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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

BRYAN DA SILVA PEREIRA

O FUTEVÔLEI E SUAS VARIAÇÕES COMO CONTEÚDO PARA AS


AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

NITERÓI
2021
BRYAN DA SILVA PEREIRA

O FUTEVÔLEI E SUAS VARIAÇÕES COMO CONTEÚDO PARA AS


AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Monografia apresentada ao Curso


Licenciatura em Educação Física da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciado em Educação Física.

Niterói
2021

2
BRYAN DA SILVA PEREIRA

O FUTEVÔLEI E SUAS VARIAÇÕES COMO CONTEÚDO PARA AS AULAS DE


EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Monografia apresentada ao Curso


Licenciatura em Educação Física da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciado em Educação Física.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________
Profª Drª Rosa Malena de Araújo Carvalho – Orientadora
UFF

_________________________________________________
Profª Drª Claudia Foganholi
UFF

_________________________________________________
Profª Drª Elizandra Garcia da Silva
UFF

Niterói
2021

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“É que conhecimento sem visão
só te faz mais um burro convicto”
(Cesar MC)

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AGRADECIMENTOS

Então chegou a última escrita deste trabalho, fiz questão de deixar para o final pois
sabia que ia me emocionar. Mas é uma emoção satisfatória, saber que tenho muitas
pessoas para agradecer me conforta pela maneira na qual eu sou rodeado de pessoas
especiais, que me levaram a mais um passo importante na minha vida. Quero
agradecer primeiramente a Deus que me deu forças e saúde para realizar cada
escrita. Logo depois a minha deusa na Terra, Maria que é a minha avó que mal sabe
ler por não ter tido as melhores oportunidades na vida, mas eu lerei para ela e faço
questão de agradecê-la por cada carinho e preocupação em todos os momentos da
minha vida; sem ela eu não sei o que seria de mim. Não menos importante, quero
agradecer aos meus pais, meu pai Alex e minha mãe Ana Paula por sempre me
proporcionarem o melhor possível, e principalmente por nunca deixarem faltar muito
amor e afeto, eu sou muito grato a vocês por me tornarem o homem que sou e por
aprender a valorizar a família da melhor forma possível. Em seguida agradeço ao meu
irmão por ao longo da vida ser resiliente e se tornar quase um segundo pai mesmo
com tão pouca diferença de idade; circunstâncias da vida lhe tornaram tão importante
para mim que às vezes não sei demonstrar o quanto você é especial para mim. Minha
tia Aline e minha avó Marilza que sempre se preocuparam comigo, inclusive só sendo
possível a escrita desta pesquisa pela sua colaboração, muito obrigada tia. Todos os
meus outros parentes que se eu citar nome a nome vão preencher mais páginas que
o trabalho de conclusão de curso, mas um agradecimento também a minha tia Luciana
por sempre se preocupar com o andamento da pesquisa. Sou muito privilegiado por
ter uma família tão grande e especial, sem vocês nada seria possível. Nunca poderia
esquecer dos meus amigos que considero tão importantes na minha caminhada
quanto a minha própria família. Não vou citar nome a nome, mas agradeço em
especial ao meu grupo do “TCA United” que começou como um time e hoje somos
uma verdadeira família, assim como um agradecimento especial ao grupo
“Esquadrão”, dois grupos oriundos da época de escola que levo em meu coração para
toda a vida. Não posso deixar de agradecer a Universidade, e quando escrevo a
Universidade é ressaltando tudo o que envolve esse ambiente incrível (desde grupos
de extensão e pesquisa, até a eventos em que o estudo em si não era o principal foco)
no qual eu pude fazer parte durante uma parte da minha vida, e espero voltar. Lembro

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do primeiro semestre chegando no Instituto de Educação Física e a professora
“Claudinha”, coordenadora na época, avisando para aproveitar todo esse ambiente.
Concluo com uma sensação de que curti e fui muito feliz apesar dessa pandemia ter
tirado alguns períodos de forma presencial. Agradeço é claro pelas amizades que fiz
nesse curso e na faculdade em si, pessoas que me engrandeceram enquanto ser
humano e que pude aprender e vivenciar grandes momentos da minha vida. Um
agradecimento especial para a minha orientadora Rosa Malena Carvalho, por toda a
sua paciência e dedicação para me orientar da melhor maneira possível. Agradeço
também a banca por aceitarem o convite. Por fim, agradeço a cada palavra de
incentivo, por acreditarem em mim e principalmente pelos abraços que recebi e que
foram combustíveis para que essa conquista fosse possível.

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RESUMO

Levando em consideração que o Futevôlei e suas variações estão em uma crescente


na sua prática, essa pesquisa se debruçou sobre o Futevôlei e suas variações como
conteúdo da Educação Física escolar, a fim de avaliar esse possível conteúdo como
planejamento para uma aula nas escolas. Aborda-se, na investigação, pelo motivo
dessa modalidade ser pouco explorada no âmbito escolar, embora relate o
crescimento dos jogos provenientes dessa atividade nos ambientes de lazer e na
própria escola. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica qualitativa e descritiva para
buscar referências que auxiliem no entendimento da modalidade e, como a mesma
pode ser desenvolvida como um conteúdo por parte do professor da área. Apesar da
carência de referências bibliográficas sobre a temática, há uma constatação de que a
forma na qual o professor irá desenvolver esse conteúdo norteará os objetivos nos
quais ele alcançará com essa prática, havendo a possibilidade de se explorar muitos
aspectos positivos para os alunos, principalmente a cooperação.
Com palavras-chave: Futevôlei; Educação Física Escolar; Altinha; Jogo.

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SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................09
Capítulo 01 - - O futevôlei .......................................................................................12
1.1 – O que é jogo? ...............................................................................................13
1.2 - As regras dessa nova modalidade e o seu processo de esportivização ...... 14
1.3 - Crescimento da modalidade e a situação do futevôlei atualmente ................16
1.4 Jogos derivados ..............................................................................................18

Capítulo 02 - Educação física escolar ..........................................………………….21


2.1 - As diferentes manifestações do Esporte .......................................................23

Capítulo 03 - – Futevôlei e a Educação física escolar ............…………………….27


3.1 - O futevôlei como conteúdo da Educação Física escolar ................................28
3.2- A Altinha como exemplo pedagógico .............................................................30

Considerações finais……………………………………………………………………..33

Referências………………………………………………………………………………...36

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Introdução

O futevôlei é um esporte que tem ganhado cada vez mais visibilidade e adeptos
a sua prática e atualmente as variações de seu jogo vem se tornando uma forma de
aproveitar o tempo em momentos de lazer. Segundo informações do site
“futevoleisp.com.br/historia-do-futevolei”1 a criação do futevôlei se deve,
curiosamente, à tentativa de burlar uma lei das praias cariocas. Em meados dos anos
60 do século passado, a prática do futebol havia sido proibida nas praias do Rio de
Janeiro. Na realidade, qualquer esporte que não utilizasse rede e um espaço
seguramente delimitado, não poderia ser praticado naquele local. No início da história
do futevôlei eram utilizadas as traves (sem redes) dos campos de futebol de areia em
substituição às redes de vôlei. Riscavam com os pés os limites da quadra dos dois
lados da trave, de forma que estas se transformassem em quadras semelhantes à de
vôlei. E, assim, adotavam regras também semelhantes ao vôlei de praia: três toques
com a cabeça ou pés e a bola não podia tocar o chão dentro do espaço delimitado.
Apesar de ser um esporte difundido em todo o território brasileiro,
principalmente nas regiões do litoral, o futevôlei não é visto com frequência nos planos
de ensino da Educação Física escolar, possivelmente por ser um esporte complicado,
pois requer uma certa habilidade. Porém há várias maneiras para se adaptar e
principalmente transformar o seu conteúdo em outras práticas que continuem
trabalhando a cooperação, o raciocínio rápido e todos os outros benefícios que o
esporte proporciona na sua prática.
Pude observar em estágios durante a graduação, que os alunos já praticam
atividades derivadas do futevôlei, como é o caso da Altinha, nos tempos de recreio na
escola. E essa observação me causou uma reflexão: como em uma sociedade cada
vez mais competitiva, uma prática lúdica tem ganhado tanto espaço entre os jovens?
Não apenas entre os jovens, nas praias é possível observar praticantes de todas as
idades.
Minha paixão pelo esporte e, principalmente, o fato de não ter tido essa prática
na Educação Física escolar me inspirou a vontade de investigar essa modalidade na
escola. Essa ideia norteia a minha pesquisa para entender como esses jogos estão
em alta, mas não estão nas aulas de Educação Física.

1
Acessado em... 18/08/2021
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Assim, o problema dessa pesquisa é: o futevôlei pode ser utilizado como
conteúdo nas aulas de Educação Física escolar?
Hipótese: o futevôlei e suas variações são bons conteúdos para as aulas de
Educação Física escolar, porém ainda pouco explorados nas escolas.
Buscando entender a relação desse esporte e seus derivados jogos com os
alunos das escolas para difundir ainda mais essa prática que tem diversos benefícios
e diferentes maneiras para se trabalhar nas aulas, bem como diversos lugares para
experimentar essa atividade, seja em praças, parques, quadras e principalmente nas
praias, essa pesquisa se iniciou com os seguintes objetivos: avaliar a prática do
futevôlei e suas variações como conteúdo nas aulas de Educação Física escolar;
investigar o porquê da prática do futevôlei ser pouco explorada nas aulas de Educação
Física escolar; relatar o crescimento da prática dos jogos derivados do futevôlei como
uma atividade física entre os jovens.
Como metodologia, uma pesquisa bibliográfica qualitativa e descritiva, sendo o
referencial teórico composto a partir de artigos científicos, pesquisas em websites e
matérias publicadas sobre o assunto.
Após a definição do tema foi feita uma busca em bases de dados virtuais em
esporte (CBCE, Scielo, BDTD, Google acadêmico) foram utilizados os descritores:
Futevôlei e Educação Física escolar. Nos sites da Revista Brasileira de Ciências do
Esporte e do Scielo, só foram achados poucos artigos e os mesmos abordam o
futevôlei no viés biológico, como pesquisas acerca de lesões em sua prática. No site
da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações foi achado apenas uma tese
de mestrado que envolve futebol e futevôlei como esportes em momentos de lazer.
No Google acadêmico foi possível achar mais pesquisas, mas apenas com uma visão
biológica e quase nenhuma na perspectiva do futevôlei para a área educacional,
destacando-se apenas o artigo “Pedagogia do esporte e iniciação ao futevôlei: uma
proposta didática a partir da expansão das superfícies de prática do jogo”, o qual se
encontra nas referências desta pesquisa. Além destas bases de pesquisas, foi
utilizado o site da Federação Paulista de Futevôlei, a fim de evidenciar a evolução e a
história do futevôlei no Brasil, e também pesquisas de documentários sobre a
modalidade. Outras procuras foram por conteúdos de mídia digital abordando o tema,
onde os selecionados, os quais se alinharam com a proposta desta pesquisa, estão
nas referências bibliográficas.

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Depois de uma leitura exploratória das publicações, buscou-se estudar e
compreender as informações e discussões sobre o Futevôlei e a relação com a
Educação Física escolar.

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Capítulo 1 - O futevôlei

Antes de iniciar esse capítulo, é necessário dizer a dificuldade de encontrar


material acadêmico, artigos, livros que trazem o histórico do futevôlei. Dito isso, a partir
do que pude encontrar, identifiquei registros de que a partir de uma lei nos anos de
1960, no período da ditadura civil-militar, um grupo de amigos foi proibido pela polícia
de jogar bola em uma determinada faixa de areia, o grupo então seguiu para a parte
de areia próxima ao calçadão de Copacabana no Rio de Janeiro, onde era permitido
a prática de atividades com bola, área essa que era jogado o vôlei de praia. Segundo
o site da Federação Paulista de Futevôlei, Otávio Moraes, conhecido como Tatá, foi
um jogador de futebol da seleção brasileira e um dos pioneiros e participantes desse
grupo que originou a prática de um jogo que se transformaria no atual futevôlei (FPFv,
acessado em 18/08/2021).
Esse jogo originário teve muitas inspirações no vôlei, que já era um esporte
difundido no território carioca. Consistia em um espaço demarcado como no próprio
vôlei, onde a bola não poderia tocar no chão da área de seu campo, porém não era
permitido a utilização das mãos, dos braços e dos antebraços.
A partir desse jogo inicial houve diversas mudanças nas suas regras, buscando
uma prática mais agradável para os seus praticantes, já que com o ganho de
experiência nesse jogo, as técnicas foram melhorando e os pontos estavam cada vez
mais difíceis de acontecer. A experiência que inicialmente era com seis participantes,
diminuiu para quatro e posteriormente chegou ao número que se pratica até os dias
atuais, com dois jogadores para cada lado da quadra. Por volta de 1965, esse jogo já
tinha as regras consentidas e difundidas pelos seus praticantes, então começou o
processo de expansão da sua prática, através de Otávio, para outros lugares nas
proximidades, como na praia de Ipanema, Leme e em toda orla da própria praia de
Copacabana.
Ao longo da pesquisa, acompanhando a exibição de torneios e campeonatos,
assim como observando mídias sociais (Instagram, youtube), descobri que há conflito
na administração do futevôlei no Brasil e, por isso, o site da Confederação Brasileira
de Futevôlei estava fora do ar no momento da execução do trabalho. O que dificultou,
ainda mais, obter referências.

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Antes de desdobrar na discussão específica do futevôlei, é importante trazer o
significado de jogo – já que o tema em pesquisa faz parte desse grupo de práticas
corporais.

1.1 – O que é jogo?


A prática do futevôlei surgiu a partir de um jogo onde amigos se divertiam e o
usavam como um momento de lazer enquanto curtiam a praia.
Segundo Huizinga (2007):
Jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de
certos e determinados limites de tempo e espaço, segundo regras
livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de
um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e
alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana (p. 33)

Por mais que não houvesse nada oficializado, mesmo enquanto jogo no seu
surgimento, o futevôlei já tinha regras consentidas pelos praticantes em busca de um
prazer e motivo para aquela prática, já que em concordância com Kishimoto (1996),
“a existência de regras em todos os jogos é uma característica marcante” (p.29).
E essas regras foram se modificando até serem definidas e oficializadas, sendo
exigidas em torneios e competições da modalidade. Porém, nas práticas em
momentos de lazer, por exemplo, essas regras podem ser modificadas para uma
melhor adaptação do público participante principalmente quando estes estão
iniciando.
Em outra perspectiva sobre o jogo, Caillois (1990) aponta que:
O jogo deve ser definido como uma atividade livre e voluntária, fonte
de alegria e de divertimento. Um jogo ao qual fôssemos forçados a
participar deixaria imediatamente de ser jogo: tornar-se-ia uma
obrigação, um fardo de que teríamos pressa em nos libertar.
Obrigatório ou simplesmente recomendado, perderia uma de suas
características fundamentais: o fato de o jogador dedicar-se
espontaneamente, de boa vontade e para o seu prazer [...]. O jogo só
existe quando os jogadores desejam jogar e jogam, ainda que seja o
jogo mais absorvente, mais cansativo, na intenção de se divertir e de
fugir de suas preocupações, ou seja, para se afastar da vida cotidiana
(p.31)

Então vale salientar a importância das regras para que o jogo aconteça e,
principalmente, para tornar-se um esporte difundido e praticado em diversos lugares
do mundo, sendo televisionado e acompanhado por diferentes pessoas. Porém é
válido enfatizar que os praticantes podem e devem fazer alterações caso seja

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necessário e consentido por todos que jogarão, buscando uma melhor diversão e
vivência da modalidade.
Prática do futevôlei, imagem retirada do Instagram ctlabomboneraitaipuacu, em 10/09/2021

A imagem acima é para que, quem ainda não conhece, possa ter uma ideia do
jogo. Mas, como ele acontece, é jogado?

1.2 - As regras dessa nova modalidade e o seu processo de esportivização


O Futevôlei não surgiu nos moldes em que se é praticado atualmente, e suas
regras foram sendo estabelecidas e mudadas com o passar do tempo e da prática do
jogo. No início, segundo pioneiros dessa modalidade em entrevista à “Documentário -
Futevôlei: a história”2, não era permitido passar a bola para o campo adversário no
primeiro toque. Como era praticado na rede de vôlei, a modalidade surgiu bem

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https://youtu.be/qXnJABGq3os (acessado em 18/08/2021)
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parecida, utilizando vantagens na pontuação e seis participantes em cada equipe.
Com o traquejo nesse jogo, foram diminuindo o número de jogadores em cada equipe,
virando cinco, após isso quatro e até chegarem a apenas dois jogadores em cada lado
da quadra como é praticado hodiernamente.
Para que tenham dimensão de como o futevôlei hoje acontece para a
realização de campeonatos, segundo o site da Federação Paulista de futevôlei (FPFv,
acessado em 18/08/2021), a Federação Internacional de Futevôlei (FIFv) indica em
relação às regras que as partidas deverão acontecer em quadras de areia retangular,
medindo 18 x 9 metros de largura, com uma rede separando as metades dessa
quadra. Essa rede deve estar com a fita superior a 2,20 metros de altura do solo na
categoria masculina e a 2 metros de altura com relação ao solo na categoria feminina.
A bola para essa prática deverá ter de 68 a 70 centímetros de circunferência e com
um peso de 0,63 quilogramas.
Na prática de jogo, o objetivo é ser a primeira dupla a fazer dezoito pontos com
uma diferença mínima de dois pontos para a equipe adversária. A equipe pontua
quando a bola toca a quadra adversária, quando a equipe adversária devolve a bola
para fora da quadra ou quando a equipe adversária comete uma falta. É permitido
apenas um máximo de três toques na bola para cada dupla antes de passar a bola
para o outro lado da quadra. Os fundamentos são basicamente saque, recepção,
passe, ataque e defesa.
É considerada falta no toque de bola quando:
a) Dois Toques - quando a bola é tocada duas vezes consecutivas pelo mesmo
jogador, ou este é tocado sucessivamente pela bola, em várias partes do corpo.
b) Quatro Toques - quando uma equipe toca a bola quatro (4) vezes antes de devolvê-
la ao adversário;
c) Toque Irregular - quando a bola toca no braço, antebraço ou na mão do jogador ou
ainda retida e/ou conduzida;
d) Toque Apoiado - quando o jogador apoia no companheiro ou em qualquer outra
estrutura/objeto para alcançar a bola e golpeá-la.
Existe ainda a falta quando o jogador toca na rede, quando a bola toca na
antena (sendo considerada bola fora), quando o jogador no ataque invade a quadra
adversária, por baixo da rede interferindo na ação da defesa tocando ou não em um

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jogador adversário ou ainda quando o jogador golpeia a bola dentro do espaço aéreo
de jogo da equipe adversária.
Com as regras definidas, houve uma propagação da modalidade
principalmente por conta dos jogadores de futebol e assim por volta dos anos de 1990
surgiram as primeiras associações e federações estaduais. Foi então que em 1998
surgiu a Confederação Brasileira de Futevôlei (CBFv) em Goiás e finalmente no ano
de 2002 aconteceu o primeiro circuito brasileiro de futevôlei masculino principal. Ainda
nesse ano foi criada a Federação Internacional de Futevôlei (FIFV), mas apenas em
2006 aconteceu a oficialização do primeiro campeonato brasileiro na categoria
feminina.
Essas regras oficiais foram fundamentais para se difundir a modalidade
enquanto um esporte com campeonatos televisionados e ter todo o jogo oficializado
por um órgão institucional específico que no caso é a Federação Internacional de
Futevôlei (FIFv). Mas existem diversas maneiras de se praticar o futevôlei com
adaptações para encontrar a melhor forma de se jogar e se divertir com a prática em
momentos de lazer ou como uma atividade física.
Um exemplo de adaptação se encontra na pesquisa de Gaspar (2017) onde um
grupo de praticantes usa a inclusão de mais um jogador para cada equipe, facilitando
a maneira do grupo de vivenciar essa prática. Há inclusive torneios de modalidade do
futevôlei 4x4, onde cada equipe tem quatro jogadores em quadra e o jogo basicamente
se desenvolve da mesma maneira, tendo apenas uma dificuldade maior para se
marcar um ponto devido a terem mais pessoas ocupando e defendendo os espaços
da quadra.

1.3 - Crescimento da modalidade e a situação do futevôlei atualmente


O futevôlei como modalidade esportiva teve um crescimento a partir dos anos
de 1990 com o início de campeonatos e torneios televisionados, onde havia uma boa
audiência principalmente pelo fato de jogadores de futebol e alguns famosos aderirem
a prática e disputarem essas competições.
Em uma entrevista ao documentário “Futevôlei As Origens”3, o ex-atleta e atual
treinador da modalidade, Léo Tubarão, explica a invenção de um novo ataque
denominado "Shark Attack" - no ano 2002 - que muda o dinamismo do esporte e

3
https://youtu.be/MQJTNyPOmxo (acessado em 18/08/2021)
16
principalmente a plasticidade e beleza das jogadas, gerando ainda mais o interesse
por parte das mídias sociais e televisivas. Esse Shark attack consiste em um
movimento de ataque (atualmente também é utilizado como defesa, como uma forma
de bloqueio) onde exige muita técnica, preparo físico e tempo de bola pois o jogador
salta para atacar a mesma com a sola do pé, sendo semelhante a uma cortada no
voleibol, dificultando muito a defesa do adversário.

"Shark Attack" (imagem retirada do Instagram do atleta Mago Ftv, em 10/09/2021)

Com todo esse crescimento, o esporte nos dias atuais está cada vez mais
popularizado, principalmente nas orlas das praias do Rio de Janeiro, chegando a uma
proporção de pelo menos três redes de futevôlei para cada rede de vôlei nesses locais.
No interior do Brasil e em regiões em que não há praias, ou locais propícios para a
prática, estão se inaugurando cada vez mais núcleos esportivos e centro de
treinamentos com quadras de areia para suprir essa demanda de praticantes de
diversas faixas etárias.
A atividade por parte das mulheres também está em ascensão, principalmente
após o primeiro campeonato brasileiro feminino da modalidade, que ocorreu no ano
de 2006. Foram elas inclusive que passaram a utilizar o ombro como um fundamento
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para a recepção, sendo atualmente utilizado com vários outros objetivos, até mesmo
como ataque. A modalidade mista sofreu alterações como por exemplo o saque do
homem só poder ser na direção do homem da outra equipe, buscando uma melhor
condição de jogo, sendo hoje uma categoria sempre presente em todos os principais
campeonatos, trazendo uma integração e confraternização entre os gêneros e
reforçando a possibilidade da prática para todos, seja buscando o alto rendimento
esportivo, como uma atividade para queimar calorias ou em busca de um momento
de lazer.

1.4 - Jogos derivados


O Brasil é um país onde o futebol é disseminado em todo o seu território - essa
foi uma das principais influências para o surgimento do futevôlei. Com a aparição
dessa modalidade e a criatividade para encontrar outras maneiras de se vivenciar
essa prática ou algo parecido com ela, surgiram novos jogos que estão cada vez mais
populares no cotidiano das praias e parques do país.
É o caso da altinha principalmente, que era uma atividade que era feita como
uma forma de aquecimento para as partidas de futevôlei e atualmente é
desempenhada por diversos praticantes em variadas superfícies e lugares. Consiste
basicamente em um jogo onde o objetivo principal e de todos os participantes é não
deixar a bola cair, porém assim como no futevôlei não é permitido o uso dos braços,
antebraços e mãos. Existem várias formas de se jogar, mas geralmente se dá
preferência para um jogo com quatro integrantes, em uma espécie de roda onde cada
um busca dar apenas um toque antes de outro participante jogar a bola para o alto
novamente, já que o objetivo de todos é não deixar a bola tocar ao solo.
Com a evolução dessa prática, hoje posso perceber, através de vivências no
cotidiano com os praticantes desse jogo, que o mesmo está em um processo de
esportivização, começando a acontecer os primeiros torneios dessa que aparenta se
tornar uma nova modalidade. Nesses torneios os jogos geralmente são com quatro
integrantes em cada equipe participante, sendo obrigatoriamente uma mulher
compondo este quarteto, sendo uma regra que estimula a integração e desperta o
interesse de mulheres de diferentes idades a vivenciarem a atividade. O jogo acontece
em um tempo determinado e cronometrado, onde os jogadores utilizam movimentos
plásticos e acrobáticos para dificultarem o ato de não deixar a bola cair e assim

18
proporcionando uma espécie de espetáculo onde juízes dão notas para as jogadas,
semelhante a avaliação de uma apresentação de ginástica rítmica por exemplo.
Esses torneios são exemplos de como uma atividade que apenas tinha o
objetivo de não deixar a bola cair, sendo um exercício lúdico com um objetivo em
comum para todos os participantes, pode se tornar algo jogado com competitividade.
Outro jogo que também vem se espalhando pelo território nacional é o
“Futmesa”, uma atividade que basicamente se utiliza das regras do futevôlei para se
jogar em uma mesa semelhante a que se usa para a modalidade do tênis de mesa,
mas geralmente com as bordas curvas para dar outra dinâmica quando a bola é
tocada nessa superfície. Resumindo-se então a uma espécie de futevôlei em uma
mesa, como sugere o nome e exemplifica a imagem abaixo.

“Futmesa” (imagem retirada do google, em 10/09/2021)

“Futlombada” (imagem retirada do google, em 18/08/2021)

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Já a imagem acima exemplifica que outras práticas surgem a partir da
criatividade das pessoas, as quais querem utilizar e vivenciar os fundamentos do
futevôlei ou até mesmo do futebol, mas podem não ter o espaço e materiais que
gostariam para realizar o jogo e assim adaptam um jogo, com regras consentidas por
todos buscando um divertimento. Um exemplo dessa criatividade é o “FutLombada”
(imagem acima), onde é basicamente o mesmo jogo do Futmesa, porém jogado na
superfície da rua, mais especificamente em uma Lombada (conhecida como quebra-
mola em outras regiões como no Rio de Janeiro), mostrando que a ausência de
recursos não impede a diversão de crianças como mostrado nesses registros visuais.

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Capítulo 2 – Educação física escolar

A sociedade em que vivemos atualmente sofre constantemente diversas


influências políticas e econômicas ao longo de toda sua existência. Com a Educação
Física não foi diferente, desde as primeiras aparições nos tempos em que ainda era
chamada de ginástica, ela já sofria ações diretas de acordo com o contexto histórico
na qual ela estava inserida. Por isso a mesma já passou por diversas intervenções e
todas elas induziram a maneira na qual se trabalha ou busca-se trabalhar esse
conteúdo nos dias atuais nas escolas do país.
Refletindo sobre essas influências, encontramos que a Educação Física sofreu
diretamente interferências das instituições médicas no período entre o final do século
XIX e no início do século XX, onde ficou conhecida por um período higienista. Logo
após esse período, houve um novo modelo nomeado por alguns livros como período
militarista. As principais características desse momento no qual a Educação física
passou, foi a valorização da aptidão física que se refletiu na disciplina durante anos e
ainda pode ser observada até os dias atuais, como Carvalho (2017) aponta “Talento,
dom, desempenho são ideias e gestos presentes na escola e na Educação Física que
se orienta pela perspectiva da aptidão física” (p.11).
O Coletivo de Autores (2012) também traz outras características desse
contexto que perdurou até um pouco mais da metade do século XX.
Desenvolver e fortalecer física e moralmente os indivíduos
era,portanto, uma das funções a serem desempenhadas pela
Educação Física no sistema educacional, e uma das razões para a
sua existência. (p.36)

Outra questão importante para entender como chegou-se na Educação Física


trabalhada hodiernamente, é o contexto histórico na qual ela foi levada após a
segunda guerra mundial por volta do ano de 1964 onde foi conhecida por um período
esportivista (ou competitivista) em que se tinha o objetivo de trabalhar a superação
individual, buscando muitas das vezes um aluno que venha a se tornar atleta
futuramente, como também aborda o Coletivo de Autores (2012):
O esporte determina dessa forma, o conteúdo de ensino da Educação
Física, estabelecendo também novas relações entre professor e aluno,
que passam da relação professor-instrutor e aluno-recruta para a de
professor-treinador e aluno-atleta. (p.37)

21
Apresentado esses contextos históricos da Educação física para se ter uma
noção das interferências sofridas ao longo dos anos e entender como ela é abordada
e trabalhada atualmente nas escolas, o viés pedagógico da cultura corporal surge
após o período da crise de identidade da Educação física ao final do século XX e
reforçado principalmente no Coletivo de autores (2012) onde:
A Educação Física é uma prática pedagógica que, no âmbito escolar,
tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo,
esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de
conhecimento que podemos chamar de cultura corporal (p.33)

Seguindo esta prática pedagógica, espera-se desenvolver e alcançar a reflexão


e uma visão crítica dos alunos através das práticas corporais e das atividades
propostas, assim como questões como a cooperação, a solidariedade e a visão
ampliada do que eles assistem e praticam como os esportes nas mídias, como em
época de Olimpíadas e Copa do Mundo, por exemplo.
Como já foi apontado anteriormente, a Educação física pode ser trabalhada
através de diferentes conteúdos e formas expressivas corporais, uma dessas
maneiras é através do esporte. Mas vale ressaltar a importância de como utilizar esse
conteúdo, para não reproduzir as características que acabam transformando a
Educação física escolar em uma atividade excludente, como quando se prioriza o
rendimento, a competitividade e a busca por recordes, por exemplo. Em uma
perspectiva de educação inclusiva corroborando com as práticas corporais, deve-se
almejar uma prática onde se sobressaia o coletivo ao invés do individual, onde haja a
reflexão para se alcançar um respeito entre os participantes e trabalhando a
solidariedade (COLETIVO DE AUTORES, 2012).
A Educação Física escolar pode ser executada de diversas formas, em
diferentes conteúdos. O futevôlei é um jogo e pode transformar-se em esporte como
jogo é uma das manifestações contemplada pela cultura corporal. E, para entrar no
planejamento do professor, tem que se haver uma atenção para como essa
modalidade será acrescentada na disciplina, podendo ampliar as possibilidades de
ser abordada nas aulas e tornando-se mais uma ferramenta para as práticas
corporais. Por essas questões complexas que envolvem o desenvolvimento do
conteúdo esporte na escola que se necessita de uma exposição mais profunda sobre
essa temática.

22
2.1 - As diferentes manifestações do Esporte
O esporte é um fenômeno sociocultural que cada vez mais vem se
popularizando e ocupando gradativamente com maior intensidade o espaço nas
mídias, nas vidas de todos os seus praticantes e dos que se envolvem com ele, seja
como torcedor, telespectador ou como um profissional envolvido na área. Esse
crescimento acontece em diversas modalidades, uma expansão de dimensões tão
grande que abordam outras questões na sociedade como a saúde, educação, turismo,
entre outras áreas. Vale salientar que é dever do Estado fomentar práticas desportivas
formais e não formais (artigo 217 da Constituição de 1988 (BRASIL, 1988)), sendo
assim um direito de todos assegurado por lei.
Mas esse Esporte que é um direito atualmente, passou por diversas mudanças
ao longo dos anos desde a sua criação e foi mais difundido no Brasil a partir do ano
de 1964, período no qual o Brasil vivia em uma ditadura pelo governo militar da época,
e utilizavam o esporte como uma ferramenta para conseguirem alguns objetivos,
cobrando conteúdos e avaliações pautadas na aptidão física, na técnica e no
desenvolvimento desportivo, visando transformar o praticante em um possível atleta
para representar a nação.
Por essas questões, é importante entender as variáveis dessa prática pois “o
esporte é uma construção histórico-social humana em constante transformação e fruto
de múltiplas determinações” (BRACHT, 2000, p.16). Para Tubino (1999, p.6) “é uma
das manifestações da cultura física, que também compreende a dança e a recreação
(atividades de fim de semana no campo, por exemplo), e se fundamenta na educação
física”.
Com toda essa dimensão do esporte, entende-se a importância do estudo
nessa área que há diferentes interpretações, “mas ele é um fenômeno profundamente
humano, de visível relevância social na história da humanidade e intimamente ligado
ao processo cultural de cada época” (TUBINO, 1999, p.7).
Seguindo a produção de Tubino (1999), o esporte é dividido basicamente em
três manifestações, sendo abordadas de maneiras distintas e trabalhadas com
diferentes pedagogias visando um melhor rendimento para cada objetivo nas práticas
destas manifestações. São elas o esporte de rendimento; o esporte-lazer; e o esporte-
educação. Vale apontar a diferença entre cada manifestação e entender que o esporte
é importantíssimo para toda a sociedade, inclusive estando presente nas aulas de

23
Educação Física escolar, porém sabendo como e de que forma será executada e
avaliada as atividades que serão propostas.
O esporte de rendimento é a manifestação mais conhecida por ser a que é mais
procurada e divulgada pela mídia, transformando a prática dos atletas em um
verdadeiro espetáculo que por sua vez interfere em questões muito mais abrangentes
do que apenas uma prática no âmbito esportivo. Um exemplo comum são os jogos
olímpicos que incluem diversos países de todo o mundo, envolvendo toda uma
visibilidade global para esse evento, acarretando um fluxo econômico em diversas
áreas por conta dessas modalidades esportivas que serão disputadas.
Esse esporte de rendimento é institucionalizado, fazendo parte de federações
nacionais e internacionais, sendo cobrado as regras de maneira rigorosa e os códigos
específicos de cada modalidade. Dessa maneira, essa manifestação não deve ser
encontrada na educação física escolar, pois seria basicamente o chamado “esporte
na escola” (BRACHT, 2000), reforçando uma lógica que Assis (2010) menciona
priorizar características como a competição, a concorrência, o rendimento, a busca
por recordes - elementos esses fundamentais no modelo de sociedade capitalista.
O esporte-lazer é conhecido como o esporte democrático, pois não privilegia
os mais talentosos, viabilizando o acesso de todos. É uma manifestação que denota
o prazer em sua prática, em momentos livres em busca de um regozijo, estimulando
relações pessoais, fortalecendo parcerias e visando uma integração social. Para que
a autonomia em realizar essas atividades ocorra, se faz necessário um contato com a
próxima manifestação, sendo ela responsável muitas das vezes por ser o primeiro
contato das pessoas com o esporte.
O esporte-educação é a manifestação que geralmente será a responsável por
ingressar o praticante no seu primeiro contato com um esporte de maneira prática, já
que, nos dias atuais, o esporte rendimento está cada vez mais cedo presente nas
televisões e mídias sociais dos brasileiros. É a atividade que deverá estar na temática
escolar para garantir que os aspectos do conteúdo sócio-educativo sejam explorados
e difundidos nos alunos. Alunos esses que não necessariamente estarão nas escolas,
pois essa é uma prática pedagógica que pode ser utilizada em outros ambientes, como
em projetos sociais por exemplo.

24
Algumas características são realçadas nessa manifestação como a
participação, inclusão, e por essas particularidades entende-se a importância dessas
diferentes manifestações, onde Bracht (2010) afirma que:
(...) o esporte tratado e privilegiado na escola pode ser aquele que
atribui um significado menos central ao rendimento máximo e à
competição, e procura permitir aos educandos vivenciar também
formas de prática esportiva que privilegiem antes o rendimento
possível e a cooperação (p.19)

Outro destaque é que não se deve questionar a presença do esporte na escola,


e sim a maneira na qual esse conteúdo será trabalhado, pois Nunes (2014) declara:
O esporte da escola pode ser exatamente igual ao esporte na escola.
A possibilidade de serem diferentes é diretamente dependente da
ação do professor (prática pedagógica), que está instruída pelo projeto
político-pedagógico da escola (p.42)

O esporte então, apesar de ser apenas um dos conteúdos abordados na


Educação Física escolar, pode ser trabalhado de diferentes formas, mas vale ressaltar
a importância de ser explorado em lugares distintos e com finalidades e objetivos
diferentes. O “esporte na escola” será apenas uma reprodução dos esportes de alto
rendimento que exigem muita habilidade técnica, e às vezes até sacrifícios no corpo
por muito tempo de treino (é o caso das recorrentes lesões nos atletas), tornando a
prática desgastante para o aluno, além de ressaltar características como a
competição, concorrência e rendimento, questões contrárias ao objetivo da prática em
um ambiente escolar.
Já o “esporte da escola” é uma prática irá priorizar a participação dos alunos,
se atentando às questões como a dificuldade daquela prática, buscando maneiras de
facilitar essa atividade, seguindo uma progressão pedagógica até que todos possam
jogar determinado esporte de maneira que possam se divertir e aprender com aquele
conteúdo, independentemente dos resultados alcançados ou de vitórias e derrotas, o
objetivo principal é vivenciar e aprender com essa experiência através da prática
corporal.
Deve-se questionar então a maneira na qual está sendo trabalhado esse
esporte nas escolas, mas nunca negá-los, como Bracht (2010) reitera:
A negação do esporte não vai no sentido de aboli-lo ou fazê-lo
desaparecer ou então, negá-lo como conteúdo das aulas de EF. Ao
contrário, se pretendemos modificá-lo é preciso exatamente o oposto,
é preciso tratá-lo pedagógicamente. (p.16)

25
Elucidando esses conceitos e entendendo a diferença, bem como a importância
dessas manifestações distintas, o próximo capítulo tem por objetivo relacionar essa
nova modalidade esportiva que é o futevôlei com a Educação Física escolar,
explorando todos os benefícios do esporte-educacional como um conteúdo a ser
praticado por todos nas aulas de Educação Física.

26
Capítulo 3 – Futevôlei e a Educação física escolar

O futevôlei é um esporte relativamente novo e genuinamente brasileiro, mas


isso não é a justificativa suficiente para que ele se legitime como um conteúdo a ser
trabalhado nas aulas de Educação Física escolar. Já existem diversos esportes que
são apresentados para os alunos e muita das vezes não há a preocupação necessária
com relação a forma que essas atividades serão realizadas e quais serão os
resultados provocados nos educandos a partir dessa vivência. Segundo Paes (2002,
p.81), “a prática descontextualizada do esporte na educação formal e não formal pode
reduzir as suas possibilidades, limitando as suas funções”. Por haver competição,
exigências técnicas e(ou) físicas, entre outras questões que envolvem o esporte, a
consequência dessas atividades de maneira incorreta nas aulas, podem gerar
frustração, desmotivação e uma possível aversão a futuras práticas, podendo ocorrer
isso com qualquer modalidade esportiva, e o futevôlei seria apenas mais um
instrumento para que isso possa acontecer.
A partir dessa reflexão, Paes (2002, p.77) traz que “o esporte deve ser
desenvolvido de forma planejada, organizada e sistematizada” e esse planejamento
deve acontecer baseado na proposta pedagógica da escola, do professor que irá
executar uma futura aula tendo o esporte como o conteúdo principal.
Independentemente de qualquer proposta pedagógica da escola, Paes (2002, p.81)
aponta que “a participação configura-se como um princípio básico de fundamental
importância para a prática de uma pedagogia do esporte em que a inclusão é um fator
preponderante em todo o processo”.
Entendendo que não é função e nem objetivo da escola a formação de atletas,
a aula de Educação Física escolar que tenha o futevôlei como um conteúdo não deve
priorizar o ensinamento de fundamentos e gestos técnicos da modalidade e tampouco
optar por uma aula em que haja diversas repetições para que se alcance uma
perfeição de um passe, por exemplo. Uma proposta para que norteie as aulas está na
ação de jogar para aprender e não aprender para jogar (PAES, 2002; SOUZA, 2005)
e para que isso suceda será importante a adaptação da modalidade em diversos jogos
que desenvolvam aspectos utilizados no esporte, porém de forma mais gradual,
pensando na progressão pedagógica de cada objetivo a ser alcançado, levando em
conta diferentes faixas etárias ao longo de todos os ensinos regulares, fazendo

27
adaptações necessárias em materiais utilizados para que não haja insatisfação por
parte dos alunos que não estejam conseguindo desempenhar a atividade.
Paes (2002 apud. PAES 1996) indica que:
O aprendizado do esporte na escola poderá ocorrer privilegiando-se
seu caráter lúdico, proporcionando aos alunos a oportunidade de
conhecer, aprender, tomar gosto, manter o interesse pela ação
esportiva e ainda contribuir para a consolidação da educação física
como uma disciplina. Tudo isso com objetivos pedagógicos que
transcendam os objetivos do esporte com o fim somente na sua prática
(p.77)

O futevôlei é um esporte coletivo e assim como todos os outros também é


competitivo, porém há maneiras de se explorar o caráter lúdico através de diferentes
jogos e também enfatizando a ludicidade que existe na prática da modalidade em si,
já que um dos objetivos da equipe, para que haja um sucesso nas partidas, é dedicar-
se para que consiga executar o movimento no qual proporcione para o seu parceiro
de dupla a melhor bola possível para prosseguir a jogada, seja atacando ou recebendo
um levantamento para que então tente finalizar a jogada com êxito.

3.1 - O futevôlei como conteúdo da Educação Física escolar


Entendendo o futevôlei como um esporte que já é difundido em grande parte
do Brasil, também em outros países, faz se necessário compreender a diferença de
objetivos acerca de sua prática. Fora do ambiente escolar, essa modalidade costuma
ser praticada visando a formação de atletas que se propõem a viver do esporte e
dedicam grande parte de suas vidas para treinar e evoluir nessa atividade. Há também
quem faça a modalidade visando aprimorar o condicionamento físico, para ter um
gasto calórico em uma atividade ao ar livre ou até mesmo como um lazer e para
ocupação de tempo buscando um prazer em vivenciar essa prática.
Apesar de ser uma manifestação que varia de acordo com os objetivos dos
seus diferentes praticantes, essa modalidade tem um grande poder de causar uma
integração social e isso se deve também a maneira em que passa a ser entendido o
jogo, e cabe ao professor estimular o pensamento em que se destaque a cooperação
para se alcançar o objetivo em comum aos integrantes da equipe, “a compreensão de
que jogo se faz "a dois", e de que é diferente jogar "com" o companheiro e jogar
"contra" o adversário” (COLETIVO DE AUTORES, 2012, p.49).

28
Esse discernimento faz com que haja uma nova visão sobre a modalidade, e é
nessa perspectiva que entendo o futevôlei como um conteúdo possível nas aulas de
Educação Física escolar.
Baseado nessa interpretação, deve-se ponderar em que configuração o
futevôlei será abordado e qual a importância dessa modalidade para a Educação
Física. Considerando que nem todos os alunos conhecem a modalidade ou não
possam praticá-la por algum motivo específico, vale ressaltar que o objetivo primordial
será levar ao aluno a oportunidade de vivenciar a modalidade da maneira possível,
havendo adaptações caso haja necessidade já que “o Futevôlei não é apenas para
quem mora em cidades praianas ou para quem tem acesso a um clube que tenha uma
quadra de areia, mas sim que o esporte pode ser adaptado e praticado tanto em grama
como em cimento” (SOUZA E GALATTI, 2008, s/p).
Levando em conta essas possíveis adaptações, alguns procedimentos
possíveis nos diferentes jogos que serão criados para estimular a aprendizagem de
variados fundamentos e um entendimento acerca do futevôlei são a redução do
tamanho do espaço de jogo, alterando então a marcação da quadra; alterar o número
de participantes de cada equipe no jogo; um número de toques ilimitados que vai
sendo restringido com a evolução dos alunos neste jogo, até chegar aos três toques
permitidos na modalidade; permitir um possível quique da bola na quadra de jogo,
alterando a dinâmica e facilitando as defesas das equipes; modificação da bola
utilizada, podendo ser uma mais leve que pode ser alterada para a bola da regra oficial
a partir do ganho de experiência nos jogos trabalhados; e a mudança da altura da
rede, podendo ser iniciada com um jogo que haja apenas uma corda no chão dividindo
a quadra, depois essa corda pode ir ganhando altura chegando a uma elevação como
a da rede utilizada no tênis, e assim ir aumentando essa altura da rede até chegar aos
dois metros e vinte centímetros utilizados na modalidade nas regras oficiais.
Essas intervenções e adaptações tem como objetivo tornar essa vivência da
modalidade possível para todos de forma em que os alunos possam ser capazes de
adaptarem os jogos fora do ambiente escolar mas também possam jogar o esporte
em outros momentos caso prefiram, alcançando uma autonomia nas futuras práticas,
como Paes (2002, p.79) relata: “devemos destacar sua importância como recurso
pedagógico de uma proposta que tem como objetivo dar ao aluno uma oportunidade
de conhecer, aprender e utilizar o esporte de acordo com seus interesses”.

29
Dessa maneira, o esporte-educação (como já foi abordado) pode desenvolver
e atingir questões importantes não só para os alunos, mas como para os professores
no geral, alcançando objetivos relevantes como os destacados por Paes (2002):
Para que o esporte tenha um tratamento pedagógico na escola,
deverá não apenas possibilitar aos alunos o desenvolvimento motor
(aquisição de habilidades básicas e específicas) e o desenvolvimento
das inteligências (destacam-se a corporal cinestésica, espacial,
interpessoal, intrapessoal e lógico-matemática), mas também
trabalhar a autoestima (reforçando acertos em geral e promovendo
intervenções positivas) e, por fim, facilitar as intervenções dos
professores no sentido de trabalhar princípios essenciais à sua
educação (cooperação, participação, emancipação, coeducação e
convivência). (p.80)

A diferença do futevôlei se tornar um conteúdo importante nas aulas de


Educação Física escolar ou apenas mais uma modalidade esportiva na escola, será
a forma com que o professor irá trabalhar o conteúdo. Como Paes (2002, p.81) diz
que “caberá ao professor de educação física promover e administrar a relação de
ensino e aprendizagem do esporte na escola. Para tanto, será necessário valer-se da
pedagogia do esporte e não da simples administração e condução da prática
esportivizada”. No mais, a prática apresenta diversas qualidades e alternativas para
se alcançar múltiplos objetivos através das aulas como reforçar a importância da
cooperação, desenvolvimento motor, experimentar uma diferenciada prática corporal
e também causar reflexões sobre o esporte de maneira crítica com os alunos,
levantando questionamentos como a competitividade em excesso, a importância do
“espírito esportivo” e o “fair play” que são expressões onde se busca privilegiar o jogo
de forma limpa e a valorização da participação independente do resultado final.

3.2- A Altinha como exemplo pedagógico


A Altinha é um jogo que surge a partir do futevôlei, quando os atletas antes de
iniciarem a partida, usavam dessa atividade para se trabalhar os fundamentos que
seriam utilizados no confronto com os adversários, também como uma forma de
aquecimento para disputar a partida em si.
Foi alicerçado em uma observação desse jogo em um momento de recreio dos
alunos na escola, que fui mobilizado a pensar toda essa pesquisa e como esse
conteúdo pode ser abordado também nas aulas de Educação Física. Nesse jogo, há
um objetivo comum a todos os praticantes presentes que é não deixar a bola cair no

30
chão e esse objetivo também existe no futevôlei para cada uma das equipes que não
pode deixar a bola cair em sua quadra, portanto é um exercício no qual será treinado
jogadas do futevôlei em um processo em que a ludicidade e a cooperação serão os
objetivos principais da atividade. O Coletivo de Autores (2012) ainda destaca:
Cumpre ressaltar que jogos ou atividades que apresentam estruturas
de situações semelhantes são aconselháveis para desenvolver
habilidades comuns aos jogos esportivos. Isso não significa defender
transferência de gestos, nem classificações de jogos "pré-
desportivos". Entendemos que içada jogo representa um momento
lúdico particular e independente (p.52)

Ainda no planejamento para uma aula em que a Altinha seja o conteúdo


escolhido para a prática corporal, há maneiras de se abordar esse jogo buscando
facilitar a prática para todos os participantes e evitando frustrações. Então, uma das
formas é priorizando a progressão pedagógica de cada aluno, experienciando o passe
a partir de uma bola jogada com as mãos pelo colega de turma; após esse exemplo,
introduzir um passe entre eles evitando segurar a bola com as mãos; quando
confortáveis para prosseguir, utilizar quatro integrantes em uma espécie de roda (ou
um quadrado) para que se vivencie a atividade da maneira mais próxima da que é
comumente praticada. É importante também levar em conta o peso da bola, podendo
se trabalhar com diferentes modelos, desde uma bexiga esférica com bastante volume
de ar em seu interior para que demore mais a cair no chão, e ir dificultando
gradativamente, fazendo a utilização de bolas mais leves até chegar ao uso das bolas
de futevôlei que geralmente são um pouco mais pesadas do que uma bola de futebol
por exemplo.
Há outros exemplos e formas de se trabalhar alguns diferentes jogos que
acabam se assemelhando com objetivos da modalidade do futevôlei, e cabe ao
professor explorar essas atividades e provocar nos alunos o interesse em perpassar
e avançar nos jogos trabalhados até que a prática fique a mais equivalente à
modalidade final, sempre com o objetivo principal de aprender, experienciando e
vivenciando uma expressão corporal extraordinária.

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A imagem acima (retirada do google, em 10/09/2021) é um exemplo da altinha
na praia.

32
Considerações finais

Pesquisar essa temática do futevôlei foi uma oportunidade desafiadora e que


me despertou um interesse inimaginável para obter respostas e resultados sobre um
esporte que cresce a cada dia que passa, mas que não pude observar nas aulas de
Educação Física, nem como aluno e tampouco como graduando de licenciatura na
área. Investigar o porquê de não vivenciar ou até mesmo observar essa prática nos
planos de aula dos professores da Educação Física escolar originou essa pesquisa
na qual me desencadeou a curiosidade e um certo estímulo a pesquisar ainda mais
sobre esse objeto que pode ser destrinchado de diversas maneiras. Por não haver
muitas referências específicas sobre a relação do futevôlei e a Educação Física
escolar, vale salientar o ineditismo desta pesquisa e, com isso, o desejo que a mesma
seja uma contribuição para que mais conteúdos acerca dessa temática possam ser
publicados e estudados, auxiliando futuras práticas pedagógicas.
O objetivo principal da pesquisa era avaliar a prática do futevôlei e das suas
variações como conteúdo nas aulas de Educação Física escolar e a partir das
bibliografias utilizadas pode-se observar que há diferentes formas para se trabalhar
um conteúdo na aula de Educação Física. Um esporte para entrar na escola tem que
ser planejado para se tornar um esporte da escola, tornando assim plausível que esse
tópico possa alcançar os propósitos da instituição de acordo com o planejamento
pedagógico da mesma, evidenciando o futevôlei e suas variações como ferramentas
importantes principalmente para se trabalhar e estimular a cooperação entre os
alunos.
Outros objetivos foram pensados para serem abordados na pesquisa,
investigar o porquê de a prática do futevôlei ser pouco explorada nas aulas de
Educação Física escolar foi um deles e, é um ponto no qual o questionamento é válido
e exige uma pesquisa aprofundada sobre o assunto. Inclusive, ao longo desse
trabalho de conclusão da graduação, me senti instigado a continuar na área
acadêmica buscando realizar essa investigação com uma especialização mais
profunda. Mas pelas bibliografias pesquisadas, inclusive a ausência de referências
bibliográficas sobre o assunto, penso sobre uma hipótese na qual o futevôlei tem
pouquíssimas literaturas sobre a modalidade e isso pode refletir diretamente nos
cursos de graduação de licenciatura em Educação Física que não perpassam o

33
conhecimento da modalidade, incidindo justamente na ausência desse conteúdo nas
aulas de Educação Física.
Trato sobre as aulas, pois nas escolas, com o crescimento da modalidade e
suas variações, já é possível observar práticas como a altinha e o futmesa em
momentos como o recreio, por exemplo.
Um outro objetivo foi justamente relatar o crescimento da prática dos jogos
derivados do futevôlei como uma prática corporal entre os jovens, sendo possível se
observar não só em espaços escolares, mas como em ambientes externos sendo uma
forma de lazer em praias, praças, quadras, entre outros locais em que haja espaço
para essa vivência. Infelizmente a ausência de bibliografia sobre a modalidade e essas
variações dificultou esse relato, mas documentários evidenciaram o crescimento, a
procura e a demanda de pessoas de diversas idades para essas novas práticas.
Novamente destaco um ponto que dificultou bastante a pesquisa que foi a
ausência de referências bibliográficas sobre a modalidade e principalmente a relação
desse conteúdo com a Educação Física escolar. Já é possível observar pesquisas e
artigos que abordam questões biológicas que envolvem a modalidade, como estudos
sobre pliometria em fundamentos do futevôlei, o levantamento de dados sobre lesões
provenientes da prática da modalidade. Porém há uma grande escassez quando se
trata do futevôlei ou qualquer variação como um conteúdo escolar. Todavia, esse
desprovimento de referências me despertou um interesse em continuar essas
investigações a fim de buscar soluções ou ao menos gerar um interesse de outros
pesquisadores sobre essa temática na escola, pois acredito que há um potencial de
se explorar o pensamento lúdico dos alunos por meio do futevôlei e suas variações.
Realizar essa pesquisa em um período delicado como o atual, gerou diversos
sentimentos e angústias com relação à possibilidade ou não de conseguir concluir
algo que para mim é tão importante, não só pela questão da formação acadêmica, a
relação desse trabalho com o meu futuro, mas principalmente por ser uma temática
na qual surge de uma observação na escola, para um futuro professor de Educação
Física. Contudo, a paixão pelo esporte, pela Educação Física e também pelo interesse
observado em alunos (inclusive do meu “eu” quando discente tanto no ensino médio
quanto na graduação, jogando com os amigos) nessa modalidade que se expande
cada dia mais, me motivaram a seguir e deram força para que a pesquisa
acontecesse. O período remoto foi uma forma de continuar os estudos a medida do

34
possível durante essa pandemia, que inclusive dificultou a pesquisa no sentido da
observação e procura por evidências. E com o passar dos meses o desgaste foi
acumulando e se tornou cada vez mais cansativo conciliar a escrita com a própria
graduação e outros afazeres.
Por fim, mas não menos importante, vale ressaltar a importância do Instituto de
Educação Física, da Universidade Federal Fluminense e do curso de Licenciatura em
Educação Física na formação dos pensamentos e reflexões acerca de todas as
escritas e pesquisas feitas até aqui. A estimulação por um pensamento crítico para
todas as áreas e questões que possam influenciar a Educação Física de alguma forma
foram essenciais para a preocupação de transmitir os conteúdos, como um futuro
professor para futuros alunos, da maneira que faça a diferença na vida de cada aluno,
buscando agregar valores essenciais para os cidadãos que formarão a futura
sociedade na qual viveremos, e que seja ela uma sociedade repleta de amor, respeito
e empatia.

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Referências

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