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4.

Resultados e Discussões
O campo elétrico gerado pela mini bobina de Tesla, faz com que ao aproximar uma
lâmpada fluorescente, os elétrons dentro da mesma absorvem a energia do campo excitando-
os e fazendo subir para camada superiores, que após retornarem para suas camadas
originárias emitem a luz.

A d.d.p gerada pela bateria estimula o fluxo de elétrons livres no condutor de modo
que gere uma corrente contínua que pode ser calculado abaixo pela primeira Lei de Ohm.

I= V/R

I= 9/22k

I= 0,409 mA

4.1 Análise do circuito ligado em uma fonte de tensão contínua de 9v

O circuito foi montado através do software LTspice e realizou-se a simulação a fim de descobrir
as tensões e correntes que passam através dos elementos presentes no circuito, assim como
as tensões nos nós presentes. O circuito obtido está representado na figura 7.

Mini bobina de Tesla

A proposta didática deste trabalho é de constituição de uma mini bobina de Tesla. Neste caso,
a mini bobina de Tesla é formada por uma bateria, um interruptor, um transístor, um resistor,
uma bobina primária e uma bobina secundária, de fácil construção e funcionando de modo
seguro para o utilizador. Também há outras montagens para mini bobina de Tesla, mas o
modelo escolhido para tal atividade utiliza os componentes citados. Pode ser usada como um
instrumento no ensino de eletromagnetismo, trazendo interesse e curiosidade aos fenómenos
eletromagnéticos. Com uma mini bobina de Tesla, é possível acender uma lâmpada
fluorescente a uma pequena distância da bobina, sem esta estar conectada a qualquer
circuito. A proposta da mini bobina consiste no circuito mostrado na figura 3, funcionando
como um oscilador eletromagnético.

Foi selecionada para a atividade a construção de uma mini bobina de Tesla, que ficaria em
demonstração experimental, sendo utilizada para acender uma lâmpada fluorescente,
mostrando o fenómeno que Tesla propunha na tentativa de transmitir energia elétrica sem
fios e detetando as ondas eletromagnéticas. Apesar da escala reduzida, a técnica é a mesma
para acender lâmpadas de néon e globos de plasma. Demonstrado com a lâmpada
fluorescente no Apêndice 1.
Seguindo o modelo apresentado, as funcionalidades dos elementos do circuito serão: • Fonte
de alimentação (pilha): fornece energia para o circuito. • Interruptor: é um dispositivo utilizado
para ligar ou desligar o circuito da mini bobina. • Resistor (resistência): é um dispositivo
utilizado para limitar a corrente elétrica em um circuito. Por meio do efeito joule, ocorre no
resistor uma transformação de energia elétrica em energia térmica, que se liberta como calor.
O resistor regula o fluxo de corrente elétrica entre os pontos A e B do circuito. • Transístor: é
um dispositivo semicondutor, no caso é um transístor bipolar de junção composto por junções
NPN (negativo-positivo-negativo), funcionando como uma fonte de corrente controlada por
corrente, onde uma corrente aplicada a dos terminais do transístor controla a corrente através
dos outros terminais. • Bobina: é um componente eletrônico que armazena energia em forma
de campo magnético. A mini bobina consiste em dois circuitos ressonantes, com frequências
de ressonâncias muito próximas ou iguais, para ter a máxima transferência de energia da
bobina primária para a bobina secundária, seguindo o mesmo princípio dos transformadores.
O transístor é uma peça chave do circuito. Constituído por um semicondutor com 3 terminais,
o emissor, a base e o coletor, no caso são respetivamente negativo, positivo e negativo. Sendo
que as regiões negativas são feitas de um semicondutor misturado com um elemento que tem
um elétron a mais na camada de valência, para que formem bandas aumentando a banda de
condução, podendo aumentar o número de elétrons, formando uma região negativa no
transístor. Da mesma forma pode-se misturar o semicondutor com um elemento com um
eletro a menos na camada de valência, resultando em novos níveis receptores próximo a
banda de valência, fazendo que o elétron não passe para a banda de condução e gerando uma
região constituída maioritariamente por lacunas, formando uma região positiva no transístor.
O transístor permite o controle do fluxo de corrente ou do nível de tensão, funcionando como
uma chave controlada, gerando pulsos de corrente. Dependendo da corrente aplicada na base
controla a circulação de corrente do coletor para o emissor.

Para entender o funcionamento da mini bobina, podemos pensar em 3 instantes. O instante


zero é quando a bobina está com o interruptor aberto, ou seja, está desligada, não há
passagem de corrente elétrica e nem formação do campo magnético. A partir do momento
que se fecha o interruptor, passa para o primeiro instante, onde começa a ter passagem de
corrente elétrica no circuito. Quando a corrente chega ao ponto A, como mostra na figura 4, o
fluxo de corrente elétrica opta pelo caminho de menor resistência por isso começa a ter um
fluxo de corrente pela bobina primária e chegando ao transístor pelo coletor, enquanto isso
também há um tanto de fluxo passando pela resistência e chegando ao transístor pela base,
gerando uma corrente de sentido contrário na bobina primária, produzindo uma oscilação da
corrente, transformando a corrente contínua em uma corrente alternada. Como há
movimento da corrente elétrica na bobina primária, induz a formação de um campo
magnético. E pelo fato de passar uma corrente alternada causa uma oscilação nesse campo
magnético, como um eletroíman. A bobina secundária, que tem uma alta resistência, é
induzida um campo elétrico pelo campo magnético da bobina primária, formando uma força
eletromotriz com uma zona positiva e outra zona negativa, perto de cada extremidade da
bobina, seguindo a lei de Lenz. O valor da força eletromotriz é proporcional ao número de
espiras da bobina, resultando em um aumento do campo elétrico, mas diminuindo a corrente
elétrica. No segundo instante, na bobina secundária, como descrito pela lei de Lenz, aumenta a
tensão elétrica e os eletrões começam a passa pela bobina secundária e buscam sair pela
extremidade solta, gerando um fluxo de corrente. Isso causa um desvio de eletrões da base do
transístor para suprir essa diferença. Gerando uma queda do transístor, ou seja, aumenta a
área desprovida de cargas livres nas junções do transístor, causando um corte. Com isso há
uma baixa de corrente na primeira bobina, que diminui seu campo magnético, gerando uma
diminuição do fluxo de corrente para a bobina secundária até que chegue a zero. Nesse
momento volta ao primeiro instante, que logo chega ao segundo instante e ocorre isso
constantemente, levando o transístor a uma alternação constante entre o estado de saturação
e o estado de corte. Quando se aproxima uma lâmpada fluorescente à bobina, o campo
magnético gerado pela mini bobina de Tesla, induz uma diferença de potencial na lâmpada.
Essa diferença de potencial, induz a ionização do gás do interior da lâmpada, resultando em
uma excitação dos eletrões e consequentemente numa liberação de fotões, acendendo a
lâmpada sem ter contato. A luz se torna mais intensa com a proximidade da lâmpada à bobina
secundária, por estar se aproximando da origem do campo magnético. Em outras palavras,
pela alta voltagem, o gás da lâmpada fluorescente se torna um condutor, criando iões
positivos e os eletrões tendem a mover em direção ao catião. Com o movimento das
partículas, os iões chocam entre si e como consequência há liberação de eletrões que
provocam a ionização de novos átomos. Quando os eletrões voltam ao estado fundamental
emitem radiação eletromagnética, luz.

Conclusões

Foi apresentada uma proposta didática para complementar o ensino de Eletromagnetismo,


com uma atividade experimental na construção de uma mini bobina de Tesla e o uso para
acender uma lâmpada fluorescente. Com o intuito de acrescentar uma atividade prática para
conceitos previstos pela Direção-geral da Educação para o Ensino Secundário. Com a
abordagem experimental do ensino de eletromagnetismo é suposto inspirar os alunos,
provocando um espírito investigativo e uma participação na construção dos conceitos
utilizados para entender o funcionamento da mini bobina. Do mesmo modo, ressalto que há
uma abordagem histórico-filosófica sobre o Tesla e seu contributo para a evolução do
eletromagnetismo que auxilia na compreensão de tais conceitos, como também traz a
temática sobre a construção da ciência. O experimento tem uma alta capacidade de
reprodução, independente do ambiente escolar, por ser uma atividade que necessita de
recursos de baixo custo, por vezes reutilizado, e por ser de fácil montagem. Infelizmente foi
impossibilitada de ser implementada com os alunos durante o ano letivo 2019/2020, devido a
pandemia relacionada com a Covid-19.

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