Você está na página 1de 4

Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas


Departamento de Economia
1º sem.-2023
Disciplina: Técnicas de pesquisa em economia
Doscente: Neide César Vargas
Discente: Julya Fernandes Máximo

Informações do autor:

Ludwig Heinrich Edler von Mises: Graduado em Economia na universidade de Viena,


recebendo grande influência por Karl Menger e seu trabalho. O doutorado de Mises foi
na faculdade de Direito da Universidade de Viena. Atuando também em outro momento
como conselheiro econômico do monarquista Otto von Habsburg e do governo austro
fascista de Engelbert Dollfuss. em 1934, se instala em Genebra na Suíça, e lá passa a
lecionar no Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais até 1940. ele atua como
consultor acerca de assuntos monetários para a união Pan-europeia e recebe um
doutorado honorário do Grove City College. Principais obras: “A Mentalidade
Anticapitalista” (1956) e “As Seis Lições” (1979).

(Ludwig von Mises. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_von_Mises>. Acesso em: 20


maio. 2023.)

Vocabulários desconhecidos:
Polilogismo (p. 25): é a crença de que diferentes grupos de pessoas raciocinam de forma
fundamentalmente diferente.
Tergiversação (p. 24): Ação ou efeito de tergiversar. Aquilo que é usado como subterfugio;
desculpa ou evasiva.
Inexorável (p. 21): Que não se corrompe por pedidos ou súplicas insistentes; inflexível.
1- Qual é o tema do texto?
Estabelecer a base para a compreensão da economia como uma ciência das ações humanas.
2- Qual o problema central ou questão norteadora?
De que forma se pode entender e assim analisar, de forma correta, os fenômenos econômicos e
as interações humanas na sociedade a partir da teoria geral da ação humana a praxeologia?
3- Qual a resposta central, proposição fundamental ou tese utilizada para responder ao
problema?
A resposta central do autor se assenta no ponto dito por ele de que o fundamento último da
economia e ciência social como um todo seria a teoria geral da ação humana. Ele sinaliza que
toda ação humana é motivada pelos fins, e dessa forma os indivíduos agem de maneira
proposital para o alcance de seus objetivos específicos. Ele afirma que leis econômicas seriam
dedutivamente derivadas da ação humana, tendo a praxeologia como metodologia para fazer a
análise e compreensão do comportamento econômico. A preferência da ação humana como
ponto crucial de entendimento dos fenômenos econômicos e sociais.
4- Qual a linha de argumentação do autor?
Busca traçar inicialmente uma base histórica da ciência econômica; aponta a não eficácia das
metodologias contrárias a praxeologia; sustenta que a análise econômica deve se basear na
compreensão da ação humana proposital, levando em conta as preferências individuais, as
escolhas feitas e os cálculos econômicos feitos pelos indivíduos; defende que a praxeologia
fornece uma base lógica para a análise e sinaliza a importância de se compreender a ação
humana como um elemento pivô na economia.
5- Identifique uma ideia secundaria no texto.
Mises faz de forma breve uma crítica a ciências sociais e sua metodologia e epistemologia.

RESUMO

O capítulo de introdução do livro “Ação Humana” (1940), escrito por Ludwig Von Mises busca
através de críticas a metodologias anteriores, estabelecer o que para ele seria a base para
compreensão da economia como uma ciência das ações humanas. O foco do texto é uma análise
e proposição de qual forma poderia se entender e analisar da maneira considerada pelo autor,
correta, os fenômenos econômicos e as interações humanas na sociedade a partir da “teoria
geral da ação humana” (MISES, 2010, p. 23) o que ele chama de praxeologia.
Para o autor, a forma como a economia era estudada se prostrava ineficaz, assim ele recorre a
uma série de exemplos do porque as metodologias anteriores eram pouco eficientes por
utilizarem um tratamento de todo para com a sociedade, e não eram capazes de responder de
forma convincente a pergunta a respeito de quais os fatores que levariam os indivíduos a basear
seu comportamento “de maneira tal que fizesse com que o suposto objetivo pretendido pela
inexorável evolução do conjunto, fosse atingido” (MISES, 2010, p. 21). Mises acreditava sem
exceção que todos estavam tentados e convencidos de que o andamento de eventos sociais se
dava com irregularidades e nenhuma variância de episódios, assim como o descoberto no
raciocínio do ser humano e na estruturação de fenômenos naturais. Ele aponta o ascendimento
do que seriam os pensamentos advindos dos promotores da Revolução Marginalista, como a
“descoberta da inevitável interdependência dos fenômenos do mercado” (MISES, 2010, p. 22)
tendo o papel de destronar, desfazer, essa opinião em grande parte referida a Economia
Clássica, que para ele tiveram seus estudos estagnados no “aparente paradoxo do valor”
(MISES, 2010, p. 22) devido a essa forma de enxergar o mundo, a sociedade e os fenômenos
econômicos que compartilhavam. Para o autor a metodologia ideal seria aquela que estudasse
as leis da ação humana e da “cooperação social” (MISES, 2010, p. 22) vistos então como objeto
de uma ciência que busca o estudo das trocas de convivência de ser humano para ser humano
“existentes e não mais como uma disciplina normativa de coisas que deveriam ser” (MISES,
2010, p. 22), para ele a economia política havia até o século 19, posto um enfoque muito grande
do que ele considera a aparência econômica da ação humana e não da ação humana em si. Mises
argumenta que apenas com a contribuição dos pensamentos vindos da moderna escola
subjetivista, que a economia clássica e seus entraves de raciocínio acerca do citado paradoxo
do valor foi capaz de evoluir, pois teria transformado a teoria dos preços numa praxeologia.
Para ele, essa transição de teorias era muito mais do que o sentido literal que a sentença entrega,
de uma pior para uma melhor, a teoria da escolha geral iria muito além do ponto maximo que
era delimitado o espaço dos problemas econômicos estudado por alguns economistas, ele torna
a dizer que seria ainda, muito além de apenas o pressuposto de “uma teoria dos aspectos
econômicos do esforço humano e da luta para melhoria de seu bem estar material” (MISES,
2010, p. 23), para o autor a teoria subjetiva do valor seria a de todo tipo de ação humana, desde
material até o mental, o homem ao exaltar seu poder de escolha, estaria escolhendo não apenas
entre esses bens materiais possíveis de adquirir, mas também os valores, virtudes humanas, os
fins, os meios, resultados ideais, o extraordinário e o simples. O estimado e o desprezado são
organizados de forma sequencial e direcionados a uma decisão que tende a escolher um e
rejeitar o outro. Tudo o que o homem pretende possuir ou querer evitar faz parte dessa ordem
de fatores numa escala singular de gradatividade constante, ampliando o campo dos estudos
econômicos, a teoria subjetiva do valor para Mises teria a capacidade de atuar sob toda a
sociedade, uma vez que parte primeiramente da ação humana. Assim para o autor, surge da
economia política da escola clássica, a teoria geral da ação humana, a chamada por ele de
praxeologia, citando também que os problemas econômicos e das relações de mercado
caminham juntos. Ludwig, sai em defesa dos debates teóricos frequentemente levantados no
campo da economia pois afirma que tais debates buscam, e nesse caso o autor cita o
Methodenstreit como exemplo que buscou tal ponto, trazendo o método ideal considerado por
ele de estudo da ação humana, através da existência da discussão teórica. Ele continua a
evidenciação da visão de autores, acerca da economia ou do estudo da mesma, que seriam
contrários ao que está propondo, mas levanta que em momentos, tal divergência poderia se dar
por falta de conhecimento ou introdução da praxeologia; para ele havia uma incoerência da
parte dos autores por não reagirem as objeções feitas por tais polilogismos que cita, já que
alguns pontos não eram vistos como dever da economia solucionar. O autor parte a dizer que
os economistas devem assumir uma posição de indiferença para com as críticas que buscam
taxar essas teorias através do viés partidário no qual o autor destas estaria inserido, a sociedade
para Mises não compactua com a doutrina do polilogismo e irracionalismo, e para ele isso se
prova pelo comportamento da mesma, dando o exemplo dessa incoerência, o economista
argumenta que identifica nesses polilogismo e irracionalismos, que apesar de serem contra a
teoria geral da ação humana, quando necessário para fins práticos e matérias, utilizam de
matemática e ciências do ramo, que foram conquistadas através de sua metodologia especifica
que tanto alegam não ser funcional.
Dessa forma, para Mises a economia deve conseguir relacionar as teorias com a ação humana,
ação do indivíduo em sociedade. Se faz necessário construir a teoria econômica de mercado,
relação de troca e preços através da teoria geral da ação humana, a praxeologia, o autor diz não
ser possível culpar a economia ortodoxa pelos males dessa sociedade, uma vez que a mesma a
despreza e coloca a escanteio.
(MISES, Ludwig Von. Ação Humana: Um tratado da Economia 3.1. ed. São Paulo: Instituto Ludwig Von
Mises Brasil, 2010. p. 21-31)

Você também pode gostar