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SISTEMA DE SOM

ELETRICIDADE DO AUTOMÓVEL

SISTEMA DE SOM

2004

ESCOLA SENAI “CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO” 1


ELETRICIDADE DO AUTOMÓVEL

© 2003. SENAI-SP
Sistema de Som
Publicação organizada e editorada pela Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo”

Coordenação geral Arthur Alves dos Santos

Coordenador do projeto José Antonio Messas

Organização de conteúdo José Alves Valentim


Sérgio Mitsuo Kague

Editoração Maria Regina José da Silva


Teresa Cristina Maíno de Azevedo

S47s SENAI. SP. Sistema de Som. São Paulo, 2003. 36p. il.

Apostila técnica

CDU 629.063.6

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo”
Rua Moreira de Godói, 226 - Ipiranga - São Paulo-SP - CEP. 04266-060

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SISTEMA DE SOM

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 5

SOM 7
• Conceito básico 7
• Produção e propagação 7
• Mecanismo de audição 8
• Velocidade de propagação do som 8
• Oscilações 8
• Rádio-freqüência 9
• Propriedades físicas do som 10

ALTO-FALANTE ELETRODINÂMICO 15
• Componentes 16
• Parâmetros do alto-falante 17
• Tipos de alto-falantes eletrodinâmicos 19
• Tipos de ligações 21
• Associação de alto-falantes 23
• Divisores de freqüência 23
• Atenuação de sinais 24
• Caixas acústicas 31

AMPLIFICADOR 33
• Tipos de amplificadores 33
• Distorção 34
• Fiação 35
• Fusíveis e Dijuntores 36
• Sugestões para uma boa instalação 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38

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INTRODUÇÃO

Com os avanços da tecnologia e a crescente utilização de novos acessórios nos veículos,


tornou-se indispensável que o instalador desses equipamentos atualize-se continuamente.

Neste curso, você terá a oportunidade de atualizar-se em relação ao sistema de som


automotivo, conhecendo em detalhes: componentes, funcionamento, instalação, testes e
diagnósticos.

Para isso, você irá estudar conceitos básicos sobre som:


• propriedades físicas;
• produção e propagação;
• oscilações;
• rádio-freqüência.

E, em seguida, estudará os equipamentos fundamentais do sistema de som:


• alto-falante;
• caixa acústica;
• amplificador.

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SOM

CONCEITO BÁSICO

Define-se como som qualquer variação de pressão do ar capaz de sensibilizar o ouvido


humano, excitando os nervos auditivos, causando-nos a sensação que conhecemos por
audição.

A vibração de um objeto se transmite às moléculas de ar. Assim, todas as moléculas de ar


do ambiente se movimentar segundo o ritmo e intensidade determinados pela vibração do
objeto.

PRODUÇÃO E PROPAGAÇÃO
Qualquer elemento em vibração pode produzir som, que se propaga através de meios
elásticos (sólidos, líquidos e gases), capazes de transmitir as vibrações físicas da fonte
sonora. Essas vibrações se espalham por todas as direções, a partir do ponto de onde são
produzidas. Os sons de freqüências agudas são mais direcionais que os de freqüências
graves.

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MECANISMO DE AUDIÇÃO

O ouvido humano é o órgão responsável pelos sentidos do equilíbrio e da audição.


As vibrações do meio elástico que incidem em nossos tímpanos são transmitidas através
de um sistema de ossos (martelo, bigorna e
estribo), que excitam um fluido dentro da cóclea.
Este órgão é dividido em três seções, responsáveis
pelo reconhecimento das diferentes freqüências. A
movimentação do fluido causa a excitação de várias
células, chamadas de células ciliadas, que geram
impulsos ao nosso cérebro, causando-nos a sensação
do som.

VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DO SOM

No meio ar e com temperatura normal (22º), o som se propaga com a velocidade de 343
metros/seg. A velocidade aumenta com a temperatura.

OSCILAÇÕES

São modificações de estado que se repetem com regularidade. Por exemplo, ao se fazer
soar um sino, o metal começa a oscilar (vibrar) e estas oscilações são transmitidas pelo ar.
Os movimentos de ar resultantes das oscilações são chamados de ondas sonoras. Nós
convivemos dia-a-dia com diversos tipos de oscilações, como o pêndulo de um relógio ou
as cordas de um instrumento musical. Acontece que cada um destes componentes oscila
com velocidades diferentes. O número de oscilações em função do tempo é chamado de
freqüência.

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Para que um som senoidal seja produzido só são necessários um meio de propagação (no
caso, o ar) e dois “movimentos”, um de compressão e outro de descompressão.

Suponhamos que o ar esteja sendo comprimido por um diafragma, onde está sendo aplicada
uma força F. Ao aplicarmos uma força F, positiva, criamos uma região de pressão na frente
do diafragma e outra, de pressão negativa, ou descompressão, no lado de trás do diafragma.
Invertendo o sentido da força, tudo se inverte igualmente: descompressão na frente e pressão
no verso. A onda pura, sem harmônicos, é chamada de sonóide.

RÁDIO-FREQÜÊNCIA
É a transmissão de dados (música, fala, ruídos, códigos eletrônicos) de um ponto emissor
do sinal, pelo ar, até um equipamento receptor – o aparelho de rádio.

Em uma emissora de rádio, isto acontece da seguinte forma: as ondas sonoras (música)
são transformadas em um sinal elétrico (corrente) através do microfone. Este sinal de
freqüência entre 16 e 20.000Hz é unido a um segundo sinal elétrico com uma freqüência
muito maior chamado de onda portadora. A onda portadora funciona como uma ponte
invisível entre a estação emissora e antena do equipamento de rádio receptor. É esta “ponte”
que vai levar o sinal sonoro audível da estação emissora até o rádio de um veículo.

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A união do sinal elétrico com os dados (música) a onda portadora é chamada de modulação.

PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOM

Quando uma corda de guitarra vibra, o som desloca o ar que está ao seu redor produzindo
uma onda sonora que se propaga pelo ambiente até atingir os nossos ouvidos. Quando
essa onda chega ao nosso tímpano, ele também vai vibrar.

Essa vibração é transformada pelo ouvido em sinais elétricos que são conduzidos até o
cérebro pelos nervos. No cérebro, finalmente, temos a sensação de som, ou seja, de ouvir
a nota emitida pela corda da guitarra.

Logo, o som é produzido por alguma coisa que vibra (o cone do falante, por exemplo) e é
transportado pelo ar (ou pela água ou qualquer meio material). O áudio não seria nada sem
a música. Para que exista música é fundamental que haja os seguintes elementos: amplitude,
freqüência, timbre.

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AMPLITUDE (VOLUME)
A amplitude da onda é a diferença entre seus pontos de maior compressão e de maior
descompressão.

A amplitude está relacionada com o volume de um som. Dessa maneira, um som forte, com
muito volume, é aquele que possui elevada amplitude e, um som fraco, com pouco volume
é aquele que possui um valor pequeno de amplitude.

OBSERVAÇÃO
A unidade de medida relativa é o decibel (db).

FREQÜÊNCIA
Ciclo é um movimento completo da onda. Este movimento deve conter uma compressão
positiva seguida de outra compressão no sentido oposto, ou seja, negativo (descompressão).

Se considerarmos um espaço de tempo constante para que este movimento completo se


repita, poderemos então definir a freqüência como sendo o número de vezes que este ciclo
se repete nessa unidade de tempo.

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Numa fórmula matemática temos: f = nº de ciclos/seg., onde f é a freqüência e o segundo é


a unidade de tempo padronizada. O ciclo por segundo como unidade de medida de
freqüência foi batizado de Hertz (Hz).

Sobre as freqüências podemos fornecer as seguintes informações:


• Cada instrumento tem uma faixa de freqüência característica bem definida. O piano é um
dos únicos instrumentos acústicos que preenche quase todo o espectro de freqüência.
• O ouvido humano é capaz de perceber sons que variam de 20Hz a 20.000Hz (ou 20 KHz).
• O som sempre é proveniente de uma vibração. Dependendo da freqüência com que a
vibração é produzida, o som ouvido pode ser grave ou agudo. As vibrações rápidas dão
ao ouvido a impressão de um som agudo, enquanto as oscilações lentas se traduzem em
sons graves.
• O contrabaixo possui tons graves, enquanto um violino possui tons agudos. Na verdade,
cada nota musical possui uma freqüência fundamental que irá definir o tom.
• O contrabaixo emite uma onda sonora fundamental de 41Hz. Esta é uma freqüência baixa,
ou seja, um tom grave. Podemos delimitar quando um tom é grave, médio ou agudo:
- Tons graves: 20 a 300 Hz
- Tons médios: 300 a 2.000 Hz
- Tons agudos: 2.000 a 20.000 Hz

TIMBRE
É a propriedade que nos permite distinguir se um determinado som de mesma freqüência é
produzido por um piano ou por um saxofone.

Quando vibramos um diapasão, emitimos uma nota musical pura, ou seja, o som puro com
apenas uma freqüência fundamental. Porém, os instrumentos musicais (por exemplo, a
corda de uma guitarra ou de um violino) emitem ondas sonoras com a freqüência fundamental
e com múltiplos desta freqüência que são chamados de harmônicos. Por exemplo, podemos
emitir uma nota “la” com freqüência de 440Hz e ter um segundo harmônico de 880HZ (2 x
440) ou um terceiro de 1.320Hz (3 x 440).

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A intensidade do som dos harmônicos é diferente. Cada instrumento emite estes harmônicos
de uma forma. Essa propriedade é chamada de timbre. Cada instrumento possui um timbre:
o violino irá emitir a nota musical “la” e seus harmônicos de forma diferente que o violão. É
o timbre que dá o “colorido” na música.

O ouvido humano é o receptor final da mensagem enviada através do som. A constituição


do ouvido humano permite às pessoas captarem vibrações que vão desde os 20Hz até
20KHz. Por isto as freqüências entre 20Hz e 20KHz são denominadas audiofreqüências.
Porém, nosso ouvido não é linear, ou seja, não ouvimos do mesmo jeito em toda esta faixa
de freqüências. Na verdade, ouvimos melhor na faixa de freqüências médias (que é a faixa
da fala humana), ou seja, de aproximadamente 200 a 3.000 Hz (em 70db).

A faixa limiar da audição é 0db, ou seja, abaixo disso não conseguimos ouvir. O limiar
doloroso é de 120db, ou seja, a partir daí nosso ouvido não pode suportar o som (danos à
audição).

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DECIBEL
Decibel é a décima parte de uma medida logarítmica: o bel. Constitui-se na unidade básica
de medições de níveis de sinais de áudio.

Alexander G.Bel descobriu que o ouvido humano reage aos estímulos sonoros
logaritmicamente; portanto, ao criar a escala em decibéis, ele obviamente a apresentou em
forma logarítmica.

Estando na escala logarítmica, significa que ao dobrarmos a potência de um som não teremos
o dobro do número em decibéis, mas apenas um acréscimo de 3dB.

Exemplo: Qual é a diferença de intensidade de um som de 1000Hz a 200watts e outro


também de 1000Hz a 100watts.
Intensidade = 10log P1/P2
I = 10log 200/100
I = 10log2
I = 3dB
O decibel é justamente a razão da diferença entre dois níveis de potência distintos, por isso,
é usado para comparar diferenças de potência em watts, voltagem, pressão sonora, etc.

Para termos a sensação de dobrar a intensidade do som é necessário um aumento de


10dB.

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ALTO-FALANTE ELETRODINÂMICO

O alto-falante eletrodinâmico é um transdutor que transforma energia elétrica em energia


acústica.

Opera com o auxílio do eletromagnetismo onde a conjunção simultânea de um campo


magnético e uma corrente elétrica alternada dá origem ao aparecimento de uma força
mecânica e, posteriormente, em energia sonora.

Quando uma corrente elétrica variável passa através da bobina, produz um campo magnético
perpendicular ao campo magnético permanente do ímã do alto-falante. Há, então, uma
interação entre os dois campos eletromagnéticos, o que provoca um movimento do cone,
para cima ou para baixo, dependendo apenas da direção do fluxo da corrente que passa
pela bobina.

Quando o semiciclo de uma corrente elétrica aplicada à bobina de um alto-falante for positivo,
o cone vai se movimentar para cima; quando for negativo, vai se movimentar para baixo.

Movimentando-se para cima e para baixo sucessivamente, o alto-falante movimentará o ar


a sua volta provocando vibrações com zonas de compressão e de rarefação de ar, as quais
terão o mesmo formato e amplitude do sinal elétrico de entrada.Essas variações de pressão
chegam aos tímpanos de nossos ouvidos causando-nos a sensação de audição.

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COMPONENTES

O alto-falante se compõe basicamente de: sistema motor, cone, aranha, domo, suspensão.

SISTEMA MOTOR
O sistema motor é constituído pelo conjunto magnético e pela bobina móvel. O conjunto
magnético é composto pelo ímã e pelas peças polares denominadas chapa polar, chapa
traseira e pólo. A função das peças polares é conduzir o fluxo magnético gerado pelo ímã,
concentrando-o em uma ranhura circular denominada entreferro, onde a bobina móvel irá
trabalhar. Geralmente é utilizado um ímã cerâmico de ferrite de bário ou estrôncio em forma
de anel. As peças polares são confeccionadas de ferro doce e devem ser justapostas ao
ímã.

A bobina móvel é constituída por várias espiras de fio de cobre ou alumínio esmaltado
enroladas em uma ou mais camadas sobre uma
fôrma de papel, alumínio ou outro material rígido,
leve e pouco espesso, que será posteriormente
colado ao pescoço do cone, de modo a transmitir a
este as vibrações executadas pela bobina.

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CONE
O cone é uma peça de formato cônico dotada de um orifício central onde é colada a bobina
móvel. O formato cônico tem a finalidade de conferir maior rigidez ao conjunto.

O cone pode ser fabricado com vários materiais visando maximizar as duas características:
rigidez e amortecimento. Os materiais que reúnem em alto grau estas duas características
são os materiais plásticos. Entre estes, o mais promissor é o polipropileno, que é mais
rígido e apresenta melhor amortecimento e reprodução sonora muito mais precisa, recriando
assim o som original com muito mais fidelidade.

ARANHA
A função principal da “aranha” ou suspensão interna é centralizar e sustentar o conjunto
cone – bobina móvel. É feita de tecido de algodão ou linho e é embebida em uma resina
sintética.

DOMO
Serve para proteger o espaço existente entre a bobina e a peça polar exposta a partículas
estranhas que poderiam ali se alojar criando graves inconvenientes.

SUSPENSÃO
Além da aranha que sustenta e centraliza o cone, temos a suspensão externa que prende a
borda do cone à carcaça do alto-falante. O anel da suspensão, geralmente feito de borracha,
espuma ou linho tratado, desempenha várias funções:
• ajuda a manter o cone centrado e fornece parte da energia responsável pelo retorno do
cone à posição de retorno;
• amortece deformações que ocorrem no sentido centro borda no cone.

PARÂMETROS DO ALTO-FALANTE

RESISTÊNCIA (R)
A resistência ôhmica do alto-falante é a resistência que a sua bobina móvel oferece à
passagem da corrente elétrica contínua. Esta resistência é determinada pelo diâmetro e
pelo comprimento do fio. Tem função importante na potência que o amplificador fornece ao
alto-falante, sendo tanto maior quanto menor for o valor da resistência.

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Assim, a potência máxima fornecida por um amplificador a um alto-falante com resistência


de 2W é o dobro da que ele fornece a um outro com resistência de 4 W.

(Tensão)2 U2
Potência = ⇒ P = A resistência ôhmica do alto-falante é
Resistência R medida utilizando-se um ohmímetro.

IMPEDÂNCIA NOMINAL (Z)


A impedância do alto-falante é a resistência que o alto-falante apresenta à passagem da
corrente alternada, tendo o seu valor variável com a freqüência do sinal.

Um alto-falante com resistência = 3,2 Ohms apresenta uma impedância = 4 Ohms, enquanto
que um com resistência = 6,5 Ohms possui uma impedância de 8 Ohms.

POTÊNCIA
A potência de um alto-falante significa a potência elétrica que ele suporta, ou seja, indica a
quantidade máxima de energia que pode ser dissipada pela sua bobina.

• POTÊNCIA NOMINAL (RMS)


É a potência máxima aplicável no alto-falante, em Watts (RMS). RMS é a raiz quadrada da
média dos quadrados que é conhecida em eletrônica por valor eficaz. O valor eficaz (RMS)
de uma corrente alternada é aquele capaz de produzir o mesmo efeito Joule que uma
corrente contínua, ou seja, gerar a mesma quantidade de calor em um resistor de igual
valor, no mesmo intervalo de tempo.

• POTÊNCIA PMPO
É a potência musical de pico (POWER MUSIC PEAK OUTPUT), ou seja, é a potência que
o alto-falante suporta, nos picos de potência que o amplificador fornece com programa
musical, medida em curto intervalo de tempo. Esta potência é em torno de 3,6 vezes maior
que a potência RMS.

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• RESPOSTA DE FREQÜÊNCIA
Devido principalmente a fatores de construção física, cada alto-falante se caracteriza por
reproduzir mais pronunciadamente uma determinada faixa de freqüência.

A resposta de freqüência é normalmente apresentada em forma de gráfico que apresenta


nitidamente a região de operação ideal.

Portanto, para cada aplicação devemos escolher o sistema falante mais a caixa com sua
respectiva faixa de freqüência. Por exemplo, para um sistema para contrabaixo (que responda
bem em tons graves), devemos escolher um que tenha a resposta em freqüências entre 20
e 1.000 Hz. Para um sistema para voz, devemos escolher um com resposta em freqüência
de 300 a 2.000 Hz (tons médios).

TIPOS DE ALTO-FALANTES ELETRODINÂMICOS

SUB-WOOFER
São utilizados para reprodução de freqüências baixas (contrabaixo,
bumbo de bateria) de 20 Hz a 120 Hz. Seu tamanho varia entre 8 a
18 polegadas.

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WOOFER
Estes alto-falantes são projetados para reproduzir freqüências
graves, médio graves (bumbo, tambor, parte do piano). Faixa de
freqüência de 50 Hz a 1.000 Hz. Seu tamanho varia de 6 a 15
polegadas.

MID-BASS
Reproduz as freqüências médio-graves (bumbo, tambor). Faixa de
freqüência de seu tamanho varia de 6 a 8 polegadas.

MID-RANGE
Reproduz as freqüências médias, ou seja, 90% dos sons audíveis
(voz e maioria dos instrumentos). Faixa de freqüência de 200 Hz a 3,5
KHz. Seu tamanho varia de 4 a 6 polegadas.

TWEETER
Alto-falantes para sons agudos (metais, pratos de bateria). Faixa de
freqüência de 3 KHz a 20 KHz. Seu tamanho varia de 0,5 a 2
polegadas. Geralmente, é instalado junto do painel ou das portas
dianteiras, pois emite um som direcional.

COAXIAIS
Alto-falantes que possuem um tweeter e um cone para reproduzir
freqüências médias-graves, ou mid-bass. Seu tamanho varia de 4 a
8 polegadas.

TRIAXIAL
Alto-falantes que possuem woofer, um mid-range e um tweeter na
mesma carcaça. Para reproduzir freqüências de 50 Hz a 20 KHz.
Seu tamanho varia de 6 a 6 x 9 polegadas.

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TIPOS DE LIGAÇÕES

Os amplificadores e alto-falantes precisam ser “casados” corretamente para se obter a


melhor qualidade e potência do som. Para isso é necessário combinar a impedância dos
falantes com a do amplificador.

Os amplificadores multiplicam sinais elétricos. Um amplificador de áudio pega um sinal


sonoro bem pequeno para convertê-lo em um muito mais forte. No entanto, para o
amplificador realizar o seu trabalho eficientemente, a interface dele com os falantes precisa
estar equilibrada, ou seja, “casamento de impedância”.

Vamos supor que a impedância de saída de um amplificador seja 4 Ohms. Suponhamos


que aumentamos o volume do som até a sua tensão de saída máxima = 8V. Se um alto-
falante de 4 Ohms for colocado na saída do amplificador, uma corrente de 2A passará pelo
falante e potência de 16W.

U2 82 64
P = ⇒ P = = = 16W
R 4 4

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Se ao invés disso, colocarmos um alto-falante de 2 Ohms, com a saída constante do


amplificador de 8V, a corrente passará a ser de 4A e a potência de 32W. Nesse caso, ela
será o dobro da corrente máxima que o amplificador agüenta, logo ele correrá o risco de se
queimar e produzirá muita distorção.

U2 82 64
P = ⇒ P = = = 32W
R 2 2

Se colocarmos um alto-falante de 8 Ohms, a tensão continuará sendo 8V, a corrente cairá


para 1A e a potência para 8W. Nesse caso, estaremos subutilizando o amplificador, pois ele
nunca atingirá a corrente e a potência máxima. Portanto, é muito importante o casamento
de impedâncias falante-amplificador.

U2 82 64
P = ⇒ P = = = 8W
R 8 8

Para que um amplificador forneça sua potência máxima com o mínimo de distorção sem
superaquecer, é necessário que se respeite o limite mínimo de impedância para os canais
de saída desse amplificador.

Para que a impedância de uma certa quantidade de alto-falantes tenha um valor igual ou
próximo ao valor mínimo de impedância de trabalho do amplificador, basta ligar os alto-
falantes em série ou em paralelo.

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ASSOCIAÇÃO DE ALTO-FALANTES

SÉRIE
O objetivo de se ligar alto-falantes em série é aumentar o valor da impedância. Quanto mais
alto-falantes estiverem ligados em série maior será a impedância.

R =R +R
T 1 2

R = 8+8
T

R = 16Ω
T

PARALELO
O objetivo de se ligar alto-falantes em paralelo é o de diminuir o valor da impedância. Quanto
mais alto-falantes estiverem ligados em paralelo menor será a impedância.

R . R
1 2
R =
T R +R
1 2

8. 8
R =
T 8+8

64
R =
T 16

R = 4Ω
T

DIVISORES DE FREQÜÊNCIA

Um alto-falante não reproduz todas as freqüências audíveis (20Hz a 20KHz). Por isso, os
alto-falantes são fabricados de acordo com o tipo e tamanho para reproduzir apenas uma
determinada faixa de freqüências, ou seja, sons graves, médios e agudos.

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O crossover, também chamado de divisor de freqüência, recebe as freqüências e as divide


em partes ou vias, sendo que cada uma dessas vias é conectada a um determinado tipo de
alto-falantes.

Ao efetuar a separação das freqüências, dizemos que o crossover fez um corte de freqüência.
O ponto de encontro das linhas no gráfico que representam os cortes dos divisores é chamado
de freqüência de transição, e a freqüência onde a resposta começa a ser atenuada em 3db,
é chamada de freqüência de corte.

ATENUAÇÃO DE SINAIS

Atenuação é a designação para definir qualquer redução de nível do sinal que ocorra nos
circuitos eletrônicos. A atenuação é expressa em db (decibéis).

Os filtros devem proporcionar a passagem de uma faixa determinada de freqüência e


proporcionar um forte grau de atenuação nas freqüências que estiverem fora desta faixa.

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SISTEMA DE SOM

A atenuação de freqüência nos filtros de som


é dada em db/oitava, ou seja, quantos dB de
atenuação ocorrem a cada vez que uma
freqüência de entrada dobra ou cai pela metade.

Esta atenuação ocorre nos filtros apenas fora


da faixa de passagem determinada. Uma oitava
é um termo musical usado para expressar o
intervalo entre as 12 notas musicais e significa
dobrar ou dividir ao meio o valor de uma determinada freqüência. Exemplos:
• uma oitava acima de 600Hz é igual a 1200Hz;
• uma oitava abaixo de 600Hz é igual a 300Hz.

Decibel é uma unidade usada para comparar duas ou mais grandezas entre si. De uma
maneira bem simples, quando dobramos alguma coisa temos um acréscimo de 3dB e quando
dividimos ao meio, temos um decréscimo de 3 dB.

Há basicamente quatro tipos de atenuação:


· 6 dB/oitava, chamado de crossover de primeira ordem.
· 12 dB/oitava chamado de crossover de segunda ordem.
· 18 dB/oitava chamado de crossover de terceira ordem.
· 24 dB/oitava chamado de crossover de quarta ordem.

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Quanto maior for a atenuação em dB por oitava, mais eficaz será o crossover para proteger
o alto-falante contra as freqüências indesejáveis.

Os filtros são classificados de acordo com as faixas de passagem e atenuação.

FILTRO PASSA BAIXA


São formados por um indutor ligado em série com o alto-falante. Este filtro permite a
passagem de baixas freqüências fazendo com que a curva de resposta do falante tenha
uma queda de 6, 12 ou 18 dB/oitava, a partir da freqüência de corte do filtro.

Esta freqüência é determinada pelos valores da indutância do indutor.

BOBINAS
Também chamadas de indutores são enrolamentos de cobre envernizado em torno de um
núcleo de ferrite, de ar ou de outro elemento. Estes componentes possuem a capacidade
de bloquear a passagem de freqüências altas a partir de um certo ponto, quando conectados
a uma carga.

Seus valores são expressos em Henry (H). Ao instalar uma bobina em série com o alto-
falante, provocará a gradual diminuição da eletricidade enviada ao mesmo em freqüências
altas. Estará criado, então, o filtro LOW PASS, ou Passa baixa.

+ freqüências – maior XL – grande oposição de passagem de altas freqüências


Indutor
- freqüências – menor XL – pouca oposição em baixas freqüências

OBSERVAÇÃO
XL – reatância indutiva é a oposição que um indutor apresenta à circulação de corrente
alternada.

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FILTRO PASSA ALTA


É formado por um capacitor em série com o alto-falante. Este filtro permite a passagem de
altas freqüências e atenua a partir da freqüência de corte em 6, 12 ou 18 dB/oitava. Nas
freqüências abaixo do valor especificado o filtro provoca forte atenuação no sinal.

CAPACITOR
Também conhecido como condensador. É um componente cuja resistência interna aumenta
na medida que a freqüência diminui, ou seja, quando conectados a uma carga tem a
capacidade de bloquear a passagem de freqüências baixas a partir de um certo ponto.
Seus valores são expressos em Farad (F). Ao instalar um capacitor em série com um alto-
falante, provocará a gradual diminuição da eletricidade enviada a ele em freqüências baixas.
Isso dá origem ao chamado filtro HIGH PASS, ou Passa Alta.

+ freqüências – menor XC – pouca oposição a passagem de altas freqüências


Capacitor
- freqüências – maior XC – grande oposição em baixas freqüências

OBSERVAÇÃO
XC – reatância capacitiva é a oposição que um capacitor apresenta à circulação de corrente
alternada.

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FILTRO PASSA BANDA (FAIXA)


É uma combinação dos dois filtros e permite a faixa de passagem entre dois valores de
freqüência especificados. Nas freqüências acima e abaixo da faixa de passagem há uma
forte atenuação.

IMPEDÂNCIA DO ALTO-FALANTE

2 OHMS 4 OHMS 8 OHMS


FREQ.
HERTZ
L C L C L C

80 4.1 mH 1000 µF 8.2 mH 500 µF 16 mH 250 µF


100 3.1 mH 800 µF 6.2 mH 400 µF 12 mH 200 µF
130 2.4 mH 600 µF 4.7 mH 300 µF 10 mH 150 µF
200 1.6 mH 400 µF 3.3 mH 200 µF 6.8 mH 100 µF
260 1.2 mH 300 µF 2.4 mH 150 µF 4.7 mH 75 µF
400 .8 mH 200 µF 1.6 mH 100 µF 3.3 mH 50 µF
600 .5 mH 136 µF 1.0 mH 68 µF 2.0 mH 33 µF
800 .41 mH 100 µF .82 mH 50 µF 1.6 mH 26 µF
1000 .31 mH 78 µF .62 mH 39 µF 1.2 mH 20 µF
1200 .25 mH 66 µF .51 mH 33 µF 1.0 mH 16 µF
1800 .16 mH 44 µF .33 mH 22 µF .68 mH 10 µF
4000 .08 mH 20 µF .16 mH 10 µF .33 mH 5 µF
6000 51 µH 14 µF 100 µH 6.8 µF 200 µH 3.3 µF
9000 34 µH 9.5 µF 68 µH 4.7 µF 150 µH 2.2 µF
12000 25 µH 6.6 µF 51 µH 3.3 µF 100 µH 1.6 µF

L - Indutor → Filtro Passa-Baixa C - Capacitor → Filtro Passa-Alta


µH - MICRO-HENRY µF - MICRO-FARADAY
mH - MILI-HENRY

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SISTEMA DE SOM

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ELETRICIDADE DO AUTOMÓVEL

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SISTEMA DE SOM

CAIXAS ACÚSTICAS

Apesar de só falarmos até aqui de alto-falante, sabemos que ele funciona instalado em
algum tipo de caixa acústica.

A necessidade da caixa acústica vem do fato de que para baixas freqüências, o falante (no
caso, tipo woofer e subwooper) funciona com um dipolo. Isso quer dizer que quando estamos
em freqüências baixas (ondas sonoras grandes), o woofer emite ondas (som) para sua
frente (frente do cone) e para trás. Estas ondas estão fora de fase e quando sem encontram,
acabam se cancelando, diminuindo a intensidade sonora. O efeito disso é que quando o
woofer está solto, ouvimos um volume de som mais baixo. Quando isolamos a parte da
frente da parte de trás, não há mais interferência e o volume (intensidade) fica maior.

A caixa acústica dá ao alto-falante melhores condições de trabalho, com um menor


deslocamento do cone e permite que seja obtida uma resposta de freqüência mais adequada.

Existem duas formas básicas de se isolar o som emitido pela frente do falante: o baffle
infinito e a caixa acústica. O baflle infinito é como se fosse uma parede infinita com um
buraco onde será encaixado o falante. Na prática, podemos utilizar, por exemplo, o tampão
traseiro do carro como baffle infinito.

A outra solução encontrada para isolar o som foi fazer uma caixa com um buraco (onde vai
o falante) que isolasse todo o ar (e portanto o som) da parte de trás dele. Esta caixa
(geralmente de madeira) deve ser revestida internamente por algum material que absorve
bem o som. Nesse caso, todo o som emitido pela parte de trás do falante seria absorvido
pela caixa. Esta caixa é chamada de caixa acústica.

A seguir mostraremos quais os tipos de caixa acústica mais utilizados e sua principais
características.

CAIXA SELADA
Este tipo de caixa é totalmente fechado, apenas com o orifício para a colocação do falante.
Utilizando os parâmetros do alto-falante, podemos calcular o volume interno da caixa de
forma a alterar a resposta em graves do falante. Isso porque dentro da caixa existe um
volume de ar que será comprimido elo cone do falante que tende a frear o movimento do
conjunto móvel. Com isso, a resposta em graves do falante (woofer) vai variar.

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ELETRICIDADE DO AUTOMÓVEL

O volume de ar da caixa amortece o deslocamento do conjunto móvel, diminuindo o


deslocamento do cone e conseqüentemente a distorção.

CAIXA ABERTA (COM DUTO)


A caixa aberta (em inglês “Vented Box” possui orifícios com canais, chamados dutos, que
permitem que o ar de dentro da caixa seja deslocado para fora. Os dutos (podemos ter um
ou mais na caixa) geralmente são colocados na frente da caixa, ao redor dos falantes. O ar
comprimido pelo cone, quando ele vai para trás, passa pelo duto. Dependendo do tamanho
(comprimento e área) do duto, podemos sintonizá-lo em uma determinada freqüência
(freqüência de ressonância do duto). Formaremos, então, ondas sonoras ao redor desta
freqüência que influenciará no som em graves que a caixa irá produzir.

O duto, portanto, leva o som emitido pela parte de trás do falante para a frente da caixa,
somando-o com o som emitido pela frente do falante, aumentando a intensidade do som
final. Esta alteração, porém, só será feita na região dos tons graves e dependerá da forma
e tamanho do duto. Ela também deve ser calculada (seu volume e o tamanho do duto) de
forma a produzir o som desejado.

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SISTEMA DE SOM

AMPLIFICADOR

O amplificador de áudio tem a função de amplificar um sinal recebido de sintonizadores,


toca-fitas, CD players, etc. em forma de som pelos alto-falantes.

O amplificador não pode alterar a forma de onda original e deve operar sem reproduzir
distorções audíveis.

Esse acessório gera potência cuja medida é o WATT, uma unidade de energia. Ele é sempre
formado por duas partes distintas: o pré-amplificador e o amplificador de potência.

TIPOS DE AMPLIFICADORES

BOOSTER
São amplificadores que utilizam transformador de saída e reamplificam as saídas de potência
dos toca-fitas e CDs que já possuem amplificação própria. Atua com baixa sensibilidade de
sinal de entrada e linearidade de resposta em freqüência limitada a 40Hz. Este modelo de
amplificador apresenta baixa resposta na região dos graves e um maior reforço nos médios
agudos.

Os boosters têm uma limitação de potência para algo em torno de 100 watts RMS por canal,
a 14,4 volts, a 4 ohms. Apenas os boosters que operam em 2Ω ou 1Ω é que conseguem
liberar mais que 100 watts RMS por canal.

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ELETRICIDADE DO AUTOMÓVEL

POWER (FONTE CHAVEADA)


O projeto de um amplificador de fonte chaveada possui o circuito de amplificação com
tecnologia avançada de transistores MOSFET na fonte de alimentação e estágio de saída.

As características dos amplificadores de fonte chaveada são:


• Potências que variam de 20 watts até 2.000 watts (RMS).
• Baixo índice de distorção harmônica (THD).
• Amplificar sinais a partir de um nível baixo (saída
RCA dos toca-fitas/CDs).
• Ajuste de sensibilidade da entrada de alta
impedância (ganho).
• Ligação em bridge ou mono.

DISTORÇÃO

É causada pela ocorrência espontânea de harmônicos adicionais, indesejados durante a


amplificação. A distorção THD é medida em percentual (%).

Na verdade, a potência de um amplificador não é sinônimo de sua qualidade. Nossos ouvidos


conseguem captar entre 20 a 20 KHz. Isso significa que um bom amplificador deve reproduzir
estas freqüências (sem distorções) sempre com o mesmo rendimento, ou seja, ter resposta
plana dentro destes limites.

Ao analisar um amplificador, devemos também levar em conta a sua distorção, ou seja, a


deformação que ele introduz no som amplificado. O ouvido humano tolera distorções de até
3%, de modo que a maioria dos amplificadores tem valores inferiores a estes, embora
alguns modelos, quando de sua plena potência, podem facilmente chegar a este valor.

Assim, um amplificador de carro nunca deve ser utilizado a plena potência (volume todo
aberto), pois nestas condições também teremos a máxima distorção, e em alguns casos ela
se torna bastante desagradável.

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SISTEMA DE SOM

FIAÇÃO

A fiação de alimentação (+) positivo e (-) negativo do módulo de potência deve ser de bitola
suficiente para que haja um mínimo de perda na tensão pelo fio quando ocorre a condição
de máxima corrente. Quanto maior for a distância entre a bateria e o amplificador, maior
deverá ser a bitola do fio. Veja as tabelas a seguir.

CABOS DE ALIMENTAÇÃO
2
CORRENTE ELÉTRICA (Ampères) SEÇÃO DO CABO (em mm )
2
de 1 a 20 4,00mm
2
de 20 a 30 6,00mm
2
de 30 a 40 8,50mm
2
de 40 a 60 13,30mm
2
de 60 a 100 21,20mm
2
de 100 a 125 33,60mm
2
de 150 a 175 54,40mm
Foram considerados comprimentos dos fios de 3 a 5m com perda mínima.

2
TABELA DE CONVERSÃO de mm para AWG LIGAÇÃO DE CAIXAS ACÚSTICAS E ALTO-FALANTES
2
SEÇÃO mm AWG POTÊNCIA 2
SEÇÃO DOS CABOS (mm )
POR CANAL
54,40 1/0
IMPEDÂNCIA (Ohms)
33,60 2 WRMS
21,20 4 2 Ohms 4 Ohms 8 Ohms 16 Ohms

13,30 6 20/40 1,50 1,00 0,75 0,50


8,50 8 40/60 2,00 1,30 1,00 0,75

9 (6,60 mm 2)
2 60/80 2,00 1,50 1,00 0,75
6,00
10 (5,26 mm ) 80/100 2,00 1,50 1,30 0,75
2
4,00 11 (4,17mm ) 100/120 2,50 2,00 1,30 1,00
2
3,00 12 (3,30mm ) 120/140 2,50 2,00 1,30 1,00
2
2,50 13 (2,63mm ) 140/160 3,00 2,00 1,50 1,00
2,00 14 160/180 3,00 2,00 1,50 1,00
2
15 (1,65 mm2) 180/200 3,50 2,00 1,50 1,30
1,50
16 (1,30 mm ) 200/220 3,50 2,50 1,50 1,30
1,00 17 220/240 3,50 2,50 1,50 1,30
2
0,75 18 (0,82mm ) 240/260 3,50 2,50 2,00 1,30
2
0,50 19 (0,65mm ) 260/280 4,00 2,50 2,00 1,30
0,30 20 280/300 4,00 3,00 2,00 1,30
300/400 5,00 3,50 2,00 1,50
400/500 6,00 3,50 2,50 1,50
500/600 6,00 4,00 3,00 2,00

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ELETRICIDADE DO AUTOMÓVEL

FUSÍVEIS E DISJUNTORES

Fusível é o elo mais fraco de um circuito ou instalação elétrica que tem a finalidade de
protegê-los em caso de alguma anomalia de funcionamento do equipamento ou em curto-
circuito da instalação.

A alimentação dos módulos de potência deve ser ligada diretamente da bateria através de
fusíveis ou disjuntores. O porta-fusível com fusível deve ficar o mais próximo
possível da bateria e o fusível precisa ter a corrente compatível com a necessidade de
corrente do amplificador.

Exemplo: módulo de 2 x 50W

PT x 2 50 x 2 x 2 200
i= ⇒ = ≅ 15A ⇒ Fusível de 15A
13V 13V 13

SUGESTÕES PARA UMA BOA INSTALAÇÃO

1. Instale o amplificador em local arejado e de fácil acesso, nunca instale debaixo de


tapetes ou carpetes.
2. Nas instalações dos alto-falantes em portas, passe os fios, alojando-os de maneira que
não sejam danificados com o abrir e fechar das portas. Utilizar espaguete ou conduíte.
Verifique se a máquina de vidro ou a maçaneta não encostam no alto-falante.
3. Nas instalações dos alto-falantes nos tampões, passe os fios sob as calhas inferiores
das portas ou sob o tapete junto as laterais.

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SISTEMA DE SOM

4. O local de fixação dos alto-falantes deve ser plano e sem nervuras que possam impedir
o apoio uniforme de toda borda do alto-falante. Caso contrário recomendamos montar
um blafe de madeira antes de fixá-lo.
5. Observar sempre a polaridade do alto-falante. O terminal mais estreito é o positivo.
6. Usar de preferência fios polarizados e de bitolas corretamente dimensionadas pois a
não observação disso pode comprometer sua instalação, provocando perda de potência,
curto e até incêndio. A fiação em uma instalação é o item de menor custo.
7. Quando se instalam diversos amplificadores, o consumo de corrente deverá ser somado
para o dimensionamento dos fios (+) e (-) e utilizar porta-fusíveis extras.
8. Verificar se os terminais e ligações não estão encostando-se à lataria do carro.
9. Nunca ligue o fio (remote) de acionamento junto com o (+) positivo da bateria.
10. Nunca coloque fusíveis de valor maior que o indicado pelo fabricante.
11. Leia e siga corretamente o Manual de Instalação.

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ELETRICIDADE DO AUTOMÓVEL

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Marcello Lacerda. Som Automotivo. Métodos e Técnicas de Projetos e Instalações.


Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 2000.

SOM & CARRO. São Paulo. Som & Carro Editora Ltda, janeiro/1997. Mensal.

. São Paulo. Som & Carro Editora Ltda, dezembro/2000. Mensal.

. São Paulo. Som & Carro Editora Ltda, março/2002. Mensal.

. São Paulo. Som & Carro Editora Ltda, maio/2002. Mensal.

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