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Data: 15 set.

2022

Cenário das pesquisas eleitorais 2022

Ainda que sob registro e regras limitantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as pesquisas
eleitorais podem carregar viés de acordo com a metodologia utilizada tanto no momento de
aplicação dos questionários, na decisão de espaços amostrais, período de aplicação, cálculos de
processamento e demais variantes em sua montagem.

Porém, aquelas que são voltadas ao mercado financeiro tendem a utilizar critérios mais rigorosos
e procedimentos de maior neutralidade possível, uma vez que a divulgação das mesmas pode
interferir na tomada de decisão de clientes e investidores financeiros.

Com o intuito de melhor informar o mercado financeiro, a XP Investimentos (em conjunto com o
IPESP), a BTG pactual (junto à FSB) e a Genial Investimentos (parceria com o instituto QUAEST)
vêm divulgando painéis próprios – muitas vezes com diferenças significativas para o atual acirrado
cenário eleitoral do país - a última publicada em 14 set. 2022 pela Genial.

E, em bastidores, analistas tanto da XP quanto da Genial, não fiam, neste momento, em vitória
do Partido dos Trabalhadores (PT) caso seu candidato seja levado à segundo turno. A chance da
esquerda estaria em garantir as eleições logo na primeira rodada – cenário que ainda não se
consolida no passar das semanas, mas, ao contrário, varia com tendências negativas à Lula –
mesmo que de modo tímido.

Cenário para o Mercado Financeiro

Considerando as oito principais pesquisas eleitorais - Datafolha, PoderData, XP/Ipespe, Paraná


Pesquisas, Genial/Quaest, CNT/MDA, Ipec/Globo e BTG/FSB – não há, até o momento, nenhum
indicativo de vitória de nenhum dos candidatos em primeiro turno.

Os resultados mostram estabilidade técnica do candidato Bolsonaro – se feito o comparativo aos


levantamentos das últimas quatro semanas –, enquanto Lula oscila pontos percentuais. Na
espontânea (quando o questionário não instiga respostas fechadas), o atual Presidente tem
tendência de crescimento, enquanto o ex-presidente à retração nas intenções de voto.
Mesmo na estimulada, a última semana continua apresentando uma aproximação cada
vez maior entre Jair e Lula.

A avaliação é de que, caso não consiga vitória em primeiro turno, o cenário se torna menos
propenso à vitória dos PTistas, uma vez que cerca de 20% dos eleitores de Ciro, ainda que o
candidato apoie Lula, intencionam apoiar Bolsonaro na segunda rodada. Quanto aos percentuais
que irão para a candidata Tebet, o atual Presidente receberia 35% do escopo, ainda que Simone
apoie Lula – uma vez que seus eleitores têm perfil de direita e não mantém relação orgânica com
a candidata (Abaixo).

Na pesquisa anterior, de 7 de setembro, 56% dos eleitores de Ciro disseram que votariam em
Lula para o segundo turno. Esse percentual caiu para 51%. Já os que votariam em Bolsonaro eram
17% e, agora, são 19%. Entre os eleitores de Tebet, a porcentagem dos que dizem votar em Lula
no segundo turno também diminuiu. Na pesquisa anterior, eram 41% e, agora, são 27%. Já os que
votariam em Bolsonaro sofreram aumento de 22% para 35%.
Assim, dos votos a serem disputados no segundo turno, a incerteza na transferência dos eleitores,
o número de brancos, nulos e o não comparecimento abrem espaço para uma possível reeleição
de Bolsonaro.

Oscilações que apontam cenário ainda de incerteza

Outro quadro de pesquisas que demonstra como os percentuais de distância entre os candidatos
está acirrado, foi o realizado pelo Instituto Futura Inteligência, contratada pelo Banco Modal.
Nele, o presidente Bolsonaro lidera a disputa. Jair teria 41,8% das intenções de voto, enquanto
Lula figura com 35,7%.

Embora o resultado seja distinto dos apresentados em pesquisas eleitorais dos principais
institutos do país, a maior parte dos levantamentos já mostram que a diferença entre Lula e
Bolsonaro está se reduzindo. Se a tendência permanecer a mesma das últimas semanas, os dois
candidatos mais cotados devem chegar com diferença de 4 a 6 pontos percentuais na data da
eleição – o que ainda é considerado margens de erro para as pesquisas.

Esse cenário foi já assumido em 14 set. 2022, da publicação de pesquisa realizada pelo PoderData
entre 11 e 13 set. 2022. Bolsonaro tem 42% das intenções de voto ante 51% de Lula em um
cenário de 2º turno. O presidente da República tem a taxa numericamente mais alta já registrada
pelo PoderData em eventual confronto com o petista. O próprio instituto divulgou que a
diferença entre ambos tem se estreitado nos últimos meses. Na rodada de junho, estava em 17
pontos percentuais e, hoje, não passa de 9 a diferença.

O Redator do poder360 – instituto de referência entre assessorias do Executivo e Legislativo -,


Jonathan Karter, em suas próprias palavras afirmou nesta semana: “esta eleição presidencial está
sendo desafiadora para as empresas que fazem pesquisa. Há muitos resultados indicando sinais
divergentes. Ficou difícil saber qual é a tendência real deste momento”, assumindo o quadro de
empate entre os candidatos.

Os estudos aqui avaliados estão registrados no TSE sob os números: BR-00433/2022, BR-
03760/2022, BR-09344/2022, BR-09446/2022, BR-00807/2022, BR-00950/2022, BR-
00922/2022, BR-02955/2022, BR-01786/2022, BR-03420/2022 e BR02618/2022.

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