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MAIRA BERNARDI
SANDRO JOSÉ RIGO (org.)
SÔNIA DONDONIS DAUDT
Apresentação
Capítulo 1 – Histórico e concepções de EaD
Capítulo 2 – Fundamentos de recursos digitais
Capítulo 3 – Perfil do aluno EaD
Capítulo 4 – Fluência e aproveitamento na utilização de espaços digitais
Sobre os autores
Informações técnicas
APRESENTAÇÃO
REVISÃO DE CONCEITOS:
2.1.1 Microinformática
Os primeiros computadores foram desenvolvidos como um esforço
de guerra, tendo sido utilizadas tecnologias diferentes das atuais. Os
primeiros equipamentos construídos possuíam dimensões enormes e
consumiam uma grande quantidade de eletricidade. A rápida evolução na
área da microeletrônica proporcionou a miniaturização de componentes,
permitindo a fabricação de microprocessadores, memórias e outros
elementos, dentro de uma escala que favorece cada vez mais a ampliação
de sua capacidade. Desta forma, passamos de um computador cuja
instalação precisava de dois andares para computadores que podem ser
usados em uma mesa de trabalho, outros que podem ser transportados
em uma pasta de trabalho, ou, ainda, computadores que podem ser
carregados no bolso.
Atualmente, existem diversos dispositivos com as capacidades
tradicionalmente consideradas básicas para um microcomputador. Estas
capacidades seriam o armazenamento de dados, o processamento
destes com a execução de programas de computador, a visualização e a
manipulação de informações, além da integração com outros usuários
através de redes de comunicação. Estas possibilidades estão sendo
ampliadas desde o início da popularização da microinformática, quando
foram desenvolvidos computadores pessoais com capacidades
suficientes para o atendimento produtivo de diversas tarefas.
Os principais elementos de computadores pessoais podem ser
resumidos em unidade de processamento ou microprocessador,
memória, componentes de entrada e saída de dados. Por componentes
de entrada de dados, podemos encontrar dispositivos como teclado,
mouse, mesa digitalizadora, microfone, câmera ou joystick. Já a saída de
dados ocorre em componentes como monitor de vídeo, caixas de som,
impressoras. Alguns componentes permitem tanto a entrada como a saída
de dados, como os modems e as placas de comunicação. Esta
flexibilidade quanto aos componentes de entrada e saída e a
miniaturização de componentes possibilita a construção de diversos
dispositivos, tal como citado anteriormente.
A unidade de processamento, ou o processador, é responsável pela
maior parte das operações realizadas. Em alguns casos existem
processadores auxiliares para tarefas específicas que demandam muito
processamento, como o tratamento de imagens, jogos ou ambientes
virtuais. Por exemplo, alguns jogos ou ambientes de imersão, tal como o
Second Life, atualmente requerem, para seu bom funcionamento, placas
gráficas auxiliares. Os processadores podem ser comparados, de forma
simplificada, pela sua frequência de operação e pela taxa de instruções ou
operações realizadas por segundo. A primeira normalmente é medida em
unidades de oscilações por segundo, na ordem de milhões (MHz, ou
Megahertz) ou bilhões (GHz, ou Gigahertz). Os processadores utilizados
em computadores pessoais apresentam uma variação, desde a década
de 1970 até hoje, que vai de cerca de 600 mil instruções por segundo e
operação em 2 MHz até mais de 30 milhões de instruções por segundo e
mais de 3 GHz. A consequência prática observada pelos usuários é a
ampliação dos serviços disponíveis em um computador, pois o potencial
maior de processamento é utilizado pelos programas de computador para
o tratamento de problemas difíceis, para a criação de novas
funcionalidades e para melhorar os ambientes de interação,
especialmente a interface entre o computador e seu usuário. Ao selecionar
uma operação ou um programa, caso o processador seja adequado, o
usuário recebe o resultado imediatamente, sem necessidade de aguardar
o processamento, o que resulta em mais produtividade e satisfação.
A memória do computador é estruturada com diferentes tecnologias,
que são relacionadas de forma muito conveniente às diferentes
necessidades de uso para os dados armazenados em um computador.
Existe um tipo de memória chamado de memória primária, construída com
a mesma tecnologia e componentes eletrônicos usados pelos
processadores. Esta memória é muito rápida e nela são armazenados
todos os dados de trabalho quando o computador está em uso. Por
exemplo, ao editar um texto, todos os caracteres dele estarão
armazenados nesta memória principal. Isso garante aos programas de
computador o acesso eficiente aos dados, sendo utilizado no trabalho do
usuário. A quantidade de informações armazenada neste tipo de memória
varia tipicamente de 256 milhões até 4 bilhões de caracteres, em
computadores pessoais atuais. Uma característica desta memória é a sua
volatilidade, que determina que, ao ser desligado o computador, todos os
dados nela armazenados sejam perdidos. Ou seja, esta memória pode
ser imaginada como uma mesa de trabalho, na qual estão dispostos
todos os documentos necessários para um determinado trabalho, mas
que serão armazenados em outro local ao final da tarefa. Quanto maior a
capacidade desta memória, tanto maior a possibilidade do computador
em manipular grandes objetos, como documentos, imagens, áudio e
vídeo. Além disso, uma memória primária com boa capacidade possibilita
que diversos programas manipulem dados em paralelo, sem perda de
performance, o que é bastante comum atualmente, onde observamos
usuários realizando simultaneamente a cópia de documentos (download)
através da Internet, enquanto acessam documentos de textos a serem
lidos e interagem com colegas em programas de comunicação online.
Algumas memórias desenvolvidas mais recentemente permitem a
manutenção de seu conteúdo, mesmo quando desconectadas de um
computador, conhecidas como memória Flash. Isso possibilitou a
popularização de equipamentos portáteis para o armazenamento e
transporte de dados, conhecidos como pendrives, que possibilitam que
bilhões de caracteres sejam armazenados em um componente de
tamanho bastante reduzido e de fácil manuseio e transporte. Com estes
dispositivos, o usuário pode manter um acervo de documentos, vídeos,
áudios ou mesmo programas de forma a facilitar o seu acesso, pois o
mesmo pode ser conectado facilmente em computadores pessoais.
Além desse tipo de memória, são utilizados também meios
magnéticos e óticos para a manutenção segura de grandes quantidades
de dados. Os discos rígidos e as fitas magnéticas, assim como os CDs e
DVDs, são exemplos destas tecnologias. Normalmente os computadores
pessoais possuem unidades para discos rígidos, nas quais são
armazenadas, de forma estática, grandes quantidades de dados, que
podem ser de programas de computador ou dados de usuários. A
capacidade destes discos costuma variar entre vários bilhões de
caracteres até alguns trilhões de caracteres. Portanto, em média, são no
mínimo várias centenas de vezes maiores do que as memórias primárias.
Caso deseje continuar com a metáfora sugerida para as memórias
primárias, este tipo de memória pode ser imaginado como o equivalente a
várias estantes com materiais, ou mesmo várias salas cheias de estantes,
conforme o caso. Esta figura auxilia também a identificar uma
característica de operação relacionada ao tempo de acesso aos dados,
que, neste caso, é bastante superior ao tempo gasto no acesso a dados
armazenados em memória principal.
Alguns modelos destes equipamentos são externos ao computador.
Podem ser utilizados como uma biblioteca móvel, ou como equipamento
de cópia de segurança dos dados. Também os equipamentos conhecidos
como fitas magnéticas são utilizados como forma de realizar cópia de
segurança, devido a sua grande capacidade e relativo baixo custo.
Além de armazenamento e processamento de dados, o computador
utiliza-se de equipamentos de entrada e saída, que possibilitam a criação
de uma interface entre os usuários. Estes equipamentos vêm evoluindo
rapidamente, sendo encontrados já diversos dispositivos de exibição, tais
como os monitores, alguns inclusive com capacidade de interação por
meio de toque. A saída de sinais de áudio complementa este dispositivo,
proporcionando que o computador exiba vídeos ou que reproduza
conversas ou músicas. Nestes casos, equipamentos auxiliares como
microfones e câmeras são complementares e possuem cada vez maior
capacidade, sendo integrados diretamente em muitos modelos de
computadores pessoais. A entrada de dados é tradicionalmente realizada
com teclados e dispositivos de apontamento, como o mouse, entretanto
dispositivos relativamente recentes, como mesas digitalizadoras, joysticks
ou scanners possibilitam uma ampliação de possibilidades. Aliada a uma
maior capacidade de processamento do computador, esta classe de
dispositivos permite que novas formas de interação venham sendo
implementadas e popularizadas com uso de outros mecanismos. O
exemplo mais presente no uso cotidiano de computadores é a interação
por voz, que já permite até mesmo a inclusão digital de pessoas
portadoras de necessidades especiais. Com a interação por voz, o usuário
interage com o computador mediante comandos “falados”, e não
“escritos”. O processo de reconhecimento de voz permite que sejam
realizados desde comandos simples de operação de programas até
operações complexas como o ditado de um texto. Processos de síntese de
voz permitem ao usuário receber do computador informação não apenas
de forma visual, mas de forma sonora. Além da interação por voz, tornam-
se cada vez mais presentes e popularizadas as possibilidades de
interação pelo toque, nas quais o usuário interage diretamente com a tela
do computador ou do dispositivo (um computador de mão ou celular, por
exemplo), em vez de utilizar para isso um mouse ou uma caneta ótica.
Para termos uma ideia da diversidade possível atualmente, veja que
já existem dispositivos empregando estes componentes gerais, mas em
escalas diferenciadas. Os mais conhecidos talvez sejam os notebooks,
que já existem e evoluem desde a década de 1980, sendo computadores
portáteis com dimensões variadas e cada vez menores, com telas entre 13
e 15 polegadas, em média. Apresentam configurações de processamento
e memória bastante boas, além de dispositivos embutidos como câmera,
microfone, mouse e dispositivos de conexão diversos. Estes
computadores facilitam a mobilidade, permitindo que o usuário mantenha
uma base de trabalho instalada, com documentos e programas
necessários, além de possibilitar que esta base o acompanhe em viagens
ou outros deslocamentos.
Uma versão com maior facilidade para mobilidade está
exemplificada pelos computadores portáteis apelidados de netb ooks, que
possuem dimensões reduzidas, com telas de tamanho entre 10 e 11
polegadas, não possuem dispositivo interno de armazenamento em disco
rígido e são equipados com acesso a redes sem fio. Estes equipamentos
apresentam preço reduzido quando comparados com os notebooks, são
bastante leves e possuem maior tempo de duração de baterias, em geral.
Estão sendo usados de forma crescente, associados com as
possibilidades de computação nas nuvens, o que reduz a necessidade de
instalação local de programas e armazenamento de dados.
Em consonância com esta tendência, popularizam-se cada vez mais
os computadores de mão, também conhecidos como assistentes
pessoais (PDA, do inglês Personal Digital Assistant), palmtops ou
handhelds. Estes computadores são um exemplo muito interessante de
possibilidades alcançadas com a integração de componentes eletrônicos
de forma miniaturizada. Pesam em geral pouco mais de 100 ou 150
gramas e possuem dimensões por volta de 7 por 12 centímetros.
Entretanto, podem executar muitas das tarefas realizadas em um
computador, tais como edição de documentos, visualização de imagens e
vídeos, além de possuírem acesso à Internet e contarem com dispositivos
de captura de imagens ou de áudio. Estes dispositivos estão sendo cada
vez mais considerados em opções de educação, a partir da área
associada à Educação a Distância e conhecida como m-learning ou,
ainda, aprendizagem móvel. Nestas iniciativas são estudadas as
possibilidades destes dispositivos para fins educacionais. Além da óbvia
vantagem da mobilidade, permitindo que o aluno acesse o material ou
realize tarefas em diversos locais ou mesmo em trânsito, são também
exploradas possibilidades de utilização mais direta da mobilidade em si,
por meio de situações tais como jogos educacionais que envolvam
deslocamentos em determinados ambientes, gerando informações de
forma simultânea através destes equipamentos.
Também os telefones inteligentes, ou smartphones, apresentam
atualmente possibilidades equivalentes, em parte, às dos computadores
de mão, sendo cada vez mais utilizados como mecanismo de
comunicação e acesso a plataformas de materiais. Normalmente, as
funcionalidades dos aparelhos conhecidos como smartphones são
ampliadas como uso de um sistema operacional adaptado às suas
características e limitações. Assim, é possível a utilização do aparelho
para tarefas de comunicação e acesso a materiais, entre diversas outras
possíveis. Em geral, estes equipamentos possuem câmera e microfone, e
alguns deles também possuem equipamento de GPS (Global Positioning
System), permitindo que programas possam receber e enviar as
coordenadas geográficas (latitude, longitude) do local onde o mesmo se
encontra. Estas funcionalidades são utilizadas em diversos programas
interessantes, desde mecanismos para localização até programas para
realidade aumentada, que permitem utilizar as imagens capturadas pelo
celular em conjunto com outras informações obtidas a partir desse tipo de
processamento.
Com os processos avançados de digitalização existentes, os livros,
antes disponibilizados de forma impressa, começaram a contar com
versões digitais. Inicialmente, estas versões eram lidas em computadores,
porém este processo não é considerado confortável por parte dos
usuários. Uma alternativa em franco desenvolvimento são os leitores de
livro eletrônicos (e-b ooks). Tais equipamentos possuem dimensões
reduzidas, em geral com telas em torno de nove polegadas, e permitem
que sejam carregados livros através de conexão sem fio, a partir de
acesso direto aos serviços de venda disponíveis na Internet. Os arquivos
de livros podem também ser carregados por outros mecanismos. Alguns
serviços podem incluir, por exemplo, a recepção diária ou periódica de
jornais ou revistas. Estes equipamentos possuem baterias com duração
de vários dias e capacidade de armazenamento de milhares de livros.
Neste caso o usuário possui facilidades de acesso ao material de leitura,
podendo carregar consigo o equivalente a uma biblioteca completa de
obras.
Além desta faixa de computadores e dispositivos destinados ao uso
pessoal e delimitados a uma determinada faixa de processamento e
memória, existe uma outra categoria de computadores, conhecida
genericamente como servidores. Trata-se de computadores com os
mesmos elementos básicos, porém com capacidades maiores de
memória e processamento. Além disso, estes computadores são voltados
normalmente a atividades críticas, para as quais é importante o
funcionamento correto, contínuo, com alta disponibilidade do equipamento.
Assim, estes servidores possuem esquemas de construção onde podem
ser usados componentes redundantes e elementos específicos para
verificação automática e contínua do seu funcionamento.
Alguns exemplos de servidores bastante integrados ao nosso dia a
dia, apesar de muitas vezes não serem conhecidos, são os servidores
Web, que armazenam dados de web sites, ou então os servidores de
bases de dados, que mantêm conjuntos enormes de informações
utilizadas por instituições, governos e empresas. Estes conjuntos de
dados armazenados e manipulados possibilitam que diversos grupos de
usuários tenham acesso a uma quantidade de recursos muito além do
que seria viável em seu computador pessoal. Enquanto um computador
pessoal pode tratar de conjuntos na ordem de bilhões de elementos,
estes grandes servidores e bases de dados podem tratar de várias
dezenas ou mesmo centenas de trilhões de elementos. Bons exemplos
para ilustrar tais situações são as bibliotecas digitais, os repositórios de
documentos, coleções de dados governamentais, além de material
armazenado e tratado pelos sistemas de recuperação de informações. Por
fim, como curiosidade, mencionamos aqui ainda outra categoria de
computadores, conhecida como supercomputadores, que são os
computadores de maior performance conhecidos a cada momento
histórico. Em uma comparação simplificada, enquanto os computadores
pessoais possuem performance estimada em alguns milhões de
operações por segundo, os maiores supercomputadores atualmente
apresentam performances de mais de um quadrilhão de operações por
segundo. Em geral, estes computadores são destinados às simulações e
projetos científicos.
Para a utilização destes componentes, de modo geral conhecidos
como hardware, são desenvolvidos programas de computador. Um
programa de computador com finalidades específicas é conhecido como
Sistema Operacional, sendo o responsável pela operação mais básica do
computador, a integração entre os diversos dispositivos. Alguns exemplos
de sistemas operacionais bastante conhecidos são os sistemas
desenvolvidos pela Microsoft e pela Macintosh, ou o sistema operacional
de código aberto Linux.
Além do sistema operacional, os programas aplicativos são a
grande força motriz para o uso flexível dos computadores. Estes
programas recebem esta denominação por serem especialmente
produzidos para tarefas específicas, normalmente adaptados a
necessidades e processos existentes e utilizados por seus usuários.
Alguns exemplos de programas aplicativos são os programas de
edição de textos, as planilhas de cálculo, os editores de imagens, editores
de vídeos, editores de apresentações, navegadores de Internet.
Boa parte dos programas aplicativos é utilizada a partir do
computador pessoal do usuário, mas existe uma tendência ao uso de
aplicações disponibilizadas a partir de redes de computadores, tanto
redes corporativas como redes abertas, como a Internet. Nestes casos, as
aplicações ou os programas aplicativos estão instalados em servidores
Web, que podem ser acessados pelos usuários através de uma conexão
com a Internet.
REVISÃO DE CONCEITOS:
PALLOFF, R. M.; PRATT, K. O aluno virtual. 1. ed. São Paulo: Artmed, 2004.
PIAGET, J. Estudos Sociológicos. Rio de Janeiro: Forense, 1973.
REVISÃO DE CONCEITOS:
Fórum
O fórum de discussões, ou simplesmente fórum, permite que o
grupo estabeleça uma comunicação na qual um determinado assunto
pode ser debatido ou analisado. Trata-se de uma ferramenta assíncrona,
ou seja, que permite que sejam respeitados os tempos diversos dos
participantes, uma vez que as interações não acontecem em tempo real.
Tipicamente, uma sessão de discussão em um fórum pode manter-se
ativa por diversos dias, proporcionando aos alunos participarem de acordo
com sua organização pessoal.
A dinâmica de funcionamento é bastante simples. Normalmente, o
professor ou o tutor delimita uma proposta de trabalho no fórum, através
de indicação de um tema para reflexão ou da colocação de
questionamentos. A partir deste enunciado os participantes do curso
devem interagir por meio da publicação de suas mensagens.
Normalmente, uma mensagem possui um título, um texto onde o aluno
expressa suas opiniões, além da identificação de autor, data e hora de
envio. Em alguns casos estas mensagens podem ser publicadas apenas
com textos, em outros podem ser empregadas imagens ou anexados
documentos, o que permite ao aluno ilustrar seus pontos de vista ou
compartilhar materiais complementares com os demais.
Existem também algumas variações de funcionamento que
permitem aos alunos a criação de diversas linhas de discussões ou
trilhas. Isso permite que um mesmo assunto, quando este possuir certa
amplitude, possa ser analisado em diversos aspectos específicos,
representados nestas linhas de discussão, ou tópicos. De modo geral,
além do envio de uma mensagem e da criação de um tópico novo, o aluno
pode comentar as mensagens publicadas pelos demais.
Como as mensagens são visualizadas por todos os participantes,
trata-se de uma ferramenta que proporciona um exercício de exposição e
de colaboração, no qual o aluno desenvolve habilidades de escrita, porém,
mais do que isso, desenvolve habilidades relacionais, sendo necessária a
leitura e correta interpretação dos assuntos propostos e mensagens, além
de uma postura de respeito, colaboração e atitudes positivas frente ao
grupo.
Além desse modo de utilização, a ferramenta pode ser encontrada
em uso de forma variada, como no caso de participação de especialistas
externos ao grupo, para debates específicos. Ou então em casos de uso
como parte de processos de elaboração de materiais, em grupos
menores, onde o fórum serve como local para registro de etapas e
dúvidas, de propostas de soluções, para demonstração e análise de
resultados obtidos.
A possibilidade de participação em momentos decididos livremente
pelo usuário associa a este tipo de ferramenta características importantes
no processo dos alunos, especialmente a análise, a reflexão e a
expressão. Também proporciona um relato de todo o processo
desenvolvido, que identifica claramente papéis exercidos pelos alunos
durante a sua participação, que podem ser muito úteis no processo de
acompanhamento realizado pelos professores.
Existem ainda diversas outras possibilidades nesta ferramenta.
Uma delas, por exemplo, permite aos alunos o recebimento de
mensagens eletrônicas a cada interação ocorrida no fórum, como forma
de estímulo à participação e ao acompanhamento. Normalmente, estas
opções devem ser usadas com ponderação, de acordo com o número de
participantes e de mensagens geradas.
Mensagens eletrônicas
Em geral, os ambientes virtuais facilitam a geração e o
acompanhamento de mensagens eletrônicas. Estas são associadas com
a conta de correio eletrônico mantida pelos alunos. Existem possibilidades
de envio destas mensagens em ferramentas específicas, por vezes
identificando automaticamente algumas informações do emissor, quando
aluno de um determinado curso ou turma. Por vezes estas mensagens
são enviadas pelos alunos independentemente do ambiente virtual de
aprendizagem, a partir de ferramentas de gerenciamento de correio
eletrônico.
Esta ferramenta possibilita um contato direto entre o estudante e o
professor ou entre os estudantes. Em geral, o objetivo de uso desta
ferramenta está associado com situações emergenciais, tais como
dúvidas ou questionamentos que necessitam de um breve
encaminhamento. Ou, então, com situações mais gerais, porém com
caráter de mais privacidade.
A expectativa de um retorno por parte do professor é, normalmente,
dimensionada e esclarecida nas orientações iniciais do curso e depende
de uma dinâmica estabelecida, na qual, em geral, existem períodos
semanais para o encaminhamento de respostas, de modo que o aluno
possa se organizar em relação às suas necessidades de retorno e às
necessidades de encaminhamento das respostas pelos professores.
Também é comum a utilização de endereços específicos para o
atendimento de mensagens urgentes.
O histórico de mensagens também pode consistir de uma
informação importante, descrevendo alguns relacionamentos e mesmo
atividades realizadas e dificuldades encontradas. Também trata-se de uma
ferramenta associada ao processo de iniciativa do aluno, que a utilizará
em situações em que se depara com necessidades de atitudes de
encaminhamento ou questionamento.
Diário
A ferramenta diário consiste em um espaço no qual ocorre um
contato individual entre o aluno e o professor. Em geral, esta ferramenta
permite que sejam enviadas e comentadas mensagens, que ficam
armazenadas na forma de um histórico de interações. Este histórico é de
acesso exclusivo do aluno e do professor.
Os principais objetivos desta ferramenta estão relacionados com os
processos de acompanhamento e desenvolvimento do aluno.
Normalmente é sugerido aos estudantes que reportem no diário o
andamento de sua aprendizagem, comentem sobre as atividades
propostas e sobre os resultados obtidos, sejam expostas dúvidas e
dificuldades. Este tipo de prática proporciona o estabelecimento de laços
de proximidade e de compreensão entre o professor e o aluno, dentro de
um universo onde este está constantemente em colaboração em grupo.
Note que, com este tipo de atitude, uma vez adotada
periodicamente, o aluno estará trabalhando no processo de relato, análise
e avaliação de seu processo no curso em realização. Com o passar do
tempo, podem ser identificadas estratégias com resultados positivos,
podem ser feitas sugestões de encaminhamento e podem ser detectadas
e modificadas atitudes pouco positivas em relação aos objetivos a serem
desenvolvidos. Trata-se de o indivíduo realizar diferentes aproximações
com seu próprio processo de aprendizagem, com ênfase para o “saber
aprender”.
Questionários e lições
Ferramentas de implementação de questionários e lições
possibilitam que sejam disponibilizados aos alunos conjuntos de
exercícios específicos de revisão ou avaliação. Nestas ferramentas são
utilizados todos os recursos disponíveis em documentos de hipertexto
para a confecção de conjuntos de questões descritas de forma
esteticamente agradável e adequadas do ponto de vista de comunicação.
Em alguns ambientes virtuais de aprendizagem elas se diferenciam na
sua capacidade de adicionar etapas de conteúdos intercaladas com
etapas de questionamentos sobre os conteúdos vistos. As respostas
obtidas servem para redirecionar o aluno para novos conteúdos e
questões ou para proporcionar um aprofundamento do conteúdo visto,
dependendo da necessidade descrita pelo professor.
Um aspecto bastante produtivo é o fato de estas ferramentas
permitirem ao professor a descrição de elementos de retorno e
comentários que indicam pistas e direcionamentos em situações de erros,
ou podem colocar desafios em situações de acertos. A cada exercício
realizado o aluno recebe um retorno sobre a sua resposta, seja ela correta
ou não, o que se constitui em um apoio importante no caso de um
processo vivenciado de forma isolada, como é a prática destas questões.
Também é bastante flexível, em geral, este tipo de ferramentas no que se
refere às configurações de uso, sendo possível sua utilização como
recurso de revisão e de prática, em que o aluno realiza diversas vezes o
acesso e responde às questões como forma de desenvolvimento e
revisão. Ou, então, podem ser usados como avaliação, nas quais o aluno
possui limitações de tempo para a execução do questionário.
Nestas situações em que o aluno utiliza questionários ou lições
para revisão e prática, existe um componente importante relacionado com
o desenvolvimento da autonomia, da disciplina e da reflexão, pois é dada
ao aluno a incumbência de realizar a sua própria avaliação e o
encaminhamento de atitudes compatíveis com os resultados, caso sejam
insuficientes, por exemplo. Os resultados obtidos pelos alunos em uma
turma serão também acompanhados pelos professores e servirão como
indicativos de necessidades de contato ou apoio. Porém o aluno possui,
independentemente desta ação dos professores do curso, uma excelente
possibilidade de desenvolvimento nestes aspectos, a partir do uso deste
tipo de ferramenta. Também a organização para o estudo prévio e a
realização dos testes ou revisões passa pela organização flexível do tempo
do aluno, que deve desenvolver as situações necessárias para o bom
andamento de seus estudos.
Tarefas
Algumas propostas pedagógicas necessitam de atividades e
produções bastante diversas. Isso ocorre em situações como o
desenvolvimento de um texto ou uma resenha, na geração de imagens, na
coleta de fotos, no desenvolvimento de projetos, para citar alguns
exemplos apenas. A execução destas atividades pode ocorrer
individualmente ou em grupo, sendo que algumas ferramentas, tais como
a ferramenta Tarefas, possibilitam a comunicação entre professor e aluno
estabelecendo inicialmente o enunciado e objetivos da tarefa, prazos de
execução e fornecendo ao aluno o ambiente para a entrega da mesma, o
que normalmente é feito em forma de publicação de arquivos, em formatos
diversos, como textos, imagens, vídeos ou outros. Esta ferramenta permite
ao professor fazer upload de arquivos, comunicar tarefas, recolher e
analisar o trabalho, além de fornecer notas e comentários de feedback. As
atividades deste tipo também estão associadas com a capacidade de
organização e produção dos alunos, pois a partir de um período de
desenvolvimento existe a possibilidade de organização pessoal para o
melhor uso do tempo delimitado oferecido para a entrega final. Dentro
deste espaço de tempo é necessário que o aluno e, no caso de trabalhos
em grupo, seus colegas determinem estratégias e realizem
comprometimentos que levarão a um resultado positivo.
WIKI
A dinâmica da ferramenta parte de um documento em branco e de
uma diretriz dada pelo professor. Nesta está expresso um convite que
pode ser para a produção de documentos do tipo relatos, ou de textos
opinativos, ou ainda para a construção de um consenso e descrição de
argumentos a respeito de um assunto. A cada participante é facultado o
acesso, a qualquer momento, para a edição do conteúdo. Este pode então
acrescentar, apagar ou editar o conteúdo existente. O histórico gerado
pelas interações é armazenado na ferramenta, de modo que seja possível
acompanhar todo o processo de construção e identificar as intervenções
individuais de cada participante. Também se torna viável o tratamento de
versões do material, a partir de escolha de momentos diversos no
histórico de construção.
Neste tipo de ação o usuário é instado explicitamente a colaborar
com o grupo, analisando um material produzido coletivamente e inserindo
sua produção, que pode ser realizada como um acréscimo, complemento
ou mesmo uma correção. Trata-se de uma vivência prática de colaboração,
que pode auxiliar no estabelecimento de relações de desenvolvimento
pessoal, por estimular a análise, a superação e a participação. Além
disso, como o resultado final é obtido em conjunto, trata-se também de um
exercício de reconhecimento da capacidade do coletivo.
Googledocs
Trata-se de um pacote de aplicativos de uso gratuito da empresa
Google baseado em AJAX. Funciona de forma online diretamente no
navegador. É composto de editores de texto, apresentações de slides,
planilhas e um editor de formulários (Figura 7). Por meio dos aplicativos, é
possível criar ou importar documentos de texto, apresentações de slides e
planilhas eletrônicas, além de armazenar os arquivos na rede
(computação na nuvem).
Figura 7 – Tela de entrada Googledocs.
Fonte: https://www.google.com/docs/about/.
Blogs
Blog é a simplificação da expressão web log, formada pela junção
das palavras da língua inglesa web (rede, internet) e log (registro de uma
atividade). Em termos gerais, define-se b log como um diário online.
Os b logs permitem a criação de espaços de publicação de forma
aberta na Web. Dentro de um contexto de um curso de EaD, o b log pode
ser utilizado como atividade de expressão escrita e de leitura, associada
com ações para estudo e reflexão sobre os temas tratados.
Existem formatos diversos de b logs, em diferentes ambientes
virtuais de aprendizagem. Em geral pode ser configurada a forma de
publicação, com a possibilidade ou não de colaboração de outros
participantes, na forma de comentários aos materiais publicados.
Os textos publicados são gerados em formato de hipertexto,
portanto podem se relacionar virtualmente com qualquer material
disponível na Web.
Quando os assuntos são publicados, em geral podem ser criadas
tags (etiquetas), que descrevem livremente o conteúdo. Estas etiquetas
podem ser empregadas posteriormente como índices dos conteúdos e
como forma de avaliação da quantidade de conteúdos publicados sobre
determinados assuntos. Outra característica dos b logs, é que atualmente
eles não são somente páginas pessoais na Internet, mas são utilizados
como uma ferramenta de integração com as redes sociais. Na Tabela 1
pode ser visualizado um quadro comparativo apontando aspectos de
análise sobre b logs e site.
Redes sociais
Figura 9 – Telas das redes sociais – Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e Tumblr.
Fonte: elaborada pelos autores.
Web conferência
A webconferência é um recurso muito interessante de reunião
virtual, com compartilhamento de áudio e vídeo em tempo real pela
Internet, na qual é possível troca direta de experiências e impressões em
relação a assuntos em andamento. Também é muito proveitoso este tipo
de contato para orientações sobre trabalhos, além de solucionar dúvidas,
encaminhar explicações e realizar revisões de conteúdos.
Exige uma interação síncrona entre dois ou mais participantes, com
a vantagem que o usuário poderá estar em qualquer lugar e participar da
discussão ou apresentação.
Para além de estabelecer contato visual, falar e ouvir, as
ferramentas de webconferêcia também permitem que os participantes
leiam ao mesmo tempo documentos e o quadro branco e que
compartilhem materiais como apresentação, vídeos, planilhas e a tela de
seus computadores. Os participantes também podem participar por meio
de chat, para o envio de questões que podem ser respondidas no decorrer
da reunião.
A possibilidade de gravar as reuniões realizadas facilita o acesso ao
histórico das conversas por aqueles que não puderam estar
sincronamente em interação com os demais. Neste sentido, a utilização
de webconferência pode trazer outros benefícios, como a sua facilidade de
realização, sem exigir o deslocamento das pessoas.
Dentre os softwares disponíveis, pode-se citar o Skype,20 o Adobe
Connect21 e a Hangout22 do pacote de software da Google.
4.2 Netiqueta
MAIA, C.; MOTTA, J. O ABC da EaD. São Paulo: Pearson Editora, 2008.
REVISÃO DE CONCEITOS:
__________
14 Disponível em: <https://br.linkedin.com/>.
15 Disponível em: <https://pt-br.facebook.com/>.
16 Disponível em: <https://twitter.com/?lang=pt>.
17 Disponível em: <https://www.youtube.com/>.
18 Disponível em: <https://instagram.com/>.
19 Disponível em: <https://www.tumblr.com/>.
20 Disponível em: <http://www.skype.com/pt-br/>.
21 Disponível em: <http://www.adobe.com/br/products/adobeconnect.html>.
22 Disponível em:
<https://chrome.google.com/webstore/detail/hangouts/nckgahadagoaajjgafhacjanaoiihapd?
hl=pt-BR>.
SOBRE OS AUTORES
MAIRA BERNARDI
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Rio Grande
(FURG) com habilitação em Matérias Pedagógicas do Ensino Médio.
Mestre e Doutora em Educação – Linha de Pesquisa Informática na
Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU) da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Assessora
Pedagógica da Educação a Distância e professora dos cursos de
licenciatura da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).
Editora Unisinos
Avenida Unisinos, 950, 93022-000, São Leopoldo, Rio Grande do Sul,
Brasil
editora@unisinos.br
www.edunisinos.com.br
ISBN ???
Coleção EAD
Editor: Carlos Alberto Gianotti
Acompanhamento editorial: Jaqueline Fagundes Freitas
Revisão: Carla Bigliardi
Editoração: Guilherme Hockmüller
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