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Ana, uma jovem de 20 anos, era consumidora habitual de heroína.

Certo dia, engravidou, e nem


mesmo o apelo da maternidade, e a grande satisfação com que recebeu a notícia de que estava
grávida, foi suficiente para a levar a libertar-se do vício. A aquisição da heroína impunha-lhe a
manutenção de encontros semanais com o seu fornecedor de droga, Bento que, ao longo desses
encontros, se apercebeu perfeitamente da gravidez de Ana.

Apesar de conhecer, vagamente, a perigosidade da ministração daquele narcótico para o processo de


fisiológico de gestação do feto, concluiu, para si mesmo, que esse não era um problema seu. Por isso
continuou assegurar a Ana o fornecimento de heroína. Ao sétimo mês de gravidez, Ana, acometida de
fortes dores, dirigiu-se ao banco de urgência de um hospital, onde acabou por ter um parto
prematuro, devidamente assistido pelo corpo clínico de serviço.

Nasceu uma criança com vida que, todavia, veio a falecer poucas horas após a expulsão do ventre
materno. A autópsia revelou como causa da morte, múltiplas malformações congénitas, originadas,
sem margem para dúvidas, pelo consumo de heroína durante a gravidez. Carlos, pai de Ana,
informado do sucedido, convenceu a filha a confessar-lhe a identidade e o paradeiro do traficante de
droga. Munido dessas informações, não descansaria, intimamente, enquanto não fizesse o meliante
morrer ás suas próprias mãos, fazendo-o experimentar uma dose letal da mesma droga que causara a
“desgraça” de Ana e a morte do recém-nascido.

Para poder concretizar a vingança, combinou com Daniel, a quem convenceu mediante o pagamento
de uma avultada quantia, a execução conjunta do plano. Foi assim que, num dia determinado, ambos,
Carlos e Daniel, raptaram Bento quando este saia do Banco, onde fora depositar, na sua conta
pessoal, o dinheiro proveniente das vendas de heroína do dia anterior, e levaram-no para uma casa
arruinada. Ali chegados, amarraram-no a uma cadeira. Após o pai de Ana lhe ter contado ao que
vinham, desapossaram-no da droga que sempre trazia consigo e, a despeito das muitas súplicas de
Bento, ministraram-lhe uma dose brutal de heroína, abandonando-o de seguida. Sozinho, entregue á
sua sorte, Bento teve forças para se arrastar até á rua, onde acabou por ser socorrido. Não obstante
ter sobrevivido, ficou irremediavelmente cego.

ANALISE OS ELEMENTOS DETERMINANTES NO CASO, PARA O APURAMENTO DA RESPONSABILIDADE


CRIMINAL DOS INTERVENIENTES – ANA, BENTO, CARLOS , E DANIEL – CASO CONCLUA PELA
PUNIBILIDADE DOS RESPECTIVOS COMPORTAMENTOS, ATÉ À MEDIDA CONCRETA DA PENA.

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