estar 1nal definidas e assim causar confusão.
Este dado acerca de não passar à frente de uma
palavra não definida é o facto 1nais importante e1n
todo o assunto do estudo. Cada assunto que estudou
e abandonou continha palavras que você deixou por
definir.
Por conseguinte, ao estudar este livro certifique-se
muito, muito be1n de nunca passar à frente de uma
palavra que não compreenda inteiramente. Se o
material se tornar confuso ou parecer que não pode
entendê-lo, existirá logo antes u1na palavra que não
compreendeu. Não avance mais, mas volte até ANTES
do ponto em que encontrou dificuldades, encontre a
palavra mal-entendida e procure defini-la.

GLOSSÁRIO
Foi providenciado um glossário de Termos de Dianética
no fim deste livro. Além disso, para ajudar a com­
preensão do leitor, L. Ron Hubbard deu instruções
para os editores fornecerem as definições de outras
palavras e frases. Estas estão incluídas no Apêndice,
no Glossário do Editor de Palavras, Termos e Frases. As
palavras por vezes têm diversos significados. O Glossário
do Editor dá apenas os significados das palavras c01no
são usadas neste texto. As outras definições podem
ser encontradas num dicionário normal da língua ou
de Dianética e Scientology.
Se encontrar outras palavras que não conhece, deve
procurá-las num bom dicionário.
.,_,1,., ...... ,,,,1,1,11
..

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SINOPSE

Dianética (do grego dia, através, e nous, mente ou alma) é


a ciência da mente. Apesar de ser muito mais simples do
que a Física ou a Química, esta é comparável com esses
ramos da ciência em termos da exactidão dos seus axiomas
e encontra-se num escalão de utilidade consideravelmente
superior. A fonte oculta de todas as doenças psicossomáticas e de
toda a aberração humana foi descoberta e foram desenvolvidos
métodos para a cura invariável de ambas.

D IANÉTICA É DE FACTO uma família de ciências que abarca as várias


humanidades e que as traduziu em definições exactas e úteis. Este livro
trata da Dianética Individual e é um manual que contém os métodos
necessários para lidar com as relações interpessoais e para o tratamento
da mente. Com as técnicas apresentadas neste manual, qualquer leigo
inteligente pode tratar com êxito todas as doenças psicossomáticas e
aberrações inorgânicas. Mas mais importante do que isso, os métodos
apresentados neste manual produzirão o Clear de Dianética, um indivíduo
em óptimas condições com uma inteligência consideravelmente superior
ao normal actual, ou produzirão um Liberado de Dianética, um indivíduo
que se libertou das suas principais doenças ou ansiedades. O Liberado
pode ser feito em menos de vinte horas de trabalho e esse é um estado
superior a qualquer dos que são produzidos por vários anos de psicanálise,
uma vez que o Liberado não tem recaídas.
1
Dianética é uma ciência exacta e a sua aplicação tem uma natureza
semelhante à engenharia, mas é mais simples do que esta. Os seus axiomas
não devem ser confundidos com teorias, visto que se pode demonstrar
que estes existem como leis naturais que não tinham sido anteriormente
descobertas. O Homem conheceu várias porções de Dianética nos
últimos milhares de anos, mas os dados não foram avaliados em função
da sua importância, não foram organizados num corpo de conhecimento
exacto. Adicionalmente às coisas que se conheciam, mesmo que não
estivessem avaliadas, Dianética contém um grande número das suas
próprias descobertas novas acerca do pensamento e da mente.
Os axiomas poderão ser encontrados nas páginas finais deste
livro.* Quando compreendidos e aplicados, estes abarcam o campo do
empreendimento e do pensamento humano e produzem resultados de
precisão.
A principal contribuição de Dianética é a descoberta de que os
problemas do pensamento e da função mental podem ser resolvidos
dentro dos limites do universo finito, o que é o mesmo que dizer que
todos os dados necessários para solucionar a acção mental e o esforço do
Homem podem ser medidos, sentidos e experimentados como verdades
científicas independentes do misticismo ou da metafísica. Os vários
axiomas não são suposições ou teorias - como acontece com as ideias do
passado acerca da mente - mas são leis que podem ser sujeitas aos testes
laboratoriais e clínicos mais vigorosos que possam existir.
A primeira lei de Dianética é uma declaração do Princípio Dinâmico
da Existência.
O PRINCÍPIO DINÂMICO DA EXISTÊNCIA É: SOBREVIVER!

Não se conseguiu descobrir a existência de qualquer comportamento


ou actividade que não estivesse sujeito a este princípio. Não é novidade
que a vida está a sobreviver. Mas é novidade que a vida tem, como o seu
único impulso dinâmico, apenas a sobrevivência.
A sobrevivência está dividida em quatro dinâmicas. A sobrevivência
pode ser compreendida como estando situada em qualquer uma das
dinâmicas e, através de uma lógica defeituosa, pode ser explicada em
termos de qualquer dinâmica individual. Pode-se dizer que um homem
* Ver Axiomas Fundamentais de Dianética.

11
SINOPSE

sobrevive unicamente para si próprio e que todo o comportamento


pode ser formulado com base nisso. Pode-se dizer que ele sobrevive
unicamente para o sexo e que todo o comportamento pode ser formulado
somente com base no sexo. Pode-se dizer que ele sobrevive unicamente
para o grupo ou apenas para a Humanidade, e que todo o esforço e
comportamento do indivíduo podem ser equacionados e explicados a
partir de qualquer um destes. Estas são quatro equações da sobrevivência,
qualquer uma delas é aparentemente verdadeira. Contudo, a totalidade
do problema do propósito do Homem não pode ser solucionado se não
admitirmos a existência de todas as quatro dinâmicas em cada um dos
indivíduos. Equacionado deste modo, o comportamento do indivíduo
pode ser estimado com precisão. Estas dinâmicas abarcam, então, a
actividade de um ou de muitos homens.

DINÂMICA UM: O impulso do indivíduo para alcançar o potencial


de sobrevivência mais elevado em termos do Eu e os seus
simbiotas mais próximos.

DINÂMICA DOIS: O impulso do indivíduo para alcançar o


potencial de sobrevivência mais elevado em termos de sexo, quer
pelo acto em si quer pela criação e educação das crianças.

DINÂMICA TRÊS: O impulso do indivíduo para alcançar o


potencial de sobrevivência mais elevado em termos de grupo,
quer seja civil, político ou racial e os simbiotas desse grupo.

DINÂMICA QUATRO: O impulso do indivíduo para alcançar


o potencial de sobrevivência mais elevado em termos da
Humanidade e os simbiotas da Humanidade.

Com esta motivação, o indivíduo ou a sociedade procura a sobre­


vivência e não existe nenhuma actividade humana de qualquer tipo
que tenha outro fundamento: a experimentação, a investigação e os
testes prolongados demonstraram que o indivíduo não-aberrado, o Clear,
era motivado nas suas acções e decisões por todas as dinâmicas acima
mencionadas e não apenas por uma delas.
O Clear, o objectivo da terapia de Dianética, pode ser criado a
partir de pessoas psicóticas, neuróticas, perturbadas, criminosas ou
111
simplesmente normais, se elas possuírem sistemas nervosos organicamente
intactos. Ele demonstra a natureza básica da Humanidade e tem-se
verificado que essa natureza básica é, uniforme e invariavelmente,
boa. Actualmente, isso é um facto científico comprovado e não uma
simples opinião.
O Clear atingiu um estado estável num plano bastante elevado. Ele é
persistente e vigoroso, e prossegue a sua vida com entusiasmo e satisfação.
Ele é motivado pelas quatro dinâmicas acima mencionadas. Ele alcançou
o pleno poder e uso de capacidades que estavam anteriormente ocultas.
A inibição de uma ou mais dinâmicas num indivíduo causa uma
condição aberrada, tende para a perturbação mental e para as doenças
psicossomáticas, faz com que o indivíduo tire conclusões irracionais e
que actue, apesar de ainda ser num esforço para sobreviver, de formas
destrutivas.
A técnica de Dianética apaga, sem drogas, hipnotismo, cirurgia,
choque ou outros meios artificiais, os bloqueios nestas várias dinâmicas.
A remoção desses bloqueios permite o fluxo livre das várias dinâmicas
e resulta, obviamente, num aumento da persistência na vida e numa
inteligência mui to mais alta.
A precisão de Dianética torna possível impedir ou liberar estas
dinâmicas, conforme a vontade e com resulta dos invariáveis.
A fonte oculta de todos os distúrbios mentais inorgânicos e de todas
as doenças psicossomáticas foi uma das descobertas de Dianética.
Esta fonte não era conhecida nem suspeitada, apesar de ter sido
vigorosamente procurada, durante milhares de anos. A comprovação
de que a fonte que foi descoberta é de facto a verdadeira fonte requer
menos provas laboratoriais do que aquelas que teriam sido necessárias
para provar a correcção da descoberta de William Harvey relativa à
circulação sanguínea. A prova não depende de um teste laboratorial
com instrumentos complicados, muito pelo contrário, pode ser feita em
qualquer grupo de homens, por qualquer indivíduo inteligente.
Descobriu-se que a fonte de aberração era uma submente insuspeitada
até agora que, com os seus próprios registos intactos, está subjacente
àquilo que o Homem entende como a sua mente "consciente". O conceito
de mente inconsciente é substituído em Dianética pela descoberta de
que a mente "inconsciente" é a única mente que está sempre consciente.
IV
SINOPSE

Em Dianética, essa submente chama-se a mente reactiva. Vm vestígio


de um passo primitivo na evolução do Homem, a mente reactiva possui
vigor e poder de comando a um nível celular. Ela não se "lembra": ela
regista e usa os registos unicamente para produzir acção. Ela não "pensa":
ela selecciona os registos e impinge-os à mente consciente e ao corpo sem
o conhecimento ou o consentimento do indivíduo. A única informação
que o indivíduo tem de uma tal acção é a sua percepção ocasional de
que não está a actuar racionalmente acerca de uma ou outra coisa, sem
conseguir perceber porquê. Não existe nenhum "censor".
A mente reactiva funciona exclusivamente com base na dor física e na
emoção dolorosa. Não é capaz de pensamento diferenciador, mas actua
numa base de estímulo-resposta. Este é o princípio em que se baseia o
funcionamento da mente animal. Esta não recebe os seus registos como
memória ou experiência, mas apenas como forças para serem reactivadas.
Ela recebe os seus registos como engramas celulares quando a mente
"consciente" está "inconsciente".
Mesmo quando está sob o efeito de drogas, quando está anestesiado
como acontece durante uma operação, quando fica "inconsciente" devido
a um ferimento ou a uma doença, o indivíduo ainda tem a sua mente
reactiva a funcionar em pleno. Ele poderá não estar "consciente" daquilo
que ocorreu, mas, tal como Dianética descobriu e pode provar, tudo
aquilo que lhe aconteceu no intervalo em que esteve "inconsciente" foi
completa e integralmente registado. Esta informação não foi apreciada
pela sua mente consciente, não foi avaliada nem analisada. Em qualquer
data futura, esta pode ser reactivada por circunstâncias semelhantes
obser vadas pelo indivíduo desperto e consciente. Quando qualquer
um desses registos, que se designa por engrama, fica reactivado, este
tem força de comando. Este desliga, em maior ou menor grau, a mente
consciente, assume o comando dos controlos motores do corpo e
provoca um comportamento ou acção que a mente consciente, o próprio
indivíduo, nunca consentiria. No entanto, ele é manejado pelos seus
engramas como se fosse uma marioneta.
As forças antagonistas do ambiente exterior entraram assim, no
próprio indivíduo, sem o seu conhecimento ou consentimento. E
aí, elas criam um mundo interior baseado na força, que age não só
contra o mundo exterior, mas também contra o próprio indivíduo.
V
A aberração é causada por aquilo que foi feito ao indivíduo, não por
aquilo que o indivíduo fez.
Desde há muito tempo que o Homem tem auxiliado inadvertidamente
a mente reactiva ao supor que uma pessoa, quando num estado de
"inconsciência" devido a drogas, doença, ferimento ou anestésico, não
tinha qualquer capacidade para registar. Isto permite a entrada de uma
enorme quantidade de dados no banco reactivo, pois ninguém tem tido
o cuidado de manter o silêncio em redor de uma pessoa "inconsciente". A
invenção da linguagem e a entrada da linguagem no banco de engramas
da mente reactiva complica seriamente as reacções mecanistas. Os
engramas que contêm lin guagem impingem-se à mente consciente como
comandos. Os engramas contêm, então, um potencial de comando
muito mais elevado do que qualquer comando no mundo exterior.
O pensamento é dirigido e motivado pelos engramas irracionais. Os
processos do pensamento são perturbados não apenas por estes comandos
engrâmicos, mas também pelo facto de que a mente reactiva reduz,
através da regeneração da inconsciência, a capacidade para pensar. Devido
a isto, poucas pessoas possuem mais de 1 O por cento da sua consciência
potencial.
Toda a dor física e emoção dolorosa de uma vida inteira - quer o
indivíduo tenha "conhecimento" dela ou não - está contida e registada
no banco de engramas. Nada foi esquecido. Toda a dor física e emoção
dolorosa, por muito que o indivíduo possa pensar que as tenha resolvido,
são capazes de voltar a infligi-lo a partir do seu nível oculto a menos que
essa dor seja removida através da terapia de Dianética.
O engrama, e apenas o engrama, causa a aberração e a doença
psicossomática.
A terapia de Dianética poderá ser expressada· resumidamente.
Dianética apaga toda a dor de uma vida inteira. Quando esta dor
é apagada no banco de engramas e é rearquivada como memória e
experiência nos bancos de memória, todas as aberrações e doenças
psicossomáticas desaparecem, as dinâmicas são completamente
reabilitadas e o ser físico e mental regenera-se. Dianética deixa um
indivíduo com a memória completa, mas sem dor. Testes exaustivos
demonstraram que a dor oculta não é uma necessidade, mas pelo
contrário, é sempre e invariavelmente um risco para a saúde, para a
Vl
SINOPSE

habilidade, para a felicidade e para a sobrevivência potencial do indivíduo.


Esta não tem qualquer valor de sobrevivência.
O método que é usado para rearquivar a dor é outra descoberta.
O Homem sempre possuiu um outro processo de se lembrar do qual
ele não estava ciente. Ao longo dos tempos, alguns indivíduos tiveram
conhecimento deste processo e usaram-no sem se aperceberem do que
estavam a fazer ou de que estavam a fazer algo que o Homem, como um
todo, não sabia que podia ser feito. Este processo chama-se retornar.
Num estado completamente desperto e sem o envolvimento de drogas,
um indivíduo pode retornar a qualquer período da sua vida, desde que
o acesso a essas áreas não esteja bloqueado por engramas. Dianética
desenvolveu técnicas para contornar esses bloqueios e reduzi-los de uma
condição de Incógnita Poderosa para uma condição de memória útil.
A técnica da terapia é realizada num processo a que se chama rêverie
de Dianética. O indivíduo que é submetido a este processo está sentado
ou deitado numa sala tranquila e é acompanhado por um amigo ou
terapeuta profissional que actua como auditor. O auditor direcciona a
atenção do paciente para o próprio paciente e depois começa a colocar o
paciente em vários períodos da sua vida dizendo-lhe simplesmente para
"ir para lá" em vez de lhe dizer para se "lembrar".
Toda a terapia é realizada viajando na linha do tempo e não através de
lembranças ou de associações. Todo o ser humano tem uma linha do
tempo. Esta começa com a vida e termina com a morte. É uma sequência
de eventos completa de portal a portal, tal como é gravada.
Em Dianética, a mente consciente é designada por mente analítica, um
termo ligeiramente mais preciso. A mente analítica é constituída pelo
"Eu" (o centro da consciência), por toda a capacidade computacional
do indivíduo e pelos bancos de memória padrão - que estão repletos
de percepções do passado do indivíduo, quer este estivesse acordado
ou no seu sono normal (todo o material que não seja engrâmico). Não
existem dados em falta nesses bancos padrão, está tudo ali, com todo
o movimento, cor, som, tacto, cheiro e todos os outros sentidos, desde
que não haja defeitos físicos orgânicos. O "Eu" poderá não ser capaz de
alcançar os seus bancos padrão devido à existência de dados reactivos
que barram porções desses bancos à visão do "Eu". Um "Eu" Aclarado
é capaz de alcançar todos os momentos da sua vida sem esforço ou
Vll
desconforto e percepcionar tudo aquilo que alguma vez experimentou,
recordando-os com todo o movimento, cor, som, tom e os outros sentidos.
O grau de completude e a profusão dos dados existentes nos bancos
padrão é uma descoberta de Dianética e a significância dessas recordações
é uma descoberta adicional.
O auditor dirige a viagem do "Eu" ao longo da linha do tempo do
paciente. O paciente tem conhecimento de tudo aquilo que está a ocorrer,
está em pleno controlo de si mesmo e é capaz de se trazer a si próprio
para o presente sempre que o quiser fazer. Não se usa o hipnotismo nem
quaisquer outros meios. O Homem poderá não ter tido conhecimento
de que ele podia fazer isto, mas é algo muito simples.
Utilizando métodos de precisão, o auditor recupera dados dos
momentos de "inconsciência" mais antigos da vida do paciente,
entendendo-se que essa "inconsciência" foi causada por choque ou dor,
não pela mera inconsciência. Assim, o paciente contacta os engramas
do nível celular. Retornado a esses engramas e levado a avançar através
destes pelo auditor, o paciente reexperimenta esses momentos algumas
vezes, até que por fim, estes acabam por ser apagados e são rearquivados,
automaticamente, como memória padrão. Como o auditor e o paciente
podem verificar, todo o incidente desapareceu e deixou de existir. Se
eles procurassem cuidadosamente nos bancos padrão, eles voltariam a
encontrá-lo, mas agora está arquivado como: "Anteriormente aberrativo,
não permitir que seja inserido no computador, nessa condição." Áreas
posteriores de "inconsciência" são impenetráveis até que outras mais
antigas sejam apagadas.
A quantidade de desconforto experimentada pelo paciente é mínima.
Ele é repelido principalmente por comandos engrâmicos que impõem
emoções e reacções de diversas maneiras.
Num Liberado, o caso não progrediu até ao ponto de recordação
completa. Num Clear, existe uma memória completa de toda a vida, com
o bónus adicional de que ele possui uma recordação fotográfica com cor,
movimento, som, etc., além de uma capacidade computacional óptima.
As doenças psicossomáticas do Liberado são reduzidas, normalmente,
até um nível em que deixam de o incomodar daí em diante. Num Clear,

Vlll
SINOPSE

as doenças psicossomáticas deixaram de existir e não voltam a aparecer,


visto que a verdadeira fonte destas foi permanentemente anulada.
O Liberado de Dianética é comparável ao indivíduo normal corrente
ou acima. O Clear de Dianética compara-se com o normal corrente da
mesma maneira que o normal corrente se compara com o indivíduo
severamente insano.
Dianética elucida vários problemas com as suas numerosas descobertas,
os seus axiomas, a sua organização e a sua técnica. No decurso do seu
desenvolvimento foram-lhe atirados muitos dados espantosos, pois
quando alguém lida com as leis naturais e com as realidades mensuráveis,
que produzem resultados específicos e invariáveis, é preciso aceitar aquilo
que a Natureza lhe reserva, não aquilo que é agradável ou desejado.
Quando alguém lida com factos em vez de teorias e contempla, pela
primeira vez, os mecanismos da acção humana, há várias coisas que o
confundem, tal como aconteceu com Harvey e as palpitações do coração
e com Pasteur em relação às acções das leveduras. O sangue não circulava
porque o Harvey dizia que este poderia fazê-lo, nem sequer circulava por
ele dizer que este circulava. O sangue circulava e tinha estado a circular
durante éones. Harvey foi suficientemente inteligente e observador para
o descobrir, e a mesma coisa aconteceu com Pasteur e outros exploradores
daquilo que antes era desconhecido ou que ainda não fora confirmado.
Em Dianética, o facto de que a mente analítica era algo inerentemente
perfeito e que continuava estruturalmente capaz de ser restaurada
à operação plena, não foram os dados menos importantes a serem
descobertos. Que o Homem era bom, como se determinou através de
pesquisa rigorosa, acabou por não ser uma grande surpresa. Mas que
um indivíduo não-aberrado era vigorosamente repelido pelo mal e que
mesmo assim adquiria uma enorme força era espantoso, porque tinha-se
presumido incorrectamente e durante muito tempo que a aberração
era a raiz da força e da ambição, segundo as autoridades no assunto
desde os tempos de Platão. Que o Homem continha um mecanismo
que registava tudo com uma precisão diabólica, quando ele estava
visivelmente "inconsciente" e segundo todos os testes presumíveis, era
surpreendente e digno de nota.

1X
Para o leigo, a relação entre a vida pré-natal e a função mental
ainda não tinha sido completamente descartada, pois durante séculos
incontáveis as pessoas preocupavam-se com a "influência pré-natal".
Para o psiquiatra, o psicólogo e o psicanalista, a memória pré-natal
já era há muito tempo um facto aceite, pois todos concordavam que
as "memórias do útero" influenciavam a mente do indivíduo adulto.
Mas, para Dianética, o aspecto pré-natal surgiu completamente de
surpresa: uma observação indesejada e inoportuna naquela altura. Apesar
das crenças existentes - as quais não são factos científicos - de que o
feto tinha memória, o psiquiatra e outros profissionais acreditavam,
igualmente, que a memória não poderia existir num ser humano até
que a bainha de mielina fosse formada em redor dos nervos. Isto era tão
confuso para Dianética como foi para a psiquiatria. Depois de muito
trabalho, realizado ao longo de al guns anos, Dianética estabeleceu com
precisão a influência exacta que a vida pré-natal viria a ter mais tarde na
mente.
Existirão aqueles que, não estando devidamente informados, dirão
que Dianética "aceita e acredita" na memória pré-natal. Para além do
facto de que uma ciência exacta não "acredita", mas sim estabelece e
prova factos, pode-se dizer enfaticamente que Dianética não acredita
na memória pré-natal. Dianética teve de invadir o campo da citologia
e da biologia e teve de formar muitas conclusões através da pesquisa;
teve de localizar e estabelecer tanto a mente reactiva como os bancos
de engramas ocultos que nunca foram anteriormente conhecidos, antes
de se deparar com problemas "pré-natais". Tinha-se descoberto que,
provavelmente, a gravação dos engramas era feita ao nível celular, que o
banco de engramas estava contido nas células. Descobriu-se depois que
as células, ao se reproduzirem no interior do organismo de uma geração
para a seguinte, aparentemente transportavam consigo os seus próprios
bancos de memória. As células são o primeiro escalão de estrutura, são os
elementos construtivos básicos. Elas constroem a mente analítica. Elas
operam, como o chicote, a mente reactiva. Onde existem células humanas,
existem engramas potenciais. As células humanas começam com o zigoto,
prosseguem o seu desenvolvimento com o embrião, tornam-se no feto e,
por fim, no bebé. Cada estádio deste desenvolvimento é capaz de reacção.
Cada estádio no crescimento da colónia de células tem células completas
X
SINOPSE

que são capazes de registar engramas. Em Dianética não se considera a


memória pré-natal, uma vez que os bancos padrão, que um dia acabarão
por servir o analisador completado do bebé, da criança e do homem,
não estão eles próprios completos. No que diz respeito à terapia de
Dianética não existe "memória" nem "experiência" antes da bainha dos
nervos estar desenvolvida. Mas a terapia de Dianética lida com engramas,
não com memórias, com gravações, não com experiências. E onde quer
que existam células humanas pode ser demonstrada a possibilidade
da ocorrência de engramas e, quando a dor física está presente, então
pode-se demonstrar que foram criados engramas.
O engrama é um registo semelhante às indentações nas ranhuras de
um disco fonográfico: é um registo completo de tudo aquilo que ocorreu
durante o período de dor. Com as suas técnicas, Dianética pode localizar
qualquer engrama que as células tenham ocultado e durante a terapia o
paciente irá muitas vezes descobrir que está na linha do tempo celular
pré-natal. Ele localizará engramas nessa área e apenas vai até lá porque
existem lá engramas. O nascimento é um engrama e, em Dianética,
este é recuperado como uma gravação, não como uma memória. Através
do retorno e da extensão celular da linha do tempo, o armazenamento
de dor no zigoto pode ser, e é, recuperado. Não é uma memória. Essa
dor foi impingida à mente analítica e obstruiu os bancos padrão onde
a memória está armazenada. Isto é muito diferente de uma memória
pré-natal. Dianética recupera engramas pré-natais e verifica que estes são
responsáveis por muita aberração, também descobre que as saudades do
útero não se encontram presentes em nenhum paciente, mas que por
vezes os engramas ordenam um retorno a este, tal como acontece em
determinadas psicoses regressivas que tentam refazer o corpo para que
este volte a ser um feto.
Este tema da vida pré-natal é discutido bastante extensivamente nesta
sinopse, para dar uma perspectiva sobre este assunto ao leitor. Estamos
a lidar aqui com uma ciência exacta, com axiomas precisos e com novos
métodos de aplicação. Através dest�s, nós adquirimos um controlo sobre
a aberração e as doenças psicossomáticas. E com estes, nós damos um

a
passo evolucionário no desenvolvimento do Homem, que o coloca no
próximo estádio acima dos seus parentes afastados do reino animal.
Xl
INDICE

SINOPSE 1

INTRODUÇÃO

Como Ler este Livro 1

LIVRO UM: 0 OBJECTIVO do HOMEM

CAPÍTULO UM
O Âmbito de Dianética 7
CAPÍTULO DOIS
O Clear
CAPÍTULO TRÊS
O Objectivo do Homem 25
CAPÍTULO QUATRO
As Quatro Dinâmicas
CAPÍTULO CINCO
Sumário 47
LIVRO DOIS: A ÚNICA FONT E de TODAS as DOENÇAS
MENT AIS INORGÂNICAS e PSICOSSOMÁT ICAS ORGÂNICAS

CAPÍTULO UM
A Mente Analítica e os Bancos de Memória Padrão 55
CAPÍTULO DOIS
A Mente Reactiva
CAPÍTULO TRÊS
A Célula e o Organismo
CAPÍTULO QUATRO
Os "Demónios" 103
CAPÍTULO CINCO
Doença Psicossomática 111
CAPÍTULO SEIS
A Emoção e as Dinâmicas 133
CAPÍTULO SETE
Experiência Pré-natal e Nascimento
CAPÍTULO OITO
O Contágio da Aberração
CAPÍTULO NOVE
Key-in do Engrama 173
CAPÍTULO DEZ
Dianética Preventiva
LIVRO TRÊS: TERAPIA

CAPÍTULO UM
A Protecção da Mente 201
CAPÍTULO DOIS
Liberado ou Clear
CAPÍTULO TRÊS
O Papel do Auditor 213
CAPÍTULO QUATRO
Diagnóstico 221
CAPÍTULO CINCO
O Retorno, o Arquivista e a Linha do Tempo 2 39
CAPÍTULO SEIS
As Leis do Retorno 2 55
CAPÍTULO SETE
Emoção e a Força Vital 27 9
CAPÍTULO OITO
Alguns Tipos de Engramas
CAPÍTULO NOVE: PARTE UM
Mecanismos e Aspectos da Terapia 335
CAPÍTULO NOVE: PARTE DOIS
Mecanismos e Aspectos da Terapia
CAPÍTULO DEZ
Dianética - Passado e Futuro 479
Termos de Dianética 493
Axiomas Fundamentais de Dianética 497
Dianética no Século XXI
APENDICE

Estudo Adicional 52 3
Guia para os Materiais 53 O
Endereços 53 2
Glossário do Editor de Palavras, Termos e Frases 537
Índice Remissivo 619
COMO LER
este LIVRO

DIANÉTICA É UMA AVENTURA. É uma exploração da Terra Incognita,


a mente humana, aquele reino vasto e até agora desconhecido situado
um centímetro atrás da nossa fronte.
As descobertas e desenvolvimentos que possibilitaram a formulação de
Dianética ocuparam muitos anos de pesquisa exacta e testes cuidadosos.
Foi exploração; também foi consolidação. O caminho está desbravado,
as rotas estão suficientemente cartografadas para que você viaje em
segurança dentro da sua própria mente e aí recupere todo o seu potencial
inerente que, sabemos agora, não é baixo, mas sim muito, muito elevado.
À medida que progride na terapia, a sua aventura será saber porque é
que você fez o que fez, quando o fez; saber o que causou aqueles Medos
Sinistros e Desconhecidos que lhe surgiam em pesadelos quando criança;
saber onde se encontram os seus momentos de dor e prazer. Há muita
coisa que um indivíduo não sabe sobre si próprio, sobre os seus pais e
sobre os seus "motivos". Algumas das coisas que vai descobrir poderão
espantá-lo, pois os dados mais importantes da sua vida talvez não sejam
memórias, mas sim engramas nas profundezas ocultas da sua mente:
não articulados, mas apenas destrutivas.
1
D1ANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

Encontrará muitas razões pelas quais "não pode melhorar" e saberá,


mais tarde, quando encontrar as frases mandantes nos engramas, como
essas razões são divertidas, especialmente para si.
Dianética não é uma aventura solene. Apesar de ter a ver com
sofrimento e perda, acaba sempre em riso - tão tolas e mal interpretadas
eram as coisas que causavam o infortúnio.
A sua primeira viagem à sua própria Terra lncognita será através das
páginas deste livro. Verificará, à medida que lê, que muitas coisas que
"você sempre soube que eram assim" estão aqui articuladas. Ficará
contente por saber que, em muitos dos seus conceitos da existência, você
não defendia opiniões, mas sim factos científicos. Encontrará também
muitos dados que são conhecidos de todos desde há muito tempo, e
possivelmente considerará que estes estão longe de ser novidade e terá
tendência a subestimá-los. Sem dúvida que a subestimação desses factos
impediu-os de serem valiosos, independentemente de há quanto tempo
são conhecidos, pois um facto nunca é importante sem uma avaliação
adequada e sem a sua relação exacta com outros factos. Neste livro, você
está a seguir uma vasta rede de factos que, ao se estender, pode ser vista
como abrangendo todo o campo do Homem em todos os seus afazeres.
Felizmente, você não precisa de se preocupar em seguir nenhuma dessas
linhas para muito longe, antes de ter chegado ao fim. E então, estes
horizontes alargar-se-ão o suficiente para satisfazer qualquer pessoa.
Dianética é um assunto amplo, mas apenas porque o próprio Homem
é um assunto amplo. A ciência do seu pensamento não pode deixar
de abranger todas as suas acções. Através de uma compartimentação
e relação cuidadosa de dados, o campo foi mantido suficientemente
estreito para ser seguido com facilidade. A maior parte deste manual
falará, sem qualquer menção específica, acerca de si, da sua família e
dos seus amigos, pois você vai encontrá-los aqui e ficará a conhecê-los.
Neste volume não se fez qualquer esforço por usar frases ressonantes
ou retumbantes, polissílabos de sobrolho carregado ou um desapego
professoral. Quando se está a dar respostas simples não é preciso tornar
a comunicação mais difícil do que é necessário para transmitir as ideias.
Utilizou-se uma "linguagem básica", grande parte da nomenclatura
é coloquial; além de não se ter empregado o pedantismo, também
se optou por ignorá-lo. Este volume comunica com vários estratos
2
CoMo LER este L1vRo

sociais e profissões; não se observaram as nomenclaturas preferidas


de ninguém, uma vez que tal emprego impediria a compreensão de
outros. Por isso, senhor psiquiatra, seja indulgente connosco quando
não usamos a sua estrutura, pois aqui não precisamos de estrutura; seja
indulgente connosco, senhor doutor, quando chamamos constipação a
uma constipação e não uma inflamação catarral do tracto respiratório,
pois isto é, essencialmente, engenharia e estes engenheiros são capazes
de dizer qualquer coisa. E você, senhor letrado, não gostaria de
ser sobrecarregado com os sinais de somatórios e com as equações
Lorentz-FitzGerald-Einstein, por isso, nós não vamos sobrecarregar
o leitor menos purista com a gramática hegeliana cientificamente
impossível, que insiste na existência factual de absolutos.
O plano do livro poderia ser representado como um cone que começa
com uma simplicidade e que desce para uma aplicação mais ampla. Este
livro segue, mais ou menos, os passos reais do desenvolvimento de
Dianética. Primeiro, houve o Princípio Dinâmico da Existência, depois
o seu significado, depois a fonte de aberração e finalmente a aplicação
de tudo como terapia e as técnicas de terapia. Você não achará nada
disto muito difícil. Foi o originador que teve a dificuldade. Você devia
ter visto as primeiras equações e postulados de Dianética! À medida que
a pesquisa foi progredindo e o campo se foi desenvolvendo, Dianética
começou a simplificar-se. Esta é uma garantia razoável de que se está
num caminho recto de ciência. Só as coisas mal conhecidas é que se
tornam mais complexas à medida que se vai trabalhando nelas.
Sugerimos que leia este livro até ao fim. Quando chegar ao fim, já
deverá ter um excelente domínio do assunto. O livro está organizado
de modo que isso aconteça. Cada facto relacionado com a terapia de
Dianética é apresentado de várias maneiras e introduzido repetidamente.
Deste modo, os factos importantes terão sido levados à sua atenção.
Quando terminar o livro, poderá voltar ao princípio, examiná-lo e
estudar aquilo que acha que precisa de saber.
Quase toda a filosofia básica e certamente todas as derivações da
matéria principal de Dianética foram excluídas desta obra, em parte
porque este volume tinha de ser menor que meio milhão de palavras
e em parte porque o lugar delas é num livro separado, onde podem
3
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
receber uma apresentação adequada. Não obstante, encontrará neste
volume o âmbito da ciência, além da terapia propriamente dita.
Você está a começar uma aventura. Trate-a como uma aventura. E
oxalá que nunca mais seja o mesmo. Q

4
0 ÜBJECTIVO
do HOMEM

LIVRO UM
LIVRO UM, CAPÍTULO UM

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1
1
1
1
i

O AMBITO de DIANÉTICA

UMA CIÊNCIA DA MENTE é um objectivo que tem absorvido


milhares de gerações humanas. Exércitos, dinastias e civilizações inteiras
pereceram por não a possuírem. Roma desfez-se em pó por esta lhe
faltar. A China nada em sangue por necessitar desta ciência. E no arsenal
há uma bomba atómica, com a sua ogiva esperançosa, completamente
armada e com total ignorância dela.
Nenhuma busca foi prosseguida mais inexoravelmente ou foi mais
violenta. Nenhuma tribo primitiva, por mais ignorante que fosse, deixou
de reconhecer o problema como sendo um problema, nem deixou de
apresentar pelo menos uma tentativa de formulação. Hoje encontramos
o aborígene da Austrália a substituir uma ciência da mente por um
"cristal de cura mágico". O xamã da Guiana Inglesa tenta substituir as
leis mentais com a sua canção monótona e o charuto consagrado. O
tambor pulsante do xamã Goldi substitui uma técnica adequada para
aliviar a falta de serenidade nos pacientes.
A Idade de Ouro e iluminada da Grécia tinha, apesar de tudo, apenas
superstição nos seus principais sanatórios para as doenças mentais, o
templo de Asclépio. O máximo que os romanos podiam fazer pela paz

7
LIVRO uM g CAPÍTULO uM
de espírito dos doentes era apelar aos Penates, as divindades domésticas,
ou oferecer sacrifícios a Febris, a deusa das febres. E séculos mais tarde,
podemos encontrar um rei de Inglaterra nas mãos de exorcistas, que
procuravam curá-lo dos seus delírios ao expulsarem os demónios que o
possuíam.
Desde os tempos mais remotos até ao presente, na tribo mais primitiva
ou na civilização mais magnificamente ornamentada, o Homem tem-se
encontrado num estado de impotência temerosa quando confrontado
com os fenómenos de doenças estranhas ou aberrações. O seu desespero
nos seus esforços para tratar o indivíduo alterou-se muito pouco durante
toda a sua história e, até meados deste século XX, as percentagens de
alívio, em termos de perturbações mentais individuais, foram iguais aos
sucessos dos xamãs confrontados com os mesmos problemas. Segundo um
escritor moderno, o único avanço da psicoterapia foi arranjar aposentos
mais limpos para os loucos. Em termos de brutalidade no tratamento dos
insanos, os métodos do xamã ou de Bedlam foram bastante superados
pelas técnicas "civilizadas" de destruição dos tecidos nervosos com a
violência do choque e da cirurgia - tratamentos que não eram justificados
pelos resultados obtidos e que não teriam sido tolerados na sociedade
primitiva mais cruel, uma vez que reduzem a vítima a um mero estado de
morto-vivo, destruindo a maior parte da sua personalidade e ambição e
transformando-a em nada mais do que um animal controlável. Longe de
ser uma crítica às práticas do "neurocirurgião" e do picador de gelo que
ele enfia e torce nas mentes insanas, estas práticas são apresentadas aqui
apenas para demonstrar a profundidade do desespero a que o Homem
pode chegar ao defrontar-se com o problema aparentemente insolúvel
das mentes perturbadas.
Na esfera mais vasta das sociedades e nações, a falta dessa ciência
da mente nunca foi tão evidente; porque as ciências físicas, avançando
impensadamente muito à frente da capacidade do Homem para
compreender o Homem, deram-lhe armas terríveis e eficazes que apenas
aguardam outra eclosão da insanidade social da guerra.
Estes problemas não são ligeiros: encontram-se atravessados no
caminho de cada homem; aguardam juntamente com o seu futuro. Desde
que o Homem reconheceu que a sua principal superioridade sobre o

8
O ÂMBITO de D1ANÉTICA

reino animal era uma mente pensante, desde que ele compreendeu que
a sua mente era a sua única arma, ele procurou, ponderou e postulou,
esforçando-se por encontrar uma solução.
Tal como um puzzle espalhado por uma mão descuidada, as equações
que levariam a uma ciência da mente e, acima disso, levariam a uma ciência
mestra do universo, foram reformuladas vezes sem conta. Algumas
vezes seriam unidos dois fragmentos. Outras vezes, como no caso da
Idade de Ouro da Grécia, construía-se uma secção inteira. O filósofo, o
xamã, o curandeiro, o matemático: cada um deles olhou para as peças.
Al guns acharam que elas deviam pertencer a puzzles diferentes. Outros
pensaram que pertenciam todas ao mesmo puzzle. Alguns disseram
que havia realmente seis puzzles; outros disseram que eram dois. E as
guerras prosseguiram e as sociedades adoeceram ou foram dispersas, e
escreveram-se doutos livros sobre as hordas de loucos que não paravam
de crescer.
Com os métodos de Bacon, com a matemática de Newton, as ciências
físicas progrediram, consolidando e ampliando as suas fronteiras. E tal
como um batalhão negligente, que não se importa com o número de
fileiras aliadas que expõe à destruição pelo inimigo, os estudos da mente
ficavam para trás.
Mas, afinal, há apenas um determinado número de peças em qual­
quer puzzle. Antes e depois de Francis Bacon, Herbert Spencer e de mais
alguns indivíduos, muitas das pequenas secções tinham sido juntadas e
muitos factos correctos tinham sido observados.
Para se aventurar nos milhares de variáveis que compunham esse
puzzle, o Homem só precisava de distinguir o certo do errado, o
verdadeiro do falso e usar todo o Homem e a Natureza como o seu tubo
de ensaio.
De que se deve compor uma ciência da mente?

1. Uma resposta para o objectivo do pensamento.


2. Uma única fonte de todas as insanidades, psicoses, neuroses,
compulsões, repressões e perturbações sociais.
3. Uma prova científica invariável quanto à natureza básica da
mente humana e os dados básicos do seu funcionamento.

9
LIVRO uM Q CAPÍTULO uM
4. Técnicas (a arte de aplicação) pelas quais a fonte única que foi
descoberta poderia ser invariavelmente curada; exceptuando,
é claro, as insanidades dos cérebros ou sistemas nervosos
malformados, obliterados ou patologicamente feridos e,
particularmente, as psicoses iatrogénicas (as provocadas pelos
médicos e que envolvem a destruição do próprio cérebro vivo).
5. Métodos de prevenção da perturbação mental.
6. A causa e a cura de todas as doenças psicossomáticas, que
abrangem, segundo alguns, 70 por cento dos males classifi­
cados do Homem.
Tal ciência excederia as condições mais severas previamente
estipuladas para ela em qualquer época, mas qualquer computação sobre
o assunto deveria descobrir que uma ciência da mente deveria ser capaz
de ser e de fazer exactamente estas coisas.
Uma ciência da mente, para ser verdadeiramente digna desse nome,
deveria estar no mesmo plano que a física e a química, quanto a precisão
experimental. Não poderia haver "casos especiais" de excepções às suas
leis. Não poderia haver qualquer recurso à Autoridade. A bomba atómica
explode quer Einstein dê ou não a sua permissão. As próprias leis da
Natureza regulam a explosão dessa bomba. Os técnicos, aplicando
técnicas derivadas de leis naturais descobertas, podem fazer uma ou um
milhão de bombas atómicas, todas iguais.
Depois do corpo de axiomas e da técnica ter sido organizado e de
estar a funcionar como uma ciência da mente a par das ciências físicas,
descobrir-se-ia que esta tem pontos de concordância sobre o pensamento
com quase todas as escolas de pensamento que alguma vez existiram.
Isto também é uma virtude e não um defeito.
Embora simples, Dianética faz, e é, as seguintes coisas:
1. É uma ciência do pensamento organizada, construída sobre
axiomas definidos: declarações de leis naturais da mesma
ordem que as leis das ciências físicas.
2. Contém uma técnica terapêutica com a qual todas as doenças
mentais inorgânicas e todas as doenças psicossomáticas
orgânicas podem ser tratadas, com a certeza de cura completa
em casos não seleccionados.
10
O ÂMBITO de DrANÉTICA

3. Produz uma condição de capacidade e racionalidade para o


Homem, muito além da norma corrente, acentuando o seu
vigor e personalidade em vez de os destruir.
4. Dianética dá uma compreensão completa das potencialidades
totais da mente, descobrindo que estas são muito superiores
ao que se supunha no passado.
5. A natureza básica do Homem é descoberta em Dianética, ao
invés de ser adivinhada ou postulada, visto que essa natureza
básica pode ser totalmente posta em acção em qualquer
indivíduo. E descobriu-se que essa natureza básica é boa.
6. A única fonte de perturbação mental é descoberta e demons­
trada numa base clínica ou laboratorial por Dianética.
7. A extensão, capacidade de armazenagem e de recordação da
memória humana é finalmente estabelecida por Dianética.
8. As capacidades totais de gravação da mente são descobertas
por Dianética, concluindo-se que estas são bastante diferentes
das suposições anteriores.
9. Dianética apresenta a teoria não microbiana da doença,
complementando a bioquímica e a obra de Pasteur sobre a
teoria microbiana, para abranger esse campo.
1 O. Com Dianética termina a "necessidade" de destruir o cérebro
por meio de choque ou cirurgia para obter a "docilidade" dos
pacientes mentais e para os "ajustar".
11. Em Dianética, existe uma explicação funcional dos efeitos
fisiológicos das drogas e das substâncias endócrinas, e
muitos dos problemas apresentados pela endocrinologia são
respondidos.
12. Vários estudos educativos, sociológicos, políticos, militares e
outros estudos humanos são melhorados por Dianética.
13. O campo da citologia, bem como outros campos da pesquisa,
é auxiliado por Dianética.
Isto é, então, um esqueleto geral do que seria o âmbito de uma ciência
da mente e de qual é o âmbito de Dianética. g

11
LIVRO UM, CAPÍTULO DOIS

OCLEAR

EM DIANÉTICA o INDIVÍDUO óptimo é chamado Clear. Esta palavra


aparecerá muitas vezes neste volume, portanto, será bom dedicar-lhe
algum tempo, aqui logo de início, para estabelecer exactamente aquilo
a que se pode chamar um Clear, o objectivo da terapia de Dianética.
Um Clear pode ser testado quanto a toda e qualquer psicose, neurose,
compulsão e repressão (todas elas aberrações) e pode ser examinado
em relação a quaisquer doenças autogénicas (autogeradas) referidas
como doenças psicossomáticas. Esses testes confirmam que o Clear está
totalmente livre dessas doenças ou aberrações. Testes adicionais à sua
inteligência indicam que esta está muito acima da norma corrente. A
observação da sua actividade demonstra que ele prossegue a existência
com vigor e satisfação.
Além disso, esses resultados podem ser obtidos numa base
comparativa. Um indivíduo neurótico, que também tenha doenças
psicossomáticas, pode ser testado quanto a essas aberrações e doenças,
comprovando a existência delas. Ele pode então receber terapia de
Dianética com a finalidade de aclarar essas neuroses e doenças. No
fim, ele pode ser examinado, obtendo os resultados acima citados.
A propósito, esta é uma experiência que foi efectuada muitas vezes
L1vRo UM Q CAPÍTULO Dois

com resultados invariáveis. O facto, de que todos os indivíduos dotados


de sistemas nervosos orgânicos intactos respondem desse modo ao
aclaramento de Dianética, é uma questão de teste laboratorial.
Além disso, o Clear possui atributos, fundamentais e inerentes,
mas nem sempre disponíveis num estado não aclarado, cuja existência
no Homem não se suspeitava e que não foram incluídos em estudos
anteriores sobre as suas capacidades e comportamento.
Em primeiro lugar, há a questão das percepções. Mesmo as pessoas
supostamente normais nem sempre vêem as cores completas, ouvem
os tons inteiros ou têm uma percepção óptima com os seus órgãos de
olfacto, paladar, tacto e sensação orgânica.
Estas são as principais linhas de comunicação com o mundo finito
que a maioria das pessoas reconhece como realidade. Um comentário
interessante é que, embora os observadores precedentes sentissem que
encarar a realidade era uma necessidade absoluta se o indivíduo aberrado
quisesse ficar são, não foi apresentada nenhuma definição de como
isto devia ser feito. Para se encarar a realidade no presente ter-se-ia,
certamente, de ser capaz de a sentir através dos canais de comunicação
mais vulgarmente usados pelo Homem nas suas actividades.
Qualquer uma das percepções do Homem pode ser aberrada por
perturbações psíquicas que se negam a permitir que as sensações
recebidas sejam captadas pela porção analítica da mente do indivíduo.
Por outras palavras, embora seja possível que nada esteja errado nos
mecanismos de recepção de cores, podem existir circuitos na mente
que apagam as cores antes de permitir que a consciência veja o objecto.
Verificar-se-á que o daltonismo é relativo ou existe em graus, de tal
modo que as cores parecem ser menos brilhantes, embotadas ou, no
máximo, estarão totalmente ausentes. Qualquer indivíduo conhece
pessoas para quem as cores "vivas" são detestáveis e pessoas que as
consideram insuficientemente "vivas" para serem notadas. Este grau
variável de daltonismo não foi reconhecido como um factor psíquico,
mas quando isto foi notado, de algum modo, assumiu-se nebulosamente
que se tratava de algum tipo de condição da mente.
Há pessoas para quem os barulhos são bastante incómodos, para
quem, por exemplo, o gemido insistente de um violino se assemelha
o CLEAR

a uma broca a perf urar o tímpano; e há aquelas para quem cinquenta


violinos, a tocarem bem alto, seria uma coisa relaxante; e há aquelas
que, diante de um violino, expressam desinteresse e tédio; e há outras
para quem o som de um violino, mesmo que esteja a tocar uma melodia
muito intricada, parece uma monotonia. Estas diferenças de percepção
sónica (ouvido) foram, tal como a cor e outros erros visuais, atribuídas
à natureza inerente, à deficiência orgânica ou não foram atribuídas a
coisa alguma.
De forma semelhante, os cheiros, as sensações tácteis, as percepções
orgânicas, a dor e a gravidade variam ampla e aleatoriamente de pessoa
para pessoa. Um exame rápido dos nossos amigos mostrar-nos-á que
existem enormes diferenças de percepção para estímulos idênticos.
Uma pessoa acha que o cheiro de um peru no forno é maravilhoso,
outra cheira-o com indiferença e outra poderá nem sequer consegui-lo
cheirar. E, como caso extremo, outra pessoa poderá afirmar que o peru
a assar cheira a óleo para cabelo.
Até obtermos Clears, a razão da existência de tais diferenças
permanecerá obscura, pois, na sua grande maioria, essas qualidades
e quantidades aleatórias de percepção devem-se à aberração. Graças
a experiências agradáveis no passado e à sensibilidade inerente,
haverá alguma diferença entre os Clears e não se deve presumir
automaticamente que a resposta de um Clear seja um meio-termo
estandardizado e ajustado, que foi o objectivo pálido e odioso de
doutrinas do passado. O Clear obtém uma resposta máxima compatível
com o seu próprio desejo pela resposta. A cordite a arder ainda lhe cheira
a perigo, mas não o põe doente. Um peru a assar cheira-lhe bem, se ele
tiver fome e gostar de peru, e nessa altura o seu cheiro passa a ser muito
agradável. Os violinos tocam melodias e não monotonias, não provocam
dor e são plenamente apreciados, se o Clear apreciar violinos por uma
questão de gosto se não os apreciar, ele apreciará timbales, saxofones
...L.

ou de facto, conforme a sua disposição, não apreciará nenhuma música


em absoluto.
Por outras palavras, há duas variáveis em acção. Uma, a mais aleatória,
é a variável causada pelas aberrações. A outra, bastante racional e
compreensível, é causada pela personalidade.
LrvRo UM g CAPÍTULO Dors

Assim, as percepções de um aberrado* (indivíduo não-Aclarado)


diferem grandemente daquelas do indivíduo Aclarado (não-aberra­
do).
No entanto, há as diferenças dos órgãos de percepção e os erros
ocasionados por estes. Alguns destes erros, um mínimo, são orgânicos:
tímpanos perfurados não são mecanismos de gravação sonora
competentes. A maioria dos erros percépticos (mensagens sensoriais) na
esfera orgânica é causada por erros psicossomáticos.
Em toda a parte nós vemos óculos em cima de narizes, até em crianças.
A maioria desses óculos está empoleirada na cara num esforço para
corrigir uma condição que o próprio corpo está a lutar por descorrigir
novamente. A visão, quando se entra no estádio dos óculos (não devido
aos óculos), está a deteriorar-se com base no princípio psicossomático.
E esta observação é quase tão irresponsável como a declaração de que as
maçãs, quando caem das árvores, normalmente obedecem à gravidade.
Uma das coisas incidentais que acontecem a um Clear é que a sua visão,
se era má quando aberrado, geralmente melhora acentuadamente e, se
receber alguma atenção, com o tempo recuperará a percepção óptima.
(Longe de ser um argumento do oculista contra Dianética, isto assegura
bons negócios, pois sabe-se de Clears que no fim do tratamento tiveram
de comprar cinco pares de óculos em rápida sucessão, para compensar
a visão que se foi ajustando, e muitos aberrados, quando Aclarados já
tarde na vida, estabilizam, em termos oculares, num máximo que está
um pouco abaixo do óptimo.)
Num aberrado, a visão foi reduzida numa base orgânica pelas suas
aberrações, de modo que estas também reduziram o funcionamento
óptimo do próprio órgão de percepção. Com a remoção das aberrações,
testes repetidos provaram que o corpo faz um esforço valente para
reconstruir o óptimo.
Além de outros percépticos, o ouvido varia organicamente numa
faixa larga. Depósitos de cálcio, por exemplo, podem fazer os ouvidos
"zumbir" incessantemente. A remoção das aberrações permite ao
corpo ir-se reajustando em direcção ao ponto óptimo que este pode
alcançar: o depósito de cálcio desaparece e os ouvidos param de zumbir.
* Aberrado é um neologismo que significa uma pessoa aberrada.

16
o CLEAR

Mas para além deste caso específico, existem grandes diferenças no ouvido
em termos de base orgânica. Tanto orgânica como aberrativamente,
o ouvido pode tornar-se extremamente ampliado ou muito inibido,
podendo uma pessoa ouvir passos a um quarteirão de distância como
uma coisa normal, e outra não ouvir um bombo a trovejar à porta da sua
casa.
Que as várias percepções diferem bastante de um indivíduo para
outro numa base aberrativa e psicossomática é a menos importante das
descobertas aqui delineadas. A capacidade de recordar é de longe muito
mais fantástica na sua variação de pessoa para pessoa.
Um processo de recordar inteiramente novo, que era inerente à
mente mas que não tinha sido notado, foi descoberto no processo de
observação de Clears e aberrados. Este processo de recordação, no
seu sentido mais pleno, apenas é possível numa pequena proporção
de aberrados. Contudo, num Clear, este é standard. Naturalmente,
não se faz aqui nenhuma insinuação de que os sábios do passado foram
pouco observadores. Estamos aqui a lidar com um objecto de inspecção
inteiramente novo e até agora inexistente: o Clear. Aquilo que um Clear
pode fazer facilmente, muitas pessoas conseguiram fazer parcialmente,
de tempos a tempos, no passado.
Uma capacidade inerente, não ensinada, dos mecanismos de lembran­
ça da mente pode ser designada, como uma palavra técnica de Dianética,
por retorno. É usada no sentido dado pelo dicionário, acrescentando-se o
facto de que a mente a possui, como uma função normal de lembrança,
como se segue: a pessoa pode "enviar" uma porção da sua mente a
um período do passado numa base mental ou numa combinação
mental e física, e pode reexperimentar incidentes que ocorreram no
seu passado, do mesmo modo e com as mesmas sensações que antes.
Em tempos passados, uma arte conhecida como hipnotismo usava uma
coisa chamada "regressão" em sujeitos hipnotizados; o hipnotizador
mandava o sujeito voltar, utilizando uma de duas maneiras, a incidentes
no seu passado. Isto era feito com técnicas de transe, drogas e uma
tecnologia considerável. Era possível mandar o sujeito hipnotizado voltar
"inteiramente" a um determinado momento, de modo que ele tinha toda
a aparência de ter a idade a que foi retornado, sendo aparentes apenas as
faculdades e recordações que ele possuía nesse momento: chamou-se a
17
L1vRo UM Q CAPÍTULO D01s

isto "revivificação" (reviver). A "regressão" era uma técnica pela qual,


parte do Eu do indivíduo permanecia no presente e parte voltava ao
passado. Supunha-se que estas capacidades da mente apenas eram naturais
no hipnotismo, sendo apenas usadas na técnica hipnótica. Esta arte é
muito antiga, remontando a milhares de anos atrás, e existe hoje em dia
na Ásia como existiu, aparentemente, desde o início dos tempos.
Aqui, a "regressão" é substituída por retorno, porque esta não é uma
coisa comparável e porque a "regressão", como palavra, tem alguns
significados negativos que interromperiam o seu uso. Em Dianética,
a "revivificação" é substituída por reviver porque, em Dianética, os
princípios do hipnotismo encontram-se explicados e, como será exposto
posteriormente, o hipnotismo não é usado na terapia de Dianética.
Assim, a mente tem uma outra capacidade para lembrar. Parte da
mente pode "retornar", mesmo quando a pessoa está completamente
desperta, e reexperimentar incidentes passados na sua íntegra. Se quiser
fazer um teste, tente-o em várias pessoas até descobrir uma que o faça
facilmente. Completamente desperta, ela pode "retornar" a momentos
do seu passado. Até que lhe peçam que o faça, ela provavelmente não
saberá que tem essa capacidade. Se a tivesse, ela provavelmente pensaria
que toda a gente podia fazer isso (o tipo de suposição que impediu que
grande parte destes dados fosse descoberta antes). Ela pode voltar a um
tempo em que estava a nadar e nadar com plena recordação auditiva,
com a visão, o paladar, o cheiro, a sensação orgânica, o tacto, etc.
Um cavalheiro "douto" uma vez gastou al gumas horas a demonstrar
a um grupo que a recordação de um cheiro como sensação, por exemplo,
era totalmente impossível, uma vez que a "neurologia provou que os
nervos olfactivos não estavam ligados ao tálamo". Duas pessoas nessa
reunião descobriram esta capacidade de retornar e, apesar desta prova,
o douto cavalheiro continuou a afirmar que a recordação olfactiva
era impossível. Uma verificação desta faculdade entre os presentes
na reunião, independente do retorno, revelou o facto de que metade
das pessoas ali presentes se lembrava de um odor através de cheirá-lo
outra vez.
O retorno é o desempenho total da recordação imagética. A memória
completa é capaz de fazer com que as áreas dos órgãos sintam novamente
os estímulos num incidente passado. A recordação parcial é comum: não
18
o CLEAR
tão comum que seja normal, mas o suficiente para ter merecido um
estudo considerável, pois esta também é uma variável aleatória.
A percepção do presente seria um método de encarar a realidade. Mas
se alguém não pode encarar a realidade do passado, então ele em parte
não está a encarar alguma porção da realidade. Se concordarmos que é
desejável encarar a realidade, então também teremos de encarar a realidade
de ontem, se quisermos ser considerados inteiramente "sãos" segundo a
definição contemporânea. "Encarar o passado" exige a disponibilidade
de uma certa condição de recordação. A pessoa precisaria de ser capaz
de lembrar-se. Mas quantas maneiras de lembrar é que existem?
Primeiro, há o retorno. Esse é novo. Oferece a vantagem de examinar
as imagens em movimento e outras percepções sensoriais gravadas
no momento do acontecimento, com todos os sentidos presentes. A
pessoa também pode retornar às conclusões e imaginações passadas.
Ser capaz de estar novamente no lugar, onde a informação desejada foi
inspeccionada pela primeira vez, é uma ajuda considerável no estudo,
na pesquisa e na vida comum.
Depois, há as recordações mais comuns. A recordação óptima é
obtida pelo método de retorno de sentidos simples ou múltiplos, per­
manecendo o próprio indivíduo em tempo presente. Por outras palavras,
algumas pessoas, quando pensam numa rosa, vêem-na, cheiram-na e
sentem-na. Elas vêem com as cores todas, vividamente - com os "olhos
da mente", para usar uma velha expressão coloquial. Elas cheiram-na
vividamente. E até conseguem sentir-lhe os espinhos. Estão a pensar em
rosas através da recordação real de uma rosa.
Essas pessoas, ao pensarem num navio, vêem um navio específico,
sentem os seus movimentos como se pensassem que estavam a bordo,
cheiram o alcatrão do pinheiro ou mesmo outros odores menos
agradáveis, e ouvem qualquer som que haja à volta deste. Veriam o navio
com cor-movimento completo e ouvi-lo-iam com tom-audio completo.
No aberrado, essas faculdades variam bastante. Alguns, quando
lhes dizem que pensem numa rosa, só conseguem visualizá-la. Outros
conseguem sentir-lhe o perfume, mas não conseguem vê-la. Outros
vêem-na sem cor ou numa cor muito pálida. Quando lhes pedem que
. pensem num navio, alguns aberrados vêem apenas uma imagem plana,
sem cor e imóvel, tal como uma pintura ou a fotografia de um navio.
19
LIVRO UM g CAPÍTULO D01s

Outros percepcionam uma embarcação em movimento, sem cor, mas


com som. Outros ouvem-lhe o som, mas não conseguem ver nada.
Outros simplesmente pensam num navio como um conceito de que
existem navios e do que sabem a respeito destes, sendo incapazes de
ver, sentir, ouvir, cheirar ou percepcionar seja o que for com base na
recordação.
Alguns observadores precedentes chamaram "imagética" a isto,
mas o termo é tão inaplicável ao som e ao tacto, à sensação orgânica
e à dor, que se usa uniformemente a recordação como o termo técnico
de Dianética. O valor da recordação, nesta actividade da vida, tem
recebido tão pouca atenção que o conceito total nunca foi previamente
formulado. Por essa razão, este foi bastante detalhado aqui, tal como
dado acima.
É muito simples testar as recordações. Se alguém perguntar aos seus
companheiros quais são as capacidades deles, ele obterá uma excelente
ideia de como essa capacidade varia tanto de um indivíduo para outro.
Uns têm uma maneira de recordar, alguns têm outra e outros não têm
nenhuma, operando apenas com base em conceitos da recordação.
E lembre-se que, se fizer um teste àqueles que o rodeiam, qualquer
percepção está arquivada na memória e, por conseguinte, tem uma
recordação que deve incluir dor, temperatura, ritmo, paladar e peso,
juntamente com a vista, ouvido, tacto e olfacto acima mencionados.
Os nomes de Dianética para essas recordações são: visio (vista),
sónico (som), táctil (tacto), olfactivo (cheiro), rítmico e cinestésico (peso e
movimento), somático (dor), térmico (temperatura) e orgânico (sensações
internas e, por nova definição, a emoção).
Existe também outro conjunto de actividades mentais q11:e podem
ser resumidas sob os títulos de imaginação e imaginação criativa. Aqui
também encontramos material abundante para testes.
A imaginação é a recombinação de coisas já sentidas, pensadas ou
trazidas à existência através de computação intelectual, mas que não têm
necessariamente existência. Este é o método da mente para visualizar
objectivos desejáveis ou prever futuros. A imaginação é extremamente
valiosa como parte de soluções essenciais em qualquer problema mental
e na vida quotidiana. O facto de ser uma recombinação não diminui de
modo nenhum a sua vasta e maravilhosa complexidade.
20
o CLEAR
Um Clear usa a imaginação na sua totalidade. Existe uma impressão
imaginária para os sentidos da vista, cheiro, gosto, som - em suma, para
cada uma das percepções possíveis. São impressões fabricadas com base
em modelos existentes nos bancos de memória, combinadas com ideias e
construções conceptuais. Novas estruturas físicas, o amanhã em termos
de hoje, o ano que vem em termos do ano passado, prazeres a serem
alcançados, feitos a serem realizados, acidentes a serem evitados, todas
estas são funções imaginativas.
O Clear tem plena imaginação de cor-visio, tom-sónico, táctil,
olfactiva, rítmica, cinestésica, térmica e orgânica deste mesmo tipo. Se
lhe pedirmos que se imagine a andar numa carruagem dourada puxada
por quatro cavalos, ele "vê" a equipagem a mover-se com todas as cores,
"ouve" todos os sons que deveriam estar presentes, "cheira" os cheiros
que acha que deveriam estar ali e "sente" os estofos, o movimento e a
sua própria presença na carruagem.
Além da imaginação standard, há a imaginação criativa. Esta é uma
capacidade muito ampla, sem dimensão, variando muito de um indivíduo
para outro e que alguns possuem em enormes quantidades. Foi incluída
aqui, não como uma porção do funcionamento da mente tratada como
uma parte usual de Dianética, mas para a isolar como uma entidade
existente. Num Clear que já possuía imaginação criativa, mesmo se
inibida quando era um aberrado, esta está presente e é demonstrável.
É-lhe inerente. Só pode ser aberrada pela proibição da sua prática geral,
isto é, ao aberrar a persistência na sua aplicação ou ao enquistar a mente
inteira. Mas a imaginação criativa, essa capacidade com que se criam
obras de arte, se erguem estados e se enriquece o Homem, pode ser vista
como uma função especial, de operação independente, e cuja existência
não depende de modo nenhum de uma condição aberrada no indivíduo,
uma vez que o exame da sua actividade e uso, por um Clear que a possua,
demonstra adequadamente o seu carácter inerente. Esta raramente está
ausente em qualquer indivíduo.
Finalmente, temos a última, mas a mais importante actividade
da mente. O Homem deve ser considerado um ser senciente. A sua
natureza senciente depende da sua capacidade para resolver problemas
ao percepcionar ou criar e compreender situações. Esta racionalidade é a
função primária, de escalão superior, daquela parte da mente que faz dele
21
LrvRo UM � CAPÍTULO Dors

um Homem e não apenas mais um animal. Lembrando, percepcionando,


imaginando, ele tem a capacidade notável de resolver conclusões e
de usar conclusões resolvidas para resolver mais conclusões. Este é o
Homem racional.
A racionalidade, desligada da aberração, apenas pode ser estudada
numa pessoa Aclarada. As aberrações do aberrado dão-lhe a aparência
de irracionalidade. Embora se possa dar nomes mais suaves a essa irracio­
nalidade, como "excentricidade" ou "erro humano" ou até "idiossincrasia
pessoal", esta é, não obstante, irracionalidade. A personalidade não
depende de quão irracionalmente um homem possa agir. Não é um
traço de personalidade, por exemplo, conduzir embriagado e matar uma
criança num cruzamento - ou mesmo arriscar-se a matar uma criança ao
conduzir embriagado. A irracionalidade é apenas isto: a incapacidade de
obter respostas certas a partir dos dados.
No entanto, é uma coisa curiosa que embora "toda a gente saiba" (e
essa afirmação permite circular uma quantidade horrível de informação
errónea) que "errar é humano", a porção senciente da mente que com­
puta as respostas aos problemas e que faz do Homem o Homem é
totalmente incapaz de errar.
Quando feita, esta foi uma descoberta espantosa, mas não precisava
de ter sido. Esta poderia ter sido deduzida algum tempo antes, porque
isto é bastante simples e fácil de compreender. A capacidade real de
computação do Homem nunca se engana, nem mesmo numa pessoa
severamente aberrada. Ao observar a actividade duma pessoa tão aberra­
da poder-se-ia supor, impensadamente, que as computações dessa pessoa
estivessem erradas. Isto, porém, seria um erro do observador. Qualquer
pessoa, aberrada ou Clear, computa perfeitamente com base nos dados
armazenados e percepcionados.
Tome, por exemplo, uma máquina de calcular comum (e a mente
é um instrumento excepcionalmente magnífico, muito superior a
qualquer máquina que ela venha a inventar em eras vindouras) e dê-lhe
um problema para solucionar. Multiplique 7 vezes 1. Ela responderá,
correctamente, 7. Agora, multiplique 6 vezes 1, mas continue a pressionar
a tecla do 7; 6 vezes 1 é 6, mas a resposta que obterá é 42. Continue
a pressionar a tecla do 7 e introduza outros problemas na máquina.

22
o CLEAR

Eles estão errados, não como problemas, mas como respostas. Agora,
fixe a tecla do 7 de modo que ela permaneça presa independentemente
de quais as teclas que são usadas e tente dar essa máquina a alguém.
Ninguém a aceitará porque a máquina está, obviamente, maluca. Esta
diz que 1 O vezes 1 O são 700. Mas a porção calculadora da máquina estará
realmente errada ou estará simplesmente a receber dados errados?
Da mesma maneira, a mente humana, a que se requer que resolva
problemas de uma magnitude e com variáveis suficientes para confundir
qualquer simples máquina de calcular mil vezes numa hora, é vítima
de dados incorrectos. Estes dados incorrectos entram na máquina. A
máquina dá respostas erradas. Dados incorrectos entram nos bancos
de memória humanos e a pessoa reage de uma "maneira anormal".
Então, em essência, o problema de resolver a aberração é o problema
de encontrar um "7 pressionado". Mas haverá muito mais acerca disso,
mais adiante. De momento, atingimos os nossos fins imediatos.
Estas são as várias capacidades e actividades da mente humana na
sua tarefa constante de resolver e solucionar uma multiplicidade de
problemas. Ela percepciona, recorda ou retorna, imagina, concebe
e depois resolve. Auxiliada pelas suas extensões - os percépticos, os
bancos de memória e as imaginações - a mente apresenta respostas
invariavelmente correctas, sendo as soluções modificadas apenas pela
observação, educação e ponto de vista.
E os propósitos básicos dessa mente e a natureza básica do Homem,
como se podem descobrir num Clear, são construtivos e bons, uni­
formemente construtivos e uniformemente bons, sendo modificados
apenas pela observação, educação e ponto de vista.
O Homem é bom.
Remova as suas aberrações básicas e com elas irá o mal tão apreciado
pelo Escolástico e pelo Moralista. A única porção removível do Homem
é a porção "má". E quando esta é removida, a sua personalidade e vigor
intensificam-se. E ele tem prazer em ver a porção "má" desaparecer,
porque esta era dorfísica.
Mais adiante, há experiências e provas destas coisas e elas podem ser
medidas com a precisão que é tão querida ao cientista das ciências físicas.
LIVRO uM a CAPÍTULO Dors

O Clear não é, então, uma pessoa "ajustada", forçada à actividade


pelas suas repressões agora totalmente enquistadas. Ele é uma pessoa
sem repressões, a operar com base no autodeterminismo. E as suas
capacidades de percepcionar, recordar, retornar, imaginar, criar e
computar são delineadas como já vimos atrás.
O Clear é o objectivo da terapia de Dianética, um objectivo que
pode ser realizado com alguma paciência e um pouco de estudo e
trabalho. Qualquer pessoa pode ser Aclarada, a menos que tenha sido
tão desafortunada que lhe tenham removido grande parte do cérebro
ou que tenha nascido com uma estrutura nervosa bastante malformada.
Vimos aqui o objectivo de Dianética. Inspeccionemos agora o
objectivo do Homem. Q
LIVRO UM, CAPÍTULO TRÊS

O ÜBJECTIVO do HOMEM

Ü OBJECTIVO DO HOMEM, o mínimo denominador comum de todas


as suas actividades, o Princípio Dinâmico da sua Existência, tem sido
procurado durante muito tempo. Se essa resposta fosse descoberta,
seria inevitável que dela fluíssem muitas outras respostas. Ela explicaria
todos os fenómenos do comportamento, levaria à solução dos maiores
problemas do Homem e, acima de tudo, deveria ser funcional.
Considere todo o conhecimento como estando abaixo ou acima duma
linha de demarcação. Tudo o que está acima dessa linha é desnecessário
para a solução das aberrações do Homem e dos seus defeitos gerais e
não é conhecido com precisão. Pode-se considerar que esse campo de
pensamento abrange coisas como a metafísica e o misticismo. Pode-se
considerar que, abaixo dessa linha de demarcação, está o universo finito.
Todas as coisas do universo finito, sejam elas conhecidas ou ainda
desconhecidas, podem ser sentidas, experimentadas ou medidas. Os dados
conhecidos no universo finito podem ser classificados como verdade
científica, depois de terem sido sentidos, experimentados e medidos.
Todos os factores necessários à resolução de uma ciência da mente foram
encontrados dentro do universo finito e foram descobertos, sentidos,
medidos e experimentados, e tornaram-se verdade científica. O universo
finito contém TEMPO, ESPAÇO, ENERGIA e VIDA. Descobriu-se que
nenhuns outros factores eram necessários à equação.
LIVRO uM � CAPÍTULO TRÊS

o TEMPO, o ESPAÇO, a ENERGIA e a VIDA têm um único denominador


em comum. Como analogia, poder-se-ia considerar que o TE MPO, o
ESPAÇO, a ENERGIA e a VIDA tiveram início em al gum ponto de origem e
foram mandados continuar na direcção de algum destino quase infinito.
Só lhes foi dito o que fazer. Eles obedecem a uma única ordem e essa
ordem é: "SOBREVIVER!"
,, " " ; "
O PRINCIPIO DINAMICO DA EXISTENCIA E A SOBREVIVENCIA.

Pode-se considerar que o objectivo da vida é a sobrevivência infinita.


Pode-se demonstrar que o Homem, como uma forma de vida, obedece
em todas as suas acções e propósitos a um só comando: SOBREVIVER!
Não é novidade que o Homem está a sobreviver. Que ele seja motivado
apenas pela sobrevivência é uma ideia nova.
Que o seu único objectivo seja a sobrevivência não significa que
ele seja o mecanismo de sobrevivência óptimo que a vida alcançou ou
desenvolverá. O objectivo do dinossauro também era a sobrevivência e
ele já não existe.
A obediência a este comando: SOBREVIVER! não significa que
toda a tentativa para lhe obedecer seja uniformemente bem-sucedida.
Mudanças de ambiente, mutações e muitas outras coisas militam contra
qualquer organismo que tente alcançar técnicas ou formas infalíveis de
sobrevivência.
As formas de vida mudam e morrem, à medida que novas formas
de vida se desenvolvem, tão seguramente como um organismo vivo,
carecendo de imortalidade em si próprio, cria outros organismos vivos e,
em seguida, morre como ele próprio. Um método excelente, se alguém
quisesse fazer com que a vida sobrevivesse durante um período muito
longo, seria estabelecer meios pelos quais ela pudesse assumir muitas
formas. E a própria morte seria necessária para facilitar a sobrevivência
da própria força vital, uma vez que só a morte e a decadência poderiam
eliminar as formas velhas quando novas alterações no ambiente exigissem
formas novas. A vida como uma força existindo durante um período
quase infinito, necessitaria de um aspecto cíclico nas suas formas e
organismos unitários.

26
O ÜBJECTrvo do HoMEM

Quais seriam as características de sobrevivência óptimas das


várias formas de vida? Elas precisariam de ter várias características
fundamentais, diferindo de uma espécie para outra, tal como um
ambiente difere de outro.
Isto é importante, pois outrora deu-se muito pouca atenção ao facto
de que um conjunto de características de sobrevivência numa espécie
não seria as características de sobrevivência noutra espécie.
Os métodos de sobrevivência podem ser resumidos sob os títulos
de alimentação, protecção ( defensiva e ofensiva) e procriação. Não
existem formas de vida que careçam de soluções para estes problemas.
Cada forma de vida erra, de um modo ou de outro, ao manter uma
característica durante demasiado tempo ou ao desenvolver características
que poderão levar à sua extinção. Mas os desenvolvimentos que resultam
no êxito da forma são muito mais impressionantes do que os seus erros. O
naturalista e o biólogo estão constantemente a explicar as características
desta ou daquela forma de vida ao descobrirem que é a necessidade, mais
do que o capricho, que governa esses desenvolvimentos. As dobradiças
na concha da amêijoa e a admirável cara nas asas da borboleta têm um
valor de sobrevivência.
Assim que a sobrevivência foi isolada como sendo a única dinâmica*
de uma forma de vida que explicaria todas as suas actividades, foi
necessário estudar ainda mais a acção da sobrevivência. E descobriu-se
que, quando se considerava a dor e o prazer, tinha-se à mão todos os
ingredientes necessários para formular a acção que a vida empreende
no seu esforço para sobreviver.
* De modo a estabelecer uma nomenclatura em Dianética que não f o sse demasiado
complexa para o propósito, as palavras normalmente consideradas como adjectivos
ou verbos foram ocasionalmente usadas como substantivos. Isto foi feito com base no
princípio válido de que a terminologia existente, significando tantas coisas diferentes,
não poderia ser usada por Dianética sem tornar necessário esclarecer significados antigos
para criar um significado novo. Para remover o passo de explicar o significado antigo e
depois dizer que não é isso que se quer dizer - emaranhando assim, inextricavelmente, as
nossas comunicações - e para evitar o velho costume de combinar sílabas ponderosas e
trovejantes a partir das línguas grega e latina, adaptou-se este e alguns outros princípios
para a nomenclatura. Dinâmica é usada aqui como substantivo e continuará a sê-lo neste
volume. Somático, percéptico e alguns outros serão objecto de uma nota, e definidos
quando usados.
LIVRO uM g CAPÍTULO TRÊS

Como veremos no gráfico* que acompanha esta obra, concebeu-se


um espectro de vida para abranger desde o zero da morte ou da extinção
até ao infinito de imortalidade potencial. Considerou-se que este espectro
contém uma infinidade de linhas, estendendo-se como uma escada em
direcção ao potencial de imortalidade. Cada linha, à medida que a escada
subia, foi espaçada com uma largura um pouco maior do que a anterior,
numa progressão geométrica.
O impulso da sobrevivência é para longe da morte e em direcção
à imortalidade. A dor suprema poderia ser concebida como existindo
imediatamente antes da morte e o prazer supremo poderia ser concebido
como imortalidade.
Poder-se-ia dizer que a imortalidade tem um tipo de força atractiva,
e que a morte tem uma força repulsiva, na consideração do organismo
unitário ou da espécie. Mas à medida que a sobrevivência sobe cada vez
mais em direcção à imortalidade, encontram-se espaços cada vez mais
amplos até que os intervalos são finitamente impossíveis de transpor.
O impulso é para se afastar da morte, que tem uma força repulsiva e
para ir em direcção à imortalidade, que tem uma força atractiva; a força
atractiva é o prazer, a força repulsiva é a dor.
Para o indivíduo, o comprimento da seta poderia ser considerado
como estando num potencial elevado dentro da quarta zona. Aqui, o
potencial de sobrevivência seria excelente e o indivíduo desfrutaria da
existência.
Os anos poderiam ser traçados da esquerda para a direita.
O impulso para o prazer é dinâmico. A recompensa é o prazer; e a
busca da recompensa - objectivos de sobrevivência - seria um acto
de prazer. E para assegurar que a sobrevivência é alcançada pela
ordem SOBREVIVER!, parece que se estipulou que o decréscimo de um
potencial elevado traria dor.
A dor é proporcionada para repelir o indivíduo da morte; o prazer
é proporcionado para o atrair para a vida óptima. A busca e obtenção do
prazer não são menos válidas na sobrevivência do que a evitação da dor. Na
verdade, segundo algumas provas observadas, o prazer parece ter um
valor muito maior no esquema cósmico do que a dor.
*No fim deste livro encontra-se uma versão desdobrável deste gráfico.

28
GRÁFICO DESCRITIVO DA SOBREVIVÊNCIA

IMORTALIDADE POTENCIAL - PRAZER SUPREMO


--➔ Sobrevivência
do Homem
-- O Seu Filho
_,. -x-x O Seu Neto

ZONAL.
Linhas numa O Supressor de
progressão uz
<
p:;
o"' Sobrevivência é o
geométrica de <�
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' ZONA 3
A Dinâmica de
organismo. Mostra Sobrevivência como
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graus de '
'
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não-sobrevivência ou mental. Todo
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' ' ZONA 2 o impulso vai na
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medida que se >
direcção ascendente
az
<<:
aproxima da p:; ZONA 1 como uma repulsão
imortalidade. o da dor e uma atracção
ZONA O
V)
para o prazer.
MORTE - DOR SUPREMA

10 ANOS 20 ANOS 30 ANOS


1
40 ANOS 50 ANOS 60 ANOS 70 ANOS
LIVRO uM a CAPÍTULO TRÊS

Seria bom definir-se o que se quer dizer com prazer completamente


à parte da sua ligação com a imortalidade. O dicionário diz que o
prazer é "agrado; emoções mentais ou físicas agradáveis; satisfação
transitória; oposto de dor". O prazer pode ser encontrado em tantas coisas
e actividades, que só um catálogo de todas as coisas e actividades que o
Homem tem, faz ou poderá considerar agradáveis, poderia completar
a definição.
E o que queremos dizer com dor? O dicionário diz: "sofrimento
mental ou físico; punição."
Estas duas definições, por acaso, são demonstrativas de um tipo
de pensamento intuitivo que permeia a linguagem. Assim que se tem
uma coisa que leva à resolução de problemas que até então não estavam
resolvidos, vê-se que até mesmo os dicionários "sempre o souberam".
Se desejássemos fazer este gráfico para um ciclo de uma forma de
vida, este seria idêntico, excepto que o valor dos anos seria ampliado para
medir éones, pois, ao que parece, não há qualquer diferença, excepto em
magnitude, no âmbito do indivíduo e no âmbito da espécie. É possível
chegar a essa conclusão mesmo sem evidências tão extraordinárias
como o facto de um ser humano, desenvolvendo-se de zigoto até adulto,
evoluir através de todas as formas pelas quais se supõe que a espécie
inteira evoluiu.
Contudo, neste gráfico há mais do que aquilo que foi comentado até
agora. O estado físico e mental do indivíduo varia de hora para hora,
de dia para dia, de ano para ano. Sendo assim, o nível de sobrevivência
formaria uma curva diária ou a curva de uma vida, com medidas da
posição horária ou anual nas zonas. E isto possibilitaria fazer duas curvas:
a curva física e a curva mental. Quando chegarmos ao fim deste livro,
veremos que as relações entre estas duas curvas são vitais e também
veremos que, geralmente, uma decaída na curva mental precederá uma
decaída na curva física.
As zonas podem, então, ser aplicadas a duas coisas: o ser físico e
o ser mental. Sendo assim, essas quatro zonas podem ser chamadas
zonas dos estados de ser. Se uma pessoa é mentalmente feliz, o nível
de sobrevivência pode ser colocado na Zona 4. Se a pessoa está muito
doente fisicamente, ela poderá, com base na estimativa da sua doença,
ser situada na Zona 1 ou próximo da morte.
30
O ÜBJECTIVO do HoMEM

Foram atribuídas designações muito imprecisas, porém descritivas,


a essas zonas:
A Zona 3 é de felicidade e bem-estar geral.
A Zona 2 é um nível de existência tolerável.
A Zona 1 é de ira.
A Zona O é a zona de apatia.
Estas zonas podem ser usadas como uma Escala de Tom pela qual
é possível classificar o estado mental. Logo acima da morte, que é O,
estaria a apatia mental mais baixa ou o nível mais baixo de vida física,
0.1. Um Tom 1, em que o corpo está a lutar contra a dor ou doença física
ou em que o ser está a lutar em ira, poderia ser classificado a partir de
1.0, que seria ressentimento ou hostilidade, passando pelo Tom 1. 5, que
seria uma ira furiosa, até 1.9, que seria simplesmente uma inclinação
conflituosa. Do Tom 2.0 até 3.0, haveria um interesse crescente pela
existência e assim por diante.
Acontece que o estado do ser físico ou do ser mental não permanece
estático durante muito tempo. Por conseguinte, há várias flutuações.
No decurso de um só dia, um aberrado poderá passar de O. 5 a 3. 5, para
cima e para baixo, como ser mental. Um acidente ou doença poderia
causar uma flutuação semelhante num dia.
Estes números podem, então, ser atribuídos a quatro coisas: o estado
mental numa base aguda e o estado mental numa base geral ou média, o
ser físico numa base aguda e o ser físico numa base geral. Em Dianética,
não empregamos muito a Escala de Tom física. No entanto, a Escala de
Tom mental é de uma importância vasta e vital!
Estes valores de felicidade, existência tolerável, ira e apatia não são
valores arbitrários. São deduzidos da observação do comportamento
de estados emocionais. Num dia médio, normalmente encontra-se um
Clear a variar, mais ou menos, à volta do Tom 4. Ele é um Tom 4 geral,
que é uma das condições inerentes a ser Clear. A norma na sociedade
actual, num palpite feito à sorte, está provavelmente por volta dum Tom
geral de 2.8.
Neste gráfico descritivo, que é bidimensional, os dados vitais para
a solução do problema da dinâmica da vida estão combinados de modo
funcional. As linhas horizontais estão traçadas em termos de progressão
31
LIVRO uM G CAPÍTULO TRÊS

geométrica, começando com a linha zero, imediatamente acima da morte.


Há dez linhas para cada zona e cada zona denota um estado de ser físico
ou mental, como já foi mencionado. A progressão geométrica, usada
desta forma, deixa espaços cada vez maiores entre as linhas. A largura
deste espaço é o potencial de sobrevivência existente no momento em
que a ponta superior da seta da dinâmica de sobrevivência está dentro
desse espaço. Quanto mais longe da morte estiver a ponta superior
da seta da dinâmica de sobrevivência, mais possibilidade o indivíduo
tem de sobrevivência. A progressão geométrica estende-se para cima
até ao impossível do infinito e não pode, naturalmente, alcançá-lo. O
organismo está a sobreviver através do tempo, da esquerda para a direita.
A sobrevivência óptima - a imortalidade - encontra-se em termos de
tempo para a direi ta. Só o potencial é medido verticalmente.
A dinâmica de sobrevivência reside de facto dentro do organismo, tal
como foi herdada da espécie. O organismo faz parte da espécie, tal como
se pode dizer que uma travessa faz parte de um caminho-de-ferro quando
vista por um observador que vai no comboio, estando o observador
sempre no "agora" - embora esta analogia talvez não seja a melhor.
O organismo possui, dentro de si, uma força repulsiva em relação
às fontes de dor. A fonte de dor, tal como o espinheiro que fere a mão,
não é uma força impulsionadora, pois o organismo repele o potencial
de dor de um espinho.
Ao mesmo tempo, o organismo tem em acção uma força que o atrai
para as fontes de prazer. Não é o prazer que magnetiza o organismo
para fazê-lo aproximar-se. É o organismo que possui a força de atracção.
Esta é-lhe inerente.
A repulsão de fontes de dor une-se à atracção pelas fontes de prazer
para operar como um impulso combinado para longe da morte e em
direcção à imortalidade. O impulso para longe da morte não é mais
poderoso do que o impulso em direcção à imortalidade. Por outras
palavras, em termos da dinâmica de sobrevivência, o prazer é tão válido
como a dor.
Não se deve deduzir daqui que a sobrevivência é sempre uma questão
de estar de olho no futuro. A contemplação do prazer, a pura satisfação,
a contemplação de prazeres passados, todas estas coisas se combinam
em harmonias que, embora funcionem automaticamente como uma
O ÜBJECTrvo do HoMEM

subida em direcção ao potencial de sobrevivência pela sua acção física


dentro do organismo, estas não exigem o futuro como uma parte activa
da computação mental nessa contemplação.
Um prazer que reage para ferir o corpo fisicamente, como no
caso de deboche, mostra que há uma relação entre o efeito físico
(que é deprimido em direcção à dor) e o efeito mental do prazer
experimentado. Há um enfraquecimento consequente da dinâmica de
sobrevivência. Normalmente, a possibilidade de tensão futura devida
ao acto, acrescentada ao estado de ser no momento em que o deboche
foi experimentado, também deprime a dinâmica de sobrevivência.
Devido a isto, vários tipos de deboche têm sido mal vistos pelo Homem
ao longo da sua história. Esta é a equação dos "prazeres imorais". E
qualquer acção que tenha provocado a supressão da sobrevivência ou
que possa provocá-la, quando exercida como prazer, tem sido condenada
em diferentes épocas da história do Homem. Originalmente põe-se
o rótulo de imoralidade a algum acto ou classe de acções porque elas
deprimem o nível da dinâmica de sobrevivência. A imposição futura de
estigmas morais poderá depender em grande parte do preconceito e da
aberração, havendo, consequentemente, uma querela contínua sobre o
que é moral e o que é imoral.
Porque certas coisas praticadas como prazer são, na realidade, dores
- e será muito fácil descobrir porquê quando tiver acabado de ler este
livro - e por causa da equação moral acima, o prazer em si, em qualquer
sociedade aberrada, pode vir a ser condenado. Uma certa maneira de
pensar, sobre a qual daremos mais detalhes posteriormente, permite uma
péssima diferenciação entre um objecto e outro. Um exemplo disso seria
confundir-se um político desonesto com todos os políticos. Nos tempos
antigos, o Romano apreciava os seus prazeres e algumas das coisas a que
ele chamava prazer eram um pouco extenuantes para outras espécies,
como os Cristãos. Quando o Cristianismo derrubou o Estado pagão, a
antiga ordem de Roma passou a ter um papel de vilão. Por isso, qualquer
coisa que fosse romana era detestável. Isto atingiu tamanha proporção,
que o prazer do Romano pelo banho tornou o banho tão imoral que a
Europa ficou sem tomar banho durante quase mil e quinhentos anos.
O Romano transformara-se numa fonte de dor tão geral que tudo o que
era romano era mau, e assim permaneceu muito depois de o paganismo
33
LIVRO uM Q CAPÍTULO TRÊS

romano ter perecido. Deste modo, a imoralidade tende a tornar-se


num assunto complexo. Neste caso, esta tornou-se tão complexa que
estigmatizou o próprio prazer.
Quando metade do potencial de sobrevivência é riscada da lista das
coisas legais, há realmente uma redução considerável na sobrevivência.
Considerando este gráfico numa escala racial, a redução do potencial de
sobrevivência para metade faz prever que coisas medonhas aguardam
a raça. Na realidade, porque o Homem é, afinal de contas, o Homem,
nenhum conjunto de leis, por mais que seja imposto, pode apagar
completamente a atracção do prazer. Mas neste caso, foi removido e
proibido o suficiente para ocasionar precisamente o que aconteceu: a
Idade das Trevas e a recessão da sociedade. A sociedade só se reavivou nos
períodos em que o prazer se tornou menos ilegal, como na Renascença.
Quando uma raça ou indivíduo desce para a segunda zona como
está marcado no gráfico, e o tom geral vai da primeira zona e mal
chega à terceira, segue-se uma condição de insanidade. Insanidade é
irracionalidade. É também um estado em que se chegou tão próximo
da não-sobrevivência, tão continuamente, que a raça ou o organismo se
entrega a todo o tipo de soluções invulgares.
Numa interpretação adicional desse gráfico descritivo, existe a
questão do sup ressor de sobrevivência. Este, como veremos, empurra a
raça ou organismo, representado como a dinâmica de sobrevivência, para
baixo, forçando-o a afastar-se da imortalidade potencial. O supressor de
sobrevivência é uma combinação de ameaças variáveis à sobrevivência da
raça ou organismo. Essas ameaças vêm de outras espécies, do tempo e de
outras energias. Estas também estão empenhadas na luta da sobrevivência
para a imortalidade potencial em termos das suas próprias espécies ou
identidades. Sendo assim, isto envolve um conflito. Todas as outras
formas de vida ou energia poderiam ser representadas num gráfico
descritivo como a dinâmica de sobrevivência. Se usássemos a dinâmica
de sobrevivência de um pato num gráfico descritivo, veríamos o pato a
procurar um nível de sobrevivência elevado e o Homem seria uma parte
do supressor do pato.
O equilíbrio e a natureza das coisas não permitem que se alcance o
infinito do objectivo de imortalidade. Num equilíbrio flutuante e numa
complexidade quase ilimitada, a vida e as energias fluem e refluem,
34
O ÜBJECTrvo do HoMEM

saindo do nebuloso para as formas e, através da decadência, novamente


para o nebuloso.* Seria possível retirar muitas equações disto, mas isso
está fora da esfera do nosso interesse actual.
Em termos das zonas do gráfico descritivo, é de importância relativa
saber qual é a extensão da força do supressor contra a dinâmica de
sobrevivência. A dinâmica é inerente aos indivíduos, grupos e raças,
que evoluíram através de éones para resistir ao supressor. No caso do
Homem, ele traz consigo outro nível de técnicas ofensivas e defensivas:
as suas culturas. A sua tecnologia primária de sobrevivência é a actividade
mental que governa a acção física no escalão senciente. Mas cada forma de
vida tem a sua própria tecnologia, formada para solucionar os problemas
de alimentação, protecção e procriação. O grau de funcionalidade
da tecnologia desenvolvida por qualquer forma de vida (carapaça ou
cérebros, rapidez de locomoção ou modo de se disfarçar) é um índice
directo do potencial de sobrevivência, a imortalidade relativa, dessa
forma de vida. Houve grandes perturbações no passado: o Homem,
quando se transformou no animal mais perigoso do mundo (ele pode
matar e mata ou escraviza qualquer forma de vida, não é?), sobrecarregou
o supressor em muitas outras formas de vida e estas diminuíram em
número ou desapareceram.
Uma grande alteração climatérica, igual à que prendeu tantos
mamutes no gelo siberiano, poderá sobrecarregar o supressor numa
forma de vida. Em tempos não muito distantes, uma longa seca no
Sudoeste dos Estados Unidos eliminou a maior parte de uma civilização
índia.
Um cataclismo, como uma explosão do centro da Terra, se tal fosse
possível, ou a bomba atómica ou a cessação súbita da combustão no Sol,
eliminaria todas as formas de vida que existem na Terra.
E uma forma de vida pode até sobrecarregar o seu próprio supressor.
Um dinossauro destrói todo o seu alimento e assim destrói o dinossauro.
O bacilo da peste bubónica ataca tão violentamente as suas vítimas e
com tal apetite, que toda a geração de Pasteurella pestis desaparece. O
suicida não pretende que estas coisas sejam suicidas: a forma de vida
deparou-se com uma equação que possui uma variável desconhecida
* Os Vedas; também Da Natureza das Coisas de Lucrécio.

35
LIVRO uM Q CAPÍTULO TRÊS

e esta, infelizmente, continha valor suficiente para sobrecarregar o


supressor. Esta é a equação de "eu não sabia que a arma estava carregada".
E se o bacilo da peste bubónica sobrecarrega o seu próprio supressor
numa área e depois deixa de incomodar o seu alimento e abrigo (os
animais), então os animais consideram-se beneficiados.
Temerário, esperto e quase indestrutível, o Homem seguiu um
caminho que está longe de ser "unhas e dentes" em todas as esferas.
E o mesmo fizeram a sequóia e o tubarão. Simplesmente como forma
de vida, o Homem, como todas as formas de vida, é "simbiótico". A
vida é um esforço de grupo. Os líquenes, plâncton e algas poderão
satisfazer-se apenas com a luz solar e minerais, mas eles são os elementos
construtivos. Acima dessa existência, à medida que as formas se tornam
mais complexas, existe uma tremenda interdependência.
Está bem que um guarda-florestal acredite que certas árvores matam
voluntariamente todas as outras espécies de árvores à volta delas e
depois deduza que as árvores têm uma "atitude" especiosa. Ele que
olhe novamente. O que é que fez o solo? O que é que fornece os meios
para manter o equilí brio do oxigénio? O que é que torna possível a
queda de chuva noutras áreas? Essas árvores teimosas e assassinas. E
os esquilos plantam árvores. E o Homem planta árvores. As árvores
abrigam árvores de outros tipos. E os animais fertilizam as árvores. E
as árvores abrigam os animais. E as árvores prendem o solo de modo
que plantas menos enraizadas possam crescer. Observe em qualquer
lugar e em todo o lugar, e verá a vida a ajudar a vida. A multiplicidade
de complexidades da vida, como afinidades pela vida, não é dramática.
Mas elas são a razão constante, prática e importante pela qual a vida
pode sequer continuar a existir.
Uma sequóia poderá estar a favor das sequóias como prioridade
e embora faça um excelente trabalho de parecer existir apenas como
sequóia, um exame mais minucioso mostrará que ela depende de outras
coisas e que outras coisas dependem dela.
Assim sendo, pode ver-se que a dinâmica de qualquer forma de vida é
auxiliada por muitas outras dinâmicas e que se combina com elas contra
os factores supressivos. Nenhuma sobrevive sozinha.
Tem-se afirmado que a necessidade é uma coisa muito maravilhosa.
Mas a necessidade é uma palavra que muito descuidadamente se tem
36
O ÜBJECTIVO do HoMEM

tomado como certa. Parece que a necessidade tem sido muitas vezes
interpretada como oportunismo. O que é a necessidade? Além de ser
a "mãe da invenção", será também uma coisa dramática e súbita que
justifica guerras e assassínios, que apenas toca num Homem quando
ele está prestes a morrer de fome? Ou será que a necessidade é uma
quantidade mais suave e menos dramática? Segundo Leucipo: "Tudo
é impulsionado pela necessidade." Esta é a tónica de muita teorização
através dos tempos. Impulsionado, essa é a chave do erro. Impulsionado,
as coisas são impulsionadas. A necessidade impulsiona. A dor impulsiona.
A necessidade e a dor, a dor e a necessidade.
Recordando o dramático e ignorando o importante, o Homem tem-se
imaginado, de tempos a tempos, como sendo o objecto de perseguição
da necessidade e da dor. Estas eram as duas coisas antropomórficas
(semelhantes ao homem) que, completamente armadas, atiravam as
suas lanças sobre ele. Pode-se dizer que este conceito está errado,
simplesmente porque não funciona para produzir mais respostas.
Toda e qualquer necessidade está dentro dele. Nada o está a
impulsionar, excepto o seu ímpeto original para sobreviver. E ele
transporta este dentro de si próprio ou do seu grupo. Dentro dele está a
força com que se defende da dor. Dentro dele está a força com que atrai
o prazer.
Acontece ser um facto científico que o Homem é um organismo
autodeterminado dentro dos limites máximos em que qualquer forma
de vida o pode ser, pois ele ainda depende de outras formas de vida e
do seu ambiente geral. Mas ele é autodeterminado. Este é um assunto
que será abordado mais adiante. Mas é necessário indicar aqui que ele
não é inerentemente um organismo determinado no sentido de que
ele é impulsionado nesta base de estímulo-resposta maravilhosa que
fica tão bem em certos livros e que não funciona de modo nenhum no
mundo do Homem. As felizes ilustrações sobre ratos não servem quando
estamos a falar do Homem. Quanto mais complexo for o organismo,
menos fiavelmente funciona a equação do estímulo-resposta. E quando
se atinge essa complexidade mais elevada, o Homem, alcançou-se um
grau elevado de variabilidade em termos de estímulo-resposta. Quanto
mais senciente e racional for um organismo, mais esse organismo é
autodeterminado. Como todas as coisas, o autodeterminismo é relativo.
37
LIVRO UM a CAPÍTULO TRÊS

Contudo, comparado com um rato, o Homem é realmente muito


autodeterminado. Este é apenas um facto científico porque pode ser
facilmente provado.
Quanto mais senciente for o homem, menos ele será um instrumento
de "botão de pressão". Aberrado e reduzido é natural que ele possa,
num grau limitado, ser levado a agir como uma marioneta; mas nesse
caso entende-se que quanto mais aberrada for uma pessoa, mais ela se
aproxima do quociente de inteligência de um animal.
É interessante notar aquilo que um homem faz com o autode­
terminismo quando este lhe é dado. Embora ele nunca possa escapar
à equação de "não sabia que a arma estava carregada" em termos de cata­
clismo ou do ganho inesperado de alguma outra forma de vida, ele opera
numa zona, de nível elevado, do potencial de sobrevivência. Mas aqui
ele é autodeterminado, racional, com a sua arma primária, a mente, em
excelente estado de funcionamento. Quais são os seus instintos de
necessidade?
De acordo com o dicionário, esse objecto muito senciente, embora
de assuntos muito variados, a necessidade é "o estado de ser necessário;
aquilo que é inevitável; compulsão". Este também acrescenta que a
necessidade é uma "pobreza extrema", mas nós não queremos essa. Nós
estamos a falar de sobrevivência.
A compulsão mencionada pode ser reavaliada em termos de dinâmica
de sobrevivência. Essa está no interior do organismo e da raça. E o que
é "necessário" à sobrevivência?
Vimos, e podemos provar clinicamente, que há dois factores em
acção. A necessidade de evitar a dor é um factor porque, pouco a pouco,
pequenas coisas que em si mesmas não são muito, podem tornar-se
grandes dores que, combinadas nessa rápida progressão geométrica,
trazem a morte. Dor é a tristeza de se ser repreendido por um mau
trabalho, porque isso poderá levar à perda do emprego, que poderá
levar à fome, que poderá levar à morte. Resolva qualquer equação
em que a dor tenha entrado e pode ver-se que ela se reduz à possível
não-sobrevivência. E se isto fosse tudo o que houvesse em relação
a sobreviver, e se a necessidade fosse um pequeno gnomo maldoso
com uma forquilha, parece bastante óbvio que haveria pouca razão
para continuar a viver. Há, porém, a outra parte da equação: o prazer.
38
O ÜBJECTrvo do HoMEM

Esta é uma parte mais estável do que a dor, ao contrário do que diziam
os estóicos, como o provam os testes clínicos em Dianética.
Há, por conseguinte, uma necessidade de prazer, de trabalho - como
se pode definir a felicidade - na direcção de objectivos conhecidos através
de obstáculos que não são incognoscíveis. E a necessidade de prazer é tal
que é possível suportar uma grande quantidade de dor para o alcançar.
O prazer é algo positivo. É o prazer do trabalho, a contemplação das
coisas bem feitas; é um bom livro ou um bom amigo; é esfolar os joelhos
ao escalar o Matterhorn; é ouvir o bebé dizer "papá" pela primeira vez;
é uma zaragata no Bund em Xangai ou o assobio do amor à porta; é
aventura e esperança e entusiasmo e "algum dia aprenderei a pintar"; é
comer uma boa refeição ou beijar uma bela rapariga ou jogar um renhido
jogo de "bluff" na bolsa. É aquilo que o Homem faz e gosta de fazer; é
o que ele faz e gosta de contemplar; é o que ele faz e gosta de lembrar;
e poderá ser apenas falar de coisas que ele sabe que nunca fará.
O Homem suportará muita dor para obter um pouco de prazer. Leva
muito pouco tempo para confirmar isto no laboratório do mundo.
E como é que a necessidade se encaixa neste quadro? Há uma
necessidade de prazer, uma necessidade tão viva, palpitante e vital
como o próprio coração humano. Quem disse que um homem com dois
pães deve vender um para comprar jacintos brancos, falou a verdade.
O criativo, o construtivo, o belo, o harmonioso, o aventuroso e sim,
até mesmo escapar das garras do oblívio, essas coisas são prazer e são
necessidade. Houve uma vez um homem que caminhou milhares de
quilómetros só para ver uma laranjeira e houve outro, que era um monte
de cicatrizes e de ossos mal arranjados, que estava ansioso por ter uma
oportunidade de "domar mais um cavalo".
É muito bonito viver nalgum cume olímpico e escrever um livro de
penalidades e é muito bonito ler para descobrir aquilo que os escritores
dizem que os outros escritores disseram, mas isso não é muito prático.
A teoria do estímulo pela dor não funciona. Se alguns destes
fundamentos de Dianética fossem apenas poesia sobre o estado idílico
do Homem, eles poderiam ser justificados como tal. Mas acontece que
estes fundamentos funcionam no laboratório do mundo.
O Homem, em afinidade com o Homem, sobrevive. E essa
sobrevivência é prazer. �
39
LIVRO UM, CAPÍTULO QUATRO

As QUATRO DINÂMICAS

NAS EQUAÇÕES originais de Dianética, quando a pesquisa ainda estava


no começo, acreditava-se que a sobrevivência poderia ser considerada
apenas em termos pessoais e ainda assim dar resposta a todas as condições.
Uma teoria é apenas tão boa quando funciona. E funciona tão bem
quanto explique os dados observados e preveja novo material que se
verificará existir, de facto.
A sobrevivência em termos pes soais foi computada até que toda
a actividade do Homem podia ser teoricamente explicada apenas em
termos do Eu. A lógica parecia bastante válida. Mas depois foi aplicada
ao mundo. Alguma coisa estava errada: ela não resolvia problemas.
Na verdade, a teoria da sobrevivência apenas em termos pessoais era
tão inexequível que deixava por explicar a maioria dos fenómenos do
comportamento. Podia, contudo, ser computada e ainda parecia boa.
Foi então que ocorreu uma ideia quase intuitiva. A compreensão
do Homem desenvolvia-se na razão do seu reconheci mento da sua
irmandade com o Univer so. Isto era voar alto, mas deu resultados.
Seria o próprio Homem uma irmandade do Homem? Ele desenvol­
veu-se e tornou-se forte como ser gregário, um animal que caçava em
bandos. Aparentemente todas as suas actividades podiam ser computadas
em termos de sobrevivência do grupo. Essa computação foi feita.
41
LIVRO uM Q CAPÍTULO QUATRO

Esta parecia ser boa. Postulou-se que o Homem sobrevivia apenas em


termos da sobrevivência do seu grupo. Parecia bom, mas deixava a maioria
dos fenómenos observados por explicar.
Tentou-se, então, explicar o comportamento do Homem apenas
em termos de Humanidade, isto é, presumiu-se que a Humanidade
sobrevivia pela Humanidade de um modo altamente altruísta. Isto seguia
directamente o caminho silvestre deJeanJacques Rousseau. Era possível
computar que o Homem vivia apenas para a sobrevivência de toda a
Humanidade. Mas quando esse postulado foi dirigido ao laboratório
o mundo - este não funcionou.
Finalmente, foi recordado que alguns tinham pensado que toda
a actividade e comportamento do Homem podiam ser explicados ao
pressupor que ele vivia apenas para o sexo. Esta suposição não era
original. Mas fizeram-se algumas computações originais a esse respeito
e era verdade que, com algumas alterações rápidas da equação, a sua
actividade de sobrevivência podia ser resolvida apenas com base no
sexo. Mas quando foi aplicada aos dados observados, mais uma vez, esta
teoria falhou em explicar todos os fenómenos.
Examinou-se, então, o que já tinha sido tentado. Havia-se suposto que
o Homem sobrevivia apenas para si próprio como indivíduo; tinha-se
computado que ele sobrevivia apenas para o grupo, para o bando, para a
sociedade; postulara-se que ele sobrevivia apenas para a Humanidade e,
finalmente, usou-se a teoria de que ele vivia apenas para o sexo. Nenhuma
funcionava sozinha.
Fez-se uma nova computação quanto à dinâmica de sobrevivência.
Para quê, exactamente, estava o Homem a sobreviver? Todos esses
quatro factores, o Eu, o sexo, o grupo e a Humanidade, foram introduzidos
numa nova equação. Descobriu-se que agora se tinha na mão uma teoria
que funcionava. Explicava todos os fenómenos observados e predizia
novos fenómenos cuja existência se veio a descobrir. Era, portanto, uma
equação científica!
Deste modo, a partir da dinâmica de sobrevivência, desenvolveram-se
as quatro dinâmicas. Por dinâmica de sobrevivência queríamos dizer
o comando básico: "SOBREVIVER!" que está subjacente a todas as
actividades. Por dinâmica queríamos dizer uma das quatro divisões de
42
As QvATRO DINÂMICAS

propósito do princípio dinâmico total. As quatro dinâmicas não eram


forças novas, mas subdivisões da força primária.

A DINÂMICA UM é o impulso para a sobrevivência suprema da


parte do indivíduo e para ele próprio. Esta inclui os simbiotas*
imediatos, a extensão da cultura para seu próprio benefício e a
imortalidade do nome.

A DINÂMICA DOIS é o impulso do indivíduo para a sobrevivência


suprema através do acto sexual, da concepção e da criação de
filhos. Esta inclui os seus simbiotas, a extensão da cultura para
eles e a sua provisão futura.

A DINÂMICA TRÊS é o impulso do indivíduo para a sobrevivência


suprema do grupo. Esta inclui os simbiotas do grupo e a extensão
da sua cultura.

A DINÂMICA QUATRO inclui o impulso do indivíduo para a


sobrevivência suprema de toda a Humanidade. Esta inclui os
simbiotas da Humanidade e a extensão da sua cultura.

A vida, o átomo, o universo e a própria energia estão incluídos sob


a classificação de simbiotas.
Percebe-se imediatamente que estas quatro dinâmicas são realmente
um espectro sem linhas de divisão nítidas. Pode ver-se que a dinâmica
de sobrevivência parte do indivíduo para abranger a espécie inteira e os
seus simbiotas.
Nenhuma dessas dinâmicas é necessariamente mais forte do que
qualquer das outras. Cada uma é forte. São as quatro estradas que um
homem toma para a sobrevivência. E as quatro estradas são, na realidade,
uma só estrada. Esta estrada única é, de facto, um espectro de milhares
de estradas contidas dentro das quatro. São todas em termos de passado,
presente e futuro, considerando que o presente poderá ser uma soma
do passado e o futuro poderá ser o produto do passado e do presente.
* O significado de simbiota em Dianética é alargado para além da definição do dicionário,
para querer dizer "todas e quaisquer formas de vida ou de energia que estão mutuamente
dependentes para a sobrevivência". O átomo depende do Universo, o Universo depende
do átomo.

43
LIVRO uM g CAPÍTULO QUATRO

Pode considerar-se que todos os propósitos do Homem se encontram


dentro desse espectro e isso explica todo o comportamento.
É uma afirmação válida que o Homem é egoísta, quando se refere
a um homem aberrado. É igualmente válido dizer-se que o Homem
é anti-social, se for acrescentado o modificador, aberração. Outras
afirmações desse tipo resolvem-se da mesma forma.
Acontece, porém, que podemos ver essas quatro dinâmicas a competir
umas com as outras na sua operação dentro do indivíduo ou de uma
sociedade. Há uma razão racional para isto. A frase "competição social"
é um composto de comportamento aberrado e dificuldades sencientes.
Qualquer homem, grupo ou raça poderá estar em competição com
qualquer raça, grupo ou homem e mesmo em competição com o sexo,
a um nível inteiramente racional.
A Equação da Solução Óptima seria que um problema foi bem resolvido
quando prevê o máximo bem para o número máximo de dinâmicas. Isto quer
dizer que qualquer solução, modificada pelo tempo disponível para levar
a solução a efeito, deve ser criativa ou construtiva para o maior número
possível de dinâmicas. A solução óptima para qualquer problema seria
aquela que alcançasse o benefício máximo em todas as dinâmicas. Isto
quer dizer que um homem, quando toma decisões sobre algum projecto,
seria mais bem-sucedido se ele beneficiasse todas as coisas relacionadas
com as quatro dinâmicas, na medida em que o seu projecto as afectasse.
Ele também teria, então, de se beneficiar a si próprio para que a solução
fosse óptima. Por outras palavras, beneficiar as Dinâmicas do Grupo
e da Humanidade, mas bloqueando a Dinâmica do Sexo e a Dinâmica
do Eu, seria uma solução muito inferior à solução óptima. O padrão
de conduta de sobrevivência é construído sobre esta Equação da Solução
Óptima. Esta é a equação básica de todo o comportamento racional e é
a equação em que o Clear funciona. Esta é inerente ao Homem.
Por outras palavras, a melhor solução para qualquer problema é a
que trará o maior bem para o maior número de seres, incluindo o Eu,
a progénie, os familiares, os grupos políticos e raciais e, por fim, toda a
Humanidade. O maior bem poderá exigir, também, alguma destruição,
mas a solução deteriora-se na proporção da destruição empregada. O
auto-sacrifício e o egoísmo são igualmente redutores da equação de
acção óptima, ambos têm sido suspeitados e com razão.
44
As QuATRO DINÂMICAS

Tudo isto é uma questão de: será que funciona? Mesmo numa base
não-aberrada, há alturas em que uma ou outra dessas dinâmicas tem de
ser retirada da computação de alguma actividade e, de facto, poucos
problemas são de uma intensidade tão grande que seja preciso tomar
todas as dinâmicas em consideração. Mas quando um problema alcança
tal intensidade, e o tempo não é um factor importante, há erros graves
que podem seguir-se à omissão de uma ou outra das dinâmicas entre os
factores considerados.
No caso de um Napoleão a "salvar a França" à custa do resto
da Humanidade na Europa, a Equação da Solução Ó ptima foi tão
negligenciada que se perderam todos os ganhos revolucionários do povo
francês. No caso de César a "salvar Roma", a equação foi tão mal feita
que causou impedimentos à sobrevivência de Roma.
Mas há casos especiais em que a Equação da Solução Óptima se torna
tão envolvida com o tempo que é preciso desprezar certas dinâmicas
para permitir que outras dinâmicas persistam. O caso de um marinheiro
que dá a sua própria vida para salvar o navio responde à Dinâmica do
Grupo. Tal acção é uma solução válida para um problema. Mas viola a
solução óptima, porque não respondeu pela Dinâmica Um: o Eu.
Poderiam ser citados aqui muitos exemplos de vários tipos em que
uma ou outra das dinâmicas deve, necessariamente, receber prioridade,
tudo numa base inteiramente racional.
Numa base aberrada, a equação ainda é válida, mas esta é complicada
por irracionalidades que não têm nada a ver com a situação. Muitas
soluções são más simplesmente por causa dos dados falsos educacionais
ou da falta completa de dados. Mas ainda assim são soluções. No caso
das soluções aberradas, as dinâmicas são real e activamente impedidas,
como se descreverá completamente mais adiante. a)

45
LIVRO UM, CAPÍTULO CINCO

SUMÁRIO

o PRINCÍPIO DINÂMICO da Existência é a SOBREVIVÊNCIA.


Esta sobrevivência pode ser graduada em quatro zonas, cada uma
das quais prediz progressivamente uma maior oportunidade de atingir
o potencial de imortalidade. A Zona O confina com a morte e inclui
a apatia; a Zona 1 confina com a apatia e inclui o esforço violento; a
Zona 2 confina com a violência, indo até um sucesso medíocre,
mas não inteiramente satisfatório; a Zona 3 confina com o medíocre,
indo até à oportunidade excelente. Essas zonas são, cada uma delas,
ocasionadas pela relação proporcional entre o supressor e a dinâmica de
sobrevivência. Em apatia, a Zona O, o supressor parece grande de mais
para ser vencido. Na área de violência, a Zona 1, o supressor mais ou
menos prevalece sobre a dinâmica de sobrevivência, exigindo um esforço
enorme que, quando despendido sem resultado, faz o organismo cair
na Zona O. Na área da mediocridade, a Zona 2, o supressor e a dinâmica
de sobrevivência estão, mais ou menos, uniformemente equilibrados.
Na área da Zona 3, a dinâmica de sobrevivência venceu o supressor e,
como as possibilidades de sobrevivência são excelentes, esta é a área de
uma resposta elevada aos problemas. Essas quatro zonas poderiam ser
47
LIVRO uM a CAPÍTULO CINCO

classificadas como a zona de desesperança, a zona de acção violenta, a


área de equilíbrio e a área de grande esperança. A base dessas zonas é
a experimentação clínica, uma vez que elas seguem um progresso do
ser mental ou físico à medida que ele sobe da área de morte para uma
existência elevada.
As quatro dinâmicas são subdivisões da dinâmica de sobrevivência
e são, na Humanidade, o impulso para a sobrevivência potencial em
termos de entidades. Elas abrangem todos os propósitos, actividades e
comportamentos da Humanidade. Pode-se dizer que estas são um padrão
de conduta de sobrevivência. A primeira destas, mas não necessariamente
a mais importante nem a que receberá prioridade em vários esforços,
é a Dinâmica Individual, a DINÂMICA UM, que inclui a sobrevivência
pessoal do indivíduo como pessoa viva e a sobrevivência dos seus
simbiotas pessoais. A DINÂMICA DOIS é o impulso para a imortalidade
potencial através dos filhos e inclui toda a actividade sexual, bem como os
simbiotas das crianças. A DINÂMICA TRÊS é a sobrevivência em termos
do grupo, o que poderá incluir coisas como um clube, uma companhia
militar, uma cidade, um estado, uma nação; isto incluiria os simbiotas do
grupo. A DINÂMICA QUATRO é o impulso para a imortalidade potencial
da Humanidade como espécie e dos simbiotas da Humanidade. Estas
classificações incluem qualquer parte da existência, qualquer forma de
matéria e, de facto, o Universo.
Qualquer problema ou situação passível de descoberta, no âmbito
das actividades ou propósitos da Humanidade, está incluído nestas
dinâmicas.
A Equação da Solução Óptima é inerente ao organismo e, modificada
pela educação ou ponto de vista e adicionalmente modificada pelo
tempo, é o método operativo dos indivíduos, grupos ou Humanidade
não-aberrados. A Equação da Solução Óptima está sempre presente,
mesmo em indivíduos severamente aberrados e é usada tal como é
modificada pela sua educação, ponto de vista e tempo disponível. A
aberração não remove a actividade das dinâmicas de sobrevivência. A
conduta aberrada é uma conduta de sobrevivência irracional, tendo em
si toda a intenção de levar à sobrevivência. O facto de a intenção não ser
o acto, não erradica a intenção.
SUMÁRIO

EsTES sÃo os AxioMAS FUNDAMENTAIS


DE DIANÉTICA:

O Princípio Dinâmico da Existência: SOBREVIVER!


A sobrevivência, considerada como o Propósito simples e único,
subdivide-se em quatro dinâmicas. Simbiota significa todas as entidades
e energias que auxiliam a sobrevivência.

A DINÂMICA UM é o impulso do indivíduo em direcção à sobre­


vivência para o indivíduo e os seus simbiotas.

A DINÂMICA DOIS é o impulso do indivíduo em direcção à


sobrevivência através da procriação; esta inclui não só o acto sexual
como também a criação da progénie, o cuidado dos filhos e dos seus
simbiotas.

A DINÂMICA TRÊS é o impulso do indivíduo em direcção à


sobrevivência para o grupo ou o impulso do grupo em direcção
à sobrevivência para o grupo e inclui os simbiotas desse grupo.

A DINÂMICA QUATRO é o impulso do indivíduo em direcção à


sobrevivência para a Humanidade, ou o impulso da Humanidade em
direcção à sobrevivência para a Humanidade, assim como o impulso
do grupo em direcção à sobrevivência para a Humanidade, etc., e
inclui os simbiotas da Humanidade.

O objectivo absoluto da sobrevivência é a imortalidade ou a sobrevivência


infinita. Este é procurado pelo indivíduo em termos de si próprio
como um organismo, como um espírito ou como um nome, ou como
os seus filhos, como um grupo de que ele seja membro ou como
Humanidade e a progénie e os simbiotas dos outros bem como os
seus próprios.

A recompensa da actividade de sobrevivência é o prazer.

A penalidade suprema da actividade destrutiva é a morte ou


não-sobrevivência completa, e é a dor.

Os sucessos aumentam o potencial de sobrevivência em direcção à


sobrevivência infinita.
49
LIVRO uM a CAPÍTULO CINCO

Os fracassos diminuem o potencial de sobrevivência em direcção à


morte.
A mente humana está empenhada em percepcionar e reter dados,
compor ou computar conclusões e colocar e resolver problemas
relativos a organismos ao longo de todas as quatro dinâmicas; e o
propósito da percepção, retenção, conclusão e resolução de problemas
é dirigir o seu próprio organismo e simbiotas e outros organismos e
simbiotas ao longo das quatro dinâmicas em direcção à sobrevivência.
A inteligência é a capacidade de percepcionar, colocar e resolver
problemas.
A dinâmica é a tenacidade para a vida e vigor e persistência na
sobrevivência.
· A dinâmica e a inteligência são ambas necessárias para persistir e levar
alguma coisa a cabo, e nenhuma das duas é uma quantidade constante
de indivíduo para indivíduo, de grupo para grupo.
As dinâmicas são inibidas por engramas, que põem obstáculos a estas
e dispersam a força vital.
A inteligência é inibida por engramas, que fornecem dados falsos ou
incorrectamente classificados ao analisador.
Afelicidade é a superação de obstáculos não desconhecidos em direcção
a um objectivo conhecido e, transitoriamente, a contemplação ou a
satisfação do prazer.
A mente analítica é a porção da mente que percepciona e retém os
dados da experiência para compor e resolver problemas e dirige o
organismo ao longo das quatro dinâmicas. Esta pensa em diferenças e
semelhanças.

A mente reactiva é a porção da mente que arquiva e retém a dor física


e a emoção dolorosa e que procura dirigir o organismo unicamente
numa base de estímulo-resposta. Esta pensa só em identidades.
A mente somática é a mente que, dirigida pela mente analítica ou pela
mente reactiva, leva a efeito as soluções no nível físico.
SUMÁRIO

Um padrão de treino é o mecanismo de estímulo-resposta determinado


pela mente analítica para cuidar da actividade de rotina ou actividade
de emergência. É mantido na mente somática e pode ser mudado à
vontade pela mente analítica.

O hábito é a reacção de estímulo-resposta ditada pela mente reactiva


a partir do conteúdo de engramas e é levado a efeito pela mente
somática. Só pode ser mudado por aquelas coisas que mudam os
engramas.

As aberrações, que incluem todo o comportamento perturbado ou


irracional, são causadas por engramas. São estímulo-resposta pró- e
contra-sobrevivência.

As doenças psicossomáticas são causadas por engramas.

O engrama é a única fonte de aberrações e doenças psicossomáticas.

Momentos de "inconsciência", quando a mente analítica está atenuada


em maior ou menor grau, são os únicos momentos em que os
engramas podem ser recebidos.

O engrama é um momento de "inconsciência", contendo dor física


e emoção dolorosa e todas as percepções, e não está à disposição da
mente analítica como experiência.

A emoção é três coisas: a resposta engrâmica a situações, o fornecimento


regulado de fluidos endócrinos ao corpo para fazer face a situações
num nível analítico e a inibição ou avanço da força vital.

O valor potencial de um indivíduo ou de um grupo poderá ser expresso


pela seguinte equação:

em que I é a Inteligência e D é a Dinâmica.

O mérito de um indivíduo é computado em termos do alinhamento,


em qualquer dinâmica, do seu valor potencial com sobrevivência
óptima ao longo dessa dinâmica. Um VP alto poderá, por um vector
51
LIVRO uM � CAPÍTULO CINCO

invertido, resultar num mérito negativo, como no caso de algumas


pessoas severamente aberradas. Um VP alto em qualquer dinâmica
assegura um mérito elevado apenas na pessoa não-aberrada.s;
uNICA FONTE b.--==.....iiiiõiiiiõiiiiiiiiiii.iii
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1
A
de
TooAs as DOENÇAS
MENTAIS INORGÂNICAS e
PSICOSSOMÁTICAS ÜRGÂNICAS

LIVRO DOIS
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LIVRO DOIS, CAPÍTULO UM

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1

A MENTE ANALÍTICA
eos BANCOS
de MEMÓRIA PADRÃO

EsTE CAPÍTULO DÁ INÍCIO à busca do erro humano e diz-nos onde


este não se encontra.
Pode considerar-se que a mente humana tem três divisões principais.
Primeiro, existe a mente analítica; segundo, a mente reactiva; e terceiro,
a mente somática.
Considere a mente analítica como uma máquina de computação. Isto
é uma analogia, pois a mente analítica, embora se comporte como uma
máquina de computação é, no entanto, fantasticamente mais capaz do que
qualquer máquina de computação alguma vez construída e é infinitamente
mais complexa. Poderia ser chamada a "mente computacional" ou o
"egsusheyftef''. Mas para os nossos propósitos, a mente analítica, como
nome descritivo, servirá perfeitamente. Esta mente poderá encontrar-se
nos lóbulos pré-frontais - há alguns indícios disso - mas este é um
problema estrutural e ninguém percebe realmente de estrutura. Por isso,
chamaremos "mente analítica" a esta parte computacional da mente,
porque ela analisa dados.
O monitor pode ser considerado como parte da mente analítica. O
monitor poderia ser chamado o centro de consciência da pessoa. Este,
falando de um modo inexacto, é a pessoa. Durante milénios, este foi
aproximado por vários nomes, cada um deles reduzindo-se ao "Eu".
55
LrvRo Dors � CAPÍTULO UM

O monitor controla a mente analítica. Não está a controlar porque


lhe tenha sido dito que o fizesse, mas apenas porque o faz de forma
inerente. Não é um demónio que vive no crânio, nem um homenzinho
que vocaliza os pensamentos da pessoa. É o "Eu". Não importa quantas
aberrações é que uma pessoa possa ter, o "Eu" é sempre o "Eu". Não
importa quão "Clear" uma pessoa se torne, o "Eu" ainda é o "Eu". Às
vezes o "Eu" poderá estar submerso num aberrado, mas está sempre
presente.
A mente analítica dá várias provas de ser um órgão, mas como nesta
era sabemos tão pouco sobre estrutura, o conhecimento estrutural
completo da mente analítica deverá vir depois de sabermos o que ela
faz. E em Dianética, nós sabemos, pela primeira vez, precisamente o que
ela faz. Sabe-se e pode-se provar facilmente que a mente analítica, seja
ela um ou vários órgãos do corpo, se comporta tal como se esperaria
que uma boa máquina de computação se comportasse.
O que é que se quereria numa máquina de computação? A acção
da mente analítica - ou analisador - é tudo o que se poderia querer
do melhor computador disponível. Esta pode fazer, e faz, todas as
proezas de um computador. E acima de tudo, esta dirige a construção
de computadores. E está tão certa como qualquer computador alguma
vez esteve. A mente analítica não é apenas um bom computador, esta
é um computador perfeito. Nunca comete erros. Não pode errar, de
modo algum, enquanto um ser humano estiver razoavelmente intacto (a
menos que algo lhe tenha tirado uma parte do seu equipamento mental).
A mente analítica é incapaz de erro e está tão certa de que é incapaz
de erro que resolve tudo com base no facto de que não pode errar. Se
uma pessoa diz: "Não consigo somar", ela quer dizer que nunca aprendeu
a somar ou que tem uma aberração a respeito de somar. Isto não quer
dizer que haja alguma coisa errada com a mente analítica.
Embora o ser integral, num estado aberrado, seja flagrantemente
capaz de erro, o mesmo não se pode dizer, no entanto, acerca da mente
analítica, pois um. computador é apenas tão bom quanto os dados com
que opera e nunca será melhor do que isso. A aberração surge, então, da
natureza dos dados apresentados à mente analítica como um problema
a ser computado.
56
A MENTE ANALÍTICA e os BANCOS de MEMÓRIA PADRÃO

A mente analítica possui os seus bancos de memória padrão. Onde


estes estão localizados exactamente em termos de estrutura, mais uma
vez, não nos interessa de momento. Para operar, a mente analítica precisa
de ter perceptos (dados), memória (dados) e imaginação (dados).
Há outro banco de armazenagem de dados e outra parte da mente
humana que contêm aberrações, que são a fonte das insanidades. Estes
serão completamente tratados mais adiante e não devem ser confundidos
com a mente analítica ou com os bancos de memória padrão.
Os dados contidos nos bancos de memória padrão, estejam ou não
avaliados correctamente, estão todos lá. Os vários sentidos recebem
informações e estas informações são directamente arquivadas nos bancos
de memória padrão. Estas não passam primeiro através do analisador.
São arquivadas e o analisador depois recolhe-as dos bancos padrão.
Existem vários destes bancos padrão e estes poderão ser duplicados
dentro de si próprios, de modo que existem vários de cada tipo de banco.
A natureza parece ser generosa com estas coisas. Existe um banco, ou um
grupo de bancos, para cada percepção. Estes podem ser considerados
como estantes de dados arquivados num sistema de índice cruzado, que
faria um agente dos serviços secretos ficar verde de inveja. Cada percepto
é arquivado como um conceito. A visão de um carro em movimento,
por exemplo, é arquivada no banco de visio com cor e movimento no
momento em que ele é visto, indexado com a área em que é visto, indexado
com todos os dados sobre carros, indexado com os pensamentos sobre
carros e assim sucessivamente, com o arquivo adicional de conclusões
(corrente de pensamento) do momento e correntes de pensamento do
passado com todas as suas conclusões. O som desse carro é similarmente
arquivado, indo dos ouvidos directamente para o banco de áudio, e
indexado de modo a cruzar de tantas maneiras como no exemplo anterior.
Todas as outras sensações desse momento também são arquivadas nos
seus respectivos bancos.
Poderá ser que todo o arquivamento seja feito num só banco. Seria
mais simples se assim fosse. Mas isto não é uma questão de estrutura,
mas de actuação mental. Com o tempo alguém descobrirá exactamente
como são arquivados. Agora de momento, tudo o que nos interessa é a
função de arquivamento.
57
L1vRo D01s aJ CAPÍTULO UM

Cada percepto - vista, som, cheiro, toque, gosto, sensação orgânica,


dor, ritmo, cinestesia (peso e movimento muscular) e emoção - é correcta
e cuidadosamente arquivado nos bancos padrão, na íntegra. Não importa
quantas aberrações é que uma pessoa fisicamente intacta possua ou se
ela pensa que pode ou que não pode conter estes dados ou recordá-los,
o arquivo está lá e está completo.
Este arquivo começa num período muito remoto - de que falaremos
mais adiante. Depois funciona continuamente, durante toda a existência,
esteja o indivíduo adormecido ou desperto, excepto nos momentos de
"inconsciência*". A sua capacidade é, aparentemente, infinita.
Os números destes conceitos (conceito quer dizer: aquilo que foi
retido depois de algo ter sido percepcionado) deixariam o computador
de um astrónomo num estado de choque. A existência e a profusão das
recordações retidas foram descobertas e estudadas num grande número
de casos, e estas podem ser examinadas em qualquer pessoa por meio
de certos processos.
No que respeita à simples acção da percepção, tudo o que está contido
nesse banco está correcto. Poderá haver erros orgânicos nos órgãos de
percepção, como a cegueira ou a surdez (quando físicas e não devidas
à aberração), que deixariam espaços em branco nos bancos; e poderá
haver defeitos orgânicos, como a surdez orgânica parcial, que deixariam
espaços em branco parciais. Estas coisas, porém, não são erros nos
bancos de memória padrão; são uma simples ausência de dados. Tal
como no computador, os bancos de memória padrão são perfeitos, registando
fiel efiavelmente.
Parte dos bancos padrão é audio-semântica, ou seja, o registo das
palavras ouvidas. E parte dos bancos padrão é visio-semântica, ou seja,
o registo de palavras lidas. Ambas são partes especiais dos arquivos
de som e visão. Um cego que tem de ler com os dedos desenvolve um
arquivo táctil-semântico. O conteúdo dos arquivos de linguagem falada
é exactamente como se ouviu, sem alteração.
Outra parte interessante dos bancos de memória padrão é que
eles aparentemente arquivam o original e fornecem cópias exactas
* "Inconsciência", neste livro, significa uma maior ou menor redução da consciência por
parte do "Eu" - uma atenuação do poder funcional da mente analítica.

58
A MENTE ANALÍTICA e os BANCOS de MEMÓRIA PADRÃO

ao analisador. Fornecerão tantas cópias exactas quanto as que forem


pedidas, sem diminuir o arquivo original real. Cada uma dessas cópias
é fornecida como sendo do mesmo tipo que as originais, com visão de
cor-movimento, tom-audio, etc.
A quantidade de material retido nos bancos de memória padrão
normais encheria várias bibliotecas. Mas o método de retenção é
invariável. E a potencialidade da recordação é perfeita.
A fonte primária de erros na computação "racional" vem sob os
títulos de dados insuficientes e dados erróneos. O indivíduo, enfrentando
diariamente novas situações, nem sempre está na posse de todo o material
de que necessita para tomar uma decisão. E poderão ter-lhe dito alguma
coisa de "Fonte Segura" que não era verdadeira e para a qual ele, no
entanto, não encontrou prova contrária nos bancos.
Entre os bancos padrão, que são perfeitos e fiáveis, e o computador,
a mente analítica, que é perfeita e fiável, não há qualquer concurso
irracional. A resposta está sempre tão correcta quanto possível à luz dos
dados disponíveis, e isso é tudo o que se pode pedir de um dispositivo
de computação ou de um dispositivo de gravação.
A mente analítica vai ainda mais longe do que se supõe nos seus
esforços para estar certa. Esta verifica e pesa constantemente novas
experiências à luz de experiências antigas, forma novas conclusões à luz
de conclusões antigas, altera velhas conclusões e geralmente está muito
ocupada em estar certa.
Pode considerar-se que a mente analítica recebeu das células um
posto de confiança sagrada para proteger a colónia, e ela faz tudo o
que está ao seu alcance para levar a cabo essa missão. Esta tem os dados
correctos, tão correctos quanto possível, e efectua computações correctas
com esses dados, tão correctas quanto é possível fazê-las. Quando
consideramos o enorme número de factores com que lidamos, por
exemplo, no acto de conduzir um automóvel ao longo de dez quarteirões,
podemos avaliar até que ponto e em quantos níveis essa mente analítica
pode estar ocupada.
Antes de apresentarmos o mau desta fita, a mente reactiva, é necessário
compreender algo sobre a relação entre a mente analítica e o próprio
organismo.
59
LIVRO Dors a CAPÍTULO uM
A mente analítica, que detém toda a responsabilidade, está longe de
não ter autoridade para realizar as suas acções e desejos. Através dos
mecanismos do regulador da função vital (que controla todas as funções
mecânicas da vida), a mente analítica pode afectar qualquer função do
corpo que desejar.
Quando em excelentes condições de funcionamento - isto é, quando
o organismo não está aberrado - a mente analítica pode influenciar
o batimento cardíaco, as glândulas endócrinas (coisas como o cálcio
e o açúcar no sangue, a adrenalina, etc.), o fluxo selectivo do sangue
(parando-o nos membros ou iniciando-o à vontade), urina, excretos, etc.
Todas as funções glandulares, rítmicas e fluidas do corpo podem estar sob
o comando da mente analítica. Isso não quer dizer que este seja sempre o
caso numa pessoa Aclarada. Isso seria muito desconfortável e incómodo.
Mas quer dizer que a mente analítica pode efectuar mudanças conforme
os seus desejos, quando se capacita para isso. Esta é uma questão de
provas laboratoriais, muito fáceis de fazer.
Durante muito tempo as pessoas foram intuitivas em relação ao
"poder total da mente". Bem, o poder total da mente seria a mente
analítica a funcionar com os bancos de memória padrão, o regulador
das funções vitais e uma outra coisa adicional.
A última coisa e a mais importante é, naturalmente, o organismo.
Este está a cargo da mente analítica. E a mente analítica controla-o de
maneiras diferentes das funções vitais. Todos os músculos e o resto do
organismo podem estar sob o comando total da mente analítica.
Para manter a si própria e os seus circuitos livres de bricabraque e
de actividades menores, a mente analítica é dotada de um regulador
do padrão de treino aprendido. Nisto ela pode introduzir, através da
educação, os padrões de estímulo-resposta necessários à execução de
tarefas, como falar, andar, tocar piano, etc. Esses padrões aprendidos
não são inalteráveis. Por serem seleccionados pela mente analítica após
pensamento e esforço, raramente é necessário alterá-los; se surgirem
novas situações, os músculos são treinados num novo padrão. Nenhum
desses treinos é "condicionamento"; são apenas padrões de treino que o
organismo pode usar sem nenhuma atenção de magnitude da parte do
analisador. Por este método, pode ser inserido um número incontável
desses padrões no organismo. E eles não são a fonte de nenhumas
60
A MENTE ANALÍTICA e os BANCOS de MEMÓRIA PADRÃO

dificuldades, visto que estão arquivados por tempo e situação, e basta


um pequeno pensamento para anular os velhos em favor de novos.
Todos os músculos, voluntários e "involuntários", podem estar sob
o comando da mente analítica.
Aqui está, então, o compósito de um ser senciente. Não há qualquer
possibilidade de erro para além dos erros resultantes de dados in­
suficientes e erróneos, porém aceites (e estes últimos serão usados
pelo analisador apenas uma vez, se essa única vez provar que os dados
estão errados). Aqui está o reino do prazer, da emoção, da criação, da
construção e mesmo da destruição se a computação baseada na solução
óptima disser que alguma coisa deve ser destruída.
As dinâmicas estão subjacentes às actividades da mente analítica.
O impulso para a sobrevivência explica todas as suas acções. O facto
de podermos compreender a simplicidade fundamental do mecanismo
funcional não quer dizer, contudo, que um homem que só actua desta
maneira seja frio ou calculista ou que faça tudo "com unhas e dentes".
Quanto mais o Homem se aproxima deste estado óptimo num indivíduo
ou numa sociedade inteira, mais viva e calorosa será essa sociedade, mais
honestos poderão ser os seus estados de espírito e acções.
A sanidade depende da racionalidade. Aqui está a racionalidade
óptima e, portanto, a sanidade mental óptima. E aqui estão, também,
todas as coisas que o Homem gosta de pensar que o Homem deveria
ser, aliás, o modo como ele retratou os seus melhores deuses. Isto é o Clear.
Isto é sanidade. Isto é felicidade. Isto é sobrevivência.
Onde está o erro? �

61
LIVRO DOIS, CAPÍTULO DOIS

A MENTE REACTIVA

ESTÁ BASTANTE BEM aceite, nos dias de hoje, que todas as formas
de vida evoluíram dos elementos construtivos básicos, o vírus e a célula.
A sua única relevância para Dianética é que esta proposição funciona
- e, na verdade, é somente isso que nós pedimos à Dianética. Não há
necessidade de escrevermos aqui um vasto volume sobre biologia e
evolução. Podemos acrescentar alguns capítulos a essas matérias, mas
Charles Darwin fez um bom trabalho e os princípios fundamentais da
evolução podem ser encontrados na sua obra e em outras.
A proposição com que se começou originalmente Dianética foi a
evolução. Postulou-se que as próprias células tinham o impulso para
sobreviver e que esse impulso era comum à vida. Postulou-se, além disso,
que os organismos - indivíduos - eram construídos de células e eram,
na verdade, agregados de colónias de células.
O organismo seguiu o mesmo caminho que o seu elemento
construtivo. Nos domínios do finito e para qualquer dos nossos
propósitos, o Homem podia ser considerado como um agregado colonial
de células e poder-se-ia presumir que o seu propósito era idêntico ao
dos seus elementos construtivos.
A célula é uma unidade de vida que está a procurar sobreviver, e
apenas sobreviver.
LrvRo Dors SJ CAPÍTULO Dors

O Homem é uma estrutura de células que procuram sobreviver e


apenas sobreviver.
A mente do Homem é o posto de comando de operação e está
construída para resolver e apresentar problemas relacionados com a
sobrevivência e apenas com a sobrevivência.
A acção de sobrevivência, se óptima, levará à sobrevivência.
O padrão de conduta de sobrevivência óptimo foi formulado e depois
examinado em busca de excepções, e não foram encontradas nenhumas
excepções.
Descobriu-se que o padrão de conduta de sobrevivência está longe
de ser estéril e árido, estando, pelo contrário, repleto de actividade rica
e extremamente agradável.
Nenhum desses postulados proscreveu qualquer conceito relativo
à alma humana ou divina ou à imaginação criativa. Compreendeu-se
perfeitamente que este era um estudo apenas do universo finito e que
poderão muito bem existir esferas e reinos de pensamento e acção
acima desta esfera finita. Mas também se descobriu que nenhum desses
factores era necessário para resolver todo o problema da aberração e
da conduta irracional.
Descobriu-se que a mente humana havia sido injustamente caluniada,
pois verificou-se que ela possuía capacidades que excediam em muito as
que haviam sido imaginadas, quanto mais testadas, até agora.
Verificou-se que o carácter humano básico havia sido metido a
ridículo porque o Homem não tinha sido capaz de distinguir entre a
conduta irracional derivada de dados medíocres e a conduta irracional
derivada de outra fonte, muito mais perversa.
Se alguma vez existiu um diabo, ele concebeu a mente reactiva.
Este mecanismo funcional conseguiu enterrar-se tão profundamente,
que só a filosofia indutiva, viajando regressivamente desde o efeito para
a causa, serviu para o desenterrar. O trabalho de detective investido na
localização desse grande criminoso da psique humana ocupou muitos
anos. A sua identidade pode agora ser certificada por qualquer técnico
em qualquer clínica ou em qualquer grupo de homens. Duzentos e
setenta e três indivíduos foram examinados e tratados, representando
todos os vários tipos de doença mental inorgânica e as muitas variedades
A MENTE REACTIV A

de doenças psicossomáticas. Em cada um deles, encontrou-se esta mente


reactiva a operar, com os seus princípios inalterados. Esta é uma longa
série de casos e em breve se tornará ainda mais longa.
Toda a gente possui uma mente reactiva. Nenhum ser humano
examinado, em qualquer parte, foi encontrado sem uma mente reactiva
ou sem conteúdo aberrativo no seu banco de engramas, o reservatório de
dados que serve a mente reactiva.
O que faz esta mente? Esta desliga a recordação auditiva. Coloca
circuitos vocais na mente. Torna as pessoas surdas à tonalidade do
som. Faz as pessoas gaguejar. Faz toda e qualquer coisa que pode ser
encontrada em qualquer lista de doenças mentais: psicoses, neuroses,
compulsões, repressões ...
O que pode ela fazer? Pode provocar artrite, bursite, asma, alergias,
sinusite, dificuldades coronárias, tensão arterial alta e assim por diante,
ao longo de todo o catálogo de doenças psicossomáticas, incluindo
mais algumas que nunca foram especificamente classificadas como
psicossomáticas, tais como a constipação comum.
Ela é a única coisa no ser humano que pode provocar esses efeitos.
É ela que os provoca uniformemente.
Esta é a mente que fez Sócrates pensar que possuía um demónio que
lhe dava respostas. Esta é a mente que fez Calígula nomear o seu cavalo
para um posto governamental. Esta é a mente que fez César cortar a
mão direita de milhares de gauleses, que fez Napoleão reduzir a altura
dos franceses em uma polegada.
Esta é a mente que mantém a guerra como uma coisa alarmante, que
torna a política irracional, que faz os oficiais superiores rosnarem, que
faz as crianças chorarem de medo do escuro. Esta é a mente que faz um
homem suprimir as suas esperanças, que mantém as suas apatias, que o
torna indeciso quando deve agir e que o mata quando ele mal começou
a viver.
Se alguma vez existiu um diabo, ele inventou a mente reactiva.
Descarregue o conteúdo do banco desta mente e a artrite desaparece,
a miopia melhora, a doença do coração diminui, a asma desaparece, o
estômago funciona correctamente e todo o catálogo de males desaparece
e não volta mais.

65
L1vRo Dois Q CAPÍTULO Dois

Descarregue o banco de engramas reactivo e o esquizofrénico


finalmente encara a realidade, o maníaco-depressivo começa a realizar
coisas, o neurótico deixa de agarrar-se a livros que lhe dizem como ele
precisa das suas neuroses e começa a viver, a mulher pára de ralhar com
os filhos e o dipsomaníaco pode beber quando quer e parar.
Estes são factos científicos. Estes comparam-se invariavelmente com
a experiência observada.
A mente reactiva é toda a fonte de aberração. Pode ser provado, e
tem-no sido repetidamente, que não há mais nenhuma fonte, pois quando
o banco de engramas é descarregado, todos os sintomas indesejáveis
desaparecem e o Homem começa a operar no seu padrão óptimo.
Se estivéssemos a procurar algo parecido com demónios na mente
humana - como aqueles que se observam em alguns doentes internados
nos manicómios - seria muito fácil encontrá-los. Só que eles não são
demónios. São circuitos de derivação do banco de engramas. Quantas
orações e exortações foram usadas contra estes circuitos de derivação!
Se não acreditássemos em demónios, se supuséssemos que, afinal de
contas, o Homem é bom (como um postulado, naturalmente), como
poderia o mal entrar dentro dele? Qual seria a fonte destas fúrias insanas?
Qual seria a fonte dos seus lapsus linguae? Como viria ele a conhecer o
medo irracional?
Porque é que não se gosta do patrão, embora ele tenha sido sempre
agradável?
Porque será que os suicidas despedaçam os seus corpos em
bocadinhos?
Porque é que o Homem se comporta de forma destruidora e
irracional, fazendo guerras, matando, arruinando secções inteiras da
Humanidade?
Qual é a fonte de todas as neuroses, psicoses e insanidades?
Voltemos a um exame breve da mente analítica. Examinemos os seus
bancos de memória. Aqui encontramos arquivados todos os conceitos
dos sentidos. Ou pelo menos assim parece à primeira vista. Olhemos
novamente, olhemos para o factor tempo. Há um sentido de tempo
nestes bancos da mente analítica. É muito preciso, como se o organismo
estivesse equipado com um relógio de grande qualidade. Mas há aqui

66
A MENTE REACTIVA

alguma coisa errada quanto ao tempo - este tem lacunas! Há momentos


em que parece que nada está arquivado nestes bancos padrão. Estas
lacunas ocorrem durante momentos de "inconsciência", um estado de
ser causado pela anestesia, drogas, ferimento ou choque.
Estes são os únicos dados que faltam no banco padrão. Se examinar
a memória de uma operação, num paciente em transe hipnótico, esses
incidentes são os únicos períodos que você não encontrará nos bancos.
Poderá encontrá-los se os quiser procurar e não se importar com o que
acontece ao seu paciente - mais adiante, voltaremos a falar sobre isto.
Mas a questão é que falta algo que sempre foi considerado por todos,
em qualquer época, como nunca tendo sido gravado.
Além disso, ninguém, em nenhuma época, foi capaz de localizar a
fonte da insanidade. Será que esses dois dados estão em concordância e
relacionados entre si? Sem dúvida nenhuma.
Há duas coisas que parecem estar - mas não estão - registadas nos
bancos padrão: a emoção dolorosa e a dor física.
Como construiria uma máquina sensível, da qual dependessem as
questões de vida e de morte dum organismo, e que seria a principal
ferramenta de um indivíduo? Deixaria os seus circuitos delicados à mercê
de toda e qualquer sobrecarga ou instalaria um sistema de fusíveis? Se
um instrumento delicado está em circuito numa linha de energia, este
é protegido por vários conjuntos de fusíveis. Qualquer computador
estaria protegido assim.
Acontece que há alguma pequena evidência que apoia a teoria eléctrica
do sistema nervoso. Na dor, há sobrecargas muito intensas nos nervos.
Poderá ser que - e foram feitas, noutro lugar, algumas computações de
Dianética a esse respeito - o cérebro seja o amortecedor das sobrecargas
de energia resultantes de ferimentos, com a própria energia a ser gerada
pelas células feridas na área do ferimento. Essa é uma teoria e não tem
qualquer propósito aqui, excepto para servir de exemplo. Agora estamos
a lidar somente com factos científicos.
A acção da mente analítica é suspensa durante um momento de dor
intensa. Na verdade, a mente analítica comporta-se exactamente como
se fosse um órgão, cujo suprimento vital fosse cortado sempre que
ocorresse um choque.
L1vRo D01s Q CAPÍTULO D01s

Por exemplo, um homem atropelado por um carro é posto


"inconsciente" e, ao recuperar a "consciência", não tem registo do
período em que esteve "desmaiado". Esta seria uma circunstância de
não-sobrevivência. Isto quer dizer que não haveria qualquer volição
da parte de alguém que estivesse ferido, e este é o momento em que
o organismo mais necessita de volição. Sendo assim, será contra a
sobrevivência se a mente inteira se desligar sempre que surgir dor. Será
que um organismo com uma experiência de mais de mil milhões de anos
em engenharia biológica deixaria um problema desses por resolver?
Na verdade, o organismo resolveu o problema. Talvez o problema
seja, biologicamente, muito difícil e talvez a solução não seja muito boa,
mas foram tomadas grandes providências para esses momentos em que
o organismo está "inconsciente".
A resposta para o problema de fazer com que o organismo reaja
em momentos de "inconsciência" ou quase "inconsciência" é também
a resposta para a insanidade, as doenças psicossomáticas e todas as
peculiaridades mentais a que as pessoas estão susceptíveis e que dão
origem à fábula de que "errar é humano".
Testes clínicos provam que estas afirmações são factos científicos:

1. A mente regista continuamente, em algum nível, durante toda


a vida do organismo.
2. Todos os registos de uma vida estão disponíveis.
3. A "inconsciência", em que a mente está alheia àquilo que a
cerca, só é possível na morte e não existe como amnésia total
na vida.
4. Todas as perturbações mentais e físicas de natureza psíquica
têm origem em momentos de "inconsciência".
5. Tais momentos podem ser alcançados e a sua carga drenada,
resultando no retorno da mente à sua condição de operação
óptima.

A "inconsciência" é a única fonte de aberração. Não existe nenhuma


acção como o "condicionamento mental", excepto num nível de treino
consciente, em que este só existe com o consentimento da pessoa.

68
A MENTE REACTIV A

Se quiser fazer uma experiência, pegue numa pessoa, faça-a ficar


"inconsciente", fira-a e dê-lhe informações. Através da técnica de
Dianética, não importa quais sejam as informações que lhe tenha
dado, estas podem ser recuperadas. Esta experiência não deve ser feita
descuidadamente, porque você também poderá torná-la insana.
Uma forma pálida desta operação pode ser obtida através da hipnose,
seja pelas técnicas normais ou por drogas. Ao instalar "sugestões positivas"
num sujeito, pode-se fazer com que ele aja como uma pessoa insana.
Este teste não é novo. É um facto bem conhecido que se pode introduzir
compulsões ou repressões na psique desse modo. Os antigos gregos
estavam bastante familiarizados com isto e usaram-no para produzir
várias delusões.
Há o que se conhece por "sugestão pós-hipnótica". Uma compreensão
disto pode ajudar a compreender o mecanismo básico da insanidade.
As acções não são idênticas em ambas as circunstâncias, mas são
suficientemente semelhantes na sua essência.
Um homem é colocado num transe hipnótico pela técnica hipnótica
comum ou com alguma droga hipnótica. O operador poderá então
dizer-lhe: "Quando despertar, há algo que deve fazer. Sempre que eu
tocar na minha gravata, você tirará o casaco. Quando eu largar a gravata,
você vestirá o casaco. Agora, irá esquecer-se de que eu lhe disse para
fazer isto."
O sujeito é, então, despertado. Não está conscientemente a par do
comando. Se lhe dissessem que ele recebera uma ordem, enquanto
"adormecido", ele resistiria à ideia ou encolheria os ombros, mas não
saberia. O operador toca, então, na gravata. O sujeito poderá fazer
algum comentário sobre estar muito calor e por isso tirar o casaco. Então
o operador larga a gravata. O sujeito poderá comentar que ele agora
está com frio e voltará a vestir o casaco. O operador toca novamente
na gravata. O sujeito poderá dizer que o seu casaco veio do alfaiate e,
com muita conversa, finalmente explicará por que motivo o está a tirar,
talvez para ver se a costura de trás foi correctamente cosida. O operador
solta, então, a gravata e o sujeito dirá que está satisfeito com o alfaiate
e vestirá o casaco. O operador poderá tocar na sua gravata muitas vezes
e receberá de cada vez uma acção da parte do sujeito.
L1vRo D01s G CAPÍTULO D01s

Finalmente, o sujeito poderá tomar consciência, pelas expressões


na cara das pessoas, de que algo está errado. Ele não saberá o que está
errado. Ele nem sequer saberá que o toque na gravata é o sinal que
o faz tirar o seu casaco. Começará a sentir-se desconfortável. Poderá
encontrar defeitos na aparência do operador e começar a criticar a roupa
dele. Ainda não sabe que a gravata é o sinal. Ele continuará a reagir e
a permanecer na ignorância de que há alguma razão estranha para ele
ter de tirar o casaco - tudo o que sabe é que está desconfortável com o
seu casaco sempre que a gravata é tocada, e desconfortável sem o casaco
sempre que a gravata é largada.
Estas várias acções são muito importantes para uma compreensão da
mente reactiva. O hipnotismo é uma ferramenta de laboratório. Não
é usado de modo algum na terapia de Dianética, mas serviu como um
meio de examinar mentes e de obter as suas reacções. O hipnotismo
é uma variável aleatória. Algumas pessoas podem ser hipnotizadas,
muitas não podem. As sugestões hipnóticas às vezes "pegam", outras
vezes não. Às vezes curam as pessoas, outras vezes tornam-nas doentes
- a mesma sugestão provoca reacções diferentes em diferentes pessoas.
Um engenheiro sabe como usar uma variável aleatória. Há algo que
a torna imprevisível. A descoberta da razão básica de porque é que o
hipnotismo era uma variável ajudou a descobrir a fonte da insanidade.
Uma compreensão do mecanismo da sugestão pós-hipnótica pode
contribuir para uma compreensão da aberração.
Por mais tola que seja uma sugestão dada a um sujeito sob hipnose,
ele levá-la-á a cabo de um modo ou de outro. Pode-se dizer-lhe que tire
os sapatos, que chame alguém às 1 o horas do dia seguinte ou que coma
ervilhas ao pequeno-almoço, e ele assim fará. Estas são ordens directas e
ele obedecê-las-á. Pode-se dizer-lhe que os seus chapéus não lhe servem
e ele acreditará. Qualquer sugestão funcionará dentro da sua mente,
sem o conhecimento dos seus níveis de consciência mais elevados.
Podem ser feitas sugestões muito complexas. Uma delas seria
no sentido de que ele era incapaz de pronunciar a palavra "Eu". Ele
omiti-la-ia da conversação, usando expedientes extraordinários, sem estar
"consciente" de que tinha de evitar a palavra. Ou poder-se-ia dizer-lhe
que nunca olhasse para as mãos e ele não o faria. Estas são repressões.
Dadas ao sujeito quando ele estava narcotizado ou num sono hipnótico,
A MENTE REACTIV A

essas sugestões operam quando ele está desperto. E continuarão a operar


até que sejam liberadas pelo operador hipnótico.
Pode-se dizer-lhe que ele tem um impulso para espirrar cada vez que
ouve a palavra "tapete" e que espirrará quando esta palavra for dita.
Pode-se dizer-lhe que deve saltar meio metro para o ar cada vez que vir
um gato e ele saltará. Ele fará essas coisas depois de ter sido despertado.
Estas são compulsões.
Pode-se dizer-lhe que ele terá pensamentos muito sexuais a respeito
de uma determinada rapariga, mas que quando os tiver, ele sentirá
comichão no nariz. Pode-se dizer-lhe que ele tem um impulso contínuo
para se deitar e dormir, e que cada vez que o fizer sentirá que não pode
dormir. Ele experimentará essas coisas. Estas são neuroses.
Noutras experiências pode-se dizer-lhe, quando em "sono" hipnótico,
que ele é o presidente do país e que agentes dos serviços secretos estão
a tentar assassiná-lo. Ou pode-se dizer-lhe que dão-lhe veneno em todos
os restaurantes em que ele tentar comer. Estas são psicoses.
Ele pode ser informado de que na realidade é outra pessoa, que possui
um iate e se chama "Sir Reginald". Ou pode-se dizer-lhe que ele é um
ladrão, que tem um cadastro e que a polícia anda à sua procura. Estas
seriam, respectivamente, insanidades esquizofrénicas e esquizofrénicas
paranóides.
O operador pode informar o sujeito de que ele, o sujeito, é a pessoa
mais maravilhosa do mundo e que toda a gente pensa assim. Ou que ele
é o objecto da adoração de todas as mulheres. Esta seria a insanidade do
tipo maníaco.
Ele pode ser convencido, enquanto hipnotizado, de que quando
despertar, ele sentir-se-á tão mal que não desejará mais nada senão a
morte. Esta seria a insanidade do tipo depressivo.
Pode-se dizer-lhe que a única coisa em que ele consegue pensar é em
como ele está muito doente e que todas as doenças sobre as quais ele lê,
tornam-se suas. Isto fá-lo-ia reagir como um hipocondríaco.
Poderíamos percorrer todo o catálogo das doenças mentais desta
maneira e, por meio de engendrar sugestões positivas para criar o estado
mental, poderíamos produzir, no sujeito desperto, uma aparência de
cada insanidade.
LrvRo Dors Q CAPÍTULO Dors

Compreende-se que estas são aparências. São semelhantes à insanidade


porque o sujeito agiria como uma pessoa insana. Ele não seria uma pessoa
insana. No momento em que a sugestão é libertada - sendo o sujeito
informado de que esta era uma sugestão - a aberração (e todas estas
insanidades, etc., são agrupadas sob o título de aberração) desaparece
.
teoricamente.*
A duplicação de aberrações de todas as classes e tipos, em sujeitos
que foram hipnotizados ou narcotizados, demonstrou que há uma parte
da mente que não está em contacto com a consciência, mas que contém
dados.
Foi a procura dessa porção da mente que levou à resolução do
problema da insanidade, doenças psicossomáticas e outras aberrações.
Esta não foi abordada através do hipnotismo e o hipnótismo é apenas
mais uma ferramenta, uma ferramenta que não tem qualquer uso na
prática de Dianética e que, de facto, nem sequer é necessária.
Temos aqui um indivíduo que está a agir de uma maneira sã, a quem
é dada uma sugestão positiva e que então, temporariamente, age de um
modo insano. A sua sanidade é restaurada liberando a sugestão para a
sua consciência, momento em que esta perde a sua força sobre ele. Isto,
porém, é apenas uma aparência do mecanismo envolvido. A insanidade
real, uma que não seja introduzida agora por algum hipnotizador,
não precisa de emergir na consciência para ser liberada. Há esta e
outras diferenças entre o hipnotismo e a fonte real de aberração, mas o
hipnotismo é uma demonstração das suas partes funcionais.
Reveja o primeiro exemplo da sugestão positiva. O sujeito estava
"inconsciente", isto é, não estava na posse de uma consciência ou de
autodeterminismo completo. Deram-lhe algo que ele devia fazer e esse
algo estava escondido da sua consciência. O operador fez-lhe um sinal.
Quando este sinal ocorreu, o sujeito executou uma acção. O sujeito deu
razões para a acção que não eram as verdadeiras. O sujeito começou
a achar defeitos no operador e nas roupas dele, mas não viu que era a
* Aqui vai uma advertência: estes são testes. Foram feitos em pessoas que podiam ser
hipnotizadas e em pessoas que não podiam ser, mas que foram narcotizadas. Estes testes
trouxeram dados valiosos a Dianética. Estes apenas podem ser duplicados quando conhecer
Dianética, a não ser que realmente queira tornar alguém insano acidentalmente, pois estas
sugestões nem sempre desaparecem. O hipnotismo é uma variável aleatória. É perigoso e
pertence tanto à sala de visitas como uma bomba atómica.
A MENTE REACTIVA

gravata que dava o sinal para a acção. A sugestão foi liberada e o sujeito
deixou de sentir uma compulsão para executar a acção.
Estas são as partes da aberração. Assim que se saiba exactamente quais
partes de quais coisas é que são aberrações, todo o problema se torna
muito simples. Parece incrível, à primeira vista, que a fonte pudesse
ter permanecido tão profundamente oculta durante tantos milénios
de pesquisa. Mas, à segunda vista, é espantoso que a fonte tenha sido
descoberta, pois ela está bem e astuciosamente escondida.
A "inconsciência" da variedade não-hipnótica é um pouco mais
rude. É preciso mais do que alguns passes de mão para provocar a
"inconsciência" da variedade produtora de insanidade.
O choque de acidentes, o anestésico usado nas operações, a dor dos
ferimentos e os delírios da doença são as principais fontes daquilo a que
chamamos "inconsciência".
O mecanismo, na nossa analogia da mente, é muito simples. Ao
entrar uma onda destruidora de dor física ou um veneno penetrante,
como o éter, desligam-se alguns ou todos os fusíveis da mente analítica.
Quando ela se desliga, também se desliga aquilo que nós conhecemos
como os bancos de memória padrão.
Os períodos de "inconsciência" são espaços em branco nos bancos
de memória padrão. Esses períodos que faltam compõem aquilo a que
Dianética chama o banco da mente reactiva.
O tempo em que a mente analítica está em plena operação, mais os
momentos em que a mente reactiva está em operação são uma linha
contínua de registo consecutivo, para o período inteiro da vida.
Durante os períodos em que a mente analítica está total ou
parcialmente desligada do circuito, a mente reactiva entra total ou
parcialmente em acção. Por outras palavras, se a mente analítica está
desligada de modo a ficar meio fora do circuito, a mente reactiva
está meio dentro do circuito. Estas percentagens tão exactas não são
realmente possíveis, mas isto é para dar uma ideia aproximada.
Quando o indivíduo está total ou parcialmente "inconsciente", a
mente reactiva entra total ou parcialmente em actividade. Quando ele
está totalmente consciente, a sua mente analítica comanda totalmente o
organismo. Quando a consciência do indivíduo está reduzida, a mente
reactiva entra em circuito nessa mesma proporção.
73
LIVRO D01s a CAPÍTULO D01s

Os momentos que contêm "inconsciência" no indivíduo são


geralmente momentos de contra-sobrevivência. Por isso, é vital que
algo assuma o controlo, para que o indivíduo possa tomar acções para
salvar todo o organismo. O lutador que luta já meio fora de combate, o
homem queimado que se arrasta para fora do fogo - estes são casos em
que a mente reactiva é valiosa.
A mente reactiva é muito robusta. Tem de sê-lo para conseguir
suportar as ondas de dor que põem qualquer outra porção senciente
no corpo fora de combate. Não é muito refinada. Mas é terrivelmente
exacta. Possui uma ordem baixa de capacidade de computação, uma
ordem que está abaixo da debilidade mental, mas seria de esperar
que uma mente que permanece em circuito quando o corpo está a ser
esmagado, ou frito, tivesse uma baixa ordem de capacidade.
O banco reactivo não armazena memórias como as conhecemos.
Este armazena engramas*. Estes engramas são gravações completas,
até aos detalhes mais exactos, de todas as percepções presentes num
momento de "inconsciência" parcial ou total. São tão exactas como
qualquer outra gravação no corpo. Mas têm a sua própria força. São
como discos fonográficos ou filmes de cinema, se esses contivessem
todas as percepções de vista, som, cheiro, gosto, sensação orgânica, etc.
Contudo, a diferença entre um engrama e uma memória é bem
distinta. Um engrama pode estar permanentemente ligado a qualquer
ou a todos os circuitos do corpo e comporta-se como uma entidade.
Em todos os testes de laboratório feitos a esses engramas, descobriu-se
que estes possuem fontes "inesgotáveis" de poder para comandar o corpo.
Não importava o número de vezes que um destes fosse reactivado num
indivíduo, este continuava a ser poderoso. Na verdade, tornava-se ainda
mais capaz de exercer o seu poder, na razão directa da sua reactivação.
A única coisa que conseguia sequer abalar esses engramas era a
técnica que se tornou a terapia de Dianética, que será tratada na íntegra
na terceira secção deste volume.
*Apalavra engrama em Dianética é usada no seu sentido rigorosamente preciso como um
"traço definido e permanente deixado por um estímulo no protoplasma de um tecido".
É considerado como um grupo unitário de estímulos que se impingiram exclusivamente
no ser celular.

74
A MENTE REACTIVA

Eis um exemplo de um engrama: uma mulher é derrubada por um


soco. Ela fica "inconsciente". Dão-lhe pontapés e dizem-lhe que ela é
uma fingida, que ela não presta, que está sempre a mudar de ideias. Uma
cadeira é derrubada durante o incidente. Na cozinha, uma torneira está
aberta e a correr água. Um carro passa na rua. O engrama contém uma
gravação contínua de todas essas percepções: vista, som, tacto, gosto,
cheiro, sensação orgânica, sentido cinético, posição das articulações,
registo de sede, etc. O engrama consistiria em tudo o que lhe foi dito
enquanto ela estava "inconsciente": os tons e a emoção na voz; o som e
a sensação do primeiro soco e dos posteriores; o contacto com o chão; a
sensação e o som da cadeira a cair; a sensação orgânica do soco; talvez o
gosto de sangue na boca ou qualquer outro gosto ali presente; o cheiro
da pessoa que a atacava; os cheiros na sala; o som do motor e dos pneus
do carro que passava, etc.
Tudo isso seria considerado uma coisa semelhante a uma "sugestão
positiva". Mas há aqui uma outra coisa que é nova, uma coisa que não
está nos bancos padrão, excepto pelo contexto: dor e emoção dolorosa.
São essas coisas que distinguem os bancos padrão dos bancos de
engramas reactivos: a dor física e a emoção dolorosa. A dor física e a
emoção dolorosa constituem a diferença entre um engrama, que é a
causa da aberração - toda a aberração - e uma memória*.
Todos já ouvimos dizer que uma má experiência ajuda a viver e que,
sem ela, o Homem jamais aprende. Isto poderá ser muito, muito verdade.
Mas isto não inclui o engrama. Este não é experiência. É acção comandada.
Antes de o Homem possuir um vocabulário extenso talvez esses
engramas tivessem uma certa utilidade para ele. Estes contribuíam para
a sobrevivência de maneiras que serão desenvolvidas mais adiante. Mas
quando o Homem adquiriu uma linguagem superior e homonímica (com
palavras que se pronunciam da mesma forma, mas que têm significados
diferentes) e, na verdade, quando ele adquiriu qualquer linguagem,
* Em Dianética, considera-se que uma memória é qualquer conceito de percepções arma­
zenado nos bancos de memória padrão, que é potencialmente recordável pelo "Eu".
Uma cena vista pelos olhos e percepcionada pelos outros sentidos, torna-se um registo
nos bancos de memória padrão e poderá ser relembrada posteriormente pelo "Eu",
como referência.

75
L1vRo Dois Q CAPÍTULO Dois

estes engramas tornaram-se mais um risco do que um auxílio. E agora,


com o Homem bastante evoluído, estes engramas não o protegem de
nenhuma forma, mas tornam-no louco, ineficiente e enfermo.
A prova de qualquer asserção encontra-se na sua aplicabilidade.
Quando esses engramas são apagados do banco da mente reactiva, a
racionalidade e a eficiência aumentam imensamente, a saúde melhora
bastante e o indivíduo computa racionalmente no padrão de conduta
de sobrevivência, isto é, ele sente-se feliz consigo próprio e com a
companhia daqueles que o rodeiam, e é construtivo e criativo. Ele
somente é destrutivo quando algo realmente ameaça a esfera das suas
dinâmicas.
Estes engramas, então, têm um valor inteiramente negativo neste
estádio de desenvolvimento do Homem. Quando estava mais próximo
do nível dos seus primos animais (que têm, todos eles, mentes reactivas
desse mesmo tipo), talvez ele tivesse tido uso para os dados. Mas a
linguagem e a alteração da sua existência tornam qualquer engrama
num risco óbvio, e não há nenhum engrama que tenha qualquer valor
construtivo.
A mente reactiva foi fornecida para assegurar a sobrevivência. Esta
ainda finge actuar dessa maneira. Mas agora os seus erros crassos vão
somente na direcção oposta.
Na realidade, existem três tipos de engramas, todos eles são
aberrativos. Primeiro, há o engrama contra-sobrevivência. Este contém
dor física, emoção dolorosa, todas as outras percepções e ameaça ao
organismo. Uma criança agredida, deixada inconsciente e abusada por um
violador, recebe esse tipo de engrama. O engrama contra-sobrevivência
contém antagonismo aparente ou real para o organismo.
O segundo tipo de engrama é o engrama pró-sobrevivência. Uma criança
que foi maltratada está doente. Dizem-lhe, enquanto ela está parcial ou
totalmente "inconsciente", que cuidarão dela, que ela é muito amada,
etc. Este engrama não é considerado contra-sobrevivência, mas sim
pró-sobrevivência. Parece estar a favor da sobrevivência. Dos dois, este
último é o mais aberrativo, porque é reforçado pela lei da afinidade, que
é sempre mais poderosa do que o medo. O hipnotismo aproveita-se desta
característica da mente reactiva, por ser uma abordagem compassiva a
um sujeito artificialmente inconsciente. O hipnotismo é tão limitado
76
A MENTE REACTIV A

como é porque não contém, como um factor, a dor física e a emoção


dolorosa: coisas que mantêm um engrama fora de vista e ancorado
abaixo do nível de "consciência".
O terceiro é o engrama de emoção dolorosa, que é semelhante aos outros
engramas. É causado pelo choque de uma perda súbita, tal como a morte
de um ente querido.
O banco da mente reactiva é composto exclusivamente destes
engramas. A mente reactiva pensa exclusivamente com estes engramas.
"Pensa" com eles de uma maneira que faria Korzybski praguejar, pois
ela pensa em termos de identificação completa, isto é, identidades, uma
coisa é idêntica a outra.
Se a mente analítica fizesse uma computação sobre maçãs e bichos,
ela provavelmente poderia ser formulada da seguinte maneira: algumas
maçãs têm bichos, outras não; ao comer uma maçã, encontramos,
ocasionalmente, um bicho, a menos que ela tenha sido adequadamente
pulverizada; os bichos deixam buracos nas maçãs.
Contudo, a mente reactiva, ao fazer uma computação sobre maçãs e
bichos, conforme contidos no seu banco de engramas, calcularia como
se segue: as maçãs são bichos, são dentadas, são buracos em maçãs, são
buracos em qualquer coisa, são maçãs e são sempre bichos, são maçãs,
são dentadas, etc.
As computações da mente analítica poderão abranger somatórios
de cálculo verdadeiramente espantosos, torceduras manhosas de lógica
simbólica, as computações necessárias para a construção de uma ponte
ou para fazer um vestido. Qualquer equação matemática alguma vez
vista veio da mente analítica e poderá ser usada pela mente analítica na
resolução dos problemas mais rotineiros.
Mas não a mente reactiva! Essa é tão fantástica e maravilhosamente
simples que, em operação, pode dizer-se que tem apenas uma equação:
A=A=A=A=A.
Comece qualquer computação com a mente reactiva. Comece-a, é
claro, com os dados que ela contém. Qualquer dado é exactamente igual
a qualquer outro dado na mesma experiência.
Uma computação analítica feita sobre a mulher que levou pontapés,
anteriormente mencionada, seria que as mulheres às vezes metem-se em
77
L1vRo D01s � CAPÍTULO D01s

situações em que levam pontapés e são magoadas, e sabe-se de homens


que dão pontapés e magoam mulheres.
Uma computação da mente reactiva sobre este engrama, como um
engrama, seria: a dor do pontapé é igual à dor do soco, é igual à queda da
cadeira, é igual à passagem do carro, é igual à torneira, é igual ao facto
de que ela é uma fingida, é igual ao facto de que ela não presta, é igual
ao facto de que ela muda de ideias, é igual aos tons de voz do homem,
é igual à emoção, é igual a uma fingida, é igual a uma torneira aberta, é
igual à dor do pontapé, é igual à sensação orgânica na área do pontapé,
é igual à queda da cadeira, é igual a mudar de ideias, é igual... Mas para
quê continuar? Cada percepção neste engrama é igual a todas as outras
percepções neste engrama. O quê? Isto é uma loucura? Precisamente!
Examinemos mais um pouco a nossa sugestão positiva pós-hipnótica
do tocar na gravata e de tirar o casaco. Nesta temos os factores visíveis
de como a mente reactiva funciona.
Esta sugestão pós-hipnótica apenas necessita de uma carga emocional
e de dor física para se tornar num engrama perigoso. Na realidade, esta
é uma espécie de engrama. É inserida pela compaixão entre o operador
e o sujeito, o que a tornaria um engrama de compaixão: pró-sobrevivência.
Sabemos que o operador apenas tinha de tocar na gravata para fazer
com que o sujeito despertado tirasse o seu casaco. O sujeito não sabia o
que é que o fazia tirar o casaco e encontrou toda a espécie de explicações
para o acto, nenhuma das quais era a correcta. O engrama, neste caso
a sugestão pós-hipnótica, foi realmente colocado no banco da mente
reactiva. Estava abaixo do nível de consciência; era uma compulsão que
surgia de abaixo do nível de consciência. E agia sobre os músculos para
fazer o sujeito tirar o casaco. Eram dados inseridos nos circuitos do
corpo, abaixo do nível de comando da mente analítica, e operando não
só sobre o corpo, mas também sobre a própria mente analítica.
Se este sujeito tirasse o casaco cada vez que visse alguém tocar numa
gravata, a sociedade considerá-lo-ia ligeiramente maluco. E, no entanto,
não havia nenhum poder de consentimento em relação a isto. Se ele
tivesse tentado contrariar o operador, recusando-se a tirar o casaco, o
sujeito teria experimentado um grande desconforto, de um tipo ou de
outro.
A MENTE REACTIVA

Tomemos agora um exemplo dos processos da mente reactiva num


escalão inferior da vida: um peixe nada para os baixios, onde a água é
salobra, amarela e com gosto a ferro. Ele acaba de comer uns quantos
camarões quando um peixe maior o ataca e bate contra a sua cauda.
O pequeno peixe consegue escapar, mas foi fisicamente magoado.
Tendo um poder analítico insignificante, o peixe depende da reacção
para grande parte da sua escolha de actividades.
Então, a sua cauda cura-se e ele continua a sua vida. Mas um dia, ele
é atacado por um peixe maior e a sua cauda recebe uma pancada. Desta
vez, não ficou seriamente ferido, apenas recebeu uma pancada. Mas algo
aconteceu. Algo dentro dele acha que ele agora está a ser descuidado na
escolha das suas acções. Aqui está um segundo ferimento na mesma área.
A computação do peixe, a nível reactivo, foi: baixios é igual à água
salobra, é igual a amarelo, é igual ao gosto a ferro, é igual à dor na cauda,
é igual a camarão na boca e qualquer um destes é igual a qualquer outro.
A segunda pancada na cauda fez k ey -in do engrama. Isto de­
monstrou ao organismo que uma coisa parecida ao primeiro acidente
(pensamento-identidade) poderia voltar a acontecer. Sendo assim,
cuidado!
Depois disso, o pequeno peixe nada para água salobra. Isto fá-lo ficar
ligeiramente "nervoso". Mas ele continua a nadar e dá por si em águas
amarelas e salobras. Ainda assim, ele não volta atrás. Começa a sentir
uma leve dor na cauda. Mas continua a nadar. Subitamente sente um
gosto a ferro e a dor na cauda liga-se com força. E lá se vai ele como um
relâmpago. Não havia peixe algum atrás dele. Havia ali camarões para
comer. Mas ele foi-se embora de qualquer modo. Lugar perigoso! E se
não tivesse voltado para trás, ele teria realmente apanhado uma dor na
cauda.
O mecanismo é uma espécie de actividade de sobrevivência. Num
peixe, este poderá servir um propósito. Mas num homem que tira o
seu casaco cada vez que alguém toca numa gravata, o mecanismo de
sobrevivência já ultrapassou há muito o seu tempo. Mas este está lá!
Vamos investigar um pouco mais o nosso jovem e o seu casaco. O
sinal para tirar o casaco era muito exacto. O operador tocava na gravata.
Isto é equivalente a qualquer uma ou a todas as percepções que o peixe
recebeu e que o fizeram voltar para trás. O toque da gravata poderia ter
79
L1vRo D01s Q CAPÍTULO D01s

sido uma dúzia de coisas. Qualquer uma dessa dúzia de coisas poderia
ter dado o sinal para tirar o casaco.
No caso da mulher que foi derrubada e que levou pontapés, qualquer
percepção no engrama recebido tem alguma qualidade de restimulação. A
á gua a correr de uma torneira poderá não a ter afectado muito. Mas a água
a correr de uma torneira, mais a passagem de um carro poderão ter
iniciado uma leve reactivação do engrama, um desconforto vago nas áreas
em que foi atingida e levou pontapés, não o suficiente para lhe provocar
dores reais, mas no entanto algo está ali. À água corrente e à passagem do
carro, acrescentamos a queda abrupta de uma cadeira e ela experimenta
um choque de pequenas proporções. Acrescentemos agora o cheiro e
a voz do homem que lhe deu pontapés e a dor começa a aumentar. O
mecanismo está a dizer-lhe que está num lugar perigoso, que ela deve sair
dali. Mas ela não é um peixe; é um ser altamente senciente e tanto quanto
sabemos, ela tem a estrutura mental mais complexa desenvolvida na
Terra até agora, o organismo da espécie: o Homem. O problema envolve
muitos outros factores além desse único engrama. Ela fica. As dores nas
áreas onde foi magoada tornam-se uma predisposição para a doença ou
são, elas próprias, doenças crónicas que, no caso deste incidente, são
de facto menores, mas mesmo assim são doenças. A sua afinidade pelo
homem que a espancou poderá ser tão elevada que o nível analítico,
auxiliado por um tom geral normalmente alto, poderá opor-se a essas
dores. Mas se esse nível é baixo, sem muito para o ajudar, então as dores
podem tornar-se grandes.
O peixe que foi atingido e que recebeu um engrama não renegou
os camarões. Os camarões poderão tê-lo tornado um pouco menos
entusiástico depois disso, mas o potencial de sobrevivência de comer
camarões fez os camarões igualarem-se muito mais ao prazer do que à dor.
Uma vida geralmente agradável e promissora - e não pense que
estamos a insinuar que a mulher fica naquele lugar só pela comida, digam
os humoristas o que disserem sobre as mulheres - tem um elevado
potencial de sobrevivência e isso pode superar uma grande quantidade
de dor. Contudo, à medida que o potencial de sobrevivência diminui, há
uma maior aproximação do nível de dor (Zona O e Zona 1) e um engrama
desses pode começar a ser severamente reactivado.
80
A MENTE REACTIV A

Contudo, há aqui outro factor além da dor - na verdade, há vários


outros factores. Se o jovem que tirava o casaco tivesse recebido uma
das sugestões positivas neuróticas, como as que estão listadas algumas
páginas atrás, ele teria reagido a esta ao receber o sinal.
O engrama que esta mulher recebeu contém uma sugestão positiva
neurótica, além dos restimuladores gerais como a torneira, o carro e a
queda da cadeira. Disseram-lhe que ela era uma fingida, que não prestava
e que estava sempre a mudar de ideias. Quando o engrama é restimulado
numa das muitas maneiras possíveis, ela tem uma "sensação" de que não
presta, de que é uma fingida e de que mudará de ideias.
Há vários casos disponíveis que ilustram peculiarmente a tristeza
desse facto. Num caso particular, que foi Aclarado, uma mulher fora
severamente espancada muitas vezes e de cada vez tinham-lhe dito as
mesmas coisas, todas depreciativas. O conteúdo sugeria que ela era muito
dissoluta e que coabitaria com qualquer um. Foi-nos trazida pelo pai -
desde então, ela já se tinha divorciado - que se queixava de ser ela muito
dissoluta e que havia coabitado com vários homens em poucas semanas.
Ela própria admitiu que era uma dissoluta, não compreendendo como
tal podia acontecer e isso preocupava-a, mas simplesmente "parecia não
poder evitá-lo". O exame dos engramas no banco da sua mente reactiva
trouxe à luz uma longa série de espancamentos com esse conteúdo. Por
isto ser uma questão de pesquisa e não de tratamento - embora este lhe
fosse dado - entrou-se em contacto com o ex-marido dela. Um exame,
independente do conhecimento dela, demonstrou que a dramatização
da ira dele continha exactamente estas palavras. Ele batera na mulher até
a tornar uma mulher dissoluta, porque ele tinha medo de mulheres dissolutas.
Em todos os casos examinados nesta pesquisa foram comparados: os
engramas do paciente com os engramas do doador. Sempre que possível,
examinaram-se os conteúdos dos incidentes, descobrindo-se que estes
concordavam uniformemente. Tomaram-se todos os cuidados para evitar
qualquer outro método de comunicação entre o doador e o paciente.
Tudo o que foi encontrado nos períodos "inconscientes" de cada paciente, quando
verificado em relação a outras fontes, mostrou-se ser exacto.
A analogia entre o hipnotismo e a aberração confirma-se facilmente.
O hipnotismo implanta, por sugestão positiva, uma ou outra forma de
insanidade. Normalmente é uma implantação temporária, mas às vezes,
81
L1vRo Dois Q CAPÍTULO Dois

a sugestão hipnótica não se "levanta" ou não é removida de uma maneira


desejável para o hipnotizador. O perigo de se fazer experiências com
hipnose em pacientes não aclarados encontra-se noutro mecanismo da
mente reactiva.
Quando existe um engrama como o exemplo dado acima, a mulher
estava obviamente "inconsciente" na altura em que recebeu o engrama.
Ela não tinha nenhuma memória (registo) do incidente no banco padrão,
para além de saber que tinha sido derrubada pelo homem. O engrama
não era, então, uma experiência tal como compreendemos a palavra. Este
podia actuar a partir de baixo para aberrar os processos de pensamento
dela, podia causar-lhe dores estranhas - que ela atribuía a outra coisa
qualquer - nas áreas feridas. Mas ela não sabia da sua existência.
O key-in foi necessário para activar o engrama. Mas o que poderia
precisamente fazer-lhe key-in? Em alguma altura posterior, quando ela
estava cansada, o homem ameaçou espancá-la novamente e chamou-lhe
nomes feios. Esta foi uma experiência de nível consciente. Ela achou que
esta foi "mentalmente dolorosa" para si. E foi "mentalmente dolorosa",
apenas porque havia dor física real, genuína, invisível e subjacente a
esta, à qual a experiência consciente tinha feito "key-in". A segunda
experiência foi um lock. Era uma memória, mas esta tinha um novo tipo
de acção nos bancos padrão. Esta tinha poder de mais e adquiriu esse
poder de um golpe físico recebido no passado. A mente reactiva não
é muito cuidadosa com o seu relógio do tempo. Na verdade, quando
um key-in tem início, ela não consegue distinguir um ano de idade dos
noventa. O engrama real subiu para debaixo do banco padrão.
Ela pensa que está preocupada com o que ele disse na experiência do
lock. Na verdade, ela está preocupada com o engrama. Deste modo, as
memórias tornam-se "dolorosas". Mas a dor não é armazenada nos bancos
padrão. Nesse banco não há nenhum lugar para a dor. Nenhum. Há um
lugar para o conceito da dor e estes conceitos do que é doloroso são mais
do que suficientes para manter o organismo senciente chamado Homem
afastado de toda a dor que ele crê ser realmente perigosa. Num Clear,
não há memórias que induzam a dor, porque já não resta qualquer registo
da dor física no banco da mente reactiva para arruinar a maquinaria.
O jovem que tirava e vestia o casaco não sabia o que estava a
preocupá-lo ou aquilo que o forçava a fazer o que fazia. A pessoa com
82
A MENTE REACTIV A

um engrama não sabe o que é que a está a preocupar. Ela pensa que é
o lock e o lock poderá estar muito longe de ser algo que se pareça com o
engrama. O lock poderá ter um conteúdo percéptico semelhante. Mas
poderá ser sobre um assunto totalmente diferente.
Não é difícil compreender o que estes engramas fazem. São simples
momentos de dor física com força suficiente para tirar parte ou toda
a maquinaria analítica do circuito; são antagonismo relativamente à
sobrevivência do organismo ou uma pretensa compaixão relativamente
à sobrevivência do organismo. Essa é a definição completa. Muita
ou pouca "inconsciência", dor física, conteúdo percéptico e dados
contra-sobrevivência ou pró-sobrevivência. Estes são controlados pela
mente reactiva, que pensa exclusivamente em identidades de tudo ser
igual a tudo. Os engramas impõem os seus comandos ao organismo
por meio da aplicação do chicote da dor física. Se o organismo não faz
exactamente o que estes dizem (e acredite em qualquer Clear, isso é
impossível!), a dor física é ligada. Os engramas conduzem uma pessoa
como um domador conduz um tigre - e, no processo, podem transformar
um homem num tigre sem muito esforço, e ainda por cima pegam-lhe
a sarna.
Se o Homem não tivesse inventado a linguagem ou, como será
demonstrado, se as suas línguas fossem um pouco menos homonímicas
e mais específicas com os seus pronomes pessoais, os engramas
continuariam a ser dados de sobrevivência e o mecanismo funcionaria.
Mas o Homem ultrapassou o seu uso. Escolheu entre a linguagem e
a loucura potencial e, em troca dos grandes benefícios da primeira,
recebeu a maldição da segunda.
O engrama é a fonte única e exclusiva da aberração e das doenças
psicossomáticas.
Foi examinada uma grande quantidade de dados. Não se encontrou
uma só excepção. Nas "pessoas normais", no neurótico e no insano, a
remoção total ou parcial desses engramas, sem outra terapia, produziu
uniformemente um estado muito superior à norma actual. Não
tivemos necessidade de nenhuma outra teoria ou terapia, além das
que apresentamos neste livro, para o tratamento de todas as doenças
psíquicas ou psicossomáticas. �
LIVRO DOIS, CAPÍTULO TRÊS

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A CÉLULA e
o ÜRGANISMO

A RAZÃO PELA QUAL o ENGRAMA permanecen oculto por tanto


tempo, como a única fonte de aberração e de doenças psicossomáticas,
vem das manifestações amplas e quase infinitamente complexas que
podem derivar de engramas simples.
Poder-se-iam postular várias teorias sobre os motivos por que
a mente humana se desenvolveu exactamente como o fez, mas não
passariam de teorias e Dianética não se ocupa da estrutura. Como
estímulo a futuros trabalhadores nesse campo, poderíamos fazer,
exclusivamente como postulado, um ou dois comentários quanto à
existência de uma ligação clara entre qualquer energia do tipo eléctrico
no corpo e a efusão de energia das células que sofrem ferimentos.
Podia-se construir uma teoria tomando-se por base que as células
feridas, ao ferir também as suas vizinhas com uma descarga de energia
do tipo eléctrico, forçaram o desenvolvimento de uma célula especial
que agiria como conduta para "sangrar" esta carga dolorosa. As condutas
de células poderão ter-se transformado em neurónios e a carga poderá
ter sido mais bem distribuída pelo corpo, com menos possibilidade
de causar incapacidade local no ponto de impacto do ferimento.

85
LIVRO D01s � CAPÍTULO TRÊS

Essas condutas - os neurónios - poderão ter começado a ser formadas


através de impactos na extremidade do corpo que está mais próxima da
direcção de locomoção. Isto faria do crânio a maior massa de neurónios.
O Homem, caminhando ered:o, poderá ter tido outro novo ponto de
impacto, a testa, e assim obteve os lóbulos pré-frontais. E talvez não.
Isto é apenas uma teoria, que se apoia apenas nalguns dados de valor
científico. Esta ainda não foi submetida a qualquer tipo de experiência.
Contudo, isto tem de ser apresentado como uma teoria sobre
estrutura. A célula é um dos elementos construtivos básicos do corpo.
As células, para sobreviverem melhor, parecem ter-se tornado colónias
que, por sua vez, tinham o interesse primário: a sobrevivência. E as
colónias desenvolveram-se ou angariaram mais membros em agregados
que, por sua vez, eram organismos, também com o único propósito de
sobrevivência. E os organismos desenvolveram mentes para coordenar
os músculos e resolver os problemas de sobrevivência. Isto também
é só teoria e mesmo que tenha sido a linha de raciocínio que levou à
Dianética, ela pode estar totalmente errada. Esta funciona. Esta teoria
pode ser retirada de Dianética e Dianética continuará a ser uma ciência
e continuará a funcionar. O conceito do cérebro electrónico não foi
vital mas apenas útil para Dianética e também poderia ser retirado -
Dianética continuaria a manter-se válida. Uma ciência é um assunto
mutável, no que diz respeito às suas teorias internas. Em Dianética,
introduzimos a nossa cunha numa área de pesquisa enorme. No ponto
em que Dianética se encontra, ela funciona, sempre e sem excepção. As
razões por que funciona serão indubitavelmente ponderadas e alteradas
aqui e ali, para o seu aperfeiçoamento - se assim não for, uma fé constante
nesta geração de cientistas e nas gerações futuras não terá sido justificada.
À medida que prosseguimos tornar-se-á evidente a razão por que
falamos sobre células. A razão por que sabemos que os antigos conceitos
de estrutura não estão correctos é que estes não resultam como função.
Todos os nossos factos são funcionais e científicos, total e completamente
apoiados por provas de laboratório. A função precede a estrutura. A
matemática de James Clerk Maxwell foi postulada e a electricidade foi
ampla e beneficamente usada, muito antes de alguém ter qualquer ideia
real sobre a estrutura do átomo. A função vem sempre antes da estrutura.

86
A CÉLULA eo ORGANISMO

A surpreendente falta de progresso no campo da mente humana, durante


os últimos milénios, é parcialmente atribuível ao facto de o seu "órgão
de pensamento" se encontrar num campo, a medicina, que foi e que
poderá continuar a ser por muito tempo uma arte, não uma ciência.
Será necessária uma filosofia básica para explicar a vida, antes que essa
arte possa fazer mais algum progresso.
Por exemplo, mal se estudaram ainda quais são as capacidades da
célula.Nos últimos anos, foi levado a cabo algum trabalho para descobrir
mais, mas faltou a filosofia básica. A célula estava a ser observada, não
prevista.
O estudo das células no Homem tem sido feito sobretudo com tecidos
mortos. Falta uma qualidade desconhecida no tecido morto, a qualidade
importante: vida.
Em Dianética, no nível de observação de laboratório, descobrimos
para nosso espanto que as células são, evidentemente, sencientes de
alguma forma actualmente inexplicável. A menos que postulemos
uma alma humana que entre no esperma e no óvulo no momento da
concepção, há coisas que nenhum outro postulado abrangerá, a não ser
que essas células sejam, de algum modo, sencientes. Quando se entra num
campo novo com postulados que funcionam em todas as direcções - e a
filosofia básica da sobrevivência é um guia que nos leva continuamente
a domínios mais profundos, explicando e predizendo fenómenos em
todo o lado - é inevitável que surjam dados que discordem de teorias
anteriores. Quando esses dados são tão científicos quanto a observação
de que uma maçã cai quando é largada em condições normais na Terra,
não se pode senão aceitá-los. O abandono de antigas teorias poderá
causar dano às nossas preciosas crenças e à afeição nostálgica pela velha
gravata escolar, mas um facto é um facto.
As células como unidades de pensamento exercem evidentemente,
como células, uma influência sobre o corpo como unidade de
pensamento e organismo. Não precisamos de desemaranhar esse
problema estrutural para resolver os nossos postulados funcionais. As
células retêm evidentemente engramas de acontecimentos dolorosos.
Afinal de contas, elas são as coisas que são feridas. E elas têm
evidentemente uma mão no chicote da punição, para cada vez que o
L1vRo D01s � CAPÍTULO TRÊS

analisador lhes falha. A história do engrama assemelha-se à história


de uma batalha entre as tropas e o general, cada vez que o general faz
com que algumas das tropas sejam mortas. Quanto menos afortunado
for o general na protecção destas tropas, mais poder elas assumem.
As células, evidentemente, fomentaram a evolução do cérebro para
um nível senciente mais elevado. A dor inverte o processo como se as
células estivessem arrependidas de ter posto tanto poder nas mãos de
um comandante central.
A mente reactiva poderá muito bem ser a inteligência celular
combinada. Não é necessário supor que o seja, mas é uma teoria
estrutural cómoda na falta de qualquer trabalho real efectuado neste
campo da estrutura. O banco de engramas reactivo poderá ser o material
armazenado nas próprias células. De momento, não importa se isto é
credível ou incrível. Mas é preciso dizer alguma coisa sobre o assunto
para dar uma compreensão daquilo que ocorre durante os momentos
de "inconsciência".
O facto científico, observado e testado, é que o organismo, na
presença de dor física, permite que o analisador seja retirado do circuito,
de modo que haja uma quantidade limitada ou não haja quantidade
nenhuma de consciência pessoal como organismo unitário. Este faz
isto para proteger o analisador ou para retirar o seu poder, na crença
de que é muito melhor ter um engrama durante uma emergência - por
acaso, o analisador, segundo a experiência observada, não concorda.
Cada percepto presente, incluindo a dor física, é registado durante
esses momentos não-analíticos. Sempre que a dor está presente - isto é,
a dor física - o analisador desliga-se um pouco ou muito. Mesmo se a dor
durar apenas um instante, ainda há um instante de redução analítica. Isto
pode ser muito facilmente comprovado: simplesmente tente recordar a
última vez em que esteve seriamente ferido e veja se não há pelo menos
um período momentâneo em branco. Adormecer sob anestesia e acordar
algum tempo mais tarde é um tipo de desligamento analítico mais
complicado, pelo facto de incluir dor física, mas é inicialmente causado
por um veneno (e todos os anestésicos são, tecnicamente, venenos).
Depois também há a condição de sufocamento, como no afogamento,
e este é um período de desligamento analítico de maior ou menor

88
A CÉLULA eo ÜRGANISMO

amplitude. E também há a condição provocada pelo sangue que, por um


motivo ou outro, deixa a área ou áreas que contêm poderes analíticos -
onde quer que estes estejam - e isto também provoca um desligamento
analítico em maior ou menor grau. Tais incidentes incluem o choque
(em que o sangue tende a acumular-se no centro do corpo); a perda de
sangue por cirurgia, ferimento ou anemia e a obstrução das artérias que
passam pela garganta. O sono natural provoca uma redução da actividade
analítica, mas na realidade não é muito profunda nem grave. Com a
terapia de Dianética, qualquer experiência ocorrida durante o sono pode
ser facilmente recuperada.
Pode ver-se agora que há muitas maneiras pelas quais se pode desligar
o poder analítico. E também se pode ver que há uma maior ou menor
redução. Quando se queima o dedo com um cigarro, há um pequeno
instante de dor e uma pequena quantidade de redução. Quando alguém
se submete a uma operação, a duração poderá ser em termos de horas e
a quantidade de desligamento analítico poderá ser extrema. A duração
e a quantidade da redução são duas coisas diferentes, relacionadas, mas
bem diferentes. Isto não é muito importante, mas é mencionado.
Vimos, ao ler Dianética até aqui, que o princípio do "espectro" tem
sido bastante útil para nós. E pode-se ver que a quantidade de redução
do poder analítico pode ser descrita da mesma forma que o potencial
de sobrevivência. Pode haver um pouco ou uma grande quantidade.
Recapitulando e examinando o âmbito do potencial de sobrevivência,
pode-se ver que haveria morte na parte inferior e imortalidade na parte
superior. Existe sobrevivência "infinita". Se pode ou não existir poder
analítico infinito é uma questão de misticismo. Mas que há uma relação
definida entre o tom individual e a quantidade de desligamento analítico,
é um facto científico. Podemos dizer que isto é assim: com o indivíduo
bem, feliz e entusiasmado, o poder analítico pode ser considerado
alto (Zonas 3 e 4). Com o indivíduo debaixo das rodas de um camião,
"inconsciente" e em agonia, o poder analítico pode ser considerado
como estando dentro dos limites da Zona O. Há uma relação entre
o potencial de sobrevivência e o poder analítico. À medida que um
desce, o outro também desce. Há mais dados a concluir daqui do que
se poderia pensar à primeira vista. Esta é uma relação muito importante.
LrvRo Dors Q CAPÍTULO TRÊS

Todos os perceptos estão incluídos num engrama. Dois destes


perceptos são a dor física e a emoção dolorosa. Um terceiro é a sensação
orgânica, isto é, a condição do organismo durante o momento do engrama.
E como estava o organismo quando o engrama foi recebido? Maior ou
menor "inconsciência" estava presente. Isto quer dizer que havia uma
sensação orgânica de poder analítico reduzido, uma vez que o poder
analítico deriva, evidentemente, de um órgão ou órgãos do corpo. Se um
engrama é reactivado por um restimulador ou restimuladores - isto é, se
o indivíduo que tem um engrama recebe alguma coisa no seu ambiente
que é semelhante às percepções contidas no engrama - o engrama põe
tudo o que contém (os seus perceptos tais como torneiras e palavras) em
maior ou menor operação.
Pode haver uma maior ou menor restimulação. Os restimuladores
no ambiente do indivíduo podem pôr o engrama só um pouco em acção,
ou, havendo muitos restimuladores presentes e estando o corpo já num
estado debilitado, o engrama pode exibir toda a sua força (o que será
tratado mais adiante). Mas quer o engrama esteja pouco restimulado
quer esteja muito restimulado, tudo o que este contém entra em acção
de um modo ou de outro.
Há apenas um denominador comum de todos os engramas, apenas
uma coisa que cada engrama tem e que todos os outros engramas
possuem. Cada um contém o dado de que o analisador está mais ou menos
desligado. Há um dado relativo ao desligamento em todos os engramas.
Assim, cada vez que um engrama é restimulado, embora o corpo não tenha
recebido dor física, desliga-se algum poder analítico; o órgão ou órgãos
que constituem o analisador são postos fora do circuito até certo grau.
Isto é de grande importância para uma compreensão das mecânicas
da aberração. É um facto científico, que pode ser comprovado e que
nunca varia. Isto ocorre todas as vezes: quando um engrama é recebido,
o analisador é desligado pela dor física e pela emoção; quando o engrama
é restimulado, o analisador desliga-se como parte dos comandos do
engrama. Na realidade, isto é uma coisa muito mecânica: o engrama é
restimulado, parte do poder analítico é desligado. Isto é tão inevitável
como ligar e desligar uma luz eléctrica. Carregue no botão e a luz
A CÉLULA eo ÜRGANISMO

apaga-se. A redução do analisador não é tão nítida - há gradações de luz


- mas é igualmente mecânica.
Ponha um homem sob o efeito do éter e fira-o no peito. Ele recebeu
um engrama porque o seu poder analítico foi desligado, primeiro
pelo éter e depois pela dor no peito. Enquanto ele estava na mesa de
operações, a mente reactiva registou o ruído dos instrumentos, tudo o
que foi dito, todos os sons e cheiros. Suponhamos que uma enfermeira
estava a segurar um dos seus pés porque ele estava a dar pontapés. Este
é um engrama completo.
No futuro, o engrama fará key-in devido a alguma coisa, um incidente
semelhante. Depois disto, em maior ou menor grau, sempre que ouvir
um ruído semelhante ao dos instrumentos, ele ficará nervoso. Se prestar
atenção ao que se está a passar no seu corpo naquele minuto, ele poderá
perceber que sente o pé como se este estivesse a ser segurado. Mas não
é provável que ele preste atenção ao pé, porque se ele tivesse alguma
atenção disponível, ele verificaria que a dor do peito estaria presente até
certo grau. Mas a sua capacidade analítica foi ligeiramente desligada.
Tal como o pé sentiu que estava a ser agarrado, o analisador também
tem a ideia de estar a ser desligado pelo éter e pela dor. O restimulador
(os ruídos) tendia a activar ligeiramente o engrama inteiro e parte do
comando engrâmico é um poder analítico reduzido.
Isto é como um "botão de pressão" em termos de precisão. Se alguém
conhecesse os principais restimuladores de outra pessoa (palavras, tons
de voz, música, seja o que for - coisas que estão arquivadas no banco da
mente reactiva como partes de engramas), seria possível desligar o poder
analítico dessa pessoa quase totalmente, e de facto, pô-la inconsciente.
Todos nós conhecemos pessoas que nos fazem sentir estúpidos. Pode
haver duas causas para isto, mas ambas são provenientes de engramas.
Uma delas é o facto de que não importa qual seja o engrama que está a
ser restimulado, parte do poder analítico é desligado.
Se o ambiente é uniforme, os engramas podem ser mantidos em
restimulação crónica! Isto significa um desligamento crónico e parcial
do poder analítico. A recuperação da inteligência por parte de um Clear
e o aumento dessa inteligência para alturas tão fantásticas resultam,
parcialmente, do alívio das palavras de comando contidas em engramas
L1vRo D01s Q CAPÍTULO TRÊS

que lhe dizem que ele é estúpido e, em maior grau, do alívio desta
condição de desligamento analítico crónico.
Isto não é uma teoria. Este é um facto científico. É totalmente
demonstrável. O engrama contém o percepto de um analisador desligado;
quando este é restimulado, o engrama volta a pôr esse dado em acção,
até certo grau.
Deste modo, os engramas, sendo recebidos durante a "inconsciência",
causam uma "inconsciência" parcial cada vez que são restimulados. A
pessoa que tem um engrama (qualquer aberrado) não precisa de receber
nova dor física para ter um novo momento de "inconsciência" parcial.
Sentir-se "narcotizado", "sonolento" ou "entorpecido" resulta, em parte,
de um analisador parcialmente desligado. Estar "nervoso", com raiva
ou assustado também traz consigo um poder analítico parcialmente
desligado.
O hipnotizador tem "sucesso", quando o tem, porque é capaz de, ao
falar com as pessoas acerca de "sono", restimular algum engrama que
contém a palavra sono e o desligamento do poder analítico. Esta é uma
das razões por que o hipnotismo "funciona".
Entretanto, toda a sociedade está sujeita ao desligamento analítico,
em maior ou menor grau, pela restimulação de engramas.
O número de engramas que o banco reactivo de uma pessoa contém
poderá, contudo, não determinar a quantidade de redução analítica a
que ela está sujeita. Uma pessoa poderá ter engramas e estes poderão
não ter feito key-in. E se fizeram key-in, é possível que ela esteja num
ambiente que não contenha um grande número de restimuladores.
Nestas condições, a sua posição na zona de sobrevivência poderá ser
alta, muito embora ela possua muitíssimos engramas. E além disso, ela
poderá ter-se educado ligeiramente acima desses engramas.
Mas uma pessoa que tenha engramas que fizeram key-in, e viva numa
área de muitos restimuladores, está sujeita a uma enorme quantidade de
restimulação e ao desligamento analítico. Esta é uma condição normal.
Se um indivíduo tem um grande número de engramas e estes estão
activados, e ele vive rodeado de muitos restimuladores, a sua condição
pode variar entre o normal e a insanidade. E num só dia - como no caso
de um homem que experimenta momentos de raiva ou uma mulher que
A CÉLULA eo ÜRGANISMO

cai em apatia - a condição da pessoa poderá variar do normal para a


insanidade e voltar ao normal. Usamos aqui a palavra "insanidade" com
o significado de irracionalidade total. Assim, há insanidade temporária
ou insanidade crónica.
Um tribunal que passa pelo lúgubre processo de declarar um homem
são ou insano, depois de esse homem ter morto alguém, está ele próprio
a ser irracional. É claro que o homem estava insano quando cometeu
o assassínio. Aquilo que o tribunal está a procurar saber agora é se o
homem é ou não cronicamente insano. Isso tem muito pouco a ver com
o assunto. Se o homem ficou suficientemente insano para matar uma
vez, ele no futuro ficará suficientemente insano para matar novamente.
Assim, crónico significa um ciclo crónico ou uma condição contínua. A
lei diz que a sanidade é a "capacidade de distinguir o certo do errado".
Quando o Homem está sujei to a um mecanismo (e todos os homens
estão) que lhe permite ser racional num momento e restimulado no
momento seguinte, ninguém na sociedade, se não for aclarado, poderá
ser considerado capaz de distinguir sempre o certo do errado. Isto é
completamente à parte do significado que a lei dá a "certo" e a "errado".
Este é um exemplo da curva de sanidade, tipo montanha-russa, do
aberrado. Todos os aberrados possuem engramas (o número normal é
provavelmente centenas por indivíduo). Analiticamente, as pessoas têm
uma ampla latitude de escolha e podem mesmo lidar com certos e errados
filosóficos. Mas nas pessoas aberradas, o banco de engramas é sempre
susceptível de restimulação. O aberrado "mais são" na terça-feira, poderá
ser um assassino na quarta-feira, se ocorrer a situação exacta para accionar
o engrama exacto. Um Clear não é inteiramente previsível em qualquer
situação - ele tem um livre-arbítrio bastante alargado. Mas uma pessoa
aberrada transcende toda a previsibilidade pelas seguintes razões:

1. Ninguém, nem mesmo o aberrado, sabe que engramas é que


ele tem no seu banco de engramas reactivo.
2. Qual situação conterá quais restimuladores é uma questão de
acaso.
3. Não se pode e?tabelecer qual será o seu livre-arbítrio com os
factores contidos nos engramas a nível reactivo.

93
L1vRo D01s � CAPÍTULO TRÊS

A diversidade de conduta que se pode desenvolver a partir destas


mecânicas básicas é tão ampla, que não é de espantar que algumas
filosofias considerem o Homem como um caso bastante perdido.
Se o banco de engramas for retido a um nível celular, poderá supor-se,
teoricamente, que as células deveriam assegurar que o analisador não se
aventurasse demasiado nesta questão de vida e de morte na existência.
Sendo assim, poder-se-ia considerar que elas copiaram todos os dados
contidos em cada momento de dor física e emoção que resultassem
em "inconsciência" ou que estivessem contidos nesta. Assim, quando
quaisquer dados semelhantes a estes surgissem no ambiente, elas
poderiam acautelar-se. E com um grande número de restimuladores
à vista, elas poderiam desligar o analisador e prosseguir por reacção.
Este é um factor de segurança rudimentar. É óbvio que se o organismo
sobreviveu a um período de "inconsciência", as células poderiam
teorizar que impor os dados e efectuar a acção, sob circunstâncias que
ameaçavam ser semelhantes, voltaria a resultar em sobrevivência. O
que foi suficientemente bom para o meu Avô é suficientemente bom
para mim. O que foi suficientemente bom no acidente de autocarro é
suficientemente bom num autocarro.
Esta forma idiota de "pensar" é típica da mente reactiva. É
precisamente o tipo de pensamento que ela tem. É o máximo em
conservantismo. Ela nunca se apercebe daquilo que interessa e dos dados
importantes, ela sobrecarrega o corpo de dor, ela é um redemoinho de
confusão. Se houvesse apenas um engrama por cada situação, talvez se
safasse. Mas poderá haver dez engramas contendo dados semelhantes
(uma cadeia de locks engrâmicos) e, no entanto, os dados poderão ser tão
contraditórios que, quando surge uma nova emergência que contém os
restimuladores da cadeia, não é possível apresentar um comportamento
do passado que seja apropriado para lhe fazer frente.
É óbvio que a língua é o factor x. As células, se este é um problema
de células (recordemos que esta parte é teoria baseada em dados, num
esforço para explicar o que ocorre e é possível alterar uma teoria sem
alterar a utilidade científica dos factos), provavelmente não compreendem
as línguas muito bem. Se compreendessem, não desenvolveriam tais
"soluções".

94
A CÉLULA eo ORGANISMO

Tomemos dois engramas sobre bastões de basebol. No primeiro, o


indivíduo é atingido na cabeça, perde os sentidos e alguém grita: "Corre!
Corre! Corre!" No segundo, o mesmo indivíduo é posto inconsciente
quando atingido pelo bastão, no mesmo ambiente, e algu ém grita: "Fica
aí! Estás seguro!" Então, o que faz ele quando ouve, cheira ou vê um
bastão de basebol ou ouve estas palavras? Corre ou fica ali? Ele tem
uma dor semelhante para cada acção. O que ocorre, realmente? Ele fica
com uma dor de cabeça. Isto é o que se chama conflito. Isto é ansiedade.
E a ansiedade pode tornar-se realmente bastante aguda, num nível
puramente mecânico, quando alguém tem noventa engramas a puxá-lo
para sul e oitenta e nove a puxá-lo para norte. Ele vai para norte ou para
sul? Ou será que ele tem um "esgotamento nervoso"?
O nível de inteligência da mente reactiva é praticamente igual ao
de um fonógrafo. A agulha é colocada em cima do disco e este toca. A
mente reactiva apenas põe a agulha. Quando esta tenta seleccionar
vários discos e tocá-los todos ao mesmo tempo, há coisas que acontecem.
Seja por construção intencional, por acidente de concepção ou por
desvio na evolução - nos casos em que o órgão velho e inútil ainda é
construído - as células conseguiram ocultar bastante bem esse banco
de engramas. O Homem é consciente na sua mente analítica. Quando
está "inconsciente", a sua mente analítica é incapaz de monitorizar os
dados que entram e estes não se encontram naquilo a que, por analogia,
chamamos os bancos padrão. Sendo assim, qualquer coisa que tenha
entrado passou ao lado da consciência. E tendo passado ao lado, a
consciência não consegue recordá-la (sem um processo de Dianética),
uma vez que não há nenhum canal para a recordação.
O engrama entra quando a consciência está ausente. Daí em diante,
este opera directamente no organismo. Só através da terapia de Dianética
é que o analisador pode tomar posse destes dados. (E a sua remoção
nem sequer depende de o analisador entrar em contacto com estes,
apesar da velha crença de que a "compreensão" de alguma coisa é a
sua cura: "compreenda" um engrama e depressa estará em apuros sem
a técnica de Dianética.) O engrama é recebido pelo corpo celular. A
mente reactiva poderá ser o nível mais baixo de poder analítico, mas isto
não altera o facto científico de que o engrama age como se fosse uma

95
LrvRo D01s � CAPÍTULO TRÊS

ligação soldada ao regulador da função vital, à coordenação orgânica


e ao nível básico da própria mente analítica. Com "soldada" quer-se
dizer "ligação permanente". Este key-in é a ligação do engrama como
parte da maquinaria operante do corpo. Um processo de pensamento
analítico não está permanentemente ligado, mas pode ser inserido ou
tirado do circuito de acordo com a vontade do analisador. Isto não é
verdade quanto ao engrama, daí o termo "soldada".
A mente analítica estabelece um padrão de treino; baseado em
estímulo-resposta, este padrão de treino funcionará suavemente e bem,
sempre que isso for o mais benéfico para o organismo. Um engrama
é um padrão de treino completo, num só pacote, "permanentemente"
ligado aos circuitos (sem terapia de Dianética) e entra em funcionamento
como um padrão de treino sem qualquer consentimento do analisador.
A mente analítica, influenciada pelo engrama através das várias
formas de poder analítico reduzido e sugestão positiva contidas no
engrama, é incapaz de descobrir qualquer razão realmente válida para
o comportamento do organismo. Por isso, ela inventa uma razão, pois
o seu trabalho é assegurar que o organismo tenha sempre razão. Tal
como o jovem do casaco apresentou uma série de explicações tolas sobre
o motivo por que estava a tirar o casaco, também a mente analítica, ao
observar o corpo a executar acções irracionais, incluindo palavras para
as quais não parece haver explicação, justifica as acções. O engrama
pode ditar todos os vários processos relativos à existência; pode ditar
crenças, opiniões, processos de pensamento ou a falta destes e acções
de todos os tipos, e pode estabelecer condições extraordinárias pela sua
complexidade, bem como pela sua estupidez. Um engrama pode ditar
qualquer coisa que ele contenha e os engramas podem conter todas as
combinações de palavras na língua inteira. E a mente analítica, perante
um comportamento ou convicção irracional, é forçada a justificar os
actos e condições do organismo, bem como os seus próprios erros. Este
é o pensamentojustificativo.
Há, então, três tipos de pensamento de que o organismo é capaz:

1. Pensamento analítico, que é racional conforme modificado


pela educação e ponto de vista.
A CÉLULA eo ÜRGANISMO

2. Pensamento justificativo, pensamento analítico que tenta


explicar reacções.
3. Pensamento reactivo, que é totalmente em termos de que
tudo o que está dentro de um engrama é igual a tudo o que
está dentro de um engrama, é igual a todos os restimuladores
do ambiente e todas as coisas associadas a esses restimuladores.

Todos nós já vimos alguém cometer um erro e depois dar uma


explicação sobre os motivos por que o erro foi cometido. Isto é o
pensamento justificativo. O erro foi cometido por um engrama, a
menos que tenha ocorrido devido à educação ou ponto de vista. A mente
analítica teve, então, de justificar o erro para assegurar que o corpo
tinha razão e que as suas computações estavam certas.
Há duas outras condições que podem ser causadas por engramas.
Uma é a dramatização e a outra é a valência.
Já viu uma criança a ser impertinente ou a fazer birra. Já viu um
homem passar por uma acção de fúria completa.Já viu pessoas passarem
por toda uma série de acções irracionais. Estas são dramatizações.
Elas surgem quando um engrama está totalmente restimulado, tão
restimulado que o seu aspecto de ligação soldada apodera-se do
organismo. Poderá entrar ligeiramente ou totalmente em circuito,
por outras palavras, há graus de dramatização. Quando está em plena
manifestação, o engrama está a repetir o seu conteúdo literalmente e
o indivíduo é como um actor, a desempenhar o papel que lhe é ditado
como uma marioneta. Uma pessoa pode receber novos engramas que
farão com que estes mais antigos assumam uma importância secundária.
(O complexo de punição da sociedade visa directamente a entrega de
uma educação anti-engrama.)
A dramatização é conduta de sobrevivência - segundo o modo de
pensar tolo da mente reactiva - baseada na premissa de que o organismo,
numa situação "semelhante", sobreviveu a esta porque essas acções
estiveram presentes.
A mulher que foi derrubada e que levou pontapés dramatizaria o seu
engrama, possivelmente, fazendo e dizendo exactamente as mesmas
coisas que lhe foram feitas e ditas. A sua vítima poderá ser o seu filho

97
LIVRO Dors a CAPÍTULO TRÊS

ou outra mulher. A vítima poderia ser ou seria a pessoa que lhe deu o
engrama, se ela fosse suficientemente forte para vencê-la. Só porque
tem este engrama, isso não quer dizer que ela o vá usar. Ela poderá ter
centenas de outros engramas que pode usar. Mas quando dramatiza
um, é como se o engrama, com a ligação soldada, estivesse a tomar
o controlo de uma marioneta. Todo o poder analítico que lhe resta
poderá ser devotado à alteração do padrão. Deste modo, ela pode fazer
uma dramatização semelhante ou idêntica.
Este aspecto da dramatização é estritamente uma sobrevivência com
"unhas e dentes". Este é o tipo de coisa que levou observadores a pensar
que lutar com "unhas e dentes" era uma regra primária.
O engrama entrou, contornando a racionalidade e os bancos de
memória padrão. Agora ele está dentro do organismo, mas este não sabe
disso a nível consciente. Este engrama é activado por uma experiência a
nível consciente. Depois pode ser dramatizado. E longe de se tornar mais
fraco à medida que é usado, quanto mais um eng rama é dramatizado,
mais sólido se torna o seu domínio sobre os circuitos. Músculos, nervos,
tudo tem de obedecer.
Sobrevivência com "unhas e dentes". As células estavam a assegurar-se
disso. E agora chegamos à valência. Em latim, valens quer dizer
"poderoso". Esse é um bom termo porque é a segunda metade de
ambivalente (poder em duas direcções) e existe em qualquer bom
dicionário. Esse é um bom termo porque descreve (embora o dicionário
não pretendesse isso) a intenção do organismo quando dramatiza um
engrama. Multivalência significaria "muitos poderosos". Isto abrangeria
os fenómenos da personalidade dividida, as estranhas diferenças de
personalidade em pessoas, primeiro numa e depois noutra situação.
Valência, em Dianética, significa a personalidade de uma das personagens
dramáticas que existem num engrama.
No caso da mulher que foi derrubada e que levou pontapés, havia
duas valências presentes: a dela e a do marido. Se mais uma pessoa
tivesse estado presente, contanto que essa pessoa tivesse participado, o
engrama teria contido três valências: ela própria, o marido e a terceira
pessoa. Num engrama de um acidente de autocarro, por exemplo, em
que dez pessoas falam ou actuam, haveria na pessoa "inconsciente" um
A CÉLULA eo ORGANISMO

engrama contendo onze valências: a pessoa "inconsciente" e as dez que


falaram ou actuaram.
No caso da mulher espancada pelo marido, o engrama contém apenas
duas valências. Quem venceu? Aqui está a lei de "unhas e dentes", o
aspecto de sobrevivência nos engramas. Quem venceu? O marido. Por
isso, é o marido que será dramatizado. Ela não venceu. Ela foi magoada.
Ah! Quando esses restimuladores estão presentes, a coisa a fazer é ser
o vencedor, o marido, falar como ele, dizer o que ele disse, fazer o que
ele fez. Ele sobreviveu. "Sê como ele!" dizem as células.
Assim, quando a mulher é restimulada nesse engrama por alguma
acção, digamos, da parte do seu filho, ela dramatiza a valência vencedora.
Ela derruba a criança, dá-lhe pontapés, diz-lhe que ele é um fingido,
que não presta, que está sempre a mudar de ideias.
Que aconteceria se ela se dramatizasse a si própria? Ela teria de cair,
derrubar uma cadeira, desmaiar e acreditar que era uma fingida, que
não prestava, que estava sempre a mudar de ideias e teria de sentir a dor
de todos os golpes!
"Sê tu mesmo" é um conselho ao qual a mente reactiva faz orelhas
moucas. Aqui está o esquema. Cada vez que o organismo é punido pela
vida, a mente analítica errou, de acordo com a mente reactiva. Então
a mente reactiva retira a mente analítica do circuito, na proporção da
quantidade de restimulação presente (perigo), e faz o corpo reagir como
se fosse a pessoa que venceu na situação anterior, mas semelhante, em
que o organismo foi ferido.
O que aconteceria se a "sociedade" ou o marido ou alguma força
exterior dissesse a esta mulher, que está a dramatizar este engrama, que
ela tem de encarar a realidade? Isso é impossível. A realidade é igual a ser
ela mesma, e ela acaba por ficar ferida. Então e se alguma força exterior
quebra a dramatização? Isto é, se a sociedade se opõe à dramatização e
se recusa a deixá-la dar pontapés, gritar e berrar? O engrama ainda tem
a sua ligação soldada. A mente reactiva está a forçá-la a ser a valência
vencedora. Agora ela não pode sê-la. Como punição, à medida que
a pessoa desliza para mais perto de ser ela mesma, a mente reactiva
aproxima-se das condições da outra valência no engrama. Afinal de
contas, aquela valência não morreu. A dor dos golpes é ligada e ela pensa

99
LIVRO D01s a CAPÍTULO TRÊS

que é uma fingida, que não presta e que está sempre a mudar de ideias.
Por outras palavras, ela está na valência perdedora. Uma constante
quebra da dramatização tornará a pessoa doente, isso é tão certo como
haver dias nublados.
Com os engramas, uma pessoa acumula meia centena de valências
antes dos dez anos de idade. Quais eram as valências vencedoras? Você vai
encontrá-la a usá-las cada vez que um engrama é posto em restimulação.
Personalidade múltipla? Duas pessoas? Diga antes entre cinquenta a
uma centena. Em Dianética pode-se ver valências a ligar e a desligar nas
pessoas e a mudar com uma rapidez que seria impressionante para um
actor transformista.
Observe estas complexidades de conduta, de comportamento. Se
alguém se pusesse a resolver o problema da aberração por meio de um
sistema de catalogar tudo o que observasse, mas desconhecesse a fonte
básica, ele acabaria por catalogar tantas insanidades, neuroses, psicoses,
compulsões, repressões, obsessões e incapacidades como as combinações
de palavras que há num idioma. A descoberta de fundamentos através da
classificação nunca é uma boa pesquisa. E as complexidades ilimitadas
que podem provir dos engramas constituem todo o catálogo da conduta
humana aberrada (e as experiências mais rigorosas, mais minuciosamente
controladas descobriram que estes engramas são capazes destes mesmos
comportamentos que listámos aqui).
Há mais algumas coisas básicas e fundamentais que os engramas
fazem. Estas serão tratadas sob os respectivos títulos: circuitos
parasitas, condensação emocional e doenças psicossomáticas. Com
os poucos fundamentos listados aqui, o problema da aberração pode
ser resolvido. Estes fundamentos são simples, estes produziram tantas
dificuldades como as que os indivíduos e sociedades têm experimentado.
As instituições para os insanos, as prisões para os criminosos, o
armamento acumulado pelas nações e, sim, até mesmo o pó que foi uma
civilização de outrora existem porque estes fundamentos não foram
compreendidos.
As células desenvolveram-se até se tornarem num organismo e durante
a evolução criaram o que outrora foi uma condição necessária da mente.
O Homem cresceu até um tal ponto que agora ele cria os meios de

100
A CÉLULA eo ORGANISMO

superar esse erro evolucionário. Um exame do Clear prova que ele já


não tem necessidade da mente reactiva. Ele agora está numa posição
em que pode, por si próprio, dar um passo evolucionário artificial. Foi
construída a ponte sobre o abismo. g

101
LIVRO DOIS, CAPÍTULO QUATRO

Os "DEMÓN10s"

DEIXEMOS DE LADO por um momento as coisas científicas, como


as células, e consideremos mais alguns aspectos do problema da
compreensão da mente humana.
Durante largos milénios, as pessoas têm trabalhado em problemas
relacionados com o comportamento do Homem. Os Hindus, os Egípcios,
os Gregos, os Romanos e os nossos próprios filósofos e pesquisadores
dos últimos séculos têm lutado contra uma superabundância de
complexidade.
A Dianética só pôde desenvolver-se através da compartimentação
filosófica do problema nos seus elementos e da invenção de algumas
dúzias de bitolas, como A Introdução de um Arbitrário, A Lei da
Afinidade, A Dinâmica, A Equação da Solução Óptima, As Leis da
Selecção de Importâncias, A Ciência de Organizar Ciências, Anulação
pela Comparação de Autoridade com Autoridade e assim por diante.
Tudo isto seria excelente matéria para um livro de filosofia, mas aqui
está Dianética que é uma ciência. Contudo, deve-se mencionar que um
dos primeiros passos dados não foi inventado, mas sim tomado de
empréstimo e modificado: este foi o Cognoscível e o Incognoscível de
Herbert Spencer.
L1vRo D01s Q CAPÍTULO QuATRO

O absolutismo é um excelente caminho para a estagnação e não


creio que Spencer tivesse a intenção de ser tão inteiramente absoluto a
respeito do seu Cognoscível e Incognoscível. SOBREVIVER! é o ponto
de demarcação entre aquelas coisas que podem ser experimentadas
pelos sentidos (os nossos velhos amigos Hume e Locke) e aquelas coisas
que não podem necessariamente ser conhecidas através dos sentidos,
mas que talvez possam ser conhecidas, ainda que não seja necessário
conhecê-las para resolver o problema.
Entre as coisas que não era necessário conhecer (a versão de Dianética
do Incognoscível) estavam os domínios do misticismo e da metafísica. Na
evolução de Dianética, mui tas coisas foram postas de lado unicamente
porque não tinham produzido uma solução para mais ninguém. Por
essa razão, o misticismo recebeu pouca atenção, apesar do autor o ter
estudado, não nas fontes de segunda mão, pouco compreendidas e
comummente usadas como autoridade por alguns cultos mentais do
Ocidente, mas na Ásia, onde um místico que não possa fazer a sua "pessoa
astral" sair do corpo e fazer recados por ele é, de facto, estritamente uma
personagem de segunda categoria. Bastante ciente de que havia peças
neste quebra-cabeças que eram cor-de-laranja com manchas amarelas e
roxas com riscas carmesim, descobriu-se ser necessário tomar somente
aquelas peças que eram pertinentes. Um dia aparecerá um grande
número de peças - acerca de estrutura com todo o resto - e haverá
respostas para a telepatia, a presciência e por aí fora. Compreenda que
há um grande número de peças na construção de um universo filosófico.
Mas verificou-se que nenhuma das peças místicas era necessária para a
criação de uma ciência da mente uniformemente aplicável e capaz de
resolver a aberração. Neste estádio de Dianética não será dada nenhuma
opinião sobre fantasmas ou o truque indiano da corda, para além do
facto de vermos que são peças multicolores e as únicas peças que nós
queremos são as brancas. Temos a maior parte das peças brancas e estas
formam uma brancura muito sólida onde antes havia negridão.
Imagine, então, a consternação que se deve ter sentido quando se
descobriram os "demónios". Lembra-se decerto que Sócrates tinha um
demónio. Este não lhe dizia o que fazer, mas sim se tinha ou não tomado
a decisão certa. Aqui estávamos nós a seguir um curso no universo finito
Os "DEMÓNIOS"

que teria agradado ao próprio Hume pela sua tenacidade naquelas coisas
que podiam ser sentidas. E então surgiram os "demónios".
Um exame profundo de uma série de sujeitos (14) revelou que cada
um tinha, aparentemente, algum tipo de "demónio". Estes eram sujeitos
seleccionados ao acaso de diferentes condições na sociedade. Por isso,
este aspecto do "demónio" era muito alarmante. Contudo, ao contrário
de alguns cultos (ou escolas, como eles se designam a si próprios),
resistiu-se à tentação de aplicar rótulos românticos, inexplicáveis
e confusos. Era preciso construir uma ponte sobre um abismo e os
demónios são vigas realmente péssimas.
Nas ilhas do Pacífico - no Bornéu, nas Filipinas - vi muita
demonologia em acção. A demonologia é uma coisa fascinante. Um
demónio entra numa pessoa e põe-na doente. Ou entra e fala no seu
lugar. Ou ela enlouquece porque tem um demónio dentro de si e anda
a correr de um lado para o outro com o demónio aos gritos. Isto é
demonologia num sentido limitado. O xamã e o feiticeiro são pessoas que
lidam muito com a demonologia (esta paga bem). Mas embora não fosse
particularmente céptico, sempre me pareceu que os demónios poderiam
ser explicados mais facilmente do que em termos de ectoplasma ou de
algum outro material imperceptível.
Encontrar "demónios" a viver dentro dos nossos compatriotas
civilizados foi perturbador. Mas ali estavam eles. Pelo menos havia
as manifestações que o xamã e o feiticeiro diziam ser causadas por
demónios. Descobriu-se que estes "demónios" podiam ser catalogados.
Havia "demónios comandantes", "demónios críticos", os usuais
"demónios de digo-te o que hás-de dizer" e "demónios" que ficavam
por perto e gritavam ou "demónios" que simplesmente ocluíam coisas,
mantendo-as longe da vista. Estas não são todas as classes, mas estas
abrangem o campo geral da "demonologia".
Algumas experiências com sujeitos sob o efeito de droga mos­
traram que era possível instalar estes "demónios" conforme a nossa
vontade. Era possível, inclusivamente, converter toda a mente
analítica num "demónio". Havia, portanto, alguma coisa errada na
demonologia. Sem o ritual apropriado, através da simples comunica­
ção verbal, podia-se levar novos demónios a aparecer nas pessoas.
LIVRO Dors a CAPÍTULO QUATRO

Sendo assim, não há demónios reais em Dianética. (Isso foi enfatizado para
o caso de algum místico sair por aí a dizer às pessoas que uma nova
ciência da mente acredita em demónios.)
Um demónio de Dianética é um circuito parasita. Tem uma acção na
mente que se aproxima de uma entidade diferente do Eu. E deriva
inteiramente de palavras contidas em engramas.
Uma vez que se tenha examinado algum de perto, não é difícil
compreender como é que este demónio aparece. Enquanto o bebé está
inconsciente, o Papá grita para a Mamã que, por amor de Deus, ela tem
de escutar o que ele diz e mais ninguém. O bebé recebe um engrama.
Este faz key-in algures entre a infância e a morte. E depois, temos o
circuito demónio em acção.
Um engenheiro electrotécnico pode montar demónios num circuito de
rádio a seu contento. Em termos humanos, isto é como se estendêssemos
uma linha dos bancos padrão para o analisador, mas inseríssemos nesta,
antes de lá chegar, um altifalante e um microfone, e depois continuássemos
com a linha até ao plano de consciência. Entre o altifalante e o microfone
estaria uma secção do analisador que era uma secção de funcionamento
normal, mas separada do resto do analisador. O "Eu", num plano
consciente, quer dados. Estes deveriam vir directamente do banco
padrão, deveriam ser computados num subnível e chegar apenas como
dados. Não dados falados. Simplesmente dados.
Com a porção do analisador separada num compartimento, a
instalação do altifalante e do microfone e o engrama contendo as palavras
"Por amor de Deus, tens de me escutar" em restimulação crónica,
acontece outra coisa. O "Eu", no nível superior das unidades de atenção,
quer dados. Ele começa a explorar os bancos padrão com um subnível.
Os dados chegam-lhe,falados. Como uma voz dentro da sua cabeça.
Um Clear não tem nenhumas "vozes mentais"! Ele não pensa
vocalmente. Pensa sem articular os seus pensamentos e estes não são
em termos de voz. Isto será uma surpresa para muita gente. O demónio
"escuta-me" é comum na sociedade; isto quer dizer que este engrama
está largamente dif undido. "Fica aí e escuta-me" fixa o engrama em
tempo presente (e em certa medida, fixa o indivíduo no tempo do
engrama). Depois de este ter feito key-in e daí em diante, o indivíduo

106
Os "DEMÓNros"

pensa "em voz alta", isto é, ele põe os seus pensamentos na forma de
linguagem. Isto é muito lento. A mente concebe soluções (num Clear)
a tal velocidade que a corrente de consciência ficaria logo para trás.
Isto foi muito fácil de provar. Ao aclarar cada caso descobriu-se, sem
excepção, um ou outro desses demónios. Alguns casos tinham três ou
quatro. Outros tinham dez. Alguns tinham um. É seguro pressupor que
quase todo o aberrado contém um circuito demónio.
O tipo de engrama que faz um "demónio crítico" é: "Estás sempre a
criticar-me." Há dúzias de frases dessas contidas em engramas e qualquer
uma delas fará um demónio crítico, tal como qualquer combinação de
palavras que resulte numa exigência de escutar e obedecer a ordens fará
um demónio comandante.
Todos esses demónios são parasitas. Isto é, eles tomam uma parte do
analisador e separam-na num compartimento. Um demónio só consegue
pensar tão bem como a mente da pessoa consegue pensar. Não existe
qualquer poder extra. Não há benefício. É tudo perda.
É possível montar o computador (analisador) inteiro como um
circuito demónio e deixar o "Eu" numa prateleira pequena e abandonada.
Superficialmente, este é um truque muito bom. Permite que a totalidade
da mente analítica faça computações sem ser perturbada e transmita a
resposta ao "Eu". Mas na prática, isto é péssimo, pois o "Eu" é a vontade,
a força determinadora do organismo, a consciência. E ao fim de muito
pouco tempo, o "Eu" torna-se tão dependente desse circuito que este
começa a absorvê-lo. Qualquer circuito desses, para perdurar, teria de
conter dor e ser crónico. Em suma, teria de ser um engrama. Por isso,
teria de ser redutor do intelecto e vitimaria o seu possuidor, acabando
por torná-lo doente de um modo ou de outro.
De todos os circuitos demónio de engramas encontrados e
removidos, aqueles que possuíam uma entidade exterior aparente­
mente todo-poderosa, que resolveria todos os problemas e responderia a
todas as necessidades, eram os mais perigosos. À medida que o engrama
fosse cada vez mais activado e fosse constantemente restimulado,
este acabaria por transformar o "Eu" numa marioneta sem carácter;
devido à existência de outros engramas, a soma da redução tenderia
para a insanidade de uma natureza séria. Se quiser um exemplo disto,
LIVRO D01s Q CAPÍTULO QuATRO

basta imaginar o que precisaria de dizer a uma pessoa hipnotizada


para fazê-la crer que ela estava nas mãos de um ser poderoso que lhe
dava ordens e depois imaginar isto como a frase dita quando um indivíduo
foi posto inconsciente de algum modo.
Há uma outra grande classe de demónios, os "demónios de oclusão",
os que obstruem as coisas. Não são propriamente demónios, porque estes
não falam. Um demónio genuíno é aquele que dá voz aos pensamentos
ou que faz eco da palavra falada interiormente e que dá todo o tipo
de conselhos complicados como se fosse uma voz exterior, real e viva.
(As pessoas que ouvem vozes têm circuitos demónio vocais exteriores:
circuitos que enlearam os seus circuitos de imaginação.) O demónio de
oclusão não tem nada para dizer. É aquilo que ele não permite que seja
dito ou feito que provoca a perturbação mental.
Pode existir um demónio de oclusão para uma só palavra. Por
exemplo, uma criança recebe um engrama ao cair da bicicleta e perde
a consciência; um polícia tenta ajudá-la; ela ainda está inconsciente,
mas move-se e murmura que não se pode mover (um velho engrama em
acção); o polícia diz alegremente: "Nunca digas não posso!" Mais tarde,
ela tem uma experiência de nível consciente, tal como outra queda,
mas sem ferimento. (Estamos sempre a mencionar este segundo passo
necessário, o lock, porque este é a coisa que os antigos místicos pensavam
ser a causa de toda a dificuldade: este é a "angústia mental".) Agora ela
tem dificuldade em dizer "não posso". É perigoso em gualquer caso.
O que aconteceria se ela tivesse aquela expressão engrâmica comum:
"Nunca digas não!"?
Os demónios de oclusão ocultam coisas do "Eu". É igualmente fácil
mascarar muitas palavras. O indivíduo que tem um desses demónios
depois omitirá, alterará, escreverá mal ou cometerá erros com essas
palavras. O demónio não é a única razão pela qual as palavras são
alteradas, mas é um caso específico. Um demónio de oclusão pode
ter muito mais força e amplitude. Pode ser criado com a frase: "Não
fales!" ou "Nunca respondas aos mais velhos" ou "Tu não podes falar
aqui. Quem disse que podias falar?" Qualquer uma destas frases poderá
produzir um gago.
Outras coisas, além da fala, podem ficar oclusas. Qualquer capa­
cidade da mente pode ser inibida por um demónio especificamente
108
Os "DEMÓNios"

concebido para obstruir essa capacidade. "Tu não podes ver!" provocará a
oclusão da recordação visual. "Tu não podes ouvir!" provocará a oclusão
da recordação auditiva. "Tu não podes sentir!" provocará a oclusão da
recordação táctil e da dor (a língua é muito homonímica).
Qualquer percepção pode ser ocluída na recordação. E sempre que
fica oclusa na recordação, isso afecta a percepção real, bem como o órgão
da percepção. "Tu não podes ver!" poderá reduzir não só a recordação,
mas também a capacidade orgânica real dos olhos, como no astigmatismo
. .
ou nuop1a.
Pode-se imaginar, com toda a nossa língua (ou noutras terras com
outras línguas, qualquer idioma) susceptível de ser incluída nos engramas,
o número das capacidades de operação da mente que podem ser ocluídas.
Uma delas, extremamente comum, é: "Tu não podes pensar!"
Até agora, tem sido usado o "tu" nas ilustrações e exemplos para
manter a semelhança com os testes de hipnotismo ou com drogas. Na
verdade, as frases que contêm "Eu" são mais destrutivas. "Eu não posso
sentir nada", "Eu não posso pensar", "Eu não consigo lembrar-me". Estas
e milhares de outras variações, quando ditas ao alcance dos ouvidos de
uma pessoa "inconsciente", são aplicáveis a ela, quando o seu engrama
fizer key-in no circuito.
O "tu" tem vários efeitos. A frase "Tu não prestas", dita a uma pessoa
desperta, talvez a faça sentir-se muito irritada quando ela tem um
engrama nesse sentido. Dentro de si, ela sente, possivelmente, que as
pessoas pensam que ela não presta. Ela poderá ter um demónio que lhe
diz que ela não presta. E dramatizará isto, dizendo a outras pessoas que
elas não prestam. Isto pode ser espalhado a outros ao ser dramatizado.
Por exemplo, uma pessoa que tenha um engrama no sentido de que ela
é sexualmente estéril, dirá aos outros que eles são sexualmente estéreis.
("Não faças o que eu faço, faz o que eu digo." ) Se tem um engrama que
diz: "Tu não prestas, tu tens de comer com a tua faca", ela poderá comer
com a sua faca, mas fica nervosa com as pessoas que comem com as suas
facas e ficará muito irritada se alguém lhe disser que ela comeu com a
sua faca.
Assim, há "demónios de compulsão" e "demónios de confusão" e
por aí fora.
L1vRo D01s � CAPÍTULO QUATRO

O engrama tem um valor de comando. Na mente reactiva é exercido


um livre-arbítrio a respeito de quais os engramas que serão usados. Mas
qualquer engrama, restimulado com força suficiente, virá à superfície
para ser dramatizado. E se a dramatização for bloqueada, este voltar-se-á
contra o indivíduo, temporária ou cronicamente.
A literalidade desta mente reactiva, na sua interpretação dos
comandos, e a literalidade da sua acção dentro da pobre e atormentada
mente analítica é, em si, uma coisa estranha. "Isto é demasiado horrível
para ser concebido" poderia ser interpretado no sentido de que um bebé
está em tão más condições que seria melhor não nascer. Em qualquer
língua, há milhares de clichés que, quando tomados literalmente,
significam exactamente o oposto daquilo que a pessoa quer dizer.
O banco de engramas reactivo toma-os, arquiva-os com a dor, a
emoção, a "inconsciência" e, com uma literalidade idiota, apresenta-os
para serem a LEI e o COMANDO para a mente analítica. E quando o
pequeno idiota feliz que dirige o banco de engramas vê que é possível
usar alguns dos circuitos da mente analítica com alguns desses malditos
demónios, ele assim faz.
Assim, pode-se ver a mente analítica a ser submetida a mais uma
forma de desgaste. Os seus circuitos, cujo objectivo normalmente é
computação suave e rápida, ficam absorvidos e sobrecarregados com
enleios dos demónios. Os demónios são parasitas. São pedaços da mente
analítica separados em compartimentos e negados a uma computação
mais ampla.
Será, então, motivo de grande espanto, quando esses demónios são
apagados, que o QI suba em flecha como pode ser observado num Clear?
Acrescente os circuitos demónio ao aspecto de desligamento analítico
da restimulação e pode ver que é verdade que as pessoas funcionam com
cerca de um vigésimo do seu poder mental. A pesquisa e a tabulação
científicas indicam que, eliminando o aspecto "inconsciência" e os
circuitos demónio do banco de engramas e repondo os dados como
experiência nos bancos padrão, onde estes deveriam estar, põe-se ao
serviço do "Eu" cerca de quarenta e nove quinquagésimos da mente,
que o indivíduo nunca pôde usar como aberrado. g

110
LIVRO DOIS, CAPÍTULO CINCO

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DOENÇA
PSICOSSOMÁTICA

As DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS são as que têm origem mental mas


que, não obstante, são orgânicas. Apesar do facto de, antes de Dianética,
não existir nenhuma prova científica precisa sobre isto, havia uma
forte crença na sua existência desde os tempos da Grécia e, em tempos
recentes, foram elaboradas e vendidas várias drogas que deveriam
curar essas doenças. Experimentou-se algum sucesso, o suficiente
para justificar muito trabalho por parte dos pesquisadores. As úlceras
pépticas, por exemplo, cederam à persuasão e à alteração do ambiente.
Uma droga recente chamada ACTH tem tido resultados surpreendentes,
mas extremamente imprevisíveis. Descobriu-se que as alergias cedem,
mais ou menos, a coisas que deprimem a histamina no corpo.
O problema da doença psicossomática é inteiramente abrangido
por Dianética e, através da técnica de Dianética, essa doença tem sido
totalmente erradicada em todos os casos.
Cerca de 70 por cento da actual lista médica de doenças cai na catego­
ria de doença psicossomática. Quantas mais poderão ser classificadas
como tal, depois de Dianética ter estado a ser praticada durante alguns
anos, é difícil de prever, mas é certo que há mais doenças que são psi­
cossomáticas do que as que foram classificadas como tal até à data.

111
LIVRO Dois a CAPÍTULO CINCO

· Que todas as doenças são psicossomáticas é, naturalmente, absurdo, pois


afinal de contas, existem formas de vida chamadas germes que têm a
sobrevivência como sua meta.
A obra de Louis Pasteur formulou a teoria microbiana da doença.
Com Dianética acrescenta-se a teoria não microbiana da doença. Estas
duas, com a bioquímica, complementam-se para formar todo o campo
da patologia, segundo o que se pode determinar nesta altura - desde
que o vírus seja, é claro, incluído na teoria microbiana.
Dianética acrescenta mais uma página à teoria microbiana, porque
inclui a predisposição. Há três estádios de patologia: predisposição, pelo
que se quer dizer os factores que prepararam o corpo para a doença;
precipitação, pelo que se quer dizer os factores que fizeram com que a
doença se manifestasse; e perpetuação, pelo que se quer dizer os factores
que causam a continuidade da doença.
Há dois tipos de doença: ao primeiro pode chamar-se autogéneo,
o que significa que a doença teve origem dentro do organismo e foi
autogerada; e exogéneo, o que significa que a origem da doença foi
exterior. Na realidade, embora isto seja boa medicina, não é tão exacto
como Dianética o desejaria. A própria doença mental é, na realidade,
de origem exterior. Mas medicamente, consideramos que o corpo pode
gerar as suas próprias doenças (autogéneas) ou que a doença pode vir de
uma fonte exterior, como as bactérias ( exogénea). A teoria microbiana
de Pasteur seria a teoria da doença exogénea (gerada exteriormente). A
doença psicossomática seria autogénea, gerada pelo próprio corpo.
O tratamento do ferimento acidental, a cirurgia para várias coisas,
tais como a deformação inerente ao corpo por causas genéticas e a
ortopedia, que na realidade pode ser incluída em ambas as classes,
permanecem apropriadamente fora do campo de Dianética - embora
se possa mencionar que quase todos os acidentes podem ser rastreados
à dramatização de engramas e que os Clears raramente têm acidentes.
A palavra psico refere-se, naturalmente, à mente e somático refere-se
ao corpo; o termo psicossomático significa que a mente faz o corpo
adoecer ou doenças que foram criadas fisicamente dentro do corpo por
perturbação da mente. É natural que, quando se resolve o problema da

112
DoENÇA Ps1cossoMÁTICA

aberração humana, essas doenças tornam-se uniformemente susceptíveis


de cura.
Artrite, dermatite, alergias, asma, algumas dificuldades coronárias,
problemas de visão, bursite, úlceras, sinusite, etc., formam uma secção
muito pequena do catálogo psicossomático. Dores e padecimentos
bizarros em várias porções do corpo são, geralmente, psicossomáticos.
As enxaquecas são psicossomáticas e, como as outras, são uniforme­
mente curadas pela terapia de Dianética. (E a palavra curada é usada no
seu sentido mais lato.)
Exactamente quantos erros físicos são psicossomáticos, depende de
quantas condições o corpo pode gerar a partir dos factores nos engramas.
Descobriu-se, por exemplo, que a constipação comum é psicossomática.
Os Clears não se constipam. Desconhece-se o papel, se existe algum, que
o vírus tem na constipação comum, mas sabe-se que quando se removem
os engramas sobre constipações estas não aparecem mais - o qual é um
facto de laboratório que até agora não foi desmentido por 2 70 casos. A
constipação comum surge, normalmente, de um engrama que a sugere e
que é confirmado pelo muco real presente noutro engrama. Um número
de doenças provocadas por germes é predisposto e perpetuado pelos
engramas. A tuberculose é uma dessas doenças.
O próprio engrama, como já se tratou, segue um ciclo de acção. O
corpo é predisposto para a conduta e condições contidas no engrama
logo quando este é recebido. Depois, uma experiência a nível consciente
faz key-in do engrama e outra experiência, ou o conteúdo do próprio
engrama, poderá torná-lo crónico. Isto é predisposição, precipitação e
perpetuação no plano mental.
Os engramas, as incapacidades herdadas, os acidentes e os germes
são os quatro meios pelos quais um organismo pode ser fisicamente
diminuído em relação ao seu estado óptimo. Muitas condições a que se
têm chamado "incapacidades herdadas" são, na realidade, engrâmicas.
Os engramas predispõem as pessoas para acidentes. Os engramas podem
predispor e perpetuar infecções bacterianas. Por isso, o catálogo de
doenças afectadas por Dianética é muito longo. Este não é um livro que
dá uma lista de efeitos, mas sim um livro que expressa causas e, assim,
pede-se ao leitor que use o seu próprio conhecimento ou consulte uma

113
L1vRo Dois Q CAPÍTULO C1Nco

obra sobre medicina para compreender exactamente quantos milhares


de condições resultam de engramas que perturbam ou desarranjam o
corpo.
Presentemente, prevê-se que a pesquisa de Dianética inclua o cancro
e diabetes. Há uma série de razões para supor que estes poderão ser de
origem engrâmica, especialmente o cancro maligno. Isto foi comentado
para que se dê atenção a essa possibilidade; não se fez qualquer tipo de
teste com pacientes cancerosos ou diabéticos, e este pensamento é pura
teoria e não deve ser interpretado como qualquer espécie de declaração
sobre uma cura do cancro. Contudo, as doenças acima catalogadas foram
totalmente testadas e cederam uniformemente à terapia de Dianética.
O mecanismo pelo qual a mente é capaz de causar uma incapacidade
física ou predispor o corpo para uma doença e perpetuá-la é, na sua
causa básica, uma coisa muito simples. A complexidade surge quando se
começa a combinar todos os factores possíveis - então pode-se escrever
uma lista espantosa de doenças potenciais.
Pode-se fazer uma série de testes simples em pacientes narcotizados ou
hipnotizados que comprovarão clinicamente, noutros laboratórios, este
mecanismo básico. Fez-se uma série desses testes durante a formulação
de Dianética, com sucesso uniforme.
Tomemos, primeiramente, uma coisa que é apenas ligeiramente
psicossomática e que quase nem é uma doença. Um paciente é
hipnotizado. É-lhe dada a sugestão positiva de que ele poderá ouvir
muito mais intensamente. Isto é "ouvido amplificado". Tratando de
evitar que ele obtenha dados por outros meios (incluindo meios de
protecção contra a telepatia entre o operador e o sujeito), pode-se ver
que o ouvido pode ser ampliado muitas vezes para além do normal. De
facto, existem aberrados em toda a parte que têm "ouvido amplificado".
Por sugestão, a potência do ouvido pode ser aumentada ou diminuída de
modo que uma pessoa fique quase surda ou possa ouvir alfinetes caírem
a uma grande distância. Quando a sugestão é removida, o ouvido do
sujeito volta ao seu anterior estado normal.
De modo similar, pode-se fazer experiências com os olhos, usando
a sensibilidade à luz. A vista do paciente é aumentada ou diminuída, de
modo que os seus olhos sejam muito mais ou muito menos sensíveis
DoENÇA PsrcossoMÁTICA

à luz do que é normal para ele. Isto é feito inteiramente com base na
sugestão verbal, tal como: "A luz parecer-te-á muito, muito forte" ou "A
luz parecerá tão fraca que tu terás dificuldade em ver". Com a primeira
sugestão, pode-se fazer com que o paciente veja quase tão bem como um
gato, embora outras pessoas possam pensar que é impossível ver objectos
que o paciente aponta sem errar. Na segunda sugestão, o paciente pode
ser posto sob uma luz quase ofuscante e, no entanto, pode ler através
de um clarão com um conforto aparente.
O sentido táctil pode igualmente ser aumentado ou diminuído por
sugestão verbal até que o tacto se torne dolorosamente aguçado ou tão
embotado que mal se perceba.
O mesmo acontece com os vários sentidos. Aqui temos apenas a
palavra falada a penetrar na mente e a causar mudanças na função física.
Vejamos agora o coração. Com a hipnose profunda ou drogas, pomos
o paciente em transe amnésico, um estado de ser em que o "Eu" não está
a controlar, mas em que o operador é o "Eu" (isto na verdade, é tudo o
que há quanto à função da hipnose: a transferência do poder analítico,
através da lei da afinidade, do sujeito para o operador, uma coisa que
teve um desenvolvimento racial e valor de sobrevivência nos animais
que viviam em alcateias).
É preciso ter o cuidado de escolher um paciente que tenha um
coração muito saudável e que não tenha antecedentes de doenças
cardíacas para esta experiência que, mais do que qualquer outra
experiência hipnótica, pode tornar um paciente muito doente se
ele tiver antecedentes cardíacos. E nenhum destes testes hipnóticos
devem ser realizados por alguém antes de ele ter terminado de ler este
livro e saber como se fazem desaparecer as sugestões; pois a hipnose,
como é praticada, é estritamente uma bomba com o rastilho aceso e o
hipnotizador que não esteja familiarizado com Dianética é tão capaz
de fazer desaparecer uma sugestão que ele tenha feito, como é capaz de
descascar um átomo. Ele pensou que tinha a resposta, mas Dianética tem
tratado de muitos antigos sujeitos hipnóticos que estavam totalmente
"enleados", como dizem os engenheiros interessados em Dianética. Isto
não é uma crítica à hipnose ou aos hipnotizadores, que muitas vezes

115
LIVRO Dois � CAPÍTULO CINCO

são pessoas capazes, mas sim um comentário de que há mais coisas para
saber a esse respeito.
O coração, apenas por sugestão positiva, pode ser acelerado,
abrandado ou excitado de outras maneiras. Aqui temos palavras, dirigidas
às camadas profundas da mente, que causam acção física. Além disso, o
fluxo sanguíneo pode ser inibido em algumas áreas do corpo por meio
de uma simples sugestão. (Avisa-se que esta experiência sobrecarrega
particularmente o coração.) Pode-se, por exemplo, negar sangue a uma
das mãos, de modo que se você cortasse uma veia nessa mão, esta mal
sangraria ou não sangraria nada. Um excelente truque de um swami, que
impressionou muito o autor quando ele esteve na Índia, foi a inibição
do fluxo sanguíneo pelo próprio indivíduo, enquanto desperto. Sob
comando, um ferimento sangrava ou não sangrava. Isto parecia uma
coisa fantástica e teve bastante publicidade que aqui estava um swami
que se tinha associado ao Nirvana de tal forma que ele controlava
todas as coisas materiais. O espanto diminuiu quando o autor soube
que ele, através da hipnose, podia fazer o seu próprio corpo fazer a
mesma coisa, sem envolver nenhum Nirvana. O mecanismo desvanece
rapidamente e, ao fim de poucos dias, precisa de ser renovado: o corpo
tem a sua própria operação óptima e embora se possa manejar essa
função "analiticamente", manter o sangue a circular na mão não é
trabalho analítico de escalão superior. A questão aqui é que o fluxo
sanguíneo pode ser interrompido por sugestão verbal. As palavras
estabelecem uma conexão com o ser físico.
Quanto ao modo como isto pode acontecer, nós não estamos tão
interessados na estrutura como estamos na função, neste estádio
da ciência da mente. Se, conhecendo apenas a função, nós podemos
curar sempre as aberrações e as doenças psicossomáticas, por que não
poderemos predizer novas doenças e condições e, em geral, "fazer
milagres" como se chamava a estas acções no passado, antes de o Homem
saber al guma coisa sobre a mente?
Os excretas estão entre as coisas mais fáceis de regular por sugestão.
A prisão de ventre pode ser provocada ou curada por sugestão
positiva, com extraordinária rapidez e facilidade. A urina também pode
ser controlada desse modo. E o mesmo sucede com o sistema endócrino.

116
DoENÇA Ps1cossoMÁTICA

É mais difícil fazer testes em algumas das funções endócrinas


menos compreendidas. Até agora, a pesquisa glandular não pro­
grediu muito. Mas removendo engramas e observando o reequilíbrio
do sistema endócrino, tornou-se óbvio que o sistema endócrino é uma
parte do mecanismo de controlo com que a mente maneja o corpo.
As glândulas são facilmente influenciadas. Estes fluidos e secreções -
testosterona, estrogénio, adrenalina, hormonas tireóideias, hormonas
paratireóideias, pituitrina, etc. - são substâncias que a mente usa
como um dos meios de controlar o corpo. Eles formam os circuitos de
retransmissão, por assim dizer. Cada um tem a sua própria acção dentro
do corpo.
Esta experiência tende a provar a falácia de uma antiga suposição de
que a mente era controlada pelas glândulas. Um aberrado recebe uma
injecção de 2 5 mg de testosterona em óleo, duas vezes por semana.
Poderá haver alguma melhoria no seu estado físico por um breve
período - a sua voz poderá tornar-se mais grave e poderão crescer-lhe
mais pêlos no peito. Agora, sem sugestão, simplesmente apagamos os
engramas do seu banco reactivo para que estes possam reformular-se
como experiência no banco padrão. Antes de termos completado esta
tarefa, o seu corpo começa a assimilar mais testosterona. A dose pode
ser acentuadamente reduzida e, ainda assim, produzir mais benefícios
do que anteriormente. Finalmente, a dose pode ser eliminada. A mesma
experiência também foi feita com pessoas que não tinham sido capazes
de receber qualquer benefício de substâncias glandulares, como a
testosterona e o estrogénio, e com pessoas que ficaram doentes pela
administração dessas hormonas. O apagamento dos engramas no banco
reactivo produziu uniformemente uma condição em que elas podiam
receber o benefício das hormonas, mas em que essa administração
artificial não era necessária, excepto em casos de idade muito avançada.
O que isto significa para a gerontologia (o estudo da longevidade na
vida) não pode ser avaliado actualmente, embora possa predizer-se,
confiantemente, que a eliminação dos engramas no banco reactivo
tem uma influência marcante no prolongamento da vida. Daqui a uns
cem anos estes dados estarão disponíveis, mas até agora nenhum Clear
viveu tanto tempo.

117
LIVRO Dois � CAPÍTULO CINCO

Neste momento, para o nosso propósito, é fácil demonstrar o efeito


da sugestão positiva sobre o sistema endócrino e a falta de efeito das
hormonas artificiais sobre os aberrados.
Este tipo de engrama tem um efeito terrivelmente redutor sobre a
produção de testosterona: "O sexo é horrível, é repugnante, detesto-o."
Pode-se demonstrar que as partes do sistema nervoso autónomo
(que se acreditava funcionar sem muita conexão com a mente) são
influenciadas pela mente. Há um efeito de espiral descendente (note as
linhas no gráfico de potencial de sobrevivência) em que o engrama inicia
a disfunção no regulador da função vital; isto produz uma disfunção
na mente que, por sua vez, tem um efeito maior sobre o regulador da
função vital; isto, por sua vez, reduz a actividade física, e a mente, sendo
parte do órgão e que, tanto quanto sabemos, também é orgânica, fica
com o seu tom ainda mais reduzido. O tom mental faz com que o tom
do corpo desça. Este, estando baixo, faz descer o tom mental. Isto é
uma questão de progressão geométrica invertida. Um homem começa
a ficar doente e, tendo engramas, fica ainda mais doente. Os Clears não
estão sujeitos a esta espiral descendente. Na verdade, esta coisa horrível
chamada doença psicossomática é tão inteiramente superficial, que esta
é a primeira coisa a ceder e pode ser aliviada sem Aclaramento.
A razão pela qual os vários preparados farmacêuticos que procuram
alterar a doença psicossomática têm um sucesso tão incerto reside no
facto de que a mente, contendo esses engramas que são "sobrevivência"
(um fulano precisa tanto disso como de um buraco na cabeça), controla
o regulador da função vital para produzir doenças activamente. Aparece
algo para as retirar (mas elas são "sobrevivência" e essas malditas células
insistem idiotamente nisso) e a mente tem de inverter rapidamente
a actividade e repor a doença no lugar. Tente influenciar a mente
reactiva por meio da razão ou de agulhas e verá que ela não é mais fácil
de convencer do que um homem enlouquecido por drogas, que está
decidido a matar toda a gente num bar. Ele também está a "sobreviver".
Um preparado como o ACTH tem um efeito ligeiramente diferente.
Este é demasiado exclusivo para se fazer qualquer pesquisa com isto,
mas de acordo com os relatórios feitos sobre este preparado, o ACTH
parece afectar os engramas no sentido do tempo. Isto é, ele altera a

118
DoENÇA PsrcossoMÁTICA

localização reactiva do indivíduo no tempo, como veremos na parte


sobre terapia. O ACTH e talvez muitos outros preparados da mesma
categoria movem o indivíduo de um engrama crónico para outro. Isto
é tão seguro como mudar os ditadores na Europa. O seguinte poderá
ser duas vezes pior. Poderá até mesmo ser um maníaco e este é horrível,
apesar da sua aparente "euforia".
O tratamento por electrochoque, os espancamentos de Bedlam e
outras coisas dessa espécie, incluindo o tratamento cirúrgico de coisas de
origem psicossomática, têm outro efeito, mas não muito diferente dos
efeitos de drogas como o ACTH, na medida em que eles dão outro choque
que transfere o padrão do engrama para outra parte do corpo e troca a
posição das aberrações (quando essas coisas funcionam, é porque a nova
aberração é menos violenta do que a antiga). Os choques, os golpes, a
cirurgia e talvez mesmo coisas como o veneno de cobra mudam o efeito
do banco de engramas sobre o corpo, não necessariamente para pior
ou para melhor; mudam-no simplesmente. É como lançar os dados: às
vezes acerta-se no sete.
Depois há o tratamento de doenças psicossomáticas por remoção de
tecidos. Este simplesmente remove a área que está ocupada a dramatizar
na linha física. Isto pode ser a remoção de um dedo do pé ou de um
cérebro. Na época em que este livro está a ser escrito, estas coisas são
de uso bastante comum. A remoção de um dedo do pé dirige-se a uma
parte do conteúdo do engrama, o somático, e a remoção de partes do
cérebro (como na leucotomia transorbital e na lobotomia pré-frontal ou
qualquer outra coisa mais recente) dirige-se erroneamente à "remoção"
da aberração psíquica. Também há um sistema de renúncia a funcionar
nisto: o cirurgião ou o paciente tem uma aberração sobre "livrar-se
disso" e, portanto, pedaços do corpo são cortados ou removidos. Alguns
pacientes renunciam a partes anatómicas, por serem aconselhados a isso
ou por sua própria insistência, tal como os antigos sangravam numa
flebotomia. Há um paralelo directo entre sangrar um paciente para o
curar e cortar partes dele para o curar. Ambos baseiam-se num engrama
de renúncia (livrar-se de) e nenhum deles é de maneira alguma eficaz.
Espera-se que a medicina da bacia do barbeiro acabe por morrer, como
morreram os seus pacientes.
LIVRO DoIS a CAPÍTULO CINCO

Estas são as cinco classes de doenças psicossomáticas:


1. As doenças resultantes da perturbação mentalmente causada
ao fluxo de fluido físico, cuja classe se subdivide em:
a. Inibição do fluxo de fluidos.
b. Aumento do fluxo de fluidos.
2. As doenças resultantes da perturbação mentalmente causada
ao crescimento físico, cuja classe se subdivide em:
a. Inibição do crescimento.
b. Aumento do crescimento.
3. As doenças resultantes da predisposição para a doença, resul­
tante de uma dor psicossomática crónica numa área.
4. As doenças resultantes de perpetuação de uma doença devido
a uma dor crónica numa área.
5. As doenças causadas pelo conteúdo dos comandos verbais dos
engramas.
A Classe 1 a inclui coisas comuns como a prisão de ventre e coisas
extraordinárias como a artrite. A artrite é um mecanismo complexo
com uma causa simples e uma cura relativamente simples. Lembre-se
que há duas coisas presentes num engrama: dor física e comando
verbal. Na artrite, ambas têm de estar presentes (como na maioria das
doenças psicossomáticas). É preciso que tenha havido um acidente com
a articulação ou a área afectada, e deve ter havido um comando durante
a "inconsciência" que acompanhou o ferimento, que tornaria o engrama
susceptível à restimulação crónica. (Comandos como "Isto é sempre
assim" ou "Não pára de doer" ou "Estou preso" produzirão resultados
semelhantes.) Na existência deste engrama e tendo o mesmo feito key-in,
há uma dor crónica na área do ferimento. Poderá ser mínima, mas não
deixa de ser dor. (Pode haver uma dor, mas esta não ser sentida, se o
engrama contém um comando que seja anestésico, tal como "Ele nunca
sentirá isto", que produz uma condição semelhante, mas torna a pessoa
"inconsciente" à dor nessa área.) Essa dor no corpo provavelmente diz
às células e ao sangue que essa área é perigosa. Por isso, ela é evitada.
O comando permite que a mente influencie, digamos, a paratireóide,
que contém o segredo do conteúdo de cálcio na circulação sanguínea.

120
DoENÇA Ps1cossoMÁTICA

Um depósito mineral começa então a formar-se na região. Esse depósito


mineral não é necessariamente a causa da dor, mas é um restimulador
orgânico, de modo que quanto mais minerais houver, maior será a dor e
mais o engrama faz key-in. Isto é a espiral descendente. E isto é a artrite
em acção. Compreenda que a paratireóide e a negação de sangue à área
são a causa teórica; o facto científico é que, quando se encontra e apaga
um engrama sobre uma região que contém artrite, a artrite desaparece e
não volta, facto comprovado por chapas de raios X. Isto ocorre todas as
vezes e não se deve a qualquer sugestão ou medicamento. Isto acontece
porque um engrama é apanhado e rearquivado. Com a eliminação do
engrama, a dor e a artrite desaparecem. Isto constitui toda uma classe
de doenças, da qual a artrite é apenas uma. Os mecanismos que isto
envolve variam ligeiramente. Podem ser todos incluídos sob o título de
"perturbação física causada pela redução do fluxo de fluidos no corpo".
A Classe 1 b de doenças psicossomáticas, o aumento do fluxo de
fluidos, contém coisas como a tensão arterial alta, a diarreia, a sinusite,
o priapismo (actividade excessiva das glândulas sexuais masculinas) ou
qualquer outra condição física resultante de uma superabundância de
fluido.
A Classe 2a pode causar coisas como um braço atrofiado, um
nariz chato, órgãos genitais subdesenvolvidos ou qualquer outro
subdesenvolvimento de uma glândula que tenha a ver com o tamanho
(que pertencerá também à classe la), a calvície (que, tal como o resto,
também pode fazer parte do padrão genético e, portanto, inerente) e,
em suma, a redução do tamanho de qualquer parte do corpo.
A Classe 2b causa coisas como mãos excessivamente grandes, nariz
comprido, orelhas excessivamente grandes, órgãos aumentados ou
qualquer outra defarmação física comum. (É possível que o cancro possa
ser incluído sob este título como uma cura excessiva.)
A Classe 3 incluiria a tuberculose (alguns casos), problemas de
fígado, problemas nos rins, erupções cutâneas, constipações comuns,
etc. (pertencendo igualmente a outras classes, como acontece com todas
de um modo ou de outro).
A Classe 4 incluiria aquelas doenças que, apesar de surgirem
sem influência psicossomática, fixam-se por acidente numa área

121
LIVRO DoIS a CAPÍTULO CINCO

anteriormente ferida e, por restimulação, mantêm um engrama activado


naquela área de modo que a condição se torne crónica. A tuberculose
podia ser incluída aqui. A conjuntivite, todas as feridas infectadas e
qualquer condição que se recuse a sarar, etc.
Esta quarta classe também incluiria todas as dores e doenças bizarras
que parecem não ter patologia real.
A Classe 5 inclui um catálogo extremamente amplo de condições,
qualquer uma das quais poderá ser incluída nas outras classes ou poderá
provir unicamente de engramas que ditam a presença ou a necessidade
de uma doença. "Tu estás sempre constipado", "Tenho os pés doridos",
etc., anunciam uma doença psicossomática e os mecanismos do corpo
podem fornecê-la.
Qualquer doença pode ser precipitada por engramas. A doença
poderá ter origem em germes; o indivíduo tem um engrama que diz que
ele poderá ficar doente e, com base nessa generalização, adoece com
qualquer mal que esteja à mão. Além disso, e de modo ainda mais geral,
o engrama reduz a resistência física do corpo à doença. E quando o
engrama entra em restimulação (talvez devido a uma discussão familiar,
a um acidente ou al guma coisa parecida), a capacidade que o indivíduo
tem de resistir à doença diminui automaticamente.
Como será explicado, as crianças têm muito mais engramas do que
se supunha. Quase todas as doenças de infância são precedidas de um
distúrbio psíquico e se este distúrbio psíquico está presente - mantendo
um engrama restimulado - essas doenças podem ser muito mais violentas
do que deviam. O sarampo, por exemplo, pode ser apenas sarampo ou
pode ser sarampo acompanhado de restimulação engrâmica, e neste caso
pode ser quase ou inteiramente fatal. Um exame de muitos casos, neste
assunto da doença de infância ser predisposta, precipitada e perpetuada
por engramas, faz-nos pensar até que ponto as doenças em si serão
realmente violentas. Elas nunca foram observadas numa criança Aclarada
e há motivo para investigar a possibilidade de as doenças de infância
serem, em si mesmas, extremamente leves e só serem complicadas por
um distúrbio psíquico, isto é, pela restimulação de engramas.
De facto, poder-se-ia fazer esta pergunta sobre todo o campo da
patologia: Qual é o efeito real da doença se lhe for subtraída a equação
mental? Até que ponto é que as bactérias são perigosas?
122
DoENÇA Ps1cossoMÁTICA

Até agora o campo da bacteriologia permaneceu sem princípios


dinâmicos. A dinâmica, sobrevivência, é aplicável a todas as formas de
vida e as "formas de vida" incluem os germes. O propósito do germe é
sobreviver. Os seus problemas são o alimento, a protecção (ofensiva e
defensiva) e a procriação. Para conseguir estas coisas, o germe sobrevive
no seu nível de eficiência óptima. Sofre mutações, altera-se com a selecção
natural e muda dinamicamente por necessidade de sobrevivência (este
último passo é aquele que faltava na teoria da evolução) a fim de levar
a cabo o máximo de sobrevivência possível. Comete erros ao matar
os hospedeiros, mas ter um propósito de sobreviver não quer dizer
necessariamente que uma forma sobreviva.
Em patologia, o germe, empenhado no seu propósito, age como
um supressor da dinâmica de sobrevivência da espécie humana. Ainda
não se determinou qual é a gravidade desse supressor na ausência da
supressão engrâmica no humano. Existem dados suficientes para indicar
que um ser humano, com o seu potencial na quarta zona, não está,
aparentemente, muito sujeito a doenças: a constipação comum, por
exemplo, seja ou não um vírus, passa-lhe ao largo; não há infecções
crónicas. Aquilo que os anticorpos têm a ver com isto ou o que é este
factor, também é outra questão. Mas é certo que um Clear não adoece
facilmente. No aberrado, a doença acompanha de perto a depressão
mental ( depressão do nível dinâmico).
A aberração da mente e do corpo por engramas leva, então, não só
às doenças psicossomáticas, mas também à patologia real - que até
agora tem sido considerada como mais ou menos independente do
estado mental. Como foi provado por pesquisa clínica, o aclaramento de
engramas faz mais do que remover a doença psicossomática - potencial,
aguda ou crónica. O aclaramento também tende a tornar o indivíduo
imune à recepção da patologia: não se sabe ainda até que ponto, porque
para estabelecer estas estatísticas é necessária uma visão tão ampla e a
tão longo termo que o projecto exigirá milhares de casos e observações
de médicos durante um longo período.
A quantidade de aberração que uma pessoa manifesta, isto é, a posição
que ela ocuparia numa escala de sanidade, tem pouco a ver com a doença
psicossomática. Essas doenças só precisam de um ou dois engramas de
uma natureza específica para se manifestarem. Esses engramas poderão
123
LIVRO Dois � CAPÍTULO CINCO

não ser aberrativos de nenhuma outra forma, excepto por predisporem


o indivíduo para a doença. Ter uma doença psicossomática não é a
mesma coisa que ser "maluco" ou ter tendências hipocondríacas. O
hipocondríaco pensa que tem doenças, um caso especial da Classe 5
dada acima.
A perturbação cai nitidamente em duas categorias. A primeira é a
perturbação mental, qualquer condição irracional que nós em Dianética
chamamos aberração para evitar a constante catalogação de milhares
ou milhões de manifestações que a irracionalidade pode ter. A outra
perturbação do indivíduo é somática: isto aplica-se inteiramente ao seu ser
físico e à sua capacidade e saúde físicas. Estas duas coisas estão presentes
em todos os engramas: a aberração e o somático. Mas o engrama pode
manifestar-se cronicamente como somático (aqui fez-se um substantivo
de um adjectivo e este é comummente empregado em Dianética para
evitar o uso da palavra dor, que não abrange tudo e que é restimulativa)
ou como aberração, ou como as duas coisas ao mesmo tempo.
Um engrama tem de conter dor física. Quando é restimulado na
vida diária, essa dor física poderá ou não aparecer. Se não aparece como
dor, mas sim como aberração, então o indivíduo está noutra valência
que não a sua (a "necessidade de manifestar as suas hostilidades"). Se
ele for suficientemente são para estar na sua própria valência, a dor
física estará presente. Em Dianética, dizemos que o somático apareceu.
Quando qualquer somático aparece, a menos que o indivíduo seja um
preclear em terapia, parte da aberração também está a aparecer. Em
suma, a aberração pode aparecer sozinha ou pode aparecer o somático
com alguma parte da aberração. Quando uma pessoa dramatiza outra
valência que não a sua, a aberração está presente; quando a dramatização,
a repetição do engrama como se este fosse um disco fonográfico numa
ou noutra valência, é suprimida por qualquer outro factor, como a polícia
ou uma pessoa mais forte ou mesmo pelo próprio indivíduo (tem-se
chamado repressão a isto - o termo não é usado aqui por estar carregado
de outros significados), o somático irá certamente aparecer à vista. O
indivíduo está, então, aparentemente em "melhor situação", como as
células queriam que estivesse, se ocupar o papel de sobrevivência no
engrama, a valência vencedora, porque pelo menos ele não está doente.
DoENÇA PsrcossoMÁTICA

Mas quantas pessoas foram mortas, quantos bancos foram roubados,


quantos cônjuges foram levados à loucura por essas dramatizações?
Assim, a saúde de um indivíduo seria considerada pela sociedade, no seu
esforço para proteger os seus membros, como um assunto secundário.
Na verdade, a "sociedade" não tem tido conhecimento deste aspecto
mecânico. O indivíduo que dramatiza a valência de sobrevivência nos
seus engramas poderá fazer coisas violentas a outras pessoas. O indivíduo
que não se permite tal dramatização, ou que é forçado a afastar-se
desta dramatização pela sociedade, ficará certamente com doenças
psicossomáticas. "Cara, ganho eu, coroa, perdes tu." A solução é aliviar
ou apagar o engrama, pois o problema tem muitos aspectos adicionais:
o homem que dramatiza os seus engramas, com ou sem a sociedade,
não está apto para sobreviver; e se os dramatiza, está sujeito a quaisquer
comentários insultuosos que tenham sido feitos à valência em que ele
está, por outra valência contida nesse mesmo engrama.
As combinações das classes e dos aspectos da doença psicossomática,
aqui listadas e descritas, levam a algumas situações altamente complexas.
É um facto científico que não existe nenhuma doença psicossomática
sem uma aberração. E é verdade que não existe nenhuma aberração
sem uma doença psicossomática potencial ou real. Uma das doenças
psicossomáticas que menos se esperaria encontrar como um caso psicos­
somático é a doença da perversão sexual.
O pervertido sexual (e neste termo Dianética, para ser breve, inclui
todas as formas de anormalidades na Segunda Dinâmica, tais como
a homossexualidade, o lesbianismo, o sadismo sexual, etc., e todas as
incluídas no catálogo de Ellis e Krafft-Ebing) está, na realidade, bastante
doente fisicamente. A perversão, como doença, tem tantas manifestações,
que esta deve estar espalhada por toda a série de classes citadas acima
desde (1) até (5). O desenvolvimento excessivo ou o subdesenvolvimento
dos órgãos sexuais, a inibição ou exagero seminal, etc., encontram-se
alguns num pervertido e alguns noutro. E, em resumo, o pervertido
é sempre uma pessoa muito doente, de um modo ou de outro, quer
ele esteja consciente disso ou não. Ele está muito longe de ser culpado
pela sua condição, mas também está tão longe de ser normal e é tão
extremamente perigoso para a sociedade, que a tolerância da perversão

125
LrvRo Dors � CAPÍTULO C1Nco

é tão má para a sociedade como a sua punição. Por lhe terem faltado até
agora os meios adequados, a sociedade foi apanhada entre a tolerância
e a punição, e é claro que o problema da perversão não foi resolvido.
Saímos aqui um pouco do assunto mas, quanto à perversão, pode-se
comentar que a melhor explicação que antes havia para isto era alguma
coisa acerca das meninas terem inveja do pénis do Papá ou de os meninos
ficarem perturbados com aquela coisa terrível, a vulva, que a Mamã
um dia teve o descuido de deixar ver. É preciso muito mais do que estes
puros disparates para fazer um pervertido. Antes pelo contrário, seria
preciso uma coisa como dar pontapés na cabeça de um bebé, passar-lhe
por cima com um cilindro das estradas, cortá-lo em dois com uma
faca enferrujada, fervê-lo em lisol e tudo isto enquanto pessoas loucas
lhe gritam as coisas mais horríveis e obscenas. O ser humano é um
personagem muito duro. Ele é tão duro que venceu todo o reino animal
e pode fazer tremer as estrelas. E quando se trata de desequilibrar a sua
Segunda Dinâmica, aquilo que é preciso para isso é uma combinação
de Dante e Sax Rohmer. Deste modo, o pervertido, contendo centenas
e centenas de engramas malignos, tem tido pouca escolha entre estar
morto e ser um pervertido. Mas com uma ciência eficaz para resolver
o problema, uma sociedade que continue a tolerar a perversão e todos
os seus efeitos tristes e sórdidos não merece sobreviver.
A perversão pode ter outros aspectos. Numa sociedade que foi
examinada, essas aberrações tinham-se multiplicado tanto que surgiu
um culto místico principal que sustentava que todas as doenças mentais
tinham origem no sexo. Isto, naturalmente, deu um maior ímpeto às
aberrações na Segunda Dinâmica (sexo), pois tal crença cultual deve
ter sido originada por um indivíduo que tinha aberrações severas na
Segunda Dinâmica. Esta crença de que o sexo era a única fonte da
aberração e sofrimento humanos atraiu naturalmente, como praticantes,
indivíduos que tinham padrões aberrativos semelhantes. E assim o culto
reforçou ainda mais os factores aberrativos existentes na sociedade,
visto que toda a sua actividade visava fazer do sexo uma coisa horrenda
e pavorosa, rotulando-o como a fonte primária das doenças mentais da
sociedade. O profeta desse deus foi Maniqueu, um persa do século III,
que ensinou que todas as coisas a respeito do corpo, sobretudo o sexo,

126
DoENÇA Ps1cossoMÁTICA

eram diabólicas. O culto de Maniqueu prolongou-se por boa parte da


Idade Média e depois desapareceu, para nunca mais perturbar o Homem.
Qualquer dinâmica pode ser bloqueada: a Dinâmica Pessoal, a
Dinâmica do Sexo, a Dinâmica do Grupo ou a Dinâmica da Humanidade.
Cada uma delas foi, em determinado período, alvo de um ou outro culto
que procurava curar todos os males do Homem e salvá-lo. Dianética
não está interessada em salvar o Homem, mas pode fazer muito no
sentido de evitar que ele seja "salvo". Como um corpo organizado de
conhecimento científico, Dianética apenas pode tirar as conclusões que
observa no laboratório.
Pode-se observar que a Igreja está totalmente correcta em fazer
tudo o que está ao seu alcance para evitar a blasfémia. A blasfémia pode
muitas vezes ser proferida durante a "inconsciência" de uma pessoa que
foi agredida. Isto introduziria nomes sagrados e pragas nos engramas
que, ao reagirem dentro do indivíduo, lhe dão um terror anormal e
uma compulsão ou repulsão em relação a Deus. O que está mal não é a
religião, mas sim a blasfémia da religião. Esta blasfémia cria o fanático
louco e o ateu assassino, os quais a Igreja dispensaria com muito prazer.
Na esfera da doença psicossomática, qualquer combinação da
linguagem é, num engrama, um factor tão nocivo como qualquer
outro. O raciocínio idiota da mente reactiva, que considera tudo o
que está num engrama igual a tudo o que está num engrama, também
considera que tudo o que é semelhante ao engrama no mundo exterior
(os restimuladores) é causa suficiente para pôr o engrama em acção. Por
conseguinte, pode surgir a doença e a aberração.
Há, contudo, uma peculiaridade nas doenças psicossomáticas que
é crónica: a mente reactiva do aberrado exerce um livre-arbítrio na
medida em que só os engramas pró-sobrevivência se tornam crónicos. Num
nível reactivo, pode-se dizer que o aberrado não se permitirá sofrer a
doença dos seus engramas, a menos que essa doença tenha um valor
de "sobrevivência". Isto é muito importante na terapia. As doenças
psicossomáticas crónicas que um paciente apresenta são aquelas que
têm um fundo de compaixão (pró-sobrevivência).
Não é possível "estragar" uma criança com amor e afeição. Quem
quer que tenha postulado que isso era possível, estava a postular com

127
LIVRO Dois Q CAPÍTULO CINCO

dados erróneos e sem nenhuma observação. Uma criança precisa de


todo o amor e afeição que possa obter. Fez-se um teste num hospital
que tendia a mostrar que os bebés desenvolviam febres, quando eram
deixados sem atenção. Quando eles recebiam atenção, as febres baixavam
logo. O teste, conquanto não tenha sido pessoalmente observado pelo
autor, parece ter sido conduzido com os controlos apropriados, de
acordo com o relatório. Se for verdade, isto postula no ser humano
um mecanismo que usa a doença para conseguir afeição numa base
genética. Não há nenhuma razão para que não seja assim; houve anos
de engenharia mais do que suficientes - quase dois mil milhões - para
incorporar tudo no plano genético. Esses bebés, em vários grupos,
foram deixados no hospital para o teste, pelos seus pais; eles ficaram
uniformemente doentes quando não receberam afeição. Se esses testes
foram efectuados com exactidão, temos aqui a lei da afinidade em acção.
O seu propósito não foi ajudar Dianética, mas mostrar que deixar um
bebé num hospital depois do nascimento, por causa de ele ter uma
doença ligeira, agrava invariavelmente essa doença.
Uma série de experiências de Dianética, severamente controladas,
durante um período muito mais longo, demonstrou que a lei da afinidade,
conforme é aplicável à doença psicossomática, era, com uma margem
muito ampla, muito mais poderosa do que o medo e o antagonismo. É
uma margem tão ampla que poderia ser comparada com a resistência
de uma viga de aço em relação a uma palha. Descobriu-se, como se
disse acima, que as doenças psicossomáticas crónicas só existiam
quando havia por detrás delas um engrama de compaixão. A lei da
afinidade pode ser interpretada como a lei da coesão; "afinidade" pode
ser definida como "amor" em ambos os seus significados. A privação
ou a ausência de afeição poderia ser considerada como uma violação
da lei da afinidade. O Homem precisa de estar em afinidade com o
Homem para sobreviver. O suicida normalmente comete o acto com
base na computação de que a remoção da sua pessoa beneficiará, de
algum modo, as outras pessoas - isto, a nível da mente reactiva, é uma
computação muito comum que deriva exclusivamente de engramas.
O líder industrial violento, com o seu aspecto implacável, quando sofre
de uma doença psicossomática, normalmente retira-a de um engrama
de compaixão.
128
DoENÇA Ps1cossoMÁTICA

O engrama de compaixão finge ser pró-sobrevivência. Como disse


um preclear, um homem não é vitimado pelos seus inimigos, mas pelos
seus amigos. Um engrama surge sempre de um momento maior ou
menor de "inconsciência". Não existe engrama sem "inconsciência". É só
quando o analisador está fora de circuito que o mundo exterior se pode
tornar interior, irracional e trabalhar a partir de dentro. Assim que o
analisador identifica um desses engramas como tal, esse engrama perde
cerca de 20 por cento da sua capacidade de aberrar e, normalmente,
100 por cento da sua capacidade de causar uma doença psicossomática.
A dor é extremamente perecível. O prazer é gravado em bronze. (Aqui
não há poesia, mas ciência. A dor física apagar-se-á com uma breve
atenção. Mas uma experiência agradável ou mesmo mediana está tão
solidamente fixada na mente, que nenhum tratamento conhecido de
Dianética poderá abalá-la e uma grande quantidade de esforço foi
dedicado às gravações de prazer só para lhes testar a permanência. Elas
são permanentes; a dor física é perecível. É uma pena, Schopenhauer,
mas você estava totalmente enganado.)
Expor um lock (um momento de "angústia mental" ) ao analisador
uma vez que o engrama que lhe dava força tenha desaparecido, faz com
que esse lock desapareça como poeira soprada pelo vento. O analisador
funciona baseado na Doutrina do Dado Verdadeiro: não quer ter nada
a ver com algo que ele descubra ser falso. A simples exposição de um
engrama sem o aliviar tem algum valor terapêutico (20 por cento) e
isto fez surgir a crença de que bastava uma pessoa conhecer os seus
males para que estes desaparecessem. Seria bom se assim fosse.
O engrama mais aberrativo é, então, aquele que é retido pelo
conceito da mente reactiva - essa idiota - de que este é necessário à
sobrevivência do indivíduo. Este engrama de compaixão é aquele que
aparece e permanece crónico como doença psicossomática. Há duas
razões para isto: a pessoa normalmente está na sua própria valência
quando recebe um engrama de compaixão; e a mente reactiva da pessoa,
conhecendo bem o valor da afinidade, apresenta a doença psicossomática
para atrair afinidade. Aqui não há qualquer volição da parte do "Eu"
analítico do indivíduo. Mas há toda a "volição" da parte da mentereactiva.
Um engrama de compaixão seria uma coisa como esta: um menino,
muito vitimizado pelos pais, está extremamente doente. A avó cuida
129
LIVRO Dois g CAPÍTULO CINCO

dele enquanto ele está a delirar, tranquiliza-o dizendo-lhe que cuidará


dele, que ficará ali até que ele f ique bom. Isto coloca um valor de
"sobrevivência" muito alto em estar doente. Ele não se sente seguro
junto dos pais; ele quer a presença da avó (ela é a valência vencedora
porque manda nos pais dele) e ele agora tem um engrama. Sem o
engrama não haveria doença psicossomática. Doença, "inconsciência"
e dor física são essenciais para receber este engrama. Mas este não é um
engrama de contra-sobrevivência. É um engrama de pró-sobrevivência.
Pode ser dramatizado na valência da própria pessoa.
A doença psicossomática, num caso como este, seria um "bem
precioso". O "Eu" nem conhece a computação, pois o analisador estava
desligado quando o engrama foi recebido. Nada fará o analisador
recordar-se desse engrama, excepto a terapia de Dianética. E o engrama
não se limpará.
Agora com esse engrama, nós temos um paciente com sinusite e uma
predisposição para infecções pulmonares. Poderá ser que ele tenha tido
a pouca sorte de casar com uma réplica da sua mãe ou da sua avó. A
mente reactiva não consegue diferenciar entre a avó ou a mãe e a esposa,
se elas forem mesmo que vagamente semelhantes no modo de falar, tom
de voz ou maneirismos. A esposa não é compassiva. Lá vem o engrama
para exigir essa compaixão. E mesmo que a esposa pense que a sinusite
e a infecção pulmonar são suficientemente repugnantes para levar ao
divórcio, a mente reactiva mantém o engrama activado. Quanto mais
ódio da parte da mulher, mais aquele engrama faz key-in. Pode-se matar
um homem assim.
O engrama acima é um engrama de compaixão típico. Quando um
terapeuta tenta retirar esse engrama do paciente, a mente reactiva
recusa-se a perdê-lo. O "Eu" não o recusa. O analisador não o recusa.
Esses estão esperançosos de que o engrama se solte. Mas a mente reactiva
mantém-no pregado, até que o Dianeticista lhe meta um pé-de-cabra
por baixo. Depois o engrama vai-se. (Aliás, poder-se-á levantar locks
suficientes para aliviar esta condição. Mas o paciente desenterrará outro
engrama!)
A resistência às terapias do passado resultou destes engramas de
compaixão. E no entanto, eles estão ali mesmo à superfície, totalmente
expostos como doenças psicossomáticas crónicas.
130
DoENÇA PsrcossoMÁTICA

Dar qualquer quantidade de medicamentos a um paciente com uma


doença psicossomática apenas resulta num alívio temporário. O "Eu"
não quer a doença. O analisador não a quer. Mas o corpo tem-na e se
alguém conseguir curá-la sem remover esse engrama, o corpo, sob o
comando da mente reactiva, encontrará outra coisa para substituir aquela
doença ou desenvolverá uma "alergia" ao medicamento ou anulará
totalmente o efeito do medicamento.
É claro que se pode sempre arrancar tecido vivo em quantidades
industriais ao interior do crânio, com facas, picadores de gelo ou choque.
Isto curará a doença psicossomática. Infelizmente, isso também curará
a personalidade, o intelecto e, muito frequentemente, a própria vida.
Em Dianética, a aplicação da técnica para aliviar os engramas que
causam esses males trouxe, invariavelmente, o alívio a todos os pacientes

a
tratados, sem recaídas. Em suma, as doenças psicossomáticas podem
agora ser curadas. Todas elas.
LIVRO DOIS, CAPÍTULO SEIS

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A EMOÇÃO e
as DINÂMICAS

A EMOÇÃO É UMA QUANTIDADE 8 (theta), o que significa que ela


está tão envolvida nas forças vitais que Dianética, neste estádio, lida com
ela com sucesso invariável, mas sem tentar apresentar mais do que uma
teoria descritiva. É preciso fazer muita pesquisa sobre a emoção; mas
desde que a terapia a abranja e a libere com sucesso, pode-se dispensar,
até certo ponto, quaisquer dados adicionais.
A emoção teria de ser nitidamente dividida em emoções negativas
e emoções positivas. A emoção negativa teria um carácter de
não-sobrevivência e a emoção positiva seria pró-sobrevivência. Não
nos ocupamos aqui das emoções agradáveis ou aprazíveis. Acredita-se
que toda a emoção é a mesma coisa. Mas nos seus aspectos acima da
Zona 1, ela pode ser posta de lado por ser desnecessário explicá-la neste
momento, para o propósito deste livro.
Nas Zonas 1 e O, a emoção torna-se muito importante para a terapia.
Como se disse anteriormente, as Zonas 1 e O são as zonas de ira e apatia,
respectivamente. Desde a morte até à fronteira entre a ira e o medo está
a Zona O. Desta fronteira até ao início do aborrecimento está a ira, Zona 1.
É como se a dinâmica de sobrevivência, ao contrair-se para a Zona 1,
começasse a exibir hostilidade. Depois, sob mais supressão na direcção

133
LIVRO Dois Q CAPÍTULO SEIS

da morte, começou a exibir ira. Sob ainda mais supressão começou a


exibir fúria, depois o medo como o nível imediatamente abaixo, depois
o terror e, finalmente, logo acima da morte, apatia.
E à medida que a dinâmica é suprimida, poder-se-ia dizer que as
células reagem energicamente à ameaça, ao resistir a esta. O analisador
resiste até à margem superior da Zona 1, mas com um controlo sempre
decrescente. Daí para baixo, as células, o organismo em si, resistem
até à última trincheira. A mente reactiva está em comando absoluto
desde a margem superior da Zona 1 directamente até à morte e à
medida que a dinâmica é suprimida, o seu comando do organismo cresce
continuamente.
A emoção parece estar inextricavelmente ligada à própria força da
vida. Nenhum engenheiro duvidaria de que existe uma força vital. O
Homem e a medicina usualmente observam o jarro e esquecem-se que
este está ali apenas para conter o leite e que o leite é que é a quantidade
importante. A força vital é o hélio que enche o balão livre. O hélio sai,
o balão desce. Quando este tipo de energia for localizado e isolado -
se for apenas um tipo de energia - então a medicina poderá começar
a avançar a passos tão largos que estes farão todos os passos anteriores
parecerem os de um homem numa corrida de sacos. Porque a medicina,
pelo que se sabe, não tem nenhum hélio sobresselente.
Não se sabe até que ponto essa força vital pode subir na escala da
sobrevivência. Acima da Zona 3 está a área dos pontos de interrogação.
Um Clear sobe para um nível de persistência, vigor, tenacidade,
racionalidade e felicidade. Talvez algum dia um Clear alcance o brilho
interior de que o autor costumava ouvir falar na Índia e que marcava o
homem que era todo alma.
Sabe-se, definitivamente, até que ponto a força vital pode descer.
Um homem morre. Não se move nem pensa. Morre como organismo e
em seguida morre como células. Há diferentes períodos de "vida após a
morte" para as células e os biólogos comentam que as células dos cabelos
e unhas sobrevivem durante meses. Assim sendo, há aqui um espectro
de morte, primeiro o organismo e, depois, colónia por colónia, as células.
Isso ocorre do f undo da Zona O para baixo. Mas aquilo que nos
interessa é a área que vai desde a Zona 1 até ao fundo da Zona O.
A EMOÇÃO e as DINÂMICAS

Poderia ser postulado que a mente analítica tem a sua maior vitalidade
contra o supressor, a sua máxima capacidade para cuidar do organismo,
quando está na ·terceira zona. À medida que o supressor empurra para
baixo, o analisador dentro da parte inferior da Zona 3 empurra na direcção
oposta com força. Isto é a necessidade em acção. O nível de necessidade pode
subir, nesta acção, até um ponto que faz key-out de todos os engramas!
Deve-se compreender que o analisador considera futuros supressores
e está continuamente empenhado em computações que apresentam
problemas do futuro que o analisador resolve: esta é uma das funções
da imaginação. Deve-se compreender também que o analisador está
empenhado em inúmeras computações sobre o presente: porque a mente
analítica está continuamente a lidar com um número enorme de factores
que incluem o supressor do presente e o supressor do futuro. Computa,
por exemplo, sobre as alianças com amigos e simbiotas, e consegue as suas
maiores vitórias quando toma alguma parte do supressor e transforma-a
num factor de aliança.
O indivíduo pode ser visualizado, no espectro da sobrevivência,
como estando na ponta da dinâmica de sobrevivência. O supressor
empurra para baixo, ou futuros supressores ameaçam um empurrão, e a
mente analítica empurra para cima com soluções. O nível do indivíduo
é determinado por quão bem esses supressores são aparentemente
enfrentados.
Falemos agora do Clear e, até nova menção, continuaremos a usar o
Clear. O Clear é uma pessoa não-aberrada. Ele é racional porque forma
as melhores soluções que pode com os dados de que dispõe e do seu
ponto de vista. Obtém o máximo prazer para o organismo, presente
e futuro, bem como para os temas ao longo das outras dinâmicas. O
Clear não tem engramas que possam ser restimulados de modo a afectar
a correcção da computação através da introdução de dados ocultos e
falsos. Não tem nenhuma aberração. É por essa razão que o usamos aqui
como exemplo.
A dinâmica de sobrevivência é alta, é mais do que suficiente para
contrabalançar o supressor. Tome isto como uma primeira condição. Isso
colocaria a dinâmica na Zona 3, Tom 3.9. Agora, aumente o supressor. A
dinâmica é empurrada para o Tom 3.2. A necessidade sobe. O supressor
LIVRO DoIS a CAPÍTULO SEIS

é empurrado para trás. A dinâmica está mais uma vez no Tom 3 .9.
Poderia chamar-se a esta acção um ressurgimento entusiástico. O
indivíduo ficou realmente "irado" - isto é, ele recorreu ao seu ser para
que lhe fornecesse poder para o pensamento e acção. Mentalmente,
ele recorre a tudo o que constitua energia mental. Fisicamente, se a
supressão fosse física, ele recorreria à sua adrenalina. Este é o uso correcto
das glândulas endócrinas: usá-las para recuperar a posição em relação ao
supressor. Toda e qualquer função corporal está sob o comando analítico
(mas não é necessariamente regulado).
Suponhamos agora que o supressor se lança contra a dinâmica e força
a dinâmica a descer até 3 .O. O nível de necessidade sobe. São tomadas
acções. Toda a força do ser é lançada contra o supressor. Suponhamos
agora que surge um novo factor no supressor que o torna muito mais
forte. O indivíduo ainda tenta reerguer-se contra este. Mas o supressor
exerce cada vez mais peso sobre ele. O indivíduo começa a esgotar as suas
reservas de energia mental ou física (este supressor tanto pode estar num
nível mental como físico). Cansando-se, o indivíduo desce para 2. 5. O
supressor volta a tornar-se mais forte. O indivíduo tenta reerguer-se mais
uma vez. Ele lança as últimas reservas de energia ou dados disponíveis.
E surge outro factor no supressor que aumenta o seu peso. O indivíduo
decai até 2.0.
Exactamente neste ponto, após ter falhado, o analisador finalmente
desliga-se. Aqui, ele entrou no topo da Zona 1. A hostilidade instala-se.
O supressor está em baixo, a exercer pressão contra a sobrevivência
celular. E este desce ainda mais. O indivíduo entra em ira, recrutando
celularmente, mas não conscientemente, as últimas forças. Mais uma vez
o supressor adquire novo peso. O indivíduo entra em fúria. O supressor
desce mais uma vez. O indivíduo entra em medo, Tom 0.9. O supressor
desce novamente, recrutando novos factores. E o indivíduo é empurrado
para baixo, até o.6, onde está em terror. Mais uma vez o supressor cai
com nova força. O indivíduo desliza até ficar paralisado de medo, 0.2.
Vamos estabelecer um paralelo disto com um exemplo muito simples
e dramático, para não termos de considerar um milhar de factores subtis.
Um Clear, inexperiente na caça, decide matar um urso pardo. Tem uma
espingarda excelente. O urso parece ser uma presa fácil. O homem está
A EMOÇÃO e as DINÂMICAS

em 3.9 ou acima. Ele sente-se bem. Ele vai apanhar esse urso porque
este tem estado a ameaçar-lhe o gado. Um grande entusiasmo leva-o até
ao antro do animal. Ele espera; finalmente vê o urso. Acima do homem
há um penhasco que ele normalmente não poderia escalar. Mas para
acertar no urso, antes que este desapareça, o homem precisa de escalar
o penhasco. O facto de ver que estava em perigo de perder a caça fez o
homem descer para 3.2. A necessidade leva-o pelo penhasco acima. Ele
dispara, mas ao disparar cai do penhasco. O urso é ferido. Ele avança
em direcção ao homem. A necessidade aumenta. O homem recupera a
arma e dispara novamente. No momento em que ele dispara, está em
3.O. Ele falha. Dispara outra vez, mas o facto de ter falhado, com o urso
ainda a avançar, leva-o a descer para 2. 5. Ele volta a disparar. O urso
recebe a bala mas não pára. O homem volta a disparar, mas subitamente
compreende que a sua arma não vai deter este urso. O seu tom baixa para
2.0. Ele começa a resmungar e a manobrar a arma febrilmente. As suas
balas erram o alvo. Ele experimenta uma fúria contra a arma, o urso,
o mundo e atira a arma fora, pronto para enfrentar o urso, já quase em
cima dele, com as mãos nuas. Subitamente o homem conhece o medo.
O seu tom desce para 1.2. Sentindo o cheiro do urso nas suas narinas, o
tom desce para 0.9. Ele sabe que o urso vai matá-lo. Ele volta-se, tenta
escalar o penhasco e escapar, mas os seus esforços são frenéticos. Ele
está em Tom 0.6, terror puro. O urso ataca-o e derruba-o do lado desse
penhasco. O homem jaz imóvel, com a respiração quase suspensa, com
o batimento cardíaco reduzido a praticamente nada. O urso atinge-o
novamente e o homem permanece imóvel. Então o urso decide que ele
está morto e afasta-se. Abalado, o homem acaba por voltar a si, subindo o
seu tom gradualmente para 2.0, o ponto em que o analisador se desligou.
Ele mexe-se mais um pouco e levanta-se. O seu tom está novamente em
2. 5, analiticamente ele está com medo e cauteloso. Recupera a arma.
Começa a abandonar o local. Ele sente uma grande necessidade de
recuperar o seu amor-próprio e o seu tom sobe para 3.2. Ele afasta-se e
chega a uma área segura. Subitamente, ocorre-lhe que pode pedir uma
Mauser emprestada a um amigo. Começa a fazer planos para apanhar
aquele urso. O seu entusiasmo sobe. Mas completamente à parte do
engrama recebido quando o urso o derrubou, ele age de acordo com a
LIVRO Dois � CAPÍTULO SEIS

sua experiência. Três dias mais tarde, ele mata o urso e o seu tom sobe
para 4.0 durante o tempo em que contempla e conta a sua história, e
depois a sua mente ocupa-se com novos assuntos.
A vida é muito mais complicada do que a actividade de matar ursos
pardos; normalmente é muito menos dramática, mas está sempre cheia
de situações que provocam uma flutuação do supressor. A realização de
todos os objectivos agradáveis - matar um urso, beijar uma mulher, um
lugar na primeira fila da ópera, ganhar um amigo, roubar uma maçã - são
passagens através dos vários níveis de tom. E geralmente um indivíduo
está a levar a cabo três ou três mil computações ao mesmo tempo e
há trinta ou trinta mil variáveis nas suas computações. Demasiadas
incógnitas, demasiadas inclusões de factores do tipo "não sabia que a
arma estava carregada" podem atirar o analisador de uma situação em
que está directamente alinhado para uma dispersão desordenada em que
não funciona. Pode-se considerar que o analisador se desliga quando
atinge o Tom 2.0. De 2.5 para baixo, as computações que ele faz não
são muito racionais - há demasiadas incógnitas, demasiados factores
inesperados, demasiadas descobertas de cálculos errados.
Isto é viver numa base de "Clear". Quando foi atingido pelo urso,
o nosso caçador recebeu um engrama. Este engrama, quando fizesse
key-in, dar-lhe-ia medo, uma atitude de apatia, na presença de certos
factores: todos os percépticos presentes - o cheiro daquele solo, dos
galhos, da respiração do urso, etc. Mas ele matou o urso. A probabilidade
desse engrama fazer key-in é remota. Não por ele ter matado o urso,
mas porque ele, afinal de contas, era um homem adulto. E sendo um
Clear, ele poderia voltar atrás no pensamento e aclarar todo o incidente
por si próprio.
Este é um ciclo completo da emoção. O entusiasmo e o grande prazer
estão no topo extremo. O medo e a paralisia estão no fundo. No Homem,
a morte simulada está muito próxima da coisa real na Escala de Tom. É
um mecanismo válido. Mas é uma apatia completa.
Enquanto o analisador está a funcionar é impossível receber um
engrama, pois é tudo arquivado nos bancos padrão. Assim que se passa a
fronteira de 2 .O, quando se desce, pode-se considerar que a "inconsciência"
começou e que qualquer coisa registada, acompanhada de dor ou emoção
A EMOÇÃO e as DINÂMICAS

dolorosa, é um engrama. Isto não é uma mudança de definição. O


analisador desliga-se, com anestésico cirúrgico, em 2 .O. O anestésico
poderá deprimir mais o nível de consciência. A dor poderá deprimi-lo
ainda mais. Mas deprimir o nível de consciência não é, necessariamente,
deprimir a emoção. Qual é a quantidade de perigo concebido ou de
compaixão que está presente no ambiente? É isso que deprime a Escala
de Tom. Pode haver um engrama reactivo que contenha um Tom 4.0,
um que contenha um 1.0 ou outro que contenha um 0.1. Esta emoção
não é, portanto, inteiramente bidimensional.
O nível de profundidade da consciência pode ser afectado pela
emoção dolorosa, venenos ou outras coisas que deprimem o nível de
consciência. Depois disso, é tudo engrama e os engramas têm a sua
própria Escala de Tom que vai de 4.0 até 0.1.
Pode-se ver agora que há duas coisas em acção. Primeiro é o estado
de ser físico. É isto que desafina o analisador. Depois, há o estado de ser
mental. É isto que desafina a Escala de Tom emocional.
Lembre-se, porém, que nos engramas há outro factor presente: a
valência. Assim que o seu próprio analisador se desliga, o corpo assumirá
a avaliação ou condição emocional de qualquer outro analisador presente.
Aqui temos a afinidade a funcionar a sério. "Inconsciente" na presença
de outros seres, um indivíduo toma uma valência por cada ser presente.
Algumas dessas valências são incidentais. Ele escolherá primeiro aquela
valência que é mais compassiva, como um futuro amigo desejável
(ou alguma pessoa semelhante). E escolherá a valência mais importante
(de maior sobrevivência, o patrão, o vencedor) para a sua dramatização.
Ele também tomará a valência da entidade vencedora (que o vence a
ele ou aos outros) para o tom emocional. Se a valência vencedora for
também a valência compassiva, o indivíduo terá um engrama que pode
ser utilizado em toda a sua extensão.
Vamos tomar este exemplo: um homem está sob o efeito de óxido
nitroso (o anestésico mais nocivo alguma vez inventado, pois não é
realmente um anestésico, mas sim um hipnótico) enquanto lhe estão a
extrair alguns dentes. Como de costume, todos os que estão à volta do
paciente "inconsciente" conversam e tagarelam sobre o paciente, o tempo,
a estrela de cinema mais popular ou o basebol. O dentista é um sujeito

139
LIVRO Dois SJ CAPÍTULO SEIS

rude, muito mandão para com a enfermeira, com tendência para irritar-se
com coisas insignificantes; ele também é bastante compassivo para
com o paciente. A enfermeira é uma loura de olhos azuis, sexualmente
aberrada. O paciente, que na verdade está em agonia, ao receber um
engrama de grande magnitude que poderá arruinar a sua vida (o óxido
nitroso é uma coisa terrível; na verdade, causa um engrama sofisticado
como qualquer Dianeticista pode atestar), não está analítico. Tudo o
que lhe é dito, ou é dito à sua volta, é tomado literalmente. Ele toma a
valência do dentista como a valência mais importante presente e como
a valência de compaixão. Mas cada frase pronunciada é aberrativa e será
interpretada por aquela idiota feliz, a mente reactiva, da mesma maneira
que o Simão Simplório, quando lhe disseram que tomasse cuidado com
meter os pés nas tartes, por isso, ele pisou-as com muito cuidado. Essas
pessoas poderão estar a falar a respeito de outrem, mas cada "eu" ou
"ele" ou "tu" pronunciado é engrâmico e será aplicado pelo paciente
aos outros e a si próprio no sentido mais literal. "Ele não consegue
lembrar-se de nada", diz o dentista. Muito bem. Quando o engrama fizer
key-in, este paciente terá uma oclusão na memória em maior ou menor
grau. "Ele não pode ver nem sentir isto": isto significa uma oclusão na
vista, dor e tacto. Se nesse momento o paciente tem os olhos a chorar
em agonia (embora completamente "anestesiado"), ele poderá ficar com
vista deficiente e com má recordação visual devido a esta experiência.
Agora, metem-no nas mãos dessa enfermeira loura para que ele durma
até que desapareça o efeito da droga e se recupere. Ela é uma aberrada
de primeira. Sabe que os pacientes fazem coisas estranhas enquanto
ainda estão "inconscientes", de modo que ela arranca-lhe informações
sobre a sua vida. Ela sabe que ele está hipnotizado (sim, claro que ela
sabe) e, por isso, dá-lhe algumas sugestões positivas. Como diversão.
Ela diz que ele gostará dela. Que ela será boa para ele. E que fique ali
por enquanto.
Assim, o pobre paciente, a quem foram extraídos dois dentes do siso
que estavam inclusos, tem uma dramatização completa de ira-compaixão.
O tom geral que ele assume é aquele que o dentista mostrou aos outros
na sala. O dentista estava zangado com a enfermeira. Com as suas
recordações completamente confundidas, o paciente conhece, alguns
anos mais tarde, uma mulher parecida com a enfermeira. A enfermeira
140
A EMOÇÃO e as DINÂMICAS

deu-lhe compulsões em relação a ela. Aquela idiota tola, a mente reactiva,


vê nessa pessoa totalmente diferente uma semelhança suficiente para
criar uma identidade entre a enfermeira e essa nova mulher. Assim, o
paciente divorcia-se da mulher e casa-se com a pseudo-enfermeira. Só
agora, que ele se casou com ela, é que o engrama dental começa a fazer
key-in a sério. Ele adoece fisicamente: os dois molares, adjacentes ao local
onde estavam os dois dentes do siso, desenvolvem grandes cavidades e
começam a apodrecer (circulação cortada, dor na área, mas ele não a pode
sentir, pois há um desligamento da recordação de dor). A sua memória
desintegra-se. As suas recordações pioram. Ele começa a ter problemas
de vista e uma conjuntivite estranha. Além disso (porque o dentista
encostava-se ao seu peito e ao seu estômago de vez em quando, com um
cotovelo pontiagudo), ele tem dores no peito e no estômago. O óxido
nitroso magoou-lhe os pulmões e esta dor também está em restimulação
crónica. Mas o mais horrível é: ele acredita que essa pseudo-enfermeira
tomará conta dele e, até certo ponto, ele deixa de cuidar de si próprio
sob todos os aspectos. A sua energia dissipa-se e analiticamente ele sabe
que está tudo errado e que não está a ser ele próprio. Porque ele está
agora fixado na valência do dentista que está zangado com a enfermeira
e, portanto, bate na sua pseudo-enfermeira, porque sente que todos
os males provêm dela. A rapariga com quem se casou não é, nem foi a
enfermeira. Ela parece-se um pouco com a enfermeira e é loura. Ela tem
os seus próprios engramas e reage. Tenta o suicídio.
Então um dia, visto que este é um engrama entre muitos, o hospital
de doentes mentais apanha o nosso paciente e os doutores decidem
que tudo o que ele precisa é de uma boa série de electrochoques para
lhe dar cabo do cérebro e, se isso não funcionar, basta um bom picador
de gelo metido em cada globo ocular depois e durante o electrochoque,
com o picador de gelo a descrever um arco amplo para cortar a mente
analítica em pedaços. A sua mulher concorda. O nosso paciente não
se pode defender: ele está insano e, como se sabe, os insanos não têm
direitos.
Só que, neste caso, a cavalaria chegou sob a forma de Dianética e
Aclarou o paciente e a mulher, que hoje vivem felizes. Este é um engra­
ma real e uma história de caso real. É um engrama de compaixão e
pró-sobrevivência, no nível idiota da mente reactiva.
LIVRO Dois Q CAPÍTULO SEIS

Isto é para mostrar o fluxo e refluxo de emoção dentro deste único


engrama. O ser físico está inconsciente e em agonia. O ser mental recebe
uma variedade de tons emocionais segundo o princípio do contágio.
O tom emocional real do paciente, o seu próprio tom, foi reduzido a
apatia; consequentemente, ele já não pode "ser ele próprio".
A propósito, deve-se mencionar que só um silêncio absoluto, um
silêncio total e um silêncio tumular, deve estar presente numa operação
ou ferimento de qualquer tipo. Não há nada que possa ser dito ou dado como
percéptico em qualquer momento de "inconsciência" que seja benéfico para
o paciente. Nada! À luz destas pesquisas e descobertas científicas (que
podem ser comprovadas rapidamente em qualquer outro laboratório
ou grupo de pessoas), falar ou fazer ruído na vizinhança de uma pessoa
"inconsciente" devia ser punido criminalmente porque, para quem
conheça estes factos, tal acto seria uma tentativa deliberada de destruir o
intelecto ou equilíbrio mental de um indivíduo. Se o paciente é elogiado,
como na hipnose ou durante um ferimento ou operação, forma-se um
maníaco que lhe dará uma euforia temporária e que, por fim, o atirará
para o estádio depressivo do ciclo.*
A regra de ouro poderia ser alterada para o seguinte: se ama o seu
próximo, mantenha a boca fechada quando ele estiver inconsciente.
Pode-se ver, então, que a emoção existe em dois planos: o plano pessoal
e o plano extravalência. Esta é comunicável em termos de pensamento
idêntico. A fúria presente quando um indivíduo está "inconsciente"
dar-lhe-á um engrama de Tom 1; este conterá fúria. A apatia presente na
vizinhança de uma pessoa "inconsciente" dar-lhe-á um engrama de Tom O.
* O autor está bem ciente de que muitos médicos, ao usarem a narcossíntese, por vezes
penetraram acidentalmente em períodos de "inconsciência". Eles então consideraram
prontamente que essas áreas eram equívocas, que o paciente provavelmente não estava
"inconsciente". Na pesquisa de Dianética, alguns pacientes foram postos "inconscientes"
para a satisfação de dois médicos, ambos cépticos (já não o são), e foi-lhes dado material a
respeito do qual o Dianeticista nada sabia. Juntamente com os dados completos dos
testes, murmurados pelos médicos à medida que os faziam, para se assegurarem, por
tensão arterial, respiração, etc., de que o paciente não podia estar mais "inconsciente",
a menos que estivesse morto, os dados foram recuperados na sua totalidade em cada um
dos casos e para cada condição de "inconsciência". Dois pacientes ficaram, durante algum
tempo, severamente aberrados por comentários descuidados dos médicos anestesistas e
examinadores. Acrescentamos esta nota para avisar aqueles que tentarem essa experiência
no futuro. Este é o material de que é feita a insanidade. Tenha cuidado com isto quando
estiver a lidar com pacientes.
A EMOÇÃO e as DINÂMICAS

A felicidade presente durante um engrama não é muito aberrativa, mas


dará um engrama de Tom 4. E assim por diante. Por outras palavras, a
emoção das pessoas que estão próximas de um indivíduo "inconsciente"
é comunicada a este como parte do seu engrama. Qualquer estado de
ânimo pode ser comunicado desse modo.
Na dramatização de um engrama, o aberrado assume sempre a
valência vencedora e esta não é, naturalmente, ele mesmo. Se há apenas
uma outra pessoa presente e ela está a falar em termos de apatia, então
a apatia é o valor tonal do engrama. Quando um engrama de apatia é
restimulado, o indivíduo, a menos que queira ser severamente magoado,
fica apático e este tom, sendo o que está mais próximo da morte, é
o mais perigoso para o indivíduo. A emoção de fúria, comunicada a
uma pessoa "inconsciente", dá-lhe um engrama de fúria que ela pode
dramatizar. Este é o mais nocivo para a sociedade. Um tom meramente
hostil presente junto de uma pessoa "inconsciente" dá-lhe um engrama
meramente hostil (hostilidade encoberta). Com duas pessoas presentes,
cada uma com um ânimo diferente, a pessoa "inconsciente" recebe um
engrama com duas valências, além da sua. Quando isto ocorre, a pessoa
dramatizará primeiro a valência vencedora com o seu ânimo e, se forçada
a sair desta, dramatizará a segunda valência com o respectivo ânimo.
Expulsa desta num engrama crónico, ela enlouquece.
Nada do que se diz aqui deve ser interpretado no sentido de que uma
pessoa só usa ou dramatiza engramas de compaixão. Isto está muito longe
de ser o caso. O engrama de compaixão dá-lhe a doença psicossomática
crónica. Ela pode dramatizar qualquer engrama que tenha quando este
é restimulado.
A emoção é, então, comunicação e uma condição pessoal. O nível
celular de avaliação duma situação depende de qualquer outro analisador
presente, mesmo que esse analisador lhe seja completamente hostil. Na
falta dessa avaliação, o indivíduo assume o seu próprio tom para aquele
momento.
Há uma outra condição de emoção que é de extremo interesse e
utilidade para o terapeuta, uma vez que é a primeira coisa com que ele
terá de lidar ao abrir um caso. Não é nossa intenção começar aqui a
discutir terapia, mas sim descrever uma parte necessária da emoção.
LIVRO DoIS a CAPÍTULO SEIS

Uma grande perda e outras acções rápidas e severas do supressor


represam a emoção num engrama. A própria perda pode ser um choque
que reduz o poder analítico. E um engrama é recebido. Se este for a
perda de uma pessoa compassiva, de quem o indivíduo dependeu, o
indivíduo tem a impressão de que a própria morte o espreita. Quando
ocorre um tal efeito de supressor, é como se uma forte mola de aço
tivesse sido comprimida dentro do engrama. Quando se solta, ela sai
com um afluxo terrível de emoção (se essa descarga é, de facto, emoção,
embora dificilmente conheçamos outro nome para lhe dar).
A força vital fica, aparentemente, represada nesses pontos da vida.
Poderá haver enormes quantidades dessa força vital disponíveis, mas
parte dela fica suprimida num engrama de perda. Depois disso, a pessoa
parece não ter uma vitalidade tão fluida como antes. Isto poderá não ser
emoção, mas sim a própria força vital. Deste modo, a mente tem abaixo
dela, como num quisto, uma grande quantidade de tristeza ou desespero.
Quanto mais dessas cargas existirem nesse estado enquistado, menos
livres serão as emoções do indivíduo. Isto poderá existir numa base de
supressão, até um ponto em que não há nenhuma subida rápida. Parece
que não há nada no futuro da pessoa que a faça subir para algum plano
semelhante àqueles que ela ocupou anteriormente.
A glória e a cor da infância desaparecem à medida que se avança nos
anos. Mas o que é estranho nisso é que esse encanto, beleza e sensibilidade
à vida não desapareceram. Estão enquistados. Uma das experiências mais
extraordinárias que um Clear tem é descobrir, no processo da terapia,
que está a recuperar a sua apreciação da beleza no mu�do.
As pessoas, à medida que se afastam da infância, sofrem perda após
perda, e cada perda retira-lhes um pouco mais dessa quantidade 8 que
poderá ser, de facto, a própria força vital. Presa dentro dessas perdas,
essa força é-lhes negada e, na realidade, reage contra elas.
Só esse enquistamento emocional pode, por exemplo, compartimentar
a mente de uma pessoa que é multivalente ou que não consegue ver ou
ouvir o seu passado. A mente analítica, trabalhada pelo banco reactivo,
compartimenta-se e divide-se com perda após perda até que não resta
mais nenhum fluxo livre. Então o homem morre.
A EMOÇÃO e as DINÂMICAS

Assim, podemos dizer que a emoção, ou o que se tem chamado a


emoção, na realidade consiste em duas secções: primeiro, há o sistema
endócrino que, controlado pela mente analítica nas duas zonas superiores
ou pela mente reactiva nas duas zonas inferiores, produz respostas
emocionais de medo, entusiasmo, apatia, etc. Segundo, haveria a própria
força vital a ser compartimentada por engramas e a ser selada, pouco a
pouco, no banco reactivo.
É possível que se possa formular uma terapia que libertasse apenas
essas várias cargas de força vital, criando com isso um Clear completo.
Infelizmente, isso não foi possível até à data.
O que é estranho na emoção é que seja tão comum ela basear-se no
conteúdo de palavras dos engramas. Se um engrama diz "tenho medo",
então o aberrado tem medo. Se um engrama diz "estou calmo", mesmo
que o resto do engrama lhe dê tremores de lhe fazer bater os dentes, o
aberrado mesmo assim tem de estar "calmo".
O problema da emoção como equilíbrio endócrino e força vital tem
outra complicação no facto de que a dor física contida num engrama
é muitas vezes confundida com uma determinada emoção mencionada
no engrama. Por exemplo, o engrama pode dizer, no seu conteúdo verbal,
que o indivíduo está "sexualmente excitado" e ter, como conteúdo de dor,
uma dor nas pernas e ter ira como conteúdo emocional real (a valência
que diz: "Estou sexualmente excitado"). Isto, para o aberrado que o
dramatiza, é uma situação complexa. Quando está "sexualmente excitado"
- ele tem uma ideia do que isto significa apenas como linguagem - ele
também está em ira e tem uma dor nas pernas. Isto, na realidade, é muito
divertido em muitos casos e tem dado origem a uma série padronizada
de piadas clínicas, todas a começar por: "Sabe, eu sinto-me como toda
a gente."
Os Dianeticistas, tendo descoberto que as pessoas avaliam as emoções,
crenças, inteligência e somáticos do mundo em termos das suas próprias
reacções engrâmicas, encantam-se ao descobrir novos conceitos de
"emoção". "Sabes como as pessoas se sentem quando estão felizes; as
orelhas ardem-lhes." "Eu sinto-me como toda a gente quando estou
feliz; doem-me os pés e os olhos." "Claro que sei como as pessoas se
sentem quando estão felizes; sentem formigueiro pelo corpo todo."
LIVRO DoIS a CAPÍTULO SEIS

"Não sei como é que as pessoas aguentam estar tão apaixonadas quando
isso lhes faz doer tanto o nariz." "Claro que sei como as pessoas se sentem
quando estão excitadas; elas têm de ir à casa de banho."
Provavelmente todas as pessoas na Terra têm a sua própria definição
peculiar para cada estado emocional, em termos de comando engrâmico.
O comando, mais os somáticos e os percépticos formam aquilo a que
elas chamam um "estado emocional".
Então o problema, na realidade, deve ser definido em termos do
Clear, que pode funcionar sem ordens engrâmicas da mente reactiva.
Assim definida, a emoção decompõe-se em termos do sistema endócrino
e do nível variável de força vital disponível para se reerguer contra o
supressor.
Deve-se acrescentar que o riso, estritamente falando, não é uma
emoção, mas um alívio da emoção. Os antigos italianos tinham uma
ideia muito definida, representada nos seus contos populares, de que
o riso tinha valor terapêutico. A melancolia era a única doença mental
considerada nesses contos e o riso era a sua única cura. Em Dianética,
temos muito a ver com o riso. Na terapia, os pacientes são variáveis
na sua reacção de riso, desde a risada leve às gargalhadas de alegria.
Pode-se esperar que qualquer engrama, que se libere realmente, comece
algures entre as lágrimas e o aborrecimento e termine em riso; quanto
mais próximo o tom do engrama estiver das lágrimas ao primeiro
contacto, mais certo será o aparecimento do riso à medida que o engrama
é aliviado.
Há um estádio de terapia, que o preclear muitas vezes alcança, no qual
todo o seu passado parece ser motivo de uma hilaridade incontrolável.
Isto não quer dizer que ele seja Clear, mas sim que se drenou uma grande
proporção das cargas enquistadas. Houve um preclear que se riu durante
dois dias, quase sem cessar. A hebefrenia não é a mesma coisa que este
riso. Porque o alívio do preclear, ao dar-se conta do aspecto sombrio e do
carácter completamente conhecível dos seus medos e terrores passados,
é genuíno.
O riso desempenha um papel definido na terapia. É bastante divertido
ver um preclear que estava a ser atormentado por um engrama, que
continha uma grande carga emocional, aliviar subitamente esse engrama.
A EMOÇÃO e as DINÂMICAS

Porque a situação, por mais horrível que tivesse sido, quando aliviada
é, em todos os seus aspectos, um assunto de grande hilaridade. O riso
esvai-se e ele desinteressa-se pelo assunto, podendo-se dizer que ele está

a
no "Tom 3" em relação a isso.
O riso é definitivamente o alívio da emoção dolorosa.
LIVRO DOIS, CAPÍTULO SETE

EXPERIÊNCIA PRÉ-NATAL
e NASCIMENTO

As ANCIÃS, HÁ MENOS de cem anos, falavam sabiamente sobre a


"influência pré-natal" e o modo como uma mulher marcava o seu
filho. Muitos desses pensamentos intuitivos são baseados, de facto, em
dados observados. Pode ser observado que a criança nascida fora do
casamento é, muitas vezes, uma criatura infeliz (numa sociedade que
não veja tais comportamentos com bons olhos). Há muitos milénios
que essas crenças são mantidas no mundo quotidiano. Só porque se
têm mantido não é razão para que sejam verdadeiras, mas fornecem
um excelente início para um capítulo sobre a experiência pré-natal e o
nascimento.
Se Dianética tivesse trabalhado com teorias obscuras, tais como as
das anciãs ou dos místicos, que acreditam que as "delusões infantis"
são capazes de aberrar uma criança, Dianética não seria uma ciência da
mente. Mas não foi uma teoria obscura que proporcionou a descoberta
do papel exacto que a experiência pré-natal e o nascimento desempenham
na aberração e nas doenças psicossomáticas.
Muitas escolas de cura mental, desde o Asclépiade até ao hipnotizador
moderno, foram estudadas depois da filosofia básica de Dianética ter
sido postulada. Muitos dados foram acumulados, muitas experiências
LIVRO D01s a CAPÍTULO SETE

foram feitas. Os fundamentos sobre os engramas já tinham sido


formulados e já se tinha descoberto que a "inconsciência" era um
período de gravação real quando a teoria começou a predizer novos
fenómenos que, até então, não tinham sido observados.
Nos últimos anos, tem havido uma prática chamada "narcossíntese".
Isto era, na realidade, um ramo da "hipnoanálise" e da "análise
profunda". Não produziu Clears e nem sequer produziu alívio na
maioria dos casos, mas descobriu-se que essa mesma prática era um
factor aberrativo. Uma coisa que aberra poderá muito bem levar a
uma coisa que remove aberrações, se for estudada cientificamente.
Por esse motivo, a narcossíntese foi estudada. Examinaram-se vários
casos em que a narcossíntese tinha sido empregada. Alguns destes
casos tinham experimentado alívio com a narcossíntese. Outros tinham
ficado muito pior.
Trabalhando com a hipnoanálise, descobriu-se que se podia modificar
a técnica até que ela realmente removesse a carga aberrativa contida em
locks. No tratamento de esquizofrénicos com narcossíntese, descobriu-se
que os locks (períodos de angústia mental que não incluem dor física nem
"inconsciência" ) às vezes se soltavam (apagavam-se) e outras vezes não.
Narcossíntese é um nome complicado para um processo muito antigo,
bastante conhecido na Grécia e na Índia. É o hipnotismo através de
drogas. É geralmente empregada pelos praticantes que não conhecem
a hipnose ou nos pacientes que não cedem ao hipnotismo normal.
Uma injecção intravenosa de pentotal sódico é dada ao paciente e
pede-se-lhe que conte para trás. Ele em breve pára de contar e, então,
pára-se também a injecção. O paciente está agora num estado de "sono
profundo". Que isto não é sono parece ter escapado tanto àqueles que
aplicam a narcossíntese como aos hipnotizadores. Trata-se, na realidade,
de um depressivo que actua sobre a consciência do indivíduo, para que
aquelas unidades de atenção que permanecem atrás da cortina do seu
banco reactivo possam ser alcançadas directamente. Essas unidades
de atenção estão em contacto com os bancos padrão. Os circuitos de
derivação (circuitos demónio) que estão entre esses bancos e o "Eu"
também foram contornados. Por outras palavras, foi exposta uma secção
da mente analítica que não está aberrada. Não é muito poderosa nem
EXPERIÊNCIA PRÉ-NATAL e NASCIMENTO

muito inteligente, mas tem a vantagem de estar em contacto directo com


os bancos padrão. Esta é a personalidade básica. A intenção, propósito e
persistência dessas poucas unidades de atenção têm a mesma qualidade e
direcção que teria toda a mente analítica, se esta fosse Clear. É um grupo
cooperativo de unidades de atenção muito bom e é muito útil, pois a
personalidade básica tem todas as recordações: sónico, áudio, táctil,
cheiro, dor, etc. Pode alcançar qualquer coisa que esteja nos bancos, e
isso inclui tudo o que foi percepcionado ou pensado no período de uma
vida, minuto por minuto. Estas qualidades da personalidade básica têm
sido muito mal descritas no hipnotismo e de facto é duvidoso, mesmo
se fosse geralmente conhecido, que a percepção sónica fizesse parte
do sistema de recordação revelado pelo hipnotismo profundo ou pelo
hipnotismo por droga, chamado narcossíntese.
Um estudo da personalidade básica num sujeito multivalente que
tinha uma péssima memória, que não tinha boas recordações e que tinha
uma imaginação fraca, revelou a informação de que a PB (as unidades de
atenção chamadas personalidade básica) era mais capaz de seleccionar dados
do que a PA (personalidade aberrada representada pelo sujeito acordado).
Descobriu-se, além disso, que a PA normalmente podia retornar melhor
do que a PB no que respeita ao tempo-distância, mas que, quando a PA
chegava ao ponto mais antigo, esta era incapaz de conseguir recordar.
Mas se a PA fosse lá atrás e estabelecesse um contacto vago com um
incidente, o hipnotismo por droga ou o hipnotismo comum, usado
no indivíduo quando ele estava em tempo presente (já não retornado),
permitiria então que a PB retornasse. O hipnotismo por droga raramente
foi capaz de abrir caminho muito para trás na vida do paciente. Mas
ao fazer com que a força da PA fosse para trás e então usar a PB para
recordar, foi possível alcançar alguns incidentes muito antigos. Este
truque foi inventado para superar algumas das dificuldades que tornavam
os resultados da hipnose por droga relativamente incertos.
Descobriu-se, então, outro factor. Todos os pacientes que tinham
sido tratados com narcossíntese tinham piorado todas as vezes que as
pessoas que estavam a fazer o trabalho tinham tocado, mas deixado
intacto (porque "toda a gente sabia" que uma pessoa "inconsciente" não
gravava), um período de "inconsciência". Quando um desses períodos
LIVRO D01s a CAPÍTULO SETE

"inconscientes" era sondado desta maneira - por meio da hipnose por


droga chamada narcossíntese - o paciente normalmente ficava pior, e não
melhor. Sondando um pouco mais do que os praticantes usuais haviam
sondado, a pesquisa de Dianética penetrou em alguns dos períodos
"inconscientes" da vida mais recente e, com muito trabalho, pô-los a nu.
Entretanto, toda a hipnose por droga, quer se chame narcossíntese
ou uma visita do deus Asclépio, ainda é hipnose. Tudo o que for dito
a um sujeito hipnotizado permanece como uma sugestão positiva, e
estas sugestões positivas são simplesmente engramas com um efeito um
pouco mais leve e de menor duração. Quando uma droga está presente,
o hipnotismo é complicado pelo facto das drogas hipnóticas serem,
afinal de contas, venenos; então, o corpo passa a possuir um somático
permanente (pelo menos até à descoberta de Dianética) que acompanha
a sugestão. O hipnotismo por droga cria invariavelmente um engrama.
Qualquer coisa que o praticante diga a um sujeito narcotizado torna-se,
até certo grau, engrâmica. Durante a pesquisa de Dianética supôs-se
inicialmente, ao encontrar a tagarelice descuidada dos clínicos que havia
dentro da mente dos pacientes que eles tinham submetido à hipnose
por droga, que este descuido de dizerem tantas coisas aberrativas era
responsável por alguns dos fracassos. Mas descobriu-se que isto era
verdade num sentido muito limitado. Depois verificou-se que quando se
alcançavam os períodos "inconscientes" através da hipnose por droga,
estes recusavam-se a levantar, mesmo quando o paciente os recontava
dezenas de vezes. Culpou-se o carácter narcótico da hipnose por isso.
Usou-se, então, o hipnotismo directo para alcançar esses períodos
de "inconsciência" recentes e mesmo assim estes não se levantavam.
Julgou-se, portanto, ser seguro continuar o uso de drogas nos pacientes
que recusavam a hipnose. Começou-se a empregar o truque da PA-PB
alternadas.
Descobriu-se, pela hipnose por droga, quando esta era necessária,
e pela hipnose directa, quando esta era possível, que se podia fazer o
"esquizofrénico" (o aberrado multivalente) alcançar períodos muito
antigos em todos os casos. Descobriu-se, além disso, que um período
antigo de "inconsciência" muitas vezes se levantava. As experiências
ocasionaram um axioma científico:
EXPERIÊNCIA PRÉ-NATAL e NASCIMENTO

QUANTO MAIS ANTIGO FOR O PERÍODO DE "INCONSCIÊNCIA",


/ /

MAIS PROVAVEL SERA QUE ESTE SE LEVANTE.

Esse é um axioma fundamental da terapia de Dianética.


Trabalhou-se com maníaco-depressivos que possuíam recordação
sónica, a maioria por hipnose directa, e descobriu-se que eles também
seguiam esta regra. Mas isto foi mais dramático no aberrado multivalente:
pois quando um engrama não se levantava, este colidia com a sua mente
analítica quando ele estava desperto e criava uma variação nas suas
psicoses, trazendo também consigo as doenças psicossomáticas.
Isto permitiu compreender a razão por que o aberrado multivalente,
sob narcossíntese, piorava sempre que algum praticante deslizava
(sem entrar, naturalmente) sobre um período de "inconsciência" mais
recente. Agora surgira o problema de aplicar o axioma. Postulou-se que o
engrama primário devia, de algum modo, suprimir engramas posteriores.
Tomando em consideração os outros dados e postulados, esta era uma
suposição inteiramente razoável. Quanto mais para trás se recuava na
vida de um aberrado multivalente, menos probabilidades haviam de o
restimular artificialmente. Muitas vezes, um engrama situado por volta
dos dois ou três anos de idade levantava-se inteiramente, dando-lhe um
grande alívio.
O problema desta pesquisa estava muito longe de ser o mesmo
problema enfrentado por aqueles que, desconhecendo a mente reactiva
e a "inconsciência", tentavam simplesmente encontrar factores de
computação num nível racional, ou em incidentes da vida quotidiana,
como factores aberrativos num paciente.
Quando se toca um engrama, este oferece muita resistência, sobretudo
acima da idade de dois anos. Além disso, todo o banco reactivo estava
profundamente enterrado sob camadas nebulosas de "inconsciência"
e, além disso, este era salvaguardado por um mecanismo da mente
analítica que tendia a proibi-la de tocar em dor ou em emoção dolorosa.
O banco reactivo esteve a proteger-se durante toda a pesquisa, mas este
era obviamente a resposta. O problema era como conseguir o seu alívio,
se é que este podia ser aliviado.
Tendo provocado um enorme desconforto em várias personalidades
multivalentes, atingiu-se um novo nível de necessidade que nos obrigava
LrvRo D01s g CAPÍTULO SETE

a fazer alguma coisa para resolver o problema. Mas havia esta esperança
brilhante: o axioma mencionado acima. Era preciso construir uma ponte
entre a insanidade e a sanidade, e ali, no axioma, tinha-se pelo menos o
vislumbre de um plano. Quanto mais cedo a pessoa tinha experimentado
essa névoa e dor, mais leves esses engramas pareciam ser.
Então um dia, um paciente multivalente sob drogas retrocedeu ao
nascimento. Ele sofreu a dor - e isso foi muito doloroso com esta técnica
rude, pois Dianética ainda não se tinha aperfeiçoado até ser uma peça
de maquinaria bem lubrificada - e ele debateu-se através do período de
"inconsciência", lutou contra o médico que tinha tentado pôr-lhe gotas
nos olhos e, de um modo geral, ressentiu-se com todo o procedimento.
Primeiro, mandou-se a PA recuar no tempo e depois, sob drogas, a PB
tinha contactado o incidente.
Este pareceu ser um dia extraordinário para Dianética. Depois de
vinte repasses através do nascimento, o paciente. experimentou uma
recessão de todos os somáticos, "inconsciência" e conteúdo aberrativo.
Ele tinha tido asma. Parecia que esta asma tinha sido causada pelo
entusiasmo do médico ao puxá-lo da mesa justamente quando ele lutava
pela sua primeira respiração. Tinha tido conjuntivite. Essa veio das
gotas para os olhos. Ele tinha tido sinusite. Essa veio das cotonetes para
o nariz usadas pela enfermeira bonita.
Houve regozijo, porque ele parecia um novo homem. Uma psicose
primária acerca de ser "empurrado de um lado para o outro" tinha
desaparecido. A realidade subjectiva deste incidente era intensa. A
realidade objectiva não tinha importância, mas a mãe desse paciente
estava por perto e a realidade objectiva foi estabelecida simplesmente
ao retorná-la, em terapia, até ao nascimento dele. Eles não tinham
comunicado a respeito do assunto em pormenor. O registo da sequência
dela concordava com a do paciente, palavra por palavra, pormenor por
pormenor, nome por nome. Mesmo que eles tivessem comunicado, a
possibilidade de uma tal duplicação, fora da situação de Dianética, era
matematicamente impossível. Ela tinha estado "inconsciente" durante
o nascimento do paciente e sempre tinha suposto que as coisas tinham
sido muito diferentes, e os dados do retorno deitaram abaixo a descrição
que ela fazia da ocorrência, quando desperta, como sendo uma pura
fábula.
154
EXPERIÊNCIA PRÉ-NATAL e NASCIMENTO

Para garantir que isto não era uma casualidade (pois o pesquisador que
baseia as suas conclusões numa única experiência é bastante medíocre),
dois maníaco-depressivos foram retornados aos seus nascimentos e ambos
completaram a experiência. Mas um desses dois engramas de nascimento
não queria levantar-se!
O axioma postulado foi novamente posto em campo. Se fosse possível
encontrar o engrama mais antigo, então os outros levantar-se-iam, cada
um por sua vez. Esta era a esperança.
O maníaco-depressivo, cujo nascimento não se tinha levantado,
foi retornado a um período anterior ao nascimento, num esforço para
encontrar um engrama anterior.
As teorias estruturais, carinhosamente mantidas durante séculos,
já se tinham desmoronado completamente quando se penetrou na
névoa "inconsciente" e na dor para descobrir o engrama como uma
unidade aberrativa. Testes feitos tinham apoiado a descoberta de que
todos os dados, com a pessoa desperta ou adormecida e "inconsciente",
a partir do momento da concepção, eram sempre gravados nalguma
parte da mente ou do corpo. A pequena questão da bainha de mielina
foi descartada, uma vez que já tinha sido refutada pela pesquisa de
laboratório que incluía alcançar o nascimento. A teoria de que não
pode ocorrer nenhuma gravação na mente, até que os nervos estejam
protegidos pela bainha, depende de um postulado teórico, nunca foi
submetida à pesquisa científica e a sua existência depende unicamente
da Autoridade - e uma "ciência" que depende apenas da Autoridade é
um sopro na ventania da verdade e não é, portanto, uma ciência. Que os
bebés não podem gravar até que a bainha de mielina esteja formada é,
com base na investigação, tão verdade quanto o facto de que a inveja do
pénis é a causa da homossexualidade feminina. Nenhuma dessas teorias,
quando aplicada, funciona. Porque o bebé, afinal de contas, é composto
de células e está agora provado por muita pesquisa que é a célula, não o
órgão, que grava o engrama.
Assim, não havia qualquer inibição quanto a procurar antes do
nascimento por aquilo que Dianética já tinha começado a chamar
básico-básico (o primeiro engrama da primeira cadeia de engramas).
E alcançou-se um engrama anterior.
1 55
LIVRO Dors a CAPÍTULO SETE

Descobriu-se, desde então, que a criança faz uma grande quantidade


de registos, enquanto no útero, que não são engrâmicos. Durante algum
tempo, pensou-se que a criança no útero gravava com base no princípio
do "ouvido amplificado", em que o ouvido afina-se na presença de perigo
e particularmente durante a "inconsciência". Mas a primeira pesquisa
descobriu que os engramas pré-natais são mais fáceis de alcançar quando
contêm uma grande quantidade de dor. Há provas de que as células, não o
indivíduo, registam a dor. E o banco reactivo de engramas é composto apenas
de células.
Recorrer à natureza em vez de recorrer à Autoridade é a pedra angular
da ciência moderna. Enquanto Galeno permaneceu como a Autoridade
sobre o sangue, ninguém senão "loucos" como da Vinci, Shakespeare e
William Harvey pensaram sequer em fazer experiências para descobrir
qual era a verdadeira acção do sangue! Enquanto Aristóteles permaneceu
como a Autoridade para Tudo, reinou a Idade das Trevas. O avanço surge
das perguntas que uma mente livre faz à natureza, não de citar as obras e
de pensar os pensamentos de tempos idos. O recurso ao precedente é uma
asserção de que os mentores de ontem estavam mais bem informados
do que os de hoje: uma asserção que se esvai perante a verdade de que o
conhecimento é composto pelas experiências passadas, das quais temos,
com toda a certeza, um maior número do que os mentores mais bem
informados de outrora.
Considerando que Dianética se baseava numa filosofia que usava a
célula como o elemento construtivo básico, o facto de que a gravação
dos engramas era feita pelas células foi recebido com menos surpresa do
que poderia ter sido. O engrama não é uma memória; é um traço celular
de gravações, profundamente impressas na própria estrutura do corpo.
Já se tinha testado qual era a experiência de que as próprias células
eram capazes. Já se tinha descoberto que uma monocélula não só
dividia a sua substância, mas também dava toda a sua experiência às
células que produzia, como um disco-mestre fará duplicados. Esta é
uma peculiaridade das monocélulas: elas sobrevivem como identidades.
Cada uma é pessoalmente o seu antepassado. A Célula A divide-se
numa primeira geração; esta geração também é a Célula A; a segunda
geração, a segunda divisão, cria uma entidade que ainda é a Célula A.
Faltando-lhe a necessidade de processos tão laboriosos como a construção,
156
EXPERIÊNCIA PRÉ-NATAL e NASCIMENTO

o nascimento e o crescimento antes da reprodução, a monocélula


simplesmente divide-se. E pode-se postular que tudo o que ela aprendeu
está contido na nova geração. A Célula A morre mas, através de gerações
que partiram dela, a geração mais recente ainda é Célula A. A crença do
Homem de que ele viverá na sua progénie deriva possivelmente dessa
identidade celular de procriação. Outra possibilidade interessante reside
no facto de que até mesmo os neurónios existem em embrião no zigoto
e os neurónios não se dividem, mas são como organismos (e poderão ter
o vírus como o seu elemento construtivo básico).
Contudo, Dianética, como um estudo da função e ciência da mente,
não necessita de nenhum postulado relativo à estrutura. A única prova
é se um facto funciona ou não. Se funciona e pode ser usado, é um facto
científico. O engrama pré-natal é um facto científico. Foi testado e
examinado quanto a realidade objectiva, e ainda permanece firme. Mas
quanto à realidade subjectiva, somente a aceitação do engrama pré-natal
como um facto funcional torna possível o Clear.
Ao fim de uma série de 2 70 Clears e casos aliviados, escolheu-se
uma curta série de cinco casos para finalmente arrumar o argumento.
Não se permitiu que nenhum desses cinco casos admitisse algo antes do
nascimento. Foram tratados com tudo o que Dianética, hipnotismo e
outras terapêuticas podiam oferecer, e não se obteve nenhum Clear. Isto
excluiu a "personalidade do operador" ou a "sugestão" ou a "fé" como
factores em Dianética. Esses cinco casos nunca tinham sido informados
sobre engramas pré-natais. Cada um deles se desviou na direcção desses
engramas pré-natais, mas foram refreados sem serem informados de que
havia engramas tão cedo. Os cinco foram aliviados quanto a algumas
variedades de doenças psicossomáticas, mas estas foram apenas aliviadas,
não se curaram completamente. As aberrações permaneceram sem
grandes mudanças. Eles ficaram extremamente desapontados, uma vez
que cada um deles tinha ouvido alguma coisa acerca dos "milagres que
Dianética podia fazer". Antes deles, 2 70 casos tinham sido trabalhados e
2 70 casos tinham alcançado os engramas pré-natais. E 2 70 casos tinham
sido Aclarados ou aliviados, conforme a escolha do Dianeticista ou o
tempo disponível. Todos poderiam ter sido Aclarados com uma média
de mais ou menos 100 horas, para cada uma das pessoas que foram
aliviadas. Em suma, em casos escolhidos aleatoriamente - e em casos
L1vRo D01s SJ CAPÍTULO SETE

seleccionados de modo a incluir no aclaramento pelo menos dois de cada


classificação de neurose ou psicose - foram obtidos resultados quando
os engramas pré-natais e do nascimento foram considerados e usados
em terapia. Quando esses factores não foram tomados em consideração,
os resultados não foram mais favoráveis do que aqueles conseguidos nos
maiores sucessos das escolas passadas - o que não é suficientemente
bom para uma ciência da mente.
Os engramas pré-natais e de nascimento foram impostos a Dianética
como factos existentes na natureza das coisas. Que as escolas anteriores
tenham passado por cima desses engramas e entrado na área pré-natal sem
resultado, não significa que não se pudesse encontrar os pré-natais, nem
significa que essas escolas anteriores dessem muito valor à experiência
pré-natal quando chegavam sequer a considerá-la. O problema é um
pouco mais complexo: a dif iculdade residia em encontrar o banco
reactivo que estava ocluído pela "inconsciência", a qual nunca antes havia
sido penetrada deliberadamente como "inconsciência". A descoberta
desse banco reactivo levou à descoberta dos engramas pré-natais, que
são muito diferentes da "memória pré-natal".
Depois de se ter examinado alguns casos quanto à sua realidade
objectiva e subjectiva, Dianética foi obrigada a aceitar, se desejava um
Clear, o facto de que as células do feto fazem registos. Mais alguns casos
e um pouco mais de experiência descobriram que as células do embrião
registam. E subitamente descobriu-se que a gravação começa nas células
do zigoto, isto é, com a concepção. O facto de o corpo recordar a
concepção, que é uma actividade de elevado nível de sobrevivência,
tem pouco a ver com engramas. A maioria dos pacientes que tivemos
até agora, mais cedo ou mais tarde, espanta-se quando dá por si a nadar
por um canal acima ou à espera de ser conectado com algo. A gravação
está ali. E de pouco serve discutir com um preclear que ele não pode
recordar ser um espermatozóide, engrâmico ou não, conforme poderá
ser o caso. Isto precisa de ser comentado, porque qualquer Dianeticista
irá encontrá-lo.
Qualquer pessoa que postule que "voltar ao útero" era uma ambição,
devia ter examinado a vida no útero com um pouco mais de cuidado.
Mesmo um cientista medíocre teria, pelo menos, tentado descobrir se
EXPERIÊNCIA PRÉ-NATAL e NASCIMENTO

alguém podia recordar-se dessa vida, antes de afirmar que havia uma
memória desta. Mas a vida no útero não parece ser o Paraíso que tem
sido poeticamente, se não cientificamente, representado. A realidade
revela que três homens e um cavalo dentro de uma cabina telefónica
teriam só um pouco menos de espaço que um bebé que ainda não nasceu.
O útero é húmido, desconfortável e desprotegido.
A Mamã espirra e o bebé fica "inconsciente". A Mamã esbarra leve
e descuidadamente numa mesa, e o bebé fica com a cabeça metida para
dentro. A Mamã tem prisão de ventre e o bebé, no esforço ansioso, é
espremido. O Papá torna-se apaixonado e o bebé tem a sensação de
que foi metido numa máquina de lavar roupa em funcionamento. A
Mamã fica histérica, o bebé recebe um engrama. O Papá bate na Mamã, o
bebé recebe um engrama. O filho mais novo salta no colo da Mamã e
o bebé recebe um engrama. E assim por diante.
As pessoas têm dúzias de engramas pré-natais quando são normais.
Podem ter mais de duzentos. Cada um deles é aberrativo. Cada engrama
contém dor e "inconsciência".
Os engramas recebidos como zigoto são potencialmente os mais
aberrativos, por serem totalmente reactivos. Os que são recebidos como
embrião são intensamente aberrativos. Os recebidos como feto são, por
si sós, o suficiente para levarem as pessoas para os manicómios.
Zigoto, embrião, feto, infante, criança, adulto: estes são todos a
mesma pessoa. O tempo tem sido considerado como o Grande Curador.
Isso pode ser arquivado com as coisas que "toda a gente sabia". Num
nível consciente, poderá ser verdade. Mas num nível reactivo, o tempo
não é nada. O engrama, quando recebido, tem força em proporção com
o grau em que é restimulado.
O mecanismo de um engrama tem uma característica interessante.
Este não é "raciocinado" ou analisado, nem tem significado algum até
que lhe seja feito o key-in. Um bebé, antes de aprender a falar, pode ter
um engrama em restimulação, mas o key-in desse engrama deve ter sido
feito pelos dados analíticos que o bebé possui.
A mente reactiva rouba o significado à mente analítica. Um engrama
é apenas um número de ondas gravadas até que faça key-in e essas
gravações, através dessa restimulação, passam a agir sobre a mente
LrvRo Dors � CAPÍTULO SETE

analítica. Poderá ser que o engrama nunca tenha qualquer razão ou


significado dentro de si, mas que apenas envie as suas ondas como coisas
impensadas para o corpo e o analisador, e que o corpo e o analisador,
através de mecanismos, lhes dêem significado. Por outras palavras,
o engrama não é uma gravação senciente que contém significados. É
apenas uma série de impressões como as que uma agulha poderá fazer
sobre a cera. Essas impressões não têm significado para o corpo até
que o engrama faça key-in, e nessa altura ocorrem as aberrações e os
psicossomáticos.
Assim, pode-se compreender que a criança pré-natal não tem a menor
ideia do que está a ser dito, em termos de palavras. Aprende, sendo um
organismo, que certas coisas poderão significar certos perigos. Mas isto
é o mais longe que ela vai com a gravação. A mente precisa ser mais ou
menos formada por completo, antes que um engrama possa impor-se
ao nível analítico.
A criança pré-natal pode, naturalmente, experimentar terror. Quando
os pais ou a abortadeira profissional começam a procurá-la e a enchem
de buracos, ela conhece o medo e a dor.
Essa criança pré-natal tem, contudo, uma vantagem na sua situação.
Por estar rodeada de fluido amniótico e dependente da mãe para a
nutrição, por estar num estado de crescimento em que facilmente se
recompõe fisicamente, ela pode reparar uma grande quantidade de
danos, e assim faz. As qualidades de recuperação do corpo humano
nunca são tão elevadas como antes do nascimento. Danos que aleijariam
um bebé para o resto da vida ou que matariam um adulto podem ser
facilmente resolvidos por uma criança pré-natal. Não é que esse dano
não faça um engrama - pois com certeza que faz, completo com todos
os dados, discurso e emoção - o importante aqui é que esse dano não
mata com facilidade.
A razão por que as pessoas tentam abortar filhos é um problema que
só tem resposta na aberração, pois é muito difícil abortar uma criança.
Pode-se dizer que na tentativa, a própria mãe está em maior perigo de
morte do que a criança, seja qualfor o método usado.
Uma sociedade que suprime o sexo como algo mau e que seja tão
aberrada que qualquer um dos seus membros tentará um aborto, é
uma sociedade que se está a condenar a uma insanidade crescente.
160
EXPERIÊNCIA PRÉ-NATAL e NASCIMENTO

Porque é um facto científico que as tentativas de aborto são o factor


mais importante na aberração. A criança cujo aborto foi tentado está
condenada a viver com assassinos, sabendo reactivamente durante toda a
sua infância, fraca e desprotegida, que eles são assassinos! Ela apega-se
irracionalmente aos avós, tem reacções de terror a qualquer punição,
adoece facilmente e sofre durante muito tempo. E não há nenhum modo
garantido de se abortar uma criança. Use anticoncepcionais, não uma
agulha de tricô ou um irrigador, para controlar a população. Uma vez
concebida a criança, por mais "vergonhosas" que sejam as circunstâncias,
sejam quais forem os costumes, seja qual for o rendimento, o homem ou
mulher que tente um aborto está a tentar um assassínio que raramente
será bem-sucedido e está a lançar as bases de uma infância de doenças
e desgostos. Qualquer pessoa que tente um aborto está a cometer um
acto contra toda a sociedade e o futuro; qualquer juiz ou médico que
recomende um aborto deve ser instantaneamente privado da sua posição
e profissão, quaisquer que sejam as suas "razões".
Se uma pessoa sabe que cometeu este crime contra uma criança que
nasceu, ela deve fazer o possível por Aclará-la tão cedo quanto possível
após a idade de oito anos e, entretanto, tratá-la com toda a decência e
cortesia possíveis, para evitar a restimulação do engrama. Porque, caso
contrário, ela poderá mandar essa criança para um manicómio.
Uma grande proporção das crianças que são, alegadamente, débeis
mentais são de facto casos de tentativa de aborto cujos engramas as
colocam numa paralisia de medo ou numa paralisia regressiva e lhes
ordenam que não cresçam, mas que fiquem onde estão para sempre.
Os muitos milhares de milhões que os Estados Unidos gastam
anualmente em manicómios para os loucos e em cadeias para os
criminosos, são gastos sobretudo devido a tentativas de aborto feitas
por alguma mãe com bloqueios sexuais, para quem as crianças são uma
maldição e não uma bênção de Deus.
A antipatia para com as crianças significa uma Segunda Dinâmica
bloqueada. O exame fisiológico de qualquer pessoa com esse bloqueio
mostrará uma perturbação física dos órgãos genitais ou das glândulas.
A terapia de Dianética demonstraria uma tentativa de aborto ou uma
existência pré-natal igualmente abominável e Aclararia o indivíduo.
161
LIVRO D01s a CAPÍTULO SETE

O caso da criança que, enquanto isto está a ser lido, ainda não nasceu,
mas que sofreu uma tentativa de aborto, não está perdido. Se for tratada
com decência depois de nascer e se não for restimulada ao presenciar
discussões, ela crescerá e desenvolver-se-á até à idade dos oito anos,
altura em que pode ser Aclarada e provavelmente ficará muito espantada
por saber a verdade. Mas esse espanto e qualquer antagonismo incluído
nisso desaparecerá ao tornar-se Clear e o seu amor pelos pais será maior
do que antes.
Todas estas coisas são factos científicos, testados e reexaminados

a
repetidamente. E com eles pode-se produzir um Clear, de quem depende
o futuro da nossa raça.

162
LIVRO DOIS, CAPÍTULO OITO

o CONTÁGIO
da ABERRAÇÃO

A DOENÇA É CONTAGIOSA. Os germes, viajando de um indivíduo


para outro, passeiam através de uma sociedade inteira, sem respeitar
ninguém até que são detidos por coisas como a sulfamida ou a penicilina.
As aberrações são contagiosas. Tal como os germes, estas não
respeitam nin guém e prosseguem em frente, de indivíduo para indivíduo,
de pais para filhos, sem respeitar ninguém, até que são detidos por
Dianética.
As pessoas de outrora supunham que devia existir insanidade genética,
pois podia observar-se que os filhos de pais aberrados muitas vezes
também eram aberrados. Existe insanidade genética, mas esta limita-se
ao caso em que realmente faltam partes. Uma pequena percentagem da
insanidade pertence a essa categoria e a sua manifestação é a obtusidade
mental ou falta de coordenação, e, para além disso, estas não têm
absolutamente nenhuma qualidade aberrativa (tais pessoas recebem
engramas que complicam os seus casos).
O princípio do contágio da aberração é demasiado simples para que
seja tratado aqui com demasiada minúcia. Em Dianética, nós aprendemos
que somente os momentos de "inconsciência", breves ou longos e
de maior ou menor profundidade, podem conter engramas. Quando
uma pessoa fica "inconsciente", as pessoas na sua vizinhança reagem
163
LIVRO D01s a CAPÍTULO ÜITO

mais ou menos aos comandos dos seus próprios engramas: de facto, a


"inconsciência" é normalmente causada pela dramatização de alguém.
Um Clear poderia, então, ser posto inconsciente por um aberrado que
esteja a dramatizar e a dramatização do engrama desse aberrado entraria
no Clear como um engrama.
As mecânicas são simples. As pessoas sob tensão, se aberradas,
dramatizam engramas. Essas dramatizações poderão incluir ferir outra
pessoa, pondo-a mais ou menos "inconsciente". A pessoa "inconsciente"
depois recebe a dramatização como engrama.
Essa não é a única maneira de haver contágio da aberração. As
pessoas nas mesas de operação, sob anestesia, estão sujeitas à conversa
mais ou menos aberrada dos presentes. Essa conversa entra na pessoa
"inconsciente" como engrama. De modo similar, no local de um aciden­
te, a natureza de emergência da experiência poderá incitar as pessoas a ter
dramatizações e se uma pessoa está "inconsciente" devido ao acidente,
ela recebe um engrama.
Os pais aberrados vão com certeza infectar os seus filhos com
engramas. O pai e a mãe, ao dramatizarem os seus próprios engramas
perto de crianças doentes ou feridas, transmitem esses engramas tal
como se fossem bactérias. Isto não quer dizer que todo o banco reactivo
de uma criança seja composto apenas pelos engramas dos pais, pois
existem muitas influências exteriores ao lar que podem entrar na criança
quando ela está "inconsciente". E isto não quer dizer que a criança
vá reagir aos mesmos engramas do mesmo modo que qualquer dos
progenitores reagiria, pois a criança, afinal de contas, é um indivíduo
com uma personalidade inerente, um livre-arbítrio e um padrão de
experiência diferente. Mas isto quer dizer que é absolutamente inevitável
que os pais aberrados irão, de algum modo, aberrar os seus filhos.
Os conceitos erróneos e os dados deficientes na cultura de uma
sociedade tornam-se engramas, porque nem toda a conduta à volta
de uma pessoa "inconsciente" é dramatização. Se uma determinada
sociedade acreditasse que comer peixe provoca lepra, seria quase certo
que esse dado falso entraria em engramas e, mais cedo ou mais tarde,
alguém desenvolveria uma doença semelhante à lepra depois de ter
comido peixe.
O CONTÁGIO da ABERRAÇÃO

As sociedades primitivas, estando sujeitas a ser muito maltratadas pelos


elementos, têm muito mais ocasiões em que podem sofrer ferimentos
do que as sociedades civilizadas. Além disso, essas sociedades primitivas
estão a fervilhar de dados falsos. Ademais, a sua prática de medicina e
o tratamento mental está, por si só, num nível bastante aberrativo. O
número de engramas num primitivo seria espantoso. Retirando-o da
sua área restimulativa e ensinando-lhe inglês, ele escaparia à punição
de grande parte dos seus dados reactivos. Mas no seu ambiente natural,
o primitivo só está fora das grades de um manicómio porque a sua
tribo não dispõe de manicómios. É uma estimativa segura dizer que
os primitivos são muito mais aberrados do que os povos civilizados, e
essa estimativa está baseada em mais experiência do que geralmente
está disponível para aqueles que baseiam as suas conclusões sobre o
"Homem moderno" no estudo de raças primitivas. A sua selvajaria, a
sua falta de progresso, a incidência de doenças provêm todas dos seus
padrões reactivos, não das suas personalidades inerentes. Não é provável
que comparar um grupo de aberrados com outro grupo de aberrados
conduza a muitos dados. E o contágio da aberração, sendo muito maior
numa tribo primitiva, e a falsidade dos dados supersticiosos contidos
nos engramas dessa tribo levam ambos a uma conclusão que, observada
no local, é corroborada pela realidade.
O contágio da aberração é muito fácil de estudar no processo de
aclarar qualquer aberrado cujos pais brigavam. A mãe, por exemplo,
podia ser relativamente pouco aberrada no começo da vida conjugal.
Se for espancada pelo marido que, afinal de contas, está a dramatizar,
ela começará a assimilar as aberrações dele co1!1o parte do seu próprio
padrão reactivo. Isto é particularmente observável quando se está a
aclarar uma pessoa que foi concebida pouco depois ou antes do casamento
dos pais. O papá poderá começar com uma certa dramatização que
inclui espancar uma esposa. Qualquer coisa que ele diga durante essa
dramatização, mais cedo ou mais tarde, começará a afectar a esposa e ela
própria poderá - a não ser que seja extraordinariamente bem equilibrada
- começar a dramatizar essas coisas. Por fim, quando o filho nascer, ela
começará a dramatizar no filho, colocando-o assim num estado contínuo
de restimulação.

165
LIVRO Dois a CAPÍTULO ÜITO

O nascimento é um dos engramas mais extraordinários em termos


de contágio. Aqui, a mãe e a criança recebem ambas o mesmo engrama,
que difere apenas na localização da dor e nas profundidades da
"inconsciência". Qualquer coisa que os médicos, as enfermeiras e outras
pessoas associadas ao parto digam à mãe durante o parto, o nascimento e
imediatamente a seguir, antes de retirarem a criança da sala, é registada
no banco reactivo, formando um engrama idêntico tanto na mãe como
no filho.
Este engrama é extraordinariamente destrutivo de várias maneiras.
A voz da mãe pode restimular o engrama do nascimento na criança e a
presença da criança pode restimular o engrama do parto na mãe. Assim,
elas são mutuamente restimulativas. Considerando o facto de que elas
também têm todos os outros restimuladores em comum, uma situação
posterior na vida pode fazer com que elas sofram simultaneamente
do engrama. Se o nascimento incluiu uma janela a bater, uma janela
a bater poderá accionar a dramatização do nascimento em ambas,
simultaneamente, com as consequentes hostilidades ou apatias.
Se um médico ficar muito zangado ou desesperado, o tom emocional
do nascimento pode ser severo. Se o médico disser alguma coisa, a
conversa assume todo o seu significado reactivo literal, tanto para a mãe
como para a criança.
Foram Aclarados muitos casos em que tanto a mãe como a criança
estavam disponíveis. Um desses casos encontrou a mãe (conforme a filha
ouviu no processo de aclaramento de Dianética) a gemer repetidamente:
"Estou tão envergonhada, estou tão envergonhada." A criança tinha
uma neurose acerca da vergonha. Quando se Aclarou a mãe, descobriu-se
que a mãe dela também gemera no parto: "Estou tão envergonhada,
estou tão envergonhada." Pode-se presumir que isto tivesse vindo a
ocorrer, por contágio, desde que Quéops construiu o seu túmulo.
Na esfera mais alargada da sociedade, o contágio da aberração é
extremamente perigoso e só pode ser considerado um factor vital que
está a minar a saúde dessa sociedade.
O corpo social comporta-se de modo semelhante a um organismo,
visto que há aberrações sociais que existem dentro da sociedade. Esta
cresce e poderá desaparecer como um organismo composto de pessoas,

166
O CONTÁGIO da ABERRAÇÃO

em vez de células. Quando o chefe da sociedade inflige dor a qualquer


dos seus membros, inicia-se uma fonte de aberração que será contagiosa.
As razões contra a punição corporal não são "humanitárias", são práticas.
Uma sociedade que pratique qualquer tipo de punição contra qualquer
dos seus membros está a levar por diante um contágio de aberração. A
sociedade tem um engrama social, do tamanho da sociedade, que diz que
a punição é necessária. A punição é aplicada. As cadeias e manicómios
enchem-se. Então, um dia, alguma porção da sociedade, deprimida para
a Zona 1 pela liberdade de um governo com engramas governamentais,
ergue-se e elimina o governo. Forma-se, assim, um novo conjunto de
aberrações proveniente da violência que acompanha a destruição. As
revoluções violentas nunca são bem-sucedidas, porque elas iniciam este
ciclo de aberração.
Uma sociedade cheia de aberrados poderá achar que é necessário
punir. Não tem havido outro remédio além da punição. A provisão de
um remédio, pelos membros do grupo, para a conduta anti-social tem
um interesse mais do que passageiro para um governo, de modo que este
possa dar continuidade às suas próprias práticas corporais; acrescentar
esses remédios às aberrações continuadas do passado deprime seriamente
o potencial de sobrevivência desse governo e algum dia causará a sua
queda. Depois de muitos governos caírem dessa maneira, o seu povo
também desaparecerá desta Terra.
O contágio da aberração nunca é mais visível do que na insanidade
social chamada guerra. As guerras nunca resolvem a necessidade de
guerras. Lute para salvar o mundo para a democracia ou para o salvar do
Confucionismo e essa luta será, inevitavelmente, perdida por todos. No
passado, a guerra foi associada à competição, acreditando-se portanto,
por uma lógica enganosa, que a guerra era necessária. Uma sociedade que
avança para uma guerra como solução dos seus problemas, só conseguirá
deprimir o seu próprio potencial de sobrevivência. Nunca se permitiu
que um governo entrasse numa guerra sem que isso custasse ao seu povo
algumas das suas liberdades. O produto final é a apatia de um sacerdócio
dirigente, em que só o mistério e a superstição podem unir os insanos
que sobraram de um povo. Isto é demasiado fácil de observar na história
do passado, não sendo preciso, portanto, desenvolver mais o assunto.
LIVRO Dois Q CAPÍTULO ÜITO

Uma democracia que se envolva numa guerra perde sempre alguns dos
seus direitos democráticos. À medida que se envolve em cada vez mais
guerras, esta acaba por cair sob o comando de um ditador (governo
de um só engrama). O ditador, forçando o seu domínio, aumenta as
aberrações através da sua actividade contra as minorias. Iniciam-se
revoltas atrás de revoltas. Os sacerdócios florescem. A apatia espreita. E
depois da apatia vem a morte. Foi isso que ocorreu com a Grécia e com
Roma. Assim sucede com a Inglaterra. É o que se sucede com a Rússia.
O mesmo sucede com os Estados Unidos e, com eles, vai a Humanidade.
O governo pela força é uma violação da lei da afinidade, pois a
força gera força. O governo pela força reduz o autodeterminismo
dos indivíduos de uma sociedade e, portanto, o autodeterminismo da
própria sociedade. O contágio da aberração espalha-se como as chamas
numa floresta. Engramas geram engramas. E a menos que a espiral
descendente seja interrompida por novas terras e raças mestiças que
se escapam aos seus ambientes aberrativos, ou pelo aparecimento de
um meio para quebrar o contágio da aberração com o aclaramento de
indivíduos, uma raça descerá até ao fim do ciclo: a Zona O.
Uma raça tem tanta grandeza quanto os seus membros individuais
sejam autodeterminados.
No âmbito mais pequeno da família, tal como nos cenários nacionais,
o contágio da aberração produz uma interrupção da sobrevivência óptima.
Só com autodeterminismo é que se pode construir um computador
que dê respostas racionais. Manter a tecla 7 pressionada numa máquina
de adição, faz com que ela dê respostas erradas. Introduzir respostas fixas
e que não-devem-ser-racionalizadas em qualquer ser humano fará com
que ele compute respostas erradas. A sobrevivência depende das respostas
certas. Os engramas entram, a partir do mundo exterior, para dentro
dos recessos ocultos abaixo do pensamento racional e impedem que se
obtenham respostas racionais. Isto é determinismo-exterior. Qualquer
interferência no autodeterminismo só pode levar a computações erradas.
Considerando que o Clear é cooperante, uma sociedade de Clears
cooperaria. Isto poderá ser um sonho idílico, utópico e poderá não
vir a ser. Numa família de Clears observa-se harmonia e cooperação.
Um Clear pode reconhecer uma computação superior quando a vê.

168
O CONTÁGIO da ABERRAÇÃO

Ele não precisa de ser agredido, agarrado e levado a obedecer, para


fazê-lo pôr ombros a alguma coisa. Se ele for obrigado a obedecer,
independentemente do seu pensamento, o seu autodeterminismo é
interrompido até um ponto em que ele não consegue obter respostas
certas; a sociedade que o mantém penalizou a capacidade dele para
pensar e agir racionalmente. O único modo de um Clear poder ser
forçado dessa maneira seria dando-lhe engramas ou deixando um
neurocirurgião à solta no seu cérebro. Mas um Clear não precisa de
ser forçado, pois se o trabalho for suficientemente importante para se
fazer em termos de necessidade geral, sem dúvida que ele o fará, de
acordo com a sua inteligência e tão bem quanto possível. Nunca se vê
o indivíduo forçado a fazer bem um trabalho, tal como nunca se vê uma
sociedadeforçada a superar uma sociedade livre e igualmente próspera.
Uma família que funcione segundo o plano do chefe divino, em que
alguém deve ser obedecido sem discussão, nunca é uma família feliz. A
sua prosperidade poderá estar presente em alguns aspectos materiais,
mas a sua sobrevivência aparente como unidade é superficial.
Os grupos forçados são invariavelmente menos eficientes do que os
grupos livres que trabalham para o bem comum. Mas é provável que
qualquer grupo, que contenha membros aberrados, se torne inteiramente
aberrado como grupo, através do contágio. O esforço para restringir
os membros aberrados de um grupo restringe inevitavelmente o grupo
como um todo e leva a cada vez mais restrições.
Aclarar um membro de uma família de aberrados raramente é
suficiente para resolver os problemas dessa família. Se o marido foi
aberrado, ele terá aberrado ou restimulado a mulher e os filhos de um
modo ou de outro, mesmo quando não usou qualquer violência física
sobre eles. Os pais implantam as suas aberrações mútuas nos filhos e estes,
sendo potencialmente unidades autodeterminadas, revoltam-se e agitam
as aberrações dos pais. Considerando que muitas dessas aberrações, por
contágio, se tornaram mútuas e são mantidas em comum por toda a
família, a felicidade desta está severamente minada.
O castigo corporal das crianças é apenas outra faceta do problema
do grupo forçado. Se alguém quiser discutir a necessidade de castigar
LIVRO D01s a CAPÍTULO ÜITO

crianças, ele que examine a fonte do mau comportamento dessas mesmas


crianças.
O menino que é aberrado talvez não tenha os seus engramas
totalmente activados. Talvez tenha de esperar até se casar e ter filhos ou
uma mulher grávida, para ter restimuladores suficientes para o tornarem,
subitamente, uma dessas coisas a que chamam um "adulto maduro",
cego à beleza do mundo e oprimido por todas as suas tristezas. Não
obstante, o menino está aberrado e tem muitas dramatizações. Ele está
numa situação muito infeliz, pois tem consigo dois dos restimuladores
mais poderosos: a mãe e o pai. Estes assumem o poder de o castigar
fisicamente. Para ele, os pais são gigantes. Ele é um pigmeu. E ele tem
de depender dos pais para ter alimento, roupa e abrigo. Pode-se falar
muito grandiloquentemente sobre as "delusões de infância", até que se
conheça o passado engrâmico da maioria das crianças.
A criança está no ponto de recepção cruel de todas as dramatizações
dos pais. Uma criança Aclarada é a coisa mais extraordinária que se
pode observar: ela é humana! Sem usar mais do que a afinidade, ela
pode sair de qualquer apuro. A criança mimada é aquela cujas decisões
foram continuamente interrompidas e cuja independência foi roubada.
A afeição tem tanto poder para estragar uma criança como um balde de
gasolina tem para apagar o Sol.
O começo e o fim da "psicologia infantil" é que uma criança é um
ser humano, com direito à sua dignidade e autodeterminismo. O filho
de pais aberrados é um problema devido ao contágio da aberração e
porque lhe é negado qualquer direito de dramatizar ou replicar. O que é
extraordinário não é que as crianças sejam um problema, mas que sejam
sãs em qualquer acção. Porque através do contágio, punição e negação
do autodeterminismo, tem sido negado às crianças de hoje todas as
coisas necessárias para criar uma vida racional. E estas são a família
futura e a raça futura.
Contudo, este trabalho não é uma dissertação sobre crianças nem
sobre política, mas sim um capítulo sobre o contágio da aberração.
Dianética abrange o pensamento humano e este é um campo amplo.
Quando se contempla as potencialidades inerentes ao mecanismo do
contágio, o respeito pela estabilidade inerente do Homem só pode
O CONTÁGIO da ABERRAÇÃO

aumentar. Nenhum "animal selvagem", reagindo com "tendências


anti-sociais" inerentes, poderia ter construído Nínive ou a Boulder
Dam. Trazendo connosco o mecanismo do contágio, como algum Velho
do Mar, ainda assim chegámos longe. Agora que o conhecemos, talvez
cheguemos realmente às estrelas. �
LIVRO DOIS, CAPÍTULO NOVE

KEY-IN
do ENGRAMA

A ÚNICA FONTE de doença mental inorgânica e de doença psi­


cossomática orgânica é o banco de engramas reactivo. A mente reactiva
impinge estes engramas à mente analítica e ao organismo, sempre que
eles são restimulados depois de lhes terem feito key-in.
Numa vida, há muitos incidentes conhecidos que, aparentemente,
têm uma influência profunda sobre a felicidade e a condição mental do
indivíduo. O indivíduo lembra-se destes e atribui-lhes as suas dificuldades.
Até certo ponto, ele tem razão: pelo menos está a olhar para incidentes
passados que são mantidos no lugar por engramas. Ele não vê os engramas.
De facto, a menos que conheça Dianética, ele não sabe que os engramas
estão ali. E mesmo então, ele desconhecerá os seus conteúdos até que se
tenha submetido a terapia.
Pode-se demonstrar facilmente que nenhum momento de infelicidade
de "nível consciente" contendo grande tensão ou emoção é responsável
por causar a aberração e a doença psicossomática. É claro que
esses momentos desempenharam um papel no assunto: eles foram
os key-ins.
O processo de fazer key-in de um engrama não é muito complexo.
O engrama 1 O 5, por exemplo, foi um momento de "inconsciência"
quando a criança pré-natal levou uma pancada do pai através da mãe.
1 73
LrvRo Dors � CAPÍTULO NOVE

O pai, consciente da criança ou não, disse as palavras: "Maldita sejas,


rameira imunda; tu não prestas!" Este engrama ficou onde foi gravado,
no banco reactivo. Agora este poderá ficar ali durante setenta anos e
nunca sofrer um key-in. Este engrama contém uma dor de cabeça, a
queda de um corpo, o ranger de dentes e os sons dos intestinos da mãe.
Qualquer um desses sons, após o nascimento, poderá estar presente
em grandes quantidades sem fazer o key-in deste engrama.
Mas um dia, o pai exaspera-se com o filho. A criança está cansada e
febril - isto é, a sua mente analítica poderá não estar no seu nível mais alto
de actividade. O pai tem um certo conjunto de engramas que dramatiza
e um desses engramas é o incidente acima. Ele esbofeteia a criança,
dizendo: "Maldito sejas; tu não prestas!" A criança chora. Naquela noite,
ela tem uma dor de cabeça e está muito pior fisicamente. Sente tanto
um ódio intenso como um medo do pai. O engrama fez key-in. Agora o
som da queda de um corpo, o ranger de dentes ou qualquer vestígio de
ira na voz do pai, fará a criança ficar nervosa. A sua saúde física sofrerá.
Ela começará a ter dores de cabeça.
Se tomarmos essa criança, que agora é um adulto, e examinarmos o
seu passado, descobriremos (embora este possa estar ocluso) um lock
semelhante ao key-in acima mencionado. E agora não é somente o key-in;
poderemos descobrir cinquenta ou quinhentos desses locks apenas sobre
este único assunto. Dir-se-ia, a menos que se conhecesse Dianética, que
essa criança foi arruinada após o nascimento ao ser espancada pelo pai e
poder-se-ia tentar pôr a mente do paciente em melhor condição através
da remoção desses locks.
Há literalmente milhares, dezenas de milhares de locks numa vida
média. Retirar todos esses locks seria uma tarefa para Hércules. Cada
engrama que a pessoa tem, se sofreu um key-in, poderá ter centenas de
locks.
Se o condicionamento existisse como um mecanismo de dor e
tensão, a Humanidade estaria em péssimas condições. Felizmente, esse
condicionamento não existe. Parece existir, mas a·aparência não é o
facto. Poder-se-ia pensar que, se uma criança fosse empurrada de um lado
para outro e injuriada diariamente, ela acabaria por ser condicionada a
acreditar que a vida era assim e que o melhor seria virar-se contra esta.

17 4
KEY-IN do ENGRAMA

Contudo, o condicionamento não existe. Pavlov poderá ter sido


capaz de enlouquecer cães através de experiências repetidas: isso
foi simplesmente uma má observação da parte do obser vador. Os
cães poderão ser treinados para fazer isto ou aquilo. Mas isso não é
condicionamento. Os cães enlouqueciam porque recebiam engramas,
se e quando de facto enlouqueciam. Uma série dessas experiências,
adequadamente conduzida e observada, comprova esta afirmação.
O menino a quem se dizia diariamente que ele não prestava e que,
aparentemente, entrou em declínio apenas por isso, entrou em declínio
somente devido ao engrama. Isto é uma circunstância feliz. Talvez o
engrama leve algum tempo a localizar - algumas horas - mas quando
for aliviado ou rearquivado nos bancos de memória padrão, tudo o que
se tinha prendido a este também é rearquivado.
As pessoas que não sabiam nada sobre engramas e que tentavam ajudar
os outros a resolver as suas aberrações, estavam a trabalhar com muito
poucas hipóteses de ter algum sucesso. Em primeiro lugar, os próprios
locks poderão desaparecer para dentro do banco reactivo. Assim, temos
um paciente que diz: "Ah! O meu pai não era assim tão mau. Ele era
muito boa pessoa." E descobrimos, e o paciente descobre, quando se solta
um engrama que era costume encontrar-se o pai a dramatizar. Aquilo que
o paciente sabe a respeito do seu passado, antes de os engramas serem
soltos, não merece ser catalogado. Noutro caso poderemos encontrar
um paciente a dizer: "Oh, eu tive uma infância terrível, uma infância
terrível! Era espancado violentamente." E descobrimos, quando os
engramas são rearquivados, que os pais desse paciente nunca lhe tocaram
para o punir ou o atacaram com ira, em toda a sua vida.
Um engrama poderá acompanhar a pessoa durante décadas sem
fazer key-in. Um dos tipos de caso mais extraordinários foi um que
passou toda a juventude sem apresentar nenhuma aberração. Então,
subitamente, aos vinte e seis anos de idade, encontramo-lo tão aberrado,
tão repentinamente, que parecia que ele tinha sido embruxado. Talvez
a maioria dos seus engramas tivesse a ver com o acto de se casar e ter
filhos. Ele nunca se tinha casado antes. A primeira vez que ele fica
fatigado ou doente e compreende que tem uma mulher nas suas mãos,
o primeiro engrama faz key-in. Então, a espiral descendente começa a
LIVRO Dors a CAPÍTULO NOVE

entrar em acção. Este engrama desliga o analisador o suficiente para


que outros engramas possam sofrer um key-in. Por fim, poderemos
encontrá-lo num manicómio.
A jovem que foi feliz e despreocupada até aos treze anos de idade e,
então, de repente entra em declínio, não recebeu um engrama naquele
momento. Teve o key-in de um engrama, que permitiu o key-in de outro.
Reacção de fissão. Este key-in poderá não ter requerido mais do que a
descoberta de que ela estava a sangrar da vagina. Ela tem um engrama
emocional a esse respeito; fica frenética. Os outros engramas, à medida
que os dias passam, poderão colocar-se em posição de a afectar. E assim,
ela adoece.
A primeira experiência sexual poderá ser aquela que faz o key-in de
um engrama. Isto é tão típico, que o sexo adquiriu a má reputação de
ser, em si, um factor aberrativo. O sexo não é, nem nunca foi, aberrativo.
A dor física e a emoção, que por acaso contenham sexo como assunto,
são os factores aberrativos.
Poderá ser que uma paciente insista veementemente que o pai a
violou aos nove anos de idade e que isso é a causa de toda a sua desgraça.
Grandes números de pacientes insanos afirmam isto. E é totalmente
verdade. O pai realmente violou-a, mas isso aconteceu nove dias após a
concepção. A pressão e a perturbação do coito são muito desconfortá­
veis para a criança e, normalmente, é de esperar que isto lhe dê um
engrama que terá como conteúdo o acto sexual e tudo o que foi dito.
A hipnose por droga é perigosa quando se está a tentar tratar
psicóticos, tal como já foi mencionado. E há outras razões pelas quais
é perigosa. Qualquer operação sob anestesia ou qualquer narcotização
de um paciente poderá causar o key-in de engramas. Aqui o analisador
está desligado, o banco reactivo está aberto para ser agitado por
qualquer comentário que as pessoas façam na proximidade do sujeito
narcotizado. O próprio hipnotismo é uma condição em que engramas,
que nunca foram restimulados antes, poderão fazer key-in. O olhar
vidrado da pessoa que foi "hipnotizada vezes de mais", a falta de
vontade que se nota nas pessoas que foram hipnotizadas vezes de mais,
a dependência do sujeito em relação ao operador hipnótico - todas
estas coisas provêm do key-in de engramas. Sempre que o corpo seja
KEY-IN do ENGRAMA

posto "inconsciente" sem dor física, por mais ligeiro que seja o grau de
"inconsciência", mesmo que seja apenas um ligeiro cansaço, um engrama
poderá fazer key-in. E quando a "inconsciência" é complicada por uma
nova dor física, forma-se um novo engrama que poderá juntar a si um
monte de engramas velhos que, até à data, não tinham feito key-in. Um
engrama tão tardio seria um engrama cruzado, por este cruzar cadeias
de engramas. E se tal engrama resultou numa perda de sanidade, este
chamar-se-ia um engrama de quebra.
Há alguns aspectos das várias "inconsciências" causadas por drogas
que foram bastante desconcertantes no passado. É frequente que as
mulheres psicóticas afirmem que foram violentadas, depois de serem
acordadas de um sono narcotizado (e às vezes de um sono hipnótico).
Por vezes, há homens que afirmam que o operador tentou praticar
um acto homossexual com eles, enquanto estavam narcotizados.
Embora ocasionalmente aconteça que as pessoas são violadas depois
de narcotizadas, o maior número dessas asserções é meramente um
aspecto do mecanismo de key-in. Quase todas as crianças passaram pelo
desconforto do coito antes de nascerem. Muitas vezes houve emoção
violenta que não era paixão. Tal engrama poderá permanecer fora de
circuito durante anos, até que a "inconsciência" por droga ou alguma
coisa parecida lhe faça key-in. O paciente adormece sem ter um engrama
activado; acorda com um. Ele tenta justificar as estranhas sensações
que tem ( e os engramas são coisas intemporais, a menos que estejam
adequadamente arrumados na linha do tempo) e sai-se com a "solução"
de que deve ter sido violado.
As violações na infância são muito raramente a causa responsável
pela aberração sexual. Elas são o key-in.
Quando se olha para os locks do nível consciente, vê-se tristeza,
angústia mental e infortúnio. Algumas dessas experiências parecem ser
tão terríveis que devem, certamente, causar aberração. Mas não é assim.
O Homem é uma criatura dura e resiliente. Essas experiências a nível
consciente são, na melhor das hipóteses, apenas postes de sinalização
que apontam para o centro real das dificuldades, do qual o indivíduo
não tem um conhecimento detalhado.

1 77
LrvRo Dors Q CAPÍTULO NovE

O engrama nunca é "computado". Um exemplo disso, num nível


ligeiramente aberrativo, pode ser encontrado num castigo de uma
criança. Se examinarmos uma infância em que os castigos tenham sido
corporais e frequentes, começamos a compreender a total futilidade da
teoria do estímulo pela dor. De facto, a punição literal e enfaticamente,
não faz bem absolutamente nenhum, mas faz exactamente o oposto,
porque esta causa uma revolta reactiva contra a fonte de punição e é
capaz de causar não só a desintegração de uma mente, mas também uma
atormentação contínua da fonte de punição. O Homem reage de modo
a combater as fontes de dor. Quando pára de as combater, é porque
está mentalmente quebrado, sendo de pouca utilidade para os outros e
muito menos para si próprio.
Consideremos o caso de um menino em quem batiam com uma
escova de cabelo, todas as vezes que era "mau". Ao pesquisar esse caso,
o inquérito mais minucioso não conseguiu revelar qualquer recordação
clara do motivo por que estava a ser castigado, mas somente que ele era
castigado. O incidente desenrolava-se mais ou menos assim: actividade
mais ou menos racional, medo perante a ameaça de ser punido, punição,
tristeza pela punição, actividade renovada. A s mecânicas do caso
revelaram que a pessoa se tinha dedicado a alguma actividade que,
quer os outros a considerassem como tal quer não, era, contudo, uma
actividade de sobrevivência para ela, dando-lhe prazer ou ganhos reais ou
mesmo a asserção de que poderia e iria sobreviver. No momento em que
há ameaça de punição, as punições anteriores entram em restimulação
como engramas menores, apoiando-se normalmente em engramas
maiores. Isto desliga o poder analítico até certo ponto e a gravação
agora é feita num nível reactivo. A punição é levada a cabo, submergindo
a consciência analítica de modo que a punição seja registada somente
no banco de engramas; a tristeza que se segue está ainda no período de
desligamento analítico; o analisador liga-se gradualmente; a consciência
total retorna e então é possível retomar a actividade num plano analítico.
Todos os castigos corporais percorrem esta sequência completa e todos
os outros castigos são, quando muito, locks que seguem este mesmo
padrão, faltando-lhes somente o desligamento completo resultante
da dor.
KEY-IN do ENGRAMA

Se o analisador quiser esses dados para computação, eles não estão


disponíveis. Há uma reacção na mente reactiva quando este se aproxima
do assunto. Mas há cinco rumos que a mente reactiva pode tomar com esses
dados! E não há, entre o Céu e a Terra, qualquer garantia ou método de
saber que rumo é que a mente reactiva tomará com os dados, excepto
conhecendo-se todo o banco de engramas - e se este fosse conhecido, a
pessoa poderia ser Aclarada com mais algumas horas de trabalho e não
necessitaria de punição.
Essas cinco formas de tratar os dados fazem do castigo corporal
uma coisa instável e que não merece confiança. Existe uma proporção
que pode ser testada e comprovada na experiência de qualquer homem:
um homem é mau na razão directa da acção destrutiva que foi dirigida
contra ele. Um indivíduo (incluindo aqueles que a sociedade é capaz de
esquecer como indivíduos: as crianças) reage contra as fontes de punição,
sejam elas os pais ou o governo. Qualquer coisa que avance contra
um indivíduo como fonte de punição será considerada, em maior ou
menor grau (conforme os benefícios), como um alvo para as reacções
do indivíduo.
Os pequenos acidentes dos copos de leite derramados pelas crianças,
o barulho que ocorre acidentalmente no pátio onde elas estão a brincar,
os pequenos estragos acidentais do chapéu do Papá ou do tapete da
Mamã são, muitas vezes, acções frias e calculistas da mente reactiva
contra as fontes de dor. A mente analítica poderá contemporizar com
o amor e afecto e a necessidade de três refeições completas. A mente
reactiva põe em acção as lições que aprendeu e manda as refeições para
o diabo.
Se soltássemos um idiota numa máquina de adição, deixando-o fazer
a auditoria dos livros da empresa e permitindo-lhe que proíba o auditor
de tocar no equipamento e nos dados de que ele precisa para obter as
respostas certas, pouco se obteria em termos de respostas correctas.
E se continuássemos a alimentar o idiota, engordando-o e tornando-o
poderoso, a firma, mais cedo ou mais tarde, iria à falência. A mente
reactiva é o idiota, o auditor é o "Eu" e a firma é o organismo. A punição
alimenta o idiota.
LrvRo Dois Q CAPÍTULO NovE

O espanto impotente da polícia a respeito do "criminoso inveterado"


( e a crença da polícia no "tipo criminoso" e na "mente criminosa")
ocorre através desse ciclo. A polícia, por uma ou outra razão, como
os governos, identificou-se com a sociedade. Tome qualquer um
desses "criminosos", Aclare-o e a sociedade recupera um ser racional,
algo de que irá sempre precisar. Mantenha o ciclo da punição e as
prisões tornar-se-ão cada vez mais numerosas e estarão cada vez mais
cheias.
O problema da criança que se vira contra os pais por meio da
"negação" e o problema do Jaime Caudilho que liquida o guarda dum
banco num assalto à mão armada provêm ambos do mesmo mecanismo.
A criança, examinada no "nível consciente", não tem consciência das
suas causas, mas apresentará várias justificações para a sua conduta.
O Jaime Caudilho, que está à espera que esta sociedade-tão-senciente
o amarre à cadeira eléctrica e lhe dê uma terapia de electrochoques
que o leve a parar e desistir para sempre, ao ser examinado quanto
aos seus motivos, apresentará justificações para explicar a sua vida e
conduta. A mente humana é uma máquina de computação maravilhosa.
As razões que ela pode desenvolver para actos irracionais têm espantado
todos, sobretudo os assistentes sociais. Sem conhecer a causa e o
mecanismo, as probabilidades de se chegar a uma conclusão correcta
através da comparação de todas as condutas disponíveis, são tão
remotas como vencer um chinês no fantã. Por isso, as punições têm
permanecido como a resposta confusa para uma sociedade muito
confundida.
Há cinco maneiras de um ser humano reagir a uma fonte de
perigo. Elas são também os cinco rumos que ele pode tomar perante
qualquer problema. Pode-se dizer que esta é uma acção de cinco
valores.
A parábola da pantera negra* é aplicável aqui. Suponhamos que uma
pantera negra, particularmente mal-humorada, está sentada na escada
e que um homem chamado Gil está sentado na sala. O Gil quer ir para
* Em Dianética, os pacientes e Dianeticistas desenvolveram uma gíria considerável e eles
chamam à negligência de um problema o "mecanismo da pantera negra". Supõe-se que
isto provém da absurdidade de morder panteras negras.

180
KEY-IN do ENGRAMA

a cama. Mas há a pantera negra. O problema é chegar ao andar de cima.


Há cinco coisas que o Gil pode fazer a respeito desta pantera:
1. Ele pode atacar a pantera negra.
2. Ele pode sair de casa efugir da pantera negra.
3. Ele pode usar as escadas do fundo e evitar a pantera negra.
4. Ele pode ignorar a pantera negra.
5. Ele pode sucumbir à pantera negra.
Estes são os cinco mecanismos: atacar, fugir, evitar, ignorar ou
sucumbir.
Todas as acções parecem seguir estes rumos. E todas as acções são
visíveis na vida. No caso de uma fonte de punição, a mente reactiva
pode sucumbir, ignorar, evitar, fugir ou atacá-la. A acção é ditada por
uma complexidade de engramas e depende de qual deles entra em
restimulação. Contudo, esse turbilhão de reacções geralmente resolve-se
a si mesmo, com um dos cinco rumos.
Se uma criança é punida e obedece daí em diante, pode-se considerar·
que ela sucumbiu. E o valor de um miúdo que sucumbe à punição é tão
insignificante que os Espartanos já o teriam afogado há muito tempo,
porque isto quer dizer que ele afundou-se na apatia, a menos que aconteça
que ele próprio tenha computado a ideia, pondo de parte toda a reacção,
de que a coisa pela qual foi punido não era inteligente (ele não pode
ser ajudado nessa computação se a punição for introduzida na mente
reactiva pela fonte que o tenta auxiliar). Ele pode fugir da fonte de
punição, o que pelo menos não é apatia, mas meramente uma cobardia,
segundo o julgamento popular. Ele pode negligenciar completamente o
assunto e ignorar a fonte de punição - e os antigos ter-lhe-iam chamado
um estóico, mas os amigos poderão meramente dizer que ele é lento de
raciocínio. Ele pode evitar a fonte de punição, o que lhe poderia dar o
elogio dúbio de ser astuto, manhoso ou dissimulado. Ou ele pode atacar
a fonte de punição por acção directa ou perturbando ou obstruindo a
pessoa ou as posses da fonte - e no caso de acção directa chamar-lhe-iam
um tolo valente, quando se toma em consideração o tamanho do pai ou
da mãe; ou, no caso de um modo menos directo, poderiam chamar-lhe
"encobertamente hostil" ou poderiam dizer que ele estava a "negar".

181
LrvRo Dors � CAPÍTULO NovE

Enquanto um ser humano atacar como reacção a uma ameaça válida,


pode-se dizer que ele está em bastante boa condição mental - "normal" -
e no caso de uma criança diz-se que ela está "a agir como qualquer criança
normal".
Introduza a punição na computação e ela deixa de computar. No
caso da "experiência" isto é inteiramente diferente. A vida tem muita
experiência penosa à espera de qualquer ser humano, sem que seja
preciso outros seres humanos para complicarem os factos da situação.
Uma pessoa que ainda tenha as suas dinâmicas desbloqueadas ou que
tenha sido desbloqueada por Dianética pode absorver uma quantidade
espantosa de pancadas na actividade da vida. Aqui, mesmo quando
a mente reactiva recebe engramas como resultado de alguma desta
experiência, a mente analítica pode continuar a fazer face à situação
sem se tornar aberrada de modo nenhum. O Homem é um personagem
rijo, resiliente e competente. Mas quando a lei da afinidade começa a
ser quebrada e essa quebra de afinidade entra no banco reactivo, os seres
humanos, como fontes antagonistas de não-sobrevivência, tornam-se
uma fonte de punição. Se não houver engramas contra-sobrevivência
que envolvam seres humanos no conteúdo mais antigo (antes dos cinco
anos) do banco de engramas, os engramas pró-sobrevivência são tomados
como uma coisa natural e não são severamente aberrativos. Por outras
palavras, é a quebra de afinidade com os seus semelhantes a um nível
engrâmico que bloqueia as dinâmicas com mais solidez. A afinidade do
Homem pelo Homem é muito mais um facto científico do que é uma
ideia poética ou idílica.
Assim, é fácil deduzir qual é o ciclo de vida que será "normal" (estado
médio actual) ou psicótico. Este começa com um grande número de
engramas antes do nascimento; este acumula mais engramas na condição
dependente e bastante indefesa depois do nascimento. Vários tipos de
punição, que agora entram como locks, fazem key-in dos engramas.
Entram novos engramas que vão envolver os mais antigos. Acumulam-se
novos locks. A doença e a acção aberrada aparecem com a maior certeza
por volta dos quarenta ou cinquenta anos de idade. E segue-se a morte
algum tempo depois.
Na falta da solução óptima de eliminar os engramas, há várias coisas
que se podem fazer acerca da aberração e das doenças psicossomáticas.
182
KEY-IN do ENGRAMA

Que estes métodos sejam incertos e tenham apenas um valor limitado


não quer dizer que eles ocasionalmente não apresentem al guns resultados
espantosamente benéficos.
Esses métodos podem ser classificados sob os títulos de mudança de
ambiente, educação e tratamento físico. Retirar factores do ambiente
do aberrado ou retirar o aberrado do ambiente em que é infeliz ou
ineficaz, pode produzir algumas recuperações espantosamente rápidas:
esta terapia é válida; esta afasta os restimuladores do indivíduo ou afasta
o indivíduo da presença dos restimuladores. Normalmente, isto é uma
questão de sorte, falha mais vezes do que acerta e nunca removerá até
nove décimos todos os restimuladores, uma vez que o próprio indivíduo
traz consigo a maior parte destes ou é compelido a contactá-los. Isto faz
lembrar um caso que sofria de asma severa. Ele recebeu-a num engrama
de nascimento bastante severo; os seus pais, frenéticos, levaram-no a
todas as estâncias de montanha para o tratamento de asma que lhes eram
sugeridas e gastaram dezenas de milhares de dólares nessas viagens.
Quando esse paciente foi Aclarado e o engrama rearquivado, descobriu-se
que o restimulador da sua asma era o ar frio e puro! A única coisa certa
na abordagem da mudança de ambiente é que uma criança doentia
recuperará quando é afastada de pais restimulativos e levada para onde
se sinta amada e segura - pois a sua doença é o resultado inevitável da
restimulação de engramas pré-natais por um ou o outro ou ambos os
progenitores. Algures pelo caminho há, provavelmente, um marido ou
uma esposa que depois do casamento desceu cronicamente para as duas
primeiras zonas, após ter casado com uma pseudomãe ou pseudopai ou
pseudo-abortadeira.
No campo educacional, novos dados ou entusiasmos poderão
muito possivelmente fazer o key-out de engramas, ao desestabilizar a
mente reactiva à luz de um novo surto analítico. Se um homem puder
simplesmente ser convencido que ele tem andado a lutar contra sombras
ou puder ser persuadido a atribuir os seus temores a alguma causa
indicada, seja esta verdadeira ou não, ele pode ter benefícios. Às vezes
ele pode ser "educado" numa fé forte em al guma divindade ou culto que
o faça sentir-se tão invulnerável que ele suba acima dos seus engramas.
Elevar o seu potencial de sobrevivência, de qualquer maneira, elevará o
seu tom geral até um ponto em que ele deixará de estar num nível
183
LIVRO D01s � CAPÍTULO N ovE

de igualdade com o banco reactivo. Proporcionar-lhe uma educação


em engenharia ou música, com a qual ele possa obter um nível mais
alto de estima, frequentemente defendê-lo-á dos seus restimuladores.
Na realidade, a subida para uma posição de estima é uma mudança de
ambiente, mas também é educacional, visto que agora ensinam-lhe
que ele é valioso. Se for possível ocupar um homem num trabalho ou
passatempo, por meio de educação pessoal ou exterior que lhe seja
benéfica, surge outro mecanismo: a mente analítica torna-se tão absorta
que toma para si cada vez mais energia para a sua actividade e começa a
alinhar-se com um novo propósito.
O tratamento físico, de que resulte uma condição física melhorada,
proporcionará esperança ou alterará as reacções de um homem ao mudar
a sua posição na linha do tempo. Isso poderá fazer o key-out de engramas.
Estes métodos são terapias válidas: são também, inversamente, as
coisas que fazem com que as aberrações se manifestem. Há maneiras
erradas de agir, coisas que é errado fazer e maneiras erradas de tratar os
homens que, à luz dos nossos conhecimentos actuais, são criminosas.
Lançar um homem num ambiente que o restimula e mantê-lo lá é,
em parte, um assassínio. Fazê-lo manter um sócio que seja restimulativo
é mau; fazer um homem ou uma mulher continuar com um cônjuge
restimulativo é um costume que não funciona, a menos que se use a
terapia de Dianética; fazer uma criança ficar num lar restimulativo é
com toda a certeza inibidor, não só da sua felicidade, mas também do
seu desenvolvimento mental e físico - a criança deveria ter muitos mais
direitos sobre essas coisas, mais lugares para onde ir.
No nível da terapia física, qualquer coisa tão violenta como a cirurgia
ou a extracção de dentes, no plano psicossomático, é puro barbarismo à luz
de Dianética. A "dor de dentes" é normalmente psicossomática. Muitas
doenças orgânicas, em número suficiente para encher vários catálogos,
são psicossomáticas. Não se deve recorrer a qualquer tipo de cirurgia,
até se ter certeza de que o mal não é psicossomático ou que a doença não
diminuirá sozinha, se a potência da mente reactiva for reduzida. A terapia
físico-mental, tendo agora a fonte da aberração como uma ciência, é
demasiado ridícula para ser mencionada seriamente. Porque nenhum
médico ou psiquiatra racional que possua esta informação voltaria a
KEY-IN do ENGRAMA

tocar num eléctrodo para a terapia de electrochoque ou olharia sequer


para um bisturi ou picador de gelo para fazer uma operação nos lóbulos
pré-frontais do cérebro, a menos que esse médico ou psiquiatra seja tão
aberrado que o acto surja, não de um desejo de curar, mas sim do sadismo
mais absoluto e cobarde a que os engramas podem levar um homem. g
LIVRO DOIS, CAPÍTULO DEZ

--l\••1•.1,.,,,1.,,,,,..


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1 1!

DIANÉTICA
PREVENTIVA

HÁ MUITOS ramos em Dianética. Esta na realidade é uma família


de ciências abrangidas por um único conjunto de axiomas. Há, por
exemplo, a Dianética Educacional, que contém o corpo de conhecimento
organizado necessário para treinar mentes até um nível óptimo de
eficiência, perícia e conhecimento nos vários ramos de trabalho do
Homem. Há a Dianética Política, que abrange o campo da actividade e
organização de grupos para estabelecer as condições e processos óptimos
de liderança e relações entre grupos. Há, ainda, a Dianética Médica.
Há a Dianética Social. Há muitas destas subdivisões que são ciências
independentes, orientadas pelos seus próprios axiomas.
Neste volume estamos, de facto, a lidar com Dianética básica e a
terapia de Dianética como esta é aplicada ao indivíduo. Esta é a que
tem a importância mais imediata e é a mais valiosa para o indivíduo.
Mas nenhum livro sobre a terapia de Dianética estaria completo
se não mencionasse um ramo de Dianética que, no dizer de alguns, é
ainda mais importante para a raça do que a terapia. Trata-se de Dianética
Preventiva.
Se conhecemos a causa de uma coisa, normalmente podemos evitar
que a causa entre em acção. A descoberta e a prova de Ronald Ross,
187
LIVRO D01s a CAPÍTULO DEZ

de que o germe da malária era transmitido pelo mosquito, permite


impedir a doença de provocar os estragos que provocou no passado, à
custa da Humanidade. De modo similar, quando se conhece a causa da
aberração e da doença psicossomática, pode-se fazer muito para as evitar.
Ainda que Dianética Preventiva seja um tema amplo, infiltrando-se
nos campos da indústria, agricultura e outras actividades especializadas
do Homem, o seu princípio básico é o facto científico de que se pode
limitar os engramas a um conteúdo mínimo ou evitá-los totalmente,
com grandes benefícios para a saúde mental e bem-estar físico, bem
como para o ajustamento social.
Na realidade, o engrama é uma coisa muito simples: é um momento
em que a mente analítica está desligada pela dor física, drogas ou outros
meios, e o banco reactivo está aberto para receber uma gravação. Quando
essa gravação tem um conteúdo verbal, torna-se severamente aberrativa.
Quando contém antagonismo num nível emocional, torna-se muito
destrutiva. Quando o seu conteúdo é intensamente pró-sobrevivência,
é quase certo que este é capaz de perturbar completamente uma vida.
O engrama, entre outras coisas, determina o destino. O engrama
diz que um homem tem de falhar para sobreviver e, portanto, ele
arranja numerosas formas de falhar. O engrama ordena que ele só pode
experimentar prazer entre os membros de outra raça e, portanto, ele vai
para junto deles, abandonando os seus. O engrama ordena que ele tem
de matar para viver e, portanto, ele mata. E muito mais subtilmente, o
engrama vai serpenteando de incidente em incidente para provocar a
catástrofe que ele próprio está a ditar.
Um caso recente tinha planeado fazer todos os possíveis para partir
o braço, pois com um braço partido, ele recebia a compaixão sem a qual
o engrama dizia que ele não poderia viver. O plano abrangeu três anos
e meia centena de incidentes aparentemente inocentes que, quando
reunidos, contaram a história.
A pessoa propensa a acidentes é um caso em que a mente reactiva
ordena acidentes. Ela é uma ameaça séria em qualquer sociedade, pois
os seus acidentes são reactivamente intencionais e incluem a destruição
de outras pessoas que são inocentes.

188
DIANÉTICA PREVENTIVA

Os condutores com vários acidentes na sua folha são geralmente


propensos a acidentes. Possuem engramas que os mandam ter acidentes.
Depois de ter trabalhado um caso, apenas um, verá como essa coisa
idiota, a mente reactiva, pode ser tão mal-intencionada em relação a
tais coisas. Os condutores Aclarados só poderiam ter acidentes por duas
causas: (a) falha mecânica e, mais importante, (b) por causa de pessoas
propensas a acidentes. A taxa de mortalidade terrível e impressionante,
provocada pelo nosso transporte automóvel, é quase toda atribuível
à condução feita pela mente reactiva, em vez da condução feita por
respostas aprendidas. A apatia desta sociedade mede-se pelo facto de
não agir severamente para evitar todos os acidentes de viação; um só
pára-brisas partido já é de mais: agora que se dispõe de uma resposta,
pode-se tomar acções.
O aberrado complica a vida dos outros de mil maneiras. Dianética
Preventiva permite isolar o aberrado que é propenso a acidentes e
excluí-lo de actividades que possam ameaçar outros. Este é um dos
aspectos gerais de Dianética Preventiva. Que os aberrados assim isolados
podem ser Aclarados, é outro tipo de problema.
O outro aspecto geral de Dianética Preventiva, e o mais importante,
é a prevenção de engramas e a modificação de conteúdo, tanto à escala
social como individual. Na escala social, consistiria em eliminar da
sociedade as causas de aberração nessa sociedade, como se se estivesse
a eliminar os engramas do indivíduo. Do mesmo modo, poder-se-ia
começar, logo à partida, por impedir que ocorressem as causas sociais.
No indivíduo, a prevenção de engramas é um assunto muito fácil.
Uma vez conhecida a fonte de aberração e doença, pode-se evitar que
essa fonte entre numa vida. Quando se tem conhecimento de que a fonte
entrou na vida, pode-se evitar o próximo passo, o key-in. Claro que a
resposta final em tudo isto é aplicar a terapia até ao Aclaramento, mas
há um aspecto da fonte que não se resolve desse modo.
A criança não pode ser Aclarada com segurança até que atinja, pelo
menos, os cinco anos de idade e a prática corrente é situar esta idade
por volta dos oito anos. Uma melhor abordagem ao problema poderá
reduzir esse número, mas este não pode descer abaixo da idade da fala, a
menos que alguém no futuro invente um catalisador que simplesmente
LrvRo D01s � CAPÍTULO DEz

esvazie a mente reactiva sem qualquer tratamento adicional (não é tão


absurdo como poderá parecer). Mas de momento, e provavelmente
durante muito tempo, a criança continuará a ser um problema para
Dianética.
As doenças de infância derivam sobretudo de engramas. É provável
que sejam mais graves antes da idade da fala e o número de mortes dentro
do primeiro ano de vida, embora a medicina possa reduzi-lo, ainda é
uma coisa séria.
A Dianética Preventiva trata desse problema em duas fases: primeiro,
a prevenção de engramas; e segundo, a prevenção do key-in.
Começando pelo key-in, há duas coisas que se podem fazer para
o ev itar. Pode-se proporcionar à criança uma atmosfera calma e
harmoniosa, que não seja restimulativa ou, se a criança parecer
restimulada apesar de ser tratada bondosamente, ela pode ser removida
para outro ambiente que não tenha as duas fontes mais certas, o seu pai
e a sua mãe, mas que ainda contenha uma fonte de afeição. O teste para
saber se a criança está ou não restimulada, antes ou depois de chegar
à idade da fala, é muito simples. Ela é susceptível a doenças? Come
bem? É nervosa? Poderá haver coisas fisicamente erradas com a criança,
mas estas são rapidamente determinadas por um médico e pertencem à
categoria de perturbação física.
Discussões que a criança possa ouvir, barulhos altos, conduta frenética,
uma compaixão exagerada quando ela está doente ou magoada, estas
são algumas das coisas do catálogo de key-in. Estas tornam a criança
fisicamente doente e mentalmente aberrada ao fazer key-in dos seus
engramas. E ninguém sabe dizer quantos é que ela tem!
A fonte primária da prevenção, por estranho que pareça, encontra-se
no campo da consideração que ela tem por outra pessoa: a sua mãe.
Não é o "amor biológico" que faz a mãe ter um papel tão grande na
vida de um ser humano. É a simples verdade mecânica de que a mãe é
o denominador comum de todos os pré-natais da criança. O engrama
pré-natal é muito mais sério do que o pós-natal. Qualquer engrama
desses que uma pessoa tenha contém a sua mãe ou a sua mãe e outra
pessoa, mas contém sempre a mãe. Sendo assim, a sua voz, as coisas que
ela diz e faz, têm um efeito enorme e vasto sobre o nascituro.
DIANÉTICA PREVENTIVA

Não é verdade que a emoção entre na criança através do cordão


umbilical, como muitos supõem sempre que ouvem falar de pré-natais. A
emoção vem noutro tipo de onda (mais eléctrica do que física) - de que
tipo será, é um problema de estrutura. Deste modo, qualquer pessoa que
se mostre emocional perto de uma mulher grávida está a comunicar essa
emoção directamente à criança. E a emoção da mãe também é conduzida,
do mesmo modo, à sua mente reactiva.
Se o nascituro é ou não é "não-analítico" nada tem a ver com a
sua susceptibilidade aos engramas. O engrama pré-natal é só mais um
engrama. Somente quando a criança é realmente atingida ou ferida por
tensão arterial alta, orgasmos ou outras fontes de ferimento é que ela
fica "inconsciente". Quando fica "inconsciente", ela recebe todos os
perceptos e palavras na área da mãe como engramas. O poder analítico
nada tem a ver com engramas. O facto de a criança ser "não-analítica"
não lhe dá uma predisposição para ter engramas. Mas se a criança está
"inconsciente" ou ferida, haverá essa predisposição. A presença ou
ausência de "poder analítico" nada tem a ver com o recebimento ou não·
recebimento de engramas.
O enjoo matinal, a tosse, todos os monólogos (a mãe a falar sozinha),
os barulhos na rua, os barulhos da casa, etc., são todos comunicados
à criança "inconsciente" quando ela é ferida. E a criança é muito fácil
de ferir. Não está protegida por ossos já formados e não tem qualquer
mobilidade. Ela está ali, quando algo a atinge ou pressiona, as suas
células e órgãos são feridos. Uma experiência simples, para demonstrar
como a mobilidade tem influência nisto, consiste em deitar-se numa
cama e colocar a cabeça em cima de um travesseiro. Em seguida, faça
alguém apoiar a mão sobre a sua testa. Como não há mobilidade, a
pressão da mão é muito mais forte do que seria se fosse colocada na testa
quando você estivesse de pé. O tecido e a água que rodeiam a criança são
amortecedores muito fracos. Num ferimento, o fluido amniótico, sendo
um meio incompressível, pressiona o bebé, visto que o líquido não se
pode comprimir. A situação da criança está longe de estar blindada. Até
o acto de a mãe apertar os cordões dos sapatos, nos últimos estádios da
gravidez, poderá ser severo para a criança. O esforço que a mãe faz, ao
levantar objectos pesados, é particularmente danoso. E quando a mãe
LrvRo Dors � CAPÍTULO DEz

colide com objectos, como a quina de uma mesa, poderá esmagar a cabeça
do bebé. Os meios de reparação do nascituro, como já se mencionou,
estão muito acima de qualquer coisa jamais descoberta. Pode-se esmagar
a cabeça da criança, mas o plano e os materiais de construção continuam
lá e a reparação pode ser feita. Por isso, não se trata de a criança estar
"bem" só porque ela pode sobreviver a quase tudo. Mas trata-se de se
esses danos vão ter ou não um valor aberrativo elevado como engramas.
As tentativas de aborto são muito comuns - e é extraordinariamente
raro que tenham êxito. A mãe, cada vez que fere a criança de uma maneira
tão maligna, está de facto a punir-se. O enjoo matinal é totalmente
engrâmico, tanto quanto se pôde descobrir, uma vez que as Clears não o
têm experimentado até agora durante a sua gravidez. E o acto de vomitar,
devido à gravidez, ocorre através do contágio da aberração. As doenças
reais geralmente resultam apenas quando a mãe esteve a interferir com
a criança através de irrigações, agulhas de tricotar ou qualquer outra
coisa. Essas interferências fazem a mãe adoecer e, do ponto de vista físico
real, é pior para a mãe do que para a criança. É evidente que o enjoo
matinal entra numa sociedade devido a essas interferências, tais como
as tentativas de aborto e, naturalmente, os ferimentos.
As células sabem quando ocorre a gravidez. A mente reactiva está
consciente do facto, antes do analisador, através do processo de sensação
orgânica, uma vez que o sistema endócrino é alterado. É por isso que o
facto de a mãe descobrir que está grávida tem pouco a ver com o facto
de ela estar ou não enjoada antes da descoberta.
Todo este campo tem sido alvo de uma pesquisa considerável em
Dianética. É preciso fazer muito mais pesquisa. Estas conclusões são
provisórias. Mas a conclusão de que o engrama é recebido e que é tão
violento quanto o seu conteúdo, ao invés da sua dor real, é um facto
científico e não é de modo algum uma teoria. É uma descoberta tão real
como a gravidade.
Evitar esses engramas é a primeira consideração. A segunda é evitar
que estes tenham qualquer conteúdo. As mulheres que levam uma
vida rural, fazendo trabalho pesado, estão sujeitas a todos os tipos de
acidentes. Talvez esses acidentes não possam ser evitados por causa do
papel que essas mulheres desempenham na sociedade. Mas quando se
sabe que qualquer ferimento na mãe pode criar um engrama no nascituro,
192
DIANÉTICA PREVENTIVA

manter um silêncio absoluto e total deveria ser a preocupação de todas


as pessoas presentes durante o acidente, incluindo a mãe. Qualquer
comentário é aberrativo num engrama. Mesmo uma afirmação do tipo:
"Você pode lembrar-se disso quando receber terapia de Dianética",
feita a um nascituro, instala um engrama de modo que cada palavra
nessa afirmação significa uma dor física exactamente onde ele a recebeu
naquele momento e, no futuro, a "terapia de Dianética" será restimulativa
para ele.
O médico, ao apalpar e bater para descobrir se a mãe está grávida,
poderá dizer: "Bem, é difícil dizer assim tão cedo." O paciente, anos
mais tarde, na terapia de Dianética, retornará até estar próximo deste
incidente, mas não conseguirá ver nada até que o Dianeticista adivinhe
subitamente o conteúdo, a partir do modo como o paciente descreve as
suas reacções. Se o médico é muito rude e diz: "O melhor é tomar muito
cuidado consigo, Sra. Silva. Se não, ficará muito doente!", a criança,
"inconsciente" devido ao exame, por mais leve que este seja, terá uma
pequena hipocondria quando o engrama fizer key-in e preocupar-se-á
bastante com a sua saúde.
Se o marido falar durante o coito, cada palavra que ele disser será
engrâmica. Se a mãe for espancada por ele, essa sova e tudo o que ele
diz e o que ela diz tornar-se-á parte do engrama.
Se ela não quiser a criança e ele quiser, a criança mais tarde reagirá
como se ele fosse um aliado e talvez tenha um esgotamento nervoso
quando o pai morrer. Se ela quiser a criança e ele não, a computação de
aliado é invertida. Isto é verdade quando há uma ameaça ou tentativa
de aborto, contanto que a ameaça esteja contida num engrama.
Se a mãe se ferir e o pai for extremamente solícito, o engrama terá
isto como conteúdo e a criança terá um engrama de compaixão. O modo
de sobreviver é, então, causar pena quando ferido e até mesmo fazer
com que se seja ferido.
Uma mulher grávida deve receber toda a consideração de uma
sociedade que tenha qualquer sentimento pelas suas futuras gerações.
Se ela cair, deve ser auxiliada - mas em silêncio. Não se deve deixá-la
carregar objectos pesados. E não deve ser forçada a praticar o coito.
Porque cada experiência de coito, durante a gravidez, é um engrama na criança.
193
LrvRo Dors � CAPÍTULO DEz

Deve ocorrer um número espantoso de casos de gravidez que nunca


são detectados. A violência do coito, o uso de irrigações e geleias (porque
a mulher ainda está a usar anticoncepcionais sem saber que já está
grávida), movimentos excessivos dos intestinos, quedas e acidentes
são responsáveis por um grande número de abortos que ocorrem por
volta do primeiro período após a concepção, pois as formas de zigoto
e embrião da criança têm uma ligação bastante frágil à existência e são
severamente feridas por coisas que a mãe considera insignificantes.
Uma vez passada a primeira falta de menstruação, as possibilidades de
aborto espontâneo diminuem rapidamente e só quando a criança é uma
monstruosidade genética ou quando há tentativas de aborto é que se
pode esperar a ocorrência de um aborto espontâneo. A percentagem
de monstruosidades é tão diminuta que estas são negligenciáveis como
possibilidade.
O saco amniótico pode ser perfurado muitas vezes e repetidamente,
esvaziado de toda a água depois da primeira falta da menstruação e,
mesmo assim, a criança pode sobreviver. Não são raras vinte ou trinta
tentativas de aborto num aberrado e em cada tentativa o corpo ou o
cérebro da criança pode ter sido perfurado.
Antes do nascimento, as percepções da criança não dependem dos
sentidos normais. Os engramas não são memórias, mas gravações a nível
celular. Assim sendo, a criança não necessita de tímpanos para gravar
um engrama. Temos casos em que qualquer mecanismo auditivo que o
nascituro tivesse deve ter sido temporariamente destruído por uma
tentativa de aborto. E o engrama ainda assim foi gravado. As células
reconstruíram o aparelho que seria a fonte de som nos bancos padrão e
arquivaram os seus próprios dados no banco reactivo.
A eliminação desses engramas representa uma restauração da
racionalidade do indivíduo para um nível muito acima da norma corrente,
e uma estabilidade e bem-estar maior do que o Homem jamais pensou
possuir. Estes engramas foram confirmados ao retirar os dados de uma
criança, da mãe e do pai, e todos os dados se encaixavam. Assim, estamos
a lidar aqui com factos científicos que, por mais espantosos que sejam,
não deixam de ser verdade.
DrANÉTICA PREVENTIVA

A mãe deve agir, então, com extrema moderação em relação a si


mesma durante a gravidez e aqueles que a rodeiam devem estar total­
mente informados da necessidade de silêncio após qualquer abalo ou
ferimento. E visto que não é possível dizer quando é que uma mulher
ficou grávida e dada a elevada potencialidade de aberração nos engramas
do zigoto e do embrião, é óbvio que a sociedade deve melhorar os seus
costumes em relação às mulheres, se quiser preservar a saúde futura da
criança.
A mulher, até certo ponto, passou a ser considerada menos valiosa
nesta sociedade do que noutras sociedades e tempos. Espera-se que ela
entre em competição com o homem. Isto é uma estupidez. Uma mulher
tem um plano de actividade tão elevado quanto o homem. Ele não pode
competir com ela, tal como ela não pode competir com ele nos campos
da estrutura e da actividade vigorosa. Grande parte do turbilhão social
que agora existe tem como centro o fracasso em reconhecer o papel .
importante da mulher, como mulher, e a separação dos campos das
mulheres e dos homens.
Não é necessário insistir aqui nas mudanças que ocorrerão nos
próximos vinte anos. Mas com as recentes descobertas na fotossíntese,
que devem assegurar comida suficiente para alimentar o Homem de uma
maneira melhor e mais barata, a importância do controlo da natalidade
diminui. Os padrões de moralidade já mudaram, independentemente do
que os moralistas façam para tentar bloquear a mudança. E portanto, a
mulher pode ser libertada de muitas das suas correntes indesejáveis.
O mundo actual e a sua actividade e estrutura estão sob a custódia
do Homem. O cuidado da pessoa do ser humano e dos seus filhos está
a cargo da mulher. Por ser quase a única guardiã da geração de amanhã,
ela tem direito a muito mais respeito do que aquele que o período de
semovente do passado lhe proporcionou.
Não é, portanto, um pensamento utópico louco que a mulher possa
ser colocada acima do nível que ocupou até agora. E é aí que ela deve
ser colocada, se quisermos que a infância da geração de amanhã alcance
um alto nível, que os lares sejam pacíficos e tranquilos e que a sociedade
progrida.
LIVRO D01s a CAPÍTULO DEZ

Dianética Preventiva, no âmbito do lar, deve dar ênfase à mulher,


de modo a salvaguardar a criança.
Como primeiro passo, uma mãe deve ser Aclarada, pois qualquer
mãe que tente o aborto está bloqueada em toda a Segunda Dinâmica e
qualquer bloqueio ameaça a sua saúde, bem como a sua felicidade. Tem-se
verificado que a aberração sexual é acompanhada de uma antipatia por
crianças.
Sendo assim, ao nível do indivíduo, a Dianética Preventiva pede pais
Aclarados e, depois, precauções para evitar a aberração da criança, e
precauções adicionais para evitar o key-in de qualquer aberração que a
criança possa ter recebido.
Isto é muito fácil de fazer. Mantenha silêncio na presença de qualquer
ferimento. Faça o que tem de ser feito pelo ferido ou doente e faça-o em
silêncio. Mantenha silêncio durante o parto, para preservar a sanidade
da mãe e da criança e salvaguardar o lar para onde elas irão. E manter o
silêncio não significa uma salva de "psius", pois isso produz gagos.
Num campo mais amplo, manter o silêncio perto de qualquer pessoa
"inconsciente" ou ferida só é menos importante do que uma coisa: evitar
a "inconsciência" em primeiro lugar.
Não diga nada nem faça nenhum barulho perto de uma pessoa
"inconsciente" ou ferida. Falar, não importa aquilo que é dito, é ameaçar
a sanidade dela. Não diga nada enquanto uma pessoa está a ser submetida
a uma operação. Não diga nada quando há um acidente na rua. Não fale!
Não diga nada perto de uma criança doente ou ferida. Sorria, mostre
calma, mas não diga nada. As acções não falam mais alto do que as
palavras, mas as acções são tudo o que se pode fazer perto dos doentes e
feridos, a menos que se tenha um desejo activo de os levar à neurose ou
insanidade ou, na melhor das hipóteses, de lhes causar uma doença futura.
E acima de tudo, não diga nada junto de uma mulher que tenha
sido golpeada ou abalada de qualquer modo. Ajude-a. Se ela falar, não
responda. Ajude-a apenas. Você não sabe se ela está grávida ou não.
E é um facto extraordinário, um facto científico, que as crianças
mais saudáveis são fruto das mulheres mais felizes. Por alguma razão,
o parto é uma coisa muito simples para uma mãe Aclarada. Só os
engramas de parto na mãe é que o tornam difícil. Uma mãe Aclarada
DrANÉTICA PREVENTIVA

não necessita de anestésicos. E isso é bom, porque o anestésico deixa


uma criança atordoada e o engrama, quando reage, dá-lhe a aparência de
uma criança obtusa. Uma mulher feliz tem muito poucas dificuldades.
E mesmo alguns engramas, que aconteçam apesar das precauções, não
têm importância se o tom geral da mãe for feliz.
Mulher, você tem o direito e uma razão para exigir ser bem
tratada. Q
TERAPIA

/\
LIVRO TRES
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO UM

A PROTECÇÃO da MENTE

A MENTE É um mecanismo que se autoprotege. Um auditor' não


pode cometer nenhum engano que não possa ser remediado por ele
próprio ou por outro auditor, excepto se ele usar drogas (como em
narcossíntese), choque, hipnotismo ou cirurgia. As coisas que se salientam
neste livro são, então, as maneiras de realizar a terapia tão rapidamente
quanto possível, com o mínimo de erros; porque os erros tomam tempo.
Os auditores vão cometer erros, isso é inevitável. Se eles cometerem
o mesmo erro repetidamente, será melhor arranjar alguém que lhes
dê terapia.
Provavelmente há milhares de maneiras de se meterem em sarilhos
com a cura mental, mas todas estas maneiras podem ser classificadas
nos seguintes grupos:
1. Uso de choque ou cirurgia no cérebro.
2. Uso de drogas poderosas.
3. Uso de hipnose como tal.
4. Tentar misturar Dianética com formas mais antigas de terapia.
A mente não permitirá que a sobrecarreguem seriamente, enquanto
ela puder conservar uma consciência parcial de si própria; só pode ser
* O termo auditor é usado em Dianética para designar qualquer pessoa habilitada na
prática da terapia de Dianética. Auditar é ouvir e computar.

201
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO uM
sobrecarregada quando a sua consciência for reduzida a um ponto tal
que não possa avaliar nada: então, ela pode ficar totalmente perturbada.
A rêverie de Dianética deixa o paciente plenamente consciente de tudo
o que está a ocorrer e com recordação total de tudo o que aconteceu. É
possível haver tipos de terapia que não fazem isto e que são úteis, mas
estes devem ser abordados com o pleno conhecimento de que não são
à prova de erro. Assim, Dianética usa rêverie para a maior parte do seu
trabalho e, usando rêverie, não é possível ao auditor meter-se em sarilhos
de que não possa extricar a si e ao seu paciente. Ele está a trabalhar
com um mecanismo quase à prova de erro, desde que a mente conserve
alguma consciência: um rádio, um relógio ou um motor eléctrico são
muito mais susceptíveis de danos nas mãos de um operário do que a
mente humana. A mente humana foi construída para ser tão resistente
quanto possível. Verificar-se-á que é difícil metê-la em situações que
a tornem desconfortável e com a rêverie é impossível embrulhá-la o
suficiente para causar uma neurose ou insanidade.
No manual de infantaria dos Estados Unidos há uma frase sobre
decisão: "Qualquer plano, por mais mal concebido que seja, se for
ousadamente executado, é melhor do que a inacção."
Em Dianética, qualquer caso, por mais sério que seja, por mais inábil que
o auditor seja, estará melhor se for iniciado do que se o deixarem intocado. É
melhor iniciar a terapia, mesmo que tenha de ser interrompida depois
de duas horas de trabalho, do que não iniciar a terapia de todo. É melhor
entrar em contacto com um engrama do que deixá-lo sem ter sido tocado,
mesmo se o resultado for desconforto físico para o paciente - porque,
daí para a frente, esse engrama não possuirá tanto poder e o desconforto
diminuirá gradualmente.
Este é um facto científico. O mecanismo que Dianética utiliza
é uma capacidade do cérebro que o Homem, como um todo, não
sabia que possuía. É um processo de pensamento que todos possuem
inerentemente e que se destinava, evidentemente, a ser usado no processo
geral de pensar, mas que, por alguma estranha omissão, o Homem
nunca descobriu antes. Assim que sabe que possui esta nova faculdade,
a pessoa é mais capaz de pensar do que antes - e pode aprender esta
faculdade em dez minutos. Além disso, quando a pessoa aborda um
engrama com esta faculdade (que, quando intensificada, é a rêverie),
202
A PRoTECÇÃO da MENTE

algumas das ligações de subnível desse engrama são quebradas e os


factores aberrativos deixam de ter tanta força, tanto no âmbito físico
como no mental. Além disso, o conhecimento de que existe uma solução
para as doenças mentais é um factor estabilizador.
Abordar um engrama com rêverie está muito longe de ser o mesmo
que restimular o engrama exteriormente, como é feito na vida. O
engrama só é um personagem poderoso e perigoso enquanto estiver
intocado. Estando no seu lugar e activo, ele pode ser restimulado e causar
inúmeras doenças mentais e físicas. Mas abordá-lo com rêverie significa
abordá-lo num circuito novo que o desarma. O poder do engrama é,
em parte, o medo do desconhecido: o conhecimento, por si só, traz
estabilidade.
Não pense que não vai pôr os pacientes desconfortáveis. Isto não
é verdade. O trabalho do auditor, quando toca um engrama que não
consegue ser levantado, poderá levar o paciente a ter dores de cabeça,
vários padecimentos e dores e até doenças físicas ligeiras, mesmo quando
o trabalho é feito com cuidado. Mas há anos que a vida tem vindo a
fazer isto ao paciente numa escala muito maior e, por mais maltratado
que um caso esteja, por mais aberrações que apareçam para atormentar
o paciente por um ou dois dias, nenhuma delas é tão séria quanto as que
podem ser provocadas pelo ambiente a actuar sobre um engrama que
não foi tocado.
O auditor pode fazer tudo ao contrário, de pernas para o ar e
completamente errado e o paciente ainda assim estará melhor - mas
apenas se o auditor não tentar usar drogas, não usar hipnotismo e não
tentar misturar Dianética com algu ma terapia mais antiga. Uma vez que
tenha usado Dianética, ele não voltará a recorrer às tentativas místicas
para curar mentes. Em suma, o que se salienta aqui é que, desde que
o auditor comece por tomar um caso relativamente simples (para ver
como funcionam os mecanismos da mente) e use somente rêverie, ele
não pode meter-se em sarilhos. É certo que haverá aqueles que acreditam
ser tão experientes em tocar atabaques ou em agitar chocalhos, que não
darão a Dianética uma oportunidade de funcionar como Dianética, mas
em vez disso entram a toda a pressa e começam a atormentar o paciente
com "inveja do pénis" ou a fazê-lo arrepender-se dos seus pecados. Mas
o paciente que comece a ver isto será inteligente se simplesmente trocar
203
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO uM
de posição com o auditor, do divã para a cadeira do auditor, e limpar
algumas das aberrações do auditor antes de prosseguirem o trabalho.
Qualquer indivíduo que tenha lido este livro uma vez até ao fim
e conseguido um paciente com recordação sónica para uma tentativa
experimental, saberá mais sobre a mente, nessas acções, do que alguma
vez soube antes. E ele estará mais habilitado e capaz de tratar a mente
do que qualquer outro que tivesse tentado fazê-lo, independentemente
da sua reputação, há muito pouco tempo atrás. Isto não quer dizer que
as pessoas que já tenham tido experiência com pacientes mentais não
tenham, conhecendo Dianética (conhecendo Dianética), uma vantagem
sobre os que não compreendem algumas das fraquezas de que o Homem
é capaz num estado aberrado. E, por outro lado, isto não quer dizer que
um engenheiro, um advogado ou um cozinheiro, com alguns casos de
Dianética na sua bagagem, não estejam mais habilitados do que todos
os outros praticantes de qualquer formação ou tipo. Neste caso, não há
qualquer limite.
Não se poderia dizer, assim de repente, se um hipnotizador ou um
psicólogo capaz, pronto e disposto a deitar fora e a desaprender os
erros de ontem, estaria mais bem preparado para praticar Dianética.
No campo da medicina psicossomática, o médico, possuidor de grande
experiência na cura, poderá muito bem estar acima de outros auditores
no trabalho de Dianética. Mas este não é necessariamente o caso, pois na
pesquisa tem-se provado que homens e mulheres, com os antecedentes
profissionais mais improváveis, de repente se tornaram auditores mais
hábeis do que aqueles que estão em campos que se pensaria serem mais
afins. Os engenheiros, particularmente, são material excelente e fazem
auditores excelentes. Além disso, Dianética não está a ser entregue
a uma profissão, porque nenhuma profissão poderia abrangê-la. Ela
não é suficientemente complicada para justificar anos de estudo numa
universidade. Pertence ao Homem e é duvidoso que alguém pudesse
monopolizá-la, pois não se encaixa em nenhum tipo de legislação,
seja onde for. E se houvesse legislação para fazer de Dianética uma
profissão licenciada, então seria de temer que ouvir histórias, anedotas
e experiências pessoais também teria de ser legislado numa profissão.
Tais leis colocariam todos os homens de boa vontade, que escutam
as dificuldades de um amigo com compaixão, atrás de uma cerca de
204
A PRoTECÇÃO da MENTE

arame farpado. Dianética não é psiquiatria. Não é psicanálise. Não é


psicologia. Não é relações pessoais. Não é hipnotismo. É uma ciência
da mente e necessita de tanto licenciamento e regulamentação como a
aplicação da ciência da física. As coisas contra as quais existe legislação
são uma questão de lei, porque poderão, de algum modo, prejudicar
indivíduos ou a sociedade. Existe legislação sobre psicanálise em cerca
de três estados da União e existe legislação contra ou sobre a psiquiatria
em toda parte. Se um auditor deseja constituir-se como psiquiatra,
com o poder de fazer a vivissecção de cérebros humanos, se ele quer
constituir-se como médico e ministrar drogas e medicamentos, se ele
quer praticar hipnotismo e introduzir sugestões num paciente, então ele
tem de enquadrar isso na psiquiatria, medicina e nas leis locais sobre o
hipnotismo, pois ele entrou noutros campos que não a Dianética. Em
Dianética, não se usa o hipnotismo, não se opera cérebros e não se ministra
drogas. Dianética não é abrangida por legislação em parte alguma,
pois não há lei que possa impedir que um homem se sente e conte os
seus problemas a outro homem. E se alguém quiser um monopólio
de Dianética, pode ter a certeza de que ele o quer por motivos que
nada têm a ver com Dianética, mas sim com lucros. Não há psiquiatras
suficientes no país para sequer começar a prover de pessoal as instituições
de doentes mentais. Com certeza que esta geração, sobretudo com todo
o trabalho iatrogénico* que tem sido feito, continuará a precisar dessas
instituições e precisará de psiquiatras: o campo deles é o tratamento do
insano, por definição, e isso não tem nada a ver consigo, nem comigo.
Na psicologia, a Dianética introduz-se sem perturbar nada que esteja
relacionado com o seu pessoal, pesquisa ou postos de ensino, pois a
psicologia é simplesmente o estudo da psique, e agora que existe uma
ciência da psique, ela pode seguir adiante com determinação. Assim,
Dianética não é inimiga de ninguém e está totalmente fora de todas as
legislações existentes, nenhuma das quais antecipou ou criou qualquer
provisão para uma ciência da mente. Q

* latrogénico significa uma doença causada por médicos. Uma operação durante a qual o
bisturi do médico escorregou e feriu acidentalmente o paciente pode causar uma doença
ou dano iatrogénico, visto que o erro tinha sido dos cirurgiões.

205
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO DOIS

LIBERADO ou CLEAR

Ü OBJECTIVO da terapia de Dianética é produzir um Liberado ou um


Clear.
Um Liberado (substantivo) é um indivíduo de quem se removeu a
tensão e a ansiedade mais importantes, por meio da terapia de Dianética.
Um Clear (substantivo) é um indivíduo que, como resultado da terapia
de Dianética, não tem qualquer doença nem aberração psicossomática
activa ou potencial.
Aclarar (verbo) é liberar toda a dor física e emoção dolorosa da vida de
um indivíduo ou, como no caso da Dianética Política, de uma sociedade.
O resultado disto produzirá uma persistência nas quatro dinâmicas,
uma capacidade analítica óptima para o indivíduo e, com isso, toda a
recordação. O Clear tem a experiência da sua vida inteira à disposição
e tem toda a sua capacidade mental e imaginação inerentes livres para
usá-la. A sua vitalidade e saúde física melhoraram marcadamente e todas
as doenças psicossomáticas desapareceram e não voltarão. Tem uma
resistência maior à doença real. É adaptável e capaz de mudar o seu
ambiente. Ele não é "ajustado"; ele é dinâmico. Os seus padrões éticos e
morais são elevados, a sua capacidade de procurar e experimentar prazer
é grande. A sua personalidade eleva-se e ele é criador e construtivo.

207
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO D01s

Ainda não se sabe qual é a longevidade que se acrescenta a uma vida no


processo de aclaramento, mas considerando o reequilíbrio automático
do sistema endócrino, a menor incidência de acidentes e a melhoria do
tom físico geral, com certeza que ela aumentará.
Um Liberado é um indivíduo que foi liberado das dificuldades
mentais e físicas e da emoção dolorosa, actuais ou crónicas. O valor de
um Liberado, quando comparado com um Clear, poderá não parecer
muito grande à primeira vista. Mas quando se compreende que um
Liberado geralmente excede o normal* contemporâneo em termos de
estabilidade mental, pode-se ver que a condição tem de facto um grande
valor.
Como padrão de comparação, um Clear está para o normal
contemporâneo como o normal contemporâneo está para um caso
institucional contemporâneo. A margem é ampla e seria difícil exagerá-la.
Um Clear, por exemplo, tem recordação completa de tudo o que alguma
vez lhe aconteceu ou de qualquer coisa que tenha estudado. Por exemplo,
ele faz em dez ou quinze segundos os cálculos mentais, como os de
xadrez, que um normal faria em meia hora. Ele não pensa "vocalmente",
mas sim espontaneamente. Não há circuitos demónio na sua mente,
excepto aqueles que ele poderia divertir-se em criar - e voltar a desfazer
- para tratar das diferentes abordagens à vida. Ele é inteiramente
autodeterminado. E a sua imaginação criadora é elevada. Ele pode fazer
um estudo rápido de qualquer coisa dentro da sua capacidade intelectual,
que é inerente, e esse estudo para ele seria o equivalente a um ano ou
dois de formação quando ele era "normal". O seu vigor, persistência e
tenacidade em relação à vida são mui to maiores do que alguém alguma
vez julgou possível.
A objecção de que é perigoso criar demasiados Clears numa sociedade
é irreflectida. O Clear é racional. Os actos que prejudicam uma sociedade
são irracionais. Que um punhado de Clears provavelmente poderia
controlar qualquer número de "normais" está dentro dos limites da
razão, mas que um Clear os controlaria em detrimento deles é absurdo.
Quanto mais Clears uma sociedade possuísse, mais possibilidade essa
* "Normal" é um termo de psicologia que denota o indivíduo normal - quer dizer, uma
pessoa mediana. O QI e o comportamento de um "normal" seria uma média da população
actual. Não há nada de desejável em ser um "normal", pois ele é seriamente aberrado.

208
LIBERADO ou CLEAR

sociedade teria de prosperar. Não foi comprovado por observação


científica que um Clear tenha falta de ambição, pois a curva de ambição
decrescente segue a curva de racionalidade decrescente; e os que têm
sido Aclarados têm provado a questão, ao reactivarem todas as suas
capacidades para alcançar objectivos que desejaram em tempos, mas
que, quando "normais", já tinham começado a considerar inatingíveis.
O facto de um Clear estar, em certo grau, separado do "normal" é
atribuível ao abismo que existe entre as suas respectivas capacidades
mentais, pois ele chega a soluções e conclusões antes de o "normal"
ter começado a formar uma ideia do que deve concluir. Isto não torna
um Clear intolerável para o "normal", pois o Clear não tem nenhuma
dessas atitudes de superioridade que são, na realidade, um produto dos
engramas. Este é um olhar rápido ao estado de ser Clear. Mas o estado
não pode ser descrito; ele tem de ser experimentado para ser apreciado.
Um Liberado é uma quantidade um tanto variável. Qualquer
indivíduo bem adiantado no caminho para Clear é um Liberado. Não
há comparação entre um Clear e qualquer coisa que o Homem antes
acreditasse que era possível obter, e não há comparação entre a acção
de aclaramento e qualquer terapia até agora praticada. Só no caso do
Liberado é que há uma base de comparação entre Dianética e as terapias
anteriores, como a "psicanálise" ou qualquer outra. Pode-se produzir
um Liberado em poucas semanas. A condição resultante será pelo menos
equivalente à que se segue a dois anos de psicanálise, com a diferença
de que o Liberado tem uma garantia de resultados permanentes e a
psicanálise jamais deu qualquer garantia de sucesso. Um Liberado não
recai em algum padrão que tenha sido aliviado.
Estes são os dois objectivos do auditor de Dianética: Clear e Liberado.
No momento em que escrevo, não se sabe qual é o tempo médio
necessário para fazer o insano do manicómio subir para o nível neurótico:
isto tem sido feito em duas horas, tem sido feito em dez horas e em
alguns casos isto tem requerido duzentas horas.*
* Este volume dirige-se ao tratamento da pessoa normal ou ao paciente neurótico que não
seja suficientemente violento para ser internado. Contudo, com inteligência e imaginação,
estas mesmas técnicas podem ser aplicadas com êxito a qualquer estado mental ou doença
física. Dianética Institucional é, primariamente, a redução de uma insanidade para uma
neurose; as técnicas são semelhantes às descritas aqui, mas inclinam-se mais para medidas
heróicas.
LrvRo TRÊS Q CAPÍTULO Dors

O auditor de Dianética deve determinar antecipadamente, em


qualquer caso, se deseja tentar obter um Liberado ou um Clear. Pode
conseguir uma coisa ou a outra com qualquer pessoa que não seja
organicamente insana (com porções do cérebro em falta ou cauterizadas
que provocam insanidade, principalmente genética ou iatrogénica e
relativamente rara, excepto nos manicómios). Mas ele deve fazer uma
estimativa do número de horas que pode investir em qualquer pessoa,
regular a sua intenção de acordo com isso e anunciá-la ao seu paciente.
Os dois objectivos são ligeiramente diferentes. Num Liberado, não se
tenta entrar em fases do caso que poderão ocasionar ou que ocasionarão
uma necessidade de trabalho prolongado e dá-se atenção à localização
e liberação de carga emocional. Num Clear, o auditor dá a sua atenção
à localização do engrama básico-básico, à descarga de emoção e de todo
o banco de engramas.
Há um terceiro objectivo que poderia ser considerado um grau
inferior de Liberado. Trata-se de uma Ajuda. Esta pode ser feita após
o ferimento, ou na doença que se segue ao ferimento ou na doença
que alguém acaba de sofrer, com o fim de promover uma recuperação
mais rápida: para ajudar o corpo a reabilitar-se após um ferimento ou
doença. Esta é uma terapia especializada que provavelmente virá a ser
uma prática muito comum, mas que é de benefício primário para o
médico que, com ela, pode salvar vidas e acelerar a cura ao aliviar o
engrama dessa doença ou ferimento específico, removendo assim, as
várias concepções engrâmicas que a progressão do ferimento restimula.
Qualquer auditor de Dianética pode praticar isto. A Ajuda tem mais
ou menos o mesmo nível de utilidade que um milagre da cura pela fé,
que funcionasse todas as vezes.
É difícil fazer estimativas do tempo necessário para o caso com uma
exactidão superior a 50 por cento, e o paciente deve compreender que o
tempo na terapia é variável. Isto depende, até certo ponto, da capacidade
do auditor, do número de engramas insuspeitados que nunca antes foram
reactivados e da quantidade de restimulação a que o paciente está sujeito
durante a terapia. Por conseguinte, o auditor não deve ser optimista
ao estimar o tempo, mas deve fazer o seu paciente compreender que se
pode gastar mais ou menos tempo na terapia.
210
LIBERADO ou CLEAR

Qualquer pessoa que seja inteligente, possuidora de uma persistência


mediana e que esteja disposta a ler meticulosamente este livro, deve ser
capaz de se tornar um auditor de Dianética. Quando tiver Aclarado dois
ou três casos, ela terá aprendido muito mais e compreendido muito mais
do que o que está contido neste livro, pois não há nada que desenvolva
mais a compreensão de uma máquina do que lidar com esta enquanto
trabalha. Este é o livro de instruções, a máquina em causa está disponível
onde quer que haja homens. Contrariamente à superstição sobre a mente,
é quase impossível danificar permanentemente o mecanismo. Pode-se
fazer isso com um electrochoque, com um bisturi ou com um picador
de gelo, mas é quase impossível fazê-lo com a terapia de Dianética. �

211
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO TRÊS

O PAPEL do AUDITOR

o PROPÓSITO DA TERAPIA e o seu único alvo é a remoção do


conteúdo do banco de engramas reactivo. Num Liberado, a maior
parte da tensão emocional é apagada deste banco. Num Clear, todo o
conteúdo é removido.*
A aplicação de uma ciência é uma arte. Isto é verdade para qualquer
ciência. A eficácia da sua aplicação depende da compreensão, perícia e
capacidade de quem a aplica. O químico tem uma ciência da química,
mas a profissão de ser um químico é uma arte. O engenheiro poderá ter
atrás de si a precisão de todas as ciências físicas e, no entanto, a prática
da engenharia é uma arte.
Depois de compreendidos os axiomas básicos de uma ciência, pode-se
estabelecer certas regras de procedimento. Acima dessas regras de
procedimento estão a compreensão, a perícia e a capacidade necessárias
à aplicação.
Dianética é extremamente simples. Isto não quer dizer que os casos
não possam ser extremamente complicados. Para tratar de um caso de
cada tipo neste livro, seriam necessários dois mil milhões de casos e isto
*Na realidade, o conteúdo do banco de engramas é transferido, e não removido, pois é
rearquivado sob o título de experiência nos bancos padrão. Contudo, o material parece
desaparecer na terapia porque a terapia se dirige ao banco de engramas e não aos bancos
padrão.

213
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO TRÊS

só abrangeria a população actual, pois cada homem é muito diferente de


todos os outros homens. A sua personalidade inerente é diferente. O seu
compósito de experiências é diferente. E as suas dinâmicas têm forças
diferentes. A única constante é o mecanismo do banco de engramas
reactivo e somente esse é que não varia. O conteúdo desse banco difere
de homem para homem, tanto em quantidade como em intensidade, mas
o mecanismo de operação do banco e, portanto, os mecanismos básicos
de Dianética são constantes de homem para homem - foram constantes
em todas as épocas e serão constantes em todas as épocas futuras, até
que o Homem evolva para outro tipo de organismo.
O alvo é o engrama. Esse também é o alvo da mente analítica e das
dinâmicas do paciente enquanto ele tenta viver a sua vida. Este é o
alvo da mente analítica do auditor e das suas dinâmicas. Enquadrado
e bombardeado deste modo, o banco abre mão do seu depósito de
engramas.
Isto deve ser extremamente claro para qualquer auditor: assim que ele
relaxe a sua posição de auditor e esqueça o alvo, ele acumula complicações
que consumirão o seu tempo. No momento em que cometer o erro de
pensar que a pessoa, a mente analítica ou as dinâmicas do paciente estão a
resistir, a tentar parar a terapia ou a desistir, o auditor cometeu o erro
fundamental e básico na prática de Dianética. Quase tudo o que corre
mal pode ser rastreado a esse erro. Nunca se pode dizer com demasiada
ênfase que a mente analítica e as dinâmicas do paciente nunca, nunca,
nunca resistem ao auditor. O auditor não está ali para ser resistido.
Ele não está interessado na resistência de coisa alguma, excepto dos
engramas do paciente (e às vezes dos seus próprios).
O auditor não está ali como o incitador ou conselheiro do paciente.
Não está ali para ser intimidado pelos engramas do paciente ou para
ser assustado pelos seus aspectos. Está ali para auditar e apenas para
auditar. Se ele acha que deve fazer-se soberbo com o paciente, então
o melhor é mudar-se da cadeira para o divã, pois ele tem um caso de
autoritarismo que começa a despontar. Usa-se a palavra auditor, não
"operador" ou "terapeuta", porque este é um esforço cooperativo entre
auditor e paciente, e a lei da afinidade está em acção.
O paciente não consegue ver as suas próprias aberrações. Esta é uma
das razões por que o auditor está presente. O paciente precisa de ser
214
O PAPEL do AunITOR

amparado para enfrentar as incógnitas da sua vida. Esta é outra razão


por que o auditor está presente. O paciente não se atreveria a dirigir ao
mundo que se introduziu dentro dele e virar as costas ao mundo que está
exterior a ele, a menos que tenha uma sentinela. Esta é outra razão por
que o auditor está presente.
O trabalho do auditor é salvaguardar a pessoa do paciente durante a
terapia, computar as razões por que a mente do paciente não consegue
alcançar o interior do banco de engramas, fortalecer a coragem do
paciente e apanhar esses engramas.
Neste momento, está em acção um caso de afinidade tripla. Eu
estou em afinidade com o auditor: estou a dizer-lhe tudo o que foi
descoberto e que está a ser usado em Dianética e quero que ele tenha
êxito. O auditor está em afinidade com o paciente: ele quer que o
paciente ataque engramas. O paciente está em afinidade com o auditor
porque, com um mínimo de trabalho, esse paciente vai melhorar e com a
persistência proporcionada pelo auditor, mais a sua própria persistência,
ele tornar-se-á um Liberado ou um Clear. Há ainda mais afinidades em
acção, uma vasta rede delas. Este é um esforço cooperativo.
O alvo é o banco de engramas, não o paciente. Se o paciente pragueja,
geme, chora e implora, isso são engramas a falar. Depois de algum
tempo, os engramas que o fazem praguejar, gemer, chorar e implorar
serão descarregados e rearquivados. O paciente, qualquer que seja o seu
estado, sabe muito bem que a acção tomada é necessária. Se o auditor
é tão pouco racional que confunde essas pragas ou gemidos com uma
coisa dirigida contra ele pessoalmente, será melhor esse auditor trocar
de lugar com o paciente e submeter-se à terapia.
A única coisa que resiste é o engrama! Quando está a ser restimulado,
este colide com o analisador do paciente, tende a reduzir o poder analítico
e o paciente exibe uma dramatização modificada. Qualquer auditor
que tenha duas células cerebrais que façam clique, nunca correrá o
menor perigo nas mãos do pré-liberado ou do preclear. * Se o auditor quer
usar hipnotismo e tentar percorrer engramas recentes e fisicamente
dolorosos tais como operações, quando os mais antigos estão disponíveis,
* Os termos pré-liberado e preclear são usados para designar um indivíduo que iniciou ou que
está a ser submetido à terapia de Dianética. O termo preclear é usado mais comummente.
A palavra paciente é menos descritiva porque implica doença, mas é usada indistintamente.

215
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO TRÊS

ele poderá dar por si a ser alvejado. Mas então ele fez uma coisa muito
errada. Se o auditor, subitamente, se torna supermoralista e começa a
dar sermões ao paciente, ele poderá meter-se em complicações. Mas,
mais uma vez, ele fez uma coisa muito errada. Se o auditor fala brusca
e rispidamente com o paciente, ele poderá vir a ser alvejado. Mas, mais
uma vez, foi cometido um erro fundamental.
O alvo é o banco de engramas. O trabalho do auditor é atacar o
banco de engramas do preclear. O trabalho do preclear é atacar esse
banco. Atacar o preclear é permitir que o seu banco de engramas ataque
o preclear.
Sabemos que há cinco métodos de lidar com um engrama. Quatro
deles são errados. Sucumbir a um engrama é apatia, ignorar um engrama
é negligência, mas evitar ou fugir de um engrama é covardia. Atacar,
e somente atacar, resolve o problema. O dever do auditor é assegurar
que o preclear continua a atacar engramas, não o auditor ou o mundo
exterior. Se o auditor ataca o preclear, isso é uma péssima pontaria e
uma lógica muito medíocre.
A melhor maneira de atacar o banco de engramas é, primariamente,
descarregando a sua carga emocional, onde quer que esta possa ser
contactada. Depois disso, a melhor maneira de o atacar é descobrindo
aquilo que o preclear, em rêverie, acha que aconteceria com ele se ficasse
bom, se ficasse melhor, se descobrisse, etc. E depois é sempre da maior
importância contactar, de qualquer modo possível, o momento primário
de dor ou inconsciência na vida do paciente. Este é o básico-básico. Vma vez
que um auditor tenha o básico-básico, o caso resolver-se-á rapidamente.
Se a mente reactiva do preclear está a suprimir o básico-básico, então o
auditor deve descarregar mais emoção reactiva, descobrir a computação
que agora está a actuar e tentar novamente. Ele acabará por chegar
ao básico-básico. Isto é importante. E é só isto que é importante num
preclear.
No pré-liberado (paciente que está a trabalhar somente para ser
Liberado), a tarefa é descarregar emoção e tantos engramas antigos
quantos se apresentem com facilidade. A redução de locks poderá ser
incluída no pré-liberado, mas só se deve tocar nos locks quando estes
conduzem ao básico-básico num preclear.
216
O PAPEL do AunrToR

Existem três níveis de cura. O primeiro é realizar o trabalho


eficientemente. O segundo é tornar o paciente confortável. Abaixo desse
está a compaixão. Em suma, se não puder fazer nada por um homem
com uma coluna partida, pode torná-lo confortável. Se nem sequer pode
torná-lo confortável, pode compadecer-se dele.
O segundo e o terceiro dos escalões acima são inteiramente
injustificados em Dianética. O trabalho pode ser feito eficientemente.
Tornar o paciente confortável é uma perda de tempo. Demonstrar
compaixão por ele poderá enredar todo o caso, pois os seus piores
engramas serão engramas de compaixão e a compaixão poderá
restimulá-los a sair do seu lugar. O auditor que se põe a dar "palmadinhas
nas mãos", por mais que isto pareça estar indicado, está a perder tempo
e a atrasar o caso. Uma rudeza indevida não é indicada. Uma atitude
amigável, alegre e optimista cuidará de tudo. Um preclear às vezes
precisa de um sorriso. Mas ele já recebeu mais "palmadinhas nas mãos"
do que o analisador foi capaz de computar. A sua doença psicossomática
crónica contém compaixão no seu engrama.
A coisa seguinte que o auditor deve saber e seguir é o Código do
Auditor*. Isto poderá parecer uma coisa extraída de Quando a Cavalaria
Estava em Flor ou dos Treze Rituais para a Beatitude Celestial e Nirvana,
mas se não for empregado pelo auditor nos seus pacientes, o auditor
terá algum trabalho bastante árduo à sua frente. Este código não é para
o conforto do preclear; é exclusivamente para a protecção do auditor.
O Código do Auditor nunca deve ser violado. A prática em Dianética
tem demonstrado que só a violação do Código do Auditor pode
interromper casos.

O auditor deve ser cortês no tratamento de todos os preclears.

O auditor deve ser bondoso, não se permitindo nenhuma


crueldade para com o preclear, nem cedendo a qualquer desejo
de punir.
* É interessante que o Código do Auditor descreve, excepto na sua última cláusula,
o padrão de conduta de sobrevivência do Homem. Um Clear funciona mais ou menos
automaticamente com base neste código. Dianética é paralela ao pensamento, porquanto
segue as leis naturais do pensamento. O que funciona em Dianética também funciona
na vida.
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO TRÊS

O auditor deve estar silencioso durante a terapia, não deve falar


mais do que os pontos essenciais de Dianética, durante uma
sessão real.
O auditor deve ser digno de confiança, cumprindo a sua palavra
quando dada, mantendo os encontros marcados e os seus
compromissos de trabalho e nunca se comprometendo com
nada que ele tenha a mínima razão para crer que não pode
cumpnr.
O auditor deve ser corajoso, nunca cedendo terreno ou infringindo
os princípios fundamentais da terapia porque um preclear acha
que ele deve fazê-lo.
O auditor deve ser paciente no seu trabalho, nunca se mostrando
inquieto nem irritado com o preclear, independentemente do
que o preclear esteja a fazer ou a dizer.
O auditor deve ser meticuloso, nunca permitindo que o seu plano
de trabalho seja influenciado ou que uma carga seja evitada.
O auditor deve ser persistente, nunca desistindo até que ele tenha
conseguido resultados.
O auditor deve ser reservado, nunca dando ao paciente qualquer
informação sobre o seu caso, incluindo avaliações de dados ou
estimativas adicionais do tempo em terapia.
Há várias condições que se seguem quando qualquer uma das coisas
acima mencionadas é violada. Todas as violações atrasam a terapia e
ocasionam mais trabalho para o auditor. Todas as violações resultam
em prejuízo do auditor.
Por exemplo, no último ponto, não faz parte do trabalho do auditor
informar o preclear sobre nada. Assim que ele começa a fazer isso,
o preclear liga prontamente o auditor no circuito como a fonte de
informação e, assim, evita os engramas.
O auditor observará em progresso as emoções humanas mais violentas
e perturbadoras. Ele poderá ser levado a compadecer-se. Mas se o fizer,
ele falhou em notar uma coisa e retardou a terapia: sempre que uma
218
O PAPEL do AunrToR

emoção se manifesta, esta é uma emoção que em breve passará à história.


Por mais voltas que o preclear possa dar, por mais que ele se mova ou
se retorça, o auditor tem de manter, de um modo firme na sua mente,
o facto de que cada gemido ou volta é mais um passo na direcção do
objectivo. Porquê assustar-se ou desperdiçar compaixão com uma coisa
que, depois de ser recontada algumas vezes, deixará um preclear mais
feliz?
Se quando um preclear começa a tremer, o auditor se assusta e comete
o maior dos erros ao dizer: "Vem para tempo presente!", ele pode estar
certo de que o preclear terá um par de dias maus e que da próxima vez
que o auditor quiser entrar naquele engrama, este estará bloqueado.
Se um auditor assumir o estado de espírito de que pode sentar-se e
assobiar, enquanto Roma arde perante os seus olhos e se estiver preparado
para se rir disso, então fará um trabalho excelente. As coisas que ele
observa, independentemente do que parecem, independentemente de
como soam, são ganhos sólidos. É o paciente calmo e bem comportado
que tem poucos ganhos. Isto não quer dizer que o auditor só tenta
encontrar violência, mas quer dizer que quando a obtém, ele pode ficar
feliz e contente, porque foi mais um engrama que perdeu a sua carga.
A tarefa de auditar parece-se muito com a de um pastor conduzindo
as suas ovelhas, os engramas, para dentro do curral do matadouro. O
preclear não está sob as ordens do auditor. Mas se o caso estiver a correr
bem, o preclear fará aquilo que o auditor quiser com estes engramas,
porque a mente analítica e as dinâmicas do preclear querem ver esse trabalho
levado a efeito. A mente sabe como a mente funciona. Q

219
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO QUATRO

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DIAGNÓSTICO

u MA DAS CONTRIBUIÇÕES mais importantes de Dianética é a


resolução do problema do diagnóstico no campo da aberração. Até agora,
houve um número quase ilimitado de classificações. Além disso, não
tem existido um standard óptimo. Quando se pesquisa no campo dos
textos psiquiátricos, encontra-se uma vasta discordância em classificação
e reclamações contínuas de que a classificação é muito complexa e carece
de utilidade. Sem um objectivo óptimo de conduta ou estado mental e
sem o conhecimento da causa da aberração, só era possível ter catálogos
de descrições, e estes eram tão complicados e contraditórios que se
tornava quase impossível atribuir, com precisão, qualquer classificação a
um psicótico ou neurótico que levasse a uma compreensão do seu caso. A
principal deficiência desse sistema de classificação era que a classificação
não conduzia a uma cura, pois não havia nenhum tratamento standard
e não havia nenhum estado óptimo que indicasse quando o tratamento
terminava. E como não havia nenhuma cura para a aberração ou doença
psicossomática, não podia haver uma classificação que indicasse qual
era a direcção que deveria ser tomada ou o que se poderia esperar
uniformemente de um caso.

221
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO QUATRO

Isto não é com certeza uma crítica aos esforços do passado, mas é
uma fonte de alívio saber que a classificação da aberração é desnecessária
por processos tão complicados como os que têm sido usados e que a
catalogação das doenças psicossomáticas, embora necessária para o
médico, não tem importância para o auditor. Na evolução da ciência
de Dianética, houve vários estádios de classificação, até que finalmente
ficou claro que o rótulo de uma condição patológica devia ser apenas
aquilo que o auditor teve de superar para conseguir a cura. Este sistema,
tal como foi desenvolvido agora através da prática, permite ao auditor
"diagnosticar" sem qualquer outro conhecimento além do contido neste
capítulo e da sua própria experiência futura.
O número de aberrações possíveis é o número de combinações
de palavras possíveis numa língua, tal como elas estão contidas nos
engramas. Por outras palavras, se um psicótico pensa que é Deus, ele tem
um engrama que diz que ele é Deus. Se está preocupado com veneno
no guisado, ele tem um engrama que lhe diz que poderá ter veneno
no guisado. Se está certo de que poderá ser despedido do emprego a
qualquer momento, muito embora seja competente e popular, ele tem
um engrama que lhe diz que está prestes a ser despedido. Se ele acha que
é feio, ele tem um engrama acerca de ser feio. Se tem medo de cobras
ou gatos, ele tem engramas que lhe dizem para temer cobras e gatos.
Se ele está certo de que tem de comprar tudo o que vê, apesar do seu
rendimento, ele tem um engrama que lhe diz para comprar tudo o que
vê. E considerando o facto de que qualquer pessoa que não seja Liberada
ou Aclarada tem mais de duzentos ou trezentos engramas e como estes
engramas contêm uma variedade considerável de linguagem, e como ele
poderá escolher uma de cinco maneiras de lidar com qualquer um desses
engramas, o problema da aberração não é importante para o auditor,
excepto quando torna a terapia mais lenta.
A maior parte das pessoas aberradas falam, em grande medida, a partir
dos seus engramas. Não importa qual possa ser o fraseado crónico do
indivíduo, o seu fraseado de raiva, o seu fraseado de apatia, a sua atitude
geral na vida, esse fraseado, quando se afasta mesmo que minimamente
da racionalidade completa, está contido em engramas. O homem que
"não consegue ter a certeza", que "não sabe" e que é céptico a respeito de

222
DIAGNÓSTICO

tudo está a falar a partir de engramas. O homem que tem a certeza de


que "isto não pode ser verdade", de que "isto não é possível", de que "a
Autoridade tem de ser consultada", está a falar a partir de engramas.
A mulher que tem tanta certeza de que precisa de um divórcio ou de
que o marido vai assassiná-la uma noite destas, está a falar a partir dos
seus próprios engramas ou dos engramas dele. O homem que entra e
diz que tem uma grande dor no estômago, que se sente "tal como se
um fio de cobre de 2,5 mm 2 de secção estivesse a atravessá-lo", muito
possivelmente foi atravessado por um fio de cobre de 2,5 mm 2 de secção
durante uma tentativa de aborto ou alguém disse isso quando ele estava a
sentir dor. O homem que diz que isto "tem de ser cortado para fora" está
a falar directamente a partir de um engrama de alguma operação dele
ou da sua mãe ou de uma tentativa de aborto. O homem que "tem de se
livrar disso" também está, possivelmente, a falar a partir de um engrama
de tentativa de aborto. O homem que "não pode livrar-se disso" poderá
estar a falar a partir da mesma fonte, mas noutra valência. Em suma, as
pessoas, especialmente quando estão a falar sobre Dianética e engramas,
falam com conversa engrâmica em jorros constantes. Normalmente, elas
não têm consciência de que estão a dizer coisas que são dramatizações
menores dos seus engramas e julgam ter chegado a essas conclusões por
elas próprias ou julgam que pensam essas coisas. A suposição e a explicação
são apenas pensamento justificativo: o analisador a desempenhar o seu
dever de garantir que o organismo tem razão, por mais tolamente que
este esteja a agir.
O auditor pode ter a certeza, sobretudo quando está a falar sobre
Dianética, de que ele vai ouvir bastante conteúdo engrâmico como
resposta; pois a discussão da mente reactiva geralmente ocorre na
linguagem que esta própria contém.
Recorde-se que a mente reactiva só pode pensar com base nesta
equação, A=A=A, em que os três A's poderão ser, respectivamente, um
cavalo, uma praga e o verbo "cuspir". Cuspir é igual a cavalos é igual
a Deus. A mente reactiva é um Simão Simplório muito zeloso, a pisar
cuidadosamente em cada tarte. Assim, quando se diz a um homem que
ele tem de apagar o conteúdo do banco reactivo, ele poderá dizer que,
se o fizesse, iria com certeza perder toda a sua ambição. Pode ter a
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO QUATRO

certeza - e isto comprova-se em terapia com grande facilidade e deixa


alguns preclears bastante envergonhados - que o seu preclear tem um
engrama que poderá ser mais ou menos assim:

(Golpe ou pancada, pré-natal)

PAI: Diabos, Inês, tu tens de livrar-te desse maldito bebé. Se tu não


o fizeres, morreremos de fome. Não ganho o suficiente para isso.

MÃE: Não, não, não posso livrar-me dele, não posso, não posso, não
posso! Juro que cuidarei dele. Trabalharei como uma escrava para o
sustentar. Por favor, não me faças livrar dele. Se o fizesse, morreria.
Ficaria louca! Perderia todas as minhas esperanças. Perderia todo o
meu interesse na vida. Perderia a minha ambição. Por favor, deixa-me
ficar com ele!

Esse é um engrama bastante comum e um aberrado pode ser


bastante sincero, "racional" e sério quando defende a sua conclusão de
que acabou de "pensar" na "computação" de que se ele "se livrar dele"
ficará louco, perderá a ambição e poderá até morrer!
Na altura em que se escreve esta obra, a maioria dos engramas que
serão encontrados nos adultos vêm dos primeiros 2 5 anos do século
XX. Esse foi o período de: "Ah, Jack Dalton, finalmente tenho-te nas
minhas mãos!" Foi o período de Sangue e Areia e de T heda Bara. Foi o
período do uísque de contrabando e do sufrágio feminino. Abrangeu
os dias da "juventude ardente" e de "Os Ianques Vêm Aí", e pedaços
dessa vida colorida estarão a exigir acção nos bancos de engramas. Os
auditores de Dianética obtiveram trechos inteiros da Grande Peça
O Ébrio a partir de engramas pré-natais, não como uma quantidade de
"lamechice" com piada, mas como um esforço sincero e apaixonado da
Mamã para reformar o Papá. Superdrama, Melodrama. E não apenas
isso, mas também tragédia. A ressaca da Década Alegre de 1890, quando
a "mulher de negócios" tinha apenas começado a ser "livre" e Carrie
N ation estava a salvar o mundo à custa dos taberneiros, será moeda
corrente nos engramas encontrados nos adultos de hoje. Os clichés e
os absurdos de ontem tornam-se, muito tragicamente, nos comandos
engrâmicos de hoje. Por exemplo, descobriu-se que um jovem muito,
DIAGNÓSTICO

muito taciturno, tinha como motivo central da sua mente reactiva as


históricas hesitações de Hamlet sobre se devia "ser ou não ser, eis a
questão". A Mamã (que era aquilo a que os auditores dados a expressões
coloquiais chamam uma "desaparafusada") obteve-o por contágio de
um pai actor, cujo fracasso em ser um Barrymore levou-o a beber e
espancar a mulher; e este jovem passava horas sentado em apatia taciturna
pensando na vida. Para classificar a sua psicose não era preciso mais do
que chamar-lhe um "jovem apático".
A maior parte do conteúdo engrâmico é apenas clichés, lugares­
-comuns e crises emocionais da Mamã ou Papá. Mas o auditor terá os
seus momentos. E quando de repente tomar conhecimento destas coisas,
o preclear terá as suas gargalhadas.
Por outras palavras, a aberração pode ser qualquer combinação de
palavras contidas num engrama. Assim, classificar por aberração não é
apenas totalmente impossível, também é completamente desnecessário.
Depois de um auditor ter percorrido um caso, ele será muito mais capaz
de apreciar isto.
Quanto às doenças psicossomáticas, como estão classificadas num
capítulo anterior, essas também dependem de combinações acidentais
ou intencionais de palavras e de toda a variedade possível de ferimentos
e de fluido e crescimento desequilibrados. Está muito bem que se chame
"tendinite" a uma dor obscura, mas o que é mais provável e exacto é que
se trate de uma queda ou ferimento antes do nascimento. A asma vem
com bastante regularidade do nascimento, assim como a conjuntivite e a
sinusite, mas quando estas podem ocorrer no nascimento há, geralmente,
antecedentes pré-natais. Assim sendo, pode-se dizer que o lugar onde
um homem ou uma mulher tem dores tem pouca importância para o
auditor, excepto para usar a doença crónica do paciente para localizar
a cadeia de engramas de compaixão, e tudo o que o auditor precisa de
saber sobre aquela doença é que alguma área do corpo do paciente lhe
dói. Para o auditor, isso é o suficiente para o diagnóstico psicossomático.
Acontece que o grau de aberração e o grau de doença psicossomática
não são os factores reguladores que determinam quanto tempo um caso
poderá levar. Um paciente poderá ser um lunático furioso e, contudo,
só precisar de cem horas para ser levado a Clear. Outro poderá ser uma

225
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO QUATRO

pessoa "bem equilibrada" e moderadamente bem-sucedida e, ainda assim,


demorar quinhentas horas para ser levado a Clear. Deste modo, tomando
em consideração que o grau de aberração e doença tem pouca influência
naquilo que interessa ao auditor (a terapia), fazer uma classificação por
meio destas é apenas um desperdício de tempo.
Porém, há coisas que dificultam o trabalho do auditor, como por
exemplo, um homem que tem uma doença cardíaca grave, impedindo
que se trabalhe muito com ele, e coisas como um paciente que tem
uma preocupação constante, como manifestação da sua vida normal,
mas essas coisas são raras e, mais uma vez, têm pouca influência na
classificação de um caso.
A regra no diagnóstico é que qualquer coisa que o indivíduo ofereça
ao auditor, como uma reacção prejudicial à terapia, é engrâmico e provará
sê-lo no processo. Qualquer coisa que impeça o trabalho do auditor é
idêntico àquilo que está a impedir o pensamento e a vida do paciente.
Considere-o da seguinte forma: o auditor é uma mente analítica (a sua
própria) confrontada com uma mente reactiva (a do preclear). A terapia
é um processo de raciocínio. Qualquer coisa que perturbe o paciente
também perturbará o auditor; qualquer coisa que perturbe o auditor
também tem perturbado a mente analítica do paciente. O paciente não
é uma mente analítica completa. De vez em quando, o auditor terá um
paciente que não faz nada senão rogar-lhe pragas, mas quando chega
a hora marcada, ali está o paciente, ansioso por continuar a terapia.
Ou o auditor poderá encontrar uma paciente que lhe diz como todo o
procedimento é inútil e como ela odeia ser trabalhada, mas se ele lhe
dissesse: "Está bem, vamos parar o trabalho", ela entraria imediatamente
em declínio. A mente analítica do paciente quer fazer a mesma coisa
que o auditor está a tentar fazer: lutar para penetrar no banco reactivo.
Por isso, o auditor, quando encontra oposição, teoria adversa sobre
Dianética, crítica pessoal, etc., não está a ouvir dados analíticos, mas sim
engramas reactivos. E ele deve prosseguir calmamente, seguro nesse
conhecimento. Porque as dinâmicas do paciente, todas as que puderem
ser concentradas na terapia, ajudarão o auditor enquanto ele for um
aliado contra a mente reactiva do preclear, ao invés de um crítico ou
atacante da mente analítica do preclear.

226
DIAGNÓSTICO

Este é um exemplo:

(Em rêverie - área básica pré-natal)

PRECLEAR: (acreditando que se refere a Dianética) Não sei. Não sei.


Simplesmente não consigo lembrar-me. Não vai dar certo. Sei que
não vai dar certo.

AUDITOR: (Técnica de Repetição, descrita mais adiante) Repassa isso.


Diz: "Não vai dar certo."

PRECLEAR: "Não vai dar certo. Não vai dar certo. Não vai dar certo...
etc., etc." Ai, o meu estômago está a doer! "Não vai dar certo. Não
vai dar certo. Não vai dar certo ... " (riso de alívio) É a minha mãe.
A falar sozinha.

AUDITOR: Muito bem, vamos apanhar o engrama todo. Começa do


princípio.

PRECLEAR: (citando recordação com somáticos [dores]) "Não sei como


se faz isto. Simplesmente não consigo lembrar-me do que a Beatriz
me disse. Simplesmente não consigo lembrar-me disso. Oh! Estou
tão desanimada. Assim não vai dar certo. Simplesmente não vai
dar certo. Queria lembrar-me do que a Beatriz me disse, mas não
consigo lembrar-me. Oh! Quem me dera ... " Eh, o que é que ela
tem aqui dentro? Ah! Maldita, isto está a começar a arder! É uma
irrigação. Eh! Deixa-me sair daqui! Traz-me para tempo presente!
Isto realmente arde!

AUDITOR: Volta ao início do incidente e passa através dele. Recolhe


quaisquer dados adicionais que consigas encontrar.

PRECLEAR: Repete o engrama, encontrando todas as frases anteriores


e algumas novas, mais alguns sons. Reconta mais quatro vezes,
"reexperimentando" tudo. Começa a bocejar, quase adormece ("inconsciência"
a soltar-se), reanima-se e repete o engrama mais duas vezes. Então, começa a
rir-se deste. O somático desapareceu. De repente, o engrama "desapareceu".
(Este foi rearquivado e ele não consegue descobri-lo novamente. Ele está
muito satisfeito.)

227
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO QUATRO

AUDITOR: Vai para o próximo momento mais antigo de dor ou


desconforto.

PRECLEAR: Uh. Mmmmm. Não consigo lá entrar. Eh, não consigo


entrar lá dentro! Estou a falar sério. Gostava de saber onde...

AUDITOR: Repete a frase: "Não consigo entrar lá dentro."

PRECLEAR: "Não consigo entrar lá dentro. Não consigo ... " Tenho
uma sensação esquisita nas minhas pernas. Sinto uma dor aguda. Eh,
que diabo está ela a fazer? Ah! Desgraçada! Meu Deus, gostava de
lhe pôr as mãos em cima pelo menos uma vez. Só uma vez!

AUDITOR: Começa do início e reconta-o.

PRECLEAR: (Reconta o engrama várias vezes, boceja soltando a


"inconsciência", ri de satisfação quandojá não consegue encontrar o engrama.
Sente-se melhor.) Oh! Bem, acho que ela teve as suas dificuldades.

AUDITOR: (Evitando cuidadosamente concordar que a Mamã teve as suas


dificuldades, visto que isso faria dele um aliado da Mamã.) Vai para o
próximo momento de dor ou desconforto.

PRECLEAR: (desconfortável) Não posso. Não me estou a mover na


linha do tempo. Estou preso. Oh, está bem. "Estou preso. Estou
preso." Não. "Está presa. Desta vez ficou presa." Não. "Desta vez
prendi-a." Ah! Desgraçada! Isto é as minhas dificuldades coronárias.
É isto! Esta é a dor aguda que sinto!

AUDITOR: Começa do princípio do engrama e reconta-o, etc.

Como se pode ver neste exemplo, cada vez que o paciente em


rêverie encontrava analiticamente o engrama mais próximo, o comando
engrâmico impingia-se ao próprio paciente, que o apresentava ao
auditor como uma opinião analítica. Um preclear em rêverie está
muito perto do material básico que origina as suas aberrações. Um
aberrado completamente desperto poderá estar a dar opiniões altamente
complexas, que defenderá até à morte como sendo suas, mas que na
realidade são apenas as suas aberrações a impingirem-se à sua mente

228
DIAGNÓSTICO

analítica. Os pacientes continuarão a declarar que sabem que o auditor


é perigoso, que ele nunca devia ter começado a dar-lhes terapia, etc., e
ainda assim continuarão a trabalhar bem e eficientemente. Esta é uma
das razões por que o Código do Auditor é tão importante: o paciente
está tão ansioso por se aliviar dos seus engramas quanto se poderia
desejar, mas os engramas dão a impressão de estarem muito longe de
ansiar por serem aliviados.
Também se verá no exemplo acima que o auditor não está a fazer
qualquer sugestão positiva. Se a frase não é engrâmica, o paciente
dir-lhe-á isso muito rapidamente e com toda a clareza e, embora esta
frase ainda possa ser engrâmica, o auditor não tem grande influência
no preclear em rêverie, para além de o ajudar a atacar engramas. Se o
preclear contradissesse qualquer uma das coisas acima, isso quer dizer
que o engrama contendo as palavras sugeridas não está pronto para ser
aliviado, sendo necessária uma paráfrase diferente.
Logo, o diagnóstico é uma coisa que cuida de si própria no plano
aberrativo e psicossomático. O auditor poderia ter adivinhado - e
guardado para si - que uma série de tentativas de aborto estava a surgir
no exemplo acima, antes de entrar na área. Ele poderá ter adivinhado
que a indecisão do paciente vinha da mãe dele. Contudo, o auditor não
comunica as suas suposições. Isto seria uma sugestão e o paciente poderia
agarrar-se a ela. Cabe ao preclear descobrir. Por exemplo, o auditor não
podia ter sabido onde estava, na linha do tempo, a "dor coronária" do
preclear, nem a natureza do ferimento. Andar para trás e para a frente à
procura de uma dor específica seria apenas uma perda de tempo. Todas
essas coisas cederão no decorrer da terapia. O único interesse nessas
coisas é saber se as aberrações e as doenças irão ou não desaparecer,
para nunca mais voltar. No final da terapia, elas terão desaparecido. No
início, elas são apenas complicação.
O diagnóstico da aberração e da doença psicossomática não é, então,
uma parte essencial do diagnóstico de Dianética.
O que nos interessa é o funcionamento mecânico da mente. Essa é
a esfera do diagnóstico. Quais são as mecânicas operativas da mente
analítica?
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO QUATRO

1. Percepção: visão, ouvido, táctil e dor, etc.


2. Recordação: visio-cor, tom-sónico*, táctil, etc.
3. Imaginação: visio-cor, tom-sónico, táctil, etc.

Estes são os processos mecânicos. O diagnóstico lida primariamente


com estes factores e, com estes factores, pode determinar a quantidade
de tempo que um caso deveria levar, o grau de dificuldade do caso, etc.
E só precisamos de alguns destes factores.
Isto é ainda mais simplificado num código:

1. Percepção: acima ou abaixo do óptimo.


a. Visão.
b. Som.
2. Recordação: abaixo do óptimo:
a. Sónico.
b. Visio.
3. Imaginação: acima do óptimo:
a. Sónico.
b. Visio.

Por outras palavras, quando examinamos um paciente antes de fazer


dele um preclear (ao iniciá-lo na terapia), estamos interessados em apenas
três coisas: percepção de mais ou de menos; muito pouca recordação,
demasiada imaginação.
Por Percepção, queremos dizer quão bem ou mal ele pode ouvir, ver
e sentir.
Por Recordação, queremos saber se ele pode recordar por sónico
(ouvido), visio (vista) e somático (sensação).
Por Imaginação, queremos saber se ele "recorda" excessivamente os
sónicos, visios ou somáticos.
Vamos deixar isto extremamente claro: isto é muito simples, não é
complexo e não requer um grande exame. Mas é importante e determina
o tempo de duração da terapia.
* "Visio" quer dizer recordação visual em Dianética. "Sónico" significa recordação sonora.
"Somático" significa recordação de dor. Um paciente que pode ver, ouvir e sentir dor,
armazena essas coisas. Ao lembrá-las, o "Eu" recorda-as como visio, sónico e somático.
DIAGNÓSTICO

Não há nada de errado com uma imaginação activa, contanto que


a pessoa saiba que está a imaginar. O tipo de imaginação que nos
interessa é aquela que é usada para "dub-in" inconsciente e somente
esse tipo. Uma imaginação activa que o paciente sabe ser imaginação,
é algo extremamente valioso para ele. Uma imaginação que substitui a
recordação cria transtornos sérios na terapia.
A cegueira e a surdez "histéricas" ou visão ou ouvido amplificados
são úteis no diagnóstico. A primeira, a cegueira "histérica", significa que
o paciente tem medo de ver; a surdez "histérica" significa que ele tem
medo de ouvir. Estas requererão muita terapia. Do mesmo modo, a visão
amplificada e o ouvido amplificado, embora não sejam tão maus como a
cegueira e a surdez, são um índice do quanto um paciente está realmente
amedrontado e, muitas vezes, são um índice directo do conteúdo pré-natal
em termos de violência.
Se o paciente tem medo de ver com os seus olhos ou de ouvir com os
seus ouvidos em tempo presente, pode estar certo de que existe muita
coisa no seu passado para lhe meter medo, pois estas percepções não se
"desligam" facilmente.
Se o paciente se sobressalta com sons e se assusta com visões ou é
muito perturbado por estas coisas, pode-se dizer que as suas percepções
estão amplificadas, o que significa que o banco reactivo contém muita
coisa rotulada como "morte".
As recordações que nos interessam no diagnóstico são apenas aquelas
que estão abaixo do nível óptimo. Quando estão "acima do óptimo",
elas são de facto imaginação que substituiu a recordação como dub-in.
A recordação (abaixo do óptimo) e a imaginação (acima do óptimo)
formam de facto um grupo, mas mantemo-las separadas para efeitos de
simplicidade e clareza.
Se o paciente não consegue "ouvir" sons ou vozes em incidentes
passados, ele não tem sónico. Se não "vê" cenas de experiências passadas
com imagens coloridas em movimento, ele não tem visio.
Se o paciente ouve vozes que não existiram ou vê cenas que não
existiram e, ainda assim, supõe que essas vozes realmente falaram e que
essas cenas eram reais, temos "imaginação acima do óptimo". Em Dianética,
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO QUATRO

a recordação de som imaginário seria hipersónico; a recordação de visão


imaginária, hipervisio (hiper = acima de).
Tomemos exemplos específicos de cada uma destas três classes e
demonstremos como elas se tornam fundamentais na terapia, e como
a sua presença ou ausência pode tornar um caso difícil.
Um paciente com um leve caso de surdez "histérica" é alguém que tem
dificuldade em ouvir. A surdez pode ser orgânica, mas se o for, ela não
variará de vez em quando. Este paciente tem alguma coisa que ele tem
medo de ouvir. Ele põe o rádio muito alto, faz as pessoas repetirem-se
continuamente e não percebe partes da conversa. Não vá ao manicómio
para encontrar este grau de surdez "histérica". Há homens e mulheres
que são "histericamente" surdos sem terem qualquer conhecimento
consciente disso. Simplesmente "não ouvem muito bem". Em Dianética,
isto está a ser chamado hipoauáição (hipo = abaixo de).
O paciente que está sempre a perder alguma coisa que se encontra
relativamente perto dele, que não vê postes de sinalização, cartazes de
teatro e pessoas que estão claramente à vista, é "histericamente" cego
até certo grau. Ele tem medo de que irá ver alguma coisa. Em Dianética,
isto está a ser chamado hipovisão, visto que a palavra "histérica" é muito
inadequada e excessivamente dramática.
Depois há o caso da percepção acima do óptimo. Isto não é neces­
sariamente imaginação, mas pode chegar ao ponto de se ver e ouvir
coisas que nem sequer estão presentes, o que por acaso é uma insanidade
comum. Estamos interessados num grau menos dramático de operação
normal.
Por exemplo, uma jovem que vê alguma coisa ou pensa que vê
alguma coisa, mas sabe que não está a vê-la e fica muito espantada, que
salta de medo quando alguém entra silenciosamente numa sala e que
habitualmente se assusta muito, está a sofrer de visão amplificada. Ela
tem medo de encontrar alguma coisa, mas em vez de estar cega para
esta coisa, ela está demasiado atenta. Isto é hipervisão.
Uma pessoa que se assusta muito com ruídos, com sons em geral,
com certas vozes, que fica com dor de cabeça ou se irrita quando as
pessoas à sua volta são "barulhentas" ou quando a porta bate ou quando
DIAGNÓSTICO

há barulhos de pratos, é uma vítima de ouvido amplificado. Ela ouve


os sons muito mais altos do que realmente são. Isto é hiperaudição.
A qualidade real do que vê e ouve não precisa de ser boa. Os órgãos
da vista e do ouvido podem estar em más condições. O único facto
importante é o "nervosismo" acerca da recepção.
Isto estabelece as duas percepções que nos interessam em Dianética.
Quando o auditor fala com as pessoas à sua volta e obtém as suas reacções
ao que vêem e ouvem, ele encontrará uma grande variedade na qualidade
das respostas.
A recordação é o que tem uma importância mais directa para a
terapia, pois não se trata de um sintoma, mas sim de uma ferramenta
real de trabalho. Há muitas maneiras de usar a recordação. O Clear
tem uma recordação nítida e exacta para cada um dos sentidos. Poucos
aberrados a têm. O auditor não está interessado noutros sentidos além
da vista e do ouvido, porque os outros serão tratados no decurso normal
da terapia. Mas se ele tem um paciente sem sónico, cuidado! Se tem um
paciente sem sónico nem visio, que esteja atento! Esta é a personalidade
multivalente, o esquizofrénico, o paranóico da psiquiatria, com sintomas
que não são suficientemente agudos para que sejam classificados assim
na vida normal. Isto não quer dizer, digo enfaticamente que isto não
quer dizer, que as pessoas sem recordação de visão e som sejam insanas,
mas implica um caso acima da média e significa que o caso tomará
algum tempo. Isto não quer dizer que o caso seja "incurável", pois
nada pode estar mais longe da verdade, mas tais cas�s às vezes levam
quinhentas horas. Isto significa simplesmente que um caso assim não
é nenhum passeio pelo parque. Existe algum drama lá atrás na mente
reactiva que diz: "Não vejas! Não ouças!" Alguns dos engramas nesse
caso exigem uma recordação reduzida ou a ausência de recordação. Os
órgãos da vista e do ouvido poderão ser extremamente amplificados na
sua recepção. Isto não quer dizer que alguma coisa precisa de estar mal
na maneira como essa pessoa percepciona ondas sonoras ou luminosas
e as regista. Mas quer dizer que depois de as ter registado, ela não pode
retirá-las facilmente do banco padrão, porque o banco de engramas
reactivo instalou circuitos (circuitos demónio de oclusão) para impedi-la

233
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO QUATRO

de se informar sobre o seu passado. É natural que haja graus maiores


ou menores de recordação.
O teste é simples. Diga ao paciente, totalmente desperto, que volte
ao momento em que estava a entrar na sala. Pergunte-lhe o que estava a
ser dito. Se ele pode "ouvi-lo", totalmente desperto, ele tem recordação
sónica. O auditor sabe muito bem o que foi dito, pois se pretende usar
este teste, ele diz um determinado conjunto de palavras e nota quais
são os sons reais presentes. Assim, se o paciente pertence à categoria
seguinte, o dub-in, o auditor ficará ciente disso.
O teste de recordação de visão é igualmente simples. Mostre ao
paciente um livro com uma ilustração. Passado algum tempo, peça-lhe
que "volte atrás", enquanto está totalmente desperto, e olhe para esse
livro "na sua mente" e verifique se ele o pode ver. Se ele não pode, isto
é hipovisio.
Outros testes semelhantes a estes estabelecerão claramente se o nosso
paciente é ou não cego ou surdo em recordação, ou se ele pertence ao
grupo seguinte.
A imaginação demasiado activa que faz entusiasticamente dub-in da
visão e do som para o paciente, sem o seu conhecimento, é uma coisa
que é definitivamente um empecilho à terapia rápida. Existem muitos
circuitos demónio que enredam o pensamento, mas estes demónios de
dub-in específicos significam que o auditor vai obter uma quantidade
terrível daquilo a que os auditores chamam coloquialmente "lixo" *. Existe,
enquanto eles continuam a usar alguma da terminologia indubitavelmente
embaraçosa que continua a surgir neste campo, a despeito de tudo o que
se possa fazer quanto a isso, algo em acção na mente que é uma "fábrica
de mentiras" **.
O paciente, a quem se pediu que recontasse a conversa que teve
quando entrou pela porta, através de "ouvi-la" novamente, poderá
começar confiantemente a apresentar todo o tipo de discursos que são
uma paráfrase completa ou totalmente fictícios. Quando se lhe pede que
* Ao lixo chamou-se tecnicamente delusão na obra filosófica de Dianética, mas o termo é
demasiado áspero e crítico, pois quem é que não tem alguma ideia errónea de um
incidente passado?
** Fábrica de mentiras é, tecnicamente, uma frase contida num engrama que exige que
se digam mentiras. Era originalmente chamada um fabricador.

234
DIAGNÓSTICO

fale da imagem e da página que lhe foi mostrada, ele "verá" nitidamente
muito mais do que lá estava ou verá uma coisa inteiramente diferente. Se
ele tiver dúvidas acerca disso, esse é um bom sinal. Se ele tiver a certeza,
cuidado, pois trata-se de um circuito demónio a fazer dub-in sem o seu
conhecimento analítico, e o auditor terá de ouvir mais incidentes que
nunca aconteceram do que ele poderia catalogar, e terá de destrinçar e
escolher continuamente o seu caminho através desse "lixo", para levar o
seu preclear a um ponto em que os dados sejam fiáveis. (E não se trata
de classificar algo como "lixo" devido à sua improbabilidade - a verdade
é sempre mais estranha do que a ficção. Isto é uma questão de tentar
reduzir engramas que não estão presentes ou contornar engramas que
estão presentes, e assim por diante, numa grande salgalhada.)
O preclear óptimo seria aquele que tivesse uma resposta mediana
aos ruídos e v istas, que tivesse sónico e visio precisos e que pudesse
imaginar, e saber que estava a imaginar, em cor-visio e tom-sónico.
Compreenda claramente que este indivíduo poderá ter aberrações que
o fazem subir todas as chaminés da cidade, beber tudo até à última pinga
em todos os bares todas as noites (ou pelo menos tentar), espancar a
mulher, afogar os filhos e supor que ele é um pássaro jub-jub. Quanto
a psicossomáticos, ele poderá ter artrite, problemas de vesícula biliar,
dermatite, enxaquecas e pés chatos. Ou poderá ter aquela aberração
muito mais horrível: o orgulho de ser vulgar e "ajustado". Ainda assim,
ele é um caso relativamente fácil de Aclarar.
No caso que tem o sónico e o visio desligado, sem dub-in, estamos a
lidar com engramas que desligaram alguns dos mecanismos primários
de funcionamento da mente. O auditor terá de batalhar durante horas e
horas, a tentar contactar engramas, quando o paciente não os pode ouvir
ou ver. Um caso que tem meramente a recordação sónica desligada ainda
significa que o auditor terá de trabalhar muito mais do que num caso
mediano. Este caso está muito, muito longe de ser impossível de resolver.
A ideia aqui não é af ugentar quem queira fazer qualquer tentativa
num caso desses. Mas este caso só será resolvido após muito esforço
persistente. Tal pessoa poderá, aparentemente, ser muito bem-sucedida.
Ela poderá ser extremamente inteligente. Poderá ter poucas ou nenhumas
doenças psicossomáticas. Ainda assim, verificar-se-á que ela tem um
banco de engramas abarrotado, podendo qualquer parte deste entrar
235
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO QUATRO

em restimulação a qualquer momento e esmagá-la. Contudo, este tipo


de caso normalmente está muito preocupado e ansioso a respeito de
muitas coisas, e essa preocupação e ansiedade poderão acrescentar um
pouco mais de tempo à folha de trabalho.
No caso da pessoa que tem dub-in e que o ignora, a quem os circuitos
estão a entregar recordação alterada, temos um caso que é muito provável
que venha a ser muito demorado e a exigir um tratamento hábil. Porque
existe uma fábrica de mentiras algures naquele banco de engramas. Este
caso poderá ser a personificação da veracidade na sua vida diária. Mas
quando começa a enfrentar os seus engramas, estes têm um conteúdo
que o faz entregar material que não está lá.
Então, de maneira nítida e clara, sem qualquer ressalva ou condição
adicional, este é o diagnóstico de Dianética: a aberração é o conteúdo
engrâmico; a doença psicossomática é o ferimento antigo. As percepções
de visão e som, recordação abaixo do óptimo, imaginação acima do
óptimo regulam a duração do caso.
Se o auditor quiser ser meticuloso, ele pode situar, mental e
fisicamente, a posição geral do indivíduo na Escala de Tom. A mulher
que é lenta e apática está, naturalmente, mais ou menos no Tom O. 5,
na parte da Zona O da escala dinâmica apresentada anteriormente neste
livro. Se o homem é irado ou hostil, o auditor pode marcá-lo como 1.5
ou algures dentro da Zona 1 da escala de sobrevivência. Estas marcações
aplicar-se-iam ao tom médio provável do agregado de engramas na
mente reactiva. Isto é interessante, porque significa que uma pessoa
na Zona O tem muito mais probabilidade de estar doente e é um caso
ligeiramente mais difícil do que uma pessoa na Zona 1. E como a terapia
eleva o tom para a Zona 4, o 1.5 está mais perto do objectivo.
É difícil calcular o tempo em terapia. Como dissemos antes, ela
tem diversas variáveis, tais como a perícia do auditor, os elementos
restimulativos no ambiente do paciente e o simples volume de engramas.
Aconselha-se o auditor, no seu primeiro caso, a procurar algum
membro da família ou um amigo que esteja o mais próximo possível do
preclear óptimo, o que quer dizer, uma pessoa com recordação de visio e
sónico e com percepções medianas. Ao aclarar este caso, ele irá aprender,
em primeira mão, muito sobre aquilo que se pode esperar nos bancos
DIAGNÓSTICO

de engramas de qualquer mente, e verá claramente como os engramas


se comportam. Se o próprio auditor pertence a uma das categorias mais
difíceis e ele pretende trabalhar com alguém que pertença a uma dessas
categorias, isso não oferece grande dificuldade. Qualquer dos casos
pode ser Liberado num centésimo do tempo de qualquer técnica de
cura mental anterior, e eles podem ser Aclarados, se for aplicado um
mínimo de perícia, em quinhentas horas de trabalho por cada caso.
Mas se os dois casos são particularmente difíceis, seria conveniente que
cada um encontrasse e Aclarasse um preclear próximo do óptimo, antes
de trabalharem um com o outro. Deste modo, cada um deles será um
operador competente quando abordar os casos mais difíceis.
Isso é quanto ao diagnóstico. As outras percepções, recordações e
imaginações são interessantes, mas não são vitais para a medição do
tempo no caso. O QI, a menos que esteja no nível do débil mental, não
é um factor importante. E mesmo então, o QI de qualquer paciente
sobe como um foguete ao ser aclarado e sobe durante todo o tempo de
trabalho.
Há insanidades orgânicas. As psicoses iatrogénicas (causadas por
médicos) são equívocas em Dianética, pois parte da maquinaria poderá
ter sido destruída.No entanto, em muitas psicoses orgânicas, um caso
pode ser melhorado por Dianética, mesmo que não se possa atingir um
nível óptimo. E portanto, tudo o que um auditor pode fazer é tentar. Até
agora, as insanidades causadas por partes ausentes do sistema nervoso
não foram extensivamente investigadas pelos auditores. A finalidade
de Dianética não é ressuscitar cadáveres; a ênfase principal tem sido
a produção de uma mente óptima na pessoa normal ou meramente
neurótica. Dianética pode ser, está a ser e será usada de outras maneiras.
Mas por haver tantas pessoas potencialmente valiosas, que podem ser
tornadas altamente valiosas para elas próprias e para a sociedade, tem-se
dado ênfase às aberrações inorgânicas e às doenças psicossomáticas
orgânicas. Casos que foram submetidos a lobotomia pré-frontal (que
corta uma secção da mente analítica), a topectomia (que remove pedaços
do cérebro, tal como um descaroçador de maçãs descaroça maçãs), a
leucotomia transorbital (que, enquanto o paciente está a ser submetido a
electrochoques, enfia um picador de gelo comum em cada olho e atinge

237
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO QUATRO

o analisador, para o desfazer em pedaços) e a "terapia" de electrochoques


(que queima o cérebro com 110 volts), bem como o choque de insulina
e outros tratamentos, são considerados equívocos em Dianética. Há
insanidades orgânicas comuns, tais como a paresia, mas mesmo assim,
a maioria destas pode beneficiar com Dianética. Q
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO CINCO

o RETORNO,
o ARQUIVISTA
e a LINHA do TEMPO

ExISTE UM MÉTODO de "pensar" que o Homem ignorava possuir.


Se quiser uma ilustração deste, pergunte a uma criança se ela gostaria
de andar de trenó, na memória. Ela tentará lembrar-se da última vez
que andou no seu trenó. Franzirá o sobrolho e talvez enrugue a testa.
Agora diga-lhe que volte à última vez que andou de trenó. Persuadida, ela
apresentará uma experiência completa e, a menos que seja seriamente
aberrada, poderá falar-lhe sobre a neve que lhe escorregava pela gola
e assim por diante. Ela está mesmo lá, andando de trenó, nadando ou
fazendo aquilo que você tiver escolhido.
O Homem, quando pensava nisto, se alguma vez pensou, deve tê-lo
confundido com imaginação. Mas não é imaginação. Qualquer pessoa,
a menos que esteja muito severamente aberrada, pode ser "enviada
para trás", completamente desperta, a uma experiência do passado. Nos
testes iniciais, deve-se usar experiências que não sejam muito antigas e
experiências que sejam agradáveis.
Isto não é memória como meio da pessoa "se lembrar de algo". Isto é
retornar. Lembrar é um processo muito mais complicado do que retornar.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO CINCO

A razão por que as pessoas andam por aí a tentar lembrar-se de algum


dado específico ou complexo, quando podem retornar, é um mistério,
quando se considera objectos perdidos, coisas lidas, conversas tidas e
assim por diante. Claro que lembrar tem um papel muito definido e
é um processo automático que dá ao "Eu" conclusões e dados num fluxo
ininterrupto. Mas quando se deseja uma informação muito exacta e
específica, ou quando se busca um prazer passado para o contemplar, o
retorno é muito mais adequado.
O hipnotizador, com muitos berliques e berloques, voltas de mão e
por aí fora, tem uma coisa a que ele chama "regressão". Esta é uma coisa
muito complicada e requer que a pessoa esteja hipnotizada. É verdade
que a regressão tem valor para a pesquisa, porque através da hipnose, esta
evita oclusões que, noutras circunstâncias, não são fáceis de contornar. E
a regressão prestou um bom serviço a Dianética quando o autor estava
a verificar os seus dados sobre bancos de memória. Mas é evidente que
não tinha ocorrido a ninguém que a regressão é um uso artificial de um
processo natural.
Não há dúvida que algumas pessoas usam o retorno para al guma parte
do seu trabalho mental. E essas pessoas provavelmente pensam que
"toda a gente" faz o mesmo, o que está longe de ser verdade. Mas mesmo
essas pessoas que retornam naturalmente, raras vezes compreendem que
este é um processo distinto, muito diferente do lembrar.
As pessoas também revivem sem estarem hipnotizadas ou drogadas;
isto é mais raro. Se uma pessoa se põe a contemplar uma glória passada,
por algum tempo, começará a revivê-la, em vez de simplesmente retornar.
Em Diariética, temos tido muito a ver com "espectros". O espectro
de gradações é um mecanismo muito melhor para a filosofia do que o
"pêndulo" de Aristóteles, que oscilava de um extremo para o outro. Nós
temos o espectro das dinâmicas. Nós chamamos-lhes as quatro dinâmicas,
através das quais se expressa o comando SOBREVIVER! As quatro são
na realidade um grande número de gradações, começando nas células
do "Eu", passando pelo "Eu", pela família e filhos, pelo clube, cidade e
estado, pela nação, raça e hemisfério e, finalmente, toda a Humanidade.
Isso é um espectro: gradações de algo que na realidade são a mesma
coisa, mas que têm um campo ou alcance cada vez mais vasto.
O RETORNO, o ARQUIVISTA e a LINHA do TEMPO

De uma forma muito parecida com o espectro de SOBREVIVER!,


temos em acção um espectro de memória. Primeiro, há a memória no
seu sentido mais exacto de tempo presente. Depois, há a memória do
passado. Depois, há mais memória do passado. E assim, entramos numa
parte do espectro que tem sido ignorada: parte do "Eu" retorna ao
passado, depois uma parte maior do "Eu" retorna ao passado (neste ponto
temos o retorno) e finalmente, no extremo, todo o "Eu" está lá atrás no
passado. Primeiro está a lembrança. Esta é a que está mais distante dos
dados exactos (excepto num Clear). Depois, está o retorno, no qual parte
do "Eu" está realmente no passado e os registos parecem ser percepções
que ele está de facto a experimentar. Depois, há o reviver, em que o
indivíduo naquele momento está tão completamente no passado que,
se o assustassem enquanto está a recordar uma experiência infantil, ele
reagiria tal como teria reagido quando era um bebé.
Há muitas noções aberradas, nesta sociedade actual, sobre os males
de se viver no passado. Estas resultam, em parte, de uma relutância que
as pessoas aberradas têm em enfrentar e compreender o ontem.
Uma das fontes primárias da "má memória" é a mãe. Foi tão frequente
a mãe ficar suficientemente tomada de pânico perante a ideia de o filho
se lembrar do que ela lhe fez, que parece ter surgido uma aberração
que abrange toda a Humanidade. O caso típico da tentativa de aborto
tem quase sempre uma infância e uma meninice repletas da Mamã
a assegurar-lhe que ele não pode lembrar-se de nada de quando ele
era um bebé. Ela não quer que ele se lembre do quanto ela foi hábil,
ainda que malsucedida, nas suas tentativas com vários instrumentos.
Possivelmente, a própria memória pré-natal seria uma simples memória
comum, que toda a raça poderia recordar totalmente, se esta consciência
pesada na mãe não tivesse andado por aí durante todos estes milénios.
No decurso normal do seu trabalho, o auditor ver-se-á muito atarefado
com a Mamã a gritar objecções quanto ao seu filho ou filha, já crescidos,
entrarem em terapia, por causa do que eles poderão descobrir. Há
auditores que já viram a Mamã ter um esgotamento nervoso completo,
perante a ideia de o seu filho se lembrar de incidentes pré-natais. A
propósito, nem tudo isto se deve a tentativas de aborto. Muitas vezes,
a Mãe teve mais alguns homens além do Papá, de que o Papá nunca
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO CINCO

soube, e a Mamã muitas vezes prefere condenar o seu filho à doença,


à insanidade ou simplesmente à infelicidade, em vez de deixar que ele
siga o seu curso como preclear, muito embora a mãe, declaradamente,
não tem qualquer lembrança de algum mal que tenha acontecido à
criança. Quando a própria Mãe recebe terapia, ela normalmente oferece
a verdade de livre e espontânea vontade. Esta é a fonte de porque é
que a boa memória é desencorajada numa sociedade e porque é que a
memória infantil e pré-natal é ignorada, já para não falar da capacidade
de retornar e reviver.
O sistema de índice do banco padrão é uma coisa maravilhosa de
contemplar. Está tudo ali, arquivado por assunto, arquivado por tempo
e arquivado por conclusões. Todas as percepções estão presentes.
Com o sistema de arquivo por tempo, temos aquilo que em Dianética
se chama uma linha do tempo. Voltar atrás, ao longo dessa linha, com
parte do "Eu" é retornar. Esta linha está definitivamente presente, tanto
para os dados conscientes como para os "inconscientes". A linha do
tempo tem um enorme interesse para o auditor.
A mente é um computador bem construído e tem vários serviços. Os
auditores, afastando-se do latim e da complexidade, chamam arquivista*
à fonte de um desses serviços. Este nome não é muito dignificante e
é certamente antropomórfico. Não existe nenhum homenzinho ou
mulherzinha de viseira verde. Mas a acção que ocorre é muito parecida
com a que aconteceria, se tal entidade realmente residisse dentro
da mente.
O arquivista é o monitor do banco. "Ele" monitoriza o banco de
engramas reactivo e os bancos padrão. Quando o auditor, ou o "Eu", lhe
pede um dado, ele entregará o dado ao auditor através do "Eu". Ele é
ligeiramente idiota quando lida com o banco de engramas reactivo, um
contágio da mente reactiva, e às vezes entregará frases com trocadilhos
e sonhos malucos, quando devia estar a entregar dados sérios.
Se o auditor pedir ao preclear a última vez que ele viu um filme, o
arquivista entregará o filme, a data em que este foi visto, a idade e o
* Tecnicamente, o nome do arquivista poderia ser "unidades monitoras do banco", mas a
frase seria demasiado desajeitada para usar.
O RETORNO, o ARQUIVISTA ea LINHA do TEMPO

estado físico da pessoa, todos os percépticos, o enredo do filme, o estado


do tempo - em suma, entregará tudo o que estava presente e ligado ao
filme.
Na vida comum, o arquivista fornece memória ao "Eu", a um ritmo
rápido. Uma boa memória obtém os seus dados em fracções de segundo.
Se o arquivista tem de fazer a memória contornar várias oclusões
reactivas, os dados poderão levar minutos ou dias a chegar.
Se tivéssemos uma grande máquina de computação do modelo mais
moderno, esta teria um "banco de memória" de cartões perfurados ou
algo parecido, e precisaria de ter um dispositivo selector e alimentador
para entregar os dados que a máquina quer. O cérebro tem um dispositivo
destes - não poderia operar sem ele. Trata-se do monitor do banco, o
arqu1v1sta.
Lembre-se dessas duas partes da mente, a linha do tempo e o arquivista,
e lembre-se deste mecanismo do retorno. Estas são as três coisas que
usamos com os bancos reactivo e padrão, na rêverie de Dianética.
O arquivista é um sujeito muito prestável. Se tem tido dificuldades
em chegar ao "Eu", contornando oclusões e circuitos reactivos em geral,
ele é particularmente prestável. Ele coopera com o auditor.
Poder-se-ia considerar o sistema monitor com base nas unidades
de atenção, em que se poderia supor que um homem teria mil. Assim,
o "Eu" de um Clear teria à sua disposição mil unidades de atenção
possíveis. No aberrado, provavelmente cinquenta estão à disposição
do "Eu", quinhentas ou seiscentas foram absorvidas pelos engramas
reactivos, e as restantes estão a ser usadas de várias maneiras, além de
comporem esse mecanismo a que chamamos o monitor do banco, o
arqu1v1sta.
É como se o arquivista, num aberrado, preferisse trabalhar com o
auditor em vez de trabalhar com o aberrado. Isto poderá parecer um
facto espantoso, mas é um facto científico. Logo, o arquivista trabalha
melhor quando está a seleccionar dados dos bancos do preclear para os
apresentar ao auditor. Este é um aspecto da lei da afinidade. O arquivista
do "Eu" e o auditor são uma equipa, e muitas vezes trabalham em estreita
harmonia sem consentimento suficiente, pelo menos que se note, do
analisador do preclear.
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO CINCO

O retorno é efectuado com mais facilidade no aberrado se o auditor


dirigir-se ao arquivista, não ao paciente. Na realidade, isto pode ser
feito com o paciente completamente desperto. O auditor pede-lhe
informação, diz-lhe que volte a ela. O "Eu", de repente, está na posse
de todo o arquivo. Alguma coisa dentro da mente trabalha, então, em
estreita harmonia com o auditor e trabalha melhor para o auditor do
que para a pessoa em cuja mente ele está. Isso é o arquivista.
O objectivo do auditor é pegar naquilo que o arquivista oferece e
impedir que o arquivista seja esmagado por dados reactivos. Logo que o
arquivista entrega os dados, cabe ao auditor assegurar que o preclear os
repasse vezes suficientes para os descarregar. O mecanismo para se fazer
isto é extremamente simples. Para tornar as coisas mais fáceis e impedir
que o preclear seja distraído, o auditor segue uma rotina em cada sessão,
que põe o paciente na disposição de deixar o arquivista trabalhar.
O paciente senta-se numa cadeira de braços confortável ou deita-se
num divã, numa sala sossegada, onde as distracções percépticas sejam
mínimas. O auditor diz-lhe que olhe para o tecto. O auditor diz: "Quando
eu contar de um a sete, os teus olhos fechar-se-ão." Então, o auditor
conta de um a sete e continua a contar, calma e agradavelmente, até que
o paciente feche os olhos. Na rêverie óptima, observar-se-á um tremor
das pálpebras.
Esta é toda a rotina. Considere que esta é mais um sinal de que os
trabalhos estão a começar e um meio de concentrar o paciente nas suas
próprias preocupações e no auditor, do que qualquer outra coisa. Isto não
é hipnotismo. É extremamente diferente. Em primeiro lugar, o paciente
sabe tudo o que está a acontecer à sua volta. Ele não está "adormecido"
e pode sair disso a qualquer momento que queira. Tem liberdade para
se movimentar (mas normalmente o auditor não lhe permite fumar,
porque isso distrairia o paciente).
O auditor assegura-se muito bem de que o paciente não está
hipnotizado ao dizer-lhe, antes de começar a contar: "Saberás tudo o
que acontece. Poderás lembrar-te de tudo o que ocorrer. Podes exercer
o teu próprio controlo. Se não gostares do que está a acontecer, podes
sair disso instantaneamente. Agora, um, dois, três, quatro", etc.
O RETORNO, o ARQUIVISTA ea LINHA do TEMPO

Para ter uma certeza dupla, porque não queremos qualquer


hipnotismo, mesmo que seja acidental, o auditor instala um cancelador.
Este passo é extremamente importante e não deve ser omitido, mesmo
quando tiver a certeza absoluta de que ele não é influenciado pelas suas
palavras de modo algum. O auditor poderá, inadvertidamente, usar
linguagem restimulativa que fará key-in de um engrama. Ele poderá,
especialmente quando é novo em Dianética, usar algo como um segurador
ou um negador, dizendo ao preclear que "fique ali", quando ele está
retornado na linha do tempo, ou pior ainda, dizer-lhe que "esqueça isso",
uma frase que pertence à classe de frases do mecanismo esquecedor e que
tem um efeito aberrativo extremamente severo, negando completamente
os dados ao analisador. Para impedir que tais coisas aconteçam, o
cancelador é vital. Este é um contrato com o paciente, em que qualquer
coisa que o auditor diga não será literalmente interpretado, nem
será usado de nenhum modo pelo paciente. O cancelador é instalado
imediatamente depois de se ter estabelecido a condição de rêverie.
O fraseado do cancelador é mais ou menos este: "No futuro, quando
eu pronunciar a palavra cancelado, tudo aquilo que eu te tenha dito,
enquanto estás numa sessão de terapia, ficará cancelado e não terá
qualquer força sobre ti. Qualquer sugestão que eu te tenha feito ficará
sem efeito quando eu disser a palavra cancelado. Compreendes?"
A palavra cancelado depois é dita ao paciente, imediatamente antes de
lhe ser permitido abrir os olhos, no fim da sessão. Não é mais alargado
do que isto. Usa-se apenas essa palavra.
O cancelador é vital. Este impede a sugestão positiva acidental. O
paciente poderá ser sugestionável ou até mesmo estar num leve transe
hipnótico permanente (muitas pessoas passam a vida toda num transe
assim). Um engrama é na realidade uma sugestão hipnótica. Poder-se-ia
dizer que o propósito da terapia é despertar uma pessoa em todos os
períodos da sua vida em que ela foi forçada a ficar "inconsciente".
Dianética desperta as pessoas. Não é hipnotismo, que faz as pessoas
adormecerem. A terapia de Dianética desperta-as. O hipnotismo
põe-nas a dormir. Será que é possível pedir uma maior diferença de
polaridade? A terapia de Dianética remove engramas. O hipnotismo
instala engramas. Além disso, Dianética é uma ciência, um corpo de
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO CINCO

conhecimento organizado. O hipnotismo é um instrumento e uma arte


e é uma variável tão aleatória que há muitos séculos que o Homem
desconfia dela como uma coisa perigosa, muito embora a usasse.*
Inevitavelmente, o auditor encontrará casos que cairão num sono
hipnótico, apesar de tudo o que ele possa fazer para impedi-lo.
Tais casos têm engramas que os levam a fazer isto, tal como outros
casos têm engramas que os fazem ficar acordados. Então, o auditor
não menciona "dormir" nem "acordar". Ele pega nos seus casos,
onde quer que eles se encontrem no seu próprio nível de inversão, e
trabalha-os a partir daí. Alguns pacientes implorarão que os droguem
ou ponham em transe. Deixe-os implorar! No final, a rêverie resultará
num Clear; as drogas e o hipnotismo resultam em dependência do
auditor e muitos outros aspectos indesejáveis. Um caso demora mais
em transe amnésico do que em rêverie. Os ganhos na rêverie são certos.
O paciente fica cada vez melhor. Quando se usa o transe amnésico ou
hipnotismo, em vez da rêverie, por mais que pareça que os dados surgem
com facilidade, a grande maioria dos casos assim tratados experimenta
pouco alívio, até que o caso esteja quase completado, altura em que
o paciente, há tanto tempo desconfortável, fica bom de repente. O
hipnotismo traz consigo a transferência, uma enorme responsabilidade
do operador e outros impedimentos, os quais Dianética, na sua longa
prática, tem dispensado. O hipnotismo foi usado para pesquisa e depois
foi abandonado.
Por conseguinte, instale o cancelador em todas as vezes. Nunca
deixe de o instalar em todas as sessões. O paciente poderá estar a entrar
em transe, uma coisa que nós não queremos, mas é uma coisa que nem
sempre podemos evitar e nem sempre podemos detectar. Simplesmente
instale o cancelador no começo da sessão. Depois de ter trazido o
paciente para tempo presente, use a palavra canceladora.
Isto é, então, um ensaio da rotina inteira:

AUDITOR: Olha para o tecto. Quando eu contar de um a sete, os teus


olhos fechar-se-ão. Permanecerás consciente de tudo o que acontece.
* Uma diferença adicional é que um paciente pode ser retornado sem ser preciso fazer
qualquer contagem.
O RETORNO, o ARQUIVISTA ea LINHA do TEMPO

Poderás lembrar-te de tudo o que acontecer aqui. Podes retirar-te


de qualquer coisa em que entres, se não gostares. Muito bem (lenta e
calmamente): Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete.* Um, dois, três,
quatro, cinco, seis, sete. Um, dois, três (Os olhos do paciente fecham-se e
as pálpebras tremem.), quatro, cinco, seis, sete. (O auditor pausa; instala
o cancelador.) Muito bem, voltemos atrás ao teu quinto aniversário ...
(O trabalho prossegue até que o auditor tenha trabalhado o paciente o
suficiente para aquele período.) ... Vem para tempo presente. Estás em
tempo presente? (Sim.) (Usa a palavra canceladora.) Quando eu contar
de cinco a um e estalar os dedos, sentir-te-ás desperto. Cinco, quatro,
três, dois, um. (Estalo dos dedos.)
Como se pode ver neste exemplo, quando se terminou o trabalho do
dia, o preclear, que poderá ter estado retornado no seu passado durante
duas horas, tem de ser trazido de volta ao tempo presente e surpreendido
com um estalo de dedos para restaurar a consciência da sua idade e
condição. Às vezes, ele é incapaz de voltar ao presente com facilidade -
mas há um remédio rápido para isto que será abordado mais adiante -
portanto, o auditor tem de se assegurar sempre de que o paciente sente
que está realmente em tempo presente.
Isto é a rêverie. É tudo o que é preciso saber sobre as suas mecânicas
reais. A experiência mostrar-lhe-á muita coisa. Mas estes são os processos
básicos:
1. Assegure ao paciente que ele saberá tudo o que acontece.
2. Conte até ele fechar os olhos.
3. Instale o cancelador.
4. Retorne-o a um período no passado.
5. Trabalhe com o arquivista para obter dados.
6. Reduza todos os engramas contactados, de modo que não
reste qualquer carga.
7. Traga o paciente para tempo presente.
8. Assegure-se de que ele está em tempo presente.
* Se o paciente faz objecção a números, use letras do alfabeto. É possível que tenha
sido feita uma contagem regressiva até ficar inconsciente, numa operação cirúrgica
do passado, de modo que os números deixam-no nervoso.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO CINCO

9. Dê-lhe a palavra canceladora.


1 O. Restaure a plena consciência do seu meio circundante.

A linha do tempo do paciente, no nível mais baixo de unidades de


atenção, está sempre em excelente condição. Pode-se depender dela para
se alcançar qualquer data e hora da sua vida e todos os dados que esta
contém. Nos níveis mais altos de consciência, esta linha do tempo poderá
parecer que está numa condição muito má. Os circuitos engrâmicos da
mente reactiva erguem-se entre esses níveis mais baixos - directamente
de encontro aos bancos - e os níveis mais altos que contêm o "Eu".
Os níveis mais baixos só contêm um fantasma da força do "Eu" e parecem
ser outro "Eu", num caso de personalidade multivalente.
Pode desenhar isto num pedaço de papel e seria útil que o fizesse.
Desenhe um rectângulo vertical comprido (os bancos padrão) do lado
esquerdo da página. Desenhe meia dúzia de círculos de encontro ao lado
direito desse rectângulo para representar o arquivista - as unidades
monitoras do banco. Agora desenhe, mais ou menos no centro da folha,
um rectângulo grande. Pinte-o de preto. Esta é a área dos circuitos
reactivos dos engramas. Isto não é o banco reactivo. É o padrão de circuitos
do banco de engramas reactivo que toma esta área de empréstimo ao
analisador para fazer demónios, pensamento vocal, etc. Agora, à direita
da página, desenhe um rectângulo branco. Esta é a porção do analisador
que é a "consciência" e o "Eu".
Toda a tarefa da terapia consiste em apagar esse rectângulo negro,
os circuitos do banco de engramas reactivo, para que desde o banco
padrão, à esquerda da folha, até à porção do analisador, à direita da
folha, seja tudo analisador. Não se pode fazer isto com uma faca como
algumas pessoas têm pensado, avaliando a situação a partir dos seus
próprios engramas, pois aquela área negra que você desenhou é tudo
analisador inutilizado por engramas. E quando a terapia for terminada,
toda essa área estará disponível para pensar. Isto aumenta o QI num
grau bastante acentuado.
Agora vamos supor que a parte de baixo do seu desenho é a concepção
e que a parte de cima é o tempo presente. A rota vertical para cima e
para baixo é, então, a linha do tempo. Neste gráfico, pode-se supor que
O RETORNO, o ARQUIVISTA ea LINHA do TEMPO

o tempo presente simplesmente continua a aumentar, cada vez mais para


cima e para cada vez mais longe da concepção, na forma de uma nova
construção (uma analogia). Para o "Eu" obter dados dos bancos padrão à
esquerda, o "Eu" terá de abrir caminho através desse rectângulo negro,
os circuitos da mente reactiva. Em grande medida, o "Eu" consegue
obter dados à volta dessa área negra. Mas numa medida muito maior,
não consegue obtê-los.
Suponharp.os agora que desenhamos uma linha vertical à direita
do desenho. Esta linha é a "consciência". Considere que ela pode ser
movida, ainda vertical, para a esquerda. À medida que a linha passa para
a esquerda, obtemos um "transe" cada vez mais profundo. À medida
que a linha penetra na área da mente reactiva, isto torna-se um transe
hipnótico. Agora, à medida que ela se move ainda mais para a esquerda,
e para dentro dos círculos a que chamamos o "arquivista", isto torna-se
o transe amnésico do hipnotismo. Assim, onde quer que coloquemos
esta linha, estabelecemos uma "profundidade de transe". Queremos
trabalhar para a direita do banco reactivo, o mais próximo possível do
nível desperto, para podermos manter o "Eu" em contacto com o seu
ambiente e impedir o aparecimento de dados indesejados que façam
o paciente ficar cronicamente desconfortável. Se o paciente desliza
instantaneamente da direita para a esquerda, de modo que as unidades
de atenção, os círculos do próprio arquivista estejam presentes, e faz isso
assim que você conta de um a sete, ele é um sujeito hipnótico. Quando
despertar, ele poderá não estar consciente do que aconteceu, pois o "Eu"
estava fora de contacto. Trabalhe-o aí, pois ele terá sónico total, etc.,
mas tenha muito, muito cuidado em trabalhá-lo bastante cedo na sua
área pré-natal. Ele poderá não ser capaz de recordar o que aconteceu e
um engrama tardio, que não se reduzirá se for tocado, poderá impor-se
com toda a sua força ao "Eu" quando o paciente recupera a posse de
si mesmo. Além disso, poderá dar-lhe acidentalmente uma sugestão
positiva. Trabalhe de preferência com uma profundidade de transe
bastante à direita do banco reactivo.
As características das unidades que rotulamos de "arquivista" são
semelhantes, em desejos, às do indivíduo básico quando ele é Aclarado.
Assim, pode-se alcançar a personalidade básica em qualquer paciente,
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO CINCO

pois temos aqui uma amostra dela. Mas o auditor deve contentar-se com
saber que ela está ali. À medida que o Aclaramento prossegue, ele vê-la-á
cada vez mais. O indivíduo é ele próprio. A sua personalidade não se
altera, simplesmente se torna naquilo que ele sempre quis que ela fosse
nos seus momentos óptimos.
Pode-se considerar que as unidades que estão de encontro aos bancos
padrão são o arquivista. Mas o arquivista pode penetrar em mais do que
apenas o banco padrão. Ele também pode retirar dados de todo o banco
de engramas.
A linha do tempo poderá ter vários aspectos para o preclear. Na
realidade, não há ali nenhuma linha excepto o tempo e o tempo é invisível:
mas a consciência, o "Eu", pode retornar ao longo desta. A linha do
tempo está sempre ali, estendida. Mas ocorrem e voltam a ocorrer
continuamente ideias aberradas desta linha, no mesmo paciente. Esta
poderá ficar toda enrodilhada. Poderá ser muito longa. Poderá ser que
ele nem sequer consiga entrar nela (aqui está o esquizofrénico - ele está
fora da sua linha do tempo). Mas ela está lá. Esta é o sistema de arquivo
por tempo e o "Eu" pode ser retornado ao longo do tempo pelo simples
pedido de que ele o faça. Se não o fizer, está preso no presente ou num
engrama, o que é fácil de resolver. E assim por diante.
Consideremos agora o banco de engramas. Este foi desenhado
como um rectângulo negro no esboço acima. Vamos alterar isto um
pouco e voltar a desenhar tudo, com os rectângulos representados por
triângulos, com todos os seus vértices voltados para baixo e juntos, mas
tudo o resto será como estava antes: os bancos padrão, o analisador
( consciência), e o "Eu". Este agora é um modelo de trabalho, uma
analogia, daquilo que o auditor está a tentar contactar. É como se
o próprio banco de engramas existisse naquele triângulo negro. Na
realidade não se encontra ali, existem somente os seus circuitos, mas
nós só precisamos de visualizar que este existe ali. Deste modo, há uma
ponta fina na parte inferior. O "Eu" e o arquivista podem juntar-se
ali. Esta é a parte inferior da linha do tempo. Isto é imediatamente
após a concepção. Um pouco mais acima, digamos, dois meses e
meio após a concepção, o "Eu" e o arquivista têm um pouco mais
de dificuldade em estabelecer contacto. Há mais circuitos reactivos
O RETORNO, o ARQUIVISTA ea LINHA do TEMPO

entre eles. Aos sete meses após a concepção é ainda mais difícil. E aos
vinte anos de idade isto aproximou-se da impossibilidade, na maioria
dos casos, sem a técnica de Dianética.
Assim sendo, o auditor achará vantajoso trabalhar na área pré-natal
e tão cedo nesta área quanto for possível. Se ele puder aclarar o tempo
que vai da concepção até ao nascimento, incluindo o nascimento, nove
décimos da sua tarefa estão completados. O seu objectivo é aclarar todo
o banco reactivo.
O banco reactivo é como uma pirâmide que está muito bem blindada
em toda a parte, excepto logo abaixo do vértice, e que perde a sua
blindagem quando o vértice é contactado. Isto é tomar o banco reactivo
num sector exposto. O esforço é para entrar na área básica, entrar em
contacto com os engramas antigos, apagar o engrama básico-básico por
meio de recontagens e, então, avançar para cima, apagando engramas.
Esses engramas aparentemente desvanecem. Na realidade, é preciso
uma busca exaustiva para os descobrir, uma vez que tenham realmente
desaparecido. Estes existem como memória no banco padrão, mas essa
memória tem tão pouca importância, estando agora integrada como
experiência, que não pode aberrar. Nada no banco padrão pode aberrar.
Somente o conteúdo do banco reactivo pode aberrar - momentos de
"inconsciência" e o que foi registado dentro deles - e os locks. O auditor,
no seu trabalho, considera um engrama apagado quando este desvanece,
quando o preclear já não consegue contactar nenhuma parte deste, mas
somente depois de o preclear tê-lo reexperimentado a fundo, completo
� .
com somatlcos. *
Esta pirâmide invertida, na sua região superior, é efeito. Na região
inferior, ela é a causa primária da aberração. O cimento que mantém
esta pirâmide invertida aglutinada é a dor física e a emoção dolorosa.
* Você pode contactar o arquivista por meio de drogas ou hipnotismo e reunir e reduzir
engramas. Mas esta é uma solução excessivamente simplificada. O que estamos a fazer na
terapia de Dianética é mais do que isto - estamos a tentar colocar o "Eu" em contacto com
o arquivista, e não apenas a trabalhar o arquivista sozinho. A hipnoanálise e a narcossíntese
fracassaram porque não sabiam nada a respeito do banco de engramas e porque tentaram,
sem saber o que era, trabalhar somente o arquivista. O desejo do paciente de ser trabalhado
em transe amnésico ou em qualquer estado drogado é um esforço para poupar o "Eu" e
colocar o fardo sobre o arquivista.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO CINCO

Toda a dor física alguma vez registada pelo organismo e toda a emoção
dolorosa são partes desta pirâmide invertida.
O auditor primeiramente descarrega a emoção dolorosa da vida mais
recente, como esta foi manifestada em "momentos conscientes". Ele
trabalha esses períodos como engramas verdadeiros, até o preclear deixar
de ser afectado por estes. Depois, ele tenta contactar o básico-básico:
aquele primeiro engrama. Reduz todos os engramas que contacta a
caminho desse objectivo primário. Em cada sessão, ele tenta alcançar o
básico-básico até ter a certeza de que o conseguiu.
O básico-básico é o ponto inferior. Uma vez que tenha sido alcançado,
inicia-se um apagamento durante o qual engrama após engrama é
"reexperimentado" com todos os somáticos, até que desaparece.
A ntes de ter alcançado o básico-básico, o auditor poderá ter sido
obrigado a percorrer os engramas vinte vezes, antes destes se reduzirem.
Posteriormente, ele poderá ter verificado que estes se reduziam com
cinco repasses. Depois ele contacta o básico-básico e apaga-o. Se por
essa altura o paciente já tiver sónico - ou se o teve o tempo todo - os
engramas começam a apagar-se com uma ou duas recontagens.
O arquivista é esperto. O auditor que não dá crédito à capacidade
dessas unidades de atenção complicará o caso além do que é necessário e
aumentará a sua duração. O arquivista poderá entregar coisas porfrases,
por somáticos e por tempo. Qualquer coisa que ele entregue normalmente
reduzir-se-á nas recontagens. Ao trabalhar com o arquivista, sem tentar
comandá-lo, o auditor verá o caso a melhorar continuamente, até que fica
Liberado ou totalmente Aclarado. A única vez em que o auditor pode
ignorar isto, é quando usa o sistema de Repetição, que virá a ser descrito.
Temos o "Eu" em rêverie; nós retornamos o preclear para um
período da sua vida ao longo da sua linha do tempo; o arquivista oferece
incidentes que o preclear reexperimenta; o auditor leva o preclear a
recontar o engrama até que este seja aliviado ou se tenha "desvanecido*"
(todos os engramas acabarão por "desvanecer" depois de o básico-básico
ter sido apagado); qualquer coisa nova que o arquivista ofereça,
* As palavras "desvanecer" ou "apagar", quando aplicadas a um engrama que foi tratado,
significam que o engrama desapareceu do banco de engramas. Este não pode ser
encontrado depois disso, excepto através de uma busca da memória padrão.
O RETORNO, o ARQUIVISTA e a LINHA do TEMPO

mesmo durante a recontagem, é abordada pelo auditor para fazer o


preclear reexperimentá-la. Essa é a totalidade da actividade de Dianética.
Existem, como acessórios, a Técnica de Repetição e alguns atalhos. Isto
é terapia. É natural que seja necessário mais algum desenvolvimento
deste assunto e este será encontrado nas páginas seguintes, para dar ao
auditor todos os dados de que ele necessita. Mas estas são as linhas gerais
da terapia de Dianética. �

253
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO SEIS

As LEIS do RETORNO

Ü ENGRAMA TEM o aspecto de ser - mas não é - uma entidade viva


que se protege de várias maneiras. Toda e qualquer frase que ele contém
pode ser considerada um comando. Esses comandos reagem sobre a
mente analítica de maneira a fazer com que a mente analítica se comporte
de um modo errático.
A terapia de Dianética é paralela aos métodos do próprio
pensamento e raciocínio. Pode verificar-se que tudo o que reage
contra Dianética e o auditor, reage uniformemente e sem excepção
dessa mesma maneira na mente analítica do paciente. Inversamente, os
problemas de raciocínio do paciente, nas suas actividades normais, são os
problemas do auditor na terapia.
O grosso desses "comandos" que os engramas contêm não é
computável de nenhum modo, visto que eles são contraditórios ou
exigem actos irracionais. É a impossibilidade de os computar e conciliar
com o pensamento e a existência que torna o paciente aberrado.
Tomemos um engrama que vem de um dos movimentos intestinais
da mãe. Ela está a fazer força, o que causa compressão, o que por sua
vez provoca "inconsciência" no nascituro. Então, se ela habitualmente
fala sozinha (monologuista), como acontece com um enorme número
de mulheres aberradas, ela poderá dizer: "Oh! Isto é um inferno.
255
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SEIS

Estou toda comprimida por dentro. Sinto-me tão congestionada que


não consigo pensar. Isto é demasiado horrível para ser concebido."
Isto poderá estar na área básica. O mecanismo de sonho da mente
(que pensa principalmente em trocadilhos, ao contrário do que dizem
os simbologistas) poderá produzir um sonho sobre o fogo do Inferno
à medida que o engrama fica mais próximo. O preclear poderá ter a
certeza de que descerá ao fogo, se prosseguir pela linha do tempo na
direcção desse engrama. Além disso, ele poderá pensar que a sua linha do
tempo está toda comprimida. Isto significará, talvez, que os incidentes
que esta contém estão todos num só lugar. E isso é tudo quanto a "isto
é um inferno" e "toda comprimida por dentro". Agora vejamos o que
acontece com "estou tão congestionada que não consigo pensar". O
preclear funga, porque acha que isto significa uma constipação. Quanto
a "isto é demasiado horrível para ser concebido", ele sente uma emoção
de terror perante a ideia de tocar no engrama, pois o comando diz que
este é demasiado doloroso para ser concebido. Além disso, como os
engramas são literais nas suas acções, ele poderá pensar que ele era
demasiado horrível para ter nascido.
A reacção emocional ao inferno - vinda de algum outro ponto na
linha do tempo, como está contido nalgum outro engrama - poderá dizer
que "ir para o inferno" é soluçar alto quando chora. Por conseguinte,
ele não "quer" recontar esse engrama. Além disso, ele tem horror a
esse engrama porque este "é demasiado horrível para ser concebido".
Que a mãe estava só a discutir com a sua pessoa ambivalente sobre a
necessidade de laxativos, nunca entrou na computação. Porque a mente
reactiva não raciocina, esta pensa em identidades, procurando comandar a
mente analítica.
Os dados existentes são apenas os que estão contidos no engrama e
a reacção analítica a esta coisa impensante é totalmente literal.
Examinemos outro. Trata-se de uma experiência de coito. Esta
tem, como somático, uma pressão variável. Não é dolorosa e, aliás,
não importa quão dolorosos esses engramas possam ser em tempo
presente quando restimulados, nem importa quão potentes sejam quando
realmente são contactados, a sua dor reexperimentada é muito leve,
independentemente de como era quando foi recebida. Sendo assim,
As LEIS do RETORNO

isto é uma sacudidela do nascituro, nada mais. Mas o engrama diz:


"Oh, querido, tenho medo que te venhas dentro de mim. Eu morrerei
se vieres dentro de mim. Oh! Por favor, não te venhas dentro de mim!"
O que é que a mente analítica faz com isto? Será que ela pensa sobre
o coito? Será que se preocupa com a gravidez? Não, enfaticamente não.
O engrama que faria uma pessoa pensar sobre o coito diria: "Pensa
sobre o coito!" E o engrama que contivesse uma preocupação com a
gravidez diria: "Estou preocupada com a gravidez." A dor não é severa
nesta experiência de coito, mas declara especificamente que não se deve
entrar no engrama: "Não te venhas dentro de mim!" Ele morreria se
o fizesse, não é verdade? É exactamente isso que diz. E o paciente dá
por si a vaguear pela linha do tempo, até que o auditor usa a Técnica de
Repetição (de que trataremos).
Que tal outro tipo de engrama? Vamos supor que o nosso pobre
paciente teve a pouca sorte de lhe acrescentarem Júnior ao nome.
Vamos supor que o seu nome é Raul e que o nome do pai dele é
Raul. (Tenha cuidado com estes casos de Júnior, eles às vezes são
invulgarmente complexos.) A Mãe (veja o Relatório de Kinsey, se tiver
quaisquer dúvidas) está a ter um caso amoroso secreto com o Jaime.
Este somático do coito não é mais doloroso do que se algu ém se sentasse
delicadamente em cima dele, mas o paciente passa um mau bocado com isto.

MÃE: "Oh! Querido, tu és tão maravilhoso. Gostava que o Raul fosse


mais parecido contigo, mas não é. Ele parece ser totalmente incapaz
de excitar uma garota."

AMANTE: "Oh! O Raul não é assim tão mau. Eu gosto dele."

MÃE: "Tu não conheces o seu orgulho. O Raul morreria se viesse a


descobrir isto. Eu sei que isto simplesmente matá-lo-ia."

AMANTE: "Não te preocupes, o Raul nunca ouvirá nada."

Esta pequena jóia de engrama é mais comum do que se poderia


supor antes de ele começar a obter um ponto de vista de embrião
sobre a mãe. Isto não será computado no analisador como dados.
Deste modo, isto é uma preocupação. (Uma preocupação é comandos

2 57
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SEIS

engrâmicos contraditórios que não podem ser computados.) O Raul


Júnior verifica que é muito tímido sexualmente. Esse é o padrão
aberrativo. Abordando-o na terapia, verificamos que temos uma
computação de compaixão com o amante. Afinal de contas, ele disse
que o Raul não era assim tão mau, que gostava do Raul. Bem, para
a mente reactiva, é claro que o único Raul é o Júnior. Isto impede o
nosso paciente de se aproximar desse engrama, porque ele acha que
perderá um amigo se o tocar. Além disso, no lado aberrativo, o Júnior
sempre se preocupou com o orgulho das pessoas. Quando contactamos
isto na terapia, ele afasta-se violentamente do engrama. Afinal, se ele
viesse a descobrir isto, isto "matá-lo-ia logo ali". E há outra coisa aqui,
um desligamento sónico. Diz ali que o Raul nunca ouvirá nada. Isto é
material de sobrevivência. É nisto que as células acreditam. Por isso,
o Raul nunca ouve quando está a recordar. Haverá mais desligamentos
sónicos. A mãe é promíscua e isto geralmente representa um bloqueio
na Segunda Dinâmica. O bloqueio na Segunda Dinâmica significa,
muitas vezes, que ela detesta crianças. Em suma, este seria um caso de
tentativa de aborto que encheu o Júnior de buracos, em quantidade
suficiente para abastecer uma fábrica de queijos durante algum tempo.
O Júnior, agora um homem, talvez tenha ouvido amplificado porque
ele, em geral, anda assustado com a "vida". Mas a sua recordação sónica
é zero. Logo, este engrama teria de ser isolado de entre os circuitos
demónio como "impressões" que vêm à mente. O auditor, tomando
aquilo que o paciente diz a respeito disso, poderá rapidamente adivinhar
o seu conteúdo e explodi-lo por meio da Técnica de Repetição.
Tomemos agora o caso da mãe que, sendo uma personificação da
respeitabilidade, ainda que um pouco lamurienta, descobre que está
grávida e vai ao médico.

MÃE: "Acho que estou grávida. Receio que seja assim."

(O doutor vai-lhe dando pancadinhas por algum tempo, pondo o nascituro,


que é o nosso preclear t rinta anos mais tarde, num estado de "inconsciência".)

DOUTOR: "Acho que não."

MÃE: "Receio que realmente esteja. Tenho a certeza de que estou


embaraçada. Eu simplesmente sei."
As LEIS do RETORNO

DOUTOR (mais pancadinhas): "Bem, é difícil dizer assim tão cedo."

Isto diz logo ali que esse homem, o nosso paciente, está grávido. Se
olharmos, veremos que ele tem uma pança. Sem dúvida que isso é uma
boa sobrevivência. E na terapia, nós verificamos que ele tem medo de
existir: Receio que seja assim. E, de repente, ele não se está a mover na
linha do tempo. Porquê? Ele está embaraçado. Isso não quer dizer que
ele esteja grávido; quer dizer que ele está embaraçado. Além disso, não
será capaz de o recontar. Porquê? Porque é difícil dizer assim tão cedo.
Por conseguinte, ele não fala a esse respeito. Soltamo-lo na linha do
tempo usando a Técnica de Repetição.
Oh! Esta nossa língua que diz tudo o que não quer dizer! A devastação
que ela causa quando colocada nas mãos da mente reactiva idiota!
Interpretação literal de tudo! Parte do padrão aberrativo da pessoa que
tinha o engrama acima era uma grande cautela em dar qualquer opinião.
Afinal de contas, era difícil dizer assim tão cedo.
Agora tomemos um engrama de uma jovem paciente, cujo pai era
seriamente aberrado. Ele bate na mãe, porque tem medo que a mãe
esteja grávida e o pai está bloqueado nas Dinâmicas Um, Dois, Três e
Quatro.

PAI:"Sai daqui! Sai daqui! Eu sei que tu não me tens sido fiel! Tu
não eras nenhuma virgem quando casei contigo. Devia ter-te morto
há muito tempo! Agora estás grávida. Sai daqui!"

A menina, cerca de cinco semanas após a concepção, fica


"inconsciente" com o golpe dado ao abdómen da mãe. Ela tem aqui
um engrama severo, porque este tem valor emocional doloroso que
ela nunca será capaz de dramatizar satisfatoriamente. Aqui, o padrão
aberrativo manifesta-se através da histeria sempre que um homem possa
acusá-la de não ser fiel. Ela era virgem quando se casou vinte e um anos
depois de ter recebido esse engrama, mas estava convencida de que não
era virgem. Tinha uma "delusão infantil" de que o pai poderia matá-la.
E está sempre com medo de estar grávida, porque o engrama diz que
ela agora está grávida, o que significa sempre, pois o tempo é uma
sucessão de "agoras". Na terapia, tentamos aproximar-nos deste engrama.
Retornamos a paciente à área básica e, de repente, encontramo-la a falar
259
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SEIS

sobre uma coisa que aconteceu quando ela tinha cinco anos de idade.
Retornamo-la novamente e agora, ela está a falar sobre uma coisa que
aconteceu quando ela tinha dez anos de idade. O auditor, ao observar
alguma reacção como esta, sabe que está a lidar com um ressaltador. Este
diz: "Sai daqui!" e a paciente sai. O auditor reconhece o que está mal,
usa a Técnica de Repetição e reduz ou apaga o engrama.
Sempre e invariavelmente, a mente analítica reage a esses engramas
como se fosse comandada. Na linha do tempo, ela executa o que
esses engramas dizem. E computa sobre o caso ou sobre a vida, como
esses engramas mandam. Os engramas são coisas saudáveis para se
ter por perto! Uma sobrevivência realmente boa! Uma sobrevivência
suficientemente boa para levar qualquer homem à sua sepultura.
O auditor não se preocupa muito com as frases que ajudam a terapia.
Um engrama recebido de um pai que está a bater na mãe e que diz: "Toma
isto! Estou a dizer-te para levares isto. Tens de levar isto!" significa que
o nosso paciente tem possivelmente tido tendências cleptomaníacas.
(Estas coisas são a única fonte dos impulsos de um ladrão, o que é
comprovado pelo facto de que, quando o auditor apaga todos esses
engramas num paciente, o paciente deixa de roubar.) O auditor verá isto
a ser avidamente recontado, porque o seu conteúdo oferece-o à mente
analítica.
Toda a espécie de engramas que dizem: "Volta aqui! Agora fica
aqui!", como os pais tanto gostam de dizer, explicam o retorno brusco ao
engrama quando se entra em terapia. O paciente volta directamente para
o engrama assim que este é exposto. Quando recontado, o comando deixa
de produzir efeito. Mas enquanto aquele engrama existiu, inviolado, ele
era totalmente capaz de mandar pessoas para um manicómio, para se
deitarem numa posição fetal. Qualquer pessoa que tenha sido deixada
num manicómio, que não tenha recebido tratamento de choques ou
lobotomia pré-frontal e que sofra deste tipo de insanidade, pode ser
liberada de tal engrama e devolvida a tempo presente simplesmente
pelo uso da Técnica de Repetição. Isto às vezes demora apenas meia hora.
Então, viajar na linha do tempo e vaguear através das computações
que esses engramas compelem o analisador a tentar é quase como jogar
um jogo infantil que tem um número de quadrados ao longo dos quais
se deve mover um "homem". Na realidade, poder-se-ia compor um
260
As LEIS do RETORNO

jogo com base nessa linha do tempo e nos comandos engrâmicos. Seria
semelhante ao parcheesi. Avança tantos quadrados, calha num que diz:
"Sai daqui!", o que significa que o "homem" teria de voltar para o tempo
presente ou ir na sua direcção. Ele avança tantos quadrados e então
perde uma jogada, porque este quadrado em que calhou agora diz: "Fica
aqui!" e o "homem" ficaria aí até que o auditor o deixasse sair por meio
da técnica (mas porque o comando é atingido pela terapia, este não teria
o poder de detê-lo por muito tempo). Depois avança tantos quadrados
até um que diz: "Vai dormir" e o "homem" teria de ir dormir. Avança
tantos quadrados até chegar a um que diz: "Ninguém deve descobrir" e,
portanto, não haveria nenhum quadrado. Avança tantos quadrados até
chegar a um que diz: "Tenho medo" e o "homem" teria medo. Volta a
avançar para um quadrado que diz: "Tenho de me ir embora" e assim, o
"homem" ir-se-ia embora. Avança mais uma vez para um quadrado que
diz: "Não estou aqui" e o quadrado não estaria ali. E assim por diante.
As classes de comandos que incomodam particularmente o auditor
são poucas. Como a mente realmente realiza alguma parte do seu
pensamento, especialmente quando está a lembrar, por retorno, mesmo
quando o indivíduo não está a retornar, todos esses comandos também
impedem os processos de pensamento da mente. Na terapia, eles são
particularmente incomodativos e são o alvo constante da atenção do
auditor.
O primeiro é a espécie de comando ejector-de-paciente. Estes são
coloquialmente chamados ressaltadores. Incluem coisas como "Sai daqui!",
"Nunca mais voltes", "Tenho de ficar afastado", etc., etc., incluindo
qualquer combinação de palavras que signifique literal mente ejecção.
O segundo é a espécie de comando segurador-de-paciente. Estes incluem
coisas como "Fica aqui", "Senta-te aí e pensa nisso", "Volta aqui e senta-te",
"Não posso ir", "Não devo sair", etc.
O terceiro é a espécie de comando negador-de-engrama que, traduzido
literalmente, significa que o engrama não existe. "Não estou aqui",
"Isto não leva a lado nenhum", "Não posso falar sobre isto", "Não consigo
lembrar-me", etc.
O quarto é a espécie de comando agru pador-de-en gramas. Este,
traduzido literalmente, significa que todos os incidentes estão num só
lugar na linha do tempo. "Estou todo comprimido", "Acontece tudo ao
261
LIVRO TRts a CAPÍTULO SEIS

mesmo tempo", "Vem tudo para cima de mim ao mesmo tempo", "Vou
ficar em pé de igualdade contigo", etc.
O quinto é o desorientador-de-pacientes, que manda o preclear na
direcção errada, fá-lo ir para antes, quando devia ir para depois; ir para
mais tarde, quando devia ir para mais cedo, etc. "Não podes voltar atrás
neste ponto", "Deste a volta", etc.
O ressaltador faz o preclear voar de volta para o tempo presente. O
segurador mantém-no exactamente onde está. O negador fá-lo sentir que
não há nenhum incidente presente. O quarto, o agrupador, encurta a
sua linha do tempo de modo que não há nenhuma linha do tempo. O
desorientador inverte a direcção necessária do percurso.
O contacto com qualquer engrama faz o preclear reagir "analitica­
mente". Tal como no caso de um engrama que está a ser restimulado, os
comandos impingem-se ao seu analisador. E embora o analisador possa
acreditar firmemente que acabou de computar a reacção por sua própria
iniciativa, este na realidade está a falar directamente do conteúdo de um
engrama ou engramas.
Este é o método da Técnica de Repetição.
À medida que retrocede pela linha do tempo contactando engramas,
o preclear depara-se com áreas de "inconsciência" que estão ocluídas pela
"inconsciência" ou emoção. Na maior parte dos engramas mais antigos,
pode-se esperar que o preclear boceje repetidamente. Não é o comando
"dormir" que é responsável por isto: a "inconsciência" está a liberar-se
(afazerboil-off, como dizem os auditores). Um preclear poderá, durante
um espaço de duas horas, atrapalhar-se, cair em "inconsciência", parecer
narcotizado, começar a adormecer, sem que esteja presente qualquer
comando desse tipo.
Uma parte do grupo de dados do engrama é o desligamento do
analisador. Quando ele é retornado e contacta um engrama, o preclear
experimenta, então, uma atenuação do analisador, o que signif ica
que ele é muito menos capaz de pensar nessa área. Fazer boil-off da
"inconsciência" é um processo muito necessário à terapia, pois esta
"inconsciência" poderia ser restimulada na vida quotidiana do indivíduo
e, quando restimulada, faria com que a sua inteligência se desligasse, só
um pouco ou muito, tornando os seus processos de raciocínio mais lentos.
262
As LEIS do RETORNO

O aspecto de "inconsciência" reduz, então, a consciência do preclear


sempre que esta seja contactada. O preclear tem sonhos, murmura
coisas tolas e atrapalha-se. O seu analisador está a penetrar no véu que o
mantinha afastado do engrama. Mas o analisador também é altamente
susceptível, quando está neste estado, a um comando engrâmico.
Quando incitado pelo auditor a atravessar o engrama e recontá-lo
(embora o auditor saiba que poderá demorar alguns minutos até que
esta "inconsciência" faça boil-off suficiente para deixar o paciente
atravessá-lo), o preclear poderá queixar-se de que "não pode voltar
atrás neste ponto". O auditor toma prontamente nota disto. Isto é um
comando engrâmico a aparecer. Ele não informa o paciente de que
sabe isto; o paciente usualmente não sabe o que está a dizer. Se depois
o paciente continuar a ter dificuldades, o auditor diz-lhe: "Diz: 'Não
posso voltar atrás neste ponto.' " Então, o paciente repete isto, com o
auditor a fazê-lo repetir isto vez após vez. De repente, o somático liga-se
e o engrama é contactado.
Ao entrevistar um paciente, o auditor anota cuidadosamente, sem
parecer que está a fazê-lo, as frases que o paciente escolhe e repete sobre
os seus males ou sobre Dianética. Depois de ter colocado o paciente em
rêverie, se descobrir que este, por exemplo, insiste que "não pode ir a
lugar nenhum", o auditor fá-lo repetir a frase.
A repetição de tal frase, vez após vez, suga o paciente para baixo na
linha do tempo e põe-no em contacto com um engrama que contém
essa frase. Poderá aconte�er que esse engrama não se libere - por ter
demasiados antes dele - mas só não se liberará se tiver aquela mesma
frase num engrama anterior. Assim, prossegue-se com a Técnica de
Repetição, com o auditor a fazer o paciente ir cada vez mais para trás, à
procura do engrama. Se tudo sair de acordo com os planos, o paciente
muitas vezes soltará um riso reprimido ou dará uma gargalhada de alívio.
A frase foi solta. O engrama não foi apagado, mas essa porção dele não
influenciará a terapia daí para a frente.
Qualquer coisa que o paciente faça a respeito de engramas e quaisquer
palavras que ele use para descrever a acção, normalmente estão contidas
nesses engramas. A Técnica de Repetição remove a carga das frases, de
modo que se pode chegar aos engramas.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SEIS

É claro que esta técnica pode, muito ocasionalmente, meter o paciente


em apuros, mas o tipo de apuros em que alguém se pode meter em
Dianética não é muito grave. O engrama, restimulado na vida quotidiana,
pode ser, e é, violento. Assassínios, violações e fogo posto, tentativas de
aborto, atraso na escola - qualquer aspecto aberrado da vida - provêm
desses engramas. Mas o acto de abordá-los na terapia de Dianética
ocorre noutro canal, um canal mais próximo da fonte do engrama.
Actuando normalmente sobre um indivíduo desprevenido, o engrama
tem um enorme poder motor e verbal, ocupa um grande número de
circuitos na mente que deviam ser usados para a racionalidade e, em
geral, causa devastação: os seus contactos estão "soldados" e não podem
ser retirados pelo analisador. Na terapia, o paciente é dirigido para o
engrama: basta esse acto para começar a desconectar algumas das suas
"ligações permanentes". Um paciente pode ser levado a entrar num
engrama que, a menos que seja abordado pela rota da terapia, poderá
levá-lo a enroscar-se como um feto e a ser internado no manicómio mais
próximo. Na rota da terapia, que é um retorno pela linha do tempo
abaixo, o segurador mais poderoso tem a sua força limitada. Um paciente
pode entrar num segurador que na vida normal poderia ser uma psicose.
Talvez a única manifestação deste seja que, quando dizem ao paciente
que "Volte para tempo presente", ele simplesmente abre os olhos sem
realmente atravessar a distância pela linha acima até ao tempo presente.
Ele não desconfia que está num segurador até que o auditor, atento a tal
manifestação, lhe aplique a Técnica de Repetição.
AUDITOR: Estás em tempo presente?
PRECLEAR: Claro.
AUDITOR: Como te sentes?
PRECLEAR: Oh! Estou com uma ligeira dor de cabeça.
AUDITOR: Fecha os olhos. Agora diz: "Fica aqui."
PRECLEAR: Está bem. Fica aqui. Fica aqui. Fica aqui. (várias vezes)
AUDITOR: Estás a mover-te?
PRECLEAR: Não.
264
As LEIS do RETORNO

AUDITOR: Diz: "Estou embaraçado. Estou embaraçado."

PRECLEAR: Estou embaraçado. (várias vezes)

AUDITOR: Estás a mover-te na linha do tempo?

PRECLEAR: Não.

AUDITOR: Diz: "Estou preso."

PRECLEAR: Estou preso. Estou ... Ai! A minha cabeça!

AUDITOR: Continua a repeti-lo.

PRECLEAR: Estou preso. Estou preso. Estou preso. Ai! Isto está pior!

(O somático dele vai ficando mais forte à medida que ele se aproxima do
engrama que o está a segurar, no outro lado do véu de "inconsciência".)

AUDITOR: Continua a repeti-lo.

PRECLEAR: Estou preso - "Oh! Meu Deus, estou preso. Nunca sairei
deste lugar. Nunca sairei. Estou preso!"

AUDITOR: Contacta-o de perto. Assegura-te de que não há mais nada


lá dentro.

(Um truque para impedir que o preclear volte a tocar o disco do que ele
próprio acabou de dizer e para que continue a percorrer o engrama.)

PRECLEAR: Dói-me a cabeça! Deixa-me ir para tempo presente!

AUDITOR: Volta a repassá-lo.

(Se o preclear manifestar assim tanta carga, eleficará infeliz e da próxima


vez poderá ser mais difícil entrar no incidente.)

PRECLEAR: "Oh! Meu Deus, estou presa. Receio que estou presa
(apareceu uma palavra nova). Nunca sairei deste lugar enquanto viver.
Estou presa. Nunca sairei daqui. Estou presa." (aparte) Ela está a
chorar. "Oh! Porque é que me casei com um homem assim!"

AUDITOR: Como está a tua cabeça?


LIVRO TRÊS G CAPÍTULO SEIS

PRECLEAR: Dói menos. Ena, isso é um golpe baixo. Ela está a


esmurrar o próprio estômago. Isso é desprezível! Ah! Diabos a levem!

AUDITOR: Reexperimenta-o novamente. Vamos assegurar-nos de


que não há nada mais lá dentro.

(O mesmo mecanismo para impedir o preclear de tocar novamente o disco


do que ele disse antes, em vez do que ele agora obtém do engrama. Se ele
repetir o disco, em vez de reexperimentar, o engrama não se levantará.)

PRECLEAR: (De facto, faz isso, obtendo algumas palavras novas e vários
sons, incluindo o baque surdo dos golpes no abdómen dela e uma buzina
{tipo corneta} de um carro láfora na rua.) Não me digas que tenho de
repassar essa coisa novamente.

AUDITOR: Conta-o de novo, por favor.

PRECLEAR: Bem, então esta mulher tenta arrebentar com a minha


cabeça e livrar-se de mim. E por isso, saltei lá para fora e dei-lhe uma
sova dos diabos.

AUDITOR: Por favor, reexperimenta o engrama.

PRECLEAR: (Começa afazê-lo, de repente descobre que, tal como um pedaço


de fio que tem um laço, esse engrama estendeu-se e contém mais dados
onde estavam os laços.) "Tenho de pensar nalguma coisa para dizer ao
Henrique. Ele vai saltar em cima de mim."

(Esta era a fonte da sua piada: "Saltei lá para fora, etc.';

AUDITOR: Por favor, repassa-o. Poderá conter mais alguma coisa.

PRECLEAR: (Faz isso, partes antigas do engrama reduzem-se e aparecem


dois novos sons, os passos dela e água corrente. Então, ele estáfeliz e ri acerca
disso. Este engrama está liberado, porque poderá não ter desvanecido
totalmente. Um engrama destes só fica neste estado quando é contactado
antes do básico-básico.)

Temos aqui a Técnica de Repetição e também um engrama contado


até uma recessão. Este engrama poderá reaparecer com uma carga
adicional muito fraca depois que se contactar o básico-básico, mas este
266
As LEIS do RETORNO

perdeu todo o poder de aberrar ou de provocar uma dor de cabeça


psicossomática ou qualquer outra doença. No entanto, este engrama,
não contactado pela terapia, era mais do que suficiente para fazer este
paciente, quando menino, gritar de terror todas as vezes que ele visse
que não conseguia sair de algum espaço fechado (claustrofobia).
A Técnica de Repetição é a única fase específica de Dianética que
requer esperteza do auditor. Usando persistência e paciência, qualquer
auditor, com um mínimo de inteligência, pode ter êxito nas outras fases
desta ciência. Na Técnica de Repetição, ele tem de aprender a pensar
- para propósitos de terapia - como um engrama. Terá de observar
como o sujeito se está a comportar ao longo da linha do tempo. E terá
de observar o tipo de reacção que o sujeito tem e concluir daí qual o tipo
de comando que está a perturbar o sujeito, quando o próprio sujeito não
coopera ou não sabe.
Isto não quer dizer que a Técnica de Repetição seja difícil: não é.
Mas a capacidade do auditor em usá-la é a principal razão de um caso
demorar mais com um auditor do que com outro. Esta é uma capacidade
definida. É jogar com esperteza o jogo mencionado acima. Onde é que o
preclear está preso e com que comando? Porque é que o preclear parou
repentinamente de cooperar? Onde está a carga emocional que está a
reter o caso? Com a Técnica de Repetição, o auditor pode resolver todos
estes problemas e um auditor esperto resolve-os muito mais depressa
do que um que não seja.
Como é que se pensa da mesma maneira que um engrama? Ronald
Ross, ao descobrir que os insectos têm germes, considerou necessário
pensar como um mosquito. Aqui está uma ameaça semelhante: o
engrama. Precisamos de aprender a pensar, para propósitos terapêuticos,
como um engrama.
O auditor não poderia olhar, e não precisa de ser capaz de olhar, para
dentro dos olhos de um paciente e adivinhar porque é que ele não come
mais nada senão couve-flor às quartas-feiras. Isso é uma aberração e o
auditor não precisa de adivinhar quais são as origens das aberrações
ou doenças psicossomáticas: todas elas virão à tona a seu tempo e ele
aprenderá muito a seu respeito à medida que prosseguir. Mas o auditor
precisa de ser capaz de manter o seu paciente endireitado na linha do
tempo, a mover-se mais para trás na área básica e a avançar para cima a
267
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO SEIS

partir daí, para uma redução. A resposta corrente para isto é a Técnica de
Repetição. Compreenda que é possível desenvolver toda uma nova arte
de prática, ou muitas artes de prática, para Dianética: ficaríamos muito
infelizes com os nossos semelhantes se tal evolução e melhoramento não
se verificassem. Neste momento, a melhor que apareceu (e o critério do
que é melhor é aquilo que funciona uniformemente em todos os casos)
foi a Técnica de Repetição. O auditor tem de ser capaz de a usar se ele
espera obter alguns resultados num caso, nesta altura. Quando o auditor,
ou al gum auditor, tiver trabalhado alguns casos e conhece a natureza
desta fera, o engrama, ele poderá - e é bom que o faça - apresentar
técnicas aperfeiçoadas por si. O grande inconveniente da Técnica de
Repetição é que esta exige que o auditor seja esperto.
Ser esperto não significa falar muito. Quando se audita em Dianética,
isso é ser muito pateta. Na verdade, quando os auditores começam a
trabalhar casos, eles quase invariavelmente apreciam tanto o som da
própria voz e a sensação da sua perícia que o pobre preclear quase não
tem uma oportunidade de dizer uma palavra no sentido reactivo - e é
o preclear que deve ser Aclarado, que tem a única informação exacta e
que pode fazer as únicas avaliações.
Ser esperto, no sentido da Técnica de Repetição, é ser capaz de
escolher, da conversação ou acção do sujeito, qual é exactamente o
conteúdo dos engramas que o impedirá de os alcançar, progredir através
destes e assim por diante. A Técnica de Repetição é dirigida somente à
acção, não à aberração.
Aqui está um caso, por exemplo, que estava tão "selado" que foram
necessárias trinta horas de Técnica de Repetição, quase contínua, para
romper as paredes entre a mente analítica e os engramas. É importante
saber que um engrama não seria um engrama se o preclear pudesse contactá-lo
facilmente. Qualquer engrama que pode ser facilmente contactado e que
não tem qualquer carga emocional é praticamente tão aberrativo como
um copo de água com gás.
Uma jovem, com recordação sónica, mas com ouvido amplificado
e um desequilíbrio tão completo do sistema endócrino que se tornara
uma velha aos vinte e dois anos de idade, foi auditada durante setenta e
cinco horas antes de ela contactar qualquer coisa na área básica. Isto é

268
As LEIS do RETORNO

quase incrível, mas aconteceu. Num paciente com desligamento sónico


e fora da sua linha do tempo, setenta e cinco horas de trabalho apenas
lubrificariam as engrenagens. Mas esta jovem, com recordação sónica,
devia estar bem adiantada no caminho de Clear e ainda não tinha tocado
no básico-básico.
Pela Técnica de Repetição, e só pela Repetição, o caso finalmente
foi resolvido. Não continha praticamente nenhuns seguradores ou
ressaltadores. Simplesmente parecia que toda a área pré-natal era um
espaço em branco.
Mas acontece que um engrama, não sendo uma memória que contenha
razão, é apenas um conjunto de ondas ou algum outro tipo de gravação
que se impinge à mente analítica e à mente somática e dirige a voz, os
músculos e outras partes do corpo. A mente analítica, para justificar o
que vê a ocorrer, e reduzida pelo engrama que está a ser dramatizado,
poderá estar a interpor dados para fazer essa acção parecer racional -
para a justificar. Mas isto não torna um engrama senciente. Quando nos
aproximamos pela primeira vez de um engrama na terapia, este parece
estar completamente ausente. Poderão ser necessárias três sessões para
"desenvolver" esse engrama. Como muitos são trabalhados, isto não
significa três sessões em branco, mas significa que o "Eu", ao retornar,
tem de passar por cima de um engrama algumas vezes para o engrama
desenvolver-se. É importante saber isto. Tal como se pode pedir um
dado à mente numa semana e não o encontrar (num aberrado), e depois
pedi-lo novamente na semana seguinte e encontrá-lo, o mesmo acontece
com os engramas. Um princípio cardinal na terapia é que se continuar a
pedi-lo, acabará por obter o engrama. Retornar, vez após vez, sobre a área
pré-natal acabará por desenvolver, por si só, os engramas nela contidos
para que a mente analítica os possa atacar e reduzir. Isto é um trabalho
lento. A Técnica de Repetição - mesmo que o engrama ainda precise
de ser desenvolvido por várias sessões - acelera imensamente o processo.
No caso desta jovem, provavelmente teria levado outras cinquenta
ou sessenta horas de trabalho para contactar os engramas, a menos que
se tivesse usado uma técnica como a Repetição. A Técnica de Repetição
resolveu-o quando o auditor notou que ela não parava de dizer: "Tenho
a certeza que há uma boa razão para me sentir mal na minha infância.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SEIS

Afinal de contas, o meu irmão violou-me quando eu tinha cinco anos.


Tenho a certeza que é muito mais tarde, na minha infância. A minha
mãe tinha um ciúme terrível de mim. Estou certa de que é mais tarde."
Como se poderia imaginar, essa jovem tinha estudado, na universi­
dade, alguma escola de cura mental que considerava o sexo ou a ingestão
de vitaminas como a causa das aberrações da mente e ela muitas vezes
discursava sobre o facto de que, embora não fosse avessa àquilo a que ela
chamava "análise", ela achava que era tolo esperar que um feto ouvisse
alguma coisa. Ela ia para a área anterior ao nascimento e declarava que
estava bastante confortável. Mas o nascimento não estava visível. Isto é
importante. O engrama básico ou engramas na área básica - perto do
período embrionário - não podem desvanecer e não desvanecerão sem
terapia. E quando o nascimento não pode ser contactado, nem sequer
através de um somático, é certo que existe alguma coisa antes deste. Se o
nascimento fosse o primeiro engrama, toda a gente poderia ser Aclarada
em cinco horas. O nascimento pode até estar visível e, ainda assim,
haver meia centena de experiências pré-natais severas. No caso dela, não
havia nada visível. O seu padrão educacional tornara o caso lento; ela
estava sempre a tentar ficar em tempo presente e "lembrar" com uma
memória tão cheia de oclusões, que não conseguia recordar o nome
certo da sua mãe. (Ela tinha adquirido esta maneira de ser por ter estado,
durante dez anos, nas mãos de especialistas da mente que lhe pediam
que não fizesse mais nada senão "lembrar".) Como se disse, ela estava
bastante confortável antes do nascimento, sentia o fluido amniótico e
tinha a certeza de que a vida no útero era uma vida feliz para todos. A
incongruência de que ela podia experimentar as sensações do fluido
amniótico, o conforto flutuante e o calor, e manter uma crença contínua
de que não havia uma memória pré-natal, escapava-lhe completamente.
O auditor não fez o menor esforço para a convencer. Conhecendo o
seu ofício, simplesmente continuou a mandá-la para trás e para a frente,
tentando este ou aquele mecanismo.
Finalmente, ela quis saber se tinha de haver experiência pré-natal e
foi informada de que aquilo que estava lá, estava lá, que se não houvesse
memória pré-natal, então ela não se recordaria de nenhuma, mas que
se houvesse, talvez ela se recordasse. Esta é uma atitude boa e equívoca
As LEIS do RETORNO

para um auditor. Afinal de contas, Dianética, como disse um auditor,


"apenas mostra as mercadorias" e não faz nenhum esforço por vendê-las.
O auditor tinha estado a usar a Técnica de Repetição em variedades
de frases. A rapariga estava a mover-se na linha do tempo, portanto,
devia haver um negador presente. E ele já tinha esgotado totalmente
as ideias quando compreendeu, de repente, que ela usava muitas vezes
aquela frase: "Muito mais tarde."

AUDITOR: Diz: "muito mais tarde" e retorna à área pré-natal.

RAPARIGA: Muito mais tarde. Muito mais tarde. (etc.) (muito enfadada
e nada cooperante)

AUDITOR: Continua, por favor.

(Nunca diga: "Segue adiante", pois significa fazer exactamente isso. Diga:
"Continua", quando quer mantê-los a progredir ao longo de um engrama
ou a repetir, e "Retorna a passar por ele" quando se volta a percorrer um
engrama quejá se percorreu uma vez.)

RAPARIGA: Muito mais tarde. Muito ... Tenho um somático na cara!


É como se estivesse a ser empurrada.

(Isto era uma boa notícia, pois o auditor sabia que ela tinha um desligamento
de dor a meio do período pré-natal, que impedia os somáticos mais tardios
de aparecerem.)

AUDITOR: Contacta-o mais de perto e continua a repetir.

RAPARIGA: Muito mais tarde. Muito mais tarde. Está a ficar mais
forte.

(Naturalmente. Na Técnica de Repetição, o somático torna-se mais forte


até que a f rase aparece, exactamente certa. Num caso não-sónico, esta
impinge-se indirectamente ao "Eu"; num caso sónico, o som surge como som.)

AUDITOR: Continua.

RAPARIGA: Muito... Ouço uma voz! Aí está. É isso! Ora, é a voz do


meu pai!
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO SEIS

AUDITOR: Escuta as palavras e repete-as, por favor.

RAPARIGA: Ele está a falar com a minha mãe. Eh! Esta pressão na
cara é desconfortável. Continua a ir para cima e para baixo em cima
de mim. Está a doer!

AUDITOR: Repete as palavras dele, por favor.

RAPARIGA: Ele está a dizer: "Oh querida, agora não vou vir-me
dentro de ti. É melhor esperar até muito mais tarde para ter um." E
há a voz da minha mãe. Eh! Esta pressão está a doer-me. Não, esta
diminuiu consideravelmente. Que engraçado, assim que localizei a
voz dele, a pressão diminuiu.

AUDITOR: O que é que a tua mãe está a dizer, por favor, se estiveres
a ouvi-la?

RAPARIGA: Ela está a dizer: "Então, nem sequer te quero dentro de


mim!" Está zangada! Eh! O somático parou.
(Nesse ponto o coito tinha terminado.)

AUDITOR: Por favor, retorna ao início disso e reconta-o.

RAPARIGA: (Retoma o início, o somático reaparece.) O que será que eles


estão a fazer? (depois uma pausa) Ouço um som de esguichadas! (depois,
uma pausa e embaraço) Oh!

AUDITOR: Reconta o engrama, por favor.

RAPARIGA: Há uma espécie de ritmo ténue ao princípio e que depois


acelera. Posso ouvir a respiração. Agora está a começar a pressionar
cada vez com mais força, mas muito menos do que na primeira
vez. Depois esta diminui e eu ouço a voz do meu pai: "Oh querida,
agora não vou vir-me dentro de ti. É melhor esperar até muito mais
tarde para ter um. Não tenho a certeza de que gosto assim tanto de
crianças. Além disso, o meu emprego ... " E a minha mãe deve tê-lo
empurrado, porque há um somático mais agudo aqui. "Então
nem sequer te quero dentro de mim! Sua pedra fria!"

AUDITOR: Retorna ao início e conta-o outra vez, por favor.


As LEIS do RETORNO

RAPARIGA: (Reconta-o várias vezes, o somático finalmente desvanece.


Ela sente-se muito alegre, mas não pensa em mencionar que duvidara da
existência de pré-natais.)

Isto é a Técnica de Repetição em acção. Neste caso específico, foram


dadas cerca de duzentas frases à paciente para a Técnica de Repetição,
sem que se encontrasse uma que servisse. Para começar, o arquivista
estava disposto a oferecer apenas alguns engramas menores e o auditor
estava a tentar adivinhar toda a gama de negadores. Um incidente
posterior poderia ter contido - e continha, mas não apareceu nenhum
somático - várias das frases que ele usou. Mas o arquivista estava disposto
a contentar-se com este, pois era antigo e podia ser apagado.
O arquivista, num caso seriamente ocluso, raramente oferece uma
coisa que não possa ser reduzida até à recessão. E um auditor nunca deixa
um engrama oferecido desse modo, enquanto não tiver feito todos os
esforços, com muitas recontagens, para o reduzir. Aliás, neste caso, o
arquivista teria desapontado o auditor ao apresentar um engrama como
o do nascimento, que não se teria levantado, que teria feito perder muito
trabalho e dado à paciente uma dor de cabeça durante alguns dias. O
auditor teria desapontado o arquivista se não tivesse reduzido o engrama
apresentado, fazendo a jovem repassá-lo várias vezes, até que o somático
desaparecesse e a voz desvanecesse gradualmente.
Esse engrama manteve-se oculto porque o seu conteúdo assim o
dizia. Na realidade, era um coito. Como engrama, este parecia dizer
que os incidentes seriam encontrados mais tarde na vida. Além disso,
como engrama, este dizia que não se devia entrar nele.
A Técnica de Repetição pode, por vezes, meter um paciente nalguma
dificuldade de menor importância ao fazer com que ele seja "sugado
para dentro" de incidentes que não se levantarão. Isto não é comum,
mas o arquivista ocasionalmente oferece um incidente recente em vez
de um antigo. Contudo, isto não é um erro da parte do arquivista.
Lembre-se que ele tem esses engramas arquivados por assunto, somático
e tempo, e que o auditor pode usar qualquer um destes. Quando o
arquivista responde e entrega um somático numa frase de repetição
que o auditor colheu da conversa do preclear ou que ele adivinhou, e
no entanto esse somático não se levanta, ou não aparece nenhuma voz
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO SEIS

com este (num caso sónico, ou simplesmente não se levanta num caso
não-sónico), o arquivista teve de desempilhar um monte de material.
Assim, o auditor, apercebendo-se disto, vendo que não aparece uma
voz ou que o somático não se levanta, faz o preclear repetir a mesma
frase e diz-lhe que vá mais para trás e mais para trás. Poderá aparecer
outro somático numa parte diferente do corpo. O arquivista soltou
um ainda mais antigo, agora que já se retirou alguma da dificuldade do
incidente que ele pôde obter primeiro. Então aborda-se esse anterior
de um modo semelhante. Este poderá adquirir uma força média como
somático, enquanto o preclear repete a frase e, ainda assim, poderá não
aparecer nenhuma voz. Então, o auditor manda o preclear mais para
trás. O arquivista conseguiu voltar a obter um ainda mais antigo, agora
que já se retirou alguma coisa do segundo. Desta vez, também se liga um
somático ainda mais antigo, provavelmente perto da área básica, num
caso que antes não havia contactado esta área e, desta vez, pode-se ouvir
uma voz. O engrama reduz-se. Em suma, o arquivista estava disposto a
correr o risco de meter-se em apuros, para desempilhar vários somáticos
e permitir que o auditor chegasse a um incidente básico.
Existem variações neste tipo de coisa. Como o sistema de arquivo é
por assunto, somático e tempo, o auditor pode usar outras coisas além
de frases. Ele pode mandar um preclear para a "maior intensidade de um
somático" e muitas vezes é possível obter resultados, embora isto não
seja tão seguro como fazê-lo por assunto, nem é tão infalível. O preclear,
por acaso, não se importa de ir para qualquer "maior intensidade"
de somáticos porque estes, apesar de bastante fortes, têm cerca de
um milésimo da força da agonia original. Em tempo presente, sem o
preclear em terapia, a intensidade de um desses somáticos pode ser uma
coisa drástica, como comprova a enxaqueca. Tomando a enxaqueca,
pode-se retornar o preclear ao momento exacto da sua recepção, onde
pensaríamos que a sua intensidade seria mais alta e, no entanto, encontrar
uma dor fraca e embotada, como aquela que se tem numa ressaca.
Isto enquadra-se no princípio de que qualquer entrada num caso é melhor
do que um caso que nunca foi começado. Porque por meio do retorno,
com a técnica standard de rêverie, há uma aproximação da fonte; e se a
fonte for contactada em absoluto, o poder do engrama para aberrar será
reduzido, sem importar quantos erros o auditor tenha cometido.
274
As LEIS do RETORNO

Logo, o retorno ao ponto de "intensidade máxima" de um somático


não é muito doloroso. A intensidade máxima real é quando o preclear
está desperto, antes de fazer contacto com o incidente. Mas ao retornar à
"intensidade máxima", muitas vezes o incidente poderá ser contactado e
reduzido. Contudo, se a "intensidade máxima" contém no seu engrama
as frases "Não o posso suportar!", "Isto está a matar-me" ou "Estou
aterrorizado", então é de esperar que o nosso preclear reaja de algum
modo parecido. Se ele não reage, então tem um desligamento emocional,
o qual é um problema diferente que será abordado mais adiante.
De modo similar, o auditor pode mover o seu preclear no tempo.
Existe um relógio muito preciso na mente. O arquivista está bastante
familiarizado com esse relógio e obedecerá, sempre que possível.
O auditor que quer que o paciente vá para "seis minutos antes desta
frase ter sido pronunciada", geralmente verificará que o seu preclear
está agora seis minutos antes desta, muito embora o incidente seja
pré-natal. O auditor pode, então, levar o preclear a avançar, minuto
por minuto, conforme quiser. Ele pode levar o preclear directamente
através de um incidente por meio de anunciar: "É um minuto mais tarde.
São dois minutos mais tarde. Passaram três minutos", etc. O auditor
não tem de esperar que esses minutos decorram; ele simplesmente os
anuncia. Ele pode fazer o preclear passar através do tempo em intervalos
de cinco minutos, em intervalos de uma hora ou em intervalos de um
dia e, a menos que haja material engrâmico a retê-lo ou a afectar a
operação de algum modo, o auditor pode mover o preclear na linha do
tempo conforme a sua vontade. Seria muito bom se o auditor pudesse
mandar o preclear para a concepção e então dizer-lhe que é uma hora
mais tarde, duas horas mais tarde e assim por diante, para apanhar
o primeiro engrama. Contudo, há mais factores envolvidos além do
tempo e o plano, embora bonito, não é viável. A deslocação temporal é
geralmente usada quando o auditor está a tentar pôr o preclear à frente
de um incidente, para se assegurar de que ele tem realmente um começo.
Por meio de retornar o preclear em intervalos de cinco ou dez minutos,
o auditor às vezes poderá descobrir que ele está a ir para trás, a entrar
num incidente muito longo e complicado e que a dor de cabeça que
ele tem procurado aliviar no preclear, na realidade, foi recebida horas
antes do período em que ele julgara que esta foi recebida inicialmente.
27 5
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO SEIS

Em tal caso, existe um segundo engrama anexo a um engrama anterior


e o auditor não consegue levantar o segundo até ter o primeiro.
N a realidade, a deslocação temporal tem um uso limitado. O
auditor que tenta correr para trás, ao longo do tempo, verificará que
tem um caso artificialmente restimulado nas mãos e que o trabalho
está muito entravado. A Técnica de Repetição funciona melhor e o
arquivista lida com ela com mais facilidade. O auditor usa uma deslocação
temporal para levar o preclear tão próximo quanto possível da área
básica (pré-natal antigo) e então, de um modo geral, se o arquivista
simplesmente não se põe a trabalhar entregando engramas que podem
ser limpos, um após outro, o auditor usa a Técnica de Repetição. A
deslocação temporal e "andar à caça de um somático" têm algum uso
limitado. Alguma experimentação mostrará em que medida é que estes
poderão ser úteis.
As leis do retorno são as seguintes:
1. Teoricamente, um paciente que esteja retornado ao passado
reage mais aos comandos que são anteriores ao ponto onde ele
se encontra na linha do tempo e menos aos comandos que são
posteriores ao ponto onde ele se encontra na linha do tempo.
2. Um preclear reage àqueles comandos engrâmicos:
a. Que estão em restimulação crónica, ou
b. Mais próximos dele na linha do tempo.
Assim, se um engrama diz: "Estou com medo", ele está com
medo. Se diz: "Prefiro morrer a enfrentar isto", é isso que
ele prefere. Se o comando de que ele está mais próximo diz:
"Estou com sono", ele está com sono. Se diz: "Esquece isso",
ele esquece. Os comandos em restimulação crónica dão uma
cor falsa à personalidade: "Nunca posso ter a certeza de nada",
"Não sei", "Não posso ouvir nada" estão possivelmente todos
em restimulação crónica. Se o arquivista não os entrega,
então continue a trabalhar o caso à volta destes, de qualquer
forma. Ao fim de algum tempo, estes cederão.
3. A acção do preclear na linha do tempo e a condição da
linha do tempo são reguladas exclusivamente por comandos
engrâmicos classificáveis como ressaltadores, seguradores,
As LEIS do RETORNO

negadores, agrupadores e desorientadores. (Repetimos que estas


condições são muito variáveis, tão variáveis como a língua.
Por exemplo, a frase: "Não sei se estou a ir ou a vir" num
engrama, torna-o muito confuso. "Não posso voltar atrás
neste ponto" faz o preclear continuar a avançar para cada vez
mais tarde no tempo.)
4. O comando engrâmico manifesta-se naquilo que o preclear
diz quando desperto, antes de uma sessão de terapia
ou é inadvertidamente anunciado como um pensamento
supostamente "analítico" quando o preclear se aproxima do
comando.
5. O engrama não é uma memória senciente e racionalizada,
mas sim uma colecção de percepções não analisadas e este
desenvolver-se-á ao ponto de ser contactado, simplesmente
pelo processo de retornar através do engrama, ao engrama,
sobre o engrama ou pedindo o engrama.
6. O arquivista dará ao auditor tudo o que puder ser extraído
do banco de engramas. O auditor tem de ajudar o arquivista
através da redução, em carga ou severidade, de tudo o que o
arquivista oferece. Isto faz-se levando o paciente a recontá-lo.
(Caso contrário, o arquivista empilha tanto material à volta
disso que, com isto em restimulação, ele já não consegue
chegar aos arquivos. Não é raro o auditor que se opõe ao
arquivista. Todavia, ainda está por encontrar o arquivista que
se oponha ao auditor, excepto pela retenção de dados que não
se reduzirão.)

As técnicas de que o auditor dispõe são as seguintes:

1. Retorno, em que o preclear é enviado para um tempo tão antigo


quanto possível na sua linha do tempo, antes de se iniciar a
terapia propriamente dita.
2. Técnica de Repetição, pela qual se pede ao arquivista dados sobre
certos assuntos, particularmente os que afectam o retorno e
a deslocação na linha do tempo, e que assistem a capacidade
do preclear para contactar engramas.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SEIS

3. Deslocação temporal, pela qual o preclear pode ser movido


distâncias curtas ou longas na linha do tempo, através do
anúncio específico da quantidade de tempo que o preclear
deve avançar ou recuar, ou pelo retorno ou progressão por
intervalos de tempo. (Também é útil descobrir se o preclear
está a mover-se ou em que direcção ele está a mover-se na
linha do tempo, para descobrir a acção que algum engrama
poderá estar a ter sobre ele.)
4. Localização somática, pela qual se localiza o momento de
recepção do somático, num esforço para descobrir se este foi

a
recebido neste engrama ou para encontrar um engrama que
o contenha.
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO SETE

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EMOÇÃO ea
FORÇA VITAL

UM DOS MAIORES papéis na terapia é desempenhado pela


emoção. No segundo livro abordámos este assunto e dividimo-lo
experimentalmente, apenas como teoria, em três divisões:
1. As emoções contidas no comando dos engramas, o que levou
a dor física a ser confundida com emoções.
2. As emoções contidas como reacções endócrinas sujeitas à
mente analítica do Clear e à mente analítica e mente reactiva
do aberrado.
3. As emoções contidas em engramas que retêm unidades livres
de força vi tal.
Trabalho e pesquisa adicionais sobre a emoção produzirão sem
dúvida uma compreensão ainda maior da emoção. Mas agora temos um
conhecimento funcional da emoção. Podemos usar o que sabemos e,
com isso, produzir resultados. Quando soubermos mais, seremos capazes
de produzir resultados muito melhores, mas agora mesmo podemos
produzir o Liberado e o Clear. Se tratarmos a emoção como força vital
retida e se seguirmos estes preceitos gerais para a liberar, obteremos um
ganho muito grande em qualquer preclear; na verdade, produziremos
os nossos maiores ganhos individuais ao liberar a emoção deste modo.
Numa ciência de engenharia como Dianética, podemos trabalhar
numa base de botão de pressão. Sabemos que desligar um interruptor
parará um motor, que ligá-lo novamente voltará a fazer o motor trabalhar
e, independentemente do número de vezes que liguemos ou desliguemos
279
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO SETE

esse interruptor, o nosso motor parará ou começará a trabalhar. Estamos


a usar aqui uma força que ainda é tão misteriosa para nós como era
a electricidade para James Clerk Maxwell. Muito antes, Benjamin
Franklin já tinha observado que a electricidade existia e tinha feito
algumas coisas interessantes com ela, mas não a tinha usado muito e
não conseguiu controlá-la. Um filósofo como Bergson seleccionou uma
coisa a que chamou élan vital, uma força vital. O Homem está vivo,
deve haver uma força ou fluxo de alguma coisa que o mantém vivo;
quando o Homem está morto, não há nenhuma força ou fluxo. Isto é a
força vital no estádio de Benjamin Franklin. Tal como ele considerou
a electricidade, também Bergson considerou a força vital. Agora, em
Dianética, estamos no estádio de James Clerk Maxwell, ou quase lá.
Sabemos que há certas equações que se podem fazer sobre a força
vital e podemos usar essas equações. E podemos teorizar que a "força
vital" e aquilo a que se tem chamado um certo tipo de "emoção" são
coisas semelhantes ou a mesma coisa. Poderemos ter a teoria errada,
mas o mesmo poderá ter acontecido com James Clerk Maxwell. Na
verdade, é possível que as teorias de Maxwell ainda estejam erradas,
mas pelo menos temos luzes eléctricas. Em Dianética, temos bastante
certeza de que a maioria dos princípios é paralela às leis naturais: estes
são as computações principais. Não temos a certeza de ter a emoção
devidamente enquadrada, mas também não teremos a certeza até que
tenhamos realmente pegado num homem morto e o tenhamos voltado
a encher de força vital. Com a excepção deste extremo, estamos a pisar
terreno sólido com a emoção como força vital.
Por exemplo, podemos pegar numa jovem, examinar um pouco o
seu passado, digamos, com um electroencefalógrafo (um instrumento
para medir impulsos e reacções nervosas)* e depois prosseguir com
* O electroencefalógrafo, hipnoscópios, gráficos de inteligência, testes para várias
dinâmicas e por aí adiante são todos auxílios mecânicos para Dianética. São usados
primariamente na pesquisa. Quando disponíveis e quando a capacidade do auditor o
permite, podem ser usados na prática. Mas geralmente não têm estado a ser usados na
prática e não são necessários, nesta altura e com esta terapia. Um dia, espero eu, algum
químico inventará um "gás de transe" perfeito que acelerará o processo de aclarar um
esquizofrénico, e confio que algum engenheiro fará alguma coisa para medir os impulsos
nervosos, que seja suficientemente barata para ser usada na prática geral. Por enquanto,
temos de passar sem eles, por mais desejáveis que possam ser para o futuro.

280
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

base na informação obtida desta forma, para fazer uma de duas coisas. A
primeira é desumana e é claro que não seria feita, mas seria possível pôr
essa jovem doente ou insana, usando apenas os dados que foram obtidos
deste modo. (Se os dados são obtidos em terapia, estes são obtidos por
contacto real com os engramas e um engrama contactado em rêverie
perdeu o seu poder para aberrar: assim, a terapia de Dianética torna tal
eventualidade totalmente impossível.) O segundo facto e muito mais
importante para nós é que, com estes mesmos dados, podemos fazê-la
recuperar toda a força, interesse, persistência e tenacidade em relação
à vida e todo o bem-estar físico e mental possível. Se não se pudesse
fazer isto funcionar nos dois sentidos, não teríamos a resposta, pelo
menos numa forma funcional. (Aliás, algum autor de ficção, se tentado
a causar horror com o primeiro facto, deve fazer o favor de recordar que
os dados foram obtidos com um aparelho que teria espantado o Doutor
Frankenstein pela sua complexidade e perícia de uso, e que a terapia
de Dianética entra em contacto com os dados na fonte: o aparelho é
necessário para impedir que se toque na fonte, pois no instante em que
a fonte é tocada pela terapia, o seu poder desaparece como as manchetes
noticiosas de ontem. Por essa razão, não façamos peças de teatro do
tipo Meia Luz acerca de Dianética, por favor: elas seriam tecnicamente
imprecisas.)
Isto não é tão simples como a electricidade, na medida em que não
se pode ligar e desligar o interruptor. No que concerne à Dianética,
este só pode ser ligado. Temos, então, um reóstato que não retrocederá,
mas que, quando é pressionado para a frente, libera cada vez mais força
dinâmica para dentro do indivíduo e dá-lhe cada vez mais controlo sobre
o seu uso.
O Homem está destinado para ser um organismo autodeterminado.
Quer dizer, desde que possa fazer avaliações dos seus dados, sem
compulsões ou repressões artificiais (as teclas do 7 pressionadas
numa máquina de adição), ele pode operar com a eficiência máxima.
Quando o Homem passa a ser determinado exteriormente, ou seja,
compelido a fazer ou reprimido de fazer, sem o seu próprio consentimento
racional, ele torna-se um animal de botão de pressão. Este factor do botão
de pressão está tão claramente definido que um auditor que descubra,
em terapia, uma frase chave num engrama (e não a libere), pode usar
281
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO SETE

essa frase, por algum tempo, para fazer um paciente tossir ou rir ou
parar de tossir ou parar de rir, conforme a vontade do auditor. No caso
do auditor, porque ele obteve os dados na fonte - contactou o engrama
· em si, roubando-lhe assim parte da sua força - o botão de pressão não
durará muito tempo, certamente que durará menos de duzentos ou
trezentos apertos. Todo o esforço em controlar seres humanos através
do estímulo pela dor e a maioria dos dados acumulados no passado pelas
várias escolas têm sido, inconscientemente, este material de botão de
pressão. Se o engrama não é tocado na fonte, ele presta-se a um uso
interminável e o seu poder nunca diminui. Contudo, ao ser tocado na
fonte, a gravação original é atingida e, assim, o engrama perde o seu
poder. "Controlar seres humanos" e aquilo a que as pessoas têm chamado,
de um modo geral, a "psicologia", na realidade tem sido a manipulação,
tipo botão de pressão, das frases e sons aberrativos de uma pessoa. As
crianças descobrem-nos nos pais e usam-nos furiosamente. O escriturário
descobre que o patrão não suporta um cesto de papéis cheio e, por isso,
tem o cesto sempre cheio. O mestre de um navio descobre que um
dos seus marinheiros se encolhe todas as vezes que ouve a expressão
"maricas" e, por isso, usa a palavra para o intimidar. Esta é a guerra do
botão de pressão entre aberrados. As esposas poderão descobrir que
certas palavras fazem o marido estremecer, irritam-no ou impedem-no
de fazer alguma coisa e, por isso, usam esses botões de pressão. E os
maridos descobrem os botões de pressão das mulheres e impedem-nas
de comprar vestidos ou usar o carro. Esse duelo defensivo e ofensivo
entre aberrados é ocasionado por botões de pressão que reagem contra
botões de pressão. Populações inteiras são manipuladas pelas respostas
dos seus botões de pressão. A publicidade aprende quais são os botões de
pressão e usa-os em coisas como "odor corporal" ou prisão de ventre. E
nos campos do entretenimento e da composição de canções, os botões
de pressão das pessoas são pressionados em séries e baterias inteiras para
produzir reacções aberradas. A pornografia atrai pessoas que têm botões
de pressão pornográficos. O governo do tipo pão-e-circo atrai as pessoas
que têm botões de pressão "cuide de mim" e outros. Poder-se-ia dizer
que não há qualquer necessidade de se apelar à razão, quando há tantos
botões de pressão por aí.

282
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

Acontece que esses mesmos botões de pressão, por serem 7 s


pressionados pela dor e emoção (dados falsos impostos ao computador
pelos engramas - e cada sociedade tem os seus próprios padrões especiais
de engramas), também levam as pessoas à loucura, põem-nas doentes e,
geralmente, provocam estragos sérios. O único botão de pressão que o
Clear tem é aquele que o seu próprio computador, avaliando com base
na sua experiência que, por sua vez, foi avaliada pelo computador, lhe diz
ser uma conduta de sobrevivência nas suas quatro dinâmicas. E assim,
não sendo uma marioneta nas mãos de gente descuidada ou manhosa,
ele permanece saudável e mentalmente são.
Contudo, não é verdade que o Clear não é emotivo, que a sua
razão é fria e que ele é um fantoche autoconsciente das suas próprias
computações. O seu computador trabalha tão rapidamente e em tantos
níveis com tantas das suas computações a ocorrer simultaneamente,
mas fora da vista do "Eu" ( embora o "Eu" possa examinar qualquer
uma delas que queira), que a sua inversão ou consciência intensa da sua
pessoa é mínima. A inversão é a condição do aberrado, cujo computador
deficiente está a lutar com grandes imponderáveis e 7 s pressionados
nos seus engramas, tais como: "Eu tenho de fazer isso. Simplesmente
tenho de fazer isso. Mas não, é melhor mudar de ideias."
A diferença de computação entre o Clear e o aberrado é muito
grande. Mas há uma diferença muito maior: a força vital. As dinâmicas
têm, evidentemente, uma determinada força potencial. Esta força
manifesta-se como tenacidade para a vida, persistência no esforço,
vigor de pensamento e acção e capacidade de experimentar prazer. As
dinâmicas nas células de um homem poderão não ser mais fortes do
que as dinâmicas nas células de um gato. Mas as dinâmicas, no homem
inteiro, são muito maiores do que as de qualquer outro animal. Atribua
isso ao que quiser, mas o homem é basicamente mais vivo, visto que
tem uma resposta mais volátil. Por mais vivo quer-se dizer que o seu
impulso senciente-emocional para viver é maior do que aqueles que são
encontrados noutras formas de vida. Se isto não fosse verdade, ele não
comandaria agora os outros reinos. Independentemente daquilo que
um tubarão ou um castor faça quando é ameaçado de extinção total, o
tubarão e o castor são despachados rapidamente quando se deparam com
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO SETE

as dinâmicas do Homem: o tubarão é usado como couro ou ingerido


como vitaminas e o castor enfeita as costas de uma senhora.
O aspecto fundamental disto pode ser observado numa única reacção.
· Os animais contentam-se com sobreviver nos seus ambientes e procuram
adaptar-se a esses ambientes. Aquele animal muito perigoso - ou deus
- o Homem, tem uma ideia ligeiramente diferente. As escolas antigas
gostavam de dizer ao pobre aberrado demente que ele tinha de encarar
a realidade. Esta era a conduta óptima: encarar a realidade. Só que esta
não é a conduta óptima do Homem. Tal como essas escolas cometeram
o erro fundamental de supor que o aberrado se recusava a encarar o seu
ambiente, quando na realidade, devido aos engramas, ele era incapaz de
o encarar, elas também supuseram que simplesmente encarar a realidade
conduziria à sanidade. Talvez conduza, mas isso não leva a uma vitória
do Homem sobre os elementos e outras formas. O Homem tem algo
mais. Algumas pessoas chamam-lhe imaginação criativa, outras dão-lhe
este ou aquele nome. Mas seja qual for o nome que lhe dêem, resume-se
ao facto interessante de que o Homem não se contenta com meramente
"encarar a realidade", como a maioria das outras formas de vida fazem.
O Homem faz com que seja a realidade a encará-lo. Propaganda sobre "a
necessidade de encarar a realidade", tal como a propaganda no sentido de
que um homem pode ser levado à loucura por uma "delusão de infância"
(seja lá o que isso for) não encara a realidade de que enquanto o castor
construiu diques de lama ao longo das eras da sua evolução e continua
a construir diques de lama, o Homem evoluiu, em meio século, de uma
represa de pedra e madeira para formar um lago para a roda de uma
azenha, até estruturas como a barragem Grand Coulee, e muda inteira
e completamente o aspecto de uma porção considerável dos terrenos da
Natureza, transformando um deserto em solo produtivo e um fluxo de
água em relâmpagos. Isto poderá não ser tão poético quanto desejaria
Rousseau, nem tão bonito quanto algum "amante da natureza" desejaria
que fosse, mas esta é uma nova realidade. Há dois mil anos, os Chineses
construíram uma muralha que seria visível da Lua, se tivesse lá estado
alguém para olhar; há três mil anos, o Homem tinha o Norte de África
verde e fértil; há dez mil anos, ele esteve empenhado nalgum outro
projecto; mas ele tem estado sempre a moldar bastante as coisas para
satisfazerem o Homem.
EMOÇÃO ea FoRÇA VrTAL

Há aqui uma qualidade extra em acção ou talvez seja apenas mais de


uma mesma qualidade, uma quantidade tão grande desta que ela parece
. . .
ser uma coisa inteiramente nova.
No entanto, isto não é tudo uma grande digressão do assunto da
terapia; isto é referido aqui como um aspecto da força vital. Quando o
indivíduo se encontra "possuído de cada vez menos força vital", ele está
a perder, em algum lugar, algumas das unidades livres. E as unidades
livres desta força vital, numa sociedade ou num indivíduo, são o surto
extra necessário para domar o Norte de África, dividir um átomo ou
alcançar as estrelas.
A teoria mecânica aqui - e lembre-se que é apenas uma teoria e
Dianética pode manter-se sem esta - é que cada indivíduo possui uma
determinada quantidade de unidades de força. Estas unidades poderão
ser iguais entre os elementos de um grupo e poderão aumentar para
números cada vez maiores à medida que o "entusiasmo" cresce. Mas,
para os nossos propósitos, podemos considerar que o Homem, como
indivíduo ou como uma sociedade - ambos são organismos - tem um
certo número à sua disposição, para usar a qualquer hora ou em qualquer
dia. Ele poderá fabricar essas unidades de vida conforme necessário e
poderá simplesmente ter uma certa quantidade, isso não tem nada a ver
com esta questão. A questão aqui é que ele pode ser considerado, em
qualquer hora ou dia, como estando vivo em certo grau. Considere isto
como o seu potencial dinâmico, como podemos ver no nosso gráfico
descritivo que foi traçado anteriormente.
O que acontece, então, a este potencial dinâmico no aberrado? Ele
tem uma grande quantidade de engramas no seu banco. Sabemos que
esses engramas podem dormir durante a sua vida inteira sem que lhes
façam key-in e sabemos que qualquer um, ou todos eles, podem sofrer
um key-in e esperar, daí em diante, por restimuladores no ambiente
para os pôr em acção. Sabemos que o seu nível de necessidade pode
elevar-se subitamente e sobrepor-se a todos esses engramas activados,
e sabemos que uma actividade de alta sobrevivência pode dar-lhe uma
tal oportunidade de prazer que os engramas podem permanecer não
restimulados, embora tenham sofrido um key-in. E podemos supor
que esses engramas, de um período da vida para outro, podem de facto
285
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO SETE

voltar a fazer key-out e permanecer desligados, devido a alguma grande


mudança de ambiente ou a oportunidades de sobrevivência.
Contudo, o que normalmente acontece é que alguns engramas
permanecem continuamente key-in e são restimulados, de um modo
bastante crónico, pelo ambiente do indivíduo. E se ele mudar de ambiente,
os antigos poderão fazer key-ou t, mas haverá engramas novos que
acabarão por fazer key-in.
A maioria dos aberrados está num estado de restimulação crónica
que, em média, inicia a espiral descendente com bastante rapidez.
Como isto tem a ver com a força vital, a acção mecânica de um
engrama ao fazer key-in é capturar um certo número dessas unidades de
força vital. A restimulação súbita e abrangente do engrama permite-lhe
capturar uma quantidade ainda maior de unidades de força vital. No caso
médio, cada restimulação captura uma parte maior da força vital restante
e segura-a. Quando o entusiasmo ou o ímpeto alinha o propósito do
indivíduo na direcção de um verdadeiro objectivo de sobrevivência (em
oposição a um pseudo-objectivo contido nos engramas), ele recupera
algumas dessas unidades. Mas a espiral é descendente: ele não consegue
recuperar, excepto em circunstâncias muito invulgares, tantas unidades
quanto as que perdeu dentro do banco de engramas.
Assim, pode-se dizer, para os propósitos desta teoria de acção da
força vital, que cada vez mais unidades de força vital, saídas das reservas
de um indivíduo, são capturadas e mantidas no banco de engramas. Aí
o seu uso é pervertido, fazendo-se passar por dinâmicas (como no caso
maníaco e no caso de grande euforia) e impondo acção à mente somática
e à mente analítica. Neste banco de engramas, as unidades de força vital
não estão disponíveis como sensação livre ou para acção livre, mas são
usadas contra o indivíduo, a partir de dentro.
Há uma observação que tende a demonstrar esta acção: quanto mais
restimulado um aberrado está, menos sensação livre ele poderá possuir.
Se apanhada num maníaco (engrama pró-sobrevivência altamente
lisonjeiro), a força vital dele é canalizada directamente através do
engrama e o seu comportamento, por mais entusiástico ou eufórico que
seja, na realidade é muito aberrado. Se ele dispõe dessa porção de força
vital para ser canalizada desse modo, então pode-se demonstrar que
286
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

ele tem ainda mais força vital, dirigida de um modo senciente, quando
Clear. (Isto já foi feito.)
Demonstrámos a qualidade parasitária dos circuitos demónio,
que usam pedaços da mente analítica e dos seus processos. Há outras
maneiras em que esta qualidade parasitária é comum aos engramas.
Se um homem tem, arbitrariamente, 1000 unidades de força vital, ele
tem uma capacidade de as canalizar, quando Clear, para uma existência
altamente entusiástica. Quando ele está num estado maníaco, com um
engrama pró-sobrevivência em total restimulação, a força vital é dirigida
através de um comando aberrado e dá-lhe, digamos, 500 unidades de
propulsão pseudodinâmica.
Por outras palavras, a energia sai da mesma bateria: um tal engrama
tem, na melhor das hipóteses, menos poder do que teria todo o
organismo Aclarado. (Este aspecto do maníaco ou da superpersonalidade
neurótica iludiu algumas das antigas escolas de cura mental, levando-as
à crença, completamente aberrada e mediocremente observada, de
que só as insanidades eram responsáveis pela capacidade do Homem
para sobreviver, um conceito que pode ser refutado no laboratório
simplesmente aclarando um desses maníacos ou qualquer outro
aberrado.)
O engrama usa a mesma corrente mas perverte-a, do mesmo modo
que usa a mesma mente analítica e usurpa-a. Além de não possuir vida
própria, o engrama desperdiça, à semelhança de tantos parasitas, a
força vital do hospedeiro. É totalmente ineficiente. Se um dispositivo
comparável fosse inserido num circuito electrónico, este simplesmente
desviaria e tornaria "inalteráveis" algumas das funções do equipamento
que deveriam permanecer variáveis e além disso consumiria, simplesmente
pelo maior comprimento dos fios, maus condensadores e válvulas, o
fornecimento de energia tão vi tal para a máquina.
Na mente humana, o engrama assume o seu aspecto de "auxílio"
mais vigoroso no maníaco, canalizando e comandando o organismo para
alguma actividade de grande violência e concentração monomaníaca.
O "supervendedor"; o "aperta mãos" violentamente alegre; o religioso
extremista, fanático e aparentemente indestrutível, são classificáveis
como maníacos. A abundância de "poder" nessas pessoas, mesmo quando
é tão funesta como a de Torquemada ou tão destrutiva como a de
287
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO SETE

Genghis Khan, é um objecto de admiração em muitos lugares. O maníaco,


como se verá adiante, é um comando de "ajuda", "pró-sobrevivência", num
engrama que no entanto fixa o indivíduo em determinado curso. Mas um
engrama somente é capaz de tanto "poder" quanto o que está presente no
hospedeiro, tal como só é capaz de açambarcar tanto analisador quanto
o que está presente.
Tomemos um maníaco poderoso que está a manifestar e a funcionar
com 500 unidades arbitrárias de força vital. Façamos de conta que o
ser inteiro possui 1000 unidades arbitrárias de força vital. Suponhamos
que temos aqui um Alexandre. Na maioria dos casos, as dinâmicas da
pessoa média não são auxiliadas por maníacos, mas estão dispersas tal
como um feixe de electrões poderia ser disperso por um obstáculo à sua
frente. Temos aqui uma actividade dispersa, pensamentos dispersos,
problemas incomputáveis, falta de alinhamento. Numa tal pessoa, com
1000 unidades presentes, 9 50 dessas unidades poderiam estar retidas nos
bancos de engramas e, no entanto, poderiam ser tão contrárias, que a
pessoa exibe uma capacidade funcional de apenas 50 unidades. No caso
de Alexandre, pode-se presumir que o maníaco deve ter estado alinhado
com a direcção geral dos seus próprios propósitos básicos. O seu propósito
básico é um regulador forte: acontece que o maníaco se alinha com este:
uma pessoa de grande capacidade e valentia pessoal passa a possuir 500
unidades através de um engrama maníaco, acredita ser um deus, sai e
conquista o mundo conhecido. Ele foi educado para acreditar que era
um deus, o seu engrama maníaco dizia que ele era um deus e continha
um segurador. Alexandre conquistou o mundo e morreu aos trinta e
três anos. Só conseguiu restringir o seu maníaco enquanto este pôde ser
obedecido: quando já não podia ser obedecido, este mudou a valência
dele, deixou de ser um maníaco e compeliu-o, com dor, a actividades
dispersas. O engrama recebido da sua mãe, Olímpia, quase que pode ser
lido até mesmo nesta data tão recente. Este deve ter dito que ele seria um
deus alegre, que conquistaria o mundo inteiro e que devia continuar a
conquistar, que devia esforçar-se sempre por subir cada vez mais alto. Isto
era, provavelmente, de alguma espécie de cântico ritual da sua mãe, que era
uma alta sacerdotisa de Lesbos e que deve ter recebido al gum ferimento
imediatamente antes do ritual. Ela odiava o seu marido Filipe. Um filho
que conquistaria tudo era a resposta. Alexandre poderá muito bem ter
288
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

tido cinquenta ou cem desses engramas de "ajuda", as preces violentas


de uma mulher suficientemente aberrada para assassinar. Assim, pode-se
presumir que ele tenha conquistado até já não poder estender uma linha
de abastecimento para a conquista e, nessa altura, é claro que ele já não
podia obedecer a esse engrama e, então, a força de dor desse engrama
voltar-se-ia contra ele. Os engramas ditavam o ataque para conquistar e
impunham o comando com dor: assim que as conquistas deixaram de ser
realizáveis, a dor atacou Alexandre. Um dia ele apercebeu-se de que estava
a morrer, dentro de uma semana estava morto e no auge do seu poder. Tal
coisa, numa escala muito grande, é uma frase maníaca de um engrama
em acçao.
Agora suponhamos que Alexandre, só com a educação para voltá-lo
contra o pai, só com as preces a pedir-lhe que conquistasse o mundo,
não engramas, tinha sido Aclarado. Resposta: dada uma razão suficiente
e racional, ele teria certamente sido capaz de conquistar o mundo e, aos
oitenta anos, poderia muito possivelmente estar vivo para o desfrutar.
Como podemos presumir isto?
O maníaco com 500 unidades de propósito dirigido foi Aclarado.
Agora ele tem 1000 unidades de propósito dirigido de uma forma
senciente. Ele é exactamente duas vezes mais poderoso do que era quando
estava num maníaco poderoso e o seu propósito básico poderá ser
semelhante, mas este agora pode ser realizado e não se voltará contra
ele no momento em que atingir um objectivo ou tiver um fracasso.
Isto é clínico, é a teoria subjacente à força vital. Foi formulada num
esforço para explicar fenómenos observados. A teoria poderá estar errada,
mas os dados observados não estão. Porém, a teoria deve estar algures
perto da verdade, pois com ela foi possível predizer uma quantidade
considerável de fenómenos que antes não se sabia existirem: por outras
palavras, é uma teoria proveitosa. Esta veio depois de Dianética estar
bem formulada, porque surgiu um facto estranho, vital para o auditor:
O preclear avançava na terapia na mesma proporção que a quantidade de
carga emocional liberada do seu banco reactivo.
O propósito e a persistência do aberrado eram impedidos na mesma proporção
que a quantidade de carga emocional contida no seu banco de engramas. A sua
recuperação de potencial de sobrevivência aumentava na mesma proporção que
289
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SETE

a quantidade de energia liberada do banco de engramas. A sua saúde melhorava


na mesma proporção que a quantidade de energi,a liberada do banco de engramas.
Os engramas que continham a maior descarga eram aqueles que se centravam
em tor no da perda defactores de sobrevivência imagi,nados.
Por conseguinte, foi formulada esta teoria da força vital. Qualquer
maníaco Aclarado parecia demonstrar muito mais poder real e energia
do que antes de Aclarado. E qualquer "normal" Aclarado aumentava
as suas unidades de força vital acessíveis até um nível comparável a
qualquer maníaco Aclarado.
Sem dúvida que trabalho e observações adicionais aperfeiçoarão esta
teoria. Contudo, no momento presente, ela serve. Esta é uma daquelas
"teorias científicas" introduzidas para explicar uma operação ou uma
série longa de observações. Neste caso, acontece que está directamente
alinhada com os princípios básicos de Dianética, pois prediz dados que
podem então ser encontrados e não rejeita dados anteriores preditos
pela matemática e a filosofia básicas de Dianética.
Na realidade, estamos aqui a falar, não deste termo escorregadio,
a emoção, mas, cremos nós, da força vital. Esta força vital é con­
sideravelmente intensificada pelo sucesso e prazer em geral e é,
segundo esta teoria, aumentada em termos de unidades arbitrárias pelo
prazer. Por outras palavras, o prazer é uma coisa que recarrega as baterias
ou permite que elas sejam recarregadas e num Clear, longe de conduzir
à moleza, leva à actividade renovada, visto que a indolência é engrâmica.
O prazer é um factor extremamente importante: esforço criativo e
construtivo, a superação de obstáculos que não são incognoscíveis na
direcção de algum objectivo, a contemplação de objectivos passados
alcançados, combinam-se todos para recarregar a força vital. A pessoa
que, por exemplo, foi um enorme sucesso e depois o perde, e que então
fica doente por isso, não está a seguir um ciclo racional, mas sim um
ciclo de comando engrâmico. De certa forma, ela desobedeceu a um
comando engrâmico e, tendo-lhe desobedecido, sofre dor. A "criança
prodígio" que cedo "se extingue" na verdade, através da terapia, está
tão extinta quanto uma fornalha abafada. Qualquer "criança prodígio"
é um caso forçado: pense nos sonhos que a Mamã deve ter derramado
nos engramas da criança. Ela fere-se: "Oh! Nunca me perdoarei! Se eu
tiver arruinado o meu filho, nunca me perdoarei. O meu filho, que vai
290
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

ser o maior violinista do mundo!" ou "Oh! Seu bruto! Tu bateste-me!


Se feriste o nosso filho, vais ver! Farei dele o maior jovem pianista de
Brooklyn! Ele vai ser uma criança linda, uma criança prodígio! E tu
bateste-lhe, seu bruto. Oh! Vou ficar sentada aqui mesmo até te ires
embora!" (Engramas reais.) O último faz a computação de que o modo
de se desforrar do Papá é ser o maior pianista de Brooklyn. A criança é
um grande sucesso: tem ouvido para a música, pratica muito e tem um
grande "propósito". Este engrama é constantemente restimulado pela
mãe. Mas então um dia, ele perde um concurso, ele sabe subitamente que
já não é uma criança, ele sabe que falhou. O seu propósito vacila. Passa
a ter dores de cabeça (a pancada do Papá) e, por fim, é um "neurótico"
e um "talento extinto". Aclarado, ele voltou a ser um pianista, não como
uma pessoa "ajustada", mas sim um dos pianistas de concerto mais bem
pagos de Hollywood. A música alinhava-se com o propósito básico.
Mais uma vez, num outro exemplo de maníaco, um paciente que
tinha estado algum tempo em terapia - não é de longe o primeiro a fazer
isto - dizia, com grande entusiasmo, ter sido "activado" por Dianética.
Ele andava um palmo acima do chão, com o peito para fora e assim por
diante. Os seus óculos deixaram subitamente de servir, os seus olhos
estavam bons de mais. Era um caso poderoso e radiante de euforia. A
restimulação artificial tinha tocado num engrama maníaco e fez-lhe
key-in pela primeira vez na sua vida. Ele sentia-se maravilhosamente
bem. O auditor sabia que ele viria a ter uma decaída completa, dentro de
trinta e seis horas a três dias (o tempo habitual), porque uma restimulação
artificial na terapia tinha tocado no engrama. Aconteceu que a avó tinha
dito à filha que não devia abortar a criança, pois algum dia ela poderia
tornar-se um "homem belo e às direitas ou uma linda mulher". Sem
dúvida que ele era um homem às direitas: isso quase lhe lesionou os
músculos das costas. Após mais uma vista de olhos pelo engrama, em
terapia, a fase do maníaco desapareceu.
Pode-se supor, então, que este maníaco, como no caso do menino­
-prodígio, reuniu a força vital disponível e, subitamente, canalizou-a
ao longo das linhas do propósito básico, criando um alto nível de
concentração de força vital. No caso do pianista, a sua força Aclarada
estava muito acima da força do maníaco.No outro caso, que está a ser
291
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO SETE

processado actualmente, alcançou-se um nível que se aproxima do nível


anterior e que o ultrapassará em muito.
Do mesmo modo, um entusiasmo por um projecto canalizará a força
vital nalguma linha de propósito e a necessidade, subitamente, roubará de
novo aos engramas o poder suficiente para levar um indivíduo bastante
longe, embora ele não tenha absolutamente nenhuns maníacos activos.
Agora chegamos ao âmago deste assunto: o engrama pró-sobrevivência.
É uma pseudo-sobrevivência tal como todos os "auxílios" engrâmicos,
uma miragem que se dissolve e deixa areias escaldantes.
A nteriormente, falámos sobretudo de engramas contra-sobrevivência.
Estes encontram-se em todas as dinâmicas do indivíduo e no seu propósito
básico.*
O engrama contra-sobrevivência, para as dinâmicas, é como uma
obstrução de troncos acumulados que bloqueia um rio necessário. A
dinâmica é bloqueada em algum grau. Qualquer bloqueio a qualquer
uma das quatro dinâmicas (ou a qualquer secção desse espectro) causa
uma dispersão do fluxo. Este não reduz a dinâmica, particularmente,
mas dá-lhe uma direcção errónea tal como o rio que, bloqueado no seu
fluxo natural, poderá transformar-se em cinco riachos que seguem em
várias direcções ou que alagam uma pastagem fértil que só deveria ter
sido regada.
O engrama pró-sobrevivência alega auxiliar a dinâmica no seu
caminho (mas na realidade não a auxilia). Este faz de conta que é a
dinâmica. Na analogia com o rio, o engrama pró-sobrevivência seria
um canal que tirou a força do rio e enviou-a nalguma direcção não
pretendida. O engrama pró-sobrevivência não é um maníaco; este pode
conter, e às vezes contém, frases maníacas.
* Acontece que há uma especialização adicional das dinâmicas em cada um de nós,
uma espécie de dinâmica pessoal incorporada. É um facto clínico que o indivíduo
aparentemente sabe qual é o seu propósito básico antes de ter dois anos de idade. O
talento e personalidade inerentes e o propósito básico formam um pacote; estes parecem
fazer parte do padrão genético. Dianeticamente, pode-se fazer qualquer pessoa reviver
a idade de dois anos e consultá-la acerca do seu propósito na vida, e ela apresentará um
desejo muito específico quanto ao que quer conseguir na vida (e a actividade aos dois
anos de idade, ao ser revista, confirmará isto). Descobrir-se-á que a sua vida posterior
seguiu este padrão geral, onde ela foi bem-sucedida. Em quinze pessoas examinadas,
verificou-se que o propósito básico se formou aos dois anos de idade. E quando Aclaradas,
essas pessoas usaram e seguiram esse propósito básico.
EMOÇÃO ea FoRÇA VrTAL

Um engrama contra-sobrevivência diz: "Ele não presta, que se dane,


vamos matá-lo."
O engrama pró-sobrevivência diz: "Eu estou a salvá-lo." Se este
acrescentasse: "Ele é encantador e realmente maravilhoso com as
mulheres", então seria um engrama pró-sobrevivência com um maníaco.
Em termos do gráfico descritivo que define a dinâmica de so­
brevivência e o supressor anteriormente neste livro, o engrama
contra-sobrevivência seria parte do supressor (uma parte aberrada) e o
engrama pró-sobrevivência seria parte do impulso dinâmico (uma parte
aberrada).
Nenhuma destas coisas é realmente uma porção senciente e com­
putável da dinâmica de sobrevivência ou do supressor.
O engrama (talvez o delírio de uma enfermidade) que diz: "Vou ficar
contigo, querido, enquanto estiveres doente", é uma parte aparente da
dinâmica de sobrevivência, mas na verdade é totalmente uma sombra
desta. Mas a mente reactiva não tem qualquer sentido de tempo quando é
restimulada e este engrama, que fez key-in e é constantemente restimulado
por algum conceito que contenha, tal como um odor ou a voz de uma
pessoa que poderá ou não ser a pessoa original, exige que a pessoa
que o possui esteja doente, exactamente como estava quando a frase
foi proferida. Nessa direcção, de acordo com a nossa idiota, a mente
reactiva, encontra-se a sobrevivência: "Eu tinha alguém a tomar conta
de mim quando estava doente. Preciso de alguém para tomar conta de
mim. Preciso de estar doente." Aqui está o padrão básico de todos os
engramas de compaixão. Aqui está o padrão básico do engrama que
conterá a doença psicossomática crónica em qualquer paciente. É claro
que a variedade é muito grande, mas todos insistem em que o indivíduo
que os possui esteja doente para que possa sobreviver.
O engrama do tipo supressor, sempre contra-sobrevivência,
pode ser posto em restimulação do mesmo modo que o engrama
pró-sobrevivência. Um engrama é um engrama e todas as mecânicas são
iguais. O facto de a mente analítica não conseguir situar o engrama no
tempo pode fazer com que qualquer engrama pareça omnipresente. O
tempo talvez possa "curar" as experiências da mente analítica, mas não
da mente reactiva, que não tem tempo - um facto que faz do tempo,
não o Grande Curador, mas o Grande Charlatão. Poderá não haver
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SETE

absolutamente nenhuma veracidade nestes dados supressores. São


dados falsos. Tais engramas deixam um indivíduo, por exemplo, ver
uma borboleta e depois dizem-lhe que ela é perigosa; ele então passa a
detestar a Primavera, por ser nessa altura que ele vê borboletas. Este
engrama poderá dizer-lhe: "Vocês estão todos contra mim. Estão contra
tudo o que eu faço", o que na verdade era a Mamã a fazer frente ao
marido e à sogra. Este contém um conceito, uma gravação do som de
uma máquina de costura. O indivíduo que possui este engrama ouve
uma máquina de costura (se este engrama já sofrera um key-in nalguma
ocasião) num momento em que está cansado e entorpecido e, ao olhar
na direcção da máquina (ele nunca identifica o som real; estes engramas
protegem-se), vê a sua esposa. Ela é o restimulador associativo, uma coisa
que a sua mente analítica, instruída para farejar o perigo, apanha como a
causa. Assim, ele procura à sua volta e encontra uma coisa com que está
irritado (alguma coisa quase "racional" ) e começa a dizer-lhe que ela está
contra ele. Ou este pode ser um engrama de tom emocional tão baixo
como a apatia, e então ele senta-se, chora e geme que ela está contra ele.
Se, durante a "inconsciência" do nascimento, o médico disse que teria
de lhe dar umas palmadas, o indivíduo que possui este engrama berra
e fica com dores de cabeça quando lhe dão umas palmadas e quando
adulto dá palmadas nos filhos como o supressor mais forte em que ele
consegue pensar.
Existe, então, uma diferença entre o pró-engrama e o contra-engrama,
particularmente entre o pró-engrama de compaixão real e o contra­
-engrama. E é uma diferença, embora já estejamos bem adiantados neste
capítulo, que é de interesse vital para o auditor.
Toda a relutância real, que ele verá nos preclears durante a terapia,
vem destes engramas pró-sobrevivência de compaixão. Estes resultam
nalgumas computações muito estranhas. Dizem ao paciente que seria
melhor não "se livrar dele" e, por isso, o paciente esforça-se por manter
os seus engramas. Esse tipo de engrama é muito comum. Um caso típico
é a Mamã a empurrar o Papá, que insiste em que não pode sustentar um
filho. A luta magoa a criança e, na "inconsciência", é claro que ela recebe
um engrama: a Mamã recusa-se a livrar-se dele, a Mamã está do lado do
bebé; portanto, o melhor é o bebé fazer exactamente o que a Mamã diz
e "não se livrar dele". Isto alinha-se com o propósito, o propósito mais
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

profundo de sobreviver. Se ele se livrar dos seus engramas morrerá,


porque livrar-se deles significa a sua morte, pois a Mamã disse que
morreria se ela se livrasse dele. Mais tarde, ao longo da vida, a Mamã
poderá ter tido o péssimo hábito de lhe dizer, quando ele estava doente,
que ela "tomará conta do seu bebé e o protegerá do pai", e isto dá uma
nova força à antiga computação.
Assim, chegamos à computação de aliado. Esta será a principal luta do
auditor, a coisa que lhe resistirá mais esquivamente, a coisa que jaz bem
perto do âmago de uma pessoa.
A computação de aliado é tão severa, que um auditor disse uma vez
que um homem não é vitimizado pelos seus inimigos, é assassinado
pelos seus amigos. Engramicamente falando, isso é realmente verdade.
A única aberração e doença psicossomática, a que o paciente se
agarrará continuamente, é um engrama pró-sobrevivência que faz
parte de uma computação de aliado. Isso poderia ser escrito aqui
cinquenta vezes, sem ter sido suficientemente enfatizado. É da máxima
importância, é a primeira coisa que o auditor irá enfrentar ao iniciar um
caso, a primeira coisa que precisa de descarregar se quiser que a terapia
decorra rapidamente. Poderá ser preciso tocar e reduzir muitos engramas
contra-sobrevivência, pois estes surgem bastante rapidamente quando
chamados, antes de ele conseguir sequer ter uma ideia de qual será a
computação de aliado. Mas quando consegue obter uma computação de
aliado, o melhor que ele tem a fazer é percorrê-la até ao apagamento e
descarregar toda a sua emoção, porque senão o caso ficará retardado.
A computação de aliado é a idiotice, ao nível da mente reactiva, de
que a sobrevivência depende da Avó, da Tia Susana ou de alguma criada
falecida há trinta anos. Quem ajudou o indivíduo quando ele estava
doente, as pessoas que pediram à sua mãe grávida que parasse de o tentar
abortar, que o alimentaram ou que de algum modo tentaram impedir
que ele se magoasse: esses são os aliados.
A mente reactiva opera inteiramente numa lógica bivalente. As
coisas são vida ou são morte, estão certas ou estão erradas, tal como
diz o fraseado do engrama. E as personagens dos engramas são amigos
ou inimigos. Os amigos, os aliados, significam Vida! Os inimigos
significam Morte! Não há meio-termo. Qualquer restimulador ou
restimulador associado significa Vida para o engrama pró-sobrevivência!
295
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO SETE

E qualquer restimulador ou restimulador associado significa Morte


para um engrama contra-sobrevivência!
É claro que o auditor poderá ser uma pessoa muito restimulativa
(alguém que é um pseudopai, um pseudo-amante da mãe antes do
nascimento, etc.), mas é sempre um restimulador associativo, a pessoa
que poderá remover essas coisas terrivelmente vitais: os engramas
pró-sobrevivência. Os engramas contra-sobrevivência pesam mais do
que este factor e é claro que a mente analítica do preclear está sempre
no lado do auditor e da terapia.
A dificuldade surge quando a mente analítica é desligada pela
restimulação e o auditor está a procurar a computação de aliado. Então,
a mente reactiva do preclear esquiva-se e escapa-se.
Contudo, a computação de aliado é simples de localizar. E é muito
vital localizá-la, pois essa computação poderá conter a maior parte da
descarga emocional do caso. Libertar completamente toda a computação
de aliado, antes de alcançar o básico-básico, é inteiramente impossível.
Mas é preciso devolver ao preclear toda a força vital possível, para fazer
o caso trabalhar bem.
Acima de tudo, a computação de aliado enquista a força vital do
indivíduo. Aqui está, aprisionado e retido, o sentimento livre, a palpitação
da própria vida. Um preclear só é colocado em apatia pelas computações
de aliado. O corpo pode estar quase morto na presença de antagonismo
e ainda assim recobrar as suas forças e lutar. Mas não pode combater
os seus amigos. A lei da afinidade foi aberrada ao ponto de se tornar
uma entrada no banco de engramas reactivo. E essa lei, mesmo quando
destorcida com as sombras turvas da irracionalidade na mente reactiva,
ainda funciona. É uma boa lei. É boa de mais quando o auditor está a
tentar encontrar e reduzir engramas que estão a fazer o preclear sentir
a dor da artrite ou a fazer com que tenha hemorragias internas devido
a úlceras no estômago. Por que é que ele não pode "livrar-se" da sua
artrite? A Mamã disse, quando caiu graciosamente por cima de um porco:
"Oh! Não me posso levantar! Oh! Meu pobre bebé! Oh! O meu bebé!
Será que magoei o meu pobre bebé? Oh! Espero que o meu bebé ainda
esteja vivo! Deus, por favor, deixa-o viver! Deus, por favor, deixa-me
ficar com o meu bebé! Por favor!" Só que o Deus a quem ela rezou era a
Mente Reactiva, que faz uma das suas computações idiotas, com base em
296
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

que tudo é igual a tudo. Um segurador, uma prece para a vida, a coluna
do bebé completamente contundida, a compaixão da Mamã, o grunhido
de um porco, uma prece a Deus - todas estas coisas são iguais para a
mente reactiva e, assim, temos um belo caso de artrite, particularmente
porque o nosso paciente procurou a sua "sobrevivência" casando-se com
uma rapariga de voz muito parecida com a da Mamã quando ele estava
no útero. Pedir-lhe que se livre da artrite? A mente reactiva diz: "NÃO!"
A artrite é um bebé, é um grunhido de porco, é uma prece a Deus, é a
compaixão da esposa, é ser pobre, é a voz da Mamã e todas estas coisas
são desejáveis. Ele manteve-se pobre, manteve a sua artrite e casou-se
com uma mulher que faria corar uma meretriz e isto é pró-sobrevivência.
A sobrevivência é uma coisa formidável, quando é a mente reactiva
que a computa! E no caso das úlceras, aqui estava o bebé todo cheio
de furos (a Mamã está a passar um mau bocado a tentar abortá-lo de
modo que possa fingir que foi um aborto espontâneo e, para isso, ela
introduz diversos instrumentos domésticos no colo do útero) e alguns
dos buracos atravessam, de lado a lado, o abdómen e estômago deste
bebé: ele irá viver porque está rodeado de proteína, tem uma provisão
alimentar e porque o saco é como uma destas câmaras-de-ar à prova de
furos que veda cada perfuração. (Há muito, muito tempo que a natureza
se tornou esperta em relação à tentativa de aborto.) Acontece que a
Mamã, neste caso, não era uma monologuista, embora a maior parte da
actividade da Mamã nisto seja uma dramatização e seja acompanhada
de conversação. Mas também acontece que a Avó mora na casa ao lado e
aparece inesperadamente, pouco depois da última tentativa de liquidar
o bebé. A Avó, no seu tempo, poderá ter tentado abortar, mas agora está
velha e é extremamente moral e, além disso, não é a ela que este bebé
está a provocar enjoo matinal. Por isso, ela encontra muito que censurar
quando vê um pauzinho de laranjeira ensanguentado na casa de banho.
O bebé ainda está "inconsciente". A Avó ralha com a Mamã: "Qualquer
filha minha que faça uma coisa tão horrível devia ser castigada pela
vingança de Deus (o princípio de 'faz o que eu digo, mas não faças o
que eu faço' pois, para começar, quem é que deu esta dramatização à
Mamã?) e arrastada pelas ruas. O teu bebé tem todo o direito de viver.
Se achas que não podes cuidar dele, eu com certeza que o farei. Agora
continua com a tua gravidez até ao fim, Heloísa, e se não quiseres este
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO s ETE

bebé quando ele nascer, então eu fico com ele! Que ideia a de tentar ferir
esse pobrezinho!" E assim, quando o nosso caso de úlcera hemorrágica
nasce, ali está a Avó como protecção e segurança. A Avó aqui é o aliado
(e ela pode tornar-se um aliado de milhares de modos diferentes, qualquer
um deles baseado no princípio de que ela fala compassivamente com o
bebé quando ele perde os sentidos e luta com a Mamã a seu favor quando
ele está "inconsciente"), e quando ele cresce até se tornar um menino,
pode-se ver que ele tem uma grande dependência da Avó, para grande
espanto dos pais (pois eles nunca fizeram nada ao pequeno Rogério, eles
não). E o Rogério, quando a Avó morre, desenvolve úlceras hemorrágicas
para a ter de volta.
Quem for um amigo deve ser abraçado contra o peito com laços de
ferro, diz este grande génio, a mente reactiva, mesmo que isto mate o
orgarusmo.
A computação de aliado é um pouco mais do que o simples cálculo
idiota de que alguém, que seja amigo, só pode ser conservado como
amigo através da aproximação de condições semelhantes àquelas em
que surgiu a amizade. É uma computação feita com base em que só se
pode estar seguro perto de certas pessoas e só se pode estar perto delas
estando doente ou louco ou pobre e geralmente incapacitado.
Mostre, a um auditor, uma criança que é facilmente assustada pelo
castigo, que não se sente à vontade em casa, que tenha aliados que lhe
pareçam mais importantes do que os pais (avós, tios, hóspedes, médicos,
enfermeiras, etc.) e que seja adoentada, e o auditor normalmente pode
fazer saltar à vista um passado de tentativas de aborto porque, na maioria
das vezes, estes estão lá. Mostre, a um auditor, uma criança que tenha
demonstrado um enorme apego por um dos pais, detestando o outro, e o
auditor pode pôr à mostra um passado em que um deles queria livrar-se
da criança ou feri-la, e o outro não.
A computação de aliado é, então, importante. E também é muito
secreta. A tentativa de obter os verdadeiros aliados num caso é, muitas
vezes, uma grande luta. Nalguns casos, poderá ser que um paciente tenha
tido oito ou dez destes aliados e tentou mantê-los desesperadamente; e
quando não conseguiu, ele procurou e encontrou companheiros e amigos
que eram aproximações dos seus aliados. Uma esposa, perto de quem
A está continuamente doente, mas que ele não deixará sob nenhumas
298
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

circunstâncias, normalmente é um pseudo-aliado, o que quer dizer que


ela tem alguns maneirismos parecidos com os do verdadeiro aliado, tem
uma voz parecida ou até mesmo um primeiro nome semelhante. B, que
não deixa um emprego e que, no entanto, está a trabalhar num nível
muito abaixo da sua capacidade na vida, talvez mantenha esse emprego
porque o seu chefe é um pseudo-aliado; além disso, ele poderá estar a
trabalhar nesse emprego porque o aliado tinha uma posição semelhante
na vida e ele está a ser o aliado.
Qualquer coisa que possa corromper tanto a vida de uma pessoa será
naturalmente difícil, em certa medida, na terapia. Porque quando lhe
pedem que se livre da sua computação de aliado, é tão provável que ela
dê qualquer indício desta como é que ela cuspa na cara do aliado.
Estes engramas pró-sobrevivência, que contêm a computação de
aliado, podem ser descritos como aqueles que contêm pessoas que
defenderam a vida do paciente, em momentos quando o paciente
concebeu que a sua existência estava a ser atacada. Esta não precisa de
ser uma defesa real e racional: poderá ser apenas que o conteúdo do
engrama pareça indicar isso, mas pode supor-se, com segurança, que as
piores computações de aliado são aquelas em que a vida do paciente foi
defendida, pelo aliado, contra os atacantes. A maioria das computações
de aliado tem a sua génese na área pré-natal.
Procurar a computação de aliado é a primeira acção que se toma em qualquer
caso e procuram-se novas computações de aliado ao longo de todo o caso.
Estes engramas pró-sobrevivência de compaixão, que constituem
as computações de aliado, apenas diferem do engrama pró-sobrevivência
normal em intensidade. Um engrama pró-sobrevivência normal é
mau, somente porque alguém expressou amizade pelo paciente ou
por outra pessoa, quando ele estava "inconsciente". Este é difícil de
descobrir e aclarar, mesmo quando foi inteiramente mal interpretado
- isto é, quando o conteúdo pró-sobrevivência se destinava a outra
pessoa que não o paciente e apenas foi mal interpretado por ele.
Se o paciente está "inconsciente" e alguém diz: "Ele é boa pessoa",
referindo-se de facto a uma pessoa inteiramente diferente, a mente
reactiva egocêntrica toma essa frase como dizendo respeito a si própria.
No engrama pró-sobrevivência de compaixão (a computação de aliado
é composta somente por estes), há algum aliado que realmente defende
2 99
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO SETE

a pessoa do perigo. Isto pode variar entre uma cena dramática em que
alguém estava a matar o paciente e o aliado chegou no último instante,
como a cavalaria, e um incidente no qual o paciente foi simplesmente
salvo ( ou considerou que foi salvo) da morte, como no caso de um
afogamento, atropelamento, etc. E o engrama pró-sobrevivência de
compaixão somente vale tanto quanto o seu conteúdo verbal, pois este
não racionaliza a acção. Têm-se descoberto engramas em que o paciente
estava realmente a ser assassinado, mas o conteúdo era tal, que o paciente
estava convencido de que estava a ser salvo. Um caso desses incluiria
aquilo a que os auditores chamam uma "tentativa de aborto mútua"
- um pai e uma mãe a tentarem juntos o aborto - no qual a Mamã
estava inteiramente de acordo e dispôs-se a fazer a operação, mas ficou
assustada e começou a gritar sobre "o seu precioso bebé", num esforço
para se salvar de ser magoada. Os pacientes com esta espécie de engrama
pró-sobrevivência de compaixão podem ficar muito confusos a respeito
da mãe.
Há vários aspectos insidiosos dos engramas pró-sobrevivência de
compaixão:

1. Estes alinham-se com a dinâmica de sobrevivência fundamental


no sentido mais literal e estão, portanto, alinhados com o
propósito do indivíduo.
2. Estes são como quistos envolvidos por engramas contra­
-sobrevivência que servem de carapaça exterior.
3. Estes afectam mais acentuadamente a saúde do indivíduo e
são sempre o factor básico subjacente à doença psicossomática
que o indivíduo manifesta.
4. Estes fazem a mente reactiva (mas não a mente analítica)
resistir à terapia.
5. Estes são o maior sorvedouro das unidades de força vital.
Em (3) acima, o engrama pró-sobrevivência de compaixão faz mais
do que simplesmente transportar o ferimento que se torna na doença
psicossomática. Qualquer engrama é um monte de dados que não inclui
apenas todas as percepções e palavras presentes, mas também a medição
da emoção e do estado de ser físico. O último, o estado de ser físico,
seria suficientemente sério. Esta medição diz que a estrutura era deste
300
EMOÇÃO ea FoRÇA VrTAL

ou daquele modo, no momento em que o engrama pró-sobrevivência


de compaixão foi recebido. Então, no caso dum engrama de embrião, a
mente reactiva, ao forçar o engrama a entrar de novo em acção, também
poderá voltar a impor o padrão estrutural ao corpo: isto ocasionalmente
resulta num desenvolvimento retardado, pele semelhante à de um
embrião, uma curvatura das costas parecida à do embrião e assim
por diante. As próprias glândulas, sendo órgãos físicos, também são
por vezes suprimidas no esforço da mente reactiva para aproximar
todas as condições. As gónadas subdesenvolvidas, a tireóide abaixo
do nível normal, o membro inutilizado - todas essas coisas provêm
frequentemente de engramas pró-sobrevivência de compaixão. Isto é
tão observável que, quando um indivíduo está a ser aclarado, o processo
de crescimento começa a trazer o corpo de volta ao plano genético,
mesmo antes de o caso estar completado. A mudança que ocorre no
ser físico do paciente é por vezes tão notável e acentuada, que é muito
mais surpreendente do que o mero desaparecimento de um catálogo de
doenças psicossomáticas, tais como dificuldades coronárias, úlceras,
artrite, alergias e por aí fora.
Supor-se-ia que qualquer coisa com força suficiente para distorcer
o plano genético físico e impedir o corpo de se desenvolver, ou fazê-lo
continuar a crescer quando devia ter parado, resistiria a qualquer
terapia. Isto só é verdade num sentido muito limitado. Uma vez que se
esteja ciente daquilo que suprime um caso, pode-se tratar de vencer os
supressores, pois um engrama pró-sobrevivência, ao contrário de um
engrama contra-sobrevivência, tem um calcanhar de Aquiles.
A resposta mais funcional que se conhece em Dianética reside no
princípio das unidades de força vital e na técnica de pô-las de novo
em circulação. O engrama pró-sobrevivência colecciona e retém essas
unidades, de acordo com esta teoria, e colapsa quando o seu poder para
reter as unidades é quebrado.
Então, ao entrar num caso em que a pessoa tem uma doença
psicossomática crónica (e qual é o caso que não tem, mesmo que seja
tão leve como um ocasional acesso de espirros ou soluços), a primeira
coisa que o auditor faz é explorá-lo, passando por uma rotina de retorno
para verificar quão atrás ela pode recuar para ir buscar material, qual é
o estado da recordação sónica, quão oclusa está a juventude da pessoa
301
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SETE

e assim por diante. Quando tiver acabado esta sondagem, ele começa
a fazer a sua computação sobre o caso: primeiro, será que a criança foi
feliz com o pai e a mãe, e se não foi, onde é que a criança foi mais feliz?
(Será aí que residem os aliados.) Será que algum dos pais foi um factor
excessivamente poderoso na formação das capacidades pensantes da
criança? (Aqui também poderá haver um aliado, mesmo que fraco.) Será
que o paciente tinha avós ou outros parentes? Como se sentia em relação
a eles? Todos estes dados estarão mais ou menos oclusos e distorcidos
por circuitos demónio e são tão fiáveis como os dados que este paciente
tentará, inevitavelmente, obter de pais ou parentes "malucos", que não
só não sabem o que lhe aconteceu, como poderão estar muito ansiosos
de que nada seja descoberto.
O que aconteceu realmente? Não deixe o paciente perguntar alguma
coisa aos parentes ou aos pais, se puder evitá-lo, porque eles são
extremamente restimulativos e nunca têm dados que você possa usar;
o paciente está meramente a tentar usar essas pessoas como circuitos
de derivação, para evitar a dor de ser ele próprio a recordar as coisas.
Quando o caso é terminado, ele deixará de querer incomodar essas
pessoas. E se você quiser fazer uma verificação por razões de pesquisa,
pegue num dos parentes e ponha-o a receber terapia.
O auditor tem agora uma pequena ideia de quais poderão ser os
aliados. E aqui vem o calcanhar de Aquiles da computação de aliado.
Qualquer computação de aliado poderá incluir a perda de um aliado.
E a perda de um aliado poderá ser o disparador que dará início à fissão em
cadeia. Porque aquilo que vamos tentar fazer é dissipar ou descarregar
tantas unidades de força vital quanto possível do banco de engramas
reactivo e enfraquecê-lo. Cada carga que retirarmos do banco reforçará
a capacidade do paciente para seguir em frente com a sua vida e ajudará a
sua mente analítica a entrar no banco de engramas. Por isso, descarregar
estas unidades imobilizadas é uma parte vital e importante da terapia, e
a condição do caso melhorará na razão directa do número de unidades
descarregadas deste modo.
Considere estas unidades de vida como energia vital livre: um
engrama que as capture pode instalar-se, para todos os efeitos, como
uma força vital. É então, e só então, que este será uma entidade.
Os circuitos demónio, as paredes de valência (que compartimentam
302
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

o analisador, por assim dizer, e ocasionam a multivalência), a força e


poder do engrama em si estão todos dependentes, segundo a teoria e a
observação na prática, das unidades de vida usurpadas.
Libertar essas unidades é a tarefa primária da terapia; aliviar a dor dos
engramas é a tarefa secundária; tornar o paciente confortável durante a
terapia nem sequer conta, embora não haja necessidade de ele se sentir
desconfortável. O carácter dual da terapia é, então, constituído por duas
secções da mesma coisa: aliviar engramas. Contudo, esta natureza dual
existe nos engramas, visto que eles têm emoção dolorosa (que significa
força vital usurpada) e dor física (que significa dor de ferimento, doença,
etc.).
Recuar o mais para trás quanto possível, tão rapidamente quanto
possível e encontrar o básico-básico é a direcção e propósito da terapia
nos seus primeiros estádios. Para conseguir isto ( quando não pode ser
feito de imediato meramente retornando e encontrando o básico-básico,
algo que se pode e deve sempre tentar) alivia-se o caso e rouba-se o banco
de engramas ao liberar as unidades de vida ( capturadas pela emoção
dolorosa) das computações de aliado.
Em suma, todo o propósito e acção da terapia consiste em encontrar
o engrama mais antigo e apagá-lo, e depois prosseguir com o apagamento
de todos os outros engramas, como engramas, de modo que nunca mais
possam ser descobertos. (Eles rearquivam-se no banco padrão, mas é
necessário um génio para os encontrar lá e uma busca de muitas, muitas
horas: portanto, para o auditor, pode-se dizer que estes foram "apagados",
pois estes já não são engramas e passaram agora a ser experiência.) A
primeira, última e única tarefa do auditor é encontrar os engramas mais
antigos disponíveis e apagá-los. É impossível dizer isto vezes de mais ou
com demasiada ênfase.
Os vários modos de conseguir isto são as técnicas e artes da terapia.
Qualquer coisa que ocasione este apagamento de engramas do seu lugar
e o seu rearquivamento como experiência é útil e legítima, não importando
o que isso inclua. Um engenheiro pretende remover uma montanha que
está no caminho de um rio: a sua intenção e todo o seu esforço são
dirigidos à remoção dessa montanha; os meios e modos que ele emprega
para remover essa montanha, seja uma escavadora, aríete hidráulico ou
dinamite são a arte e as técnicas aplicadas para fazer o trabalho.
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO SETE

Há três graus de conhecimento na nossa tarefa:

1. Em Dianética, conhecemos o objectivo: conhecemos os


resultados que são produzidos quando esse objectivo é
alcançado.
2. Sabemos qual é o carácter das obstruções entre nós e o
objectivo, mas nunca podemos aprender demasiado sobre
o carácter exacto da obstrução.
3. A arte e a técnica de remover a obstrução entre nós e o
objectivo só são legítimas através do teste de se removem,
ou não, a obstrução.

O método de ataque do problema pode sempre ser melhorado ao


se aprender mais sobre o carácter dos factores no problema, ao se
aprender novas artes e técnicas que possam ser aplicadas ao problema,
e ao estudar no sentido de melhorar a nossa perícia em praticar as artes
e técnicas existentes. A arte e técnicas que agora existem não devem ser
consideradas óptimas só porque fazem o trabalho. É possível encurtar
o tempo e facilitar o trabalho através de novas técnicas ou melhorando
a eficiência das técnicas existentes.
Tudo isto está a ser intercalado neste texto para que Dianética, ao
contrário da lógica aristotélica e da história natural, seja reconhecida
como uma ciência que avança e que muda. Isto está a ser introduzido
neste ponto porque nenhum auditor deve simplesmente encostar-se a
esta rotina, sem nunca tentar melhorá-la.
Muito bem, esta é a rotina. Esta funciona, mas nunca se pode fazer
com que funcione depressa de mais ou bem de mais.

1. Ponha o paciente em rêverie e explore a área pré-natal para ver


se há engramas disponíveis para se levantarem sem trabalho
adicional. Se houver e estes podem ser encontrados, retire-lhes
a carga e apague-os se for possível. Não tente apagar uma coisa
tão afastada do básico-básico como o nascimento, a menos
que o arquivista insista em apresentar o nascimento. Por
outras palavras, ponha o sujeito na área pré-natal e procure
os engramas mais antigos. Não peça ocasiões específicas,
particularmente para uma coisa como o nascimento; tome
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

apenas o que for apresentado. Se não puder ir muito para trás,


faça o passo dois.
2. Explore a vida do paciente enquanto ele estiver em rêverie
(faça isto de qualquer modo, mais cedo ou mais tarde, se o
caso abrandar, mas só se este abrandar até um ponto em que
engramas antigos não estejam a reduzir-se ou não tenham
qualquer emoção). Estabeleça, nessa exploração, todas as
pessoas de quem o paciente possa ter dependido e suspeite
sempre de que ele não lhe disse quais eram os aliados realmente
importantes, mas não lhe diga que suspeita disso.
3. Descubra quando é que o paciente perdeu algum aliado por
morte ou partida. Aproxime-se desse momento e, de alguma
maneira, obtendo material anterior e este incidente ou obtendo
apenas este incidente, descarregue a tristeza da perda que há
nos incidentes. Trate qualquer incidente em que o aliado se
vai embora, ou em que o paciente é separado do aliado, como
um engrama e apague-o como tal ou percorra-o até este já não
conter nenhuma "carga" de tristeza. Se a "carga" se mantém,
suspeite de um momento antigo de tristeza referente a este
aliado, encontre-o e trate-o como um engrama.
4. Primeiro, por último e sempre, a tarefa é obter o básico-básico
e depois, em continuação, vai-se obtendo sempre o momento
mais antigo de dor ou tristeza que exista nessa ocasião,
apagando cada incidente, à medida que este for apresentado
pelo arquivista ou encontrado pela Técnica de Repetição.
5. Qualquer incidente que fique encravado tem sempre um
incidente anterior semelhante, e o paciente deve ser levado
para trás, para o incidente anterior, quando um engrama não
se "reduz" com a recontagem.
6. Em qualquer altura que os engramas comecem a manifestar
uma ausência de emoção no tom, mesmo que se reduzam,
suspeite de outra computação de aliado e, quer seja cedo ou
tarde na vida do paciente, obtenha-a e reduza-a, pelo menos
até a descarga emocional ter acabado. Não faça com que
tudo o que há num caso seja restimulado ao mudar de um
incidente não reduzido para uma coisa que pareça mais frutífera,
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SETE

mas reduza tudo o que estiver à vista, antes de sair à procura


de uma nova carga de tristeza.
7. É melhor reduzir um engrama antigo que não manifeste
emoção do que transtornar o caso, ao importuná-lo em busca
de uma computação de aliado, quando uma busca hábil não
conseguiu revelar a sua presença. Apagar engramas sem emoção
antigos acabará por pôr a descoberto uma nova computação
de aliado, se você procurá-la ocasionalmente.
8. Considere que qualquer delonga num caso, qualquer má
vontade em cooperar, provém de uma computação de aliado.
9. Trate todos os circuitos demónio como coisas mantidas no
lugar por unidades de força vital absorvidas pelo banco e
aborde o problema dos circuitos demónio liberando cargas
de tristeza.
1 O. Considere que a perda de um aliado, por morte ou partida, é
idêntica à morte de alguma parte do paciente e que a redução
de uma morte ou partida de um aliado devolverá essa mesma
quantidade de vida ao paciente. E lembre-se que grandes cargas
de tristeza nem sempre são de morte ou partida, mas poderão
ser meramente uma inversão súbita de posição por parte do
aliado.

Tenha sempre em mente que a pessoa que mais se identifica com


a pessoa do paciente, como uma mãe, um pai, avô, parente ou amigo
compassivos, é considerada pela mente reactiva como sendo parte
da própria pessoa, e que qualquer coisa que tenha acontecido a essa
personagem compassiva pode ser considerada como tendo acontecido
ao paciente. Num caso desses em que se verificou que um aliado morreu
de cancro, por vezes é possível verificar que o paciente tem uma ferida
ou um ponto escamoso, no sítio onde ele supôs ter sido o cancro do aliado.
A mente reactiva só pensa por identidades. O engrama pró­
-sobrevivência de compaixão identifica o paciente com outro indivíduo.
A morte ou perda (por partida ou repúdio) do outro indivíduo é,
portanto, uma convicção da mente reactiva de que o paciente sofreu
alguma porção da morte.
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

Qualquer engrama poderá conter cargas emocionais: a emoção


transmite-se, no mesmo nível de tom, das pessoas à volta da pessoa
"inconsciente" para a sua mente reactiva. A ira entra num engrama como
ira, a apatia como apatia, a vergonha como vergonha. Qualquer coisa
que as pessoas tenham sentido emocionalmente, à volta de um indivíduo
"inconsciente", será encontrada no engrama que resultou do incidente.
Quando o tom emocional das pessoas no engrama é obviamente de
ira ou apatia, segundo o conteúdo verbal e, no entanto, o paciente ao
recontar não o sente, há alguma coisa, nalgum lugar, que tem uma parede
de valência entre o paciente e o tom emocional, e essa parede de valência
é quase sempre derrubada pela descoberta de um engrama com carga
de tristeza, numa ocasião anterior ou posterior na vida do paciente.
A única razão legítima para entrar em porções mais recentes da vida
de uma pessoa, antes de a área pré-natal ter sido bem esgotada, é para
procurar descargas de tristeza ocasionada pela morte, perda ou repúdio
de um aliado. E por "repúdio" queremos dizer que o aliado se tornou
um inimigo activo (real ou imaginário) do paciente. O homólogo do
aliado, o pseudo-aliado, é uma pessoa que a mente reactiva confundiu
com o aliado real. A morte, perda ou repúdio de um pseudo-aliado pode
conter uma carga de tristeza.
De acordo com a teoria, a única coisa que pode aprisionar unidades
de vida é esta emoção de perda. Se existisse algum método de não fazer
mais nada senão libertar todas as unidades de vida, a dor física poderia
ser negligenciada.
Um Liberado é produzido, de um modo ou de outro, libertando o
máximo possível de unidades de vida dos períodos de perda, com uma
abordagem mínima aos engramas reais.
A perda de um aliado ou pseudo-aliado não precisa de conter qualquer
dor física ou "inconsciência", além daquela ocasionada pela perda em
si. Isto já é bastante sério. Isto produz um engrama.
Qualquer pessoa que subitamente se descubra estar oclusa na vida
de um paciente pode, com alguma segurança, ser considerada um aliado
ou pseudo-aliado. Se, ao lembrar ou retornar, faltam grandes secções
de relacionamento do paciente com outra pessoa, pode-se dizer que
essa pessoa está oclusa. Se a oclusão rodeia a morte da pessoa, a partida
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SETE

dessa pessoa ou repúdio por parte dessa pessoa, essa é a melhor garantia
de que se trata dum aliado. Também é possível haver oclusão devido a
castigo, querendo isto dizer que a pessoa oclusa também poderá ser um
grande inimigo. No entanto, em tal caso, qualquer memória que exista
será referente à morte, derrota ou doença da pessoa oclusa. A oclusão do
funeral de uma pessoa na memória de um paciente iria, teoricamente,
rotular essa pessoa como um aliado ou pseudo-aliado. Uma lembrança
do funeral de uma pessoa, mas com a oclusão de um relacionamento
agradável, poderá indicar que a pessoa era um inimigo. Estas regras
são experimentais. Mas é certo que qualquer oclusão significa que uma
pessoa teve um significado grande e oculto na vida de um paciente, que
deveria ser explicado.
Poderá mencionar-se neste ponto que a recuperação do paciente
dependerá, em grande medida, das unidades de vida libertadas do seu
banco reactivo. Isto é uma descarga de tristeza e poderá ser bastante
violenta. A prática comum é "esquecer" tais coisas e "quanto mais
depressa forem esquecidas, mais depressa se curam". Infelizmente isto
não funciona; seria bom se funcionasse. Qualquer coisa esquecida é uma
ferida supurante quando esta contém qualquer desespero. O auditor
descobrirá que todas as vezes que ele localizar este grande negador,
"esquece isso", ele encontrará o engrama que o negador suprimiu;
quando não consegue localizar o engrama e no entanto encontrou um
somático, existirá um "esquece isso", "não penses nisso", "não consigo
lembrar-me disso", "não me lembro" ou algum outro negador no contexto
do engrama. Esquecer é tão prejudicial à saúde que, quando uma coisa
foi "posta fora do pensamento", ela foi posta directamente dentro do
banco de engramas reactivo e lá dentro esta pode absorver unidades
de vida. Esta computação "maluca", de que esquecer coisas torna-as
suportáveis, é incrível quando se toma em consideração o facto de que o
hipnotizador, por exemplo, obtém resultados com uma sugestão positiva
quando coloca um desses negadores no final desta. Isto é conhecido há
muitos milénios: essa foi uma das primeiras coisas que ensinaram ao
autor quando ele estudou as práticas asiáticas: há muito tempo atrás,
isto filtrou-se da Índia para a Grécia e Roma, e veio até nós por intermédio
de Anton Mesmer: este é um princípio fundamental em diversas artes

308
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

místicas: até o curandeiro Sioux conhecia as suas mecânicas. No entanto,


as pessoas em geral, até agora sem qualquer orientação a este respeito, e
talvez porque lhes faltava algum remédio real, acreditavam que a coisa a
fazer com a tristeza era "esquecê-la". Até Hipócrates comentou que uma
operação não fica inteiramente acabada, enquanto o paciente não tiver
recontado o incidente a todos os seus amigos, um por um. E embora
isto seja uma terapia inadequada, ela foi, como a confissão, uma parte
da sabedoria popular ao longo de muitas eras. E, no entanto, as pessoas
teimam em suprimir a tristeza.
Muitas vezes, na actividade do auditor, o paciente pedir-lhe-á: "Não
me fale a respeito da morte de fulano tal." Se ele for suficientemente
tolo para dar ouvidos a este pedido choroso quando o paciente está em
rêverie, então o auditor estará a bloquear activamente uma Liberação.
Esse é o primeiro incidente que ele deve obter!
Seria mau, talvez, sem a técnica de Dianética, chegar perto de tais
coisas, mas com a nossa arte é fácil não só entrar no momento real do
incidente, mas também recontá-lo até as lágrimas e lamentos serem
apenas ecos no livro de caso. Tratar essa perda como um engrama,
recontá-la até esta deixar de ser emocionalmente dolorosa, é devolver
o paciente à vitalidade que ele não tem tido desde que o incidente
ocorreu. E se o incidente não diminuir após uma dúzia de recontagens,
deslize para trás na sua linha de tristeza, como faria com qualquer outro
engrama, e encontre momentos cada vez mais antigos. Um paciente que
comece a descarregar tristeza com a idade de cinquenta anos poderá
dar por si, duas horas mais tarde, lá em baixo na área básica, a recontar
o momento primário de tristeza, na ocasião em que o aliado perdido se
tornou inicialmente um aliado. Se o auditor puder obter a cadeia inteira
de algum aliado, esgotando a tristeza contida nesta desde o incidente
mais recente para o mais antigo, retirando toda a tristeza que puder obter
de cada incidente e despojando a carga da série inteira de engramas, ele
poderá, com poucas horas de trabalho, livrar o caso de carga emocional
suficiente para então começar um apagamento ordeiro.
Faça o favor de observar esta diferença: o calcanhar de Aquiles da
computação de aliado pode ser considerado como estando num ponto
recente na cadeia de incidentes relativa a esse aliado, o que quer dizer
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO SETE

que temos aqui um funil, vertical no tempo, no qual se pode entrar


em tempo recente e depois seguir para trás no tempo. O calcanhar de
Aquiles da cadeia de engramas contra-sobrevivência está nos incidentes
mais antigos, exactamente o oposto dos engramas emocionalmente
dolorosos.
Para recuperar unidades de vida ao banco de engramas, de modo
a dispor de emoção livre suficiente para Liberar ou Aclarar um caso,
comece com perdas recentes de aliados ou pseudo-aliados e trabalhe em
direcção às mais antigas.
Para liberar a dor física do indivíduo no banco de engramas, comece
cedo (tão perto da concepção quanto puder chegar) e continue a trabalhar
em direcção às mais recentes.
Dor física na cadeia contra-sobrevivência pode suprimir emoção
dolorosa na cadeia pró-sobrevivência.
Emoção dolorosa na cadeia pró-sobrevivência pode suprimir dor
física nos engramas contra-sobrevivência.
Se fizesse um desenho da área pré-natal do banco de engramas
reactivo, esta teria mais ou menos este aspecto: uma linha comprida
traçada horizontalmente, representando o tempo, que teria manchas
escuras representando engramas; uma extremidade da linha representaria
a concepção, a outra extremidade o nascimento: por cima desta linha
haveria uma área escura, como uma névoa densa, estendendo-se de uma
extremidade à outra da linha e quase caindo até tocar nesta: acima desta
névoa escura, haveria outra linha horizontal, a linha do tempo aparente
ao longo da qual o paciente retorna. A primeira linha comprida é a linha
do tempo real; a névoa é emoção dolorosa. A linha escura superior é
aquilo que o paciente confunde com a sua linha do tempo e usa como tal.
A emoção dolorosa é, claro, ocasionalmente tocada na área pré-natal
e a oportunidade de a dispersar, quando se descobrem cargas emocionais
pré-natais deste modo, nunca deve ser descurada pelo auditor: na verdade,
logo que grande parte da emoção dolorosa da vida mais recente seja
descarregada, muita emoção dolorosa pode ser encontrada entre os
engramas mais antigos. A maior parte desta névoa, e a primeira parte que
o auditor frequentemente contacta, está na vida recente: embora seja
originada, como carga, na vida recente, pode-se dizer que ela se encontra
nesta área pré-natal.
310
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

Momentos de perda, a perda por morte ou partida de qualquer dos


aliados do paciente e a perda de um aliado por este se virar contra o
paciente, aprisionam essas cargas emocionais e interpõem-nas entre
o paciente e a realidade. Embora o momento de perda tenha sido após o
nascimento, na infância, adolescência ou quando adulto, este estava a
suprimir retroactivamente os engramas antigos.
Este aspecto da emoção dolorosa é um key-in dos incidentes antigos
provocado pelo momento de perda. Por outras palavras, um momento
de grande perda suprime o indivíduo na Escala de Tom até um ponto
em que ele se aproxima do nível dos engramas antigos e estes, estando
activados pelo key-in, retêm as unidades de carga daí em diante.
Unidades de vida apanhadas deste modo são retidas e são a vida dos
engramas. Como na electricidade, uma carga positiva desvia-se de uma
carga positiva, cargas iguais repelem-se uma à outra. Pode-se dizer,
por analogia, que o analisador, operando com o mesmo tipo de carga
que a contida no engrama, afasta-se do engrama, que desse modo
permanece ignorado e intacto.
Ao retornar à área dos engramas antigos - que continuam activados
por causa das cargas tomadas dos incidentes recentes - o indivíduo pode,
confortavelmente, passar ao lado de enormes quantidades de material
aberrativo, sem sequer suspeitar da sua presença. Contudo, quando os
momentos recentes de emoção dolorosa são liberados, o auditor pode
ir imediatamente para dentro da área antiga e encontrar engramas de
dor física, que até então não tinha sido capaz de descobrir.
De facto, tanto os momentos recentes como os antigos são engramas:
a notícia ou a observação da perda desliga o analisador e tudo o que
entra depois nesta é engrâmico e é arquivado na mente reactiva. Devido
à visão e uma memória de actividade que está ligada ao presente,
que servem todas para manter um indivíduo orientado, uma pessoa
pode frequentemente recordar o momento de perda - ao passo que
não consegue recordar material pré-natal, pois faltava-lhe naquela
área qualquer ligação com factores de orientação que se impingissem
ao analisador. Embora o bebé pré-natal tenha definitivamente um
analisador, especialmente nos estádios mais avançados, a experiência
e a memória não estão coordenadas e então a mente analítica não
suspeita da existência de engramas. Isto não é verdade quanto aos
311
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO SETE

períodos posteriores da vida, particularmente os que vêm depois da


aprendizagem e uso da fala. O facto é que mais tarde na vida, esta
capacidade de recordar as circunstâncias que estavam presentes em
determinado momento sem sentir qualquer dor extrema, também serve
para esconder aqui a existência de um engrama real: uma pessoa sente
que sabe, analiticamente, tudo a respeito desse momento de perda. Na
realidade, ela não tem contacto com o próprio engrama, que contém
um momento de "inconsciência" de menos profundidade do que, por
exemplo, a variedade anestésica. Contudo, as perdas de aliados na infância
podem estar tão oclusas que não há lembrança dos próprios aliados.
O auditor verificará que os engramas muito recentes são fáceis de
contactar. E também descobrirá outra coisa. O paciente, enquanto está
retornado a esse momento de perda, poderá não estar a ocupar o seu
próprio corpo. Este "fenómeno" é conhecido há milhares de anos e
até mesmo a última menção que foi feita a esse respeito dizia apenas
que isso era "interessante", sem fazer qualquer esforço adicional para
descobrir a razão por que uma pessoa, retornada a uma área em regressão
hipnótica, às vezes podia ser encontrada dentro de si mesma (o que
significa a ver as coisas como sendo ela própria) e às vezes via as coisas
e ela própria incluída como parte do cenário (como se estivesse a ver de
fora). Por termos descoberto que uma função natural da mente é retornar
num estado desperto a incidentes passados, não altera o facto de que
nos deparamos com aspectos até agora conhecidos como "fenómenos"
misteriosos dos sonhos de drogas e do hipnotismo. Não estamos de modo
nenhum a praticar hipnotismo: portanto, isto significa que o hipnotismo
e Dianética usam capacidades semelhantes da mente; isso não significa
que tais capacidades pertençam ao campo do hipnotismo. E um dos
vários aspectos do retorno é que este ocasionalmente - ou continuamente,
em alguns pacientes - encontra áreas em que o paciente está "fora" do
seu corpo. Essas visões exteriorizadas do Eu têm duas explicações: uma
delas é a valência, pela qual o paciente tomou para si a identidade de
outra pessoa e vê a cena através dos olhos dessa outra pessoa; a outra é a
exteriorização, em que a emoção dolorosa está presente em tal quantidade,
que o paciente não pode ocupar-se a si próprio. Essa emoção dolorosa
poderá provir de incidentes anteriores ou posteriores ao momento
em que o paciente está a presenciar uma cena a que foi retornado por
312
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

Dianética. Recontando a cena várias vezes, o paciente aproximar-se-á cada


vez mais da ocupação do seu corpo, até que por fim, vê a cena a partir de
dentro do seu corpo. Às vezes não ocorre nenhuma descarga emocional
(lágrimas, etc.) até o paciente ter repassado o incidente diversas vezes e
até estar dentro do seu próprio corpo. É como se, estando retornado, ele
tivesse de explorar o terreno para descobrir se era seguro ocupar-se a si
próprio. Se, após algumas recontagens, não ocorre nenhuma descarga
como as lágrimas, então a emoção está suspensa noutro lugar, antes ou
depois, mas normalmente está muito depois disso. Para todos os fins e
propósitos do auditor, a exteriorização por causa da emoção é o mesmo
que a exteriorização por causa da dor física. Quando encontra um caso
que está continuamente exterior, em toda a extensão da linha do tempo,
o auditor deve dirigir a sua perícia à.liberação de momentos de emoção
dolorosa.
Todos os pacientes parecem ter a ideia de que o tempo cura e que
algum incidente com dez ou vinte anos já não tem qualquer efeito sobre
eles. O tempo é um Grande Charlatão, não um Grande Curador, como
já se disse. O tempo faz alterações através dos processos de crescimento
e decadência, e o ambiente apresenta novos rostos e actividades e, assim,
altera os restimuladores: um momento de emoção dolorosa do passado
tem, tal como qualquer outro engrama, os seus próprios restimuladores e
está, além disso, a manter num estado de key-in todos os engramas antigos
que se relacionam com ele para que os restimuladores destes também
funcionem. Cada restimulador tem um conjunto de restimuladores
que estão associados a ele pela mente analítica, que não consegue ver
o restimulador real. Tudo isto cria um padrão complexo, mas só será
complexo na terapia se não se conhecer a fonte de aberração. Se o auditor
retornar o paciente a qualquer momento de emoção dolorosa do passado
e o percorrer como um engrama, ele descobrirá que toda a sua carga
original está presente e se descarregará.
Ele normalmente encontrará o paciente a esquivar-se a qualquer
ideia de entrar no engrama real: o preclear poderá tentar dar detalhes
sobre toda a espécie de bricabraque, os seus próprios pensamentos,
as razões pelas quais isto já não é doloroso para ele e assim por diante.
Esses pensamentos e dados, antes ou depois do facto, têm tanta utilidade
quando se percorre um engrama como tinha uma dissertação sobre
313
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO SETE

"ilusões infantis" para o problema de remover aberrações da mente


humana. O auditor que der ouvidos a estas "razões" e coisas de que
"eu me lembro" em vez de trabalhar o engrama em si, não porá o seu
paciente bom e desperdiçará horas valiosas de terapia. Um auditor que
fizer isto pertence à escola de pensamento das palmadinhas na mão, a
qual acredita que a compaixão tem valor. O lugar dele não é na cadeira de
auditor. É tempo perdido, tempo valioso perdido, dar ouvidos a qualquer
coisa que o paciente pensou, disse, fez ou acreditou quando ele devia
estar a entrar no engrama e a percorrê-lo como engrama. Há certamente
uma necessidade de descobrir, pela conversa do paciente, onde está o
engrama, mas uma vez que este esteja localizado, tudo o resto são escórias.
Veja, por exemplo, um momento em que a criança é informada
da morte dos seus pais. O auditor vem a saber que os pais morreram
quando a criança tinha dois anos de idade. Ele pode deduzir, então, sem
dificuldades ou perguntas adicionais, que alguém deve ter falado com
este paciente acerca da morte dos pais, que houve um momento preciso
em que o paciente, então uma criança, soube dessas mortes. Recontando
o assunto em tempo presente, sem estar retornado, o paciente está a
usar todos os anos intermédios como amortecedores contra a emoção
dolorosa. O auditor retorna o paciente, sem mais preâmbulos além
da rotina usual de pôr o paciente em rêverie, ao momento em que ele
soube da morte dos pais. Ele poderá andar um pouco às apalpadelas para
se orientar no passado, mas não demora muito a contactar o instante
em que alguém o informou. Pode ter a certeza de que, se essa criança
tinha algum amor aos pais, existe ali um engrama. O engrama começa
no primeiro momento em que a criança é infarmada, quando seria
de esperar que o analisador se tivesse desligado. O fim do engrama é
um momento, uma hora, um dia ou mesmo uma semana mais tarde,
quando o analisador voltou a ligar-se. Entre o primeiro momento de
atenuação analítica e a recuperação do poder analítico, está o engrama.
Os primeiros minutos são os mais severos. Percorrer uma hora disto
(uma hora do incidente, não de terapia) deve ser mais do que suficiente.
A maioria dos auditores apenas percorre os primeiros minutos diversas
vezes, para fazer um teste de se vai ou não haver alguma descarga
emocional. Percorra tal período de perda, que deve conter emoção
dolorosa, exactamente como percorreria um período de dor física e
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

"inconsciência" de outra fonte. Porque o período de emoção dolorosa


é um período de "inconsciência", tal como se o paciente tivesse sido
atingido com uma clava. Se for possível contactar a emoção neste período
com quatro ou cinco recontagens (começando de cada vez do princípio,
assegurando que o paciente esteja retornado e em contacto com todos os
percépticos do incidente, percorrendo-o por aquilo que é, um engrama),
então o engrama deve ser recontado até que desapareça a emoção que
este contém e até que o paciente esteja aborrecido ou mesmo alegre com
isso. Se após quatro ou cinco recontagens o paciente ainda está bastante
exteriorizado e ainda não contactou nenhuma emoção, então a carga
está suspensa noutro ponto, antes ou depois, e devem fazer-se tentativas
em termos de outras perdas, não importa a quantos anos de distância do
incidente emperrado, para obter uma descarga. Depois de uma descarga
ter sido feita noutro ponto, o incidente abordado primeiro, como no
caso da criança de dois anos que perdeu os pais, poderá descarregar.
É certo que, mais cedo ou mais tarde, tal incidente se descarregará e
também é certo que enquanto um incidente de tal gravidade não for
bem descarregado, o caso não fará muito progresso em obter um grande
número de engramas fisicamente dolorosos.
Muitas vezes as descargas são contactadas em lugares muito
improváveis. Estas têm, algures, um contacto suficiente com a superfície
para que um toque do paciente retornado permita que as unidades se
libertem, permita que os engramas façam key-out e saltem à vista na
linha do tempo nos seus devidos lugares.
O banco de engramas fica severamente distorcido pela emoção
dolorosa e as áreas de emoção dolorosa ficam severamente distorcidas
pela dor física noutro lugar. O sistema de arquivo da mente reactiva é
péssimo. O arquivista é capaz de recuperar, e de entregar ao auditor,
apenas um certo número de engramas de emoção dolorosa ou de dor
física de cada vez. As posições destes na linha do tempo poderão estar
desordenadas, o que significa que o auditor poderá contactar um
engrama fisicamente doloroso antigo (o que é sempre a sua tarefa mais
importante), depois contactar um engrama no meio da área pré-natal,
depois um engrama pós-nascimento e daí em diante parece não haver
mais nenhum engrama da variedade de dor física (engramas da variedade
física que contêm perdas de consciência ocasionadas por acidentes,
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO SETE

doenç as, cirurgia ou ferimento). Isto não quer dizer que o caso está
num impasse ou que o paciente está Aclarado. É mais provável que
signifique que há incidentes da outra variedade de engrama (emoção
dolorosa, proveniente de perda por morte, partida ou inversão dos
aliados), que podem agora ser tocados. O auditor procura então, e esgota,
a carga emocional dos engramas de perda, normalmente na vida mais
recente. Estes, com as unidades libertadas novamente em circulação,
permitem o aparecimento de engramas de dor física anteriores e o
auditor reduz cada um dos que puder contactar. Assim que ele já não
consegue encontrar engramas fisicamente dolorosos, ele volta a procurar
engramas de emoção dolorosa, e assim por diante, alternando conforme
for necessário. A mente, sendo um mecanismo autoprotector, mais cedo
ou mais tarde bloqueará os engramas de dor física ao paciente se houver
engramas de emoção dolorosa disponíveis, e bloqueará engramas de
emoção dolorosa assim que houver engramas de dor física disponíveis.
Comece em períodos recentes para obter emoção dolorosa e trabalhe
para trás até ao princípio. Comece a obter engramas de dor física antigos,
perto do princípio, e trabalhe em direcção aos períodos recentes, perto
do presente. E sempre que qualquer engrama for contactado, percorra-o
até que este deixe de causar quaisquer dificuldades ao paciente ou até
que tenha desaparecido completamente (rearquivado, mas desaparecido
segundo aquilo que o auditor e o paciente podem dizer no momento).
Se um incidente, após muitas recontagens, não apresenta sinais de
estar a ficar mais leve ( o somático não está a diminuir ou a emoção
não se está a expressar ou a diminuir), só então é que o auditor deve
procurar outro incidente. Num engrama de emoção dolorosa, a carga
está frequentemente mais tarde. Num engrama de dor física, a suspensão
é invariavelmente causada pela existência da mesma frase num engrama
de dor física anterior que pode ser contactado e, em tal caso, o auditor
deve voltar a passar pelas frases que o levaram ao somático até encontrar
um contacto e levantar o engrama.
Nesta altura, já deve estar extremamente claro que a racionalização*
a respeito da acção, conduta ou condições não avança a terapia e não tem
* Racionalização significa pensamento justificativo - as desculpas que uma pessoa dá para
explicar o seu comportamento irracional.
EMOÇÃO ea FoRÇA VITAL

nenhuma utilidade, para além de ser uma ajuda ocasional na localização


de engramas. Deve estar igualmente claro que nenhuma quantidade de
explicações, palmadinhas nas mãos ou avaliação por parte do auditor
adiantará o apagamento dos engramas. Deve estar claro que aquilo que
a pessoa pensou, na ocasião do incidente, não era aberrativo. Deve estar
claro que a emoção dolorosa coloca os compartimentos e os circuitos
demónio na mente, e que os engramas físicos mantêm a aberração e a
dor física no corpo.
Toda esta operação é mecânica. Não tem nada a ver com o pensamento
justificativo, vergonha ou razões. Só diz respeito ao esgotamento do
banco de engramas. Quando tiver desaparecido a maior parte da emoção
dolorosa, a pessoa está Liberada. Quando o banco de engramas estiver
esgotado do seu conteúdo, a pessoa está Aclarada.
A mente é como uma excelente peça de equipamento. Como mente
e como mecanismo, esta é quase impossível de destruir, excepto pela
remoção de algumas das suas partes: os engramas não removem partes
da mente, adicionam-lhe coisas desnecessárias. Visualize uma máquina
bela e eficiente, operando na perfeição: isso seria a mente sem as adições
de dor e emoção dolorosa. Agora visualize esta bela máquina nas mãos
de uma equipa de mecânicos idiotas: eles começam a trabalhar nela e não
fazem absolutamente nenhuma ideia de que aquilo que eles fazem afecta
a máquina. Agora eles vêem que há alguma coisa mal na máquina e não
têm a mínima noção de que colocaram vários tipos de chaves-inglesas,
alfinetes de chapéu, pontas de cigarro velhas e o lixo do dia anterior
dentro desta máquina e à sua volta. A primeira coisa em que pensam
é pôr alguma coisa nova em cima ou dentro da máquina para corrigir
o seu funcionamento e acrescentam-lhe dispositivos arbitrários para
reparar a operação da máquina. Alguns desses dispositivos parecem
ajudar a máquina (engramas de compaixão) e podem ser usados,
na presença dos bricabraques restantes, pela própria máquina para
ajudar a sua estabilidade. Os idiotas interrompem o abastecimento
de combustível (engramas de emoção dolorosa) ou, como a pessoa
que batia no carro com uma chibata quando este não andava, tentam
aguilhoar a máquina (estímulo pelo castigo) e assim acrescentam mais
dificuldades. Por fim, esta máquina parece um destroço sem conserto,
quase escondida sob tudo o que lhe acrescentaram e atiraram para
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO SETE

dentro dela, e os mecânicos idiotas abanam a cabeça e dizem: "Temos


de lhe pôr outra coisa qualquer, senão ela parará!" Eles fazem isso e a
máquina parece parar (fica insana).
Em Dianética, faz-se um trabalho hábil de limpar os detritos que
estão dentro e à volta da máquina. Não se faz isto acrescentando
mais detritos. Os mecânicos idiotas (o conteúdo da mente reactiva)
parecem desanimados com esta acção. Mas a máquina em si, subitamente
consciente de que se está a fazer alguma coisa por ela que de facto
voltará a pô-la num bom estado de funcionamento, começa a ajudar.
Quanto mais detritos se retiram, melhor ela funciona e menos força têm
os mecânicos idiotas. O curso do melhoramento deve ser, e é, rápido.
Podemos parar quando a máquina está a funcionar pelo menos tão bem
quanto a máquina "normal" (um Liberado) ou podemos parar quando
tivermos retirado todos os detritos da máquina (um Clear). Quando
produzimos um Clear, contemplamos algo que jamais foi contemplado
antes, pois este nunca existiu num estado livre de destroços: uma máquina
perfeita, eficiente, poderosa, reluzente, capaz de ajustar e cuidar de todas
as suas próprias operações, sem qualquer tipo de auxílio terapêutico
adicional. Q
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO OITO

ALGUNS TIPOS de ENGRAMAS

SÃo DADOS DOIS EXEMPLOS de cada tipo de engrama, para que o


auditor possa compreender claramente as suas diferenças.

ENGRAMA CONTRA-SOBREVIVÊNCIA

Este é qualquer tipo de engrama que se atravessa nas dinâmicas e que


não tem nenhum alinhamento com o propósito.
Uma luta entre a mãe e o pai, pouco depois da concepção. O pai
atinge a mãe no estômago. Ela grita (os primeiros perceptos são a dor,
a pressão, o som do golpe e o grito) e ele diz: "Que Deus te amaldiçoe,
eu odeio-te! Tu não prestas. Vou-te matar!" A mãe diz: "Por favor, não
me batas mais. Por favor. Estou ferida. Estou ferida. Estou aflita com
dores!" O pai diz: "Fica aí e apodrece, maldita! Adeus!"
Neste engrama, nós temos uma situação severamente aberrativa:
primeiro porque ocorre bastante cedo; segundo, porque o seu conteúdo
diz que a pessoa que o possui está ferida e aflita; terceiro, porque
contém um segurador e, portanto, tem uma tendência para se tornar
crónico ("Fica aí"); quarto, porque pode produzir doença ("e apodrece");
quinto, porque tem uma conotação religiosa a respeito de Deus e ser
amaldiçoado; sexto, porque dá ao indivíduo um sentimento de que as
outras pessoas não prestam ("tu" normalmente aplica-se a outras pessoas);
319
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO ÜITO

sétimo, porque pelo conteúdo, este tem um tom emocional de hostilidade


("eu odeio-te"); e oitavo, porque o indivíduo, após o nascimento, tem de
viver com estas pessoas restimuladoras: o seu pai e a sua mãe. Isto tem
outros efeitos adicionais, dando ao indivíduo, como todos os engramas,
duas valências adicionais e desnecessárias, uma das quais, a da mãe, é
uma valência covarde e a outra, a do pai, é uma valência ameaçadora. O
indivíduo poderá dramatizar isto de diversos modos: se não o dramatiza,
ele sente a dor (pois nesse caso estará na sua própria valência) sempre
que o engrama seja restimulado; se dramatiza a mãe, ele sentirá a dor
que ela recebeu com a pancada no estômago (enquanto que a sua própria
dor é na cabeça e no coração); se dramatiza o pai, ele terá problemas
com a sociedade, já para não falar da sua própria mulher e filhos. Não
há nada a ganhar com qualquer engrama de qualquer espécie, mas
enquanto uma pessoa tem engramas, alguns tipos, particularmente o
engrama de compaixão, servem para manter os engramas antagónicos
afastados.
O segundo exemplo de contra-sobrevivência é um engrama de enjoo
matinal, no qual a mãe está a vomitar com tanta força, que há uma severa
compressão da criança que a põe "inconsciente". A mãe está a vomitar,
arquejando e dizendo para si própria, entre os espasmos: "Oh! Porque
é que eu nasci? Sabia que não devia tê-lo deixado vir-se dentro de mim.
Eu sabia, eu sabia. Era um erro, mas mesmo assim ele tinha de fazê-lo.
Ai! Que horror! O sexo é nojento. É terrível. Odeio o sexo. Odeio os
homens. Odeio-os. Oh! Ai, isto não vem para cima, isto não vem para
cima. Estou tão mal do estômago e isto não sai."
Neste engrama, temos algo que uma mulher poderá dramatizar se
estiver grávida, mas que um homem jamais poderia dramatizar como
gravidez, excepto ao ficar enjoado do estômago. Muitos dos enjoas
matinais parecem ser uma aberração que provém de engramas: algures
lá atrás no tempo, alguma mãe poderá ter vomitado por ter comido
comida estragada e foi aí que tudo começou, talvez no tempo em que o
Homem ainda andava nas árvores. Agora note que a mãe está a vomitar,
que o conteúdo do seu estômago está a ser regurgitado; no entanto, o
engrama diz que isto não vem para cima. Quando isto é dramatizado,
com o indivíduo na sua própria valência, ele experimenta pressão em
ALGUNS TrPos de ENGRAMAS

cima de si e "inconsciência" e, consequentemente, tal dramatização é


impossível; quando isto é dramatizado, tem de ser dramatizado como a
mãe, mas a acção não é dramatizada tanto como o comando e surge uma
condição em que o indivíduo com tal engrama, quando enjoado, não
pode vomitar. O comando do engrama é mais importante do que as acções
que as pessoas fazem dentro deste. Num nível reactivo não há qualquer
racionalidade. Se isto fosse num nível consciente, no qual não seria
aberrativo, é claro que a acção poderia ser imitada e de facto conteria
vómito, visto que no nível consciente a acção é mais importante do que
o conteúdo verbal.
Em terapia, quando encontramos este engrama, poderemos ter
dificuldade em entrar nele, pois este diz que: "Não o devia ter deixado
vir-se dentro de mim", o que é um negador. Encontramos também o
"Isto não vem para cima", um segurador. O engrama irá com toda a
certeza levantar-se assim que estas palavras e o somático se levantarem,
e estas palavras já não possam interromper o engrama. Se o engrama
não se levanta, é porque há um engrama prévio com um conteúdo muito
semelhante ( o aberrado tem um padrão de dramatização que ele repete,
vez após vez, após vez, apresentando às pessoas que o rodeiam muitos
incidentes que são mais ou menos iguais, com a excepção do seu ponto no
tempo). Isto poderia ser restim-.alado no ambiente (mas não na terapia) até
um ponto em que causasse loucura, pois "isto" também poderá referir-se
à criança que, identificando-se com a palavra "isto", depois não consegue
subir para tempo presente. Em terapia, o poder do engrama é esgotado
até certo ponto, só por ser tocado com a mente analítica retornada; além
disso, o auditor descobre que o paciente não se está a mover na linha do
tempo e uma exploração da situação depressa encontra um segurador,
pois o paciente, mais cedo ou mais tarde, dirá que "não pode vir para
cima", mesmo que o auditor não o tenha adivinhado.
Na esfera aberrativa, este engrama provavelmente colocaria um
bloqueio pesado em toda a Segunda Dinâmica e a pessoa, em cuja mente
reactiva isto estivesse, seria frígida, af ectada e áspera com crianças
(todas estas coisas podem juntar-se em várias combinações). Além disso,
encontraríamos uma apreensão de que "ele" teria de fazer alguma coisa
quando verificasse que algo era um erro. Na esfera psicossomática,

321
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO ÜITO

isto poderá causar dores de cabeça durante ou por causa do coito,


ou uma tendência para ficar enjoado sempre que praticasse o coito.
Qualquer uma das frases deste engrama, como quaisquer outras frases
em qualquer outro engrama, tenderia a dar-lhe o somático e a aberração,
desde que o indivíduo estivesse num estado de baixo poder analítico,
como sucede no cansaço ou doença ligeira. Assim, este fica à espera
até que alguém diga, durante um período futuro de "inconsciência", de
preferência numa voz parecida com a da mãe quando esta soava através
das paredes do abdómen e do útero: "Ai! Que nojento!", ou alguma outra
frase que lhe fizesse key-in. "Nojice", por acaso, não lhe faria key-in.
"Aí", apesar de ser semelhante a "Ai", não lhe faria key-in. Mas o barulho
do vómito provavelmente far-lhe-ia key-in.

ENGRAMA PRÓ-SOBREVIVÊNCIA

Este poderia ser qualquer engrama que, só pelo conteúdo, não por
qualquer auxílio real que este dê ao indivíduo que o tenha, fingisse
contribuir para a sobrevivência.
Tomemos um engrama de coito: a mãe e o pai estão a realizar o
acto sexual que, pela pressão, é doloroso para o nascituro e deixa-o
"inconsciente" (isto é uma ocorrência comum, como o enjoo matinal,
que normalmente está presente em qualquer banco de engramas). A mãe
está dizer: "Oh! Não posso viver sem isto. É maravilhoso! É maravilhoso!
Oh! Como é bom. Oh! Faz isso outra vez!" E o pai está a dizer: "Vem-te!
Vem-te! Oh! Tu és tão boa! Tu és tão maravilhosa! Ahhhh!" O orgasmo
da mãe dá o toque final na "inconsciência" da criança. A mãe diz: "É
tão bonito." O pai, que agora acabou, diz: "Levanta-te", o que significa
que ela deve fazer uma irrigação (eles não sabem que ela está grávida) e
então começa a ressonar.
Este é obviamente um incidente valioso, porque a pessoa "não
pode viver sem isto". Além do mais, este "é tão bonito". E também "é
maravilhoso". Mas também é extremamente doloroso. Este incidente
não pode ser seguido porque começa por ter uma coisa que chama de
volta parte da mente, ''Vem-te!" e depois, mais tarde diz-lhe "Levanta-te".
Coisas que são "bonitas" e "maravilhosas" podem causar um orgasmo

322
ALGUNS TIPOS de ENGRAMAS

à nossa paciente, fora da terapia, quando ela olha para coisas bonitas e
maravilhosas, desde que tenham sido rotuladas como tal.
A dramatização disto pode ser feita na valência do pai ou da mãe:
dramatizá-lo na sua própria valência significaria dor física. Assim,
o indivíduo que tem este incidente modificado apenas pelos outros
engramas de coito que ele tem, encontrar-se-á como o pai, enojado após
o acto e a dizer à sua parceira para "Levantar-se". A emoção está contida
na maneira como a palavra "Levanta-te" foi proferida: isto é uma emoção
transmitida pelos tons de voz, não pelo conteúdo verbal: os engramas
contêm sempre ambas as coisas.
Na terapia, nós verificamos que a mente reactiva está a ser muito
cautelosa quanto a deixar que este engrama apareça à vista porque, afinal
de contas, a pessoa "não pode viver sem isto". Há classes inteiras destas
frases de avaliação favorável nos engramas e sempre que esbarra com
uma, o auditor encontrará a mente reactiva do preclear a resistir-lhe.
"Não quero perder-te", "Segura-te a isto", "Não posso largar isto, senão
caio" e assim por diante. Mas isto é, afinal de contas, simplesmente
outro engrama e é aberrativo, quer seja "agradável" ou não.
Os impulsos masoquistas e sádicos provêm, frequentemente, de
engramas de coito que contêm essas coisas específicas. Mas o auditor
não deve supor que, só porque este coito é doloroso para a criança, isso
fará dela um masoquista ou um sádico. Se há masoquismo ou sadismo
no paciente, este é causado por engramas que contêm violações, bater
para obter satisfação sexual, desfrute da dor, etc., e por engramas que,
homonimicamente, parecem declarar que o sexo e a dor são semelhantes,
tal como um coito "normal" que diz: "É tão bom que até dói! Magoa-me
outra vez, Pedro. Magoa-me outra vez! Oh! Enfia-o dentro de mim, até
acima! Faz doer para que eu me possa vir." Dramatizado por um rapaz,
isto poderá muito bem dar origem a sodomia, porque o engrama não é
uma acção observada, mas uma série de comandos tomados literalmente.
Assim, o engrama de coito pró-sobrevivência, como o primeiro
exemplo que demos aqui, é relativamente inocente no padrão aberrativo
de uma pessoa. Porém, por um acaso de palavras, este poderia ser muito
diferente no seu efeito aberrativo.
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO ÜITO

O segundo exemplo de pró-sobrevivência refere-se a outro engrama


pré-natal. (Um auditor comentou, enquanto estava a ser aclarado: "Eu
tinha pensado que a minha vida, antes de Dianética, era um gráfico
de anos em que o tempo que ia da concepção ao nascimento ocupava a
quinquagésima parte da distância linear entre a concepção e o tempo
presente, mas agora penso no período pré-natal como ocupando dois
terços da distância entre o princípio e o agora." A área pré-natal, depois
de aclarada, voltou a ser a quinquagésima parte.)
A mãe, sujeita a tensão arterial alta, provocava continuamente uma
condição de grande dor no nascituro, particularmente quando ela estava
agitada. (Esta é a principal fonte da enxaqueca.) Desconhece-se aquilo
que a deixou agitada ao ponto de ter a tensão arterial alta no momento em
que este engrama foi recebido - e muito do "enredo" da vida pré-natal
poderá permanecer desconhecido, pois os dados explicativos poderão
vir antes da dor e do engrama, e uma gravação completa só ocorre após o
instante de dor, quando surge algum grau de "inconsciência". A mãe, no
começo do engrama, quando a tensão começou a subir e a fazer pressão
no nascituro, estava a chorar. Estava sozinha. "Oh! Como é que eu vou
alguma vez conseguir sair disto? Parece-me tudo tão sombrio e sem
cor. Oh! Por que é que eu fui começar isto; é-me impossível levar isto
até ao fim. Mas tenho de conseguir, tenho de conseguir. Ficaria doente
se não conseguisse. Oh, Senhor, acontece-me tudo ao mesmo tempo.
Estou totalmente aprisionada. Mas agora vou com isto até ao fim, vou
sentir-me melhor. Vou ter coragem e conseguir. Tenho de ter coragem.
Sou corajosa. Eu sou a pessoa mais corajosa do mundo. Tenho de ser e
sou." A tensão baixou.
O que isto era exactamente permanecerá um mistério para o auditor
que o reduziu, para o paciente que o tinha, para o autor e para o
leitor: muitas vezes é isso que acontece com os engramas. Estes são
concebidos em incompreensão e não são para ser compreendidos, excepto
mecanicamente, e apenas apagados do banco de engramas.
É particularmente perigoso ter este engrama, pois contém um
maníaco nas palavras: "A pessoa mais corajosa do mundo." É claro que
o "Eu" normalmente é usado pelo nascituro como sendo ele próprio,
quando o engrama for finalmente capaz de af ectar um analisador em
ALGUNS TrPos de ENGRAMAS

que existe a fala. Antes desse momento, há apenas uma gravação sem o
significado das palavras, embora o engrama possa ser aberrativo, mesmo
antes de as palavras receberem o seu significado. Este é ainda mais
perigoso, porque diz: "Estou aprisionada" e porque diz: "Acontece-me
tudo ao mesmo tempo." "Aprisionada" é o nosso inimigo, o segurador.
Mas "acontece-me tudo ao mesmo tempo" é um agrupador. Além disso,
o resto do conteúdo, como engrama, não é computável no analisador.
Este diz que "tenho de ir com isto até ao fim", mas que "não consigo
levar isto até ao fim", que "ficaria doente se não conseguisse", mas que
isso "é impossível". Visto que tudo é igual a tudo, segundo computa
a nossa inimiga idiota, a mente reactiva, este engrama não só repele
como atrai a terapia: isto cria uma condição de indecisão insuportável
na mente analítica.
O indivíduo que tem este engrama poderá encontrar-se - quando
isto actua como aberração - primeiro, na porção maníaca de ser a pessoa
mais corajosa do mundo e depois, regredindo um pouco devido a uma
ligeira mudança de restimuladores como o agravamento da enxaqueca,
encontrar-se totalmente indeciso sobre qualquer curso de acção e com a
emoção transmitida, contida nas lágrimas, de estar muito deprimido. Mas
isto é pró-sobrevivência, porque aparentemente impõe uma maneira de
sair de uma situação. Como factor adicional - devido à sua frase acerca
de "parece-me tudo tão sombrio e sem cor" - isto causa daltonismo, pelo
menos na recordação, de modo que a mente "vê" as imagens recordadas
do passado como não tendo cor. Se sofrer o acréscimo de suficientes
dramatizações subsequentes, este engrama pode causar um daltonismo
percéptico real. É bastante provável que o engrama inteiro, quando
combinado com outros factores, leve o indivíduo a ser internado num
manicómio com o seu somático completamente ligado (enxaqueca)
e, devido ao agrupador, com todas as outras dores que sentiu na sua
vida, igualmente ligadas. Este agrupador junta toda a linha do banco
de engramas num só lugar e depois põe o indivíduo precisamente
nesse ponto.
Em terapia, quando isto foi contactado, um caso que tinha sido
classificado como "insano" veio para um estado Liberado de "normal". A
paciente tinha estado internada, estava na posição fetal e tinha regredido
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO ÜITO

fisicamente. O facto de que ela estava sempre a gritar essas palavras


exactas, e a chorar, tinha sido anotado na sua ficha como a manifestação
de uma delusão de infância. O caso foi aberto pela Técnica de Repetição,
usando as palavras que ela estava sempre a gritar, depois de a sua atenção
ter sido fixada no auditor através de barulho alto e monótono. Havia
alguns incidentes mais antigos, que continham essas palavras, que
tiveram de ser alcançados antes que o incidente em dramatização se
atenuasse. Contudo, normalmente contacta-se engramas como este
em pessoas mais ou menos "normais", e estes são aliviados de forma
rotineira. Esta paciente tinha experimentado um grau muito elevado de
restimulação e tinham ocorrido vários engramas de perda graves que
mantiveram o key-in do conteúdo anterior.
Também se poderá comentar acerca de todos estes casos de
"aprisionado", "apanhado", "não consigo sair disto" (ou seja, onde
há alguns seguradores e também uma grande quantidade de emoção
dolorosa) que certos aspectos fetais são visíveis, mesmo quando o caso
é "normal". Uma pele brilhante, uma curvatura da coluna, gónadas só
parcialmente desenvolvidas - todas estas coisas são comuns e um ou
muitos desses sinais poderão estar presentes.

ENGRAMA DE COMPAIXÃO

O primeiro exemplo é uma doença que um paciente teve quando era um


menino. Aos dois anos e meio de idade, ele ficou doente com pneumonia.
Ele tinha um passado considerável de tentativas de aborto e a carga
engrâmica usual recebida de pais aberrados. Ele estava extremamente
preocupado com as discussões e os transtornos do seu próprio lar;
muitos dos seus engramas tinham feito key-in e entre estes estava a
sua pneumonia. A avó veio e levou-o para a sua casa, pois sempre que
ele ficava doente a mãe ia-se embora e deixava-o. O incidente estava
extremamente ocluso e só foi alcançado depois de alguns engramas
de emoção dolorosa, mais recentes na vida, terem sido descarregados
e depois de quase cem engramas pré-natais de dor física terem sido
liberados. A avó, quando ele chorava no delírio, interpretou a sua
actividade como uma prova de que ele estava "consciente", o que não
era verdade, e procurou chamá-lo à razão. Ela disse: "Essas pessoas não
querem realmente ser tão más para ti, querido. Sei que elas na verdade
326
ALGUNS TrPos de ENGRAMAS

têm um bom coração. Simplesmente faz o que elas te mandam, acredita


no que elas te dizem e ficarás bem. Agora promete-me que farás isso,
querido." A criança, nas últimas profundidades da reacção, respondeu e
prometeu que acreditaria nelas e faria o que lhe dissessem. "Eu amo-te
muito", continuou a avó, "e tomarei conta de ti. Agora, não te preocupes,
querido. Esquece isso agora. Apenas descansa um pouco."
As frases contidas neste engrama, por estarem num nível de transe
e por poderem ser mantidas no lugar pela sua febre e dor, produziram
um efeito muito profundo no miúdo. Ele tinha de acreditar em tudo o
que lhe dissessem. Isto significa uma crença literal e custou-lhe, entre
outras coisas, muito do seu sentido de humor. Por querer estar bem, ele
tinha de acreditar naquilo que os pais diziam; as coisas que eles tinham
dito, no período pré-natal, continham toda a espécie possível de dados
negativos a respeito de quem mandava, de como era divertido bater
na mãe e por aí fora. Tudo isto foi, então, transformado em "dados
verdadeiros", nos quais ele tinha de acreditar, porque o seu engrama de
compaixão assim o dizia. Não é possível rogar uma praga pior a alguém
do que aquelas dos engramas de compaixão que dizem: "Acredita no
que te dizem", "Acredita no que lês", "Acredita nas pessoas", porque
esse engrama significa, literalmente, que o coitado do analisador nunca
mais será capaz de avaliar os seus próprios dados daí em diante, a menos
que, por meio de uma rebelião total, o indivíduo se volte contra o
mundo inteiro, o que ocasionalmente pode ser feito. No entanto, deixe
que o indivíduo se case, como este fez, com uma mulher que tenha
características semelhantes às da sua avó (uma pseudo-avó) e ele torna-se
vítima de: (a) a dor e doença crónicas que experimentou nos engramas
de compaixão da avó (necessárias para conseguir e manter a compaixão
dela); e (b) todos os seus pré-natais, visto que a pseudo-avó atira-o para
a sua própria valência. Isto fá-lo discutir, o que faz a sua mulher ripostar
e, subitamente, esta mulher não é a pseudo-avó, mas a pseudomãe. Lá
se vai a sanidade.
Em terapia, quando finalmente encontramos este engrama de
compaixão, verificou-se que este permaneceu enterrado de duas maneiras:

1. Este estava alinhado com o propósito.


2. Este continha um mecanismo esquecedor.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO ÜITO

Por causa de (1), a autoprotecção da mente só lhe permitiu entregar


o engrama depois de se ter retirado tensão suficiente do caso, para
permitir que a mente passasse sem este engrama.
Em (2), temos um dispositivo que é comum nos engramas. Sempre
que tentamos percorrer um engrama que tem somáticos suficientes,
até mesmo para fazer o preclear rebolar-se no divã, mas que não tem
conteúdo verbal, nós suspeitamos de um mecanismo esquecedor. Existem,
evidentemente, pessoas neste mundo que pensam que o esquecimento
é a panaceia para todo o desconforto mental. "Tira isso da cabeça", "Se
eu me lembrasse disso ficaria maluco", "Filho, tu nunca te lembras de
nada do que eu te digo", "Ninguém se pode lembrar de nada", "Não
me consigo lembrar" e o simples "Eu não sei", assim como o mestre
de toda essa família de frases, "Esquece isso!" são todas frases que
barram a informação ao analisador. Um caso inteiro, recém-aberto,
poderá estar sempre a responder a tudo com um desses negadores (há
muitos outros tipos de negadores, como se deve recordar). A Técnica de
Repetição acabará por começar a liberar a frase de vários engramas e
começará a apresentar incidentes. Ter uma avó que diz: "Esquece isso!"
continuamente, todas as vezes que uma criança se magoa, é ser mais
amaldiçoado do que Macbeth. Um esquecedor, usado por um aliado,
irá, por si só e sem praticamente qualquer dor ou emoção presente,
submergir dados que, ao serem recordados não seriam aberrativos, mas
que enterrados deste modo - por um esquecedor - tornam as coisas
ditas, logo antes deste, aberrativas e literais.
Foi por esta razão que este engrama permaneceu totalmente
escondido até o caso estar quase terminado e assim que este foi
contactado, o banco reactivo, já desintensificado, desmoronou-se e o
paciente foi Aclarado.
O segundo exemplo do engrama de compaixão tem a ver com uma
experiência de infância de um paciente que, no começo da terapia, era
um indivíduo notavelmente confuso. Eis um exemplo de um engrama
de compaixão que não é invulgar. (Não será o principal em qualquer
computação de aliado, mas por ser frequentemente repetido no mesmo
caso, este torna-se aberrativo.) Este incidente ocorreu quando a criança
foi gravemente ferida num acidente. Teve uma fractura no crânio e uma
ALGUNS TrPos de ENGRAMAS

concussão, ficando muitos dias em coma. O paciente nunca soubera


que este incidente lhe havia acontecido, embora um exame posterior
revelasse a evidência da fractura. Este exame também revelou que
ele, conquanto soubesse que tinha um sulco no crânio, nunca se tinha
interrogado acerca disso, nem por um instante. O pai e a mãe estavam,
na altura, à beira do divórcio e, na presença da criança que estava só
parcialmente consciente, discutiram várias vezes nesses poucos dias,
evidentemente transtornados pelo acidente e acusando-se mutuamente
sobre quem teve a culpa. A primeira parte da série de engramas incluídos
neste grande engrama não é importante como exemplo, excepto na
medida em que ocasionou uma condição em que a mãe se apresentou
como uma defensora da criança, que nem sequer estava a ser atacada
pelo pai. A conversa da mãe indicava aberrativamente que o pai estava
a atacar a criança (e são as palavras contidas num engrama, mais do que
a acção, que importam como factores aberrativos). Finalmente, o pai
foi-se embora e saiu de casa. A mãe sentou-se ao lado da cama do menino
e, chorando, disse-lhe que não o deixaria morrer, que "trabalharia como
uma escrava e gastaria os dedos até aos ossos" para mantê-lo vivo e: "Eu
sou a única razão por tu estares vivo. Defendi-te contra aquela besta,
aquele monstro. Se não fosse por mim, tu terias morrido há muito
tempo e eu vou cuidar de ti e proteger-te. Por isso, não prestes atenção a
nada do que as pessoas te digam. Sou uma boa mãe. Tenho sido sempre
uma boa mãe. Não os escutes. Por favor, querido, fica aqui e fica bom,
por favor!"
Tantos disparates saíram, sem dúvida, directamente da mente reactiva
dela. Não se sentia culpada pelo modo como estava a cuidar do bebé
embora, ciclicamente, tivesse feito coisas terríveis a esta criança desde a
concepção. (Não existe tal coisa como culpa, ou um complexo de culpa,
que não saia directamente de um engrama que diga: "Sou culpado" ou
alguma frase semelhante.)
Aqui está a ambivalência em acção. Por ambivalência queremos dizer
poder em dois lados. Seria melhor chamar-lhe multivalência, pois pode-se
demonstrar que as pessoas têm muitas valências e não é invulgar que
um "normal" tenha vinte ou trinta. Esta mãe, com as suas súplicas
loucas e sentimentalismo piegas, trocava de valências como um dervixe
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO ÜITO

rodopiante. Ela foi capaz de ser tremendamente cruel, torturando o


seu filho, conforme se diz na Marinha, com "castigos caprichosos e
invulgares", embora uma dessas valências, que infelizmente para o
paciente só aparecia quando ele estava doente, protegesse a criança
ferozmente e lhe assegurasse que a amava e que nunca a deixaria morrer
de fome, etc. A mãe formou neste miúdo, devido ao seu próprio padrão
reactivo e às suas incapacidades, perto de mil engramas antes de ele ter
dez anos de idade. Este exemplo particular era bastante normal.
O aspecto aberrativo deste engrama era uma "convicção" de que,
se a mãe não estivesse por perto e se ele não estivesse de boas relações
com ela, ele passaria fome, morreria ou sofreria de um modo geral.
Significava também, por causa do momento em que foi dado, ter uma
forte dor de cabeça se ele quisesse viver. A série inteira desses engramas
criou um padrão altamente complexo de doenças psicossomáticas,
incluindo sinusite, uma erupção crónica, alergias e numerosas doenças
físicas reais, apesar de o paciente ter sempre tentado ser tão recto quanto
possível relativamente ao seu ser físico e não ser de modo algum um
hipocondríaco.
Em terapia, a cadeia inteira de lutas nesta área, grande parte da área
pré-natal e a maioria dos engramas de emoção dolorosa que surgiram
mais tarde na vida foram aliviados antes que este engrama de compaixão
se manifestasse.
Como uma nota sobre o assunto de engramas de compaixão,
acrescenta-se que estes não se encontram exclusivamente na infância:
existem antes e depois do nascimento, e às vezes bastante tarde na
vida. Qualquer pessoa que defenda a criança contra mais tentativas
de aborto torna-se parte das cadeias de engramas de compaixão e,
logicamente, é um aliado cuja perda é algo a temer. Engramas de
compaixão tardios foram descobertos na idade de cinquenta anos. Um,
descoberto aos trinta anos, consistia numa enfermeira ninfomaníaca
que, durante o período em que o paciente estava ainda sob o efeito do
éter e ainda com dor, falou com ele obscenamente, brincou com os seus
órgãos genitais e ainda conseguiu, pelo conteúdo dos seus comentários,
plantar um engrama de compaixão que produziu uma condição psíquica
muito séria no paciente. (Não é de modo algum verdade que existam

330
ALGUNS TrPos de ENGRAMAS

muitos casos de brincadeira sexual enquanto o paciente está sob anestesia


ou narcotizado, mas só por isto ser uma reacção psicótica típica da
delusão, não é razão para excluir a possibilidade de o incidente ocorrer
ocasionalmente.)
O engrama de compaixão só tem de soar como um engrama de
compaixão para que se torne num: a mente reactiva não faz qualquer
avaliação da intenção real.

ENGRAMA DE EMOÇÃO DOLOROSA


Seguem-se três exemplos para ilustrar um tipo de cada. Estes podem
acontecer em qualquer período, inclusive no pré-natal, mas são mais
fáceis de tocar na vida mais recente, onde depois conduzirão a incidentes
mais antigos de dor física, engramas de compaixão e outros.
O primeiro exemplo é um caso de perda por morte de um aliado.
Uma rapariga, na idade de dezoito anos, recebeu um engrama de emoção
dolorosa quando os pais lhe disseram que a sua tia tinha morrido. A
tia era um aliado principal. A paciente, tratada quando tinha trinta e
um anos, recordou a morte da tia, mas atribuiu a sua tristeza a outras
coisas, tais como uma restimulação daquilo a que chamava o seu próprio
"instinto de morte" (que, na realidade, era conversa engrâmica da mãe
sobre desejar morrer e acabar com tudo). De facto, a tia tinha sido um
grande factor em dissuadir a mãe de "livrar-se" da criança e tinha feito
a mãe prometer que não o faria. A tia também tinha cuidado da criança,
após o nascimento, no decurso de doenças e era, de facto, o único refúgio
da menina quando uma mãe megera e um pai religiosamente fanático
investiam contra ela, pois nenhum deles a tinha desejado e tinha havido
alguns esforços para pôr fim à gravidez antes do tempo.
O pai transmitiu a informação à rapariga, com uma voz sonora e
ar apropriadamente grave. "Quero que tu sejas muito respeitadora no
funeral, Ágata." ("Qual funeral?") "A tua tia acaba de passar para o
mundo do além." ("Ela morreu?") "Sim, a morte vem para todos nós e
precisamos de estar preparados para algum dia encarar o destino que
espera por nós no fim da estrada, pois a vida é um longo caminho e
Deus e o Inferno em chamas esperam no outro extremo e algum dia
todos temos de morrer. Não te esqueças de ser muito respeitadora no
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO ÜITO

funeral." Ela tinha começado a empalidecer com a palavra "funeral",


para todos os efeitos ela estava "inconsciente" quando ouviu a primeira
menção da palavra "morte" e permaneceu "inconsciente", apesar de andar
de um lado para o outro, durante dois dias inteiros. O caso foi muito
lento, até que este engrama foi descoberto e percorrido. Ocorreu uma
enorme descarga de pesar, que nunca antes se tinha manifestado. Esta foi
reduzida até ao tom de aborrecimento com oito recontagens, nas quais
o primeiro momento da intervenção da tia nas tentativas de aborto foi
automaticamente contactado e liberado. A partir daí, o caso progrediu
na área pré-natal, tendo a proibição de "livrar-se disso" sido removida e,
havendo unidades de vida disponíveis, de acordo com a teoria, a carga
saiu da área pré-natal. Havia outros cinco aliados neste caso; pois a
rapariga (com pais que tinham sido tão maldosos para ela) tinha-se ligado
a qualquer pessoa que mostrasse interesse por ela e lhe desse refúgio.
À medida que a dor física mais profunda vinha ao de cima, apareceriam
mais aliados e foram descarregados mais engramas de emoção dolorosa,
permitindo que novos engramas de dor física se manifestassem.
O exemplo seguinte é um engrama de um paciente que tinha sido
criado e cuidado, durante toda a vida, por "pais endinheirados". Ele
tinha uma área pré-natal muito severa que, no entanto, não aparecia.
Foi descoberto, após muito tempo, que as suas amas tinham sido a única
fonte de amor e afeição, e que a mãe, sendo uma mulher que gostava
de destabilizar a vida doméstica tão frequentemente quanto possível,
despedia uma ama todas as vezes que verificava que a criança se tinha
afeiçoado a ela, embora a própria mãe tornasse claro que ela considerava
a criança "horrível".
O engrama: o menino vê a ama a sair da casa com a mala na mão.
Ele pára de brincar no pátio e corre para ela para "a assustar". Ela - uma
rapariga irlandesa - está muito zangada por causa da cena que acaba de
ter e, no entanto, suaviza a expressão e ajoelha-se ao lado dele. "Vou-me
embora, Bruno.Já não posso mais ficar aqui. Não, agora já não posso
ser a tua ama. Mas pronto, pronto, depois vais ter outra. Não chores.
Não é bom que os meninos chorem. Adeus, Bruno. Eu amo-te." E ela
vai-se embora e desaparece.
Ele ficou aturdido logo a partir do primeiro momento em que
ela disse que se ia embora. A proibição de chorar veio de um aliado.
332
ALGUNS TIPOS de ENGRAMAS

Aquilo que um aliado diz deve ser bom e acreditado, pois os aliados são
sobrevivência e é preciso sobreviver, portanto, deve-se acreditar nos
aliados. Ele não chorou, excepto em raras ocasiões de enorme tristeza,
durante todos os anos seguintes. Oito destas partidas foram tocadas
sem resultado, mas com esta, todas se soltaram e descarregaram, uma
após a outra.
Qualquer partida de um aliado ou qualquer afastamento da pessoa
de um aliado contém uma carga emocional que, se não se manifestar,
está suprimida noutro lugar.
O terceiro exemplo do engrama de emoção dolorosa é o terceiro
tipo, a perda de um aliado por inversão. Uma esposa amava muito o
seu marido. T inham-se dado bem juntos, até que os pais dele vieram
para a vizinhança e começaram a maldizer a esposa. Ele ficou furioso
e zangou-se com eles. A mulher era um pseudo-aliado e, infelizmente,
esse aliado tinha dito à criança que acreditasse nos seus pais. (Isto é
bastante crónico com os aliados: se dessem à criança dados correctos,
quando ela estava emocionalmente perturbada ou doente, haveria menos
dificuldades. Um comentário como: "Bem, tu um dia crescerás e serás
capaz de cuidar de ti próprio" é muito melhor do que um monte de
lugares-comuns Emersonianos.) Isto ocasionou uma inversão trágica.
A mente reactiva, restimulada pela visão da mulher (o marido estava
emocionalmente perturbado e já estava muito restimulado pelos pais),
introduziu o dado de que se deve acreditar nos pais. Isto fez com que
a esposa não prestasse, de acordo com a sua conversa aberrativa. Ele
entrou na valência do pai para fugir a esta situação imponderável e
essa valência batia nas mulheres. Ele bateu na mulher repetidamente,
dramatizando um dos engramas do pai: "Eu odeio-te. Tu não prestas.
Eu devia ter-lhes dado ouvidos mais cedo. Tu não prestas."
A mulher estava em terapia. Esta carga reprimia-se, não por vergonha
das acções do marido, mas pela razão mecânica de que a área antiga
tinha de ser aliviada, antes que esta pudesse ser descarregada (arquivista
esperto). O seu caso tinha abrandado até um ponto em que a área
parecia inteiramente limpa, embora ainda se manifestassem somáticos
(que ela atribuía a causas naturais) e aberrações (que ela dizia serem
reacções razoáveis). Subitamente, este incidente apareceu, quando se usou
a Técnica de Repetição com um palpite do auditor: "Eu odeio-te", pois
333
LIVRO TRÊS G CAPÍTULO ÜITO

sabia-se que ela dizia isso, uma vez por outra, ao marido. Três recontagens
descarregaram essa emoção dolorosa, apesar da sua violência (isto fê-la
chorar quase até sufocar). Apareceram imediatamente doze pré-natais,
todos de lutas entre a mãe e o pai dela (um aliado, do qual o marido era
um pseudo-aliado), em que a mãe batia no abdómen e amaldiçoava a
criança, estes foram apagados e o caso progrediu até Clear.
A perda de cães, bonecas, dinheiro, posição, mesmo a ameaça de
uma perda - qualquer coisa poderá ocasionar um engrama de emoção
dolorosa, contanto que seja uma perda. Poderá ser perda por morte,
perda por partida, perda por inversão. Qualquer coisa ligada com a vida
do paciente e associada por ele à sua própria sobrevivência, quando
perdida, parece ser capaz de aprisionar unidades de vida. Uma condição
necessária para essa emoção dolorosa é que esta tenha engramas de dor
física anteriores aos quais se prender. O engrama fisicamente doloroso
ainda é o vilão, mas este tem um cúmplice no engrama de emoção
dolorosa. Q

334
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO NOVE: PARTE UM

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MECANISMOS e
AsPECTos da TERAPIA

A ABERTURA DO CASO
CADA CASO APRESENTA um novo problema de abertura. Não há
dois seres humanos que sejam exactamente iguais e não há dois casos
que sigam um padrão exacto. No entanto, isto não constitui um problema
para Dianética, visto que as mecânicas são sempre as mesmas.
Há três classificações de casos: o de recordação sónica, o de recordação
não-sónica e o de recordação imaginária (a que os auditores chamam uma
recordação de dub-in).
No caso de recordação sónica, a abertura é muito fácil. No entanto, o
procedimento básico é o mesmo em todos os casos. Ponha o paciente em
rêverie (e não se preocupe muito se ele não entrar numa rêverie muito
profunda, pois a rêverie ser ve apenas para fixar a atenção dele em si
próprio e no auditor, e pelo menos isso você pode conseguir). Instale um
cancelador. Retorne-o à infância para apanhar um incidente agradável e
depois encontre um incidente com uma dor menor, como uma bofetada
na cara. Percorra-o através disto algumas vezes, só para ele ter uma ideia
da coisa. Se ele não responder bem, ponha-o no dia de ontem e deixe-o
percorrer o caminho até ao local de trabalho, perguntando-lhe por sons
e vistas, depois mande-o novamente à infância.

335
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO NOVE: pARTE uM
A finalidade de encontrar um incidente menor como o de uma
bofetada na cara é verificar se o paciente tem um desligamento de dor.
Um desligamento de dor não é particularmente difícil em Dianética.
Você pode ir para trás, para antes do comando que instalou a anestesia,
mas é interessante sabê-lo, porque precisará de procurar isto logo no
princípio do caso. Verifique depois se o paciente tem um desligamento
emocional. Isto também não é particularmente embaraçante, mas uma
vez mais, trata-se de dados que precisará de saber mais cedo ou mais tarde.
Verifique se o paciente está dentro de si mesmo ou se está do lado de
fora, observando-se. Se ele estiver exteriorizado, você está a trabalhar
com um caso que tem uma quantidade considerável de emoção encerrada
dentro de si, que precisa de ser descarregada.
Agora tente alcançar o básico-básico. Poderá ter a surpresa de o
obter. E poderá trabalhar cinquenta horas para o obter, liberando o caso
enquanto o faz. Apanhe tudo aquilo que o arquivista lhe der na área
pré-natal e reduza o que obtiver.
Quer o básico-básico seja contactado quer não, localize tantos
pré-natais quantos se apresentem sem muita persuasão e reduza cada
um deles.
Se não encontrar quaisquer pré-natais, traga o paciente para tempo
presente, mas faça-lhe lembrar que mantenha os olhos fechados. Agora
faça-lhe algumas perguntas sobre a família, os avós, a esposa ou, caso
o preclear seja uma mulher, o seu marido. Interrogue-o a respeito
de maridos ou esposas anteriores. Pergunte-lhe sobre os filhos. E
pergunte-lhe, particularmente, a respeito da morte. Você está à procura
de um engrama de emoção dolorosa, um momento de perda que se
descarregue.
Ao descobrir um, mesmo que seja apenas a morte de um cão favorito,
retorne o predear a esse e percorra o incidente desde o primeiro momento
em que ele soube da notícia e durante os minutos que se seguiram a
isso. Depois comece-o de novo. Reduza o momento como um engrama.
Você pretende uma descarga emocional. Percorra-o diversas vezes. Se
não conseguir uma descarga, encontre outro momento de perda, algum
fracasso, alguma coisa, qualquer coisa que possa ser descarregada: mas faça
tudo com bastante calma, como se tivesse compaixão. Se não tiver êxito,
inicie a Técnica de Repetição, sem dar a entender por um único instante
336
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

que está outra coisa que não seja calmamente interessado no bem-estar
do paciente (mesmo que algumas das voltas que ele dá enquanto se revira
o estejam a preocupar). Tente frases como "Coitadinho de ___"
usando o seu nome de infância.
Quando o preclear tiver repetido isto diversas vezes (com o auditor
a dizer, ao mesmo tempo, que a banda somática retornará a qualquer
incidente que contenha essa frase, para ajudar na "sucção"), ele poderá
dar por si num incidente de alta tensão que se descarregará. Se ainda
nada se descarregar, mantenha-se calmo (todo este trabalho dará frutos
na sessão seguinte ou nas posteriores), continue a procurar e a observar.
Algures por aqui há carga emocional que se descarregará. Tente outras
combinações de palavras, tais como as que seriam ditas a uma criança
doente e preocupada; faça o preclear repeti-las.
Se ainda não obteve qualquer sucesso, faça um outro teste, sem dizer
que é um teste, para ver se o preclear está de facto a sair do tempo
presente. Não o deixe "tentar lembrar-se" - você quer que ele retorne
e esse é um processo diferente, embora seja igualmente natural para o
cérebro. Se ele estiver preso em tempo presente, comece novamente
com a Técnica de Repetição, sugerindo ressaltadores: "Sai daqui e nunca
mais voltes!" "Tu nunca poderás voltar!" etc., os quais justificariam o
facto de ele ainda estar em tempo presente. Se ao fim de um pouco disto
ele não estiver a retornar, comece com frases de seguradores: "Estou
preso!", "Não te mexas!" e assim por diante.
Mantenha-se calmo, nunca pareça ansioso. Se não conseguir uma
descarga nem um engrama com a Técnica de Repetição nesta primeira
sessão e se não obtiver qualquer movimentação na linha do tempo, leia
este manual novamente e faça uma nova tentativa com o paciente, não
mais do que três dias após esta primeira sessão. Nessa altura, alguns dos
dados que você pediu poderão estar disponíveis.
No entanto, você geralmente receberá um pré-natal ou uma descarga
e se obtiver uma descarga, então peça à banda somática para ir até ao
pré-natal em que esta estava situada. Reduza tudo o que puder encontrar.
Se o nascimento se apresentar e parece haver uma recordação completa
deste, tente reduzi-lo, mas faça-o ciente de que este provavelmente não
se levantará muito e ciente de que é melhor percorrê-lo vez após vez,
após vez, para o desintensificar o máximo possível.
337
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO NOVE: p ARTE u M

Às vezes o preclear entrará numa rêverie mais profunda do que você


deseja. Mas não tente despertá-lo para um nível mais alto. Trabalhe-o onde
ele está. Entretanto, se parecer que ele está nalguma coisa semelhante
a um transe hipnótico, seja muito cauteloso com a sua linguagem.
Nunca lhe diga, por exemplo, para voltar lá atrás e ficar lá até encontrar
alguma coisa. Isso é um segurador. Em Dianética, não use seguradores,
ressaltadores, agrupadores, etc., em ninguém. "Podes retornar à área
pré-natal por favor?" "Vejamos se a banda somática pode localizar
um antigo momento de dor ou desconforto." "Apanha o somático no
princípio e começa a percorrer o engrama." "O que é que estás a ouvir?"
"Continua" (quando quiser que ele continue do ponto do engrama em
que está até ao fim do engrama). "Reconta isso novamente, por favor."
Não há razão nenhuma para ficar nervoso. Se você ficar nervoso,
então ele ficará nervoso.
Algumas vezes irá deparar-se com um desligamento de dor. Este tem
uma tendência para colocar a dor dentro dos músculos e estes músculos
irão saltar e tremer e o paciente poderá sentir isso, mas não sentir mais
nada. Uma vez por outra, um paciente terá um desligamento de dor tão
completo que ele salta de um lado para o outro, totalmente inconsciente
do que está a fazer e quase caindo do sofá. Se você se deparar com
isto, não fique alarmado: a dor está trancada de algum modo. Obtenha
um ponto suficientemente antigo e poderá localizar um somático que
ele possa sentir ou poderá ir para mais tarde e encontrar uma carga
emocional.
Não se deixe enganar se ele lhe disser, referindo-se à emoção, que já
resolveu tudo na psicanálise ou alguma coisa semelhante. Ele poderá ter
incrustado a morte da mulher, da namorada ou do filho, mas o engrama
inteiro ainda lá está, abarrotado de unidades cativas, pronto para ser
percorrido exactamente como um engrama.
Caso se depare com uma carga emocional pesada, simplesmente
deixe que o paciente chore, mantenha-o a percorrer o engrama com
uma voz suave e compreensiva, faça-o recontar o engrama até já não lhe
restar mais nenhuma carga e, então, percorra o paciente no início da
área pré-natal ou na primeira infância, para obter um engrama de dor
física que deve ter estado por baixo dessa carga emocional e a mantê-la
no lugar.
338
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

A extravagância da descarga emocional não é razão para ficar alarmado.


Sacar o paciente para fora desta e trazê-lo subitamente para tempo
presente, deixá-lo-ia bastante infeliz. Percorrer o engrama de emoção
dolorosa descarregará, com algumas recontagens, a tristeza que a
sociedade tem acreditado que jamais poderia ser enfrentada ou aliviada,
excepto pela repressão. Obtenha o primeiro momento em que ele soube
da notícia ou observou a coisa que o fez sentir-se tão mal. Percorra-o
desde um ponto suficientemente distante do seu princípio para assegurar
que tem o choque inicial - alguns minutos do tempo do engrama serão
o bastante - e depois faça o paciente recontá-lo de novo. Logo quando
começam, ele poderá observar que está distante e muito fora de si
próprio. O momento poderá não descarregar até que o tenha percorrido
diversas vezes. Lembre-se que ele está retornado ao incidente, não está
a percorrê-lo como uma memória, uma coisa que não traria qualquer
benefício.
Nunca o deixe repetir o disco de coisa nenhuma. Repetir o disco é um
mau hábito que alguns preclears têm de repetirem o que se lembram
de ter dito da última vez, em vez de progredirem de novo através do
engrama em cada recontagem e contactarem o que está contido no
próprio engrama. Diga ao preclear que poderá haver mais alguma coisa
contida nesse engrama, pergunte-lhe de que cor é a cama do quarto
a que ele está retornado, mantenha a sua atenção na cena, através de
qualquer mecanismo calmo. E nunca lhe deixe repetir o disco, em
nenhum engrama, em nenhuma altura: ele poderia repetir o disco
eternamente, sem nenhum valor terapêutico, dizendo em cada vez aquilo
que se lembrava de ter dito na última vez. Há uma diferença entre isto
e a reexperimentação repetida do engrama para colher dados adicionais
e eliminar a carga.
Descarregue emoção, reduza incidentes de dor física tão cedo na
área pré-natal quanto possível. Se de início não puder penetrar na área
pré-natal, é porque esta contém muitos ressaltadores e a Técnica de
Repetição levá-lo-á a entrar nessa área.
Se o paciente estiver sempre a dizer algo como "Não me consigo
lembrar", tenha paciência - siga sempre o código. Faça-o começar
a percorrer essa frase com a Técnica de Repetição. Se ele obtiver
um somático, mas não contactar mais nada, mande-o mais para trás.
339
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO NOVE: pARTE uM
Se ele obtiver outro somático, mas ainda não consegue contactar nada
usando "Não me consigo lembrar", mande-o mais para trás; porque isto
deve estar espalhado por todo o seu banco de engramas, pobre coitado.
Alguém realmente não queria que ele soubesse o que lhe acontecera. Por
fim, você chegará a um engrama que liberará uma frase. Quando tiver
repassado a frase mais algumas vezes, ele sorrirá, dará uma gargalhada
ou talvez se sinta meramente aliviado. Agora você pode percorrer o
engrama em que encontrou a frase mais antiga, que é a melhor opção, ou
pode voltar em direcção a tempo presente, levantando a frase conforme
esta apareceu posteriormente. Ou pode começar com outra coisa que
poderá estar a bloquear o caso.
O objectivo e a totalidade do objectivo consiste em colocar o banco
padrão inteiramente ao alcance consciente do indivíduo através do
apagamento de:

1. Todos os engramas de dor física antigos e subsequentes.


2. Todos os circuitos demónio (que estão meramente contidos
nos engramas e que surgem mais ou menos automaticamente).
3. Todos os engramas de emoção dolorosa.
O processo de trabalho consiste em ir tão atrás quanto possível, de
preferência a pré-natais, e ir muito ao princípio dessa área para tentar
encontrar e reduzir um engrama, completo com todos os somáticos
(dor) e percépticos (palavras e outras sensações). Se falhar nisto, vá
para mais tarde, para qualquer altura desde o nascimento até tempo
presente, e encontre um momento de perda ou ameaça de perda de
que possa retirar carga emocional. Depois volte atrás, muito atrás e
encontre o engrama em que a carga se apoiava. Tente sempre conseguir
o básico-básico, o engrama mais antigo, até ter a certeza de que o tem.
Reduza tantos engramas antigos quantos puder encontrar, usando o
arquivista e o sistema de Repetição e, quando parecer que está a ficar
sem material, vá para mais tarde na vida e tente encontrar outra carga
emocional.
Os engramas fisicamente dolorosos ocultam cargas emocionais
mais recentes. As cargas emocionais ocultam engramas fisicamente
dolorosos. De trás para a frente, da frente para trás. Percorra o máximo
340
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

que puder obter para trás: quando lhe parecer que estes estão a esgotar-se
ou a ficar com pouca emoção, obtenha algum material mais recente.
É assim que se trabalha um caso. Não importa o tipo de caso, não
importa o estado da sua recordação, não importa se o caso é normal,
psicótico, neurótico ou o que seja, esta é a maneira como se faz.
Estas são as ferramentas:

1. Rêverie ou atenção fixada, se não conseguir obter a rêverie.


2. Retorno.
3. Técnica de Repetição.
4. Um conhecimento de ressaltadores, seguradores, agrupado-
res, desorientadores e negadores.
5. Um conhecimento do engrama de emoção dolorosa.
6. A redução ou o apagamento.
7. A resposta relâmpago.
8. A mudança de valência.

Isto é tudo o que precisa de fazer:

1. Mantenha o paciente móvel, capaz de se mover na linha do


tempo.
2. Reduza ou apague tudo aquilo em que puser as mãos.
3. Deduza dos comentários do paciente, dentro ou fora da
terapia, quais devem ser os seus ressaltadores, seguradores,
agrupadores, desorientadores e negadores.
4. Tenha constantemente em mente que o primeiro objectivo é o
básico-básico, o momento mais antigo de dor e "inconsciência".
5. Tenha sempre em mente que o paciente poderá ter "com­
putações" que tornam a sua doença ou o seu estado
aberrado "valioso" para ele e descubra de onde provêm tais
"computações", por meio da resposta relâmpago às suas
perguntas.
6. Mantenha o caso a progredir, a ter ganhos, trabalhe apenas
com o objectivo de progredir e ter ganhos, não para obter
resultados súbitos e espectaculares. Preocupe-se somente
quando o caso permanecer estático e nessa altura preocupe-se
em termos de encontrar o engrama que está a obstruir tudo.
341
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO NOVE: pARTE u M

O seu conteúdo será muito parecido com o modo em que o


paciente exprime o que sente acerca disso e conterá as mesmas
palavras ou palavras semelhantes.
7. Traga o paciente novamente para tempo presente todas as
vezes que trabalhar com ele e dê-lhe o cancelador. Teste-o
com uma idade relâmpago, obtenha a sua primeira resposta
sobre qual é a sua idade, se ele não estiver em tempo presente,
encontre o segurador nessa idade.
8. Mantenha a sua calma, não importa aquilo que o paciente diga.
9. Nunca tente dizer-lhe o que os seus dados significam: ele e
só ele é que sabe o que significam.
1 O. Mantenha o sangue-frio e percorra Dianética; tal como disse
Farragut: "Que se danem os torpedos! Sigam em frente."
11. Mulher, filho ou qualquer que seja a sua relação com o preclear,
quando está a auditar você é o auditor. Ele não pode computar
os seus próprios engramas para os encontrar; se ele pudesse,
estes não seriam engramas. Você pode computá-los. Faça aquilo
que você pensa que um bom auditor faria, nunca aquilo que o
paciente diz, excepto apenas quando a opinião dele coincidir
acidentalmente com aquilo que um bom auditor faria. Seja
um auditor, não uma máquina de gravar. Você e o arquivista
na mente do preclear estão a trabalhar o caso; aquilo em que
os engramas e a mente analítica do preclear acreditam não
deve influenciar nenhuma das suas computações. Você e o
arquivista do preclear sabem. Ele, em termos de "Eu", não sabe.
12. Não se surpreenda com nada. Audite.

Estas são as coisas que não deve fazer:


1. Diluir Dianética com alguma prática ou crença do passado;
isso somente atrasará ou descarrilará o caso. Analisar os dados
recebidos com base em qualquer coisa que não seja obter mais
engramas, leva a atrasos e confusão para o preclear. Quando se
recebeu formação num outro campo que não o de Dianética
existe uma tentação para usar este material para outras razões
que não sejam obter engramas. Ceder a essa tentação antes
342
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

de saber como Dianética funciona é um teste muito injusto


de Dianética, completamente à parte do facto de que isso
emaranha um caso. A tentação é grande porque, com Dianética,
obtém-se uma grande abundância de dados.
2. Não intimide o paciente. Se o caso não está a progredir, a
falha é do auditor. Não ceda à velha prática de ficar zangado
com um paciente só porque ele não fica bom. Você poderá ter a
certeza de que o engrama que acabou de reduzir no seu banco
de engramas reactivo é a razão por que ele não quer tomar
banho, mas se ele continua a recusar-se a tomar banho, pode
ter a certeza de que existe uma razão anterior.
3. Não suponha grandiosamente que tem um caso "diferente"
só porque este não se resolve rapidamente. Todos os casos são
"diferentes".
4. Se perder a coragem, não peça socorro a alguém que não
saiba Dianética. A razão por que o caso não progrediu ou se
tornou complicado é mesmo essa: você perdeu a sua coragem.
Só Dianética pode trabalhar um problema em Dianética.
5. Não dê ouvidos às queixas do paciente como queixas; use-as
como dados para obter engramas.
6. Só porque você não consegue alcançar engramas pré-natais
num caso, não suponha que estes não existem. Há muitas
dezenas deles em todos os casos. Lembre-se de que um engrama
não é uma memória; este precisa de ser desenvolvido para vir a
ser possível recordá-lo. Não há um único ser humano na Terra
hoje em dia que não tenha uma grande abundância de pré-natais.
7. Não permita que o paciente use a mãe ou a memória do que lhe
foi dito como uma forma de contornar os pré-natais. Todas as
vezes que encontrar um paciente a falar com os verbos no tempo
passado, em vez de no tempo presente, ele não está retornado a um
incidente. A menos que ele esteja retornado, o engrama não se
levantará.
8. Só porque o paciente hoje não se sente mal a respeito de
uma tristeza de ontem, não suponha que não há uma carga
de desespero localizada lá atrás na sua linha do tempo,
343
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO NOVE: pARTE uM
na altura em que ele recebeu o impacto desse desespero. O
tempo poderá enquistar, mas não cura.
9. Não pense em termos de "complexos de culpa" ou "vergonha",
a menos que pense nisso como conteúdo engrâmico, pois é
aí que se encontrarão. Nunca sugira a um paciente que ele
poderá ser culpado de algo num engrama.
1O. Qualquer desvio da conduta, racionalidade ou comportamento
óptimo, da parte do paciente, é engrâmico: não "desculpe a
natureza humana" tal como você, se fosse matemático, não
desculparia uma máquina de adição que lhe desse respostas
erradas. Os temores sexuais, as repressões, os mecanismos de
defesa não são coisas "naturais" como foram consideradas no
passado.
11. Não se preocupe com as aberrações do paciente. Trabalhe
para contactar, reduzir e apagar engramas. Encontrará, em
qualquer paciente, aberrações suficientes para encher um
dicionário.
12. Não se aflija se o seu paciente não ficar Clear numa tarde
ou num mês. Simplesmente continue a trabalhar. Você tê-lo-á
acima do normal tão rapidamente que nem sequer dará por
ter passado esse ponto. Acima disso, você estará a visar um
objectivo muito alto.

"PRESO EM TEMPO PRESENTE"

Quando iniciados, os casos encontram-se em várias posições e situações


na linha do tempo; às vezes estão inteiramente fora da linha do tempo
e às vezes a linha do tempo está toda enredada, como uma bola.
De vez em quando, a linha do tempo encontra-se em boas condições
e os engramas estão disponíveis, mas isto não é comum.
Não se pode dizer que um caso é mais difícil do que outro, excepto
quanto a recordações, dub-ins e desligamentos. Mas o caso que parece
estar preso em tempo presente e no qual nenhuma frase de repetição
funciona é, com frequência, muito desconcertante para um auditor.
O preclear não retornará aos engramas. Normalmente poderá haver
desligamentos de dor e de emoção, e a emoção dolorosa não pode ser
344
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

descarregada rapidamente. Às vezes ligam-se somáticos, mas não se


consegue obter nenhum conteúdo. Às vezes não há nenhum somático,
mas só conteúdo. As situações são bastante variadas.
Há diversas coisas que um auditor pode fazer. A primeira delas é usar
a sua inteligência. A seguinte é instruir o paciente sobre o retorno. Esta
instrução é bastante simples. O auditor leva o paciente para algumas
horas antes e pede ao paciente para dizer-lhe o que vê. O sónico e o
visio poderão estar oclusos, mas o paciente poderá ter alguma ideia
do que está a acontecer. Então, o auditor leva-o a recuar alguns dias,
depois alguns meses e, finalmente, vários anos, cada vez fazendo com
que o paciente descreva as suas "redondezas" o melhor que puder. O
paciente tem então a ideia do retorno. Pelo menos pode viajar ao longo
de porções da sua vida que não estão oclusas por engramas.
Quando o paciente está retornado a um momento antigo da sua vida,
comece a usar a Técnica de Repetição, visando alcançar coisas óbvias
como os desligamentos de sentimento (repetindo a palavra "sentir")
ou mecanismos esquecedores (como "esquece"). Então será possível
contactar e reduzir um engrama.
Se a Técnica de Repetição ainda não funcionar e não obtiver dados,
diagnostique, pelo seu comportamento na terapia e pelas suas afirmações,
aquilo que deve estar a perturbá-lo ou a ocluir as suas recordações e, mais
uma vez, use essas suposições para a repetição. Por exemplo, ele poderá
não ter qualquer recordação de algum membro da sua família. Faça-o
repetir o nome familiar. Ou faça-o repetir a sua alcunha de infância, até
que um incidente seja contactado.
Se isto também falhar, então encontre alguns locks leves, incidentes
que contêm uma dor mínima, e percorra-os. Coisas como quedas de um
triciclo, mandarem-no sair da mesa, levar umas palmadas no traseiro
ou repreensões, reterem-no após as aulas e assim por diante servem
perfeitamente. Depois de ele ter reduzido vários locks, tente encontrar
novamente um engrama.
Percorrer locks não ocasionará nenhuma grande recuperação e há
milhares e milhares de locks em qualquer caso, a maior parte dos quais
desaparecerá sem assistência do auditor, uma vez que os engramas
severos tenham sido localizados. Mas os locks poderão ser usados para
instruir o paciente sobre o retorno e a terapia em geral, e poderão até
345
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE uM
produzir uma melhoria de condição no paciente ao demonstrar-lhe que
ele pode encarar o seu passado.
As coisas mais importantes a fazer no começo de qualquer caso são:
1. Tentar localizar e apagar o básico-básico.
2. Descarregar a emoção dolorosa. Quanto mais cedo a emoção
puder ser liberada, melhor, e há sempre emoção num caso,
tal como há sempre uma grande quantidade de incidentes
pré-natais.
Porém, quando um caso está preso em tempo presente, quer quando
este é iniciado quer quando este está em progresso, ele está altamente
carregado de emoção oclusa e está a obedecer a um engrama restimulado
que diz algo no sentido de que este tem de ir para o agora e ficar lá.
Normalmente, o próprio paciente dirá o fraseado desse engrama ao
queixar-se da sua dificuldade. Quando isso ocorre, usa-se a Técnica de
Repetição com esta pista dada pelo paciente. Se isso falhar, instrua o
paciente ao levá-lo de novo atrás para aquilo que ele consegue contactar
e, quando essa instrução tiver sido feita, conforme descrito acima,
comece mais uma vez a usar Técnica de Repetição.
Há um lema que se aplica a toda a terapia: "Se você continuar a
pedi-lo, obtê-lo-á." Todo e qualquer engrama rende-se na base de fazer
o paciente retornar a essa área, vez após vez, sessão após sessão. O banco
de engramas poderá ser teimoso, mas se lhe pedirmos vezes suficientes,
mais cedo ou mais tarde, este apresentará quaisquer dados que contenha.
Simplesmente continue a perguntar por eles, mantenha a rotina da
terapia a decorrer. Até mesmo um caso "preso em tempo presente"
começará, por fim, a retornar apenas com base no princípio da Técnica
de Repetição.
O auditor poderá estar a fazer certas coisas que estão erradas. Poderá
estar a tentar trabalhar o caso com base em dados tomados dos pais ou
dos parentes, o que costuma ser infrutífero, porque mina a fé do preclear
nos seus próprios dados (todos os dados corresponderão aos dos parentes;
simplesmente não se preocupe em conferi-los até que o caso esteja
concluído). Ou ele poderá estar a tentar trabalhar o caso na presença
de outras pessoas. Ou ele poderá estar a violar o Código do Auditor.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Há uma lista destes empecilhos ao progresso que poderá ser encontrada


noutro ponto deste volume.

BÁs1co-BÁs1co
O primeiro objectivo do auditor é o básico-básico e depois deste é sempre
o momento mais antigo de dor ou desconforto que ele possa alcançar.
Ele poderá precisar de ir para períodos mais recentes, em busca de
cargas emocionais e mesmo essas poderão ser fisicamente dolorosas.
A emoção poderá impedir o paciente de alcançar o básico-básico. Mas
aquela primeira vez em que o analisador se desliga é sempre importante
e quando é obtida, os engramas subsequentes são muito mais fáceis de
reduzir.
O básico-básico é o alvo vital, por duas razões:
1. Este contém um desligamento do analisador que é restimulado
todas as vezes que um novo engrama é recebido. O deno­
minador comum a todos os engramas é o desligamento do
analisador. Ligue-o na primeira vez em que foi desligado e
ocorrerá um grande melhoramento no caso, pois daí em
diante o desligamento do analisador não será tão profundo.
2. Um apagamento (o que quer dizer uma remoção aparente
do engrama dos arquivos do banco de engramas e o seu
rearquivamento no banco padrão como memória) do
básico-básico alarga consideravelmente a linha do tempo para
além deste e põe à vista muitos engramas novos.
O básico-básico encontra-se, ocasionalmente, semanas antes da
primeira falta do período menstrual da mãe, um facto que o coloca
muito antes de qualquer exame de gravidez ou tentativa de aborto. Às
vezes num caso não-sónico, é possível descobrir sónico no básico-básico,
mas nem sempre é assim.
Poderá ser apagada uma grande quantidade de material antes de
aparecer o básico-básico.
Algumas vezes o básico-básico é apagado sem o auditor nem o preclear
saberem que este foi alcançado, pois o básico-básico é meramente outro
engrama na área básica. Às vezes é preciso descarregar muita emoção

347
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE uM
dolorosa nas áreas mais recentes da vida, antes de o básico-básico se
revelar.
No entanto, o básico-básico é sempre o alvo e até que ele tenha uma
boa ideia de que o alcançou, o auditor, uma vez em cada sessão, faz um
esforço para o obter. Daí em diante, ele tenta obter o momento mais
antigo de dor ou desconforto que possa alcançar em cada sessão. Se não
puder alcançar nada antigo, ele procura descarregar um engrama de
emoção recente. Quando este estiver completamente descarregado
reduzido ou apagado como engrama - então ele vai para o material mais
antigo que o arquivista lhe der.
O auditor procura retirar toda a carga de qualquer coisa que surja,
quer essa carga seja de dor ou emoção, antes de prosseguir para novo
material. Isto é feito meramente retornando o paciente de novo ao
incidente muitas vezes, até que este deixe de o afectar dolorosa ou
emocionalmente, ou até que pareça ter desaparecido.

A REDUÇÃO E o APAGAMENTO
Estes dois termos são bastante coloquiais. Foi feito um esforço sério
para deter o seu uso e substituí-los por algo sonoro e maravilhosamente
latino, mas até à data não se fez nenhum progresso. Os auditores
insistem em usar termos coloquiais, tais como "AA" para tentativa de
aborto (attempted abortion em inglês), "enleios" para engramas que
aberram seriamente, "aberrado" para uma pessoa que não é Liberada
ou Aclarada, "morto-vivo" para um caso de electrochoque ou de
neurocirurgia e assim por diante. Teme-se que possa haver, nestes
termos, uma tendência para mostrar algum desrespeito pelos volumes
consagrados e santificados de outrora, pela dignidade de autoridades
do passado que muito rotularam e pouco fizeram. Qualquer que seja
o caso, "redução" e "apagamento" são palavras de uso tão comum que
nem é necessário mudá-las.
Reduzir significa retirar toda a carga ou dor de um incidente. Significa
fazer o predear recontar o incidente do princípio ao fim (enquanto retor­
nado a este em rêverie), vez após vez, apanhando todos os somáticos
e percepções presentes, tal como se o incidente estivesse a acontecer
naquele momento. Reduzir significa, tecnicamente, livrar o caso de mate­
rial aberrativo, tanto quanto seja possível para fazer o caso progredir.
348
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Apagar um engrama significa recontá-lo até que este desapareça


completamente. Há uma diferença nítida entre uma redução e um
apagamento. A diferença depende mais daquilo que o engrama vai
fazer do que daquilo que o auditor quer que este faça. Se o engrama
é antigo, se este não tem material anterior que o mantenha suspenso,
esse engrama apagar-se-á. O paciente, ao tentar encontrá-lo novamente
para uma segunda ou uma sexta recontagem, subitamente verificará
que não tem a mínima ideia do que este continha. Ele poderá perguntar
ao auditor que, obviamente, não lhe dará nenhuma informação. (O
auditor que sirva de ponto estará a atrasar a terapia ao fazer-se passar pela
memória do paciente.) Atravessar o engrama e tentar encontrá-lo poderá
divertir o paciente quando ele não consegue fazê-lo. Ou poderá deixá-lo
intrigado, pois aqui estava uma coisa que, ao primeiro contacto, tinha um
somático doloroso e conteúdo altamente aberrativo, que agora parece
já não existir. Isso é um apagamento. Tecnicamente, o engrama não está
apagado. Se o auditor quiser gastar algum tempo só para propósitos de
pesquisa, encontrará esse engrama agora nos bancos padrão, rotulado
como "anteriormente aberrativo: bastante divertido: informação que
poderá ser analiticamente útil". Tal busca não tem nada a ver com a
terapia. Se o incidente tinha um somático, foi recontado algumas vezes
e depois desapareceu quando se encontrou o último material novo, este
está apagado no que diz respeito ao banco de engramas. Já não está
"soldado" aos circuitos motores, já não é dramatizado, já não bloqueia
uma dinâmica e já não é um engrama, mas sim uma memória.
A redução tem alguns aspectos interessantes. Tomemos um incidente
de infância (digamos aos quatro anos de idade) que tinha a ver com um
escaldão. Este é contactado enquanto ainda restam muitos dados na
área básica. Este tem muitas coisas por baixo dele que o manterão no
lugar. Contudo, este tem carga emocional e a terapia torna-se mais lenta
por causa dessa carga. O arquivista entrega o escaldão. Este ainda não
se apagará, mas irá reduzir. Esta é uma tarefa que toma mais tempo do
que um apagamento. E esta tarefa poderá ter vários aspectos.
O somático é contactado, começa-se a trabalhar o incidente tão
próximo do princípio quanto o auditor conseguir chegar e este é então
recontado. Este escaldão, digamos, tem apatia como tom emocional
(Tom O. 5). O preclear arrasta-se através do incidente apaticamente,
349
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO NOVE: pARTE u M

bastante exteriorizado, vendo-se a ser escaldado. Então, subitamente,


talvez saia uma descarga emocional, mas não necessariamente. O
preclear retorna ao princípio e reconta (reexperimenta) a coisa toda
mais uma vez. Depois mais uma e outra vez. Ao fim de pouco tempo,
ele começa a ficar irado com as pessoas envolvidas no incidente por
serem tão descuidadas ou tão cruéis. Ele subiu para ira (Tom 1.5). O
auditor, embora o paciente gostasse de dizer como os seus pais são
malvados ou como ele acha que devia haver leis a respeito de escaldar
crianças, pacientemente faz o preclear atravessar de novo o incidente.
Agora o preclear deixa de estar irado e verifica que está aborrecido com
o material. Ele subiu para aborrecimento na Escala de Tom (Tom 2.5).
Ele poderá protestar com o auditor de que isto é uma perda de tempo.
O auditor põe-no a atravessar o incidente novamente. Novos dados
poderão aparecer. O somático poderá ou não estar ainda presente neste
período, mas o tom emocional ainda está baixo. O auditor põe novamente
o preclear a passar através do incidente e o preclear poderá, mas nem
sempre, começar a ser sarcástico ou faceto. O incidente é novamente
recontado. Subitamente, o preclear poderá achar o assunto engraçado,
mas nem sempre, e o incidente, quando chegou obviamente a um tom
alto, poderá ser abandonado. Este provavelmente decairá ao fim de
alguns dias. Mas isso não tem grande importância, pois o incidente será
inteiramente apagado durante o retorno do básico-básico. De qualquer
modo, o engrama jamais será tão aberrativo como era antes da redução.
Às vezes uma redução resultará no desaparecimento aparente do
engrama inteiro. Mas é óbvio quando isto vai ocorrer. Sem se levantar
muito na Escala de Tom, o incidente, por repetição, simplesmente se
perde de vista. Isso é reduzir até à recessão. Dentro de poucos dias,
esse incidente estará a actuar novamente, quase com tanta força como
antes. Há material antes desse incidente e carga emocional depois desse
incidente que o tornam difícil de manejar.
Diversas coisas podem, então, acontecer a um engrama no decurso
do trabalho. Este pode reduzir-se, o que significa descarregar-se
emocional e somaticamente, e deixar de ter grande poder aberrativo daí
em diante. Pode reduzir-se até à recessão, o que significa que meramente
se perde de vista após várias recontagens. Pode apagar-se, o que significa
35 0
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

desaparecer e deixar de existir daí em diante, no que diz respeito ao


banco de engramas.
Um pouco de experiência dirá ao auditor aquilo que os engramas
farão depois de os ter contactado. O apagamento normalmente só
ocorre depois de o básico-básico ter sido alcançado ou quando a área básica
está a ser trabalhada. A redução ocorre com uma descarga emocional.
Aredução até à recessão acontece quando há demasiadas coisas no banco
de engramas a suprimir o incidente.
De vez em quando, até o melhor auditor apanhará um engrama e
decidirá remoê-lo, uma vez que o tenha contactado. Essa é uma tarefa
triste. Talvez seja melhor remoê-lo do que apenas restimulá-lo e deixar
o paciente ficar irritado por isso durante alguns dias. Talvez não. Mas
de qualquer modo, esse engrama que apenas se reduz até à recessão
estaria melhor se para começar nem tivesse sido contactado.
Os auditores novos estão sempre a atacar o nascimento como o alvo
óbvio. Toda a gente tem um nascimento: na maioria dos pacientes este
pode ser localizado com bastante facilidade. Mas esse é um incidente
doloroso e até que a área básica tenha sido completamente trabalhada,
até que tenha sido descarregada a emoção dolorosa da vida mais recente
e até que o arquivista esteja pronto para apresentar o nascimento, é
melhor deixar o incidente em paz. Normalmente, este reduzir-se-á
até à recessão e, depois disso, continuará a surgir para atormentar
o auditor. O paciente fica com dores de cabeça misteriosas, apanha
um resfria do e sente-se desconfortável depois disso, a menos que o
nascimento seja removido no retorno (da área básica). O auditor está
evidentemente a perder tempo quando tenta remover essas dores de
cabeça e resfriados, pois o nascimento, com toda a área da vida pré-natal
antes dele, não se reduzirá adequadamente, nem se apagará, mas apenas
irá retroceder. Mas acontece demasiadas vezes que o nascimento, se
contactado prematuramente, dará ao paciente uma dor de cabeça e uma
constipação. Esses desconfortos são menores e sem grande importância,
mas o trabalho que o auditor poderá ter investido em trabalhar num
incidente que só se reduzirá até à recessão, é trabalho perdido. É verdade
que o arquivista às vezes apresenta o nascimento: se o fizer, este contém
uma carga emocional que se descarregará e o incidente reduzir-se-á
adequadamente. O auditor deve certamente tomá-lo. É verdade que às
351
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO NOVE: PARTE uM
vezes um caso fica atolado e o auditor percorre o nascimento, apesar de
tudo, só para ver se pode apressar as coisas. Porém, voltar ao nascimento
só para pôr as mãos num engrama, porque ele sabe que este está ali,
ocasionará desconforto e perda de tempo. Vá o mais longe possível na
área pré-natal e veja aquilo que o arquivista entrega. Tente a Técnica de
Repetição na área básica. Poderá obter incidentes que se apagarão. Se
não houver lá nada, procure um engrama de emoção dolorosa na vida
mais recente, a morte de um amigo, a perda de um aliado, um fracasso
nos negócios, alguma coisa. Dissipe a carga disso e reduza-o como
um engrama, depois volte tanto quanto possível para trás, para a área
pré-natal e veja o que apareceu. Se o arquivista achar que você precisa
do nascimento, ele dar-lho-á. Mas não peça o nascimento só para ter
um engrama para trabalhar, pois isso poderá ser um esforço totalmente
desconfortável e infrutífero. O nascimento aparecerá quando aparecer
pois o arquivista sabe do seu ofício.
Atacar qualquer período recente de "inconsciência", tal como
a anestesia cirúrgica, onde a dor física está presente em grandes
quantidades, pode ocasionar esta restimulação desnecessária. Você
pode, naturalmente, sair-se melhor nessas coisas com a rêverie do que
com a hipnose ou a narcossíntese, nas quais tal restimulação poderá
causar resultados severos. Em rêverie o efeito é leve.

MANEJAR A BANDA SOMÁTICA

Há "dois homenzinhos" de cada lado do cérebro, um par para cada lóbulo,


"pendurados pelos calcanhares". O do lado de fora é a banda motora, o do
lado de dentro é a banda sensorial*. Se quiser saber mais sobre a estrutura
desses pares, a pesquisa de Dianética terá a resposta dentro de mais
alguns anos. Actualmente, há uma coisa que sabemos a esse respeito, uma
descrição. Para um engenheiro que conheça Dianética, a descrição actual
que encontrará na biblioteca não é inteiramente lógica. Possivelmente,
estas bandas são alguma espécie de painéis de controlo. Há medições
que se podem fazer na sua vizinhança - logo por trás das têmporas -
* A banda sensorial pode ser considerada como o lado "mental" do painel de controlo; a
banda motora, o lado físico.

352
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

se tiver um galvanómetro muito sensível, mais sensível do que aqueles


que existem no mercado de hoje. Essas medições mostram emanações
de alguma espécie de campo. Quando tivermos estabelecido o tipo
exacto de energia que flui aqui, provavelmente poderemos medi-lo com
mais precisão. Quando soubermos exactamente onde o pensamento é
efectuado no corpo, saberemos mais a respeito destas bandas. Tudo o
que a pesquisa de Dianética estabeleceu até à data é que, por baixo da
confusão de rótulos, não se sabe realmente nada acerca dessas estruturas
que valha a pena repetir, além do facto de que têm alguma coisa a ver
com a coordenação de várias partes do corpo. Contudo, referimo-nos a
elas por falta de algo melhor, no decurso da terapia. Agora que sabemos
alguma coisa sobre função, a continuação da pesquisa não poderá deixar
de produzir respostas precisas acerca de estrutura.
O auditor pode ligar e desligar somáticos num paciente, tal como um
engenheiro maneja interruptores. Mais precisamente, ele pode ligá-los
e desligá-los no corpo do mesmo modo que um condutor conduz um
eléctrico ao longo de um trilho. Temos aqui o jogo a que nos referimos
anteriormente quando falámos sobre a linha do tempo.
Num paciente que esteja a trabalhar bem, a banda somática pode ser
comandada para ir a qualquer parte da linha do tempo. Dia após dia,
hora após hora, na vida normal, a banda somática percorre esta linha
para cima e para baixo, à medida que os engramas são restimulados.
O auditor, ao trabalhar com um paciente, poderá verificar que a sua
própria banda somática está a obedecer aos seus próprios comandos
e que alguns dos seus próprios somáticos estão a ligar e a desligar,
um facto que é, na pior das hipóteses, ligeiramente desconfortável.
Não sabemos realmente o que se está a mover, se é o corpo todo, se
são as células ou qualquer outra coisa. Mas podemos lidar com isto e
podemos presumir que isto pelo menos passa pelo painel de controlo
dos homenzinhos pendurados pelos calcanhares.
"A banda somática irá agora para o nascimento", diz o auditor.
O paciente em rêverie começa a sentir a pressão de contracções, impelindo-o
pelo canal do nascimento abaixo.

353
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO NOVE: pARTE u M

"A banda somática irá agora para a última vez em que te feriste", diz
o auditor.

O preclear sente, talvez, uma leve reprodução da dor de uma pancada no


joelho. Se tem recordação sónica e visual, ele verá onde está e, subitamente,
compreenderá quefoi no escritório: ele ouvirá os funcionários e as máquinas
de escrever e o barulho de carros láfora.

"A banda somática irá agora para a área pré-natal", diz o auditor.

E o paciente dá por si na área, provavelmente a flutuar, sem desconforto.

"A banda somática irá para o primeiro momento de dor ou descon­


forto que pode ser alcançado agora", diz o auditor.

O paciente anda à deriva por um momento e, subitamente, sente uma dor


no peito. Começa a tossir e sente depressão à sua volta, por todos os lados. A
mamã está a tossir (muitas vezes isso é a fonte de tosses crónicas).

"Começa a passar através da tosse", diz o auditor.


O paciente dá por si no princípio do engrama e começa a percorrê-lo. "Tosse,
tosse, tosse", diz o paciente . Então ele boceja. "Isto dói e não consigo
parar", ele cita a sua mãe.

"Vai para o princípio e começa a passar através disso novamente", diz


o auditor.

"Tosse, tosse, tosse", começa o paciente, mas agora não está a tossir
tanto. Ele boceja mais profundamente. "Ai. Isto está a doer, está a doer e
parece que não consigo parar" cita o preclear, ouvindo-o directamente
se ele tiver sónico, obtendo impressões do que é dito, se não tiver. Ele apanhou
as palavras que estavam suprimidas no incidente pela "inconsciência". A
"inconsciência" está a começar a sair com os bocejos.

"Repassa-o novamente", diz o auditor.


"Não consigo parar", diz o preclear, citando tudo o que encontra desta
vez. O somático desaparece. Ele boceja de novo. O engrama está apagado.

"A banda somática irá agora para o seguinte momento de dor ou


desconforto", diz o auditor.
354
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

O somático não está a ligar-se. O paciente entra num sono estranho.


Murmura algo acerca de um sonho. Subitamente, o somático torna-se mais
forte. O paciente começa a tremer.

"O que está a acontecer?" pergunta o auditor.

"Ouço água a correr", responde o preclear.


"A banda somática irá para o princípio do incidente", diz o auditor.
"Começa a passar através do incidente."

'�Continuo a ouvir a água", diz o preclear. (Ele deve estar preso, os


somáticos não se moveram. Isto é um segurador.)

"A banda somática irá para aquilo que a esteja a segurar", diz o auditor.
"Vou mantê-lo ali dentro por um pouco, para ver se faz algum bem",
cita o preclear.
"Agora apanha o princípio do incidente e começa a percorrê-lo", diz
o auditor.

"Eu sinto-me a ser empurrado", diz o preclear. "Ai! Levei uma pancada
de alguma coisa."
"Apanha o princípio e começa a percorrê-lo", diz o auditor.
"Tenho a certeza de que estou grávida", cita o preclear. "Vou mantê-lo
ali dentro por um pouco, para ver se faz algum bem."

"Há alguma coisa anterior?" diz o auditor.


A banda do preclear vai para o momento anterior em que ele sente pressão
enquanto ela tenta introduzir algo no colo do útero. Depois ele percorre o
engrama e este apaga-se.

Isto é o manejo da banda somática. Ela pode ser mandada para qual­
quer lado. Normalmente, ela apanhará primeiro o somático e depois o
conteúdo. Usando a Técnica de Repetição, a banda somática é "sugada"
para baixo até ao incidente e os somáticos ligam-se. Depois o incidente
é percorrido. Se este não se levanta, encontre um incidente anterior
simplesmente dizendo à banda somática para ir ao incidente anterior.
355
LIVRO TRts a CAPÍTULO NOVE: pARTE u M

Se a banda somática não se move, isto é, se os somáticos (sensações


físicas) não se ligam e desligam, é porque o paciente está preso al gures na
linha do tempo. Ele pode estar preso em tempo presente, o que significa
que tem um ressaltador impelindo-o por toda a linha do tempo acima.
Use a Técnica de Repetição ou simplesmente tente mandar a banda
somática para trás. Se ela não for, obtenha várias frases ressaltadoras
como "Não posso voltar", "Põe-te a milhas", etc., e com essas frases faça
com que a banda somática seja sugada para o incidente e percorra-o.
A banda somática poderá mover-se através de um incidente com
sensação completa e, no entanto, o facto de retornar várias vezes sobre
o mesmo terreno não apresentará dados. Isto pode ser feito vez após
vez nalguns engramas, sem resultado: os somáticos permanecem quase
iguais, ondulando através do incidente todas as vezes, mas sem qualquer
conteúdo adicional. Então o auditor está a "enfrentar" um negador, uma
frase como "Isto é um segredo", "Não lhe digas", "Esquece isso", etc.
Em tal caso, ele manda a banda somática para a frase que nega os dados:

"Vai para o momento em que é dita uma frase que nega estes dados",
diz o auditor.

Após um momento, o preclear cita algo, tirado do sónico ou de impressões:


"Ele morreria se viesse a descobrir isto."

Então o auditor manda a banda somática voltar para o princípio do


incidente e esta passa através do incidente, mas desta vez com conteúdo
percéptico adicional. Os somáticos, a menos que o incidente seja um
pré-natal muito tardio com uma área básica cheia de material, ondulam
(flutuam de acordo com a acção do engrama) e diminuem até à redução
ou até ao apagamento com recontagens consecutivas.
O auditor diz à banda somática para ir mais para trás e às vezes ela
vai mais para a frente. Isto é um desorientador. "Não sei dizer para onde
estou a ir", "Estou a andar para trás", "Faz exactamente o contrário" são
os tipos de frases do desorientador. O auditor reconhece que o preclear
tem uma dessas frases, adivinha qual é ou descobre-a através daquilo
que o preclear diz quando se queixa acerca do que está a fazer e, por
repetição ou comando directo da banda, apanha a frase e o eng rama,
reduz ou apaga o engrama e continua.
356
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Se a banda somática não responde de acordo com o comando,


então um ressaltador, um segurador, um desorientador ou um agrupador
foi restimulado e deve ser descarregado. A banda somática estará
onde se encontra o comando que a proíbe de funcionar conforme é
desejado.
Há bons e maus condutores desta banda somática. O bom condutor
trabalha de perto com o arquivista, usando ordens gerais, como por
exemplo: "A banda somática apanhará o momento mais antigo de dor
ou desconforto que pode ser alcançado" ou "A banda somática irá para
o ponto de maior intensidade do somático que tens agora" (quando um
somático está a incomodar o paciente). O mau condutor escolhe incidentes
específicos que ele pensa ser aberrativos, manda a banda somática ir
para estes à força e rebate-os de algum modo. Há momentos em que é
necessário ser bastante persuasivo com a banda e momentos em que
é necessário seleccionar incidentes de dor física, mas o auditor é o melhor
juiz daquilo que deve ocorrer. Enquanto a banda trabalhar suavemente,
encontrando incidentes novos e repassando-os, ele não deve interferir
mais do que é necessário para se assegurar de que reduz tudo o que a
banda contacta.
Um modo muito bom de arruinar inteiramente um caso é colocar
a banda somática num incidente, decidir que outra coisa é mais impor­
tante e precipitar-se para ela, levantar metade dessa outra coisa e partir
para outra. Quando chegar ao ponto em que três ou quatro incidentes
tiverem sido tocados dessa maneira, mas não reduzidos, a banda emperra,
a linha do tempo começa a amontoar e o auditor vê-se num enredo que
poderá tomar-lhe muitas horas de terapia, ou uma semana ou duas de
reequilíbrio (deixar o caso assentar) para o trazer de volta a um estado
em que possa ser trabalhado.
O paciente quererá por vezes que um somático seja desligado. Este
tem estado a incomodá-lo. Isso significa que a banda está de algum modo
pendurada num incidente que a terapia, ou o ambiente do paciente,
restimulou. Normalmente, não vale a pena gastar o tempo e o trabalho
para localizar o incidente. Isso assentará por si só ao fim de um dia ou
dois e poderá ser um incidente impossível de reduzir devido a engramas
anteriores.
357
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE uM
A banda somática é manejada num incidente tardio da mesma forma
que esta é enviada para um incidente anterior. As cargas de desespero são
contactadas da mesma forma.
Se quiser um teste para ver se a banda está a mover-se, ou para testar
a recordação, mande-a para algumas horas antes e veja o que pode obter.
Embora nalguns casos seja mais fácil alcançar a área pré-natal do que o
dia de ontem, você obterá alguma ideia do modo como o paciente está a
trabalhar.

TEMPO PRESENTE
O princípio é a concepção. Os seus pacientes às vezes têm a sensação
de serem espermatozóides ou óv ulos no começo da linha do tempo:
em Dianética, chama-se a isto o sonho do esperma. Este não tem grande
valor, segundo o que sabemos nesta altura. Mas é muito interessante.
Não precisa de ser sugerido ao preclear. Será suficiente mandá-lo para
o princípio da linha do tempo e ouvir o que ele tem a dizer. Às vezes ele
tem um antigo engrama confundido com a concepção.
Na extremidade mais recente da linha do tempo está, evidentemente,
o agora. Isto é o tempo presente. Acontece, uma vez por outra, que os
pacientes não estão a voltar para tempo presente porque esbarraram
com seguradores pelo caminho. A Técnica de Repetição com segura­
dores geralmente libertará a banda e trá-la-á para tempo presente.
Um paciente poderá ficar um pouco grogue com todas as coisas que
têm estado a acontecer-lhe no decurso de uma sessão de terapia. E poderá
acontecer que ele reduz a resistência aos engramas à medida que volta
a subir pela linha do tempo acima e desse modo poderá accionar um
segurador. O auditor deve certificar-se muito bem de que o paciente está
em tempo presente. Ocasionalmente, ele estará tão completamente preso
e a hora já será tão avançada, que o esforço de trazê-lo por toda a linha
acima não é viável na altura. Um período de sono, geralmente resolverá isso.
Existe um teste pelo qual o auditor pode saber se o preclear está em
tempo presente. Ele faz uma pergunta ao preclear, estalando os dedos:
"Qual é a tua idade?" O preclear dá-lhe uma "resposta relâmpago".
Se for a idade certa do preclear, o preclear está em tempo presente. Se
for uma idade anterior, há ali um segurador e o paciente não está em
tempo presente. Há outros métodos de determinar isto, mas geralmente
358
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

este ponto não é muito importante se o paciente realmente falhar em


consegui-lo.
O acto de fazer perguntas e estalar os dedos, inquirindo sobre a idade
das pessoas, obtém algumas respostas surpreendentes. Estar preso na
linha do tempo é tão comum em pessoas "normais" que o facto de o
preclear estar a um dia ou dois, ou uma semana ou duas, de distância do
tempo presente está longe de ser alarmante.
Qualquer pessoa que tenha uma doença psicossomática crónica está
definitivamente presa em algum ponto da linha do tempo. Perguntas
com um estalo dos dedos normalmente obtêm "três" ou "dez anos" ou
alguma resposta desse género, mesmo quando são feitas a pessoas que
supõem que estão de boa saúde. A rêverie mostra-lhes onde elas estão na
linha do tempo. Às vezes, na primeira sessão, um preclear fecha os olhos
em rêverie para se encontrar numa cadeira de dentista aos três anos de
idade. Ele tem lá estado durante os últimos trinta anos, porque o dentista
e a mãe, ambos lhe disseram para "ficar ali" enquanto ele se encontrava
em choque por causa da dor e do óxido nitroso - e ele assim fez, e os
problemas dentários crónicos que ele teve durante toda a sua vida, eram
esse somático.
Isto não acontece muito frequentemente, mas pode encontrar alguém
que conhece que daria, certamente, a resposta relâmpago de "dez anos"
e, posto em rêverie, encontrar-se-ia, logo que o engrama fosse avistado,
deitado de costas num campo de futebol, ou numa situação semelhante,
com alguém a dizer-lhe para não se mexer até a ambulância chegar: isto
é a sua artrite!
Tente fazê-lo a alguém.

A RESPOSTA RELÂMPAGO
Um truque de uso comum na terapia é a resposta relâmpago. Isto é feito
de duas maneiras. A primeira mencionada aqui é a menos usada.
"Quando eu contar até cinco", diz o auditor, "uma frase relampeará
na tua mente para descrever onde estás na linha do tempo. Um, dois,
três, quatro, cinco!"
"Pré-natal tardio", diz o preclear, ou "ontem" ou aquilo que lhe
ocorrer.
359
LrvRo TRÊS SJ CAPÍTULO NovE: PARTE UM

A resposta relâmpago é a primeira coisa que vem à cabeça da pessoa


quando lhe é feita uma pergunta. Usualmente virá do banco de engramas
e será útil. Poderá ser "conversa de demónio", mas geralmente está
certa. O auditor meramente faz uma pergunta, como por exemplo,
aquilo que está a segurar o paciente, o que lhe nega conhecimento,
etc., acrescentando ao princípio da pergunta: "Eu quero uma resposta
relâmpago para isto."
"Eu quero uma resposta relâmpago para isto", diz o auditor. "O que
aconteceria se ficasses são?"
"Morreria", diz o paciente.
"O que aconteceria se morresses?", diz o auditor.
"Ficaria bom", diz o paciente.
E com estes dados, eles fazem então uma estimativa da actual
computação de aliados ou algo assim. Neste caso, o aliado disse ao
preclear, quando ele estava doente: "Morreria, simplesmente morreria,
se não ficasses bom. Se ficares doente por muito mais tempo, ainda
ficarei maluco." E um engrama anterior dizia que o preclear tinha de
estar doente. E isto é, afinal de contas, apenas um engrama. Por isso,
usa-se a Técnica de Repetição com a palavra "morrer" e descobre-se um
aliado que o preclear nunca soube que existia e uma carga é dissipada.
Muitos dados valiosos podem ser recuperados pelo uso inteligente
da resposta relâmpago. Se não houver resposta absolutamente
nenhuma, isso significa que a resposta está oclusa e essa é uma resposta
quase tão boa como dados reais, visto que indica alguma espécie de
encobrimento.
SONHOS
Os sonhos têm sido consideravelmente usados por várias escolas de
cura mental. A sua "simbologia" é uma excentricidade mística apresentada
para explicar uma coisa sobre a qual os místicos não sabiam nada. Os
sonhos são os espelhos distorcidos, através dos quais o analisador olha
para dentro do banco de engramas.
Os sonhos são trocadilhos de palavras e de situações existentes no
banco de engramas.
Os sonhos não são uma grande ajuda, por serem trocadilhos.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Não se usam muito os sonhos em Dianética.


Você ouvirá sonhos contados pelos pacientes. Os pacientes são
difíceis de calar quando começam a contar sonhos. Se quiser perder o
seu tempo, ouça-os.

MUDANÇA DE VALÊNCIA

A mudança de valência é um mecanismo usado em Dianética.


Sabemos o modo como um paciente entra em valências quando
dramatiza os seus engramas na vida: ele torna-se uma valência vencedora
e ele diz e faz praticamente a mesma coisa que a pessoa na valência
vencedora fez naquele engrama.
A teoria que está por trás disto é a seguinte: retornado a uma ocasião
na qual o paciente poderá considerar demasiado doloroso entrar, ele
pode ser mudado para uma valência que não sentiu qualquer dor. Um
método pouco inteligente de o persuadir é dizer-lhe que ele não precisa
de sentir a dor ou a emoção e deixá-lo atravessar o engrama. Isso é uma
péssima prática de Dianética, por ser uma sugestão positiva e é preciso
tomar todas as precauções para evitar dar sugestões ao paciente, pois ele
poderá ser muito sugestionável, mesmo quando finge não o ser. Mas
existe a mudança de valência e isto permite ao paciente escapar à dor e,
mesmo assim, permanecer no engrama até que ele possa recontá-lo.
Exemplo: o pai está a bater na mãe e o nascituro é posto "inconsci­
ente". Os dados estão disponíveis sem dor na valência do pai, na valência
da mãe com a dor dela e na valência da criança com a sua própria dor.
O modo de lidar com isto, se o paciente se recusar terminantemente
a entrar no incidente embora tenha somáticos, é trocá-lo de valência.
O auditor diz: "Entra na valência do teu pai e passa a ser o teu pai
por uns momentos."
Após alguma persuasão, o pacientefaz isso.

"Grita com a tua mãe", diz o auditor. "Dá-lhe uma boa reprimenda."
O paciente agora está naquele circuito que não contém "inconsciência" e
aproxima-se da emoção e das palavras que o pai usou com a mãe. O auditor
deixa-o fazer isto duas ou três vezes até a carga sair um pouco do engrama.
Depois muda a valência do preclear para a mãe:
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE uM
"Passa a ser a tua mãe por uns momentos e responde ao teu pai", diz
o auditor.

O paciente troca de valência e é a mãe, repetindo asfrases da mãe.

"Agora sê tu mesmo", diz o auditor, "e reconta, por favor, o incidente


inteiro com todos os somáticos e emoções."

O paciente é capaz de reexperimentar o incidente como ele próprio.


Isto funciona muito bem quando se está a tentar obter um aliado.

"Muda de valência", diz o auditor ao paciente retornado, "e suplica


à tua mãe para que não mate o bebé."

"Agora sê uma ama", diz o auditor, com o preclear retornado a um


incidente em que ele parece ter muito medo de entrar, "e suplica que
um menino fique bom."

O paciente corrigirá a ideia que o auditor tem do guião e normalmente


prosseguirá.

O paciente muitas vezes recusar-se-á a entrar numa valência porque


a odeia. Isto significa que deve haver uma carga considerável na pessoa
que ele se recusa a ser.
Este mecanismo raramente é usado, mas é prático quando um caso
está a emperrar. O pai não obedeceu aos seguradores ou comandos, foi
ele que os proferiu. A ama não obedeceria aos seus próprios comandos
e assim por diante. Deste modo, pode-se fazer muitos seguradores e
negadores saltar à vista. Isto é útil no início de um caso.*
* A mudança de valência raramente é usada, excepto quando se suspeita que o paciente não
abordará um engrama de outra forma. Por vezes, ele abordará o engrama com a mudança
de valência quando se recusa a abordá-lo como ele próprio. A mudança de valência é um
tanto indesejável quando usada com um indivíduo sugestionável, porque viola a regra
de Dianética de não usar sugestões positivas além das absolutamente necessárias para
fazer o paciente retornar, recontar e descobrir dados. Por isso, a mudança de valência
raramente é utilizada e menos ainda numa pessoa sugestionável. Deve ser considerada
como último recurso e praticada apenas quando o preclear for total e completamente
incapaz de confrontar e atacar um engrama de cuja presença o auditor está certo - e isto
é raro.
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

TIPOS DE CADEIAS

Os engramas, particularmente na área pré-natal, estão em cadeias. Isto


quer dizer que existe uma série de incidentes de tipos semelhantes. Esta
classificação é útil porque conduz a algumas soluções. As cadeias que
se podem contactar com mais facilidade num preclear são as menos
carregadas. As cadeias mais aberrativas normalmente são as mais
difíceis de alcançar, porque contêm os dados mais activos. Lembre-se
da regra de que aquilo que o auditor tem dificuldade em alcançar, o
analisador do paciente também tem achado difícil de alcançar.
Eis uma lista de cadeias - não são, de modo algum, todas as cadeias
possíveis - encontradas num caso que passou por "normal" durante
trinta e seis anos da sua vida.

CADEIA DE COITO, PAI. Primeiro incidente, zigoto. Cinquenta e


seis incidentes sucessivos. Dois ramos, pai bêbado e pai sóbrio.

CADEIA DE COITO, AMANTE. Primeiro incidente, embrião. Dezoito


incidentes sucessivos. Todos dolorosos devido ao entusiasmo do
amante.

CADEIA DE PRISÃO DE VENTRE. Primeiro incidente, zigoto.


Cinquenta e um incidentes sucessivos. Cada incidente acumulando
grande pressão sobre a criança.

CADEIA DE IRRIGAÇÃO. Primeiro incidente, embrião. Vinte e um


incidentes sucessivos. Uma irrigação por dia até o período menstrual
ter faltado, todas no colo do útero.

CADEIA DE DOENÇA. Primeiro incidente, embrião. Cinco incidentes


sucessivos. Três constipações. Um caso de gripe. Um acesso de
vómitos, ressaca.

CADEIA DE ENJOO MATINAL. Primeiro incidente, embrião. Trinta


e dois incidentes sucessivos.

CADEIA DE ANTICONCEPCIONAIS. Primeiro incidente, zigoto. Um


incidente. Alguma substância pastosa no colo do útero.
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO NOVE: PARTE uM
CADEIA DE LUTA. Primeiro incidente, embrião. Trinta e oito
incidentes sucessivos. Três quedas, vozes altas, sem espanca­
mento.

TENTATIVA DE ABORTO, CIRÚRGICO. Primeiro incidente, embrião.


Vinte e um incidentes sucessivos.

TENTATIVA DE ABORTO, IRRIGAÇÃO. Primeiro incidente, feto. Dois


incidentes. Um com o uso de pasta, outro com o uso de lisol, muito
forte.

TENTATIVA DE ABORTO, PRESSÃO. Primeiro incidente feto. Três


incidentes. Um do pai sentado em cima da mãe. Dois da mãe pulando
de cima de caixas.

CADEIA DE SOLUÇOS. Primeiro incidente, feto. Cinco incidentes.

CADEIA DE ACIDENTES. Primeiro incidente, embrião. Dezoito


incidentes. Várias quedas e colisões.

CADEIA DE MASTURBAÇÃO. Primeiro incidente, embrião. Oitenta


incidentes sucessivos. A mãe masturbando-se com os dedos, sacudindo
a criança e ferindo-a com o orgasmo.

CADEIA DE MÉDICO. Primeiro incidente, primeiro período menstrual


que faltou. Dezoito visitas. Exame médico doloroso, mas o médico
torna-se um aliado, ao descobrir que a mãe tentava abortar e ao ralhar
muito com ela.

DORES DE PARTO PREMATURAS. Três dias antes do nascimento real.

NASCIMENTO. Instrumento. Vinte e nove horas de trabalho de parto.

Como a mãe era uma faladora subvocal, isso criou uma quantidade
considerável de material para apagar, pois o resto da vida do paciente era
adicional a tudo isto. Este foi um caso de quinhentas horas, não-sónico,
de recordações imaginárias que tiveram de ser anuladas através da
descoberta de fábricas de mentiras, antes que os dados acima pudessem
ser obtidos.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Há outras cadeias possíveis, mas este caso foi escolhido por conter
as que são mais usuais de se encontrar. Infelizmente, o amante da mãe
não é muito invulgar, pois este introduz tanto secretismo num caso
que, quando o caso parece ser muito, muito secreto, isso parece indicar
a presença de um ou dois amantes. Mas não os sugira ao preclear. Ele
poderá usá-los para evitar algo.

TIPOS DE SOMÁTICOS

Há dois tipos de somáticos: os que pertencem propriamente ao paciente


e os que pertencem à mãe dele ou a outra pessoa. O primeiro aconteceu
de facto e o segundo também. Mas o paciente não devia ter os somáticos
da mãe. Se os tem, se o encontram a queixar-se de dores de cabeça
sempre que a mãe tem uma dor de cabeça, então existe um engrama,
muito antigo, dizendo que ele tem de ter tudo o que ela tiver: "O bebé
faz parte de mim", "Quero que ele sofra como eu sofro", etc. Ou a frase
poderá ser uma coisa inteiramente mal-entendida, tomada literalmente.
No entanto, tudo isto vai ao lugar com a continuação do trabalho e não
deve preocupar muito o auditor.

"INCONSCIÊNCIA"

Embora a "inconsciência" tenha sido tratada de várias maneiras noutra


parte, esta tem duas manifestações especiais na terapia. O bocejo e o boil-off.
O engrama de dor física contém "inconsciência" profunda e se este
vai levantar-se, particularmente na área básica, ela sai sob a forma de
bocejos. Após a primeira ou segunda recontagem, o paciente começa a
bocejar. Estes bocejos estão a ligar o seu analisador.
Num engrama muito extremo - um choque eléctrico pré-natal
recebido pela mãe - houve cinco horas de boil-off de "inconsciência"
durante a terapia. O choque durou menos de um minuto, mas levou o
indivíduo para tão perto da morte que, quando o incidente foi tocado
pela primeira vez em terapia, ele sentiu vertigens e estrebuchou,
teve sonhos estranhos, murmurou e sussurrou durante cinco horas.
Isso é um recorde. Quarenta e cinco minutos deste boil-off é raro.
Cinco ou dez minutos não é invulgar.
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO NOVE: PARTE uM
O auditor levará um paciente para uma área. Não se liga nenhum
somático. No entanto, o paciente começa a dormitar com um sono
estranho. Ele desperta de vez em quando, murmura qualquer coisa,
normalmente sem sentido, volta a despertar com um sonho e geralmente
parece não fazer qualquer progresso. Mas está a haver progresso. Um
período em que ele quase foi morto está a vir à superfície. Em breve
ligar-se-á um somático e o paciente percorrerá um engrama algumas
vezes sob comando, bocejará um pouco e depois animar-se-á. Tal
quantidade de "inconsciência" foi, certamente, suficiente para manter
o seu analisador cerca de nove décimos desligado quando ele estava
desperto, pois se estava perto do básico, esta fazia parte de todos os
outros engramas. Tal engrama, com uma "inconsciência" tão profunda,
quando libertado produz um melhoramento marcado num caso, por
vezes tanto como um engrama de emoção dolorosa.
Cabe ao auditor ir até ao fim, leve o tempo que levar. Um auditor
não aclarado poderá ficar muito sonolento ao observar tudo isto, mas
a tarefa deve ser feita. Raramente encontrará um que dure uma hora,
mas todos os casos têm um período desses que dura entre dez minutos
e meia hora.
Ele deve despertar o paciente de vez em quando e tentar fazê-lo
atravessar o engrama. Existe um modo muito especial de despertar um
paciente: não toque no corpo dele, porque isso poderá ser muito restimula­
tivo e poderá deixá-lo muito transtornado. Toque somente na sola dos
pés dele com a sua mão ou com os seus próprios pés e toque só o suficiente
para despertar a atenção dele por um momento. Isso mantém o boil-off
a decorrer e não permite que o paciente caia no sono comum.
Um auditor inexperiente pode confundir o boil-off com um comando
engrâmico para dormir. No entanto, se o auditor observar atentamente
o paciente, verificará que no boil-off o paciente tem toda a aparência de
estar drogado; enquanto num comando para dormir, ele simplesmente
adormece e fá-lo de um modo muito suave. O boil-off é um pouco
agitado, cheio de murmúrios, estrebuchamentos e sonhos. Quando ele
está a dormir, o sono é tranquilo.
Interrompe-se um comando engrâmico para dormir, que está a actuar
sobre o preclear retornado, enviando a banda somática para o momento
em que é dado o comando para dormir. Se o preclear contacta-o e
366
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

repassa-o, ele acordará rapidamente na linha do tempo e continuará com


a terapia.
O boil-off poderá estar cheio de bocejos, murmúrios ou roncos.
Quando ele está a dormir, o sono normalmente é calmo e suave.
O motivo por que se chama "boil-off " a isto, e porque é que os
auditores gostam do termo, é obscuro. Chamou-se-lhe original e
seriamente "redução comática", mas tal erudição foi rejeitada pelo facto
de nunca ter sido usada.
Se gostar de ouvir sonhos, irá encontrá-los em grande quantidade
no boil-off. Tal como as imagens do deserto são distorcidas pelas
serpentes vítreas das ondas de calor, também os comandos engrâmicos
são distorcidos para o analisador através do véu da "inconsciência".

LocKs
O facto de o lock ser uma coisa que precisa de pouca atenção, é uma
das bênçãos da natureza. Um lock é um incidente que, com ou sem
carga, está disponível à recordação consciente e parece ser a razão pela
qual o aberrado é aberrado. Talvez seja uma outra maneira de o banco
se proteger. Um lock é um momento de desconforto mental que não
contém dor física nem grande perda. Uma reprimenda, uma desgraça
social - esse tipo de coisas são locks. Qualquer caso tem milhares e
milhares de locks. O auditor descobri-los-á em quantidade, se quiser
perder tempo a procurá-los. O tratamento desses locks foi o objectivo
principal de uma velha arte conhecida como "hipnoanálise". A maior
parte deles podem ser reduzidos.
O key-in de um engrama ocorre nalguma data futura, a partir do
momento em que o engrama foi realmente recebido. O momento de
key-in contém uma redução analítica devido ao cansaço ou uma leve
doença. Ocorreu uma situação semelhante ao engrama, que continha
"inconsciência", e fez key-in do engrama. Este é um lock primário.
Quebrá-lo, se este puder ser encontrado, produz o efeito de fazer key-out
do engrama. Mas podemos considerar que isto é uma perda de tempo,
mesmo que tenha algum valor terapêutico e que tenha sido usado, sem
compreensão, por algumas escolas do passado.
Se um auditor quiser saber como o caso está a reagir à vida, ele pode
encontrar alguns desses muitos milhares de locks e inspeccioná-los.
367
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO NOVE: p ARTE uM
Mas provavelmente, esse é todo o interesse que ele tem por estes, pois
os locks descarregam-se. Estes descarregam-se automaticamente no
momento em que o engrama que os está a segurar é apagado. Uma
vida inteira reequilibra-se quando os engramas desaparecem e os locks
não precisam de qualquer tratamento. Depois de ele ter sido Aclarado,
também não é preciso ensinar ao preclear como pensar: tal como a
dissipação de locks, este é um processo automático.
Esses locks estão, por vezes, situados entre os engramas. O preclear
poderá estar profundamente na área pré-natal e subitamente pensar num
tempo em que tinha vinte anos ou, como é comum na terapia, pensar
num engrama que ouviu de outra pessoa. Isto é um bom indício. Não dê
mais atenção ao lock: encontre o engrama ao qual este se anexou, pois
existe um engrama logo ao pé dele. Nos sonhos, esses locks vão saindo
de uma forma distorcida do banco, complicando o sonho.

o CASO JúNIOR
Não tome um Júnior para o seu primeiro caso, se puder evitá-lo. Se
o pai se chamava Jorge e o paciente se chama Jorge, esteja atento
aos sarilhos. O banco de engramas toma o Jorge por Jorge e esse é
um pensamento-identidade de luxo.
A mãe diz: "Odeio o Jorge!" "Isso significa o Júnior", diz o engrama,
embora a mãe se referisse ao pai. "O Jorge é irreflectido." "O Jorge
não deve saber." "Oh! Jorge, eu queria que tivesses alguma atracção
sexual, mas tu não tens!" E assim vão os engramas. Um caso de Júnior
raramente é fácil.
Em Dianética, é costume tremermos só de pensar em aceitar um
caso Júnior. Pode-se esperar que um auditor trabalhe como um escravo
quando tem um caso não-sónico, que está fora da linha do tempo e cujo
nome é igual ao do pai ou da mãe. Tais casos naturalmente têm solução,
mas se os pais soubessem o que fazem aos filhos quando lhes dão um
nome que poderá aparecer no banco de engramas, tal como o dos pais,
avós ou amigos, com certeza o costume acabaria imediatamente.

RESTIMULAR o ENGRAMA
"Peça as vezes suf icientes e receberá" é sempre verdade quando se
trabalha o banco de engramas. Simplesmente por retornar a uma área,
368
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

durante vezes suficientes, fará aparecer engramas. Se não apareceu


hoje, aparecerá amanhã. Mas se não aparecer amanhã, aparecerá no dia
seguinte e assim por diante. As descargas emocionais são localizadas
com toda a certeza, solicitando-as vez após vez e retornando o paciente
à parte da linha do tempo onde se espera que esteja a carga. Aquilo que
a Técnica de Repetição falhar em fazer pode ser conseguido retornando
o paciente, sessão após sessão, a uma porção da sua vida. Esta mais cedo
ou mais tarde aparecerá.

PESSOAS E PERÍODOS DE VIDA ÜCLUSOS

Verificar-se-á que áreas inteiras da linha do tempo estão oclusas. Estas


contêm supressores sob a forma de comando engrâmico, computações de
aliado e emoção dolorosa. As pessoas podem desaparecer completamente
de vista por estas razões. Elas aparecem depois de alguns engramas terem
sido levantados na área básica ou depois de a área ter sido desenvolvida,
como foi dito acima.

ANIMOSIDADE CONTRA os PAIS

Acontece sempre, quando se Aclara uma criança ou adulto, que o pre­


clear passa por estádios de melhoramento que o levam pela Escala de
Tom acima e o fazem, naturalmente, passar pela segunda zona, a ira. Um
preclear poderá ficar furioso com os pais e outros ofensores no banco de
engramas. Tal situação é de esperar. É um subproduto natural da terapia
e não pode ser evitado.
À medida que o caso progride, é natural que o preclear suba na
Escala de Tom para um estado de aborrecimento face aos vilões que
o prejudicaram. Por fim, ele alcança o Tom 4, que é o tom do Clear.
Neste ponto ele fica muito alegre e disposto a fazer amizade com pessoas,
quer o tenham prejudicado quer não: é claro que ele tem os dados sobre
o que deve esperar delas, mas não nutre qualquer animosidade.
Se um dos progenitores sente que o filho se voltaria contra ele, se
soubesse de tudo, então o progenitor está enganado. Como aberrado,
o filho já se voltou totalmente contra o progenitor, quer o seu analisador
saiba de tudo quer não, e continuar a esconder a evidência poderá resultar
numa conduta bastante incerta e desagradável.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE uM
Observa-se continuamente que um bom Liberado e o Clear não
sentem qualquer animosidade contra os seus pais ou outras pessoas que
lhe causaram as suas aberrações e, na verdade, eles deixam de negar, de
defender-se e de lutar tão irracionalmente. O Clear lutará, certamente,
por uma boa causa e será o oponente mais perigoso possível. Mas ele
não luta por razões irracionais, como um animal, e a sua compreensão
das pessoas está muito mais ampliada e a sua afeição pode finalmente
ser profunda. Se um progenitor quer amor e cooperação de um filho,
independentemente do que tenha feito a esse filho, ele deve permitir
a terapia e alcançar esse amor e cooperação com o filho num estado
autodeterminado e que já não esteja secretamente em apatia ou fúria.
Afinal de contas, o Clear aprendeu qual é a fonte das aberrações dos pais,
assim como das suas próprias; ele reconhece que eles tinham bancos de
engramas antes de ele ter o seu.

PROPICIAÇÃO

No decurso do trabalho passar-se-á por um estádio de propiciação, na


faixa superior de apatia. Esta conciliação é um esforço para satisfazer
ou oferecer sacrifícios a uma força totalmente destrutiva. É um estado
em que o paciente, devido a um medo profundo de outrem, oferece
presentes caros e palavras amáveis, dá a outra face, oferece-se para
capacho e geralmente faz um papel de tolo.
Muitos, muitos casamentos, por exemplo, não são casamentos de
amor, mas sim dessa péssima substituta, a propiciação. As pessoas têm o
hábito de casar com quem tem mentes reactivas semelhantes. Isto é um
infortúnio, pois tais casamentos são destrutivas para ambos os parceiros.
Ela tem um certo conjunto de aberrações: estas combinam com as dele.
Ela é pseudomãe; ele é pseudopai. Ela teve de se casar com ele porque
o pai tentou assassiná-la antes de ela nascer. Ele teve de se casar com ela
porque a mãe lhe batia quando ele era criança. Por incrível que pareça,
esses casamentos são muito comuns: um ou o outro parceiro torna-se
mentalmente doente, ou ambos poderão deteriorar-se. Ele é infeliz,
os seus entusiasmos são esmagados; ela sente-se profundamente desola­
da. Qualquer dos dois poderia ser uma pessoa feliz com outro parceiro,
no entanto, por medo, eles não podem separar-se. Têm de propiciar um
ao outro.
37 0
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

O auditor que encontra um casamento nestas condições e que tenta


tratar um dos cônjuges, faria melhor em tratar os dois simultaneamente.
Ou o melhor seria que os dois se tratassem um ao outro, e depressa.
A tolerância e a compreensão são quase sempre fomentadas pela
ajuda mútua.
A propiciação é mencionada aqui por ter um valor diagnóstico.
As pessoas que começam a trazer presentes caros ao auditor estão a
propiciá-lo e isto provavelmente significa que têm uma computação que
lhes diz, engramicamente, que morrerão ou ficarão loucas se ficarem
mentalmente sãs. O auditor poderá apreciar os presentes, mas o melhor
será ele começar a procurar um engrama de compaixão de que não
suspeitava ou que não foi tocado.

AMoR
Provavelmente não há um único assunto de interesse para o Homem
que tenha recebido tanta atenção como o Amor.
Não é mentira que onde se encontra a maior controvérsia, também se
encontrará a menor compreensão. E onde os factos são menos exactos,
aí também se encontram as maiores disputas. E assim acontece com o
Amor.
Não há dúvida de que o Amor arruinou mais vidas do que a guerra
e deu mais felicidade do que todos os sonhos do Paraíso.
Enredado com mil canções por ano e submerso sob uma tonelada
sólida de literatura medíocre, o Amor devia ter uma oportunidade
adequada para ser definido.
Descobriu-se que há três espécies de Amor entre a mulher e o
homem: a primeira é abrangida pela lei da afinidade e é a afeição que a
Humanidade tem para com a Humanidade; a segunda é a selecção sexual
e é um verdadeiro magnetismo entre parceiros; a terceira é o "Amor"
compulsivo ditado por algo tão razoável como a aberração.
Talvez nas lendas de heróis e heroínas tenha havido casos da segunda
espécie; e de facto quando se olha à nossa volta nesta sociedade, é possível
descobrir números de pares felizes, baseados numa admiração natural
e fortemente afectuosa. A terceira espécie pode ser encontrada em
abundância: a literatura tablóide dedica-se a ela e aos seus sofrimentos; ela
entope os tribunais com pedidos urgentes de divórcio, actos criminosos
37 1
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO NOVE: PARTE uM
e processos civis; ela manda crianças a chorar para um canto, para se
afastarem das brigas; e lança, dos seus lares desfeitos, jovens mulheres
e homens destroçados.
Dianética classifica a terceira espécie de amor como "parceria de
mentes reactivas". Aqui está um encontro de mentes, mas as mentes
estão no nível computacional mais baixo que o Homem possui. Atraídos
um para o outro por compulsão, há homens e mulheres que se unem
e que apenas vão encontrar a tristeza e a redução das suas esperanças
·-
nessa un1ao.
Ele é o pseudo-irmão que lhe batia regularmente ou é o pseudopai a
quem ela tinha de prestar atenção. Talvez ele até seja a pseudomãe que
gritava com ela incessantemente, mas a quem ela tinha de apaziguar. E
ele poderá ser o médico que a feriu tão selvaticamente. Ela poderá ser
a pseudomãe dele, a pseudo-avó a quem ele tinha de amar, apesar do
modo como ela minava a sua decisão; ela poderá ser a pseudo-enfermeira
nalguma operação feita há muito tempo ou a pseudoprofessora que o
retinha na sala depois da aula para estimular o seu sadismo sobre ele.
Antes de o casamento se realizar, eles só sabem que há uma compul­
são para estarem juntos, um sentimento de que cada um deve ser
extremamente amável com o outro. Depois o casamento realiza-se e
eles sentem cada vez mais a restimulação de dores antigas, até que por
fim ambos estão doentes e a vida, talvez agora complicada por filhos
infelizes, é uma ruína sombria.
O mecanismo da propiciação traz consigo hostilidade encoberta.
Presentes oferecidos sem motivo e para além das suas posses, sacrifícios
que parecem tão nobres na altura, compõem a propiciação. A propiciação
é um esforço apático para manter afastada uma "fonte" perigosa de dor.
A identidade equivocada é um dos erros menores da mente reactiva. A
esperança da propiciação é subornar, para anular a possível ira de uma
pessoa, talvez falecida há muito, mas que agora vive no cônjuge. Mas um
homem que não luta, uma vez por outra, está morto. A hostilidade
poderá estar mascarada e poderá ser inteiramente "desconhecida" pelo
indivíduo que se entrega a esta. Claro que esta hostilidade está sempre
justificada na mente da pessoa que a emprega e supõe-se que seja uma
consequência natural de alguma ofensa inteiramente óbvia.
372
MECANISMOS e AsPECTOs da TERAPIA

A esposa que, por descuido, comete erros estúpidos diante dos


convidados, deixando escapar acidentalmente a verdade sobre o mito
favorito do marido, a esposa que esquece os pequenos favores que ele
lhe pediu, a esposa que subitamente dá uma alfinetada "lógica" nas
esperanças dele: estas são as esposas que vivem com parceiros a quem
têm de propiciar, devido a algum mal causado anos antes do namoro
e por algum outro homem; e estas são as esposas que, propiciando,
entorpecem as esperanças dos seus companheiros e interpretam mal as
suas tristezas.
O marido que dorme com outra mulher e deixa "acidentalmente"
o batom na gravata, o marido que acha péssima a excelente comida
que a mulher faz e que a considera ociosa durante o dia, o marido que
se esquece de pôr as cartas dela no correio, o marido que acha que as
opiniões dela são tolas: estes são os maridos que vivem com parceiras a
quem têm de propiciar.
Uma montanha-russa de guerra e paz no lar, faltas de compreensão, a
restrição mútua de liberdade e autodeterminismo, vidas infelizes, filhos
infelizes e divórcio são causados por casamentos de mentes reactivas.
Compelidos a casar por uma ameaça desconhecida, impedidos de confiar
por medo da dor, este "encontro de mentes" é a principal causa de todo
o desastre conjugal.
A lei carecia de definição e, por isso, pôs grandes dificuldades no
caminho das pessoas envolvidas em tais casamentos. O curso que isso
segue é a espiral descendente de infelicidade que acompanha toda a
restimulação crónica e que apenas conduz ao fracasso e à morte. Um
dia haverá, talvez, uma lei muito mais sensata segundo a qual só os
não-aberrados possam casar e ter filhos. A lei actual só determina que os
casamentos devem ser, na melhor das hipóteses, extremamente difíceis
de desfazer. Tal lei é como uma sentença de prisão para o marido, a
mulher e os filhos - para todos e para cada um deles.
Um casamento pode ser salvo aclarando os cônjuges das suas
aberrações. Uma solução óptima de qualquer modo incluiria isto, pois
é muito difícil uma esposa ou um marido, mesmo quando divorciados,
elevar-se a qualquer nível de felicidade futura; e quando há filhos, se
não for efectuado o aclaramento, fez-se uma grande injustiça.
373
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO NOVE: pARTE u M

Normalmente verifica-se, quando ambos os cônjuges de um


casamento de mentes reactivas são aclarados da aberração, que a vida
se torna muito mais do que tolerável; isto acontece porque os seres
humanos, com frequência, têm uma afeição natural, mesmo quando
não houve selecção sexual. A recuperação de um casamento, por meio
de aclarar os cônjuges, poderá não dar origem a um daqueles grandes
amores cantados pelos poetas, mas pelo menos produzirá um nível
elevado de respeito e cooperação na direcção do objectivo comum de
tornar a vida digna de ser vivida. E em muitos casamentos Aclarados
deste modo descobriu-se que os cônjuges, por baixo da capa suja da
aberração, se amavam muito um ao outro.
Um grande ganho desse aclaramento é o bem dos filhos. Quase todo
o descontentamento conjugal tem o sexo como o seu principal factor
de aberração na Segunda Dinâmica. E qualquer aberração dessas inclui
uma atitude nervosa para com os filhos.
Quando há filhos, o divórcio não resolve nada, mas o aclaramento
resolve. E com o aclaramento vem uma nova página da vida na qual se
pode escrever felicidade.
No caso do casamento de mentes reactivas, o aclaramento mútuo é
muitas vezes complicado por hostilidades escondidas que se encontram
por baixo do mecanismo da propiciação. É aconselhável que os cônjuges
procurem, fora do lar, interessar um amigo num intercâmbio de terapia.
Se esse aclaramento mútuo for iniciado, com os cônjuges a trabalhar um
com o outro, é preciso haver muita restrição da ira e ter muita paciência,
e o Código do Auditor deve ser severamente seguido. É necessário ter
um desprendimento de santo para aguentar com o Tom 1 de um parceiro
que, retornado a uma discussão, condimenta as recontagens com mais
recriminação. Se precisa de ser feito, isto pode ser feito. No entanto,
quando um casal tem tido muitas discussões e dificuldades, é mais fácil
se cada um deles procurar um parceiro de terapia fora do lar.
Além disso, estabelece-se uma espécie de "rapport" entre qualquer
auditor e preclear. E terminada a sessão de terapia, o fortalecimento
da afinidade natural é tal que um pequeno acto ou uma palavra poderá
ser tomado como um ataque selvagem, que resulta numa discussão e na
inibição da terapia.
374
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Considera-se que é melhor os homens serem auditados por homens


e as mulheres por mulheres. Esta condição é mudada quando se trata
de uma mulher que tem aberrações tão severas a respeito de mulheres
que ela sente medo perto delas, ou quando se está a auditar um homem
que tem um medo profundo de homens.
As dinâmicas dos homens e das mulheres são de certo modo diferen­
tes e uma esposa, particularmente se já houve brigas mais ou menos
intensas, por vezes acha difícil ser suficientemente insistente para
auditar o marido. O marido, no caso comum, poderá auditar sem grande
dificuldade, mas quando ele próprio está em terapia, o seu sentimento de
que ele tem de ser superior à situação obriga-o a tentar o autocontrolo,
uma coisa que é impossível.

o APAGAMENTO
Mais cedo ou mais tarde - se continuar a tentar - você chegará ao
básico-básico, o momento mais antigo de "inconsciência" e dor física.
Saberá quando o tem, talvez, apenas porque as coisas começam a apagar­
-se em vez de reduzir. Se o paciente ainda tem um desligamento sónico,
você mesmo assim pode apagar: mais cedo ou mais tarde o sónico
ligar-se-á, mesmo que isso só aconteça quando o caso estiver quase
completado. Mais cedo ou mais tarde, alcançará o básico-básico.
O procedimento do apagamento é, então, mais ou menos o mesmo
que o da abertura. Apague todos os engramas antigos, sempre o mais
antigo que puder encontrar, e continue a descarregar engramas de
emoção dolorosa na área básica ou nos períodos após o nascimento e os
mais recentes na vida. Apague tanto quanto puder encontrar na parte
mais antiga do caso, depois libere toda a emoção que puder encontrar
mais recentemente no caso (apague tudo em cada engrama que tocar)
e depois volte atrás e encontre material antigo.
O banco de engramas reactivo é uma balbúrdia. O arquivista deve
ter muita dificuldade com este. Porque as coisas fazem key-in tanto
cedo como tarde; às vezes tudo o que ele pode obter é material sob
certos tópicos; outras vezes só consegue obter material sob certos
somáticos (por exemplo, tudo acerca de dentes); às vezes ele pode
avançar ordenadamente no tempo e dar incidentes consecutivos: este
último é o procedimento mais importante.
375
LIVRO TRÊS Si CAPÍTULO NOVE: p ARTE uM
Enquanto não tiver trabalhado até esgotar cada momento de dor
física e descarregado todos os momentos de emoção dolorosa, o caso
não se Aclarará. Haverá ocasiões em que terá a certeza de estar quase
a chegar ao objectivo, só para descobrir, quando entra de novo na área
pré-natal, uma nova série de material posto a descoberto pela emoção
dolorosa mais recente que você liberou.
Um dia encontrará um caso que não terá quaisquer oclusões em
nenhum lugar da linha do tempo, que já não estará interessado em
engramas (os casos de apatia, no começo, não estão interessados; os
Clears, no nível mais elevado, também não estão interessados, perfazendo
um ciclo, embora o Clear esteja a uma longa distância da apatia), que
terá todas as recordações, que computará com exactidão e não cometerá
erros (dentro das limitações dos dados de que dispõe) e que, em resumo,
terá um banco de engramas esgotado. Contudo, nunca seja demasiado
optimista. Continue a procurar até ter a certeza. Observe o caso para se
certificar de que ele não exibe nenhumas aberrações a respeito de nada,
que as dinâmicas dele são altas e que a vida é boa. Se esta pessoa sente
que agora pode resolver todos os problemas da vida, vencer o mundo
com uma perna às costas e sentir-se amigo de todos os homens, você
tem um Clear.
O único modo de você errar é computar com a ideia de que os seres
humanos estão cheios de erros, maldade e pecado, e achar que se você
tornou um indivíduo menos infeliz e acima do normal, ele deve ser
considerado um Clear. Isso é um Liberado.
Ao batear ouro, é verdade que todo o novato confunde as pirites de
ferro (o ouro dos tolos) com ouro. O novato cantará de galo alegremente
com um pedaço brilhante de qualquer coisa que lhe apareça na bateia e
que, na realidade, vale apenas alguns dólares por tonelada. E depois ele
vê ouro de verdade! Assim que vê ouro verdadeiro na bateia, ele sabe
qual é realmente o aspecto do ouro. Este é inconfundível.
Além do facto de a psicometria revelar um Clear como fenome­
nalmente inteligente, mostrando a sua aptidão e versatilidade como
sendo bastante ampla, há outra qualidade: a qualidade humana de um
homem liberto. Se levar um Liberado através da psicometria, mostra­
rá que ele também está acima do normal. Mas um Clear é um Clear e
quando o vir, irá conhecê-lo sem nenhum engano.
376
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

O facto de um Clear já não estar interessado nos seus engramas


extintos não quer dizer que ele não esteja interessado nas dificuldades
dos outros. O facto de uma pessoa não estar interessada nos seus
próprios engramas não demonstra necessariamente um Clear, mas
poderá muito bem ser um outro mecanismo: a apatia da negligência.
Ter engramas e ignorá-los é uma aberração comum da mente reactiva
no nível de apatia na Escala de Tom. Não ter engramas e negligenciá-los
é uma coisa diferente. Todo o caso de apatia que negligencia os seus
engramas como resposta ao seu sofrimento, insistindo que é feliz,
insistindo, enquanto se flagela, que ele não tem nada de errado, durante
o trabalho, particularmente depois de o básico-básico ter sido levantado,
interessar-se-á pelos seus engramas e interessar-se-á mais pela vida. É
fácil distinguir o caso de apatia do Clear, pois os dois estão em extremos
opostos do espectro da vida: o Clear ascendeu na direcção da vitória e
do triunfo; o caso de apatia sabe que a vitória e o triunfo não são para
ele e explica que estes não valem a pena.
Qual será a duração da vida de um Clear é uma pergunta que não
pode ser respondida agora; pergunte dentro de cem anos.
Como se distingue um Clear? A que distância está ele do óptimo para
o Homem? Será que ele pode ajustar-se com facilidade ao seu ambiente?
E muito mais importante, será que pode ajustar esse ambiente a ele?
Aos sessenta dias e também aos seis meses, depois de aparentemente ter
feito um Clear, o auditor deve fazer uma nova busca por qualquer material
negligenciado. Deve interrogar o possível Clear, cuidadosamente, quanto
aos acontecimentos do intervalo de tempo que passou. Deste modo, ele
pode tomar conhecimento de quaisquer preocupações, apreensões ou
doenças que possam ter ocorrido e tentar rastreá-las a engramas. Se ele
não conseguir encontrar engramas, então o Clear está definitivamente
e sem dúvida Aclarado. E ele permanecerá assim.
No entanto, se um caso fica meramente emperrado e não se
conseguem encontrar engramas, embora pareça que há aberração
presente, a causa provavelmente encontra-se nas cargas de desespero
completamente mascaradas: os engramas de emoção dolorosa. Estes não
estão necessariamente depois do nascimento, podem estar dentro do
período pré-natal e envolver circunstâncias que são muito secretas - pelo
menos de acordo com aquilo que os engramas anunciam. A lém disso,
377
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO NOVE: PARTE uM
alguns casos têm emperrado e têm provado ser "impenetráveis" devido
a uma circunstância actual ou do passado recente, que o paciente não
revelou.
Há duas razões que podem atrasar um caso:

1. A pessoa poderá estar tão aberradamente envergonhada do


seu passado ou tão certa de punição se o revelar, que não faz
mais nada senão evitá-lo.
2. A pessoa poderá estar com medo devido à existência de alguma
circunstância ou ameaça.
O auditor não está interessado naquilo que o paciente faz. Ou no
que ele fez. Dianética trata, em terapia, exclusivamente o que foi feito à
pessoa. O que foi feito pelo paciente não interessa. O auditor que o torna
importante está a praticar outra coisa que não Dianética. No entanto, o
paciente, devido aos seus engramas, poderá ficar obcecado com a ideia
de que tem de ocultar algo da sua vida ao auditor. As duas classes gerais
acima descritas abrangem as condições gerais.
Estas razões activas, abrangidas por ( 1) acima, poderão ser coisas
como uma sentença de prisão, um homicídio até então desconhecido
(embora haja muitas pessoas que pensam ter cometido um homicídio
sem nunca terem sequer ameaçado alguém com isso), práticas sexuais
anormais ou alguma circunstância desse tipo. O auditor deve prometer
não revelar nenhum assunto confidencial, puramente como uma questão
de rotina, e explicar o princípio de "feito a, não feito por". E nenhum
auditor deve censurar ou troçar de um paciente por ter sido vitimado
pelos seus engramas. Em (2), poderá existir alguma pessoa, até a esposa
ou o marido, que tenha intimidado o paciente para que mantenha algo
secreto. Há um caso recente em que não se fez nenhum progresso,
embora muitos incidentes tivessem sido contactados: os incidentes não
se reduziam nem apagavam, independentemente de onde estivessem.
Descobriu-se que este caso, uma mulher, tinha sido selvaticamente
espancada e muitas vezes pelo marido, bem como ameaçada de morte
se ela dissesse uma palavra ao auditor sobre estes actos; e no entanto,
estes actos continham todas as cargas de desespero do caso e tiveram de
ser liberados. Ao ver isto e tendo finalmente suspeitado desta situação,
o auditor foi capaz de ganhar a confiança dela e localizar as cargas de
378
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

desespero. Mesmo que ele não tivesse conseguido a sua confiança,


através da restimulação constante das áreas mais recentes da vida,
ele teria provocado as suas lágrimas. Num outro caso, uma criança, a
recordação dub-in era tão óbvia e as fábricas de mentiras estavam tão
activas, que o auditor por fim compreendeu que ele não estava apenas a
tentar penetrar no secretismo de um engrama, mas também no segredo
imposto à criança por alguma pessoa próxima. A mãe, neste caso, por
causa da ideia de que seria presa, tinha ameaçado a criança furiosamente
para que não dissesse nada a respeito do modo como era tratada em
casa. Havia mais do que isso por detrás do caso; havia oitenta e uma
tentativas de aborto, um número incrível.
Qualquer coisa interessa ao auditor, se essa coisa se tornou num
engrama. Se a sociedade põe um homem na prisão, se não vai tudo
bem em casa, estas coisas são feitas à pessoa. O que a pessoa fez para
"merecer" este tratamento não importa.

o CASO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA


De vez em quando um auditor encontrará um tipo estranho de demora
no caso. Ele será incapaz de obter alguma coisa para aclarar ou que
faça sentido na área pré-natal, e às vezes na área pré-natal e também na
infância. Ele poderá ter-se deparado com um "caso de língua estrangeira".
Ocasionalmente, a criança não sabe que nasceu de outros pais ( que
poderão ter falado uma língua estrangeira) que não os que ela tem
conhecido como os seus pais. Este, só por si, é um tipo especial de
confusão que é muito facilmente resolvida simplesmente percorrendo
engramas. É sempre possível que o paciente se esqueça de que os pais
falavam outra língua em casa. Uma língua diferente da que o paciente
está a usar ou diferente daquela do país em que reside é, de certo
modo, uma vantagem: isto dá uma área pré-natal que é muito difícil
de restimular, embora esta possa, mesmo assim, estar a actuar sobre a
mente do paciente. Mas isto não é uma vantagem para o auditor, que
agora tem de lidar com um paciente que não sabe a língua, poderá não
ter recordação sónica e que, no entanto, tem um banco de engramas
cheio de dados que já tiveram significado e que são realmente a sua
língua básica.
379
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO NOVE: PARTE uM
O melhor remédio para tal caso é arranjar um auditor que saiba a
língua usada na área pré-natal e também a língua que o paciente está
a usar no presente. Outro remédio é aplicar um dicionário ao caso e
calcular quais são os ressai tadores, etc. Outra maneira é mandar o paciente
retornar ao período da infância vezes suficientes para ele começar a
apanhar a língua novamente (abrindo a gaveta de arquivo desta) e depois
pedir frases ao paciente que, na língua estrangeira, significariam isto ou
aquilo. Gradualmente, ele poderá recuperar essa língua e então esgotar
o banco. Este caso só é extremamente difícil quando não houve qualquer
uso da outra língua na infância. Se houve algum uso dessa língua na
infância, o auditor simplesmente continua a retornar o paciente àquele
período na infância em que ele a conhecia, retornando-o depois à área
pré-natal: o paciente pode traduzir o que está a acontecer. Os clichés de
outras línguas, que não a falada pelo auditor, muitas vezes geram outros
significados literais, diferentes dos clichés comparáveis na língua do
auditor. Esta diferença de cliché é um agente com muita responsabilidade
nas aberrações sociais de uma nação, visto que diferem das de outro
país. "Eu tenho calor", diz o espanhol. "Eu sou quente", diz o inglês.
Engramicamente, essas frases querem dizer coisas diferentes, apesar de
significarem o mesmo para o analisador. Q
LIVRO TRÊS: CAPÍTULO NOVE: PARTE DOIS

MECANISMOS e
AsPECTOS da TERAPIA

PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIAL
SEMPRE QUE o AUDITOR tenha um caso com recordação dub-in ou
que está muito carregado de emoção, o caso poderá retornar para a área
pré-natal e começar a descrever o cenário. Isto tem causado o espanto
e a admiração de alguns observadores. Ali está o paciente dentro do
útero e, no entanto, ele pode "ver" o lado de fora. O paciente fala sobre
o pai e a mãe, onde eles estão sentados, qual é o aspecto do quarto e, no
entanto, ali está ele dentro do útero. Podem-se apresentar algumas belas
teorias para isto: uma delas é que o feto torturado desenvolve percepção
extra-sensorial, para que possa ver o que vai acontecer a seguir. A PES é
uma teoria excelente e alguma observação poderá confirmá-la, mas não
no feto.
Devemos lembrar-nos de que o feto, mesmo que tenha células
altamente desenvolvidas e inteligentes, ainda não é um organismo
verdadeiramente racional. A presença do engrama não significa
necessariamente que o feto possa pensar. O engrama tornou-se mais
severamente aberrativo quando a criança finalmente aprendeu a falar. O
engrama não é uma memória, mas sim uma gravação de dor e perceptos.
LrvRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE Dois

Retornar um homem adulto ou uma criança à área pré-natal, faz


retornar àquele ponto uma mente experiente que, ao conectar-se
com esses engramas, forma conclusões. Ao ouvir alguns preclears,
pensaríamos que eles liam Keats e tomavam limonada todas as tardes,
às quatro horas, durante todo o período pré-natal.
Fazer a razão e o poder analítico retornarem a um período em que
não havia razão nem poder analítico impinge, naturalmente, muitas
ideias ao indivíduo retornado. A única coisa que ele deve percorrer é os
engramas e o seu conteúdo. Ele poderá, adicionalmente, por meio de
mecanismos de sonho e computação actual, tentar formar um quadro
completo do cenário, em tecnicolor.
Esta PES pré-natal de facto não existe. Foi provado, depois de testes
consideráveis, que todas as vezes que o preclear retornado pensa ver
alguma coisa, esse mesmo cenário é mencionado nos engramas e dá-lhe
um quadro imaginário dessa coisa. Por outras palavras, não existe PES
pré-natal. Apenas existem descrições e acções que sugerem cenários,
e estas sugestões, actuando agora sobre a imaginação, produzem o
suposto visio.
Isto é mais crónico em pacientes que têm fábricas de mentiras de
alta potência. Quando o auditor vê isto, ele começa a formar uma noção
do caso em que está a trabalhar; ele sabe que o dub-in sónico poderá ser
usado e que ele deve encontrar e descarregar toda a emoção dolorosa
que conseguir alcançar, pois é esta emoção dolorosa que induz um caso
a esquivar-se. O auditor pode, então, encontrar a própria fábrica de
mentiras, não a fábrica de mentiras da fábrica de mentiras que produz as
fábricas de mentiras, mas sim o engrama real que causa toda esta delusão.
No entanto, nunca faça o preclear parar por causa deste material. Não
lhe diga que isto é imaginário, isso levará a fábrica de mentiras a fazer
um esforço maior. Porque existem aqui computações de compaixão,
perdas desesperadas, grande dor pré-natal e abandono na infância. Não
seria preciso muita coisa para destruir a pouca autoconfiança que o
paciente conseguiu juntar. Por isso, ande com calma, procure cargas
de desespero, aliados, engramas de compaixão e apanhe a fábrica de
mentiras. Então o caso estabilizará e progredirá para Clear.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

CHOQUE ELÉCTRICO

Ao abrir um caso, verificou-se ser importante localizar e aliviar todos


os engramas causados por qualquer tipo de choque eléctrico. Estes
parecem produzir um agrupamento de engramas, quer sejam recebidos
acidentalmente antes do nascimento (como alguns foram), quer pela
mão dos psiquiatras. Qualquer choque eléctrico parece ter uma força
maior do que a habitual no banco de engramas e este aparentemente
desordena os arquivos de memória, tanto dos acontecimentos passados
como dos acontecimentos futuros que rodeiam a área do choque. Além
disso, o ferimento de choque eléctrico contém uma grande profundidade
de "inconsciência" que, daí em diante, manterá a mente analítica num
estado reduzido.

CONSENTIMENTO TÁCITO

No caso de dois preclears que trabalham um com o outro, cada um


assumindo na sua vez o papel de auditor, pode surgir uma condição em
que cada um impede o outro de contactar certos engramas.
Por exemplo, o preclear A tem uma computação de aliado a
respeito de um cão. Sem o saber, ele procura proteger esse engrama
"pró-sobrevivência" em si próprio, apesar do facto de que não o liberar
dificultará a terapia. Ao auditar o preclear B, ele tem uma tendência para
projectar os seus próprios problemas no preclear B, o que significa que
ele tem uma pequena confusão de identidade. Se souber que o preclear
B tem algum engrama "pró-sobrevivência" a respeito de um cão, então
o preclear A, ao auditar, de facto evitará levar o preclear B a contactar
o seu próprio engrama. Trata-se da ideia errónea de que ao deixar B
conservar o seu engrama acerca do cão, o A pode reter o seu engrama
acerca do cão. Isto é "consentimento tácito". Isto pode ser resumido
como sendo um acordo: "Se não me fizeres ficar bom, eu não te farei
ficar bom." Devemos precaver-nos contra isto: uma vez que se saiba
que esta condição existe e que se manifesta tal relutância em Aclarar o
outro, o "consentimento tácito" deixa de existir.
Também poderá acontecer que um casal tenha um período mútuo
de brigas ou infelicidade. Empenhados em Aclarar-se um ao outro,
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE Dois

trabalhando alternadamente como auditores, eles evitam, sem o saber


mas por computação reactiva, esse período mútuo, deixando assim que
engramas emocionalmente dolorosos permaneçam no mesmo lugar.
O consentimento tácito não é facilmente reconhecido pelos indivíduos
envolvidos nisto e os preclears, alternando como auditores, devem ter
muito cuidado com isto, pois tal coisa só pode retardar um caso.

DESLIGAMENTOS DE EMOÇÃO E DE DoR*

Um caso que não manifeste emoção ou que não possa sentir dor, quando
a emoção e a dor deviam estar presentes em algum incidente, está a
sofrer de desligamento de "sensação": é muito provável que isto se
encontre na área pré-natal. A palavra "sensação" significa tanto dor
como emoção; assim, a frase "Não consigo sentir nada" poderá ser um
anestésico para as duas coisas.
Se houver uma visão exteriorizada do incidente (em que o paciente
se vê de fora e não está dentro de si próprio) ou o que pretende ser
"PES" pré-natal, o desligamento emocional provavelmente provém de
engramas de emoção dolorosa na vida recente ou pelo menos após o
nascimento. Se não houver visão exteriorizada e o paciente está dentro
de si próprio e, no entanto, não se manifestar nenhuma dor ou emoção
definida enquanto ele está a percorrer um engrama, deve-se suspeitar de
um desligamento emocional antigo ou de um desligamento de dor antigo
que deve ser localizado pela Técnica de Repetição. Percorra as palavras
"Nenhuma emoção" até obter uma paráfrase. Percorra as palavras "Não
consigo sentir" ou alguma outra frase com o mesmo sentido e, se os
engramas estiverem disponíveis e não estiverem suprimidos por outros,
o paciente acabará por responder.
Poderá acontecer que um caso esteja a "trabalhar" muito bem, isto
é, os engramas apresentam-se e podem ser percorridos e reduzidos, sem
que a emoção se manifeste como parte do conteúdo e com somáticos
que são fracos, não sendo tanto dor, mas simplesmente pressão. Se os
desligamentos de dor e emoção não cedem ao princípio com a Técnica
de Repetição, poderá ser preciso percorrer muitos engramas na área
* A banda somática funciona em todos os desligamentos, quer o paciente a sinta quer não.
A banda somática também obedece, mas nenhum somático se activa, quando o incidente
está ocluso por "inconsciência"; o somático só aparece depois do boil-off.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

básica, sem dor ou emoção, mas somente com pressão e conteúdo verbal.
Nesse caso, acabar-se-á por contactar dor e emoção, e depois disso a
terapia é mais benéfica.

VISÕES EXTERIORIZADAS

Sempre que encontrar um paciente, que esteja retornado, fora de si


próprio e vendo-se a si mesmo, esse paciente está fora da linha do
tempo. Não se deve dizer-lhe isso, mas as cargas de desespero, isto é, os
engramas de emoção dolorosa, devem ser encontradas logo que possível
e descarregadas. Isto é um mecanismo mais ou menos parecido com a
PES descrita acima.

TELEPATIA

Nalguns casos, um preclear poderá tentar impingir a telepatia como um


factor aberrativo. Isto é como perseguir o arco-íris. Poderá ser que haja
telepatia. Mas até agora a pesquisa demonstrou que o feto não recebe
nenhuma e, mesmo que a receba, esta não é de modo nenhum aberrativa.
Foram feitos testes exaustivos à telepatia e à PES e, em todos os casos,
foi encontrada uma explicação que não precisava de recorrer à leitura
do pensamento ou à visão radar.
Quando um paciente tenta dizer ao auditor que ele está a recitar
os pensamentos da mãe recebidos antes de nascer, esteja certo de que
algures por ali há um engrama em que ela diz essas mesmas palavras,
em voz alta. As mães, especialmente quando severamente aberradas e
principalmente quando aberradas ao ponto de tentarem o aborto, têm
muitos engramas que dramatizam. O poder da dramatização normalmente
manifesta-se como monólogos. Algumas mães têm muito que dizer
a si próprias, quando sozinhas. Toda esta conversa é, evidentemente,
transmitida à criança quando ela é magoada, e ela poderá ser magoada sem
que a mãe o seja, como no caso de uma tentativa de aborto. Durante um
período de tempo considerável após tal ferimento, a criança normalmente
está "inconsciente" e com dor, portanto, grava esses monólogos nos
engramas (e muitas vezes a voz é bastante alta). A criança não a ouve:
simplesmente fica tudo gravado nas células. Todos esses monólogos são
aberrativos e produzem alguns padrões notáveis de insanidade e neurose.
385
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE D01s

Mas na telepatia não há nada aberrativo, de acordo com o que sabemos


actualmente. Por essa razão, o auditor não deve aceitar a telepatia, tal
como não aceitaria a PES.

CONDIÇÕES DE VIDA PRÉ-NATAL


O interior do útero é um lugar muito barulhento. Uma pessoa poderá
pensar que tem sónico e, no entanto, não ouvir sons do "útero"; isto
significa que ela não tem sónico, mas apenas dub-in. Roncos e ruídos
intestinais, água a correr, arrotos, flatulência e outras actividades
corporais da mãe produzem um som contínuo.
Este também é muito apertado na parte final da vida pré-natal.
Num caso de tensão arterial alta, é extremamente horrível estar
dentro do útero.
Quando a mãe toma quinina, poderá surgir um zumbido agudo nos
ouvidos dela e do feto - um zumbido que permanecerá ao longo de toda
a vida da pessoa.
A mãe tem enjoos matinais, tem soluços e apanha constipações, tosse
e esptrra.
Isto é a vida pré-natal.
A única razão por que alguém "quis voltar ao útero" foi porque outra
pessoa bateu na mãe e gritou: "Volta aqui!" e é isso que a pessoa faz.

o SISTEMA DE ARQUIVO DE ENGRAMAS


Os engramas não são arquivados de uma maneira ordenada como
acontece num banco padrão Aclarado. Os engramas são arquivados de
um modo que desafiaria Alexandre. Por isso, é difícil saber quando
aparecerá o item consecutivo correcto.
Data, tópico, valor, somático e emoção são os métodos de arquivo.
O retorno do básico-básico poderá parecer uma progressão ordenada
para a vida mais recente. Subitamente, uma carga de desespero é accionada
e descarregada. O auditor volta a olhar para a área pré-natal e encontra
toda uma nova série de incidentes à vista. Recomeça então o progresso,
passo a passo, de volta para tempo presente; outra descarga é accionada e
outra série de pré-natais aparece à vista. Estes são apagados e progride-se
de novo para tempo presente, quando mais uma carga de desespero
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

é liberada, fazendo com que mais pré-natais saltem à vista. Estes são
apagados e assim por diante.
O sistema de arquivo de engramas entrega dados por somático, data,
tópico, valor ou emoção. Usualmente, o arquivista entrega material
com base na data e no tópico. A emoção existente no banco impede o
arquivista de chegar a certas séries de incidentes; quando a emoção é
descarregada, os incidentes ficam disponíveis e são trazidos para fora,
até que outra carga emocional faça parar o arquivista. A inteligência do
auditor é mais usada, não para conseguir pré-natais, mas para encontrar
estas cargas emocionais na vida mais recente e descarregá-las.
Ao todo, o sistema de arquivo de engramas é muito deficiente, ao
contrário do banco padrão. Mas agora que o compreendemos, vemos
que este também é muito vulnerável.
Os dados do sistema de arquivo de engramas podem ser apagados.
Os dados do banco padrão não podem ser apagados. A dor é perecível;
o prazer perdura.

ALívro
O psicanalista ou o conselheiro geral em relações humanas defronta-se
ocasionalmente com um tipo de problema que Dianética, aplicada em
pequena quantidade, pode facilmente resolver.
Quando uma pessoa ficou demasiado perturbada com um aconteci­
mento do dia, é possível abordar o problema em questão, para aliviar a
sua perturbação, com poucos minutos de trabalho.
Uma mudança súbita no aspecto de um paciente, uma diminuição
súbita da sua serenidade, geralmente provém de algum incidente que
lhe causou angústia mental. Apesar de esta mudança mental ter a sua
fonte na restimulação de um engrama, o momento de restimulação, que
é um lock, poderá ser abordado e aliviado com sucesso.
Usando a rêverie ou simplesmente dizendo ao paciente que feche os
olhos, o analista pode pedir-lhe que retorne e esteja no instante em que
foi perturbado. Esse instante poderá ser no mesmo dia ou na mesma
semana que a visita ao escritório. Será descoberto um momento de
desligamento analítico, em que alguma pessoa ou circunstância resti­
mulativa perturbou o equilíbrio do paciente. Este momento é um lock.
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO NovE: PARTE Dois

Normalmente, este lock pode ser recontado como engrama e a fonte


de tensão mais recente será aliviada, de modo que o trabalho possa
continuar. O engrama em si, do qual o lock depende, poderá não estar
acessível sem uma abordagem completa do problema com Dianética.
O auditor, ao encontrar um paciente muito perturbado muitas vezes
pode poupar tempo aliviando o lock que causou a perturbação presente
do preclear.
Localizar locks de um modo extensivo não é compensador do ponto
de vista de Dianética, pois há milhares deles em cada caso. Localizar o
último lock, que está a atrapalhar o trabalho, poderá ser benéfico.

A EscALA DE ToM E
A REDUÇÃO DE ENGRAMAS
Por ser muito importante, o mecanismo de redução de um engrama de
emoção dolorosa tardio deve ser especificamente detalhado.
As aplicações da redução em engramas tardios são vastas e variadas.
Quando o auditor se meter em apuros com o seu preclear, por causa
de al gu ma violação do Código do Auditor, ele pode tratar a violação
como um engrama de emoção dolorosa e reduzi-lo, e nesse momento
o efeito do seu erro desaparecerá no preclear. O auditor simplesmente
retorna o preclear a esse erro e percorre o erro em si como um engrama.
Quando o marido brigou com a esposa, ou ela descobriu alguma coisa
desagradável a respeito das actividades dele, ele pode tratar a briga ou
essa descoberta como um engrama de emoção dolorosa e liberá-lo, do
que resultará a esposa não se preocupar mais com o assunto. Quando o
cão de um miúdo acabou de ser atropelado, o incidente pode ser tratado
como um engrama de emoção dolorosa e liberado. Quando a esposa do
preclear acabou de o abandonar, trate o abandono como um engrama
de emoção dolorosa e libere-o. Seja qual for o choque ou transtorno,
este pode ser reduzido num indivíduo pela técnica regular da redução e
o indivíduo deixará de ser incomodado com este, em termos de emoção
dolorosa.
Não importa se o engrama ocorreu há duas horas ou há dez anos atrás,
a emoção dolorosa que este contém pode ser reduzida. Este engrama
é percorrido como qualquer outro engrama, começando no início do
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

primeiro choque, com o paciente retornando a este e continuando ao


longo deste o bastante para abranger adequadamente o seu primeiro
impacto.
O aspecto desta redução é um padrão que não varia muito. Se as
notícias lançaram o indivíduo em apatia, então à medida que o recontar
(se não houver um desligamento emocional severo noutro lugar), ele
progredirá através do incidente, talvez uma ou duas vezes, antes de
contactá-lo adequadamente. Depois virão as lágrimas e o desespero da
apatia. Mais dois ou três repasses deverão trazer à tona a ira. Então,
mais recontagens (sempre do início ao fim como reexperiência) fazem
subir o tom para aborrecimento. Mais recontagens devem trazê-lo para
a liberação de Tom 3 ou 4 ou, de preferência, o riso.
Esta progressão dos tons é a chave que levou ao estabelecimento da
Escala de Tom de O a 4. Um Tom 4 é riso.
Às vezes há um estádio, na área de Tom 2, em que o paciente começa
a mostrar descontracção e irreverência. Isto não é o Tom 4, isto denota
a presença de mais dados. Ele poderá resistir à recontagem neste ponto,
dizendo que o incidente está liberado. O auditor deve insistir em mais
recontagens sempre que verificar que o preclear não está disposto a
recontar de novo, pois há aqui dados a serem suprimidos e há a presença
de mais carga. Verifica-se que geralmente a irreverência é um mecanismo
de fuga e às vezes é expressa exactamente com as palavras que ainda
estão escondidas. Fazem-se então mais recontagens (sem que o auditor
insista em que sejam encontradas palavras específicas) até que o paciente
chegue ao Tom 4.
Temos aqui, em esboço, o comportamento de todo o banco de
engramas no processo de terapia. O banco inteiro sobe do seu nível de
tom inicial até chegar ao Tom 4, subindo cada vez mais à medida que
vão sendo apagados ou reduzidos cada vez mais engramas. No entanto, a
subida do banco não se faz segundo uma curva ascendente suave, porque
serão contactados novos engramas que contêm apatia e alguns contêm
maníacos. Contudo, o engrama de emoção dolorosa faz uma subida
bastante suave. Se de facto vier a liberar-se, este subirá pela escala. Se
não subir pela escala - de apatia para ira, de ira para aborrecimento,
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE D01s

de aborrecimento para alegria ou, pelo menos, para não preocupação -


é porque está suprimido por um incidente com conteúdo semelhante.
Um engrama poderá começar no Tom 1 - ira - e subir a partir
desse ponto. Se verificar que este está no Tom 2 logo no começo -
aborrecimento - dificilmente será um engrama.
Este poderá, contudo, estar num Tom 2 falso e estar suprimido por
outros dados, de modo que o paciente meramente aparenta aborrecimento
e indiferença a respeito do engrama. Algumas recontagens poderão
produzir a sua liberação e nessa altura este decairá instantaneamente
para apatia - Tom O - e depois subirá na escala dos tons. Ou então
poderá ser necessário contactar outro engrama.
O ser físico inteiro segue esta Escala de Tom no decurso da terapia.
O ser mental segue esta Escala de Tom. E os engramas de emoção
dolorosa também a seguem.
Num apagamento, lá em baixo na área básica ou quando se vem do
básico-básico, dois ou três repasses apagarão um engrama de qualquer
espécie, excepto se este for o básico de uma nova cadeia de incidentes
semelhantes. Mas os engramas que não mostram emoção em qualquer
ponto da linha do tempo estão suprimidos por desligamentos de emoção
ou de sensação, emoção dolorosa tardia ou engramas antigos que, em
poucas palavras, simplesmente desligam a dor ou a emoção.
Um caso deve ser mantido "vivo". Deve haver variação da emoção.
Às vezes é necessário uma recontagem monótona na área básica,
ou seja, uma recontagem que não varia o tom engrâmico mas que
meramente reduz. Mas sempre que um paciente se torne ordenado, "bem
treinado" e não expresse qualquer preocupação com os seus engramas
quando os reconta, há emoção dolorosa tardia para ser extraída ou
um desligamento emocional anterior. Inversamente, se o paciente se
mantiver continuamente demasiado emotivo por tudo e por nada, se
chora por algum tempo e em seguida ri histericamente, a terapia está
a actuar. Mas deve-se estar atento a alguma coisa engrâmica na área
pré-natal dizendo que ele tem de ser "demasiado emotivo", ou seja,
ele tem engramas que o tornam emotivo através do seu conteúdo de
comando.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

A Escala de Tom é muito útil e é um bom guia. Esta será mais


proeminente na redução de engramas pós-fala, mas também aparecerá
antes disso.
Qualquer engrama de emoção dolorosa pode ser percorrido. Se
estiver a reduzir adequadamente e não estiver suprimido noutro lugar,
este subirá pela Escala de Tom acima até ao Tom 4-

SE o PACIENTE NÃo TRABALHA BEM


COM A TÉCNICA DE REPETIÇÃO

Se, ao repetir uma frase dada pelo auditor, o paciente não se mover para
um incidente, três coisas podem estar erradas: primeira, o paciente não
consegue mover-se na linha do tempo; segunda, a frase poderá estar a
ser sensatamente retida pelo arquivista até ao momento em que possa
ser aclarada; ou terceira, a frase não existe como material engrâmico.
O paciente também poderá ter engramas fortes de "controla-te", que
se manifestam por meio de ele arrancar o controlo ao auditor, tornar-se
muito mandão ou simplesmente recusar-se a cooperar. A Técnica de
Repetição, quando dirigida a "controla-te" e "tenho de operar" e frases
relacionadas, pode então funcionar.
A razão usual para que a Técnica de Repetição não funcione é que
o paciente está num segurador. Se ele estiver retornado, mas não se
deslocar na linha do tempo quando lhe é aplicada a Técnica de Repetição,
use a Técnica de Repetição em seguradores.
Lembre-se de que um desligamento de "sensação" pode negar todos
os somáticos, de tal maneira que o paciente não os sente. Se o paciente
parecer insensível a dificuldades na linha do tempo, ele tem com certeza
um desligamento de sensação.
Uma grande carga emocional também poderá inibir a Técnica de
Repetição.
A banda somática não entra bem nas cargas emocionais (engramas
de emoção dolorosa) estando, portanto, indicada a Técnica de Repetição.
Se a Técnica de Repetição não funcionar, embora isto raramente seja
necessário, poder-se-á pedir ao paciente que imagine "a pior coisa que
poderia acontecer a um bebé" e assim por diante, podendo-se recolher,
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE D01s

a partir da sua conversa, novas frases para trabalho de repetição que


levarão o paciente a entrar num engrama.

TÉCNICA DA pALAVRA UNICA


Tanto as palavras como os engramas existem em cadeias. Há sempre
uma primeira vez em que cada palavra é gravada na vida de uma pessoa.
Poderá encontrar-se toda a língua comum dentro do banco de engramas.
As possíveis combinações dessa língua comum poderão estar muito
próximas do infinito. Os modos como os vários negadores, ressaltadores,
e outros, podem ser formulados são sempre incontáveis.
Existem, no entanto, dois factos "felizes" para diminuir a labuta do
auditor. Primeiro, as dramatis personae dos seus engramas estão, nesta
data, aberradas. Cada aberrado tem dramatizações padrão que ele repete,
vez após vez, em situações restimulativas. Por exemplo, a reacção do
pai à mãe é repetitiva: se ele diz um conjunto de frases em determinada
situação engrâmica, ele dirá as mesmas frases em situações semelhantes
subsequentes. Se a mãe, por exemplo, tem uma atitude acusadora para
com o pai, então essa atitude será expressa em determinados termos e
esses termos aparecerão em engrama após engrama. O segundo facto
é que, nos casos em que o pai ou a mãe maltrata o outro cônjuge, este
último acabará por sofrer o contágio da aberração e repetirá as frases do
primeiro. Num primogénito, em que esteja presente a brutalidade dos
pais, é possível observar os pais através dos engramas do paciente e ver,
tanto o pai como a mãe, a adaptar gradualmente as frases do outro, quer
para se preocuparem acerca de si mesmos, quer para voltar a usá-las. Tudo
isto tende a fazer os engramas aparecerem em cadeias de incidentes,
cada incidente muito parecido com o seguinte. Quando se tem o básico
em cada tipo de cadeia, os incidentes subsequentes nessa cadeia são
suficientemente semelhantes para permitir que muitos incidentes sejam
reduzidos ou apagados imediatamente após a descoberta do primeiro.
O primeiro incidente da cadeia, o básico dessa cadeia, mantém os outros
mais ou menos no lugar e invisíveis; portanto, o objectivo é o básico da
cadeia.
Pode-se verificar que cada palavra no banco foi entregue a este numa
primeira ocasião. As palavras também se reduzem por cadeias, com a
vantagem de que cada aparecimento subsequente da palavra no banco
39 2
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

localiza automaticamente um novo engrama, o qual, evidentemente, é


reduzido ou apagado assim que é contactado ou assim que o seu básico
puder ser localizado.
A técnica da palavra única é muito valiosa e útil. É um tipo especial
de Técnica de Repetição. Na maior parte dos pacientes, o facto de
repetirem, sozinhos, uma palavra fará com que as palavras associadas se
insinuem. Assim, pedimos ao paciente que repita e retorne na palavra
esquecer. Ele começa a repetir a palavra esquecer e, em breve, tem um
conjunto de palavras associadas formando uma frase como: "Tu nunca
me vais esquecer." Aqui temos uma frase que está num engrama e o resto
do engrama pode então ser percorrido.
Quando foi preciso contactar um engrama tardio para fazer progredir
um caso e, no entanto, este não se aliviou, é possível tomar cada palavra
ou frase desse engrama tardio e percorrê-la para trás com a Técnica de
Repetição. Assim, os engramas anteriores, que mantêm este engrama
tardio no lugar, podem ser localizados e reduzidos e, por fim, ter-se-á
reduzido o próprio engrama tardio. Esta, por acaso, é uma prática comum
e útil.
Há uma lei acerca disto: Quando qualquer frase ou palavra num engrama
não se reduz, a mesma frase ou palavra ocorre num engrama anterior. Poderá
ser necessário descarregar emoção tardia para obter a frase anterior, mas
normalmente a repetição da palavra única ou a repetição de uma frase
conseguirá obtê-la.
Há apenas algumas dúzias de palavras necessárias para obter
praticamente qualquer engrama. Estas seriam as palavras chave para
a repetição. São palavras como estas: esquecer, lembrar, memória, cego,
surdo, mudo, ver, sentir, ouvir, emoção, dor, medo, terror, assustado, suportar,
aguentar, deitar, apanhar, vir, tempo, diferença, imaginação, certo, escuro,
preto, profundo, para cima, para baixo, palavras, cadáver, morto, podre, morte,
livro, ler, alma, inferno, deus, apavorado, desgraçado, horrível, passado, olhar,
tudo, toda a gente, sempre, nunca, em toda a parte, todos, acreditar, escutar,
matéria, procurar, original, presente, atrás, cedo, começo, segredo, dizer, morrer,
encontrado, compaixão, maluco, doido, insano, livrar, lutar, punho, peito,
dentes, queixo, estômago, dolorido, miséria, cabeça, sexo, palavrões sobre sexo e
obscenidades, pele, bebé, isso, cortina, casca, barreira, parede, pensar, pensamento,
escorregadio, confuso, misturado, esperto, pobre, pequeno, doente, vida, pai, mãe,
393
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE Dois

nomes de família dos pais e quaisquer outros nomes no meio doméstico durante
os períodos pré-natal e de infância, dinheiro, comida, lágrimas, não, mundo,
desculpa, parar, rir, ódio, ciumento, vergonha, envergonhado, covarde, etc.
Ressaltadores, negadores, seguradores, agrupadores, desorientadores,
etc., cada um tem as suas palavras em comum e estas são poucas.
O ressaltador conteria: fora, para cima, voltar, ir, tarde, mais tarde, etc.
O segurador conteria: apanhar, apanhado, armadilha, agarrado, pára,
deita-te, senta-te, fica, não posso, preso, fixo, segurar, deixar, trancar, trancado,
vir, etc.
O agrupador conteria: tempo,juntos, de uma vez, diferença, etc.
Onde a técnica da palavra única brilha mais é no caso Júnior, em que
o paciente tem o nome de um dos pais ou avós. Ao obliterar o nome do
paciente nos engramas pré-natais (onde este é aplicado a outra pessoa,
mas é mal interpretado pelo paciente como sendo ele próprio), o paciente
pode recuperar a sua própria definição e valência. Use sempre o primeiro
e o último nome do paciente (separadamente) como um repetidor, seja
ele um Júnior ou não.
Se o banco de engramas estiver em branco numa frase, provavelmente
não estará em branco numa palavra comum. Qualquer dicionário pequeno
fornecerá uma ampla provisão para a técnica da palavra única. Use
também qualquer lista de nomes próprios familiares, masculinos e
femininos, e poderá descobrir aliados ou amantes, que doutro modo
seriam incontactáveis.
O engrama de emoção dolorosa às vezes cede lentamente por meio
de simplesmente dirigir a banda somática para este. Às vezes o paciente
tem dificuldade em se aproximar de uma área sobrecarregada. A técnica
da palavra única usando o nome do aliado, se conhecido, ou palavras
de compaixão, carinho, morte, rejeição ou despedida e, especialmente,
o nome carinhoso do paciente quando criança, frequentemente trará
resultados rápidos.
A propósito, ao usar a Técnica de Repetição, de palavra ou frase, o
auditor não deve agitar demasiado o caso. Tome aquilo que aparece e
reduza-o. Reduza o somático manifestado pela pessoa quando ela entra
em rêverie e tente sempre encontrá-lo por algum tempo, mesmo que não
o consiga. Se agitar alguma coisa ao descer por uma cadeia, que depois
não se reduz, tome nota dela para que seja reduzida quando tiver o básico.
394
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Usando a técnica da palavra única obtêm-se frequentemente frases


que de outro modo permaneceriam escondidas, mas que saltam à vista
quando se toca na palavra chave. Por exemplo, ao usar "querer" como
palavra única, vieram ao de cima as frases que a seguiam e que tinham
impedido completamente o progresso do caso. Não se estava a fazer
nenhum esforço para contactar tal engrama na área pré-natal. De facto,
nunca se tinha suspeitado da existência da cadeia de "brigas", visto que
o paciente nunca a tinha dramatizado; e devido à existência de uma
cadeia pré-natal de brigas tão violentas, o facto de os pais do preclear
brigarem violentamente em casa tinha sido totalmente riscado dos
bancos padrão, de tal modo que se isto lhe tivesse sido sugerido, ele
teria ficado chocado e muito surpreendido, e teria negado tal coisa. O
somático era invulgarmente severo, causado pelo pai ajoelhando-se em
cima da mãe e sufocando-a.
O paciente repetiu "querer" várias vezes e o auditor pediu-lhe que
retornasse a um incidente contendo aquela palavra. O paciente continuou
a repetir e então, subitamente, mergulhou num torpor quando alcançou a
área pré-natal. Ele continuou nesse boil-off durante cerca de trinta minutos
e, então, com o auditor despertando-o ocasionalmente para o fazer repetir
a palavra "querer", o preclear manifestou um forte somático. "Querer"
transformou-se em "Podes crer que ficas aqui!" O somático tornou-se
mais forte e "Podes crer que ficas aqui!" foi repetido, até que o paciente
pudesse mover-se livremente na linha do tempo, através do engrama.
Ele contactou a voz do pai e teve muita relutância em continuar com o
engrama, devido à intensa violência emocional do mesmo. Persuadido e
levado a entrar neste gradualmente pelo auditor, o engrama foi recontado:

PAI: "Podes crer que ficas aqui! Fica deitada, maldita cadela! Desta
vez vou-te matar. Disse que o fazia e vou mesmo. Toma!" (Somático
intensificado à medida que ojoelho se afundava no abdómen da mãe.) "E
melhor começares a gritar. Vá lá, pede misericórdia! Por que é que não
te vais abaixo? Não te preocupes, vais acabar por ir abaixo! Vais andar
por aí a chorar pelos cantos, a implorar por misericórdia! Quanto
mais gritares pior vais ficar. É isso que eu quero ouvir! Eu sou um
inútil, não sou? A inútil és tu! Podia acabar contigo agora, mas não
vou fazer isso! (Subitamente o auditor tem um problema com o paciente,
395
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO N ovE: PARTE D01s

pois ele toma a última frase literalmente e pára a recontagem; o auditor


fá-lo recomeçar.) Isto é só uma amostra! De onde veio isto, há muito
mais! Espero que doa! Espero que isto te faça chorar! Se disseres uma
palavra disto a alguém, mato-te a sério! (O paciente agora está a avançar
com uma carga emocional tão grande, que os comandos actuam menos sobre
ele. Este comando para ficar calado é ignorado.) Vou-te partir a cara. Tu
não sabes o que é ser ferida! (O somático diminui com a remoção dojoelho.)
Sei o que vou fazer contigo agora! Vou-te castigar. Eu vou-te castigar
e Deus também te vai castigar! Vou-te violar! Vou enterrar isto em
ti e rasgar-te! Quando eu te mandar fazer uma coisa, tens de a fazer!
Sobe para a cama! Deita-te! Fica quieta! (Há um estalo de ossos quando
ela leva um soco na cara. A tensão arterial sobe e magoa o bebé.) Deita-te
quieta! Vais ficar aqui para sempre! Vou acabar com isto! Tu és suja!
Suja e doente! Deus castigou-te e agora sou eu que te vou castigar!
(O somático do coito começa com muita violência, magoando mais o bebé.)
Tens alguma coisa terrível no teu passado! Tu achas que tens de ser
mesquinha comigo! Tu tentas fazer-me sentir que eu não valho nada!
Tu é que não vales nada! Toma, toma!" (Enxurrada de banalidades
sexuais gritadas durante cerca de cinco minutos.)

O paciente recontou isto três vezes e apagou-o. Era o básico-básico!


Três dias depois da concepção, segundo o que se pôde determinar pelos
dias subsequentes até à falta do período menstrual. Isto trouxe à tona
quase todos os outros dados importantes do caso, que então se resolveu
e foi Aclarado.*
A palavra única poderia ter feito o paciente ir parar a algum dos outros
"quereres" no caso. Se isso acontecesse, seria necessário apanhá-lo no
* A propósito deste texto, isto cruzou a "cadeia de brigas" com a "cadeia de coito",
provocando a oclusão de ambas. Qual é a origem deste engrama, ou de onde vieram
os engramas que o compunham é, certamente, uma questão de antiguidade. Esta era a
conduta doméstica do Papá, confirmada pelo facto de tanto a mulher como o filho estarem
quase psicóticos. O Papá não era "psicótico". Era um homem "destemido, vigoroso" e
"franco", presidente de um banco e conhecido pela sua inflexibilidade. O filho era um
ébrio, ateu de caixa de sabão, que negava tudo o que pai representava, incluindo o dinheiro.
O filho, enquanto ainda em terapia, incautamente falou com o pai sobre este engrama
e o pai falou furiosamente contra Dianética durante dois dias, depois dos quais adoeceu
com "febre reumática", ficando em tal estado que ele mandou chamar o auditor deste
caso para o Aclarar, o que foi feito. Ambos os casos tinham desligamento sónico, assim
como desligamentos de dor e emoção.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

seu momento mais antigo, porque senão o resto do engrama poderia


não se apagar ou reduzir.
A palavra "querer" também poderia ter feito o paciente ir parar a
um período mais tarde na linha do tempo. Nesse caso, os engramas
teriam de ser procurados mais atrás, até se encontrar um que se apagasse,
reduzindo cada um à medida que fosse encontrado, até se chegar ao mais
antigo e nessa altura todos se apagariam.
Ao usar a repetição da palavra única, tal como na repetição de frase,
o auditor não deve permitir uma repetição rápida e sem intenção, mas
sim uma repetição lenta, enquanto o auditor pede à banda somática que
retorne àquele período e pede ao paciente que contacte qualquer outra
coisa que se poderá associar com a palavra.
PRECAUÇÃO: Se o paciente não se está a mover na linha do tempo,
não lhe dê palavras ou frases de repetição ao acaso, pois essas
empilharão engramas no ponto em que o paciente está preso. Faça
apenas tentativas para fazer o paciente mover-se na linha do tempo,
descobrindo e reduzindo a frase que o está a prender.

PRECAUÇÃO: O básico-básico nem sempre contém palavras, sendo


muitas vezes apenas doloroso e acompanhado de sons uterinas. Não
obstante, este manterá tudo no lugar através dos seus percépticos.

CLASSES ESPECIAIS DE COMANDOS


Existem várias classes distintas de comandos. Estas são delineadas aqui
para uma consulta fácil, com alguns exemplos de cada.
Os comandos aberrativos podem conter qualquer coisa. O auditor
não se preocupa muito com eles. Voltemos ao jovem do casaco no Livro
Dois e ali encontramos, sob a forma de comandos hipnóticos, alguma
ideia do que são comandos aberrativos. "Sou um pássaro jub-jub", "Não
consigo assobiar a música Dixie", "O mundo está todo contra mim",
"Detesto polícias", "Sou a pessoa mais feia do mundo", "Não tens pés",
"O Senhor vai castigar-me", "Tenho de estar sempre a brincar com a
minha coisa" poderão parecer muito interessantes para o paciente e
até divertidos para o auditor, mas poderão ter causado uma quantidade
considerável de dificuldades na vida do paciente. No que se refere à
terapia de Dianética, todos estes comandos aparecem na devida altura.
397
LrvRo TRÊS g CAPÍTULO NovE: PARTE Dors

Procurar uma aberração ou um somático específico às vezes tem interesse


e al guma utilidade, mas geralmente não é importante. Estes comandos
aberrativos poderão conter dados suficientes para transformar o paciente
num fanático furioso, num paranóico ou num peixe-gato, mas para o
auditor não significam nada. Estes aparecem no seu devido tempo.
Trabalhar nestes, ou à volta destes, é de uma importância secundária e
ainda menos do que isso.
A actividade primária do auditor, em qualquer caso, é manter o
paciente a mover-se na linha do tempo, manter a sua banda somática livre
para ir e vir e reduzir engramas. Assim que o paciente agir ou responder
como se não estivesse a mover-se, ou assim que o arquivista não fornecer
dados, então alguma coisa está mal e essa coisa tem a ver com algumas
classes de frase: os engramas contêm milhares dessas frases, formuladas
de vários modos, mas há apenas cinco classes.

NEGADORES

"Deixa-me em paz", que significa literalmente que ele tem de deixar


o incidente em paz.
"Não posso dizer" significa que ele não lhe pode falar desse engrama.
"É difícil dizer" significa que é difícil dizer.
"Não quero saber" significa que ele não deseja conhecer este engrama.
"Esquece isso" é o clássico da subclasse de negador, o mecanismo
esquecedor. Quando o engrama simplesmente não salta à vista, mas há
um somático ou um estremecimento muscular, mande a banda somática
para o negador. Muitas vezes é "Esquece isso" ou "Não me consigo
lembrar", como uma parte do engrama. "Não sei o que se está a passar"
poderá ser a Mamã a dizer alguma coisa ao Papá, mas o analisador do
preclear, a quem isto foi impingido, depois não sabe o que se está a passar.
"Isso está para além de mim" significa que ele está mesmo ali, mas
ele pensa que não está.
"Agarra-te a isto, isto é a tua vida!" torna o engrama "vital" para a
existência.
"Não pode ser alcançado", "Não consigo chegar lá", "Ninguém deve
saber", "É um segredo", "Se alguém descobrisse, eu morreria", "Não
fales" e milhares de outros.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

SEGURADORES
O segurador é o mais frequente e o mais usado, visto que quando o
preclear não pode deslocar-se na linha do tempo ou vir para o presente,
ele está num segurador. Um segurador combinado com um negador
ainda segurará: se este não puder ser encontrado, procure primeiro o
negador e depois o segurador.
"Estou preso" é a frase clássica.
"Já não se move" é outra.
"Estou embaraçada" não significa, para o preclear, o mesmo que
para a Mamã quando ela o disse. Para ela, isso poderá significar que está
grávida, mas para o preclear, isso diz que ele está preso na linha do tempo.
"Não te movas", "Senta-te aí até eu te mandar mexer", "Pára e pensa."
(Quando esta última frase é expressada numa primeira recontagem,
o auditor poderá ter de fazer o paciente começar a mover-se de novo,
pois ele faz exactamente isso: pára e pensa, ficando ali parado, a pensar
por algum tempo. Ao trabalhar um caso, o auditor verá esta estranha
obediência a este contra-senso literal.)
E milhares de outros. Qualquer maneira em que as palavras
compreendidas literalmente podem parar uma pessoa ou impedi-la de
mover-se.

RESSALTADORES
A melhor maneira de demonstrar o ressaltador é por meio de uma
curva. O preclear vai para trás até entrar na área pré-natal e depois
encontra-se nos dez anos de idade ou mesmo em tempo presente. Isso
é um ressaltador em acção. O preclear vai para o princípio da linha do
tempo: o ressaltador diz volta para cima.
Quando o preclear parece não poder ir mais para trás, existe um
ressaltador a expulsá-lo de um engrama. Peça-lhe um comentário sobre
o que se está a passar. Tome o comentário ou alguma frase que seria um
ressaltador e use a Técnica de Repetição até que ele volte a descer para
o engrama. Se ele o contactar com facilidade, este não voltará a fazê-lo
ressaltar.
"Sai daqui" é o ressaltador clássico. Normalmente, o paciente volta
a tempo presente.
399
L1vRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE Dois

"Não posso voltar atrás neste ponto" poderá significar que a Mamã
decidiu que afinal terá de ter o bebé ou terminar o aborto, mas para o
preclear isto significa que ele tem de avançar na linha do tempo ou que
não pode alcançar algum período mais antigo.
"Sobe lá para cima."
"Põe-te a milhas." ("Raspar-se" não seria um ressaltador, pois
significaria que o preclear deve raspar o engrama.)
"Tenho de ir para muito, muito longe" e ele assim faz.
"Estou a ficar alto", "Vir ao de cima" "Subir mais alto".
E milhares de outros.

AGRUPADORES
O agrupador é o pior de todos os tipos de comando. Este pode ser
expresso em frases tão variadas e o seu efeito é tão sério na linha do
tempo, que pode enrolá-la toda numa bola e então todos os incidentes
parecem estar no mesmo lugar. Isto torna-se evidente assim que o
preclear esbarra com um destes. Não será fácil descobrir o agrupador,
mas este tornar-se-á evidente à medida que o caso progride e o caso pode
ser trabalhado com um agrupador em restimulação.
"Não tenho tempo" e "Não há diferença nenhuma nisso" são os
agrupadores clássicos.
"Vem-me tudo ao mesmo tempo" quer dizer exactamente isso.
"Junta-se tudo lá dentro", "Fica apertado", "Enrola-se numa bola",
"Está tudo aqui".
"Tu podes lembrar-te de tudo isto em tempo presente" (um erro
de auditor grave se ele usar isto com um paciente sugestionável, pois
enredará maravilhosamente um caso).
"Tu associas tudo."
"Estou enleado", "Mete tudo lá para dentro ao mesmo tempo", "Não
há tempo" e milhares de outros.

DESORIENTADORES
O desorientador é um personagem insidioso. Quando aparece num
engrama, o paciente vai em direcções erradas, para lugares errados, etc.
"Tu estás a fazer isso tudo ao contrário."
"Agora vai tudo para cima" é um agrupador e um desorientador.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

"Estão sempre a mandar-me isso cá para cima" põe o preclear uma


certa distância mais adiante na linha do tempo e ele tenta apanhar
engramas a partir daí.
"Não podes descer" é parcialmente ressaltador e parcialmente
desorientador.
"Não conseguimos chegar ao fundo disto" mantém-no fora do
básico-básico.
"Podes começar de novo" impede-o de terminar a recontagem e,
consequentemente, ele volta ao princípio do engrama em vez de o
percorrer.
"Não posso passar por isso de novo" impede-o de recontar.
"Não te posso dizer como isto começou" mantém-no a começar os
seus engramas no meio e depois estes não se reduzirão. Existem muitas
frases assim.
"Vamos assentar" e todos os "assentamentos" fazem-no deslizar para
trás na linha do tempo.
"Estou a ficar constipado" põe o aberrado num engrama de cons­
tipação comum. Pode-se contar com que isso torne cada constipação
ainda pior.
"Volta para aqui" é realmente um chamador, mas dirige o paciente
para longe de onde ele devia estar. Um paciente que chega a tempo
presente com dificuldade e depois começa a voltar para trás tem um
"Volta para aqui" ou um "Vamos assentar".
"Para baixo e para fora" orienta-o mal, não só para longe do tempo
presente, mas para o fundo da linha do tempo e para fora dela. Este é
um desorientador e um descarrilador ao mesmo tempo.
"Não me podes ultrapassar" é um desorientador do tipo inversor.
"Não sei se estou a ir para cima ou para baixo" é a frase clássica.
"Estou todo virado do avesso."
Um caso especial é o descarrilador que o "faz sair da linha" e que o
faz perder o contacto com a sua linha do tempo. Esta é uma frase muito
séria, visto que pode produzir um esquizofrénico e encontra-se sempre
alguma coisa deste género na esquizofrenia. Algumas das suas frases
atiram-no para outras valências que não têm linha do tempo própria,
algumas meramente removem o tempo, outras atiram-no fisicamente
para fora do tempo.
LrvRo TRÊS � CAPÍTULO NovE: PARTE Dors

"Eu não tenho tempo nenhum" é um descarrilador e também um


agrupador.
"Estou aqui ao lado" significa que ele agora é duas pessoas, uma ao
lado da outra.
"Tenho de fingir que sou outra pessoa" é uma frase chave para a
confusão de identidades.
"Estás fora do tempo" e muitas mais.
Há um outro caso especial de desorientador. O auditor diz ao predear
que vá para "tempo presente" e o arquivista entrega uma frase contendo
a palavra "presente". Não importa se o "presente" na frase era um
presente de Natai; se isto estiver na área pré-natal, o predear vai para
lá, ignorando aquilo que o auditor quis dizer.
"Está tudo presente" é uma frase maléfica, que põe tudo em tempo
presente.
"É um lindo presente."
E outras. "Agora" às vezes é confundido com o tempo presente, mas
não frequentemente. O auditor não deve dizer: "Vem para o agora",
porque se o fizer, encontrará mais "agoras" do que aqueles com que
poderia facilmente lidar. "Presente" é uma palavra engrâmica mais rara
e, portanto, é a usada. "Agora" aparece com demasiada frequência.

RESUMO
Verificou-se que muitas pessoas severamente aberradas, que tinham
pouca memória do passado, estavam inteiramente fora das suas linhas
do tempo, regressadas à área pré-natal e presas, quando se abriu o caso.
Quanto às suas faculdades mentais, elas só tinham alguns meses de
passado, entre o ponto em que estavam e a concepção. E, no entanto, essas
pessoas tinham de algum modo conseguido funcionar como normais.
As cargas emocionais normalmente mantêm a pessoa fora da sua linha
do tempo e, de facto, são as únicas coisas que, segundo as descobertas
actuais, dão qualquer poder a estes comandos engrâmicos.

DIFERENÇAS

Há dois axiomas acerca do funcionamento da mente com os quais o


auditor deve estar familiarizado.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

I. A MENTE PERCEPCIONA, PROPÕE E RESOLVE PROBLEMAS


' "
RELATIVOS A SOBREVIVENCIA.
/ /

II. A MENTE ANALITICA COMPUTA ATRAVES DE DIFERENÇAS. A


/

MENTE REACTIVA COMPUTA ATRAVES DE IDENTIDADES.

O primeiro axioma é de interesse para o auditor no seu trabalho,


porque com este ele pode verificar, claramente, se está ou não a confrontar
uma reacção racional. A menina de sete anos que se arrepia porque um
homem a beija não está a computar; ela está a reagir a um engrama,
pois aos sete anos não devia ver mal nenhum num beijo, nem mesmo
num beijo apaixonado. Deve ter havido uma experiência anterior,
possivelmente pré-natal, que tornou os homens ou os beijos muito
maus. Todos os desvios da racionalidade óptima são úteis para localizar
engramas. Todos os medos irracionais, e por aí fora, são peixes que vêm
à rede do auditor. O auditor, com a lei acima, deve estudar, também, a
Equação da Solução Óptima. Qualquer desvio do óptimo é suspeito.
Embora ele se importe pouco com aberrações, por vezes um caso ficará
emperrado ou parecerá não ter engramas. Ele então pode observar a
conduta do seu paciente e as suas reacções à vida para obter dados.
A segunda lei é a contribuição de Dianética para a lógica. No texto
filosófico isto é tratado mais extensamente. O pêndulo de Aristóteles
e a sua lógica bivalente foram abandonados, não por alguma aversão a
Aristóteles, mas porque havia necessidade de parâmetros mais amplos.
Um desses parâmetros foi o princípio do espectro, no qual se usou
·gradações de zero a infinito e de infinito a infinito, e se considerou os
Absolutos totalmente inatingíveis para propósitos científicos.
No segundo axioma pode-se conceber que a mente reconhece
diferenças muito amplamente e com muita precisão no ponto em que
mais se aproxima da plena racionalidade e depois, à medida que se
afasta da racionalidade, esta percepciona cada vez menos diferenças, até
que por fim, chega muito perto da incapacidade total para computar
qualquer diferença de tempo, espaço ou pensamento, podendo-se
assim, considerá-la completamente insana. Quando isto segue um
único pensamento, como a afirmação geral de que "Todos os gatos são
iguais", ela está desatenta ou está insana, pois não é verdade que todos
os gatos sejam iguais, mesmo dois gatos que tenham o mesmo aspecto,
403
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE D01s

· se comportem e soem da mesma maneira. Poder-se-ia dizer: "Os gatos


são praticamente iguais" e ainda se estaria a lidar com um pensamento
bastante irracional. Ou poder-se-ia reconhecer que havia uma espécie
chamada Felis catus, mas que dentro desta os gatos eram decididamente
diferentes, não somente de raça para raça, como de gato para gato.
Isso seria racionalidade, não porque se usou o latim, mas porque era
possível ver as diferenças entre os gatos. O medo dos gatos tem como
fonte um engrama que normalmente não inclui mais do que um gato e
esse é um gato muito específico, de uma raça específica, com uma certa
(ou talvez incerta) personalidade. O preclear que tem medo de todos
os gatos, na realidade, tem medo de um só gato e é um gato que muito
provavelmente já está morto há muitos anos. Assim, à medida que nos
afastamos da plena racionalidade, descendo para a irracionalidade, há
uma diminuição das diferenças até que estas quase que desaparecem e
se tornam semelhanças e identidades.
O silogismo de Aristóteles, segundo o qual duas coisas iguais à
mesma coisa são iguais entre si, simplesmente nem chega a funcionar
na lógica. A lógica não é aritmética, que é uma coisa artificial inventada
pelo Homem e que funciona. Para resolver um problema de lógica, a
mente vagueia através de uma enorme massa de dados e computa com
dúzias e mesmo centenas de variáveis. Esta não pensa, e nunca pensou,
na base de que duas coisas iguais a uma terceira são iguais entre si,
excepto ao empregar a matemática que a mente concebeu, para melhor
resolver problemas abstractos. É uma verdade abstracta que dois e
dois é igual a quatro. Quais dois de quê e dois de quê é que são iguais
a quatro? Não se fez nenhuma escala, não há nenhuma medida, nem
calibrador, nem microscópio que pudesse justificar, por exemplo, a
realidade de que duas maçãs mais duas maçãs são iguais a quatro maçãs.
Duas maçãs mais duas maçãs são quatro maçãs, se forem as mesmas maçãs.
Não poderiam ser iguais a quatro outras maçãs por nenhum processo de
cultivo ou de fabrico al guma vez imaginado. O Homem contenta-se com
calcular aproximações e chamar-lhes, imprecisamente, exactidões. Não
existe nenhuma coisa Absoluta, salvo em termos abstractos criados pela
mente para resolver problemas exteriores e conseguir aproximações. Isto
poderá parecer uma concepção ousada, mas não é. O matemático está
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

plenamente consciente de estar a trabalhar com aproximações digitais e


analógicas, organizadas em sistemas que não existiam necessariamente
antes de o Homem surgir e que não existirão necessariamente, depois de
ele se ir embora. A lógica, mesmo a lógica mais simples, como meditar
sobre a sabedoria de ir fazer compras às dez horas, é tratar de numerosas
variáveis, indefinidos e aproximações. Pode-se inventar matemática
às carradas. Não existe um Absoluto real, existe apenas uma estreita
aproximação. Só os nossos gramáticos, que são muito antiquados, é que
insistem, provavelmente em memória do metafísico, em Realidade e
Verdade Absolutas.
Menciona-se isto aqui em parte porque poderá interessar a algumas
pessoas, mas principalmente porque o auditor precisa de entender que ele
tem uma bitola exacta para medir a sanidade. A sanidade é a capacidade de
perceber diferenças. Quanto melhor alguém conseguir notar as diferenças,
por mais pequenas que sejam, e saber a extensão dessas diferenças, mais
racional ele será. Quanto menos alguém conseguir notar as diferenças e mais
se aproximar do pensamento por identidades (A =A), menos são ele será.
Um homem diz: "Não gosto de cães!" Note isso, auditor: ele tem um
engrama a respeito de um ou dois cães. Uma jovem diz: "Os homens são
todos iguais!" Note isso, auditor: aqui está uma verdadeira aberrada. "As
montanhas são tão terríveis!" "Os joalheiros nunca vão a lado nenhum!"
"Detesto mulheres!" Note essas frases: são engramas à plena luz do dia.
Os engramas que inibem a mente analítica de diferenciar são aqueles
que mais seriamente inibem o pensamento.
"Não se consegue ver a diferença" é um engrama comum. "Não há
nenhuma diferença", "Nada voltará a fazer diferença para mim", "As
pessoas são todas más", "Toda a gente me detesta". Isto é uma isca para
a insanidade, como dizem os auditores, e põe um homem "a caminho
do manicómio".
Há uma outra classe de pensamento-identidade e esse é o grupo que
destrói a diferenciação de tempo. "Tu não sabes quando isso aconteceu!"
é uma frase clássica. "Não sei se será tarde" e outras têm um efeito
peculiar na mente, pois esta trabalha com um cronómetro de precisão
próprio e os engramas podem ler o mostrador de uma forma totalmente
incorrecta. Num nível consciente, não se tem dificuldades com o tempo
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE D01s

· analítico. Os engramas deslizam para trás e para a frente, de acordo


com o momento em que fazem key-in ou são restimulados. Subjacente
à acção de hoje poderá estar um engrama cujo lugar na linha do tempo
é de há quarenta anos e que deveria estar lá atrás. O que aberra, não é
tanto os comentários sobre as diferenças de tempo, mas sim o carácter
intemporal dos engramas. O tempo é o Grande Charlatão: não cura
nada, somente muda os aspectos do ambiente e os companheiros do
indivíduo. O engrama de há dez anos atrás, com toda a sua emoção
dolorosa, poderá estar enquistado e "esquecido", mas está ali, pronto a
impor acção se for restimulado hoje.
A mente reactiva trabalha com um relógio de pulso barato; a mente
analítica trabalha com uma bateria de cronómetros de alta precisão
com verificação dupla, que fariam o orgulho de um paquete. As células
acham que esse relógio de pulso é uma engenhoca bastante boa - e foi,
há muito tempo atrás, quando o antepassado do Homem era arrastado
pelas ondas e conseguia agarrar-se à areia.
Assim, um teste primário da aberração é a semelhança e a identidade,
o teste primário da racionalidade é a diferenciação e a minúcia ou
amplitude com que esta pode ser feita.
"Os homens são todos iguais" diz ela. E são mesmo! Para ela. Pobre
coitada. Como o fulano que a violou quando ela era uma menina, como
o seu detestado pai que dizia o mesmo.

IMPORTÂNCIAS RELATIVAS,
"AcREDITAR" E "NÃo PoDER AcREDITAR"

O auditor será confrontado com dois grandes inimigos em "tu tens de


acreditar nisto" e "não posso acreditar".
A mente tem o seu próprio equilíbrio e capacidade, sendo tão
ajudada pelos engramas como uma máquina de adição é ajudada por
um 7 pressionado*. Uma das funções mais importantes da mente é a
computação das importâncias relativas dos dados.
Por exemplo, ao descobrir e conduzir a pesquisa de Dianética, havia
milhares de milhões de dados sobre a mente, acumulados ao longo dos
* (Ou um 5, como no caso recente em Harvard, onde um pedaço de solda manteve um
5 pressionado num computador electrónico, para grande espanto dos cavalheiros que
dependiam deste para lhes dar respostas.)
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

últimos milhares de anos. Agora, na posse de um espelho retrovisor, de


dois metros de largura, podemos olhar para trás e ver que, aqui e ali, houve
pessoas que exprimiram opiniões ou forneceram factos não-avaliados
que actualmente são dados nalguns dos axiomas de Dianética ou partes
das suas descobertas. Esses factos existiam no passado, alguns existem
agora em Dianética, mas com uma tremenda diferença: estão avaliados.
A avaliação dos dados em termos da sua importância era vital antes que a
informação pudesse ter valor. O Dr. Sentencioso poderá ter escrito, em
1200 d.C., que acreditava não existirem demónios reais na mente; ouviu-se
a Dona Sofia dizer, em 1782, que ela tinha a certeza de que a influência
pré-natal tinha pervertido muitas vidas. O Dr. Zamba poderá ter escrito,
em 1846, que se podia dizer a um paciente hipnotizado que ele estava
louco e que, daí em diante, ele agiria como louco. O Dr. Sentencioso
também poderá ter dito que eram os anjos, e não os demónios, que
causavam a doença mental, porque o paciente tinha sido maléfico. A
Dona Sofia também poderá ter dito que cataplasmas com água de malvas
curavam "delírios". O Dr. Zamba também poderá ter declarado que
os pacientes hipnotizados só precisavam de mais algumas sugestões
positivas para os tornar saudáveis e fortes. Em resumo, por cada dado
que se aproximava da verdade, havia milhares de milhões que não eram
verdade. O que faltava, em cada dado, era uma avaliação científica da
sua importância para a solução. A selecção de algumas gotas especiais
de água, num oceano de gotas não especiais, é impossível. O problema
de descobrir os dados verdadeiros só poderia ser resolvido descartando
todas as anteriores avaliações da humanidade e da mente humana, todos
os "factos" e opiniões de qualquer espécie e começando da estaca zero,
desenvolvendo a ciência inteira a partir de um denominador comum
novo e mais elevado. (E é verdade que Dianética não tomou nada de
empréstimo, mas foi primeiro descoberta e organizada; só depois de se
ter completado a organização e de se ter desenvolvido uma técnica, é
que ela foi comparada com a informação já existente.)
A questão aqui é que a importância monótona numa classe de factos
só leva a uma grande confusão desordenada. Aqui está uma avaliação: as
opiniões não valem nada, a autoridade é inútil, os dados são secundários:
o estabelecimento da importância relativa é a chave. Tendo-se o mundo
e as estrelas como laboratório e uma mente para computar a importância
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE Dors

relativa daquilo que ela percepciona, nenhum problema pode ficar por
resolver. Tendo-se massas de dados com avaliação monótona, temos
uma coisa que poderá ter bom aspecto, mas que não é útil.
O olhar espantado dos guardas-marinhas recém-chegados à Marinha
de Guerra, quando vêem pela primeira vez, em metal, as coisas acerca
das quais leram tão laboriosamente é mais do que testemunha do sistema
educativo deficiente actualmente empregado. O sistema procura treinar
uma coisa que é perfeita, a memória; este sistema pouco ou nada se
alinha com o propósito ou a aplicação e ignora a necessidade da avaliação
pessoal de todos os dados, tanto no que diz respeito à necessidade destes
dados como à sua aplicação. O olhar espantado vem do reconhecimento
esmagador de que, apesar de terem milhares de dados a respeito do que
vêem, eles não sabem se é mais importante ler o cronómetro quando
usam o sextante ou usar apenas tinta azul quando escrevem no diário
de bordo. Esses cavalheiros foram prejudicados na sua educação, não
porque lhes tenham fornecido milhares de dados acerca de navios, mas
porque não lhes disseram qual é a importância relativa de cada dado e
eles não experimentaram essa importância. Eles conhecem mais factos
do que os menos educados, mas sabem menos a respeito da relação factual.
Mais pertinente para o auditor é que há duas espécies de comandos
engrâmicos que dão uma avaliação monótona aos dados. As pessoas que
têm algum desses dois, como principal conteúdo do banco de engramas,
serão similarmente aberradas, mesmo que cada uma delas manifeste a
aberração com uma polaridade oposta.
De vez em quando, algum auditor desafortunado encontra um "Não
posso acreditar nisto" nas suas mãos. Este é um caso extremamente
penoso. Nesta categoria temos os casos "Duvido disso", "Não posso ter
a certeza" e "Eu não sei".
Este caso é fácil de detectar, pois logo ao iniciar a terapia ele começa
por duvidar de Dianética, do auditor, de si próprio, da mobília e da
virgindade da mãe. O duvidador crónico não é um caso fácil, porque ele
não pode acreditar nos seus próprios dados. O analisador tem um juiz
incorporado que recebe dados, pesa-os e avalia se estão certos, se estão
errados ou se são um talvez. O duvidador engrâmico tem uma "tecla 7
pressionada", o que significa que ele tem de duvidar de tudo, o que é
muito diferente de formar um juízo. Ele é incitado a duvidar. Tem de
408
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

duvidar. Se duvidar é divino, então o deus é certamente Moloch. Ele


duvida sem inspeccionar, ele inspecciona as evidências mais exactas e,
mesmo assim, continua a duvidar.
O auditor fará o paciente retornar a um somático que lhe arranca
metade da cabeça, que é confirmado pelas cicatrizes, que é confirmado
pela aberração e do qual ele duvida como incidente.
O modo de lidar com este caso consiste em tomar as suas frases usuais
e dar-lhas, em rêverie ou fora de rêverie, com a Técnica de Repetição.
Faça-o repeti-las várias vezes, mandando a sua banda somática de volta
para elas. Ao fim de pouco tempo dar-se-á uma liberação da frase. Dê-lhe
todas as frases de dúvida que ele tiver usado desta maneira. Depois
continue a trabalhar o caso. O objectivo não é fazer dele um crente, mas
colocá-lo numa situação em que possa avaliar os seus próprios dados.
Não discuta com ele sobre Dianética: não faz sentido discutir com
engramas, visto que os próprios engramas não fazem qualquer sentido.
Após dez ou vinte horas de terapia, tal paciente começará a encarar
suficientemente a realidade de modo que nunca mais duvida de que o
sol brilha, nem duvida do auditor ou de ter tido algum tipo de passado.
Esse caso só é difícil porque requer estas horas extra de trabalho. E por
acaso, ele normalmente é muito aberrado.
O caso de "Não posso acreditar nisto" tem dificuldade em ava­
liar porque lhe é difícil dar mais crédito a um facto do que a
qualquer outro facto. Isto produz uma incapacidade de computar as
importâncias relativas entre dados e, como resultado, ele poderá estar
mais preocupado com a matiz da gravata do patrão, do que com o
casamento que ele próprio está prestes a realizar. Similarmente, o caso de
"Tu tens de acreditar nisto" encontra dificuldade em diferenciar entre
as importâncias de vários dados e poderá defender com a mesma firmeza
a ideia de que o papel é feito de árvores e a ideia de que está prestes a
ser despedido. Ambos os casos "preocupam-se", ou seja, são incapazes
de computar bem.
A computação racional depende da computação pessoal das
importâncias relativas de vários dados. A "computação" reactiva lida
exclusivamente com a equação de que objectos ou acontecimentos
muito diferentes são semelhantes ou iguais. A primeira é sanidade, a
segunda é insanidade.
LrvRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

O caso de "Tens de acreditar nisto" apresentará um banco reactivo


confuso, pois o banco adapta as diferenças mais incríveis como seme­
lhanças muito próximas. O comando engrâmico "Tens de acreditar nisto"
pode ordenar que se acredite numa pessoa, numa classe de pessoas ou
em toda a gente, independentemente do que está escrito ou é dito. O
auditor, ao retornar o paciente, encontrará grandes aberrações manti­
das no lugar por um lock que só contém conversa.
Quando o pai é a verdadeira fonte disto e é um aliado do paciente, o
auditor descobrirá que quase tudo o que o pai disse era aceite literal e
inquestionavelmente pelo filho. O pai poderá não ter tido consciência
de que estabeleceu esta condição de "Tens de acreditar nisto" e poderá
mesmo ser um homem jocoso, dado a piadas. Verificar-se-á que cada
piada é literalmente aceite, a menos que o pai a tivesse rotulado,
cuidadosamente, como piada, o que significa que esta não deve ser aceite
literalmente. Há aqui um dossiê de um caso disponível, em que o pai foi
a fonte do "Tens de acreditar nisto": um dia o pai levou a filha de três
anos de idade até à beira-mar e, através do nevoeiro, apontou para um
farol. O farol tinha um aspecto misterioso na noite enevoada. "Aquele
é o sítio do Sr. Billingsly" disse ele, querendo dizer que Billingsly, o
faroleiro, vivia ali. A criança assentiu com a cabeça, acreditando, se
bem que estivesse um pouco assustada, pois para ela, o "Sr. Billingsly"
possuía uma vasta cabeleira - as sombras - mirava a costa com um só
olho a varrer o mar e tinha trinta metros de altura. Além disso, o "Sr.
Billingsly" soltava gemidos que pareciam ser muito ferozes. O seu "sítio"
era a saliência de uma rocha. Como preclear, vinte anos mais tarde,
descobriu-se que a filha ficava assustada com qualquer gemido fraco.
O auditor rastreou pacientemente a fonte e encontrou, para sua grande
alegria e da filha, o "Sr. Billingsly". Verificou-se que enormes quantidades
de aberração, concepções peculiares e noções estranhas provinham de
observações casuais feitas pelo pai. Sendo perito na sua tarefa, o auditor
não se preocupou em tentar localizar e apagar tudo o que o pai tinha
dito, uma tarefa que teria levado muitos anos. Em vez disso, ele localizou
o pré-natal "Tu tens de acreditar em mim", assim como os seus locks
engrâmicos e é claro que todos os locks não-engrâmicos desapareceram,
sendo automaticamente reavaliados como dados de experiência, em
vez de "7s pressionados". Naturalmente, há sempre muito mais coisas
410
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

erradas num caso do que um simples "Tu tens de acreditar em mim", mas
a mudança de ponto de vista que a paciente experimentou imediatamente
a seguir foi impressionante: ela agora estava livre para avaliar os dados
do pai, coisa que antes não podia fazer.
Pelo facto de ensinarem em termos de altitude* e Autoridade, as
próprias instituições educacionais formam uma aberração social de
"Tu tens de acreditar nisto". É impossível reduzir toda a educação
universitária, mesmo que isso às vezes pareça desejável. Porém, ao
abordar os momentos em que o paciente foi forçado a acreditar ou
a aceitar a escola, do jardim-de-infância em diante, muitas mentes
apinhadas de factos podem voltar a ser ágeis, coisa que antes não eram;
porque os factos serão automaticamente reavaliados pela mente quanto
a importâncias, em vez de serem aceites por uma avaliação monótona,
como no caso da "educação formal".
O "Não posso acreditar nisto" é um assunto tão aborrecido e fatigante
para o auditor que, depois de terminados alguns casos, é possível vê-lo a
fugir habilmente de um desses. O caso de "Eu não sei" e o de "Não posso
ter a certeza" não são tão maus como o de "Não posso acreditar nisto".
Em Dianética, o caso que ganha o prémio em matéria de dificuldade
é um paciente que é um Júnior com o mesmo nome que o pai ou a
mãe, que não tem apenas desligamento de dor, emoção, visio e sónico,
mas também dub-in dos mesmos numa base falsa, com uma fábrica de
mentiras a trabalhar a todo o vapor, que é não cooperativo e que é um
"Não posso acreditar nisto".
A avaliação monótona impede o "Não posso acreditar nisto" de
aceitar os factos todos. Qualquer caso poderá ter alguns "Não posso
acreditar nisto". Mas alguns casos estão tão aberrados pela frase que
descrêem não só da realidade, mas também da sua própria existência.
A mente tem um "duvidador incorporado" que, quando não está
entravado por engramas, selecciona importâncias rapidamente e, pelos
seus pesos, resolve problemas e chega a conclusões. A mente racional
* Por altitude queremos dizer uma diferença no nível de prestígio - uma pessoa numa
altitude maior transmite convicção a alguém que esteja numa altitude menor, meramente
por causa de altitude. O auditor poderá ver-se incapaz de adquirir altitude suficiente com
alguns pacientes para os trabalhar com suavidade e, para outros, poderá ter tanta altitude
que eles acreditam em tudo o que ele diz. Quando tem altitude de menos, não acreditam
nele; quando tem de mais, acreditam demasiado nele.

411
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO N ovE: PARTE D01s

aplica-se aos dados apresentados, compara-os com a experiência, avalia a


sua veracidade e, depois, atribui-lhes uma importância relativa na ordem
das coisas. Isto é feito por um Clear com uma rapidez que às vezes requer
o fraccionamento dos segundos. Para um normal, o tempo requerido é
extremamente variável e as conclusões tendem a ver com uma opinião
alheia ou são comparadas com a Autoridade, em vez da experiência
pessoal. Esse é o efeito fundamental da educação contemporânea que,
por nenhuma falha em particular e apesar de todos os esforços que tem
feito para se libertar, é no entanto, por falta de ferramentas, forçada
a seguir os métodos escolásticos. Estes, por contágio da aberração,
persistem contra todos os esforços de educadores avançados. O normal,
por um lado, é ensinado a acreditar porque senão será reprovado e, por
outro lado, é ensinado a não acreditar como necessidade científica: a
crença e a descrença não podem ser ensinadas, têm de ser computadas
pessoalmente. Se uma mente pudesse ser comparada a um general,
servido pelo seu próprio estado-maior, poder-se-ia ver que ela tinha um
serviço secreto que, como centro de informação de combate, recolhia
factos, pesava a sua importância e formava uma estimativa da situação
ou o valor de uma conclusão. Tal como o agente dos serviços secretos
fracassaria se tivesse uma ordem assinada para descrer de tudo, também a
mente fracassa quando tem um comando reactivo para descrer. Claro que
uma organização militar perderia com qualquer inimigo insignificante
se tivesse, inversamente, um comando para acreditar em tudo, e um
homem fracassará se tiver uma ordem da mente reactiva para acreditar
em todas as informações do mundo que o rodeia.
Os engramas de acreditar e de não acreditar apresentam manifesta­
ções diferentes e, conquanto não se possa dizer que um seja mais ou
menos aberrativo do que o outro, é certo que o engrama de não acreditar,
de um modo geral, parece tornar o homem pouco sociável.
É claro que a descrença ocorre em vários graus. Há, por exemplo,
um engrama social de descrença que promove um tipo de literatura que
é tão insincera quanto pouco inteligente. A insinceridade, a vergonha
de mostrar emoção e o medo de elogiar poderão provir de outras coisas
além do mero engrama de descrença, mas na maioria destes casos há
com certeza um engrama de descrença.
412
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Quando está a tentar abrir o caso de um "Não posso acreditar


nisto" muito forte, o auditor verificará que o paciente não acredita na
experiência, não acredita no auditor, não acredita na esperança de obter
resultados, e poderão ser apresentados os insultos e argumentos mais
ridículos e irracionais. O paciente poderá contorcer-se num autêntico
fosso de serpentes cheio de somáticos e, ainda assim, não acreditar que
está a reexperimentar alguma coisa.
É um facto tristemente crónico, que um aberrado tenha um certo
conjunto de clichés vindos do seu banco reactivo. Ele repetirá esses
clichés em todas as ocasiões e circunstâncias. Ver-se-á que a mãe, tendo
um banco de engramas próprio e o pai tendo o seu, faz praticamente
o mesmo tipo de afirmação, vez após vez. Essas são dramatizações.
Um dos pais poderá ter tido um "Não sei" pronto para preceder tudo
o que ele ou ela dizia, o que produz uma "pilha" inteira de "Não sei"
no banco de engramas que mina bastante a compreensão. Da mesma
forma, os "Tens de acreditar!" ou os "Tu não podes acreditar" poderão
ficar "empilhados" no banco de engramas. Depois de um auditor ter
ouvido alguns engramas de um paciente, ele sabe que virão muitos
mais engramas semelhantes daquela fonte. Depois de um auditor ter
escutado o pessoal que está no banco de engramas do paciente por um
curto espaço de tempo, o auditor saberá muito bem o que virá a ter
em muitos mais engramas. Por isso, qualquer frase é susceptível de
ser muito repetida no banco de engramas, com somáticos variáveis e
acompanhada de percépticos. Se a mãe sofre de tensão arterial alta e o
pai faz com que esta suba - para grande desconforto da criança e num
grau que frequentemente produz uma futura enxaqueca - ela é capaz
de proferir: "Não posso acreditar que tu me trates desta maneira."
Mas diga-se de passagem, ela deve ter sido difícil de convencer (não se
consegue ser muito convincente contra o "raciocínio" engrâmico), pois
ele tratava-a dessa maneira de três em três dias, e de três em três dias
ela dizia: "Não posso acreditar em ti", ou "Não posso acreditar que tu
me faças isto" ou "Não posso acreditar em nada que tu me dizes" ou
alguma coisa parecida.
O "Não posso acreditar" tende a ser bastante hostil, visto que "Não
posso acreditar" é muitas vezes uma conversa hostil. "Tu tens de acreditar
em mim" tem uma maior probabilidade de·ser um engrama do tipo
413
LrvRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

súplica ou lamentação. "Acredita no que eu te digo, com os diabos!" é,


no entanto, tão hostil quanto um auditor poderia esperar.
Um auditor que encontre um caso intensa e irracionalmente céptico
deve esperar uma pilha de "Não posso acreditar" no banco de engramas.
Se ele encontrar um paciente incapaz de manter uma opinião própria,
mas a mudar como um cata-vento influenciado por qualquer pessoa
ou a citar uma Autoridade (todas as autoridades podem ser facilmente
identificadas com o pai no banco reactivo), o auditor deve suspeitar
de al guma forma de "Tens de acreditar", bem como de outras coisas.
Há muitas manifestações de qualquer dos casos. O aspecto crónico na
terapia é que o "Não posso acreditar" suspeita tanto dos seus próprios
dados que ele altera-os continuamente e os engramas - que afinal
de contas têm só um pacote exacto de conteúdo - não se reduzirão
adequadamente; o "Tens de acreditar" toma como seu cada engrama de
que ouve falar e isso traz-lhe muito pouco proveito.
Não suponha, no entanto, que qualquer caso tem um aspecto padrão.
A língua contém muitas palavras e combinações de palavras, e não é
invulgar encontrar aberrados que têm toda a língua básica e todas as
suas expressões idiomáticas firmemente conectadas a um ou outro
somático. Os casos normalmente contêm as frases "Não posso acreditar"
e "Tenho de acreditar" no mesmo banco. Só quando essas frases começam
a ter demasiado peso em cima, é que a pessoa responde segundo um
padrão fixo. Quando o padrão fixo é de uma dessas duas espécies de
frase, então o auditor está perante um paciente que, no mínimo, deve
ter tido uma vida muito infeliz. Mas qualquer dos dois casos se Aclara.
Todos se Aclaram, até mesmo os casos Júnior.

CoMANDos DE DoR FísrcA E DE EMOÇÃO DoLoROSA

Além do visio e sónico, outra recordação vital para a terapia é o


somático, ou seja, a dor física do incidente. Percorrer um incidente
fisicamente doloroso, sem um somático, é inútil.
Se a dor física está presente, este somente poderá aparecer depois
de fazer "boil-off" de uma quantidade considerável de "inconsciência".
Se o incidente contém dor, mas o somático não está ligado, o paciente
mexerá os dedos dos pés, terá uma respiração profunda e nervosa ou
poderá ter espasmos nos músculos. Mexer os pés é um excelente indicador
414
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

da presença de qualquer somático, ligado ou não. Respirar profundamente,


espasmos nos músculos e vários estremeções sem dor denotam duas
coisas: há um negador no incidente e o conteúdo não está a ser contactado
ou, se o preclear está a recontar, o somático poderá estar desligado no
incidente ou noutro lugar, quer anteriormente por um comando quer
posteriormente pela emoção dolorosa. O paciente que se mexe muito,
ou que não se mexe nada, está a sofrer de um desligamento de dor ou de
emoção ou de engramas de emoção dolorosa tardios ou de ambos.
Existe toda uma espécie de comandos que desligam a dor e a emoção
simultaneamente: isto é porque a palavra "sentir" tem vários significa­
dos. "Não posso sentir nada" é a frase padrão, mas o comando varia
muito e é formulado de muitas maneiras. O auditor pode fazer o seu
próprio livro de comandos tirados de pacientes que os revelam quando
descrevem como se sentem, ou antes, como não sentem. "Não dói" é uma
classe de frases que desliga especificamente a dor; uma classe que inclui
coisas como "Não tenho dor nenhuma", etc. A emoção é desligada por
uma classe de frases que contém a palavra "emoção" ou que (interpretada
literalmente) desliga especificamente a emoção.
O auditor deve manter um registo de todos os negadores, desorien­
tadores, seguradores, ressaltadores e agrupadores que descobrir, cada
um listado sob o seu próprio título. Deste modo, ele junta material que
pode usar na Técnica de Repetição, quando notar que alguma coisa está
errada no modo como o paciente se move na linha do tempo. Mas há
outras quatro classes de frases que ele também deve estudar e das quais
deve fazer uma lista: desligamentos, exageradores, descarriladores e fábricas
de mentiras. Ele também pode acrescentar mais classes.
Ele descobrirá um grande número de comandos em engramas
que podem produzir estes vários aspectos. E ele deve interessar-se
particularmente pelos desligamentos de dor e de emoção, assim como pelos
exageradores, isto é, aqueles comandos engrâmicos que dão o aspecto de
demasiada dor ou de demasiada emoção. Não há razão para apresentar
aqui um grande número desses comandos. São muito variados, sendo a
língua aquilo que é.
Há muitas combinações possíveis. Pode-se verificar que um paciente
chora pelas coisas mais banais do período pós-fala e, no entanto, tem
poucos ou nenhuns somáticos. Isto pode ser causado por várias coisas.
L1vRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

Ele teve uma mãe ou um pai que chorou durante os nove meses antes
de ele nascer, ou ele tem um exagerador em acção que comanda que ele
seja emotivo a respeito de tudo: "Emoção a mais." Em combinação com
isto, ele pode ter uma coisa que diz que ele não pode sentir dor, que não
pode ser magoado ou até mesmo que não pode sentir.
Um paciente que tem dores e está a sofrer e que no entanto não
pode chorar, teria um conjunto de comandos invertidos. Ele tem um
comando de "não emoção" no princípio da linha do tempo ou uma
longa cadeia destes e, além disso, tem comandos que ditam dor em
excesso: "Não consigo aguentar a dor", "A dor é forte de mais", "Sinto
que estou sempre a sofrer", etc. Por outro lado, "Eu sinto-me mal" é um
desligamento, porque diz que al guma coisa está mal no mecanismo com
o qual ele sente e sugere a incapacidade de sentir.
Tanto a dor como a emoção podem ser exageradas por um comando.
Mas uma coisa peculiar é que o corpo não fabrica a dor para ser sentida.
Toda a dor sentida é genuína, mesmo quando exagerada. A dor imaginária
não existe. A pessoa só "imagina" dor que já sentiu realmente. Ela não
pode imaginar dor que não sentiu. Ela poderá "imaginar" dor num tempo
posterior ao incidente real, mas se sente dor, por mais psicótica que ela
seja, descobriremos que aquela dor existe algures na sua linha do tempo.
Foram efectuados testes científicos muito cuidadosos, em Dianética, para
estabelecer este facto e este é um facto valioso. Pode comprovar isto por
si próprio, pedindo a pacientes que sintam várias dores, "imaginando-as"
em tempo presente. Eles sentirão dores enquanto lhes pedir que sintam
dores que já tiveram. Em determinado ponto, verá que o paciente,
na realidade, é incapaz de sentir a dor que está a tentar "imaginar".
Quer esteja consciente disso ou não, ele já teve dor em qualquer lugar
que a "imagine" e estará simplesmente a fazer um retorno da banda
somática, numa escala menor.
Este aspecto da dor é muito interessante, porque muitos pacientes,
nalguma altura das suas vidas, fingiram que tinham uma dor perante
a família ou o mundo. Quando afirmou ter esta dor de "faz-de-conta",
o paciente pensou que estava a mentir. Na terapia, o auditor pode
usar estas "imaginações", pois elas levam directamente a engramas de
compaixão e a um ferimento real. Além disso, estas dores "imaginárias"
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

são geralmente exibidas à pessoa ou à pseudopessoa que era o aliado


de compaixão presente no momento engrâmico. Assim, se um menino
sempre fingiu, para a sua avó, que ele tinha uma anca magoada, embora
pensasse estar a fingir, virá a descobrir-se que nalguma altura anterior
da sua vida ele magoou aquela mesma anca e recebeu compaixão
durante o momento engrâmico, agora escondido do analisador. Os
pacientes, frequentemente, sentem-se bastante culpados por causa
desses fingimentos. Às vezes, soldados da última guerra voltaram para
casa fingindo terem sido feridos e, quando em terapia, têm medo que o
auditor descubra ou os denuncie aos seus parentes. O soldado poderá não
ter sido ferido na guerra, mas haverá um engrama contendo compaixão
pelo ferimento de que ele se queixa. Ele está a pedir compaixão com
uma história colorida e acredita que está a mentir. Sem o informar desta
descoberta de Dianética, o auditor pode frequentemente trazer ao de
cima um engrama de compaixão que, de outro modo, poderia precisar
de ser arduamente procurado.
"Menino chorão" é uma frase que levará o preclear a negar num
engrama, inibindo assim as lágrimas. É muito comum ver o preclear
a confundir-se com irmãs e irmãos mais velhos que estão na sua vida
pré-natal: a troça deles, as ordens da mãe e por aí fora, tudo isso é
registado. Se o preclear tem conhecimento de algumas crianças mais
velhas, o auditor deve procurá-las nos engramas da vida pré-natal,
pois as crianças são bastante activas e muitas vezes pulam no colo da
mãe ou colidem com ela. Quaisquer frases infantis de troça não estão,
portanto, sempre depois do nascimento.
Foi afirmado no decurso da pesquisa de Dianética que se pudéssemos
liberar toda a emoção dolorosa de uma vida, então teríamos conseguido
90 por cento do aclaramento. No entanto, a emoção dolorosa é apenas
uma manifestação superficial dos engramas de dor física e não seria
dolorosa se a dor física não coexistisse ou existisse previamente.
Quando um caso tem desligamentos de emoção e de dor, o paciente
normalmente tem músculos tensos e é nervoso, com tendência para
ter estremeções ou meramente tensão. Quando a dor e a emoção são
exageradas pelos comandos, o auditor tem, nas suas mãos, um caso
muito dado a dramatizações.
LrvRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE Dors

o ALIADO VERSUS o ANTAGONISTA


É necessário que o auditor conheça a avaliação de importâncias da
mente reactiva. Idiota ou não, a mente reactiva distingue, violentamente,
o amigo do inimigo, o que de certo modo é a única diferenciação que
ela faz.
Há um excelente teste para detectar um aliado. E recorde-se que
o aliado é uma parte dos engramas de compaixão, as coisas que têm a
maior probabilidade de produzir doenças psicossomáticas, imaturidades
e confusão em grande escala. Enquanto esta puder rebelar-se e negar,
a mente reactiva toma conta dos inimigos na medida das suas possibilidades.
É claro que ela pode ser empurrada pelas circunstâncias, para dentro
da valência do inimigo e, assim, causar grandes conf usões e ah-reagir
em geral, se esta era uma valência vencedora. Mas normalmente ela não
usará os dados do inimigo contidos num engrama contra-sobrevivência,
excepto para o negar. Quando o tom geral se aproxima da Zona 1, a
mente reactiva começa, evidentemente, a apanhar comandos antagónicos
e a obedecer-lhes. Assim, se o pai é o mau da fita, um antagonista, os
comandos do pai não são os comandos obedecidos reactivamente, mas
sim os comandos que o aberrado usualmente negará ou evitará.
No entanto, isto não acontece no caso do aliado. O aliado, a pessoa
de quem veio a compaixão quando o paciente estava doente ou ferido, é
ouvido e obedecido, uma vez que o seu "propósito" está aparentemente
alinhado com o propósito de sobrevivência do indivíduo. Se determinada
pessoa tem uma coisa que está certa, então, de acordo com a nossa
pequena amiga idiota, a mente reactiva, tudo o que diz respeito a essa
pessoa está certo, tudo o que ela diz e faz está certo e, particularmente,
tudo o que essa pessoa disse no engrama está certo.
A doença crónica psicossomática normalmente vem de um engrama
de compaixão. Isto é mui to importante, pois o engrama de compaixão
será o último ou o mais difícil de alcançar, por estar alinhado com o
propósito da sobrevivência.
Um "Tens de acreditar" de um aliado significa que a pessoa tem
de acreditar. Um "Tens de acreditar" de um antagonista, usualmente,
produz uma circunstância em que a pessoa não deve acreditar.
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

Aqui, no aliado e no antagonista, temos a velha história do herói e


do vilão, da heroína e da vilã, de Mazda e de Ahriman, do cowboy de
chapéu branco e do cowboy de chapéu preto. Verifica-se que a trindade
hindu se encontra, como fonte, no pai, mãe e nascituro. Mas a guerra
do "bem e do mal" encontra-se, como dados reactivos no banco de
engramas, sob a forma do aliado e do antagonista.
A melhor lógica de que a mente reactiva é capaz é a lógica bivalente,
branco e preto, e a lógica bivalente somente encontra a sua resposta
no banco reactivo. E a mente reactiva resolve todos os problemas
em termos de absolutos, produzindo monstruosidades lógicas,
pois existe o absoluto do bem, o absoluto do mal e o absoluto do
pensamento-identidade. Qualquer computação racional demonstra
que um absoluto é impossível de uma perspectiva de verdade ou de
praticabilidade: mas a mente reactiva nunca se põe com questiúnculas,
ela simplesmente reage. Ela conhece um campeão quando o vê (pensa
ela) e conhece um vilão (supõe ela). O aliado, o campeão, é qualquer
pessoa que tenha alguma característica do aliado; e o antagonista, o vilão,
é qualquer pessoa que tenha algumas características do antagonista.
Além disso, qualquer coisa associada com o aliado é um campeão e tudo
o que está associado com o antagonista é uma vilania. Se o aliado é uma
tia, então as tias são boas. Se o antagonista é um pintor de cartazes, então
os pintores de cartazes são todos maus. E mais, os naperões de croché
que a tia fazia significam que os naperões de croché são bons, que todo
o trabalho de renda é bom, que qualquer coisa que tenha renda é boa,
que qualquer coisa parecida com renda é boa e assim por diante, no ad
absurdum que só a mente reactiva consegue ter sem qualquer escrúpulo.
E os cartazes feitos pelo pintor são maus, o lugar onde se apoiam é mau,
a tinta é má, o cheiro da tinta é mau, os pincéis são maus, portanto as
escovas de cabelo são más, portanto a cómoda onde ficam as escovas de
cabelo é má e assim por diante.
Há aqui um axioma que é bom não descurar ao trabalhar num
paciente:
,. ,.
QUALQUER DOENÇA PSICOSSOMATICA CRONICA TEM A SUA
FONTE NUM ENGRAMA DE COMPAIXÃO.
L1vRo TRÊS � CAPÍTULO NovE: PARTE Dois

E outro:
~ ,,. ,,.
UMA MENTE REACTIVA NAO PERMITIRA QUE UM INDIVIDUO
,,.
FIQUE ABERRADO OU CRONICA E P SICOSSOMATICAMENTE
DOENTE, A NÃO SER QUE A DOENÇA TENHA VALOR DE
SOBREVIVENCIA.

Isto não significa que o indivíduo tenha, analiticamente, um


livre-arbítrio. Mas significa de facto que a mente reactiva, trabalhando
silenciosamente e muito bem escondida até agora, escolhe, por
computação de identidades, condições físicas e mentais que se ajustem a
qualquer circunstância mesmo que remotamente semelhante a qualquer
conceito contido no banco de engramas.
Existe uma coisa a que se chama nível de necessidade. Este sobe e faz
key-out de engramas e pode fazer key-out do controlo da própria mente
reactiva. O nível de necessidade frequentemente sobe. O indivíduo
pode forçá-lo a subir, analiticamente, quer exista ou não uma causa real.
Uma pessoa poderá não ter um engrama acerca de ir para a cadeira
eléctrica por ter cometido assassínio e, no entanto, ter um engrama
acerca de assassinar pessoas. O nível de necessidade sobe e esmaga,
analiticamente, todo o impulso para matar, pois o analisador sabe tudo a
respeito de cadeiras eléctricas. Quando o nível de necessidade não pode
subir, então está-se a lidar com um indivíduo de baixa dinâmica. Um
artista, terrivelmente aberrado quanto ao seu trabalho graças aos esforços
amáveis de críticos obsequiosamente cáusticos, pode no entanto erguer
o nível de necessidade pelos seus próprios meios para produzir mais
uma obra de arte, mandar para o diabo a tia que disse que ele tinha
posto queixos a mais no seu retrato e rasgou a sua obra em pedaços,
ou mandar para o diabo os críticos que lhe disseram que ele era jovem
de mais e o seu trabalho demasiado rápido. O nível de necessidade pode
subir muito acima da mente reactiva, por meio de "pura garra", como
diz o sargento dos fuzileiros navais. Se tiver demasiados restimuladores
presentes, se tiver sido demasiado maltratado pela vida, um indivíduo,
apanhado na espiral descendente de engramas reactivados, poderá chegar
finalmente a um ponto em que já não se pode manter saudável. Se esta
é a sua primeira decaída séria e se a decaída é profunda, aparecerá uma
420
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

doença psicossomática que se tornará mais ou menos crónica e, isto é


importante, ela virá directamente de um engrama de compaixão.
Todas as doenças psicossomáticas incluem, mesmo que seja menos
óbvio, comandos aberrativos, o que significa que uma pessoa que sofra
de doenças psicossomáticas, quer ela goste da ideia quer não, também
está a sofrer da aberração que faz parte do mesmo engrama.
Se o auditor quer encontrar os seguradores reais, as razões reais pelas
quais o seu caso parece resistir à recuperação, os factores aberrativos e
as doenças reais, ele procurará o aliado ou aliados, pois qualquer caso
poderá ter muitos. Ele terá de esgotar-lhes a emoção dolorosa de perda
ou repúdio e voltar imediatamente atrás, para encontrar os engramas
subjacentes.
A lém disso, lembre-se de que a mente reactiva não é suficientemente
esperta para compreender que dois lados da mesma pessoa são a
mesma pessoa. Assim, podemos ter Mamã-o-anjo-branco e Mamã-a­
-megera-rabugenta. Como o anjo branco, ela é seguida cegamente;
como a megera, ela é negada. O pai poderá ser Papá-o-beneficente e
o Papá-mata-bebés. E o mesmo acontece com todos os aliados. Mas
somente aquele aliado puro, absoluto, imutável que, resoluto e firme,
fez parar a mão fria e rígida da morte e que colocou ternamente na mão
moribunda da criança desgostosa a tocha viva e brilhante da vida (ou
pelo menos disse: "Pobre bebé, estás a sentir-te tão mal; por favor, não
chores") é o modelo, o exemplo, o ídolo de pés dourados com acesso
livre aos deuses. (Este era o Avô: ele bebia de mais e fazia batota no
jogo de cartas, mas a mente reactiva não o vê desse modo, porque o Avô
acompanhou o bebé através da sua pneumonia e fez tudo para ele se
curar: estas seriam boas acções, se ele não tivesse sido tão melodramático
a esse respeito e se não tivesse falado tanto enquanto o pobre garoto
estava "inconsciente".)
Questione habilmente o paciente a respeito do pai e da mãe: se
ele não se mostrar muito perturbado com as suas mortes (no caso de
terem morrido), se simplesmente mostrar-se indiferente em relação a
eles ou se ele mostrar os dentes, eles são antagonistas; os aliados estão
noutro lugar. Se a mãe e o pai forem considerados com indiferença,
com ira ou com propiciação, de certeza que o paciente passou um mau
bocado entre a concepção e o nascimento e mais tarde; e se este for
421
L1vRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

o caso, de certeza que haverá uma grande quantidade de aliados, pois


a criança tê-los-á procurado sempre que se arranhou ou feriu. Mas
normalmente não encontrará os aliados com meras perguntas. A mente
reactiva considera-os ouro puro, mesmo que os engramas em que eles
aparecem tenham somáticos suficientes para arruinar uma pessoa para
toda a vida. Ela esconde aliados. O auditor precisa de os procurar através
da descarga de emoção dolorosa. A morte, a partida de um aliado ou o
repúdio por um aliado é um engrama de emoção dolorosa certo. De um
modo ou de outro, trabalhando-o a partir de emoção dolorosa posterior
ou de engramas fisicamente dolorosos anteriores, o aliado acabará por
se revelar e poderá ser arquivado, como memória, nos bancos padrão e
apagado, como doença, no banco de engramas.
A solução de doenças psicossomáticas crónicas está, em grande
parte, no campo dos engramas de compaixão. Estes, no entanto, não se
apagarão cedo, pois são o baluarte interno atrás do qual a mente reactiva
se encolhe e observa o ataque às defesas externas pelos antagonistas. A
emoção dolorosa da perda de aliados mascara, às vezes, não apenas os
aliados, mas também os antagonistas. O engrama de compaixão não é,
nem de longe nem de perto, a única fonte de doença psicossomática,
mas é a fonte da doença psicossomática crónica.
A propósito, nada nesta dissertação a respeito de aliados deve ser
interpretado como significando que não se deve demonstrar amor a
uma criança. No passado, houve observadores que tiraram conclusões
precipitadas e questionáveis, ao pensarem que a afeição demonstrada
aberra uma criança. A falta de afeição poderá matá-la, mas o inverso
não é verdade. O único modo de um aliado poder aberrar uma criança
é falar com e mostrar compaixão por uma criança que está muito doente
ou "inconsciente" por causa de um ferimento. Se fizer isto, ele adultera a
personalidade da criança com a sua, cria uma possibilidade futura de
doença psicossomática e aberração, e poderá incapacitar a criança para
toda a vida (excepto, claro, se Dianética for aplicada). Dê o máximo do
seu amor a uma criança e faça o máximo por ela quando ela está saudável.
Faça com ela o que lhe agradar quando ela está saudável e diga o que
tiver vontade de dizer. Quando ela estiver doente ou magoada, a melhor
coisa a fazer é como diz o mestre dum navio: "Trata dela e mantém bico
calado!"
422
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

LEMBRANÇAS

A lenda do amuleto mágico, o talismã da sorte, a crença no feitiço, o


longo catálogo de fetiches e os objectos e maneirismos que se guardam
como lembranças são os "queridos" da mente reactiva.
Não há mal nenhum em que um homem tenha alguns lamas na sala
ou use suspensórios roxos e verdes ou esfregue bocas-de-incêndio para
dar sorte, nem há mal nenhum em se suspirar sobre o chinelo roubado
a uma senhora ou fumar charutos reles. Quaisquer Direitos do Homem
deveriam prover tais excentricidades. Mas o auditor pode usar estes
dados para detectar informação vital.
Em Dianética, a definição do termo lembrança abrange os objectos
e hábitos que são preservados por um indivíduo ou sociedade, por não
saberem que estes são extensões de um aliado.
Através do pensamento-identidade há restimuladores associativos para
cada restimulador no ambiente: aquelas coisas que estão ligadas ao
restimulador. Estando em branco sobre o assunto, a mente analítica,
informada pela reacção física de que um restimulador de alguma coisa
está por perto, depois capta o restimulador associativo, mas não selec­
ciona o restimulador real. (No Livro Dois, o sinal para o jovem tirar o
casaco era um toque na gravata: ele não citou a gravata na sua queixa; o
mais próximo que ele chegou desse restimulador foi a pessoa e as roupas
do operador hipnótico. Estes eram restimuladores associativos.)
Um restimulador para um engrama contra-sobrevivência poderia
ser uma luz eléctrica; o aberrado olha para o quebra-luz, o interruptor,
a sala ou a pessoa que está debaixo da luz, como uma fonte de irritação,
e além de desconhecer a presença de um restimulador, ele também
supõe que os próprios objectos associados contêm algum mal.
O restimulador associativo para um engrama contra-sobrevivência
não precisa de ter outro nome além deste, restimulador associativo. A dor
é a coisa, as coisas que estejam de algum modo associadas com a coisa são
essa coisa, são outras coisas, etc., é a equação reactiva que enche de medo
o mundo do aberrado e que o enche de ansiedade. Deixe uma criança
num lugar ou numa sala onde foi infeliz e ela poderá ficar doente, pois
está confrontada com algum restimulador e, na melhor das hipóteses,
ela pode explicar o seu medo, tal como o adulto, em termos de coisas que
4 23
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE D01s

não estão racionalmente ligadas ao restimulador. Este é o mecanismo


de restimulação engrâmica.
Na maioria das vezes, isso é terrivelmente desconfortável para
qualquer aberrado que, por mais que tente, não é capaz de dizer porque
não gosta de alguma pessoa, objecto ou local e que não consegue ligar
qualquer dos três ao item que é realmente o restimulador e que não sabe
que tem um engrama sobre isso. Este método de detectar engramas
não leva a lado nenhum, rapidamente, porque não se pode seleccionar
objectos, pessoas ou locais e saber que estes são restimuladores. Estes
poderão ser apenas os restimuladores associativos do item restimulador
real no ambiente. (A propósito, as palavras contidas em engramas e
qualquer outro restimulador exacto podem agir como um "botão de
pressão" sobre o aberrado, levando-o à acção ou à apatia se forem usados
sobre ele. No caso de serem palavras, isto tem de ser a palavra exacta; por
exemplo, pintado não servirá, quando o que está no engrama é pintor.
Contudo, aquilo que é pintado poderá ser um restimulador associativo
e o aberrado poderá declarar que não gosta disso; o facto de que não
gosta disso não significa que isso "pressionará os seus botões" e o fará
tossir, suspirar, ficar zangado, doente ou fazer a coisa que o engrama
que contém a palavra lhe diga que ele deve fazer.)
A lembrança é um tipo muito especial de restimulador. Embora
o auditor possa não encontrar muita utilidade para o restimulador
associativo, conforme se aplica a engramas contra-sobrevivência, ele
pode empregar a lembrança como um meio de localizar aliados.
A lembrança é qualquer objecto, prática ou maneirismo, que um ou
mais aliados usaram. Por pensamento-identidade, o aliado é sobrevivência;
qualquer coisa que o aliado usava ou fazia é, portanto, sobrevivência. A
valência do aliado é a valência que o aberrado usa com mais frequência.
Enquanto o Clear pode mudar-se, conforme a sua vontade e conveniência,
para valências imaginadas ou observadas por ele, podendo também sair
delas e estabilizar na sua própria valência conforme a sua vontade, o
aberrado anda a deslizar para dentro de valências sem o seu conhecimento
ou consentimento e estará, muito provavelmente, em qualquer valência
excepto na sua. A pessoa que parece ser uma pessoa diferente cada vez
que alguém a encontra ou uma pessoa diferente para cada indivíduo
que ela encontra, com valências especiais manifestando-se aqui e outras
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

manifestando-se ali, anda a mudar para várias valências vencedoras.


Se houver interferência nas suas mudanças, ela entra em valências
secundárias. Se for forçada a entrar na sua própria valência, ficará doente.
Compreende-se, obviamente, que todas as valências manifestam alguma
coisa da própria pessoa.
Mudar para valências de aliados é a prática fundamental do aberrado.
Ele sentir-se-á mais à vontade quando a sua própria valência está
adulterada, até certo grau, com uma valência aliada. Quando o aliado
ou pseudo-aliado não está disponível, o aberrado relembra a valência
do aliado por meio de lembranças. Estas lembranças são as coisas que o
aliado possuía, praticava ou fazia.
Muitas vezes, um aberrado associar-se-á inextricavelmente a um
pseudo-aliado, como no casamento, e depois fará a espantosa descoberta
de não estar emparceirado com a conduta de aliado óptima. (A mãe era
um aliado, a mãe fazia pão. A esposa é a pseudomãe, apesar de nem ele
nem ela o saberem; a esposa não faz pão. A mãe desaprovava o batom; a
esposa usa batom. A mãe deixava-o fazer o que queria; a esposa tem uma
atitude mandona. A esposa é a pseudomãe apenas porque tem tons de voz
semelhantes.) Então, o aberrado tenta, reactivamente e sem consciência
disso, levar a esposa ou companheira a entrar na valência do aliado ao
presumir que o momento do engrama de compaixão é o tempo presente
- uma mudança mecânica causada somente pela restimulação do engrama
de compaixão por causa dos tons de voz ou alguma coisa parecida - e
trata de manifestar o fantasma da doença, ferimento ou operação do
engrama, como uma doença psicossomática. A computação da mente
reactiva é simples - tal como o Simão Simplório - a pessoa obriga o
aliado a existir através da manifestação do somático pelo qual o aliado
mostrava compaixão. Isto também pode ser um esforço para colocar
um companheiro, em quem a mente reactiva pensa ter descoberto um
amigo-inimigo ambivalente, na valência de compaixão. A esposa é cruel.
A mãe foi cruel até ao ferimento, depois tornou-se amável. Se manifestar
o ferimento como uma doença psicossomática crónica, a esposa será
amável. Mas na realidade, a esposa não se torna mais amável, portanto, a
computação torna-se mais forte, a doença torna-se mais forte e lá vamos
nós na espiral descendente vertiginosa. A doença psicossomática também
é uma negação de perigosidade, uma declaração de vulnerabilidade - uma
425
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE D01s

pequena amostra de morte simulada, a paralisia do medo: "Não represento


uma ameaça para ti. Estou doente!"
O aberrado, ao tentar obter compaixão e negar que ele é perigoso,
entra na valência que ele teve na altura em que ocorreu o engrama de
compaixão. Claro que a sua própria valência é complicada pela etiqueta
de idade e pelo somático do engrama, no qual ele era imaturo e não
estava bem.
A doença psicossomática também é uma lembrança, ou seja, esta
é evocativa de um tempo em que ele recebeu amor e carinho, e em
que isto lhe foi dito. É claro que ele precisa tanto disso quanto precisa
de ser atingido por uma bomba atómica, mas esta é a "sobrevivência"
excelente e sólida da mente reactiva, e a mente reactiva vai fazer com
que ele sobreviva, mesmo que isso seja a sua morte.
Tudo isto é mecânico e, na realidade, é meramente a restimulação de
um engrama, mas pode ser mais bem compreendido como uma ordem
inferior de computação.
Na ausência de um aliado, e mesmo na presença do aliado, ele usa
mímica reactiva. A mímica consciente é um meio de aprendizagem
maravilhoso. A mímica reactiva adultera muito a personalidade.
Reactivamente, ele no passado teve um aliado e imita o aliado.
Conscientemente, ele até poderá nem se lembrar do aliado ou dos seus
hábitos.
Lembre-se que o aliado é alguém que entrou no mundo interior da
mente, quando o analisador estava desligado por doença, ferimento
ou operação, e ofereceu compaixão ou protecção. O aliado é parte do
engrama de compaixão. Se uma criança teve avós de quem gostava e teve
a sorte de não ficar doente perto deles ou de os ouvir falar em termos
compassivos quando estava doente ou ferida, os avós continuariam a
ser muito amados. Em Dianética, um aliado é somente alguém que
ofereceu compaixão ou protecção num engrama. Não precisamos de ter
engramas para sermos amados ou amar; muito pelo contrário, somos
mais bem amados e amamos mais sem engramas.
A lembrança, sob o ponto de vista de Dianética, só se aplica ao
aliado e é um objecto, uma prática ou um maneirismo semelhante a um
objecto, uma prática ou um maneirismo do aliado.
426
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

O aliado fumava charutos reles, por isso, o aberrado poderá fumar


charutos reles, independentemente do que estes fazem à sua garganta ou
à sua esposa. O aliado usava chapéu-de-coco; a senhora aberrada adora
trajes de montar, sem jamais ter montado um cavalo. O aliado fazia tricô;
o aberrado especializa-se em usar roupas de malha, ou quando é uma
senhora pelo menos finge tricotar e às vezes pergunta-se porque é que
começou a fazê-lo, pois é péssima nisso. O aliado proferia blasfémias; o
aberrado usa a mesma blasfémia. O aliado limpava o nariz na manga e
metia os dedos no nariz; o aberrado limpa o nariz num smoking e mexe
nas narinas.
A lembrança poderá ser uma coisa que relembra um aliado puro ou
poderá ser uma coisa que relembra o lado amigável de um amigo-inimigo
ambivalente. E poderá ser uma valência vencedora, que também
era ambivalente em relação ao aberrado. A lembrança nunca é um
restimulador associativo, no sentido de que faz lembrar algum
antagonista, pois os restimuladores associativos são detestados.
A lembrança mais crónica, o hábito mais constante, a prática ou
maneirismo do preclear é uma seta que aponta directamente ao aliado
puro. E o aliado puro é aquele que a mente reactiva defenderá até ao
nível mais alto de uma torre de menagem sitiada. E esse é o alvo do
auditor. Ele poderá ter de aliviar a maior parte do banco de engramas,
antes de poder apagar o engrama que seja mais provável de aberrar o
indivíduo, de impor-lhe práticas estranhas e de o tornar cronicamente
doente.
Observe o seu preclear e veja quais são as coisas que ele faz e diz que
são estranhas à sua personalidade, coisas que ele faz mas de que parece
não gostar muito. Veja o que ele usa e quais os seus maneirismos. No
meio desta colecção você poderá, com perguntas discretas, evocar um
aliado que ele tinha esquecido e, assim, alcançar rapidamente o engrama
de compaixão que contém o aliado; ou procurar obter uma descarga
emocional, o engrama de emoção dolorosa da perda daquele aliado, a
sua doença ou incidentes relativos a ele.
Outra lembrança, bastante especial, é a que vem de um comando
como: "Vou morrer se tu não ... " Por exemplo, pais que suspeitam
da paternidade, enquanto espancam ou perturbam as mães, às vezes
afirmam que matarão a criança, se esta não for exactamente como o pai.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE D01s

Este é um tipo de lembrança muito infeliz, para não dizer que costuma
ser um engrama bastante mau; este pode chegar ao cúmulo de modificar
a estrutura, fazer narizes compridos ou provocar a falta de cabelo; poderá
compelir um aberrado para uma profissão que ele não admira e tudo
isso é devido ao comando engrâmico de que ele tem de ser como o pai.
Por esse tipo de comando ser usualmente dado antes do nascimento,
este é muitas vezes dirigido, por ignorância, a uma menina, pois os
pais normalmente não estão dotados de clarividência; em tal caso, este
comando produzirá uma modificação estrutural notável numa mulher
e formará alguns maneirismos invulgares, "ambições" (como o cão que
leva pancada se não for buscar o pato) e alguns hábitos que são, no
mínimo, espantosos. O pai, depois do nascimento, para concretizar a
reactivação de tal engrama, tem de ser bastante ambivalente, para que
ocorra a computação amigo-inimigo. Não ser como o pai é morrer:
para forçar o pai a ser quem ele era no seu engrama de compaixão, a
mente reactiva tem de manifestar a lembrança da doença. Lembrança
e parecença são a resposta para tal computação. E lembre-se que todas
as computações desse tipo não são simples, mas tornam-se ainda mais
complexas com a adição de dúzias de outras computações engrâmicas.
O amigo-inimigo é bastante fácil de encontrar como inimigo; não é
muito difícil de encontrar como amigo. A técnica standard, com a sua
Técnica de Repetição, o retorno, etc., acabaria por localizar, só por si,
qualquer engrama e apagaria o banco de modo que este rearquivasse
correctamente. O uso da lembrança facilita a audição.
No caso do aliado puro, o campeão da verdade, a técnica standard
também acaba por lá chegar. Mas como o uso da lembrança às vezes suaviza
o caminho nesse caso! Pois a lembrança poderá ser tão alarmantemente
estranha como um elefante na gaiola de um passarinho. É preciso ter
um verdadeiro aliado, para manter alguns desses hábitos esquisitos.
Avalie o preclear pelo seu ambiente, pela sua educação, pela sua
sociedade e profissão. Veja o que parece não encaixar entre as coisas
que ele usa, os objectos que ele adora e os maneirismos que os seus
amigos consideram tão estranhos. Depois averigúe se ele ou o cônjuge
sabiam de alguém que fizesse essas coisas ou que gostasse dessas coisas.
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

Não pressuponha de tudo isto, que o nosso Clear se descartou de


todos os maneirismos estranhos. O autodeterminismo é a individuali­
dade extrema; a personalidade é inerente e, revelada pelo Aclaramento,
esta eleva-se muito acima do aberrado. Os engramas comprimem um
homem e tornam-no pequeno e medroso. Num estado Liberado, o seu
poder entra em jogo. Para um homem, o engrama de compaixão é como
uma muleta quando ele tem duas pernas fortes. Mas o preclear chora e
soluça quando perde o velho Tio Gastão, cujo hábito de cuspir no chão,
ao ser transplantado, surpreendeu tanto os amigos e companheiros de
trabalho do nosso preclear. Porém, o desgosto é breve, dura apenas a meia
hora que usualmente leva para percorrer o engrama de compaixão até
ao apagamento. Subitamente, o preclear recorda o Tio Gastão, recorda
um milhão de coisas que o Tio Gastão e ele costumavam fazer, pois o
engrama tinha deixado o Tio Gastão ocluso entre aquelas coisas que
estavam fora da vista do "Eu". Embora o engrama possa ter dito: "Está
bem, pronto, vai ficar tudo bem, Guilherme. Vou tomar conta de ti. Não
estrebuches tanto. Tu vais ficar bom. Pronto, pronto, pronto. Pobre
coitadinho. Pobre coitadinho. Que erupção terrível que tu tens! Estás
com muita febre. Pronto, pronto Guilherme. Enquanto eu estiver aqui,
tu vais estar bem. Vou tomar conta do meu Guilherme. Agora dorme.
Dorme e esquece isso." E o Guilherme estava "inconsciente" durante
todo este tempo e nunca "soube" disto. Depois, ele arranjou um sócio
que se parecia com o Tio Gastão (mas que por acaso era um idiota) e
quando faliu ele desenvolveu, de algum modo, uma erupção cutânea,
uma tosse crónica e tornou-se muito "febril" em relação aos assuntos dos
seus negócios. Começou a cuspir no chão sem importar onde estivesse
e a sua saúde piorou e ele piorou, mas se antes de entrar em terapia, lhe
tivessem perguntado se ele teve alguns tios, ele teria sido muito vago.

"Dá-me uma resposta relâmpago", diz o auditor. "Quem costumava


cuspir no chão?"

"O Tio Gastão", responde o preclear. "Meu Deus, isto é engraçado


(limpa a garganta ruidosamente e cospe). Há anos que não pensava
nele. Mas ele raramente estava por perto. (Não esteve mais do que
dez anos seguidos, como o auditor pôde descobrir.) Acho que ele não é
L1vRo TRÊS � CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

importante. Vamos falar da Sra. Açoitada, aquela professora que eu


.
tive ... "
"Agora, vamos voltar ao tempo em que o Tio Gastão te ajudou ", diz
o auditor. "A banda somática irá agora para trás ao tempo em que o
teu Tio Gastão te ajudou."
"Estou a sentir-me como se a minha pele estivesse a arder!" queixa-se
o preclear. "Isto deve ser ... Eh, isto é a minha alergia! Mas não vejo
ninguém. Não... Espera, estou a apanhar uma impressão de alguém.
Alguém ... Ora, é o Tio Gastão!" Ele percorre isso e a erupção cutânea
desaparece.

Mas talvez o auditor tivesse de apanhar cem engramas antes de obter


este. E então o preclear subitamente lembra-se dele e do Tio Gastão e
da ocasião - mas prossiga com a terapia.
Ser capaz de lembrar-se completamente parece ser um sinónimo de
sanidade completa. Mas não suponha, só porque um Clear se livra dos
seus Tios Gastões e do hábito que ele tinha de cuspir no chão, que ele
agora já não se entregará a qualquer excentricidade. A diferença é esta: ele
já não é compelido à excentricidade sem o seu consentimento. Meu Deus,
o que uma mente Aclarada pode inventar para que não fique entediada!

O QuE FAZER SE UM CAso DEIXA DE PROGREDIR


Mesmo nos casos mais fáceis haverá ocasiões em que o progresso parece
deter-se. Aqui está uma lista de possíveis razões:
1. O preclear não se está a mover na linha do tempo, apesar das
aparências, mas está sujeito a um dos cinco tipos de comando
que podem inibir a sua movimentação ou informação livres.
O mais comum desses comandos é o segurador e o preclear
poderá encontrar-se num engrama e numa valência estranha.
2. Há um desligamento emocional ou de dor. Estes podem
ser sempre detectados, mesmo no começo de um caso. Os
músculos do paciente irão tremer ou estremecer quando ele
está num engrama, mas ele não sentirá o somático: isto é
inevitavelmente um desligamento de dor. Fora da terapia,

430
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

o paciente poderá estar muito tenso, os músculos do pescoço,


particularmente, poderão estar rijos: isso é muitas vezes um
desligamento emocional. Qualquer uma destas condições
pode ser observada em muitos aberrados, antes do começo da
terapia. Se estas aparecerem enquanto a terapia está a decorrer,
procure desligamentos de dor ou de emoção.
3. Há um exagerador de emoção e um desligamento de dor, de
forma que o paciente chora por tudo e por nada, mas remexe-se
e contorce-se quando lhe pedem para se aproximar da dor. Ele
está a sentir emoção, sem sentir a dor.
4. Há uma carga emocional nalguma área, que não foi descar­
regada, mas que está pronta para descarregar. Ou, inversamente,
se tem tentado conseguir uma descarga emocional num engrama
de emoção dolorosa recente e não tem tido sucesso, há um
desligamento de sensação na área pré-natal.
5. O Código do Auditor foi quebrado. Mude de auditor ou reduza
os momentos em que o código foi quebrado.
6. O paciente tem um transtorno emocional na sua vida, na altu­
ra da terapia. Questione-o mui to atentamente e, se possível,
remova a carga do transtorno emocional como um engrama.
7. O auditor não entendeu um ponto importante neste livro.
Estude-o.

QuANno UM CAso "REcusA-sE" A F1cAR BoM


Já há muito tempo que é uma ideia popular, mesmo que errónea, que as
pessoas têm o desejo de reter as suas neuroses. Em qualquer caso que
"resista" à terapia, de certeza que são os engramas que estão a resistir,
não o paciente; portanto, não ataque o paciente, mas sim os engramas.
Há muitas computações que dão a aparência de resistência. A mais
comum delas é a computação de aliado, que provém de engramas
contendo aliados que parecem suplicar ao paciente para que não se
livre de nada. Uma situação comum é aquela em que algum parente
ou amiga da mãe está a aconselhá-la contra o aborto do bebé. O aliado
está a suplicar: "Não te livres dele!" O preclear sabe que essa pessoa é
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE Dois

um amigo de primeira ordem. O preclear poderá interpretar isso como


significando que ele não se deve livrar dos seus engramas.
Outra computação é a estupidez de computação, no qual o preclear
começa a acreditar que ficará estúpido ou sem cabeça, se desistir dos
engramas. Isto provém, por exemplo, de a mãe dizer que perderá a
cabeça, se perder a criança: ela refere-se ao bebé como "ele". Poderá
aparecer uma cadeia inteira desses incidentes num caso, dando ao
preclear a ideia de que se ele se separar de algum engrama, ele perderá a
cabeça. Esta é a razão primária pela qual as escolas do passado acreditaram
que a mente se compunha de neuroses, em vez de uma personalidade
inerente. Os engramas, embora desconhecidos, pareciam ser muito
valiosos, mas não são - nenhum deles.
Uma outra computação é relativa ao secretismo. Parece ao preclear
que a sua vida depende de manter algum segredo. Isto é comum num
caso em que a mãe tinha um amante. Tanto a mãe como o amante
impõem secretismo. O preclear, obedecendo a comandos engrâmicos,
acredita ter muito a perder se contar este segredo, embora aqueles que o
impuseram nem estivessem cientes da presença dele ou, caso estivessem,
não sabiam que ele estava a "ouvir". Uma computação de secretismo
provém do medo que a mãe tem de dizer ao pai que ela está grávida; se
a mãe é um aliado da criança, então a criança será extremamente ciosa
deste tipo de engrama.
Todos os casos têm uma ou mais computações que inibem a entrega
de engramas. Alguns têm todas as computações acima indicadas e ainda
mais. Isto não preocupa muito o auditor, pois através da Técnica de
Repetição, ele pode abrir o banco de engramas.

DROGAS

Os chamados hipnóticos não têm grande aplicação em Dianética


excepto, ocasionalmente, quando o paciente é psicótico e se emprega a
narcossíntese. Quando falamos de hipnóticos, referimo-nos a preparados
como fenobarbital, hioscina, ópio e por aí fora. Estas drogas produtoras
de sono são indesejáveis, excepto apenas como sedativos e se forem
administradas como sedativos por um médico. Qualquer paciente que
precise de um sedativo já tem um médico cujo ofício é tratar disso. O
auditor não deve, então, ocupar-se de hipnóticos ou de qualquer coisa
43 2
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

que produza sono. Alguns preclears irão implorar drogas para dormir
para "facilitar a terapia", mas qualquer uma dessas drogas é um anestésico
e desliga os somáticos, inibindo a terapia. Além disso, ninguém, a não
ser o insano, deve ser trabalhado em transe amnésico, particularmente
em transe de drogas, pois a tarefa é mais longa do que o necessário e os
resultados lentos, como se explica noutra parte deste livro. Dianética
desperta as pessoas; não tenta drogá-las nem hipnotizá-las. É por esta
razão que a droga hipnótica não tem valor para o auditor.
Não se deve fazer a vontade aos pacientes que desejem levar uma
pancada na cabeça com um pedaço de tubo galvanizado ou que desejem
ser postos num transe profundo de algum outro modo, mesmo quando
eles, por graça, vos apresentem o seu próprio pedaço de tubo.
O truque é pôr o "Eu" em contacto com o arquivista. Todos os
hipnóticos actuam para desligar o "Eu". Embora o arquivista possa ser
alcançado e o sónico e visio estejam disponíveis, e mesmo quando, com
muito trabalho, se possa efectuar o Aclaramento desse modo, até o caso
mais "desesperado" é mais bem trabalhado através do contacto com o
"Eu"; o trabalho é mais rápido, mais satisfatório e menos penoso.
Quando se descobre a ciência da mente, encontra-se inevitavelmente
muitas outras coisas que não cabem propriamente no seu âmbito. Entre
estas está a confusão que, por ignorância, tem existido sobre hipnóticos.
Essas coisas rotuladas de "hipnóticos", como as acima nomeadas,
não são de modo nenhum hipnóticos, mas sim anestésicos. E as coisas
rotuladas de anestésicos não são anestésicos, mas sim hipnóticos. Isto
tornar-se-á extremamente claro para o auditor, quando ele der por si a
ficar enleado com o seu primeiro engrama "anestésico" de óxido
nitroso nalgum preclear. Talvez tenha havido outro engrama em que
foi ministrada morfina durante dias ou mesmo semanas, deixando o
paciente num torpor que, pela definição de "hipnótico", deve ter sido
um transe: o material aberrativo estará presente, mas verificar-se-á ser
leve em comparação com o engrama de clorofórmio ou de óxido nitroso.
Éter, clorofórmio e óxido nitroso os "anestésicos" - põem o paciente
num transe hipnótico profundo: o banco reactivo está completamente
aberto e toda a recepção é nítida, clara e extremamente aberrativa. Dos
três, o óxido nitroso é de longe o pior, não sendo de modo nenhum
um anestésico que embotaria a dor, mas sim um hipnótico de primeira
433
LrvRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE Dors

classe. Com o óxido nitroso, a dor é arquivada e o conteúdo arquivado


com uma fidelidade alta e brilhante. Há alguns anos, um investigador
interrogou-se sobre se o óxido nitroso causaria a deterioração do cérebro.
Felizmente, os cérebros não se deterioram assim tão facilmente; mas
o óxido nitroso produz, de facto, engramas particularmente severos.
Os engramas recentes mais sérios que o auditor encontrará poderão
incluir, no topo da lista, um engrama de óxido nitroso dentário, cirúrgico
ou obstétrico. Engramas de óxido nitroso são particularmente maus
quando envolvem a extracção de dentes; com frequência, estes formam
os engramas mais severos na vida recente. À parte do facto de que, no
passado, todos os dentistas têm falado de mais e têm tido consultórios
demasiado barulhentos, com sons da rua, água a correr e correias de broca
a bater, o óxido nitroso não é de modo nenhum um anestésico e aguça a
dor, em vez de a diminuir.
Pelo contrário, o óxido nitroso constitui um excelente hipnótico
para a terapia institucional. Este está longe de ser o melhor que se pode
obter dos químicos, isso é de certeza, pois algum químico brilhante
será certamente capaz de produzir um bom gás hipnótico, agora que
Dianética é conhecida e que se compreende que este é necessário nos
manicómios.
Existem, contudo, algumas drogas que auxiliam a rêverie. A mais
comum e mais fácil de conseguir é o café simples e forte. Uma chávena
ou duas, ocasionalmente, despertam o analisador o suficiente para
que possa penetrar nas camadas mais profundas de "inconsciência". A
Benzedrina e outros estimulantes comerciais têm sido usados com algum
sucesso, particularmente em pacientes psicóticos. Estes despertam a
mente o suficiente para permitir-lhe superar os comandos engrâmicos.
Estes estimulantes comerciais têm a desvantagem de gastar uma
quantidade "Q" na mente.
Esta quantidade Q não tem sido muito estudada. É como se o
cérebro queimasse uma certa quantidade de Q quando está a esgotar
engramas. Por exemplo, a terapia todos os dias poderá trazer resultados
mais rapidamente, mas também trará algumas sessões insípidas. A terapia
de dois em dois ou de três em três dias produz, conforme observado,
os melhores resultados. (A terapia uma vez por semana permite que os
engramas decaiam e atrasa um caso, sendo uma semana tempo de mais.)
434
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

A Benzedrina queima o Q. Após algumas sessões com Benzedrina, a


provisão actual de Q esgota-se e tem-se observado que o trabalho se
deteriora até que seja ministrada uma dosagem mais elevada - e há um
limite restrito para isso - ou até que seja fabricado mais Q.
Aqui, com tudo isto, é preciso incluir um facto importante e vital.
Este devia estar numa página separada e sublinhado.

TODOS OS PA CIENTES QUE ESTÃO EM TERAPIA DEVEM


RECEBER UMA DOSE DE VITAMINA B 1 , ORALMENTE OU POR
~ ,,
INJECÇA O, NUM MINIMO DE I O MG POR DIA.

Reduzir engramas gasta o Q, que parece depender até certo ponto


da vitamina B 1 • Pode ter a certeza absoluta de que um paciente, que não
esteja a tomar vitamina B 1 , terá pesadelos. Se tomar doses amplas desta,
ele não terá quaisquer pesadelos. As ocorrências de delirium tremens
provavelmente são causadas por um desgaste semelhante de quantidade
Q. A melhor maneira de tratar o delirium tremens é com vitamina B 1 e
Dianética. Observou-se que uma coisa parecida com delirium tremens
se desenvolvia, numa escala muito pequena, nalguns pacientes que
descuravam a sua vitamina B1 • Quando a tomam, eles são bem-sucedidos
na terapia.
O álcool raramente é um auxílio para o auditor. De facto, o álcool
raramente serve de auxílio a quem quer que seja. Uma substância depressiva
que é classificável, na melhor das hipóteses, como um veneno, o álcool tem
como única virtude o facto de ser altamente tributável. Todos os alcoólicos
são alcoólicos devido aos seus engramas. Todos os alcoólicos, a menos que
tenham danificado os seus cérebros - este caso apenas é citado aqui por ser
possível, não porque a pesquisa de Dianética tenha demonstrado qualquer
evidência real - podem ser Liberados. O alcoolismo é engrâmico. Este
tornou-se, de maneira muito compreensível, uma classe de aberração
contagiosa, pela qual a mente reactiva confunde o álcool com "ser bom
companheiro", "divertir-se" ou "esquecer as mágoas". Algumas dessas
coisas também podem ser conseguidas com estricnina e cianeto. O álcool
tem as suas aplicações: pode-se pôr especímenes de rãs e coisas dessas
dentro deste, pode-se usá-lo para limpar os germes das agulhas, este arde
bem nos foguetes. Mas não passaria pela cabeça de ninguém preservar
o próprio estômago num frasco de vidro e, a menos que seja insano,
435
L1vRo TRÊS � CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

ninguém pensaria que ele era uma agulha. Embora alguns bêbados
pensem que agem como foguetes, observou-se que poucos atingiram uma
altitude maior do que o chão. Além de ser um estimulante-depressivo
medíocre, também é um hipnótico, no sentido mais exacto: aquilo que é
feito a um bêbado, toma-se um engrama.* O alcoólico crónico está física e
mentalmente doente. Dianética pode Aclará-lo ou mesmo simplesmente
Liberá-lo sem demasiado trabalho, pois aparentemente o efeito de viciação
do álcool não é fisiológico. Com uma gama tão vasta de produtos químicos
à disposição, a partir da qual pode escolher estimulantes e depressivos,
a razão por que o governo prefere legalizar um composto dos mais
aberrativos e dos menos estimulantes é um problema para os melhores
matemáticos, possivelmente para aqueles que lidam exclusivamente com
questões de impostos sobre o rendimento. O ópio é menos nocivo, a
marijuana não é apenas menos prejudicial ao corpo, como também é
melhor para manter um neurótico a produzir, o fenobarbital não embota
tanto os sentidos e produz menos consequências, o cloreto de amónia e
muitos outros estimulantes produzem mais resultados e são um pouco
menos severos para a anatomia. Mas não, os engramas, que têm vindo a
contagiar-se desagradavelmente desde a primeira fermentação rudimentar
que embebedou um dos nossos antepassados, decretam que o álcool
é a única coisa que se deve beber quando se quer "esquecer tudo" e
"divertir-se". Na verdade, não há nenhum mal no álcool, excepto que
depende principalmente de engramas e de outra publicidade para o seu
efeito e, fora disso, é notavelmente inferior em termos de actuação: o facto
de produzir engramas tão aberrativos é, provavelmente, a principal razão
da sua fama e infâmia. Tornar uma droga imoral e outra tributável é um
exemplo do engrama de álcool na sociedade. Contudo, embora o álcool
seja imensamente legal, é duvidoso que o auditor encontre qualquer uso
para este na terapia.
E por falar em drogas, aquela nota de três mil ciclos que uma pessoa
sente nos ouvidos provém de um eng rama de óxido nitroso ou das
quantidades de quinina que a mãe tomou, antes de a pessoa nascer,
na esperança de não vir a ser mãe, enquanto dizia ao mesmo tempo:
* Não estou a ser pago pela WCTU para escrever isto; apenas acontece que tive de
Aclarar demasiados alcoólicos.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

"Isto faz os meus ouvidos zumbirem tanto e isto simplesmente continua


a zumbir e a zumbir e a zumbir e nunca mais pára!"

AUTOCONTROLO
Desde o começo da pesquisa de Dianética, há doze anos, a maior parte
dos pacientes tem tido alguma crença de que podia trabalhar o seu caso
sob "autocontrolo".
Não compreendendo que um auditor só está interessado no que foi
feito ao paciente, não no que foi feito pelo paciente, algum acanhamento
ou culpa imaginada muitas vezes suscita esta esperança vã de poder
realizar a terapia sozinho.
Isso não pode ser feito. Esta afirmação é categórica e é um facto
científico. O auditor é necessário por um grande número de razões. Ele
não está ali para controlar ou dar ordens ao preclear, mas para escutar,
para proporcionar insistência, para computar a dificuldade que o preclear
está a ter e remediá-la. O trabalho é feito com base nestas equações:
A ~
AS DINAMICAS DO PRECLEAR SAO MENORES DO QUE A FORÇA
NO SEU BANCO REACTIVO.
A A
AS DINAMICAS DO PRECLEAR MAIS AS DINAMICAS DO AUDITOR
SÃO MAIORES DO QUE A FORÇA NO BANCO REACTIVO DO
PRECLEAR.
; ;
A MENTE ANALITICA DO PRECLEAR E DESLIGADA SEMPRE
;
QUE ELE ALCANÇA UM ENGRAMA E, DEPOIS, ELE E INCAPAZ
;
DE PROSSEGUIR E DE RECONTA-LO AS VEZES SUFICIENTES
PARA O DESCARREGAR, SEM A ASSISTENCIA DO AUDITOR.
; ;
A MENTE ANALITICA DO PRECLEAR MAIS A MENTE ANALITICA
;
DO AUDITOR PODEM DESCOBRIR ENGRAMAS E RECONTA-LOS.

Há outra equação, que não foi mencionada em nenhuma outra


parte, mas que é pertinente ao Código do Auditor, que demonstra
matematicamente a necessidade desse código:

A FORÇA DO BANCO DE ENGRAMAS DO PRECLEAR MAIS A


; ~
FORÇA DA MENTE ANALITICA DO AUDITOR SAO MAIORES DO
; A
QUE A MENTE ANALITICA E AS DINAMICAS DO PRECLEAR.

437
L1vRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

Isto explica a necessidade de nunca atacar o preclear pessoalmente.


Explica também o comportamento do aberrado, usualmente sob ataque
na vida e a razão por que ele fica irado e apático, pois esta equação
esmaga o seu analisador.
Estas equações demonstram leis naturais verdadeiras.
No autocontrolo, o preclear tenta atacar uma coisa que nunca
foi superada pelo seu analisador, embora o seu analisador nunca
tenha tentado, interiormente, fazer outra coisa que não fosse atacar
esse banco enquanto o analisador pudesse operar. O facto de que o
analisador do preclear se desliga, sempre que ele entra numa área de
"inconsciência", foi a razão pela qual os engramas puderam apoderar-se
dele e usá-lo como um fantoche quando eram restimulados - estes
engramas simplesmente desligavam o analisador.
Muitos esforços têm sido feitos por muitos pacientes para pôr
Dianética num nível de autocontrolo. Todos falharam e, até à data,
acredita-se que isto é total e completamente impossível. O preclear
em rêverie autocontrolada poderá ser capaz de alcançar alguns locks:
pode certamente alcançar experiências agradáveis e conseguir recordar
dados por retorno, mas não consegue atacar os seus próprios engramas
sem uma combinação standard de auditor-preclear.
À parte da rêverie de Dianética, alguns preclears têm sido sufi­
cientemente tolos para tentar a auto-hipnose e, assim, alcançar os seus
engramas. O hipnotismo, sob qualquer forma, não se justifica em
Dianética. A auto-hipnose usada em Dianética está provavelmente tão
perto de masoquismo infrutífero quanto se pode chegar. Se um
paciente se põe em auto-hipnose e faz regressão de si mesmo, num
esforço para alcançar a doença, o nascimento ou pré-natais, a única coisa
que ele conseguirá é ficar doente. Claro que as pessoas irão tentá-lo.
Uma vez que tenha começado a fazer campanha a favor da ideia do
autocontrolo, não há ninguém que fique convencido enquanto não tiver
tentado. Mas assegure-se de que tem um amigo e este livro à mão, para
que ele possa auditar-lhe as dores de cabeça e as outras coisas que se
ligam subitamente.
A rêverie de Dianética, que significa que há um auditor presente,
não é perigosa nem severa. O autocontrolo é, com frequência, muito
desconfortável e infrutífero. Não deve ser tentado.
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Só o Clear pode autocontrolar toda a sua linha do tempo até à


concepção e ele faz isso quando quer dados específicos de alguma época
da sua vida. Mas ele é Clear.

ALTERAÇÕES MENTAIS ÜRGÂNICAS

Há diversas coisas que podem acontecer ao sistema nervoso, incluindo


o cérebro, que podem causar mudanças estruturais. Em Dianética, estas
chamam-se alterações mentais orgânicas. Não são chamadas "neuroses
orgânicas" ou "psicoses orgânicas", porque a alteração de estrutura
não produz, necessariamente, aberrações. Houve uma confusão no
passado, entre o comportamento causado por diferenças orgânicas e o
comportamento causado por engramas. Esta confusão surgiu porque
o banco de engramas e a mente reactiva não eram conhecidos.
Qualquer ser humano com uma alteração mental orgânica também
tem engramas. O comportamento ditado pelos engramas e a acção causa­
da pela alteração são coisas diferentes. Os engramas são portadores
de dramatizações, delusões, birras e várias ineficiências. As alterações
estabelecem incapacidades de pensar, percepcionar, gravar ou recordar.
Por exemplo, poderão ser incluídos novos filtros e circuitos, no aparelho
de rádio, que mudam e alteram o seu desempenho e que o reduzem em
relação ao óptimo; estes seriam os engramas. As válvulas ou circuitos
originais do aparelho de rádio poderão ser removidos ou alguns dos fios
poderão ser cruzados; isto seria alteração mental orgânica.
As fontes de alteração mental orgânica são as seguintes:

1. Variação do plano genético estrutural, devido a um padrão


genético modificado. Algumas partes do corpo cresceriam
de mais ou de menos, para estabelecer alguma alteração de
estrutura. Esta usualmente é uma alteração tão grande que
se torna óbvia. Os débeis mentais, etc., poderão sofrer de
engramas ou de um plano genético alterado, mas normalmen­
te sofrem de ambas as coisas.
2. A alteração do sistema nervoso por doença ou excrescências,
que se dividem em duas classes:
a. Destruição por doença, como na paresia.
b. Construção adicional, como no caso de tumores.
439
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE D01s

3. Alteração do sistema nervoso por drogas ou venenos.


4. Alteração por disfunção física, como no caso de um "acidente
vascular cerebral", em que certos tecidos são inibidos ou
destruídos.
5. Mudança física na estrutura devida a ferimento, como no caso
de um ferimento na cabeça.
6. Alteração de estrutura por cirurgia, como uma necessidade
para remediar um ferimento ou doença.
7. Alterações iatrogénicas (causadas pelos médicos) efectuadas
devido a uma incompreensão da função cerebral. Estas podem
ser divididas em duas classes:
a. Cirúrgica, incluindo coisas como a leucotomia tran­
sorbital, a lobotomia pré-frontal, a topectomia e assim
por diante.
b. Todos os tipos de "terapias" de choque, incluindo
o electrochoque, o choque de insulina, etc., etc., etc.,
etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc., etc.
As seis primeiras fontes de alteração mental orgânica são mui to
menos comuns do que se tem suposto. O corpo é um mecanismo
extremamente robusto e os seus meios de reparação são enormes. Se
for possível levar um indivíduo a falar ou a seguir ordens minimamente,
é concebível que as técnicas de Dianética possam ser aplicadas para
reduzir os engramas no banco de engramas, ocasionando uma melhoria
considerável na condição e capacidade mental do indivíduo. Quando
essas várias fontes são tão severas que inibem qualquer uso da terapia,
e quando for certo que não é possível nenhum recurso à terapia e que é
totalmente impossível alcançar o banco de engramas através da técnica
standard, hipnotismo ou drogas*, pode-se considerar que tais casos
estão para além da ajuda de Dianética.
A categoria 7 apresenta outro problema. Temos aqui a experi­
mentação selectiva em acção e seria completamente impossível
conceber, sem meses de estudo dos sujeitos experimentais, quantas
qualidades e variedades de operação foram realizadas e quantos choques
estranhos e bizarros foram usados.
* Ver mais adiante, Conselhos ao Auditor.
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

Todas as alterações iatrogénicas do sistema ner voso podem ser


consideradas sob o título de "capacidade reduzida" ou, por outras
palavras, a incapacidade. Em cada caso, algo foi feito para reduzir a
capacidade do indivíduo para percepcionar, gravar, recordar ou pensar.
Qualquer uma destas coisas complica um caso para Dianética, mas não
impede, necessariamente, Dianética de funcionar.
Nos casos de choque, tais como electrochoque, o tecido poderá ter
sido destruído e os bancos de memória poderão ter sido baralhados de
algum modo, a linha do tempo poderá estar alterada e poderão existir
outras condições.
Em todas essas alterações iatrogénicas, os resultados de Dianética
devem ser considerados equívocos.

MAS EM TODOS ESSES CASOS, PARTICULARMENTE NOS DE


ELECTROCHOQUE, DIANETICA DEVE SER USADA DE TODAS
,,
AS MANEIRAS POSSIVEIS NUM ESFORÇO PARA MELHORAR O
PACIENTE.

Todos os choques e operações devem ser tomados pelo que são:


engramas.

NENHUMA PESSOA QUE POSSA DESEMPENHAR TAREFAS DE


~ ,,
ROTINA OU CUJA ATENÇAO POSSA SER ATRAIDA E FIXADA
DEVE SENTIR DESESPERO OU SER CONSIDERADA UM CASO
PERDIDO.

Qualquer pessoa que tenha sido sujeita a tal tratamento poderá não
ser capaz de alcançar a eficiência mental óptima, mas poderá ser capaz
de chegar a um nível de racionalidade até mesmo acima do normal
corrente. A coisa a fazer é tentar. Apesar do que aconteceu ou do que
foi feito, poderá haver, na grande maioria dos casos, uma possibilidade
de excelente recuperação.*
* As tentativas de aborto às vezes poderão fazer coisas estranhas ao cérebro. Isto pode
ser considerado sob o título de ferimento. A maior parte das recordações sónicas podem
ser recuperadas. Se várias recordações não podem ser recuperadas, ainda se pode remover
os engramas. A inteligência em tais casos aumentará e muitas vezes já será extremamente
alta.

44 1
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO N ovE: PARTE D01s

PERTURBAÇÃO ÜRGÂNICA

Uma classe padrão de engramas pré-natais tem como conteúdo a


preocupação dos pais de que a criança venha a ser uma débil mental,
se não for abortada agora e a sério. Isto acrescenta uma sobrecarga
emocional a estes engramas e, igualmente importante, acrescenta ao
paciente, agora adulto, uma condição aberrativa de que ele "não está
bem", "está tudo errado", "débil mental" e por aí fora. A dificuldade de
abortar a criança é quase sempre subestimada: os meios usados são muitas
vezes originais ou bizarros; a grande preocupação porque a criança não
saiu do útero após a tentativa de aborto; e a ansiedade de que ela agora
esteja irreparavelmente danificada - tudo isto se combina para formar
engramas severamente aberrativos e, devido ao seu conteúdo, engramas
que são difíceis de alcançar.
A qualidade aberrativa do comentário do tipo "débil mental" é, com
certeza, elevada. A preocupação de que a criança nasça cega, surda ou
de outro modo incapacitada é comum. A classe anterior de comentários
engrâmicos pode produzir uma debilidade mental real; a preocupação
posterior sobre a cegueira e por aí fora pode ocasionar, na melhor das
hipóteses, recordação visio e sónica diminuída.
O desligamento das recordações também é ocasionado por uma
crença engrâmica da sociedade em geral de que o nascituro é cego, não
tem sensações e não está vivo. Esta crença é introduzida nos engramas
AA (tentativa de aborto) pelos comentários que as pessoas fazem para se
justificar, enquanto tentam um aborto: "Bem, ele de qualquer forma não
pode ver, sentir ou ouvir." Ou: "Ele não sabe o que está a acontecer. É
cego, surdo e mudo. Ele é uma espécie de excrescência. Não é humano."
A maior parte do desligamento de recordação sónica e visio tem
como a sua fonte os comentários feitos nessas ocasiões ou a emoção
dolorosa e outros dados engrâmicos. Centenas de horas de terapia
poderão passar, antes que estas recordações se liguem.
A maior parte de todos os desligamentos ligar-se-á no decurso da
terapia. Há milhares de comentários engrâmicos e situações emocionais
que negarão ao preclear a sua recordação e, normalmente, pode-se
esperar que essa recordação se restaure.

442
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Um paciente de dinâmica muito baixa (pois as pessoas têm diferentes


forças nativas da dinâmica) poderá ter um desligamento de recordações
com bastante facilidade. Um paciente de dinâmica alta teria de apanhar
com muito mais aberração para que as suas recordações se desligassem.
Estas recordações podem ser ligadas simplesmente percorrendo até
apagar os engramas fisicamente dolorosos ou de emoção dolorosa.
Não se deve deixar de notar, contudo, que as tentativas de aborto
podem de facto, embora raramente, perturbar o cérebro e os mecanismos
nervosos para além da capacidade de reparação fetal. O resultado disto
é uma incapacidade fisiológica real.
As crianças e adultos, actualmente classificados como débeis
mentais, podem então ser separados em dois grupos: a classe fisiológica
real e a classe aberrada. Além disso, os desligamentos de recordação
também devem ser divididos em duas classes, sem olhar à dinâmica e à
inteligência do indivíduo: os ocasionados por dano cerebral, recebido
durante uma tentativa de aborto e os que são unicamente aberrativos e
que derivam de emoção e comandos engrâmicos.
A capacidade que o feto tem de reparar danos é fenomenal.
O dano cerebral normalmente pode ser reparado na perfeição,
independentemente do número de substâncias estranhas que foram
introduzidas no cérebro. Só porque o cérebro foi tocado numa tentativa
de aborto, não é razão para supor que o desligamento de recordação
tenha sido causado por isso, pois esta é a mais rara das duas causas.
Entende-se que isto esteja a ser lido por muitas pessoas que têm
desligamentos de recordação e compreende-se que isto pôderá causar
um transtorno considerável. Mas lembre-se disto: a recordação sónica
e visio não são vitais para um Liberado quase completo. Este comentário
sobre o dano orgânico não significa que não se pode efectuar uma
Liberação, deixando a pessoa mais competente e feliz, pois isto pode
sempre ser feito independentemente das recordações. E lembre-se
disto: as recordações acabarão quase sempre por se ligar, mesmo que isso leve
quinhentas horas ou mais. Faz-se referência a esta condição apenas porque
será encontrada em alguns casos.
Os "testes" e "experiências" com vivissecção do cérebro humano
feitos em instituições, infelizmente, não são válidos. Apesar de toda a

443
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE D01s

dor, dificuldade e destruição que essas "experiências" causam, elas foram


feitas sem um conhecimento apropriado da aberração e perturbação
mental. Nenhum desses dados tem qualquer valor, para além de
mostrar que o cérebro pode ser cortado de várias maneiras, sem matar
o homem completamente. Porque os pacientes usados respondiam
tanto à perturbação engrâmica como à perturbação física causada pelo
psiquiatra, e não há nenhuma maneira de as diferençar após a operação
excepto por meio de Dianética. As conclusões tiradas destes dados
são, portanto, conclusões inválidas, pois a resposta do paciente após a
operação poderá ter várias fontes: engrâmica, do engrama da operação
propriamente dita; danos de tentativas de aborto no princípio da vida;
incapacidade cerebral por causa da operação e assim por diante. Por
isso, não conclua que a deterioração do raciocínio conceptual, por
exemplo, só acontece quando é removida uma parte do cérebro, que só
há desligamento de recordação quando é feita a vivissecção do cérebro e
por aí fora. De um ponto de vista científico, nenhum desses "achados" foi
conclusivo de coisa alguma, excepto de que se pode danificar o cérebro,
num período tardio da vida, sem matar um homem completamente e
que a cirurgia de qualquer tipo provoca, frequentemente, uma mudança
mental no paciente. É verdade que isto poderá ter descoberto que
esta ou aquela porção do painel de controlo chamado cérebro, quando
removida, removia também alguma capacidade para actuar.

PRIMEIROS SocoRRos DE DIANÉTICA

Será de interesse, particularmente para aqueles que estão ligados


ao trabalho hospitalar em urgências, que a cura e a recuperação de
qualquer paciente podem ser enormemente beneficiadas e a duração
da enfermidade encurtada, pela remoção do engrama ocasionado no
momento do ferimento.
Às vezes, o acidentado morre de choque ao fim de poucos dias ou
não recupera e não se cura rapidamente. Em qualquer ferimento físico -
uma queimadura, um corte, um arranhão de qualquer espécie - há um
trauma que permanece muito tempo na área danificada. O momento do
ferimento criou um engrama. Esse engrama inibe a liberação do trauma.
O facto de a parte afectada continuar a doer é um restimulador orgânico
que deprime a capacidade de recuperação do paciente.
444
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Usando a rêverie, ou meramente trabalhando com o paciente de olhos


fechados, e trabalhando com ele o mais cedo possível após o ferimento,
o médico, a enfermeira ou o parente podem retornar a pessoa ferida ao
momento em que o ferimento foi recebido e, normalmente, recuperar
e esgotar o incidente como um engrama comum. Uma vez reduzido o
engrama do ferimento, o tom mental geral do paciente melhora. Além
disso, a área ferida já não está inibida de se curar.
Algum trabalho experimental sobre isto demonstrou que algumas
queimaduras saravam e desapareciam em poucas horas, quando se
removia o engrama que acompanhava a sua recepção. Em ferimentos
mais sérios, os testes mostraram uma aceleração definida e inequívoca
da rapidez de cura.
Em operações, nos casos em que se usaram anestésicos, Dianética é
útil de dois modos:

1. Como medida preventiva.


2. Como medida de recuperação.

No primeiro, não deve haver conversa de espécie nenhuma à volta


de ou com o paciente "inconsciente" ou semiconsciente. No segundo,
o trauma da operação propriamente dita deve ser recuperado e aliviado
imediatamente a seguir.

UM PROBLEMA NA TERAPIA MúTUA


O R e a sua esposa C Aclararam-se um ao outro em oito meses, com
Dianética, trabalhando quatro horas por noite, quatro noites por
semana, cada um auditando o outro durante duas das quatro horas. Este
arranjo mútuo foi complicado pelo facto de que, enquanto R desejava
ardentemente ser Aclarado, a esposa estava muito apática quanto ao
trabalho: só após muita persuasão é que ele conseguiu pôr os casos a
avançar.
Ele era um caso de dinâmica alta, com muita emoção enquistada;
ela era um caso de apatia, que ignorava totalmente as suas dificuldades
(mecanismo da pantera negra). Ele era atormentado por uma úlcera
crónica e ansiedades a respeito do seu emprego; ela era atormentada
por uma condição alérgica geral e um desmazelo crónico nos afazeres
domésticos. Não eram mutuamente restimulativos em alto grau,
445
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE D01s

mas tinham problemas de consentimento tácito, evitando os assuntos que


mais os tinham perturbado quando juntos, como um aborto espontâneo
que ela teve e a perda do seu lar por incêndio muitos anos antes, assim
como outros choques. Além disso, eles enfrentavam, por um lado, a
intensidade de R e a sua introversão, que o fazia descurar a terapia dela;
e por outro lado a apatia de C que facilitava o esforço de R para ter mais
tempo do que ela como preclear e que diminuía o interesse dela em ser
uma boa auditora.
Houve mais complicação porque C não compreendia o Código do
Auditor ou o seu uso e, em diversas ocasiões, ficou zangada e impaciente
com R quando ele estava em sessão e retornado, uma atitude que tendia
a forçar R a entrar numa valência de ira.
Ao longo deste curso incerto, a terapia foi continuando. R foi então
informado acerca de consentimento tácito e foi-lhe dito que seria melhor
liberar alguma da sua emoção dolorosa mútua. Depois disso, ele abordou
o engrama da casa a arder e, subitamente, verificou ser capaz de auditar
alguns antigos engramas de compaixão da esposa, os quais não tinham
estado disponíveis até então. Descobriu-se que as alergias dela provinham
de uma computação de compaixão relativamente ao pai e que R era o
pseudopai. Isto resultou num melhoramento acentuado no caso de C.
Ela começou a sofrer menos das alergias e uma dor cardíaca crónica,
que teve durante tanto tempo que ela já nem lhe dava importância,
também desapareceu. Ela passou a interessar-se por ser uma boa auditora
e estudou o assunto. Ela ficou um pouco irritada com R, quando ele
exigiu mais do que a sua porção do tempo de terapia. (Este aumento
de interesse acontece sempre em qualquer caso de apatia que tenha
começado com a negligência dos engramas.)
R, contudo, era muito inibido pelos períodos de ira dela e verificou
que ele agora estava a trabalhar quase exclusivamente sob autocontrolo,
uma condição em que ele decidia o que devia ser percorrido e o que não
devia ser percorrido nele próprio. Este autocontrolo é, evidentemente,
inútil, visto que se ele conhecesse as suas aberrações e os dados contidos
nos seus engramas, estes não seriam engramas. Consequentemente, ele
entrou num período de recusar-se a manifestar qualquer emoção, visto
que ela troçara dele a esse respeito, ele não seguia as instruções dela e,
em suma, estava a obedecer aos engramas que ela lhe tinha dado quando
446
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

se zangou com ele em sessões anteriores. C foi aconselhada a apanhar os


momentos de ira manifestados por ela como auditora durante a terapia
e quando estes foram reduzidos, verificou-se que R voltou a trabalhar
bem e a cooperar.
A sua úlcera provinha de uma tentativa de aborto. O pai dele, um
indivíduo extremamente aberrado, tinha tentado o aborto do bebé,
quando este tinha sete meses de útero. A mãe protestava que o bebé
poderia nascer vivo. O pai disse que se este estivesse vivo ao nascer,
ele matá-lo-ia assim que saísse. Ele também disse que a mãe tinha de
ficar parada, enquanto ele operava. Noutra ocasião, o pai dissera que
trancaria a mãe num armário, até que ela decidisse abortar a criança.
(Este caso foi muito complicado, porque a mãe tinha tido medo de dizer
ao pai e tinha fingido que não estava grávida durante três meses, fazendo
crer ao marido que estava só grávida de quatro meses, quando estava
de sete. Havia, portanto, muito secretismo no caso, muita confusão e
dados contraditórios.) Isto significava que R tinha um segurador severo
na área pré-natal: ele estava seguro pelo engrama que incluía uma
perfuração do seu estômago. Este era o engrama chave, o que significa que
outros engramas, pelo mecanismo de somático e conteúdo semelhantes,
se tinham juntado à volta deste para suprimi-lo. Este era o emaranhado
de incidentes que C estava a enfrentar sem o saber: este tinha ficado mais
emaranhado pela ira dela. R agora cooperava, mas a sua linha do tempo
tinha-se enrolado numa bola à volta do engrama segurador, a chave.
Dois incidentes relativos à extracção dos dentes do siso com anestesia
de óxido nitroso, também estavam a suprimir os pré-natais.
C trabalhou durante algum tempo, tentando obter os engramas
de extracção recentes, os quais continham uma enorme quantidade
de conversa entre o dentista, os seus assistentes e a mãe de R que,
infelizmente para a sanidade dele, o tinha acompanhado ao consultório
do dentista.
R ficou intensamente desconfortável devido à restimulação contínua
de engramas que ainda não podiam ser alcançados. Não estava mais
desconfortável do que tinha estado mui tas vezes no passado e o seu
desconforto teria estado ausente se C tivesse compreendido e seguido
o Código do Auditor. O caso não progrediu durante várias semanas.
447
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE Dois

A terapia de C estava a progredir. Era intensamente restimulativo


para R trabalhar o caso de C e isto aumentava o seu desconforto;
contudo, quanto mais trabalhava no caso dela, melhor ela auditava
e mais inteligente ficava (o seu QI subiu cerca de cinquenta pontos,
após cinco semanas de terapia). C quis saber como poderia resolver os
impasses no caso de R e foi informada de que ela agora estava a praticar
consentimento tácito; porque muito antes do começo da terapia, ela
tinha muitas vezes mostrado, desnecessariamente, falta de consideração
pelo R, e ela agora compreendera o que lhe tinha feito e no entanto
não conseguia encarar o facto de ser parte responsável por uma porção
tão grande da sua infelicidade. Ela tinha usado muitas vezes linguagem
irada com ele, sabendo muito bem que esta seria um "botão de pressão"
que o levaria a fazer alguma coisa ou a retirar-se de uma discussão, uma
linguagem que tinha sido restimulativa para ele, muito antes da terapia.
Logo a seguir, C entrou em engramas de emoção dolorosa recentes
na vida de R e, trabalhando engramas antigos de dor física, que diziam
que R não podia "sentir nada", alternadamente com engramas mais
recentes em que ele estava a sentir intensamente num plano emocional
mas não o podia manifestar, começou a liberar a emoção no caso.
R mostrou então melhorias regulares. A emoção dolorosa tardia era
liberada, apareciam pré-natais antigos para serem reduzidos e depois
mais emoção tardia ficava à vista para redução.
Subitamente, foi revelado no caso que a razão por que R era tão
facilmente transtornado por C residia na pessoa de uma enfermeira que
cuidara de R durante a sua amigdalectomia, aos cinco anos de idade.
A lguns maneirismos de C tinham alguma semelhança com os dessa
enfermeira. Isto era um engrama de compaixão e, ao ser liberado, a linha
do tempo começou a endireitar-se e os engramas de aborto puderam
ser contactados mais facilmente.
Acontece que R tinha estado muito fora da sua linha do tempo durante
a maior parte da sua vida, ele tinha a memória oclusa e a sua recordação
em péssimas condições. Verificou-se que isto estava no engrama chave
oculto: a tentativa de aborto em que o pai tinha jurado matá-lo se ele
saísse e tinha acrescentado que a criança de qualquer forma não podia
ver, sentir ou ouvir nada, material engrâmico que era demonstrado pela
incapacidade que R tinha de se mover na linha do tempo.
448
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Assim que a chave foi encontrada - transcorridas duzentas e oitenta


horas de terapia - R voltou à linha do tempo, podia mover-se nesta, e o
apagamento dos seus engramas continuou de uma maneira ordenada.
C tinha sido Aclarada cerca de dois meses antes de R alcançar o
engrama final. Contudo, as alergias de C desapareceram muito antes de
o caso ser completamente Aclarado, e a úlcera de R e outras dificuldades
psicossomáticas também desapareceram muito antes de o seu caso ser
finalmente Aclarado.

UM PROBLEMA NUM CASO RESTIMULADO


G foi Aclarado em dez meses de sessões esporádicas. O seu caso teve o
diagnóstico inicial de não-sónico, não-visio, desligamento de dor e de
emoção, leve transe permanente, estado de "regressão" permanente na
idade de três anos. Isto é, no instante em que entrou em rêverie, ele ficou
sobressaltado e assustado por se encontrar numa cadeira de dentista, com
três anos de idade e com um dente a ser arrancado, um engrama em que
tinha estado situado, sem o saber, durante cerca de metade da sua vida
subsequente. Este tinha sido a causa parcial das suas cáries crónicas e da
sua incapacidade de dormir, como negação do anestésico. A situação era
óbvia, pois ele começou imediatamente a lutar e cecear, uma condição
que foi instantaneamente remediada ao percorrer o engrama para que
ele pudesse vir para tempo presente, o que veio a acontecer.
Ele tivera consideráveis dificuldades na vida, tinha uma dinâmica
alta, mas manifestava apatia. Após setenta e cinco horas, quando se deu
a Liberação, descobriu-se que a mulher às vezes era a pseudo-avó e que
também, por ambivalência, era a pseudomãe. Como a sua computação
de compaixão exigia que ele estivesse doente para que a avó ficasse com
ele e, como os seus engramas contra-sobrevivência impunham que a
mãe só era boa com ele quando ele estava doente, a computação reactiva
chegou à conclusão de que ele devia estar continuamente doente, uma
exigência que foi satisfeita pelo seu corpo durante vinte e três anos.
Tudo isto foi recuperado e remediado apenas pela redução de engramas.
O apagamento começou a ocorrer após cerca de duzentas horas de
terapia e estava a prosseguir quando, subitamente, o caso deixou de
progredir. Durante cinquenta ou mais horas de terapia, poucos engramas
puderam ser localizados, os que foram localizados não podiam ser
449
LrvRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE Dors

reduzidos, não se conseguia alcançar nenhuma emoção dolorosa e os


únicos engramas alcançados e reduzidos somente foram localizados e
tratados porque o auditor neste caso usou técnicas forçosas altamente
especializadas, que quase nunca são necessárias e não devem ser aplicadas,
salvo em casos psicóticos. No início do caso não tinha sido necessário
usar tanto esforço. Alguma coisa estava obviamente errada.
Mediante uma indagação rigorosa, descobriu-se que a mulher de G se
opunha violentamente a Dianética, nunca perdendo uma oportunidade
de dirigir, ao G, ataques extremamente críticos e virulentos contra esta,
particularmente quando ele estava em companhia de amigos. Ela troçava
dele, chamando-lhe psicótico. Ela procurou um advogado para obter
o divórcio (anunciando isto depois de ele ter começado a terapia, mas
na verdade, já havia dois anos que ela andava a consultar um advogado
para esse efeito) e, de um modo geral, agitava e perturbava tanto o G,
que este recebia continuamente engramas de emoção dolorosa, embora
não demonstrasse qualquer emoção contra ela.
Tinham um filho de nove anos de idade. G gostava muito do rapaz.
A criança tinha tido uma quantidade invulgar de doenças infantis, sofria
dos olhos e de sinusite crónica; andava atrasado na escola. A mulher era
um bocado ríspida com o miúdo. Qualquer coisa que ele fizesse punha-a
nervosa.
O auditor no caso, ao tomar conhecimento da sua atitude em relação
ao marido em geral e Dianética em particular, teve uma conversa com
ela acerca do marido. Verificou-se que ela não se opunha à terapia para
si própria. Pouco tempo após esta conversa, G e esta mulher tiveram
uma discussão breve em que G fez o comentário de que ela devia ser
aberrada. Ela ofendeu-se intensamente com isto e disse que o doido
era ele, porque se interessava por Dianética. Ele refutou, dizendo que
dos dois, ele devia ser o menos aberrado, uma vez que estava a tomar
medidas para fazer algo a esse respeito. Além disso, ele salientou que
ela devia ser aberrada, pois caso contrário não seria tão irascível com a
criança, facto que indicava definitivamente que ela tinha um bloqueio
na sua Segunda Dinâmica, o sexo.
No dia seguinte, quando chegou a casa depois do trabalho, ele
descobriu que ela tinha retirado o dinheiro do banco e ido para outra
cidade, levando o menino consigo. Ele seguiu-a e encontrou-a na casa
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

de uns parentes. Ela dissera-lhes que ele a espancara e tinha ficado


tão louco que precisou de receber terapia. Na verdade, ele nunca lhe
tinha tocado com brutalidade na sua vida. Nesse encontro, perante
testemunhas, ela começou a atacar furiosamente e injuriar qualquer
"sistema de psiquiatria" que acreditasse em memória anterior à fala.
Ele chamou-lhe a atenção para o facto de que muitas escolas do passado
acreditavam em memória anterior à fala e que todos os antecedentes da
psiquiatria falavam há muito de "memórias do útero", sem saber o que
eram e por aí fora.
Os parentes dela, vendo-o tão calmo a esse respeito, forçaram-na a
voltar para casa com ele. Durante o caminho, ela fez um gesto dramático,
sem qualquer ameaça de que o iria fazer, de cometer suicídio saltando
para fora do carro.
O auditor no caso teve uma conversa particular com ela após o seu
regresso. Ele deduziu, um pouco tardiamente, que havia alguma coisa
na sua vida que ela temia que o marido descobrisse e que, confrontada
com uma ciência capaz de recuperar todas as memórias, ela tinha ficado
irracionalmente emotiva acerca disso. Ela acabou por admitir, sob um
interrogatório cerrado, que esse era o caso, que o marido nunca devia
saber. Estava tão perturbada que o auditor, com o consentimento dela,
deu-lhe algumas horas de terapia. Descobriu-se instantaneamente que o
pai dela tinha ameaçado matar a mãe muitas vezes e que o pai não tinha
querido a sua filha. Além disso, descobriu-se que o nome do seu pai era
Q e que o seu banco de engramas estava cheio de comentários como "Q,
por favor, não me deixes. Morrerei sem ti." Além disso, quando já não
estava em sessão, ela de repente disse, voluntariamente, algo que para ela
era um facto histericamente engraçado, que toda a sua vida tinha andado
a ter casos com homens chamados Q, sem lhe importar o seu aspecto,
tamanho ou idade. Isto estava longe de ser uma Liberação, mas dado
que o seu outro paciente, G, era prejudicado por todo este burburinho
desnecessário e que a terapia estava a ser entravada, o auditor fez-lhe
mais perguntas. Ela revelou que tentou abortar o filho muitas vezes,
por ter um medo terrível que ele saísse louro, visto que ela e o marido
tinham cabelo escuro. Ademais, ela sabia que os engramas da criança
continham dados que ela considerava incriminadores, que não eram
451
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO N ovE: PARTE D01s

meramente sobre o aborto: enquanto estava grávida, ela tinha mantido


relações com outros três homens, além do marido.
O auditor fez-lhe ver que este sentimento de culpa, por mais real
que fosse, ainda assim era engrâmico e que era duvidoso que o marido a
matasse após receber essas notícias. Disse-lhe que ela estava a condenar
uma criança a uma existência de segunda categoria e estava, com os seus
receios, a reduzir o marido à apatia, além de dar ao auditor muito mais
trabalho do que era necessário. Na presença do marido e do auditor,
ela confessou a sua infidelidade e soube, com algum espanto, que já
há alguns anos que o marido tinha conhecimento disso. Ele não tinha
sabido das suas tentativas contra a criança.
Pediu-se-lhe que estudasse um manual de terapia e Aclarasse a criança,
o que ela fez, com a ajuda do marido. O auditor continuou com G até
Clear, que então Aclarou a sua esposa.

CONSELHOS AO AUDITOR

A fonte oculta da aberração humana manteve-se oculta devido a um


número de razões muito específicas. O auditor encontrá-las-á todas e
embora, com estas técnicas, a capacidade do banco de engramas reactivo
para lhe negar alguma coisa seja precisamente nula, o auditor deve
conhecer a natureza da fera que ele está a atacar.
Os mecanismos de protecção que o banco de engramas tinha -
embora não sejam muito bons, agora que sabemos como penetrar nesta
armadura da causa de insanidade - são os seguintes:

1. Dor física.
2. Emoção em termos de unidades capturadas.
3. "Inconsciência."
4. O carácter retardado do key-in.
5. A demora entre a restimulação e a doença.
6. Irracionalidade total.

Sobre a dor física, nós sabemos muito - sabemos que a mente


procurou evitá-la na memória, tal como a mente procura evitá-la na
vida como uma fonte exterior: por isso, há o bloqueio de memória.
A emoção de perda é acumulada para criar um amortecedor entre o
indivíduo e a realidade da morte.
452
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

A "inconsciência" não é só um mecanismo de ocultar dados, mas


também um bloqueio para a memória, que não consegue transpor as
lacunas de momentos passados quando os fusíveis estão queimados.
Um engrama poderá estar adormecido durante a maior parte de
uma vida e depois manifestar-se, após receber o conjunto correcto
de restimuladores no momento certo de cansaço físico ou doença,
produzindo então uma causa aparente de insanidade ou aberração menor
muitos anos depois de ter ocorrido o incidente real.
Outro aspecto do mecanismo protector do banco era o atraso do
restimulador, ou seja, quando um engrama que havia feito key-in era
restimulado, este muitas vezes precisava de dois ou três dias para entrar
em acção. (Exemplo: digamos que uma enxaqueca tem como restimu­
lador um som de uma batida surda; o indivíduo que tem o engrama ouve
esse som; três dias depois ele tem, subitamente, uma enxaqueca.) Dado
este atraso, como seria possível localizar a causa de uma restimulação
específica de uma doença esporádica?
A extrema irracionalidade de um engrama, o máximo em irra­
cionalidade, de que todas as coisas são iguais a todas as outras coisas que
estão no engrama e que essas coisas são iguais às coisas no ambiente
exterior que são apenas vagamente semelhantes é uma proeza de idiotismo
que se esperaria que qualquer homem senciente negligenciasse como
"processo de pensamento".
O Homem tem procurado esta f ante há alguns milhares de anos,
mas ele estava a procurar uma coisa complicada, com base na ideia
de que qualquer coisa que possa ser tão perturbadora, tão destrutiva,
tão maléfica e tão capaz de produzir manifestações complexas tem
de ter uma fonte complexa; mas ao examiná-la, verifica-se que ela é
extraordinariamente simples.
O auditor terá muito pouco a ver com a tentativa de traçar uma
linha de separação entre a sanidade e a insanidade; estes termos são
muito relativos. Ser-lhe-á pedido para comparar Dianética com velhos
padrões, tais como as classificações complexas de Kraepelin: isto pode
ser feito, mas tem tanta utilidade como a história natural de Aristóteles,
que só tem interesse para o historiador.
Se um indivíduo é incapaz de se adaptar ao seu ambiente de modo
a dar-se com os seus semelhantes ou obedecer-lhes ou comandá-los ou,
453
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE Dors

o que é mais importante, se ele é incapaz de ajustar o seu ambiente, então


pode-se considerar que ele é "insano". Mas este é um termo relativo.
Por outro lado, com Dianética, a sanidade aproxima-se muito de um
significado absoluto potencial: porque nós conhecemos a mente óptima.
Modificações de educação e de ponto de vista poderão fazer a acção
racional de uma pessoa parecer irracional a outra, mas isto não é um
problema de sanidade; é um problema de ponto de vista e educação,
com o qual o auditor estará pouco preocupado.
Assim, os pacientes encontrados pelo auditor entrarão nas três classes
gerais de Dianética: recordação não-sónica, recordação imaginária
e recordação sónica. A questão de sanidade não se põe: a questão da
dificuldade que o caso poderá apresentar ou do tempo que poderá levar
é bastante fácil de determinar pelo grau destas três condições.
No entanto, o auditor descobrirá que poderá ter nas mãos um caso
verdadeiramente "insano", um que seja "psicótico". O tratamento de tal
caso depende de saber em qual das três classes acima se poderá colocar
o paciente psicótico. O problema é desintensificar os engramas do
paciente tão depressa quanto possível.
As condições e mecanismos que ocultam o banco de engramas não
variam: estão uniformemente presentes em todo o paciente, em todo
o ser humano. As técnicas de Dianética poderão ser aperfeiçoadas - e
não há técnica científica que, especialmente nos seus primeiros anos
de existência, não possa ser aperfeiçoada - porém, elas não funcionam
selectivamente, mas são aplicáveis a todos os indivíduos.
Deste modo, se temos um paciente "insano", o problema fundamen­
tal não muda e a técnica de Dianética funciona como em qualquer outro
caso. A tarefa consiste em reduzir a intensidade da carga no caso, para
que ele possa ser resolvido pela técnica standard.
Frequentemente encontramos os pacientes insanos presos na linha do
tempo e, nesse caso, fornecemos-lhes um tipo de segurador após o outro,
até eles estarem de novo a mover-se. Se o paciente está regressado, é
porque ele ficou tão preso que perdeu o contacto com o tempo presente.
Qualquer paciente pode começar a reviver em vez de meramente retornar
e o auditor, como remédio para isto, apenas lhe diz que ele pode lembrar-se
disto, o que coloca-o de novo num estado de retorno. É frequente
encontrar-se os pacientes insanos a ouvir um engrama vez após vez e,
454
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

nesse caso, só é necessário fixar a atenção e fornecer-lhes seguradores até


que eles estejam mais uma vez a mover-se na linha do tempo. Descobre-se,
às vezes, que os pacientes insanos estão completamente fora da linha do
tempo, ouvindo demónios ou vendo ilusões. Os problemas são sempre
os mesmos: use a Técnica de Repetição quando a atenção dos pacientes
foi fixada de algum modo e depois, ponha-os a mover-se na linha do
tempo ou faça-os voltar para ela. O esquizofrénico usualmente está
muito longe da sua linha do tempo.
A melhor maneira de desintensificar um caso, para que este possa
começar na terapia de rotina, é descobrir e descarregar engramas de
emoção dolorosa. Se os meios normais falharem, obtenha ajuda de um
médico, ponha o paciente sob o efeito de óxido nitroso ou pentotal
sódico e obtenha um nível de transe profundo, em que normalmente
se verificará que o paciente é capaz de mover-se na linha do tempo,
embora estivesse fora desta quando acordado. Encontre um engrama
de desespero recente e descarregue-o conforme descrito no capítulo
sobre emoção (Livro Três, Capítulo Sete, Emoção e a Força Vital).
A técnica do transe profundo não é diferente, excepto que devem ser
tomadas grandes precauções para não dizer algo que aberre o paciente
ainda mais, limitando toda a conversação ao fraseado próprio da terapia
e tendo o cuidado de incluir o cancelador.
O paciente insano está a obedecer a algum comando engrâmico,
talvez a muitos, independentemente daquilo que ele esteja a fazer. Esse
comando poderá impor, pela má interpretação do paciente, alguma
acção estranha; poderá impor demónios; poderá impor qualquer coisa.
Porém, o diagnóstico consiste meramente em observar o paciente para
descobrir, pelas suas acções, qual poderá ser o comando engrâmico.
Este volume não abrange a Dianética Institucional, além destes
poucos comentários, mas um auditor que saiba os fundamentos contidos
neste volume, e que tenha um mínimo de compreensão, pode produzir
uma "sanidade" nos pacientes, num curto espaço de tempo, que a direcção
desses hospícios normalmente considera uma recuperação milagrosa.
O paciente, contudo, está muito longe de ser um Liberado, e deviam-se
despender muitas mais horas para descarregar a emoção dolorosa
adicional e reduzir engramas, antes que o auditor possa considerar que
é seguro permitir-lhe deixar a terapia.
455
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE D01s

O auditor deve ser extremamente cuidadoso, pelo menos durante os


próximos vinte anos, com qualquer caso que tenha estado internado,
pois poderá estar a pegar num caso com psicose iatrogénica - causada
pelos médicos - para além dos outros engramas do paciente. Dianética
poderá ajudar, um pouco, uma mente cujo cérebro foi submetido a um
"picador de gelo" ou a um "descaroçador de maçã", mas não pode curar
tal insanidade até que algum biólogo brilhante encontre um modo de
cultivar um novo cérebro. Os casos de electrochoque são equívocos: eles
poderão ou não responder ao tratamento, pois o tecido cerebral poderá
ter sido queimado a um ponto tal que o cérebro não pode funcionar
normalmente. Ao abrir qualquer caso desses, o auditor ficará perplexo
com a condição baralhada do banco padrão, para não falar dos circuitos
pelos quais ele devia ser capaz de alcançar o banco de engramas. A sífilis
e outras erosões cerebrais deviam ser similarmente classificadas e deviam
ser abordadas ou tratadas somente com o pleno conhecimento de que
Dianética poderá não ser capaz de ajudar a máquina desmembrada. Tem
havido muitos milhares dessas "operações" ao cérebro e centenas de
milhares de tratamentos com electrochoque: portanto, o auditor deve
estar atento para não se empenhar no que poderá ser uma causa perdida,
quando existem tantos casos que podem ser mais bem ajudados. Deve-se
suspeitar de qualquer caso que já tenha sido internado. E se for observada
alguma coisa invulgar, em termos de memória baralhada ou falta de
coordenação, uma indagação minuciosa poderá revelar um internamento
encoberto. Além disso, um auditor que é chamado para ajudar um caso
que esteja prestes a ser internado deve ser sempre prudente. Um caso
que esteja a ser encaminhado para um manicómio poderá ser um caso
que já lá tenha estado antes, apesar dos protestos dos parentes ou amigos
de que essas não são as circunstâncias.
Similarmente, os casos de exaustão de combate devem ser aceites
com prudência; porque provavelmente foram processados antes de
deixarem o serviço militar, altura em que lhes poderá ter sido aplicado o
tratamento de electrochoque, uma operação ao cérebro ou a narcossíntese,
sem o conhecimento ou o consentimento do paciente.
Estas advertências são apresentadas, não porque o auditor corra
qualquer perigo físico em particular - os pacientes, sejam eles sãos ou
insanos, raramente fazem outra coisa que não seja cooperar quando se
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

aplica Dianética, até mesmo quando resmungam - mas porque se poderá


despender muito trabalho só para descobrir que afinal a maquinaria
mental inteira foi irreparavelmente danificada.
Se o auditor aceitar um caso de electrochoque, ele deve dirigir a
sua principal atenção à liberação desse choque como um engrama;
porque esses engramas institucionais contêm toda a espécie de
tagarelice descuidada, que poderá inibir ainda mais o tratamento. Além
disso, qualquer choque eléctrico, em qualquer ponto do corpo, tem uma
tendência para desarranjar o banco de engramas e juntá-lo de modo que
os seus incidentes fiquem ainda mais enredados do que é usual.
Por nenhuma outra razão que não seja o avanço de Dianética e a
economia do tempo de um auditor, também se deve comentar que
poderá ser preciso liberar, num caso, os métodos de interrogação
repressivos de alguns departamentos policiais e o abuso geral da polícia
relativamente aos criminosos ou cidadãos comuns, antes de se poder
prosseguir com o tratamento. As sentenças de prisão poderão conter
grandes cargas de desespero, suficientes para perturbar a mente e,
no entanto, estas poderão ser escondidas pelo paciente, devido à ideia
errónea de que o auditor está interessado no seu "carácter" ou que ficará
desapontado com ele.
Há várias outras coisas que entram no banco de engramas e de
que não se suspeitariam como obstáculos à terapia, a menos que
sejam mencionadas. O hipnotismo pode ser extremamente aberrativo e
poderá bloquear um caso. Um auditor deve ter algum conhecimento do
modo como este funciona, para que possa liberar os engramas que este
cria e não para usá-lo na aplicação de Dianética. O hipnotismo é a arte de
implantar sugestões positivas no banco de engramas. Aqui, elas poderão
anexar-se aos engramas e tornar-se locks nesses engramas. Como a
maioria dos bancos de engramas contém uma amostra das palavras mais
comuns, é quase certo que o hipnotismo seja aberrativo. A redução do
poder analítico, por meios artificiais, coloca o indivíduo numa condição
óptima para receber um engrama. O hipnotizador usa o mecanismo
esquecedor na maior parte das suas sugestões e a maioria das pessoas tem
comentários engrâmicos semelhantes que tornam impossível liberar a
sugestão do hipnotizador. O hipnotismo pode ser considerado um lock
de "alta-potência" e poderá ser um obstáculo sério no banco de engramas
457
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO N ovE: PARTE D01s

do paciente. Com o aclaramento, as sugestões, não tendo quaisquer


âncoras de dor por baixo delas nos engramas, desvanecem como locks.
Mas poderá ser preciso encontrar e aclarar as sugestões hipnóticas,
antes de um caso poder prosseguir. O hipnotismo é muito usado nesta
sociedade e muitas vezes acontece que, devido ao mecanismo esquecedor,
o paciente seja incapaz de recordar se alguma vez foi hipnotizado ou
não. A Técnica de Retorno descobri-lo-á; pode-se confiar na Técnica de
Repetição para localizá-lo, fazendo o paciente retornar com a repetição
do fraseado hipnótico (pelo paciente), tal como: "Adormece, adormece,
adormece."
Nem todo o hipnotismo ocorre na sala de visitas. É muito comum
os pervertidos usarem-no, apesar do facto de que a natureza "moral"
deveria aumentar num sujeito hipnotizado. Têm sido encontrados
incidentes, até com pessoas de nomeada, em pacientes cuja infância estava
a ser examinada. Estes incidentes estavam, muitas vezes, completamente
oclusos para o paciente, devido ao facto de os comandos contidos na
sugestão hipnótica serem tão intimidativos.
Dianética e hipnotismo podem ser combinados, mas o mesmo
acontece com Dianética e astronomia. O auditor dará por si a trabalhar
com pacientes hipnóticos e terá de ser muito cuidadoso com o fraseado,
de modo a instalar um mínimo de palavras suas no banco de engramas
e para não transformar Dianética em hipnotismo.
Qualquer benefício derivado do hipnotismo pertence ao campo
da pesquisa ou à instalação de um engrama maníaco temporário.
Este último dá muito mais prejuízo do que benefício. A anestesia por
hipnose é imensamente sobrevalorizada. E o hipnotismo, como jogo
de sala, é uma coisa que nenhuma sociedade deve tolerar, pois pode
ser suficientemente destrutiva para restimular os engramas até um
ponto de insanidade. E o hipnotizador nunca conhece o conteúdo do
banco de engramas. Qualquer bom hipnotizador, se puder dominar a
sua vontade de falar, poderá tornar-se num bom auditor: mas se tentar
combinar a Dianética com o hipnotismo, ele dará por si com um paciente
completamente doente nas mãos. Nunca instale uma sugestão positiva num
paciente, seja de que tipo for, por mais que ele possa implorar-lhe uma. Isto já
provou ser quase fatal.
458
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

Um caso inteiro pode ser trabalhado em transe amnésico profundo.


Muitas vezes é possível despertar uma pessoa adormecida para um
transe profundo, simplesmente falando-lhe tranquilamente durante
várias noites seguidas, à mesma hora e levando-a finalmente a responder
ao convite para falar. Pode-se, então, iniciar e prosseguir a terapia
de Dianética e esta terá êxito, especialmente se o auditor não for tão
descuidado que restimule artificialmente um engrama recente de dor
física, tratando principalmente os engramas de emoção dolorosa na vida
pós-nascimento. Se a pessoa, a quem está a ser feita a terapia, estiver
consciente do que se está a fazer, ela pode ser colocada em rêverie para que
se possa alcançar dados mais antigos, visto que o "Eu" é mais poderoso
do que as unidades de atenção fracas, embora sábias, que constituem a
personalidade básica. O paciente é trabalhado alternadamente em transe
amnésico e em rêverie. O caso acabará por se resolver, mesmo que não se
use a rêverie. Mas o transe amnésico envolve graves responsabilidades: é
preciso instalar e usar um cancelador em todas as sessões. É preciso falar
o menos possível. Tudo o que o auditor quiser saber deve ser dito, se
possível, sob a forma de perguntas, pois estas são muito menos aberrativas
que os comandos. Este método tem sido bem-sucedido e pode ser usado.
Mas a rêverie, mesmo que pareça mais lenta, mesmo que não haja sónico,
é muito mais satisfatória, pela razão excelente e incontestável de que
o paciente se restabelece mais rapidamente e melhora regularmente,
ao passo que o transe amnésico poderá incapacitá-lo durante dias a
fio, quando os incidentes são aparentemente levantados em transe
profundo, mas no entanto ficam "pendurados" no estado desperto. O
transe amnésico não é, definitivamente, aconselhado: este tem sido
sujeito a muita pesquisa e verificou-se que era tão desconfortável para o
paciente como era incomodativo para o auditor. Contudo, se por alguma
razão ou outra (e nenhuma dessas razões incluem o desejo do preclear
que, se o auditor deixasse, poderia suplicar por drogas, hipnotismo e
sugestão positiva, num esforço para escapar dos seus engramas e que,
se lho permitissem, se tornaria um caso maravilhosamente baralhado
para o auditor desenredar) não for possível usar outros métodos, pode-se
empregar o transe amnésico, mas sempre com a maior cautela e sempre
com o pleno conhecimento de que a recuperação do paciente leva até
três vezes mais tempo, porque trabalhar no mesmo nível que o banco de
459
L1vRo TRÊS � CAPÍTULO NovE: PARTE Dois

engramas não permite usar os circuitos do analisador durante a descarga.


A rêverie é melhor.

PROBLEMAS EXTERNOS DOS pACIENTES


Poderá acontecer que um paciente que fez progressos deixe subitamen­
te de progredir. É possível que a resposta se encontre noutro lugar que
não na terapia. O ambiente do preclear poderá ser tão intensamente
restimulativo que o deixe distraído, sempre em restimulação e por isso ele
trabalha devagar. Poder-se-á descobrir, num tal caso, que o preclear (como
num caso real) fez um contrato com o cônjuge que queria divorciar-se, no
qual o outro esperaria até o preclear estar Aclarado. Outras situações
relativas à vida podem atribuir um valor ambiental ao facto de não ser
Aclarado. O auditor não tem nada a ver com a vida privada dos seus
preclears, mas num caso em que a própria terapia se torna difícil devido
a situações existentes, o auditor, com o seu tempo em jogo, tem todo
o direito de descobrir a razão. Todas estas razões resultarão nalguma
vantagem ambiental em não ser Clear. Retirar o preclear temporariamente
da sua casa, por exemplo, poderá mudar o seu ambiente e adiantar a
terapia. O auditor tem o direito de pedir ao paciente, Clear ou não, que
resolva o problema por sua própria iniciativa. É comum os preclears não
se darem conta de que são Liberados. Porque o objectivo de Clear é tão
reluzente, que eles deixam de se comparar com o normal, já ultrapassado.
Geralmente será de esperar que um paciente se introverta num
grau muito acentuado no decurso da terapia de Dianética. À medida
que o caso progride, esta introversão atinge um estádio agudo após se
ter feito perto de três quartos do trabalho e diminui daí em diante. A
ambiversão é uma característica marcante do Clear. Quando a introver­
são tem sido bastante acentuada, uma bitola bastante adequada para
medir o avanç o do caso é o interesse do preclear pelas coisas exteriores.
Quase todos os preclears falam bastante sobre os seus engramas,
até ao ponto em que são solidamente Liberados. Se não falam ou não
querem falar sobre os seus engramas na conversa comum, o auditor
pode suspeitar de alguma coisa altamente protegida no banco de
engramas relativa à necessidade de esconder alguma coisa: o auditor
pode agir em conformidade. Embora o auditor possa ficar farto desse
460
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

tipo de conversa, esta revela-lhe muito material novo se ele observar as


frases que o preclear usa sobre os engramas.
É bem verdade que a aberração é causada pelo que foi feito ao pacien­
te, não pelo que foi feito por ele. As acções do paciente ao dramatizar,
ao cometer crimes e assim por diante, não são aberrativas para o
paciente. Por conseguinte, o auditor não precisa de se interessar, de
modo nenhum, pelas actividades do preclear. Casos inteiros têm sido
completados sem o auditor saber aquilo que o paciente fazia para ganhar
a vida. Conquanto uma sociedade aberrada lhe exija, necessariamente,
responsabilidade pelas suas acções, a actividade anti-social é o resultado
de engramas que a ditam. O paciente não é responsável pelo que ele
próprio fez. Uma vez aclarado, a questão é diferente. Um Clear pode
ser considerado inteiramente responsável pelas suas próprias acções,
pois pode computar racionalmente com base na sua experiência. Mas o
aberrado tem pouco ou nenhum controlo real sobre as suas acções. Por
isso, o auditor deve tornar claro que não se importa com aquilo que o
aberrado, agora preclear, fez na vida. O problema entre mãos, para o
auditor e o preclear, é um banco de engramas contendo, exclusivamente,
aquilo que outras pessoas fizeram na vida e o que foi feito ao preclear
nos momentos em que ele não se podia proteger. Esta abordagem, além
de ser verdade, tem um valor terapêutico. Porque ao explicar-se dessa
maneira, um auditor pode com frequência obter a cooperação que de
outro modo lhe seria negada.
O auditor nunca deve violar o Código do Auditor com um paciente. Períodos
prolongados de terapia resultam, inevitavelmente, de tais violações.

RESTIMULAÇÃO

A mente é um mecanismo autoprotector - mas a Dianética também.


Uma ciência do pensamento que funcione aproximar-se-ia tanto dos
princípios de funcionamento da mente, que esta seguiria paralelamente
as injunções e cláusulas da própria mente. Foi isso que sucedeu com
Dianética: a mente é diagnosticada pela sua reacção à terapia, a terapia
é melhorada pelas reacções da mente a esta. Este é um princípio
operacional de grande valor, pois explica muitos fenómenos observados
e prediz muitos dos restantes. Parte deste paralelismo é a característica
de autoprotecção.
LrvRo TRÊS � CAPÍTULO NovE: PARTE Dors

É quase impossível danificar uma mente: ela é um organismo


extremamente rijo. É óbvio que quando se começa a cortá-la e serrá-la
com metal, a envenená-la com drogas ou bactérias ou a atirar para o lado
a sua armadura natural como se faz no hipnotismo, podem acontecer
coisas infelizes.
É quase impossível haver charlatanismo onde Dianética, com
qualquer dos seus princípios, esteja a ser praticada. A pessoa pratica
Dianética no seu todo e obtém resultados ou então pratica-a de maneira
a sofrer o seu próprio declínio: este é um facto mecânico e científico.
Dianética, como ciência autoprotectora, exige ser praticada por Clears
ou, pelo menos, por bons Liberados. Um Clear segue muito de perto,
em toda a sua conduta, os melhores aspectos do Código do Auditor:
o seu nível ético é muito elevado. Assim, qualquer pessoa que comece
a praticar Dianética dará por si, não importa qual fosse a sua intenção
original, impelida na direcção do objectivo de ser um Clear.
Há uma excelente razão para isto. Há um princípio conhecido como
a restimulação do auditor. Agora temos uma compreensão do que faz
um engrama entrar em restimulação. Ao entrar em restimulação, este
força a dor ou a acção do engrama a permanecer no organismo. A
observação de algum percepto no ambiente, que seja muito parecido
com um registo - som, visão ou sensação orgânica - no engrama, põe
o engrama em acção, em maior ou menor grau. Similarmente, quando
o próprio auditor não é Aclarado ou quando não está a receber terapia
com o objectivo de se tornar Clear, ele fica restimulado. Ele está, afinal
de contas, constantemente a ouvir material engrâmico do paciente.
Este material engrâmico é precisamente a substância de que é feita a
insanidade. Qualquer pessoa tem engramas. Mais cedo ou mais tarde,
um paciente começará a repassar um engrama seu, que se assemelhará
a um dos engramas do auditor. Isto provoca um grande desconforto no
auditor, a menos que o auditor esteja em terapia e possa ser liberado desse
desconforto. Enquanto se está a trabalhar apenas os locks recentes, isto
não acontece tanto, e este facto permitiu que os praticantes e curandeiros
mentais do passado escapassem a grande parte da penalidade das suas
próprias aberrações. Mas quando se lida com o material da raiz dessas
aberrações, um martelar constante dos restimuladores pode ocasionar
uma condição séria. Este é o mecanismo que faz com que as pessoas que
462
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

trabalham nos hospícios sejam vítimas de psicoses, embora elas tivessem


de as ter logo à partida para que estas se restimulassem.
O auditor poderá percorrer um ou dois casos sem qualquer
repercussão séria: na verdade, seja qual for a repercussão, esta pode
ser eliminada por Dianética. Contudo, para garantir o seu próprio
conforto, ele próprio deve ser Aclarado ou Liberado o mais rapidamen­
te possível. Ele, como Liberado, pode trabalhar sem muita dificuldade
e isto permite-lhe fazer o pacto mútuo de ser auditado enquanto audita
o outro. Pode então surgir uma situação em que os dois preclears também
são auditores. Esta alternância, entre o divã e a cadeira de auditor,
normalmente funciona muito bem.
Contudo, depois de terem começado o trabalho, as duas pessoas
poderão descobrir que são mutuamente restimulativas, o que significa
que cada uma delas é uma pseudopessoa nos engramas da outra ou que
uma é restimulada (tom de voz, incidentes) pela outra. Isto não deve
ser um empecilho para a terapia. Isto tem sido superado e a terapia tem
avançado, apesar de circunstâncias restimulativas bastante severas. Uma
técnica de esquiva bastante comum da parte de um sujeito consiste em
afirmar que o auditor restimula-o: isto não é suficientemente importan­
te para parar a terapia. Poderá acontecer, no entanto, que duas pessoas
possam introduzir uma terceira na cadeia e, aclarando cada uma delas
a seguinte, aliviar consideravelmente a tensão. O plano de trabalho
triangular, em que nenhuma pessoa está a auditar aquela que está a
auditar a si, é bastante bem-sucedido.
Um marido e mulher, que têm discutido durante muito tempo e
com frequência, poderão achar demasiado restimulativo Aclararem-se
um ao outro. É possível fazê-lo, se não for viável fazer outro arranjo
e isto tem sido feito com frequência: mas se a terapia não correr bem,
ele deve encontrar um parceiro de terapia e ela também. Mães que
tentaram abortar os seus filhos ou que os maltrataram de alguma forma,
podem realizar a terapia com essas crianças: mas em qualquer caso de
circunstância restimulativa como esta, as maiores precauções devem ser
tomadas pelo auditor para seguir estritamente o Código do Auditor -
agir de outro modo poderá ocasionar muito mais tensão na terapia do
que é necessária. Em tal caso, seria melhor que a própria mãe se tornasse
463
L1vRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

um Liberado, antes de tentar Aclarar os filhos - e não deve tocar nos


filhos enquanto eles não tiverem pelo menos oito anos de idade.
A questão de auditor-restimulação, em que o auditor restimula
o preclear ou o preclear restimula o auditor, não inclui o aspecto
rotineiro da terapia de que o preclear está sempre a ser artificialmente
restimulado pela terapia standard. Um engrama pode ser restimulado
ao ser tocado diversas vezes e então levantar-se-á. O problema de
auditor-restimulação é um problema específico, em que o auditor é um
pseudo-inimigo que tem alguma semelhança com uma pessoa que fez
mal ao paciente. Um antagonismo violento da parte de um paciente, em
relação a um auditor, é habitualmente rastreado a isso. Alguns pacientes
detestam tanto os homens que só podem ser trabalhados por mulheres,
alguns têm tal ódio às mulheres que só podem ser trabalhados por
homens. Porém, mesmo quando há uma antipatia violenta, se não houver
mais nenhum auditor ou pessoa que possa ser rapidamente treinada
como tal, a terapia pode prosseguir de qualquer modo: e obterá resultados.

REEQUILIBRAR UM CASO
Qualquer caso que tenha largado a terapia reequilibrar-se-á ao fim de
poucas semanas, querendo isto dizer que estabilizará num novo ponto
alto para o indivíduo. A menos que se use o hipnotismo por droga ou
outro método ilegal em Dianética, todos os casos irão reequilibrar-se
deste modo, com grandes benefícios. Pode-se esperar que as restimulações
se atenuem, caso estas tenham sido causadas pela terapia. O paciente
encontrará gradualmente o seu próprio nível no estado de Liberação. Os
casos não têm de ser levados até Clear se o auditor tiver pouco tempo.
Mas claro que é melhor se forem levados a esse estado e, na verdade, a
maioria dos pacientes insistirá nisso.

TEMPO DE TRABALHO NA TERAPIA


O período usual de um tratamento de Dianética é de duas horas. Nessas
duas horas, com o paciente comum, realiza-se tudo o que pode ser
realizado nesse dia. Não é necessário trabalhar todos os dias, mas é
desejável trabalhar de dois em dois ou de três em três dias. Trabalhar
com intervalos de uma semana, não é óptimo, pois o caso tende a
reequilibrar-se. Além disso, há uma decaída no caso, normalmente ao
464
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

fim do quarto dia, quando este não é trabalhado pelo menos de três
em três dias. A decaída do quarto dia é uma coisa mecânica natural: um
engrama, que sofra um key-in quando restimulado na vida, leva cerca
de quatro dias a entrar em acção com força. Na terapia, às vezes são
necessários três dias para desenvolver um engrama. Isto não quer dizer
que tenham de decorrer três dias antes de este ficar disponível e não
significa que o trabalho tenha de parar por três dias; mas sim que os
engramas, não sendo memórias e não sendo articuláveis como tal, às
vezes levam três dias para vir à superfície.
Para ser mais claro, um engrama pode ser pedido no dia um e será
encontrado no dia três. Nesse meio tempo, o auditor está a obter outros
engramas. Este processo é tão automático que não requer nenhuma
atenção e não será notado, excepto em casos que estejam a ser trabalha­
dos uma vez por semana. O engrama é pedido no dia um; está pronto
para ser reduzido no dia três; decai no dia quatro e está reequilibrado
no dia sete.
Este aspecto dos três dias é interessante noutro sentido. Esse período
de três dias é apenas uma observação do comportamento médio dos
preclears. Uma investigação exacta poderá fixá-lo em 2,5 dias ou 3,6 dias
(isto varia de indivíduo para indivíduo), mas três dias é suficientemente
aproximado para os nossos propósitos. Quando o auditor está apenas
a fazer uma Liberação no caso, ele às vezes verificará que é necessário
tomar um engrama recente e percorrê-lo: o engrama de dor física na vida
recente (pós-nascimento) parecerá erguer-se, permanecerá constante
durante três dias e depois decairá. Quando decair, o auditor terá de
voltar a este e percorrê-lo novamente. Retirar estas decaídas, acabará
por fazer o engrama da vida mais recente permanecer num estado de
recessao.
Com frequência, instala-se uma euforia num caso quando o auditor
toca num engrama que contém um maníaco. O paciente andará por aí a
dizer como a Dianética é maravilhosa, pois ele está agora numa condição
magnífica e é muito feliz. Cuidado. Ao fim de três ou quatro dias este
maníaco terá voltado a decair para um estado depressivo. Desconfie
quando alguém experimentar uma destas "recuperações" tipo foguete,
pois são tão permanentes como a chama de um fósforo. Esta extingue-se
e deixa cinzas muito frias. O auditor, vendo essa euforia, fará melhor se
LIVRO TRÊS � CAPÍTULO N ovE: PARTE D01s

entrar de novo no caso e reduzir mais a fundo o engrama que a contém


ou se obtiver um engrama mais básico.
O tempo que leva a Aclarar uma pessoa é muito variável. Dissipando
cargas de desespero e trabalhando alguns engramas antigos, um auditor
pode conseguir num paciente, em vinte ou trinta horas, um estado de
ser melhor do que com qualquer terapia do passado: isto é um Liberado.
É comparável a dois ou três anos de trabalho terapêutico do passado.
O tempo que leva a conseguir um Clear não pode ser comparado com
nenhum padrão do passado, porque um Clear é algo com que nenhum
padrão do passado jamais sonhou.
Num caso com sónico, em que a recordação esteja em boas condições,
pode-se obter um Clear em cem horas. Num caso que tenha recordações
completamente desligadas, tudo pode acontecer até, num caso extremo,
mil horas. Similarmente o caso imaginativo, que tem coisas que nunca
aconteceram, poderá levar muito tempo.
Veja isto da seguinte maneira: nós podemos obter os resultados de
dois ou três anos de psicanálise em vinte ou quarenta horas de Dianética
e aquilo que realizamos com Dianética não precisa de ser feito de novo,
o que não acontece com a psicanálise. Isso é o Liberado. Ele pode
lidar com os seus assuntos de um modo muito mais competente e as
suas cargas emocionais foram em grande parte libertadas. No Clear,
estamos a tentar alcançar, e podemos alcançar, um estado de espírito
supranormal. Gastaram-se milhares e milhares de horas na educação de
um homem: gastar duas ou até mesmo dez mil horas de trabalho, para
fazê-lo elevar-se acima do que anteriormente lhe teria sido possível, é
trabalho bem empregado. Mas não precisamos de gastar nada que se
pareça com esta quantidade de tempo. As pessoas têm sido Aclaradas em
períodos de tempo que vão desde trinta horas, quando tinham sónico e
pouco volume, até quinhentas horas, quando tinham desligamento de
recordação e também recordação imaginária. Aquilo que um auditor
pode fazer com os seus primeiros casos, em termos de tempo, é um ponto
de interrogação. Ele acabará por fazer um Clear e com certeza que o
fará em menos de mil e duzentas horas num caso grave. Durante todo o
tempo em que estiver a trabalhar na direcção de Clear, ele estará a obter
uma Liberação cada vez maior que, depois de pelo menos cinquenta
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

horas, se eleva muito acima do normal corrente e simplesmente continua


a ir por aí acima. O melhoramento é tal que, de semana para semana, a
mudança é fisiologicamente notável e psicologicamente surpreendente.
Se alguém pensa que chegar a Clear é um pequeno salto e um pequeno
ganho, ele não tem qualquer noção da altura a que esse objectivo se
encontra.
A maior parte dos auditores tentarão primeiro conseguir o Liberado
e serão sensatos se o fizerem. Quando o seu próprio caso for finalmente
Aclarado, só então é que compreenderão, subitamente, que o estado
vale muito mais tempo do que aquele que foi despendido para o obter.
É impossível predizer, com um auditor novo, quanto tempo é que ele
consumirá a cometer erros, a aprender as suas ferramentas, a alcançar
perícia. É-lhe, portanto, impossível fazer uma estimativa de quanto
tempo levará a obter o estado de Clear num paciente. Um auditor bem
treinado nunca leva mais de oitocentas horas com o pior dos casos:
quinhentas horas é um número elevado.

DADOS DE PARENTES

O auditor será sempre atormentado pela ansiedade do paciente que


quer obter dados de parentes ou amigos. Solicitar esses dados já é,
em si, restimulativo, tanto para o preclear como para o parente. Mães
têm ficado muito doentes quando recebem, do filho que "de repente
descobriu", os restimuladores das suas próprias doenças passadas.
É uma experiência constante que os dados que o preclear obteve
de parentes, pais e amigos eram completamente inúteis. Aqui, nós
estamos a depender da memória de um aberrado, quando temos à mão,
com Dianética, uma fonte fiável de material preciso. Há auditores que
tiveram casos a progredir muito suavemente e que de repente deixaram
de progredir: após investigação, descobriu-se que o preclear andou a
recolher material de pais e parentes, e estes, desejando apenas que ele
esquecesse tudo o que lhe tinham feito, trocaram-lhe as voltas com
dados erróneos que têm de ser cuidadosamente eliminados. Esses são
os maus da fita, as pessoas que fizeram ao preclear as coisas que fizeram
dele um aberrado. Esperar dados exactos dessas pessoas seria o mesmo
que esperar que a Lua fosse feita de queijo verde.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: pARTE D01s

Se o auditor quiser dados dessas pessoas e os pedir, passando por


cima do preclear, ele poderá chegar a algum lado. Mas quaisquer dados
recebidos deste modo têm um valor que, nos serviços secretos, é rotulado
de "Fonte Incompetente - Material Improvável".
Avise o preclear de que não deve incomodar os seus pais e parentes,
e explique-lhe que ele poderá fazê-los adoecer ao pedir-lhes dados, com
base no princípio do restimulador. Se quisermos alguma confirmação
dos dados recebidos, o único modo de a obter é pôr o pai, a mãe ou
o parente em terapia. Nessa alt ura, obteremos as fontes básicas de
dramatização: na vida pré-natal e na infância do progenitor. Isto é um
problema de pesquisa, não de terapia.
Se o auditor tem a Mamã disponível, ele pode percorrer até apagar
o nascimento no filho e depois o parto na Mamã, mantendo os dois
separados, e assim obter a sua verificação quanto à exactidão da terapia.
E há outros dados que podem ser comparados desta mesma maneira,
usando as devidas precauções.
É a realidade subjectiva e não a realidade objectiva, que é o ponto
importante para o auditor. É primeiro que tudo e sempre, o paciente
fica bom?

pARAR A TERAPIA
A mulher desprezada tem um rival violento no preclear cuja terapia foi
parada por decisão do auditor.
Manter o preclear em terapia, por mais raras que sejam as sessões,
satisfaz de certo modo o esforço da sua personalidade básica para se
libertar das suas aberrações.
A personalidade básica, o arquivista, o âmago do "Eu" que quer
estar no comando do organismo e os desejos mais fundamentais da
personalidade, poderão ser considerados sinónimos para os nossos
propósitos. Há um enorme surto desta personalidade básica - que
é realmente o próprio indivíduo - para conquistar os engramas. Os
engramas, tomando a vida de empréstimo ao seu hospedeiro, aparecem
como coisas que não querem ser conquistadas. Por mais mecanista que
tudo isto seja na realidade, o auditor muitas vezes dá por si fascinado
com a resistência que os engramas podem oferecer e maravilhando-se
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

com os esforços da personalidade básica para conquistar os engramas.


Ele trabalha com a personalidade básica, o indivíduo em si, e ignora os
esforços dos engramas para interferir. Há, porém, uma situação em que
a personalidade básica parece dar plena liberdade aos engramas num
esforço para realizar a terapia.
No trabalho um "paciente" poderá ter sido céptico, sarcástico ou até
ruim para com o auditor. Ou até se poderá ter pensado que o paciente era
totalmente negligente quanto ao seu banco de engramas. Ou o paciente
poderá até dizer furiosamente que ele odeia a terapia. Por algumas dessas
razões, o auditor poderá decidir, insensatamente, parar o trabalho com
o paciente. O paciente é informado disso. Por pouco tempo, talvez, o
paciente poderá não manifestar nenhuma reacção. Mas ao fim de alguns
minutos, horas ou dias, a personalidade básica, sendo-lhe negado um
caminho de saída, poderá começar a usar todas as armas ao seu alcance
para compelir o auditor a retomar a terapia.
Perturbado por causa da interrupção da terapia, mesmo que tenha
sido ele a insistir na sua cessação, o ex-paciente poderá começar a declinar
rapidamente ou a atacar, pela frente ou pelas costas, o auditor e até a
própria terapia. Uma mulher desprezada raramente causou perturbações
tão intensas como os ex-pacientes a quem foi recusada a continuação da
terapia. Auditores têm sido pessoalmente insultados, outros preclears
destes auditores chegaram a ser procurados e minados por ataques
violentos contra a terapia em si, os auditores têm sido alvo de toda
a espécie de acusações e campanhas de difamação, e foram levados
a sentir-se extremamente desconfortáveis por preclears a quem foi
recusada a continuação da terapia antes de ter ocorrido uma Liberação.
Tem-se observado que até Liberados sólidos e legítimos, cujas doenças
psicossomáticas desapareceram e que dev iam estar muito felizes,
provocaram turbulência quando o auditor não os levou até ao estado
de Clear. O ex-paciente poderá usar qualquer número de mecanismos,
tantos mecanismos quanto os que têm sido usados pelos homens para
forçar outros homens a agir. Um dos mecanismos consiste em retomar a
apatia e um "declínio rápido". Outro é a campanha feroz contra a terapia.
Ainda outro é o ataque pessoal ao auditor. Cada um destes mecanismos
tem, como sua intenção demonstrável, o recomeço da terapia.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO NOVE: PARTE Dois

A mente sabe como a mente funciona. E poderá esperar-se que a


mente, que tomou o sabor de um caminho de saída da dor e da infelici­
dade, use todos os métodos para causar o recomeço da terapia, se essa
saída for bloqueada.
Por mais desagradável que o ex-paciente tenha sido, no momento
em que o auditor recomeça a terapia com ele, a sua atitude muda. Deixa
de fazer esforços destrutivos contra o auditor ou a terapia, mas estará
tudo quase tão bem como estava antes de a cessação ser declarada.
Não suponha, contudo, que o preclear, se ele antes era negligente,
recalcitrante ou geralmente não cooperativo, irá agora abraçar a terapia
como um paciente disciplinado. Longe disso, ele agora é pelo menos tão
difícil de trabalhar como antes, além de apresentar algum antagonismo
adicional engendrado pela ordem de cessação.
Em tal caso, o auditor é amaldiçoado se o fizer e duplamente
amaldiçoado se não o fizer. Mas há uma saída para isto. O fenómeno
de "transferência", em que o paciente simplesmente transfere as suas
tristezas para o praticante, não é o mecanismo que actua aqui; a
transferência é uma coisa diferente, nascida de uma sede por atenção e
de um sentimento de necessidade de apoio no mundo. Pode-se esperar
que a transferência permaneça para sempre, se tal lhe for permitido; o
paciente de um médico, por exemplo, poderá continuar a ter doenças,
só para manter o médico por perto. A transferência poderá ocorrer
na terapia de Dianética, o paciente poderá encostar-se firmemente ao
auditor, pedindo-lhe conselhos, parecendo apresentar engramas num
esforço para conservar o auditor a trabalhar duramente, à sua disposição
e interessado; tudo isto resulta de uma computação de compaixão e é
conduta aberrada. O auditor inteligente não dará conselhos, nem tentará
conduzir a vida de ninguém, pois uma pessoa só trabalha bem como
organismo autodeterminado. Na terapia de Dianética, seja qual for a
atitude do paciente, por maior que seja o seu "desejo de estar doente"
ou a sua transferência do fardo, por mais maldosos que sejam os seus
comentários contra o auditor durante as sessões, essa condição não pode
existir para sempre. A personalidade básica está a tentar abrir o seu
caminho; o "Eu" está a tentar integrar o ser. Até mesmo um trabalho
medíocre acabará por liberar carga suficiente de um caso e reduzir

470
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

engramas suficientes para produzir uma maior estabilidade no paciente.


A personalidade básica fica cada vez mais forte e, portanto, com mais
autoconfiança. A introversão, ocasionada pelo esforço contínuo para
alcançar o mundo interior do banco de engramas, desintensifica-se e
há cada vez mais extroversão à medida que o caso avança. O caminho
de saída é trabalhar o paciente suavemente e bem, e um dia ele estará
bastante Liberado ou Clear. Mas nesse meio tempo, se parar a terapia
em alguém, não se surpreenda com o que possa acontecer; só poderá
remediar isso retomando o caso.

AVALIAÇÃO DO AUDITOR

O auditor deve fazer muita avaliação para si próprio. Ele não avalia
nem impõe qualquer computação ao seu preclear. Se o preclear computar que
era isso que o estava a fazer adoecer, então é isso que o auditor aceita.
Explicar ao preclear o que é que estava a afectá-lo no engrama e de que
modo, não é só uma perda de tempo, mas também faz o preclear ficar
confuso. A razão por que um auditor avalia é para assegurar que ele não
está a aceitar dados imaginados ou incompletos como engramas.
Um incidente não se levantará a menos que os dados que este contém
sejam correctos: isto é automático. Mude apenas uma sílaba no incidente
e este ficará preso. Ou mesmo que pareça desaparecer, este voltará.
Deste modo, não há nenhum receio de que qualquer incidente, que
diminua com a recontagem, seja incorrecto. Os dados que este contém
devem estar mais ou menos correctos, porque senão este não se reduziria.
Assim, o auditor que contesta incidentes, dados ou que faz o papel de
deus de algum outro modo, irá ter um caso completamente enredado
nas suas mãos antes de ter ido muito longe, e terá um sujeito que não
está a progredir. Se o sujeito começa a percorrer um engrama em que
a Mamã está a ter relações com cinco esquimós, deixe-o percorrê-lo e
nunca, nunca, nunca, mas nunca lhe diga que você acha que isso não é
verdadeiro. Se disser ao sujeito que você pensa que ele está a imaginar
coisas, poderá causar-lhe um sério revés. Diga-lhe que você acha que a
Mamã tinha as suas razões e terá ficado do lado da oposição: você não
estará a atacar o engrama, estará a ajudar a Mamã a atacar o sujeito.
Criticar, corrigir ou julgar o preclear de algum outro modo, não tem

471
L1vRo TRÊS Q CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

qualquer cabimento em Dianética e fará mais para atrasar um caso do


que qualquer outra acção. Um auditor que conteste o material que lhe
é apresentado poderá estar a praticar bruxaria, acupunctura chinesa,
xamanismo ou vodu, mas não está a praticar Dianética. E não obterá
resultados. Um comentário ao sujeito, tal como: "Acho que fazes mal
em acreditar que a tua mãe tentaria abortar-te" ou "Acho que estás a
imaginar isso", poderá atrasar o seu preclear em cinquenta horas. O
auditor não critica nem julga o preclear, nem avalia o material por ele.
A audição é toda feita em privado e para si próprio. Se o paciente
acaba de recontar o seu quinto acidente de comboio pré-natal, você
poderá estar certo de que esbarrou com uma fábrica de mentiras
nalgum engrama. A maneira errada de proceder, para corrigir isto, é
comunicá-lo ao preclear. A maneira certa de proceder é encontrar a fábrica
de mentiras, um engrama contendo um comentário como: "Diz-me
qualquer coisa! Diz-me qualquer coisa, não me importo, desde que tu
me digas alguma coisa. Mas pelo amor de Deus, não me digas a verdade,
não consigo aguentá-la!" Ou: "Tu não lhe podes dizer a verdade. Isso
seria demasiado doloroso." Há um milhar de formas para a fábrica de
mentiras. E estas não são muito raras.
Nunca diga ao preclear a razão por que anda à procura de alguma
coisa. Se disser que quer uma fábrica de mentiras, a fábrica de mentiras
inventará uma fábrica de mentiras. Se disser que quer uma descarga
emocional, inibirá qualquer carga emocional de se descarregar. Faça
simplesmente uma estimativa silenciosa da situação, reduza tudo o que
parecer válido e continue a tentar descobrir a razão por que o caso não
está a funcionar tão bem quanto possível.
O teste de validade de um engrama não é o enredo. O enredo não
tem valor. Os engramas são simplesmente colecções de comentários
contidos em períodos de "inconsciência". Não faz nenhuma diferença
se esses comentários concordam com a maneira como o auditor pensa
que a vida deve ser conduzida ou com o modo como um preclear deve
respeitar os seus pais. O enredo é uma coisa que os escritores põem
nas histórias. Os auditores não têm nada a ver com isso. Um engrama
é, basicamente, ilógico e irracional; não tente encontrar racionalidade
dentro de um! Se os pais eram conhecidos como membros rectos e

472
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

honestos da comunidade e os engramas parecem indicar que a Mamã à


noite fazia o papel de prostituta, aceite os engramas.
A validade é muito simples de estabelecer. Faça estas perguntas ao
engrama:
1. Será que este tem um somático?
2. Será que o somático ondula, ou seja, passa por uma série de
mudanças?
3. Será que se reduz? (Se não se reduz, o conteúdo que o preclear
está a percorrer está errado ou o engrama está muito à frente
na cadeia e tem outros antes dele.)
4. O conteúdo engrâmico concorda com a aberração do paciente?
5. O somático concorda com as doenças psicossomáticas que se
sabe que o paciente teve?
6. Será que este traz alívio ao paciente? E esta última é mais
importante do que todas as outras.
O facto de os curandeiros mentais do passado terem dito pom­
posamente: "Oh! Isto não condiz com a minha ideia de como a vida é
conduzida", não é razão para um auditor fazer Dianética descarrilar.
Os curandeiros mentais do passado não obtiveram resultados. Dianética
obtém resultados e uma das razões mais importantes por que Dianética
obtém resultados é porque ela não tenta deturpar a vida para encaixá-la
em Dianética, mas está a aplicar Dianética à vida. O auditor notará
muitas coisas novas e surpreendentes. O seu moto, como diz um antigo
brasão inglês com um corvo de trinta metros pousado em cima de um
castelo, poderia ser: "Não te surpreendas com nada."
O Relatório de Kinsey nem começou a contar a história que você,
como auditor, obterá em Dianética. O facto de a mãe, sozinha, não ter
o rosto que mostrava ao Júnior, nem o rosto que mostrava à sociedade,
e o facto de a mãe e o pai, sozinhos, não se comportarem do mesmo
modo que na sociedade, não é razão suficiente para fazer com que um
preclear continue a ser um aberrado.
Nos textos psiquiátricos deparamo-nos continuamente com pacien­
tes que tentaram falar da sua vida pré-natal aos psiquiatras e aos quais foi
dito, com uma solenidade ridícula, que os incidentes eram imaginários.

473
L1vRo TRÊS SJ CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

Pacientes, que tinham sido abandonados por todas as escolas existentes


em todas as frentes, porque os seus dados não condiziam com a crença
daquelas escolas, recuperaram completamente e alcançaram, com
Dianética, uma condição mental óptima, muito acima daquela dos seus
antigos mentores, em parte porque Dianética não se coloca acima dos
factos da vida. O Dianeticista não só exige que o paciente encare a rea­
lidade por meio de percorrer os engramas, mas também exige que ele
próprio encare a realidade, aceitando o facto de que qualquer que seja
o conteúdo, se este encaixar em qualquer das condições listadas acima,
este é válido na terapia.
Auditar significa escutar; também significa computar. Computar
sobre um caso consiste em estabelecer onde é que o paciente se afasta da
racionalidade óptima na sua conduta da vida, mas mais importante, onde
se encontram engramas fisicamente dolorosos e de emoção dolorosa, e
como estes podem ser abordados e reduzidos.
Os pacientes descobrem algumas coisas espantosas a respeito dos pais
e parentes quando estão em terapia. Com frequência, eles descobrem
que a vida na verdade foi muito melhor do que parecia, como no caso
de um paciente que acreditava que tinha sido espancado todos os dias
pelo pai.
Os casos de concepção pré-nupcial são muito comuns, descobrindo-se
o paciente ainda por nascer no casamento dos pais. E esses casos são com
frequência muito difíceis de resolver por conterem tanto secretismo
nos seus engramas.
Os mecanismos da fábrica de mentiras tentarão, muitas vezes,
atribuir um maior número de amantes à Mamã e transformar o Papá
numa fera furiosa, mas uma fábrica de mentiras é muito fácil de localizar:
os incidentes apresentados não percorrem como engramas: no segundo
repasse o seu conteúdo é amplamente alterado, não contêm somáticos
e o seu conteúdo não é aberrativo.
Em suma, o que interessa saber é se temos ou não um engrama
real; não se o engrama faz ou não sentido. Porque o pai poderá ter
sido uma fera furiosa na alcova e a mãe poderá ter praticado o coito
com os hóspedes; e o pai poderá ter sido um cordeirinho, apesar da
reputação que a mãe lhe deu após o nascimento e a mãe poderá ter sido

474
MECANISMOS e AsPECTos da TERAPIA

uma puritana frígida, a despeito das histórias exageradas que o preclear


poderá ter ouvido. A verdade virá ao de cima na redução, mas isso não
concerne ao auditor, excepto para conseguir engramas.
Primeiro que tudo e sempre, obtenha engramas, consiga-os tão
antigos quanto possível para a dor; consiga-os mais tardios para a emoção;
obtenha-os, apague-os, descarregue-os, aclare-os! O facto de estes não
serem computáveis como dados verdadeiros foi o que levou o aberrado
a ser aberrado. Deixe o enredo para os escritores: a nossa tarefa é a terapia.
Mas não "aceite lixo" : peça o somático, veja se este varia enquanto o
preclear pronuncia as palavras. Verifique os engramas. E o enredo que
vá para o diabo.

Co1sAs QUE NÃo SE DEVEM FAZER EM D1ANÉTICA

Não dê uma sugestão positiva a nenhum paciente, seja como terapia


propriamente dita ou para ajudar na terapia.
Não deixe de dar um cancelador no início de cada sessão e de o usar
no fim de cada sessão.
Jamais diga a um paciente que ele pode "lembrar-se disto em tempo
presente", porque o somático virá para o tempo presente e isso é muito
desconfortável.
Nunca, nunca, nunca diga a um paciente que ele pode "lembrar-se de
tudo o que já lhe aconteceu em tempo presente" porque, se o paciente
tiver caído num transe profundo, isso agrupa tudo em tempo presente.
E isso torna necessário desemaranhar um caso inteiro. Você quer
desperdiçar duzentas horas?
Nunca retalie, de modo algum, quando um paciente em rêverie ficar
irado consigo. Siga o Código do Auditor. Se você se zangar com ele, poderá
lançá-lo numa apatia que lhe levará muitas horas a desfazer.
Não avalie os dados nem diga a um paciente qual é o mal dele.
Não cante de galo. Se o preclear é a sua esposa ou marido ou filho,
não lhe deite à cara que o seu argumento favorito saiu de um engrama.
É claro que saiu!
Não questione a validade dos dados. Guarde para si as suas reservas.
Audite a informação para sua própria orientação. Se o paciente não

475
L1vRo TRÊS � CAPÍTULO NovE: PARTE D01s

sabe o que você pensa, os engramas nunca terão uma oportunidade de


escapar-se.
Jamais arrebate um paciente para o tempo presente só porque ele
lho pede. Se ele estiver no meio de um engrama, o único caminho de
saída é atravessando-o. A força do engrama é mínima quando o paciente
está retornado a este. Esta torna-se forte quando o paciente vem para o
tempo presente. O paciente terá um choque nervoso se for arrebatado
para o presente.
Nunca se assuste, por mais que um paciente se contorça ou berre.
Nada disso é grave, embora por vezes seja dramático.
Nunca prometa Aclarar um caso: prometa apenas Liberá-lo. Você
poderá precisar de se ir embora ou de trabalhar em algo mais urgente.
E um preclear reagirá muito mal a uma promessa quebrada.
Não interfira na vida privada de um preclear nem lhe dê orientação.
Diga-lhe que tome as suas próprias decisões sobre o que deve fazer.
Não quebre o Código do Auditor. Ele existe para o proteger a si, não
apenas o preclear. A terapia não pode prejudicar o preclear, mesmo que
você só faça metade do trabalho e faça essa metade mal feita; a quebra
do código pode ser muito desconfortável para si, porque fará de si o
alvo do preclear e custar-lhe-á uma quantidade considerável de trabalho
adicional.
Não deixe engramas meio reduzidos quando estes lhe forem
apresentados pelo arquivista.
Não seja inventivo com Dianética até ter trabalhado pelo menos um
caso até ao fim. E não seja demasiado inventivo até ter trabalhado um
caso que tem sónico, um caso que tem desligamento sónico e um caso
que tem sónico imaginário. Aclare estes e saberá. E terá encontrado
engramas suficientes para ter algumas ideias que podem ser de grande
benefício para Dianética. Se não tiver ideias depois disso e depois de
você próprio estar em terapia e de ser Aclarado, há alguma coisa que
não está bem. Dianética é uma ciência em expansão, mas não a expanda
até que saiba em que direcção é que ela vai.
Não misture gasolina com álcool nem Dianética com outra terapia,
excepto a puramente médica, aplicada por um médico profissional.
Se fizer com que um caso fique enredado, não o leve a um psiquiatra
que não conhece Dianética. Só Dianética pode desenredar Dianética
476
MECANISMOS e AsPECTOS da TERAPIA

e os métodos de ontem não ajudarão em nada o seu paciente, quando


tudo o que ele precisa de fazer é de repassar mais uma vez o ponto de
onde você o arrancou com demasiada rapidez. Ganhe um pouco de
coragem e mande-o atravessar novamente o incidente. Em Dianética,
quem hoje tem um esgotamento nervoso, amanhã será um ser muito feliz.
Não desista, não pare. Continue simplesmente a percorrer engramas.
E um dia você terá um Liberado. E noutro dia terá um Clear. �

477
LIVRO TRÊS, CAPÍTULO DEZ

DIANÉTICA
PASSADO e FUTURO

A HISTÓRIA DE DIANÉTICA
A HISTÓRIA de Dianética seria a história de uma viagem de descoberta,
uma exploração de reinos novos e quase desconhecidos, Terra Incognita,
a Mente Humana, uma terra que fica dois centímetros atrás da sua fronte.
A viagem levou doze anos e a labuta foi longa, mas agora temos
mapas e podemos ir e voltar à vontade.
A observação de raças selvagens e civilizadas, nesta e em regiões
distantes, formou os alicerces da pesquisa antropológica: os escritos
de alguns homens nos últimos quatro mil anos formaram os roteiros
eruditos. Os antigos escritos hindus, o trabalho dos Gregos e Romanos
da Antiguidade, incluindo Lucrécio, as obras de Francis Bacon, as
pesquisas de Darwin e alguns dos pensamentos de Herbert Spencer
compõem a maior parte dos antecedentes filosóf icos. A absorção
inevitável da nossa cultura actual proporcionou muita informação que
não foi notada. O restante tem sido aquilo a que o navegador chama
"fora do mapa".
Em 1935 foi iniciada alguma_ da pesquisa básica; em 1938, os axiomas
primários foram descobertos e formulados. Nos vários anos que se
479
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO DEZ

seguiram, esses axiomas foram postos à prova no laboratório do mundo.


A guerra interrompeu o trabalho, como as guerras normalmente fazem
por serem um caos, mas logo após a cessação das hostilidades, a pesquisa
foi recomeçada. Em menos de um ano, os fundamentos desta ciência,
tal como estes se aplicam à mente humana, tinham sido integrados.
Estes foram testados numa longa série de pacientes escolhidos ao acaso
e cada novo teste refinou mais o trabalho, mas cada aplicação trouxe
resultados específicos.
Cinco anos após o reinício deste trabalho, em 1950, a obra estava
preparada para publicação, tendo todos os testes apresentado a conclusão
de que Dianética é uma ciência da mente, que de facto revela leis do
pensamento até agora desconhecidas e que tem funcionado em todos
os tipos de doença psicossomática mental inorgânica e orgânica. Além
disso, no refinamento da forma alcançada, provou que era possível o
uso fácil desta obra por pessoas que não receberam qualquer formação
prolongada.
O objectivo que alcançámos aqui é uma ciência funcional e que
pode ser aplicada com sucesso por indivíduos após um curto período de
aprendizagem. Este objectivo nunca antes tinha sido atingido ou sequer
aproximado.
Quando alguém consegue pousar um pé em terras desconhecidas, ele
toma conhecimento de mais coisas e o horizonte alarga-se mais com cada
novo dado, incluindo corpos mais amplos de conhecimento. Dianética
cura, e cura infalivelmente. E existem objectivos adicionais.
A educação, a medicina, a política, a arte e, de facto, todos os ramos
do pensamento humano, são clarificados com Dianética. E mesmo
assim, isso não é suficiente.
Dianética tem, por enquanto, uma história breve: tem uma juventude
forte: antecipa um amanhã melhor. Antes de se tornar mais velha, a sua
esfera de acção terá abarcado ainda mais. A história de Dianética mal
começou.
O Plano A incluía o aperfeiçoamento da ciência, o seu teste em
pacientes de todos os tipos e, por fim, a disseminação de Dianética
como terapia. Esse plano termina com a publicação deste livro.
DIANÉTICA - PASSADO e FuTuRo

O Plano B inclui uma pesquisa adicional sobre a força vital, uma


tentativa de resolver alguns dos males ainda não abrangidos, tais como
o cancro e diabetes, e o aperfeiçoamento das técnicas descobertas e a
sua disseminação. Isso concluirá o Plano B.
O Plano C inclui um esforço para descobrir um escalão mais alto
da origem e destino universais, se este for um problema de origem
e destino, e os factores e forças implicados, com o fim de garantir
uma melhor compreensão e a aplicação útil do conhecimento assim
adquirido, se for de facto adquirido, e a sua disseminação caso seja
adquirido.
Uma porção do Plano B é a organização de uma fundação, para que
a pesquisa possa ser efectuada mais rapidamente.
A história de Dianética mal começou. Só o futuro poderá dizer que
outras coisas começam com o nascimento de uma ciência da mente.

DIANÉTICA] UDICIÁRIA
Este breve sumário de DianéticaJudiciária é incluído na presente obra
como um auxílio ao auditor.
DianéticaJudiciária abrange o campo do julgamento do Homem,
dentro da sociedade e entre as sociedades. Abrange, necessariamente, a
jurisprudência e os seus códigos e estabelece definições e equações exactas
para o estabelecimento da equidade. É a ciência do julgamento.
A jurisprudência e os seus juízos são construídos sobre as pedras
angulares do certo e do errado, do bem e do mal. A definição dessas coisas é
inerente a Dianética: com estas definições é possível chegar a uma solução
correcta no que respeita a qualquer acção ou acções do Homem.
O teste fundamental da racionalidade é a capacidade de diferenciar o
certo do errado. Os factores fundamentais no estabelecimento da censura
são o bem e o mal. Sem uma definição precisa destes quatro factores,
qualquer estrutura de lei ou de julgamento perde força e complica-se
através da introdução de factores arbitrários que procuram julgar por meio
da introdução de erros para anular erros. Códigos penais que respondam
a todas as necessidades só podem ser escritos quando existirem definições
científicas precisas para os quatro factores e só então é que poderá ser
estabelecida e formulada uma equidade civil, que não conduza à injustiça.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO DEZ

Os problemas de jurisprudência e, na verdade, de todo o julga­


mento estão inextricavelmente entrelaçados com os problemas do
comportamento.
Uma sociedade ideal seria uma sociedade de pessoas não-aberradas,
de Clears, que levassem as suas vidas dentro de uma cultura não-aberrada:
pois quer a pessoa quer a cultura poderão ser aberradas. As aberrações
da cultura entram nas equações de conduta como factores irracionais,
tanto pela porta da educação, como pela dos costumes sociais e da
jurisprudência. Não basta que o próprio indivíduo seja não-aberrado,
pois ele encontra-se dentro dos limites de uma sociedade que construiu
a sua cultura com muitos preconceitos e costumes irracionais.
O estabelecimento da verdadeira fonte do erro e do mal é um
problema fundamental de toda a jurisprudência. A verdadeira fonte
está, infelizmente, nas irracionalidades daqueles em gerações passadas
que, trabalhando com conhecimento limitado e oprimidos pelo meio
circundante, procuraram soluções com equações que continham factores
falsos e indefinidos. Essas gerações, sepultadas há muito, não podem ser
levadas a tribunal. Nós somos os herdeiros de todas as épocas passadas e
isso é bom: mas também somos os herdeiros de todas as irracionalidades
do passado e isso é mau. Em tais circunstâncias e na ausência de uma
racionalidade geral, o auditor não pode julgar o preclear com exactidão
relativamente às suas acções más ou erradas. O criminoso e o insano,
o hipocondríaco e o marido que espanca a esposa, o ditador impiedoso
que procura fazer tremer o mundo e o varredor de rua que apenas fica
sentado a chorar são todos, e cada um deles, aprisionados e impelidos
pelas suas próprias fontes de irracionalidade, pelo mundo que entrou
nas profundezas ocultas das suas mentes torturadas pela dor e que, sob
a forma de aberração social, os esmaga do exterior.
O auditor está interessado no que foi feito ao seu paciente, não no
que foi feito pelo seu paciente; pois aquilo que o paciente tenha feito
está sempre fora do alcance da recordação e não foi a fonte, mas apenas
a manifestação das suas mágoas.
Havendo uma sociedade de pessoas não-aberradas, havendo uma
cultura a que tenha sido retirada toda a irracionalidade, então e só então
pode o Homem ser verdadeiramente responsável pelos seus actos, então e
DIANÉTICA - PASSADO e FUTURO

só então. Mas precisamos de assumir agora a sombra da responsabilidade


por esse facto. Um homem não precisa de se render aos seus engramas.
Talvez nalguma data distante só sejam concedidos direitos civis, de
acordo com a lei, à pessoa não-aberrada. Talvez nalguma época futura
seja alcançado o objectivo de apenas a pessoa não-aberrada poder obter e
beneficiar de cidadania. Estes são objectivos desejáveis, que produziriam
um aumento marcante na capacidade de sobrevivência e felicidade do
Homem.
Mesmo agora, os códigos de jurisprudência podem ser melhorados
e é possível determinar com precisão se o acto que levou o indivíduo
perante a lei foi um acto aberrado, ou se foi causado por uma aberração
da cultura, ou se foi um acto cometido em detrimento de outrem ou da
sociedade. O processo de punição pode, com certeza, ser aperfeiçoado
de modo a sentenciar o indivíduo, não a mais aberração como prisioneiro
ou um homem arruinado, mas a um plano mais elevado de razão, através
da erradicação da aberração.
Os actos passados de um indivíduo que foi Aclarado deviam ser
riscados dos seus registos, da mesma forma que as suas doenças o foram,
pois com a remoção da causa não há motivo para punição, a menos que
a própria sociedade seja tão aberrada que deseje funcionar com base
em princípios sádicos.* Isto é mais do que mero idealismo, pois pode-se
demonstrar que a aberração, nos indivíduos e na sociedade, aumenta
progressivamente na proporção da quantidade de punição aplicada.
Esforços para resolver problemas de jurisprudência, que ainda não
abrangiam definições exactas para certo e errado, bem e mal, apenas
podiam recorrer a um princípio conhecido em Dianética como a
Introdução de um Arbitrário. Foram aplicadas regras gerais e imutáveis
aos problemas num esforço para os resolver e, no entanto, cada nova
regra afastava ainda mais a razão, de modo que eram necessárias ainda
mais regras. Uma estrutura arbitrária é aquela em que se observou um
* A nossa sociedade actual não é aberrada a este respeito: o homem insano não é considerado
culpado ou responsável pelos seus actos. À falta de uma definição de natureza precisa e
científica para a insanidade, e não conseguindo reconhecer que todos os actos irracionais
são insanidade temporária, a sociedade não tem sido capaz de levar a cabo a sua intenção
fundamental.
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO DEZ

erro e se tentou corrigi-lo através da introdução de outro erro. Numa


complexidade progressiva é preciso introduzir novos erros para anular
os maus resultados dos erros anteriores. Uma cultura, para não falar da
jurisprudência, torna-se complexa e desajeitada na proporção do número
de novos males que é obrigada a introduzir, para anular males anteriores.
Por fim, não pode haver razão; só pode haver força e, onde não existe a
razão e no entanto existe força, não há nada senão o turbilhão de uma
fúria insana. Onde houver uma fúria insana, ainda por resolver, com o
tempo terá de surgir a apatia; e a apatia, em espiral descendente, chega
inevitavelmente à morte.
Estamos aqui numa ponte entre um estado do Homem e o seguinte.
Estamos acima do abismo que separa um planalto mais baixo de um
planalto mais alto, e este abismo assinala um passo evolucionário artificial
no progresso do Homem.
O auditor está nessa ponte. Quando Aclarado, ele estará na sua
extremidade mais alta. Ele verá muito tráfego a passar por essa ponte.
Poderá ver costumes, leis, organizações e sociedades a tentarem evitar
a ponte, mas ao prosseguirem nesse curso, estes tombam no vazio do
abismo.
Na sua atitude relativamente aos seus preclears ou à sociedade em
geral, ele não pode ganhar nada repreendendo e julgando erros passados
à luz do nível senciente actual. Além de não ganhar nada com isso,
ele poderá inibir o progresso. É um facto inexorável que o ataque à
irracionalidade já começou. Ataque a irracionalidade, não a sociedade
ou o homem.

DIANÉTICA E A GUERRA

Os organismos sociais a que chamamos estados e nações comportam-se


e reagem, em todos os aspectos, como se fossem organismos individuais.
A cultura tem a sua mente analítica, a natureza senciente combinada dos
cidadãos em geral e dos seus artistas, cientistas e estadistas em particular.
O banco de memória padrão social é composto pelos dados acumulados
ao longo das gerações. E o organismo social tem também a sua mente
reactiva, representada pelos preconceitos e irracionalidades do grupo
inteiro. Esta mente reactiva é servida por um banco de engramas onde
DrANÉTICA - PASSADO e FuTuRo

se encontram experiências passadas dolorosas, e que dita acção reactiva


em certos assuntos, sempre que esses assuntos sejam restimulados
na sociedade. Isto, muito resumidamente, é uma analogia usada em
Dianética Política.
O organismo social comporta-se de uma maneira que pode ser
representada na Escala de Tom; este tem a sua dinâmica de sobrevivência
e os seus supressores, a sua supressão interna devida a engramas e o seu
impulso na direcção de um infinito de duração óptima. Criminosos,
traidores e fanáticos, por exemplo, constituem os engramas internos
que suprimem o potencial de sobrevivência na Escala de Tom.
Há uma definição exacta para cada nível social, na forma como se
relaciona com a Escala de Tom. Uma sociedade livre, trabalhando em
cooperação completa para realizar objectivos comuns, seria uma sociedade
de Tom+ Uma sociedade limitada por restrições arbitrárias e leis opressivas
seria uma sociedade de Tom 2. Uma sociedade comandada e dirigida
pelos caprichos de um homem ou de poucos homens seria uma sociedade
de Tom 1. Uma sociedade governada pelo mistério e superstição de
alguma organização mística seria uma sociedade de Tom O. O potencial
de sobrevivência, em cada caso, pode ser visto em qualquer lugar da
História. Qualquer Idade de Ouro é um Tom + Práticas opressivas,
ganâncias individuais e erros de cálculo em geral reduzem a sociedade
introduzindo-lhe elementos descontentes. Para fazer face a estes, no
passado aplicou-se mais opressão. A sobrevivência da sociedade foi
reduzida ainda mais. Com mais opressão vieram novos engramas e, assim,
as oportunidades de uma sobrevivência longa deslizaram pela Escala de
Tom abaixo. E com esta redução de potencial veio a dor, à medida que se
entrava nas zonas inferiores.
As sociedades sobem e descem na Escala de Tom. Mas existe um
ponto de perigo, abaixo do qual uma sociedade não pode ir sem reagir
tal como o faria um indivíduo igualmente suprimido: a sociedade atinge
um ponto de ruptura e enlouquece. Este ponto encontra-se por volta
de 2.0.
A luta de sociedade com sociedade, de nação com nação tem muitas
causas, todas elas mais ou menos irracionais. Houve muitas ocasiões em
que uma sociedade foi forçada a esmagar outra menos senciente do que
LIVRO TRÊS Q CAPÍTULO DEZ

ela. Mas com cada colisão nasceram novos engramas, tanto no cenário
internacional como dentro das próprias sociedades.
A guerra é um Tom 1 internacional. Não é mais racional do que
qualquer indivíduo que, chegando a um Tom 1 geral e crónico, é posto
num manicómio ou, temporariamente em Tom 1, comete algum crime
e depois é aprisionado. Porém, não há um carcereiro para as sociedades,
nesta altura só há morte e, portanto, elas morrem e têm morrido.
Até agora, uma nação não tinha nenhum meio para empregar senão a
força, quando confrontada com outra nação enlouquecida. Por contágio
de aberração, ambas as nações enlouqueciam. Nenhuma nação venceu
completamente uma guerra. Nenhuma nação finalmente triunfou
pela força das armas. Nenhuma nação evitou a guerra mostrando-se
ameaçadora ou exibindo as defesas.
Devido a estes ódios acumulados, o Homem está agora perante
armas tão poderosas, que ele próprio poderá desaparecer da Terra. O
problema não está no controlo dessas armas. Elas explodem quando e
onde o Homem lhes diz que expludam. O problema está no controlo
do Homem.
Não há nenhum problema nacional, no mundo de hoje, que não
possa ser resolvido somente pela razão. Todos os factores que inibem
uma solução do problema da guerra e das armas são factores arbitrários,
e não têm mais validade do que as explicações justificativas de um ladrão
ou assassino.
O agricultor de Iowa não tem nenhuma disputa com o lojista de
Estalinegrado. Aqueles que dizem que tais disputas existem estão a mentir.
Não há preocupações internacionais que não possam ser resolvidas
por meios pacíficos, não em termos de um governo supranacional, mas
em termos de razão.
Manobrando ideologias indefiníveis, manipulando a ignorância das
massas, entidades inexistentes marcham pelo mundo como pesadelos
na forma de Deuses do Ismo.
Nenhum interesse pessoal é tão grande que exija a chacina da
Humanidade. Aquele que a exigisse, aquele que não a evitasse por todos
os meios racionais, é insano. Não há nenhuma justificação para a guerra.
DrANÉTICA - PAssAno e FuTuRo

Por detrás das cortinas da língua e de costumes diferentes, os povos


são ensinados a não reconhecer qualquer afinidade com outros povos.
Ensinados pelos seus próprios terrores e governados pelas suas próprias
aberrações, os dirigentes apresentam os outros ismos como coisas
detestáveis.
Hoje em dia, não existe na Terra um estado político perfeito, nem
sequer há uma boa definição de um credo político perfeito. Os Estados
são vítimas de aberrações internas e externas.
Dianética trata a guerra porque há, de facto, uma corrida entre a
ciência da mente e a bomba atómica. Poderá não haver uma geração
futura para saber qual ganhou.
Só a racionalidade pode guiar o Homem através destas ameaças de
extinção.
A insanidade não existe sem uma confusão de definições e propósito.
A solução para o problema internacional não se encontra no controlo
ou redução de armamento, nem mesmo na repressão dos homens. Esta
solução encontra-se na definição da teoria e da actividade políticas
em termos tais, que não possa existir má interpretação de processos
claros; encontra-se no estabelecimento de objectivos racionais para os
quais as sociedades possam trabalhar, colectiva e individualmente; e
encontra-se numa competição entre sociedades, com ganhos tão grandes,
que nenhuma se torne dispensável para a outra.
A luta primária do Homem não é contra o Homem: isso é insanidade.
A luta primária do Homem é contra os elementos que o oprimem como
espécie e que impedem o seu impulso na direcção de objectivos elevados.
A luta do Homem é com os elementos, com o espaço e o tempo, e com
as espécies que lhe sejam destrutivas. Ele mal começou a sua conquista.
Ele agora está armado de ferramentas suficientes e de ciência suficiente
para ser bem-sucedido na sua conquista do Universo. Não dispõe de
tempo para disputas, para se entregar a birras e estar de paleio à janela
com os vizinhos sobre bombas atómicas.
A utilização do poder atómico põe outros mundos ao seu alcance.
Porquê discutir por causa deste? As recentes descobertas no campo da
fotossíntese parecem oferecer uma boa perspectiva de alimentar e vestir
o Homem regiamente, mesmo que o seu número na Terra venha a ser
LIVRO TRÊS g CAPÍTULO DEZ

mil vezes superior aos milhares de milhões actuais. Por que razão é que
ele discute? Porquê?
Dois homens racionais entrarão numa competição por proveito, valor
e produção. Será que estas nações enormes, estes poderosos, temíveis
e estrondosos "gigantes" são na verdade meninos mal instruídos e com
pouca sanidade mental, que gritam insultos uns aos outros pela posse de
um gato morto? Então e os exércitos? Os exércitos morrem. Se o poder
dá razão, então Roma ainda governa o mundo. Quem teme agora esta
curiosidade arqueológica que foi Roma?
Há um objectivo mais elevado, um objectivo melhor, uma vitória mais
gloriosa do que cidades devastadas e mortos queimados pela radiação. Há
liberdade, felicidade, abundância e um Universo inteiro para conquistar.
Aquele que não o vê está longe de merecer governar. Aquele que se
entrega aos seus ódios é demasiado insano para aconselhar.
Quanto pode o Homem conquistar? Ele perde, se conquista o
Homem. Ele ganha, se conquista os seus próprios medos e depois
conquista as estrelas.
Ataque os inimigos naturais do Homem, ataque-os bem, e a guerra
do Homem com o Homem não poderá ser um problema daí em diante.
Isto é racionalidade.
Dianética não está interessada em salvar o mundo, apenas está
interessada em impedir o mundo de ser salvo. Se isso acontecesse mais
uma vez seria fatal! Dianética não é contra a luta; ela define o que poderá
ser combatido. Essas coisas incluem as fontes de sofrimento do Homem
dentro do indivíduo, dentro da sociedade e os inimigos da Humanidade.
O Homem, desorientado, não tem reconhecido os seus inimigos. Eles
agora são visíveis: ataque!

o FUTURO DA TERAPIA
Dentro de vinte ou cem anos, a técnica terapêutica oferecida neste
volume parecerá obsoleta. Caso isso não aconteça, então a fé do autor
na inventividade dos seus semelhantes não terá sido justificada. Temos
aqui uma coisa que não existiu antes, uma ciência da mente que funciona
invariavelmente. Os métodos de aplicação não podem deixar de ser
aperfeiçoados.
DrANÉTICA - PASSADO e FuTURO

Todas as ciências começam com a descoberta de axiomas básicos.


Estes progridem à medida que se descobrem novos dados e se alarga o
âmbito da ciência. Surgem várias ferramentas e técnicas continuamente,
melhoradas e aperfeiçoadas. Os axiomas básicos, as descobertas iniciais
de Dianética, são verdades científicas tão sólidas, que pouco serão
alteradas. Os dados descobertos por esses axiomas já são muitos e
expandem-se diariamente. As técnicas apresentadas neste volume para o
uso desses dados serão, antes de passar muito mais tempo, modificadas
e melhoradas. O seu mérito, neste momento, é que estas técnicas
funcionam e produzem resultados científicos muito sólidos.
Há muito tempo atrás, alguém estabeleceu os princípios básicos
que tinham a ver com o fogo. Antes disso não tinha havido um fogo
controlado. A culinária, o aquecimento e, finalmente, a metalurgia
criaram uma nova cultura. Os princípios básicos do fogo não foram
muito alterados. As técnicas empregadas para manejar o fogo, pouco
após a sua descoberta pelo Homem, hoje em dia seriam consideradas um
tanto obsoletas. Hoje em dia temos fósforos, isqueiros e combustíveis,
mas logo depois de se compreender e de se começar a usar o fogo,
o acendedor de fogo por rotação e a pederneira e o aço teriam sido
considerados invenções maravilhosas: mesmo assim, o Homem já estava
a usar o fogo há algum tempo e a usá-lo com proveito, como utilidade
doméstica e como arma, quando o fogo por fricção e a pederneira e o
aço foram descobertos ou inventados.
No caso da roda, foram estabelecidos princípios básicos que não se
alteraram até hoje. A primeira roda funcional deve ter sido uma coisa
bastante difícil de manejar. Mas comparada com nenhuma roda, ela foi
um milagre.
Assim aconteceu com a terapia de Dianética. Os princípios básicos,
axiomas e descobertas gerais de Dianética formam uma organização que
o Homem nunca antes possuiu. Tal como no caso das primeiras fogueiras
e das primeiras rodas, a técnica terapêutica pode ser enormemente
aperfeiçoada. Esta funciona agora; pode ser usada neste momento com
segurança e eficácia.
Esta técnica actual tem dois inconvenientes definidos. Requer mais
perícia do auditor do que deveria ser necessária e não é tão rápida quanto
LIVRO TRÊS a CAPÍTULO DEZ

poderia ser. Não deveria ser necessário que o auditor fizesse computações
de qualquer espécie e, na verdade, poderia conceber-se uma técnica
terapêutica em que não seja necessário um auditor, mas presentemente
ele é vital. Fazer um Clear completo devia levar apenas um punhado de
horas. Aqui, os problemas são relativos ao melhoramento em termos da
necessidade de menos perícia e menos trabalho.
Poder-se-ia dizer que caberia ao matemático e ao filósofo a tarefa
de resolver todos os problemas e apresentar todos os aperfeiçoamentos.
Na verdade, cabe a ele a tarefa de desenvolver qualquer técnica de
aplicação, pois em qualquer sociedade deve haver uma partilha do
trabalho.
Quando os axiomas básicos e as computações ficaram concluídos,
foi impossível publicá-los, pois não havia ninguém a quem tal pesquisa
pudesse ser entregue para aplicação. Por isso, o trabalho teve de ser
feito em toda a sua extensão, não apenas o trabalho de experimentação,
mas também o desenvolvimento e a comprovação das técnicas de
aplicação.
Poder-se-ia fazer aqui uma analogia com a engenharia de pontes.
Suponhamos que existem dois planaltos, um mais alto do que o outro,
com um abismo profundo entre eles. Um engenheiro vê que, se o abismo
pudesse ser atravessado pelo tráfego, o planalto mais alto que não havia
sido usado até então, sendo muito mais fértil e agradável, tornar-se-ia o
local de uma nova cultura. Ele incumbe-se da tarefa de construir uma
ponte. Havia a suposição de que não era possível construir uma ponte
através do abismo e, de facto, uma vez que as pessoas no planalto inferior
não podiam ver o nível mais alto, a própria existência de um planalto
mais alto era negada. O engenheiro, desenvolvendo novos princípios
de construção de pontes e descobrindo novas significâncias nos seus
materiais, consegue lançar uma ponte através do abismo. Ele próprio
atravessa-a e inspecciona o planalto cuidadosamente; outros atravessam
a ponte e, deleitados, examinam o novo terreno. Cada vez mais pessoas
atravessam a ponte. Esta é sólida e, embora não seja larga, pode ser
transposta com segurança. Não foi construída para tráfego pesado e
veloz. Mas contém os princípios básicos e os axiomas pelos quais o
abismo pode ser transposto, vez após vez. Muitas pessoas começaram a
aproximar-se do abismo e a olhar para cima.
49 0
DrANÉTICA - PASSADO e FuTuRo

Que tipo de opinião teria o leitor da sociedade que está no planalto


inferior se ela se limitasse a gemer, chorar, discutir e não desse qualquer
ajuda na tarefa de alargar a ponte ou de fazer novas pontes?

Neste manual, nós temos os axiomas básicos e uma terapia que


funciona.
Por amor de Deus, ponha mãos à obra e construa uma ponte
melhor! �
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TERMOS de DIANÉTICA

ABERRAÇÃO: Qualquer desvio ou afastamento da racionalidade. Usado


em Dianética para incluir psicoses, neuroses, compulsões e repressões
de todos os tipos e classificações.

ABERRADO: Neologismo dianético para qualquer indivíduo aberrado.


ACLARAR: v.tr. Tornar limpo, tal como de sujidade ou obstrução;
iluminar; libertar de culpa, censura, etc.; abrir passagem; dese­
maranhar. v.i. Tornar-se claro e brilhante.

AGRUPADOR: Um comando engrâmico que faz com que a linha do tempo


ou incidentes que se encontram nesta fiquem emaranhados de tal
forma que parece que a linha do tempo está encurtada.

APAGAR: Causar que um engrama "desapareça" completamente através


da recontagem, altura em que este é arquivado como memória e
experiência.

AUDITOR: O indivíduo que administra a terapia de Dianética.


Auditar significa "escutar" e também "computar".

BANCO DE ENGRAMAS: O local de armazenamento no corpo onde os


engramas, com todos os seus percépticos, são registados e retidos e
a partir do qual os engramas agem sobre a mente analítica e o corpo.
493
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

BANCO DE MEMÓRIA PADRÃO: O local de armazenagem na mente


onde todos os dados percepcionados conscientemente (visão,
som, ouvir, cheiro, sensação orgânica, cinestesia, táctil, assim como as
computações mentais do passado) são registados e guardados e a
partir do qual são entregues à mente analítica. Inclui todos os dados
de uma natureza consciente, desde a concepção até "agora".
BÁSICO: O primeiro engrama em qualquer cadeia de engramas similares.
BÁSICO-BÁSICO: O primeiro engrama após a concepção, o básico de
todas as cadeias unicamente por ser o primeiro momento de dor.
CADEIAS: Qualquer série de incidentes no banco de engramas que têm
um conteúdo semelhante.
CLEAR: O indivíduo óptimo; que já não possui quaisquer engramas.
Do dicionário inglês: claro; límpido e, por conseguinte, sereno;
limpo; audível; diferenciador; compreensivo; livre de dúvidas; seguro;
inocente; líquido, tal como lucro após despesas; sem dívidas; livre
de qualquer enredo. s. Um espaço ou localização claro.
COMANDO ENGRÂMICO: Qualquer frase contida num engrama.
DEMÓNIO: Um circuito de derivação na mente, chamado "demónio"
porque foi interpretado assim durante muito tempo. Provavelmente
é um mecanismo electrónico.
DESORIENTADOR: Qualquer comando engrâmico que faz com que o
paciente se mova de uma forma ou numa direcção na linha do tempo
que é contrária às instruções do auditor ou aos desejos da mente
analítica do paciente.
DIANÉTICA: (do grego dia, através, e nous, mente ou alma); o que a
mente (ou alma) está a fazer ao corpo.
DINÂMICA: 0 impulso, ímpeto e propósito da vida - SOBREVIVER!
- nas suas quatro manifestações: a própria pessoa, sexo, grupo e
Humanidade.
ENGRAMA: Qualquer momento de maior ou menor "inconsciência" por
parte da mente analítica que permite que a mente reactiva registe;
o conteúdo total desse momento com todos os percépticos.
494
TERMOS de DrANÉTICA

LIBERADO: Qualquer pessoa que foi levada até um estado que se


aproxima do normal de 1950 através da terapia de Dianética, quer
tenha avançado desde uma condição psicótica ou neurótica.
LIBERAR: O acto de liberar através da terapia.
LINHA DO TEMPO: O período de tempo de um indivíduo desde a
concepção até tempo presente, no qual se encontra a sequência de
acontecimentos da sua vida.
MEMÓRIA: Qualquer coisa que, percepcionada, é arquivada nos bancos
de memória padrão e que pode ser recordada pela mente analítica.
MENTE ANALÍTICA: A mente que computa - o "Eu" e a sua consciência.
MENTE REACTIVA: A mente a nível celular que não está "inconsciente"
mas está sempre consciente - a mente oculta, previamente
desconhecida.
NEGADOR: Qualquer comando engrâmico que faz com que o paciente
acredite que o engrama não existe.
PERCÉPTICO: Qualquer mensagem sensorial tal como uma visão, som,
cheiro, etc.
PRECLEAR: Qualquer pessoa que começou a terapia de Dianética.
PRÉ-LIBERADO: Qualquer paciente que começou a terapia para alcançar
uma Liberação das suas principais dificuldades, psicossomáticas ou
aberrativas.
PSICOSSOMÁTICO: Qualquer doença ou distúrbio físico gerado pelo
próprio corpo.
REDUZIR:Fazer com que um engrama fique livre de somáticos ou
emoção através de recontagens.
RESSALTADOR: Qualquer comando engrâmico que, quando abordado
pela mente analítica na linha do tempo, faz com que o paciente se
mova de volta para tempo presente.
SEGURADOR: Qualquer comando engrâmico que faz um indivíduo
permanecer num engrama, consciente ou inconscientemente.
495
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

SIMBIOTA: Qualquer entidade de vida ou energia que ajuda um indivíduo


ou o Homem na sua sobrevivência.
SOMÁTICO: Um neologismo de Dian ética para dor, qualquer condição
do corpo experimentada quando se contacta um engrama; a dor de
uma doença psicossomática.
SÓNICO:Recordação ao ouvir um som do passado com o "ouvido
da mente".
SUPRESSOR: As forças exteriores que reduzem as possib il idades da
sobrevivência de qualquer forma.
VISIO:Recordação através de ver uma visão do passado com o
"olho da mente".
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AXIOMAS FUNDAMENTAIS
de DIANÉTICA

O Princípio Dinâmico da Existência: SOBREVIVER!


A sobrevivência, considerada como o Propósito simples e único,
subdivide-se em quatro dinâmicas. Simbiota significa todas as entidades
e energias que auxiliam a sobrevivência.
A DINÂMICA UM é o impulso do indivíduo em direcção à sobre­
vivência para o indivíduo e os seus simbiotas.
A DINÂMICA DOIS é o impulso do indivíduo em direcção à
sobrevivência através da procriação; esta inclui não só o acto sexual
como também a criação da progénie, o cuidado dos filhos e dos seus
simbiotas.

A DINÂMICA TRÊS é o impulso do indivíduo em direcção à


sobrevivência para o grupo ou o impulso do grupo em direcção
à sobrevivência para o grupo e inclui os simbiotas desse grupo.
A DINÂMICA QUATRO é o impulso do indivíduo em direcção à
sobrevivência para a Humanidade, ou o impulso da Humanidade em
direcção à sobrevivência para a Humanidade, assim como o impulso
do grupo em direcção à sobrevivência para a Humanidade, etc., e
inclui os simbiotas da Humanidade.
497
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
O objectivo absoluto da sobrevivência é a imortalidade ou a sobrevivência
infinita. Este é procurado pelo indivíduo em termos de si próprio
como um organismo, como um espírito ou como um nome, ou como
os seus filhos, como um grupo de que ele seja membro ou como
Humanidade e a progénie e os simbiotas dos outros bem como os
seus próprios.

A recompensa da actividade de sobrevivência é o prazer.

A penalidade suprema da actividade destrutiva é a morte ou


não-sobrevivência completa, e é a dor.

Os sucessos aumentam o potencial de sobrevivência em direcção à


sobrevivência infinita.

Os fracassos diminuem o potencial de sobrevivência em direcção à


morte.

A mente humana está empenhada em percepcionar e reter dados,


compor ou computar conclusões e colocar e resolver problemas
relativos a organismos ao longo de todas as quatro dinâmicas; e o
propósito da percepção, retenção, conclusão e resolução de problemas
é dirigir o seu próprio organismo e simbiotas e outros organismos e
simbiotas ao longo das quatro dinâmicas em direcção à sobrevivência.

A inteligência é a capacidade de percepcionar, colocar e resolver


problemas.

A dinâmica é a tenacidade para a vida e vigor e persistência na


sobrevivência.

A dinâmica e a inteligência são ambas necessárias para persistir e levar


alguma coisa a cabo, e nenhuma das duas é uma quantidade constante
de indivíduo para indivíduo, de grupo para grupo.

As dinâmicas são inibidas por engramas, que põem obstáculos a estas


e dispersam a força vital.

A inteligência é inibida por engramas, que fornecem dados falsos ou


incorrectamente classificados ao analisador.
AXIOMAS FUNDAMENTAIS de DIANÉTICA

Afelicidade é a superação de obstáculos não desconhecidos em direcção


a um objectivo conhecido e, transitoriamente, a contemplação ou a
satisfação do prazer.
A mente analítica é a porção da mente que percepciona e retém os
dados da experiência para compor e resolver problemas e dirige o
organismo ao longo das quatro dinâmicas. Esta pensa em diferenças e
semelhanças.

A mente reactiva é a porção da mente que arquiva e retém a dor física


e a emoção dolorosa e que procura dirigir o organismo unicamente
numa base de estímulo-resposta. Esta pensa só em identidades.
A mente somática é a mente que, dirigida pela mente analítica ou pela
mente reactiva, leva a efeito as soluções no nível físico.
Um padrão de treino é o mecanismo de estímulo-resposta determinado
pela mente analítica para cuidar da actividade de rotina ou actividade
de emergência. É mantido na mente somática e pode ser mudado à
vontade pela mente analítica.
O hábito é a reacção de estímulo-resposta ditada pela mente reactiva
a partir do conteúdo de engramas e é levado a efeito pela mente
somática. Só pode ser mudado por aquelas coisas que mudam os
engramas.
As aberrações, que incluem todo o comportamento perturbado ou
irracional, são causadas por engramas. São estímulo-resposta pró- e
contra-sobrevivência.
As doenças psicossomáticas são causadas por engramas.
O engrama é a única fonte de aberrações e doenças psicossomáticas.
Momentos de "inconsciência", quando a mente analítica está atenuada
em maior ou menor grau, são os únicos momentos em que os
engramas podem ser recebidos.
O engrama é um momento de "inconsciência", contendo dor física
e emoção dolorosa e todas as percepções, e não está à disposição da
mente analítica como experiência.
499
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

A emoção é três coisas: a resposta engrâmica a situações, o fornecimento


regulado de fluidos endócrinos ao corpo para fazer face a situações
num nível analítico e a inibição ou avanço da força vital.

O valor potencial de um indivíduo ou de um grupo poderá ser expresso


pela seguinte equação:

em que I é a Inteligência e D é a Dinâmica.

O mérito de um indivíduo é computado em termos do alinhamento,


em qualquer dinâmica, do seu valor potencial com sobrevivência
óptima ao longo dessa dinâmica. Um VP alto poderá, por um vector
invertido, resultar num mérito negativo, como no caso de algumas
pessoas severamente aberradas. Um VP alto em qualquer dinâmica
assegura um mérito elevado apenas na pessoa não-aberrada. aJ

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DIANÉTICA
no SÉCULO XXI
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DIANÉTICA
no SÉCULO XXI

A HISTÓRIA de Dianética mal começou.


Só o futuro poderá dizer que outras coisas
começam com o nascimento de uma ciência
da mente.
Foi deste modo que L. Ron Hubbard
preparou os seus leitores para os avanços que
ele sabia que iriam certamente seguir-se, e é
deste modo que apresentamos a história da
continuação de Dianética no século XXI.
Apropriadamente, essa história começa
com a publicação, em 9 de Maio de 1950,
de Dianética: O Poder da Mente sobre o
Corpo, e com aquilo que foi adequadamente
descrito como uma tempestade nacional de
Dianética. Entre outros barómetros da época
havia 7 50 grupos de audição a formar-se
espontaneamente por toda a América e muitos outros milhares a aventurar-se
na Terra lncognita enquanto o título continuava no topo da lista de best-sellers
do New York Times. Algo que também formou um turbilhão de entusiasmo
continuado para além da Primavera de 1950, foi as Fundações de Pesquisa de
Dianética espalhadas pelos cantos remotos do país e onde L. Ron Hubbard
deu palestras, instruiu e encontrou uma procura popular espantosa. Contudo,
e precisamente como ele prometeu no capítulo final deste livro, muito em
breve seria empreendida pesquisa adicional - e expressamente de acordo
com aquilo que ele enumerou como Plano B: uma investigação concertada
da força vital.
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DianetiêS!lStudy of the mind-fastest grow11

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L. RON HU8BARD LAUGHS READILY . HE EXPLAINS, COES NOT OEFl:ND . ALl OF UFE WA:
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(contlnued from p.age 2) 1930s and upon his retum be en- · trappings. he regatds bigber edu­
was obvious tbat m lnd meterá counte.red lhe necesslty of nour- cation as uow administered a s
body function. • He was làler io isbin g the b o d y a s well a s the mere surface scratchíngs.
conclude that "what has been mi.nd. Né.ither will be offer any ex-
caHed em.otion is really in two Dunna bis stlident days he had cuses for popular identiflcatíon of
sections: first. there Is tbe endo­ begun lo write pulp flctlon U1d him so.lely as a pulp author. Hack­
crine system which, ha.ndled he turned to tbís as a meaas of ing out potboilers wu li living
either by lhe analytícal mind... livelihood. Bis first stock in trade and a means to an. end. He
or lhe reactive mind....brlngs emo• were flying i:toties, to be foi- re.garded bimself first and always
iional responses of !eu, enthusl­ lowed by travei and adve.nture the scholar and sclentist.
asm, apatby, e.te.• Glands were an yàrns and by science (ktion.
13y 1935 he was ready to begin
ínstrument of body controlf
When he married bis economic some of th� basic research. and
Hubbatd confesses be finally problem was doubled, so he by 1938 lhe primary axioms of
tired of listening with half an doubled his output He became one Oianetks had been dl!covered
ear to lectures repecating the dlc­ of tbe. most prolific and mos! sue- and fonnulated. Hubbard at tbat
tums of authorit.Y while he was tim,,. ,u " HA ,� ·t"'-nt"••A: trt
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bar patrons
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11 Arittode rcmaiocd lhe Authotity
for All. the Dark Agea ttigned.
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I DJ lhe teIlia• um to the fa.lkn wreckagc 1nd w � somatic illneuet. tttc-b II tbe- com• Tbe tccbn-íque of Di.aMlic ther••
,.leucd •r bet htllblnd. lrviR.. 39. Í:: moo ool d , arthriti1, migninc, py, be jo1i11<, ia buically rimple
and cu, � uadeutood and applic<'
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)IANETICS:
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Husbands are auditing their wives,


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flÔ tuz.ed by mc:dicin.e aa ptycholOmat- Tbat cl�m it the. t.ugct oo whi
f-,t ic ia origio. At an e:umple of tbe profcuion.d inen ha•e tr-aincd tb
beavicat çrltical gun,.

neighbors form discussion group


� luter bc 1eport1:
• A nutnbcr of gcrm di1cuu l.l"C (Cooclodcd tomorrow)
� prcdi,po1ed aod pcrpctoated b y
- eogntm. 'T11bereulosi1 i t ooe. • Fedeul age-ou loday pkked ,
� Oi:,.Mtie, can rid toc.iety of tbe San Josc bnuty on a ..ccttt pc-1
(11rl� ú- rlw tJdr4 of a. daily 1trit1 · Yct e-.en befo,e the Poundation'• · ,y. whcte a,pitú,1 ••di"""
thcmocl coatly curte o( alcoholism� •Au compl1.i1u gro,.,-iag out of the ir
p•Nlwd by ln< Daily N,ws •• 1/t• low bruch .,., opencd .. d bdore we cdittd as wdJ u a.ditift«, o, 1l4;0bolic1 an akoholíc becau1e of tig,tion of tbc mutder ht Fel,. ·
-� uwl, /onrwlokd admcl' of Dia,rr.tic.1 ffubtNsrd carne here ao kctote mel. c:on• ce:.ail!:a. �dcan. k l• IOl1ltUli1'8 lhdr engra.ma. Dl,chuge rbc rcac• do
�J bJ!;�::. !!7b Db•:!1!.�º ·
OfW tJu tu.1'1tlfl11e o/ JMlfl4/ 1hl'raP1 dact demon•ntions o{ thC'npy bcfc« IO lhe pre,an,cfuatíoft cramming of 1 thc eogram baok ... aud 1be dipso­ pe ,
r

bown. ,u Di.alslfli� pr()cusi"I· flrl' tbe Uthíal cl&M of JmYÜI& Jtudentt.. dte. denta e"'Ct)-When:. Tbue are attki•a ma:niac cao drink when he liku and he.ucJf w1.1 G�orgia M
Xriu wtll conti!JIU a,r obj,ctJve 4NI movcment had fmned 001 at an epi,- "" ocmRcd by tlle Foonda«io• u ,top.• de.ieribed u the tweelbe·
lMpartl4I 11po11 tlt.l' d,d,,., alfd
º" h cau largely diacounge the Ruuell (Ruty) Oeana, oue
demieTMt. ..,_Ofta1 aodiwrs. 1 5 �UODt iodâctcd itt lhe
""°"""�IJ o/ t. Jton Htd,bard., Oilbe'Úet: ctub1 bloHomed likc Mudt of thia lype o! trainifts it •criminal• praçtice- of abortion, a
•crime comtnitted agafoat a cb.ild.• m.iUion dollu oarcotic
J•r,1oda1or- o/ ,ci,lflffic a.:donu o/ .-ild floweD ÍB dJt tlpriDI, oraanized by fomicd on • tcam 1,.:,. 9Filh 1tadc:nl blowu-p whicb re1u l t1
ltaM4US 1lu,u1ht prou.uo •ltlcll pcople. wbo maelr had rud tht book. lftd ,to&ttt 8 ahemacing u audil.Ot and ít can deoimate crimes or •io-­
k: o(:e wbere lhe penal ayttem bu O�vidiao•• shying,
11lr•ady #i.it1, otrr.ut1d 1Nilllo,u o/ "O.ianetica: The Modicn Scicftoe o( ,,..c1e.at, u ptaceitio11e:r and p•tie"t. ftilcd. AA1t. U.S Atty. Nonoan
nid ot11,,,,,,u.J hlc1ital llc,1111," -fttly tteon.,,.!Nled Alao ,_ fav01<'1 io pcl,llllÍIII lt bold, bope thll man may at said tbe coruptaint, íil
....i
y pooplc who bad 11ade111.1 ia lhe triad. 1y1ttm. • lut ditpenac witb lhe ugly in1tili1• beforc U.S. Commi.oioner
:� 8y JOHN CLARKE ::!::'/ O!lict 1blde11t A &adita atudenl ª· B, aadita tioo of .,a,, bec:au.e wan ■re lhe Ca.hetJey. wa, bucd oo ,
(l)ail)' Nc'IW'I SbdTWriler) N&ighhota fonascd diieuuion mdC audib A. eod prod11çt of aocial abenaúon1 at Mio M�tlín gave the Ped<"
J!, k>,
dina • jory c:o"·ering Doanc-·• wt
_. .,...!", h"'º""'" bc8.. 10 ''&odl1" thrir Rc-1ardi:d u th< "ideal" tryod ia lbe natiomtt leve\: •sy cont.agion
H1.tional •eadqoatter& of Uie wâ-..it-1 and wí� dteir h•bandl, •nd in whidt all threc mcmbcn: are: of o f aberr&lion. botb ua1ío11, (go) tbe fUy o( tbe murder ilt !
-�ft\
-'•'-1. �- a.-c. foandalion mad. R1tionality alont' cao gúíde Neukom n.id •be ph11!e

iment' in Ame--�:1-:�-�o"°'=��;�;�
· ' ·• • ""'- blio a,mi..,. °" aicli va,u<ly oomp,ch<lld· ramc. tt.a. the ...me general c.ulla
man pu.t lhc•e 1breatt to hi• her aputment u ,h
popala.- c4 topica u "SoMval Dynmia" and k�I and whoac- rc11ti<mahíp1 uch moment of tbe killiog. l'
- u.tinction.•
\âc olMn is fradly bo• 'QOt intimate� erntnetu ha• ptoof hc­
Siill anathc.r 9ro�ct invohes h cau atame out bomo•exuality,
.,bieb ia auributed to attempted v,bc-rc •
tetier.,,1tion o{ 20 to 30 roozm e The judJt puticnta.r
abo1'ion: " ... with an cffcctivc :td•
weekend at lhe coufttry chab Jfc, ence to ba.odle 1be problcrn. a ,o�·t• tht jo.ro� not kl :t!h.Yw lhe
\liU. " 4<15 N0<th ROOlmor<- A"" ety wbic.b would continue to ínnt1tth.-:e.d hy lhcir o
f J \, I )9,0 w.., s;,11, .,hete what ia obacurely dc:a.cribed
.. intt:nai,,e nditina 1rit!I çhc:mi e ndurc pcrve n i ou . . . doetn't tow-ard ComrnuniA·n or
coetea opcned dettrve to c-xi,t." taru;c {'tf tdusal of �ny •
.'J 1>oil4i•I hoo• -.St.. i• ex>adncte.4 on a OOfttin Linked witb p1ycbo1omatic ili· •
ud 20 *proor.,... h<>Ul' hasi•. ne••e1, cbronic mental deraoge• te ti�1!Z:etnb31un ...-u
..,,,lh Pvk Vicw Partià�ân1 iR thc11e acminus ' meatt. b<e they cycJ.iea.t or «>tUiao.• cocirt at thc: ,end of lhe 1
coucentrlled thctapy ncb wcek cre ocu. cao be wiped out. hit t,lond .-i.fe, l..in3:.
til:, aoq:a{,ed •• 1 Absder,t audít<U and 30 pt•dcan. Oiaoetic1 can rc:ctiíy lhe metuaJ Hc it c;-h:u-gcd wltJ
,t llóMtt ,ucet and ittch fout •wdentt thctc: it • rrot< • abon circoilt wbicb bring accidco• rct j\1,y and 9nc of ft.n
tal dcatb, can íocrcaae longevhy• his dctti&t to an Am1
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tl aodilot. He i• prean1 only ·
ptt.ipoa:a of irucruct:iop bat presuma
"°' mioimiu- thc pain of cbild beariog lut vear lh1'.l he w;u
1.nd preacot mankind with VHt new thc- éommoni.�I pa.rf)•
r· tcciw lotcnaificd to topc.--rvi-. lhe adminíatralion of intel1ectuel vittu by freeiog bim lent <werthrow of '
i ••id•nee froro chemical ''uaista.•• (ro m tbe fctteu imposed b y 1,0"CntfDC'nt.
("""tint1ed "" P.., 12. Col J) . Pre«deot aod Aulhotity. FoU'1wina tlJé '
,-:-pn,iic,,l
'l&bonl<>-
·lt&:;,;��-&....4�-':'-�'.tb1.:.i,c&d4-.::�����.::::::6.���->.:-.i<fa�(-i'..'>:�,,�-s->..<;.,�,':i::4.¼.ib-
die- 1<>p-nnlriog ph·
r. �-,,· l . -t � . . , ,..._ • •

DI AN ET ICS
New mental science helps to 1
rationality, zest for living, clai'
at it is.
(flii., i s the ftmnh Q f a daily series he is pleased with cxplaining wl_i
D'1il)' News on rhe 11ew/y Almo st hourly, by way of ,llustra­
pablished by 1/1t·
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fúrmufolí!d .tcin1ce of Diane1ic.1 and
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Dianeri<: pmc,•.1-.fi11s, The .1eries prol'id
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Ron 1 falsc notions about Dianetic.-s which
daim� mui acc"mf'Tishme11t.f of ./.,.
/ ic ,niom .< j is called upon to confro nt and at.tempt
H11hba rd, formulamr o/ .râenti
y '.l:, to battcr down.
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<1t1mc ted 111illio11s ,�{ adhere nt.r.) Although he asscrts thal ali hu11!an
lwve
bchaviorisms can be accounted for w11h­
­
out resorl to metaphysics or rnysti
By(l!�!!�.$�!,KE cism, and :ilthough he doe.i; havc a gn:.a
s_ an
l <leal to say about �uman morai
Spec.tacular succcss, partic ularly
y. does not bnng \ mores , Hubburd rcJe-cts . and cons1de
thc suddcn variél have. be,
_ tri­ 1 unfair the aHempl� wluch
rewards wholl y umu.lu lterated by his (scit
hca- \ made to idcnti fy_ or sc
bulations, irritaiions and comp
wnf�
usly uncxp erienc ed . l tifk) concepts w1th orgamzed rehg1c
tions prevío
relie.ious philosophics. spirírual belí
L Ron Hubbard h,1s lcm11cd thts
it befor c, in \ faillÍs, cults or dcítific vencrntíons.
lesson. if he did not know
SUPLEMENTO ESPECIAL

Só em 1950,
L. Ron
Hubbard
entregou 155
palestras
públicas, para
ir ao encontro
da procura de
Dianética a
nível nacional.
DIANÉTICA no SÉCULO XXI

O tema é imenso e o trilho da pesquisa exaustivo. Mas basta dizer que,


no período de doze meses, L Ron Hubbard tinha identificado uma força
animante dentro de cada coisa viva. Ele chamou-lhe Theta, e caracterizou-o
como uma energia que existia separada e distinta do universo físico tal
como o conhecemos. Quanto a isso, T heta era uma fenda numa parede para
além da qual se encontrava outro reino inteiro de Terra lncognita. Isso foi
também um poste de sinalização para uma afirmação muito intrigante feita
na sua discussão de A Célula e o Organismo (Livro Dois, Capítulo Três).
Isto é:
"A menos que postulemos uma alma humana que entre no esperma
e no óvulo no momento da concepção, há coisas que nenhum outro
postulado abrangerá, a não ser que essas células sejam, de algum
modo, sencientes."
A primeira fase de tal pesquisa culminou, em meados de 1951, com a
publicação da obra seguinte de L. Ron Hubbard sobre Dianética, Ciência
da Sobrevivência. O facto de o livro ser construído sobre a Carta Hubbard
de Avaliação Humana, através da qual se pode predizer infalivelmente
o comportamento humano e indicar a entrada adequada para o caso,
também foi evidentemente significativo; porque aqui estavam os primeiros
aperfeiçoamentos técnicos que haviam sido postulados nas páginas
precedentes.
Entretanto, e como também foi tratado numa página anterior
neste volume, L. Ron Hubbard foi bem-sucedido em desenvolver um
"galvanómetro muito sensível" com o qual medir a então desconhecida
produção de energia humana. De facto, este foi o primeiro de uma longa
linha de desenvolvimento do electropsicómetro, actualmente mais bem
conhecido como E-Metro, e da medição do estado ou mudança de estado
mental. Assim, em termos de Dianética, os E-Metros depressa foram
empregados para localizar engramas com velocidade e precisão inimagináveis.
L. Ron Hubbard demonstrou
pessoalmente as técnicas de Dianética
com um dos primeiros E-Metros.

/ s,M,u"
DI,:!I.
l
'I EC

.,......
,..,...,.,.
1. lto
1

O seguinte livro de L. Ron Hubbard


sobre Dianética: Ciência da
SUPLEMENTO ESPECIAL

:filmiüilDüID
MAN'S SEARCH FOR HIS SOUL
r« n>e.it<k,l\ � �- "�" h�� l1C't1) .:rtp.1l'Ó llflC.'ll .,_ "'"""··

A.li tltintff<. Ili ·•t: 4ft$ h,1< ',."l."W.Jik,i;-4 ttri·,.,.,ffi...


111 /tUJ ��,;;\W,�i fl,
X. N\> )o:�itf1$l. � l�i�J�, ""-' tl.!W..-r 1,.-,, J:ubj W ,,tl\:lllo:".M ,tpllJl ie, �l<I�
fl 11�n �"( �J � UflC •)f•n\iot4'1. t'!f 4'�1 00. 1b.:- Al-h�.:• ,>i cbt!io \C�, llflO Ot•
11'1titt!k<a. JtJÍfl'tff w p«ir. illil Mr-�,:,, VI. �1'h1 1�, b:1-. t:dlltd �
hil�k � i\$ 'l«-Wtll.

Tlk- "llwf-1 1\ ,Vl<J1. !<.! ttlt- .:h.ifr� ;llki �rn,.,i..- llij� _ hn- !).."til' 1Jl ..�
'
*�' <it' "lr.i�-e-.:>t, !11l<:·ttU1.,f\, �;,,-� ,lf �l:�i<.W.

Tl> �y 1,.�-1�"" 111.>C 1 �vt fow::1f liw :it>,tW('.t l<l llll ri(.',f!-.:.t. ('!f tbc ,�,1 w�lrt bt
in.ti."<"m.11te ruw J'<fr.W(i'IS"'lhl\1\. 'hl Ji�('\Vtl �� f l').).v-: <.:ilPte r« 1;�.,., ,nd "' r111
t(t !Ili�. ÚIIII 1;,,._..,� nr�1' �-�('t�k:,- ltf �nts ...
"(>1/J,i N ;', �:� r,/. \l,ll�
-�Jllitw,: mio,.

T(>i1:oy, nh._..., !11«'1�·-fi� >t-1.r$ \'Í �;;,.,. 31,d :h,.<t�\í �,iJ "(,..,. 1..;N, ��ffl l"
;)Ublit' .vci\·i(y �n-U! f t,l,;,c-,wd lhe cl<;.'tl...""rilll !,! ,..,)ti; �)il,,! l);f ttt.di'l',. 1 t'III>
jltl'\1'0'ffl.:r. lh,11 i� ;!\,, C-·l,>ÔJ'I! t M'\: .,_llt'.Wk'r'l'Ú t!«r<: r,,;,,.1 lit lhe' ol:f',•""Tf. !,:,
ifis,i foJJfo. fC :k;ir tr.iJ;ln>, li•� f'•iM.>t:t•-� ho1fll;t.'I -H'AA··li.l! � m'J'
J!.:111,j, :t:s.! Pi.tic-l'.'o' y J hlAA -.«11 .!N �,;1 ir: �.r;t!J..,Ml!u:,i..-,J.

f� ff'tti tii1'>i :;><,u I fü� tn4<J.> .;i, 1"'-'1a Clr� 1 hi«� t,c-.,11. '"'ilh $oi>tt�
�-h,.;;�m'.c� ��-� k�\'lwi !ffl'J" rul1•1 1lf m,i, ,'-"it11rif1,: ·�11-...,._>1 .111t;1 1t1M lh;ar. l h-1w
ruy..::11 ..:,bl,.c,;! hlólf :t tltl"(l",-.;I, •��i <11�� l �(!ll'o': r�,.�� nl-'1.llY 1it:1<:� l�, J nmt
Í11t,."'i: th;o;_ fx1 t.'t�I 1U;'. !).,,-,;· (('.,,.,'ll\,v,I � \!�� j'),..'\k,f \t-\\<!1',;! OCÍ\\fli!� �•�! l'<l1i!,.Ô,,,n mk(
u,,1 >#;� lllll/11 Ro<.r ('("�\� h• fl",1�nJ k• 111:ru ;,,-,à: JM1�fi1'1 1:-,--..U 1l�'11it.

Rdi_41>11t. 11t>1 ��n«. ha,� ,�rril"d l�!i> �r.-fi. �t<. 1r)r. dww� Ot(. l\)ÍS�.
�i:t. SctC"'-""t" t-J.• ;,l} tl\lt �";l!ic� 1'1lrn "'itt> ;\i; ��Y 111h\,:1; �il<!"f 1ht 'k'"I\II.
� 1>11",)ffi'l;t: •� r?:c l;,Ô!i.ttt", ,-,/ l'l,'k'l\,;;t � ;}:� i,,�hl\.

(�;:�n� lli"''t!�v 1,�u.1 t.lK �11.,:1f(.õoo �IX\�<llfil(, �"'J�·�\ �1.


� t-.rittj tl"4ll Íl\)!tl ,n duic"M.1'�.
DIANÉTICA no SÉCULO XXI
No entanto, os objectivos mais avançados da pesquisa de L. Ron Hubbard
para além da Primavera de 19 50 foram a continuação daquele plano C mais
amplo:
"Um esforço para descobrir um escalão mais alto da origem e destino
universais."
É desnecessário dizer que o tema é comensuravelmente vasto e envolveu
nada menos do que uma medição real dessa alma humana postulada. (Para
que fique registado, a primeira de tais avaliações foi conduzida com um
electropsicómetro em Wichita, Kansas no final de l 951 com testes adicionais
em Phoenix, Arizona durante o ano de 1952.) Também será desnecessário
dizer que os resultados desses testes encheriam muito mais volumes de
L. Ron Hubbard, mas em última análise resumem-se a isto: dois anos depois
de ter escrito o livro que agora tem nas suas mãos, L. Ron Hubbard foi o
primeiro a isolar e identificar cientificamente o espírito humano.

L. Ron Hubbard acabou por dar mais de 3000


palestras para delinear as descobertas relativas
ao espírito e à mente humana.

cOo
Q SUPLEMENTO ESPECIAL

� THE BRIDGE TO TOTAL fREEDOM (1)


SctENlll.OGY ÜA�SIFICAJ'ION GRA!l..l:l'K)N ANO AWARfNESS CliART
A
OF LEVHS AND CERTlflC.TE.s

A Carta de Classificação, Gradação


e Consciência de Níveis e Diplomas
de Scientology é a carta que mostra a rota
passo a passo até Clear e para além de Clear.
Actualmente existem dezenas de milhares
de Clears em mais de cem nações.

Este é, então, o tema de Scientology como foi fundado por L. Ron Hubbard
em l 9 5 2. Este significa literalmente "saber como saber", e é definido
como "o estudo e manejo do espírito em relação a si próprio, universos e
outras formas de vida". Este tema abrange e estende-se ao mesmo tempo
das verdades centrais de Dianética, e é por isso uma religião inteiramente
prática. Na verdade, tal como você agora vislumbrou o Estado de Clear,
Scientology também apresenta uma rota passo a passo para estados ainda
mais elevados - estados nem sequer imaginados anteriormente, mas não
obstante absolutamente reais. Quanto a isso, Scientology é essa Ponte
melhor que L. Ron Hubbard exigiu quando concluiu este livro. Scientology
é essa via larga e sólida para um planalto muito mais elevado.
Contudo, a história de Dianética não terminou de modo nenhum com
a criação de Scientology. Porque, tal como L. Ron Hubbard também
predisse:
"Os métodos de aplicação não podem deixar de ser aperfeiçoados."
Por essa razão e especificamente para conseguir um progresso ainda mais
rápido do preclear, ele desenvolveu procedimentos avançados de Dianética.
Esses procedimentos estão agora disponíveis em Igrejas de Scientology
de todo o mundo e, consequentemente, há agora dezenas de milhares de
Clears em mais de cem nações.

e ()
DIANÉTICA no SÉCULO XXI

Também como consequência do maior


avanço de Dianética e stá t udo aquilo Negative Comments by
q ue agora rep resenta a "sab edoria con- Surgeons Can Harm
vencional" sob re a mente h umana: o Unconscious Patients
d icioná rio méd ico padrão e universal q ue
avisa os médicos: "N ão deve se r dito nada Pat1· ents can hear f
na p re sença do paciente q ue o paciente during operations !
não d eva ouvi r, por que o paciente q ue .,,,_::<,..,..��;.:.,.,:...:;,... �·:L.�:::'t:��:,; _...�;;;.,,.;;;;;,,:;;..:;;_,, 1

. _..,.___
��:�i� ;���1i .f;��t� 1
não reage continua ciente da q uil o q ue ,,,s,:,;.,,'��;;_,�;';':,..t/. ; -�::::,_,��""'"''""'' �..;;-..:::....::-;:.:,;--.._; ,i'_-_ -._·

O rodela . o''' O u ::;�- :�::::.·•, ';.,.':;;'*';,":};."( . is:::";"',;,,."!;;.!!_�:;-�� ���:.::"'..'.'.:'':'.-::::�:; '
. e P od e O uvl r O q ue e,, d lt
�t · l,,, ,-..,._:� ¼ .·
... ,...,_..,�--�..,.,..,....,.,._.,_,_y;l<,-.-... --�

:;,;.r.,,,�•.::.t;:'::�;.::: �,,_,":���:;..::.;;.e"Z ::-;_;.>t�"! ..,,"'"'"'� li


;
.,,....zy·,:,;;:;ii . &ô:q x� -,.._...,, ,,,,,,,__.__.,,, �"-*·' <•+J. �< � ,;,,.- ..,�, -•WAA;"k*·

,._,,_,_ ,,.,_,._..,,, > *C ,.,.,_,,,..,,_,�;, ""'-'"-"·M W'"-"-'"�·•

o London Sunday Times q ue ad ver ti u os


""'

méd icos de uma forma similar dizendo : Dianéticafoi aprimeirap u blicação a


firmarq ueaconversação d u ranteas
"Os pacientes an estesiados com m uita a
operações c irúrgicas tinha um e feito
f re quência ouvem s ubconscientemente negativo sobre opacien te i nc onsciente.
t udo o q ue é d ito durante op eraçõ e s e ---w: =
podem sofrer de efeitos adversos como resultado disso." Depois há o National
Chil d bi rth Movement (Movim ento de Parto Nacional) qu e recomenda
silêncio durante o parto, ao mesmo tempo que escolas de pensamento médico
intei ras estão finalmente a subsc rever o facto de que a exp eriência pré-natal
molda significativamente a personalidade.
Po r fim - e aqui encontra-se o outro lado da história de Dianética após
a P rima vera de l 9 5 O - há t udo o que este livro veio a rep resenta r como
um movimento mund ial. Em s uma, n unca houve na história um liv ro deste
tipo que fosse mais pop ular. Desde a sua p ublicação original, Dianética já foi
traduzido em mais de cinquenta línguas e apareceu em cerca d e 600 listas
de b est-seller s.

Act ualmente,
a ciê n cia v alidou

q uiloq ue todos
a

os Dianetic istas

sabiam em 19 5 O:
A personalidade
de u ma c riança é
significativamente
moldadapela
experiênc ia
pré-natal e do
nasc imento.
Q SUPLEMENTO ESPECIAL

BOOK REVIEW
PAPERBACK BESTSELLERS - NONFICTION
1. DIA1"1i'ETICS, b L. Ron Hubbard
2. RAND MCNALLY ROAD ATLAS
Random House Modern Library 3. GARFIELD WORLDWIDE, by Jim Davis

100 Best Books of the 20th Century: 4. WOMEN WHO WVE TOO MUCH, by Robin Norwood
5. THE ARTHUR YOUNG TAX GUIDE
Nonfiction (Reader's List)
The reader's poll for the best nonfiction published in the English language since
1900 opened on Apdl 29, 1999 and closed cn September 30, 1999 with a tc,tal
of 194,829 votes cast.

# TITLE AlITHOR

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Leonar PeÜ<o
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Isabel B. Paterson
A popularidade imparável de Dianética é medida adicionalmente
por mais de 600 listas de best-sellers em todo o mundo.

Existem grupos
de Dianética em
milhares de cidades
em mais de 160
nações com novos
grupos a
formarem-se todas
as semanas.

,. .,
DrANÉTICA no SÉCULO XXI

Décadas depois da sua primeira publicação, além de ganhar o Publishers


Weekly Century Award (Prémio do Século do Publishers Weekly) por
permanecer na sua lista de best-sellers durante um período sem precedentes
de 100 semanas, o livro também regressou à lista de best-sellers do New
York Times. Além disso, essa popularidade é inteiramente universal, com
Fundações de Dianética, organizações e grupos populares que se estendem
da Ásia à África e por todas as Américas e a Europa - mais de 160 nações ao
todo. Para citar apenas alguns exemplos representativos: existem mosteiros
tibetanos onde Dianética agora substituiu a meditação introspectiva,
e universidades onde Dianética praticamente suplantou a psicologia.
Adicionalmente, existem centenas de departamentos camarários e estatais
que agora proclamam o dia 9 de Maio como o "Dia de Dianética", e a
sondagem da Random House Modern Library Reader's (Revista do Leitor
da Biblioteca Moderna Random House) que coloca este livro entre as dez
obras de não-ficção mais significativas do século XX. E ao mesmo tempo,
enquanto prosseguimos no século XXI, em cada 4,8 segundos há um leitor
que pega num exemplar, e assim inicia a viagem que você agora encetou.
Quão longe e quão rapidamente uma pessoa progride nessa viagem cabe,
evidentemente, ao leitor decidir. Mas actualmente há seminários e cursos
de Dianética em milhares de grupos de Dianética estabelecidos em todo
o mundo, para não mencionar todas as igrejas e missões de Scientology -
estes existem todos para ajudá-lo a avançar depressa em direcção à realização
pessoal de tudo o que acabou de ler.
Um novo leitor pega num exemplar de Dianética,
nalgum lugar do mundo, em cada 4,8 segundos.
� SUPLEMENTO ESPECIAL

Actualmente,
Dianética
está a florescer
como
parte da
religião
de crescimento
mais rápido
no mundo.

C" 1 ,t
DrANÉTICA no SÉcuLo XXI

C' 1 C'
� SUPLEMENTO ESPECIAL

Existem centenas
de Igrejas de
Scientology com
Fundações Hubbard
de Dianética a nível
mundial.
DIANÉTICA no SÉCULO XXI
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ÍdJliica� ;:�alução parq; o.r:c4�,.
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APENDICE

Estudo Adicional 52 3

Guia para os Materiais 530

Endereços 53 2

Glossário do Editor de Palavras, Termos e Frases 53 7

Índice Remissivo 619


-
ESTUDO ADICIONAL
LIVROS E CONFERÊNCIAS DE L. RON HUBBARD

Os materiais de Dianética e Scientology constituem o maior corpo


de informação alguma vez reunido sobre a mente, o espírito e a vida,
rigorosamente refinado e codificado por L. Ron Hubbard em cinco
décadas de pesquisa, investigação e desenvolvimento. Os resultados deste
trabalho estão contidos em centenas de livros e mais de 3000 palestras
gravadas. Poderá obter uma lista e descrição completa de todos estes
materiais, incluindo edições traduzidas e disponíveis na sua língua, em
qualquer Igreja de Scientology ou Organização de Publicações. (Ver Guia
para os Materiais na página 530.)
Dianética é uma precursora e um subestudo de Scientology. Nas
páginas seguintes são indicados os livros e conferências recomendados
para principiantes. Eles estão na sequência em que o Ron os escreveu
ou deu. Uma vantagem importante de um estudo cronológico destes
livros e palestras é a inclusão de palavras e termos que, quando usados
originalmente, foram definidos por LRH com uma exactidão considerável.
Através de um estudo sequencial, poderá ver como o assunto progrediu e
obter não só uma maior compreensão, mas também uma maior aplicação
na sua vida.
A lista de livros e conferências abaixo mostra onde o livro Dianética:
O Poder da Mente sobre o Corpo se situa na linha de desenvolvimento. A
partir daí poderá determinar o seu próximo passo ou quais são os livros e
conferências anteriores que não estudou. Você será então capaz de
preencher as lacunas, e não ganhará apenas o conhecimento de cada
descoberta, mas uma compreensão ainda maior daquilo que já estudou.
Este é o caminho para saber como saber, que abre as portas para um
futuro melhor para si. Percorra-o e veja por si mesmo.
ESTUDO ADICIONAL

LIVROS E CONFERÊNCIAS
DE DIANÉTICA

DIANÉTICA: A TESE ORIGINAL • A primeira descrição que o Ron fez de Dianética.


Circulando originalmente sob a forma de 1nanuscrito, este foi rapidamente copiado
e passado de mão em mão. A palavra de boca em boca resultante criou uma tal
procura de mais informação que o Ron concluiu que a única maneira de responder
aos pedidos de informações seria com um livro. Esse livro foi Dianética: O Poder
da Mente sobre o Corpo, que actualmente é o 1naior best-seller de auto-ajuda
de todos os te1npos. Descubra o que deu origem a tudo isto. Porque aqui estão
os fundamentos das descobertas de Dianética: os Axiomas Originais, o Princípio
Dinâmico da Existência, a Anatomia da Mente Analítica e Reactiva, as Dinâmicas, a
Escala de Tom, o Código do Auditor e a pritneira descrição de um Clear. Ainda mais
do que isso, aqui estão as leis primárias que descrevem como e porque é que a audição
funciona. Isto apenas se encontra em Dianética: a Tese Original.

------�------- --.,.,_.,),.,%_'>f;•

DIA1\1ÉTICA: A EVOLUÇÃO DE UMA CIÊNCIA • Esta é a história de como o Ron


descobriu a mente reactiva e desenvolveu os procedimentos para eliminá-la.
Escrito originalmente para uma revista nacional - publicada para coincidir com o
lança1nento de Dianética: O Poder da Mente sobre o Corpo - este começou um
movimento que se difundiu muito rapidamente, quase do dia para a noite, com a
publicação desse livro. Aqui estão os fundamentos de Dianética e também o único
relato do Ron sobre a sua jornada de descobertas ao longo de duas décadas e como
ele aplicou uma metodologia científica para deslindar os mistérios e problemas da
mente humana. Sendo assim, o culminar de 1 O 000 anos de busca pelo Homem.

DIANÉTICA: O PODER DA MENTE SOBRE o CORPO • (Este livro.) Como um relâmpago


caído do céu, este livro c01neçou um movimento 1nundial. Porque esta é a obra de
referência do Ron que apresenta a sua descoberta da mente reactiva que está subjacente
ao Home1n e o escraviza. Ela é a fonte de pesadelos, medos irracionais, transtornos
e insegurança. E aqui está o caminho para nos livrarmos dela e alcançarmos o
objectivo, há muito procurado, de Clear. Este é o manual cmnpleto do procedimento
de Dianética e, com ele, quaisquer duas pessoas razoavelmente inteligentes podem
quebrar os grilhões que as têm mantido prisioneiras dos transtornos e traumas do
passado. Um best-seller durante mais de meio século e com dezenas de milhões
de exemplares impritnidos, traduzido em mais de cinquenta línguas e usado em
mais de 100 países na Terra, Dianética é indiscutivehnente o livro mais lido e mais
influente que alguma vez foi escrito sobre a 1nente humana. E por essa razão será
eternamente conhecido como o Livro Um.
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

CONFERÊNCIAS E DEMONST RAÇÕES DE DIANÉTIC A. Imediatamente após a


publicação de Dianética, LRH começou a dar conferências em auditórios
apinhados de gente, por toda a América. Apesar de se dirigir a milhares de uma
só vez, a procura continuou a aumentar. Para ir ao encontro dessa procura, a sua
apresentação em Oakland, Califórnia, foi gravada. Nestas quatro conferências,
o Ron relatou os acontecimentos que incitaram a sua investigação e a sua
jornada pessoal até às suas descobertas inovadoras. Ele seguiu tudo isto com
uma demonstração pessoal de audição de Dianética - a única demonstração do
Livro Um disponível, e de valor inestimável para o Dianeticista. 4 conferências.

AUTO PROCESSAMENTO
AUTO-ANÁLISE - O MANUAL DE AuTOPROCESSAMENTO BÁSICO• As barreiras da
vida são, na verdade, somente sombras. Aprenda a conhecer-se - e não apenas
uma sombra de si mesmo. Contendo a descrição mais completa da consciência,
Auto-Análise leva-o pelo seu passado, através das suas potencialidades e da sua
vida. Primeiro, com uma série de auto-inspecções e usando a Carta Hubbard
de Avaliação Humana, você posiciona-se a si mesmo na Escala de Tom. Depois,
aplicando uma série de processos leves, mas no entanto poderosos, você embarca
na grande aventura de auto-descoberta. Este livro contém, além disso, princípios
abrangentes que alcançam qualquer caso, do mais baixo ao mais elevado - incluindo
técnicas de audição tão eficazes, que elas são mencionadas pelo Ron vez após vez,
ao longo de todos os anos de pesquisa dos estados mais elevados. Em resumo, este
livro não apenas move o indivíduo pela Escala de Tom acima, como também pode
puxá-lo para fora de praticamente qualquer coisa.

.MANuAL PARA PRECLEARS - 0 MANUAL DE AUTOPROCESSAMENTO AVANÇADO • Aqui


estão os Quinze Actos de Autoprocessamento orientados para a reabilitação do
Autodetermin ismo. A lém disso, este livro contém vários ensaios que dão uma
descrição bastante extensa do Estado Ideal do Homem. Descubra porque é que os
padrões de comportamento se tornam tão solidamente fixos; porque é que hábitos
não podem aparentemente ser quebrados; como as decisões de há muito tempo
têm mais influência na pessoa do que as suas decisões actuais; e porque é que
uma pessoa mantém experiências negativas do passado no presente. Isto está tudo
claramente delineado na Carta de Atitudes - uma descoberta fundamental que
complementa a Carta Hubbard de Avaliação Humana - que mostra o estado ideal
de ser e as atitudes e reacções das pessoas à vida. No autoprocessamento, o Manual para
Preclears é usado em conjunto com Auto-Análise.

526
EsTuno ADICIONAL

L1vRos DE Sc1ENTOLOGY

TEORIA E PRÁTICA
SCIENTOLOGY: Os FUNDAMENTOS DO PENSAMENTO - 0 LWRO BÁSICO DA TEORIA E
PRÁTICA DE SCIENTOLOGY PARA PRINCIPIANTES • Designado pelo Ron c01no o Livro
Um de Scientology. Após ter unificado e codificado completamente os assuntos de
Dianética e Scientology, veio o refina1nento dos seusfundamentos. Originalmente
publicado como um resumo de Scientology para uso e1n traduções para idiomas
diferentes do inglês, este livro é de valor inestiinável para o estudante da mente, do
espírito e da vida, seja ele principiante ou avançado. Equipado apenas com este livro,
alguém pode começar a praticar e a fazer o que parecem ser mudanças milagrosas
nos estados de bem-estar, capacidade e inteligência das pessoas. Este livro contém
o Ciclo-de-Acção, as Condições de Existên cia, as Oito Dinâmicas, o Triângulo ARC,
as Partes do Homem, a análise completa da Vida como um Jogo, e mais, incluindo
processos exactos para aplicação individual destes princípios no processamento.
Aqui estão, então, num só livro, os fundamentos de Scientology para a pessoa
aplicar a toda a sua vida e o meio de elevar toda a cultura.

------------�-------------

TRABALHO
Os PROBLEMAS DO TRABALHO - SCIENTOLOGY APLICADA AO MUNDO DO TRABALHO •
Como o Ron descreve neste livro, a vida é c01nposta por sete décimos de trabalho,
um décimo de família, um décimo de política e um décimo de relaxamento. Neste
livro, Scientology é aplicada a esses sete décimos da existência, incluindo as respostas
para a Exaustão e o Segredo da Efidência. Aqui está também a análise da própria vida:
mn jogo composto de regras exactas. Conheça-as e terá sucesso. Os Proble1nas
do Trabalho contém tecnologia sem a qual ninguém pode viver, e que pode ser
aplicada de imediato por qualquer pessoa no inundo do trabalho.

PRINCÍPIOS DA VIDA
SCIENTOLOGY: UMA NOVA PERSPECTIVA SOBRE A VIDA• Os fundamentos de
Scientology para todos os aspectos da vida. Respostas básicas que lhe permitem
tomar o controlo da sua existência, verdades que irá consultar vez após vez: É
Possível Ser Feliz?, Duas Regras para Viver Feliz, Integridade Pessoal, A·Personalidade
Anti-Social e muitas mais. E1n todas as partes deste livro encontrará as verdades de
Scientology que descrevem condições na sua vida e que fornecem formas exactas
para melhorá-las.
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO

AGORA PODE OUVIR A


HISTORIA OE DIANETICA
; ;

E SCIENTOLOGY

OIRECTAMENTE DO HOMEM QUE A VIVEU


"Para conhecer a vida, tens de fazer parte da vida", escreveu L. Ron
Hubbard. "Tens de descer e observar; tens de entrar nos cantos e recantos
da existência, conviver com todo o tipo de pessoas, antes de poderes
finalmente estabelecer aquilo que o Homem realmente é:'
Durante a sua extraordinária viagem até à fundação de Dianética e
Scientology, o Ron fez precisamente isso. Desde a sua juventude cheia
de aventuras no Oeste Americano selvagem, até à sua longa caminhada
através de uma Ásia ainda misteriosa, desde a sua busca de duas décadas
pela essência da vida até ao triunfo de Dianética e Scientology- esta
é a história que o Ron relata numa conferência tão lendária, que já foi
ouvida por milhões de pessoas.
Como é que foi possível um só homem descobrir a fonte de toda
a aberração humana, e fornecer uma verdadeira tecnologia através
da qual o Homem pode subir a alturas mais elevadas de honestidade,
decência e liberdade pessoal? Descubra por si, numa história que só
poderia ser contada pelo homem que a viveu.
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A História de Dianética e Scientology
UMA CONFERÊNCIA DE L. RON HUBBARD
Disponível em qualquer Igreja de Scientology ou directamente da editora
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528
APRESENTAÇÕES DE FILMES E CONFERÊNCIAS DE L. RoN HuBBARD

E VOCE PODE CONHECER


A

L. RON HUBBARD

,,,
NA SUA UNICA ENTREVlSTA FlLMAOA
O que é Scientology?
Qual é a aplicação prática de Scientology para o homem comum?
Como é que Scientology pode ajudar as pessoas a vencerem os seus problemas?
Porque é que o Homem está neste planeta e qual é o seu propósito aqui?
Estas são as perguntas que milhões de pessoas fazem e às quais, nesta
rara entrevista filmada, o Ron respondeu: aquilo que incentivou a sua
busca para ajudar a Humanidade, as suas descobertas obtidas à custa de
muito esforço que fornecem as respostas há tanto tempo procuradas
para os enigmas da mente e da vida, e o modo como ele forjou uma rota
para alcançar novos estados de ser e felicidade. Está tudo aqui como o
próprio Ron explicou-o ao mundo.
Conheça o homem que fundou uma nova religião na era atómica,
uma religião que agora abarca o globo, uma religião que está a mudar
a face da Terra, uma religião na qual a ciência e a religião finalmente
se encontram e assim... uma religião que só poderia ter o nome de
Scientology.
Adquira
Uma Introdução a Scientology
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DIANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

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•Todos os livros
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•Todos os livros de
teferência
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sequência cronológic:
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VOCÊ ESTÁ NUMA AVENTURA!


AQUI ESTÁ O MAPA.

A sua viagem para uma plena compreensão de Dianética e


Scientology é a maior aventura de todas. Mas precisa de um
mapa que lhe mostre onde se encontra e para onde está a ir.
Este mapa é a Carta de Orientação dos Materiais. Ela mostra todos
os livros e palestras do Ron, com uma descrição completa do seu
conteúdo e temas, para que possa encontrar exactamente aquilo que
você procura e precisamente aquilo de que você necessita.
As novas edições de todos os livros incluem glossários extensos,
contendo definições para todos os termos técnicos. E como resultado
de um programa monumental de traduções, centenas de conferências
do Ron estão a ser colocadas à disposição em CD, com os transcritos
completos, glossários, os diagramas feitos nas conferências e as
publicações que ele refere nas palestras. Como resultado, irá obter todos
os dados e poderá aprendê-los com facilidade, não só adquirindo uma
compreensão conceptual completa, mas também ascendendo com cada
passo para estados mais elevados de liberdade pessoal.
Para obter a sua Carta de Orientação dos Materiais e Catálogo
GRÁTIS ou para encomendar livros e conferências de
L. Ron Hubbard, contacte:
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Smedeland 20 5600 Olympic Boulevard
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Telefone: +800-808-8-8008 Telefone: 1-800-722-1733
Fax: (45) 33 73 66 33 Fax: 1-323-953-3328
Os livros e conferências também estão disponíveis directamente das Igrejas de Scientology.
Ver Endereços.
ENDEREÇOS

D ianética é uma precursora e subestudo de Scientology,


a religião de maior crescimento no mundo de hoje ..
Existem Centros e Igrejas em cidades por todo o rpundo, e
' ,
há continuamente novos a serem formados.
·/,.;, :"< .'
Os Centros de Dianética prestam serviços intxodutórios
e podem ajudá-lo a começar na su� jor11.a.da,C';6ú lev�-lo
começar a sua aventura na audição dê ])il��f!�i.r Para;pbte��iÍ?z:
mais informações, ou para localizar o Cé iitrÔ'<ie Dianética ;.. ·
mais próximo de si, visite o website qe-Djànética:'
�.aianetiJ�.or;_,\,:�"-
e-màifr mfo@di��etics.org, 1tif;f�;'t,i ,
:

Cada Igreja de sp in�ó4:itY\\êm um


cellr�, l:!f Di��étic�,,
que presta ser,v'iços\i��P?U�?rios. �rfotigaçã�;�()rl!l;al nq,·.
tema. Tamb�m'poder� :gar�l9-e mais informaçq�s acerca das t
descobertas posteriore�'do_Sr. Hubbard sohte o tema · · de
c:
Scientol�gy. Para nÍais in,formações, visit�I:� ,l;·
' ' �-�cien�ology.org/,
e-mail:?info@sclentology.org
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r&· ;a�w JW1 p'ciãe··•· eJ �fé."'"··• }!'' ·q'ua.lq�êr "'H./ . ·. \.r, �-� -·---­
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Ço11ti11�ntais, listadàs:._11.à ::página seguíêtê, que. podem
-f fuctiçft-lhe um dos milhâtes de Centros e Igrejas no mundo .
. ,, OsJi:VTOS ,e às conferênci.gs de·L. Ron Hubbard podem ser
obtiqos de qualquerô�{tês endereços ,.ru.r-..-... das
eclitoi-as mencionadas na
ORGANIZAÇÕES CONTINENTAIS:
EUROPA
CONTINENTAL LIAISON ÜFFICE EUROPE
Store Kongensgade 5 5
1264 Copenhagen K, Denmark

Liaison Office of Commonwealth


of lndependent States
Management Center of Dianetics
and Scientology Dissemination
Pervomajskaya Street, House lA
. Korpus Grazhdanskoy Oboroni
Losino-Petrovsky Town
141150 Moscow, Russia

Liaison Office of
Central Europe
1082 Leonardo da Vinci u. 8-14
Budapest, Hungary

Liaison Office of lberia


C/Miguel Menendez Boneta, 18
28460 Los Molinos
Madrid, Spain

Liaison Office of ltaly


Via Cadorna, 61
20090 Vimodrone
Milan, Italy

AUSTRÁLIA, NOVA ZELÂNDIA E OCEANIA


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Dundas, New South Wales 2117
Austrália

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1st, No. 231, Cisian 2nd Road
, Kaohsiung City
Taiwan, ROC

533
tt:%'.ESztADOS<. ·.
,•'-'):;

e·!l)ê3�trütt&rAL ftusbí¼ t);Jíêi


.·;\ �ESTE�.UNITEQ:.. �TAfES,.
< \13Q8L.·•Roµ'flubbard Way\; ··.. ·.
LôsAngêle�;Çalifornia..• 90Q�·7
:\?ê���� • LIAI�dN OFFICE <

·• >••· EASTERN UMTErfSTATES.


·•·c:�:W. ·-;() :�:�i�i�í;k•1{)();6·t;sA . ·
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. : .· · ..: :

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534
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A Associação Internacional de Scientologists é a organização de filiação


que une todos os Scientologists na cruzada mais vital da Terra.
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Scientology de todas as partes do mundo.
O propósito da IAS é:
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535
GLOSSÁRIO DO EDITOR
DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

As palavras por vezes têm diversos significados. As definições


usadas neste glossário dão apenas o significado da palavra
conforme é usada neste livro. Os termos Técnicos aparecem a
negrito. Ao lado de cada definição, encontrará o número da
página em que ela aparece pela primeira vez, para que possa
referir-se ao texto se assim o desejar.
Este glossário não se destina a substituir os dicionários da
língua, nem os dicionários de Dianética e Scientology, que
devem ser consultados para quaisquer palavras, termos ou
frases que não se encontrem abaixo.
- Os Editores
8 (theta): o símbolo para a oitava letra do alfabeto grego. Página 133.
abafada: (de um fogo) tapada, por exemplo com cinza ou novo combustível
para garantir a continuação de uma combustão fraca. Página 290.
ABERRAÇÃO: QUALQUER DESVIO OU AFASTAMENTO DA RACIONALI­
DADE. USADO EM DIANÉTICA PARA INCLUIR PSICOSES, NEUROSES,
COMPULSÕES E REPRESSÕES DE TODOS OS TIPOS E CLASSIFICAÇÕES.
(De Termos de Dianética.) Do latim, aberrare, afastar-se de; ab, longe, errare,
desviar-se. Basicamente significa errar, cometer equívocos, ou, mais
especificamente, ter ideias fixas que não são verdadeiras. Usa-se também
a palavra no seu sentido científico. Significa um desvio de uma linha
recta. Se uma linha tivesse de ir de A a B, e depois fosse "aberrada", ela
iria de A até um outro ponto, até um outro ponto, até um outro ponto,
até um outro ponto, até um outro ponto e finalmente chegaria a B.
Tomada no seu sentido científico, significaria também a falta de recti­
dão, ou ver de uma forma deturpada como, por exemplo, um homem vê
um cavalo, mas pensa que vê um elefante. Página i.
,, ,,
ABERRADO: NEOLOGISMO DIANETICO PARA QUALQUER INDIVIDUO
ABERRADO. (De Termos de Dianética.) Página 16.

aberrado: afectado pela aberração, qualquer desvio ou afastamento da


racionalidade. Página iv.
abominável: muito desagradável, mau ou detestável; moralmente degra­
dado. Página 161.
537
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

ah-reagir: exprimir ou representar um impulso, emoção, etc., como


por exemplo, um que antes estava esquecido ou reprimido. Página 418.
absolutismo: a crença de que os absolutos existem e são possíveis de
obter, como por exemplo, o errado absoluto ou o certo absoluto.
Página 104.

abstracto: considerado como sendo separado de realidades concretas,


objectos específicos ou exemplos reais. Uma ideia abstracta baseia-se em
ideias gerais ou indefinidas e não em coisas e eventos reais. Página 404.
acendedor de fogo por rotação: um instrumento antigo que consiste num
arco de madeira com uma corda atada a cada ponta e um pau (ou osso)
aguçado para ser usado como uma broca. A corda é enrolada à volta da
broca vertical e o arco é movido de um lado para o outro enquanto a
ponta da broca permanece num só sítio contra outro pedaço de madeira.
A fricção resultante, criada pela ponta rotativa, faz com que a madeira
aqueça o suficiente para começar a arder. Página 489.
acidente vascular cerebral: bloqueio de um vaso sanguíneo do cérebro,
causando um fornecimento inadequado de oxigénio, levando à paralisia
de partes do corpo. Página 440.
ACLARAR: v.tr. TORNAR LIMPO, TAL COMO DE SUJIDADE OU
OBSTRUÇÃO; ILUMINAR; LIBERTAR DE CULPA, CENSURA, ETC.; ABRIR
PASSAGEM; DESEMARANHAR. v.i. TORNAR-SE CLARO E BRILHANTE.
(De Termos de Dianética.) Página 13.
ACTH: hormona adrenocorticotrópica, uma hormona usada como medica­
mento para tratar alergias, artrite, asma e outras doenças. Também
estimula a produção de outras hormonas no corpo. Página 111.
activado: tornado interessado, cheio de entusiasmo, como se alguém tivesse
carregado num botão para permitir que a electricidade flua. Página 291.
actor transformista: um actor ou outra pessoa que tem a habilidade de
mudar rapidamente de um fato ou personagem para o próximo. Página 100.
acupunctura: uma prática ou procedimento médico chinês que se diz
curar a doença ou proporcionar anestesia local inserindo agulhas
em pontos específicos no corpo. Página 472.
ad absurdum: na condição de chegar ao ponto do absurdo (inteira ou
obviamente insensato, ilógico; contrário a todo o senso comum).
Página 419.

adormecido: estar num estado de inactividade. Página 58.


GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

adrenalina: uma substância química segregada pelas glândulas supra­


-renais, que aumenta o batimento cardíaco, pressão sanguínea, etc.
Página 60.

adulterar: misturar com outra coisa e diminuir em grau; corromper pela


alteração ou mistura. Página 422.
afectada: excessivamente correcta na sua conduta; que revela falta de
naturalidade na maneira de falar, nos gestos, na forma de agir; que se
esmera excessivamente. Página 321.
afinidade: relação; ligação próxima. Página 487.
agente: uma causa activa. Página 380.

agente dos ser viços secretos: um oficial militar responsável por recolher
e processar informação (como, por exemplo, sobre forças inimigas)
especialmente através de meios secretos. Página 57.
agitar chocalhos: uma referência ao uso de um chocalho por xamãs com o
propósito de assustar os demónios em rituais religiosos, etc. Página 203.
agregados (de colónias): grupos de organismos que se juntaram numa
estrutura conectada e que vivem ou crescem em estreita associação uns
com os outros. Colónias, neste sentido, significa grupos ou massas de
animais ou plantas individuais, do mesmo tipo, vivendo ou crescendo em
estreita associação. Agregado é usado no seu sentido biológico, o acto ou
processo de organismos unirem-se para formar um grupo. Página 63.
AGRUPADOR: UM COMANDO ENGRAMICO QUE FAZ COM QUE A LINHA
DO TEMPO OU INCIDENTES QUE SE ENCONTRAM NESTA FIQUEM
EMARANHADOS DE TAL FORMA QUE PARECE QUE A LINHA DO TEMPO
ESTÁ ENCURTADA. (De Termos de Dianética.) Página 261.

água de malvas: um suposto remédio popular. Página 407.


aguçado: dito dos sentidos ou sistema nervoso, intenso, afiado, rápido em
captar ou responder a impressões; sensível (a impressões). Página 115.
agudo: 1. breve ou de curta duração, em oposição a crónico (de longa
duração). Página 31.
2. intenso ou severo. Página 95.
aguilhoar: incitar como se fosse com um pau pontiagudo (aguilhão) para
conduzir gado. Página 317.
Ahriman, Mazda e: Ahura Mazda, a divindade suprema e o criador de todas
as coisas no Zoroastrismo (uma antiga religião do Irão) e Ahriman, um
espírito malévolo e arqui-rival da divindade Mazda. Página 419.
539
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
alcatrão do pinheiro: uma substância pegajosa e espessa, obtida da
madeira do pinheiro, com um odor distinto e usada em tintas e vernizes.
Página 19.
alcova: um pequeno quarto mobilado elegantemente, para o qual uma
senhora pode retirar-se para estar sozinha ou para receber os seus amigos
íntimos. Página 474.
Alexandre: Alexandre Magno (356-323 a.C.), general militar e rei da
Macedónia (antigo reino localizado no norte da Grécia), que conquistou
muito do que antigamente era considerado como o mundo civilizado,
que se estendia desde a Grécia actual até à Índia. Ver também desafiaria
Alexandre. Página 288.
alfinete de chapéu: um alfinete longo e ornamental para prender um
chapéu de senhora ao seu cabelo. Página 317.
algas: organismos simples que vivem nos oceanos, lagos, rios, tanques,
etc. As algas parecem-se com plantas, mas diferem destas por não terem
folhas, raízes ou caules, e incluem as algas marinhas. As algas usam a luz
solar como energia para produzir a sua própria comida. Página 36.
altruísta: que se preocupa com e se dedica ao bem-estar dos outros de uma
forma desinteressada. Página 42.
à luz de: com a ajuda dada pelo conhecimento de (algum facto); tomando
em consideração; considerando. Página 59.
âmbito: o alcance das funções e deveres de uma pessoa; esfera, campo de
acção ou autoridade. Página 4.
ambivalente: em que há a coexistência de atitudes ou sentimentos opostos,
como o amor e o ódio, em relação a um objecto, ideia, etc. Página 98.
ambiversão: um estado de equilíbrio entre a introversão e a extroversão.
Introversão é dirigir o seu interesse para o interior ou para coisas dentro
de si próprio e extroversão é dirigir o seu interesse para o exterior ou para
coisas fora de si próprio. Página 460.
amigdalectomia: operação em que se remove as amígdalas ( pequenos
pedaços arredondados de carne nos lados da garganta, perto da parte
posterior da língua). Página 448.
amniótico: relacionado com o âmnio, um saco que se forma à volta do
embrião e que está cheio de um líquido no qual o embrião flutua,
absorvendo deste modo os choques ou abalos. Página 160.
amortecedores: coisas que diminuem ou absorvem o choque de um
impacto. Página 191.
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

amuleto: um objecto que se usa no corpo e que se pensa possuir poder


mágico para proteger contra os ferimentos ou contra o mal. Página 423.
análise profunda: em psicanálise, uma prática de supostamente descobrir
dados escondidos e depois avaliá-los pelo paciente. Página 150.
analogia: uma comparação entre duas coisas que são similares em alguns
aspectos, muitas vezes usada para ajudar a explicar algo ou para facilitar
a sua compreensão. Página 26.
analógica: que representa dados por meio da medição de um valor que varia
continuamente e que corresponde proporcionalmente à coisa que está a
ser medida, tal como a temperatura. Por exemplo, num termómetro, uma
coluna de líquido expande ou contrai-se para dar uma medida aproximada
da temperatura. Como o líquido pode mover-se num fluxo contínuo ou
ininterrupto, em vez de por passos fixos, ou valores de dígitos numéricos,
diz-se que a medida é analógica em oposição a digital. Página 405.
ancorado: firmemente fixo; amarrado. Página 77.
andar à caça de: procurar e localizar o momento de recepção de um
somático. Página 276.
anemia: uma condição do sangue em que há uma quantidade demasiado
pequena de glóbulos vermelhos, da qual resulta a falta de fôlego, debilidade
geral, etc. Página 89.
anexo: ligado a outro ou junto. Página 276.
angariar: obter ou conseguir a colaboração ou adesão de alguém. Página 86.
angústia: sofrimento, dor ou aflição extrema. Página 108.
anticorpos: proteínas produzidas por certas células sanguíneas, como
principal defesa imunitária, para atacar vírus ou bactérias específicos ou
substâncias estranhas que entram no corpo. Página 123.
anti guidade: tempos antigos; tempos há muito passados. Página 396.
antipatia: um sentimento de aversão em relação a alguma coisa nor­
malmente acompanhado de um desejo intenso de evitar ou afastar-se
dessa coisa. Página 161.
anti-social: antagonista à sociedade ou à ordem social; com falta de
consideração por ou hostil a outras pessoas. Página 44.
Anton Mesmer: (1734-1815) médico austríaco que foi pioneiro na prática
do hipnotismo na medicina. Página 308.
antropológica: relativo à ciência que trata das origens, desenvolvimento
físico e cultural, características biológicas, costumes sociais e crenças da
humanidade. Página 479.
54 1
DrANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPo

antropomórfico: descrito ou considerado como tendo uma forma ou


atributos humanos. Do grego, antropo, humano e moifo, forma ou estrutura.
Página 37.
APAGAR: CAUSAR QUE UM ENGRAMA "DESAPAREÇA" COMPLETAMENTE
/ /

ATRAVES DA RECONTAGEM, ALTURA EM QUE ESTE E ARQUIVADO COMO


MEMÓRIA E EXPERIÊNCIA. (De Termos de Dianética.) Página 468.
aparte: uma observação feita que não faz parte do diálogo real, mas que é
feita para comunicar informação sobre o que está a acontecer. Tirado do
teatro onde o actor faz uma observação, normalmente à assistência, que
as outras personagens em palco supostamente não podem ouvir. Página 265.
apazi guar: fazer com que alguém fique menos irado ou se torne menos
hostil, geralmente, fazendo ou dizendo coisas que agradem à pessoa.
Página 372.
aperta mãos: uma referência a alguém que cumprimenta ou dá as boas
vindas (a todas as pessoas) de uma forma calorosa, especialmente com
uma aparência de cordialidade excessiva ou insincera. Página 287.
aplicação do chicote: referência a alguém que exerce poder ou autoridade
(através da dor). Página 83.
aprazível: que causa bem-estar por ser agradável aos sentidos; que apraz.
Página 133.
a propósito de: a respeito de; relativo a. Página 396.
aproximação(ões): um facto, objecto ou descrição que é semelhante a
outra coisa, mas que não é exactamente igual. Página 298.
aptidão: uma capacidade natural para algo, tal como para aprender;
capacidade; inteligência. Página 376.
arduamente: com grande esforço, energia, etc.; energicamente. Página 417.
aríete hidráulico: um aríete operado por pressão de líquidos, tais como a
água. Um aríete é um tipo de máquina para bater, esmagar ou forçar algo.
Página 303.
Aristóteles: (384-3 22 a.C.) filósofo, educador e cientista grego que
acreditava que a Terra é o centro de um universo esférico, que a alma
não existe separada do corpo, que o conhecimento é baseado apenas na
experiência dos sentidos, e que uma coisa é verdadeira ou falsa, sim ou
não, sem meio-termo. Página 156.
Aristóteles, pêndulo de: princípio do filósofo grego Aristóteles que
argumenta que não há meio-termo e que uma coisa é verdadeira ou é falsa,
sim ou não, é ou não i gual a outra coisa qualquer. Página 240.

542
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

arma estava carregada, eu não sabia que a: uma declaração defensiva,


usada para explicar um disparo acidental, mas que é utilizada como
significando um acto destrutivo cometido devido a uma falta de cuidado,
de predição ou de observação. Página 36.
armamento: as armas e provisões de guerra com que uma unidade militar
está equipada. Página 100.
arquivista: o monitor do banco. "Ele" monitoriza tanto o banco de engramas
reactivo como os bancos padrão. Quando o auditor ou o "Eu" lhe pede
um dado, ele entrega o dado ao auditor por via do "Eu". O arquivista é
tratado no Livro Três, Capítulo Cinco, O Retorno, o Arquivista e a Linha
do Tempo. Página 239.
arrastada pelas ruas: levada numa carroça pelas ruas, como forma de castigo
ou denúncia pública. Página 297.
arsenal: um estabelecimento para o fabrico e armazenamento, ou só para
o armazenamento, de armas e munições de toda a espécie, para as forças
militares e navais de um país. Página 7.
articulado: expresso, formulado ou apresentado com clareza e eficácia.
Página 1.
articular: expressar de forma distinta; proferir vocalmente ou com sons
audíveis e distintos. Página 106.
artificialmente restimulado: restimulado por meio da terapia em con-
traste com a restimulação que acontece no ambiente. Página 276.
artrite: inflamação das articulações que causa dor, inchaço e rigidez. Página 65.
às carradas: em grande quantidade. Página 405.
Asclépiade: nome dado aos praticantes do culto de Asclépio. Página 149.
Asclépio: o deus da medicina na Antiga Grécia e Roma (onde era conhecido
como Esculápio), cujos descendentes, sacerdotes-médicos, praticaram
a sua arte em templos magníficos. Porque se pensava que uma visita de
Asclépio trazia uma cura aos doentes através dos sonhos, os pacientes
eram postos a dormir (usando drogas e/ou hipnose) e os seus sonhos eram
interpretados. Página 7.
às direitas: honesto e socialmente responsável; honrado. Página 291.
aspecto(s): 1. um lado ou parte de alguma coisa; uma faceta, fase ou parte
de um todo. Página x.
2. como uma coisa aparece à mente ou à vista; uma aparência ou
qualidade particular. Página 214.

543
DrANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

asserção: alguma coisa declarada ou dita enfaticamente (como sendo


verdadeira). Página 76.
assobiar, enquanto Roma arde: uma alusão à lenda do imperador romano
Nero Cláudio César que se dizia ter tocado a lira, emJulho de 64 d.C.,
enquanto um grande incêndio queimava e destruía grande parte da cidade
de Roma. Usado para descrever pessoas que podem ficar indiferentes e
desinteressadas enquanto está tudo a ruir à sua volta. Página 219.
astigmatismo: defeito visual causado por uma curva desigual da superfície
do olho. Isto impede os raios de luz de se focarem, produzindo deste
modo uma visão desfocada. Página 109.
atabaque: pequeno tambor, como o das tribos índias ou africanas,
usualmente tocado com as mãos e frequentemente usado por um xamã
ou sociedades tribais para expulsar demónios ou espíritos malignos do
corpo de alguém. Página 203.
atenuada: que sofreu o enfraquecimento ou redução de força, intensidade,
efeito, quantidade ou valor. Página 51.
atormentação: acto ou efeito de atormentar ou provocar deliberadamente
mal ou dor, importunando com dúvidas, distracções ou preocupações.
Página 178.

AUDITOR: O INDIVÍDUO QUE ADMINISTRA A TERAPIA DE DIANÉTICA.


AUDITAR SIGNIFICA "ESCUTAR" E TAMBÉM "COMPUTAR". (De Termos de
Dianética.) Página vii.

auditor: uma pessoa cujo trabalho é examinar oficialmente os registos


financeiros de uma empresa. Página 179.
auditoria: acção de examinar oficialmente os registos financeiros de uma
empresa. Página 179.
autocontrolo: controlo automático, em que alguma coisa se controla a si
própria, sem ter de ser dirigida ou operada por uma coisa exterior. Por
exemplo, um avião pode funcionar com piloto automático, e nesse caso a
altitude e a rota são mantidas sem as mãos do piloto nos mecanismos de
controlo do avião. A relação entre autocontrolo e Dianética é descrita no
Livro Três, Capítulo Nove: Parte Dois, secção intitulada "Autocontrolo".
Página 375.

auto-hipnose: o acto ou processo de a pessoa se hipnotizar a si mesma;


também, uma condição ou estado hipnótico auto-induzido. Auto significa
o próprio. Página 438.

544
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

Autoridade: um suposto perito ou conjunto de peritos cujos pontos de vista


ou opiniões acerca de um assunto são susceptíveis de serem aceites sem
serem questionadas e sem fazer caso de factos observáveis. Página 10.
autoritarismo: a doutrina ou teoria que apoia a obediência absoluta a uma
pessoa ou grupo de pessoas (autoridade), contra a liberdade individual.
O sufixo -ismo significa doutrina, teoria, sistema, etc. Página 214.
axiomas: declarações de leis naturais da mesma ordem que as leis das
ciências físicas. Página i.
bacilo: uma bactéria de forma alongada e cilíndrica, que é um organismo
microscópico unicelular individual, algumas das quais causam doenças.
Do latim que significa "pequeno bastão". Página 35.
Bacon: Francis Bacon ( 1561-1626), filósofo inglês influente que acreditava
que qualquer preconceito ou ideia preconcebida no pensamento científico
devia ser abandonado e que a observação e experimentação precisas eram
vitais para a ciência. Ele ajudou a desenvolver o método científico de
resolver problemas. Página 9.
bactérias: organismos unicelulares, alguns dos quais causam doenças.
Página 112.

bainha de mielina: um material esbranquiçado que rodeia algumas células


nervosas e que contribui para a transmissão de impulsos nervosos. Antes
de 1950, prevalecia a teoria de que a criança humana era incapaz de
registar memórias até que se desse a formação da bainha de mielina após
o nascimento. Página x.
balbúrdia: confusão ou desordem; trapalhada; barafunda caótica; uma
massa desordenada. Página 375.
baluarte: qualquer local fortificado ou com grandes defesas. Usado em
sentido figurado. Página 422.
banalidades: afirmações excessivamente usadas e que por consequência
carecem de interesse ou originalidade ou são muito aborrecidas. Página 396.
banco: um depósito de informação, como nos computadores antigos, onde
os dados eram armazenados em grupos ou séries de cartões chamados
banco. Página vi.
BANCO DE ENGRAMAS: O LOCAL DE ARMAZENAMENTO NO CORPO
,, ~
ONDE OS ENGRAMAS, COM TODOS OS SEUS PERCEPTICOS, SAO
REGISTADOS E RETIDOS E A PARTIR DO QUAL OS ENGRAMAS AGEM
SOBRE A MENTE ANALÍTICA E O CORPO. (De Termos de Dianética.) Página vi.

545
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

BANCO DE MEMÓRIA PADRÃO: O LOCAL DE ARMAZENAGEM NA MENTE


ONDE TODOS OS DADOS PERCEPCIONADOS CONSCIENTEMENTE
(VISÃO, SOM, OUVIR, CHEIRO, SENSAÇÃO ORGÂNICA, CINESTESIA,
TÁCTIL, ASSIM COMO AS COMPUTAÇÕES MENTAIS DO PASSADO) SÃO
~ '
REGISTADOS E GUARDADOS E A PARTIR DO QUAL SAO ENTREGUES A
MENTE ANALÍTICA. INCLUI TODOS OS DADOS DE UMA NATUREZA
CONSCIENTE, DESDE A CONCEPÇÃO ATÉ "AGORA". (De Termos de Dianética.)
Página vii.
banda motora: uma faixa longa e estreita do cérebro que se acredita
controlar o movimento dos vários músculos e movimentos do corpo.
Motor significa de, relativo a, ou sendo um nervo que passa desde o sistema
nervoso central para um músculo, conduzindo um impulso que causa
movimento. (Ver texto para descrições adicionais.) Ver também "dois
homenzinhos... pendurados pelos calcanhares". Página 352.
banda sensorial: uma faixa longa e estreita no cérebro, que se acredita
regular os sentidos do corpo tal como a vista, o cheiro, o tacto ou o
ouvido. Sensorial significa ligado à recepção ou transmissão das impressões
dos sentidos. (Ver texto para descrições adicionais). Ver também "dois
homenzinhos... pendurados pelos calcanhares". Página 352.
banda somática: em Dianética, um mecanismo da mente que localiza
momentos de tempo para o indivíduo. Ela está sob as ordens do auditor
e, sob tais ordens, pode relocalizar incidentes. No campo da medicina, é
aquilo que é conhecido como uma banda sensorial, duas faixas do cérebro
que se pensa controlarem a função motora (movimento físico) e a função
sensorial. Visto que Dianética não depende de descobertas ou conclusões
estruturais e visto que não está solidamente estabelecido que estas bandas
do cérebro desempenham tais funções, em Dianética usa-se a expressão
banda somática para descrever a função daquilo a que o campo da medicina
chama bandas motoras e sensoriais. Ver também "dois homenzinhos...
pendurados pelos calcanhares". Página 337.
barragem Grand Coulee: uma barragem no Rio Colúmbia, no Estado de
Washington, EUA É umas das maiores estruturas de betão no mundo e
uma importante fonte de energia eléctrica. Página 284.
barrar: obstruir, impedir, entravar. Página vii.
Barrymore: John Barrymore (1882-1942), actor americano que se
estabeleceu como um dos actores mais notáveis da sua geração, famoso
pela sua representação de Hamlet, na peça do mesmo nome do dramaturgo
inglês W illiam Shakespeare. Página 225.
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

BÁSICO: O PRIMEIRO ENGRAMA EM QUALQUER CADEIA DE ENGRAMAS


SIMILARES. (De Termos de Dianética.) Página 336.
I I _, _, ,,
BASICO-BASICO: O PRIMEIRO ENGRAMA APOS A CONCEPÇAO, O BASICO
DE TODAS AS CADEIAS UNICAMENTE POR SER O PRIMEIRO MOMENTO
DE DOR. (De Termos de Dianética.) Página 155.
batalhão: uma unidade militar de aproximadamente quinhentos a oito­
centos soldados. Página 9.
batear ouro: lavar (cascalho, areia, etc.) numa bateia (recipiente de madeira
em forma de alguidar, de fundo afunilado ou cónico, onde se lavam os
minérios, como areias auríferas, cascalho diamantífero, etc.) em busca de
ouro. Página 376.
baterias: filas ou grupos inteiros de coisas similares usadas em conjunto.
Página 282.
Bedlam: um antigo manicómio (abreviatura de St. Mary ofBethlehem) em
Londres, conhecido pelo tratamento desumano dos seus internados. Página 8.
belas: feitas ou originadas com inventividade ou inteligência. Página 381.
beneficente: pessoa que pratica boas acções. Página 421.
Benjamin Franklin: (1706-1790) filósofo, diplomata e cientista americano.
Em 174 7, ele começou a estudar a electricidade e mais tarde tornou-se
famoso pela sua experiência com o papagaio, na qual fez voar um papagaio
durante uma tempestade e provou que os relâmpagos são electricidade.
Página 280.
Benzedrina: nome comercial de uma droga que incrementa a actividade
mental e física, impede o sono e diminui o apetite. Página 434.
Bergson: Henri Bergson (1859-1941), filósofo francês que definiu a mente
como energia pura, o élan vital ou força vital, responsável por toda a
evolução orgânica. Página 280.
berliques e berloques: actividade ou linguagem complicada e por vezes
despropositada ou com a intenção de obscurecer; também conversa sem
sentido; disparates. Página 240.
berrar: chorar ou gritar alto e de modo desagradável. Página 99.
bioquímica: a ciência que estuda a química da matéria viva. Página 11.
bitola: 1. qualquer teste ou padrão usado em medição, análise, etc. Página 103.
2. medida de referência que permite controlar ou analisar a qualidade ou
a quantidade de trabalho. Página 460.
blasfémia: algo dito ou feito que mostra desrespeito por Deus. Página 127.

547
DIANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

boca-de-incêndio: válvula de passagem nos encanamentos de água, nas


paredes externas dos edifícios ou na via pública, à qual se podem ligar as
mangueiras dos bombeiros em caso de incêndio. Página 423.
boil-off: a manifestação de antigos períodos de inconsciência, acompanhada
pela sensação de estar grogue. No seu uso em inglês, boil-off refere-se
à redução de quantidade de um líquido por passagem ao estado gasoso,
tal como o vapor. Boil-off encontra-se descrito no Capítulo Nove, Parte
Um, Mecanismos e Aspectos da Terapia. Página 262.
bomba com o rastilho aceso: pronta a explodir. Um rastilho é uma corda
de um material que arde facilmente, acendida numa extremidade de forma
a arder ao longo do seu comprimento para despoletar um explosivo na
outra extremidade. Página 115.
bombardeado: alvo de disparos de várias armas ao mesmo tempo. Usado
em sentido figurado. Página 214.
bom companheiro: pessoa agradável e sociável que concorda em fazer o
que lhe é pedido por um companheiro, sem se queixar. Página 435.
Bornéu: a terceira maior ilha do mundo, localizada a cerca de 640 qui­
lómetros a leste de Singapura, perto das Filipinas. Página 105.
Boulder Dam: uma barragem (agora chamada barragem Hoover) localizada
no Rio Colorado na fronteira de Arizona-Nevada nos Estados Unidos.
Sendo um importante feito de engenharia, esta tem 221 metros de altura.
Página 171.

brasão: um grupo de emblemas e imagens normalmente dispostas sobre e à


volta de um escudo e que serve como insígnia especial de alguma pessoa,
família ou instituição. Página 473.
bricabraque: pequenos objectos ou artigos ornamentais que têm interesse
ou valor sentimental ou decorativo, mas pouco valor monetário; por
extensão, qualquer coisa que não é essencial, parecida com bricabraque.
Página 60.

broca: instrumento com que se fazem orifícios circulares através de um


movimento de rotação. Página 15.
Bund: um famoso ponto de referência em Xangai, na China, uma avenida
ao longo do Rio Huang-pu, orlada de parques e edifícios de estilo europeu.
Página 39.

buraco na cabeça, um fulano precisa tanto disso como de um: forma de


dizer que não tem enfaticamente necessidade de algo. Literalmente
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

significa precisar de algo da mesma forma que alguém precisa de um


buraco real na cabeça. Página 118.
burburinho: confusão ou desordem. Página 451.
bursite: inflamação de um pequeno saco cheio de fluido (chamado bursa)
que reduz a fricção entre os ossos onde eles se juntam, particularmente
no cotovelo, joelho ou ombro. Página 65.
buzina (tipo cometa) de um carro: um instrumento fixado aos primeiros
veículos e que se fazia soar como um aviso, constituído por um tubo com
a forma de corneta num dos extremos e um bolbo de borracha flexível no
outro. A compressão do bolbo expulsa o ar através do extremo em forma
de corneta, emitindo um som característico. Página 266.
CADEIAS: QUALQUER SÉRIE DE INCIDENTES NO BANCO DE ENGRAMAS
QUE TÊM UM CONTEÚDO SEMELHANTE. (De Termos de Dianética.) Página 94.
caixa de sabão, de: refere-se a alguém que faz discursos informais e muitas
vezes apaixonados a uma assistência da rua, de cima dum estrado
improvisado (como por exemplo uma caixa de sabão). Página 396.
calcanhar de Aquiles: um ponto, porção ou área vulnerável. Da história
do guerreiro grego Aquiles, que foi mergulhado num rio mágico, pouco
depois do nascimento, numa tentativa de lhe dar invulnerabilidade divina.
As águas tornaram-no invulnerável, excepto no calcanhar pelo qual o
estavam a segurar. Durante uma guerra, ele foi morto por uma flecha
envenenada nesse ponto. Página 301.
cálculo: um ramo da matemática usado para determinar quantidades,
como por exemplo a área de um objecto com uma forma irregular.
Página 77.
calibrador: instrumento preciso de medida que tem duas pernas ou
mandíbulas encurvadas que podem ser ajustadas para determinar a
espessura, o diâmetro e a distância entre superfícies. Página 404.
Calígula: (12-41 d.C.) imperador romano (37-41 d.C.). Um tirano louco e
malévolo, ele mandou assassinar a maioria dos seus familiares, declarou-se
um deus, nomeou o seu cavalo favorito como administrador principal
do governo romano e, por fim, foi assassinado por oficiais da sua guarda
pessoal. Página 65.
caminho está desbravado: que foi explorado ou percorrido em reco­
nhecimento; que deixou de ser considerado desconhecido. Página 1.
campanha de difamação: difusão organizada de rumores para destruir a
reputação de uma pessoa, organização, etc. Página 469.

549
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

campeão: uma pessoa que luta por ou defende qualquer pessoa ou causa.
Página 419.

campo: 1. uma esfera de actividade, interesse, acção, ou actuação, etc.


Página ii.
2. um espaço onde existe uma força específica e que pode ser medida.
Página 353.

cantar de galo: falar com arrogância; vangloriar-se em triunfo; mostrar-se


vitorioso. Página 376.
capacho: um tapete para as pessoas limparem os sapatos antes de entrarem
numa casa, sala, etc. Em sentido figurado, uma pessoa que é normalmente
objecto de abuso ou humilhação por outra pessoa. Página 370.
caprichoso: com tendência para mudar de uma forma imprevisível ou
abrupta, sem nenhuma razão aparente; errático. Página 330.
cara, ganho eu, coroa, perdes tu: significa que ele ganha independente­
mente do que aconteça. Vem da frase cara ou coroa, usada ao lançar uma
moeda, pedindo a alguém que diga qual das faces da moeda ficará para
cima quando a moeda parar. Se ele estiver certo, ganha. Cara é o lado da
moeda que tem a imagem de uma cabeça e coroa é o lado oposto.
Página 125.

cardinal: que tem grande importância; principal. Página 269.


carga: 1. um depósito ou acumulação de energia. Literalmente, uma carga
é uma acumulação de electricidade. As cargas são positivas ou negativas.
Cargas positivas repelem cargas positivas e cargas negativas repelem
cargas negativas, enquanto as cargas positivas e negativas se atraem uma
à outra. Página 68.
2. saturação (ensopar ou cobrir algo gradualmente), como com emoção
tal como o desespero. Página 78.
carmesim: uma cor vermelha muito viva. Página 104.
Carrie Nation: (1846-1911) reformadora americana, que defendia a
abstinência de bebidas alcoólicas. Era famosa por invadir bares e destruir
garrafas de bebidas alcoólicas e mobílias com uma machadinha. Página 224.
caso institucional: uma pessoa que tenha estado num instituto para
doentes mentais ou hospício ou manicómio durante qualquer período de
tempo ou que tenha recebido qualquer tratamento psiquiátrico, quer
tenha sido submetida a tratamentos psiquiátricos e/ou terapias médicas
e de electrochoques ou não. Página 208.
55o
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

cataclismo: uma acção física súbita e violenta que produz mudanças na


superfície da Terra, tal como um terramoto ou uma inundação devastadora.
Página 35.
catalisador: algo que actua como o estímulo que causa ou acelera um
resultado. Página 189.
cataplasma: uma pasta quente, húmida e macia feita de farinha, ervas,
mostarda, etc., que às vezes se coloca entre dois panos e é aplicada sobre
uma ferida ou parte inflamada do corpo. Página 407.
catarral: marcado por inflamação das membranas do nariz e garganta,
causando um aumento da produção de muco, tal como acontece na
constipação comum. Do grego katárrhous "que corre para baixo".
Página 3.
categórica: absoluta, clara ou positiva; sem qualificação. Página 437.
Caudilho, Jaime: um nome inventado para um líder de um bando de
criminosos. Caudilho significa chefe ou líder. Página 180.
cáustico: sarcástico; amargo ou cortante; que fere, irrita ou ofende. Página 420.
cauterizar: acção de queimar, carbonizar ou chamuscar (como por electro­
choque). Página 210.
cavalaria: soldados a cavalo, tradicionalmente retratados nos filmes
americanos como vindo para salvar aqueles que precisam, no último
momento. Página 141.
Cavalaria Estava em Flor, Quando a: título de um romance de Charles
Major (1856-1913) que capturou o espírito de cavalaria (conduta cortês)
dos séculos XII e XIII em Inglaterra, quando os cavaleiros estavam no
auge da sua fama e proeminência. Página 217.
cecear: falar com ceceio (maneira de pronunciar os ss e os cc emitindo um
som sibilante). Página 449.
ceder (terreno): render-se à força ou a um argumento convincente; recuar.
Página 218.
cegamente: sem reservas, questões ou dúvidas. Página 421.
censor: na teoria freudiana, aquela força repressora que mantém ideias,
impulsos e sentimentos indesejados ou desagradáveis no inconsciente de
um indivíduo. Página v.
censura: uma sentença de punição dada por uma autoridade civil ou militar.
Também, opinião, julgamento, acto de culpar, criticar ou condenar com
dureza. Página 481.
censurar: criticar algo; expressar uma grande desaprovação. Página 297.
55 1
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
César: Júlio César ( c. 100-44 a. C.), general e estadista romano que
considerou que o governo de Roma estava podre e planeou "salvar"
Roma da decadência. Entre 58 e 50 a.C. César conquistou e submeteu os
Gauleses. Tendo terminado a guerra numa cidade em que a resistência
era vigorosa, ele esperou que a provisão de água deles se esgotasse e
cortou a mão direita de todos aqueles que lutaram contra ele. Isto serviu
de exemplo para todos os outros que resistissem a Roma. Em 46 a.C.
César foi nomeado ditador romano vitalício, mas foi assassinado dois
anos depois. Página 45.
cessação: paragem temporária ou completa. Página 35.
chapéu-de-coco: chapéu rígido de feltro com uma coroa redonda e uma
aba curva. Página 427.
charlatão: uma pessoa que finge ter um conhecimento especial ou perícia;
um impostor. Página 293.
chave-inglesa: ferramenta que serve para apertar e desapertar porcas,
parafusos ou outros objectos, segurando-os entre uma abertura com uma
parte fixa e outra móvel, regulável por meio de uma rosca em espiral que
se adapta a diferentes dimensões. Página 317.
chibata: uma vara, pau ou ramo delgado e flexível, especialmente um que
é usado para chicotear ou disciplinar. Página 317.
choque: um estado de redução de consciência mental e de funcionamento
físico devido aos efeitos de um impacto, ferida, droga, etc. Página iv.
choque de insulina: uma forma de tratamento psiquiátrico de choque
introduzido na década de 1930. O pretenso tratamento consiste numa
série de injecções, introduzindo uma quantidade excessiva de insulina no
corpo, induzindo dessa forma convulsões e um coma. Página 2 38.
chorão: uma pessoa, especialmente uma criança, que chora por tudo e por
nada. Página 417.
cianeto: um composto químico letal utilizado como veneno desde a
antiguidade. Página 435.
cíclico: relativo a um ciclo ou ciclos, ou caracterizado pela repetição em
ciclos. Um ciclo é um período de tempo durante o qual ocorre um evento
ou sequência de eventos característicos e regularmente repetidos. Ver
também maníaco e maníaco-depressivo. Página 26.
ciência: conhecimento; compreensão ou entendimento de factos ou
princípios, classificados e tornados disponíveis no trabalho, na vida ou na
procura da verdade. Uma ciência é um corpo de verdades demonstradas
ou factos observados, sistematicamente organizados e relacionados,
552
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

e ligados uns aos outros por leis gerais. Inclui métodos fidedignos para a
descoberta de novas verdades dentro do seu domínio e denota a aplicação
de métodos científicos nos campos do estudo previamente considerados
abertos apenas a teorias baseadas em critérios subjectivos, históricos, não
demonstráveis ou abstractos. A palavra ciência é usada neste sentido - o
significado mais fundamental e tradicional da palavra - e não no sentido
de ciências físicas ou materiais. Página i.
ciência (da mente): em usos como a ciência da arte, ciência da mente, significa
a aplicação de métodos científicos em campos de estudo anteriormente
considerados abertos apenas a teorias baseadas em opinião ou dados
abstractos que não podem ser provados ou demonstrados. Página i.
ciente: plenamente consciente ou com conhecimento de alguma coisa.
Página vii.

cinético: relativo ao movimento. Página 75.


circuito de derivação: uma referência a um condutor para desviar toda
ou parte de uma corrente eléctrica de forma a contornar um ou mais
elementos de um circuito. Usado para descrever os circuitos demónio,
que se encontram entre o "Eu" e os bancos padrão, contornando assim o
percurso normal. Página 66.
circuitos: em electricidade, percursos completos percorridos por uma
corrente eléctrica e os quais levam a cabo acções específicas. Em Dianética
o termo é usado para descrever partes da mente que agem como os
circuitos, realizando várias funções. Página 14.
citologia: o ramo da biologia que estuda a estrutura, função e história da
vida das células. Página x.
clarividência: o poder aparente de percepcionar coisas ou acontecimentos
no futuro ou para além do contacto sensorial normal. Página 428.

cláusulas: condições, qualificações ou limitações. Página 217.


clava: pau pesado e mais grosso numa das extremidades, usado como arma.
Página 315.

CLEAR: O IN DIVÍDUO ÓPTIMO; QUE JÁ NÃO POS SUI QUAISQUER


EN GRAMAS . Do
DICIONÁRIO INGLÊS: CLARO; LÍMPIDO E, POR
,,
CONSE GUINTE, SERENO; LIMPO; AUDIVEL; DIFEREN CIA DOR;
,, ,,
COMPREENSIVO; LIVRE DE DUVIDAS; SEGURO; INOCENTE; LIQUIDO,
,, ,,
TAL COMO LUCRO APOS DESPESAS; SEM DIVIDAS; LIVRE DE QUALQUER
ENREDO. s. UM ESPAÇO OU LOCALIZAÇÃO CLARO. (De Termos de Dianética.)
Página i.

553
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

cleptomaníaca: pessoa que sofre de um impulso obsessivo para roubar


coisas, especialmente quando não tem necessidade económica para o
fazer. Página 260.
cloreto de amónia: uma substância incolor e cristalina usada em muitos
medicamentos para constipações e em remédios para tosse. Página 436.
clorofórmio: um líquido tóxico incolor usado em tempos como anestésico.
Página 433.
códigos penais: um corpo de leis que tratam dos vários crimes ou ofensas
e as suas penalidades legais. Página 481.
coesão: (de objectos) o estado de se manterem unidos, ou (de pessoas) de
estarem em grande concordância e a trabalhar bem juntas. Página 128.
Cognoscível e o Incognoscível de Herbert Spencer: uma referência à
filosofia de Herbert Spencer (1820-1903), filósofo inglês conhecido pela
sua aplicação das doutrinas científicas da evolução à filosofia e à ética.
Spencer afirmava que o conhecimento era de dois tipos: (1) conhecimento
adquirido pelo indivíduo, e (2) conhecimento adquirido pela raça.
Ele também acreditava que existe uma realidade básica e final para além
do nosso conhecimento, à qual chamou o "Incognoscível". Página 103.
coito: relação sexual. Página 176.
colher: obter um a um e reunir dados, objectos, informações, etc. Página 273.
colo do útero: parte do útero que se projecta para dentro da vagina.
Página 297.
coloquial: característico ou próprio de conversa normal ou familiar, em
vez de um discurso ou escrita formal; informal. Página 2.
COMANDO ENGR.ÂMICO: QUALQUER FRASE CONTIDA NUM ENGRAMA.
(De Termos de Dianética.) Página 91.
comática: relacionado com coma (um estado de torpor mental ou físico).
Do grego koma, sono profundo. Página 367.
comentário: observação, esclarecimento a propósito de um facto, de uma
situação; explicação. Página 14.
companhia: uma unidade militar que consiste em aproximadamente
sessenta a cento e noventa homens. Página 48.
compartimentação: divisão em funções, aspectos, etc., separados. Página 2.
completude: qualidade ou estado do que é completo. Página viii.
complexo: em psicanálise, um complexo é um conjunto de impulsos, ideias e
emoções que compelem padrões habituais de comportamento. Página 97.

554
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

complexo de culpa: em psicanálise, um complexo é um conjunto de impulsos,


ideias e emoções que compelem padrões habituais de comportamento,
causando neste caso o sentimento de culpa. Página 329.
complexo de punição: na psicanálise, um complexo é um conjunto
de impulsos, ideias e emoções que compelem padrões habituais de
comportamento, causando neste caso a acção de punição. Página 97.
composto: 1. uma combinação de coisas que foram reunidas. Página 44.
2. uma substância que contém dois ou mais elementos (substâncias que
não podem ser divididas em substâncias mais simples) em proporções
exactas. Um composto pode ser constituído por muitos elementos e
normalmente tem propriedades diferentes dos elementos de que é feito.
Página 436.

compulsões: impulsos irresistíveis que são irracionais ou contrários à


vontade da pessoa. Página 9.
comunicação verbal: por meio da fala, em vez da escrita ou outros métodos
de expressão; oralmente. Página 105.
conciliação: uma tentativa de estabelecer harmonia e boa vontade; acção
de apaziguar a ira de alguém; tornar amigos. Página 370.
concurso: um acto ou ocasião de acção combinada; colaboração. Página 59.
concussão: inconsciência temporária resultante de uma pancada na
cabeça. É muitas vezes seguida por amnésia relativa aos acontecimentos
imediatamente anteriores ao traumatismo. Página 329.
condensação: acto ou efeito de ficar comprimido, de juntar à força, represar.
Página 100.

condensador: um dispositivo para acumular (de condensar que significa


tornar mais denso ou compacto) e reter carga eléctrica. Um condensador
consiste em duas superfícies condutoras de carga igual, mas oposta,
separadas por um material isolante. Página 287.
condicionamento: um processo de alterar supostamente o comportamen­
to recompensando ou punindo um sujeito cada vez que uma acção é
executada, até que o sujeito associe a acção ao prazer ou sofrimento. Ba­
seado nas experiências com cães de Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936)
que apresentava comida a um cão enquanto tocava uma campainha. De­
pois de repetir este procedimento várias vezes, o cão (na expectativa)
salivava ao som da campainha, quer lhe fosse apresentada comida, quer
não. Pavlov concluiu que todos os hábitos adquiridos, mesmo a activida­
de mental mais alta do Homem, dependiam de reflexos condicionados.

555
DrANÉTrcA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPo

Um reflexo condicionado (por exemplo, a secreção de saliva num cão) é a


resposta produzida por um estímulo secundário (por exemplo, o toque
duma campainha) repetidamente associado a um estímulo original (por
exemplo, a visão da carne). Página 60.
conduta: algo que forma uma passagem para canalizar um fluxo, como o
de electricidade, permitindo-lhe passar de um lugar para outro. Página 85.
Confucionismo: o sistema de ética, educação e arte de governar ensinado
pelo filósofo chinês Confúcio (c. 551-479 a.C.), que dava ênfase ao amor
pela humanidade, veneração dos antepassados, respeito pelos pais e
harmonia no pensamento e conduta. Durante a tomada do poder pelos
comunistas no princípio da década de l 900, o Confucionismo caiu em
desfavor uma vez que enfatizava apoiar e respeitar o governo que os
comunistas queriam derrubar. Página 167.
conjuntivite: inflamação da conjuntiva, a membrana delicada que forra a
parte interna das pálpebras e a parte anterior do globo ocular. Página 122.
consagrado: que se tornou ou declarou sagrado para o uso religioso.
Página 7.
consagrados: vistos como sagrados. Página 348.
consternação: profundo abatimento de ânimo, grande desalento perante
um mal súbito; desânimo. Página 104.
constituir-se: nomear-se; atribuir um certo cargo ou função a alguém.
Página 205.
contemporizar: a acção de adaptar-se ao tempo ou ocasião; adaptar-se a
uma situação; submeter-se a necessidades práticas. Página 179.
conteúdo: o que está dentro de outra coisa; assunto; a substância ou
pormenores de um determinado acontecimento, discurso, etc.
Página 51.
contorcer-se: sentir ou mostrar desconforto ou aflição. Página 413.
contrariar: impedir de alcançar um propósito; colocar uma obstrução.
Página 78.
contra-senso: aquilo que não faz sentido, que é contrário à razão ou ao
senso comum, que é contraditório. Página 399.
controlos: coisas que fornecem um padrão de comparação fixo ou meios
de verificação, tal como ocorre numa experiência científica. Página 128.
cordite: um pó explosivo que não faz fumo, usado como propulsor de balas
e projécteis. O nome refere-se aos pedaços em forma de corda na qual era
fabricada. Página 15.

556
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

cores "vivas": cores que provocam uma impressão visual, pela intensidade
da cor, do brilho. Página 14.
coronária: que é relativo ao coração humano, com respeito à sua saúde.
Página 65.
corporal: do corpo humano (punição corporal seria punição imposta direc­
tamente ao corpo). Página 136.
correia: uma banda circular forte, de material flexível, usada em máquinas
para transmitir movimento ou energia. Uma correia de broca seria uma
correia usada para accionar uma broca de dentista. Página 434.
corrente de consciência: o fluxo contínuo e ininterrupto de pensamentos
e sentimentos através da mente. Página 107.
corrida de sacos: uma corrida em que os concorrentes têm as pernas
restringidas numa saca até à cintura e movem-se aos pulos. Página 134.
cósmico: relacionado com o universo como um todo, em contraste com
apenas a Terra. Página 28.
costume: prática social adaptada em determinada comunidade que, pela
sua generalização e habitualidade, gera a convicção da respectiva
obrigatoriedade. Constitui, por excelência, o modo tradicional de
formulação do direito. Página 161.
cowboy de chapéu branco: uma referência a um homem bom ou herói,
cumpridor da lei, retratado nos westerns, que usava caracteristicamente
um chapéu branco. Página 419.
cowboy de chapéu preto: uma referência a um vilão fora-da-lei retratado
nos westerns, que usava caracteristicamente um chapéu negro. Página 419.
credível: no qual se pode acreditar ou que se pode aceitar (como verdadeiro).
Página 88.
credo: qualquer sistema de crenças ou princípios em geral. Página 487.
cristal de cura mágico: um tipo de cristal considerado como tendo o poder
para curar, tal como é encontrado entre certos curandeiros primitivos da
Austrália que se diz acreditarem que os cristais curativos foram colocados
na Terra pelos deuses do céu. Cristal é uma substância rochosa transparente,
parecida ao gelo. Página 7.
critério: um padrão de juízo; uma regra ou princípio usado para avaliar ou
testar alguma coisa. Página 268.
croché: trabalho de renda feito com uma agulha que tem um pequeno
gancho numa extremidade para puxar o fio através de laços interligados.
Página 419.

557
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

crónico: duradouro ou que acontece continuamente, como por exemplo


uma doença, estado de saúde, etc. Página 80.
cronómetro: um instrumento para medir o tempo de forma precisa; um
tipo de relógio altamente preciso, como os que são usados em navegação.
Página 405.

culto: um grupo de pessoas que partilham uma devoção grande ou excessiva


a alguma coisa ou ideal; especialmente quando tal devoção é considerada
como estranha e fora do comum ou temporária. Página 104.
cultual: que se refere ao culto. Página 126.

cura pela fé: uma cura que se acredita ter sido conseguida através da fé
religiosa, da oração, etc. Página 210.
curar: resolver um problema ou lidar com uma situação de uma forma que
a rectifica (torna-a certa, remedeia-a) ou a elimina. Página 8.
dados falsos: itens de informação que não correspondem com a verdade
ou realidade. Página 45.
da mesma ordem que: que se assemelha até certo ponto; parecido. Página 10.
Dante: poeta italiano (1265-13 21) que, no seu trabalho mais conhecido, A
Divina Comédia, descreve a sua jornada imaginária através do Inferno e
do Céu e apresenta os horrores do Inferno em detalhe poético. Página 126.
dar a outra face: aceitar danos ou insultos sem procurar vingar-se; recu-
sar-se a retaliar. Página 370.
dar crédito a: aceitar como verdadeiro (uma afirmação, etc.); acreditar.
Página 252.

Darwin: Charles Robert Darwin (1809-1882), naturalista e autor inglês


que originou a teoria da evolução por selecção natural, que defende que
todas as espécies de plantas e animais desenvolveram-se a partir de formas
anteriores, e que as formas que sobreviveram foram as que estavam mais
bem adaptadas ao ambiente. Página 63.
da Vinci: Leonardo da Vinci (1452-1519), pintor, desenhador, escultor,
arquitecto e engenheiro italiano, que descobriu que o sangue circulava e
traçou com alguma precisão os vasos sanguíneos do corpo. Página 156.
débil mental: a quem faltam as capacidades mentais normais; estúpido.
Página 161.

deboche: satisfação excessiva e sem limites dos apetites da pessoa, especi­


almente de prazeres sensuais. Página 33.

558
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

Década Alegre de 1890: na história dos Estados Unidos, a década de 1890


é lembrada pelo seu sucesso e grande riqueza devido ao desenvolvimento
dos negócios e indústria. Os membros da força de trabalho crescente
tinham esperança de uma vida melhor nas cidades, mas em vez disso,
encontraram longas horas e condições de trabalho insalubres em muitos
negócios e fábricas. Página 224.
decaída: declínio de um estado ou qualidade superior para um inferior.
Página 291.

decair: baixar em tom; e também, afundar ou descer, como de um estado


emocional mais alto para um mais baixo. Página 136.
deduzir: tirar uma conclusão a partir de coisas já observadas ou conhecidas.
Página 22.

delírio(s): um estado de perturbação mental extrema, caracterizado por


inquietação, discurso confuso e alucinações. Página 8.
delirium tremens: uma condição causada pelo uso excessivo e prolongado de
bebidas alcoólicas e que se caracteriza por alucinações, confusão mental,
nervosismo, suores e tremores. Página 435.
delonga: demora, adiamento de um acontecimento ou de uma acção.
Página 306.

delusão: uma crença falsa fixa; uma percepção que é percepcionada de


uma maneira diferente do que é na realidade. Página 69.
de luxo: que se caracteriza pela elegância ou finura especial; de uma
qualidade luxuosa que ultrapassa todos os outros da sua classe. Por
extensão, de alto grau ou valor. Página 368.
demarcação, linha de: aquilo que marca as fronteiras ou limites ou
divide algo de modo que as partes divididas estejam separadas e sejam
identificáveis. Página 2 5.
democracia: um sistema de governo no qual o poder é dado ao povo, que
governa directamente ou através de representantes livremente eleitos.
Página 167.

DEMÓNIO: UM CIRCUITO DE DERIVAÇÃO NA MENTE, CHAMADO


"DEMÓNIO" PORQUE FOI INTERPRETADO ASSIM DURANTE MUITO
TEMPO. PROVAVELMENTE É UM MECANISMO ELECTRÓNICO. (De
Termos de Dianética.) Página 103.

de nomeada: célebre, notável, de boa reputação. Página 458.

559
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

denominador: algo que é comum ou característico numa certa quantidade


de coisas, pessoas, etc. Página 26.
dentes do siso: um dos quatro dentes da parte de trás de cada lado da maxila
superior e inferior dos seres humanos. Estes são os últimos dentes a
emergir. Página 140.
dermatite: inflamação da pele de que resulta vermelhidão, inchaço,
comichão ou outros sintomas. Página 113.
dervixe rodopiante: um membro duma ordem religiosa turca de monges.
Como parte da sua adoração eles rodopiam e dançam ao som de música.
Dervixe é uma palavra de origem turca que significa "mendigo". Página 330.
desafiaria Alexandre: referência a uma história que sucedeu quando
Alexandre Magno (356-32 3 a.C.) entrou na antiga cidade de Górdio, na
Ásia Menor. Na praça central da cidade havia uma carruagem amarrada
a uma viga de uma forma tão engenhosa, que ninguém a podia desatar.
Disseram a Alexandre que quem conseguisse desatar o nó governaria
toda a Ásia. Com isto, Alexandre pegou na sua espada e cortou a corda
com um golpe e veio a conquistar grande parte da Asia. Desafiar significa
confrontar uma pessoa com algo que a desconcerta ou estimula. Página 386.
desaparafusada: pessoa que está maluca. Página 225.
desapego: o acto de estar desconectado, separado ou retirado de uma
associação com algo. Especificamente, no sentido usado aqui significa
um desinteresse ou afastamento dos problemas dos outros, como por
exemplo "desapego professoral". Página 2.
descarregar: libertar carga (ira, medo, pesar ou apatia); aliviar. Página 65.
descartar: jogar fora, rejeitar, ver-se livre de (um obstáculo ou fardo). Página x.
descurar: tratar como tendo pouca importância ou com indiferença;
prestar pouca ou nenhuma atenção a algo; menosprezar. Página 310.
desgaste: enfraquecimento ou destruição gradual. Página 110.
desintensificar: remover quaisquer sensações, sentimentos, emoções, etc.,
agudas ou fortes. Página 328.
desmembrado: lacerado ou mutilado; cortado ou partido aos bocados.
Página 456.
"
DESORIENTADOR: QUALQUER COMANDO ENGRAMICO QUE FAZ COM
QUE O PACIENTE SE MOVA DE UMA FORMA OU NUMA DIRECÇÃO NA
LINHA DO TEMPO QUE É CONTRÁRIA ÀS INSTRUÇÕES DO AUDITOR
OU AOS DESEJOS DA MENTE ANALÍTICA DO PACIENTE. (De Termos de
Dianética.) Página 262.

560
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

despender: gastar (trabalho, tempo, esforço, etc.) com um determinado


objectivo; gastar (dinheiro) em coisas específicas. Página 47.
destrinçar: separar o que está misturado, enredado, emaranhado; separar
um a um, para que possam ser reconhecidos individualmente. Página 2 35.
detrimento: prejuízo, desvantagem ou dano. Página 208.
diabetes: uma doença na qual o organismo de uma pessoa não pode absorver
devidamente quantidades normais de açúcar. E caracterizada por uma
produção excessiva de urina e sede anormal e algumas formas podem
ameaçar a vida. Página 114.
diabólica: extrema ou excessivamente boa. Página ix.
DIANÉTICA: (no GREGO DIA, ATRAVÉS, E NOUS, MENTE ou ALMA); o
QUE A MENTE (OU ALMA) ESTÁ A FAZER AO CORPO. (De Termos de
Dianética.) Página i.
diário de bordo: um livro de registo que dá os detalhes da viagem de um
navio ou avião. Página 408.
digitais: uma referência a números (tais como de O a 9) usados na contagem
ou em sistemas de medida. Página 40 5.
digressão: o acto de desviar-se ou afastar-se do assunto ou propósito
principal quando fala ou escreve. Página 285.
DINÂMICA: O IMPUL SO, ÍMPETO E PROP Ó S IT O DA VIDA - SOBRE­
VIVER! - NAS SUAS QUATRO MANIFESTAÇÕES: A PRÓPRIA PESSOA,
SEXO, GRUPO E HUMANIDADE. (De Termos de Dianética.) Página ii.

dinâmico: do grego dunacikos, poderoso. É, portanto, força motivadora


ou enérgica (da existência ou vida), tal como em Princípio Dinâmico da
Existência. Página ii.
dinastias: famílias ou grupos de pessoas proeminentes e poderosas cujos
membros retêm o seu poder e a influência ao longo de várias gerações.
Do grego, dynasteia, "domínio". Página 7.
dipsomaníaco: uma pessoa com um desejo incontrolável de bebidas
alcoólicas. Página 66.
Direitos do Homem: uma referência a qualquer documento ou legislação
(lei) que poderá ser redigida para servir como garantia dos direitos básicos
dos indivíduos, dos princípios da liberdade humana, etc. Página 423.
disciplinado: que se tornou mais restringido ou cauteloso; obediente.
Página 470.

561
D1ANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

disco fonográfico: disco de vinil (normalmente tendo 3 5 centímetros de


diâmetro) com sulcos (ranhuras), nas quais se grava música, voz ou outros
sons. Uma agulha é baixada sobre o disco que está a girar num prato
redondo rotativo. A agulha ajusta-se aos sulcos do disco e transfere o som
gravado nos sulcos para altifalantes, onde este é reproduzido. Página xi.
disco-mestre: o original de um disco fonográfico, feito de metal e usado
para fazer duplicados de discos fonográficos (discos planos de vinil com
ranhuras, nos quais a música, vozes ou outros sons são gravados). O
disco-mestre tem uma série de ranhuras e quando impresso no vinil
brando e quente, estas ranhuras são duplicadas de modo que o disco
fonográfico contenha uma cópia do som original. Página 156.

Disco-mestre

Disco Fonográfico

dissertação: comunicação escrita acerca de um assunto que é discutido


extensamente. Página 170.
dissimulado: indivíduo que oculta as suas verdadeiras intenções e
sentimentos, que poderá fazer tudo aquilo que outra pessoa quer, muitas
vezes para obter vantagens para si mesmo. Página 181.
ditar: obrigar a aceitar um acto, uma situação, uma ordem; impor,
prescrever. Página 51.
Dixie: uma canção inspiradora acerca do Sul dos Estados Unidos, escrita em
18 59 pelo compositor americano Daniel Decatur Emmet (1815-1904).
Página 397.
docilidade: a qualidade de ser submisso (fácil de ser conduzido ou
controlado). Página 11.
"dois homenzinhos ... pendurados pelos calcanhares": referência à ban­
da motora e banda sensorial do cérebro. A banda motora é uma área longa
e estreita do cérebro que se acredita controlar o movimento dos vários
músculos e movimentos do corpo. A banda sensorial é uma área longa e
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

estreita do cérebro que se acredita regular os sentidos do corpo tais como


a visão, o cheiro, o tacto e o ouvido. O termo médico para estas bandas
do cérebro é homunculus - uma palavra do latim que significa "homem
pequeno", para descrever a função de cada parte destas bandas que se
acredita corresponderem à forma do corpo humano, com o topo das
bandas a regularem os pés, o centro a regular o torso e a parte inferior a
regular a cabeça, portanto, "de cabeça para baixo". Para ilustrar a função
das bandas, as publicações médicas usam ilustrações de dois homens
pequenos pendurados pelos calcanhares (ver ilustração). Página 352.
-...,
--=��-pé--t...~� ":-..
banda sensorial ----+----,,L---­
banda motora----+-!---- J·----++---braço,-----.1
cara ---1

dourada: coberta ou como se estivesse coberta com uma camada de ouro.


Página 21.

Doutor Frankenstein: um personagem do romance da romancista inglesa


Mary Shelley (1797-1851). Frankenstein cria um monstro no seu
laboratório por meio de juntar partes de corpos mortos e activando a
criatura com electricidade. Página 281.
dramatis personae: em Dianética, as pessoas presentes num engrama. Vem
do latim e significa literalmente a pessoa (ou pessoas) de uma peça
dramática, usado para se referir aos actores ou personagens de um drama
ou peça, ou aqueles que fazem parte de um verdadeiro acontecimento.
Página 392.

dramatização: um conjunto completo de acções irracionais. As


dramatizações surgem quando um engrama é completamente restimulado.
Quando está em plena manifestação, o engrama desbobina o seu conteúdo
palavra por palavra e o indivíduo é como um actor, que desempenha o papel
que lhe é ditado como uma marioneta. A dramatização é completamente
descrita no Livro Dois, Capítulo Três, A Célula e o Organismo. Página 81.
Dr. Sentencioso: um nome inventado. Sentencioso significa propenso a
proferir ditos inteligentes, e a fazer com frequência juízos acerca de
questões morais. Página 407.
Dr. Zamba: um nome inventado. Página 407.
DIANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

dub-in: um termo usado para caracterizar urna visão ou recordação que é


imaginária. O termo provém da indústria cinematográfica. Fazer "dub" no
cinema é criar e adicionar sons a urna película depois de a filmagem estar
completa. Deste processo ("dubbing") resulta urna banda sonora que, à
audiência, parece que foi realmente feita durante a filmagem, mas da qual
a maior parte ou toda foi criada no estúdio muito depois de as filmagens
terem terminado e foi introduzida por meio do "dub-in". Em Dianética,
"dub-in" indica recordação alterada, na qual a pessoa "vê" mais do que lá
estava ou urna coisa inteiramente diferente. É imaginário, mas ela tem a
certeza de que o viu. O que está a acontecer é que sem o conhecimento
analítico da pessoa, parte da sua mente está a introduzir dados que não
são verdadeiros, e a pessoa dir-lhe-á mentiras. Página 231.
economia: utilização sensata de alguma coisa para evitar o desperdício ou
perda. Página 457.
ectoplasma: um material que supostamente exsuda de espíritos ou
fantasmas, fazendo com que seja possível estes se materializarem e
realizarem acções físicas tal corno levantar objectos. Algumas pessoas
também acreditam que este é urna substância leve e esbranquiçada que
alegadamente é ernitida por um médium durante um transe e assume urna
forma ou rosto humano. (Um médium é urna pessoa através da qual os
espíritos dos mortos podem, supostamente, contactar os vivos.) Página 105.
eficácia: capacidade de produzir um efeito ou resultado desejado; efectivi-
dade. Página 213.
efusão: a acção de irradiar ou emanar. Página 85.

egocêntrica: que vê tudo em relação a si mesma; que só pensa em si. Página 299.
egsusheyftef: um nome inventado, sem qualquer significado. Página 55.

Einstein: Albert Einstein (1879-1955), físico americano nascido na


Alemanha, cujas teorias sobre a natureza da massa e energia levaram ao
desenvolvimento da bomba atómica. Página 10.
ejecção: acção de expulsar de si, de expelir; acto ou efeito de ejectar. Página 261.
electroencefalógrafo: instrumento para medir e registar a actividade
eléctrica do cérebro. Página 280.
Ellis: Havelock Ellis (1859-1939), escritor e médico inglês que efectuou
estudos sobre a psicologia do sexo. Página 125.
elucidar: tornar claro, explicar. Página ix.
embaraçada: grávida. Página 258.
564
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

embaraçante: que traz dificuldade, que incomoda por não ser fácil de
resolver, que torna difícil ou complicado; que impede alguma acção por
ser um bloqueio que impede ou obstruí. Página 336.
embrião: um ser humano ainda não nascido, nas primeiras fases de
desenvolvimento, especificamente desde a concepção até cerca da oitava
semana. Página x.
embrulhar: pôr em confusão, desordem ou algo semelhante; fazer com
que fique emaranhado. Página 202.
embruxado: sob o efeito de um feitiço maligno. Página 175.
em embrião: num estado não desenvolvido. Página 157.
Emersoniano: relacionado com Ralph Waldo Emerson (1803-1882), um
ensaísta e poeta norte-americano. Os seus escritos, uma série de impressões,
máximas, provérbios e parábolas livremente relacionadas, abrangem
tópicos tais como a independência, as boas maneiras, o carácter e outros
assuntos semelhantes. Página 333.
emperrado: que não se rende ou cede a alguma força, influência, pressão
ou algo semelhante. Página 315.
empreendimento: actividade ou esforço. Página ii.
encurta: reduz, contrai ou torna mais pequeno. Página 262.
endócrino: que tem a ver com o sistema de glândulas que segrega hormonas
(substâncias químicas) de certos órgãos e tecidos no corpo. Estas
glândulas e as suas hormonas regulam o crescimento, desenvolvimento e
funcionamento de certos tecidos e coordenam muitos processos dentro
do corpo. Por exemplo, alguns destes órgãos aumentam a tensão arterial
e o ritmo cardíaco durante alturas de stress. Página 51.
endocrinologia: o ramo da biologia que lida com as glândulas endócrinas e
suas secreções, especialmente em relação aos seus processos ou funções.
Página 11.
engendrar: criar; produzir. Página 71.
engenhoca: qualquer mecanismo, dispositivo ou objecto. Página 406.
ENGRAMA: QUALQUER MOMENTO DE MAI O R OU MENO R "INCONSCI-
ÊNCIA" POR PARTE DA MENTE ANALÍTICA QUE PERMITE QUE A MENTE
REACTIVA REGISTE; O CONTEÚDO TOTAL DESSE MOMENTO COM
TODOS OS PERCÉPTICOS. (De Termos de Dianética.) Página v.
enjoo matinal: náusea e vómitos, que por vezes são acompanhados de
tonturas, dores de cabeça, etc., que afectam algumas mulheres durante
os primeiros meses de gravidez. Página 191.
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

enleio: acto ou situação de estar atado com cordas, cordões, etc. Usado aqui
para descrever como é que os circuitos da mente, normalmente destinados
a uma computação suave e rápida, ficam emaranhados ou são apanhados
em demónios parasitas. Página 110.
enquadrado: que foi rodeado de salvas de artilharia, ao atirar para além e
para antes de um alvo de forma a descobrir o alcance de tiro. Usado em
sentido figurado. Página 214.
enquadrar: fazer corresponder ou harmonizar com. Página 205.
enquistar: encerrar ou fechar alguma coisa dentro de um invólucro resistente.
Página 21.
enredar: 1. complicar ou confundir, baralhar. Página 217.
2. fazer emaranhar ou atrapalhar. Página 400.
entidade: uma coisa que tem existência individual real; algo que existe
como uma unidade particular. Página 21.
envolver: incluir ou participar nalguma coisa como elemento necessário,
condição ou circunstância, como em "sem envolver nenhum Nirvana".
Página 116.
equação: 1. um termo de matemática que mostra que duas coisas têm o
mesmo valor ou são iguais entre si. Também, por extensão, qualquer
situação ou problema com vários factores variáveis que foi calculado e
provado com precisão matemática. Página iii.
2. um conjunto de factores, tais como factos ou ideias diferentes, que
afectam todos uma situação e precisam de ser considerados em conjunto.
Página 25.
equacionado: posto na forma de uma equação. Página iii.
equações Lorentz-FitzGerald-Einstein: uma referência às equações de
Hendrik Lorentz (18 5 3-192 8) e George Francis FitzGerald (1851-1901)
que concluíram que um corpo em movimento exibe uma contracção
ou encolhimento na direcção da sua deslocação, numa quantidade que
depende de quanto este se aproxima da velocidade da luz. Estas descobertas
mais tarde contribuíram para o trabalho de Albert Einstein (1879-1955).
Página 3.


Direcção de Movimento

Baixas Aproximação da
Velocidades Velocidade da Luz
566
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

equidade: a qualidade de ser justo ou imparcial; justiça; imparcialidade.


Página 481.
equilíbrio: estabilidade mental e emocional. Página 34.
equipagem: uma carruagem e tudo o que a acompanha, tal como os cavalos,
criados, etc. Página 21.
equívoca: 1. de uma natureza ou carácter duvidoso; questionável; dúbio;
suspeito, como em: "Eles então consideraram prontamente que essas áreas
eram equívocas." Página 142.
2. que permite a possibilidade de significados diferentes, como em:
"Esta é uma atitude boa e equívoca para um auditor." Página 270.
erosão: destruição ou enfraquecimento gradual de algo ao longo de um
período de tempo. Página 456.
erudição: exibição ou uso de saber revelador de muita instrução ou
conhecimento. Página 367.
eruditos: as pessoas que têm uma grande quantidade de conhecimento
num ramo particular do saber, especialmente no campo da literatura ou
filosofia; as pessoas que se dedicaram a estudos avançados e que adquiriram
conhecimento detalhado em algum campo especial e que se dedicam à
análise e interpretação desse conhecimento. Página 479.
esboço: uma pequena imagem ou descrição representativa de um todo
maior ou mais amplo. Página 389.
escalão: um nível, numa organização tipo escada. Um escalão é cada grau
de uma série progressiva ou contínua num campo de actividade. Página i.
escaldão: queimadura ou ferimento por um líquido quente ou vapor.
Página 349.
escamoso: coberto ou parcialmente coberto com escamas (finas películas
de pele que se soltam). Página 306.
Escolástico: uma pessoa envolvida na Escolástica, um sistema de pensamento
cristão que se estende desde o início do século IX até à segunda parte
do século XV (final da Idade Média). A Escolástica era um esforço para
coordenar e alinhar as crenças religiosas da fé cristã com a razão filosófica
e assim dar um conteúdo racional e uma compreensão mais profunda
dessa fé. Ao fazer isso, os Escolásticos discutiam e escreviam acerca de
temas como a relação do Homem com Deus, o mal, o pecado, etc. Página 23.
escórias: resíduos; coisas sem valor; lixo. Página 314.
escrúpulo: uma sensação de inquietação relacionada com uma questão de
consciência ou com a correcção de uma acção. Página 419.
DIANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

Espartanos: os cidadãos de Esparta, uma das cidades da antiga Grécia, que,


querendo formar uma população guerreira, matavam as crianças que eram
demasiado fracas para se tornarem guerreiros, e enviavam rapazes de
sete anos de idade para campos militares onde eles aprendiam a aguentar
condições duras e uma disciplina severa. Página 181.
especioso: que parece ser bom, correcto, lógico, etc., sem o ser realmente.
Página 36.
espectro: a extensão ou o âmbito completo de algo, disposto em graus,
com valores opostos nos seus limites. Página 28.
espelhos distorcidos: espelhos construídos para dar uma imagem
deformada, que se podem encontrar na casa das brincadeiras (uma atracção
que consiste numa série de salas e passagens, soalhos inclinados ou
em movimento, espelhos de imagem distorcida e outros dispositivos
concebidos para surpreender ou divertir) em parques de diversão. Página 360.
espiral descendente: quanto pior um indivíduo fica, maior é a sua
capacidade para ficar pior. (Espiral aqui refere-se a um movimento
progressivo para baixo, marcando um estado de deterioração implacável,
e que se considera que toma a forma de uma espiral. O termo vem da
aviação onde é usado para descrever o fenómeno de um avião que desce
numa espiral em círculos cada vez menores, tal como num acidente ou
proeza de acrobacia, que se não for bem efectuada poderá resultar na
perda do controlo e num despenhamento.) Página 118.
esquivamente: de uma forma que escapa inteligente ou habilmente (sem
se notar ou despertar atenção). Página 295.
esquizofrénica paranóide: uma pessoa que sofre de esquizofrenia e cujas
alucinações, delusões de grandeza, magnificência, etc., ou delusões de
perseguição são proeminentes. Ver também esquizofrénico. Página 71.
esquizofrénico: uma pessoa que tem duas (ou mais) personalidades
aparentes. A palavra vem de esquizofrenia uma palavra composta de
"fender" ou "dois", mais "mente, espírito". Literalmente, divisão da
mente e, por isso, personalidade dividida. Página 66.
Estalinegrado: o antigo nome de Volgogrado, uma cidade portuária e
industrial no sudoeste da Rússia, na margem do rio Volga. Página 486.
estar de paleio à janela com os vizinhos: conversa de uma natureza
crítica ou bisbilhotice com vizinhos ou conhecidos. Refere-se à tradição
dos vizinhos falarem ou se queixarem à janela. Página 487.
estigm a: uma marca de desgraça, algo que diminui o carácter ou reputação
de uma pessoa, grupo, etc. Página 33.
568
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

estigmatizou: que caracterizou ou marcou como sendo vergonhoso ou


muito mau. Página 34.
estímulo: qualquer acção ou agente que causa ou muda uma actividade num
organismo, órgão ou parte, como algo que acciona um impulso nervoso,
activa um músculo, etc. Página 15.
estóicos: membros de uma escola de filosofia da antiga Grécia (300 a.C.),
ou os seus seguidores, que agiam insensíveis à alegria, pesar, prazer ou dor.
A escola acreditava na aceitação calma de todos os acontecimentos como
resultado inevitável do destino inalterável. Do grego stoa (um pórtico),
o local onde esta filosofia era ensinada. Página 39.
estrebuchar: agitar os membros ou o corpo convulsivamente; debater-se.
Página 365.

estremecer: tremer, podendo fazer uma expressão de dor com a cara, por
ver ou pensar em algo desagradável ou vergonhoso. Página 282.
estricnina: uma droga venenosa e amarga obtida das sementes de certas
árvores e plantas encontradas em lugares como a Índia, China e norte da
Austrália. Página 435.
estrogénio: uma hormona que desenvolve e mantém as características
femininas do corpo. Página 117.
éter: um líquido incolor, com um odor aromático e doce, ardente ao
paladar, usado antigamente como um anestésico inalatório para produzir
inconsciência e insensibilidade à dor. Página 73.
etiqueta: pequeno pedaço de papel, cartão, plástico, etc., fixado ou colado
num dossiê para ajudar no seu arquivamento. Usado em sentido figurado.
Página 426.

"Eu": (na filosofia e outros campos) a fonte de pensamento; a própria


pessoa, como algo distinto do seu corpo, que está consciente de si mesmo;
a alma. Página vii.
euforia: um sentimento de bem-estar ou alegria, especialmente um que não
tenha fundamento ou que seja inadequado para as circunstâncias actuais.
Página 119.

exaustão de combate: uma condição caracterizada por ansiedade, irri­


tabilidade, depressão, etc., que ocorre depois de uma experiência de
batalha prolongada ou severa. Página 456.
exaustivo: que não deixa nenhuma parte por examinar ou por considerar;
completo; minucioso. Página vi.
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
exclusivo: disponível ou pertencente apenas a pessoas ou grupos particula­
res, e não partilhado com outros, tal como em termos de propriedade ou
algo semelhante. Página 118.
excretos: material residual expelido do corpo. Página 60.
exemplo: (dito de uma pessoa ou coisa) um modelo de excelência ou
perfeição de uma espécie. Página 421.
exortações: insistências, avisos ou advertências sinceras; apelos ou avisos
urgentes. Página 66.
expedientes: recursos temporários. Página 70.
extravagância: excesso incontrolado de emoção, conduta, opinião, etc.
Página 339.
extricar: libertar ou desembaraçar (alguém ou algo) de uma condição ou
situação restritiva, difícil ou indesejável. Página 202.
fábula: uma declaração ou crença falsa. Página 68.
faceto: brincalhão, engraçado ou que tenta ter piada, especialmente numa
altura inapropriada. Página 350.
facilidade: capacidade de fazer alguma coisa com naturalidade e sem
esforço devido a habilidade, aptidão ou prática. Página 116.
factor x: um elemento ou circunstância relevante mas desconhecido. Página 94.
faculdade: aptidão inerente à mente ou ao corpo, tal como o sentido de
olfacto. Página 17.
falácia: mentira com que se intenta prejudicar alguém; uma ideia ou crença
falsa e enganadora. Página 117.
fanático: uma pessoa que demonstra um entusiasmo excessivo por uma
causa, particularmente uma causa religiosa. Página 127.
fantã: um jogo de azar chinês, no qual um número desconhecido de moedas
ou objectos é colocado debaixo de uma taça. Fazem-se apostas sobre
quantos objectos ou moedas vão restar depois de terem sido removidos
quatro de cada vez até ficarem quatro ou menos. Página 180.
farejar: percepcionar através da mente. Página 294-
Farragut: David Glasgow Farragut (1801-1870), oficial naval americano
e herói da Guerra Civil Americana (1861-1865). Durante uma batalha,
depois de ver um navio ser atingido por uma mina (chamada um torpedo
naquela altura) e afundar-se, Farra gut gritou as famosas palavras: "Que
se danem os torpedos! Sigam a toda a velocidade!" e conduziu os seus
navios à vitória. Página 342.
fatigante: aborrecido e desinteressante; cansativo. Página 411.
57o
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

fazer campanha a favor de: fomentar sentimentos, interesse, apoio, etc.,


relativamente a uma coisa que a pessoa sente que deve ser feita. Página 438.
febre reumática: uma doença séria caracterizada por febre, inchaço e dor
nas articulações, e uma dor de garganta, da qual frequentemente resulta
dano permanente das válvulas cardíacas. Página 396.
Febris: na mitologia romana, Febris (febre) era a deusa que protegia as
pessoas contra as febres. Página 8.
feito: coisa feita, executada ou realizada; um acto. Página 21.
Felis catus: um gato doméstico. Felis é o nome geral da família dos gatos
incluindo gatos domésticos e gatos selvagens. Página 404.
fenobarbital: um ácido cristalino amargo usado como um sedativo,
hipnótico e anticonvulsivante. Um anticonvulsivante reduz ou previne as
contracções musculares violentas. Página 432.
fetiches: objectos naturais ou artificiais (tais como dentes de animais ou
esculturas de madeira) que alguns povos primitivos acreditavam ter o
poder de proteger ou ajudar os seus possuidores. Página 423.
feto: o ser humano ainda não nascido, que está no útero, desde o terceiro
mês de gravidez até ao nascimento. Página x.
fez parar a mão fria e rígida da morte: parou, impediu ou evitou o pro­
cesso da morte de alguém. Página 421.
ficar enleado com: ficar envolvido com ou tentar lidar com alguma coisa
difícil, confusa, problemática ou algo semelhante. Página 433.
fidelidade: adesão aos factos ou detalhes. Página 434.
filtros: nos rádios, componentes electrónicos que bloqueiam ondas de rádio
indesejadas que viajam através do ar, para que o rádio receba um sinal
específico correcto. Página 439.
fio de cobre de 2,5 mm2 de secção: um arame de cobre que tem 2,5
milímetros quadrados de secção. Mais ou menos a espessura do arame de
um cabide. Página 223.
Física: a ciência que lida com a matéria, energia, movimento e força,
incluindo o que essas coisas são, porque é que se comportam como o
fazem e a relação entre si. Página i.
fissão em cadeia: o mesmo que reacção de fissão, uma referência à reacção
em cadeia que ocorre quando a porção central de um átomo (o núcleo)
é dividida em partes mais pequenas, com estas partes mais pequenas a
ejectar-se para fora e a dividir outros átomos, que por sua vez dividem
outros e assim por diante. Página 302.
57 1
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

flagelar: causar grande sofrimento moral ou aflição, stress, ansiedade, etc.


Página 377.
flatulência: gás acumulado no tubo digestivo e expulso com ou sem ruído.
Página 386.
flebotomia: o acto ou prática de abrir uma veia para deixar sair sangue
"extra" ou "impuro" do corpo como medida terapêutica. Do grego phlebo,
veia, e tomos, corte. Página 119.
fluem e refluem: que sofrem descidas e subidas ou variação constante, tal
como os movimentos das marés oceânicas para trás e para a frente. Página 34.
folha de trabalho: uma folha de papel onde se regista planos de trabalho,
horário de trabalho, etc. Página 236.
fomentada: promovida ou encorajada, quanto a crescimento, desen­
volvimento ou algo do género. Página 371.
fonográfico, disco: disco de vinil (normalmente tendo 3 5 centímetros de
diâmetro) com sulcos (ranhuras), nas quais se grava música, voz ou outros
sons. Uma agulha é baixada sobre o disco que está a girar num prato
redondo rotativo. A agulha ajusta-se aos sulcos do disco e transfere o som
gravado nos sulcos para altifalantes, onde este é reproduzido. Página xi.
fora do tenipo: fora de moda quanto a ideias, métodos, etc.; velho. Página 401.
formulado: expressado de forma precisa; declarado de forma definida ou
sistemática. Página iii.
fosso de serpentes: entre os povos primitivos, um grande fosso que
continha serpentes venenosas no qual eram atiradas vítimas para execução
ou como teste de resistência. Usado em sentido figurado para descrever
uma situação ou lugar intensamente caótico ou desagradável. Página 413.
fotossíntese: o processo pelo qual as plantas verdes e alguns outros
organismos usam a energia da luz para converter dióxido de carbono e
água em alimento. Página 195.
fraquezas: pequenas falhas, faltas ou debilidades de carácter pessoal ou
comportamento, como em "que não compreendem algumas dasfraquezas de
que o Homem é capaz num estado aberrado". Página 204.
fraseado: 1. aquilo que alguém diz; conversa. Página 222.
2. maneira de falar, conversa, discussão, discurso; associado com uma
situação, grupo de pessoas ou profissão em particular. Página 455.
frígida: que está inibida na capacidade de experimentar excitação sexual
durante a actividade sexual. Página 321.
frutos: rendimentos ou proveitos que resultam de actividades, esforços ou
empreendimentos. Página 337.
57 2
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

funesta: cruel, nociva ou prejudicial. Página 287.


furiosamente: até um grau extremo; de uma forma intensa. Página 282.
fusível: em sentido figurado, um dispositivo para proteger contra choque,
sobrecarga, etc. Do campo da electricidade, em que uma tira de metal que
se derrete facilmente é introduzida num circuito eléctrico, que derrete
(ou "rebenta") e assim interrompe o fluxo eléctrico, para prevenir danos
caso a corrente aumente para além de um certo nível de segurança. Página 67.
futilidade: ausência de utilidade ou eficácia; que é insignificante. Página 178.
Galeno: (c. 129-200) médico grego que acreditava que o fígado convertia a
comida em sangue que depois fluía para o resto do corpo e era absorvido. A
sua autoridade incontestada na medicina desencorajou a pesquisa original
e inibiu o progresso médico até ao século XVI quando o médico inglês
William Harvey (1578-1657) descobriu que o sangue circulava pelo corpo
e era impulsionado pelo coração, refutando assim as teorias de Galeno.
Página 156.

galvanómetro: um instrumento para medir pequenas correntes eléctricas.


Página 353.

gama: âmbito, série ou sucessão de algo. Página 273.


garras: domínio tirânico, exercido por alguém ou por alguma coisa.
Página 39.

gasolina com álcool: uma referência à mistura de gasolina com álcool.


Como o álcool é mais barato do que a gasolina e também pode ser
queimado no motor de um carro, foram feitas tentativas para misturar
as duas substâncias. Contudo, o álcool absorve, com grande facilidade, a
água directamente do ar e quando se tenta misturar álcool com gasolina,
esta combinação álcool/á gua separa-se da gasolina e pode causar estragos
nas peças do motor. Assim, a gasolina misturada com álcool é considerada
prejudicial. Página 476.
gauleses: habitantes de uma antiga região da Europa Ocidental que consistia
naquilo que é agora, na sua maior parte, a França e a Bélgica. Os gauleses
foram conquistados pelos romanos na década de 50 a.C. Página 65.
génese: o começo da existência de algo; o estádio inicial dum processo de
desenvolvimento; origem. Página 299.
Genghis Khan: (c. 1162-1227) conquistador mongol que fundou o maior
império terrestre na história e cujos exércitos, conhecidos pelo seu uso
do terror, conquistaram muitos territórios e chacinaram as populações
de cidades inteiras quando encontravam qualquer resistência. Página 288.
573
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

gnomo: no folclore, qualquer membro de uma raça de seres pequenos,


disformes, parecidos com anões, que supostamente vivem na terra e
guardam os seus tesouros. Página 38.
gónadas: órgãos ou glândulas que produzem células reprodutoras; glândulas
sexuais. Página 301.
gramática hegeliana: uma referência ao uso correcto de determinados
termos por Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831 ), filósofo alemão
que determinou que o mundo contém absolutos. O uso que Hegel dava
à linguagem reflectia este ponto de vista. Por exemplo, o uso da palavra
"exacto" e a omissão de "muito exacto" ou "não muito exacto", sendo os
dois últimos considerados "gramática incorrecta". Página 3.
gramáticos: pessoas que têm conhecimento em gramática ou na linguagem
em geral, tal como a sua estrutura, ortografia, etc. Especificamente, a
referência aqui é a palavras como Realidade Absoluta e Verdade, em que a
sua capitalização transforma o seu significado habitual em algo absoluto
e sem qualquer variação de significado. Página 405.
gregário: que vive em comunidades; que tem tendência para associar-se
com outros da sua espécie. Página 41.
guarda-marinha: oficial da patente mais baixa na Marinha. (Uma patente é
um documento que concede autoridade a oficiais militares emitido, por
exemplo, pelo presidente dos Estados Unidos.) Página 408.
guardiã: pessoa que guarda e protege ou preserva; pessoa encarregada de
salvaguardar, tomar conta e proteger. Página 195.
guia: coisa que dirige, orienta ou conduz, como através de locais des­
conhecidos, etc. Página 87.
Guiana Inglesa: o antigo nome de Guiana, uma república independente
na costa nordeste da América do Sul. Página 7.
guião: uma série de acontecimentos (que vão variando), acções, diálogos,
que se assemelham ao texto escrito de uma peça de teatro, filme, etc.
Página 362.

guisado: um cozinhado com carne em bocados pequenos, batatas e


algumas vezes vegetais, feito em pouca água e por vezes vinho. Página 222.
Hamlet: o personagem central de uma tragédia com o mesmo nome,
escrita por William Shakespeare, e publicada pela primeira vez em 1603.
Hesitando entre morrer ou viver, Hamlet diz a famosa frase: "Ser ou não
. ~
ser, eis a questao..." Página 225.

574
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

Harvey: William Harvey (1578-1657), médico inglês que, ao usar métodos


científicos e experimentação, descobriu que o sangue circula e que o
coração impulsiona o sangue pelo corpo, refutando assim as teorias de
Galeno. Página iv.
hebefrenia: em psiquiatria, uma forma de insanidade caracterizada por
reacções inapropriadas, tais como a estupidez excessiva. Página 146.
hélio: um gás incolor muito leve usado para encher balões, dirigíveis, etc.
Página 134.

Herbert Spencer: (1820-1903), filósofo inglês conhecido pela sua aplicação


das doutrinas científicas da evolução à filosofia e à ética. Spencer afirmava
que o conhecimento era de dois tipos: (1) conhecimento adquirido pelo
indivíduo, e (2) conhecimento adquirido pela raça. Ele também acreditava
que existe uma realidade básica e final para além do nosso conhecimento,
à qual chamou o "Incognoscível". Página 9.
Hércules: na mitologia grega e romana da Antiguidade, um herói de
enorme força e coragem a quem um rei ordenou que realizasse doze
tarefas que pareciam impossíveis. Página 174.
heróicas: que têm, demonstram ou são características das qualidades
próprias de alguém que realiza um acto de notável bravura ou que mostra
grande coragem, força de carácter ou outras qualidades admiráveis (um
herói); corajosas. Página 209.
hindu: de ou relacionado com o Hinduísmo, uma religião da Índia que
dá ênfase a ser livre do mundo material através de purificação dos
desejos e eliminação da identidade pessoal. As crenças hindus incluem
a reencarnação. Os escritos sagrados do Hinduísmo incluem os Vedas.
Página 103.

hindu, trindade: uma referência aos três grandes deuses do Hinduísmo:


Brama, o criador do universo; Vixnu, o preservador do universo; e
Xiva, que personifica as forças destruidoras e procriadoras do universo.
Uma trindade é uma combinação ou conjunto de três coisas individuais
(como deuses, pessoas, coisas, etc.) que formam uma unidade ou estão
intimamente ligadas. Página 419.
hioscina: uma droga usada como sedativo ou hipnótico. Página 432.
hipnoanálise: um método de psicanálise no qual o paciente é hipnotizado
numa tentativa de conseguir dados analíticos e reacções emocionais
antigas. Página 150.

575
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

hipnoscópios: instrumentos usados para determinar se urna pessoa é um


sujeito hipnotizável, tais corno um íman oco que se diz fazer a pessoa ter
determinadas "sensações" quando colocado no seu dedo, se ela for um
"bom" sujeito hipnótico. Página 280.
hipocondríaco: alguém que sofre de urna ansiedade excessiva quanto à sua
saúde, muitas vezes com doenças imaginárias. Página 71.
Hipócrates: (c. 460-3 77 a.C.) médico grego conhecido corno o "pai da
medicina" e famoso pelos seus escritos de medicina, incluindo um
juramento que serviu corno modelo para a prática ética da medicina.
Página 309.

histamina: urna substância química libertada no corpo em resposta a urna


alergia; esta ajuda o corpo a lutar contra as infecções aumentando a
quantidade de sangue e outros fluidos nas áreas afectadas, mas também
produz reacções desconfortáveis tais corno espirros, olhos lacrimosos,
corrimento nasal, comichão e inchaço de tecidos do corpo. Página 111.
história natural: um ramo de conhecimento que abarca o estudo, descrição
e classificação de objectos naturais tais corno animais, plantas e minerais.
Página 304.

Homem: a raça ou espécie humana; Humanidade. Página ii.


homem: 1. um ser humano, sem importar o sexo ou a idade; urna pessoa.
Página ii.
2. qualquer das peças usadas num jogo de tabuleiro, corno o xadrez ou
damas. Página 260.
homens de boa vontade: pessoas (independentemente do sexo ou idade)
que desejam o bem de outras e que têm um desejo de fazer bem aos outros.
Página 204.

homenzinhos pendurados pelos calcanhares: ver "dois homenzinhos ...


pendurados pelos calcanhares". Página 352.
hormonas: substâncias químicas segregadas por glândulas ou tecidos do
corpo que regulam o crescimento e desenvolvimento, controlam a função
de vários tecidos, apoiam as funções reprodutoras e regulam o metabolismo
(o processo usado para decompor os alimentos para criar energia).
Página 117.

hóspede: pessoa que paga refeições, ou quarto e refeições regulares, na


casa de outrem. Página 298.
Hume: David Hume (1711-1776), filósofo escocês que acreditava que todo o
pensamento e conhecimento humano eram baseados na experiência directa
5 76
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

do mundo através dos sentidos e que tentou analisar o funcionamento da


mente para mostrar isto. Página 104.
humorista: pessoa que tem sentido de humor e o hábito de dizer gracejos, de
zombar, às vezes para divertir os outros. Usado aqui no sentido sarcástico.
Página 80.
Ianques Vêm Aí, Os: referência a um verso de "Over There", uma canção
patriótica do compositor americano George M. Cohan (1878-1942) sobre
os americanos que iam para a Europa (1917) combater na Primeira Guerra
Mundial. (Ianque é um nativo dos Estados Unidos da América.) Página 224.
Idade das Trevas: o período na história europeia, de cerca de 400 d.C. até ao
princípio do século XIV d. C. O termo refere-se à ignorância intelectual,
tal como a falta de instrução e de ensino durante este período, a perda de
muitas destrezas técnicas e artísticas, e o desaparecimento quase completo
do conhecimento das civ ilizações grega e romana que o precederam.
Página 34.
idealismo: a valorização ou busca de princípios, propósitos, objectivos,
etc., elevados ou nobres. Página 483.
identidades: igualdades exactas em qualidades ou características; equi­
valentes ou iguais. Página 34.
ideologias: sistemas de ideias, doutrinas, opiniões, etc., ou formas de pensar
de um indivíduo, classe, etc., especialmente como base de teorias ou
sistemas económicos ou políticos. Página 486.
idílico: serenamente belo, feliz e tranquilo. Página 39.
idiossincrasia: característica, hábito, maneirismo ou algo semelhante, que
é peculiar a um indivíduo. Página 22.
ídolo de pés dourados: um ser superior sem defeitos; alguém que não pode
fazer mal. Uma referência figurativa que faz alusão a, e que contrasta
com, o ídolo bíblico com cabeça de ouro e pés de barro, ou seja, algo que
parece forte e admirável, mas que será destruído devido a uma fraqueza
ou defeito subjacente. Página 421.
imagética: que se exprime por imagens mentais, figuras ou semelhanças
de coisas, ou tais imagens colectivamente. Página 18.
impasse: ponto ou situação, etc., a partir do qual não é possível progredir;
dificuldade sem solução. De uma palavra francesa que significa "não
passar ". P'agma
.
31 6.
impedimentos: coisas que impedem ou travam o progresso de uma pessoa.
Página 45.
ímpeto: força motivadora ou impulsionadora; impulso. Página 37.
577
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

impingir: fazer com que (alguma coisa) seja aceite como genuína,
verdadeira, etc., pela astúcia ou argumentação hábil; impor (uma coisa)
fraudulentamente (a uma pessoa). Página 385.
imponderáveis: coisas que não podem ser entendidas ou resolvidas através
do pensamento. Página 283.
incidência: a ocorrência ou frequência de uma doença, crime ou outra
coisa indesejável. Página 165.
incidental: que acontece de forma não planeada ou imprevisível, junta­
mente com uma outra coisa. Página 16.
incluso: diz-se do dente que não faz a sua erupção. Página 140.
incongruência: algo que não é compatível com outros factores de uma
situação. Página 270.
incontestável: que não está aberto a questões ou disputas; que não pode
ser negado. Página 459.
incrustado: que está fixado ou que se fixou fortemente numa superfície,
de modo a ficar embutido; cobrir de crosta; sobrepor uma camada a algo.
Página 338.
indefinidos: aquelas coisas que são indefinidas; coisas que são vagas,
indeterminadas, de contornos incertos, que não são conhecidas com rigor.
Página 405.
indiferença: ausência de sentimentos em relação a alguém ou a alguma
coisa. Página 15.
indolência: preguiça e inactividade; uma tendência para evitar esforço.
Página 290.
indutiva: relacionada com uma conclusão baseada na observação (de
factos, fenómenos, etc.). Página 64.
inerente: que existe numa pessoa ou coisa como elemento, qualidade ou
atributo permanente e inseparável. Página 1.
inexorável: que se distingue por uma continuação sem diminuição de força
ou intensidade; característico de algo que nunca pára ou que é impossível
de parar. Página 484.
inextricavelmente: sem qualquer possibilidade de ser deslindado,
desemaranhado ou desenredado. Página 2 7.
infâmia: desonra para a reputação de alguém causada por um acto ou
comportamento desonroso. Página 436.
injunção: uma ordem ou comando categórico. Página 461.
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

injuriada: criticada de forma abusiva ou ofensiva. Página 174-


inorgânico: que não pertence ao corpo ou às suas partes (tais como os seus
órgãos) ou a coisas físicas. Página i.
insensível: incapaz de percepcionar através dos sentidos ou da mente.
Página 391.
insidioso: que actua ou prossegue de forma pouco notada ou aparentemente
inofensiva, mas que na verdade tem efeitos graves. Página 300.
insinuação: algo sugerido; coisa que é dada a entender. Página 17.
instrumento: referência a qualquer de vários instrumentos ou utensílios
usados no parto, tais como tesouras, pinças, seringas, etc. Página 364.
insuportável: que é difícil ou impossível de aguentar; intolerável. Página 325.
interpretado: compreendido de uma forma específica. Página 110.
intimidado: assustado com ameaças, violência, etc., de forma a submeter-se
ou obedecer. Página 214.
intimidativo: que assusta de forma a submeter ou fazer obedecer. Página 458.
introversão: estado em que a pessoa tem o interesse virado para dentro ou
para coisas no seu íntimo. Página 446.
intuitivo: que se sabe de forma directa e instintiva, sem ser descoberto ou
percepcionado de forma consciente. Página 30.
inveja do pénis: na psicanálise, o suposto desejo oculto, não expresso, que a
fêmea tem de um pénis, originando sentimentos de inferioridade. Página 126.
inversamente: introduz uma afirmação ou ideia que se opõe a outra que
acaba de ser feita ou referida. Página 184.
inveterado: firmemente estabelecido num hábito específico e com pouca
probabilidade de mudar, como em "criminoso inveterado': Página 180.
irreverência: a que falta seriedade; desrespeito. Página 389.
irrigador: uma seringa para limpeza vaginal. Página 161.
Ismo: uma doutrina, teoria, sistema, corrente, tendência ou prática.
Página 486.

jacintos brancos, comprar: referência a uma linha de poesia da autoria do


escritor americano James Terry White (1845-1920) que diz: "Se da sua
fortuna for privado/ E na sua despensa apenas tiver sobrado/ Dois pães -
venda um, e com a esmola/ Compre jacintos para alimentar a sua alma."
(Jacintos são plantas com cachos de flores perfumadas em forma de sino
e de diferentes tonalidades.) Página 39.

579
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

Jack Dalton: um herói de uma peça antiquada, Curse You, Jack Dalton!
(Maldito sejas,Jack Dalton!) escrita por Wilbur Braun em 1930.Jack está
apaixonado pela criada da sua família mas o vilão da história trama, com
uma aventureira espanhola (que quer casar com Jack), um plano para
drogar a criada e mandá-la para um manicómio.Jack frustra a trama e fica
com a sua apaixonada. Página 224.
Jaime Caudilho: um nome inventado para um líder de um bando de
criminosos. Caudilho significa chefe ou líder. Página 180.
James ClerkMaxwell: (1831-1879) físico e matemático escocês que, em
1864, descreveu a relação entre a electricidade e o magnetismo e cujo
trabalho foi o fundamento de posteriores avanços no uso da electricidade.
Página 86.

Jean Jacques Rousseau: (1712-1778) escritor francês e influente filósofo


político cuja teoria mais famosa foi o "homem natural", uma crença de
que o Homem era essencialmente bom e igual no seu estado de natureza
mas que tinha sido corrompido pela civilização. Ele propôs o "refrescar
espiritual" do Homem através de um regresso à natureza. Página 42.
jocoso: que brinca; bem-humorado. Página 410.
jogo de "bluff": uma referência a jogar um jogo no qual se usa atitudes,
gestos, ditos ou actos cujo objectivo é enganar ou dar a entender aquilo
que não é, apenas com o objectivo de influenciar outro que se deixe
afectar por isso. Alusão a um jogo de cartas onde alguém faz uma aposta
ou desafia o adversário, fingindo ter uma mão melhor do que realmente
tem. Página 39.
jóia: algo semelhante ou considerado como uma pedra preciosa devido à
sua beleza ou valor. Usado sarcasticamente. Página 257.
Júnior: mais novo (normalmente designa o mais novo de dois homens com
o mesmo nome completo, como no caso de um filho que tem o mesmo
nome que o pai). Página 257.
jurisprudência: a ciência ou filosofia do direito; o conhecimento sistemático
das leis, costumes e direitos dos homens num estado ou comunidade,
necessários para a devida administração da justiça. Página 481.
juventude ardente: uma referência à juventude e ao seu comportamento
vigoroso, colorido e livre, particularmente durante a década de 1920 na
América. Página 224.
Keats: John Keats (1795-1821), poeta inglês cujas obras são conhecidas
pela sua dignidade, melodia e imagens ricas. Página 382.
580
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

key-in: literalmente, key (uma chave ou tecla) é um pequeno instrumento


manual para abrir, fechar ou accionar contactos electrónicos. Key-in é
usado aqui para descrever um engrama adormecido que foi activado e
que está agora inserido no circuito. Página 79.
key-out: literalmente, key (uma chave ou tecla) é um pequeno instrumento
manual para abrir, fechar ou accionar contactos electrónicos. Key-out é
usado aqui para descrever a desactivação de engramas e sua saída de circuito.
Página 135.

Kinsey: Alfred Charles Kinsey (1894-19 5 6), biólogo norte-americano que


investigou o comportamento sexual humano, entrevistou algumas 18 000
pessoas, e publicou as suas conclusões em l 948 e 195 3. Página 2 57.
Korzybski: Alfred Korzybski (1879-1950), erudito americano, nascido
na Polónia, e fundador da semântica geral, uma abordagem filosófica,
altamente organizada, para a linguagem. Korzybski acreditava que o
uso impreciso da linguagem afectava o comportamento humano (as
pessoas reagem mental e fisicamente ao significado das palavras) causando
confusão e uma má comunicação entre as pessoas. Korzybski acreditava
que o fundamental para o pensamento era a capacidade para distinguir e
que a identificação literal de uma coisa com outra (quando de facto não
são idênticas) é o que causa as dificuldades e até mesmo a insanidade no
Homem. Página 77.
Kraepelin: Emil Kraepelin (1856-1926), psiquiatra alemão que criou um
sistema de classificação para doenças mentais. Página 453.
Krafft-Ebing: Baron Richard von Krafft-Ebing (1840-1902), psiquiatra
alemão e autor de trabalhos sobre desvios sexuais. Página 12 5.
lago para a roda de uma azenha: um lago que impele a roda do meca­
nismo de uma azenha através da força da á gua em movimento. (Uma
azenha é um moinho de roda movido a á gua.) Página 284.
lamechice: algo que é sentimental de forma maçadora ou ridícula. Página 224.
lançar os dados: atirar um par de dados, num jogo de dados. Ver também
sete, às vezes acerta-se no. Página 119.
lapsus linguae: erros não intencionais cometidos ao falar. Página 66.
Lei da Afinidade: a Lei da Afinidade pode ser interpretada como a Lei da
Coesão (uma força que une ou junta). A privação ou ausência de afecto
pode ser considerada como uma violação da Lei da Afinidade. O Homem
tem de estar em afinidade com o Homem para sobreviver. Página 103.
lembrança: coisa que se guarda pelas memórias que ela traz. Página 423.
581
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
lepra: uma doença infecciosa da pele e nervos caracterizada por crostas
brancas escamosas, deformidades e a consequente perda de sensibilidade.
Página 164.

Lesbos: uma ilha grega montanhosa no Mar Egeu, ao largo da costa da


Turquia. Página288.
Leucipo: filósofo grego (século IV a.C.) que acreditava que toda a
matéria era formada por átomos, que todas as propriedades observáveis
de um objecto resultam do comportamento destes átomos e que
este comportamento dos átomos era totalmente determinado com
antecedência. Ele defendia que tudo ocorria por uma razão e por
necessidade. Página 37.
leucotomia transorbital: uma operação psiquiátrica na qual um furador de
gelo é forçado a passar por trás das órbitas dos olhos, perfurando o osso
fino que separa as órbitas dos lóbulos frontais. A ponta do furador é então
introduzida nos lóbulos frontais e as fibras nervosas que os ligam ao resto
do cérebro são cortadas, tornando o paciente num vegetal emocional.
Página119.

levantar: (referindo-se a um engrama) elevar em tom através da recontagem.


O princípio da recontagem é muito simples. Diz-se ao preclear que volte
ao início e diga tudo de novo. Ele faz isto muitas vezes. À medida que o .
faz, o engrama deve levantar-se em tom com cada recontagem. Página130.
levedura: um organismo unicelular microscópico capaz de converter açúcar
em álcool e dióxido de carbono e, portanto, usado para produzir álcool
em cerveja e vinho, e para fazer com que o pão cresça. Páginaix.
LIBERADO: QUALQUER PESSOA QUE FOI LEVADA ATÉ UM ESTADO QUE
SE APROXIMA DO NORMAL DE 1950 ATR AVES DA TERAPIA DE
DIANÉTICA, QUER TENHA AVANÇADO DESDE UMA CONDIÇÃO
P SICÓTICA OU N EURÓTICA. (De TermosdeDianética.) Páginai.

ligações permanentes: literalmente, as ligações são junções, como


condutores eléctricos flexíveis, que ligam dois pontos num percurso
eléctrico e usado aqui para descrever conexões mentais. "Ligações
permanentes" refere-se à natureza aparentemente soldada dos engramas
que não podem ser descartados pelo analisador excepto através das técnicas
de Dianética. Página264.
limpos: eliminados; removidos. Página276.
linha: uma série de coisas individuais (tais como corpos) que se seguem
uma atrás das outras, como "na linhafísica". Página119.
582
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

linha de demarcação: aquilo que marca as fronteiras ou limites ou divide


algo de modo que as partes divididas estejam separadas e seJam
identificáveis. Página 25.
/ /

LINHA DO TEMPO: O PERIODO DE TEMPO DE UM INDIVIDUO DESDE


~ /
A CONCEPÇAO ATE TEMPO PRESENTE, NO QUAL SE ENCONTRA A
SEQUÊNCIA DE ACONTECIMENTOS DA SUA VIDA. (De Termos de Dianética.)
Página vii.

líquen: uma planta cinzenta, verde ou amarela que muitas vezes aparece
nas partes planas de rochas e outras superfícies. Página 36.
lisol: nome de um desinfectante líquido. Página 126.
livro de caso: um registo de factos, circunstâncias, etc., relativo a uma
pessoa ou tema disponível para estudo ou como um registo histórico.
Página 309.

lobotomia pré-frontal: uma operação psiquiátrica levada a cabo abrindo


buracos no crânio, penetrando no cérebro e cortando os nervos dos dois
lóbulos pré-frontais, do que resulta o paciente tornar-se num vegetal
emocional. Página 119.
lóbulo: uma saliência ou subdivisão arredondada de um órgão do corpo.
Página 55.

lóbulos pré-frontais: lóbulos situados na parte frontal do cérebro. Um


lóbulo é uma saliência ou subdivisão arredondada de um órgão do corpo.
Página 55.

Locke: John Locke (1632-1704), escritor, filósofo e teórico político inglês


que argumentou que a mente humana é uma "tábua rasa" no nascimento,
até que a experiência começa a "escrever" sobre ela. Ele acreditava que
uma pessoa não pode saber nada a menos que isso tenha sido parte da sua
experiência. Página 104.
locomoção: o acto ou efeito de mover-se de um lugar para outro. Página 35.
lógica aristotélica: o método de lógica do filósofo grego Aristóteles,
baseado num par de proposições que, consideradas em conjunto, dão uma
nova conclusão. Por exemplo: "Todas as árvores têm raízes. Um carvalho
é uma árvore. Portanto, um carvalho tem raízes." Os dados e conclusões
da lógica aristotélica só podem ser avaliados como sim ou não, verdadeiro
ou falso. Página 304.
lógica bivalente: um sistema de lógica baseado no princípio de que não há
meio-termo: uma coisa é certa ou errada, verdadeira ou falsa, sim ou não.
Página 295.
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
lógica simbólica: o uso de conceitos e técnicas de matemática para resolver
situações na lógica. A lógica simbólica usa as partes da lógica que podem
ser formuladas matematicamente e manipula-as na tentativa de resolver
problemas de lógica. A pessoa está a manipular significados em vez de
números. Página 77.
Lucrécio: (c. 98-55 a.C.) poeta romano e autor que escreveu De Rerum
Natura (Da Natureza das Coisas), um poema instrutivo inacabado, publicado
em seis volumes, que apresentava em esboço uma ciência completa do
universo. Página 35.
lugares-comuns: 1. ideias, assuntos ou ditos banais, que toda a gente repete.
Página 225.
2. afirmações estúpidas, vazias ou sem originalidade sobre um tema
moral, especialmente as que são expressas como se fossem importan­
tes ou úteis. Página 333.
lúgubre: extremamente triste ou sombrio, especialmente de forma lenta,
séria ou ridícula. Página 93.
Macbeth: o título de uma peça de William Shakespeare. Macbeth
encontra-se com três bruxas que predizem que ele será rei da Escócia, mas
que os seus descendentes não irão manter o trono. Macbeth consegue e
mantém o trono através de vários assassínios, mas não consegue alterar
o resto da previsão e é morto em batalha. A sua mulher e cúmplice,
enlouquecida pelos remorsos, também morre. Página 328.
mãe da invenção: do ditado "a necessidade é a mãe da invenção" que
significa que uma necessidade urgente muitas vezes incita a pessoa a
arranjar uma nova solução. Página 37.
malária: uma doença infecciosa transmitida pela picada de mosquitos
infectados, comum em países quentes e caracterizada por febres e arrepios
frequentes. Se não for tratada pode causar a morte. Página 188.
maldito: condenado, amaldiçoado; usado como uma praga ligeira. Página 110.
mali gno: (dito de um tumor) caracterizado por um crescimento des­
controlado. Página 114.
mamutes: enormes mamíferos já extintos, da família do elefante, que tinham
pêlo e presas longas e curvas. Existiram princi paimente no Hemisfério
Norte e extinguiram-se há mais de 1 O 000 anos. Página 35.
mandar para o diabo: forma de desejar mal a alguém ou algo, ou como
uma negação ou rejeição de algo. Página 179.
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

manhosa: 1. que é hábil para enganar; que tem astúcia. Página 77.
2. que age de uma forma enganosa; que faz planos secretos para benefí­
cio pessoal. Página 283.
maníaco: 1. um engrama pró-sobrev ivência altamente elogioso. Se um
indivíduo está apanhado num maníaco, a sua força vital está a passar
directamente através do engrama e o seu comportamento, por mais
entusiástico ou eufórico que seja, é de facto muito aberrado, como em:
"Poderá até mes mo ser um maníaco e este é horrível, apesar da sua aparente
'eu,.{.;
Jorta.. ' " p,agma
. 119.
2. uma frase num engrama maníaco, tal como: "Se este acrescentasse: 'Ele é
encantador e realmente maravilhoso com as mulheres', então seria um engrama
pró-sobrevivência com um maníaco." Página 293.
maníaco: 1. caracterizado por mania, excitabilidade anormal, sentimento
exagerado de bem-estar, etc., como em: "Esta seria a insanidade do tipo
maníaco. " Página 71.
2. uma pessoa caracterizada por mania, como em "como no caso maníaco e no
caso de grande euforia". Página 286.
maníaco-depressivo: uma pessoa que alterna entre extremos de entusiasmo
e depressão. Página 66.
manobrar: manejar habilmente com o propósito de tirar proveito. Página 486.
marchar: mover-se ou progredir firmemente em frente. Página 486.
maricas: que tem medo ou é exageradamente cauteloso; medricas; homem
efeminado. Página 282.
marioneta: um boneco manipulado de cima por cordéis ligados aos
membros articulados. Página v.
masoquista: marcado por prazer adquirido através (por vezes sexual) da dor,
degradação, etc., infligida ou imposta ao próprio, tanto como resultado
das próprias acções como das acções de outros. Página 323.
matiz: gradação de cor. Página 409.
Matterhorn: pico famoso de uma montanha nos Alpes com 44 78 metros
de altitude. Localizado na fronteira entre a Suíça e a Itália. Página 39.
mau da (desta) fita: a pessoa ou coisa que é culpada ou responsável por
aquilo que é prejudicial ou condenável nalguma actividade ou situação.
Uma fita é uma película cinematográfica em que o mau é o personagem
cujos motivos malévolos ou acções formam um elemento importante no
enredo e é culpado por um determinado mal ou dificuldade. Página 59.
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

Mauser: nome de uma espingarda militar alemã, cujo nome vem do


apelido do inventor, Peter Paul Mauser (1838-1914). Página 137.
Mazda e Ahriman: Ahura Mazda, a divindade suprema e o criador de todas
as coisas no Zoroastrismo (uma antiga religião do Irão) e Ahriman, um
espírito malévolo e argui-rival da divindade Mazda. Página 419.
mecânica: relativo a ou que envolve objectos materiais ou condições ou
forças físicas, como em "que controla todas asfunções mecânicas da vida".
Página 60.

mecânicas: os detalhes de procedimento ou de funcionamento (de algo).


Quando aplicado a teorias, mecânicas significa a explicação de fenómenos
através da assunção de acção mecânica; a explicação de como algo funciona.
Página 90.

mecânico: relativo a mecânicas, os detalhes de procedimento ou de fun­


cionamento (de algo). Quando aplicado a teorias, mecânicas significa a
explicação de fenómenos através da assunção de acção mecânica;
a explicação de como algo funciona, como em: "Este é umfacto mecânico e
científico. "Página 462.
mecanismo: 1. um método, estrutura ou sistema (de partes, componentes,
etc.) que, no seu conjunto, desempenham uma função específica, tal
como ocorreria numa máquina, como em "contempla, pela primeira vez,
os mecanismos da acção humana" ou "o Homem continha um mecanismo que
registava tudo com uma precisão diabólica". Página ix.
2. a agência ou o meio pelo qual um efeito é produzido ou um propósito
é alcançado, comparado a uma estrutura ou sistema de partes num
aparelho mecânico utilizado para levar a cabo alguma função ou fazer
alguma coisa, como em "ele seja o mecanismo de sobrevivência óptimo que
a vida alcançou". Página 26.
mecanista: que pertence ou é relativa a um mecanismo, uma estrutura ou
sistema (de partes, componentes, etc.) que juntos levam a cabo uma função
em particular, tal como ocorreria numa máquina. Página vi.
mediana: média, regular, nem grande nem pequena. Página 12 9.
medicina da bacia do barbeiro: uma referência aos serviços médicos
rudimentares que os barbeiros prestaram durante muitas centenas de
anos, tais como a sangria. Durante este período, acreditava-se que uma
extensa variedade de doenças era causada por um excesso de sangue ou
por impurezas no sangue. O paciente era cortado na dobra do cotovelo
para deixar o sangue "extra" ou "impuro" fluir do corpo para dentro de
uma bacia, daí a expressão "medicina da bacia do barbeiro". Página 119.
586
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

megera: uma mulher cruel, rabugenta e de mau génio, tirânica, conflitu­


osa, que pega por tudo e por nada. Página 331.
Meia Luz: uma peça de teatro de suspense escrita pelo dramaturgo e
romancista inglês Patrick Hamilton (1904-1962). Na peça, uma esposa
vitoriana está a ser deliberadamente conduzida à insanidade pelo seu marido
criminoso, que está secretamente à procura das jóias que pertenciam à tia
falecida da sua esposa (que ele assassinou). Os seus vários estratagemas,
tal como diminuir os candeeiros de gás e fingir que apenas a sua esposa o
nota ("provando" que ela está a ter alucinações) são obstruídos quando um
detective desconfiado descobre o plano para matar a esposa e o assassínio
da tia dela. Página 281.
meio: uma substância ou o ambiente em que um organismo normalmente
vive ou se desenvolve. Página 1 91.
melancolia: tristeza e depressão de ânimo, tendência para estar triste,
abatido ou deprimido. Página 146.
melodrama: uma peça de teatro caracterizada por emoções exageradas e
incidentes sensacionais. Página 224.
MEMÓRIA: QUALQUER COISA QUE, PERCEPCIONADA, É ARQUIVADA
,, ~
NOS BANCOS DE MEMORIA PADRAO E QUE PODE SER RECORDADA
PELA MENTE ANALÍTICA. (De Termos de Dianética.) Página v.

menino-prodígio: criança que revela aptidões acima das normais para a


sua idade. Página 291.
MENTE ANALÍTICA: A MENTE QUE COMPUTA - O "Eu" E A SUA
CONSCIÊNCIA. (De Termos de Dianética.) Página vii.

MENTE REACTIVA: A MENTE A NÍVEL CELULAR QUE NÃO ESTÁ


"INCONSCIENTE" MAS ESTÁ SEMPRE CONSCIENTE - A MENTE
OCULTA, PREVIAMENTE DESCONHECIDA. (De Termos de Dianética.) Página v.

meretriz: uma mulher de má reputação; uma prostituta. Página 297.


mestiça: de raça, origem, carácter ou nacionalidade, etc., misturada.
Página 168.

mestre: num navio, um oficial encarregado de supervisionar a manuten­


ção do navio e do seu equipamento. Página 282.
metafísica: o ramo da filosofia que lida com a natureza essencial da existência
ou com a natureza da realidade suprema, que está acima ou que vai para
além das leis da natureza ou que é mais do que físico. Aplicado pela
primeira vez aos escritos de Aristóteles (384-322 a.C.), o termo significa
587
D1ANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

literalmente "depois da física", já que estes escritos se seguiram aos seus


trabalhos intitulados A Física. Página ii.
metafísico: uma pessoa que se especializa ou que é versada em metafísica.
Ver também metafísica. Página 40 5.
metal, em: um termo inventado que significa na realidade ou como uma
coisa realmente existe, tal como os instrumentos e equipamento de metal
num navio. Página 408.
metalurgia: a técnica ou ciência de trabalhar ou aquecer metais de forma a
dar-lhes certas formas ou propriedades desejadas. Página 489.
métodos de interrogação repressivos: que envolvem interrogatório
intensivo ou tratamento duro pela polícia, que inflige sofrimento mental
ou físico a fim de obter informação ou uma confissão. Página 457.
militar: operar ou trabalhar contra, ou ter um forte efeito ou influência
sobre algo, especialmente quando negativo. Página 26.
minar: atacar por meios indirectos, secretos ou dissimulados, muitas vezes
gradualmente, como quando se desgasta uma base ou fundamento.
Página 166.

miopia: incapacidade de ver claramente ao longe; vista curta. Página 65.


miragem: algo que parece ser falsamente real. Literalmente, uma miragem
é uma ilusão óptica de um lençol de água que aparece no deserto ou numa
estrada quente causado pela luz que é distorcida por camadas alternadas
de ar quente e frio. Página 292.
misticismo: a crença de que a comunicação pessoal ou união com a verdade
ou o divino (Deus, deuses ou deusas) é alcançada através de percepção
directa ou intuição repentina, em vez de através do pensamento racional.
Página ii.

moeda corrente: diz-se de uma ideia, argumento, hábito, uso ou costume


adaptado por uma maioria. Página 224.
molares: dentes grandes na parte posterior do maxilar dos humanos,
usados para mastigar e triturar. Página 141.
Moloch: um deus adorado nos países do antigo Médio Oriente e ao qual,
supostamente, se faziam violentos sacrifícios de crianças. Página 409.
monitor: um aparelho ou sistema que supervisiona, regula, controla ou
dirige o funcionamento de algo. Página 55.
monocélula: um organismo composto por uma única célula. Página 156.
588
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

monologuista: uma pessoa que recita um monólogo, um drama no qual um


único actor fala sozinho. Usado aqui com o sentido de falar consigo
próprio. Página 255.
monomaníaca: caracterizada por monomania, uma concentração tão grande
num único objecto ou ideia que esta sugere uma perturbação mental.
Página 287.

monopolizar: apossar-se de toda a quantidade ou provisão de alguma


coisa. Página 204.
monótona: caracterizada por uniformidade ininterrupta, devido à ausência
total de distinção em ênfase, importância, qualidade, etc. Literalmente,
monótono significa uma emissão de sons de fala num único tom invariável.
Página 7.

monstruosidade: 1. uma pessoa que se desenvolveu de uma forma anor­


mal, contrária ao que é normal na natureza; deformada. Página 194.
2. um exemplo excessivamente mau ou chocante. Página 419.
montanha-russa: referência a uma situação ou condição caracterizada
por mudanças repentinas, extremas e muitas vezes repetidas, ou por
altos e baixos persistentes ou violentos, como alguém que vacila entre
o conflito e a harmonia ou entre a grande felicidade e o desespero. A
expressão provém do parque de diversões onde a montanha-russa é um
comboio de vagonetas abertas que deslizam a grande velocidade sobre
carris com declives íngremes que produzem mergulhos súbitos e velozes
para passageiros que procuram sensações fortes. Página 93.
monte: uma quantidade considerável. Página 39.
Moralista: um professor ou estudante da moral; um pensador ou escritor
ligado aos princípios e problemas morais, especificamente qualquer um dos
moralistas cristãos da Idade Média ( desde o século V até ao século XIV).
Nos seus trabalhos, os moralistas defendiam que uma pessoa deve seguir
determinadas virtudes (qualidades de bondade) ao determinar se as acções
são certas ou erradas, boas ou más, e que as pessoas más merecem uma
vida infeliz. Página 2 3.
morfina: uma droga poderosa usada na medicina para aliviar dores intensas;
o uso prolongado pode levar à dependência. O nome provém de Morfeu,
o deus romano do sono e dos sonhos. Página 433.
morto-vivo: literalmente, um corpo morto ressuscitado. Por extensão,
alguém que carece de habilidade para pensar independentemente e carece
de energia, entusiasmo, etc. Página 8.
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

mostra as mercadorias: mercadorias refere-se a artigos para venda. Assim,


em referência à audição "apenas mostra as mercadorias" significa que o
auditor deixa o preclear descobrir por si próprio sem sugestão ou avaliação.
Página 271.
motivo: uma ideia ou tema dominante. Página 22 5.
motor: relativo a, ou envolvendo movimento muscular. Página v.
mudança de valência: ver Livro Três, Capítulo Nove, secção intitulada
"Mudança de Valência". Página 341.
mudar como um cata-vento: refere-se a uma pessoa que muda de ideias
constantemente, como um cata-vento que muda de direcção com o
vento. Um cata-vento é uma lâmina de metal, usualmente de uma forma
ornamental, colocada num poste vertical no topo de um edifício para que
este possa virar-se livremente com o vento e mostrar a direcção donde
este está a soprar. Página 414.
mulher de negócios: um termo usado pelas prostitutas para se descreverem
a si mesmas, especialmente aquelas que trabalham independentemente e
que portanto ficam com todo o dinheiro que ganham. Página 224.
mulher desprezada: uma referência à frase O inferno não tem umafúria como
a de uma mulher desprezada, que significa que ninguém tem mais fúria do
que uma mulher cujo amor foi rejeitado ou que pensa que a sua dignidade
foi insultada, desprezada, etc. Página 468.
mundo quotidiano: o mundo de todos os dias. Página 149.
mutação: uma mudança estrutural repentina no material hereditário das
células de um organismo, da qual resulta um novo traço ou característica
que não se encontra nos progenitores, e que é distinta de uma variação
que resulta de gerações de mudança gradual. Hereditário significa tendo
a ver com traços ou características transmitidas de geração em geração
através da reprodução. Página 26.
na bagagem: refere-se a ter feito, experimentado ou adquirido alguma coisa
que no futuro será benéfico para a pessoa; conjunto de conhecimentos
adquiridos. Página 204.
naperões: panos bordados ou de renda que são colocados sobre um móvel
como decoração ou protecção. Página 419.
Napoleão: Napoleão Bonaparte ( 1 769-1821 ), general francês que se
autocoroou imperador de França em 1804. As suas guerras constantes
para expandir o território francês deixaram o país mais pequeno do que
era quando ele tomou o poder, com meio milhão de mortos. A afirmação
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

de que ele reduziu a altura dos homens franceses em dois centímetros


e meio refere-se à sua acção de colocar os membros do pessoal militar
francês que eram altos (visto que ele era baixo) em situações perigosas
nas quais eles corriam maiores riscos de serem mortos. Página 45.
narcossíntese: hipnotismo causado através de drogas, em que o paciente
é submetido a psicoterapia enquanto está sob o efeito dessas drogas e
num "sono profundo". Narco é uma forma abreviada de narcótico, uma
droga que produz hipnose. Síntese, neste sentido, significa a combinação,
num todo, de elementos separados de sensação ou de pensamento. O
nome foi criado por psiquiatras que usaram drogas durante a Segunda
Guerra Mundial, numa tentativa de "reconstruir (sintetizar) o soldado
desintegrado ou destroçado". Página 142.
nascituro: ser humano em gestação e cujo nascimento se espera. Página 190.
naturalista: uma pessoa que estuda a natureza, especialmente através da
observação directa dos animais e plantas. Página 27.
Natureza: o poder físico criativo e regulador que é concebido como
operando no mundo material e como a causa imediata de todos os seus
fenómenos. Geralmente é representada como tendo qualidades ou carácter
humano, como no exemplo, a Mãe Natureza. Página ix.
natureza da fera: o carácter essencial ou qualidades inerentes de uma coisa,
pessoa, etc. Natureza significa a combinação inata ou inseparável de
propriedades que algo tem e que lhe deu o seu carácter fundamental. Fera
significa uma coisa ou pessoa de um tipo particular. Página 452.
nebulosamente: de maneira enevoada, vaga, indistinta ou confusa. Página 14.
nebuloso, o: a matéria sem forma que se supõe ter existido antes da criação
do universo, era caracterizada como sendo uma névoa ou algo vago,
carecendo de forma ou traços definidos. Do latim nebula, que significa
nevoeiro, vapor ou nuvem. Página 35.
NEGADOR: QUALQUER COMANDO ENGRAMICO QUE FAZ COM QUE O
PACIENTE ACREDITE QUE O ENGRAMA NÃO EXISTE. (De Termos de
Dianética.) Página 245.
negar: rejeitar a verdade, existência ou facto (relacionados com alguma
coisa). Página 181.
negligente: que descura os seus deveres. Página 9.
neologismo: uma palavra formada recentemente ou um novo sentido de
uma palavra já existente. Página 16.
D1ANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

neurocirurgião: médico que pratica cirurgia em qualquer parte do sistema


nervoso, incluindo o cérebro. Página 8.
neurologia: o estudo ou conhecimento científico da anatomia, funções e
doenças dos nervos e do sistema nervoso. Página 18.
neurónio: uma célula que transmite impulsos nervosos e que é a unidade
básica funcional do sistema nervoso; também chamada célula nervosa.
Página 85.
neurose: um estado emocional contendo conflitos e dados emocionais que
inibem as capacidades ou bem-estar do indivíduo. Página 9.
Newton: Isaac Newton (1642-1727), cientista e matemático inglês cujas
descobertas e teorias acerca das leis da gravidade e do movimento lançaram
as bases para muito do progresso científico que ocorreu desde o seu
tempo. Página 9.
ninfomaníaca: afectada por ninfomania, desejo sexual anormalmente ex­
cessivo e incontrolável numa mulher. Página 330.
Nínive: a cidade mais antiga e populosa (c. 700 a.C.) do antigo Império
Assírio (agora norte do Iraque). Ela tinha um sistema de canais e aquedutos
elaborado, ruas largas, jardins e palácios, e era cercada por uma muralha
com uma circunferência de 12 km. Página 171.
Nirvana: o objectivo dos Hindus. As crenças hindus consistem em que
"Há Uma Realidade" (Brama) e que a salvação suprema, com a libertação
do ciclo interminável de nascimentos e mortes, é atingida quando um
indivíduo se funde ou é absorvido pela "realidade divina única", com a
perda completa da existência individual. Página 116.
nível de necessidade: o grau em que o indivíduo sente a necessidade de
seguir um certo curso de acção. Página 135.
nome carinhoso: um nome adicional e informal usado de forma afectuo­
sa, como quando se fala com uma criança. Página 394.
nomenclatura: um sistema ou conjunto de termos ou designações usados
numa ciência ou arte específica. Página 2.
nostálgico: caracterizado por nostalgia, um sentimento misto de felicidade,
tristeza e saudade quando se recorda uma pessoa, lugar ou evento do
passado, ou o passado em geral. Do grego nostós, regresso e álgos, dor.
Página 87.
nota de três mil ciclos: um som com uma frequência muito alta. Ciclo
refere-se a uma vibração. Quanto mais vibrações uma onda sonora tiver,
mais alta é a frequência. Página 436.
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

no último instante: mesmo antes de ser demasiado tarde; mesmo antes de


algo mau acontecer. Página 300.
num impasse: numa situação em que o progresso é impossível. Página 316.

nutrir: manter um sentimento na mente ou no coração durante muito


tempo e permitir que este se desenvolva ou se intensifique. Página 369.
objecto de perseguição: algo que é atacado ou caçado, tal como um animal
ou pássaro que é caçado pelo Homem ou por outro animal para servir de
comida. Página 3 7.
oblívio: esquecimento. Página 39.
obscuro: 1. difícil de entender. Página 15.
2. que não é bem conhecido por muitas pessoas. Página 149.
3. que é sentido de modo imperfeito ou indistinto; que não é claramente
percepcionado pelos sentidos. Página 225.
obstétrica: relativo ao cuidado e tratamento de mulheres no parto e
durante o período antes e depois do nascimento. Página 434.
obstrução de troncos: pilha de troncos de árvores que causa um bloqueio
num rio. Página 292.
obtusa: que é pouco inteligente ou estúpida. Página 197.
obtusidade: falta de inteligência, estupidez. Página 163.
ocasionado: criado ou causado. Página 16.
ocular: relacionado com os olhos ou visão. Página 16.
O Ébrio: uma peça de teatro popular escrita por William H. Smith
(1806-1872) acerca dos malefícios do álcool e as virtudes da abstinência.
Escrita em 1844, teve numerosas reposições em cena, tornando-se numa
das peças que foi representada durante mais tempo na América. Página 224.
olfactivo: relativo ao sentido do cheiro; usado para cheirar. Página 18.
olhos da mente: a capacidade de lembrar imagens ou cenas, de "ver" coisas
com a mente; a capacidade de observar uma visão mental constituída por
uma vista imaginária ou recordada, em oposição a uma que de facto é
vista na altura. Página 19.
olímpico: característico do Monte Olimpo, a montanha mais elevada da
Grécia, que se acreditava ser a morada dos deuses. Página 39.
omnipresente: que está em todos os lugares ao mesmo tempo. Página 293.
ondulando: que flutua (de acordo com a acção de um engrama). Página 356.

593
DrANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

operar: fazer alguma coisa; realizar um trabalho ou uma tarefa. Usado neste
contexto com um duplo sentido (como um exemplo de uma afirmação
num engrama) de uma intervenção cirúrgica numa pessoa. Página 391.
ópio: uma droga que cria dependência, preparada do suco de uma papoila
(uma planta com flores grandes, vermelhas, cor de laranja ou brancas).
Página 432.
oportunismo: a arte, política ou prática de tirar partido de uma opor­
tunidade ou circunstâncias, especialmente com pouca consideração
pelos princípios ou consequências finais. Página 37.
orgânico: que pertence a ou é relativo ao corpo ou partes do corpo. Página vii.
órgão de pensamento: o cérebro. Página 87.
ornamentada: guarnecida com ornamentos, acessórios, artigos ou por­
menores usados para embelezar a aparência de algo a que são
acrescentados ou de que fazem parte, como em "na civilização mais
magnificamente ornamentada". Página 8.
ortopedia: o ramo da medicina que lida com o tratamento das deformidades,
doenças e ferimentos dos ossos, articulações, músculos, etc. Página 112.
outrora: o passado. Página 27.
óvulo: uma célula reprodutiva feminina. Página 87.
óxido nitroso: um gás de cheiro e gosto doce usado em odontologia e
cirurgia para pôr o paciente "inconsciente". Página 139.
PA: personalidade aberrada, representada pelo sujeito desperto. Página 151.
pacto: um acordo feito entre duas partes; acordo ou compreensão mútuos.
Página 463.
pagão: caracterizado pela adoração de muitos deuses, como nas religiões
dos antigos Romanos e Gregos. Página 33.
pálido: que carece de brilho ou vida; apagado. Página 15.
palmadinhas nas mãos: bater gentilmente com a parte de dentro dos dedos
como uma expressão de compaixão ou consolação. Usado em sentido
figurado, significa mostrar compaixão por alguém. Página 217.
palpitante: que treme com um movimento ligeiro mas rápido; vibrante,
como algo que está vivo poderá fazer. Página 39.
panaceia: um remédio para todos os males ou dificuldades. Página 328.
pança: uma barriga grande e protuberante. Página 2 59.
pão-e-circo: descreve um governo que proporciona uma grande quantidade
de entretenimento à população para evitar que ela cause problemas.

594
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

Esta frase faz referência às práticas da Roma Antiga de proporcionar


divertimentos públicos oficiais (jogos) e distribuir alimentação grátis ao
povo, como meio de manter a população contente. Página 282.
paquete: um navio de passageiros, correio, carga, etc., especialmente um
que tenha uma rota regular. Página 406.
parábola: uma história simples que ilustra uma verdade, uma lição moral,
etc. Página 180.
paráfrase: enunciado mais extenso que contém a mesma informação que
uma palavra ou um outro enunciado mais conciso. Página 229.
paralisia: incapacidade muscular de mover parte ou todo o corpo, algumas
vezes acompanhada de tremores involuntários dos membros. Página 138.
parâmetro: padrão a partir do qual se estabelece a relação ou a comparação
entre termos. Página 403.
paratireóide: 1. uma referência à hormona segregada pela glândula
paratireóide. Página 117.
2. a glândula paratireóide, que consiste em quatro pequenas glândulas que
funcionam como se fossem só uma. Estas glândulas encontram-se na parte
da frente do pescoço, perto da glândula tireóide. A paratireóide seg­
rega uma substância (hormona) para o sangue que ajuda a regular a
quantidade de cálcio ou outros minerais no corpo. Estes minerais são
necessários para uma quantidade de processos importantes do corpo,
incluindo o desenvolvimento dos ossos e músculos e a função dos ner­
vos. Página 120.
parcheesi: um jogo de mesa jogado por quatro ou menos pessoas, no qual
o movimento de peças ao longo dum trajecto composto de quadrados é
determinado por lançamentos de dados. Página 261.
paresia: psicose causada pela destruição extensa de tecido cerebral que
ocorre em alguns casos de sífilis (uma doença grave que é transmitida
sexualmente). Página 238.
partilha: o acto de dividir e repartir algo entre pessoas ou grupos. Página 490.
pássaro jub-jub: um pássaro imaginário, conhecido pela sua natureza feroz,
criado pelo autor inglês Lewis Carroll (18 3 2-1898) e que aparece nas suas
obras. Página 235.
passes de mão: no hipnotismo, as acções de mover a mão sobre ou ao longo
do corpo de um sujeito, resultando supostamente num estado hipnótico.
Página 73.

595
DIANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

Pasteur: Louis Pasteur (1822-1895), químico francês que no fim do século


XIX formulou a teoria microbiana da doen ça, segundo a qual a doença
era espalhada por germes que atacam o corpo. Ele ficou conhecido
pela sua descoberta de que a produção desejada de álcool no processo
de fermentação é de facto devido à levedura (um pequeno organismo
unicelular). Ele descobriu que o vinho fica azedo devido a germes que
entram no vinho enquanto este está a ser feito e mostrou que estes germes
podem ser mortos aplicando calor de uma forma controlada. Isto tornou-se
conhecido como pasteurização e era também aplicado para matar os germes
no leite. (Afermentação é um processo químico que decompõe os materiais
orgânicos, tal como quando a levedura decompõe açúcar em álcool e gás
de dióxido de carbono.) Página ix.
Pasteurella pestis: o nome da bactéria que causa a peste bubónica. Ver
também peste bubónica. Página 35.
paternidade: o facto ou estado de ser pai de uma criança. Página 427.
patologia: 1. a ciência ou estudo das causas e natureza da doença. Página 112.
2. qualquer condição que é um desvio de uma condição de saúde normal,
tal como uma doença. Página 112.
patologicamente: através de ou por meio da doença. Página 10.
pauzinho de laranjeira: um pauzinho arredondado, delgado, com extremos
afunilados, feito da madeira dura e de grão fino da laranjeira, usado para
cuidar das unhas. Página 297.
Pavlov: Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936), fisiologista russo, célebre pelas
suas experiências em cães. Pavlov apresentava comida a um cão enquanto
tocava uma campainha. Depois de repetir este procedimento várias vezes,
o cão (em antecipação) salivava ao som da campainha, quer lhe fosse
apresentada comida, quer não. Pavlov concluiu que todos os hábitos
adquiridos, mesmo a actividade mental mais alta do Homem, dependiam
de reflexos condicionados. Um reflexo condicionado (por exemplo, a secreção
de saliva num cão) é a resposta produzida por um estímulo secundário
(por exemplo, o toque duma campainha) repetidamente associado a um
estímulo original (por exemplo, a visão da carne). Página 175.
PB: as unidades de atenção a que se chamam personalidade básica. Página 151.
pedantismo: ênfase desnecessária em pontos menores ou triviais do saber,
e que faz ostentação de conhecimentos superiores aos que possui. Página 2.
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

pederneira e aço: um método de começar um fogo a partir das faíscas


lançadas por uma pederneira (sílex) quando esta é atingida por ferro ou
aço. Página 489.
pedra fria: expressão usada para descrever alguém sem emoções ou que é
desprovido de sentimentos fortes (tal como o desejo sexual). Página 272.
pedras angulares: as fundações principais nas quais as coisas são construídas
ou desenvolvidas. A partir das pedras que unem duas paredes de alvenaria
numa esquina ou canto. Página 481.
peixe que vem à rede: algo que é vantajoso ou lucrativo para a pessoa.
Página 403.

Penates: na antiga crença religiosa romana, os deuses de um lar ou estado.


Página 8.

pêndulo de Aristóteles: princípio do filósofo grego A ristóteles que


argumenta que não há meio-termo e que uma coisa é verdadeira ou é falsa,
sim ou não, é ou não i gu al a outra coisa qualquer. Página 240.
penicilina: antibiótico poderoso usado para tratar infecções e doenças
graves causadas por bactérias. Página 163.
pensamento-identidade: o tipo de pensamento da mente reactiva. Esta
pensa em termos de identificação total, isto é, em identidades, uma coisa
é idêntica a outra. Isto pode ser enunciado como tudo é igual a tudo,
ou A=A=A=A=A. A mente analítica pensa em diferenças e semelhanças.
Quanto mais a pessoa é capaz de distinguir diferenças, por mais diminutas
que sejam, e saber a extensão dessas diferenças, mais racional ela é. Quanto
menos a pessoa é capaz de distinguir diferenças e mais se aproxima de
pensar em termos de identidades, menos sã ela é. Página 79.
pentatal sódico: uma substância usada como anestésico geral e como
hipnótico em psicoterapia. Página 150.
percepção extra-sensorial: percepção ou comunicação que está para além
da capacidade sensorial normal, como a telepatia. Página 381.
PERCÉPTICO: QUALQUER MENSAGEM SENSORIAL TAL COMO UMA VISÃO,
SOM, CHEIRO, ETC. (De Termos de Dianética.) Página 16.

perceptos: impressões ou resultados mentais de percepcionar pelos


sentidos; coisas que são percepcionadas. Página 57.
percorrer até apagar: significa descarregar a influência negativa de alguma
coisa; apagar. Página 341.

597
DrANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

perseguir o arco-íris: ir atrás de alguma coisa inútil; da velha história que


diz que um pote de ouro pode ser desenterrado por qualquer pessoa que
chegue ao fim do arco-íris, onde este toca na terra. Página 385.
personalidade básica: o próprio indivíduo. A pessoa menos a sua dor,
dramatizações e mente reactiva e o seu conteúdo. Página 151.
personificação (da): alguém que é um exemplo perfeito de alguma
qualidade ou atributo, como a veracidade. Página 2 36.
persuasão: um método de tratar algo, que consiste essencialmente em
conversação racional e reeducação. Página 111.
pertinente: íntima ou significativamente relacionado com algo. Página 104-
perturbado: posto fora de ordem, desordenado, desarranjado. Também,
mentalmente transtornado; insano. Página iii.
PES: abreviatura de p ercepção extra-sensorial. Ver percepção extra-sensorial.
Página 381.
pessoa astral: corpo astral, uma crença, no pensamento místico, na existência
de uma espécie de corpo espiritual ou um "duplicado" do corpo físico.
Acreditava-se que este corpo astral podia ser separado do corpo físico.
Página 104.
peste bubónica: uma doença epidémica altamente contagiosa e muitas
vezes fatal, transmitida por pulgas de ratos infectados, muito comum na
Europa e Ásia no século XIV. Também conhecida como Peste Negra.
Página 35.
piegas: excessivamente sentimental; ridiculamente sensível. Página 329.
pigmeu: uma pessoa pequena; pequeno em tamanho, capacidade ou
poder. Página 170.
pirite: um composto brilhante de ferro e enxofre, encontrado em muitos
lugares e frequentemente confundido com o ouro e algumas vezes chamado
"ouro dos tolos". A palavra pirite vem da palavra grega que significa fogo.
Página 376.
pituitrina: referência às hormonas produzidas pela glândula pituitária, uma
pequena glândula do tamanho de uma ervilha que está na base do cérebro,
perto do centro do crânio. A glândula pituitária segrega hormonas que
controlam ou influenciam uma vasta gama de funções corporais, incluindo
as actividades de algumas outras glândulas. Página 117.
plâncton: um conjunto de pequenos organismos microscópicos, incluindo
algas, que flutuam ou são levados pela corrente em grandes quantidades.
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

Existem em água doce ou salgada, junto à superfície ou próximo desta, e


servem de alimento a peixe e outros organismos maiores. Página 36.
plano: um nível de existência, consciência ou desenvolvimento. Página iv.
Platão: (42 7-347 a.C.) filósofo grego conhecido pelo seu trabalho nas áreas
do direito, matemática, filosofia e ciências naturais. Platão acreditava
que os artistas e poetas não criam por possuírem algum conhecimento
especial mas por serem possuídos por uma inspiração irracional, uma
espec1e
., . de "loucura d.1v1na
. ". Página ix.
polaridade: a qualidade ou condição, num corpo ou sistema físico, que
manifesta propriedades opostas ou contrárias, como num íman onde uma
extremidade é positiva e a outra negativa. Assim, polaridades diferentes
ou opostas seria a condição de ter propriedades ou poderes opostos a
outra coisa. Página 245.
polissílabos: palavras constituídas por duas ou mais sílabas (uma palavra ou
parte de uma palavra pronunciada numa só emissão de voz). Por exemplo:
simplicidade (sim pli ci da de). "Polissílabos de sobrolho carregado" refere-se
a palavras grandes que por vezes são empregadas por aqueles que agem
de uma forma muito erudita e séria. Página 2.
ponderada: cuidadosamente pensada; considerada com pormenor. Página 86.
ponderosas: de grande importância, seriedade, peso (usado em sentido
figurado) e desagradavelmente tediosas. Página 27.
ponto, servir de: agir como um ponto, pessoa que, numa peça de teatro,
tem por função ajudar os actores a lembrarem-se do seu texto, lendo-o
em voz baixa. Usado em sentido figurado. Página 349.
pôr ombros a alguma coisa: tomar uma iniciativa, começar a trabalhar com
energia; empenhar-se energicamente em realizar um objectivo. Página 169.
portal: uma porta ou portão que é grande ou elaborado na sua construção; a
entrada, incluindo as partes de um prédio, igreja, etc., que se encontram na
sua vizinhança imediata. Assim, poeticamente, uma "porta" ou "portão";
uma forma de entrada. Página vii.
posição: o lugar que alguém detém na sociedade1 ou numa organização,
etc., em termos de patente; estatuto social. Página 2 99 .
postes de sinalização: coisas que servem como guias; linhas de orientação.
Página 177.

postulados: coisas sugeridas ou assumidas como verdade para servir como


base de raciocínio. Página 3.

599
D1ANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

preâmbulo: uma afirmação, facto ou acontecimento introdutório; um


preliminar. Página 314.
precedente: facto ou circunstância anterior que é ou poderá ser um exemplo
ou regra para factos posteriores,ou que poderá apoiar ou justificar algum
facto ou circunstância semelhante. Página 1 4.
preceitos: regras,instruções ou princípios que guiam as acções de alguém,
especialmente os que guiam o comportamento moral. Página 279.
PRECLEAR: qualquer pessoa que começou a terapia de Dianética. (De
Termos de Dianética.) Página 124.
predisposição: uma condição que faz com que o seu possuidor tenha uma
tendência para a doença,enfermidade,etc. Página 80.
PRÉ-LIBERADO: QUALQUER PACIENTE QUE COMEÇOU A TERAPIA PARA
ALCANÇAR UMA LIBERAÇÃO DAS SUAS PRINCIPAIS DIFICULDADES,
PSICOSSOMÁTICAS OU ABERRATIVAS. (De Termos de Dianética.) Página 215.
presciência: ter conhecimento de coisas antes de elas existirem ou
acontecerem. Página 104.
presumível: que se pode tomar como garantido; algo em que se pode
acreditar sem uma investigação ou evidência directa. Por isso,é algo
que é assumido como sendo correcto ou funcional sem uma inspecção
aprofundada. Página ix.
processado: que passou pelos passos de um procedimento oficial para fins
de registo ou exame, antes do princípio ou no fim de um período de
serviço militar. Página 292.
processos mecânicos: processos que operam com acções definidas e
especificas,que produzem um resultado invariável; processos cujas acções
podem ser explicadas pela assunção de acções mecânicas ou de como algo
funciona. Página 230.
profusão: grande quantidade ou quantia. Página viii.
progénie: filhos,descendentes ou prole considerados como um grupo ou
colectivamente. Página 44.
progressão geométrica: uma série de números,tais como 1,2,4,8,16,32,
64,128,256,512, 1024, etc., em que cada número é multiplicado por
uma quantidade constante (neste exemplo,por 2),de forma a chegar ao
próximo número. Isto resulta em que cada número muda em quantidades
cada vez maiores à medida que a progressão avança. Página 28.
pronomes pessoais: pronomes que mostram,pela sua forma,que se referem
à pessoa que está a falar,tal como "eu" em eu comerei; a pessoa a quem se
600
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

fala, tal como o "tu" em tu trabalhas arduamente; ou a pessoa ou coisa de


que se fala, como o "ele" em ele está a caminhar. Um pronome é usado
para substituir um nome, tal como "ele" em vez de Zé. Página 83.
propiciação: uma emoção inferior, abaixo de ira e perto da apatia. A
propiciação é o acto de tentar agradar ou satisfazer alguém de uma forma
calculada para ganhar os seus favores, de modo a defender-se ou proteger-se
da sua desaprovação, ataque, etc. Página 370.
proposição: algo proposto ou apresentado para consideração, aceitação ou
adopção. Página 63.
protoplasma: o líquido incolor e gelatinoso, que se encontra nas células de
todas as plantas, animais e seres humanos e que é constituído pela matéria
viva das células animais e vegetais. Página 74.
pseudo-: uma palavra que se combina com outras palavras para significar
"falso" ou "suposto". Também usado para significar que é aparentemente
semelhante (a uma coisa especificada) como em: pseudo-enfermeira,
pseudopai, pseudomãe, etc. Página 141.
psicometria: a actividade de testar indivíduos para descobrir a sua
inteligência, aptidão, vários traços de personalidade, etc. Página 376.
psicoses: conflitos de comandos que reduzem seriamente a capacidade do
indivíduo para resolver os seus problemas no ambiente, até ao ponto de ele
não poder ajustar-se a alguma fase vital das suas necessidades ambientais.
Página xi.
, ; ;
PSICOSSOMATICO: QUALQUER DOENÇA OU DISTURBIO FISICO GERADO
PELO PRÓPRIO CORPO. (De Termos de Dianética.) Página i.

psique: a mente. Página 64.


psíquico: de ou respeitante à mente humana; mental. Página 14.
purista: caracterizado por purismo, (a adopção rígida de ou insistência em
pureza ou correcção, especialmente na língua ou estilo). Página 3.
QI: Quociente de Inteligência, um número obtido por meio de testes de
inteligência e com a intenção de indicar o nível de inteligência de uma
pessoa. (Quociente significa o resultado de uma divisão, e refere-se à forma
como o teste é calculado para obter a média para o grupo etário.)
Página 110.
Quando a Cavalaria Estava em Flor: título de um romance de Charles
Major (1856-1913) que capturou o espírito de cavalaria (conduta cortês)
dos séculos XII e XIII em Inglaterra quando os cavaleiros estavam no
auge da sua fama e proeminência. Página 217.
601
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

quantidade Q: um factor ou agência que não tem nome ou que tem uma
identidade desconhecida. Página 434.
Quéops: rei egípcio (governou c. 2600 a.C.), também chamado Khufu,
o construtor da maior pirâmide do mundo, conhecida como a Grande
Pirâmide, na qual ele foi enterrado. Página 166.
queridos: coisas que são vistas com amor e afecto. Página 423.
questiúncula: discussão sem importância; questão inútil ou menor. Página 419.
quinina: um medicamento amargo usado para aliviar a dor e a febre, e que
antigamente era o único medicamento que existia para tratar a malária.
Página 386.
quisto: um saco fechado e protector que contém fluidos ou materiais
semi-sólidos. Página 144.
racial: da raça, que diz respeito a toda a humanidade; a raça humana. Página ili.
rapport: uma relação harmoniosa na qual as pessoas envolvidas entendem
os sentimentos ou ideias uma da outra e comunicam bem. Página 374.
raspar-se: frase de gíria que significa ir-se embora, pôr-se a andar, partir.
Página 400.
reacção de fissão: uma referência à reacção em cadeia que ocorre quando a
porção central de um átomo (o núcleo) é dividida em partes mais pequenas,
com estas partes mais pequenas ejectando-se para fora e dividindo outros
átomos, que por sua vez dividem outros e assim por diante, numa reacção
sempre crescente. Página 1 76.
Realidade Absoluta: nal gumas escolas de pensamento, um conceito usado
para explicar a existência dizendo que há uma verdade suprema que está
acima ou vai além das leis da natureza ou é mais do que física. Tais escolas
propõem uma Realidade Absoluta concebida como existindo em si e por
si sem relação com qualquer outra coisa. Página 405.
rebelar-se: fazer insurgir-se ou insurgir-se, alguém, contra uma situação
de injustiça ou de opressão, com manifestações abertas de revolta contra
aquele que pode ser considerado responsável por esse estado de coisas;
tornar ou tornar-se rebelde. Página 418.
recalcitrante: que resiste ao controlo; que se opõe à autoridade ou ori­
entação. Página 470.
recessão: uma condição de um incidente estar fora de vista depois de várias
d ,,
recontagens, como em "um engrama conta o ate uma recessao ~ "
. Página 34.
recessão: 1. uma diminuição ou declínio em termos de prosperidade,
perícias artísticas e técnicas e saber (como o quase desaparecimento do

602
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

conhecimento das antigas civilizações grega e romana durante a Idade


Média). Página 34.
2. diminuição, decréscimo de alguma coisa; recuo relativamente a um
estádio anterior, como em "o paciente experimentou uma recessão de todos os
somáticos". Página 154.

recessas: áreas ou partes escondidas ou secretas de alguma coisa. Página 168.


recontar: contar alguma coisa a alguém; dar uma descrição de um aconte­
cimento ou experiência. Página 152.
recto: a direito; que segue em linha recta sem nada invulgar no meio.
Página 330.
recurso: o acto ou momento de voltar-se para algo para obter assistência,
ajuda ou para usá-lo. Página 10.
REDUZIR: FAZER COM QUE UM ENGRAMA FIQUE LIVRE DE SOMATICOS
OU EMOÇÃO ATRAVÉS DE RECONTAGENS. (De Termos de Dianética.) Página 235.

refinada: livre de rudeza ou grosseria; culta; elegante. Página 74.


refinar: tornar mais fino, puro e mais preciso. Página 480.
regra de ouro: uma regra de conduta ética, normalmente dita como:
"Não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti." Página 142.
regressiva: 1. relativo a retornar, na própria mente, a um período ou fase
anterior da vida, como resultado de uma doença mental. Página xi.
2. que está a voltar para uma condição pior; que está em declínio.
Página 161.
remexe-se: torcer e revirar-se de forma repetida. Página 431.
remoê-lo: trabalhar algo de forma laboriosa para o levar a um ponto ou
estado em que está gasto ou esgotado, etc. Página 351.
Renascença: o período da história europeia do início do século XIV até ao
século XVII marcado pela reanimação da arte, da literatura e do saber.
Durante este período muitos sábios e artistas rejeitaram a cultura da Idade
Média e retomaram o espírito dos Gregos e Romanos nos seus próprios
trabalhos artísticos. Página 34.
renegar: negar qualquer associação com alguém ou alguma coisa. Página 80.
renhido: difícil, que requer persistência. Página 39.
reóstato: um instrumento que funciona num circuito eléctrico para
gradualmente aumentar ou diminuir o fluxo de corrente, como por
exemplo, em lâmpadas cuja luminosidade pode ser variada. Página 281.
DIANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

repressão: as acções, processos ou resultados de suprimir para o incon­


sciente ou manter fora da mente consciente memórias ou desejos
inaceitáveis. Página 13.
resiliente: capaz de recuperar rapidamente de doença, lesão, dor mental,
etc. Página 177.
resoluto: motivado por ou mostrando determinação e propósito. Página 421.
resposta relâmpago: ver Livro Três, Capítulo Nove, Parte Um, secção
intitulada "A Resposta Relâmpago". Página 341.
A
RESSALTADOR: QUALQUER COMANDO ENGRAMICO, QUE QUANDO
,,
ABORDADO PELA MENTE ANALITICA NA LINHA DO TEMPO, FAZ COM
QUE O PACIENTE SE MOVA DE VOLTA PARA TEMPO PRESENTE. (De
Termos de Dianética.) Página 260.
ressonante: expresso de uma forma rica, cheia e impressionante. Página 2.
restimulação: uma condição na qual uma aproximação do conteúdo da
mente reactiva ou de alguma parte dela é percepcionada no ambiente do
organismo. Página 80.
restimulação artificial: restimulação por meio da terapia em contraste
com aquela que acontece no ambiente. Página 291.
retroactivamente: de forma que se alarga, em âmbito ou efeito, a assuntos
que ocorreram no passado. Página 311.
retumbante: que impressiona, que atinge um alto grau. Página 2.
rêverie: um estado de "concentração" leve que não deve ser confundido
com a hipnose; em rêverie a pessoa está completamente consciente do
que está a acontecer no presente. Página vii.
ridículo, metido a: sujeito ao desprezo, troça ou escárnio do público.
Página 64.
Ronald Ross: (1857-1932) médico britânico notabilizado por ter esta­
belecido a ligação entre os mosquitos e a malária. Página 187.
sacerdócio: um grupo de pessoas que declara ter ou obtém um conheci­
mento, compreensão ou poder especial e exclusivo num campo ou área
específico. Página 167.
sadismo: um tipo de comportamento em que uma pessoa obtém prazer ao
ferir outras ou fazendo-as sofrer física ou mentalmente. Página 125.
salgalhada: uma confusão ou barafunda. Página 235.
salobra: um pouco salgada, especialmente por resultar de uma mistura de
água doce e salgada. Página 79.
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

salva: uma descarga ou disparo de muitas coisas ao mesmo tempo ou em


sequência rápida. Página 196.
sanatório: uma instituição para o tratamento e recuperação dos doentes
convalescentes ou que têm doenças crónicas. Página 7.
sangrar: drenar ou extrair seiva, água, electricidade, etc., de alguma coisa.
Página 85.
Sangue e Areia: uma referência à história de 1922 e filme com o mesmo
nome. Um belo toureiro, depois de ter sido infiel à mulher, é fatalmente
ferido por um touro na arena. Levado para fora, deixando um rasto de
sangue na areia, ele morre nos braços dela, dizendo: "Eu só te amo a ti."
Página 224.
sarcástico: caracterizado por palavras que significam o oposto daquilo que
parecem dizer e que ridicularizam ou insultam alguém ou alguma coisa.
Página 350.
sarna: uma doença infecciosa da pele que afecta os animais, e por vezes os
humanos, de que resulta perda de pêlo ou cabelo, crostas e comichão.
Página 83.
Sax Rohmer: pseudónimo do escritor inglês Arthur Sarsfield Ward
(1883?-1959), criador do misterioso Dr. FuManchu. Rohmer retratou o
famoso génio criminal numa série de romances publicados entre l 9 l 3 e
1959. Os planos do Dr. Fu normalmente falhavam porque ele contratava
mulheres espiãs que se apaixonavam pelo homem errado. Página 126.
Schopenhauer: Arthur Schopenhauer (1788-1860), filósofo alemão
conhecido pela sua filosofia do pessimismo, que acreditava que a vontade
de viver é a realidade fundamental e que essa vontade, sendo uma luta
constante, não pode ser satisfeita e apenas causa sofrimento. Página 129.
segredo: uma razão ou explicação que não está imediatamente ou
geralmente aparente. A paratireóide segrega uma hormona que controla
a concentração de cálcio no sangue. Assim sendo, a paratireóide contém
a resposta para como é mantida a concentração de cálcio no sangue.
Página 120.
"
SEGURADOR: QUALQUER COMANDO ENGRAMICO QUE FAZ UM
INDIVÍDUO PERMANECER NUM ENGRAMA, CONSCIENTE OU
INCONSCIENTEMENTE. (De Termos de Dianética.) Página 245.
selecção natural: o processo pelo qual as formas de vida que têm
características que as tornam mais capazes de adaptação a pressões
ambientais específicas, tais como predadores, mudanças climáticas,

605
DIANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

competição por comida ou parceiros, tenderão a sobreviver e a


reproduzir-se em maior número que outras do seu género, garantindo
desta forma a sobrevivência dessas características favoráveis nas gerações
seguintes. Um predador é um animal que caça, mata e come outros animais
para sobreviver, ou qualquer outro organismo que se comporta de forma
semelhante. Página 12 3.
semântico: de, relativo a ou resultante dos diferentes significados de
palavras ou outros símbolos; relativo aos significados na língua.
Página 58.

sem dimensão: não tem dimensões especificadas. Por isso, sem restrições
ou ilimitado. Página 21.
seminal: relativo a sémen, o fluido reprodutor do homem ou dos animais
do sexo masculino. Página 125.
semovente: um bem móvel que se desloca por si mesmo - animais
domesticáveis. As mulheres em tempos foram consideradas semoventes.
Página 195.

senciente: consciente ou capaz de percepções; que percepciona cons­


cientemente. Página 21.
sensação orgânica: a condição do organismo (ou de órgãos no corpo)
durante o momento do engrama. Página 14.
Sentencioso, Dr.: um nome inventado. Sentencioso significa propenso a
proferir ditos inteligentes e a fazer frequentemente juízos acerca de
questões morais. Página 407.
sentinela: alguém ou algo que guarda ou vigia algo, tal como uma sentinela
militar (um soldado encarregado de guardar algo ou controlar o acesso a
um local). Página 215.
sepultada: colocada num túmulo, enterrada; usado em sentido figurado,
para significar que já não existe, que desapareceu. Página 482.
sequóia: uma árvore gigante nativa do estado da Califórnia e do Oregon,
cuja existência remonta ao período compreendido entre 180 milhões e
13 5 milhões de anos atrás. As sequóias estão entre os seres vivos maiores e
mais antigos, algumas têm 2000 anos de idade e podem atingir uma altura
de 106,68 metros, os seus troncos têm diâmetros que podem atingir os
9,14 metros. Página 36.
serpentes vítreas: referência a formas parecidas a serpentes, tais como as
ondas de calor vistas a elevar-se de uma paisagem durante as horas de
calor. Página 367.
606
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

serviços secretos: um ramo ou departamento de um governo, tal como os


Serviços Secretos nos Estados Unidos, cujo dever é proteger o presidente
ou chefe de estado. Página 57.
sete, às vezes acerta-se no: referência a um jogo de dados em que dois
dados são lançados e no qual um primeiro lançamento de 7 (ou 11) ganha,
um primeiro lançamento de 2, 3 ou 12 perde, e um primeiro lançamento
de 4, 5, 6, 8, 9 ou 1 O pode ganhar apenas lançando novamente e obtendo
o mesmo número outra vez antes de tirar um 7. Se obter logo um 7, ele
perde. Página 119.
sextante: um instrumento usado pelos navegadores para determinar a
posição das estrelas. Do latim sextante, sexta parte, chamado dessa forma
porque o arco do instrumento é um sexto de um círculo. Página 408.

Shakespeare: William Shakespeare (1564-1616), poeta e dramaturgo


inglês, considerado um dos maiores dramaturgos de todos os tempos.
Algumas passagens das suas peças incluem a referência ao facto de que o
coração controla a função da circulação sanguínea. Página 156.
sífilis: uma doença infecciosa, usualmente transmitida sexualmente, que
progride em três fases.Na sua fase final a doença poderá atacar o cérebro,
a espinal-medula e outras partes do corpo, causando cegueira, surdez,
doenças mentais, paragem cardíaca, paralisia e deformidades ósseas.
Página 456.

silogismo: um tipo de raciocínio que consiste em três declarações em que


as duas primeiras indicam a conclusão. Por exemplo: "Todas as árvores
têm raízes. Um carvalho é uma árvore. Por isso, um carvalho tem raízes",
ou "Apenas as árvores têm raízes. Um pássaro não é uma árvore. Por isso,
um passara
,,, - tem raizes.
nao ,, " Pagma
" .
404.

silvestre: característico de, associado a ou relativo a um bosque ou uma


floresta; típico da simplicidade natural e agradável do campo. Página 42.
Simão Simplório: referência a uma história infantil sobre um jovem cuja
mãe o instrui: "Tem cuidado quando fores lá para fora brincar. Eu tenho
seis tartes a arrefecer no degrau da entrada e, por isso, tem cuidado com
meter os pés nas tartes." Seguindo as instruções da mãe à letra, o rapaz
vai lá fora para a entrada e põe o pé, muito cuidadosamente, mesmo no
meio de cada tarte. Página 140.
SIMBIOTA: QUALQUER ENTIDADE DE VIDA OU ENERGIA QUE AJUDA UM
I NDIVÍDUO OU O HoMEM NA SUA SOBREVIVÊNCIA. (De Termos de
Dianética.) Página iii.
DIANÉTICA: O PonER DA MENTE soBRE o CoRPo

simbologistas: uma referência aos psiquiatras que acreditavam que os


sonhos representam simbolicamente as experiências da pessoa desperta
e os seus "desejos reprimidos". Página 256.
simulada: fingida; que procura fazer crer que é verdadeira, real, não o
sendo. Página 138.
sinais de somatórios: símbolos usados em matemática avançada para
mostrar o montante total de coisas adicionadas. Página 3.
sinopse: uma declaração breve ou condensada, dando uma visão geral de
algum assunto. Página i.
sinusite: inflamação na cavidade ou cavidades nasais do crânio. Página 65.
Sioux: um grupo de povos nativos americanos que habitam as planícies do
norte da América do Norte, vivendo agora principalmente no norte da
parte central dos Estados Unidos. Página 309.
sirva de ponto: que faz alguém lembrar-se de alguma coisa de que essa
pessoa se tinha esquecido; que fornece ou disponibiliza informação para
ajudar alguém a lembrar-se de alguma coisa. Agir como um ponto, pessoa
que, numa peça de teatro, tem por função ajudar os actores a lembrarem-se
do seu texto, lendo-o em voz baixa. Usado em sentido figu rado. Página 349.
sistema de índice: um método de ordenação sequencial de material,
extremamente detalhado, por ordem alfabética de nomes, lugares, assuntos,
etc., ou por categorias, datas, épocas, acontecimentos, etc., específicos.
Página 242.
sistema de índice cruzado: um método no qual um assunto aparece num
lugar e remete (faz referência a) para outro lugar. É um desses índices que
se encontram no fim de um livro com a indicação de todos os lugares em
que certos assuntos podem ser encontrados. Página 57.
sistema nervoso autónomo: a parte do sistema nervoso que regula as
actividades involuntárias e aparentemente automáticas, tais como o ritmo
cardíaco, a respiração e a digestão. Página 118.
sitiada: atacada por todos os lados. Página 427.
situação: posição no espaço; maneira como está disposta, si tua da ou
colocada. Página 160.
soberbo: agir para com os outros como se fosse melhor ou mais importante
que estes. Página 214.
sobrolho carreg ado: numa expressão de concentração ou pensamento
profundo. "Polissílabos de sobrolho carregado" refere-se a dizer palavras

608
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

grandes (polissílabos) com um olhar de concentração ou pensamento


profundo de forma a impressionar alguém. Página 2.
Sócrates: (c. 470-399 a.C.) filósofo grego, que se dizia acreditar num
"demónio" (que aqui significa uma voz interior). O demónio supostamente
proibia Sócrates de fazer coisas mas nunca lhe dava qualquer encorajamento
positivo, apenas previsões de sorte ou azar, ou advertências quando ele
estava prestes a tomar uma decisão incorrecta. Página 65.
sodomia: relações sexuais anais com um membro do mesmo sexo ou do
sexo oposto. Página 323.
soldado: unido com solda, qualquer um de vários metais que derretem a
baixas temperaturas e que, quando aquecidos, fluem para uma junção
entre duas partes de metal para as unir. A soldadura é usada na electrónica
para unir de forma firme duas partes, para que a electricidade possa fluir
entre elas. Assim, quer dizer unir, juntar ou cimentar algo. Página 96.
solenidade: qualidade, estado ou carácter de ser sério ou digno. Página 473.
solícito: atencioso ou prestável. Página 193.
SOMÁTICO: UM NEOLOGISMO DE DIANÉTICA PARA DOR, QUALQUER
CONDIÇÃO DO CORPO EXPERIMENTADA QUANDO SE CONTACTA UM
ENGRAMA; A DOR DE UMA DOENÇA PSICOSSOMÁTICA. (De Termos de
Dianética.) Página 20.
somatórios de cálculo: o cálculo é um ramo da matemática que é usado para
determinar quantidades como a área de um objecto de formas irregulares
(em oposição a um quadrado ou círculo). Ao fazer tais cálculos, muitos
números são adicionados (somatório). Página 77.
sombra: uma imagem ou aparência irreal. Página 293.
SÓNICO: RECORDAÇÃO AO OUVIR UM SOM DO PASSADO COM O "OUVIDO
DA MENTE". (De Termos de Dianética.) Página 20.
sonoro: que tem um som agradável; que soa bem. Página 348.
suavizar: mudar a expressão da cara, ficando com um ar agradável, calmo
ou pacífico, como em "suaviza a expressão". Página 332.
subvocal: em voz muito baixa e quase imperceptível. Página 364.
sufrágio: o direito de votar, especialmente numa eleição política. Página 224.
sugestão positiva: em hipnose, sugestão ou comando dado a um sujeito
hipnotizado que depois lhe obedece sem ter consciência disso. Também,
qualquer frase ou comando na mente que actua do mesmo modo que as
sugestões dadas a uma pessoa hipnotizada. Página 69.
DIANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

sujeito: uma pessoa ou coisa que se submete a algum tipo de tratamento às


mãos de outros; uma pessoa ou animal como objecto de tratamento ou
experiência médico ou científico. Página 17.
sulfamida: qualquer grupo de medicamentos usados no passado para
tratar um conjunto de infecções bacterianas. Página 163.
super-: acima e para além de, mais ou maior do que, acima da média,
capacidade, alcance, etc. Página 103.
superabundância: uma quantidade mais do que suficiente; excesso.
Página 103.
supermoralista: demasiado preocupado em julgar a bondade ou maldade
da acção e carácter humanos. Página 216.
supra-: acima e para além de, mais ou maior do que, acima da média,
capacidade, alcance, etc. Página 466.
supranacional: que está acima ou para além da autoridade do próprio
governo nacional. Página 486.
SUPRESSOR: AS FORÇAS EXTERIORES QUE REDUZEM AS POSSIBILIDA­
DES DA SOBREVIVÊNCIA DE QUALQUER FORMA. (De Termos de Dianética.)
Página 29.

supurante: que gera pus (um fluido amarelado da parte líquida do sangue,
mais células mortas, bactérias, etc.) devido a infecção. No sentido figu rado,
que produz irritação contínua. Página 308.
surto: qualquer aumento súbito e abrupto, como por exemplo num
movimento abrangente ou crescente. Página 183.
susceptível de: capaz de se sujeitar com êxito a uma acção, processo ou
operação. Página 93.
swami: um título honorífico dado a um professor religioso hindu. Página 116.
tablóide: um jornal, usualmente num formato de metade do tamanho
comum, com muitas imagens e notícias pequenas e frequentemente
sensacionalistas. Página 371.
tácito: que não é expresso ou declarado de forma aberta, mas que é implí-
cito ou subentendido. Página 383.
taciturno: triste; abatido; sombrio; maldisposto. Página 225.
táctil: o sentido do tacto. Página 20.
tálamo: um centro de comunicações no cérebro para informações sensoriais.
Página 18.
talismã: um objecto marcado com sinais mágicos e que se acredita dar
poderes sobrenaturais ou protecção ao seu portador. Página 423.
610
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

tecnicolor: com cores intensas e vivas. Este termo vem do processo


de filmagem comercial chamado Tecnicolor, usado para fazer filmes
cinematográficos a cores. Página 382.
telepatia: comunicação directamente da mente de uma pessoa para a
mente de outra sem fala, escrita ou outros sinais ou símbolos. Página 104.
temerosa: cheia de temor, um sentimento que é um misto de profundo
respeito e reverência e de medo produzidos por algo considerado
misterioso, poderoso ou algo parecido. Página 8.
tenacidade: a qualidade ou característica de ser tenaz, de continuar com
persistência, de aguentar firmemente; dureza. Página 50.
tendinite: inflamação de um tendão, tecido forte que liga o músculo ao
OSSO. Página 22 5.
tensão: inquietação ou ansiedade mental ou emocional; incerteza intensa
ou suprimida, ansiedade ou excitação. Página 328.
teoria do estímulo pela dor: refere-se à prática psicológica de infligir dor,
privação (a acção de remover ou reter algo do prazer ou da posse de alguém)
ou outras consequências desagradáveis para um indivíduo, para o fazer
evitar aquilo que o psicólogo considera ser uma acção ou comportamento
indesejável. Página 39.
terapia: a administração e aplicação de técnicas e procedimentos de
Dianética para resolver problemas relativos ao comportamento humano
e doenças psicossomáticas. Página iii.
Terra lncognita: uma região desconhecida ou inexplorada. Do latim "terra
desconhecida". Página 1.
ter uma mão no chicote: estar numa posição de vantagem ou controlo.
Literalmente, como uma mão que segura num chicote, especialmente
para incitar cavalos. Página 87.
testosterona: uma hormona que desenvolve e mantém as características
masculinas no corpo. Página 117.
Theda Bara: (1890-1955) uma estrela americana do cinema mudo que
ficou famosa por representar uma mulher irresistivelmente bela que atraía
homens para situações perigosas ou desastrosas. Página 224.
tipo de literatura: uma referência a revistas americanas, na primeira metade
do século XX, que apresentava histórias supostamente verdadeiras, acerca
das vidas, problemas, romances, etc., das pessoas comuns, dando ênfase
a crimes sensacionalistas e confissões de amor. Muito do material para
estas histórias vieram, alegadamente, de mulheres que tinham acesso a
verdadeiras histórias de caso. Página 412.
611
DIANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

tireóide: a glândula tireóide, que segrega as hormonas que regulam o


crescimento do corpo e o metabolismo (a rapidez com que as células
convertem o oxigénio e os nutrientes em energia e alimento para o
corpo). A glândula tireóide está localizada na parte da frente do pescoço.
Página 301.

tonelada: uma grande quantidade ou peso. Uma tonelada equivale a 1000


quilos. Página 371.
tónica: a parte mais importante ou principal de algo. Página 37.
topectomia: uma operação na qual são removidas partes do cérebro.
Página 237.

torpor: sensação de estar grogue ou num sono aparente. Página 395.


Torquemada: Tomás de Torquemada (1420-1498), monge católico e chefe
da Inquisição Espanhola durante quinze anos, tendo sido executadas 2000
pessoas durante esse tempo, por terem crenças diferentes das da Igreja.
O seu nome tornou-se sinónimo de crueldade. Página 287.
torre de menagem: a principal torre interna de um castelo medieval que
servia de local de residência para um lorde e a sua família, e que era usada
como a fortaleza defensiva final quando o castelo estava sob cerco.
Página 427.

tracto: um sistema de órgãos ou partes do corpo que trabalham juntas para


permitir a passagem de qualquer coisa, tal como ar, comida ou excreções
corporais. Página 3.
trajes de montar: fato usado tipicamente por cavaleiros, que inclui casaco,
calças especiais largas nas ancas e estreitas na barriga da perna, e um
chapéu de copa redonda e uma pequena pala. Página 427.
transcende: vai para além do limite ou do alcance de algo. Página 93.
transe: um estado de semiconsciência aparentemente entre o estado
de dormir e o estado de vigília no qual a capacidade de funcionar
voluntariamente poderá estar suspensa. Página 17.
transe amnésico: um transe profundo de uma pessoa, como se estivesse
a dormir, tornando-a susceptível a comandos. Amnésico, neste sentido,
refere-se ao facto de que a pessoa normalmente não se lembra do que
aconteceu enquanto esteve no estado de transe profundo. Página 115.
transferência: em psicoterapia, o processo pelo qual alguém, como um
paciente, redirecciona inconscientemente sentimentos, medos ou
emoções para uma outra pessoa, frequentemente o analista. A teoria é
que os sentimentos do paciente não têm origem na situação presente,
612
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

mas meramente repetem sentimentos anteriores que ele ou ela tinha por
outra pessoa (tal como um pai) nalgum período de tempo anterior. Página 246.
transitória: que dura pouco tempo; que existe brevemente; temporária.
Página 30.

transposto: ultrapassado ou atravessado de maneira satisfatória; atravessado


de um ponto a outro. Página 490.
tratamento: a aplicação das técnicas e procedimentos de Dianética para
resolver problemas relativos ao comportamento humano e doença
psicossomática. Página i.
travessa (de um caminho-de-ferro): qualquer uma das traves paralelas às
quais os carris de um caminho-de-ferro estão fixos. Página 32.
trenó: veículo provido de esquis em vez de rodas, próprio para deslizar
sobre a neve e o gelo, nos países frios. Página 239.
Treze Rituais para a Beatitude Celestial e Nirvana: um nome inventado
para um livro. Página 217.
trindade: uma combinação ou conjunto de três coisas individuais (como
deuses, pessoas, coisas, etc.) que formam uma unidade ou estão
intimamente ligadas. Página 419.
trindade hindu: uma referência aos três grandes deuses do Hinduísmo:
Brama, o criador do universo; Vixnu, o preservador do universo; e
Xiva, que personifica as forças destruidoras e procriadoras do universo.
Uma trindade é uma combinação ou conjunto de três coisas individuais
(como deuses, pessoas, coisas, etc.) que formam uma unidade ou estão
intimamente ligadas. Página 419.
trocadilhos: palavras usadas de modo a sugerir dois ou mais significados ou
diferentes associações, ou duas ou mais palavras com o mesmo ou quase
o mesmo som mas com significados diferentes. Página 242.
trocar as voltas: fazer frustar os planos de alguém; enganar, ludibriar.
Página 467.

truque indiano da corda: um truque mágico, de origem oriental, em que


um mágico suspende uma corda no meio do ar, pela qual uma pessoa
então sobe e parece desaparecer. Página 104.
tuberculose: uma doença infecciosa grave na qual aparecem inchaços nos
pulmões e noutras partes do corpo, em tempos foi classificada como a
causa de morte mais comum no mundo. Página 113.
turbilhão: movimento forte e giratório das águas; por extensão, qualquer
confusão e agitação de ordem social, política, militar, etc. Página 181.
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
úlcera péptica: uma inflamação formada no revestimento do estômago
ou órgãos adjacentes devido à secreção excessiva de ácidos digestivos,
algumas vezes causando dores crónicas no estômago. Péptico significa
relativo ou associado à digestão. Página 111.
última trincheira, até à: feito, completado, etc., num último acto de
resistência ou oposição, muitas vezes desesperado. Página 134.
unhas e dentes: marcado por uma luta violenta ou selvagem, como na
selva. Frequentemente usado na frase lutar com unhas e dentes, sendo as
unhas e dentes usados como armas. Página 61.
União: os Estados Unidos da América. Página 205.
universo: tudo o que existe em toda a parte; todo o contínuo espaço-tempo
no qual existimos juntamente com toda a matéria e energia que este
contém, em oposição ao universo apenas observável. Página 9.
urso pardo: referência a um grande urso castanho de ampla distribuição,
encontrado na Europa, Ásia, África e América do Norte. Página 136.
usurpar: tomar sem autoridade ou direito; empregar ilegitimamente.
Página 287.
utópico: relativo à Utopia, local ou estado ideal ou perfeito. A palavra
"Utopia" foi usada pela primeira vez, num livro com esse nome, pelo
escritor inglês Thomas More, em 1516. Utopia é uma descrição de uma
sociedade ideal, com justiça e igualdade para todos os cidadãos. Página 168.
vaguear: mover-se de forma instável, para trás e para a frente, aqui e ali,
com movimentos ao acaso e por vezes irregulares. Página 257.
vai ao lugar: acaba por ser resolvido satisfatoriamente. Página 365.
valente: 1. digno; excelente. Página 16.
2. ousadamente corajoso; bravo. Página 181.
valentia: qualidade do que se revela forte, destemido, corajoso em combate,
diante do inimigo. Página 2 88.
válvulas: referência a válvulas ter miónicas, dispositivos, em tempos
amplamente usados em electrónica, para controlar fluxos de corrente
eléctrica. É um tubo ou bolbo de vidro selado, do qual foi removido quase
todo o ar de forma a melhorar o fluxo eléctrico. Página 287.
variável: algo sujeito a mudança. O termo é geralmente mais usado na
matemática e na ciência onde representa algo desconhecido ou imprevisível.
Uma var iável é frequentemente comparada com uma constante que é
conhecida e imutável. Página 9.
variável aleatória: um factor numa situação ou problema que se comporta
de uma maneira estranha, aleatória ou imprevisível. Variável é geralmente
614
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

mais usada na matemática e na ciência nas quais esta representa algo


desconhecido ou imprevisível. Uma variável é frequentemente comparada
com uma constante que é conhecida e imutável. Página 19.
vector: qualquer coisa que tem não só direcção mas também quantidade.
Por exemplo, a força seria um vector visto que tem uma direcção e uma
quantidade, mas a massa não é um vector pois não tem nenhuma direcção.
Página 51.

Vedas: os livros mais antigos de que há algum registo. A literatura sagrada


mais antiga dos Hindus, que fala sobre a evolução, como o Homem chegou
a este universo e a curva da vida que é nascer, crescer, envelhecer e morrer.
A palavra veda significa conhecimento. Página 35.
velha gravata escolar: uma gravata de padrão característico usada por
antigos estudantes de uma escola particular, especialmente uma escola
inglesa. O termo é usado em sentido figurado para denotar a pessoa que
usa tal gravata e o comportamento e atitudes normalmente associados
àqueles que a usam, especialmente o conservadorismo e a lealdade de
grupo. Página 87.
Velho do Mar: um personagem na história "Sinbad, o Marinheiro", o Velho
do Mar (um deus do mar) força Sinbad a carregá-lo aos ombros durante
dias até que Sinbad faz com que o velho fique tão embriagado que ele cai
para o chão. A frase veio a significar um fardo pesado, intolerável do qual
é difícil ou impossível al guém se livrar. Página 171.
veracidade: qualidade do que é verdadeiro; correcção ou exactidão.
Página 236.

Verdade: nalgumas escolas de pensamento, aquilo que é pensado como


sendo verdadeiro, real ou actual num sentido geral ou abstracto, uma
verdade que não tem quaisquer gradações mas é completa e total em si
mesma. A visão de tais escolas é que esta "Verdade" se encontra para
além da esfera da experiência humana e portanto não pode realmente ser
conhecida por ninguém. Página 405.
vesícula biliar: uma bolsa muscular em forma de pêra ligada à superfície
inferior do fígado, na qual o fluido produzido pelo fígado e usado na
digestão de gorduras é armazenado e concentrado. Problemas de vesícula
biliar refere-se à formação de massas pequenas e duras na vesícula biliar,
que causam dor e dificuldades na digestão de gorduras. Página 235.
viga: uma grande trave de ferro, aço, betão ou madeira, usada como um
elemento principal de suporte na construção de pontes e grandes edifícios.
Página 105.
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

vilania: acto, dito ou comportamento próprio de vilão, de gente vil,


desprezível. Página 419.
vingança: punição que é dada em resposta a uma má acção. Página 297.
vírus: um organismo minúsculo apenas capaz de se reproduzir dentro de
outro organismo vivo. Os vírus sozinhos não têm vida, não se podem
reproduzir e, ao contrário dos organismos vivos, não são constituídos por
células. Página 63.
visão radar: a habilidade que um indivíduo tem de "ver" coisas em locais
remotos, como fazem os radares. Um radar é um instrumento electrónico
destinado a detectar ou identificar objectos remotos através da emissão
de ondas de rádio e da medição do tempo que a onda de rádio demora a
voltar ao aparelho emissor. Página 385.
viseira verde: um tipo de boné que consiste numa tira à qual é unida um
visor de cor verde, que evita que a luz atinja directamente os olhos, tal como
a luz de uma lâmpada sem protecção. As viseiras verdes eram associadas
tradicionalmente a pessoas que trabalhavam arduamente numa tarefa,
tal como editores de jornais, contabilistas, empregados de escritório, etc.
Página 242.

VISIO: RECORDAÇÃO ATRAVÉS DE VER UMA VISÃO DO PASSADO COM


O "OLHO DA MENTE". (De Termos de Dianética.) Página 20.
vitimizar: tornar ou tornar-se, alguém, vítima. Página 129.
vivissecção: retalhamento de um corpo vivo para examinar a estrutura,
relação entre as partes ou algo semelhante. Página 205.
voar alto: estar muito acima do nível de pensamento comum. Página 41.
vodu: um corpo de crenças e práticas, originalmente de África, que inclui
a magia e o suposto uso de poderes sobrenaturais através da ajuda de
espíritos malignos. Página 472.
volátil: que é muito activo, que muda, varia facilmente. Página 283.
volição: o poder de escolha, decisão, exercício da vontade. Página 68.
voltar ao útero: referência à teoria psiquiátrica de que as pessoas têm um
desejo oculto de voltar à "segurança" e "conforto" do útero. Página 158.
wcru: Woman's Christian Temperance Union (União das Mulheres
Cristãs para a Sobriedade), uma organização fundada em 1874 que faz
campanhas contra o uso do álcool. Sobriedade aqui significa a prática de
não consumir bebidas alcoólicas. Página 436.
Will Durant: William (Will)James Durant (1885-1981), autor de filosofia
popular e historiador americano. Em meados da década de 1920, Durant
616
GLOSSÁRIO DO EDITOR DE PALAVRAS, TERMOS E FRASES

escreveu A História da Filosofia, um livro que trata as vidas e trabalhos dos


maiores filósofos do mundo. Escrito de forma que o homem comum o
pudesse compreender, o livro vendeu milhões de exemplares. Dedicatória.
Página v.
x: na equação VP = IDX, é o símbolo para uma potência desconhecida. (Uma
potência, em matemática, é o número de vezes que algo é multiplicado por
ele mesmo. Por exemplo: 33 é 3 vezes 3 vezes 3 = 27.) Aqui, o "x" indica
que a dinâmica da pessoa (D) pode ser multiplicada por si própria um
número desconhecido de vezes. Isto foi escrito para encorajar a descoberta
de qual poderá ser a potência da dinâmica e concluir algum meio de
estabelecer o valor potencial por meio de psicometria. Página 51.
xamã: um sacerdote ou sacerdotisa que se diz transmitir mensagens entre
os mundos natural e sobrenatural e que usa a magia para curar doenças,
prever o futuro e contactar e controlar forças espirituais. Uma das técnicas
de cura dos doentes incluía cantar canções especiais e assoprar fumo
de tabaco sobre a pessoa, pois acreditava-se que o tabaco tinha poderes
mágicos. Página 7.
xamã Goldi: xamã do povo Goldi, tradicionalmente caçadores e pescadores
que habitam num vale no sudeste da Sibéria. Nas cerimónias dos seus
xamãs, o tambor é usado para comunicar com os espíritos. Página 7.
zaragata: briga violenta e barulhenta normalmente num lugar público e
com a participação de muita gente. Página 39.
zi goto: uma célula reprodutiva feminina que foi fertilizada por uma célula
reprodutiva masculina. Página x. g
lNDICE REMISSIVO

7 pressionado, 22-23,168 aberrado, 16,31,93


calculadora, 2 81 definição, 493
exemplo, 408 família de um, 169
percepções do aberrado diferem,

A 16
propósito e persistência, 289
A=A=A, 77,223,405 vertambém aberração; preclear
aberração, vi,13 abertura do caso, 301,346
7 pressionado, 2 3 aborígene,7
casar com pseudomãe, 190 aborígene da Austrália,7
causada por engramas, 51,499
aborto, ver tentativa de aborto
classificação da, 221-225
contágio da, vercontágio da absolutos, 104,403,405,419
aberração acção
definição, 51,124,493,499 comandada, 69
diagnóstico, 229, 236 imposta à mente somática e à
doença psicossomática e, 123 mente analítica, 286
feito a, não feito por, vi,461 tipos de, 180
fonte de, iv, 51,66, 68,83,499 acção comandada, 7 5
grau de, 225 acidentes,73, 112-113,164,189
hipnotismo e, 81
propensão para acidentes, 188
impedimento das causas sociais,
189 acidente vascular cerebral, 440
inorgânica, i aclaramento
instituições educacionais e a, 411 mútuo, 374
mecânicas da, 90 "Acreditar" e "Não Poder Acreditar" '
natureza dos dados apresentados 406-414
e,56 ACTH,111,118
número de aberrações, 222
adrenalina,60, 117,136
paciente não pode ver a sua
própria, 214 afinidade
padrões da, 164 caso de afinidade tripla, 215
partes da, 70-73 definição, 128
personalidade versus, 15 fortalecimento da, 374
subitamente apresentar uma, Homem e a sobrevivência, 39,128
175-176 lei, ver lei da afinidade
sugestões e, 70,72 quebra de, 182
tentativas de aborto e, 161 restimulação e, 80
teste primário da, 406 vertambénzemoção
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
agrupador,262,394 alterações mentais, 440
definição,261,493 fontes de,439-441
descrição,400 orgânicas,439
exemplos, 400 altitude
linha do tempo e,261,277 definição,411
não use no preclear,338 alvo, 214-215
agrupador-de-engramas,261 ambiente
ver também agrupador abordagem no caso de asma,183
Ahriman, 419 adaptar-se ao,284
mudança de,183
Ajuda perigo ou compaixão no,139
descrição,21 o restimulativo,183
engrama de "ajuda", 2 89 âmbito
álcool, 435-436 da espécie,3o
alcoólicos e engramas,435 do indivíduo,3 o
alergia, 6 5, 113, 33 O ambivalência
definição,329
história de caso,446
ver também multivalência; valência
Alexandre Magno, 288-289
ambiversão, 460
aliado,424
amigo-inimigo, 425, 427-428
antagonista versus,418-422 amnésia, 68
definição,426
amor, 371-375
inversão,306,333
"amor biológico",190
lembranças e,423-424,427
crianças e,127,422
oclusão e,307 propiciação e,370
partida de um aliado ou ver também afinidade
afastamento da pessoa de um
"amor biológico", 190
aliado,308,333
analisador, 56,88-91, 135-139
perda de,302,307
descobrir, 3 o5 atenuação,260,262
desligamento,92,176
suprimir retroactivamente
montado como um circuito
os engramas antigos, 311
demónio,107
perdas de aliados na infância,312
redução do,91
pseudo-aliado,299 ver também mente analítica
ver também pseudo-aliado
análise profunda
repúdio pelo,307
deficiente,150
teste excelente para detectar,418
anestésicos
alívio, 387
desligam os somáticos,433
de modo que o trabalho possa hipnóticos,433
continuar,388 nas operações,73,164,445
alma,64,87 venenos,88
620
ÍNDICE REMISSIVO

angústia mental, 108 arquivista, 242, 249-252


animal auditor e,243,273,276,315
força vital do animal versus a de definição, 242
um homem,283 desenhar,248
animosidade contra os pais, 369 emoção e,387
ansiedade,95,207,236,423,467 "Eu" e,251
incidente recente e,273
antagonismo, 418-422, 464
Leis de Retorno,277
antagonista, 418-422 monitor do banco,242
anticoncepcional, 161, 363 personalidade básica e,249,468
Anton Mesmer, 308 trabalhar com,252
Anulação pela Comparação de arte, 213
Autoridade com Autoridade, 103 artrite, 65, 113,120,235, 359
apagamento, 3 7 5 exemplo,296
definição,347 Asclépiade, 149
apagar, 341, 348-352 Asclépio, 152
básico-básico e,351 templo de,7
definição,252,303,349,493
asma, 65, 113, 154, 183
descrição,375
dois ou três repasses,390 astigmatismo, 109
apatia, 31 atacar, 181, 216
computações de aliado e, 296 auditor ou terapia,469
do engrama,143 engrama,471
história de caso,445 preclear,438
interesse em engramas,376 ateu, 127
negligenciar engramas,377 atraso do restimulador
no engrama,349
definição,453
propiciação e,370,372
sucumbir a um engrama,216 audição
Zona O,133 definição,474
arbitrário dez passos básicos,247
ferramentas,341
estrutura,483
lista de coisas que se devem fazer
introdução de um,103,483
e coisas que não se devem fazer,
área básica, 251, 256, 276, 351 341-344
Aristóteles, 156, 240 objectivo,340
lógica bivalente,403 procedimento de dez passos,
pêndulo,403 304-306
arma rotina,244,246,304-306
"não sabia que estava carregada", tarefa de pastor,219
36,38,138 audio-semântica, 58
621
DrANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

auditor, vii-viii, 214 Técnica de Repetição e esperteza,


aliado contra a mente reactiva do 267-268
preclear,226 trabalho do,215
antecedentes profissionais,204 autocontrolo, 375, 437-439
assunto confidencial,378 autodetenninismo, 37-38, 168, 281,
atitude, 217,270 429
atitude equívoca,270 Clear e,24
avaliação,471-475 criança tem direito ao, 170
bem treinado,467 da sociedade,168
coisas que não se devem fazer, dos indivíduos,168
338,342,471 Homem e,37
compaixão e,217
autogéneo(a)
conselhos ao,202,236,452-460
definição, 112
dar presentes ao,371
doença, 112
definição,201,493
auto-hipnose, 438
dever,216
engramas de dor física versus Autoridade, 155-156, 411
engramas de emoção dolorosa, Anulação pela Comparação,103
3 15 ciência da mente,1o
equações do preclear e,437 auto-sacrifício, 44
erro básico do,214 auxílios mecânicos, 280
erros do,201,214,219,346,388
avaliação,407
ferramentas do,341
auditor e,268,471-475
lista de coisas que se devem fazer
e coisas que não se devem fazer, Código do Auditor,218
34l-344 coisas de Dianética que não se
manter a calma,342 devem fazer,475
necessário,437 de um facto,2
objectivos do,209,251 dos dados,407-411
papel,213-219 aventura, 1, 4
parar a terapia,468-471 axiomas, ii, 489
primeiro objectivo do,347 ciências e,489
qualquer coisa que impeça o de Dianética,489
trabalho do auditor,226 Fundamentais, 489
quatro técnicas à disposição do, definição,10
2 77 doença psicossomática crónica,
quem se pode tornar,211 419
relação com o preclear, 342 funcionamento da mente,402
restimulação do,353 período antigo de
do auditor, 462 "inconsciência",152
restimulador associativo,296 Axiomas Fundamentais de Dianética,
sugestão e,229 497-5oo
622
ÍNDICE REMISSIVO

B banda motora, 35 2
ver também banda somática
B1, 435 banda sensorial, 35 2
pesadelos e,435
ver também banda somática
bacilo da peste bubónica, 35
banda somática, 352-358
bactérias, 122
bons e maus condutores da,357
bainha de mielina, x, 155 cargas emocionais e,391
banco de áudio, 57 descrição,353
banco de engramas, 65 desligamentos e,384
atacar, 216 manejo da,337,352
definição,493 Técnica de Repetição e,355
diferença entre bancos padrão e barragem Grand Coulee, 284
bancos de engramas reactivos,
Barrymore, 2 2 5
75
efeito no corpo,mudança,119 básico, 392
hipnotismo e,457 definição, 494
mecanismos de protecção,452 básico-básico, 251-252, 347-348
sonhos e, 360 auditor e,375
ver também mente reactiva abertura do caso e,336
banco de visio, 57 auditor tenta obter,303,305
banco reactivo, ver reagir cada sessão, 252
bancos, 57-59 coisa mais importante a fazer no
para cada percepção,57 começo de um caso,346
ver também banco de engramas; definição,155,216,494
mente reactiva; bancos (de precaução,397
memória) padrão primeiro objectivo,341
bancos de memória, 2 3 resolução do caso e,216
electrochoque e,441 retorno do,386
bancos (de memória) padrão, vii,57-59 batimento cardíaco, 60
arquivado de novo nos,viii Bedlam, 8, 119
arquivista monitoriza, 242 beleza
conteúdo dos,57,251
apreciação da,144
definição,57,494
desenhar,248 bem
diferença entre bancos de ma10r,44
engramas reactivos e,75 Benjamin Franklin, 280
objectivo da audição e,340 Benzedrina, 434
personalidade básica e,151
Bergson, 280
potencialidade da recordação, 59
são perfeitos, 58 bioquímica, 11, 112
sistema de arquivo descrito,57 blasfémia, 127
DrANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPo

bocejar capacidade
"inconsciência" a liberar-se,227, computacional,viii
262,354,365 Dianética e,11
boil-off, 262-263, 365-367,414 carga
descrição,366 aberrado e carga emocional,289
despertar a atenção do preclear, analogia à carga eléctrica,311
366 auditor a deparar-se com,338
origem do termo,367 banda somática e,391
somático e,384 drenada,68
bom energia do tipo eléctrico e,85
Homem é,23 carga emocional
bomba atómica, 7 apagamento ordeiro e,309
arquivista e,387
bondoso caso se depare com uma carga
Código do Auditor,217 emocional pesada,338
Bornéu, 105 desligamento de dor e,338
botão de pressão, 91, 282, 424 engrama de emoção dolorosa e,
factor do,281 431
engrama e,268,307
Boulder Dam, 171
engramas fisicamente dolorosos
bursite, 65, 113 e,340

e
Liberado e,21o
melhor maneira de atacar o banco
de engramas e,216
cadeia partida de um aliado ou
definição,363,494 afastamento da pessoa de um
engrama cruzado e,177 aliado,333
palavras em cadeias,392 pré-natal,31o
primeiro incidente da,392 Técnica de Repetição e,391
tipos de,363-365 ver também carga
cadeia de locks engrâmicos, 94 cargas de desespero, 378
cadeias de engramas caso emperrado e,377
ver cadeia Carrie Nation, 224
café, 434 casamento
calcanhares aclarar os cônjuges,373
contágio da aberração no, 165
homenzinhos pendurados pelos,
parceria de mentes reactivas e,
352-353
37 2
Calígula, 6 5 propiciação no,370
cancelador,245,475 ver também Dinâmica Dois
cada sessão,246 caso
descrição,245 abertura, ver abertura do caso
cancro, 114 atraso,378
ÍNDICE REMISSIVO

básico-básico e, 216 castigo, 178


caso de exaustão de combate, 456 crianças, 169
classificações, 335 não faz bem nenhum, 178
computar sobre, 474 castigo corporal, 169
demora, 452 cegueira, 58, 442
desintensificar um, 455
daltonismo, 14
duração do, 236
histérica, 231-232
duvidador crónico, 408
cegueira "histérica", 231-232
emperrado, 377
ferramentas para trabalhar, 341 celular, 156
institucional, 456 células, x, 63, 85, 100-101, 156
mantido "vivo", 390 banco de engramas e, 94
não prometa Aclarar um, 476 Charles Darwin, 63
o que fazer se deixa de progredir, engrama e, 87,155
43o registam a dor, 156
perdido, 441 unidade de vida, 63
proporção de melhoramento, 302 unidades de pensamento, 87
"recusa-se" a ficar bom, 431-432 censor, v
reequilibrar, 357,464 cérebro, 119
tipo vivissecção, 443
caso de grande euforia, 2 86
certo, 481
caso de "instinto de morte",
331 César,Júlio, 45, 65
caso de língua estrangeira, Charles Datwin, 6 3
379 cheiro (olfacto), 14
caso "diferente", 343 China, 7
caso maníaco, 286 choque,89,440
caso psicótico, 450
de acidente, 73
institucional, 456
choque de insulina, 440
preso em tempo presente,
344-347 choque eléctrico, 365, 383
sónico e visio, 2 3 5 cianeto, 4 3 5
trabalhar o, 342 cíclico
caso de dub-in, 344 aspecto cíclico da vida, 2 6
caso de "instinto de morte", 3 3 1 ciclo de aberração, 167
caso de língua estrangeira, 3 79 ciclo de vida, 182
casoJúnior, 257, 368, 394, 411 ciência
descrição, 368 aplicação de, 213
ver também caso; valência ciência da mente, i, 7-11
caso que ganha o prémio em matéria composta de, 9
de dificuldade, 411 Dianética e, 10
625
DrANÉTrcA: O PoDER DA MENTE soBRE o CoRPo

história de Dianética,480 comparado com o "normal"


legislação e,205 contemporâneo,208
Ciência de Organizar Ciências, 103 definição,i,13,135,494
cinestesia do dicionário,494
e descrição,207
definição,58
descrição,iv
cinestésico (peso e movimento), 2 o dinâmicas e,iii
circuito, 14,66,248 engrama pré-natal e,157
desenhar,248 Equação da Solução Óptima e o,
parasita,106 44
que contém "eu",109 espiral descendente e,118
que contém "tu",109 estado livre de destroços,318
sobrecarregado com enleios dos força vital,283
demónios,11 o funciona com base no Código do
verbal,108 Auditor,217
vocal,65 imaginação e,21
ver também circuitos demónio inversão e,2 83
circuito parasita, 106 livre de doenças ou aberrações, l 3
ver também circuito maneirismos,429
não tem vozes mentais,106
circuitos de derivação, 66,150
nível ético,462
circuitos demónio objectivo da terapia de Dianética,
analisador montado como,107 24
Clear e,208 percepções no,14
como tratar,306 posto "inconsciente",164
contornados na narcossíntese, responsabilidade e,461
150 sanidade e,61
dub-in,234 segue o Código do Auditor,462
objectivo da audição e,340 sociedade e,168
paredes de valência e,302 tempo que leva para Aclarar uma
qualidade parasitária,287 pessoa,466
unidades de força vital e,306 testes,13
ver também circuito; demónios Tom4e,31
circuitos reactivos dos engramas, 248 tom do,369
cirurgia, 112,119,184,201,440,444 visão e,16
cleptomaníaco, 2 60
citologia, 11
clichés, 380,413
claustrofobia, 267
comandos engrâmicos e,224
Clear, iii,viii,13-24,134,207-211,317,
376-377 cloreto de amónia, 436
actos passados de,483 clorofórmio, 433
ambiversão,460 Código do Auditor, 217-218,475-476
atributos de,14 avaliação,218
autodeterminismo,24 bondoso,217
626
ÍNDICE REMISSIVO

Clear e,217,462 leis sobre,276-277


corajoso,218 linha do tempo,2 76
cortês,217 os clichés de ontem,224
digno de confiança,218 supressores,369
equação que demonstra a valor de comando do engrama,
necessidade de,437 110
meticuloso, 218 ver também frase de comando
paciente,218 compaixão, 2 1 7
persistente,218 auditor e,314
porque é importante,229 doença psicossomática crónica e,
quebra 217
remédio para, 388, 431 PES e,382
reservado,218
complexo de culpa, 329, 344
silencioso,218
violação do,346 comportamento
coesão, lei da, 128 dinâmicas e,44
irracional,51,499
Cognoscível e Incognoscível, 103
compulsão, 71, 78
coisas que não se devem fazer
"amor" compulsivo,371
auditor,338,342,471
Clear e,13
coisas que se devem fazer e coisas que
mente reactiva e,65
não se devem fazer
computação
lista,341,344
analisador e,135
"Coitadinho de__", 3 37
cada percepção é igual a todas as
coito outras percepções,78 ·
durante a gravidez,177,193,256 da mente analítica versus da
engrama de,322 mente reactiva,77
exemplo, 322 estupidez de,432
falar durante,193 maçãs e bichos, exemplo,77
tipos de cadeias,363 racional, 409
comandos aberrativos, 397 fonte primária de erro, 59
comandos de dor física e de emoção secretismo e,432
dolorosa,414-417 valiosa, 341
comandos engrâmicos, viii, 255 ver também computação de aliado
anestesia e,336 computação de aliado, 295-302
boil-off,262 ameaça ou tentativa de aborto,
classes especiais de,397 193
definição,494 calcanhar de Aquiles,302,3 09
dor física e comandos de emoção caso resistivo e,431
dolorosa,414-417 consentimento tácito e,383
efeito no preclear,276 definição,295
exemplos,255-260 descrição,298
importância,321 génese de, 299
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE soBRE o CoRPo

quando deve suspeitar de, 305 guerra e, 167


supressor na linha do tempo, 3 69 nações e, 486
computação de estupidez, 4 3 2 nascimento e, 166
computador contar, 244
mente analítica e, 56 contemplação, 3 2
computar sobre um caso, 474 "Continua", 2 71, 338
conceito controlos motores
definição, 58 mente reactiva e, v
percepto arquivado como um, 5 7 coração, 115-116
concepção, 155 coraJoso
condicionamento, 174 Código do Auditor, 218
condicionamento mental, 68 corpo
conduta aberrada, 48 a fazer boil-off, 262
Confucionismo, 167 efeito do engrama de compaixão,
300
confusão, 487
mente analítica e, 59-60, 139
identidade, 383,402
mente reactiva e, v
conhecimento mudar o efeito do banco de
linha de demarcação, 2 5 engramas no, 119
três graus de, 3 04 não toque no corpo do paciente,
conjuntivite, 122, 141, 154 366
nascimento e, 22 5 paciente "fora" do seu corpo, 312
consciência ver também exteriorização
1 O por cento da sua consciência resistência à doença, 122
potencial, vi corrente de consciência, 107
centro da, vii, 5 5 corrente de pensamento, 5 7
engrama e, 9 5 cortês
mente analítica e, 73 Código do Auditor, 217
mente e, 201
crescimento
profundidade da, 139
perturbação do crescimento
sugestão pós-hipnótica, 78
físico, 120
consentimento tácito
criança, 169-l 70
definição e descrição, 383
Aclaramento e, 169,189
exemplo, 446
amor e, 128,422
constipação
antipatia para com, 161
constipação comum, 65,113 atitude nervosa para com, 3 74
nascimento e, 3 51 autodeterminada, 1 70
contágio da aberração, 163-171, 392 casamento de pessoas não
definição, 163 aberradas e, 373
efeitos sociais, 166 cooperação da, 3 70
família e, 169 criança prodígio, 290
628
ÍNDICE REMISSIVO

débil mental,1 61 curva mental, decaída na,3 O


Dianética Preventiva, 190-197
Dinâmica Dois,iii
doenças,122 ,1 61 ,190 D
engramas,122 dados
"estragar" uma, 12 7,170 7 pressionado,23
é um ser humano, 170 arquivista e,2 42,387
glória e cor da,144 avaliação dos,407- 411
mais saudável,1 96 computação e,22
pequenos acidentes da,1 79 de parentes,467
perdas de aliados,312 Doutrina do Dado Verdadeiro,
punição da,1 69,1 81 12 9

reacção aos engramas e,1 64 insuficientes e erróneos, 59,61


restimulação,1 84 inteligência e,50,498
restimuladores e,1 70,1 83,42 3 mente analítica e,50,55,57,59,
único modo de um aliado poder 95,12 9,499
aberrar,422 pedir novamente,269
violação,1 76 resposta relâmpago e,341
sistema de arquivo de engramas e,
criminoso, 180,485
386
cristal de cura mágico, 7
daltonismo, 1 4
Cristãos, 33
Dante, 126
crítica, 222
Datwin, Charles, 479
crónico(a), 91 da Vinci, 1 56
definição,93 débil mental, 161, 439, 442-443
engrama de compaixão e
doença crónica, 2 2 5 deboche,33
só os engramas Década Alegre de 1890, 22 4
pró-sobrevivência,127 decaída
culto, 1 04 doença psicossomática e,42 0
cultura nas curvas físicas e mentais,30
num caso,464
engramas e,1 64
mente analítica,484 decaída do quarto dia, 465
tornar-se complexa e desajeitada, dedos
484 estalar de,247
cura definição
mental,2 01 aberração,51 ,124,493,499
três níveis de,217 aberrado,493
cura mental, 2 o 1 afinidade,128
agrupador,261 ,493
curandeiro, 9
aliado,426
cura pela fé, 2 1 O altitude,411
curva física, decaída na,3 o ambivalência,32 9
D1ANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

apagamento,347 esquizofrénico,152
..
apagar,2 52 ,303,349,493 "Eu",vn
arquivista,242 exogéneo,112
atraso do restimulador,453 fábrica de mentiras,234
audição, 474 felicidade,39,50,499
auditor,2 01,493 gerontologia,117
autogéneo,112 hábito,51,499
axiomas, 10 hiperaudição,233
banco de engramas,493 hipervisão,232
bancos (de memória) padrão,57, hipnose,115
494 hipoaudição,2 32
básico,494 hipovisão,232
básico-básico,155,216,494 homonímica,75
cadeia,363,494 iatrogénico,1o, 440
cegueira "histérica",231 imaginação,20
cinestesia,58 "inconsciência",51,499
Clear,i,13,135,207,494 insanidade,34,409
comando engrâmico,494 insanidade genética,163
computação de aliado,295 inversão,2 83
conceito,58 irracionalidade,22
consentimento tácito,383 lembrança,42 3-424,42 6
contágio da aberração,163 Liberado,207,376,495
crónico, 93 ligação soldada,96
demónios,106,493-494 linha do tempo,vii,242,2 50,495
desligamento,415 lock,108,129,150,367
desorientador,2 62,494 maníaco,2 86
desvanecer,252 memória,75,495
determinado exteriormente,2 81 mente analítica,vii,50,495,499
Dianética,i,494 mente reactiva,50,495,499
DianéticaJudiciária,481 mente somática, 50,499
dinâmica,42 ,494 monitor do banco,242
doença psicossomática,111-112 mutuamente restimulativas,463
dramatização,97 negador,2 61-262 ,495
electroencefaló grafo,2 80 normal,2 08
emoção,51,500 organicamente insana,21o
engrama,xi,51,74,83,156,159, padrão de treino,51,499
188,277,494,499 pensamento justificativo,316
engrama contra-sobrevivência, percepção,14
76,319 percéptico,495
engrama cruzado,177 perpetuação, 112
engrama de emoção dolorosa,77 personalidade básica,151,468
engrama pró-sobrevivência,76, pessoa oclusa,307
2 92 ,322 prazer,30
espectro,240 precipitação,112
ÍNDICE REMISSIVO

preclear,215,495 de compulsão,109
predisposição, 112 de confusão, 109
préJiberado,215-216,495 definição,106,493-494
preocupação,257,409 descoberta dos,104
pseudo-aliado,307 descrição,11o
psicossomático,112,495 oclusão, 108
reduzir,348,495 tomam uma parte do analisador,
reequilibrar,357 107
regressão,18 ver também circuito; circuitos
regulador da função vital,60 demónio
repetir o disco,339 demónios de compulsão, 109
resposta relâmpago,360
demónios de confusão, 109
ressaltador,261-262,495
restimulador,90-91 demónios de oclusão, 108
retorno,17-18,239,241,277 demonologia
revivificação, 17 descrição,105
sanidade,405 depósitos de cálcio, 16
segurador,399,495 depressão, 123,354
sensação orgânica,90
depressivo
simbiota,43,496
somático, 230,496 maníaco e,142
sónico (som),230,496 dermatite, 113,235
supressor,496 descarga, 315,336
surdez "histérica",231 descarregar, 252-339
Técnica de Repetição, 458
descarrilador,401-402,415
tempo presente,358
transe amnésico,115 desenhar, 248-251
valência,98 desenho
visão exteriorizada,384 área pré-natal do banco de
visio (visão),230 engramas reactivo,31o
delírios desligamento,415
da doença,73 analítico,89-92
delirium "tremens, 435 banda somática e,384
delusão caso com,235
de infância,170,284 da mente analítica,176,387
engramas e,382,439 definição,415
ideia errónea de um incidente demónio de oclusão e,108
passado, 234 de sensação,384,391
desligamento de dor,336,338,
democracia, 168
384,43o
demónio crítico, 107 desligamento de emoção,384,415
demónios, 66, 103-110 desligamento de recordação, 442
classes de,105 paciente de dinâmica muito
críticos,107 baixa e, 443
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
desligamento do analisador, 347 bitolas, 103
desligamento do somático, 415 ciência da mente e, 10,205
desligamento emocional, 2 7 5 coisas que não se devem fazer, 475
desligamento sónico, 269,375 ver também Código do
exemplos, 2 58 Auditor
indicadores de, 415,417 definição, i,494
lidar com desligamentos usando a desenvolvimento de, 3
Técnica de Repetição, 345 desperta as pessoas, 4 3 3
desligamento analítico, 89, 92 diagnóstico, descrito, 2 36
tom e, 89 Dianética Individual, i
desligamentos de sensação, 384, 3 91, ênfase principal de, 2 3 7
431 é paralela ao pensamento, 21 7
deslocação temporal, 2 7 5, 2 7 8 equações de, 41
erro fundamental e básico na
desorientador, 262, 356, 394
prática de, 214
definição, 262,494
falar sobre, 22 3
exemplos, 400
ferramentas, 341
linha do tempo e, 277
funciona, 86
desorientador-de-pacientes, 262 futuro da terapia, 488-491
ver também desorientador guerra e, 484-488
destino, 188 hipnotismo e, 245
desvanecer história de, 479-481
definição, 2 52 legislação e, 205
determinado exteriormente no Século XXI, 503
definição, 2 81 objectivo da terapia, 13, 24
o que faz e o que é, 10
determinismo-exterior, 168
outras práticas e, 203-204,342,
dez passos, 247 476
rotina, 304-306 passado e futuro, 479
diabetes, 114 pertence a, 2 04
diagnóstico, 221-238 pesquisa de, 152,406,417
computar sobre um caso, 474 preventiva, 445
descrição do diagnóstico de primeiros socorros, 444-445
Dianética, 2 36 procedimento de dez passos,
factores no, 2 3 o 304-306
percepções e, 2 3 o ramos de, 187
QI e, 237 rotina em, 246
regra no, 226 simplicidade de, 213
Dianética terapia
âmbito de, 7-11 coisas que não se devem
antecedentes filosóficos, 479 fazer, 475
audição, objectivo, 24 terminologia, 27
aventura, 1, 4 Dianética de Grupo, iii
ÍNDICE REMISSIVO

Dianética Educacional Dinâmica Quatro, iii, 43, 48-49, 497


descrição,187 ver também Humanidade
Dianética Individual, i dinâmica(s), 42-44, 48, 103
Dianética Institucional, 209,455 auxiliada por outras dinâmicas,36
bloqueada,127,161,182,292,321
Dianética Judiciária, 481-484
resistência de um indivíduo,
Dianética Médica, 187 182
Dianética Política, 207, 485 competir com as outras
descrição,187 dinâmicas,44
Dianética Preventiva, 187-197, 445 comportamento,44
definição,42,494
à escala individual,189
desbloqueada por,182
à escala social,189
descrição,ii,42-44
crianças,190 de sobrevivência
descrição,188 ver também dinâmica de
mulheres e,196 sobrevivência
Dianética Social, 187 Dianética e,iv
diferenças,402-406 diferentes forças nativas da,443
sanidade e,405 dinâmicas do preclear mais as do
auditor são maiores do que a
diferenciação, 406, 418, 481
força no banco do preclear,437
dificuldades coronárias, 65 dinâmicas do preclear são
digno de confiança menores do que a força no
Código do Auditor,218 banco reactivo,437
emoção e,133
Dinâmica da Humanidade, 44, 127
espectro das,240
ver também Humanidade força da,43
dinâmica de sobrevivência, 32-34, 38, inerente,35
47 inibida por engramas,50,498
abranger a espécie e os simbiotas, inteligência e,50,498
43 mente analítica e,61
emoções e,133 nunca resiste ao auditor,214
enfraquecimento da,33 quatro dinâmicas,41-45
indivíduo e,135 sobrevivência,27
quatro dinâmicas, subdivisões da, Dinâmica Três, 48
48 ver também grupo, iii
quatro factores,42 Dinâmica Um, iii, 43
supressor(es) e,34,135,293,485 disco fonográfico, 124
Dinâmica do Grupo, 43, 45, 48 ditador, 168
Dinâmica Dois, iii, 43, 48 doença, 122-123
bloqueada,161,321 70 por cento são psicossomáticas,
ver também criança; sexo 111
Dinâmica do Sexo, 43, 48 delírios da,73
DIANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

demora entre a restimulação e, preparados farmacêuticos,118


452 tratamento por remoção de
depressão do nível dinâmico,123 tecidos,119
doença de infância,122,161,190 "dois homenzinhos pendurados pelos
precipitada por,122 calcanhares", 352-353
quebrar dramatizações e,100 dor, vi
teoria microbiana e não analisador retirado do circuito,88
microbiana da,11, 112 células e,88
tipos de,112 comandos de dor física e de
valor de sobrevivência e,420 emoção dolorosa,414-417
doença mental comandos engrâmicos e,414
antigos tratamentos para,7 descrição, 28,30,49,498
inorgânica e orgânica,173,237 desligamento,336,338,384,430
doença psicossomática, vi, 111-131, diferença entre bancos padrão e
425 bancos de engramas reactivos,
75
70 por cento dos males do
engrama contém,83,124
Homem,10
fingida,416
aberração e,125
força afastadora,28
Aclaramento e,13
dores "imaginárias",416
agarrar-se a,295
mente analítica e,67,88
alívio da,157
mente reactiva e,50,499
"bem precioso",130
morte e,28
catalogação da,222 necessidade de evitar,38
causada por engramas,51,499 organismo e,3 2
cinco classes de,120 prazer e,32-34
classificação,22 5 reacção às fontes de,178
Clear e,viii,207 remexe-se e contorce-se quando
crónica,127,143,293 lhe pedem para se aproximar,
fonte, 419 431
definição,111-112 teoria do estímulo pela,37,39,178
Dianética e,i dor de cabeça
dinâmicas e,iv enxaqueca,ver enxaquecas
doença autogénea,112 nascimento e,351
ferimento antigo,236
dor de dentes, 184
fluxo de fluido e,120
fonte de,51,83,173,499 Doutrina do Dado Verdadeiro, 129
fonte oculta,iv dramatis personae, 392
fundo de compaixão,127 dramatização, 97-98
fundo de pró-sobrevivência,127 acidentes e,112
grau de,225 bloqueada,11 o
key-in,160 cada aberrado tem dramatizações
Liberado e,viii padrão,392
mente reactiva e,65 causada por engramas,97
ÍNDICE REMISSIVO

contágio da, 164-165 élan vital, 2 8 O


definição, 97 electrochoque, 119, 141, 180, 185,238
exemplo de, 97,321 alteração mental, 440
pessoas sob tensão e, 164
bancos de memória e, 441
quebrar uma, 1 oo
caso, 457
valência e, 97-98,143
efeitos de, 456
dramatização de ira-compaixão, 140
electroencefalógrafo, 2 80
droga(s), 432-437
definição, 2 80
causar alterações mentais
orgânicas, 440 Ellis, 125
doença psicossomática e, 131 embrião, 159, 194
hipnose por, 176 emoção, 133-147,279
hipnóticas
banda somática e carga
venenos, 152
emocional, 391
pacientes que imploram que os
caçador de ursos pardos,
draguem, 246
exemplo, 136-138
protecção da mente e, 201
carga
razão dos efeitos incertos, 118
localização da, 330, 369
drogas hipnóticas
ciclo completo da, 138
venenos, 15 2
comandos de emoção dolorosa,
dub-in, 234, 379 414-417
cenário pré-natal, 3 81 conteúdo dos engramas e, 145
demónios, 234 definição, 51,500
fábricas de mentiras e, 2 36 desligamentos, 384,415
imaginação, 231,3 35
desligamentos emocionais, 2 7 5
teste da recordação para o dub-1n,
dinâmicas e, 133
234
duas secções, 145
duvidador, 408
emoções negativas e emoções
positivas, 133
E força vital e, 133-134,290
força vital retida, 2 79
Ébrio, O, 224
papel na terapia, 2 79
educação
perda e, 144,307,452
método válido de terapia, 183 quantidade theta, 133
pensamento analítico e, 96
recordação e, 2 O
surto analítico e, 183
riso e, 146
educação anti-engrâmica, 97
três coisas, 51,500
egoísmo, 44 ver também emoção dolorosa
Einstein, 1 o emoção dolorosa, vi, 67
ejecção, 261 banco de engramas é severamente
ejector-de-paciente, 2 61 distorcido pela, 3 15
ver também ressaltador comandos engrâmicos e, 414
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

comece em períodos tardios e comandos nos engramas


trabalhe para trás até ao classes de frases, 398
princípio, 316 classes especiais, 397
descrição de percorrer um comandos para dormir, 366
engrama, 314 dor física e emoção dolorosa,
diferença entre bancos padrão e 4l4-4l7
bancos de engramas reactivos, em restimulação crónica,
75 276
há duas horas ou dez anos atrás, mais importante do que as
388 acções no engrama, 321
manifestação superficial dos ver também comandos
engramas de dor física, 417 engrâmicos
pré-natal e da vida mais recente,
contágio da aberração, ver
310
contágio da aberração, 163
riso e, 147
continuar a pedi-lo, 269
visões exteriorizadas e, 312,384
contra-sobrevivência, ver
emoções negativas, l 3 3 engrama contra-sobrevivência
emoções positivas, 133 crónico, 12 7
encarar dado relativo ao desligamento, 90
a realidade, 14,19,284,474 de coito, 322
endócrino, 117,145 definição, xi, 51,74,83,156,159,
188,277,494,499
emoção e, 145
denominador comum de, 347
mente analítica e, 60
de pró-sobrevivência, ver
energia, 25-26 engrama pró-sobrevivência
energia do tipo eléctrico, 85 de renúncia, 119
engenheiros, 2 04 descoberta do, 151-153
engrama, v, x descrição, xi, 160
aberração e, 51,344,499 desenvolver
abordagem ao, 203 três dias, 465
acreditar e não acreditar, 412 desenvolver-se, 269
aspecto de "ajuda", 287 diferença entre uma memória e,
aspecto dos três dias do, 465 74
ausência de emoção, 305 dinâmicas inibidas por, 50,498
cada percepção é igual a todas as doença, 122
outras percepções, 78 doença, precipitada por, 122
caso de apatia e, 3 77 dois ou três repasses apagarão
caso especial, 401 um, 390
células e, 87 dor física e comando verbal, 120
choques e operações são, 441 dramatização e valência, 143
ciclo de acção, 113 emoção e conteúdo verbal do, 3 2 3
coisas que podem acontecer ao, engrama cruzado e, 177
35o engrama de caso Júnior, 257
ÍNDICE REMISSIVO

engrama de dor física, comece perceptos e,90


perto do princípio e trabalhe perda de aliado e,307
em direcção aos períodos poder analítico e,191
recentes,316 poder do,203,282,303
engrama de quebra,177 prevenção,189
engrama primário,153 primário,153
engramas tardios,388 quando a consciência está
estabelecer a validade do,473 ausente,95
evitar,192 recebido como zigoto,159
exemplos de,75,319-334 recessão e,351
bastões de basebol, 95 restimular o,368
engrama de nascimento, 154 sistema de arquivo de,386
éter, 91 sugestão hipnótica,245
extracção de dentes, 139-141 tem de conter dor física,124
restimulação, 80 terapia e,vi
ver também mulher teste de validade de,472
derrubada e pontapeada tipos de,76,319-334
falar a partir de engramas,223 todos os perceptos,90
falar do conteúdo do,262 três tipos,76
funções orgânicas e,121 única fonte de aberrações,51,499
gravação completa,74 valor de comando,11 o
hábito e,51,499 valor tonal do,143,307
há duas horas ou dez anos atrás, engrama básico, 270
388 engrama contra-sobrevivência, 130,
inteligência inibida por,50,498 182,292-296,300-301, 310
interesse em,376 calcanhar de Aquiles de,301
key-in do,173-185 definição,76,319
língua e,259 exemplos,319-322
livre-arbítrio e,11 o "inconsciência" e,74
maior descarga e,290 restimulador,423-424
memória e,74,251,343 engrama cruzado
mente analítica
definição,177
justificação de engrama e,
269 engrama de "ajuda"
reacção do analisador a ver também engrama; maníaco
engramas,260,262 engrama de compaixão, 128-129
morte dos pais,descrição de descrição,129
percorrer,314 doença e,128,130
não tocado,202 doença psicossomática crónica e,
negligência de,377 419,421-422
nível de necessidade e,135 dramatização,130,143,426
o único caminho de saída é efeitos de,300
atravessando-o, 476 enterrado,327
padrão de treino,96 exemplos,129,294,326-331,429
637
DIANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

finge ser pró-sobrevivência,129 paciente agarrar-se-á a,295


psicossomáticos e,225 pseudo-sobrevivência,292
relutância do preclear e,294 se torna crónico,127
sugestão pós-hipnótica e,78 ver também engrama
engrama de emoção dolorosa, 77, engramas celulares, v
33l-334, 388-391
engramas de compaixão
abertura do caso e,336
padrão básico de,293
alternar conforme necessário,316
carga emocional e,431 engramas de dor física
caso emperrado e,377 carga emocional e,340
definição,77 objectivo da audição e,340
exemplos,331 trabalhar alternadamente com
objectivo da audição e,340 emoção dolorosa,448
perdas e,334 ver também engrama
técnica da palavra única,394 enjoo matinal, 191-192, 363
trabalhar alternadamente como
enquistar
seja necessário
história de caso, 448 a mente inteira,21
emoção,144
engrama de perda, l44, 326
força vital,296
esgotar a carga emocional de,316
tempo e,344
engrama de quebra, 177
enredo,472,475
engrama de renúncia, 119
envelhecer
engrama de Tom 4
ver gerontologia
felicidade,143
enxaquecas, 113,274,324
engrama do tipo supressor, 293
exemplo,293 Equação da Solução Óptima, 48, 103,
4o3
engrama pré-natal
Clear e,44
Clear e aceitação de,157
diferente da memória pré-natal, equação(ões)
158 auditor e preclear,437
exemplos de conteúdos verbais, da sobrevivência,iii
224 de Dianética,41
mais sério do que pós-natal,190 dos prazeres imorais,33
x
percorrer VP = ID ,51,500
exemplo, 227-229 equações
PES e,381-382 Lorentz-FitzGerald-Einstein, 3
engrama pró-sobrevivência, 76 errado, 481
aspectos insidiosos do,300
errar
computação de aliado e, 299
definição,76,292,322 Homem incapaz de,22
descrição,293 erro
exemplos,322,326 erro humano,22,55
ÍNDICE REMISSIVO

fonte primária na computação estimulantes, 434


"racional", 59 estímulo-resposta, v, 37
mente analítica e,56 complexidade do organismo e,37
escala da sobrevivência, l 34 padrão de treino,96
ver também Gráfico Descritivo da estricnina,435
Sobrevivência estrogénio, 117
Escala de Tom, 31 estrutura, 56
deprime a,139 alteração da,439
grande perda e,311 Dianética e,85
níveis sociais,485 estrutura do corpo e engrama
organismo social representado pró-sobrevivência,3oo
na,485 função e,86,353
posição do indivíduo, 2 36 teoria,86
redução de engramas e,349,
éter, 91, 433
388-391
terapia e,390 Eu
uso no diagnóstico, 237 Dinâmica Um,43
escolástica, 23 sobrevivência em termos do,41
esforço cooperativo, 214 "Eu", 56, 108, 115,433
circuitos demónio e,107
espaço, 25-26
definição,vii
espécie
euforia, 119,286,465
âmbito da,30
evitar, 181
espectro, 240, 403
evolução, 6 3
definição,240
de memória,241 exagerador,415,431
princípio do,89 exaustão de combate, 456
espiral descendente, 121, 175, 286 excretos, 60, 116
Clears e,118 exemplo de "toque na minha gravata",
computação de aliado e,425 423
restimulação crónica e,373 Existência
esquecer, 308-309, 327 Princípio Dinâmico da, ii,3,49,
esquizofrénica-paranóide, 71 497
esquizofrénico, 71 exogéneo
definição,152 definição,112
linha do tempo e,250,401,455 doença,112
narcossíntese e,150 exorcistas, 8
estabilidade experiência, má, 75
inerente,1 70 experiência pré-natal, 149-162
estado de morto-vivo, 8 escolas anteriores e,158
Estados Unidos, 168 exteriorização, 312
estalar de dedos, 247 emoção dolorosa e,312
DrANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPo

extracção de dentes, 139,434 fluxo sanguíneo, 116


extroversão, 471 fonógrafo, xi, 74, 95
Fonte

F Fonte Segura, 59
força
fábrica de mentiras, 234,236,364, 382,
41 5 governo pela, 168
definição, 2 34 grupos forçados, 169
detectar, 474 indivíduo forçado, 169
maneira certa de lidar com a, 472 força vital, 279-292
fabricador, 2 34 computação de aliado e, 296
facto, avaliação de um, 2
emoção, 133-134
emoção dolorosa e, 303
farm1ia de aberrados, 169
engramas dispersam a, 50,498
Farragut, 3 42 maior sorvedouro da, 3 oo
Febris, 8 maníaco e, 286-289
feiticeiro, 1 O 5 perdas e, 144
feito a, não feito por, vi, 378,437,461, Plano B e, 481
482 quantidade theta, 144
felicidade, 31 teoria da, 280,290
terapia e, 145,285
definição, 39,50,499
unidades, 2 86
engrama de Tom 4, 143
forma idiota de "pensar", 94
Felis catus, 404
formas de vida, 26, 35
fenobarbital, 432, 436
fotossíntese, 195, 487
ferimento
dor do, 73 fracassos
ferimentos pré-natais, 191 morte e, 50,498
silêncio e, 142,193,195 Francis Bacon, 9,479
ferimentos pré-natais, 191 frase de comando
fetiches, 42 3 classes de, 261
feto, 381 formulação de, 392,394
aspectos físicos e, 326 uso em Dianética, 3 3 8
capacidade para reparar danos, frases, 255
443 arquivista e, 252
faz registos no útero, 158 classes de, 398-402
qualidades de recuperação do, 160 de avaliação favorável, 323
tensão arterial alta e, 324. repetição de, 263
fluido amniótico Técnica de Repetição e, 263
ferimento e, 191 frases de avaliação favorável, 3 2 3
fluxo de fluido, 12o fugir, 181,216
ÍNDICE REMISSIVO

função grupo
estrutura e, 86,116,353 Dinâmica Três, 43
palavra falada a causar mudanças sobrevivência do,41
na função física, 115 valor potencial, 51,500
fundo de compaixão, 127 guerra,8, 167,486-488
fundo de pró-sobrevivência, 13O Dianética e,487
nenhuma justificação para, 486
funeral
Tom 1 internacional, 486
oclusão ou lembrança de, 308
Guiana Inglesa, 7
futuro

H
analisador e, 13 5

G hábito
definição, 51,499
gagos, 196
Hamlet, 225
Galeno, 156 Herbert Spencer, 9, 103, 479
galvanómetro, 3 5 3 hindu
Genghis Khan, 288 escritos, 479
germe, 112, 122-123, 163 trindade, 419
teoria microbiana da doença, 112 hioscina, 4 3 2
gerontologia hiperaudição
definição, 11 7 definição, 2 3 3
glândulas, 117, 3 O1 hipersónico, 2 3 2
governo, 167 hipervisão
governo pela força, 168 definição, 232
gradações,403 hipervisio, 2 3 2
hipnoanálise, 150,251
Gráfico Descritivo da Sobrevivência
locks e, 367
descrição, 28-32
interpretação adicional,34-35 hipnose
aberração e, 81
Grande Charlatão, 293, 313, 406
aparência de insanidade e,71
Grande Curador, 313 auditor e,203
tempo e,293 definição, 115
gravação, xi descrição,457
ao nível celular,x Dianética e,245,312
traço celular de, 156 esquecer e, 3 08
exemplo de "toque na minha
gravidez, 191
gravata",42 3
coito durante a, 177,193,256 experiência,115
Grécia, 168, 308 ferramenta de laboratório, 70
Idade de Ouro da, 7, 9 implanta por sugestão positiva,81
641
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

key-in de engramas e,176 terapia mútua,445-449


maníaco formado durante,142 uso da Técnica de Repetição,
mente reactiva e,76 268-273
não se justifica em Dianética,438 Homem
pengosa,72 afinidade com o,39,128
por droga,ver hipnotismo por comportamento do,42,44
droga é bom,ix,23
revivificação e,18 estabilidade inerente do,170
sono e,92,150 força vital, animal e,283
"toque na minha gravata", geração de amanhã,195
exemplo,69-70,72,78-79 incapaz de errar,22
usado para pesquisa,e depois luta primária,487
abandonado,246 natureza básica do,11
objectivo do,25
variável aleatória,70,72
organismo autodeterminado,37
hipnóticos, 432-433 porção má do,179
hipnotismo por droga, 150-151, 176 reino animal e,xi
engrama e,152 única porção removível,23
ver também narcossíntese ver também Dinâmica Quatro
hipoaudição "homenzinhos pendurados pelos
calcanhares", 352-353
definição,232
homonímica
hipocondríaco,71, 124,330
definição,75
Hipócrates, 309
homossexualidade, 125
hipovisão hormonas, 117
definição,232 hostilidade, 31
hipovisio hostilidade encoberta, 372
teste,234 Humanidade
histórias de caso Dinâmica Quatro,43,48-49,497
caso restimulado, 449-45 2 natureza básica,iv
engrama de compaixão,extracção sobrevivência da,42
de dentes,139-141 Hume, 104
engrama de nascimento,154
filho ébrio de um homem
"destemido,vigoroso",395-396 I
"insano" em posição fetal,325 iatrogénico(a), 1O, 21O, 440
maníaco alterações, 441
homem belo e às direitas, insanidade,21o
291 psicose,237,456
pianista, 291 trabalho,205
por tipo de engrama,319-334 Idade das Trevas, 34
secretismo imposto,378 Idade de Ouro, 485
ÍNDICE REMISSIVO

idade relâmpago, 342 consciência do preclear e,263


identidade(s), 406 contágio da aberração e,164
confusão,402 definição,51,499
diminuição de diferenças e,404 manifestações da,365
mente reactiva computa em,50, mecanismo de protecção,452
256,403,499 parcial,92
pensamento,77-78,256 período antigo de,153
caso Júnior e, 257,368 por droga,177
restimuladores associativos e variedade produtora de
pensamento-identidade,423 insanidade,73
ver também "inconsciente"
identificação, 77
"inconsciente", 67-69
idiossincrasia, 2 2
amnésia total,68
ignorar, 181, 216 boil-off e,262,414
Igreja, 127 contágio da aberração e,164
imaginação, 2 O, 2 3 O emoções à volta de uma pessoa
Clear e, 21 "inconsciente",142-143
criativa,20-21,64,284 linha do tempo e,242
definição,2o mantenha a boca fechada quando
diagnóstico e,230 uma pessoa está,142
função da,135 mente,iv
uso na terapia, 416 perda de aliado e,332
período
imaginação criativa, 20, 64, 284
exactidão de tudo
Clear e,21
encontrado, 81
descrição,21
única fonte de aberração,68
imortalidade, 49, 498
Índia, 308
força atractiva,28
indivíduo
sobrevivência e,47
âmbito do,30
importâncias, 407
autodeterminado,168
computação das importâncias localização no espectro da
relativas, 406-414 sobrevivência,135
Leis da Selecção de Importâncias, mérito de um,51,500
103 óptimo,13
importâncias relativas, 406 valor potencial,51,500
impulso, 37 indivíduo óptimo, 13
incapacidades infância
herdadas,113 perdas de aliados,311
Incógnita Poderosa, vii Inglaterra, 168
"inconsciência", v,viii, 58, 365, 367 insanidade
bloqueio para a memória,453 aparência de,71
bocejar e,227,262,354,365 confusão e,487
boil-off e,365 crónica,93
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

culpa e,483 James Clerk Maxwell, 86,280


definição,34,409 JeanJacques Rousseau, 42
"inconsciência" e,68 jurisprudência, 481-484
insanidade genética,163

K
orgânica,237
definição,21o
temporária,93
key-in, 82,173,185
tratamento da,8
tribunal e,93 baixo nível analítico,174
demora na acção,452
insanidade do tipo depressivo, 71
descrição,173-174
insanidade genética de um engrama,367
definição,163 evitar,189-190
instituições educacionais, 411 exemplo,173,322
inteligência, 50,498 ligação do engrama,96
celular,88 lock primário,367
Clear e,13 mecânicas do,91
inibida por engramas ver também momentos de perda e,311
QI,50,498 key-out, 183,286,420
pessoa aberrada e,38 tratamento físico e,184
inteligência celular, 88 Korzybski, 77
interesse Kraepelin, 453
em engramas,376 Krafft-Ebing, 125
Escala de Tom,31

L
Introdução de um Arbitrário, 103,483
introversão, 460,471
inversão, 306,333 legislação, 2 O5
definição,283 lei
ira, 31 banco de engramas reactivo e,11o
Zona 1,133 sanidade e,93
supressor e,136 lei da afinidade, 103,115,296
ira-compaixão, dramatização de, 140 amor e,371
irracionalidade, 22,124,452 arquivista e,243
definição,22 auditor e paciente,214
fontes de conduta irracional,64 descrição,128
irreverência, 389 mais poderosa do que o medo,76
quebra de,182
irrigação, 161,194,363
violação da,168

J
lei da coesão, 128
Leis da Selecção de Importâncias, 103
Jack Dalton, 224 leis do retomo, 2 76
Jaime Caudilho, 180 lema, 346
ÍNDICE REMISSIVO

lembrança,423-430 condição da,248,276


aliado e,423-424,426-427 definição, vii,242,250,495
definição,423-424,426 descarrilador e,401
doença psicossomática,426 extremidade mais recente da,358
exemplos,427 fora da linha do tempo,385,455
lembrar, 337,430,475 ideias aberradas da,250
maneiras de,19 mover na,415
retorno e,239 pré-natal,310
tudo o que ocorrer,244 preso em tempo presente,337,
344-347,356
lesbianismo, 125
preso na linha do tempo,358
Leucipo, 37 precaução,397
leucotomia transorbital, 119, 237, 440 rêverie e,359
Liberado, viii, 207-211, 317, 477 líquido amniótico
como é produzido,307 saco,194
definição,207,376,495 lisol, 126
funciona pelo menos tão bem literalidade
quanto um "normal",318
mente reactiva e,11 o
recordação de sónico e de visio,
443 "livrar-se disso", 119
valor do,208 livre-arbítrio, 93
ligação soldada, 96 aberrado e,93
definição,96 criança,engramas e,164
totalmente restimulado e,97 mente reactiva exerce um,127
língua qual o engrama usado,110
caso de língua estrangeira,379 "lixo", 234-235
combinações possíveis das lobotomia pré-frontal, 119, 237, 440
palavras e aberrações,222 localização somática, 278
em engramas,277 lock, 82,108, 367-368
factor x, 94
alívio do,388
pensamento engrâmico,
cadeia de locks engrâmicos, 94
exemplos de,2 59
centenas de locks por cada
linguagem, vi, 83 engrama,174
engramas e,75 definição,108,129,150,367
loucura potencial e,83 desaparecer para dentro do banco
neste livro,2 reactivo, 175
nos engramas,127 exemplo,174
linha do tempo, 184, 242-243, 248,252 hipnoanálise e,150
acção do preclear na,276 key-in e,367
agrupador e,261 localizar,388
áreas oclusas da,369 lock primário,367
banda somática e,353 Locke, 104
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
lógica, 295,403-404 mecanismo da pantera negra, 180
bivalente,295 criança e,181
mente reactiva e,419 mecanismo esquecedor, 245, 328
lógica bivalente hipnotismo e,457
mente reactiva e,295,419 ver também frase de comando
Lucrécio, 35,479 medicina
força vital e,134

M medicina da bacia do barbeiro, 119


médico
maçãs e bichos, 7 7
Dianética e,476
mãe incompreensão da função
Dianética Preventiva,190,197 cerebral pelo, 440
maior bem, 44 que recomenda aborto, 161
mal medo, 133, 136-138, 145
Homem e,23,179 atraso de um caso e,378
o bem e o mal, 481 Medos Sinistros e
maneirismo, 423-424, 426-427 Desconhecidos,1
Clear e,429 paralisia de, 136,161
maníaco, 142, 286-289 melancolia, l 46
Aclarado,290 memória
antigas escolas de cura mental e, definição,75,495
287 desordenada pelos choques
definição,286 eléctricos,383
euforia e,286,465 engramas e,74,251,343
exemplos,288,290-292,324 espectro de,241
instalado no hipnotismo,71 sistema de índice,242
propósito básico, 288 mente
voltado a decair,465 actividade mais importante,21
maníaco-depressivo, 142, 153 capacidades e actividades,23
Maniqueu, 126 ciência da,ver ciência da mente
excelente peça de equipamento,
culto de, 126
descrição,317
máquina de calcular, 2 2 função da,50,498
máquina de computação, 55, 180 funcionamento da,402
masoquismo, 32 3 "inconsciência" e,67-68
matemática, 404-405 mecanismo que se autoprotege,
201
matemático, 9
organismo extremamente rijo,
mau da fita 462
mente reactiva, 59 pode retornar,18
Mazda e Ahriman, 419 poder total da,60
646
ÍNDICE REMISSIVO

posto de comando de operação, cinco rumos ao lidar com dados,


64 179-181
propósitos básicos da,23 composta de engramas,77
protecção,201-205 computa em identidades,403
regista continuamente,68 definição,50,495,499
sabe como a mente funciona,219, descrição,v
470 discussão da,223
tempo,275 exemplo de
três divisões principais,55 maçãs e bichos, 77
mente analítica, 55-61 peixe, 79
fonte de doenças psicossomáticas,
atenuada, 51,499
173
bancos de memória padrão,57
forma idiota de "pensar",94
células e,x
funciona em termos de absolutos,
computação, 77
41 9
computador e,56
hábito e,51,499
computa em diferenças,403
identidades,50,256,499
consciência e,73
identificação,77
corpo e,59-60,139
impinge engramas à mente
dados e,50,55,57,59,95,129,499 analítica e ao organismo,173
definição,vii,50,495,499 inteligência celular combinada,
demónio parasita e,107 88
desligamento da,387 literalidade da,110
dinâmicas e,61 livre-arbítrio e,127
do preclear mais a mente analítica lógica bivalente,295
do auditor,437 mente analítica e,159
incapaz de erro, 56 muito robusta,74
justificação e,269 organismo social tem a sua,484
mecânicas da,229 punição alimenta a,179
mente reactiva e,160 Simão Simplório,140,223,425
momentos não-analíticos e,88 sobrevivência e,420
monitor e,55 todos possuem uma,65
nível de necessidade e, l 35 Zonas e,134
nunca resiste ao auditor,214 ver também banco de engramas
padrão de treino e,60 mente somática, 55
permanecer desaberrada,182 definição,50,499
personalidade básica e,15 O
mérito
sentido de tempo,66
de um indivíduo,51,500
mente reactiva, v, 55, 63-83
metafísica, 25, 104
A=A=A,77,223
meticuloso
arquivista e,242,277
banco, períodos de Código do Auditor,218
"inconsciência",73 mímica, 426
células e,x,87,156 miopia, 109
DIANÉTICA: O PonER DA MENTE SOBRE o CoRPO

misticismo, 25, 104 narcotizado


Moloch, 409 sentir-se narcotizado,92
ver também boil-off
monitor
nascimento, xi
descrição,55
arquivista, 352
monitor do banco
contactado prematuramente,351
definição,242 engrama de,154-158,183
monólogo, 191, 255, 385 experiência pré-natal e,149
morfina, 433 mesmo engrama para a mãe e a
criança,166
morte
numa mãe Aclarada,196
aliado,perda de,306-307 passo um da rotina e,304
caso de "instinto de morte",331 redução do,337
espectro de, l 34 Natureza, ix, 156
fracassos e,50,498 natureza senciente, 21, 38
impulso para se afastar da,28
necessidade, 36-39, 12 3
paciente pedindo para não falar a
respeito da,309 necessidade de sobrevivência, 123
mudança de valência, 341, 361-362 negador,308
acção na linha do tempo e,277
exemplo,361
cancelador e,245
mulher derrubada e pontapeada, 7 5, definição,261-262,495
80,82 exemplos,261,321,398
computação analítica,77 Técnica de Repetição em,271
computação da mente reactiva,78 negador-de-engrama,261, 321
dramatização,97, 99-100 ver também negador
key-in,82 negligência
lock,82 de engramas,377
sugestão positiva,81
neurónios, 85
valências,98-1oo
neuroses,66
mulheres, 195-196
aclaramento e,13
Dianética Preventiva e,196 Dianética Institucional e, 209
mulheres psicóticas,177 exemplo de,71
paciente com ódio de,464 mente reactiva e,65
multivalência, 98, 152, 329 orgânicas,439
trabalhar um caso neurótico, 341

N neurótico,83,221,291
sugestões positivas, 81
"Não Poder Acreditar", 406-414 Newton, 9
Napoleão, 45 ninfomaníaca, 330
narcossíntese, 142, 150-151, 251, 456 Nínive, 171
descrição,150 Nirvana, 116
ÍNDICE REMISSIVO

nível de necessidade, 135-137,285,420 sensação,ver sensação orgânica


indivíduo de dinâmica baixa e, sensações internas,20
420 organismo, 3 2
nomenclatura, 2 7 células e,85
norma complexidade,estímulo-resposta
por volta de Tom 2.8,31 e,37
mente analítica e,60
normal, 83, 208-209
na presença de dor física,88
definição,208
quando dramatiza um engrama,
Liberado versus,467
98
Norte de África, 284-285 quatro meios pelos quais pode ser

o
diminuído,113
social e individual,484
órgãos, 121
objectivo absoluto, 49, 498
ortopedia, 112
objectivo da sobrevivência, 49, 498
ouvido, 15-16, 156, 231-232
objectivo da vida, 26
amplificado, ver ouvido
objectivo do Hometn, 25-39 amplificado
oclusão, 140, 369 ouvido amplificado, 114, 156, 231
aliado ou pseudo-aliado, 307 ouvidos a zumbir, 16, 437
emoção oclusa,346
óxido nitroso, 139,433,436
pessoa oclusa,definição,307

p
óculos, 16
olfactivo (cheiro), 18, 20
olhos, 109, 113-114 paciente, 215
"olhos da mente", 19 agarrar-se-á a um engrama
operação pró-sobrevivência, 2 95
anestésicos usados numa,164,445 banda somática e,353
classes de pacientes,454
cirúrgica
Código do Auditor,218
deve ser percorrida como
de dinâmica muito baixa,443
engrama, 441
esforço cooperativo entre auditor
fontes de alteração mental,
e,214
44o
não pode ver as suas próprias
contágio da aberração numa,164
aberrações,214
silêncio e,142
oposição do,226
ópio, 432, 436 preclear e, 2 30
orgânica problemas externos do,460-461
alterações mentais orgânicas, que mostra descontracção e
439-44l irreverência, nível de tom do,
engrama e funções orgânicas,121 389
insanidade tem desligamentos,417
definição, 21 o ver também preclear
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
padecimentos, 113 partida, 334
padrão de conduta, 76 do aliado ou afastamento da
padrão de conduta de sobrevivência, pessoa de um aliado,308
44,48,64,76,217 passado
Equação da Solução Óptima,44, o que o paciente sabe a respeito
48,217 do,175
padrão de treino, 60, 96 Pasteur, ix, 112
definição,51,499 patologia, 112, 123
pai
efeitos de doença,122-123
três estádios de, 112
animosidade contra,369
Pavlov, 175
contágio da aberração e,164
ver também criança PB, ver personalidade básica
pais peixe, 80
exemplo dos processos da mente
dados de,467
reactiva,79
palavra
Penates, 8
aberrações e,222
penicilina, 163
cadeias,392
contida nos engramas pode "agir" pensamento analítico, 96
como um "botão de pressão" justificação e,96
sobre o aberrado,424 pensamento-identidade, 79, 368
demónio de oclusão e,108 Absoluto do,419
dor, como uma palavra,124 aliado e,424
"eu" , usado nos engramas,109 diferenciação de tempo e,40 5
sentir, a palavra tem vários restimuladores associativos,423
sentidos,415 pensamentojustificativo,96,223
técnica da palavra única,392 definição,316
"tu", usado nos engramas,109 pensamento reactivo, 97
palavras chave para a repetição, 393 pensar, pensando, pensamento,vi
papel do auditor, 213-219 forma idiota da mente reactiva de
PA (personalidade aberrada), 151 "pensar",94
imaginação e,20
paralisia, de medo, 136, 161
justificativo,97,316
paralisia regressiva, 161 pensamento analítico,96
parar a terapia, 468 pensamento reactivo,97
paratireóide, 11 7 três tipos de pensamento,96
pentotal sódico, 150
parcheesi, 261
percepção, 14-17
parede de valência, 302, 307
cada percepção é igual a todas as
parentes outras no engrama,78
dados de,467 definição,14
paresia, 238, 439 diagnóstico e, 2 3 o
650
ÍNDICE REMISSIVO

diferenças de percepção sónica, pesadelos, 1


15 B1e,435
engrama contém todos os picador de gelo, 8,141,185
perceptos,90 pirâmide, 2 51
extra-sensorial,381
pituitrina, 117
oclusa na recordação,109
Plano A, 480
percepção acima do óptimo, 2 3 2
Plano B, 481
percepção extra-sensorial, 381-382
Plano C, 481
percéptico
plano de trabalho triangular, 463
definição,495
pneumonia, 326
percepto
poder analítico, 89-92
arquivado como um conceito,57
lista de perceptos,58 área pré-natal e,382
engramas e,191
perda, 144,305-307,309,311-316, redução,89
330-331,333-334 restimulação do engrama e,90
descrição de percorrer,314 Zonas e,89
do aliado,302 ponte, 484,490-491
encontrar um momento de,336 construa uma ponte melhor,491
pengo construída sobre o abismo,101
reacção a uma fonte de,180 pós-natal
perpetuação, 120 versus pré-natal,190
definição,112 prazer,28, 32-34,38-39,49,129,498
persistente definição,3o
Código do Auditor,218 descrição,39
personagens dramáticas, 98 dor e,28
força atractiva,28
personalidade, 15,98,151 força vital,290
ver também personalidade básica prazeres imorais, equação dos, 33
personalidade aberrada (PA),151 precipitação
personalidade básica definição,112
arquivista e,249-250 preclear
definição,151,468 auditor e,equações,437
personalidade dividida, 98 contactar o engrama,262
perturbação, 68 criticar,corrigir ou julgar o,471
do corpo,120 definição,215,495
duas categorias,124 indicadores e manifestações
orgânica,442-444 computação de aliado,306
envergonhado do seu
perversão, 125,127
passado,378
perversão sexual, 125-127 riso,146
PES, ver percepção extra-sensorial introversão do,460
DrANÉTrcA: O PoDER DA MENTE soBRE o CoRPo

nunca atacar o, 438 problemas externos dos pacientes,460


óptimo, 235 progressão geométrica,32
paciente e, 2 3 o invertida, 118
relação com o auditor, 342
propiciação,370-372
relutância, 294
responsabilidade de, 461 propósito básico, 2 8 8
transtorno emocional na vida do protoplasma,74
paciente, na altura da terapia, pseudo-aliado,299,425
431
definição, 307
vida privada de um, 476
oclusão e, 307
visões exteriorizadas e, 312
ver também paciente psicanálise,i,205,209,338,466
predisposição,80, 112,120 psicologia,205,282
definição, 112 psicologia "infantil",170
pré-liberado psicoses
definição, 215-216,495 Clear e, 13
pré-natal,x iatrogénicas, 237,456
computações de aliado e, 299 mente reactiva e, 65
condições no útero, 3 86 não orgânicas, 439
descrever o cenário, 3 81 orgânicas, 439
registos não engrâmicos, 156 produzidas por hipnose, 71
preocupação psicossomático
definição, 257,409 definição, 112,495
preso em tempo presente, 337, psicoterapia
344-347, 356 único avanço da, 8
preso na linha do tempo,358 psicótico,454
previsibilidade psiquiatra,184
Clear versus aberrado, 93 psiquiatria,205,45 l
primeiros socorros classificação e diagnóstico, 221
Dianética, 444-445 punição,178-182
primitiva
contágio da aberração e, 167
sociedade, 8,165 sociedade e, 97, 167
tribo, 7 sucumbir e, 181
Princípio Dinâmico da Existência,ii,
3,49,497
princípio do espectro,89 Q
QI,110,208,237,248
prisão de ventre, 3 6 3
sugestão positiva e, 116 quantidade Q,434-435
problemas de vesícula biliar, 2 35 quinina,386,436
652
ÍNDICE REMISSIVO

R capacidade, variação de pessoa


para pessoa, 1 7
raça capacidade, variações em, 19-20
tem tanta grandeza quanto seja cinestésica (movimento e peso),
autodeterminada, 168 20
racionalidade, 21, 404, 482 classes de, 454
autodeterminismo e, 168 desligamento de, 442
Dianética e, 11 paciente de dinâmica muito
do que depende a computação baixa e, 443
racional, 409 diagnóstico e, 2 3 o
Equação da Solução Óptima e, 44 imaginação e, 2 3 o
irracionalidade e, 452 Liberado e, 443
numa pessoa Aclarada, 2 2 nomes de Dianética para, 2 o
sanidade e, 61 olfactiva (cheiro), 18,20
teste da, 406 óptima, 19
teste fundamental, 481 orgânica, 2 o
racionalização, 316 percepção oclusa na, 109
acção, conduta ou condições e, personalidade básica e, 151
316 potencialidade da, 59
rapport rítmica, 20
entre auditor e preclear, 374 somática (dor), 20
Raul, 257 sónico (som), 20
táctil (tacto), 20
razão,483
térmica (temperatura), 20
problemas nacionais e, 486
testar a, 20,234
reacção três classificações de casos, 3 3 5
a uma fonte de perigo, 180 visio (visão), 20
realidade recordação imagética, 18
encarar a, 14,19,284,474 recordação imaginária, 3 3 5
Homem e a, 2 84
importância para o auditor, 468 recordação não sónica, 3 3 5
percepção e, 14,19 redução, 341,348, 350-352
rearquivamento, vi-viii, 121, 213, 215, apagamento e, 348-349
303,316,347 Escala de Tom e, 349,388
artrite e, 121 exemplo, 349
tudo o que está preso ao engrama, redução comática, 367
175 ver também boil-off;
recessão, 266, 351 "inconsciência"
arquivista e, 2 73 reduzir, 336
reduzir até à, 350 definição, 348,495
recordação,230, 233 quando qualquer frase ou palavra
bancos de memória padrão e, 59 num engrama não se reduz, 393
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

reequilibrar exemplos,260-261,399
definição,357 frases,356
um caso,464 linha do tempo regulada por,276
reexperimentar, 17-18 palavras contidas num, 394
registos ressentimento, 31
de uma vida estão disponíveis,68 restimulação, 461-464
regra de ouro, 142 afinidade e,80
artificial,291
regressão, 18, 240
atraso do restimulador,definição,
definição,18 453
descrição,17 auditor pedir engramas, 368
regulador da função vital, 60, 96 cancelador e,245
definição,60 casamento e,372
engrama e,118 crónica,91,276,286
Relatório de Kinsey, 257,473 do auditor,353
relógio na mente, 2 75 doença de infância e,122
doença e,452
relutância, 294
dramatização e,97
remoer, 351 escapar à,165
Renascença, 34 exemplo e descrição,80
repetir o disco, 33 9 mecanismo de,424
definição,339 mutuamente restimulativas,
definição,463
repressões, 70, 124
poder analítico e,90
Clear e,13 problema num caso restimulado,
mente reactiva e,65 449-452
reservado, 218 uma maior ou menor,90
Código do Auditor,218 restimulação artificial, 2 91
resistência, 431 restimulador
à doença,122 associativo,294,423
dinâmicas bloqueadas e,182 ver também restimulador
resolução associativo
de problemas não resolvidos,30 criança vive com,170
responsabilidade,461 definição,90-91
exemplos de, 81,90-91,170
resposta relâmpago, 341, 358-360
orgânico,121
definição,360 questão de acaso e,93
respostas resolvido por mudança de
erradas,23 ambiente,183
mente e,23 restitnulador associativo, 294, 296,
ressaltador 423-427
definição,261-262,495 exemplo,423
descrição,399 pensamento-identidade,423
ÍNDICE REMISSIVO

restimulador orgânico, 121 Ronald Ross, 187


resti1nulativa germe de malária,267
dor,uma palavra restimulativa, rotina, 244, 304-306
124 ensaio, 246
"Retoma a passar por ele", 2 71 Rousseau, Jean Jacques, 2 84
retomo, vii, 239 Rússia, 168

s
arquivista e,243
dados,154
definição,17-18,239,241,277
desempenho total da recordação sacerdócio, 167
in1agética,18 sadismo, 125, 323
enviar uma porção da mente,17
Sangue e Areia, 224
instruir o paciente sobre,345
leis do,276 sanidade
lembrar e,239,337 definição,405
teste da capacidade de,18 engrama de quebra e,177
vantagem,19 lei e,93
visões exteriorizadas e,312-313 lembrar e,43O
rêverie, 202-203 ponte entre a insanidade e,154
auditor presente,438 racionalidade e,61
descrição,244 ver também racionalidade
exemplo,246 saúde
explorar para ver se há material energia libertada do banco de
quando o preclear está em,304 engramas,290
mais profunda do que você deseja, Sax Rohmer, 126
338
Schopenhauer, 129
mostra onde o preclear está preso
na linha do tempo,359 secretismo, 378,432,474
processos básicos, 247 sedativos, 432
rotina para produzir,244 segredo,379
serve para fixar a atenção em si "Segue adiante", 2 71
próprio e no auditor,335
Segunda Dinâmica
três coisas que usamos,243
uso de,num lock,445 ver também Dinâmica Dois, 126
reviver, 18, 241, 454 segurador
revivificação, 18 acção da linha do tempo e,276
cancelador e,245
definição,17
definição,399,495
riso, 146,389
descrição, 261-262
alívio da emoção dolorosa,147 exemplos,319,355,399
descrição,146 palavras contidas num,394
rítmico, 20 Técnica de Repetição e,264
Roma, 7, 33,168,308 uso no preclear,338
655
DIANÉTICA: o PODER DA MENTE SOBRE o CORPO
segurador-de-paciente, 2 61 com unhas e dentes
ver também segurador ver também SOBREVIVER!,
selecção natural, 123 98
semelhanças, 404, 406
conduta aberrada e,48
depende das respostas certas,168
sensação orgânica, 14 dinâmica,ver dinâmica de
definição,90 sobrevivência
gravidez e,192 dinâmicas e,41-43
sentidos, 115, 2 33 doença e,42 o
servir de ponto, 349 Homem em afinidade com o
sessão Homem,39,128
mente e,403
básico-básico e,252
métodos de,27
ver também dez passos
nenhuma sobrevive sozinha,36
sexo,42, 126,176 objectivo absoluto da,49,498
Dinâmica Dois,43 óptima,44
dor e,323 padrão de conduta,44,48,64,76,
sociedade e,160 217
Shakespeare, 156 perda de factores de
sífilis, 456 sobrevivência imaginados,290
silêncio, 142, 193, 195 potencial de,50,289,498
prazer e,28
na presença de um ferimento,196
Princípio Dinâmico da
silencioso Existência,26,47
Código do Auditor,218 recompensa da,49,498
silogismo, 404 supressor de sobrevivência,34
Simão Simplório, 140,223,425 tecnologia primária de,35
mente reactiva,140,223 única dinâmica de uma forma de
vida,27
simbiota, 43, 49,497
único impulso dinâmico,ii
definição,43,496
sobrevivência infinita, 26
simbiótico, 36
SOBREVIVER!, 42, 104
simplicidade, 3
dinâmicas,240
sinusite, 65, 113, 330 espectro de,241
nascimento e,2 25 ordem,28
sistema de arquivo de engramas, 386 Princípio Dinâmico da
sistema de fusíveis, 67 Existência,49,497
único denominador comum,26
sistema de índice cruzado, 57
ver também sobrevivência
sistema nervoso, 118
sociedade, 164, 166
teoria eléctrica do,67
autodeterminismo da,168
sistema nervoso autónomo, 118 Clears e,168
sobrevivência, 47 complexo de punição e,97
aliado e,424 contágio da aberração na,164,166
ÍNDICE REMISSIVO

Dianética Política,207,485 experiência ocorrida durante,89


eliminar causas da aberração,189 hipnotismo e,92,245
mulher e,195 submente, iv
ponto de ruptura,485 sucção,337
prazer e,33
sucessos, 49, 498
primitiva,165
sexo e,160 sucumbir, 181, 216
sociedade ideal, 482 sugar para o incidente,3 5 6
Sócrates, 6 5 sugestão, 69-81
solução auditor e,229,458
maior bem,44 engrama de compaixão e,78
ver Equação da Solução Óptima, exemplo de,69
48 ouvido,visão,táctil aumentados
solução óptima, 44-45, 48, 373 ou diminuídos,114
ver também Equação da Solução "pega" ou não,70
Óptima pós-hipnótica,69-70,78
tipos de aberração e,70-72
som,230
ver também sugestão positiva
somático, 20, 124
sugestão pós-hipnótica, 69-70, 78
anestésicos e,433
arquivista e,252 sugestão positiva, 81, 114, 116, 152
boil-off e,384,414 auditor e,229
definição,23o,496 coração e fluxo sanguíneo,116
indicador da presença de engrama e,75
qualquer,414 hipnose e,69
"maior intensidade" de,274 impedir a,245
redução do,349 insanidade e,72
tipos de,365 mudança de valência e,362
validade do engrama e,473 negador e,308
sonho,256,360,365 neurótico,81
nunca instale,458
sonho do esperma,3 5 8
pensamento justificativo e,96
sonhos de drogas, 312
sistema endócrino e,118
sónico (som), 15, 20,231 suicida, 128
apagamento e,375
sulfamida, 163
definição,23 o,496
desligamento,269,375 superstição, 167,485
exemplos, 258 supressão
recordação,335,454 emoções e,133
Liberado e, 443 supressor,47, 135-138,293
sono definição,496
boil-off e,262,366 engrama do tipo,293
desligamento analítico,92 germe actua como,123
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPO

Gráfico Descritivo da quando é usada, 262


Sobrevivência, 34 exemplos, 257-260
oclusão e, 369 rotina e, 305
represa a emoção num engrama, se o paciente não trabalha bem
144 com a, 391
sobrecarregado pela forma de só dirigida à acção não à
vida, 35 aberração, 268
supressor de sobrevivência, 34 técnica da palavra única, 392-393
zonas de sobrevivência e, 47 tempo presente e, 358
supressor de sobrevivência, 34 uso da, 455
surdez, 58 Técnica de Retomo, 458
histérica, 2 31 telepatia, 385
surdez da tonalidade do som, 65
tempo, 293, 344
surdez "histérica", 2 3 2
arquivista e, 252
definição, 2 31 controlar o preclear no tempo,
swami, 116 275
em terapia, 291,464

T Equação da Solução Óptima e, 44


Grande Charlatão, 313,406
táctil (tacto), 14, 20, 115 na terapia, 467
tacto estimativa do, 210, 466
ver também táctil (tacto),14 níveis conscientes versus níveis
talismã, 423 reactivos, 159
tecido, remoção de, 119 sentido de tempo da mente
analítica, 66
técnica
passos da, 304-306 tempo passado
técnica da palavra única, 392-397 paciente a falar no, 34 3
Técnica de Repetição, 391 tempo presente, 358-359
tipos de, 277 definição, 358
técnica da palavra única, 392-396 desorientador e, 401
história de caso, 395 paciente a falar no, 343
Técnica de Repetição, 262,277, 328, preso em tempo presente, 337,
337,355 344-347,356
definição, 458 ressaltador e, 262
demonstração da, 264-266, teste do preclear estar em, 358
271-273 tensão, 164, 173-174, 207,213,463
descrição, 263 tensão arterial
desligamentos e, 384
alta, 65,121,386
esperteza do auditor e, 267-268
história de caso, 268,273 "Tens de acreditar", 410-414
lidar com os desligamentos caso de, 410
usando a, 345 de aliado ou antagonista, 418
ÍNDICE REMISSIVO

tentativa de aborto, 160-162, 192-194, aliado,418


223,298,347,364 Clear,13
cadeias de engramas de da recordação,234
compaixão e,330 para o dub-in, 234
cérebro e,441 engrama,473
desligamentos e,442 hipovisio,234
incapacidade fisiológica e,443 racionalidade,406
tentativa de aborto mútua,300 recordação,20
teoria do estúnulo pela dor, 37,39,178 tempo presente, preclear e,337,
358
teoria eléctrica do sistema nervoso, 67
testosterona, 117
teoria não microbiana da doença, 11
Theda Bara, 224
Dianética e,112
teoria sobre estrutura, 86 8 (theta), 133,144
Tio Gastão, 429
terapia, 248
axioma fundamental da,153 tirar o casaco, ver "toque na minha
continuar a pedir o engrama,269 gravata", exemplo
de dois em dois,ou de três em três tireóide, 11 7, 3 O1
dias,434 tom
delineamento inteiro da,246 agudo,31
descrição,vii ciclo de,135,137
Escala de Tom e,390 engramas e,143,307
expressada resumidamente, vi exemplo, homem e urso,136
futuro da,488-491 geral,31
iniciar a,202 guerra e,486
lema,continuar a pedi-lo,346 mente reactiva e,134
métodos válidos de,183-184 paciente na área de Tom 2,390
mútua,445-449 pessoal,extravalência ou
objectivo da,iii,13 dramatizado,142
parar a,468-471 quantidade de desligamento
processo de raciocínio,226 analítico, 89
propósito da,213,245 Tom O,31,485
propósito e acção da,303 Tom 0.2,paralisia de medo,136
rotina,244,246,304-306 Tom O. 5,apatia,349
tarefa da,303 Tom 0.6,terror,136-137
tempo na terapia,291,464-467 Tom 0.9, medo,136
estimativa do, 210, 466 Tom 1,31,485
térmico (temperatura), 20 Tom 1.5, 31
terminologia, 2 7 Tom 1.9, 31
Tom 2,31
Terra Incogn,ita, 1-2
analisador desliga-se, 137
terror, 134, 136 paciente na área de Tom 2,
teste 390
aberração,406 sociedade em Tom 2,485
DrANÉTICA: O PoDER DA MENTE SOBRE o CoRPo

Tom 2.5, aborrecimento,137,350 unhas e dentes, 98-99


Tom 2.8, 31 unidades de atenção, 243
Tom3,31 unidades monitoras do banco, 242
Tom 4, 31,389,485
universo, 9, 25,43,48,487-488
tom emocional do nascimento,
166 universo finito, 2 5
uso no diagnóstico,2 36 urina, 60, 116
zonas de,31 urso pardo, 136
topectomia, 2 37,440 útero, 386
"toque na minha gravata", exemplo, memórias do,x
69-70, 72 ,78-79,423 os períodos mais aberrativos,159
restimulador associativo,42 3 saudades do,xi
Torquemada, 287 "ver" o lado de fora,381
transe,245-246, 338,433,459 vida no,159
esforço para poupar o "Eu" e,2 51 voltar ao,158
hipnótico profundo,433
profundidade de,249
ver também transe amnésico; V
transe hipnótico valência
transe amnésico, 115,433,459 aliado,425
definição,115 causada por engramas,97
esforço para poupar o "Eu" e,2 51 definição,98
"profundidade de transe",249 descarrilador e,401
versus rêverie, 246 dramatização da,124
transe de drogas, 433 dramatização e,143
lembranças e,424
transe hipnótico, 69, 245
mudança de,341,361,424
transferência, 246,470 multivalência,152, 32 9
tratamento físico, 184 que se usa com mais frequência,
tratamento por remoção de tecidos, 42 4
119 tomar uma,139
três dias, 453,465 valência vencedora,99,124,139,
trocadilhos, 256,360 143
vencedora,139
truque indiano da corda, 104
visões exteriorizadas e,312
tuberculose, 113
valência vencedora, 99, 124, 139, 143

u
úlceras, 113
valor potencial
de um indivíduo ou de um grupo,
51,500
exemplo,2 97 variáveis, 15
história de caso,445 Vedas, 35
660
ÍNDICE REMISSIVO

verdade vozes mentais, 106


X
científica,ii,2 5 VP = 1D, 51,500

w
Doutrina do Dado Verdadeiro,
129
verdade científica, ii, 2 5
vergonha, 344 William Harvey, iv,ix,156
vida, 26
aspecto cíclico da,26
esforço de grupo,36
X
espectro de,2 8 xamã, 7-9
objectivo da,26 demónios e,105
violação, 1 76 xamã Goldi, 7
violino, 14-15
vírus, 123,157
Charles Darwin,63
z
zigoto, 30,158-159,194
visão, 16, 2 30
Zona 1, 136
visão a1nplificada, 2 31
sociedade na,167
ver também visio (visão), 2 31
Zona 3, 135
visão exteriorizada, 312,384-3 85
Zonas
abertura do caso e,336
definição,384 auditor a localizar o preclear nas,
236
visio (visão), 20,230-231
descrição,3o
definição,23 O, 496
Zonas 0-4,30,47
recordação ver também visão, 443
dos estados de ser,3o
vista, 114 emoção e,133
vitamina B 1, 435 nível de dor,80
pesadelos e,4 3 5 poder analítico e,89
vivissecção, 44 3 zonas de sobrevivência,4 7

661
O Seu Próximo Passo

A AVENTURA...

AINDA MAL COMEÇOU!


Tem nas suas mãos o livro que contém o procedimento passo a passo para
apagar a mente reactiva e alcançar o estado de Clear. Mas apenas uma coisa
se encontra entre si e essa liberdade: a sua perícia e a do seu co-auditor.
Mas agora essa perícia está facilmente ao seu alcance. Porque aqui está Como
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reactiva, todos os tipos de engramas, nascimento, pré-natais, emoção,força
vital, Clear e mais. Estão todos aqui com efeitos especiais de tecnologia
de ponta para que veja a anatomia completa da mente reactiva e, assim,
o modo de a aclarar. Então, com demonstração atrás de demonstração,
aprenderá também todas as técnicas de audição na sua aplicação. E tudo
apresentado passo a passo com lições individuais, permitindo-lhe dominar
um princípio de cada vez, auditando à medida que avança.
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