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PERÍCIA CONTÁBIL

• Diferenças entre Perito / Assistente Técnico

• Responsabilidades Inerentes ao Perito

• Diferenças entre Perito/Auditor

• Objeto e Objetivo da Perícia


Existem tipos de PERITO?
Perito do juízo é o contador nomeado pelo poder judiciário
para exercício da perícia contábil;

Perito arbitral é o contador nomeado em arbitragem para


exercício da perícia contábil;

Perito oficial é o contador investido na função por lei e


pertencente a órgão especial do Estado;

Assistente técnico é o contador ou órgão técnico ou científico


indicado e contratado pela parte em perícias contábeis.
CADASTRO CNPC ( Cadastro
Nacional de Peritos Contábeis)
O Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) é uma iniciativa do
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), criado pela 
Resolução CFC n.º 1.502 , de 19 de fevereiro de 2016, para atender as
exigências do Novo Código de Processo Civil, especificamente o seu
artigo 156.

O PERITO É OBRIGADO AO CADASTRO NO CNPC ?

Não, mas o seu cadastro está condicionado a aprovação no Exame


de Qualificação Técnica (EQT) além do cumprimento do programa
de educação continuada PEPC (Programa de Educação
Profissional Continuada)
Nomeação ( Art. 465 Novo CPC)
O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de
imediato o prazo para a entrega do laudo.

Cabe às partes, dentro de 15 dias contados da intimação do despacho


de nomeação do perito:

• Informar impedimento ou suspeição do perito ( se for o caso)


• Indicar assistente técnico
• Apresentar quesitos
Intimação
Quando o PERITO não pode ATUAR no processo ?

Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado


por impedimento ou suspeição.

Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao


julgar procedente a impugnação, nomeará novo
perito.
Quando o PERITO não pode ATUAR no processo ?

O perito está sujeito as


mesmas regras de
impedimento e suspeição
aplicadas ao juiz.
Artigos 144 e 145 do CPC 2015
IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃO
Situação Objetiva Situação Subjetiva
Presunção Absoluta Demanda prova
Impedimentos inerentes ao perito
Art. 144 CPC
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito,
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento
como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido
decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado
ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou
qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau, inclusive;
Impedimentos inerentes ao perito
......Art. 144 CPC
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de
pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de
qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de
serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por
advogado de outro escritório;
Suspeição inerentes ao perito
......Art.
I amigo íntimo ou 145
inimigo de qualquer CPC
das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou
depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do
objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;

III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;

IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem


necessidade de declarar suas razões.
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do
arguido.
Recusa Art. 157
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo
que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência,
podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.

A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias,


contado da intimação, da suspeição ou do impedimento
supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la
Substituição Perito Nomeado
Art. 468
O perito pode ser substituído quando:

Faltar-lhe conhecimento técnico ou científico

Deixar de cumprir o prazo que lhe foi assinado


Substituição Perito Nomeado
Art. 468
O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores
recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de
atuar como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2º, a parte que


tiver realizado o adiantamento dos honorários poderá promover
execução contra o perito, na forma dos arts
. 513 e seguintes deste Código , com fundamento na decisão que
determinar a devolução do numerário
PERITO X ASSITENTE TÉCNICO

PERITO ASSISTENTE TECNICO

Nomeado pelo Juiz Contratado pelas “partes”

Assina o laudo Emite o parecer técnico

Sujeito a Impedimento e Profissional de confiança da


Suspeição parte
Cadastrado no CNPC Não Necessita
LAUDO / PARECER TÉCNICO
Laudo Pericial: “Peça na qual o perito, profissional
habilitado, relata o que observou e dá as suas conclusões ou
avalia, fundamentadamente, o valor de coisas ou direitos.”;

Parecer técnico: “Opinião, conselho ou esclarecimento


técnico emitido por um profissional legalmente habilitado
sobre assunto de sua especialidade.”.
Peritos e Assistentes devem !
• Domínio de normas e procedimentos Fisco-contábeis;
• Atualização contínua;
• Equilíbrio e valores morais;
• Dignidade para se declarar impedido ou suspeito, como previsto nos
artigos
• Recusar tarefas quando a matéria não for de seu conhecimento.
• Corrigir os erros imediatamente
• Ter uma conduta ética, mas não ser conivente com erros ou atos
aéticos; Declarar-se impedido de realizar o trabalho pericial no prazo
de cinco dias (Art. 148 e 467 do CPC).
Responsabilidade Inerentes ao
Perito - Legislação
• Responsabilidade Civil – Reparar erro – Artigo
158 Lei 13.105 de 2015.
... Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações
inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará
inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5
(cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em
lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para
adoção das medidas que entender cabíveis.
Responsabilidade Inerentes ao
Perito - Legislação
• Responsabilidade Criminal – Prisão – Artigo 347
do Código Penal

...Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou


administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de
induzir a erro o juiz ou o perito:
        Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
        Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em
processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em
dobro.
Penalidades ao Perito - CFC
De acordo com o Código de Ética do Profissional Contabilista, em seu
artigo 12, ressalta sobre as penalidades aplicadas ao perito:

Art.12- A transgressão de preceito deste Código constitui infração ética,


sancionada, segundo a gravidade, com a aplicação de uma das
seguintes penalidades:

I – É um comunicado pessoal do conselho de classe ao contabilista


infrator, alertando-o do cometimento da falta ética e advertindo-o
reservadamente.

II – Toda a classe contábil fica conhecendo publicamente o infrator ético-


profissional.
Deveres do Perito Judicial
1) dever de aceitar o encargo, do qual não se pode escusar-se “salvo alugando motivo
legítimo”;

2) dever de cumprir o ofício (CPC, art. 146);

3) dever de comprovar sua habilitação (CPC, art. 145);

4) dever de respeitar os prazos (CPC, art. 146);

5) dever de lealdade (CPC, art. 147);

6) dever de cumprir escrúpulo somente o encargo (CPC, art. 422);

7) dever de prestar os esclarecimentos (CPC, art. 435);

8) dever profissional de recusar a indicação, quando não se achar capacitado para


desempenhar o encargo (Código de Ética Profissional do Contabilista, art. 5º, item I);
Deveres do Perito Judicial
9) dever profissional de evitar interpretações tendenciosas, mantendo absoluta
independência moral e técnica (idem, item II);

10) dever profissional de abster-se de dar sua convicção no âmbito técnico e comprovar
sua habilitação (idem, item III);

11) dever profissional de apreciar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo


pericial que lhe for submetido (idem, item IV);

12) dever profissional de abster-se de dar parecer, de emitir opinião sem estar
suficientemente informado e documentado (idem, item VI);

13) dever de cumprir as normas profissionais da Perícia Judicial (APEJESP) e as Normas


Técnicas Profissionais de Perícia Contábil (Conselho Federal de Contabilidade).
PERITO / AUDITOR
Auditoria – Revisão de relatórios contábeis e financeiros e
gestão

Perícia – Esclarecimento através de parecer técnico de


controvérsias e litígios entre as partes
PERITO / AUDITOR
PERICIA AUDITORIA
Somente Pessoa Física Pessoa Física ou Jurídica

Pontual para a resolução de Necessidade constante, como auditoria de balanço


uma controvérsia ( anual)
Não se repete é específica É continua e repetitiva

Análise abrangente e completa Realizada por amostragem

Objetivo – Emissão de Laudo / Emissão de Relatório e Orientação Preventiva


Parecer
Usuários: as partes e a justiça Sócios, investidores, administradores

Objeto : E a prova de um fato Objeto : Segurança dos controles internos


ou ato
Podemos perceber que a Auditoria e a
Perícia exigem profissionais experientes e
capacitados para o exercício de suas
funções, entretanto o foco de execução e
objetivo do trabalho são diferentes.
OBJETO DA PERÍCIA
Os fatos ou questões contábeis relacionadas com a
causa (aspecto patrimonial), as quais devem ser
verificadas e, por isso, são submetidas à apreciação
técnica do perito, que deve considerar, nessa
apreciação, certos limites essenciais, ou caracteres
essenciais. (ORNELAS, 2003, p. 35)

RESUMO: OBJETO DO CONFLITO QUE


DEVE SER VERIFICADO
LIMITES ESSENCIAIS
Definição Esclarecimento
Limitação da matéria Limite ao objeto de pedir da ação

Pronunciamento adstrito à questão Resposta objetiva a questão


proposta
Meticuloso e eficiente exame de Detalhado e eficiente
campo prefixado
Escrupulosa referência à matéria Referencia rigorosa a matéria aplicada
aplicada
Imparcialidade absoluta de Imparcialidade no texto ou retorica
pronunciamento
OBJETIVO
Constatação, prova ou demonstração da
verdade contábil sobre seu objeto e
consequente transferência desta verdade para
a instância decisória”.

RESUMO: ESCLARECIMENTO DA VERDADE


ATRAVES DE LAUDO TÉCNICO
EXEMPLO
OBJETO OBJETIVO
Investigação contábil da Trazer à luz o que está
existência ou oculto por inexatidão,
inexistência de atos erro, inverdade, má-fé,
lesivos ou que visem astúcia ou fraude
fraudar o interesse de
credores de uma
empresa concordatária
ou falida.
Em RESUMO

A Perícia se utiliza do OBJETO, para


alcançar os OBJETIVOS, respeitando os

LIMITES ESSENCIAIS
Bibliografia
• ORNELAS, Martinho Mauricio. Pericia Contábil 3º Edição Ano 2000

• MAGALHAES, Antonio de Deus Farias. Perícia Contábil 3º Edição –


Ano 2001
• Novo código de Processo Civil Lei 13.105 de 16 de Março de 2015.
Disponível em :
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.ht
m
• Portal CRC : Disponível em
https://crcsp.org.br/portal/fiscalizacao/pericia.htm

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