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ELEIÇÕES NO BRASIL

BATALHA DIFÍCIL PARA BOLSONARO

05 . Outubro . 2022
ELEIÇÕES NO BRASIL

BATALHA DIFÍCIL PARA BOLSONARO

Passada a contagem dos votos no primeiro turno, os candidatos já pisaram fundo

na disputa pelo desempate. Bolsonaro foi rápido: conseguiu a importante adesão


de Sergio Moro e dos três governadores dos maiores colégios eleitorais no Rio,

SP e MG, todos com a caneta na mão. Lula não evoluiu tanto, mas conseguiu o
apoio do PDT e dos dois candidatos derrotados, Simone e Ciro, além do ex-

presidente Fernando Henrique Cardoso. O PSDB liberou seus filiados, caminho


que devem tomar o PSD e MDB. Lula teve mais votos no primeiro turno, com

mais de 6 milhões de diferença sobre Bolsonaro. Vai para o último tempo com
uma respeitável margem. Há exemplos, no entanto, de que sair na frente não

garante a vitória. Exemplo: Roseana Sarney, em 2006, teve 48% contra 34% de
Jackson, no Maranhão; mas no segundo turno deu 52% para Jackson. Há vários

outros exemplos.

Esta eleição presidencial ganhou, no entanto, contorno absolutamente especial.

Não é disputa de personalidades tanto quanto de visão de mundo dos eleitores


frente ao histórico e ao discurso dos candidatos. E ambos são bem controversos.

Tampouco se trata de uma disputa programática pois os programas de ambos


quase não foram apresentados. A disputa mais se parece um plebiscito entre

rejeições recíprocas, uma espécie de Sim ou Não, sem coluna do meio. Os


debates serão fundamentais para mover opiniões de pessoas ainda indecisas ou

que se abstiveram no primeiro turno.

O desafio de Bolsonaro passa a ser numérico. Como seria essa matemática? Na


campanha de Lula pelo voto útil no turno anterior, muitos eleitores que não

pretendiam votar em Lula ou Bolsonaro optaram por antecipar esse voto.


Quantos foram para um lado ou para outro, ficaremos sem saber. Os institutos

RC Consultores
de pesquisa se pegaram nisso para explicar seu erro crasso. Argumentam que o
voto útil foi mais para Bolsonaro do que para Lula. Contudo, as viradas em favor

do lado vermelho em vários estados - lembrar do Ceará e da Bahia - denotam


que o erro das pesquisas permanece sem boa justificativa. Probabilisticamente

está mais para Lula vencer, caso a antecipação de voto para Bolsonaro tenha sido
mais alta e tomando sua taxa de rejeição, que passa de 50%, como verdadeira.

Para Bolsonaro, será preciso reverter mais de 3 milhões dos votos dados a Lula
ou capturar muito mais votos dos indecisos, das abstenções e dos outros dois

candidatos. Para tanto, não adianta a radicalização da militância nas ruas mas,
sobretudo, a força das alianças invisíveis, a caneta cheia de tinta e uma grande

inspiração na hora do debate. É tarefa para um "mito".

JOSÉ VALTER MARTINS DE ALMEIDA

Caso tenha alguma dúvida ou opinião, favor entrar em contato:

MARCEL AUGUSTO CAPAROZ

Economista Chefe

marcel@rcconsultores.com.br

(11) 94259-6433

Relatório desenvolvido pela consultoria econômica

A RC Consultores elaborou este estudo com dados disponíveis até 05,Outubro/ 2022. Apesar de cuidar da
exatidão desses dados, a RC Consultores não se responsabiliza pela total precisão das informações que
poderão, eventualmente, estar incompletas e / ou resumidas. A RC Consultores também não se responsabiliza
por qualquer operação que venha a ser feita considerando os prognósticos sobre o comportamento dos
ativos / indicadores aqui mencionados.

RC Consultores

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