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“Antologia da Poesia Erótica Brasileira”


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– Poemas Selecionados
by Renata Albuquerque •
Albuquerque • 25/06/2015 • 2 Comments

 
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ilustra gráfico Diógenes Moura
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com desenhos de Arthur Luiz Piza, reúne desde textos anônimos até
Comédia Ensaiando a
Canção eromar bomfim
poemas de escritores consagrados, como Mário de Andrade, Olavo Bilac Fernando Paixão Ficção
e Adélia Prado. A seguir, ela fez duas seleções, especialmente para os Interrompida Finnegans
leitores do Blog da Ateliê terem uma pequena amostra do quequ e o livro Wake fotografia Guia da
reserva a eles (e nós selecionamos alguns desenhos também). Folha Interior Via
Satélite Ivan Teixeira
   James Joyce judeus
 judeus
 
 

  Leonardo Da Vinci
Literatura Livraria da
Seleção 1: “Um pouco mais comportada, mas sem perder o tom Vila livro Machado de
‘picante'”, diz a organizadora Assis Marcelino Freire
Marcos Siscar Noel
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& o Trono Palavra e
Rosto Paulo Franchetti

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“Por decoro”

Artur Azevedo (1855–1908


(1855–1908) 

Quando me esperas, palpitando amores,


e os lábios grossos e úmidos me estendes,

e do teu corpo cálido desprendes

desconhecido olor de estranhas flores;

quando, toda suspiros e fervores,

nesta prisão de músculos te prendes,

e aos meus beijos de sátiro te rendes,

furtando as rosas as purpúreas cores;

os olhos teus, inexpressivamente,


 

entrefechados, languidos, tranquilos,

olham meu doce amor, de tal maneira,

que, se olhassem assim, publicamente,

deveria, perdoa-me, cobri-los

uma discreta folha de parreira.

“Seios”

Cruz e Souza (1861-1898) 

Magnólias tropicais, frutos cheirosos

das arvores do Mal fascinadoras,

das negras mancenilhas tentadoras,

dos vagos narcotismos venenosos.

Oasis brancos e miraculosos

das frementes volúpias pecadoras

nas paragens fatais, aterradoras

do Tédio, nos desertos tenebrosos…

Seios de aroma embriagador e langue,

da aurora de ouro do esplendor do sangue,

a alma de sensações tantalizando.


O seios virginais, talamos vivos,

onde do amor nos êxtases lascivos

velhos faunos febris dormem sonhando…

“Soneto”

Mário de Andrade (1893-1945) 

Aceitaras o amor como eu o encaro?…

…Azul bem leve, um nimbo, suavemente

Guarda-te a imagem, como um anteparo


 

Contra estes moveis de banal presente.

Tudo o que ha de melhor e de mais raro

Vive em teu corpo nu de adolescente,


ad olescente,

A perna assim jogada e o braço, o claro

Olhar preso no meu, perdidamente.

Não exijas mais nada. Não desejo

Também mais nada, só te olhar, enquanto


A realidade e simples, e isto apenas.

Que grandeza… A evasão total do pelo

Que nasce das imperfeições. O encanto

Que nasce das adorações serenas.

“Noturnos VIII”

Gilka Machado (1893-198


(1893-1980) 
0) 

E noite. Paira no ar uma etérea magia;

nem uma asa transpõe o espaço ermo e calado;


 

e, no tear da amplidão, a Lua, do alto, fia

véus luminosos para o universal noivado.

Suponho ser a treva uma alcova sombria,

onde tudo repousa unido, acasalado.

A Lua tece, borda e para a terra envia,

finos, fluidos filos, que a envolvem lado a lado.


 

Uma brisa sutil, úmida, fria, lassa,

erra de vez em quando. E uma noite de bodas

esta noite… há por tudo um sensual arrepio.

Sinto pelos no vento… e a Volúpia que passa,

Flexuosa, a se rocar por sobre as casas todas,

como uma gata errando em seu eterno cio.

“Epitalâmio”

 José Paulo Paes (1926-1998) 


(1926-1998) 

uva

pensa da

concha oclusa

entre coxas abruptas

teu
vinho sabe

a tinta espessa

de polvos noturnos

(falo

da noite

primeva nas águas

do amor da morte)

“Divisamos assim o adolescente”

Mário Faustino
Faustino (1930-196
(1930-1962) 
2) 

Divisamos assim o adolescente,


 

A rir, desnudo, em praias impolutas.

Amado por um fauno sem presente

E sem passado, eternas prostitutas

Velavam por seu sono. Assim, pendente

O rosto sobre o ombro, pelas grutas

Do tempo o contemplamos, refulgente

Segredo de uma concha sem volutas.


Infância e madureza o cortejavam,

Velhice vigilante o protegia.

E loucos e ladrões acalentavam

Seu sono suave, até que um deus fendia

O céu, buscando arrebatá-lo, enquanto

Durasse ainda aquele breve encanto.

“Lembranças de Maio”

Adélia Prado (1935-) 

Meu coração bate desamparado

onde minhas pernas se juntam.

É tão bom existir!

Seivas, vergonteas, virgens,


tépidos músculos

que sob as roupas rebelam-se.

No topo do altar ornado

com flores de papel e cetim

aspiro, vertigem de altura e gozo,

a poeira nas rosas, o afrodisíaco

incensado ar de velas.

A santa sobre os abismos –

a voz do padre abrasada

eu nada objeto,
 

lírica e poderosa.

Seleção 2: Que a organizadora intitula “Safadezas sortidas”

 “A pica ressuscita mulher morta”

Francisco Moniz Barreto (1804-186


(1804-1868) 
8) 
A pica o instrumento é que no mundo

Mais milagres tem feito e mais proezas2;

A pica o melhor traste e das belezas,

Mal que começa a lhes coçar o sundo.

A pica é o cão, que avança furibundo

A plebeias, fidalgas, e princesas;

A pica em chamas Troia pôs acesas,

E a Dido fez descer do Urco ao fundo.

 
 

É a pica – carnal, possante espada,

Que o mundo, perfurante, emenda, entorta,

E tudo vence, como bem lhe agrada.

A pica, ora e calmante, ora conforta;

Sendo em dose alopática aplicada,

A pica ressuscita a mulher morta.


 

[Não passou por essa rua]

Laurindo Rabelo (1826-1864) 

Não passo por esta rua,

Que não veja esta perua,

Na porta com dois e três;

Que fodas não dá no mês

Aquele cono tão quente!

E chega a ser tão potente

A maldita da cachorra,

Que no cu sempre tem porra,

Na porta sempre tem gente!

“Ela”

Olavo Bilac (1865-191


(1865-1918) 
8) 
Maria tem vinte amantes!

Uns tortos, outros direitos;

Todos eles são galantes,

Todos vivem satisfeitos…”

Mulher de recursos fartos!

Como é que esta impenitente,

Tendo no corpo dois quartos,

Dá pousada a tanta gente?


 

“Os quatro Elementos – A terra”

Vinicius de Moraes (1913- 1980) 

Um dia, estando nós em verdes prados


prad os

Eu e a Amada, a vagar, gozando a brisa

Ei-la que me detém nos meus agrados

E abaixa-se, e olha a terra, e a analisa

Com face cauta e olhos dissimulados

E, mais, me esquece; e, mais, se interioriza

Como se os beijos meus fossem mal dados

E a minha mão não fosse mais precisa.

Irritado, me afasto; mas a Amada


A minha zanga, meiga, me entretém

Com essa astúcia que o sexo lhe deu.


d eu.
 

Mas eu que não sou bobo, digo nada…

Ah, e assim… (só penso) Muito bem:

Antes que a terra a coma, como eu.

“Brincadeira”

Francisco Alvim (1938-) 

Debaixo da mesa –

de porquinho –

um fuçando o outro

“Poesia Pura”

Rubens Rodrigues Torres Filho (1942-) 

No álbum dos nossos momentos felizes

nunca me esquecerei daquela vez

que você gozou tão gostoso, junto comigo,

lá no sofá do apartamento da Mourato

que peidou. Soltou um peido alto,

de prazer? De gratidão? E foi lindo

que aí você me olhou e sorriu encabulada.

Então peido não é amor?

Se vem do cu é menos expressão?

Mais sonoro e sincero poema


de amor, juro: estou para ouvir.

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Robert Moraes | Panorama Literário

Mario 
25/08/2016 at 10:40 

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