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científico obsoleto
Chris Anderson
Traduzido e adaptado de:
https://www.wired.com/2008/06/pb-theory/?fbclid=IwAR1KFlh_5E1h9sRLAByqCmYjIWtuFHNkTP
BICBex0N1osfBA0ePI2gD-CYE
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Comentário do pesquisador Leonardo De Marchi, em post no Facebook:
Sempre achei esse texto um delírio menor de Anderson. No entanto, lendo a obra do
filósofo francês Bernard Stiegler, fiquei impressionado com o horror que Stiegler teve ao ler
o texto. Ele comenta essa breve coluna por parágrafos e parágrafos de alguns de seus livros.
Hoje, entendo que ele tem razão: a economia de dados das plataformas digitais está
intimamente ligada ao fenômeno do negacionismo contemporâneo. Se dialogamos com
algum negacionista, ele/ela dirá: "não preciso da ciência; tenho o Google" ou, ainda, "mas eu
vi isso no grupo do WhatsApp".
É a lógica de Anderson na vida real: para quê fazer ciência se o dilúvio de dados em
que estamos soterrados pode nos entregar a resposta que queremos?
O mesmo poderia ser dito, hoje, da cultura. Com a música produzida por IA em larga
escala, o que assusta é que não há uma estética nova - como ocorreu, por exemplo, com a
música eletrônica, a qual apresentava uma nova maneira de se conceber o que é música. Tudo
é igual ao que já ouvimos. E por quê? Porque é baseado em tudo o que já ouvimos antes, de
fato. O que os super-algoritmos nos oferecem é o fim da criatividade. Ou, para usar um termo
familiar a Stiegler, uma proletarização do pensamento criativo.