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Estudo

Quais são os estados


mais “petistas” e
“tucanos” do Brasil?
Levantamento feito pela MCM Consultores
mostra quais unidades da federação apresentam
comportamento mais estável ao longo das últimas seis
eleições presidenciais e quais são as tradicionais
direções apontadas

Marcos Mortari
26 abr 2018 11h01

SÃO PAULO – Nas últimas eleições presidenciais,


foram muito explorados por analistas políticos e pela
própria imprensa mapas que dividiam os estados
brasileiros entre “vermelhos”, para os que votavam
majoritariamente em candidatos do PT, e “azuis”, para
onde o PSDB obtinha melhor desempenho. Embora a
distribuição de votos não tenha sido homogênea nas
unidades da federação mesmo no ápice da polarização
entre PT e PSDB e muitas nuances desapareçam com
uma leitura a partir de tal recurso, ele pôde dar
indicações interessantes sobre tendências gerais de
preferência eleitoral sob uma ótica federativa.

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Em estudo recentemente divulgado, os analistas da


MCM Consultores debruçaram-se sobre o histórico do
comportamento dos estados e do Distrito Federal entre
1994 e 2014. Para isso, eles calcularam a média e o
desvio padrão das votações dos candidatos à
presidência pelo PT, PSDB e dos demais (que foram
somados como “outros”). Com o levantamento, foi
possível observar quais unidades da federação
apresentam comportamento mais estável (menor desvio
padrão) e as tradicionais direções que apontaram ao
longo das últimas eleições para o Palácio do Planalto.

Considerando-se a média das últimas seis disputas


presidenciais, o estudo mostra que os estados com
maior média de votação pró-PT são: Bahia (52,77%),
Piauí (51,81%), Maranhão (51,53%), Ceará (50,84%) e
Amazonas (49,03%). Estes estados também localizam-
se entre os mais voláteis, onde a soma do desvio padrão
de cada grupo foi maior. Já o PSDB tem maiores médias
no Mato Grosso (51,77%), em Roraima (50,01%), Goiás
(48,99%), Mato Grosso do Sul (48,92%) e Paraná
(48,89%).

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“É interessante notar que os estados menos voláteis em


relação ao voto presidencial nas eleições passadas são
predominantemente azuis. Já entre os mais voláteis,
predominam os vermelhos intensos. Uma possível
explicação é a conhecida e bem documentada quebra do
padrão de votação dos estados do Nordeste a partir de
2002 e, com mais intensidade, a partir de 2006. Em
1994 e 1998, o Nordeste votou majoritariamente no
PSDB. Migrou para o PT em 2002 e ‘vermelhou’ para
valer a partir de 2006”, explicaram os analistas.

Entre os estados que não se enquadram entre “petistas”


ou “tucanos”, destacam-se o Distrito Federal e o Rio de
Janeiro. No primeiro, o PT recebeu em média 35,90%
dos votos, ao passo que o PSDB teve 33,41% e outros
candidatos, 30,69%. Já no segundo, o PT teve 39,47%, o
PSDB, 29,44%, e outros candidatos, 31,09%. Os
pesquisadores, porém, fazem uma ressalva: “Agrupar
todos os demais candidatos numa única opção mascara
as diferenças programáticas e ideológicas dos demais
presidenciáveis. Soma, por exemplo, Enéas com Brizola
em 1994. Mas a simplificação se justifica porque o
objetivo aqui é sinalizar quais estados estavam mais
abertos a opções diferentes da polarização PT-PSDB
que predominou desde 1994”.

Quando o critério é a consistência (a menor soma de


desvio padrão), o Rio Grande do Sul lidera a lista. Este
também é um estado que, na média, votou bastante
dividido entre PT e PSDB, com 41,83% e 40,06%,
respectivamente, de média. “Nesse sentido, pode ser
considerado um swing state no Brasil. Essa
nomenclatura também é aplicável para o Pará e Minas
Gerais”, observou a MCM Consultores. Nas eleições
norte-americanas, os swing states são considerados
estratégicos pelas campanhas e decisivos no processo.

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Em uma análise pelas regiões do país, os especialistas


chamam atenção para o caso do Nordeste, onde houve
uma mudança sensível na preferência da maioria dos
eleitores, migrando do PSDB para o PT a partir de
2002. Isso reduz a média petista na região no
levantamento apresentado. “Nas últimas três eleições, o
PT obteve 67%, 62% e 60%, respectivamente. Por outro
lado, a média do Nordeste indica que a região pode ser
também sensível ao alinhamento com o governo”,
observaram. Por outro lado, em contraste com a maior
sensibilidade ao peso da máquina do governo, a elevada
rejeição de Michel Temer limita sua força.

A MCM diz que os atuais números disponíveis pelas


pesquisas não permitem comparações por estado entre
o passado e a atual situação, mas é possível fazer
observações regionais. “Eles mostram como, até agora
pelo menos, está eleição transcorre mesmo de maneira
muito atípica, ainda mais quando Lula, como é o mais
provável, não é considerado como candidato. Neste
caso, os votos não petistas e nem tucanos assumem
valores totalmente fora do padrão. Somam 70% no Sul,
65% no Sudeste, 73% no Centro-Oeste, 70% no Norte e
58% no Nordeste, desconsiderando os brancos, nulos e
não sabe. Para que polarização PT-PSDB volte a
prevalecer, esse quadro tem que mudar muito até 7 de
outubro”, concluíram os especialistas.

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