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JOGOS MATEMÁTICOS

CAPÍTULO 1 - O QUE SÃO E PARA QUE


SERVEM AS FUNÇÕES POLINOMIAIS DO
1º GRAU?
Thuysa Schlichting de Souza

INICIAR

Introdução
Você já reparou que muitas situações cotidianas envolvendo duas variáveis
apresentam uma relação de dependência entre seus valores? Por exemplo, o valor
de uma conta de energia elétrica depende da quantidade de luz gasta durante o
mês; o consumo de combustível de um automóvel depende da quantidade de
quilômetros rodados; ou, ainda, o preço pago no envio de um pacote pelos Correios
depende do seu peso. É por essas situações que, neste capítulo, estudaremos um
conceito que lhe permitirá descrever e analisar mais detalhadamente essas
relações: o de função.
Inicialmente, abordaremos as principais ideias e definições relacionadas ao estudo
de funções, como plano cartesiano, domínio, imagem, lei de formação e
propriedades gráficas. De forma mais aprofundada, conseguiremos identificar e
analisar as funções polinomiais do 1º grau, um tipo particular de função que
apresenta diversas aplicações, especialmente na área de administração e de
negócios em geral.
Os novos conceitos serão apresentados por meio dos jogos como Damas, Máquina
de Função, Jogo da Velha e Dorminhoco Matemático, os quais são releituras de
jogos propostos por Borba (2008). Desse modo, poderemos resolver problemas,
analisar as regras e refletir sobre as melhores jogadas, ao mesmo tempo em que
criamos relações entre os componentes do jogo e os conceitos matemáticos em
questão.
Assim, ao final do capítulo, você será capaz de responder algumas questões
relacionadas ao assunto: o que caracteriza uma função? Para que servem as funções
polinomiais do 1º grau? Onde e como posso usá-las em situações da vida real?
Vamos em frente!

1.1 Jogo de Damas e o sistema de


coordenadas cartesianas
O jogo de Damas tem uma longa história que remonta ao antigo Egito. Trata-se de
um jogo praticado em um tabuleiro de 64 casas, alternadamente claras e escuras.
Dois jogadores iniciam com 12 pedras cada, um munido de pedras brancas e o outro
de pedras pretas, podendo ser movidas apenas diagonalmente. O objetivo é
capturar ou imobilizar as peças do oponente (CBD, 2018). Dessa forma, por sua
organização, é um jogo que estimula o raciocínio lógico na busca das melhores
soluções, o que tem grande valor para a matemática. Mas será que o jogo de Damas
possibilita a aprendizagem de algum conceito matemático específico? Como é
possível usá-lo para ajudar na compreensão da ideia de função?
Para respondermos essas perguntas, precisamos realizar uma adaptação nas regras
para possibilitar a inserção de alguns elementos matemáticos no contexto do jogo.
Podemos entender, por exemplo, que cada casa será identificada por coordenadas
de números, os quais indicam as linhas e as colunas do tabuleiro, conforme vemos
na figura a seguir. 
Figura 1 - Tabuleiro do jogo de Damas. Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A figura 1 é de um tabuleiro cuja forma é um quadrado contendo 64


quadradinhos pretos e brancos, sendo 8 quadrados na horizontal por 8 quadrados
na vertical alternando a cores.

Para que o aluno possa realizar os movimentos no tabuleiro tem se as coordenadas


sendo que na horizontal inicia-se à esquerda para a direita de 1 até 8. Na vertical
inicia-se do 1 até o 8 de baixo para cima. Dessa forma, cada quadrado é identificado
pelas coordenadas x, y (lê-se: x y), sendo que x representa as colunas e o y que está
na vertical, as linhas. O quadrado de posição 1,1 (lê-se: um um) é de cor preta. O
quadrado 2,1 (lê-se: dois um) é branco. O quadrado 1,2 (lê-se: um dois) é branco e
assim por diante.

Na posição 4,2 e 5,3 há duas peças do jogo da dama em forma de circulo na cor
branca e uma seta indicando que a peça foi deslocada no sentido em diagonal,
saindo do quadrado de cor preta 4,2 e passando a ocupar o quadrado preto 5,3.

Sempre que uma jogada for realizada, o jogador deve anotar as coordenadas da
casa de saída e da casa de chegada. No movimento indicado pela flecha da figura,
entendemos que a saída será dada pelo par ordenado  , enquanto que a
chegada será dada pelo par . O vencedor, além de capturar as peças do
adversário, conforme as regras usuais, precisa ter escrito corretamente todos os
pontos encontrados.
Assim, após jogar de acordo com as regras modificadas, podemos refletir sobre as
seguintes questões:

nas coordenadas das casas de saída e de chegada, a ordem que você


marcou as linhas e as colunas é importante? Por exemplo, os pares
ordenados   e  representam a mesma casa?
Se você está jogando com as peças brancas, como são descritos os pares
ordenados que representam as casas que podem ser escolhidas para fazer
um movimento? É possível que uma peça seja colocada na casa  em
algum momento do jogo? Por quê?

Para melhor entendermos essas interrogações, vamos discuti-las na sequência, de


forma que sejam desenvolvidas as ideias de sistema de coordenadas cartesianas e
de relação entre dois conjuntos. Aliás, vale ressaltar que essas são noções
importantes para se definir e representar graficamente uma função.

1.1.1 O plano cartesiano


O sistema utilizado para indicar as casas de saída e de chegada no jogo de Damas é
semelhante ao sistema de coordenadas cartesianas, comumente denominado de
plano cartesiano, que é usado para representar pontos em um plano.
O plano cartesiano é formado pela união de dois eixos perpendiculares entre si que
se cruzam na origem e dividem o plano, formando quatro regiões, denominadas
quadrantes. O eixo horizontal é chamado eixo das abscissas, enquanto que o
vertical é denominado eixo das ordenadas. Na figura a seguir, temos uma
representação disso.

Figura 2 - O plano cartesiano e seus quatro quadrantes. Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A figura 2 é a de um plano cartesiano formado por dois eixos


orientados (duas retas) sendo que na horizontal temos o eixo das abscissas
graduadas com uma unidade de medida, sendo que o eixo representa todos os
números da reta real vindo do infinito negativo para o infinito positivo. Nesse eixo
estão destacados alguns valores de x que são o – 3 (lê – se: três negativo), o – 2 (lê –
se: dois negativo), o – 1 (lê – se: um negativo), o zero, o um positivo, o dois positivo e
o três positivo. Esse eixo das abscissas tem a seta para a direita indicando sentido
positivo e na seta tem a letra x indicando que é o eixo de x ou das abscissas.

Perpendicular a esse eixo temos o eixo das ordenadas, no sentido vertical, e que
passa exatamente no zero de x. o eixo está graduado exatamente igual ao eixo de x e
em os mesmos valores de menos três a três positivo destacados nesse eixo, cuja seta
está para cima com a notação de y, ou seja, o eixo das ordenadas é representada
pela letra y, indicando o eixo de y.

Resumindo, o eixo de x é o das abscissas e está posicionado na horizontal e o eixo de


y é o eixo das ordenadas posicionado na vertical. Esses eixos são perpendiculares
entre si e tem como origem o ponto (0,0) (lê – se: zero zero). Os pontos cartesianos
são representados dentro de parênteses e os valores de x e y são separados por uma
virgula) .

Lembrando que no cruzamento dos eixos perpendiculares entre si temos o ponto


zero zero, quaisquer valores de x a direita de zero são positivos e os a esquerda são
negativos.

Os valores de y acima de zero são positivos e os abaixo de zero são negativos.

Ainda, identifica-se nesse plano cartesiano os quatro quadrantes.

No sentido anti-horário temos iniciando no espaço cujas coordenadas são positivas


tanto para x e y o primeiro quadrante. No espaço onde os valores de x são negativos
e os de y são positivos tem se o segundo quadrante. No espaço onde os valores de x
e de y são negativos temos o terceiro quadrante e onde x é positivo e os de y são
negativos temos o quarto quadrante.

Como você pode observar, no jogo de Damas, para se determinar a posição de uma
peça no tabuleiro, primeiro se indica a sua orientação em relação aos números
apresentados na horizontal, que, por sua vez, indicam as colunas. Depois, sua
orientação se dá em relação aos números posicionados na vertical, que indicam as
linhas. Da mesma forma, um ponto qualquer no plano cartesiano é localizado por
meio de duas orientações que formam um par ordenado (a, b), em que a é a
localização em relação ao eixo das abscissas e é a localização em relação ao eixo das
ordenadas.
Figura 3 - Representação das peças do tabuleiro como pontos no plano cartesiano. Fonte: Elaborado pela
autora, 2018.

#PraCegoVer: Na figura 3 temos de um lado um tabuleiro de damas e do lado direito


o plano cartesiano. No tabuleiro tem uma estrela num quadradinho preto cujas
localização é três na horizontal e cinco na vertical. Essa coordenada (3, 5) (lê – se:
três cinco) e que está dentro de parênteses, está representada no plano cartesiano
como ponto A, sendo o x igual a 3 e o valor de y igual a 5.

Ainda, no tabuleiro, tem um quadradinho destacado em vermelho suas laterais. A


posição desse quadradinho é cinco na horizontal e três na vertical. Essas
coordenadas estão destacadas no plano cartesiano como ponto B.

Sabendo disso, suponha que um jogador irá mover a peça branca da casa destacada
em vermelho na figura acima. Qual será o par ordenado da casa de saída que ele
deve anotar? Lembre-se, inclusive, que a primeira coordenada é dada pelos
números azuis, e a segunda pelos números pretos. Portanto, o par ordenado que
deverá ser registrado é o  .
Observe, ainda, que a posição da estrela azul é indicada pelo par ordenado  . No
plano cartesiano, o ponto A representa a casa da estrela, enquanto que o ponto B
representa a casa de saída do movimento. Daí, conclui-se que, para quaisquer dos
números   e  , o par ordenado   é diferente do par ordenado  .
VOCÊ O CONHECE?
O filósofo e matemático francês René Descartes foi responsável por formalizar o sistema de coordenadas
cartesianas, em 1637, no apêndice “A geometria” do seu livro “O discurso do método”. Descartes começou
a estudar matemática em 1618, e, ao longo da vida, escreveu diversas obras sobre o pensamento lógico, a
filosofia e a matemática. Em 1649, ele foi para a Suécia atuar como tutor da Rainha Cristina, porém
morreu de pneumonia após alguns meses (STEWART, 2014).

Com base nessa conclusão, podemos considerar alguns pontos importantes:

os pontos localizados sobre o eixo  têm o valor da abscissa nulo, ou seja,


são da forma  ;
os pontos localizados sobre o eixo  têm o valor da ordenada nulo, ou seja,
são da forma  ;
convencionou-se que os pontos posicionados sobre os eixos das abscissas
ou das ordenadas não pertencem a nenhum quadrante;
o sinal de   e o sinal de   dependem do quadrante em que o ponto está
situado, conforme vemos no quadro a seguir.

Quadro 1 - Sinais em relação aos quadrantes. Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

#PraCegoVer: O quadro 1 possui 3 colunas e 5 linhas.

Na primeira linha e primeira coluna temos a notação “quadrante”.

Na primeira linha segunda coluna a notação “abscissa” e; na primeira linha e terceira


coluna; “Ordenada”.

Na segunda linha e primeira coluna temos a notação QUADRANTE I e o sinal de


positivo na primeira linha, segunda coluna e na primeira linha terceira coluna.

Na primeira coluna temos os quadrantes 1 ao 4 sendo que na segunda e terceira


colunas que são respectivamente as das abscissas e ordenada a indicação do sinal,
dessa forma, na segunda linha que é do primeiro quadrante os sinais da abscissa e
ordenadas são positivos.

Na terceira linha que é a do Quadrante dois, temos os sinais de negativo para


abscissa e positivo para a ordenada.

Na quarta linha, a do Quadrante três, temos o sinal de negativos para abscissa e


ordenada.

Na quinta e última linha, a do Quadrante quatro, temos o sinal de positivo para


abscissa e negativo para a ordenada.

Agora que você já sabe sobre o que se trata o sistema de coordenadas cartesianas e
como localizar pontos no plano, essas ideias serão utilizadas em situações para
representar graficamente as relações entre dois conjuntos, como veremos na
sequência.

1.1.2 Relação entre conjuntos


Para compreendermos a relação entre conjuntos, vamos retomar as anotações
sobre as casas de saída e de chegada do jogo de Damas: como foram descritos os
pares ordenados que representam as casas escolhidas para se movimentar?
Para facilitar essa análise, primeiro considere somente as 12 casas iniciais de saída
das peças brancas. Os pares ordenados que as representam podem ser dispostos no
plano cartesiano, conforme nos mostra a figura a seguir.
Figura 4 - Pares ordenados que representam as peças brancas destacadas no tabuleiro. Fonte: Elaborado
pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A figura 4 apresenta o tabuleiro de damas a esquerda e o plano


cartesiano a direita.

No tabuleiro foram distribuídas as peças circulares nas três primeiras linhas, linhas
1, 2 e 3, sendo que as peças foram colocadas em todos os quadrados pretos.

Ao lado do tabuleiro temos o plano cartesiano e, no primeiro quadrante a indicação


de cada peça disposta no tabuleiro, ou seja, temos as coordenadas de cada peça,
lembrando que um ponto, que é uma coordenada cartesiana, o primeiro número
indica o valor de x, que é o eixo horizontal e o segundo é o de y, eixo vertical. Assim,
temos no plano cartesiano os seguintes pontos: A(1,1) (lê – se: um um) esse ponto
indica que a peça está no primeiro quadrado a esquerda no tabuleiro, ou seja, está
na primeira coluna e primeira linha. O ponto I(1, 3) (lê – se: um três) indica que a
peça está no quadrado preto, na primeira coluna e terceira linha.

Temos os ponto E (2, 2) (lê-se: dois dois) , o ponto B (3, 1) (lê-se: três um), o ponto J
(3,3) (lê-se: três três) o ponto F(4,2) (lê-se: quatro dois), o ponto C(5,1) (lê-se: cinco
um), o ponto K(5,3) (lê-se: cinco três), o ponto G(6,2) (lê-se: seis dois), o ponto D(7, 1)
(lê-se: sete um), o ponto L(7,3) (lê-se: sete três) e o ponto H(8,2) (lê-se: oito dois).
Observe que os pares ordenados escritos em azul no plano cartesiano apresentam
valores ímpares, tanto para as coordenadas do eixo das abscissas quanto para as
coordenadas do eixo das ordenadas. Por outro lado, os pares ordenados escritos em
vermelho possuem sempre valores pares nas coordenadas do eixo das abscissas e
das ordenadas. Isso acontece porque as peças só podem ser colocadas sobre as
casas pretas, as quais possuem a característica de apresentarem os valores da
coluna e da linha com a mesma paridade. Seguindo essa ideia, é impossível que
uma peça seja movimentada para a casa , por exemplo. Então, pode-se dizer
que existe uma relação R entre os números que formam os pares ordenados que
representam a localização das casas de saída e de chegada no jogo.
Agora, denote de A o conjunto dos números que identificam as colunas do tabuleiro
e indique por  . Chame de B o conjunto dos números que
determinam as linhas do tabuleiro e indique por  . Assim, temos
a relação R de A em B, que é dada pelo par ordenado , tal que   e . Além
disso, existe a condição que  deve ter a mesma paridade de .
Podemos, ainda, compreender o assunto a partir de outro exemplo: considere os
conjuntos e  . O conjunto  é uma
relação de D em E, pois todo par ordenado é da forma , sendo  e .
Com isso, é possível visualizar a relação por meio do plano cartesiano ou por um
diagrama de flechas, como na figura a seguir.

Figura 5 - Representação da relação R1 no plano cartesiano (à esquerda) e no diagrama de flechas (à direita).


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A figura 5 apresenta uma tabela formada por uma linha e duas
colunas. Na coluna da esquerda temos o plano cartesiano x, y com os seguintes
pontos destacados. Ponto A de coordenadas zero zero, ponto B coordenadas um
dois e o ponto C coordenas dois quatro.

Na coluna ao lado temos a representação biunívoca de dois conjuntos na forma de


figura elíptica.

A primeira figura nomeada de conjunto D representa os valores de x que estão


destacados no plano cartesiano a esquerda, são eles o zero, um e dois. A figura
elíptica da direita, nomeada de E., contém os valores zero, dois, três e quatro. Esse
conjunto representa alguns valores das possíveis imagens dos valores de x.

Para estabelecer a relação dos conjuntos D e E tem-se 3 setas vermelhas, uma


partindo do conjunto do valor zero do conjunto D e chegando no zero no conjunto E.
A segunda seta saindo do um no conjunto D e chegando no dois no conjunto E e a
terceira seta saindo do dois no conjunto D e chegando no 4 no conjunto E. O número
3 no conjunto E não está associado a nenhum valor do conjunto D.

Note que a relação R1 apresenta uma característica diferente da relação R do caso


das casas do tabuleiro do jogo de Damas. Em R1, tem-se que todo elemento do
conjunto D está associado a um único elemento do conjunto E. É essa
particularidade que caracteriza R1 como uma função. Recorde, ainda, que isso não
se aplica à relação R, pois cada elemento do conjunto A está sendo associado a mais
de um elemento do conjunto B.

VOCÊ QUER VER?


No vídeo Descobrindo o algoritmo de Guido, um jovem aprende o segredo do monge Guido para compor
músicas no estilo Gregoriano. O vídeo trata de alguns conceitos musicais e mostra uma possibilidade de
composição algorítmica utilizando os conceitos matemáticos de relação entre conjuntos e funções. Para
assisti-lo, acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=HCr6Ys0zvr8 (https://www.youtube.com/watch?
v=HCr6Ys0zvr8)>.
O conceito de função é muito importante na matemática, pois permite a descrição
de situações reais e fenômenos naturais. No próximo tópico, vamos estudá-lo de
forma mais detalhada e aprofundada, relacionando-o ao jogo Máquina de Função.

1.2 Jogo Máquina de Função e o


conceito de função
Você foi apresentado ao conceito de função por meio de relações entre dois
conjuntos. Agora, evidenciaremos outra maneira de pensar uma função: considerá-
la como uma máquina. O jogo Máquina de Função possibilitará uma melhor
compressão quanto a ideia, relacionando funções com representações Numéricas.
Mas como funcionará o jogo?
Na figura a seguir, são retratadas quatro máquinas que processam e calculam
determinados Números, produzindo, assim, Números de saídas diferentes. Nesse
caso, devemos analisar cada situação e descobrir qual é a regra de produção da
máquina. Não há adversário No jogo e, portanto, Não haverá vencedores ou
perdedores, mas você pode se auto desafiar tentando achar a solução o mais rápido
possível. 
Figura
6 - Jogo Máquina de Função. Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A figura 6 é composta por 4 formas geométricas idênticas que


representa, cada uma, um processo de entrada e um de saída.

Na primeira figura a intenção é a de inserir os seguintes valores Na entrada 0, 3 8 e


17. Cada valor está sendo indicado que está entrando com uma seta para baixo. Essa
primeira figura é identificada com f1, Na saída dessa figura tem os valores 0, 9, 24 e
51 que formam o par de cada um que entrou. Nesse sentido, ao entrar o zero, saiu o
zero, formando o par ordenado zero zero. Ao entrar o 3 saiu o 9, formando o par três
Nove, ao entrar o 8 saiu o valor 24 formando o par oito vinte e quatro e entrou o
dezessete e saiu o cinquenta e um, formando o par dezessete cinquenta e um.

Na segunda figura, a f2, que está à direita da primeira temos o mesmo processo. Na
entrada temos os valores dois Negativo, um Negativo e o cinco e os seus respectivos
valores de saída que são um Negativo, zero e seis. Na terceira figura, f3, aos lados
das duas primeiras os valores de entrada são dezesseis Negativo, zero, dois e quatro
e os seus respectivos pares Na saída são oito Negativo, zero, um e dois. Na última
figura, f4, ao lado das demais temos os valores de entrada que são oito Negativos e
quatro Negativos e seus respectivos pares Na saída que são sessenta e quatro e
dezesseis.

Investigue cada uma das situações dadas e perceba que em cada uma delas se
busca responder a mesma questão: como uma quantidade depende de outra?
Mais especificamente, como os valores da saída dependem dos valores da
entrada?

1.2.1 O conceito de função


Como vimos, é possível considerar uma função como uma máquina. Para
exemplificar, considere   a matéria-prima de uma máquina , ou seja,    como um
Número que pode ser processado por  . Quando    entrar Na máquina, ele será
modificado de acordo com a regra que define a função, e a máquina produzirá uma
saída .
Na sequência, chame de domínio o conjunto de Números de entrada para a
máquina, denote de lei de formação a regra que descreve como esses dados devem
ser processados, e de imagem os valores   de saída da máquina. 
Assim, quem serão esses elementos em ? 
Para buscarmos uma resposta, analise a função  .  Os Números que entram Na
máquina formam o conjunto domínio, então,  .  Os Números que
saem da máquina, por sua vez, formam o conjunto imagem, assim, podemos
escrever que . E agora? Como podemos identificar a lei de
formação? 
Cada Número de entrada determina um único Número de saída, que é exatamente
seu triplo. Em outras palavras, cada valor da imagem é igual à três vezes o valor de
um Número do domínio, ou seja, ;  ;  ;  e . Na
matemática, convencionou-se utilizar o símbolo    para representar um Número
arbitrário No domínio de uma função  . Portanto, chamando de   um Número que
entra Na máquina e de   sua respectiva imagem, a lei de formação será da forma
.
Utilizando o mesmo princípio para as demais máquinas de função, temos que:
Tabela 1 - Elementos de cada máquina do jogo Máquina de Função. Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

#PraCegoVer: Na tabela 1 temos a representação da Maquina que indica qual


função estamos falando, ou seja, f1, f2, f3 e f4, cada uma delas disposta em uma
linha. Para cada função temos a indicação do domínio, lei de formação e imagem.
Portanto essa tabela é formada por quatro colunas e cinco linhas. A primeira linha é
a de identificação das colunas sendo a primeira coluna da Máquina, a segunda
coluna do domínio, a terceira da lei de formação e a quarta da imagem.

Na primeira linha temos a f1 cujo domínio de f1 são os valores apresentados dentro


de chaves zero, três, oito e dezessete. A lei da função é f1 de x igual a 3x e a imagem
é representada por Imagem de f1 igual a zero, Nove, vinte e quatro e cinquenta e
um, valores esses dentro de chaves.

Na segunda linha, temos a f2, o domínio representado por domínio de f2 igual a dois
Negativo, um Negativo e o cinco. A lei de função é f2 de x igual a x mais um. E a
imagem de f2 é um Negativo, zero e seis.

Na terceira linha temos a f3 cujo domínio são os valores dezesseis Negativo, zero,
dois e quatro. A lei dessa função é f3 de x igual a meio que multiplica x ou x divido
por dois. A imagem é formada por oito Negativo, zero, um e dois.

Na quarta linha temos a f4, seu domínio é oito Negativo e quatro Negativo. A lei
dessa função é f4 de x igual a x ao quadrado e a imagem de f4 formada por sessenta
e quatro e o dezesseis.

Considerando a ideia de máquina, pode-se definir uma função  como uma lei que
associa — a cada elemento    em um conjunto D  — exatamente um elemento,
chamado , em um conjunto E (STEWART, 2013). Dado isso, precisamos ressaltar
Nomenclaturas e Notações importantes:

O conjunto D é chamado de domínio da função;


O conjunto E é chamado de contradomínio da função;
O conjunto imagem de   é o conjunto de todos os valores possíveis de 
, obtidos quando   varia por todo o domínio;
Uma Notação comumente usada para representar uma função de D em E
é: . Lê-se: função que associa valores do conjunto D a valores do
conjunto E;
Outra Notação usual é , que quer dizer que  é a imagem de 
 gerada pela função  . Neste caso, denota-se   de variável independente
e   de variável dependente;
Em geral, utiliza-se letras minúsculas para denotar funções e variáveis. Por
exemplo, a Notação  se refere à função  de variável . No entanto,
existe uma forma mais difundida para denotar funções: a letra   para
indicar a função,   para a variável independente e   para a variável.

VOCÊ SABIA?
A ideia de função foi sendo desenvolvida por diversos matemáticos ao longo do tempo até se tornar
o que conhecemos hoje. Podemos destacar Nesse meio os trabalhos do matemático suíço Leohnard
Euler, que, Na metade do século XVIII, concebeu a ideia de denotar funções pelas letras do alfabeto,
tornando possível trabalhar com funções sem apresentar fórmulas específicas, gráficos ou tabelas
(ANTON; BIVENS; DAVIS, 2014).

Vejamos alguns exemplos resolvidos utilizando o conceito de função.

  O primeiro será retomado da função dada Na relação R1: o domínio de R1


é dado pelo conjunto e o contradomínio pelo conjunto
. O conjunto imagem é formado apenas pelos elementos do
conjunto E, que foram gerados por elementos do domínio, ou seja,
. Note que, aqui, o conjunto imagem Não é igual ao
contradomínio. A lei de formação que associa, então, cada elemento 
 a um único elemento  é .
Seja  e : o domínio da função
é o conjunto e o contradomínio é o conjunto
. O conjunto imagem é formado pelos Números gerados
do cálculo do “quadrado” de cada elemento do domínio, assim,
. Note que dois valores diferentes do domínio apresentam
a mesma imagem:  e  . Esse fato Não descaracteriza a
função, pois a condição de cada elemento do domínio possui uma única
imagem contínua mantida.
Seja  e  : o domínio da função é todo o conjunto dos
Números reais ( ) e o contradomínio também é o conjunto dos reais.
Perceba que, então, o domínio Não é mais representado por um conjunto
finito de pontos, e, por isso, Não é possível descrever o conjunto imagem
pontualmente como Nos exemplos anteriores. Dessa forma, a imagem da
função é o conjunto dos valores reais gerados pelas operações “o
quíntuplo mais 2”. Assim, . Além disso,
você pode escolher valores reais arbitrários do domínio para determinar
alguns valores do conjunto imagem. Por exemplo: 

Agora, pense Na questão: qual é o elemento do domínio de   que possui o Número
97 como sua imagem? 
O que se quer descobrir é o elemento    que satisfaça a condição  , ou
seja,  . Assim, resolvendo a equação, temos que:  .
Portanto,  .
Quando uma função tem como contradomínio o conjunto dos reais, dizemos que se
trata de uma  função real. Se o  domínio  da função é o conjunto dos reais ou um
subconjunto dos reais, dizemos que a função é  real de variável real. Vamos
entender melhor quanto as representações de uma função a seguir.

1.2.2 Representações de uma função


Segundo Stewart (2013), é possível representar uma função de quatro maneiras:
verbalmente, quando são descritas com palavras; Numericamente, por meio de uma
tabela de valores; visualmente, por meio de um gráfico; e algebricamente,
utilizando-se uma fórmula explícita. Conseguir transitar entre essas quatro formas
de representação é bastante útil para se obter um entendimento adicional da
função. Algumas funções são descritas mais facilmente por um método do que pelo
outro, mas comumente são caracterizadas por meio de um gráfico e de uma fórmula
algébrica.
Lembre-se de que toda função é um tipo especial de relação. Sendo assim, a ideia
de representá-la utilizando pontos No plano cartesiano continua válida, e o gráfico
consistirá de todos os pontos , tais que com  pertencente ao domínio
da função. Em outras palavras, se  for uma função com domínio D, seu gráfico será
. Veja o gráfico da função    e da função  , respectivamente, do
último exemplo:

Figura 7 - Gráfico das funções. Fonte: Elaborado pela autora, 2018.


#PraCegoVer: Na figura 7 temos dois planos cartesianos lado a lado disposto cada
um em um retângulo, sendo que No primeiro plano cartesiano é apresentado os
pontos A de coordenadas dois Negativa e um Negativo, o ponto B de coordenadas
um Negativo e zero e o ponto C de coordenadas cinco seis. Ao lado desse retângulo
temo um gráfico No plano cartesiano.  O gráfico é uma reta vermelha indicando a
representação de uma função polinomial do primeiro grau. Esse gráfico passa pelo
ponto um Negativo e três Negativo passa entre os valores de x zero e um Negativo e
intersecta o eixo de y entre os valores de um e dois, mais próximo de dois.

Recorde, ainda, que o domínio da função   é o conjunto   e que o


conjunto imagem é . Observe que os valores do domínio estão
indicados No eixo das abscissas, enquanto que os valores da imagem estão
representados No eixo das ordenadas. Assim, o gráfico é dado pelo conjunto de
pares ordenados .
Como existem apenas três elementos No domínio da função    para serem
relacionados com elementos do contradomínio, é relativamente simples construir o
gráfico da função, mas quando o domínio for o conjunto dos Números reais, como
será o procedimento de construção do gráfico?
Não é possível calcular todos os pares ordenados, como foi feito em  , quando o
domínio é um conjunto infinito. Dessa forma, algumas informações sobre o gráfico
poderão ser obtidas com o cálculo de alguns pares ordenados, mas outras técnicas
precisão ser empregadas para que seja possível esboçá-lo precisamente. Por
exemplo, o fato de o gráfico da função    ser representado por uma reta é uma
característica que pode ser identificada apenas ao se observar sua lei de formação.

VOCÊ SABIA?
Atualmente existem diversos recursos computacionais disponíveis para a construção de gráficos de
funções. Alguns exemplos são o Excel, o Maple, o Wolframalpha e o GeoGebra. Este último é um
software gratuito que, além da visualização de gráficos de funções, também permite a análise de
seus elementos. Mais informações podem ser consultadas No site: <https://www.geogebra.org/
(https://www.geogebra.org/)>.
Como , podemos observar que essa função apresenta sua lei de
formação da forma ,  em que  e . Funções que podem ser
escritas dessa maneira — com os coeficientes  e  sendo Números reais e  —
representam um tipo especial de função, chamado de função polinomial do 1º
grau.
A função polinomial do 1º grau foi estudada pelos matemáticos ao longo do tempo.
Verificou-se uma série de características e padrões que toda função desse mesmo
tipo apresenta. Isso facilita Na construção gráfica e Na análise das funções.
Vejamos alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:

Vale destacarmos que, em muitos casos, o domínio da função polinomial do 1º grau


Não é especificado. Assim, como o conjunto  é o “maior” conjunto Numérico para
os quais é possível encontrar , você pode assumir que o domínio será  . Nos
livros de cálculo, as funções polinomiais do 1º grau com variável real são
comumente chamadas de funções afim. E, mais especificamente, as funções da
forma    são denominadas de funções lineares, como é o
caso da função .
Veja uma situação prática que utiliza a ideia de função polinomial do 1º grau Na
análise da questão.

CASO
Laura trabalha como vendedora Na loja América, que é especializada em vendas de
eletrodomésticos. Seu salário é determinado por duas parcelas: a primeira se trata do salário base
(SB) de R$ 600,00 mensais, e a segunda é uma quantia variável (SV) calculada pela porcentagem de
12% do valor total vendido por ela em um mês .

Para determinar quanto será seu salário No final do mês, Laura precisa considerar as duas parcelas,
ou seja, somar seu salário base com a parte variável. Note que esta é dada pela seguinte função
linear: .

Supondo que Laura vendeu R$ 20.000,00 em determinado mês, sua comissão será calculada Na
forma: . Sendo assim, ela receberá a quantia de R$

2.400,00 de comissão, mais seu salário base No valor de R$ 600,00, obtendo R$ 3.000,00 de salário
total No mês em questão. 

Portanto, Laura consegue calcular seu salário mensal utilizado a seguinte função polinomial do 1º
grau: . Observe, ainda, que ela receberá R$ 600,00, mesmo que Não venda

Nenhum produto, pois, para , temos que .

Para se calcular as contas de água e luz, o valor da corrida de um táxi e o custo de


fabricação de um produto, por exemplo, utiliza-se as funções polinomiais do 1º grau.
No próximo tópico, você estudará mais detalhadamente suas características e
aprenderá a esboçar o gráfico desse tipo de função, utilizando suas propriedades.

1.3 Jogo da Velha e a função polinomial


do 1º grau
Você já conhece o conceito de função e seus elementos principais, além das formas
de representá-las e como construir gráficos para funções mais simples com domínio
finito. Agora, utilizaremos esses conhecimentos sobre função como base para
compreendermos a função polinomial do 1º grau, que serve de modelo para
descrever muitas situações reais.
O jogo que Nos auxiliará No desenvolvimento de como construir gráficos e resolver
problemas envolvendo esse tipo de função é o jogo da Velha, o qual também
faremos modificações para possibilitar a inserção de conceitos e problemas
matemáticos em suas regras.
Por se tratar de um jogo popular, provavelmente você já tenha jogado sua versão
tradicional. Para isso, é utilizado um tabuleiro de 3x3 posições, em que dois
jogadores fazem suas marcas durante as rodadas. O jogador que inicia a partida
utiliza o símbolo “X”, e o segundo utiliza o símbolo “O”. O jogo inicia com o primeiro
jogador colocando uma marca No tabuleiro, depois, o segundo jogador faz a sua, e
assim sucessivamente até que um dos jogadores vença ou até que ocorra um
empate. Um jogador vence quando coloca três símbolos em linha, em coluna ou Na
diagonal principal do tabuleiro. 
A particularidade do jogo da Velha “matemático” está No fato de que só é possível
marcar um símbolo No lugar desejado mediante a resposta correta de uma questão.
O tabuleiro utilizado apresenta as linhas identificadas por Números e as colunas
indicadas por letras. Dessa forma, uma posição será representada por uma letra e
um Número. Por exemplo, Na figura a seguir, temos que o símbolo “X” está Na
posição B2.

Figura 8 - Tabuleiro
do jogo da Velha. Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

#PraCegoVer: O tabuleiro do jogo da velha é um quadrado de 3 por 3, ou seja,


contém Nove quadradinhos identificados da seguinte forma: os quadrados
horizontais são identificados como A, B e C da esquerda para a direita e os da
vertical 1, 2 e 3 de cima para baixo. Na posição B2 temos um X. Esse X está
exatamente No centro do tabuleiro.

Ao escolher uma posição para marcar seu símbolo, o jogador deve buscar uma
questão que será identificada pelo mesmo par de letra e Número da posição
escolhida. Em seguida, deve-se resolver corretamente a questão indicada para
colocar a marca Na posição desejada. Se a resposta Não for correta, o adversário
marcará a posição com o símbolo dele.
A tabela a seguir apresenta questões que exigirão o domínio de conhecimentos
relacionados à função polinomial do 1º grau. Quando o domínio Não for
especificado, assume-se que ele seja o conjunto dos Números reais. Porém, quando
a questão tratar de uma situação real, é importante verificar o que a variável está
representando, para, assim, determinar um domínio coerente com a situação.  
Tabela 2 - Questões do jogo da Velha. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A tabela 2 é formada por duas colunas, a primeira da posição e a


segunda das questões.

A posição A1 tem a seguinte questão: Determine o zero da função f de x igual a 6x.


A posição A2 tem a seguinte questão: Determine o zero da função f de x igual a
menos um x mais oito.
A posição A3 tem a seguinte questão: Determine o zero da função f de x igual a dois x
menos meio.
A posição B1 tem a seguinte questão: Construa o gráfico da função f de x igual a x.
A posição B2 tem a seguinte questão: Construa o gráfico de f de x igual a três x
menos quatro.
A posição B3 tem a seguinte questão: Construa o gráfico de f de x igual a menos dois
x + cinco.

A posição C1 tem a seguinte questão: João cobra por uma corrida de taxi um valor
fixo de três reais e quarenta e cinco centavos, chamado bandeira, além de uma
parcela de um real e oitenta e dois centavos por cada quilometro rodado.
Considerando as informações dadas, devemos calcular:

O preço de uma corrida de 12 quilômetros;

A distância percorrida por um passageiro que pagou quarenta e três reais e quarenta
e Nove centavos pela corrida.

A posição C2 tem a seguinte questão: Em uma empresa, o custo fixo mensal é igual a
três mil e Novecentos reais; o custo de produção de cada unidade do produto é de
treze reais; e o preço de venda de cada unidade desse produto é quarenta e dois
reais. Sabe-se que, mensalmente, a empresa fabrica e vende trezentas e oitenta
unidades. Devemos, então, calcular o custo total mensal (LAPA, 2012, p. 56).

A posição C3 tem a seguinte questão: Em uma empresa, o custo fixo de fabricação é


igual a quatro mil e duzentos reais; o custo de produção de cada unidade é de
dezesseis reais; e o preço de venda de cada unidade desse produto é trinta e três
reais. Aqui, devemos determinar a quantidade de produto Necessária para que o
lucro total seja de quinhentos e vinte e seis reais (LAP, 2012, p. 57)

Na sequência, veremos com maior profundidade a resolução de cada questão


apresentada, usando os conhecimentos que você já possui sobre funções em geral. 

1.3.1 Reconhecimento do zero da função


Na tabela anterior, obtivemos algumas questões que devem ser respondidas. Nas
questões A1, A2 e A3 é solicitado que seja determinado o zero das funções. Para isso,
precisamos verificar que as três funções dadas são funções polinomiais do 1º grau,
pois todas possuem a forma , com os coeficientes reais e  :
Então, as questões do tipo A pedem que seja determinado o zero de funções
específicas: das polinomiais do 1º grau. Em outras palavras, devemos achar qual é o
Número   do domínio da função que satisfaça a condição . 
Resolvendo a igualdade para cada função em A1, A2 e A3, temos:

Note que é possível calcular o zero da função polinomial do 1º grau de maneira


generalizada, resolvendo a equação  . Dito de outro modo, o zero será
sempre um Número da forma , quando  , com  . Contudo, você
deve estar se perguntando: por que preciso calcular o zero de uma função? Para que
serve esse Número? Antes de compreendermos a relação do zero da função
polinomial do 1º grau, precisamos entender a análise de gráficos e do sinal das
funções.  
Nas questões B1, B2 e B3 é solicitado que sejam construídos os gráficos das funções
apresentadas. Observe que as três funções também são funções polinomiais do 1º
grau devido à característica das suas leis de formação.
Na questão B1, a função dada é  . Para a construção do gráfico, inicialmente
se atribui valores arbitrários do domínio à variável   e se calcula o valor de .
Como já foi visto, o gráfico será o conjunto de todos os pares ordenados .
Figura 9 - Construção gráfica da função identidade. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A figura 9 é representada por uma tabela a esquerda e o plano


cartesiano a direita da tabela.

Na tabela temos três colunas sendo a primeira dos valores de x, Na segunda coluna
a função f de x igual a x, que representa a imagem de x; e Na terceira a dos pares
ordenado x y.

Nessa tabela temos 11 linhas, sendo a primeira da identificação mencionada


anteriormente.

Na segunda linha temos o valor de x igual a seis Negativo, portanto o valor de f de


seis Negativo é seis Negativo. Formando o par ordenado seis Negativo seis Negativo
dentro de parentes. Importante perceber que, como a função é f de x igual a x, o
valor de y será exatamente o mesmo que x.
Na terceira linha temos o valor de x que é quatro Negativo, portanto a imagem é
quatro Negativos e o par ordenado é quatro Negativo quatro Negativo.
Na quarta linha temos o dois Negativo, a imagem é dois Negativo e o par ordenado é
dois Negativo dois Negativo.
Na quinta linha temos o um Negativo, imagem um Negativo, par ordenado um
Negativo um Negativo.
Na sexta linha temos o zero, imagem zero, par ordenado zero zero.
Na sétima linha temos um meio, imagem um meio, par ordenado um meio um meio.
Na oitava linha temos o um, imagem um, par ordenado um um;
Na Nona linha temos o dois, imagem dois, par ordenado dois dois.
Na décima linha temos o quatro, imagem 4, par ordenado quatro quatro.
Na décima primeira linha temos o seis, imagem seis, par ordenado seis seis.

Ao lado dessa tabela temos o plano cartesiano apresentando os pontos, que são os
pares ordenados já mencionados Na tabela e, por esses pontos, passa uma reta que
é a bissetriz dos quadrantes um e três. Essa reta representa o gráfico da função
identidade f de x igual a x. Ressaltando que isso ocorre porque os valores de cada x
são iguais a sua imagem. Na função f de x igual a x, quando o valor de x é 2 o valor de
y também é dois, se o valor de x é seis o valor do y também é seis e assim
sucessivamente.

Observe que os pares ordenados obtidos representam pontos que estão alinhados
No gráfico. O domínio da função é o conjunto   e está representado por todos os
valores do eixo das abscissas. Assim, o gráfico será uma reta oblíqua aos eixos das
abscissas e das ordenadas. A função  , por sua vez, apresenta o coeficiente
  e o coeficiente ,  portanto, trata-se de uma função linear. O fato do
coeficiente   ser igual a 1  faz a função receber um Nome especial: função
identidade. Note que seu gráfico é o conjunto dos pares ordenados , para ,
que gera uma reta, que é a bissetriz do primeiro e do terceiro quadrantes.
Na questão B2 é indicada a função polinomial do 1º grau . Os
coeficientes são  e .
Figura 10 - Construção gráfica da função f(x) = 3x - 4. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A figura 10 é representada por uma tabela a esquerda e o plano


cartesiano a direita da tabela.

Na tabela temos três colunas sendo a primeira dos valores de x, Na segunda coluna
a função f de x igual a três x menos quatro, que representa a imagem de x; e Na
terceira a dos pares ordenado x y.

Nessa tabela temos 8 linhas, sendo a primeira da identificação mencionada


anteriormente.

Na segunda linha temos o valor de x igual a um Negativo, Na segunda coluna esse


valor é substituído Na variável x, dessa forma temos, f de um Negativo igual a três
que multiplica o um Negativo menos quatro totalizando o valor da imagem que é
sete Negativo. Na terceira coluna é apresentado o par ordenado que é um Negativo
sete Negativo.

Na terceira linha o x é igual a zero, substituindo o x pelo zero Na segunda coluna fica
f de zero igual a três que multiplica o zero menos quatro, totalizando o valor de
quatro Negativo, assim o par ordenado é formado por zero e quatro Negativo.
Na quarta linha o x é igual a um meio, substituindo Na função temos f de um meio
igual a três que multiplica um meio menos quatro totalizando cinco meios, o par
ordenado é formado por um meio cinco meio.

Na quinta linha temos o x igual a um, dessa forma f de um é igual a três que
multiplica um menos quatro, totalizando um Negativo e o par ordenado é formado
por um um Negativo.

Na sexta linha o x é igual a quatro quintos e, substituindo Na função que está


representada Na segunda coluna, lemos f de quatro quintos igual a três que
multiplica o quatro quintos menos quatro, totalizando o valor de zero, assim o par
ordenado é quatro quintos zero. Ressaltamos que todos os pontos de coordenadas
cartesianas são representados dentro de parentes e separados por vírgula.

Na sétima linha temos o x igual a 2, Na função fica f de dois igual a três que
multiplica o dois menos quatro, totalizando o valor de dois, portanto o par
ordenado é dois dois.

Na oitava linha o x é igual a três, Na função ficará f de três igual a três que multiplica
três menos quatro, totalizando o valor da imagem igual a cinco, par ordenado será
três cinco.

Do lado direito dessa tabela temos o plano cartesiano com todos os pares
ordenados da tabela representados e, por esses pares, que são os pontos
coordenados, passando uma reta que representa o gráfico da função polinomial de
primeiro grau dada.

Lembre-se que uma reta é definida por meio de dois pontos, com isso, o gráfico de
uma função polinomial do 1º grau fica completamente determinado a eles. Agora,
utilizando a ideia para a construção do gráfico da função , dada em B3,
podemos encontrar uma resposta.
Primeiro, escolha dois Números reais para substituir    na função e encontre dois
pares ordenados. Marque-os No plano cartesiano e ligue-os, formando uma reta que
representa o gráfico de . A escolha dos dois Números do domínio pode ser feita
de forma arbitrária, mas se costuma optar por indicar os pares ordenados que
cortam os eixos das abscissas e das ordenadas. Ou seja, procura-se o valor de
  quando   e o valor de    quando . Veja No caso da função
:

Para  , tem-se que . Portanto, um ponto do gráfico


é .
Para  , tem-se que . Portanto, , e temos mais um

ponto do gráfico, que é representado pelo par ordenado .

Note, ainda, que o par ordenado  sempre fará parte do gráfico de uma função
polinomial do 1º grau .
Temos, por fim, as questões C1, C2 e C3, em que são apresentados diferentes
problemas que precisam ser resolvidos utilizando os conhecimentos sobre função
polinomial do 1º grau até aqui estudados. 

VOCÊ SABIA?
Existem diretivas que podem Nos ajudar Na análise de problemas matemáticos. Após ler o
enunciado de um problema, é possível escolher uma letra para cada variável envolvida Na questão.
Depois, precisamos encontrar uma expressão para a quantidade desconhecida. Utiliza-se, então, as
condições do problema para escrever a quantidade desconhecida como uma função   de uma
variável. Observe, contudo, as restrições ao domínio de  , pois podem existir condições físicas que
precisem ser consideradas (TAN, 2007).

No C1, lidamos com o preço a ser pago em uma corrida de táxi, considerando dois
valores: um fixo de R$ 3,45, que corresponde à bandeirada; e um valor variável que
custa R$ 1,82, contado a cada quilometro rodado. Utilizando esses dados, é possível
construir uma tabela que permite melhor visualização da relação entre quilômetros
rodados e valor pago.
Tabela 3 - Relação entre quilômetros
rodados e valor pago em uma corrida de táxi. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A tabela 3 é formada por duas colunas e cinco linhas.

Na primeira linha é a identificação de cada coluna, ou seja, a primeira coluna


denominada “quilômetros rodados” e a segunda “Valor pago (preço variável e
bandeirada)”.

Na segunda linha temo indicado 1 quilometro rodado e Na segunda coluna o cálculo


do valor descrito assim: um que multiplica um real e oitenta e dois centavos somado
com três reais e quarenta e cinco centavos totalizando o valor de cinco reais e vinte e
sete centavos.

Na terceira linha temos a indicação de 2 quilômetros rodados, os cálculos são


representados por: dois que multiplica um real e oitenta e dois centavos somado
com três reais e quarenta e cinco centavos totalizando o valor de sete reais e Nove
centavos.

Na quarta linha temos a indicação de 3 quilômetros rodados, os cálculos são


representados por: três que multiplica um real e oitenta e dois centavos somado
com três reais e quarenta e cinco centavos totalizando o valor de oito reais e
Noventa e um centavos.

Na quinta linha temos a indicação de x quilômetros rodados, os cálculos são


representados por: dois que multiplica um real e oitenta e dois centavos somado
com três reais e quarenta e cinco centavos totalizando o valor um real e oitenta e
dois centavos multiplicados por x somados com três reais e quarenta e cinco
centavos.

Observe que o valor a ser pago depende da quantidade de quilômetros rodados


pelo táxi. Em outras palavras, a variável independente    será a quilometragem
realizada, enquanto que a variável dependente    será o valor a ser pago. Dessa
forma, a função será  .  
Para calcular o preço de uma corrida de 12  quilômetros rodados, basta
substituirmos o valor No lugar de  :  . Assim, o
resultado é que o passageiro pagará um valor de R$ 25,29 em uma corrida de 12
quilômetros.
Observe, além disso, que No segundo item da questão é pedida a distância
percorrida por um passageiro, sabendo-se o valor pago. Veja que, Nesse caso, é
Necessário encontrar um valor   para uma   já determinada, que é o valor 43,49.
Então:  . Portanto,
um passageiro que pagou R$ 43,49 pela corrida de táxi, conforme estipula o
problema, percorreu uma distância de 22 quilômetros.
No segundo problema, vamos lidar com as ideias de custo variável e custo fixo.
Sabe-se que em uma empresa o custo fixo mensal é igual a R$ 3.900,00 e que o custo
de produção por unidade é R$ 13,00. Além disso, é dado que a quantidade fabricada
e vendida No mês é de 380 unidades. Pede-se, portanto, o custo total mensal.
Mas o que é o custo total mensal de um produto?
Devemos ter em mente que, para se fabricar um produto, existe um custo fixo, que é
constituído por parcelas que Não dependem da quantidade produzida, ou seja, um
conjunto de despesas que a empresa precisa pagar mesmo que parasse de produzir.
Além dele, existe, ainda, um custo variável, que é formado por parcelas que
dependem da quantidade de produto produzida, pois são custos diretamente
ligados à produção. Dessa forma, o custo total de produção precisa considerar
tanto o custo variável quanto o custo fixo (LAPA, 2012).
Assim, para resolver a questão, Note primeiro que são dadas as informações:    

Custo fixo ; 
Custo de produção por unidade ; 
Quantidade produzida No mês . 
Observe que o custo total de produção depende da quantidade de produtos
fabricados No mês. Isto é, a variável independente   será a quantidade produzida,
enquanto que a variável dependente, a qual chamaremos de , será o custo total.
Assim, a função será . Como a questão pede o
valor do custo total mensal, sabendo-se a quantidade fabricada No mês, basta
substituirmos   por 380, em que teremos: . Isto é, R$
8.840,00.
Por fim, o último problema aplicado das funções polinomiais do 1º grau também
apresenta uma situação envolvendo os custos de uma empresa. São dados o custo
fixo de fabricação, o custo de produção por unidade e o preço de venda. Pede-se,
então, a quantidade de produto Necessária para que a empresa tenha um lucro total
de R$ 526,00. Assim, para resolvermos a questão, observe as informações recolhidas
do enunciado:

Custo fixo ; 
Custo de produção por unidade ; 
Preço de venda por unidade  . 

É importante perceber que o lucro total (L) de uma empresa é obtido pela diferença
entre a receita da empresa e o custo total de produção, lembrando que a receita (R)
é a quantia recebida pela venda da quantidade    do produto, ou seja,
. Além disso, Na questão C2 já foi visto que
. Portanto, o lucro total será dado pela função:
.
O problema da pergunta é a quantidade   de produto Necessária para que se tenha
. Resolvendo a equação, temos que: .

VOCÊ QUER LER?


As situações propostas No jogo da Velha mostram alguns exemplos de como as funções polinomiais do 1º
grau comparecem em problemas ligados ao desempenho financeiro de uma empresa. Se você tem
interesse em conhecer outras aplicações, com um mínimo de teoria e foco apenas em temas que são
abordados em economia e áreas afins, a leitura do livro “A Matemática Aplicada à Economia”, escrito por
Lília Ladeira Veras, pode ser uma ótima opção de conhecimento.

A partir dessas resoluções, conseguimos reconhecer o zero, construir gráficos a


partir da determinação de dois pontos e resolver problemas envolvendo as funções
polinomiais do 1º grau. Contudo, é importante saber relacionar esses
conhecimentos: o que os pontos que cruzam os eixos das abscissas e das ordenadas
podem dizer sobre a lei de formação da função polinomial do 1º grau? Qual é o
significado do zero da função No gráfico? Vamos entender melhor sobre isso a partir
de agora.

1.4 Jogo Dorminhoco Matemático e o


gráfico da função polinomial do 1º
grau  
A partir de agora, estudaremos sobre como relacionar os conhecimentos algébricos
de função polinomial do 1º grau com os conhecimentos gráficos. Um exemplo é o
reconhecimento do zero da função No gráfico e a relação dos valores dos
coeficientes com o estudo do sinal da função. O jogo que Nos auxiliará No
desenvolvimento do conteúdo deste tópico será o Dorminhoco Matemático.
O Dorminhoco Matemático é um jogo de cartas que pode ser jogado em grupos de
três ou mais pessoas. Cada jogador recebe, inicialmente, três cartas aleatórias,
exceto aquele que começar o jogo: este dever receber quatro cartas. As cartas,
então, são divididas em três categorias: função, zero da função e gráfico, mais uma
carta chamada “dorminhoco”, que é o ônus do jogo. Quem recebê-la, deve ficar uma
rodada sem poder passá-la para frente.
Figura 11 - Cartas do jogo
Dorminhoco Matemático. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.

#PraCegoVer: A figura 11 é representada por figuras que indicam a função, o zero da


função e a representação gráfica do zero Na função.

Na primeira fileira, temos três figuras lado a lado, Na primeira é indicada a seguinte
função: f de x igual a dois x menos 1. Ao lado temos a figura que indica o zero da
função que é x igual a um meio e a terceira figura tem um plano cartesiano com uma
reta que intersecciona o eixo de y No ponto zero e menos um e No eixo de x em um
meio e zero.
Na segunda fileira, temos três figuras lado a lado, Na primeira é indicada a seguinte
função: f de x igual a menos dois x mais 5. Ao lado temos a figura que indica o zero
da função que é x igual a cinco meios e a terceira figura tem um plano cartesiano
com uma reta que intersecciona o eixo de y No ponto zero e cinco e No eixo de x em
cinco meio e zero.

Na terceira fileira, temos três figuras lado a lado, Na primeira é indicada a seguinte
função: f de x igual a x dividido por dois. Ao lado temos a figura que indica o zero da
função que é x igual a zero e, a terceira figura tem um plano cartesiano com uma
reta que intersecciona o eixo de y e de x No ponto zero zero.

A dinâmica é a seguinte: o primeiro jogador escolhe uma de suas cartas e a passa


para a pessoa à sua esquerda. O jogo prossegue dessa forma, com um jogador
passando uma carta para o seguinte, até que alguém forme uma trinca de cartas.
Quando isso acontecer, a pessoa deve baixar suas cartas discretamente e os demais
jogadores devem fazer o mesmo. O último a baixar suas cartas será o “dorminhoco”,
ou seja, o perdedor do jogo.
Uma trinca será composta por uma carta de cada categoria e devem estar
relacionadas entre si. O gráfico deve corresponder à função dada pela lei de
formação, assim como o zero da função polinomial do 1º grau. Vale lembrarmos
que, como o domínio Não foi definido, deve-se considerá-lo sendo o conjunto .
Você deverá saber interpretar o gráfico da função polinomial do 1º grau para
conseguir relacionar as cartas corretamente e, consequentemente, fazer uma trinca.
Por isso, vamos analisar as trincas dadas Na figura anterior e discutir as relações
possíveis entre cada representação.

1.4.1 Os coeficientes e variação da função 


Primeiramente, vale recordamos que o gráfico de uma função com ,
com   e domínio  , é sempre representado por uma reta, sendo que bastam dois
pontos para ser possível esboçar o seu gráfico. Recorde, ainda, que o zero da função
é o Número real , tal que , e, No caso da função polinomial do 1º grau, será
um Número real da forma . Agora que deixamos isso claro, vamos analisar as
funções indicadas separadamente para identificarmos a relação entre os
coeficientes da função e sua variação (crescimento ou decrescimento) em cada
caso.
Na função  , o zero será: . Portanto, o par ordenado   está No

gráfico da função  e representa o ponto onde a reta cruza o eixo das abscissas. Para
que seja investigada a variação da função e se visualize como os valores de  se
comportam quando se aumenta os valores de  , faremos uma tabela:

Tabela 4 - Valores da função f(x) = 2x - 1. Fonte: Elaborado pelo autor,


2018.

#PraCegoVer: A Tabela 4 é formada por duas colunas, sendo a primeira com valores
de x e a segunda os valores da imagem de x que é f de x. Os valores de f de x são
obtidos pela função f de x igual a dois que multiplica x menos 1.

Temos Na tabela seis linhas, sendo a primeira para identificar as colunas.

Na segunda linha temos o valor de x igual a cinco Negativo e o valor de f de x igual a


onze Negativo.

Na terceira linha temos o valor de x igual a dois Negativo e o valor de f de x igual a


cinco Negativo.

Na quarta linha temos o valor de x igual a zero e o valor de f de x igual um Negativo.

Na quinta linha temos o valor de x igual a três e o valor de f de x igual a sete.

Na sexta linha temos o valor de x igual a seis e o valor de f de x igual a onze.

Note que, quando se aumenta o valor de  , o correspondente valor de   também


aumenta. Ou seja, para quaisquer elementos   e    pertencentes ao domínio da
função, tem-se que, se , então, .   Dessa forma, a função 
 é crescente.

Na segunda função,  , o zero da função será  . Nesse caso, o par

ordenado   representa o ponto onde a reta cruza o eixo das abscissas. Da

mesma forma que foi feito No caso anterior, será investigada a variação da função
por meio da tabela:

Tabela 5 - Valores da função f(x) = -2x + 5. Fonte: Elaborado pelo autor,


2018.

#PraCegoVer: A Tabela 5 é formada por duas colunas, sendo a primeira com valores
de x e a segunda os valores da imagem de x que é f de x. Os valores de f de x são
obtidos pela função f de x igual a menos dois que multiplica x mais cinco.

Temos Na tabela seis linhas, sendo a primeira para identificar as colunas.

Na segunda linha temos o valor de x igual a cinco Negativo e o valor de f de x igual a


quinze.

Na terceira linha temos o valor de x igual a dois Negativo e o valor de f de x igual a


Nove.

Na quarta linha temos o valor de x igual a zero e o valor de f de x igual a cinco.

Na quinta linha temos o valor de x igual a três e o valor de f de x igual a um.

Na sexta linha temos o valor de x igual a seis e o valor de f de x igual a sete Negativo.
Observe que, quando se aumenta o valor de  , o correspondente valor de   diminui
de valor. Assim, para quaisquer elementos    e    pertencentes ao domínio da
função, tem-se que, se  , então, . Dessa forma, a função 
 é decrescente.

Por fim, temos . Lembre-se que essa função é linear, pois o coeficiente  tem
valor Nulo. Dessa maneira, o zero da função é , e o par ordenado   faz parte
do gráfico da função. Esse é o ponto que chamamos origem do plano cartesiano,
onde a função cruzará o gráfico. Essa, inclusive, é uma característica das funções
lineares que permite identificar a lei de formação da função apenas olhando o
gráfico. Ou seja, se o gráfico é dado por uma reta que passa pela origem, trata-se de
uma função linear.
De todo modo, com essa função também será investigada sua variação com a
construção de uma tabela:

Tabela 6 - Valores da função. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

#PraCegoVer: a Tabela 6 é formada por duas colunas, sendo a primeira com valores
de x e a segunda os valores da imagem de x que é f de x.

Temos Na tabela seis linhas, sendo a primeira para identificar as colunas.

Na segunda linha temos o valor de x igual a cinco Negativo e o valor de f de x igual a


cinco meio Negativos.

Na terceira linha temos o valor de x igual a dois Negativo e o valor de f de x igual a


um Negativo.

Na quarta linha temos o valor de x igual a zero e o valor de f de x igual a zero.


Na quinta linha temos o valor de x igual a três e o valor de f de x igual a três meios.

Na sexta linha temos o valor de x igual a seis e o valor de f de x igual a três.

Observe que, quando se aumenta o valor de , o correspondente valor de  também


aumenta de valor, como No caso da  . Dessa forma, a função   é
crescente.
De modo geral, é possível afirmar que uma função polinomial do 1º grau, 
, é:

crescente quando o coeficiente de   é positivo, ou seja, ;


decrescente quando o coeficiente de   é Negativo, ou seja, .

Agora, voltando Na figura das cartas do jogo Dorminhoco, observe a representação


gráfica de cada função e o que acontece com os valores de  antes e depois do
zero da função. Em outras palavras, perceba o que acontece com os valores da
imagem da função a partir do ponto em que corta o eixo das abscissas. Para funções
crescentes, temos que   e .  No caso das funções
decrescentes, vale a relação  e .

Com isso, é possível afirmar que a reta que representa uma função polinomial do 1º
grau No gráfico que estudamos corta o eixo das abscissas em um único ponto, o
qual é indicado pelo par ordenado . Quando a reta está “desenhada” abaixo

do eixo das abscissas, a função é Negativa; e quando está acima, a função é positiva.
Para se fazer esse estudo de sinal, é Necessário compreendermos a variação da
função, ou seja, se a função é crescente ou decrescente. Isso pode ser visto Na lei de
formação pelo sinal do coeficiente .
As funções polinomiais do 1º grau Nos ajudam a resolver muitos problemas
cotidianos. Uma análise detalhada da sua lei de formação e da sua representação
gráfica pode auxiliar Na tomada de importantes decisões. Agora, você já conhece
esse tipo especial de função, bem como suas características principais, estando
munido de importantes ferramentas para interpretar gráficos e identificar situações-
problema envolvendo essas funções.

Síntese
Neste capítulo, você estudou o conceito de função, o qual é considerado um dos
mais importantes da matemática, principalmente por ser aplicável em muitas
situações práticas do nosso dia a dia. Além disso, as funções polinomiais do 1º grau
também foram estudadas mais detalhadamente ao longo do capítulo.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
aprender o conceito de função e suas representações numéricas;
representar graficamente relações entre dois conjuntos utilizando o
sistema de coordenadas cartesianas;
identificar e estudar as principais características da função polinomial do
1º grau;
reconhecer, calcular e interpretar graficamente o zero da função
polinomial do 1º grau;
construir e analisar o gráfico da função polinomial do 1º grau;
reconhecer e aplicar os conhecimentos de função polinomial do 1º grau
em situações reais.

Bibliografia
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Cengage Learning, 2007.
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