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DEONTOLOGIA
carla.beselga@bqadvogadas.com
OBJECTIVOS
A DEONTOLOGIA
2- Em Associação
a) Forma irregular
b) Sociedade de Advogados
A BASE CONTRATUAL DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA
O Mandato Forense
VS
Mandato Civil
art.º 1157 CC
Mandato é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar um ou mais actos
jurídicos por conta da outra.
A BASE CONTRATUAL DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA
Mandato Forense
Ver Acórdão
STJ 09/12/2014 - Processo 1378/11.6TVLSB.L1.S1
A BASE CONTRATUAL DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA
Acórdão :
1. O contrato de mandato tem como escopo único a prática de actos jurídicos, que não
de actos materiais ou, até, intelectuais, por conta de outrem, embora, em regra, se
destine à prática de negócios jurídicos.
2. Se o mandatário está a agir em seu nome ocorre mandato sem representação (artigo
1180 do Código Civil) que tem como consequência precípua que os actos praticados
produzam efeitos na sua esfera jurídica.
3. Então, o mandatário adquire legitimidade activa e passiva, em termos de
cumprimento do negócio jurídico que celebrou (negócio alheio ainda que com ocultação
do mandante).
A BASE CONTRATUAL DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA
(...)
As principais diferenças entre o mandato judicial e o geral são ditadas pelo interesse
público e independência da profissão de advogado e pelo livre exercício do patrocínio.
- de instrumento público
- ou documento particular
- ou de declaração verbal da parte no auto de qualquer diligência que se pratique no
processo.
Pode haver substabelecimento do mandato?
A sua eficácia depende da aceitação – expressa ou tácita – do mandatário.
Qual a diferença?
O substabelecimento com reserva: o mandatário a quem se substabelece só tem
poderes para a diligência onde é apresentado o substabelecimento, o Mandatário que
substabeleceu mantém-se como parte do processo.
Pergunta:
Diferenças?
Procuração Forense
Poderes gerais : poderes para representar a parte em todos os actos - art.º 44/1 e
45/1 CPC
Art.º 44
Conteúdo e alcance do mandato
1 - O mandato atribui poderes ao mandatário para representar a parte em todos os
atos e termos do processo principal e respetivos incidentes, mesmo perante os
tribunais superiores, sem prejuízo das disposições que exijam a outorga de poderes
especiais por parte do mandante.
2 - Nos poderes que a lei presume conferidos ao mandatário está incluído o de
substabelecer o mandato.
3 - O substabelecimento sem reserva implica a exclusão do anterior mandatário.
4 - A eficácia do mandato depende de aceitação, que pode ser manifestada no
próprio instrumento público ou em documento particular, ou resultar de
comportamento concludente do mandatário.
Art.º 45 CPC
Poderes gerais e especiais dos mandatários judiciais
1 - Quando a parte declare na procuração que concede poderes forenses ou para ser
representada em qualquer ação, o mandato tem a extensão definida no artigo
anterior.
2 - Os mandatários judiciais só podem confessar a ação, transigir sobre o seu objeto
e desistir do pedido ou da instância quando estejam munidos de procuração que os
autorize expressamente a praticar qualquer desses atos.
Art 46 CPC
Confissão de factos feita pelo mandatário
As afirmações e confissões expressas de factos, feitas pelo mandatário nos
articulados, vinculam a parte, salvo se forem retificadas ou retiradas enquanto a
parte contrária as não tiver aceitado especificadamente.
No processo penal :
- o defensor oficioso exerce direitos que a lei reconhece ao arguido - art.º 3 CPP
- O lesado pode fazer-se representar - tem a ver como valor do pedido - art.º 76/1 CPP
Ver
Art.º 73 EOA
Art.º 1154 CC
4-O conselho geral da Ordem dos Advogados pode solicitar às entidades públicas
empregadoras, que hajam intervindo em tais contratos, entrega de cópia dos mesmos a
fim de aferir da legalidade do respetivo clausulado, atentos os critérios enunciados nos
números anteriores.
5 - Quando a entidade empregadora seja pessoa de direito privado, qualquer dos
contraentes pode solicitar ao conselho geral parecer sobre a validade das cláusulas ou
de atos praticados na execução do contrato, o qual tem carácter vinculativo.
6 - Em caso de litígio, o parecer referido no número anterior é obrigatório.
O PRINCIPIO DA INDEPENDÊNCIA E A SUBORDINAÇÃO
JURIDICA
E como é que exercemos a nossa actividade com independência estando perante uma
subordinação jurídica?
O PRINCIPIO DA INDEPENDÊNCIA E A SUBORDINAÇÃO
JURÍDICA
Art.º 28
Regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas
profissionais - Lei n.º 2/2013, de 10 de Janeiro
Princípios e regras deontológicos e normas técnicas
1- (...)
2 - Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 33.º, não pode ser proibido o exercício da
atividade profissional em regime de subordinação jurídica, nem exigido que o
empregador seja profissional qualificado ou sociedade de profissionais, desde que
sejam observados os princípios e regras deontológicos e o respeito pela autonomia
técnica e científica e pelas garantias conferidas aos profissionais pelos respetivos
estatutos, e cumprido o disposto no n.º 2 do artigo 30.º
O PRINCIPIO DA INDEPENDÊNCIA E A SUBORDINAÇÃO
JURÍDICA
Art.º 30
Regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas
profissionais - Lei n.º 2/2013, de 10 de Janeiro
Reserva de actividade
1- (...)
2 - Os serviços profissionais que envolvam a prática de atos próprios de cada profissão
e se destinem a terceiros, ainda que prestados em regime de subordinação jurídica,
são exclusivamente assegurados por profissionais legalmente habilitados para
praticar aqueles actos.
O PRINCIPIO DA INDEPENDÊNCIA E A SUBORDINAÇÃO
JURÍDICA
Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante
retribuição, a prestar a sua actividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de
organização e sob a autoridade destas.
REGIME DO CONTRATO DE TRABALHO
Artigo 116 CT
Autonomia técnica
A sujeição à autoridade e direcção do empregador não prejudica a autonomia técnica do
trabalhador inerente à actividade prestada, nos termos das regras legais ou
deontológicas aplicáveis.
ou seja,
"A profissão tem de ser exercida por "homens livres" e de "bons costumes", sem relação
de dependência com nenhum interesse ou subserviência a qualquer pessoa ou
instituição."
Art.º 81 EOA
Correlacionado com 2 princípios fundamentais:
- Dignidade - Art.º 88
- Independência - Art.º 89
Portanto:
Segundo a comunicação recebida, a prestação destes serviços por parte da Sra. Dra.
violaria o contrato de exclusividade com a Câmara Municipal e o artigo 82º do EOA.
CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E AVENÇAS
Dos Factos:
1. A Sra. Dra. … iniciou o exercício de funções na Câmara Municipal de … em 03/09/2001,
mediante a celebração de um contrato a termo certo, o qual se renovou ao longo de dois
anos, conforme documento que juntou sob o nº1;
2. Por despacho da Senhora Vereadora … de 29/07/2003 (anexo como documento nº2)
foi autorizada a abertura de procedimento de serviços por consulta prévia para a
celebração de um contrato de avença tendo a prestação de serviços lhe sido adjudicada
em 19/03/2003 (segundo documento nº3 também anexado) e em 01/09/2003 foi
assinado o respectivo contrato de prestação de serviços o qual tinha como objecto a
assessoria e consultoria no Departamento de … (confrontar documento junto como
nº4);
3.Tal contrato de prestação de serviços foi renovado por períodos de 12 meses ao longo
dos anos de 2003 e 2008, tendo, no entanto, sofridos algumas alterações (documentos
nº5 e nº6);
CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E AVENÇAS
Dos Factos
4.Em 2008 foi construído um Tribunal Arbitral com o objectivo de adequação dos
vínculos do pessoal do Município de … em regime de direito privado tendo, por decisão
de 07/10/2008 sido determinada a integração da Sra. Dra. … no quadro de Pessoal de
Direito Privado do Município de … na sequência do qual celebrou um contrato individual
de trabalho por tempo indeterminado, conforme documento nº7 apensado;
5. A Sra. Dra. … alega, na sua resposta, que nunca lhe foi exigido o exercício das suas
funções em regime de exclusividade;
CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E AVENÇAS
"O artigo 82º, n.º 1 do EOA contém uma presunção de incompatibilidade. Nessa medida,
aqueles que prestem a sua actividade profissional numa das entidades aí elencadas (ou
em outras que se encontrem em situação análoga), encontram-se numa situação de
incompatibilidade, não podendo exercer a advocacia. No entanto, os números 2, 3 e 4 do
citado normativo contêm excepções a essa regra. Existindo, como existe, uma presunção
de incompatibilidade, a prova de que o caso concreto se inclui numa das excepções
previstas cabe àquele que a alega."
CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E AVENÇAS
A Sra. Dra. Advogada olvida-se, no entanto, que tal direito, o de prestar mera consultoria
jurídica, cessou com a celebração de um novo contrato, em 2008, contrato esse que
alterou as condições em que a mesma presta o seu serviço ao Município de …. Assim, e
como já foi supra mencionado, não é relevante, para o caso concreto, que a entidade a
quem tem prestado serviços ao longo destes anos, tenha sido sempre a mesma,
porquanto o vínculo que a liga a essa mesma entidade, modificou-se em 2008, e, como
tal, não configura um direito adquirido ao abrigo da legislação anterior.
CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E AVENÇAS
Ora, da análise do referido contrato sabe-se que tal função é desempenhada em regime
de subordinação mas quedam-se dúvidas relativamente à exclusividade da Advogada ao
serviço do Município. Além disso, a Sra. Dra. Advogada, no ofício por si subscrito, não
explica a que título foi realizado o convite a si endereçado pela Senhora Vereadora …, e
quais são as funções que desempenha no seu gabinete. Note-se, aliás, que a alínea g)
do referido artigo 82º, é taxativo quanto à incompatibilidade do cargo de assessor(a)
com o exercício da advocacia. Daí que seja decisivo, para a solução do caso vertente,
que a Sra. Dra. Advogada elucide este Conselho Geral relativamente à natureza das
funções por si exercidas no gabinete da Sra. Vereadora ….
CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E AVENÇAS
Conclusão
A)O conceito de “subordinação jurídica” a que alude o artigo 68º do EOA deve ser
entendido e interpretado à luz do que tradicionalmente se tem entendido como sendo
um dos elementos típicos e definidores do contrato de trabalho.
B)Ao Advogado está vedada a celebração de qualquer contrato que o vincule a entidade
pública ou privada, cujo teor contenda com os princípios deontológicos decorrentes da
profissão e, em particular, com os princípios da independência técnica e isenção.
C)Está expressamente cominada a nulidade das cláusulas contratuais violadoras desses
mesmos princípios deontológicos.
D)São igualmente nulas quaisquer orientações ou instruções da entidade empregadora
que restrinjam a isenção e independência do advogado ou que, de algum modo, violem
os princípios deontológicos da profissão.
(...)
REGIME DO TRABALHO SUBORDINADO
1) Quanto à última questão colocada, apenas caberá, nesta sede, referir, em termos
gerais e abstractos, que, nos termos do disposto no artigo 115º do EOA, comete
infracção disciplinar o Advogado que por acção ou omissão, violar dolosa ou
culposamente algum dos deveres consagrados no EOA, nos respectivos regulamentos e
nas demais disposições legais aplicáveis. A responsabilidade disciplinar do Advogado é
aferida em sede própria pelo órgão estatutariamente competente – os Conselhos de
Deontologia ou as secções do Conselho Superior, nos termos, respectivamente, do
disposto nos artigos 54º alínea a) e 43º n.º 3 alínea d), ambos do EOA.
2) Quanto à primeira parte da terceira questão colocada, diremos que também não nos
compete emitir pronúncia sobre as concretas opções da empresa/associação em causa
no que à escolha do seu Director Jurídico diz respeito. Apenas, sublinhando, e mais uma
vez em termos puramente abstractos, que esta matéria apenas será para nós relevante
se e na medida em que possa consubstanciar a prática de algum acto de procuradoria
ilícita. O que, os elementos colocados à nossa disposição não permitem, só por si,
concluir.
REGIME DO TRABALHO SUBORDINADO
https://portal.oa.pt/ordem/comissoes-e-institutos/trienios-anteriores/instituto-dos-
advogados-de-empresa/trienio-2014-2016/regulamento-do-instituto-dos-advogados-
de-empresa/
A PRÁTICA EM LIBERDADE PELOS ADVOGADOS DOS
ACTOS PRÓPRIOS A PROFISSÃO
A PRÁTICA EM LIBERDADE PELOS ADVOGADOS DOS
ACTOS PRÓPRIOS A PROFISSÃO
EOA
Art.º 3/c), d), e),g)
Art.º 66
Art.º 69
Art.º 72
A PRÁTICA EM LIBERDADE PELOS ADVOGADOS DOS
ACTOS PRÓPRIOS A PROFISSÃO
Parecer do CG nº E-11/98 e nº E-45/98, 07/07/2000
1. Não existe qualquer disposição na lei processual penal que condicione a directa
aplicação do direito de todo o cidadão a fazer-se acompanhar por advogado perante
qualquer autoridade, consagrado na parte final do n.º 2 do art. 20º da CRP.
2. Admite-se que a lei possa estabelecer limitações para salvaguarda de outros direitos
ou interesses constitucionalmente protegidos, nomeadamente no domínio das
incompatibilidades do advogado, mas na ausência de lei que regulamente o exercício
daquele direito, deve considerar-se que a parte final do n.º 2 do art. 20º da CRP é de
aplicação directa, enquanto não implica qualquer prestação positiva por parte do Estado,
nomeadamente o direito de assistência judiciária, mas tão-só a sua abstenção.
3. Torna-se necessária a regulamentação do n.º 2 do art. 20º da CRP para assegurar a
tutela material do direito do cidadão a fazer-se acompanhar por advogado perante
qualquer autoridade.
O PRINCÍPIO DA ESCOLHA LIVRE DO ADVOGADO PELO
CLIENTE
Apresentação
O PRINCÍPIO DA ESCOLHA LIVRE DO ADVOGADO PELO
CLIENTE
Concluindo,
APRESENTAÇÃO
O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA EM PORTUGAL POR
ESTRANGEIROS
Art.º 205 EOA - Qualquer advogado da União Europeia pode cumpridas algumas regras
exercer a sua actividade em Portugal com o seu título profissional de origem
Modo de exercício
Art.º 204 EOA - sob orientação
D- 7 O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA EM PORTUGAL POR
ESTRANGEIROS
Responsabilidade disciplinar
Art.º 209
OUTROS PRESTADORES DE SERVIÇOS DE ADVOCACIA
Art.º 212
Tema a desenvolver:
carla.beselga@bqadvogadas.com