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OS CINCO PARADOXOS DA

MODERNIDADE
PREÂMBULO: Tradição moderna, traição moderna
● Abordando diversos tópicos relevantes para compreender os paradoxos inerentes à
modernidade. Um dos aspectos discutidos foi a forma como a modernidade rompe com as
tradições estabelecidas, o que acaba por constituir uma nova tradição moderna.
● A estética de Flaubert e Baudelaire; sendo expoentes desse movimento. Eles buscavam,
por meio de suas obras, atingir algo além do convencional, explorando o absurdo e
desafiando as noções estabelecidas de beleza e arte.
● Visão histórica sobre modernidade, que busca um desfecho ou um fim. Essa perspectiva
teleológica da história é paradoxal, pois ao mesmo tempo em que busca um fim, a
modernidade também é marcada pela incessante transformação e pela imprevisibilidade
dos acontecimentos.
● A modernidade se caracteriza por um constante questionamento de si mesma, uma reflexão
crítica sobre suas próprias bases e pressupostos. Esse processo de autorreflexão pode
gerar contradições e paradoxos, pois ao mesmo tempo em que a modernidade busca
avançar e superar os limites do passado, ela também se depara com suas próprias
contradições e limitações.

CAPÍTULO 1: O prestígio do novo: Bernard de Chartres, Baudelaire, Manet


● Discussão sobre pares de vocábulos que se interpenetram na modernidade. Esses pares
representam conceitos que se relacionam e se influenciam mutuamente, criando uma
dinâmica contraditória. Raciocínio proposto por Gianni Vattimo revela a interconexão e a
sobreposição de diferentes perspectivas e interpretações na modernidade.
● A modernidade é marcada pela percepção de um declínio em relação ao passado,
especialmente quando comparada à Antiguidade e à Era Medieval. Essa percepção de
decadência está ligada à representação dos evangelistas e profetas, cuja figura perdeu
prestígio e importância no contexto do cristianismo e do progresso espiritual.
● A recusa da autoridade e a busca por autonomia artística promove este paradoxo. Essa
tensão entre a rejeição da autoridade e a crença na razão é uma característica central
desse período.
● Discussão sobre a beleza no bizarro. Na modernidade, a estética se afasta dos padrões
tradicionais de beleza e passa a valorizar o estranho e o incomum. Essa valorização do
bizarro reflete a ruptura com os cânones estéticos estabelecidos anteriormente.
● Sobre a percepção do tempo. Enquanto o romantismo foca no mundo atual e encontra a
beleza no presente, o classicismo valoriza a beleza do passado. Já a perspectiva
contemporânea acredita que o futuro trará a razão e a verdade absoluta. Essas diferentes
visões de tempo refletem os paradoxos da modernidade, que vive a tensão entre o
presente, o passado e o futuro.
● Baudelaire critica os valores burgueses e busca uma estética que seja contrária ao
convencional e ao estabelecido.
● Nietzsche é mencionado como um pensador que questiona a identidade do eterno na
modernidade, rompendo com a concepção tradicional de tempo linear e estável. Ele propõe
uma visão fragmentada e não acabada da existência.

CAPÍTULO 2: A religião do futuro: vanguardas e narrativas ortodoxas


● Discussão sobre o conceito de vanguarda e sua relação com a consciência histórica. A
vanguarda representa a destruição das convenções estabelecidas e a construção de novas
formas artísticas, remetendo ao termo militar e à disciplina necessária para inovar.
● Dicotomia entre conformismo e não-conformismo na modernidade. O artista revolucionário
busca romper com as normas estéticas estabelecidas, criando uma estética formal que
nega a tradição. Esse paradoxo reside na própria tradição da negação, em que a busca por
não-conformidade se torna uma nova forma de conformismo.
● Outro aspecto discutido é a relação entre afastamento, representação e referência na arte
moderna. Os artistas se afastam da mera representação do mundo visível e buscam
referências mais profundas e abstratas. Esse afastamento permite uma nova forma de
representação da realidade, que transcende a mera imitação.
● Friedrich propõe uma poesia ontológica e uma vontade formal. Ele explora as possibilidades
da linguagem e questiona a própria essência da existência.
● Destaca-se o movimento em direção ao nada na modernidade. A negação das formas
tradicionais e a busca por algo além do convencional muitas vezes levam os artistas a
explorar o vazio e o nada como uma expressão estética paradoxal.
● A ironia também é discutida como uma estratégia de negação da tradição. Os artistas
modernos utilizam a ironia como uma forma de crítica e subversão, questionando os valores
estabelecidos.
● Sobre as contribuições de Greenberg e Adorno no que diz respeito à autocrítica na arte
moderna: Greenberg destaca a importância da reflexão crítica e da objetividade na busca
pela excelência artística, enquanto Adorno aborda a objetividade como uma forma de
resistência ao conformismo.
● O realismo é considerado superior à mera imitação, buscando uma representação mais
autêntica e conectada com a experiência e a percepção humanas. Essa valorização do
realismo paradoxalmente leva à recusa do impressionismo e do cubismo, que também
buscavam novas formas de representação.
● Manet é mencionado como um artista que explorou as possibilidades do realismo na
modernidade, desafiando as convenções e abrindo caminho para novas expressões
artísticas.
● O historicismo paradoxalmente busca recuperar e reinterpretar o passado, ao mesmo tempo
em que questiona a validade e a relevância das tradições históricas.

CAPÍTULO 3: Teoria e terror: o abstracionismo e o surrealismo


● O conceito de "terrorismo teórico" é abordado, se referindo às abordagens radicais e
disruptivas presentes na modernidade. Essas abordagens desafiam as convenções
estabelecidas e buscam criar uma nova linguagem e uma nova forma de pensar, muitas
vezes causando confusão e desconforto.
● Discussão sobre originalidade na modernidade, especialmente em relação à vanguarda
artística. O paradoxo reside na busca por ser original e inovador, ao mesmo tempo em que
se está inserido em um contexto histórico e cultural que influencia as criações artísticas. A
originalidade se torna um desafio complexo nesse cenário.
● Explora-se a visão marxista, que analisa as relações sociais e econômicas em termos de
classes e lutas de poder. Essa perspectiva coloca em evidência as contradições presentes
na estrutura social e nas relações de produção.
● Adorno é mencionado como um pensador que percebeu a emergência de um novo tipo de
mercantilismo na modernidade, caracterizado pela exploração comercial de obras de arte.
Ele expressou desconfiança em relação a teorias e abordagens que transformam a arte em
um mero produto comercial.
● Abordagem do abstrato como algo espiritual e metafísico, destacando a influência de
Proust. Ele expõe aspectos profundos e sutis da experiência humana, abordando o abstrato
e o metafísico de maneira intrincada. O movimento surrealista é dado como militante por
possuir críticas ferrenhas à alienação e exploração do trabalho na era moderna.
● Aragon é mencionado como um escritor que recusou a genealogia evolucionista na
literatura, opondo-se à visão de uma evolução linear e progressiva da arte. Ele defendia
uma abordagem anti literatura, que subvertia as convenções literárias e questionava os
valores estabelecidos.
● A harmonia entre automatismo e interpretação presente na obra de Dali é destacada. Ele
explorou o automatismo como uma técnica criativa, permitindo que o inconsciente se
manifestasse livremente. Essa abordagem desafia a lógica racional e questiona as noções
tradicionais de interpretação.
CAPÍTULO 4: Teoria e terror: o abstracionismo e o surrealismo
● O impacto do mercado sobre a arte. Tensão entre a busca por expressão artística autêntica
e a mercantilização das obras de arte. Influenciando a produção, a distribuição e a
valorização das obras, criando uma relação complexa entre a arte e o mundo comercial.
● Sobre Monet e o conceito de "all-over" em sua pintura. Essa abordagem consiste em
espalhar elementos pictóricos por toda a superfície da tela, desafiando a noção tradicional
de centralidade e composição. Esse conceito quebra as convenções estéticas estabelecidas
em favor de uma abordagem mais livre e descentralizada.
● Pollock é discutido em relação à sua abordagem de sistematicidade regrada e à intervenção
de imagens em suas pinturas. Ele explorou a ação física e gestual na criação artística,
combinando aspectos de controle e acaso. Assim, o artista reside na combinação de uma
abordagem sistemática com a intervenção espontânea e imprevisível.
● Discussão sobre o embate entre elite e massa; especialmente no contexto da arte pop.
Esse movimento buscou desqualificar o novo, questionando as hierarquias e o elitismo da
arte tradicional.
● Duchamp é mencionado como um artista que desafiou o mercado de arte ao questionar o
valor e a autenticidade das obras. Explora-se o conceito de "ready-mades", objetos
encontrados do cotidiano transformados em obras de arte. Essa abordagem desafia as
noções tradicionais de originalidade, autoria e valor no campo artístico.
● Sobre o nominalismo pictural, que enfatiza o valor da superfície e da aparência na arte
moderna. Ênfase no valor estético e na desvinculação da arte de qualquer significado ou
referência simbólica.

CAPÍTULO 5: Exaustão: pós-modernismo e palinódia


● O pós-modernismo surge como uma resposta à sociedade de consumo e aos impasses
causados pelo modernismo. Tensão na relação entre a crítica à cultura de massa e a
incorporação de elementos dessa cultura na produção artística.
● Escritores como Borges, Nabokov e Beckett apresentam elementos do pós-modernismo.
Esses autores desafiam as noções tradicionais de narrativa, jogando com a noção de
tempo, identidade e realidade. Desconstrução das estruturas narrativas modernas na
exploração do absurdo e do irracional.
● Discussão sobre o termo "pós" no pós-modernismo, que reflete uma recusa em adotar uma
referência positiva ou uma visão linear de progresso. O paradoxo reside na tentativa de
definir um movimento cultural e artístico por meio da negação e da ruptura com os
princípios modernos.
● Sobre a legitimação da cultura popular no contexto do pós-modernismo. Esse movimento
valoriza e incorpora elementos da cultura de massa, desafiando a distinção hierárquica
entre alta cultura e cultura popular.
● Utilização de referências no pós-modernismo, que envolve a apropriação e a
recontextualização de elementos do passado. Essas referências podem ser utilizadas de
forma irônica, nostálgica ou crítica. Destaca-se a capacidade do pós-modernismo de
reinterpretar e reavaliar o passado, questionando as narrativas tradicionais e oferecendo
novas perspectivas.
● Gianni Vattimo argumenta que a autocrítica e a reflexão são fundamentais para enfrentar os
desafios e as contradições do mundo contemporâneo. Só assim para "restabelecer-se de
uma doença".

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