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O Pensamento

Selvagem
Claude Lévi-Strauss (1908 – 2008)
Introdução
▪ Claude Lévi-Strauss(1908-2008);
▪ Antropologia Estrutural: formas e métodos;
▪ O Pensamento Místico e o Pensamento Científico;
▪ Bricolagem.
“Quando cometemos o erro de ver o selvagem como
exclusivamente governado por suas necessidades
orgânicas ou econômicas, não percebemos que ele nos
dirige a mesma censura e que, para ele, seu próprio
desejo de conhecimento parece melhor equilibrado que
o nosso.”
— Claude Lévi-Strauss
A linguagem nas sociedades primeiras:
a ciência do concreto
❑ Concepção Marxista de linguagem;
❑ Linguagem: envolver o objeto num plano dominativo;
❑ O símbolo linguístico para exprimir o conceito:

Objeto Uso Palavra


A linguagem nas sociedades selvagens:
a ciência do concreto
❑ Conceitos concretos são, muitas vezes, representados por outros
abstratos:
❑ Ex.: Língua do povo Chinuque (noroeste da América do Norte)
O homem mau matou a inocente criança.

A maldade do homem matou a inocência da criança.

O discurso e a sintaxe preenchem lacunas nos


vocabulários.
A linguagem e as sociedades primeiras:
necessidade de nomear
❑ Sociedades primitivas nomeiam/conceituam unicamente em
função de suas necessidades
❑ Palavra geral para simbolizar o específico não utilizado: ave, mato;
❑ A vida como experiência de significação exata e precisa;
❑ Recorte conceitual varia entre línguas:
✓ Conceituar ocorre segundo interesse de cada sociedade.
A linguagem e as sociedades selvagens:
necessidade de nomear
❑ Propriedades do real: para nomear, deve-se dominar e
descrever;
❑ Selvagens e ciência:
✓ Diligências intelectuais e métodos semelhantes de

observação;
✓ Universo como objeto do pensamento.
A linguagem e as sociedades selvagens:

❑ Capacidade de catalogar espécies com base na observação:


interesse pela essência;
❑ Necessidade de uma intimidade com o meio;
❑ Return to Laughter (Elenore Smith Bowen):
✓ Antropóloga coleta corpus numa comunidade africana que

detém vasto conhecimento natural de espécimes botânicas;


✓ Enquanto apresentavam-lhe exemplares, autora percebe que

não confere essa habilidade de dissociação.


Esse povo é cultivador: para ele, as plantas são [...] tão familiares
quanto os seres humanos. De minha parte, eu [...] não estou mesmo
muito segura de distinguir as begônias das dálias ou das petúnias. As
plantas, como as equações, têm o hábito traiçoeiro de parecerem
semelhantes e serem diferentes ou de parecerem diferentes e serem
semelhantes [...]. Pela primeira vez em minha vida, encontro-me em
uma comunidade onde as crianças de dez anos não me são superiores
em matemática, mas estou também num lugar em que cada planta,
selvagem ou cultivada, tem uma utilidade e um nome bem definidos,
em que cada homem, cada mulher e cada criança conhece centenas de
espécies. Nenhum deles poderá jamais acreditar que eu sou incapaz,
mesmo que o queira, de saber tanto quanto eles.
(Smith Bowen, 1957, p. 22)
O mito e sua relação com as sociedades
primitivas
▪ O mito surge como uma forma de explicar
sua relação com a natureza de maneira
intuitiva;
▪ Percepções fabuladoras: observação e
reflexão:
✓ Índios Backfoots e a chegada da
primavera;
✓ A ciência do concreto não é menos
palpável que as ciências exatas e naturais
nem menos científica.
O mito e sua relação com as sociedades primitivas

Para técnicas empregadas


nessas sociedades “selvagens”, é
necessário um espírito tanto
quanto científico.
O mito e sua relação com as sociedades primitivas
Por meio da observação da realidade é capaz de utilizar vegetais
tóxicos para fins alimentícios.
O mito e sua relação com as sociedades
primitivas
➢ Grupo étnico do norte da África: Azande,
também conhecidos como Niame-niames;
➢ Os ritos e as crenças mágicas apareceriam

então como tantas outras expressões de um


ato de fé numa ciência ainda por nascer.
O pensamento selvagem na sociedade contemporânea:
compartimentação do saber
Os signos
✓ Os signos, significantes e significados;
✓ O intermediário entre a imagem e o conceito na

constituição simbólica;
✓ A compreensão do signo pelo seu valor referencial.
Arte nas sociedades primitivas
 Proporção;
 Bricolagem e Ciências;
 Estética e Mito;
 Ocasião, Execução e Finalidade;
 Arte plástica, "arte primitiva", arte aplicada;
 Moda, estilo e condições sociais.
O jogo e o rito
❑ Os jogos e as cerimônias sagradas;
❑ “Jogando o rito”;
❑ Gahuku-gama e índios Fox.
O jogo e o rito

❑ A origem da morte segundo os Algokins;


❑ Jogos disjuntivos e ritual conjuntivo;
❑ Os jogos competitivos na sociedade industrial.
Referências bibliográficas
BOWEN, Elenore Smith. Return to Laughter: An Anthropological. Seattle: Anchor
Books, 1964.
LÉVI-STRAUSS, Claude. O Pensamento Selvagem. Trad. Tânia Pellegrini.
Campinas: Papirus, 2008.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes Trópicos. Trad. Rosa Freire Aguiar. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996.
PRADO Jr., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. 23 ed. São Paulo: Editora.
Brasiliense, 1994.
SANTIAGO, Silviano. O entrelugar no discurso latino-americano. In: Uma
Literatura nos Trópicos. São Paulo: Rocco, 2020.
SAUSSURE, Ferdinand de (1857-1913). Curso de Linguística Geral. Org. Charles
Bally, Albert Sechehaye. Trad. Antônio Chelini, José Paulo Paes, Izidoro Blikstein.
São Paulo: CuItrix, 2006.

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