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III – ser contratado pela administração direta ou

Presidência da indireta dos entes da Federação consorciados,


dispensada a licitação.
República § 2º Os consórcios públicos poderão emitir
documentos de cobrança e exercer atividades de
arrecadação de tarifas e outros preços públicos pela
Casa Civil prestação de serviços ou pelo uso ou outorga de uso
de bens públicos por eles administrados ou, mediante
Subchefia para Assuntos Jurídicos autorização específica, pelo ente da Federação
consorciado.
LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005.
§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar
Mensagem de veto concessão, permissão ou autorização de obras ou
Dispõe sobre normas
serviços públicos mediante autorização prevista no
gerais de contratação de
contrato de consórcio público, que deverá indicar de
(Vide Decreto nº 6.017, deconsórcios públicos e dá forma específica o objeto da concessão, permissão ou
2007) outras providências.
autorização e as condições a que deverá atender,
observada a legislação de normas gerais em vigor.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a Art. 3º O consórcio público será constituído por
seguinte Lei: contrato cuja celebração dependerá da prévia
subscrição de protocolo de intenções.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais
para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo
Municípios contratarem consórcios públicos para a de intenções as que estabeleçam:
realização de objetivos de interesse comum e dá
outras providências.
I – a denominação, a finalidade, o prazo de
duração e a sede do consórcio;
§ 1º O consórcio público constituirá associação
pública ou pessoa jurídica de direito privado.
II – a identificação dos entes da Federação
consorciados;
§ 2º A União somente participará de consórcios
públicos em que também façam parte todos os
Estados em cujos territórios estejam situados os III – a indicação da área de atuação do
Municípios consorciados. consórcio;

§ 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, IV – a previsão de que o consórcio público é


deverão obedecer aos princípios, diretrizes e normas associação pública ou pessoa jurídica de direito
que regulam o Sistema Único de Saúde – SUS. privado sem fins econômicos;

§ 4º Aplicam-se aos convênios de cooperação, V – os critérios para, em assuntos de interesse


no que couber, as disposições desta Lei relativas aos comum, autorizar o consórcio público a representar os
consórcios públicos. (Incluído pela Lei nº entes da Federação consorciados perante outras
14.026, de 2020) esferas de governo;

Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos VI – as normas de convocação e


serão determinados pelos entes da Federação que se funcionamento da assembléia geral, inclusive para a
consorciarem, observados os limites constitucionais. elaboração, aprovação e modificação dos estatutos
do consórcio público;
§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o
consórcio público poderá: VII – a previsão de que a assembléia geral é a
instância máxima do consórcio público e o número de
votos para as suas deliberações;
I – firmar convênios, contratos, acordos de
qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e
subvenções sociais ou econômicas de outras VIII – a forma de eleição e a duração do
entidades e órgãos do governo; mandato do representante legal do consórcio público
que, obrigatoriamente, deverá ser Chefe do Poder
Executivo de ente da Federação consorciado;
II – nos termos do contrato de consórcio de
direito público, promover desapropriações e instituir
servidões nos termos de declaração de utilidade ou IX – o número, as formas de provimento e a
necessidade pública, ou interesse social, realizada remuneração dos empregados públicos, bem como os
pelo Poder Público; e casos de contratação por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional § 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio
interesse público; que preveja determinadas contribuições financeiras
ou econômicas de ente da Federação ao consórcio
X – as condições para que o consórcio público público, salvo a doação, destinação ou cessão do uso
celebre contrato de gestão ou termo de parceria; de bens móveis ou imóveis e as transferências ou
cessões de direitos operadas por força de gestão
XI – a autorização para a gestão associada de associada de serviços públicos.
serviços públicos, explicitando:
§ 4º Os entes da Federação consorciados, ou
a) as competências cujo exercício se transferiu os com eles conveniados, poderão ceder-lhe
ao consórcio público; servidores, na forma e condições da legislação de
cada um.
b) os serviços públicos objeto da gestão
§ 5º O protocolo de intenções deverá ser
associada e a área em que serão prestados;
publicado na imprensa oficial.
c) a autorização para licitar ou outorgar
Art. 5º O contrato de consórcio público será
concessão, permissão ou autorização da prestação
celebrado com a ratificação, mediante lei, do
dos serviços;
protocolo de intenções.
d) as condições a que deve obedecer o contrato
§ 1º O contrato de consórcio público, caso
de programa, no caso de a gestão associada envolver
assim preveja cláusula, pode ser celebrado por
também a prestação de serviços por órgão ou
apenas 1 (uma) parcela dos entes da Federação que
entidade de um dos entes da Federação
subscreveram o protocolo de intenções.
consorciados;

§ 2º A ratificação pode ser realizada com


e) os critérios técnicos para cálculo do valor das
reserva que, aceita pelos demais entes subscritores,
tarifas e de outros preços públicos, bem como para
implicará consorciamento parcial ou condicional.
seu reajuste ou revisão; e

§ 3º A ratificação realizada após 2 (dois) anos


XII – o direito de qualquer dos contratantes,
da subscrição do protocolo de intenções dependerá
quando adimplente com suas obrigações, de exigir o
de homologação da assembléia geral do consórcio
pleno cumprimento das cláusulas do contrato de
público.
consórcio público.

§ 4º É dispensado da ratificação prevista no


§ 1º Para os fins do inciso III do caput deste
caput deste artigo o ente da Federação que, antes de
artigo, considera-se como área de atuação do
subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei
consórcio público, independentemente de figurar a
a sua participação no consórcio público.
União como consorciada, a que corresponde à soma
dos territórios:
Art. 6º O consórcio público adquirirá
personalidade jurídica:
I – dos Municípios, quando o consórcio público
for constituído somente por Municípios ou por um
Estado e Municípios com territórios nele contidos; I – de direito público, no caso de constituir
associação pública, mediante a vigência das leis de
ratificação do protocolo de intenções;
II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito
Federal, quando o consórcio público for,
respectivamente, constituído por mais de 1 (um) II – de direito privado, mediante o atendimento
Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e o Distrito dos requisitos da legislação civil.
Federal;
§ 1º O consórcio público com personalidade
III – (VETADO) jurídica de direito público integra a administração
indireta de todos os entes da Federação
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, consorciados.
quando o consórcio for constituído pelo Distrito
Federal e os Municípios; e § 2º O consórcio público, com personalidade
jurídica de direito público ou privado, observará as
normas de direito público no que concerne à
V – (VETADO)
realização de licitação, à celebração de contratos, à
prestação de contas e à admissão de pessoal, que
§ 2º O protocolo de intenções deve definir o será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho
número de votos que cada ente da Federação (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
consorciado possui na assembléia geral, sendo maio de 1943. (Redação dada pela Lei nº
assegurado 1 (um) voto a cada ente consorciado. 13.822, de 2019)
Art. 7º Os estatutos disporão sobre a consórcio público, mas responderão pelos atos
organização e o funcionamento de cada um dos praticados em desconformidade com a lei ou com as
órgãos constitutivos do consórcio público. disposições dos respectivos estatutos.

Art. 8º Os entes consorciados somente Art. 11. A retirada do ente da Federação do


entregarão recursos ao consórcio público mediante consórcio público dependerá de ato formal de seu
contrato de rateio. representante na assembléia geral, na forma
previamente disciplinada por lei.
§ 1º O contrato de rateio será formalizado em
cada exercício financeiro, e seu prazo de vigência não § 1º Os bens destinados ao consórcio público
será superior ao das dotações que o suportam, com pelo consorciado que se retira somente serão
exceção dos contratos que tenham por objeto revertidos ou retrocedidos no caso de expressa
exclusivamente projetos consistentes em programas previsão no contrato de consórcio público ou no
e ações contemplados em plano instrumento de transferência ou de alienação.
plurianual. (Redação dada pela Lei nº 14.026, de
2020) § 2º A retirada ou a extinção de consórcio
público ou convênio de cooperação não prejudicará
§ 2º É vedada a aplicação dos recursos as obrigações já constituídas, inclusive os contratos,
entregues por meio de contrato de rateio para o cuja extinção dependerá do pagamento das
atendimento de despesas genéricas, inclusive indenizações eventualmente devidas. (Redação
transferências ou operações de crédito. dada pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 3º Os entes consorciados, isolados ou em Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato


conjunto, bem como o consórcio público, são partes de consórcio público dependerá de instrumento
legítimas para exigir o cumprimento das obrigações aprovado pela assembléia geral, ratificado mediante
previstas no contrato de rateio. lei por todos os entes consorciados.

§ 4º Com o objetivo de permitir o atendimento § 2º Até que haja decisão que indique os
dos dispositivos da Lei Complementar nº 101, de 4 de responsáveis por cada obrigação, os entes
maio de 2000, o consórcio público deve fornecer as consorciados responderão solidariamente pelas
informações necessárias para que sejam obrigações remanescentes, garantindo o direito de
consolidadas, nas contas dos entes consorciados, regresso em face dos entes beneficiados ou dos que
todas as despesas realizadas com os recursos deram causa à obrigação.
entregues em virtude de contrato de rateio, de forma
que possam ser contabilizadas nas contas de cada Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas
ente da Federação na conformidade dos elementos por contrato de programa, como condição de sua
econômicos e das atividades ou projetos atendidos. validade, as obrigações que um ente da Federação
constituir para com outro ente da Federação ou para
§ 5º Poderá ser excluído do consórcio público, com consórcio público no âmbito de gestão associada
após prévia suspensão, o ente consorciado que não em que haja a prestação de serviços públicos ou a
consignar, em sua lei orçamentária ou em créditos transferência total ou parcial de encargos, serviços,
adicionais, as dotações suficientes para suportar as pessoal ou de bens necessários à continuidade dos
despesas assumidas por meio de contrato de rateio. serviços transferidos.

Art. 9º A execução das receitas e despesas do § 1º O contrato de programa deverá:


consórcio público deverá obedecer às normas de
direito financeiro aplicáveis às entidades públicas. I – atender à legislação de concessões e
permissões de serviços públicos e, especialmente no
Parágrafo único. O consórcio público está que se refere ao cálculo de tarifas e de outros preços
sujeito à fiscalização contábil, operacional e públicos, à de regulação dos serviços a serem
patrimonial pelo Tribunal de Contas competente para prestados; e
apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo
representante legal do consórcio, inclusive quanto à II – prever procedimentos que garantam a
legalidade, legitimidade e economicidade das transparência da gestão econômica e financeira de
despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem cada serviço em relação a cada um de seus titulares.
prejuízo do controle externo a ser exercido em razão
de cada um dos contratos de rateio. § 2º No caso de a gestão associada originar a
transferência total ou parcial de encargos, serviços,
Art. 10. (VETADO) pessoal e bens essenciais à continuidade dos
serviços transferidos, o contrato de programa, sob
Parágrafo único. Os agentes públicos pena de nulidade, deverá conter cláusulas que
incumbidos da gestão de consórcio não responderão estabeleçam:
pessoalmente pelas obrigações contraídas pelo
I – os encargos transferidos e a federativos nele consorciados. (Incluído pela Lei nº
responsabilidade subsidiária da entidade que os 13.821, de 2019)
transferiu;
Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a
II – as penalidades no caso de inadimplência organização e funcionamento dos consórcios públicos
em relação aos encargos transferidos; serão disciplinados pela legislação que rege as
associações civis.
III – o momento de transferência dos serviços e
os deveres relativos a sua continuidade; Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, passa a
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e vigorar com a seguinte redação:
os passivos do pessoal transferido;
IV – as autarquias, inclusive as associações
V – a identificação dos bens que terão apenas públicas;
a sua gestão e administração transferidas e o preço
dos que sejam efetivamente alienados ao contratado; Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei no
8.666, de 21 de junho de 1993, passam a vigorar com
VI – o procedimento para o levantamento, a seguinte redação:
cadastro e avaliação dos bens reversíveis que vierem
a ser amortizados mediante receitas de tarifas ou § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-
outras emergentes da prestação dos serviços. á o dobro dos valores mencionados no caput deste
artigo quando formado por até 3 (três) entes da
§ 3º É nula a cláusula de contrato de programa Federação, e o triplo, quando formado por maior
que atribuir ao contratado o exercício dos poderes de número." (NR)
planejamento, regulação e fiscalização dos serviços
por ele próprio prestados. XXVI – na celebração de contrato de programa
com ente da Federação ou com entidade de sua
§ 4º O contrato de programa continuará vigente administração indireta, para a prestação de serviços
mesmo quando extinto o consórcio público ou o públicos de forma associada nos termos do
convênio de cooperação que autorizou a gestão autorizado em contrato de consórcio público ou em
associada de serviços públicos. convênio de cooperação.

§ 5º Mediante previsão do contrato de Parágrafo único. Os percentuais referidos nos


consórcio público, ou de convênio de cooperação, o incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte
contrato de programa poderá ser celebrado por por cento) para compras, obras e serviços
entidades de direito público ou privado que integrem contratados por consórcios públicos, sociedade de
a administração indireta de qualquer dos entes da economia mista, empresa pública e por autarquia ou
Federação consorciados ou conveniados. fundação qualificadas, na forma da lei, como
Agências Executivas." (NR)
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei
nº 14.026, de 2020) "Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º
do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as
§ 7º Excluem-se do previsto no caput deste situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
artigo as obrigações cujo descumprimento não necessariamente justificadas, e o retardamento
previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta Lei
acarrete qualquer ônus, inclusive financeiro, a ente da
deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à
Federação ou a consórcio público.
autoridade superior, para ratificação e publicação na
imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como
§ 8º Os contratos de prestação de serviços condição para a eficácia dos atos.
públicos de saneamento básico deverão observar o
art. 175 da Constituição Federal, vedada a
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar
formalização de novos contratos de programa para
licitação da qual, nos termos do edital, decorram
esse fim. (Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
contratos administrativos celebrados por órgãos ou
entidades dos entes da Federação consorciados.
Art. 14. A União poderá celebrar convênios com
os consórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a
§ 2º É facultado à entidade interessada o
descentralização e a prestação de políticas públicas
acompanhamento da licitação e da execução do
em escalas adequadas.
contrato." (NR)
Parágrafo único. Para a celebração dos
Art. 18. O art. 10 da Lei no 8.429, de 2 de junho
convênios de que trata o caput deste artigo, as
de 1992, passa a vigorar acrescido dos seguintes
exigências legais de regularidade aplicar-se-ão ao
incisos:
próprio consórcio público envolvido, e não aos entes
"Art. 10.
...................................................................................

...........................................................................
.....................

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento


que tenha por objeto a prestação de serviços públicos
por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio


público sem suficiente e prévia dotação orçamentária,
ou sem observar as formalidades previstas na lei."
(NR)

Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos


convênios de cooperação, contratos de programa
para gestão associada de serviços públicos ou
instrumentos congêneres, que tenham sido
celebrados anteriormente a sua vigência.

Art. 20. O Poder Executivo da União


regulamentará o disposto nesta Lei, inclusive as
normas gerais de contabilidade pública que serão
observadas pelos consórcios públicos para que sua
gestão financeira e orçamentária se realize na
conformidade dos pressupostos da responsabilidade
fiscal.

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação.

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