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Direito Processual

A necessidade de representação por Advogado

Em direito processual, diz-se sempre que qualquer pessoa tem o direito de se fazer acompanhar por
um Advogado perante qualquer autoridade. O patrocínio judiciário corresponde ao exercício de
poderes de representação por um profissional do foro (Advogado ou Advogado Estagiário), na
condução técnica do processo judicial, atribuído por meio de um mandato judicial.

Embora a constituição de mandatário seja sempre permituda, a lei exige, em diversas ocasiões, que
quem seja parte numa acção se faça assistir por um advogado. Esta exigência preserva a boa
administração da justiça e proteje os próprios interesses das partes, garantindo que recebem
aconselhamento de um profissional e que não sofrem projuízo por não conhecer as formalidades
processuais. Estes casos variam consoante a natureza do processo. Assim:

Em processo civil, as exigências variam entre a acção declarativa e a acção executiva. Nas acções
declarativas, o patrocínio judiciário é obrigatória:

1. nas causas com valor superior a Akz:


2. nas causas em que seja sempre admissível recurso ordinário;
3. nos recursos e nas causas propostas nos tribunais superiores.

Nas acções executivas, o patrocínio judiciário é exigido para execuções superiores a Akz: ou a Akz:,
se os procedimentos da execução seguirem os termos do processo declarativo.

Em processo penal, o arguido deve ser assistido por defensor:

1. nos interogatórios de arguido detido ou preso;


2. nos interogatórios feitos por autoridades judiciais;
3. no debate instrutório e na audiência;
4. em qualquer acto processual, à exepção da constituição de arguido, sempre que o arguido
for cego, surdo, mudo, analfabeto, desconhecedor da língua portuguesa, menor de 18 anos,
ou suscitar a questão da sua inimputabilidade ou da sua imputabilidade diminuída;
5. nos recursos ordinários ou extraordinários;
6. quando sejam prestadas declarações para memórias futuras;
7. na audiência de julgamento realizada na ausência do arguido; e
8. nos restantes casos que a lei determinar.

Na maioria dos casos, a escolha do mandatário é realizada de forma pessoal e livre pelo
representado, mas há excepções. Assim, por exemplo, quando o representado beneficie de um apoio
judiciário na modalidade de nomeação de patrono, o mandatário é nomeado pela Ordem dos
Advogados.

O mandato judicial consubstancia numa característica profissional e titulada, só pode ser exercido
por licenciados em Direito e com inscrição em vigor na respectiva Ordem dos Advogados.

O mandato judicial confere-se por qualquer das seguintes formas, nos termos do art. 35º do CPC:

1. Instrumento público;
2. Documento particular (com intervenção notarial nos termos da respectiva legislação);
3. Declaração verbal da parte no auto de qualquer diligência que se pratique no processo.
Nos dois primeitos casos, o mandato judicial é atribuído através de um documento designado
Procuração Forense, que é um acto unilateral, pelo qual o mandante confere ao mandatário poderes
de representação, ditos Poderes Forenses.

O mandato judicial atribui ao mandatário poderes de representeção em todos os actos processuais,


mesmo perante os tribunais superiores, à excepção daqueles que, tratando-se fundamentalmente de
actos pessoais, extinguem, total ou parcialmente, a instância (como a confissão e a desistência do
pedido, a desistência da instância e a transacção). Estes últimos apenas poderão ser practicados pelo
mandatário quando lhe tiverem sido atribuídos Poderes Especiais.

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