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Estatuto da OAB

Órgãos da OAB

1ª - Conselho Federal da OAB – CFOAB

2ª - Seccionais estaduais

3ª - Subseção

4ª - Caixa de Assistência do Advogado – CAA

Todos os órgãos possuem Diretoria com 5 tipos de cargos:

1º - Presidente

2º - Vice-Presidente

3º - Secretário Geral

4º - Secretário Geral Adjunto

5º - Tesoureiro

Todos os cargos são de exercício gratuito (não recebem remuneração)

Ordem dos Advogados do Brasil

 Possui personalidade jurídica própria para responder os seus direitos e obrigações de


forma federativa – Art. 44 do EOAB
 Por prestar serviço público essencial, possui imunidade de imposto reciproca sobre
patrimônio, renda e serviço. – Art. 45 § 5º do EOAB.
 Tem como finalidade a defesa das prerrogativas dos advogados, a defesa do estado
democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, o aperfeiçoamento da
cultura e das instituições jurídicas, da Constituição Federal e legislação
 Não mantem qualquer vínculo com nenhum órgão da administração pública (Ex:
partidos políticos) – Art. 44 § 1ª do EOAB
 A Sigla OAB é privativa da Ordem, que não pode ser utilização por nenhuma outra -
Art. 44 § 2ª do EOAB

Publicação dos atos da OAB

 Atos Públicos: imprensa oficial, fórum, diário oficial eletrônico


 Exceto: atos reservados (Ex: processos administrativos)
 A competência para cobrar dívidas da OAB é da própria Ordem, feita pela diretoria da
seccional, expedindo uma certidão positiva, considerada um título executivo
extrajudicial.
 O advogado não pode ser suspenso do exercício da profissão por se encontrar
inadimplente com a OAB, sob pena de violar o livre exercício da profissão.
 O pagamento da anuidade isenta o advogado do pagamento de contribuição sindical –
Art. 47 do EOAB.
 Vacâncias de cargos da diretoria: o substituto pode ser eleito pelo conselho – Art. 50
da EOAB
 Hipóteses de Extinção do mandato: Art. 66 da EOAB
 O cancelamento ou licença da inscrição do advogado
 Cancelamento mediante requerimento
 Incompatibilidade definitiva ou provisória
 Falecimento
 Perda dos requisitos do Art. 8 da EOAB
 Possuir condenação disciplinar
 Faltar sem justificativa a 3 sessões ordinárias consecutivas

 Todos os presidentes dos órgãos da OAB possuem legitimidade judicial e extrajudicial


para ingressar/intervir em processos ou inquéritos policiais que advogados estejam
respondendo como réu/autor
 Os presidentes podem requisitar quaisquer documentos de qualquer tribunal ou da
administração pública direta ou indireta, que for de interesse da OAB.
Patrimônio da OAB (importante)

Bens imóveis:

Alienação/Oneração – precisa de decisão do pleno do conselho federal ou da seccional – Art.


47 e 48 da EOAB.

Aquisição – precisa decisão da diretoria

Bens móveis:

Alienação/Oneração – precisa da decisão da diretoria

Aquisição – precisa da decisão da diretoria

Receita da OAB

 As anuidades são pagas para as seccionais


a) 10% arrecadado das seccionais são destinados ao Conselho Federal da OAB
(CFOAB)
b) 3% arrecadado é destinado ao fundo de cultura
c) 2% arrecadado é destinado ao Fundo de Integração e Desenvolvimento dos
Advogados - FIDA
d) 45% arrecadado é destinado as despesas administrativas e manutenção da
seccional
e) 20% arrecadado é destinado a caixa de assistência - CAA
f) 20% arrecadado fica com a seccional
 Repasses de verbas podem ser feitos para:
a) Instituições financeiras indicadas pelo CFOAB de acordo com cada seccional
b) Fundo de cultura administrado pela ESA mediante liberação da diretoria
c) FIDA – administrado pelo conselho gestor designado pela CFOAB
d) Transferências realizadas entre as seccionais somente mediante autorização
da CFOAB
 A apresentação das contas/balancetes pela seccional devem ser feitas na 1ª sessão
ordinária de cada ano
 A seccional elege a comissão de finanças e orçamentos
 A OAB pode ter auditoria externa para fiscalizar suas contas – nunca caiu no Exame
 O encerramento do exercício financeiro acaba no dia 21 de dezembro de cada ano
Direitos dos Advogados

 Art. 6º do EAOB: não há hierarquia entre magistrados, membros do MP e advogados,


pois são os três pilares da justiça
 Art. 7º do EAOB: o advogado tem direito de exercer a advocacia em todo o território
nacional
 O Art. 7º B o EOAB torna crime a violação do direito ou prerrogativa de advogado
previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do Art. 7º, quais sejam:
II – A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus
instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica,
telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia;
(Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008)
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem
procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em
estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;
IV - Ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por
motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob
pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da
OAB;
V - Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão
em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim
reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar;
 Pena de detenção de 2 a 4 anos + multa
 Como regra, o local de trabalho do advogado é inviolável - exceto em casos de:
 Qualquer hora do dia ou da noite:
a) Flagrante
b) Desastres
c) Prestar socorro
 Das 6h as 18h:
a) Autorização judicial de um magistrado (juiz, desembargador
ou ministro) para investigar autoria ou materialidade de um
possível crime
b) A autorização judicial só poderá ser cumprida mediante
presença de um membro da OAB, sob pena de nulidade do
ato, podendo a autoridade responder por crime (Art. 7º B o
EOAB)
 Mandado de busca e apreensão e medida cautelar tem como natureza excepcional,
podendo ser baseada por mero de indício
 A cautelar não é concedida baseada apenas por declaração, sem que sejam anexados
outros meios de provas do colaborador
 O membro da OAB deve zelar pelo fiel cumprimento da diligencia, sob pena de abuso
de autoridade, podendo o membro impedir que objetos não relacionados com a
investigação sejam levados/analisados
 O membro da OAB pode alegar inviabilidade técnica quando:
 Execução da decisão de mandado de busca de apreensão ou na
retirada de material impertinente com a investigação
 Quando não houver a cadeia de custódia para preservar o conteúdo
sigiloso dos documentos aprendidos
 Assegurado a presença do representante da OAB em TODOS os atos
necessários
 O ingresso na casa do advogado deverá ser avisado com antecedência mínima de 24h
 Em caso de urgência, o prazo para análise de documentos apreendidos, deverá ocorrer
em prazo inferior a 24h
 É vedado/proibido ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou
tenha sido seu cliente, sob pena de exclusão dos quadros da OAB
 É direito do advogado se comunicar com seu cliente em qualquer estabelecimento
cível ou militar com ou sem procuração – Art. 7º, III
 Se o advogado é preso em flagrante por crime inafiançável:
 Cometido dentro do exercício da profissão: crime infame – a prisão deverá ser
acompanhada por um membro da OAB – se o membro não acompanhar, a
prisão é considerada inválida
 Cometido fora do exercício da profissão: crime inidôneo – a prisão deverá ser
avisada a OAB
 Prisão do advogado com relação ao trânsito em julgado:
 Antes do trânsito em julgado: será preso em sala de estado maior =lugar
reservado na cadeia para prisão de advogados
 Se o presidio não possuir a sala de estado maior, o advogado terá
prisão domiciliar
 Depois do trânsito em julgado: será preso na “vala comum”, junto com os
demais presos
 É direito do advogado ingressar em qualquer sala de tribunal (inclusive na área
reservada do magistrado), delegacia e repartição pública independentemente de
agendamento ou permissão, mesmo após o horário de expediente,
independentemente da presença do titular do órgão
 Para o advogado comparecer às reuniões (extrajudiciais) representado seu cliente,
deve estar munido de procuração com poderes especiais
 É direito do advogado permanecer em pé em qualquer sala de tribunal, independente
de permissão judicial – art. 7º, VII, da EAOB
 É direito do advogado dirigir-se a sala (gabinete) do magistrado, independentemente
de prévio agendamento
 É direito do advogado fazer a sustentação oral em recursos previstos em lei, pode ser
de 10/15/20 minutos, antes do voto do relator – ADI 1127-8
 Lei 14365/22: Recursos em que haverá sustentação oral:
 Apelação
 Recurso Ordinário
 Recurso Especial – STJ
 Recurso Extraordinário – STF
 Embargos de divergência
 Ações Rescisórias
 Mandado de Segurança
 Reclamação
 Habeas Corpus
 Demais competências originárias
 É direito do advogado utilizar a expressão “pela ordem excelência” para corrigir de
algum erro que por ventura esteja acontecendo no processo ou para replicar injusta e
sumária agressão cometida contra o advogado no exercício da profissão
 É direito do advogado reclamar pela inobservância de lei, por escrito ou verbalmente
 É direito do advogado falar em pé ou sentado em qualquer sala de tribunal, juízo ou
órgão de colaboração, independentemente de autorização
Artigos importantes

 Art. 2º A: § 2º-A. No processo administrativo, o advogado contribui com a


postulação de decisão favorável ao seu constituinte, e os seus atos constituem
múnus público.
 Art. 2º-A. O advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a
elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos Poderes da República.
 Art. 3º-A. Os serviços profissionais de advogado são, por sua natureza, técnicos e
singulares, quando comprovada sua notória especialização, nos termos da lei.
Parágrafo único. Considera-se notória especialização o profissional ou a
sociedade de advogados cujo conceito no campo de sua especialidade,
decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações,
organização, aparelhamento, equipe técnica ou de outros requisitos
relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é
essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do
contrato.
 Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.
§ 4º As atividades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de
modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem
de outorga de mandato ou de formalização por contrato de honorários.
 Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos
incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
II – A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus
instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica,
telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia;
III - Comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem
procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em
estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;
IV - Ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por
motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob
pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da
OAB;
V - Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão
em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, e, na sua
falta, em prisão domiciliar
 Para considera-se advogado, é necessário a inscrição na OAB, não somente passar
na prova.
 Incompatibilidade: proibição da advocacia
 Art. 28 do EAOB – profissões incompatíveis com o exercício da advocacia, mesmo
em causa própria:
I. chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus
substitutos legais;
II. membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos
tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz,
juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento
em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e
indireta; 
III. ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração
Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas
controladas ou concessionárias de serviço público;
IV. ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a
qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e
de registro;
V. ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a
atividade policial de qualquer natureza;
VI. militares de qualquer natureza, na ativa;
VII. ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento,
arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;
VIII. ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras,
inclusive privadas.
§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou
função deixe de exercê-lo temporariamente.

§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de
decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente
da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente relacionada ao
magistério jurídico.

§ 3º As causas de incompatibilidade previstas nas hipóteses dos incisos V e VI


do caput deste artigo não se aplicam ao exercício da advocacia em causa
própria, estritamente para fins de defesa e tutela de direitos pessoais, desde
que mediante inscrição especial na OAB, vedada a participação em sociedade
de advogados. 

§ 4º A inscrição especial a que se refere o § 3º deste artigo deverá constar do


documento profissional de registro na OAB e não isenta o profissional do
pagamento da contribuição anual, de multas e de preços de serviços devidos à
OAB, na forma por ela estabelecida, vedada cobrança em valor superior ao
exigido para os demais membros inscritos. 

Resumo

Princípios do Código de Ética da OAB

 Pessoalidade: A relação formada entre cliente e advogado tem por base a


pessoalidade, ou seja, uma relação eminentemente pessoal, até pelos bens jurídicos
envolvidos na relação, como patrimônio, família, honra, imagem etc.
 Confiabilidade: A confiabilidade (confiança e honestidade) é a base da relação a ser
formada entre cliente e advogado. Desta forma, o rompimento deste elemento faz
com que não mais se perpetua a relação, como se observa:
 Cliente – Quebra de confiança no Advogado: Revogação do Mandato (Artigo
17 do CED);
 Advogado – Quebra de confiança no Cliente: Renúncia ao Mandato (Artigo 5º,
§3º do EOAB).

Sigilo profissional

 O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no
exercício da profissão;
 O sigilo profissional abrange os fatos de que o advogado tenha tido conhecimento em
virtude de funções desempenhadas na Ordem dos Advogados do Brasil;
 O advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e árbitro,
submete-se às regras de sigilo profissional;
 O sigilo profissional é de ordem pública, independente de solicitação de reserva que
lhe seja feita pelo cliente;
 Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer natureza entre advogado e
cliente;
 Constitui infração disciplinar violar, sem justa causa, sigilo profissional, implicando
CENSURA;
 Nos termos do art. 154, do Código Penal, verifica-se que revelar a alguém, sem justa
causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão,
e cuja revelação possa produzir dano a outrem, implica detenção, de três meses a um
ano, ou multa;
 A configuração do crime de violação de segredo profissional será observada quando
presente os seguintes requisitos:
 O fato revelado deve configurar-se como um segredo;
 O segredo tem que ser obtido pelo agente em função do exercício profissional;
 O segredo deve ter sido revelado a terceiro, sem justo motivo;
 O segredo possui potencial de causar danos a alguém
 Mas há exceções:
 Nos termos do art. 37 do Código de Ética OAB, o sigilo profissional
cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa
causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou
que envolvam defesa própria.
 O advogado NÃO É OBRIGADO A DEPOR, em processo ou
procedimento judicial, administrativo ou arbitral, acerca de fatos cujo
respeito deva guardar sigilo profissional (art. 38 do CED), AINDA QUE
autorizado pelo cliente.
 Percebe-se nesse ponto que o sigilo profissional, trata-se de um dever
ético, mas também de uma prerrogativa profissional, consoante o art.
7°, XIX, da EAOAB:
 “Art. 7º São direitos do advogado: XIX – recusar-se a depor como
testemunha (…) sobre fato que constitua sigilo profissional.”

Não Mercantilização

 A mercantilização da advocacia é totalmente vedada pelo Código de Ética da OAB,


como se observa no artigo 5º:
 O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de
mercantilização.
 O profissional da advocacia não pode praticar nenhum ato que venha a se caracterizar
como mercantil para fins de sua promoção ou do escritório, como se observa em
algumas propagandas na Rádio / TV com intuito de promover o escritório / advogado.
 O advogado até poderá anunciar os seus serviços na mídia, mas desde que a forma
escolhida seja moderada e tenha cunho EXCLUSIVAMENTE INFORMATIVO, como
ocorre atualmente nas redes sociais. (MUITO CUIDADO COM ISSO)
 É VEDADA a publicidade realizada pelos seguintes meios:
 Rádio, cinema e televisão;
 Outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;
 Inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço
público;
 Mala direta;
 Distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o
intuito de captação de clientela;
 O fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas
ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na
imprensa, bem como quando de eventual participação em programas de rádio
ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a
referência a e-mail.
 Quando o advogado for convidado para manifestação pública, visando ao
esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deverá evitar insinuações com o
sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter
sensacionalista.
 Estabelece o art. 44, caput, do CED, que os cartões e os materiais de escritório que o
advogado utilizar como meio de publicidade profissional, DEVERÃO conter:
 Seu nome ou o da sociedade de advogados; e
 O número ou os números de inscrição na OAB;
 PODERÁ também constar, de acordo com o art. 44, § 1°, do CED:
 Títulos acadêmicos;
 Instituições Jurídicas que integre;
 Especialidade;
 Endereço;
 E-mail;
 Site / Página eletrônica;
 Logotipo;
 Fotografia do escritório;
 Horário de Atendimento;
 Idiomas em que o cliente pode ser atendido.
 Contudo, no art. 44, § 2°, do CED, se PROÍBE a utilização de:
 Fotografias pessoais ou de terceiros no cartão de visita;
 Menção de emprego, cargo ou função que já ocupou.

Exclusividade

 O Código de Ética, no art. 40, VI, prevê ser vedada a divulgação da advocacia em
conjunto com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outros.
 Então, não será possível fazer um “puxadinho” na loja da sua mãe para abrir o seu
escritório.
 A advocacia exige um ambiente próprio e exclusivo para o exercício da atividade, não
podendo se comunicar com outras atividades empresariais / laborais.
 A exigência é uma forma de vetar a divulgação conjunta.
 Com efeito, aquele que praticar conduta que viole os alicerces da exclusividade
mencionada, deverá ser apenado administrativamente com a sanção de censura, nos
termos do artigo 36, II do EOAB.

Inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB

 A inscrição na condição de advogado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) exige o


preenchimento de certos requisitos legais.
 Estes estão contidos no artigo 8º, da EOAB, vejamos:
 Capacidade Civil: a capacidade civil plena é adquirida aos 18 anos de idade,
sendo que aquele reputado como incapaz não se tornará apto a se inscrever
nos quadros de advogados da OAB.
 Diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino
oficialmente autorizada e credenciada;
 Título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro: O título de eleitor
e a quitação com o serviço militar para homens são essenciais para que possa
se inscrever perante a OAB.
 Aprovação em Exame de Ordem: a exigência do exame da ordem foi tida
como constitucional, pelo pleno do STF, para o exercício profissional. Neste
ponto, ressalto que o examinando somente poderá realizar o exame no local
de seu domicílio eleitoral ou onde tiver ocorrido a conclusão do curso jurídico;
 Não exercer atividade incompatível com a advocacia: o exercício de atividades
incompatíveis com a advocacia, impedem a inscrição na OAB.
 Idoneidade Moral: está intimamente ligada com a boa reputação daquele que
pretende se inscrever na OAB.
 Neste sentido, tome nota dos preceitos contidos no EOAB:
 “Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada
mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os
membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos
do processo disciplinar.
§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido
condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial.”

Cancelamento e Licenciamento

 Licencia-se o profissional que:


a) Assim que requerer, por motivo justificado;
b) Passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o
exercício da advocacia;
c) Sofrer doença mental considerada curável.
 Cancelamento da inscrição:
a) Quando o profissional assim o requerer;
b) Sofrer penalidade de exclusão;
c) Falecer;
d) Passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a
advocacia;
e) Perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.

Quando o advogado for estrangeiro

 O advogado estrangeiro possui vedação quanto ao exercício do procuratório judicial e


a consultoria ou assessoria em direito brasileiro, ainda que esteja em parceria com
advogado / sociedade de advogados nacionais.
 O exercício de atividade de consultoria depende de REQUERIMENTO perante o
Conselho Seccional correspondente ao local do exercício profissional. Neste sentido,
em havendo “autorização”, esta perdurará por até três anos, sendo renovável a cada
novo interregno de três anos.
 Quando a graduação do advogado tiver ocorrido no exterior, nesta situação, será
necessário a revalidação de seu diploma por meio de prova específica.
O estágio profissional

 Para inscrição como estagiário é necessário:


 preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º;
 ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.
 O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos
anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino
superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de
advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do
Código de Ética e Disciplina.
 A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu
curso jurídico.
 O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode
frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para
fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB.
 O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira se
inscrever na Ordem.

Princípio da Independência e da não subordinação

 O advogado tem total independência e autonomia, isso está disposto no artigo 6º do


EAOAB e no artigo 27, do Código de Ética da OAB, traz em seu bojo como deve ser as
relações entre o advogado e todos os que ele terá que se comunicar no ambiente de
trabalho.
 Cabe ao advogado decidir se irá ficar ou se retirar dos locais em que esteja atuando
(Tribunal, Órgão da Administração, Poder Legislativo etc.), e sem que haja qualquer
interferência por parte dos agentes públicos, nem mesmo das autoridades policiais ou
judiciais.

Imunidade Profissional

 O advogado goza de imunidade profissional no exercício de sua atividade, logo, não


incidirá em crime de injúria ou difamação, quando em razões ou alegações jurídicas,
por exemplo, difamar ou injuriar em prol da causa que advoga.
 Tal prerrogativa se aplica para qualquer manifestação, no exercício de sua atividade,
em juízo ou fora dele.
 O STF entende que tal direito não abrange situações de desacato e tampouco de
calúnia, hipóteses em que o advogado deverá responder perante a OAB, assim como
na esfera penal.
 Portanto, exclui-se de imunidade profissional e implica responsabilização as ofensas
que forem tipificadas como calúnia, ou ainda, enquadrarem-se como desacato.

Deveres do Advogado

 O Código de Ética prevê diversos deveres inerentes à figura do advogado, de forma


que devemos destacar alguns dos previstos no artigo 2º do Código de Ética da OAB:
 Preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão,
zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia;
 Atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade,
lealdade, dignidade e boa-fé;
 Velar por sua reputação pessoal e profissional;
 Empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional;
 Estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes,
prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios;
 Desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade
jurídica;
 Zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;
 Ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos
necessitados.
 Abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
b) vincular seu nome ou nome social a empreendimento sabidamente
escusos;
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a
honestidade e a dignidade da pessoa humana;
d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono
constituído, sem o assentimento deste;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante
autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares;
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
Honorários Advocatícios

 As regras acerca desse tema estão disciplinadas no Estatuto da Advocacia e da OAB


(EAOAB), no Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (RGEAOAB) e no
Código de Ética e Disciplina (CED), conforme destacado:
 Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representado,
os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados;
 Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de
sociedade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma
estabelecida em acordo;
 Em hipótese de procedência parcial, o magistrado irá arbitrar os honorários de
sucumbência recíproca, sendo vedada a compensação entre os honorários
(Art. 85, §14 do CPC);
 Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários
de sucumbência, proporcionais ao trabalho realizado, são recebidos por seus
sucessores ou representantes legais;
 Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de advogado,
contado o prazo:
I. do vencimento do contrato, se houver;
II. do trânsito em julgado da decisão que os fixar;
III. da ultimação do serviço extrajudicial;
IV. da desistência ou transação;
V. da renúncia ou revogação do mandato.
 Neste ponto, observe também que prescreve em cinco anos a ação de prestação de
contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por
conta dele
 No caso de substabelecimento, a verba correspondente aos honorários da
sucumbência será repartida entre o substabelecente e o substabelecido,
proporcionalmente à atuação de cada um no processo ou conforme haja sido
entre eles ajustado;
 Quando houver revogação do mandato judicial por vontade do cliente, isso
não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim
como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em
eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em
face do serviço efetivamente prestado;
 Nos termos do art. 85, §15º do NCPC, a sociedade de advogados poderá ser
destinatária dos honorários desde que o advogado, o qual é o titular do direito
(honorários de sucumbência), integre o quadro societário;
 Conforme preceituado pelo CPC, caso a decisão transitada em julgado seja
omissa quanto ao direito aos honorários, ou ainda, ao seu valor, é cabível ação
autônoma para sua definição e cobrança;
 O advogado terá o direito de receber os honorários de sucumbência, mesmo
quando atuar em causa própria;

Processo Disciplinar

 O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação do interessado.


 A instauração, de ofício, será dada em função do conhecimento do fato, quando
obtido por meio de fonte idônea ou em virtude de comunicação da autoridade
competente.
 Entretanto, não se considera fonte idônea a que consistir em denúncia anônima.
 Após recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou o da Subseção,
quando esta dispuser de Conselho, designa relator, por sorteio, um de seus
integrantes, para presidir a instrução processual.
 Os atos de instrução processual podem ser delegados ao Tribunal de Ética e Disciplina,
conforme dispuser o regimento interno do Conselho Seccional, caso em que caberá ao
seu Presidente, por sorteio, designar relator.
 O relator, atendendo aos critérios de admissibilidade, emitirá parecer propondo a
instauração de processo disciplinar ou o arquivamento liminar da representação, no
prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição do feito pelo Presidente do
Conselho Seccional ou da Subseção para outro relator, observando-se o mesmo prazo.
 Compete ao relator do processo disciplinar determinar a notificação dos interessados
para prestar esclarecimentos ou a do representado para apresentar defesa prévia, no
prazo de 15 (quinze) dias, em qualquer caso.
 Concluída a instrução, o relator profere parecer preliminar, a ser submetido ao
Tribunal de Ética e Disciplina, dando enquadramento legal aos fatos imputados ao
representado, abrindo-se, em seguida, prazo comum de 15 (quinze) dias para
apresentação de razões finais.
Órgãos Disciplinares

 Compete aos Tribunais de Ética e Disciplina, art. 71, Resolução nº 02/2015:


 julgar, em primeiro grau, os processos ético-disciplinares;
 responder a consultas formuladas, em tese, sobre matéria ético-disciplinar;
 exercer as competências que lhe sejam conferidas pelo Regimento Interno da
Seccional ou por este Código para a instauração, instrução e julgamento de
processos ético-disciplinares;
 suspender, preventivamente, o acusado, em caso de conduta suscetível de
acarretar repercussão prejudicial à advocacia, nos termos do Estatuto da
Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil;
 organizar, promover e ministrar cursos, palestras, seminários e outros eventos
da mesma natureza acerca da ética profissional do advogado ou estabelecer
parcerias com as Escolas de Advocacia, com o mesmo objetivo;
 atuar como órgão mediador ou conciliador nas questões que envolvam:
 dúvidas e pendências entre advogados;
 partilha de honorários contratados em conjunto ou decorrentes de
substabelecimento, bem como os que resultem de sucumbência, nas
mesmas hipóteses;
 controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de
advogados.

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