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transmissão de energia elétrica no Brasil deverá sofrer uma expansão de 42% nas redes de
transmissão de energia elétrica passando de 108.500 Km para 153.800 Km.
As empresas que possuem a outorga para a concessão de linha de transmissão em sua
maioria, terceirizam os serviços de montagem de torres, onde grande parte não possui
recursos técnicos financeiros e gestão de segurança e saúde para uma redução significativa
dos índices de acidentes, que por sua vez exigem adoção de medias além do atendimento
dos requisitos mínimos a serem cumpridos.
Diante desta triste realidade grande parte dos acidentes ocorridos nas montagens das
torres autoportantes de linhas de transmissão, são provenientes da falta de treinamentos,
capacitação técnica, equipamentos improvisados e defeituosos que aliados a processos
ultrapassados e pressão de produtividade, tornam-se verdadeiramente fábricas de acidentes
em grande potencial.
Desta forma não há como identificar e planejar as ações por parte dos agentes
governamentais de inspeção em saúde e segurança do trabalho no cenário de construção de
linha de transmissão.
Fatores como stress, fadiga e esgotamento físico, condições atmosféricas, queda de torres,
quedas de materiais, quedas de pessoas, ferramentas improvisadas e ou defeituosas,
procedimentos ineficazes, pressão de produção, não cumprimento dos procedimentos de
segurança, falta de liderança, falta de entrosamento entre os membros da equipe. Um dos
fatores que contribui consideravelmente para a ocorrência de acidentes do trabalho é o uso
abusivo de álcool após o horário de trabalho, decorrente da falta do contato familiar,
levando em consideração que todos os profissionais de linha de transmissão trabalham em
escalas de 90 por 10 (noventa dias trabalhando e dez dias de folga em casa).
É importante que a gestão de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO), devem atuar de forma
integrada, sem ruídos de comunicação. Os trabalhadores após serem aprovados nos exames
admissionais previstos no PCMSO, antes de iniciarem suas atividades em campo, realizam
os treinamentos conforme a Figura 1.
A fim de garantir a eficácia dos treinamentos ministrados, são aplicados testes contendo 10
(dez) questões de múltipla escolha, e são considerados aprovados os trabalhadores que
obtiverem nota igual ou superior a 07 (sete). Os trabalhadores não aprovados são
submetidos a novo treinamento.
Para os aprovados são emitidos os crachás com os selos de liberação, que determinam quais
autorizações o trabalhador encontra-se apto. Este processo facilita o reconhecimento e
diminui a ocorrência de desvio de função.
Além dos treinamentos exigidos para a execução todos os trabalhadores são orientados a
realizar diariamente antes do início das atividades a realização dos DDS pelo encarregado
da frente de serviço, cuja duração não seja superior a 15 (quinze) minutos. O DDS aborda
de forma geral.
A pré-montagem das seções das torres ocorrem no solo, onde são montadas sobre madeira
para evitar contato com o solo, danos aos materiais e aderência de sujeiras e a facilitar o
içamento para a equipe de montagem. Neste processo o conjunto de parafusos, arruelas e
porcas não são apertados, de modo que todo o bloco de estrutura mantenha-se solto
permitindo que durante a montagem seja possível ajustar os encaixes quando içados e
encaixados nas estruturas fixas.
Figura 03 – Pré-montagem em seção (módulo) da torre autoportante, para içamento.
- Fonte: Acervo pessoal do autor
1. Nunca fixar os dois talabartes em uma única peça, pois essa pode-
se soltar durante a movimentação;
2. Fixar os talabartes acima da cabeça, levando-se em consideração o
fator de risco de queda;
3. Somente soltar um dos talabartes após verificar se o outro
encontra-se acoplado à estrutura;
4. Somente utilizar o talabarte de posicionamento nos montantes;
Estando os montantes interligados pelas treliças, às peças principais e parafusos estejam
colocados e apertados o suficiente para manter a torre estável, inicia-se o processo de
movimentação dos mastros de montagem, que devem ser mudados para a seção superior,
conforme figura 8. Nesta etapa, o risco de prensagem e amputação dos dedos das mãos, são
frequentes em virtude do peso e posicionamento do mastro de montagem em relação ao
montante. As medidas de controle para estes riscos incluem o afrouxamento e não a retirada
das cordas de amarração do mastro de montagem que o fixam na estrutura, a amarração da
corda por um montador experiente na base do mastro de montagem, a observação do
encarregado e equipe de solo com o posicionamento das mãos entre o mastro de montagem
e o montante. De forma a garantir a movimentação segura sem movimentos bruscos dos
mastros de montagem, a equipe de içamento de solo, recebe ordens somente do
encarregado.
Figura 05 – Posição do mastro de montagem em relação ao montante da torre.
- Fonte: Acervo pessoal do autor
Legenda:
1 Mastro de montagem - fixado na parte de baixo e na parte superior com uma catraca;
No içamento das seções pré-montadas das torres o encarregado da frente de serviço deve
toma o cuidado para não submeter os componentes a esforços maiores do que os suportados
pelas estruturas e pelas ferramentas, de forma a evitar empenamentos e avarias. Os
içamentos ocorrem de duas formas:
DO SESMT
Além das atribuições definidas na NR-04, o SESMT é dimensionado e organizado de forma
a atender e prestar apoio às frentes de serviço nos requisitos de segurança, saúde
ocupacional e também meio ambiente conforme Figura 16. As questões de meio ambiente
estão diretamente relacionadas a supressão de vegetação, coleta, segregação e destinação
dos resíduos, emissão dos relatórios de cumprimento do EIA / RIMA e atendimento aos
requisitos legais e contratuais.
METODOLOGIA
O desenvolvimento deste artigo esta embasado em mais de 18 anos de experiência do autor
no seguimento de construção de linha de transmissão, utilizando como referências práticas
adotadas no dia a dia, elaboração e implementação de procedimentos e pesquisas em
literaturas técnicas desenvolvidas nas grandes empresas de construção de linha de
transmissão.
CONCLUSÃO
Não há hesitação quanto aos riscos que os profissionais de montagem de torres
autoportantes estão expostos. Controlar os riscos nas fontes, com adoção de medidas
preventivas eficazes de forma a antever eventos indesejados, corrigir desvios
comportamentais, estar efetivamente presente no ambiente de trabalho, observar os
comportamentos e a interação entre os membros da equipe, são fatores imprescindíveis na
consecução do acidente sem afastamento.
Além das pertinácias de alguns profissionais de montagem o fator organizacional por
parte das empresas sem recursos técnicos e financeiros dificultam ainda mais a adoção de
medidas preventivas. Os recursos para atendimento das ações de SSO, limitam-se apenas ao
atendimento as exigências legais, que são insuficientes.
Como não há uma legislação exclusiva para a construção de linhas de transmissão
como também direcionamento aos órgãos fiscalizadores por falta de dados estatísticos
específicos, é necessário que as empresas possessoras das outorgas de concessões, fixem
diretrizes de segurança, saúde e meio ambiente além do atendimento aos requisitos legais
aplicáveis de maneira a garantir recursos ao SESMT.