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SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DA COESÃO


E DA COERÊNCIA A PARTIR DO TWITTER1

Júlia Candeia Lima2


Fernanda Borges Ferreira de Araújo3

RESUMO: Apresenta-se, neste artigo, uma sequência didática que propõe estratégias de ensino
dissemelhantes da concepção tradicional, em que o estudante é o construtor do conhecimento
enquanto o professor é o responsável pela mediação entre o aluno, a tecnologia e o saber, haja
vista que o aluno é entendido como um ser produtivo e interativo em seu meio social. Para além
disso, destaca-se as novas percepções que surgem de novas práticas sociais a partir da leitura e
da escrita em ambientes propícios para os gêneros digitais, devido ao avanço da tecnologia da
informação possibilitar a constituição de ferramentas que podem ser utilizadas pelos
professores em sala de aula. Assim, a intenção é que o Twitter seja um canal de ensino dos
fatores de textualidade, especificamente da coesão e da coerência, a fim de propor uma
estratégia baseada em uma sequência mais dinâmica de ensino.

Palavras-chave: Gênero digital. Ensino-aprendizagem. Sequência didática. Coesão.


Coerência.

1 INTRODUÇÃO

A tecnologia da informação resultou, com o passar dos anos, na modernização dos


utilitários de produção por meio de suas ações nas indústrias, no comércio, nos setores voltados
ao investimento e informação simultânea, na comunicação e na educação para mediar os
processos de ensino e aprendizagem, de modo que houvesse, dentro da escola, uma expansão
do acesso à informação de forma dinâmica, atualizada e inovadora (SANTO; MOURA; SILVA,
2020).

Assim, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) se transformaram não só


em ferramentas de capacitação para os professores tornarem suas aulas mais dinâmicas e
interativas, mas também algo a ser experenciado pelos estudantes, visto que através delas os
discentes podem explorar novas mídias, perceber os modos como as diversas linguagens se
combinam de maneira híbrida em textos multissemióticos e articular os conhecimentos
adquiridos nas aulas em sua prática social.

1 Trabalho de Conclusão de Curso da Licenciatura em Letras - Português do Ifes - Campus Vitória.


2 Acadêmica de Letras - Língua Portuguesa do Ifes - Campus Vitória, e-mail: juliacandeia01@gmail.com.
3 Professora orientadora do Ifes - Campus Vitória. Doutora em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de
Minas Gerais, e-mail: fernanda.ifes@gmail.com.
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No entanto, o ensino tradicional da língua portuguesa, da maneira como é concebido,


tem servido, como afirma Ignácio (2003), para suscitar o terror nos alunos e, por conseguinte,
o desafeto pelo estudo da língua, uma vez que o ensino praticado em sala de aula, muitas vezes,
se distancia do que seria um ensino produtivo, pelo fato de não ser associado ao contexto da
realidade em que o aluno está inserido:

Quando deveria ser o mais importante subsídio para a compreensão e desempenho da


língua escrita, tem sido, por um lado, um mero instrumento revelador de talentos e, por
outro lado, um instrumento inibidor do progresso daqueles que realmente necessitam
de ajuda para melhorar o desempenho da língua. (IGNÁCIO, 2003, p. 20)

Nesse sentido, o problema não está em ensinar a norma-padrão, mas sim em ensinar as
variedades sem ter consciência dos seus objetivos, ou seja, sem haver uma reflexão de aspectos
metodológicos e da prática da língua no dia a dia.
Além disso, a sociedade contemporânea está marcada pelos avanços das tecnologias, o
que se reflete nos tipos de atividades propostas em sala de aula e, por conseguinte, um duplo
desafio para a educação: adaptar-se a esses avanços tecnológicos e orientar o caminho de todos
para o domínio e a apropriação crítica desses novos meios.
O avanço das tecnologias de pesquisa possibilitou a constituição de ferramentas que
podem ser utilizadas pelos professores em sala de aula, o que permite maior disponibilidade de
informação e recursos para o educando, tornando o processo educativo mais dinâmico, eficiente
e inovador.
Por essa razão, é de suma importância que os professores estejam atentos aos meios de
comunicação, a fim de proporcionar aos seus alunos vivências com as tecnologias educacionais
e, consequentemente, desenvolver habilidades linguísticas com o apoio do espaço virtual.
Tendo isso em vista, este trabalho parte do seguinte questionamento: levando em
consideração a rede social Twitter, de que forma o gênero discursivo tweet pode auxiliar no
ensino dos fatores da textualidade, em especial, a coesão e a coerência?
De acordo com essa perspectiva e o fato de que as linguagens se integram para a
construção dos sentidos, este trabalho busca propor estratégias de ensino que fogem da
concepção tradicional, visando à importância de entender o aluno como um ser mais produtivo,
bem como a língua sob a perspectiva interacional, além de incentivar os alunos a associar o seu
meio social com o conteúdo de sala de aula.
Nesse sentido, será desenvolvida uma sequência didática com foco nas estratégias de
ensino dos fatores de textualidade, especificamente a coesão e a coerência a partir da rede social
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Twitter, mais especificamente do gênero discursivo tweet4, para alunos do 2º ano do ensino
médio.
Levando em conta o estudo das propostas tradicionais de ensino de língua portuguesa,
que procura, muitas vezes, definir os conceitos lógico-semânticos a partir de textos literários
com sintaxe altamente complexa, sem nenhuma finalidade prática, desconsiderando as
possíveis dificuldades da matéria, a ideia é que a rede social Twitter seja um canal de ensino
dos fatores de textualidade, especificamente da coesão e coerência, com o intuito de propor uma
estratégia baseada em uma sequência de atividades mais dinâmica de ensino.

2 FATORES DE TEXTUALIDADE: A COESÃO E A COERÊNCIA

Texto pode ser compreendido como uma manifestação da linguagem, uma produção
verbal ou não verbal que, por meio de ações linguísticas e sociocognitivas, constrói objetos de
discurso e propostas de sentido ao operar escolhas significativas entre as múltiplas formas de
organização textual. Dentre as diversas possibilidades de seleção lexical de que a língua dispõe,
faz-se necessária a presença da coesão e da coerência para que se tenha uma relação lógica das
ideias e, por conseguinte, a compreensão do enunciado (KOCH; ELIAS, 2017).

Para Koch (2002), a coesão é entendida como elemento fundamental para a construção
e efetivação da produção textual-interativa, uma vez que através dela as palavras e as expressões
descritas no texto se conectam dentro de uma sequência, isto é, a relação semântica entre os
elementos do texto é essencial para a interpretação.

Segundo Antunes (2005), a coesão ocorre na propriedade pela qual se cria e apresenta
toda espécie de ligação, que dá ao texto unidade de sentido, se reconhece um tipo de
continuidade e que se constitui a normalidade de textos com os quais interagimos. A autora
ainda define a função de coesão como:

Criar, estabelecer e sinalizar os laços que deixam os vários segmentos do texto ligados,
articulados, encadeados. Reconhecer, então, que um texto está coeso é reconhecer que
suas partes — como disse, das palavras aos parágrafos — não estão soltas,
fragmentadas, mas estão ligadas, unidas entre si. (ANTUNES, 2005, p. 47)

Percebe-se, então, que a coesão é formada por relações que se criam no texto, sendo
essas de natureza semântica — sentido do texto — e dissemelhantes no tipo de nexo que
promovem.

4 Tweet é a mensagem postada no Twitter, a qual é limitada a 280 caracteres.


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Assim como a coesão exerce um grande papel na construção e na consequente


compreensão do texto, a coerência também é fundamental para a comunicação.

Para Antunes (2005), a coerência ultrapassa os limites das determinações gramaticais


da língua e tem-se como limite a funcionalidade do que é dito, os efeitos pretendidos em função
do modo como escolhemos dizer as coisas. A autora então destaca:

Em síntese: a coerência é uma propriedade que tem a ver com as possibilidades de o


texto funcionar como uma peça comunicativa, como um meio de interação verbal. Por
isso, ela é, em primeira mão, linguística. Não se pode avaliar a coerência de um texto
sem se ter em conta a forma como as palavras aparecem, ou a ordem de aparição dos
segmentos que o constituem. O texto supõe uma forma material, e essa forma material
supõe uma organização padronizada, definida. (ANTUNES, 2005, p. 176)

Segundo Koch & Travaglia (2000) “a coerência é algo que se estabelece na interação,
na interlocução, numa situação comunicativa entre dois usuários”. A coerência, para os
autores, está no processo que coloca texto e usuários em relação numa situação pautada na
multiplicidade de elementos linguísticos, discursivos, cognitivos, culturais e interacionais, que
contribuem não só para o entendimento do texto, mas também promovem a formação de uma
cadeia de ideias que necessitam do conhecimento de mundo, inferências, fatores de
contextualização, informatividade, focalização, intertextualidade, intencionalidade e
aceitabilidade e, por fim, a consistência e a relevância – ordem dos integrantes essenciais da
coerência.

No alinhavar entre a coerência e o ensino, Koch (2002) destaca a importância de ensinar


a língua portuguesa com uma perspectiva textual-interativa, a fim de englobar o ensino de
produção textual e o ensino de vocabulário, bem como libertar o docente da tradição
metodológica do ensino do português na divisão em gramática, redação, leitura e oralidade.

Desse modo, Koch e Travaglia (2000) propõem o ensino e, principalmente, a avaliação


dos textos dos alunos como fase do seu processo de produção, como os critérios de avaliação,
evidenciando a inserção de contextos “reais” de interação comunicativa, para que o aluno
compreenda a importância da escrita de um texto discursivo coerente.

2.1 GÊNERO DISCURSIVO

A linguagem é fundamental para o surgimento de aspectos ideológicos, culturais e


históricos nas mais variadas esferas sociais. Tais aspectos refletem a configuração e o
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funcionamento da ação comunicativa, sendo o discurso um mecanismo primordial nesse


processo de interação entre o orador e o ouvinte. Dessa forma, Bakhtin (2003) define a língua
como um constante processo de interação mediada pelo diálogo:

A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos


e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana. O
enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma dessas esferas,
não só por seu conteúdo (temático) e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada
nos recursos da língua — recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais —, mas
também, e sobretudo, por sua construção composicional. [...] Evidentemente, cada
enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus
tipos de estado, também chamados de gêneros do discurso. (BAKHTIN, 2003, p. 261-
262)

Para Bakhtin, o emprego da língua se faz sob a forma de enunciados e, portanto, o


enunciado é “unidade real da comunicação discursiva” (2003, p. 269). Com isso, os enunciados
e seus tipos, isto é, os gêneros discursivos, são as correias de transmissão entre a história da
sociedade e a história da linguagem, nas quais as palavras de um falante estão sempre
atravessadas pelas palavras do outro: o discurso elaborado pelo falante se constitui também do
discurso do outro que o atravessa, condicionando o discurso do locutor.

Além disso, o autor também apresenta a ideia de gênero alicerçada em três pilares:
Conteúdo (temático), no qual Bakhtin (2003), ao refletir sobre a vontade preeminente do
falante que consiste na escolha de um certo gênero de discurso, afirma que esta escolha é
“determinada pela especificidade de um dado campo da comunicação discursiva, por
considerações semântico-objetais (temáticas), pela situação concreta da comunicação
discursiva, pela composição pessoal dos seus participantes, etc.” (BAKHTIN, 2003, p. 282);
Estilo verbal, abordado por dois prismas: um voltado para a individualidade do sujeito (estilo
individual), o outro para as práticas de linguagem, das quais a coletividade participa,
garantindo-lhe certa estabilidade (estilos de gênero); Construção composicional definida
como “determinados tipos de construção do conjunto, de tipos do seu acabamento, de tipos
da relação do falante com outros participantes da comunicação discursiva – com os ouvintes,
os leitores, os parceiros, o discurso do outro, etc.” (BAKHTIN, 2003, p. 266).

Logo, percebem-se dois traços presentes na composição dos gêneros: por um lado,
tendem a uma relativa estabilidade nas práticas sociais, através de sua “unidade genérica”;
por outro, apresentam uma tendência natural a inovar, a fim de se adaptar à demanda
comunicativa, em que os gêneros se evidenciariam como um sistema que permitiria
interpretar o agir humano em situações de comunicação.
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2.2 GÊNEROS DIGITAIS

Segundo Ribeiro (2018), a cultura digital é algo que está em nosso meio desde o
surgimento dos computadores e da internet, sendo posteriormente um grande auxílio para os
docentes no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que as tecnologias digitais, ainda que
com alguns desafios, permitem ao educador oportunizar o ensino de forma mais dinâmica e
eficiente, através de novas ferramentas sonoras e visuais, assim como outras técnicas no
processo de escrita e leitura, haja vista que com o desenvolvimento tecnológico novos gêneros
são adaptados ou criados no intuito de dar suporte a essas tecnologias.

Sendo assim, a internet é vista como um espaço emergente de novas tecnologias digitais
que proporciona um novo processo de produção e compreensão textual, haja vista o surgimento
de novas redes e informações produzidas, permitindo manifestar-se uma nova inteligência
coletiva, uma nova forma de interação e de leitura através de hipertextos e de seus links.

Tendo isso em vista, cabe ressaltar a importância do hipertexto5 na consolidação dos


gêneros digitais, já que através do crescimento do uso do hipertexto digital e de suas principais
características, como a possibilidade de interatividade, houve significantes transformações na
recepção do texto e nos aspectos que demarcam a estrutura entre escritor/autor e leitor, entre
escritor/autor e texto e entre leitor e texto (MEYER, 2020).

De acordo com Araújo Júnior e Marquesi (2009), o hipertexto reconstitui a relação


entre autor e leitor, de modo que este, ao navegar pelo hipertexto, incorpora as habilidades de
escrita e torna-se coautor. Isso acontece na medida em que, com total autonomia, os leitores
intervêm nos caminhos e vias que o texto oferece. Essa autonomia, produto da não linearidade,
possibilita ao leitor/escritor avançar na produção do conhecimento explorando os diversos
espaços que o texto oferece.

Nesse sentido, Pretto (2010) reafirma a grande contribuição da tecnologia,


principalmente na educação, definindo-a como um caminhar mais solto e mais amplo, devido
à possibilidade de hipertextualidade na leitura e na escrita, bem como na interação entre
sujeitos. Com isso, novos gêneros digitais permitem analisar os efeitos das novas tecnologias
na linguagem e também o papel dessa última nessas tecnologias, principalmente no que se

5 Hipertexto designa um processo de escrita/leitura não sequencial e não linear, que permite ao leitor virtual o
acesso praticamente ilimitado de outros textos de forma instantânea, através de links que levam a outras páginas
na construção do conhecimento.
7

refere ao comportamento que os indivíduos adquirem com a utilização desses meios de


comunicação.

2.2.1 O gênero digital e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

Tendo em vista a grande influência das tecnologias digitais no mundo produtivo e no


cotidiano da sociedade, ora na comunicação (Tecnologia Digital de Informação e
Comunicação - TIDICs), ora no armazenamento digital de parte das informações produzidas
pela humanidade, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) salienta a aplicabilidade da
tecnologia e os seus diferentes usos nos currículos escolares, independentemente do nível
escolar, a fim de utilizá-la não somente como meio ou suporte para promover aprendizagens
ou despertar o interesse dos alunos, mas para construir conhecimentos com e sobre o uso
dessas TDICs (BRASIL, 2018).

Para isso, a BNCC contempla o desenvolvimento de competências e habilidades


relacionadas ao uso crítico e responsável das tecnologias digitais, tanto de forma transversal –
presentes em todas as áreas do conhecimento e destacadas em diversas competências e
habilidades com objetos de aprendizagem variados – quanto de forma direcionada – tendo
como fim o desenvolvimento de competências relacionadas ao próprio uso das tecnologias,
recursos e linguagens digitais –, ou seja, para o desenvolvimento de competências de
compreensão, uso e criação de TDICs em diversas práticas sociais, como aborda
a competência geral 5 do ensino básico:

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de


forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
e coletiva. (BRASIL, 2018, p. 9)

Em articulação com as competências gerais, a BNCC também trata da dimensão da


cultura digital, entendendo-a como aprendizagem voltada a uma participação mais consciente
e democrática por meio das tecnologias e seus possíveis usos, aos conteúdos por elas
veiculados, bem como à fluência no uso da era digital para a expressão de soluções e
manifestações culturais de forma contextualizada e crítica.

Assim, a BNCC destaca em suas habilidades a inserção do mundo digital na sala de


aula desde o ensino fundamental, conforme a habilidade EF09LI13 voltada para o 9º ano:

Reconhecer, nos novos gêneros digitais (blogues, mensagens instantâneas, tweets,


entre outros), novas formas de escrita (abreviação de palavras, palavras com
8

combinação de letras e números, pictogramas, símbolos gráficos, entre outros) na


constituição das mensagens. (BRASIL, 2018, p. 263)

Do mesmo modo, o documento salienta o principal objetivo da área de Linguagens e


suas Tecnologias no Ensino Médio como uma forma de aprofundar o reconhecimento dos
novos gêneros já trabalhados no último ano do ensino fundamental e orientar os seus usos:

No Ensino Médio, o foco da área de Linguagens e suas Tecnologias está na ampliação


da autonomia, do protagonismo e da autoria nas práticas de diferentes linguagens; na
identificação e na crítica aos diferentes usos das linguagens, explicitando seu poder no
estabelecimento de relações; na apreciação e na participação em diversas manifestações
artísticas e culturais; e no uso criativo das diversas mídias. (BRASIL, 2018, p. 470)

Por isso, são necessárias propostas de ensino que deem aos estudantes o acesso a
saberes sobre o mundo digital e a práticas da cultura digital, uma vez que sua utilização na
escola não só viabiliza maior apropriação técnica e crítica desses recursos, como também é
determinante para uma aprendizagem significativa e autônoma pelos estudantes,
potencializando novas construções de sentidos.

3 O TWITTER

O Twitter é uma rede social criada em 2006 por quatro sócios visionários do Vale do
Silício (Estados Unidos), que simula um microblog pessoal. O termo Twitter significa “uma
pequena explosão de informações”, tendo como principal objetivo aproximar todos os usuários
— independentemente de serem empresas, pessoas famosas ou anônimos.

Figura 1- Página inicial do Twitter

Fonte: Twitter, 2023.


9

Desde sua criação, o Twitter se popularizou entre os usuários de networkings6, devido à


grande visibilidade e interação proporcionada pela rede. Os perfis dos usuários podem ser
abertos ou fechados. Os perfis abertos permitem o seu acesso a qualquer pessoa. Nesse caso, é
possível visualizar os tweets mesmo não sendo usuário do serviço. Já nos perfis fechados,
apenas os seguidores, chamados de followers, podem visualizar as mensagens ou recebê-las em
sua timeline, isto é, sua linha do tempo, publicações que aparecem na página inicial. Em
novembro de 2017, a rede social Twitter permitiu a seus usuários publicarem até 280 caracteres7
em seu perfil, antes disso a rede social só permitia 140 caracteres.

Figura 2- Postagens (Tweet) para interação.

Fonte: Twitter, 2022

Segundo matéria publicada pelo site Folha de São Paulo8, um porta-voz da rede social
relatou que o público, em geral, chegou a 238 milhões de usuários ativos diariamente no
segundo trimestre de 2022. Atrelado a isso, o site Canaltech — um site de tecnologia, com
informações sobre jogos eletrônicos, notícias, entrevistas, análises de aparelhos móveis, dicas,
tutoriais e aplicativos —, reproduziu um dado revelado pelo Twitter, no qual menciona que
85% dos usuários usam a plataforma para se informar. Na prática, essas pessoas abrem o site
ou o aplicativo no mínimo uma vez por dia para saber quais as notícias do momento.

Dessa forma, essa rede social se tornou um espaço para compartilhar momentos, fatos
que estão acontecendo em tempo real, eventos que a televisão está transmitindo, memes e até
mesmo conteúdo pessoais, tendo como um canal de comunicação as direct messages ou DMs

6 É a palavra utilizada para descrever uma rede, ou seja, um grupo de pessoas conectadas – nesse caso, ligadas por
interesses profissionais.
7 O termo “caracteres” corresponde ao conjunto total de uma representação escrita, pela soma de cada

elemento individualmente, ou seja, a reunião de cada número, símbolo, letra do alfabeto, sinal de pontuação etc.
8 A matéria foi publicada por Sheila Dang, em 25 de outubro de 2022, e pode ser acessada através do link:

https://www1.folha.uol.com.br/tec/2022/10/twitter-esta-perdendo-seus-usuarios-mais-ativos-mostram-
documentos-internos.shtml
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(mensagens diretas), uma opção de mensagens privadas que podem ser enviadas aos followers
(seguidores), conforme exemplo mostrado na imagem a seguir:

Figura 3- Mensagens diretas do Twitter (DMs)

Fonte: Twitter, 2022.

Diferentemente do Facebook e do Instagram, o algoritmo9 do Twitter não gera


dificuldades na entrega das mensagens — pois não há limitação feita para aparecer na timeline
dos seguidores, possibilitando aos usuários maior facilidade para ficarem por dentro do que as
pessoas consideram mais importante naquele dia por meio das hashtags – palavras precedidas
do símbolo # (cerquilha10).

Figura 4- “#” para pesquisa de assuntos mais comentados

Fonte: Twitter, 2022.

9 Algoritmo é um rankeamento baseado em uma rede neural de 48 milhões de parâmetros, à qual é otimizada para
atrair engajamento positivo (tipo likes, retweets e respostas), e aplicar uma "nota" para cada tweet a partir da
probabilidade de engajamento entre o usuário e aquele conteúdo. (https://nucleo.jor.br/).
10 A cerquilha é o símbolo que deve ser inserido antes da palavra ou expressão para que o usuário encontre as

hashtags, isto é, assuntos ou discussões que se deseja indexar em redes sociais.


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Outra forma dos usuários se atualizarem dos assuntos do momento no Brasil e em


diversas partes do mundo é através da barra “O que está acontecendo”, que aparece na tela
inicial do Twitter.
Figura 5- Barra dos assuntos mais comentados

Fonte: Twitter, 2022.

Entendendo a rede social como uma grande ferramenta de interação e expostas suas
principais funcionalidades no dia a dia, será proposta uma sequência didática (SD), a fim de
possibilitar o ensino dos fatores de textualidade, em especial, a coesão e a coerência, a partir do
Twitter.

4 SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Segundo Dolz e Schneuwly (2004), a sequência didática é um conjunto de atividades


escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito,
que tem, precisamente, a finalidade de ajudar o aluno a dominar melhor um gênero de texto,
permitindo-lhe, assim, escrever ou falar de uma maneira mais adequada numa dada situação de
comunicação.

Desse modo, para que a realização da sequência ocorra, é importante que o docente se apoie
nos princípios teóricos subjacentes ao procedimento, como a estrutura base de uma sequência
didática: apresentação da situação, isto é, a dimensão do gênero a ser trabalhado; a produção
inicial dos alunos acerca do tema; os módulos que tratam os problemas pertencentes à primeira
produção, assim como sua possível resolução e, por fim, a produção final.
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Nesse processo, os autores também ressaltam os princípios teóricos, que são as escolhas
pedagógicas e linguísticas, bem como a modularização e a diferenciação do trabalho oral e
escrito, visando ao ensino e à elaboração progressiva de unidades linguísticas, uma vez que a
sequência didática aponta para a criação de uma rotina como uma possibilidade para organizar
o trabalho pedagógico da sala de aula e como forma de articular as ações, os procedimentos e
as técnicas necessárias para atingir os objetivos.

Tendo isso em vista, Dolz e Schneuwly (2004) destacam também a organização do tempo
pedagógico que visa distribuir as atividades aplicadas, assegurando que sejam aproveitadas e
corretamente avaliadas, sendo importante refletir acerca de cada etapa e de sua duração.

Por fim, o objetivo da aplicação da sequência didática é aprofundar os conhecimentos na


perspectiva do ensino-aprendizagem, com vistas a planejar situações didáticas que possibilitem
criar um ambiente em que os docentes possam organizar o conjunto dos gêneros que podem ser
trabalhados em sala de aula, os quais demandam também a adaptação do trabalho à realidade
da turma.

4.1 SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DA COESÃO E DA COERÊNCIA A


PARTIR DO TWITTER

A presente sequência didática é dividida em 8 (oito) aulas de aproximadamente 50


(cinquenta) minutos cada, tendo como foco principal orientar os professores de Língua
Portuguesa no que concerne ao ensino dos fatores de textualidade, especificamente a coesão e
a coerência, utilizando, para isso, a rede social Twitter como um canal de ensino dos fatores de
textualidade, especificamente a coesão e a coerência, para alunos do 2º ano do ensino médio.

Aula 1: Apresentando o conceito de coerência

Na primeira aula, será iniciado o estudo ou revisão sobre o conceito de coerência para
os alunos, evidenciando os fatores nos quais ela se estabelece: a intenção comunicativa, o
conhecimento de mundo e o contexto de interação. Nesse sentido, destaca-se que a coerência
deve ser entendida como uma unidade do texto, isto é, um conjunto harmônico, no qual todas
as partes de encaixam e se complementam, de modo que não haja nada contraditório ou
desconexo, segundo Platão e Fiorin (1996) apud Silva (2018). Para que o aluno consiga
compreender com mais clareza o que está sendo explanado, a ideia é que o professor leve um
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material impresso explicando o conceito e os fatores de textualidade: conhecimento de mundo,


conhecimento compartilhado, inferências, fatores de contextualização, situacionalidade,
informatividade, focalização, intertextualidade, intencionalidade, aceitabilidade, consistência.
Assim, os estudantes poderão utilizar o material para consulta e acompanhar a explicação. Além
do material citado, a sugestão desta sequência didática é a apresentação também dos textos
abaixo:

Professor,
Texto 1- Análise da coerência os textos escolhidos são
apenas sugestões. Pode ser
que em sua localidade haja
Embora existam políticos competentes e honestos, preocupados um texto que faça mais
com as legítimas causas populares, os jornais, na semana passada, sentido e, sem dúvida, a sua
noticiaram casos de corrupção comprovada, praticados por um político utilização será muito
proveitosa. O que é de suma
eleito pelo povo. Isso demonstra que o povo não sabe escolher seus importância, nesse primeiro
governantes. momento, é que você leve
Platão e Fiorin, 1996, pág. 268 apud Silva, 2018, p. 26 para sala um texto base com
uma linguagem de fácil
entendimento, a fim de que
Nesse trecho, o professor pode perguntar aos alunos em que o aluno compreenda o
ponto(s) perceberam a incoerência e pedir que reescrevam o trecho conceito e perceba a
funcionalidade da coerência
fazendo as alterações necessárias, a fim de torná-lo coerente.
textual.

Professor, evidencie que a incoerência está na generalização que o autor faz no


final do texto. Se no início ele diz que “embora existam políticos competentes
e honestos”, é incoerente dizer que o povo não sabe escolher seus governantes.
Uma sugestão de reescrita, segundo Silva (2018, p. 26), é: “(...) isso demonstra
que não são todos que estão preparados para servir os interesses do povo”.

Em seguida, pode-se aprofundar um pouco mais acerca da coerência e,


consequentemente, dialogar com os alunos que a sua construção irá depender de outros fatores
como: contexto da situação, intenções dos enunciadores, do grau de informação que o texto irá
apresentar e do conhecimento de mundo que o produtor e o receptor vão compartilhar. A seguir,
é apresentado como sugestão mais um texto:
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Texto 2- Análise da coerência em tirinha

Figura 6- Tirinha Menino Maluquinho

Fonte: http://professormarcoscortinovis.blogspot.com/2012/08/exercicios-coesao-e-coerencia.html.
Acesso em: 12 de nov. de 2022.

A partir da análise da tirinha acima, o professor deve levantar o questionamento para os


alunos: colocar a rolha na boca realmente vai acabar com o mau hálito? Ouça as respostas deles
e guie-os à seguinte conclusão: embora a resolução correta para o mau hálito seja escovar os
dentes várias vezes ao dia, usar fio dental e o enxaguante bucal ou, dependendo do caso,
procurar um tratamento dentário, colocar a rolha na boca faz com que o ar não saia da boca da
outra pessoa, o que causa o humor da tirinha. Nesse contexto, a “resolução” do Menino
Maluquinho se justifica. Assim, para que o aluno dê sentido ao quadrinho, ele terá que ativar
seu conhecimento prévio sobre cuidados de higiene bucal.

Aula 2: Apresentando o conceito de coesão

Após desenvolver o conceito da coerência e seus fatores, será apresentado à turma o


conceito de coesão: “responsável por criar, estabelecer e sinalizar os laços que deixam os vários
segmentos do texto ligados, articulados, encadeados. Reconhecer que um texto está coeso é
reconhecer que suas partes – das palavras aos parágrafos – não estão soltas, fragmentadas, mas
estão ligadas, unidas entre si.” (ANTUNES, 2005, pág. 48).
Para melhor compreensão dos alunos, segue abaixo uma sugestão de texto a ser
trabalhado em sala de aula:
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Texto 3- Análise da coesão

É sabido que o sistema do Império Romano dependia da escravidão, sobretudo para a produção
agrícola. É sabido ainda que a população escrava era recrutada principalmente entre prisioneiros
de guerra. Em vista disso, a pacificação das fronteiras fez diminuir consideravelmente a
população escrava. Como o sistema não podia prescindir da mão de obra escrava, foi necessário
encontrar outra forma de manter inalterada essa população.
Fonte: Platão e Fiorin, 1996, p. 271 apud Silva, 2018, p. 30

Professor, peça que os alunos façam novamente uma leitura individual para, então, realize a
leitura em voz alta das perguntas orientadoras:

▪ O que conseguiram compreender?


▪ Quais são os elementos coesivos presentes no texto?

Professor, deixe claro que os enunciados desse texto não estão amontoados
aleatoriamente, mas sim interligados entre si.

Depois, apresente aos alunos os traços coesivos presentes nesse texto, por exemplo:
▪ A palavra ainda no primeiro parágrafo serve para dar continuidade ao que foi dito
anteriormente;
▪ O segundo parágrafo inicia-se com a expressão em vista disso, que estabelece uma
relação causal entre o dado anterior e o que vem a seguir.

Professor, é de suma importância que os alunos entendam que a conexão entre os


enunciados estabelece relação de sentidos entre si e essas relações são manifestadas pelos
conectivos. Destaque também que a função desses conectivos pode ser exercida por
classes gramaticais, como: preposições, conjunções, pronomes e advérbios.
16

Texto 4- Análise da coesão e da coerência

Havia um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma das avenidas de
São Paulo. Ele era tão fraquinho, que mal podia carregar a cesta em que estavam os pacotinhos
de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta velocidade,
perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou duas vezes.
Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento. Carregou-o até a
calçada, parou um carro e levou o homem para o hospital. Assim, salvou-lhe a vida.
Fonte: Platão e Fiorin, 1996, p. 261 apud Silva, 2018, p. 24.

A partir da leitura silenciosa do texto acima, a ideia é explorar as próprias conclusões e


reflexões dos alunos. Após esse momento, o professor pode fazer a leitura em voz alta e orientar
alguns pontos a serem discutidos a respeito do texto. Por exemplo:

▪ O que conseguiram compreender do texto?


▪ O texto apresenta contradição. Como poderíamos deixá-lo coerente?

Professor, destaque que o texto é incoerente porque é contraditório: se o menino era tão
fraquinho, como conseguiu ajudar um homem corpulento? Assim, o final do texto
discorda do seu início, evidenciando a contradição no fator consistência. Entretanto,
apesar de o texto estar incoerente, ele está coeso, uma vez que para se referir ao menino
e, posteriormente, ao motorista, o autor utiliza outros pronomes ao longo do texto, como
“ele”, “carregou-o” e “lhe”.

Aula 3: Apresentando os gêneros digitais e a rede social Twitter

Após explicar e dialogar com os alunos sobre coesão e coerência textuais, serão
apresentados os gêneros digitais, a fim de contextualizar a utilização da rede social Twitter.
Gêneros digitais é o nome dado a uma nova modalidade de gêneros textuais/discursivos,
que foi criada a partir do hipertexto e a viabilização da criação de novos espaços para a escrita,

Professor, destaque, nesse momento, que a linguagem utilizada na internet apresenta


características comuns a toda comunicação escrita e, ao mesmo tempo, aproxima-se da
oralidade através da sua interação. Dê exemplos como: e-mail (carta eletrônica);
chats (bate-papo); blog (diário virtual); e peça que os alunos também deem outros
exemplos.
17

possibilitando um hibridismo entre a escrita, a leitura e a fala. Dessa forma, apresentam


características próprias que juntam a escrita e a leitura em um único processo, eliminando,
assim, a fronteira de ler e escrever, além de apresentarem características semelhantes aos
impressos (MEYER, 2020).

Em seguida, converse com os alunos sobre as redes sociais e como elas influenciam a
vida das pessoas diariamente, pergunte também se eles utilizam e, se sim, em qual rede estão
mais conectados para, após essa explanação, falar sobre o Twitter.

Professor, pode ser que nem todos os alunos tenham contato ou saibam o que é o Twitter.
Dessa forma, a sugestão é que eles tenham o primeiro contato na sala de informática da
escola. Ou, caso não haja esse espaço ou a escola não tenha acesso à internet, o professor
pode levar alguns slides mostrando detalhes da rede social, se necessário.

Assim, o docente deve destacar que através do Twitter podemos nos conectar com o
mundo inteiro, obter informações de outros países, além de saber os assuntos mais comentados
pela hashtag (#). Os alunos também podem encontrar materiais de referência provenientes de
jornais, revistas e sites sobre os assuntos do cotidiano.
Por fim, explique aos alunos que essa rede social será utilizada para análise dos fatores
de textualidade, mais precisamente a coesão e a coerência na escrita dos usuários, visto que o
Twitter é uma rede social diferente de outras, uma vez que determina o número de caracteres
permitidos no momento de escrever uma mensagem, o que obriga o usuário a ser mais preciso
e coeso, sem perder de vista aspectos relativos à coerência.

Aulas 4 e 5: Análise dos Tweets11

Inicialmente, é necessário que se faça uma análise conjunta com os alunos para a
compreensão visual e textual, pois será proposta uma divisão de grupo a fim de que eles possam
realizar suas próprias análises e apresentar posteriormente.
Para iniciarmos a análise conjunta, serão disponibilizados dois tweets12 que têm como
tema a virada de ano e a responsabilidade financeira. Ressalta-se que não há um critério

11 Tweet é o nome utilizado para designar as publicações, os posts feitos no Twitter.


12Os nomes dos autores dos tweets não foram ocultados por se tratar de um corpus de domínio público, postado
de modo aberto em rede social. Contudo, optou-se por preservar o @ dos autores.
18

temático preestabelecido para a seleção dos tweets. O objetivo principal é que as publicações
tenham elementos que possibilitem analisar os fatores de textualidade, sobretudo, o estudo da
coesão e da coerência.

Professor, os tweets selecionados e apresentados abaixo são apenas sugestões que podem
ser alteradas de acordo com a sua necessidade e realidade da sua turma.

Assim, segue a primeira sugestão de publicação:

Figura 7- Tweet 1.

Fonte: Twitter, 2022.

Professor, é importante que deixe os alunos opinarem sobre os seus respectivos


pensamentos acerca do tweet, para então fazer as perguntas norteadoras.

Seguem as sugestões de perguntas:


➢ Quem escreveu esse post?
➢ Por que ser mulher em dezembro é horrível?
➢ O que seriam essas muitas coisas que as mulheres precisam nesse mês?
➢ O emoji utilizado pela enunciadora é coerente com o que ela escreveu?

Espera-se que os alunos respondam que é uma mulher que escreveu e falou de si mesma,
expondo uma situação que está vivendo em um mês com muitas datas comemorativas que
exigem cabelo e unhas feitas, roupa e sapatos novos, joias e presentes.
Destaque o fator inferência presente nesse post, as respostas das perguntas feitas aos
alunos são interpretações necessárias para a compreensão desse fator, visto que a partir da fala
“ser mulher em dezembro é horrível, muita coisa para pouco dinheiro” pode-se inferir que:
19

1. Ela é mulher;
2. Ela não tem recurso financeiro suficiente para pagar todas as vaidades relevantes
para passar as festas de fim de ano.

Além disso, também há o fator intencionalidade presente no post, uma vez que a
intenção da autora é expor a sua insatisfação ao precisar de muitos cuidados vaidosos e não ter
recursos financeiros suficientes para isso.
A seguir, uma terceira sugestão de tweet a ser analisado com os alunos:

Figura 8- Tweet 2.

Fonte: Twitter, 2022.

Nesse post, percebemos novamente o fator intencionalidade, pois a intenção do autor ao


escrever “endividamento compulsório” é dizer que gastamos muito no mês de dezembro e, em
alguns casos, até mais do que o próprio salário, assim como a aceitabilidade, haja vista que para
compreender a mensagem, o leitor precisa ativar o seu conhecimento de mundo para calcular o
sentido do texto (KOCH, 2002). O fator situacionalidade se dá a partir do contexto de interação
no qual o post foi escrito, dado o seu grau de formalidade e o momento da comunicação. Para
além disso, também podemos analisar a coesão quando não há pontuação com a separação das
orações por vírgula entre “dezembro” e “eh”, e nenhum outro elemento coesivo.

Professor, vale destacar que dos 2 posts analisados, somente 1 começa com letra
maiúscula, evidenciando a informalidade da rede social.

A seguir, a sala será dividida em 5 grupos de aproximadamente 6 pessoas em cada e,


em seguida, será entregue um tweet a ser analisado por cada grupo. A temática dos tweets a
serem entregues para os grupos são: faculdade e vida adulta.
Assim, segue como sugestão o tweet a ser analisado pelos grupos.
20

Figura 9- Tweet a ser analisado pelo grupo 1

Fonte: Twitter, 2022.

Professor, ressalta-se que tanto os tweets quanto o tema poderão ser alterados conforme
a sua necessidade e, do mesmo modo, a divisão dos grupos.

O grupo 1 pode visualizar no post acima o fator focalização da coerência textual, uma
vez que o autor está fornecendo as pistas do assunto em questão: o comportamento dos
universitários, pois se faz necessário que o leitor — sendo ou não universitário —, busque o
conhecimento partilhado para compreender a ideia. Além disso, também há a intenção de quem
escreve ao deixar claro que, ao contrário do que a maioria pensa, muitos acadêmicos, segundo
o autor, apresentam comportamentos imaturos. Além disso, há o fator informatividade no
momento em que a autora traz seu conhecimento e, eventualmente, sua experiência pessoal para
informar como é o ambiente dentro da universidade.

Sugestão de tweet para análise do grupo 2:

Figura 10- Tweet a ser analisado pelo grupo 2

Fonte: Twitter, 2023.


Nesse post, os alunos podem observar o fator inferência, considerando as seguintes
pressuposições:
21

1. Quem escreve está desconfortável com alguma situação;


2. Quem escreve está consumindo ou pretende consumir algum alimento
ultraprocessado;
3. O alimento ultraprocessado faz com que a autora do post se sinta melhor.

Professor, peça que os alunos observem se o texto está coeso, se é necessária alguma
pontuação dentro da frase.

Sugestão de tweet para análise do grupo 3:


Figura 11- Tweet a ser analisado pelo grupo 3

Fonte: Twitter, 2022.

Em relação à figura 11, espera-se que o aluno, inicialmente, tenha o conhecimento de


como se dá o enredo desse filme e seus personagens para que seja facilitada a contextualização
do que está sendo dito e, por conseguinte, visualize a intertextualidade de um roteiro de filme
voltado para as crianças. Além disso, também há os fatores de contextualização, pois o “@”
(arroba) “Estaciando” refere-se à faculdade Estácio, e a data remete à finalização de um
semestre, evidenciando, dessa maneira, a preocupação dos alunos em serem aprovados para o
próximo período e, por conseguinte, a tensão no ambiente universitário.

Professor, peça também aos alunos desse grupo que observem a falta de pontuação e
como sua ausência influencia a coesão do texto. Destaque que faltam os dois-pontos
sinalizando o que será dito posteriormente, a colocação da vírgula e o ponto final.

Sugestão de tweet para análise do grupo 4:


22

Figura 12- Tweet a ser analisado pelo grupo 4

Fonte: Twitter, 2022.

A partir da análise da figura 12, espera-se que esse grupo observe o fator
situacionalidade — da situação para o texto —, uma vez que a situação comunicativa informal
do texto interage com o contexto no qual ele foi escrito, expressando a insatisfação do estudante
que está passando pela pressão do fim de um período na faculdade — momento em que há
muitas provas e trabalhos a serem apresentados — e, ao mesmo tempo, quer descontrair e
acompanhar o campeonato mundial de futebol, que ocorre de 4 em 4 anos. Além disso, os
alunos também devem perceber a escrita, a informalidade, abreviação da palavra “demais” e a
ausência de pontuação (falta de vírgula antes da conjunção adversativa “mas”, falta do ponto
final), todos elementos que corroboram para uma maior coesão do texto.

Sugestão de tweet para análise do grupo 5:

Figura 13- Tweet a ser analisado pelo grupo 5

Fonte: Twitter, 2022.


23

O grupo de alunos deve perceber que há, nesse post, os fatores de contextualização
quando a data nos remete à finalização do ano letivo nas escolas e, ao mesmo tempo, o fator
conhecimento de mundo, haja vista que o enunciador utiliza uma expressão de um programa de
televisão (Big Brother Brasil) chamado “castigo do monstro” — em que dois participantes
castigados pelo anjo (seu rival), ao toque de um sinal característico do “monstro”, deverão ir
até a área reservada do gramado da casa, vestidos com uma fantasia nada confortável, para
realizar alguma tarefa proposta pelo programa —, a fim de comparar a realidade vivida por ele
naquele momento.

Professor, deixe que os grupos se sintam à vontade para discutir e consultar o material
entregue na primeira aula que abordou a coerência textual. Peça também que eles escrevam
suas opiniões e os fatores presentes em cada tweet para, em seguida, apresentarem aos outros
grupos. Ao final, peça que eles observem que, por ser uma rede informal, na grande maioria
dos tweets, os enunciadores não se preocuparam com a pontuação, abreviação e as regras
de iniciar uma frase com letra maiúscula ou pronome oblíquo átono. Discuta com eles como
isso pode afetar a coesão e a coerência do texto.

Aulas 6, 7 e 8: Produção dos Tweets

Na aula 6, será proposto aos alunos que criem tweets acerca do tema “Não ao bullying
na escola”. Para isso, verifique se todos possuem uma conta no Twitter. Caso alguns alunos não
sejam cadastrados, o docente deverá auxiliá-los no laboratório de informática da escola, criando
um perfil do professor com acesso para os alunos, pois a intenção maior não é que eles tenham
uma conta no Twitter e sim que percebam como a ferramenta pode ser útil no aprendizado da
coesão e da coerência, principalmente. Após essa etapa, deve-se desenvolver o tema, de modo
que os alunos possam compartilhar e debater acerca do assunto.

Professor, sugere-se uma apresentação de slides com charges e um poema de cordel


como uma melhor forma de direcionar os estudantes.

O intuito da utilização da charge é explorar o seu potencial educativo, a fim de abordar


a temática do bullying de forma crítica e lúdica, buscando despertar consciência, além de tornar
a leitura e interpretação textual mais atraente. A partir da charge, será possível explicar, mediar
e debater com os alunos sobre essa violência tão praticada dentro das escolas, para que,
posteriormente, a turma faça as publicações na rede.
24

Professor, sugere-se que o próprio docente crie uma página para centralizar os tweets
produzidos pelos alunos nas próximas aulas.

A seguir, a primeira sugestão de charge a ser trabalhada em sala:

Figura 14- Charge com o tema bullying na escola.

Fonte: https://blogs.correiobraziliense.com.br/aricunha/bullying/. Acesso em: 31 de mar. de 2023.

Pode-se explorar, nessa charge, a forma como os personagens são apontados por aquele
que pratica o bullying e o que esperam que aconteçam com essa pessoa, uma vez que a menina
expressa o desejo de que o praticante um dia possa mudar essa atitude. Além disso, pode-se
conversar com os alunos sobre os fatores que podem levar uma pessoa a discriminar outras e
os efeitos do bullying na vida das vítimas.

Professor, sugere-se que leve dados estatísticos que evidenciem as ocorrências no


ambiente escolar e faça uma roda de conversa para que os alunos exponham seus
pensamentos, experiências vividas, etc.

Para que haja uma continuidade do debate, segue, como mais uma sugestão, a charge
abaixo:
Figura 15- Charge com o tema bullying.

Fonte: https://www.facebook.com/BullyingNAOeBrincadeeira/. Acesso em: 31 de mar. de 2023.


25

Através dessa charge pode-se debater como o bullying é visto por muitas pessoas, uma
vez que algumas praticam a brincadeira sem ter o conhecimento de que é bullying, enquanto
outras têm o pleno conhecimento de que estão praticando essa violência, mas utilizam a frase
“é só uma brincadeira” como uma forma de justificar a sua ação.
Para que os alunos também percebam a abordagem do tema na literatura, sugere-se a
apresentação de um cordel escrito pelo professor e editor do blog “Educar com cordel”, Paulo
Moura13.
Assim, segue a sugestão de cordel:

1 4 O bullying se divide
Eu vou falar pra vocês São ações intencionais Em dois modos de ação
E a todos vou explicar Que causam angústia e dor A direta, que é a forma
Sobre um tema muito sério Sem um motivo aparente Mais comum entre
Que a todos pode afetar Seja de que jeito for o “machão”
É um assunto delicado Quem maltrata o semelhante E o bullying indireto,
Chamado Bullying escolar. É chamado de agressor. Que isola o cidadão.
2 5 8
O Bullying é um mal Pois quem pratica o Bullying Quem sofre o Bullying fica
Pra toda a sociedade Logo vai se arrepender Socialmente isolado
Que não existe somente Porque só agride quem Porque tem medo de ser
Na escola ou faculdade Não pode se defender Pelo agressor molestado
Pode afetar qualquer um Pois o agressor bem sabe Em razão das ameaças
Não importando a idade Que tem mais força e poder Que lhe deixa amedrontado.
3 6 9
É um termo da língua Quem o pratica é covarde O Bullying pode ser
inglesa Pois nunca age sozinho Uma péssima experiência
Que quer dizer “valentão” Mexe com gente indefesa Com a concretização
E esse termo comporta Isolando o coitadinho De algum tipo de violência
Toda forma de agressão Na certa não recebeu Seja física ou sexual
Seja física ou verbal, Dos pais, amor e carinho. Ou a perda casual
Um apelido ou empurrão. 7 Dos meios de subsistência....
Fonte: http://educarcomcordel.blogspot.com/2012/02ccordel-sobre-o-bullyng.html.
Acesso em: 31 de mar. de 2023.

13 Paulo Moura é professor de história e poeta cordelista. Em seu blog, desenvolve o projeto “Educar com cordel”,
visando levar a poesia e a literatura de cordel para as salas de aula. Pode-se acessar a página através do link:
<http://educarcomcordel.blogspot.com/2012/02/cordel-sobre-o-bullyng.html>
26

Na aula 7, leve os alunos à sala de informática e peça que eles formem grupos de
pesquisa e leitura sobre alguns tipos de bullying, como por exemplo: Cyberbullying, bullying
na escola e as consequências do bullying praticado em sala de aula, para que tenham melhor
entendimento dessa prática e maior propriedade sobre o assunto, de maneira que estejam mais
seguros e conscientes em suas publicações. Após as pesquisas, a intenção é que eles
compartilhem e discutam entre si o que encontraram sobre os tipos de bullying.
Para finalizar esta SD, a aula 8 será dedicada à prática da escrita do tweet, ainda no
laboratório de informática da escola. Caso a escola não tenha um espaço adequado, o professor
pode reproduzir os tweets para a rede social. Desse modo, oriente aos alunos que discorram
sobre o tema sempre utilizando a hashtag “#NãoAoBullying”, respeitando o limite de 280
caracteres, tendo como objetivo principal mostrar aos alunos a importância da adequação da
língua escrita em diferentes meios de comunicação, bem como desenvolver a sua capacidade
de síntese acerca de um tema, além de salientar a relevância dos fatores de textualidade,
principalmente, da coesão e da coerência no processo de escrita. Se possível, após a criação dos
tweets, compartilhamentos das mensagens e revisão textual, a ideia é que eles sejam publicados
na página criada pelo professor. Assim, caso queira e tenha a rede social Twitter, cada aluno
poderá publicar, individualmente, o próprio post criado na atividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação,


proporcionando o surgimento de diversos recursos e ferramentas no contexto digital, as redes
sociais têm se mostrado um importante mecanismo de conexão a partir do processo de leitura,
de escrita e de interação digital entre os participantes, possibilitando que explorem o máximo
de seu conhecimento para construírem o aprendizado e a aplicação da língua portuguesa, de
acordo com o contexto nos quais estão inseridos.
Tendo isso em vista, o presente artigo desenvolveu uma SD voltada para o ensino dos
fatores de textualidade, principalmente a coesão e a coerência, sob uma nova perspectiva,
fugindo de uma abordagem tradicional, mais normativo e prescritivo, e se apropriando de
espaços utilizados pelos próprios estudantes, de maneira que o Twitter possa ser utilizado como
um recurso metodológico e uma ferramenta de ensino e aprendizagem.
Por fim, compreende-se que a utilização da tecnologia da informação proporciona o
aprimoramento das práticas sociais que, por meio dos gêneros digitais, desempenha influência
27

na produção e interpretação textual, bem como no desenvolvimento e no aperfeiçoamento da


prática da escrita.

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29

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