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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

CURSO DE BACHARELADO

EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS

ÉTICA GERAL, LEGISLAÇÃO E ETÍCA PROFISSIONAL

BEATRIZ FERREIRA MARTINS RGM: 1947953-1

São Paulo
2022
ÉTICA PROFISSIONAL – PESQUISA INTERDISCIPLINAR

1- PRERROGATIVAS Tânia, advogada, dirigiu-se à sala de audiências de


determinada Vara Criminal, a fim de acompanhar a realização das
audiências designadas para aquele dia em feitos nos quais não oficia.
Tânia verificou que os processos não envolviam segredo de justiça e
buscou ingressar na sala de audiências no horário designado. Não
obstante, certo funcionário deu-lhe duas orientações. A primeira
orientação foi de que ela não poderia permanecer no local se todas as
cadeiras estivessem ocupadas, pois não seria autorizada a permanência
de advogados de pé, a fim de evitar tumulto na sala. A segunda
orientação foi no sentido de que, caso ingressassem na sala, Tânia e os
demais presentes não poderiam sair até o fim de cada ato, salvo se
houvesse licença do juiz, para evitar que a entrada e saída de pessoas
atrapalhasse o regular andamento das audiências. Diante do caso acima
que nos apresenta uma situação que envolve a inviolabilidade dos
escritórios de advocacia, responda:

a) A primeira orientação envolve ofensa à prerrogativa da advogada?


Fundamente.

RESPOSTA: Conforme a orientação que o funcionário deu a advogada


Tânia acaba violando as prerrogativas do advogado, pois a mesma tem o
direito de permanecer mesmo que em pé nas salas de audiência, assim
como está expressa no Artigo. 7°, VII parte A do Estatuto da OAB: “são
direitos do advogado: VI-permanecer sentado ou em pé [...]” nota-se que o
artigo ou dá a opção de escolha ao advogado, se quer permanecer em pé
ou sentado durante audiência, sem correr o risco de ser repreendido, pois
está assegurado por suas prerrogativas.

b) A segunda orientação envolve ofensa à prerrogativa da advogada?


Fundamente.

RESPOSTA: Essa segunda orientação dada pelo funcionário também


viola as prerrogativas do advogado, pois o advogado tem o direito de
ingressar livremente e retirar-se de quaisquer lugares indicados,
independente de licença, conforme Art. 7°, VI, alíneas: a, b, c e d, e o inciso
VII parte B: “[...] retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior,
independentemente de licença. “

I - Ingressar livremente:
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos
cancelos que separam a parte reservada aos magistrados;
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias,
cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de
registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora
da hora de expediente e independentemente da presença
de seus titulares;

a) em qualquer edifício ou recinto em que funcione


repartição judicial ou outro serviço público onde o
advogado deva praticar ato ou colher prova ou
informação útil ao exercício da atividade profissional,
dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde
que se ache presente qualquer servidor ou empregado;
b) em qualquer assembleia ou reunião de que participe
ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este
deva comparecer, desde que munido de poderes
especiais;
VI - Permanecer sentado ou em pé e retirar-se de
quaisquer locais indicados no inciso anterior,
independentemente de licença;

4. MANDATO Matheus é estagiário vinculado ao escritório Renato e


Associados. No exercício da sua atividade, por ordem do advogado
supervisor, o estagiário acompanha o cliente diretor da sociedade Tamoaí
S/A. Por motivos alheios à vontade do estagiário, que se disse inocente de
qualquer deslize, o diretor veio a se desentender com Matheus, e, por força
desse evento, o escritório resolve renunciar ao mandato conferido pela
pessoa jurídica. Nos termos do Estatuto da Advocacia, sobre o caso
descrito, responda:

a) No caso em tela, que trata de renúncia de mandato, quais os deveres


que o advogado deverá cumprir? Fundamente.

RESPOSTA: A renúncia deve ser notificada ao cliente pelos


advogados mandatários, conforme expresso no Art. 5° § 3° EA e Art. 6°
do regulamento geral da OAB preferencialmente mediante carta com
aviso de recepção comunicado após juízo, podendo ser feito também
por meios eletrônicos.

Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele,


fazendo prova do mandato.
§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará,
durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia,
a representar o mandante, salvo se for substituído antes
do término desse prazo.

Art. 6º - O advogado deve notificar o cliente da renúncia


ao mandato (art. 5°, § 3°, do Estatuto), preferencialmente
mediante carta com aviso de recepção, comunicando,
após, o Juízo.

b) Como deverá proceder o novo advogado a ser contratado pela


Sociedade empresária Tamoaí? Fundamente

RESPOSTA: É feito por meio de petição juntada aos autos de processo


judicial, onde se informa o juiz da qualificação do novo advogado, seus
poderes, e se o advogado anterior permanece ou não, assumindo o curso do
processo, Da data dessa comunicação passa a correr o prazo de dez dias a que
se referem o artigo 5.º, § 3.º, do Estatuto da OAB e o artigo 112, § 1.º, do CPC.
Tal prazo, por cautela, deve ser contado em dias úteis, salvo nos processos
criminais (CPP, art. 798). Ao comunicar ao cliente a sua renúncia, deve o
advogado informar o prazo em que manterá a representação, indicando se
contará o decêndio em dias úteis ou corridos Esta Turma Deontológica entende
que, em caso de cliente em local incerto e não sabido, a renúncia se aperfeiçoa
por qualquer meio que permita a comprovação da remessa infrutífera da
notificação ao endereço constante da procuração outorgada pelo cliente ou ao
último endereço que ele tenha fornecido. Ato unilateral de vontade do
advogado, a renúncia não se submete a vênia judicial. A notícia dada ao juízo
presta-se a que cessem as intimações dirigidas ao renunciante uma vez vencido
o prazo de dez dias

07. SIGILO PROFISSIONAL Larissa, regularmente inscrita como advogada na


OAB/SP, atua como árbitra. Verônica, também regularmente inscrita como
advogada perante a OAB/RJ, exerce atualmente a função de mediadora.
Eduarda, regularmente inscrita como advogada perante a OAB/MG, atuou em
demandas em São Paulo onde Larissa era árbitra e atuou em outra também em
São Paulo onde Verônica era mediadora. Em ambos as situações as três
tomaram conhecimento de fatos relativos às partes envolvidas, entretanto
apenas foi solicitado a Eduarda que guardasse sigilo sobre tais fatos, desse
modo, qual delas tem dever de sigilo profissional? Fundamente.

RESPOSTA: Ambas as advogadas, no exercício da profissão,


submetem- se ao dever de guardar sigilo dos fatos de que tomaram
conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais
que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à
vida e à honra, bem como em caso de defesa própria, assim expresso no código
de ética e disciplina que qualifica o sigilo profissional como dever, imponto ao
advogado respeito conforme Art. 25 e 26 do CEDOAB.

“Art. 25. O sigilo profissional é inerente à profissão,


impondo-se o seu respeito, salvo grave ameaça ao direito
à vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado
pelo próprio cliente e, em defesa própria, tenha que
revelar segredo, porém sempre restrito ao interesse da
causa”.

Art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em


depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de seu
ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha
em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou
sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou
tenha sido advogado, mesmo que autorizado ou
solicitado pelo constituinte”.

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