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AMERICAN JOURNAL OF PHYSICAL ANTROPOLOGY 160:625-632 (2016)

Variação de Sexo, Ancestral e Tipo de Padrão de Minúcias

de Impressões Digitais: Uma Perspectiva Forense em
Dermatoglíficos Antropológicos
Nichole A. Fournier 1 * e Ann H. Ross2

^Departamento de Antropologia, Washington State University Pullman, WA 99164

^ Departamento de Sociologia e Antropologia, North Carolina State University Raleigh, NC 27695

PALAVRAS-CHAVE minúcias; variação populacional; genética; ambiente

ABSTRATO

Objetivos: A maioria dos estudos antropológicos sobre dermatoglíficos examina a herdabilidade e variação interpopulacional de detalhes
de nível 1 (por exemplo, tipo de padrão, contagem total de sulcos), enquanto os cientistas forenses se concentram na singularidade individual
de detalhes de nível 2 e 3 (por exemplo, minúcias e poros , respectivamente) usados para identificação positiva.
O presente estudo preenche a lacuna entre pesquisador-praticante examinando sexo, ancestralidade e variação de tipo de padrão de nível 2
(por exemplo, minúcias).
Materiais e Métodos: Bifurcações, cristas finais, cristas curtas, pontos e invólucros no dedo indicador direito de 243 indivíduos (n = 61 afro-
americanos ?; n = 61 afro-americanos n = 61 europeus americanos $; n = 60 europeus americanos ^ ) foram analisados. O efeito geral de
sexo, ancestralidade e tipo de padrão na variação de minúcias foi avaliado usando uma MANCOVA. ANOVA foi usada para identificar as
variáveis de detalhe do Nível 2 responsáveis pela variação.
A regressão logística foi utilizada para classificar os indivíduos em grupos.
Resultados: O efeito do sexo é insignificante. A ancestralidade é significativa (Wilks' 2 = 0,053 F valor = 2,98, DF = 4.224, P valor = 0,02),
assim como o tipo de padrão (Wilks' 2 = 0,874 F valor = 2,57, DF = 12.592,94, P valor = 0,003). A ANOVA revela que as bifurcações são
responsáveis pela variação entre os grupos ancestrais, enquanto as bifurcações e as cristas finais variam entre os padrões. Os resultados da
regressão logística sugerem que as bifurcações totais podem prever a ancestralidade de um indivíduo (ChiSq = 6,55, df = 1, Prob > ChiSq =
0,01). ambiente forense e antropológico. Am J Phys Anthropol
Discussão: Variação significativa de minúcias entre grupos ancestrais produz informações que são valiosas tanto em um
160:625-632, 2016. © 2015 Wiley Periodicals, Inc.

O termo dermatoglífico foi cunhado por Harold Cummins em 1926
para se referir aos padrões das cristas epidérmicas nas palmas das
mãos, dedos das mãos, dedos dos pés e solas dos pés ao pesquisar
seu desenvolvimento, estrutura populacional, variação e outros
aspectos que não estão imediatamente envolvidos. com identificação
(Cummins, 1946, 1967).
Os padrões de cumeeira foram usados anteriormente principalmente
em um contexto forense e eram chamados de impressões digitais.
No entanto, Cummins (1946) propôs o termo mais amplo de
dermatoglifia para refletir o crescente interesse em aspectos de não
identificação de cristas epidérmicas, bem como para promover
pesquisas em outras partes do corpo que contêm pele sulcada.
Antropólogos físicos estavam entre aqueles que adotaram o termo. A
dermatoglifia antropológica passou a ser reconhecida como uma área
de pesquisa relacionada ao desenvolvimento intra-uterino e à
estrutura populacional de características dermatoglíficas (Mulvihill e
Smith, 1969). Dada a aplicabilidade dos traços do cume a um
contexto forense e antropológico, argumenta-se aqui que esses
traços devem ser estudados de ambas as perspectivas, idealmente
por meio da colaboração. O presente estudo é o resultado da
colaboração com examinadores de impressões digitais latentes do
City County Bureau of Identification em Raleigh, NC, cujas percepções
orientaram os autores a projetar este estudo para ser igualmente
benéfico para antropólogos físicos e profissionais forenses. O objetivo
deste estudo é explorar a influência do sexo, ancestralidade e tipo de
padrão em minúcias em uma amostra de homens e mulheres afro-
americanos e europeus. Ao fazê-lo, os objetivos do antropólogo
A pesquisa dermatoglífica clínica (ou seja, estrutura populacional)
será combinada com uma variável (ou seja, minúcias) que raramente
foi estudada em nível de grupo, mas é a principal variável considerada
na pesquisa forense em impressões digitais individuais. Identificar os
fatores que influenciam o fenótipo dos dermatoglíficos, bem como os
fatores hereditários e ambientais subjacentes que causam essa
influência, fortaleceria o exame de impressões digitais latentes e
contribuiria com novas informações para os dermatoglíficos
antropológicos. Dada a literatura antropológica anterior afirmando a
influência da ancestralidade e do sexo no detalhe do Nível 1, foi
levantada a hipótese de que essas relações seriam mantidas até
certo ponto no detalhe do Nível 2, o que significa que a variação nas
contagens de minúcias seria observada entre os sexos e as
populações. Além disso, como as minúcias se formam durante o
tempo de formação do padrão, também foi levantada a hipótese de
que o tipo de padrão causaria uma variação significativa nas minúcias.
*Correspondência para: Nichole Fournier, Washington State University
cidade Pullman, WA 99164, EUA. E-mail: naf71213@gmail.com
Recebido em 5 de junho de 2015; revisado em 20 de agosto de 2015; aceito 6
setembro de 2015
DOI: 10.1002/ajpa.22869
Publicado online em 23 de setembro de 2015 na Wiley
Online Library .

© 2015 WILEY PERIODICALS, INC.

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626 NA FOURNIER E AH ROSS

Devido à natureza interdisciplinar deste estudo, a revisão inclui
literatura sobre desenvolvimento dermatoglífico, bem como as
características desses traços que os tornam úteis para fins de
identificação. Os dermatoglifos contêm três níveis de detalhe. O
detalhe do nível 1 consiste no fluxo de cristas ou na contagem de
cristas e tipo de padrão que as cristas assumem. Este nível é usado
para criar sistemas que classificam as impressões digitais de
acordo com o tipo de padrão, incluindo arco, arco em forma de
tenda, alça esquerda, alça direita, espiral dupla, espiral central de
bolso e espiral acidental. Como há um número limitado de
possibilidades, o detalhe do Nível 1 não é específico o suficiente
para ser usado para identificações positivas (Ashbaugh, 1992;
Langenburg, 2004). O detalhe do nível 2 refere-se à forma, direção
e orientação dos traços que formam as cristas de fricção
(Langenburg, 2004). Essas características são chamadas de
minúcias ou detalhes de Galton em homenagem a Sir Francis
Galton, que foi o primeiro a sugerir seu uso para fins de identidade
em casos criminais (Nickell e Fischer, 1999). As minúcias são
únicas em sua quantidade e orientação em cada impressão digital
individual (Cummins, 1967). Portanto, ao contrário do nível de
detalhamento 1, o detalhamento de nível 2 pode ser usado para
identificações (Cole, 1999; Huckerman et al., 2008; Bennett e
Perumal, 2011). O nível de detalhe final e mais microscópico, Nível
3, é a estrutura individual das cristas (formas das cristas e poros) e
também é único para cada impressão digital (Langenburg, 2004).
Portanto, a forma da crista e os poros às vezes também são
considerados pelos examinadores de impressões digitais durante
os exames forenses, além do nível 2 de detalhes.
A característica dos dermatoglíficos que os torna um excelente
traço para estudo é a sua permanência ao longo da vida de um
indivíduo. Isso é essencial para seu uso em identificações forenses,
pois as comparações não teriam sentido se a aparência das cristas
mudasse. Também é crucial para os objetivos antropológicos do
estudo da estrutura populacional. Além disso, a singularidade de
alguns traços dermatoglíficos os torna um indicador ideal de
identidade, enquanto as tendências semelhantes observadas nas
populações em relação a outros traços dermatoglíficos há muito
são uma área de interesse para os antropólogos. A pesquisa
antropológica explorou a influência genética e ambiental no
desenvolvimento dermatoglífico, além da variação fenotípica inter e
intrapopulacional (Holt, 1951, 1954; Rothhammer et al., 1977;
Froehlich e Giles, 1981; Martin et al., 1982; Jantz e Chopra, 1983;
Houle, 1991; Reddy et al., 2000). O trabalho de cientistas forenses,
nomeadamente examinadores e investigadores de impressões
digitais latentes, tem procurado confirmar e explicar a permanência
e singularidade das impressões digitais, apoiando assim a sua
utilização como ferramenta de identificação (Galton, 1892;
Cummins, 1946; Cummins, 1967; Ashbaugh , 1992; Champod,
1995; Cole, 1999; Zhao e Tang, 2006; Huck Erman et al., 2008).
Permanência e singularidade das impressões digitais
Para entender a permanência e singularidade da dermatoglífica,
é essencial entender o desenvolvimento da dermatoglífica. O
primeiro passo em seu desenvolvimento é o aparecimento de
almofadas volares durante a 6ª a 7ª semana de gestação (Mulvihill
e Smith, 1969; Borecki et al., 1985). Essas almofadas são compostas hipotética. Se um caminhão basculante cheio de gravetos passasse
de tecido mesenquimal e são semelhantes às observadas em cães
e vários outros animais. Em humanos, no entanto, eles regridem in
utero a partir da 10ª e 11ª semana de gestação após o início da
formação das cristas primárias no útero.
camada basal da epiderme (Cummins, 1946; Mulvihill e Smith,
1969; Babler, 1978). Eles se estendem para a derme e aumentam
em número à medida que se formam sulcos secundários entre eles
e na periferia do padrão (Hale, 1952). O processo de crescimento
primário e secundário da crista é referido como o período de
diferenciação.
As minúcias se formam à medida que o caminho do cume está
sendo estabelecido. É a forma das almofadas volares durante a
diferenciação que determina qual tipo de padrão é formado (Mulvihill
e Smith, 1969; Babler, 1977; Jantz e Chopra, 1983; Ashbaugh,
1992). O papel da forma é explicado pela hipótese ontogenética,
que afirma que as configurações das cristas são o resultado da
topografia da superfície volar, forças de crescimento e uma
tendência inerente de formar cristas perpendiculares às linhas de
estresse (Mulvihill e Smith, 1969; Babler, 1977). A altura é um fator
do estágio no processo de regressão em que a almofada se
encontra quando o desenvolvimento da crista primária começa. A
regressão precoce ou almofadas volares baixas resultam em arcos.
Da mesma forma, a regressão posterior ou almofadas altas
produzem verticilos. Uma almofada volar de altura intermediária e
levantada mais de um lado criará um laço que se enrola no lado
superior (Babler, 1978; Wertheim e Maceo, 2002). A simetria da
almofada volar e outros elementos do crescimento dos dedos
durante o período de formação da crista primária também contribuem
para o desenvolvimento do padrão. Padrões simétricos (arcos e
espirais) resultam de almofadas volares simétricas, enquanto
padrões assimétricos (loops) resultam de almofadas volares
assimétricas (Wertheim e Maceo, 2002). As configurações das
cristas completam sua formação após a 17ª semana de
desenvolvimento fetal e permanecem inalteradas ao longo da vida
(Hale, 1952; Babler, 1978; Borecki et al., 1985).
A permanência dos dermatoglíficos é consequência do processo
de desenvolvimento que acabamos de descrever. Em sua revisão
abrangente, Wertheim e Maceo (2002) afirmam que o princípio da
permanência é baseado no fato de que as várias camadas da pele
estão ligadas umas às outras. Na camada mais superficial, as
células da epiderme estão unidas. Em seguida, a camada basal
da epiderme é anexada à membrana basal, uma área denominada
junção epidérmica-dérmica e a membrana basal é então anexada à
derme. Como resultado da fixação dentro das camadas, as
propriedades posicionais únicas da membrana basal que foram
estabelecidas durante o desenvolvimento fetal, ou seja, o tipo de
padrão e as minúcias, são continuamente transferidas através das
camadas para a camada externa da epiderme ao longo da vida
( Wertheim e Maceo, 2002).
A singularidade dos dermatoglíficos também é consequência de
seu desenvolvimento. Como afirmado anteriormente, as minúcias
que se formam ao longo do caminho do cume à medida que a
superfície continua a se enrugar são responsáveis pela
individualidade ou singularidade das impressões digitais. Isso ocorre
porque a formação e colocação de qualquer tipo de minúcia
dentro do campo de crista em desenvolvimento é controlada por
uma variedade aleatória de fatores interdependentes em qualquer
momento durante o desenvolvimento. Estresse mecânico,
ambiente fisiológico e variação no tempo de desenvolvimento
podem afetar a colocação de minúcias (Wertheim e Maceo, 2002).
Para ilustrar a improbabilidade de duplicar tais eventos aleatórios e
acidentais, Wertheim e Maceo (2002) usam a seguinte situação
por uma estrada e virasse de repente, os gravetos seriam
espalhados ao longo da estrada. Para repetir exatamente esse
cenário, o caminhão precisaria tombar no mesmo local da estrada,
com cada manche caindo exatamente na mesma posição.

Jornal Americano de Antropologia Física

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APLICAÇÕES ANTROPOLÓGICAS DE IMPRESSÕES DIGITAIS
A improbabilidade de tal situação é sugerida como analogia para a
duplicação de todo o processo de formação biológica de minúcias
em dois pedaços de pele tornando-os indistinguíveis.
Por causa da permanência e singularidade da orientação
minuciosa, essas características têm sido utilizadas em vários
sistemas que estabelecem a identificação na comparação de pontos padrão em si (Wertheim e Maceo, 2002). O tamanho das almofadas
correspondentes em impressões latentes desconhecidas com
impressões conhecidas. Vários desses sistemas exigiam um certo
número de pontos coincidentes em uma impressão digital
conhecida e desconhecida para estabelecer uma identificação positiva. do padrão estão, por esta razão, pelo menos parcialmente sob
Edmond Locard desenvolveu a regra tripartida para estabelecer
um número mínimo de minúcias necessárias para identificação em
1914. A regra tripartida afirma que 1) se mais de 12 pontos
coincidentes são visíveis e a impressão digital é clara, então a
certeza da identidade está fora de dúvida, 2 ) se 8-12 pontos
coincidentes são vistos, então a certeza é limítrofe e depende da
clareza, raridade do tipo e da presença do núcleo e delta na parte
utilizável da impressão, 3) se um número limitado de características frequência dos tipos de padrão foi examinada por antropólogos
pontos estão presentes, a impressão digital não pode fornecer
certeza para uma identificação, mas apenas uma presunção
proporcional ao número de pontos disponíveis e sua clareza
(Champod, 1995). Os Estados Unidos usaram o padrão de Locard
de 8-12 pontos de concordância conforme estabelecido na regra
tripartida até 1973, quando a Associação Internacional de
Identificação (IAI) tomou a decisão de que a identificação não
pode ser reduzida à contagem de um número padrão de minúcias
correspondentes porque cada identificação representa uma
situação única (Cham pod, 1995). Henry Faulds se opôs à
metodologia de contagem de pontos já no século 19, argumentando reflete a afirmação acima mencionada de que os traços
que era muito simplista e que abordagens mais científicas
precisavam ser tomadas para demonstrar a improbabilidade
estatística de que duas impressões digitais são idênticas (Cole,
1999). A crítica de Faulds de usar um número mínimo de pontos
correspondentes para confirmar a identidade inspirou uma mudança
de perspectiva em muitos pesquisadores.
Pesquisas recentes resultaram em modelos que ilustram como
ponderar os vários componentes das impressões digitais, como
minúcias e a área da impressão em que são encontradas (Wertheim, evidência impressionante da estabilidade temporal dos traços
2000). Por exemplo, Gutierrez Redomero et al. afirmam que o
maior número de minúcias está concentrado em torno do núcleo
e do delta de uma impressão digital (Gutierrez-Redomero et al.,
2010). Este estudo também estimou a frequência com que cada
tipo de minúcia ocorre. Suas descobertas indicam que as cristas
finais ocorrem com frequências variando de 55 a 65%, bifurcações
de 13 a 18%, enquanto outras, incluindo pontos, invólucros e
cristas curtas, ocorreram com frequência <3%. A porcentagem
dentro do intervalo variou de acordo com a área da impressão.
Especificamente, as cristas finais estavam mais concentradas na
periferia da impressão digital do que na região central mais
próxima do núcleo. Por outro lado, bifurcações e convergências,
tipo de minúcia reconhecida no estudo de Gutierrez-Redomero
que não é considerado aqui, concentram-se mais na região central
(Gutierrez-Redomero et al., 2010).
Claramente, vários sistemas foram adotados para comparar as
minúcias de uma impressão desconhecida com uma conhecida e,
até o momento, não há um padrão acordado. Para selecionar o
sistema mais preciso como padrão, mais pesquisas devem ser
feitas. Especificamente, é necessária uma pesquisa sobre como as
minúcias se formam e quais fatores influenciam esse processo.
Pesquisas anteriores, como a literatura que acabamos de descrever, adequadas para a sobrevivência (Babler , 1978; Jantz, 1987;
contribuíram para esse conhecimento e inspiraram as questões
levantadas pelo presente estudo.
627
Influência genética e ambiental no desenvolvimento
dermatoglífico
As características das impressões digitais são herdadas
indiretamente porque é a forma e o tempo das almofadas volares
descritas pela hipótese ontogenética que são hereditárias, e não o
volares é herdado de forma semelhante ao tamanho de outras
características anatômicas (Mulvihill e Smith, 1969). Segundo
Cummins (1946) o tamanho (contagem de sulcos) e a forma (tipo)
controle genético.
A herança de traços de impressão digital é poligênica, o que os
torna menos suscetíveis a processos estocásticos, como deriva
genética. Embora os traços poligênicos sejam mais difíceis de
definir geneticamente, eles permanecem preferíveis para traçar
relações populacionais por causa de sua estabilidade (Froehlich
e Giles, 1981). Por essa razão, a variação intra e intergrupo na
(Grace, 1974; Jantz e Chopra, 1983). Por exemplo, Dank Meijer
(1938) comparou a frequência de arcos, loops e espirais em
indivíduos de cada uma das principais regiões geográficas e
encontrou diferenças significativas entre populações e sexos.
A variação dermatoglífica é frequentemente comparada a outras
medidas de estrutura populacional, como grupos sanguíneos,
lingüística e/ou marcadores genéticos (Froehlich e Giles, 1981;
Sokal et al., 1996; Reddy et al., 2000). A maioria desses estudos
dermatoglíficos têm mais estabilidade temporal, uma taxa mais
lenta de mudança evolutiva e são menos vulneráveis a forças
como deriva genética como resultado de sua herança poligênica
(Froehlich e Giles, 1981; Houle , 1991). Um desses estudos
comparou traços dermatoglíficos com parâmetros sorológicos para
duas populações na ilha de Chipre, uma população montanhosa
isolada e um grupo costeiro. Os resultados mostram que as duas
populações diferiram significativamente uma da outra nos
parâmetros sorológicos, mas suas características dermatoglíficas
foram semelhantes (Plato, 1970; Froehlich e Giles, 1981). Uma
dermatoglíficos é a semelhança dermatoglífica excepcionalmente
próxima observada em diferentes populações judaicas após 2.000
anos de separação (Sachs e Bat-Miriam, 1957; Froeh lich e Giles,
1981).
Embora o tamanho e a forma das almofadas volares sejam
predeterminados geneticamente, estresses intra-uterinos durante
sua formação podem alterar seu resultado (Ashbaugh, 1992),
particularmente porque o período de desenvolvimento fetal durante
o qual as cristas se formam também é o momento em que o feto
está mais suscetível a distúrbios de crescimento causados por
fatores ambientais (Babler, 1978). As impressões digitais de fetos
abortados eletivamente e espontaneamente foram estudadas para
avaliar a influência do estresse no desenvolvimento dermatoglífico.
Os resultados desses estudos mostram que os fetos abortados
eletivamente exibem frequências de arco semelhantes à população
viva, que é baixa em comparação com loops e whorls. Por outro
lado, uma frequência muito maior é observada no grupo abortado
espontaneamente. Como os arcos estão associados à diferenciação
tardia do rebordo em relação à regressão das almofadas volares, a
presença de frequências de arco que se desviam tanto da norma
pode sugerir uma alteração no tempo geral de desenvolvimento
impulsionado por influências ambientais intrauterinas que não são
Wertheim e Maceo, 2002). É importante observar que atualmente
Jornal Americano de Antropologia Física
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628 NA FOURNIER E AH ROSS
Permanece desconhecido se a alta frequência de arcos que resulta
de mudanças no tempo de desenvolvimento é devido à regressão
precoce do coxim ou à diferenciação tardia do rebordo, pois ambos
contribuem para o mesmo resultado (Babler, 1978).
Outra fonte de alteração do tipo de padrão predeterminado é
qualquer desvio na simetria de desenvolvimento normal da
almofada volar (Wertheim e Maceo, 2002). Uma almofada volar
previamente simétrica que se torna assimétrica resultará em um
loop em vez de um arco ou um verticilo. É importante lembrar as
influências ambientais no desenvolvimento dos detalhes dos níveis
1 e 2 ao estudar os dermatoglíficos como uma medida da estrutura
da população. A deriva e outros processos são menos preocupantes
com essas características, mas os estresses intrauterinos que
atuam em nível individual permanecem um possível fator de
confusão para representar um grupo como um todo com base em
seu fenótipo dermatoglífico.
Resumo
Foi demonstrado que os traços dermatoglíficos possuem algumas
qualidades importantes que os tornam traços extremamente úteis
para estudar. Entre eles estão sua herança poligênica,
singularidade e permanência ao longo da vida.
Conseqüentemente, como foi dito anteriormente, os antropólogos
têm usado os traços dermatoglíficos como uma medida da
estrutura da população, explorando até que ponto os grupos se
assemelham ou diferem. Enquanto isso, os cientistas forenses
têm buscado várias maneiras de demonstrar empiricamente a
singularidade individual das impressões digitais. Esses objetivos
parecem semelhantes, mas antropólogos e cientistas forenses
raramente colaboram em seus esforços. Os antropólogos usam
detalhes de Nível 1, como tipo de padrão (por exemplo, arcos, loops
e espirais) e contagens de cristas (por exemplo, contagem total de
cristas, contagens radiais/ulnares) para estudar a estrutura
populacional de dermatoglíficos (Dankmeijer, 1938; Grace, 1974;
Jantz e Chopra, 1983), enquanto os cientistas forenses se
concentram nos detalhes dos níveis 2 e 3 porque são usados para
fazer identificações positivas. Eles estão, em essência, falando
línguas diferentes. Para promover a ciência, argumenta-se aqui que
esforços devem ser feitos para examinar questões antropológicas
de variação populacional usando características dermatoglíficas
que são relevantes para a ciência forense e para aumentar a
colaboração entre pesquisadores e profissionais. Ao fazê-lo, será
possível falar sobre a herdabilidade e individualidade do nível 2 e
identificar os fatores biológicos como sexo e ancestralidade que
influenciam o desenvolvimento de minúcias, que são os objetivos
finais do presente estudo. Esta informação poderia ter implicações
significativas tanto para a antropologia quanto para a ciência forense
e responderia ao apelo à ação delineado no Relatório da Academia
Nacional de Ciências (NAS) de 2009, que expressa uma necessidade tão longa quanto larga (SWGFAST, 2011). Os tipos de padrões e
imediata de incorporar a biologia no processo de identificação de
impressões digitais latentes e de adote uma abordagem estatística
para minimizar a taxa de erro associada às decisões de identificação
de impressões digitais (NAS, 2009).
MATERIAIS E MÉTODOS
Amostra
Todas as impressões digitais usadas neste estudo foram obtidas
do City County Bureau of Identification (CCBI) em Raleigh, NC.
Manter a privacidade e o anonimato dos sujeitos do estudo foi uma
das maiores preocupações. Como tal, as informações pessoais e
identificáveis sobre os indivíduos foram excluídas de toda a
documentação. Como este estudo envolveu seres humanos vivos,
o protocolo foi
Jornal Americano de Antropologia Física
TABELA 1. Descrição da amostra
Macho Fêmea Total
afro-americano 61 61 122
60 61 121
europeu americano
submetido ao IRB da North Carolina State University e foi
determinado que estava isento de qualquer revisão adicional.
Bancos de dados. O software de imagem biométrica (NBIS)
desenvolvido pela divisão de ciência forense do Instituto Nacional
de Padrões e Tecnologia (NIST) foi usado para procurar indivíduos
de ascendência europeia e afro-americana (NIST, 2013). Uma vez
identificados os indivíduos que atendem às necessidades de
ancestralidade, suas impressões podem ser pesquisadas nos
bancos de dados locais e estaduais usando o sistema PrintQuest®
AFIS-APIS. PrintQuest é um sistema autônomo de PC para
correspondência de impressões digitais da SPEX Forensics
(SPEX, 2013). O banco de dados também fornece local de
nascimento para cada indivíduo. Esses aspectos foram úteis na
seleção da amostra do estudo. A combinação das informações
fornecidas pelo NIST e PrintQuest® permitiu que uma amostra
apropriada fosse selecionada para este estudo.
Amostra de estudo. A amostra do estudo consiste em 243 rolos
de unha a unha do dedo indicador direito de dez cartões de
impressão em um banco de dados local e estadual no PrintQuest®
e no NIST. O dedo indicador direito foi selecionado porque está
entre as impressões digitais mais comuns deixadas como
impressões digitais latentes. Uma descrição da amostra é ilustrada
na Tabela 1.
Atrito características do cume. As impressões digitais
incluídas neste estudo são classificadas como um dos três principais
tipos de padrão, arcos, loops (esquerda e direita) e espirais. As
cinco minúcias selecionadas no presente estudo incluem bifurcações,
terminações de cristas/cristais finais, cristas curtas, pontos e
invólucros. Uma bifurcação é definida como o ponto no qual uma
nervura de fricção se divide em duas nervuras de fricção. Um
invólucro é uma aresta de fricção única que se bifurca e depois se
une para continuar como uma aresta única, tornando-se uma
variação de uma bifurcação. Uma crista é considerada uma crista
final quando termina ao longo do caminho da crista. Uma crista final
que percorre apenas uma curta distância antes de terminar é
chamada de crista curta. Por fim, um ponto é uma aresta de fricção
minúcias selecionados para este estudo estão ilustrados nas Figuras
1 e 2, respectivamente.
Métodos
Seleção de amostra. O Spex PrintQuest® foi configurado para
mostrar 10 cartões de impressão, que mostram um rolo completo
de unha a unha registrado para comparação, e o dedo indicador
direito foi selecionado para aparecer na tela. Para ser selecionado,
cada impressão digital tinha que cumprir os seguintes critérios. A
impressão tinha que ser um rolo completo sem manchas ou
cicatrizes que alterassem o fluxo da crista e as minúcias. Uma vez
que uma impressão digital foi determinada como sendo de qualidade
suficiente, o sexo e a ascendência foram determinados com base
na auto-identificação no registro do indivíduo. As informações de
ancestralidade, portanto, foram baseadas em conhecimento a priori
de auto-identificação e informações demográficas de Wake County, NC
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APLICAÇÕES ANTROPOLÓGICAS DE IMPRESSÕES DIGITAIS 629

Bifu r cátion

Padrão em espiral Padrão em loop Padrão de arco

Sense Technologies, Inc. 2001

gabinete
Fig. 1. Tipos de padrões.
Curto

Cume
(Konigsberg et al., 2009). Especificamente, apenas aqueles
indivíduos que se identificaram como “brancos” ou “negros” foram
escolhidos para o estudo, grupos raciais que compõem 62,2 e
20,3% da população de Wake County em 2010, respectivamente
(Smith, 2014). Este processo de seleção continuou até que um
tamanho de amostra suficientemente grande fosse obtido. Final
Cume

Seleção de minúcias. As cinco minúcias selecionadas para este

estudo foram escolhidas por serem suficientemente distintas umas
das outras. A decisão de usá-los foi apoiada por analistas de
impressões digitais latentes no City County Bureau of Identification
(CCBI) em Raleigh, NC, que foram consultados com relação a
quais tipos de minúcias eles frequentemente identificam em
comparações. Um dos principais objetivos deste estudo é aplicar
os resultados a investigações forenses e, assim, foi importante
escolher variáveis com alto grau de relevância.
Quantificação de minúcias. Antes de quantificar as minúcias, o
tipo de padrão foi registrado para cada impressão digital, de modo
que o tipo de padrão pudesse ser incluído na análise estatística
para testar se alguma das variáveis de minúcias foi influenciada
pelo tipo de padrão. Em seguida, foi desmarcado o recurso do
PrintQuest® que marca as minúcias nas impressões digitais e as
codifica usando cores e formas.
A decisão de fazê-lo foi baseada em duas razões. Primeiro, o
programa marca apenas bifurcações e cristas finais, deixando a
maioria das minúcias consideradas neste estudo para serem
contadas à mão. Em segundo lugar, ter as minúcias pré-
identificadas provavelmente teria influenciado a avaliação visual e
introduzido viés nos resultados. O primeiro autor coletou e registrou cristas finais totais, cristas curtas totais, pontos totais e invólucros
todos os dados. Após todas as minúcias não serem identificadas
na tela do computador, cada impressão digital foi dividida em
quatro quadrantes usando o recurso de centro de referência do
PrintQuest®. Isso foi feito para diminuir o campo de visão ao
contar as minúcias, a fim de evitar a omissão ou a contagem
dupla.
Os quadrantes foram todos designados com base no centro da
impressão digital. Os cinco tipos de minúcias foram contados em
cada quadrante até que todos os quatro quadrantes fossem contados.função discriminante, o objetivo básico da regressão logística é a
Esta etapa foi repetida duas vezes para cada impressão digital
para diminuir a chance de erro do observador. A soma dos totais
resultantes de cada quadrante foi então obtida.
Seguindo as orientações do examinador de impressões digitais
latentes, ambas as extremidades de uma crista curta e uma crista
final foram contadas, uma vez que essa minúcia é definida pelo
final da linha, não pela linha em si. No caso em que um cume final
cruzou em mais de um quadrante, apenas o ponto final
Morpho Safran, 2014
Fig. 2. Tipos de minúcias.
que caiu dentro do quadrante que está sendo examinado foi
contado, enquanto a outra extremidade contou em qualquer
quadrante dentro do qual caiu. Como os compartimentos consistem
em duas bifurcações unidas, o compartimento foi contado uma
única vez para qualquer quadrante que contivesse a maior parte
dele se cobrisse mais de um quadrante. Como os tipos de minúcias
foram totalizados para todos os quadrantes, a contagem dessa
maneira garantiu que todas as minúcias seriam contabilizadas.
Análise estatística. Estatísticas de resumo descritivas foram
calculadas no Microsoft Excel ®. Uma análise multivariada de
covariância (MANCOVA) foi realizada para testar se sexo,
ancestralidade e tipo de padrão têm efeitos significativos nas
variáveis médias de minúcias (por exemplo, bifurcações totais,
totais).
Como o interesse principal está na variação potencial entre os
grupos biológicos, análises adicionais foram realizadas para testar
as relações entre minúcias, sexo e ancestralidade. A regressão
logística foi usada para determinar se alguma dessas cinco
variáveis minuciosas pode efetivamente prever o sexo ou a
ascendência de um indivíduo que deixa uma impressão digital,
por exemplo, na cena de um crime. Assim como a análise da
classificação em grupos usando variáveis dependentes categóricas,
medindo o valor preditivo que as variáveis podem ter para esses
efeitos (Mertler e Vannatta, 2005). Além disso, a regressão
logística tem várias vantagens sobre a análise de função
discriminante, pois pode ser usada para analisar variáveis
contínuas, discretas e dicotômicas, não requer que sejam feitas
suposições sobre o preditor.

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630 NA FOURNIER E AH ROSS

variáveis, que não precisam ser normalmente distribuídas, linearmente influência significativa nas minúcias, enquanto os tipos de ancestralidade
relacionadas ou ter variâncias iguais (Mertler e Vannatta, 2005). A e padrão são significativos. Os resultados da análise de variância
ancestralidade esperada para a real foi examinada por meio de uma unidirecional (ANOVA) mostram que as bifurcações totais (TB) são a
tabela de contingência. Os verdadeiros positivos versus os falsos única variável significativa para ancestralidade, enquanto TB e TER
positivos foram examinados usando uma característica do operador (total de cristas finais) foram significativas para o tipo de padrão (Tabela
do receptor ou curva ROC. Especificamente neste caso, a questão é 5).
com que precisão as variáveis de minúcias podem prever as Os resultados da regressão logística sugerem que o modelo é útil
características biológicas de uma pessoa, em vez de se as para prever a ancestralidade (ChiSq = 6,80, df = 1, valor P = 0,009).
características biológicas afetam o resultado de minúcias em uma O parâmetro e efeito do teste de Wald indicam que as bifurcações
impressão digital. Todas as análises estatísticas multivariadas foram totais são um preditor significativo de ancestralidade (ChiSq = 6,80, df
realizadas no JMP Pro 11.1. = 1, valor P = 0,009). A razão de chances de 5,61 significa que os afro-
americanos têm quase seis vezes mais chances de ter bifurcações do
RESULTADOS
que os europeus-americanos. A medida de falta de ajuste indica que o
modelo é adequado, ou seja, não há evidência de falta de ajuste (Prob
As estatísticas descritivas dos tipos de padrão e minúcias
representadas na amostra do estudo são apresentadas nas Tabelas 2 > ChiSq = 0,297). Os resultados mostram que o total de bifurcações
(TB) em uma impressão digital pode ser usado para prever a
e 3, respectivamente. Curiosamente, a frequência de arcos é maior em
ancestralidade de um indivíduo (ChiSq = 6,55, df = 1, Prob > ChiSq =
homens e mulheres europeus do que em homens e mulheres africanos.
0,01). A tabela de contingência (Tabela 6) mostra que 20% (49) dos
Loops à direita têm a maior frequência entre todos os sexos e grupos
indivíduos classificados como afro-americanos são, na verdade,
de ancestralidade neste estudo, seguidos por verticilos e loops à
europeus-americanos e 22% (54) classificados como europeus-
esquerda. A Tabela 3 apresenta as frequências relativas comparativas
americanos são afro-americanos. No total, 103 de 243 indivíduos foram
de cada tipo de minúcia. As cristas finais mostraram a maior frequência
classificados erroneamente para uma taxa de erro geral estimada de
em todos os grupos. Na ordem do mais para o menos comum, as
42%. A área sob a curva ROC é de 0,59, o que não atende ao padrão
minúcias restantes são bifurcações, sulcos curtos, invólucros e,
de uma boa regra de classificação para uma regressão logística de
finalmente, pontos.
0,90 ou superior.
Os resultados da MANCOVA são apresentados na Tabela 4. O
procedimento MANCOVA não detectou interações significativas
(sexo*ascendência, sexo*tipo de padrão, ascendência*tipo de padrão DISCUSSÃO
nem sexo*ascendência*tipo de padrão). sexo não tem
Os resultados deste estudo fornecem informações sobre os fatores
TABELA 2. Estatísticas descritivas: Padrão biológicos que influenciam o desenvolvimento de minúcias de
impressões digitais, que têm implicações biológicas e forenses. O
Padrão achado de maior frequência de arcos em homens e mulheres europeus-
tipo n Frequência americanos difere de estudos anteriores que mostraram maior
Homens afro-americanos Arco 7 11,5% frequência de arcos em indivíduos africanos. Os africanos variam de
Laço esquerdo 8,2% 5 a 25%, enquanto os europeus estão tipicamente entre 6 e 9%.
Laço direito 5 45,9%
Espiral 28 34,4% Ambas as faixas excedem a frequência de 5% ou menos observada na
mulheres afro-americanas Arco 6,5%
população global como um todo. Portanto, esperava-se encontrar uma
Laço esquerdo 8,2%
frequência acima de 5% para ambos os grupos de ancestralidade no
Laço direito 21 55,7%
Espiral 4 29,5% presente estudo, mas indivíduos europeus americanos exibiram a
Homens Europeus Americanos Arco 5 20% maior frequência de arcos (Cummins e Midlo, 1943). Das minúcias, as
Laço esquerdo 11,7% cristas finais exibiram a maior frequência, seguidas pelas bifurcações.
Laço direito 34 46,7% Esse achado corrobora as frequências relativas de minúcias sugeridas
Espiral 18 21,7% por estudos anteriores (Gutierrez Rodemero et al., 2010).
mulheres européias americanas Arco 12 26,2%
Laço esquerdo 7 18%
Laço direito 28 37,7%
Espiral 13 16 11 23 11 18%
O sexo não foi encontrado para ter uma influência significativa sobre
minúcias. Isso foi um tanto inesperado, dada a

TABELA 3. Estatísticas descritivas: tipos de minúcias

Cumes Cumes Pontos Total de

Bifurcações totais finais totais curtos totais totais compartimentos

homens europeus americanos Significar 21,6 51,267 10,733 1,550 1,767

Desvio padrão 1,174 2,440 0,862 0,209 0,220
Frequência 24,9% 59,0% 12,3% 1,8% 2,0%
mulheres européias americanas Significar 19,148 21,267 8,754 1,148 1,250
Desvio padrão 1,073 2,440 0,664 0,187 0,168
Frequência 24,5% 61,2% 11,2% 1,5% 1,6%
homens afro-americanos Significar 23,05 48,672 9,820 1,918 1,787
Desvio padrão 1,278 1,60 0,897 0,259 0,178
Frequência 27,0% 57,1% 11,5% 2,3% 2,1%
mulheres afro-americanas Significar 24,114 44,541 7,180 1,180 1,918
Desvio padrão 1,371 1,529 0,621 0,207 0,213
Frequência 30,6% 56,4% 9,1% 1,5% 2,4%

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APLICAÇÕES ANTROPOLÓGICAS DE IMPRESSÕES DIGITAIS 631

TABELA 4. Resultados da análise multivariada de covariância TABELA 6. Tabela de contingência de ancestralidade prevista para real
(MANCOVA) para sexo, ancestralidade e tipo de padrão
Contar % total
Ascendência
Razão esperado
F lambda de Wilks df P>F Ascendência AA EA

AA 68 49 117
Modelo geral 0,707 1,36 60876,61 0,04 4.224
22,98 20,16 48,15
Sexo 0,021 1,61 0,329 4.224 0,02
58,74 58,26
Ascendência 0,053 2,98 12592,94 0,003
EA 54 72 126
Tipo de Padrão 0,874 2,57 4.224 0,33 12592,94
22,22 29,63 51,85
Sexo*ascendência 0,021 1,16 0,28 12592,94
63,26 62,74
Sexo*tipo de padrão 0,939 1,19 0,66 12592,94 0,93
Total real 122 121 243
Ascendência*tipo de padrão 0,959 0,79
20,21 49,79
Sexo*ascendência*tipo de padrão 0,975 0,47

2010). Sugeriu-se que, devido à sua prevalência, as bifurcações

TABELA 5. Resultados da análise unidirecional de variância (ANOVA) para
ancestralidade e tipo de padrão
df SS EM sistema F
Ascendência
tb 1 629,22 629,22 6.84
Tipo de Padrão
tb 3 1122,2 374,07 4,13
TER
3 2265,22 755,07 3,72
influência estabelecida que o sexo tem no desenvolvimento do
tipo padrão (Dankmeijer, 1938). Portanto, foi levantada a hipótese
de que essa influência ainda estaria presente nas minúcias, pois
sua formação ocorre durante o período de diferenciação das
cristas in utero. Além disso, Gutierrez-Redomero et al. (2010)
observaram uma influência significativa do sexo nas minúcias
usando muitos dos mesmos tipos de minúcias aqui considerados.
De acordo com nossas expectativas, os tipos de ancestralidade e
padrão tiveram uma influência significativa nas minúcias.
O efeito geral do tipo de padrão na variação de minúcias não é
surpreendente, dado que o tempo de regressão da almofada volar
determina o tipo de padrão e também, até certo ponto, o
desenvolvimento de minúcias. Embora essa descoberta apoie o
que sabemos ser verdade sobre o desenvolvimento dermatoglífico,
seria interessante realizar pesquisas futuras em uma amostragem
maior e mais uniforme dos tipos de padrão para ver se o nível de
significância muda.
A influência da ancestralidade no desenvolvimento de minúcias é
de particular interesse porque sugere que algum nível de tendências
populacionais visto no nível 1 de detalhes de traços de impressões
digitais é mantido no nível 2 de detalhes. A partir disso, pode-se
inferir um componente genético para a formação de minúcias.
Embora o grau de herdabilidade dessas características não possa
ser avaliado com base nesses resultados, eles fornecem evidências
promissoras de que essa questão deve ser mais explorada (Mulvihill
e Smith, 1969; Babler, 1978; Ashbaugh, 1992).
Da mesma forma, o papel do ambiente intra-uterino precisa de
um exame mais aprofundado. A singularidade das impressões
digitais entre os indivíduos, particularmente entre os gêmeos
monozigóticos, sustenta o efeito da experiência fetal no útero
(Martin et al., 1982). Os resultados deste estudo indicam que as
bifurcações são as únicas minúcias que variam significativamente
no número total visto nas impressões digitais de indivíduos de
ascendência afro-americana e européia-americana. As bifurcações
também variaram significativamente entre os tipos de padrão, assim
como as cristas finais. Nem cristas e pontos curtos, nem invólucros
variaram significativamente, significando que essas minúcias não
são responsáveis pela variação observada entre indivíduos afro-
americanos e europeus-americanos ou entre os arcos, loops e
espirais. Curiosamente, bifurcações e cristas finais são as minúcias
mais comuns (Gutierrez-Redomero et al.,
e as cristas finais são provavelmente menos indicativas da estrutura
populacional (Gutierrez-Rodemero et al., 2010). Por outro lado, os
Pr >F resultados do presente estudo mostram uma variação populacional
significativa nas bifurcações totais, ressaltando a complexidade
desse sistema.
0,009 Os resultados da regressão logística sugerem que as bifurcações
podem ser usadas para classificar os indivíduos em grupos de
0,007
ancestralidade, achado que pode dar suporte ao uso de modelos
0,01
estatísticos baseados no número total de bifurcações presentes
para estimar informações biológicas sobre o indivíduo que deixa
uma impressão digital latente, em conjunto com inspeções ponto
a ponto na comparação de impressões digitais latentes.
No entanto, como apenas um tipo de minúcia pode ser usado para
classificar indivíduos com baixo nível de precisão nesse caso, esse
modelo específico pode não ser preciso o suficiente para classificar
corretamente os indivíduos com base em suas minúcias. A
descoberta de um baixo nível de precisão da classificação correta
apóia a ideia da singularidade das impressões digitais individuais,
que é impulsionada por um sistema biológico complexo que é
influenciado por uma ampla variedade de fatores genéticos e
ambientais. Portanto, é essencial manter a inclusão da biologia no
processo e na explicação das comparações de impressões digitais
(Ashbaugh, 1992). Essencialmente, as tendências intergrupos
podem ser observadas, mas a variação intragrupo permanece alta.
Consequentemente, alguns argumentariam que nenhum modelo é
suficiente para prever informações classificatórias sobre uma
impressão digital individual, o que significa que o desenvolvimento
de qualquer modelo não é o caminho para minimizar a taxa de erro
associada às comparações de impressões digitais. Argumenta-se
aqui que os modelos preditivos têm potencial como evidência
corroborativa para substanciar as decisões tomadas pelos
examinadores de impressões digitais latentes durante as
comparações de impressões digitais, especialmente se alguns
dos tipos de minúcias mais raras forem descobertos para variar
entre outras populações, pois estes seriam ponderados mais pesadamente em comp
Este estudo sugere que a ancestralidade influencia o tipo e a
quantidade de minúcias, assim como foi descoberto que influencia
os detalhes do Nível 1, como tipo de padrão e contagem de cristas
(Jantz, 1987). Sokal et ai. (1996) descobriram que os padrões dos
dedos exibem padrões espaciais como os encontrados para
marcadores de sangue e, portanto, argumentam que os
dermatoglíficos refletem os fatores responsáveis pela estruturação
da variação genética humana na Europa. As descobertas do
presente estudo suportam a hipótese de que, embora o tempo
mental de desenvolvimento e o ambiente do útero também
influenciem as minúcias das impressões digitais, o tempo
geneticamente orientado da regressão da almofada volar cria
tendências populacionais que ainda estão atuando nos detalhes do
nível 2. Esses resultados sugerem uma nova direção para a
pesquisa dermatoglífica antropológica, para explorar a estrutura
populacional de uma característica não métrica adicional que agora
demonstrou variar entre dois grupos ancestrais. A variação de minúcias pode ser

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632 NA FOURNIER E AH ROSS
estudados em indivíduos de outras populações no futuro.
Os resultados também reforçam a complexidade do sistema biológico
responsável pelo desenvolvimento das impressões digitais e a
necessidade de os examinadores de impressões digitais latentes terem
um forte conhecimento desse sistema. Argumenta-se no relatório da
NAS (2009) que obter tal entendimento fortalecerá a ciência das
impressões digitais e, com isso, a validade de seu uso em investigações
forenses. Os resultados deste estudo mostram o papel que a biologia
desempenha na dermatoglífica e apóiam a exploração desses fatores
biológicos para aumentar nossa compreensão por trás da singularidade
das impressões digitais e minimizar a taxa de erro envolvida na
identificação. Direções futuras podem incluir se as minúcias dessa
forma são significativamente impactadas pela localização na
impressão digital.
Por exemplo, um certo tipo de minúcia pode ocorrer com mais
frequência perto da região delta da impressão digital. Esta informação
adicional aumentaria o conhecimento sobre a variação de minúcias e
aumentaria o esforço de diminuir a taxa de erro associada à identificação
de impressões digitais.
No futuro, todas as pesquisas dermatoglíficas se beneficiariam de
colaborações entre campos, que fornecem uma perspectiva mais
completa sobre as questões relevantes a serem exploradas.
AGRADECIMENTOS
Esta pesquisa foi possibilitada pelo City County Bureau of
Identification (CCBI) em Raleigh, NC. O vice-diretor Andy Parker
providenciou o acesso aos bancos de dados de impressões digitais e
nos apresentou aos examinadores latentes.
Sua orientação e conselho foram inestimáveis e eles foram uma fonte
constante de inspiração.
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