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CARREIRAS POLICIAIS

LÍNGUA PORTUGUESA
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ÍNDICE

Sumário
Acentuação – ditongos “ei” e “oi” ....................................................................................... 13
Acentuação – “i” e “u” formando hiato ................................................................................ 14
Hiato .................................................................................................................................. 14
Palavras homônimas ......................................................................................................... 14
Noções de fonética ............................................................................................................ 17
Separação silábica ............................................................................................................ 17
Classificação das palavras quanto à pronúncia, grafia e significado .................................. 18
Classificação dos ditongos (encontros vocálicos) .............................................................. 19
Encontros consonantais ..................................................................................................... 19
Translineação .................................................................................................................... 20
Pontuação ......................................................................................................................... 21
Substantivo ........................................................................................................................ 23
Classificação...................................................................................................................... 23
Coletivos ............................................................................................................................ 24
Número .............................................................................................................................. 25
Formação do plural nos substantivos compostos ............................................................... 26
Adjetivo .............................................................................................................................. 29
Plural dos adjetivos ............................................................................................................ 29
Flexão do adjetivo .............................................................................................................. 30
Grau do adjetivo ................................................................................................................ 30
Locução Adjetiva ............................................................................................................... 31
Advérbio ............................................................................................................................ 31
CLASSIFICAÇÃO DO ADVÉRBIO ..................................................................................... 31
Advérbio interrogativo ........................................................................................................ 32
ADVÉRBIO INTERROGATIVO .......................................................................................... 32
Locução adverbial .............................................................................................................. 32
Emprego dos Pronomes Pessoais ..................................................................................... 33
Pronome Possessivo ......................................................................................................... 34
Pronome demonstrativo ..................................................................................................... 35
Numerais ........................................................................................................................... 37
Preposição......................................................................................................................... 40
Contração das preposições com artigos......................................................................... 40
Contração das preposições com pronomes ................................................................... 40
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Locuções prepositivas ....................................................................................................... 41


Conjunções e locuções conjuncionais coordenativas......................................................... 42
Interjeições ........................................................................................................................ 43
Locuções interjetivas ......................................................................................................... 44
Verbo ................................................................................................................................. 45
Estrutura das Formas Verbais ........................................................................................ 45
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas ................................................................................... 47
Classificação dos Verbos ............................................................................................... 47
Conjugação dos Verbos Auxiliares ................................................................................. 51
Modos Verbais ............................................................................................................... 59
Formas Nominais ........................................................................................................... 59
Tempos Verbais ............................................................................................................. 61
Formação dos Tempos Simples......................................................................................... 63
Tempos Compostos ........................................................................................................... 64
Locuções Verbais ........................................................................................................... 66
Vozes do Verbo.............................................................................................................. 67
Desinências ....................................................................................................................... 69
Vogal Temática .................................................................................................................. 70
Tema .............................................................................................................................. 70
Vogais e Consoantes de Ligação....................................................................................... 70
Predicado verbal ................................................................................................................ 71
Verbo intransitivo ........................................................................................................... 71
Verbo transitivo .............................................................................................................. 71
Objeto direto................................................................................................................... 72
Objeto indireto ................................................................................................................ 72
Frases................................................................................................................................ 72
Tipos de frases............................................................................................................... 72
Formas de frase ............................................................................................................. 73
Período e oração ............................................................................................................ 74
Elementos essenciais da oração........................................................................................ 75
Crase ................................................................................................................................. 79
Emprego da crase ............................................................................................................. 79
Emprego de certas palavras .............................................................................................. 81
Por que, Porquê, Porque, Por que ..................................................................................... 81
CONJUNTOS NUMÉRICOS .............................................................................................. 85
CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS (N) .................................................................. 86

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CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z) .................................................................... 89


CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS (Q) ................................................................ 92
CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R) ......................................................................... 97
-2 3 ................................................................................................................................ 98
PROPORCIONALIDADE ................................................................................................. 100
RAZÕES E PROPORCÕES ............................................................................................ 100
DIVISÃO PROPORCIONAL ............................................................................................ 102
REGRA DE TRÊS ........................................................................................................... 108
PORCENTAGEM............................................................................................................. 113
JURO SIMPLES .............................................................................................................. 115
EQUAÇÕES DO 1º GRAU ............................................................................................... 127
SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU COM DUAS VARIÁVEIS ................................. 131
EQUAÇÃO DO 2º GRAU ................................................................................................. 137
FUNÇÕES ....................................................................................................................... 146
DIVISÃO POLÍTICA E REGIONAL DO BRASIL ............................................................... 152
Região Nordeste .............................................................................................................. 152
Região Centro-Oeste ....................................................................................................... 152
Região Sudeste ............................................................................................................... 152
Região Sul ....................................................................................................................... 152
O BRASIL NA AMÉRICA LATINA .................................................................................... 152
As Organizações Políticas e Econômicas da América Latina ........................................... 153
ALADI – Associação Latino-Americana de Desenvolvimento e Integração ...................... 153
Mercosul - Mercado Comum do Sul ................................................................................. 153
Posição do Brasil no Mercosul ......................................................................................... 153
POPULAÇÃO BRASILEIRA............................................................................................. 154
Distribuição da população ................................................................................................ 154
Áreas Densamente Povoadas ............................................................................................... 154
Crescimento Populacional ............................................................................................... 155
Estrutura etária e formação da população ....................................................................... 156
Estrutura por sexos .......................................................................................................... 157
Formação étnica da populaçõo brasileira ......................................................................... 157
População economicamente ativa - PEA ......................................................................... 158
RANKING DA QUALIDADE DE VIDA .............................................................................. 159
DISTRIBUIÇÃO DA RENDA NO BRASIL ........................................................................ 160
MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS ................................................................... 161
Mlgração de campo-cidade ou êxodo rural ...................................................................... 161
Causas repulsivas:........................................................................................................... 162
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Causas atrativas: ............................................................................................................. 162


Conseqüência do êxodo rural: ......................................................................................... 162
2. Hoje: a atração dos centros regionais ..................................................................... 162
3. 1970-1990: a nova fronteira agrícola do Brasil........................................................ 163
Migrações Internas Recentes .......................................................................................... 163
Migrações diárias ............................................................................................................. 163
Movimentos migratórios externos .................................................................................... 164
Suas características sociais ............................................................................................. 165
Seus aspectos econômicos ............................................................................................. 165
Imigração no Brasil .......................................................................................................... 165
Fatores favoráveis à imigração ........................................................................................ 166
Fatores desfavoráveis à imigração .................................................................................. 166
Alterações na década da 30 ............................................................................................ 167
Fatores que motiveram a imigração para o sudeste e sul ................................................ 167
Conseqüências desta imigração ...................................................................................... 167
Grupos de imigrantes....................................................................................................... 167
Alemães........................................................................................................................... 167
Eslavos ............................................................................................................................ 168
Turcos e árabes ............................................................................................................... 168
Japoneses ....................................................................................................................... 169
Italianos ........................................................................................................................... 169
Espanhóis ........................................................................................................................ 170
Portugueses .................................................................................................................... 170
Outros imigrantes............................................................................................................. 170
Urbanização 1 ................................................................................................................. 171
Introdução Hábitat ............................................................................................................ 171
Hábitat Rural .................................................................................................................... 171
Hábitat Urbano................................................................................................................. 171
Hábitat rural ..................................................................................................................... 171
Disperso ............................................................................................................................ 172
Ordenado .......................................................................................................................... 172
Desordenado ...................................................................................................................... 172
Aglomerado ....................................................................................................................... 172
Núcleo .............................................................................................................................. 172
Povoados........................................................................................................................... 172
Coloniais ........................................................................................................................... 172

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Hábitat urbano ................................................................................................................. 173


Classificação das Cidades Quanto à Origem Cidades espontâneas ou naturais ............. 173
Cidades planejadas ou artificiais ...................................................................................... 173
Classificação das Cidades quanto ao Sítio Urbano .......................................................... 173
Observação ..................................................................................................................... 174
CLASSIFICAÇÃO DAS CIDADES QUANTO À POSIÇÃO GEOGRÁFICA ...................... 175
Fluvial: ............................................................................................................................. 175
Marítima........................................................................................................................... 175
Litorânea (não banhada pelo mar) ................................................................................... 175
Classificação das cidades quanto à função urbana ......................................................... 175
Comercial ........................................................................................................................ 176
Industrial .......................................................................................................................... 176
Religiosa .......................................................................................................................... 176
Turística (balneária) ......................................................................................................... 177
Militar estratégica ............................................................................................................. 177
Turística (histórica) .......................................................................................................... 177
Portuária .......................................................................................................................... 177
Administrativa .................................................................................................................. 177
Classificação das Cidades quanto à Hierarquia Urbana .................................................. 177
Metrópole nacional .......................................................................................................... 177
Metrópole regional ........................................................................................................... 177
Capital regional ................................................................................................................ 178
Centro regional ................................................................................................................ 178
2. Urbanização ........................................................................................................... 178
Causas da urbanização: .................................................................................................. 179
3. Megalópoles ........................................................................................................... 179
4. A Grande São Paulo ............................................................................................... 179
Conceitos Importantes Região Polarizada ....................................................................... 179
Rede Urbana ................................................................................................................... 179
Áreas metropolitanas ....................................................................................................... 180
Conurbação ..................................................................................................................... 180
Regiões funcionais urbanas ............................................................................................. 180
Macrocefalismo................................................................................................................ 180
Subemprego .................................................................................................................... 180
Importância da Atividade Agrícola .................................................................................... 180
Fatores ............................................................................................................................ 180

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Naturais Clima.................................................................................................................. 180


Solo ................................................................................................................................. 181
Problemas dos Solos ....................................................................................................... 182
Combate aos problemas do solo...................................................................................... 182
Os efeitos do uso do solo ................................................................................................ 183
Principais problemas da agricultura Subaproveitnmanto do Espaço Agrícola .................. 183
O Uso da Terra ................................................................................................................ 183
Produtividade Agrícola ..................................................................................................... 183
Armazenamento e Transporte ......................................................................................... 184
Estrutura fundiária ........................................................................................................... 184
Região Norte.................................................................................................................... 186
Região Nordeste .............................................................................................................. 187
Região Centro-Oeste ....................................................................................................... 187
Região Sul ....................................................................................................................... 187
SISTEMAS AGRÍCOLAS DE PRODUÇÃO ...................................................................... 188
Sistema Intensivo ............................................................................................................ 188
Terra escassa .................................................................................................................. 188
Sistema Extensivo ........................................................................................................... 188
Exploração da Terra ........................................................................................................ 189
EXTRATIVISMO MINERAL ............................................................................................. 189
Minerais ........................................................................................................................... 190
Rochas ............................................................................................................................ 190
Rochas magmáticas ou ígneas ........................................................................................ 190
Rochas sedimentares ...................................................................................................... 190
Rochas metamórficas ...................................................................................................... 190
Estrutura Geológica do Brasil........................................................................................... 190
Os principais minérios do Brasil ....................................................................................... 191
Minério da ferro................................................................................................................ 191
Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais ............................................................................ 191
Morro do Urucum em Moto Grosso do Sul ....................................................................... 192
Serra de Carajás.............................................................................................................. 192
Manganês ........................................................................................................................ 192
Serra do Navio (Amapá) .................................................................................................. 192
Quadrilátero de Ferro....................................................................................................... 192
Morro do Urucum (MS) .................................................................................................... 192
Serra dos Carajás (PA) .................................................................................................... 193

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Alumínio........................................................................................................................... 193
Oriximiná (PA) ................................................................................................................. 193
Serra dos Carajás (PA). ................................................................................................... 193
Chumbo ........................................................................................................................... 193
Estanho ........................................................................................................................... 194
Rondônia ......................................................................................................................... 194
Cobre ............................................................................................................................... 194
Ouro ................................................................................................................................ 194
SaI Marinho ..................................................................................................................... 194
Observações.................................................................................................................... 194
FONTES DE ENERGIA ................................................................................................... 194
Petróleo ........................................................................................................................... 195
EXPLORAÇÃO ................................................................................................................ 195
Principais áreas produtoras continentais:......................................................................... 195
Produção no Brasil .......................................................................................................... 195
Refinação ........................................................................................................................ 196
Observação: .................................................................................................................... 197
Transporte - Oleodutos .................................................................................................... 197
Distribuição ...................................................................................................................... 197
Observação: .................................................................................................................... 198
Consumo ......................................................................................................................... 198
Carvão mineral ................................................................................................................ 198
Brasil: Produção de Carvão Mineral ................................................................................. 198
Principais Depósitos ........................................................................................................ 198
! Rio Grande do Sul ......................................................................................................... 198
Principais Áreas Produtoras ............................................................................................. 198
! Rio Grande do Sul ......................................................................................................... 199
Problemas de Exploração ................................................................................................ 199
Eletricidade ...................................................................................................................... 200
Observação ..................................................................................................................... 200
Principais Empresas ligadas à Produção de Energia Elétrica .......................................... 200
Principais Usinas Hidrelétricas RIO USINA ...................................................................... 201
Xisto Pirobetuminoso ....................................................................................................... 201
Gás natural ...................................................................................................................... 201
Álcool ............................................................................................................................... 201
Energia Solar ................................................................................................................... 202

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Por que a porticipação do Brasil no setor nuclear? .......................................................... 203


O Acordo Nuclear Brasil - República Federal da Alemanha ............................................. 203
Urânio e os Reatores Nucleares ...................................................................................... 205
As Vantagens e Desvantagens do Uso de Energia Nuclear Vantagens: .......................... 205
Desvantagens: ................................................................................................................. 205
Usinas Nucleares ............................................................................................................. 206
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA ................................................................................ 206
Tipos de Indústria ............................................................................................................ 206
Bens de Produção ........................................................................................................... 206
Bens de Consumo ........................................................................................................... 206
Evolução Indusstrial no Brasil .......................................................................................... 207
2. Distribuição Geográfica da Atividade Industrial ....................................................... 208
Região Sudeste ............................................................................................................... 208
Destaques do Sudeste São Paulo ................................................................................... 208
Minas Gerais.................................................................................................................... 208
Rio de Janeiro.................................................................................................................. 209
Região Sul ....................................................................................................................... 209
Região Nordeste .............................................................................................................. 209
3. Principais Indústrias ............................................................................................... 209
% s/ os estabelecimentos industriais ............................................................................... 209
Alimentícias ..................................................................................................................... 210
Automobilística ................................................................................................................ 210
Siderurgia ........................................................................................................................ 211
Distribuição espacial das usinas siderúrgicas .................................................................. 211
Os problemas da nossa indústria e atualidades sobre o setor ......................................... 211
TRANSPORTES .............................................................................................................. 212
Velhos caminhos.............................................................................................................. 212
Transporte ferroviário - Histórico ...................................................................................... 213
Situação Atual.................................................................................................................. 214
TRANSPORTE RODOVIÁRIO E OUTROS ..................................................................... 216
RODOVIAS RADIAIS....................................................................................................... 216
Rodovias Longitudinais Número Ligação Extensão BR-101 ............................................ 217
Rodovias Transversais Número Ligação Extensão .......................................................... 218
Observação ..................................................................................................................... 219
Navegação fluvial e marítima Navegação fluvial .............................................................. 219
Bacia Amazônica ............................................................................................................. 219

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Bacia do Prata ................................................................................................................. 219


Bacia do São Francisco ................................................................................................... 220
Outras bacias................................................................................................................... 220
Navagação marítima ........................................................................................................ 220
Navegação de longo curso ou internacional .................................................................... 220
Portos .............................................................................................................................. 221
Corredor de exportação ................................................................................................... 221
Corredor de exportação do Rio Grande ........................................................................... 221
Corredor de exportação de Paranaguá ............................................................................ 222
Corredor de exportação de Santos .................................................................................. 222
Corredor de exportação de Vitória-Tubarão ..................................................................... 222
Transporte aéreo ............................................................................................................. 222

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Nova regra ortográfica


Candidatos a vagas em concursos públicos devem começar a estudar
desde já as mudanças previstas na reforma ortográfica de 2009. Até 31 de
dezembro de 2012, o país terá um período de transição, no qual valerão tanto
a ortografia atual quanto as novas regras.O acordo ortográfico unifica a escrita
nos oito países que falam português: Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. E, apesar
de a incorporação das mudanças pelos livros escolares ser obrigatória a partir
de 2010, editoras prevêem lançamento de livros com as novas regras já em
2009.

Veja as regras atuais e o que vai mudar na Língua Portuguesa:

Alfabeto

Nova Regra

O alfabeto será formado por 26 letras

Como é

As letras “k”, “w” e “y” não são consideradas integrantes do alfabeto

Como será

Essas letras serão usadas em unidades de medida, nomes próprios, palavras


estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground,
William, Kafka, kafkiano.

Trema

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Nova regra

Não existirá mais o trema na língua portuguesa. Será mantido apenas em


casos de nomes estrangeiros. Exemplo: Müller, mülleriano.

Como é

Agüentar, conseqüência, cinqüenta, freqüência, tranqüilo, lingüiça, bilíngüe.

Como será

Aguentar, consequência, cinquenta, frequência, tranquilo, linguiça, bilíngue.

Acentuação – ditongos “ei” e “oi”

Nova regra

Os ditongos abertos “ei” e “oi” não serão mais acentuados em palavras paroxítonas

Como é

Assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia,


jibóia, apóio, heróico, paranóico

Como será

Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, Coreia, boia, paranoia,


jiboia, apoio, heroico, paranoico.

Obs: Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em éi, éu e


ói e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis,
troféu, céu, chapéu.

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Acentuação – “i” e “u” formando hiato

Nova regra

Não se acentuarão mais "i" e "u" tônicos formando hiato quando vierem
depois de ditongo

Como é

baiúca, boiúna, feiúra, feiúme,

bocaiúva Como será

baiuca, boiuna, feiura, feiume, bocaiuva

Obs 1: Se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem em posição final o


acento permanece: tuiuiú, Piauí.

Obs 2: Nos demais “i” e “u” tônicos, formando hiato, o acento continua.
Exemplo: saúde, saída, gaúcho.

Hiato
Nova regra

Os hiatos "oo" e "ee" não serão mais acentuados

Como é

enjôo, vôo, perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem, relêem

Como será

enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem, releem

Palavras homônimas

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Nova regra

Não existirá mais o acento diferencial em palavras homônimas (grafia


igual, som e sentido diferentes)

Como é

Pára/para, péla/pela, pêlo/pelo, pêra/pera,

pólo/polo Como será

para, pela, pelo, pera, polo

Obs 1: O acento diferencial ainda permanece no verbo poder (pôde, quando


usado no passado) e no verbo pôr (para diferenciar da preposição por).

Obs 2: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras


forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara.
Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Hífen – “r” e “s”

Nova regra

O hífen não será mais utilizado em prefixos terminados em vogal seguida de


palavras iniciadas com "r" ou "s". Nesse caso, essas letras deverão ser
duplicadas.

Como é

ante-sala, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-rival, auto-


regulamentação, auto- sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha,
extra-regimento, infra-som, ultra- sonografia, semi-real, supra-renal.

Como será

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Carreiras Policias

antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirrival,


autorregulamentação, autossugestão, contrassenso, contrarregra,
contrassenha, extrarregimento, infrassom, ultrassonografia, semirreal,
suprarrenal.

Hífen – mesma vogal

Nova Regra

O hífen será utilizado quando o prefixo terminar com uma vogal e a segunda
palavra começar com a mesma vogal.

Como é

antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista,


arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus.

Como será

anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo,


arqui- irmandade, micro-ondas, micro-ônibus.

Hífen – vogais diferentes

Nova regra

O hífen não será utilizado quando o prefixo terminar em vogal diferente da que
inicia a segunda palavra.

Como é

auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada,


auto- instrução, co-autor, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem,
extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-
expressionista, neo- imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático

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Carreiras Policias

Como será

autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada,


autoinstrução, coautor, contraexemplo, contraindicação, contraordem,
extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino,
neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiárido, semiautomático.

Obs: A regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por h: anti-
herói, anti- higiênico, extra-humano, semi-herbáceo.

Noções de fonética
Separação silábica

Número de sílabas Exemplos

Monossílabas 1 a, é, eu, há, teu, sim, quais

a-í, me-sa, u-va, ma-nhã, ru-


Dissílabas 2
a, qual-quer

a-ba-no, or-gu-lhar, ar-tis-ta,


Trissílabas 3
fu-ra-cão

so-bre-tu-do, an-ti-ga-men-te,
Polissílabas mais de 3
in-com-pre-en-sí-vel

Classificação de palavras quanto à acentuação

Acento Tónico Exemplos

avô, colibri, boné,


Oxítonas ou agudas na última sílaba
Benjamim, fuzil,
alçapão

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Carreiras Policias

ave, automóvel, caneta,


Paroxítonas ou graves na penúltima sílaba tristonho, porteiro,
asteróide

Proparoxítonas ábaco, exército,


na antepenúltima sílaba
fábrica, tónico,
ou esdrúxulas
óptimo, túmulo

Classificação das palavras quanto à pronúncia,


grafia e significado

Definição Exemplos

à, há
acento (sinal), assento
Homófonas Mesma pronúncia, grafia e
(banco)
significado diferentes
hera (planta), era (época)
cela (prisão), sela
(cavalo)

este, Este (ponto cardeal)


pregar (pregos), pregar
Homógrafas Mesma grafia, pronúncia e
(discurso)
significado diferentes
doméstica, domestica
cópia, copia

amo (senhor), amo (verbo


amar)
Mesma pronúncia e grafia, canto (ângulo), canto (verbo
Homónimas
significados diferentes cantar)
são (saudável), são
(verbo ser)

Parónimas Grafia e pronúncia comprimento,


cumprimento
parecidas, significados
arrolhar, arrulhar
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Carreiras Policias

diferentes eminente,
iminente
despensa,
dispensa

Ditongo: Combinação de uma vogal e de uma semivogal (i e u) que se


pronuncia numa só emissão de voz.
Hiato: Encontro de duas vogais. Ex: rainha, saiam, país.

Classificação dos ditongos (encontros vocálicos)

Crescentes Decrescent
es
A semivogal antecede a vogal:
A vogal antecede a semivogal:

perícia, espécie, fastio, vácuo,


pai, feito, varapau, réu, biscoito, muito
ténue, água

Orais Nasais

O som sai só pela boca: O som sai pela boca e fossas nasais:

saia, farnéis, fugiu, boi, uivar mãe, cãimbra, vem, mão, comeram

Abertas Fechadas

au: eu:
mau seu oi:
éu: foi õe:
ilhéu ói: põe
dói

Encontros consonantais

Encontro consonantal Exemplos


19
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bl bloco

br branco, rubro

cl claro, tecla

cr cravo, acre

dr dragão, vidro

fl flor, ruflar

fr francês, refrão

gr grande, regra

tl atlas

vr palavra

Translineação
Regra geral: as palavras são separadas de acordo com a sua divisão silábica.

Não se separam Exemplos Separam-se Exemplos

mui-to as vogais que fe-é-ri-


as vogais que
ca-dei- formam hiato e os co ra-i-
formam ditongos
ra he- ditongos nha
rói-co consecutivos sai-am, ru-iu

fú-ria as consoantes
ab-di-car
os grupos ia, ie, sé-rie seguidas que
ac-tu-a-
io, oa, ua, ue, vá- pertencem a
ção ins-
uo rios sílabas diferentes
tru-tor
té-nue

20
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os grupos de
consoantes a-bri-go ac-cio-
os pares de
consecutivas pro-cla- nar ter-ra
consoantes iguais
formados por b, c, mar em- mas-sa
(cç, rr, ss) e as
d, f, g, p, t, v pre-go des-ça
letras dos dígrafos
seguidos de l ou r pa-la-vró- ex-ce-len-te
sc, sç, xc
(excepto o prefixo rio a-dro
sub)

pneu-mo-nia
os grupos pn, mn,
ps psí-qui-co
quando iniciam
sílaba mne-mó-ni-ca Obs.:
em palavras com
ba-cha-rel hífen, quando este vice-/-almirante
os dígrafos ch, lh, ma-lha-do coincide no final da deita-/-te
nh
ma-nhã linha, é repetido na
linha seguinte
al-guém
os grupos gu e qu
e-qua-dor

Pontuação
os sinais de pontuação são empregados para orientar o leitor,
substituindo, na escrita, a melodia e a entonação que damos às frases
quando falamos. Na língua portuguesa, há os seguintes sinais de pontuação:

Sina Utilizaçã
l o
Ponto (.) usa-se no final do período, indicando que o sentido
está completo e nas abreviaturas (Dr., Exa., Sr.);
marca uma

21
Carreiras Policias

pausa absoluta

marca uma pequena pausa. É usada para separar: o


aposto; o vocativo; o atributo; os elementos de um
sintagma não ligados pelas conjunções e, ou, nem; as
Vírgula (,) coordenadas assindéticas não ligadas por conjunções;
as orações relativas; as orações intercaladas; as
orações subordinadas e as adversativas introduzidas
por mas, contudo, todavia e porém.

sinal intermédio entre o ponto e a vírgula que indica


que a frase não está finalizada. Usa-se: em frases
constituídas por várias orações, algumas das quais já
Ponto e vírgula (;) contêm uma ou mais vírgulas; para separar frases
subordinadas dependentes de uma subordinante;
como substituição da vírgula na separação da oração
coordenada adversativa da oração principal.

marcam uma pausa e anunciam: uma citação; uma


Dois pontos (:)
fala; uma enumeração; um esclarecimento; uma
síntese

usa-se no final de uma frase interrogativa directa e


Ponto de interrogação (?)
indica uma pergunta

usa-se no final de qualquer frase que exprime


Ponto de exclamação (!)
sentimentos, emoções, dor, ironia e surpresa

marcam uma interrupção na frase indicando que o


Reticências (...)
sentido da oração ficou incompleto

usam-se para delimitar citações; para referir títulos de


Aspas ("...")
obras; para realçar uma palavra ou expressão

22
Carreiras Policias

marcam uma observação ou informação


Parênteses (...)
acessória intercalada no texto

Constitui cada uma das secções de frases de um


Parágrafo (§) escrito; começa por letra maiúscula, um pouco além
do ponto em que começam as outras linhas.

marca o início e o fim das falas, no diálogo para


Travessão (-) distinguir cada um dos interlocutores; as orações
intercaladas; as sínteses no final de um texto.
Substitui os parênteses.

Substantivo
É a palavra variável que serve para dar nome às pessoas, àsquantidades, aos
sentimentos, aos objetos, aos lugares e a todos os seres, sejam reais ou imaginários.

O substantivo pode vir precedida de artigo.

Era-lhe familiar o canto matinal e o amanhecer.

O artigo, amanhecer precedida de artigo é

classificada como substantivo.

Classificação

Primitivos Derivados
São criados a partir de outras
Criam outras
palavras. palavras.

Ex.: terra, casa Ex.: terreiro, aterrar; casebre, casinha

23
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Simples Compostos
Formados por apenas um radical. Formados por mais de um
radical. Ex.: cabra, tempo Ex.: cabra-cega, passatempo

Comuns Próprios
Qualquer ser da espécie. Um ser específico da espécie.
Ex.: rua, praça, mulher Ex.: rua Rio de Janeiro, praça
Duque de Caxias, Isabela

Os substantivos próprios serão sempre escritos com inicial maiúscula.

Concretos Abstratos
Nomeiam objetos, lugares, Nomeiam ações, estados,
pessoas, animais...Podem ser sentimentos,
visualizados. qualidades...Dependem de outros
Ex.: Carmem, mesa, urso seres para existir. Não é possível
visualizá-los
Ex.:alegria, tristeza
Quando quero visualizar alegria posso desenhar um sorriso, por
exemplo, mas não a alegria.

Coletivos

Os substantivos coletivos transmitem a noção de plural, embora sejam


grafados no singular. Nomeiam um agrupamento de seres da mesma
espécie. Abaixo lista de alguns coletivos:
Alcatéia De lobos
Álbum De fotografias
Antologia De trechos literários
Assembléia De parlamentares, associados
Baixela De objetos de mesa

24
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Banca De examinadores
Bandeira De garimpeiros
Bando De aves
Cacho De uvas
Cancioneiro De poemas, canções
Concílio De bispos
Corja De ladrões
Elenco De artistas
Enxoval De roupas
Feixe De lenha
Flora De vegetais
Girândola De fogos de artifício
Junta De examinadores, médicos, bois
Legião De demônios, soldados, anjos
Malta De desordeiros
Nuvem De insetos
Panapaná De borboletas
Pinacoteca De pinturas
Plantel De atletas, animais de raça
Repertório De peças teatrais, anedotas, músicas
Revoada De pássaros
Romanceiro De poesias populares
Súcia De pessoas desonestas
Vocabulário De palavras

Número

Formação do plural nos substantivos simples

Regra geral: o plural é formado pelo acréscimo da


desinência -s. Ex.: mapa/mapas, degrau/degraus

25
Carreiras Policias

Terminados em -ão: plural em -ões, -ães ou ãos.


Ex.: questão/questões, capitão/capitães, irmão/irmãos

Terminados em -r, -z: acréscimo de


-es. Ex.: bar/bares, raiz/raízes

Terminados em -s: acréscimo de -es quando forem oxítonos; invariáveis quando


não forem oxítonos.
Ex.: país/países, lápis/lápis

Terminados em -l: substitui-se o -l por


-is. Ex.: anel/anéis, álcool/álcoois
Exceções: mal/males, cônsul/cônsules

Terminados em -m: trocam -m por -


ns. Ex.: atum/atuns, álbum/álbuns

Terminados em -x: são


invariáveis. Ex.: látex/látex,
xerox/xerox

Terminados em -zito, -zinho: pluraliza-se a palavra primitiva sem o -s e a


terminação. Ex.: balão + zinho = balõe(s) + zinhos/ balõezinhos

Formação do plural nos substantivos compostos


 Flexionam-se os substantivos, adjetivos, numerais e pronomes sem
preposição entre eles.
Ex.: primeiro (numeral) - ministro (substantivo)/ primeiros-ministros
 Não se flexionam os verbos, advérbios e demais palavras
invariáveis. Ex.: vira(verbo) - lata(substantivo)/ vira-latas
 Elementos ligados por preposição: só o primeiro elemento é
flexionado. Ex.: mula-sem-cabeça/ mulas-sem-cabeça
 Palavras repetidas ou onomatopaicas: só o segundo elemento é
flexionado. Ex.: pingue-pongue/ pingue-pongues, reco-reco/ reco-
recos

26
Carreiras Policias



 Quando o segundo elemento limita ou determina o primeiro: só o primeiro
elemento é flexionado.
Ex.: caneta-tinteiro/canetas-tinteiro, peixe-boi/ peixes-boi

Gênero
Quanto ao gênero, os substantivos podem ser:

Biformes: possuem duas formas, uma para o feminino e outra para o


masculino. Ex.: gato/gata, cabra/bode

Uniformes: possuem apenas uma forma para os dois


gêneros. Os substantivos uniformes se subdividem em:

 Epicenos: uma só forma para os dois gêneros, a distinção é feita pelas


palavras macho e fêmea.
Ex.: formiga macho/formiga fêmea, cobra macho/cobra fêmea

 Comuns de dois gêneros: uma só forma para os dois gêneros, a distinção é


feita pelo determinante (artigo, pronome, adjetivo...).
Ex.: a pianista/ o pianista, belo colega/ bela colega

 Sobrecomuns: uma só forma para os dois gêneros, não é possível fazer a


distinção pelos determinantes. A distinção pode ser feita pela expressão: do
sexo masculino/ do sexo feminino.
Ex.: a pessoa, a criatura, a criança, o cônjuge

Grau
É a possibilidade de indicar o tamanho do ser que nomeia.

Os substantivos podem estar em três graus:

 normal
 aumentativo

27
Carreiras Policias




 diminutivo

As variações de grau podem ser feitas de duas formas:

Analítica: Acréscimo de um adjetivo: casa pequena/grande, pé

pequeno/grande Sintética: Acréscimo de um sufixo: casinha-casebre/,

pezinho/pezão

Alguns sufixos utilizados na formação do grau sintético:

Grau diminutivo Grau aumentativo


-inho, -zinho, -ebre, -im, - -ona, -ázio, -aça, -az, -arra...
acho,
-ejo, -eta, -ote...

28
Carreiras Policias

Ex.: amorzinho, riacho, lugarejo Ex.: bocarra, copázio,


mulherona

Adjetivo

É a palavra variável que dá característica, qualidade ao substantivo.

Candidatos experientes.

Plural dos adjetivos

O adjetivo toma a forma singular ou plural do substantivo que qualifica.

Terminação (regra geral) Plural Exemplos

vogal e ditongo acrescenta-se -s tristes, maus

consoante acrescenta-se -es felizes, elementares

Terminação (particularidades) Plural Exemplos

-ão muda para -ãos, -ães ou -ões sãos, glutões

-m muda para -ns jovens, bons

-al, -ol, -ul muda para -ais, -ois, -uis ovais, azuis

-el muda para -éis, -óis moscatéis, fiéis, espanhóis

-il tónico muda o -l em -s febris, infantis

-il átono muda para -eis fúteis, férteis

-ás, -ês, -is acrescenta -es portugueses

-s, -x não muda simples

29
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Adjetivos compostos Plural Exemplo


s

só o último elemento toma a forma


agro-pecuárias, hispano-
por justaposição do plural (exceptua-se surdo-mudo
americanos, médico-cirúrgicos,
que toma a forma surdos-mudos)
luso-americanas

referentes a cores quando o verde-esmeralda, amarelo-


não mudam
segundo elemento é um canário, verde-azeitona
substantivo

Flexão do adjetivo

 singular ou plural
 masculino ou feminino (gênero)

Grau do adjetivo

 normal ou
positivo Caio é
caridoso.

Superioridade:Sandra é mais esperta que Flávia.

 Comparativo Inferioridade: Sandra é menos esperta que Flávia.

Igualdade: Sandra é tão esperta quanto Flávia.

 Superlativo –

Sintético: Sandra é espertíssima.

Absoluto

Analítico: Sandra é muito esperta.

30
Carreiras Policias

Relativo Superioridade: Sandra é a mais esperta do

grupo. Inferioridade: Sandra é a menos

esperta do grupo.

Locução Adjetiva

É o grupo de duas ou mais palavras (com valor de adjetivo) que caracteriza o


substantivo. A locução adjetiva é formada de preposição ou contração .

Cadernos do pacote. Veio do pacote.

(subst.) (locução adjetiva) (não há locução adjetiva porque não

caracteriza O substantivo.)

Advérbio

É a palavra invariável que modifica o verbo, acrescentando-lhe circunstâncias


de tempo, modo,lugar, intensidade...

CLASSIFICAÇÃO DO ADVÉRBIO

Lugar Aqui, lá, ali,atrás, perto, longe, etc.

Dúvida Possivelmente, talvez, porventura, etc.

Negação Não, absolutamente

Tempo Hoje, amanhã, breve, logo, cedo, etc.

Intensidade Pouco, muito, todo, mais, menos, etc.

Afirmação Sim, certamente, realmente, etc.

31
Carreiras Policias

Modo Assim, bem, apenas, depressa, etc.

Advérbio interrogativo

Onde, quando, como, por que são advérbios interrogativos, empregados em frases
interrogativas diretas e indiretas, expressando circunstânciasde lugar,modo, etc.

ADVÉRBIO INTERROGATIVO

Interrogativa Direta Interrogativa Indireta


De tempo

De modo Quando você chegará? Diga-me quando você vai chegar.

Como será comprado a pá? Perguntaram como será comprada essa pá.

Onde fica a loja? Mostre-nos onde fica a loja.

Por que Cláudia saiu? Ninguém sabia por que Cláudia havia saído.

Locução adverbial

São duas ou mais palavras que exercem função de advérbio, exprimindo também
circunstâncias de modo, causa, lugar, etc. Alguns exemplos:

 De causa: Morreu de fome.


 De meio: Andou de carro.
 De instrumento: Cortou-se com a tesoura.
 Companhia: Foi ao centro com a prima.
 De condição: Sem aplicação, não chegarás.
32
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Emprego dos Pronomes Pessoais

Os pronomes oblíquios o, a, os, as podem sofrer alterações. Assim :

 Após verbos terminados em r, s, z, os pronomes o, a, os, as, adquirem as


formas lo, la, los, lãs e os verbos perdem as letras finais r, s, z.

Eu quero pedir o

almoço. Eu quero

pedi-lo.

 Após verbos terminados em m, ao, õe, circunstância em que adquirem as


formas no, na, nos, nas.

Pediram a força.

Pediram-na.

 Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos na linguagem formal.

Chamei-o.

 Após a preposição para, usam-se os pronomes retos eu, tu, ele, nós vós, eles
antes de verbo no infinitivo.

Antonio mandou o ofício para eu pesquisar.


33
Carreiras Policias


 O pronome conosco deve ser usado na forma contraída.

Compre conosco.

Pronome Possessivo

É aquele que indica posse de alguma coisa por parte de uma das pessoas do
discurso.

PRONOME POSSESSIVO

Indica coisa que Masculino Feminino Masculino Plural


pertence à: Singular Singular
Feminino Plural

1ª pessoa (eu) meu minha meus minhas


(nós) nosso nossa nosso nossas
s

34
Carreiras Policias

2ª pessoa (tu) teu tua teus tuas


(vós) vosso vossa vosso vossas
s

3ª pessoa (ele) seu sua seus suas

(dele) seu (dela) (deles) (delas)


(eles)
seus (deles) suas
(dele) sua (delas)
(dela)

Pronome demonstrativo

É aquele que indica a posição dos seres em relação às pessoas do discurso.

PRONOME DEMONSTRATIVO

Posição Masculin Feminin Masculin Feminin Invariáveis


quanto o o o plural o plural
à singular singular
1ª pessoa Este Esta Estes Estas Isto
(a que
fala)

2ª pessoa Esse Essa Esses Essas Isso


(com
quem se
fala)

3ª pessoa Aquele Aquela Aqueles Aquelas Aquilo


(de quem se
fala)

35
Carreiras Policias

 Também são pronomes demonstrativos as


palavras: Mesmo, mesma, mesmos, mesmas,
indicando ênfase

Nós mesmos nada sabemos sobre vocês.

Pronome Indefinido

É aquele que indica de modo vago a terceira pessoa do discurso.

 Variáveis: algum, nenhum, muito,pouco, bastante, todo, certo, etc.


 Invariáveis: tudo, alguém, cada, nada, outrem,etc.

Mostrei certas coisas. (pronome adjetivo indefinido)

Pronome Relativo- é aquele que substitui um nome já mencionado (antecedente) com


o qual se relaciona.

 Variável: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas


 Invariável: que, quem, onde

O móvel que vendi é bom. ( o qual vendi)

Pronome interrogativo

que?, quem?, qual?, onde?


 Que: substitui nomes de pessoas, objetos, animais, coisas. Pode ser trocado,
na frase, por o qual, a qual, os quais, as quais.

36
Carreiras Policias

 Quem: refere-se apenas a pessoas e vem sempre precedido de preposição.


 O qual, a qual, os quais,as quais: podem ser empregados no lugar de que, quem.
 Onde: refere-se a um antecedente que indica lugar.

Numerais

Números
Número Fraccionári Colectivo
(romanos Cardinais Ordinais Multiplicativos
s os s
)
(árabes
)

I
1 um primeiro

meio ou duo,
2 II dois segundo duplo ou dobro
metade dueto

3 III três terceiro triplo ou tríplice terço trio

4 IV quatro quarto quádruplo quarto quarteto

5 V cinco quinto quíntuplo quinto quinteto

6 VI seis sexto sêxtuplo sexto sexteto

7 VII sete sétimo séptuplo sétimo

8 VIII oito oitavo óctuplo oitavo

9 IX nove nono nónuplo nono novena

dezena
10 X dez décimo décuplo décimo
,
décad
a

11 XI onze undécuplo
undécimo ou undécimo ou

37
Carreiras Policias

décimo primeiro onze avos

duodécimo ou duodécimo
12 XII doze duodécuplo dúzia
décimo ou doze
segundo avos

treze
13 XIII treze décimo terceiro
avos,
etc.

14 XIV catorze décimo quarto

15 XV quinze décimo quinto

16 XVI dezesseis décimo sexto

17 XVII dezessete décimo sétimo

18 XVIII dezoito décimo oitavo

19 XIX dezenove décimo nono

20 XX vinte vigésimo vinte avos

vinte e um
21 XXI vinte e um vigésimo primeiro
avos

trinta avos,
30 XXX trinta trigésimo
etc.

40 XL quarenta quadragésimo

50 L cinquenta quinquagésimo

60 LX sessenta sexagésimo

70 LXX setenta septuagésimo

80 LXX oitenta octogésimo


X

90 XC noventa nonagésimo

38
Carreiras Policias

centena
100 C cem centésimo cêntuplo cem avos
, cento

duzento
200 CC duzentos ducentésimo
s avos

trezentos
300 CCC trezentos tricentésimo
avos

400 CD quatrocentos quadrigentésim


o

500 D quinhentos quingentésimo

600 DC seiscentos seiscentésimo

700 DCC setecentos septigentésimo

800 DCCC oitocentos octigentésimo

900 CM novecentos nongentésimo

1000 M mil milésimo mil avos milhar

10 000 X (1) dez mil dez milésimos dez mil avos

100 000 C (1) cem mil cem milésimos cem mil avos

1 000 000 M (1) um milhão milionésimo milionésimo

1 000 000 M (2) mil milhões


000

1 000 000
000 um bilião bilionésimo bilionésimo

000

(1)
As letras têm um traço por cima

(2)
As letras têm dois traços por cima.

39
Carreiras Policias

Preposição

é a palavra invariável que liga dois termos, estabelecendo relação entre eles.
As principais preposições são:

Contração das preposições com artigos

Artigos definidos Artigos indefinidos


Preposiçõ
es
o a os as um uma uns umas

a ao à aos às - - - -

de do da dos das dum duma duns duma


s

em no na nos nas num numa nuns numa


s

por pelo pela pelos pelas - - - -

Contração das preposições com pronomes

Pronomes
(1)
Preposiçõ
es
este esta estes estas

a - - - -

de deste desta destes destas

em neste nesta nestes nestas

por - - - -

40
Carreiras Policias

(1)
Dá-se a contração de preposições em outros pronomes: esse(s), essa(s), aquele(s),
aquela(s), isto, aquilo, ele(s), ela(s).

 Preposição simples ou essenciais: a, ante, após, contra, de, desde, para


sem, sob Cheguei da rua.

 Preposição acidental: palavras de outras classes, funcionando, em


certas circunstâncias, como preposição.
Tenho que sair.

Locuções prepositivas

Grupo de palavras que funcionam como preposição. Terminam sempre por


uma preposição simples.

Algumas locuções prepositivas muito usadas: à frente de, à espera de, a

fim de . Foi à procura de um remédio.

abaixo de apesar de em baixo de para baixo de


acerca de a respeito de em cima de para cima de

acima de atrás de em frente a para com

a despeito de através de em frente de perto de

adiante de de acordo com em lugar de por baixo de

a fim de debaixo de em redor de por causa de

além de de cima de em torno de por cima de

antes de defronte de em vez de por detrás de


ao lado de dentro de graças a por diante de

ao redor de depois de junto a por entre

a par de diante de perto de por trás de

41
Carreiras Policias

Conjunções e locuções conjuncionais


coordenativas

Subclasse Conjunçõ Locuções


es

e
não só ... mas
Copulativas també
também não só ...
(indicam adição) m nem
como também tanto
que (1)
... como

no entanto
mas
não
porém
obstante
Adversativas todavia
apesar
(indicam oposição) contud
disso ainda
o
assim
que (2)
mesmo assim
de outra sorte
entretanto
ao passo que

ou ... ou
ora ... ora
já ... já
Disjuntivas
ou quer ...
(indicam alternativa)
quer seja
... seja
seja ... ou
nem ... nem

Conclusivas
(ligam uma oração que logo por consequência
exprime conclusão ou pois por conseguinte
consequência a uma portanto pelo que
anterior)

42
Carreiras Policias

Explicativas pois
(ligam duas orações, a que
segunda das quais porquanto
justifica
o conteúdo da primeira) porque

(1)
Que é conjunção copulativa quando equivale a e. Bate que bate.

(2)
Que é conjunção adversativa quando equivale a mas. O trabalho deves fazê-lo tu
que (mas) não eu.

Interjeições
Vocábulos frase excluídos das classes de palavras.

Sentimento/Emoção Principais interjeições

alegria Ah! Oh!

animação, encorajamento Avante! Coragem! Eia! Força! Vamos!

aplauso Bem! Bis! Bravo! Viva!

cansaço Ah! Uf!

chamamento (invocação) Alô! Ó! Olá! Psiu! Pst! Eh!

descontentamento Mau!

desejo Oh! Oxalá!

dor Ai! Ui!

43
Carreiras Policias

encorajamento (para fazer levantar) Upa! Arriba!

espanto, surpresa Ah! Chi! Ih! Oh! Puxa!

impaciência, irritação Hum! Hem! Apre! Irra!

indignação Apre! Irra!

medo Ui!

silêncio Caluda! Psiu! Silêncio!

surpresa Ah! Ih! Oh!

suspensão Alto! Basta!

Locuções interjetivas

Sentiment Principais locuções interjectivas


o
Ai de mim! Pobre de mim! Valha-me
aflição, dor
Deus! Ai Jesus! Credo!

desejo Deus queira! Se Deus quiser!

impaciência, irritação Ora bolas! Raios o partam!

pedido de socorro Aqui del-rei! Socorro! Ó da guarda!

reconhecimento Bem haja!

44
Carreiras Policias

suspensão Alto aí! Alto lá!

saudação Adeus! bom dia! Boa noite!

Verbo
É a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e
voz. Pode indicar, entre outros processos:

ação (correr);

estado (ficar);

fenômeno

(chover);

ocorrência

(nascer); desejo

(querer).

O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus possíveis significados.
Observe que palavras como corrida, chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo
ao de alguns verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as
possibilidades de flexão que esses verbos possuem.

Estrutura das Formas Verbais


Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os
seguintes elementos:

a) Radical: É a parte invariável, que expressa o significado essencial do verbo.

Por exemplo:

fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)

45
Carreiras Policias

b) Tema: É o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que


pertence o verbo.

fala-r

São três as conjugações:

1ª - Vogal Temática - A -

(falar) 2ª - Vogal Temática - E

- (vender) 3ª - Vogal

Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporal: É o elemento que designa o tempo e o modo do

verbo. falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)

falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)

d) Desinência número-pesssoal: É o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª,


2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).

falamos (indica a 1ª pessoa do

plural.) falavam (indica a 3ª

pessoa do plural.)

Observação: O verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor, etc.),
pertencem à 2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal "e",
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo:
põe, pões, põem, etc.

46
Carreiras Policias

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas


Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o
conceito de acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas formas
rizotônicas, o acento tônico cai
no radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas,
o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação verbal: opinei, aprenderão,
nutriríamos.

Classificação dos Verbos


Classificam-se em:

a) Regulares: São aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e


cuja flexão não provoca alterações no radical.

canto cantei cantarei cantava cantasse

b) Irregulares: São aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas

desinências. faço fiz farei fizesse

c) Defectivos: São aqueles que não apresentam conjugação completa.


Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais.

Impessoais: São os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na
terceira pessoa do singular. Os principais verbos impessoais são:

a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações


temporais).

Havia poucos ingressos à venda. (Havia =


Existiam) Houve duas guerras mundiais. (Houve
= Aconteceram) Haverá reuniões aqui. (Haverá =
Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

b) fazer, ser e estar (quando indicam

tempo) Faz invernos rigorosos no Sul do

47
Carreiras Policias

Brasil.
Era primavera quando a
conheci. Estava frio naquele
dia.

c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover,


ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói,
"Amanheci mal-

humorado", usa-se o verbo "amanhecer" em sentido figurado. Qualquer verbo


impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser
pessoal.

Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial:


eu) Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito:
candidatos) Fiz quinze anos ontem. (Sujeito
desinencial: eu)

d) São impessoais, ainda:

1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.:
Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não
fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda,
nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então,
pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de "ser possível". Por exemplo:

Não deu para chegar mais


cedo. Dá para me arrumar uns
trocados?

Unipessoais: São aqueles que, tendo sujeito, se conjugam apenas nas terceiras
pessoas, do singular e do plural.

48
Carreiras Policias

A fruta amadureceu.

As frutas amadureceram.

Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na

linguagem figurada: Teu irmão amadureceu bastante.

Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais;

eis alguns: bramar: tigre

bramir: crocodilo

cacarejar:

galinha coaxar:

sapo cricrilar:

grilo

Os principais verbos unipessoais são:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).

Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos


bastante.) Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão idéia de tempo, seguidos da conjunção que.

Faz dez anos que deixei de fumar. (Sueito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) por dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito:
que não vejo Cláudia)

Obs.: Todos os sujeitos apontados são oracionais.

Pessoais: Não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou

eufônicos. verbo falir

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Carreiras Policias

Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às
do verbo falar - o que provavelmente causaria problemas de interpretação em certos
contextos.

verbo computar

Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa -
formas de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas
razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas por
alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o
desenvolvimento e a popularização da

informática, tem sido conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

d) Abundantes: São aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor.
Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas
regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio
irregular).

INFINITIVO PARTICÍPIO PARTICÍPIO


REGULAR IRREGULAR
Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

e) Anômalos: São aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação.

Ir Pôr Ser Saber

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Carreiras Policias

vou ponho sou sei


vais pus és sabes
ides pôs fui soube
fui punha foste saiba
foste seja

São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções
verbais. O verbo principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa
das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.

(verbo auxiliar) (verbo principal no

infinitivo)

Está chegando a hora do

debate.

verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos


os presentes.
( verbo auxiliar) (verbo principal no

particípio) Obs.: Os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar,

ter e have

Conjugação dos Verbos Auxiliares


SER - Modo Indicativo

Pretérito Pretérito Pretérito Futuro Futuro


do do
Present
e
Perfeito Imperfeito Mais Que Presente Pretérito
Perfeito

51
Carreiras Policias

sou fui era fora serei seria

és foste eras foras serás serias

é foi era fora será seria

somos fomos eramos fôramos seremos seríamos

sois fostes éreis fôreis sereis seríeis

são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro

que eu seja se eu quando eu for


fosse
que tu sejas se tu quando tu fores
fosses

que ele seja se ele fosse quando ele for

que nós se nós quando nós


sejamos fôssemos formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós
fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles
forem

SER - Modo Imperativo

52
Carreiras Policias

Afirmativ Negativ
o o

sê não sejas
tu tu

seja não seja


você você

sejamos não sejamos


nós nós
sede não sejais
vós vós

sejam não sejam


vocês vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Infinitivo Gerúndi Particípi


Impessoal Pessoal o o
ser ser eu sendo sido

seres tu

ser ele

sermos nós

serdes vós

serem eles

53
Carreiras Policias

ESTAR - Modo Indicativo

Pretérit Pretérito Pretérito Futuro Futuro


o do do
Presente Imperfeit Mais Que
Perfeito o Perfeito Present Pretérito
e
esto estiv estav estiver estare estari
u e a a i a

está estivest estava estivera esterá estaria


s e s s s s

est estev estav estiver estar estari


á e a a á a
estamos estivemos estivéramo estaremos
estávamos s estaríamo
s
estai estiveste estávei estivérei estarei estaríei
s s s s s s

estã estivera estava estivera estarã estaria


o m m m o m

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo

esteja estivesse estiver

estejas estivesses estiveres está estejas

esteja esvivesse estiver esteja esteja

estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos

estejais estivésseis estiverdes estai estejais

estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio

54
Carreiras Policias

esta esta estand estad


r r o o
estare
s

esta
r

estarmo
s

estarde
s

estare
m

HAVER - Modo Indicativo

Pretérit Pretérito Pretérito Futuro Futuro


o do do
Presente Imperfeit Mais Que
Perfeito o Perfeito Present Pretérito
e
hei houv havi houver havere haveri
e a a i a

há houvest havia houvera haverá haveria


s e s s s s

h houv havi houver haver haveri


á e a a á a
havemos houvemos houvéramo haveremos
havíamos s haveríamo
s
havei houveste havíei houvérei haverei haveríei
s s s s s s

hã houvera havia houvera haverã haveria


o m m m o m

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

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Carreiras Policias

Present Pretérito Futuro Afirmativo Negativ


e Imperfeito o
haja houvesse houver

hajas houvesses houvere há hajas


s

haja houvesse houver haja haja

hajamo houvéssem houvermo hajamo hajamo

s os s s s

hajai houvéssei houverde havei hajai


s s s s
hajam houvessesm houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Infinitivo Gerúndio Particípi


Impessoal Pessoal o
haver haver havendo havido

haveres

haver

havermos

haverdes

haverem

TER - Modo Indicativo

Pretérito Pretérito Pretérito Futuro Futuro


Present
e Perfeito Imperfeito Mais Que do do
Perfeito Presente Pretérito

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Carreiras Policias

tenho tive tinha tivera terei teria

tens tiveste tinhas tiveras terá teria

tem teve tinha tivera terá teria

temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos

tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis

têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Futuro Afirmativo Negativo


Imperfeito
tenha tivesse tiver

tenhas tivesses tiveres tem tenhas

tenha tivesse tiver tenha tenha

tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos

tenhais tivésseis tiverdes tende

tenham tivessesem tiverem tenham tenham

g) Pronominais

São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se,
nos, vos, se, na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais
acidentais) ou apenas reforçando a idéia já implícita no próprio sentido do verbo
(reflexivos essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me,
te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se,
arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está
57
Carreiras Policias

implícita no radical do verbo.

Arrependi-me de ter estado lá.

A idéia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento


(arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe ação transitiva
nenhuma vinda do verbo; o

pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso,
sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da
idéia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.

Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):

Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos
arrependemos Vós
vos arrependeis Eles
se arrependem

2. Acidentais: São aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo
sujeito recai sobre o objeto representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do
sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os
verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com
os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva.

Maria se penteava.

A reflexibilidade se diz acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também
sobre outra pessoa.

Maria penteou-me.

Obervações:
58
Carreiras Policias

1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos


verbos pronominais não possuem função sintática.

2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas


que não são essencialmente pronominais, são os verbos reflexivos. Nos verbos
reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito,
exercem funções sintáticas.

Eu me feri----- Eu (sujeito)-1ª pessoa do singular


me (objeto direto) - 1ª pessoa do singular

Modos Verbais
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na
expressão de um fato. Em Português, existem três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu sempre estudo.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu estude
amanhã. Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Estuda agora,
menino.

Formas Nominais
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer
funções de nomes ( substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas
formas nominais.
Observe:

a) Infinitivo Impessoal: Exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido,


podendo ter valor e função de substantivo.

Viver é lutar. (= vida é luta)

É indispensável combater a corrupção. (= combate à)

O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma simples) ou no


passado (forma composta).

É preciso ler este livro.

59
Carreiras Policias

Era preciso ter lido este livro.

b) Infinitivo Pessoal: É o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª


pessoas do singular, não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do
impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:

2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)

1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)

2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)

3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)

Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.

c) Gerúndio: O gerúndio pode funcionar como adjetivo ou advérbio.

Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de

advérbio) Nas ruas, havia crianças vendendo doces.

(função adjetivo)

Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta,


uma ação concluída.

Trabalhando, aprenderás o valor do

dinheiro. Tendo trabalhado, aprendeu o

valor do dinheiro.

d) Particípio: Quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o


particípio indica geralmente o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em
gênero, número e grau.

Terminados os exames, os candidatos saíram.

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal,


assume verdadeiramente a função de adjetivo (adjetivo verbal).

Ela foi a aluna escolhida para representar a escola


60
Carreiras Policias

Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa
pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:

1. Tempos do Indicativo

Presente - Expressa um fato

atual. Eu estudo neste

colégio.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual mas
que não foi completamente terminado.

Ele estudava as lições quando foi

interrompido. Ele estudou as lições ontem

à noite.

Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao


atual e que foi totalmente terminado.

Ele estudou as lições ontem à noite.

Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no passado e que
pode se prolongar até o momento atual.

Tenho estudado muito para os exames.

Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado.

Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma

composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.

(forma simples)

Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro
61
Carreiras Policias

com relação ao momento atual.

Ele estudará as lições amanhã.

Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer


posteriormente a um momento atual mas já terminado antes de outro fato futuro.

Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado o teste.

Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer


posteriormente a um determinado fato passado.

Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.

Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido


posteriormente a um determinado fato passado.

Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.

2. Tempos do Subjuntivo

Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual.

É conveniente que estudes para o exame.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado mas posterior a outro já ocorrido.

Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Obs.: O pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a


idéia de condição ou desejo.

Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num


momento passado.

Embora tenha estudado bastante, não passou no teste.

Pretérito Mais-Que-Perfeito (composto) - Expressa um fato ocorrido antes de outro


fato já terminado.

62
Carreiras Policias

Embora o teste já tivesse começado, alguns alunos puderam entrar na sala de


exames.

Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento
futuro em relação ao atual.

Quando ele vier à loja, levará as encomendas.

Obs.: O futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou


desejo.

Se ele vier à loja, levará as encomendas.

Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual


mas já terminado antes de outro fato futuro.

Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.

Formação dos Tempos Simples


Quanto à formação dos tempos simples, estes dividem-se em primitivos e
derivados.

Primitivos:
presente do indicativo
pretérito perfeito do
indicativo infinitivo
impessoal

Derivados do Presente do
Indicativo: Presente do subjuntivo
Imperativo
afirmativo
Imperativo negativo

Derivados do Pretérito Perfeito do


Indicativo: Pretérito mais-que-perfeito do
indicativo Pretérito imperfeito do
subjuntivo
Futuro do subjuntivo
63
Carreiras Policias

Derivados do Infinitivo
Impessoal: Futuro do presente
do indicativo Futuro do
pretérito do indicativo

Imperfeito do indicativo

Gerúndi
o
Particípi
o

Tempos Compostos

São formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos ter e
haver e como principal, qualquer verbo no particípio. São eles:

Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do


Indicativo e o principal no particípio, indicando fato que tem ocorrido com
freqüência ultimamente.

Eu tenho estudado demais ultimamente.

Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do


Subjuntivo e o principal no particípio, indicando desejo de que algo já tenha
ocorrido.

Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.

Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do


Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-
perfeito do Indicativo simples.

64
Carreiras Policias

Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.

Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito


do Subjuntivo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito
Imperfeito do Subjuntivo simples.

Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

Obs.: Perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o


passado. A frase Se eu estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu
tivesse estudado, teria aprendido.

Futuro do Presente Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente


simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro
do Presente simples do Indicativo.

Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.

Futuro do Pretérito Composto do Indicativo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito


simples do Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro
do Pretérito simples do Indicativo.

Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.

Futuro Composto do Subjuntivo:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo


simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo
simples.

Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu

caminharei 6 Km. Quando você chegar à minha casa, telefonarei a

Manuel.
65
Carreiras Policias

Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Manuel.

Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas.


No primeiro caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha;
no segundo, primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advébio "já".

Assim, observe que o mesmo ocorre nas frases a seguir::

Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a

Manuel.

Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a

Manuel. Infinitivo Pessoal Composto:

É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal


simples e o principal no particípio, indicando ação passada em relação ao
momento da fala.

Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro.

Locuções Verbais

Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica


- são as locuções verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo.
São conjuntos de verbos que, numa frase, desempanham papel equivalente ao de um
verbo único. Nessas locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa
de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos
verbos auxiliares.
Observe os exemplos:

Estou lendo o jornal.

Marta veio correndo: o noivo acabara de

chegar. Ninguém poderá sair antes do

término da sessão.

66
Carreiras Policias

A língua portuguesa apresenta uma grande variedade dessas locuções, conseguindo


exprimir por meio delas os mais variados matizes de significado. Ser (estar, em
algumas construções) é usado nas locuções verbais que exprimem a voz passiva
analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a potencialidade ou a
necessidade de que determinado processo se realize ou não. Veja:

Pode ocorrer algo inesperado durante a

festa. Deve ocorrer algo inesperado

durante a festa.

Outro auxiliar importante é querer, que exprime vontade, desejo.

Quero ver você hoje.

Também são largamente usados como auxiliares: começar a, deixar de, voltar a,
continuar a, pôr-se a, ir, vir e estar, todos ligados à noção de aspecto verbal.

Vozes do Verbo

Dá-se o nome de voz à forma assumida pelo verbo para indicar se o sujeito
gramatical é agente ou paciente da ação. São três as vozes verbais:

a) Ativa: Quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa pelo verbo.

Ele fez o trabalho.

sujeito açã objeto


agente o (paciente)

b) Passiva: Quando o sujeito é paciente, recebendo a ação expressa pelo verbo.

O trabalho foi feito por ele.

sujeito ação agente da


paciente passiva

c) Reflexiva: Quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e paciente, isto é, pratica e


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Carreiras Policias

recebe a ação.

O menino feriu-se.

Obs.: Não confundir o emprego reflexivo do verbo com a noção de reciprocidade.

Os lutadores feriram-se. (um ao

outro) Formação da Voz Passiva

A voz passiva pode ser formada por dois processos: analítico e sintético.

1- Voz Passiva Analítica

Constrói-se da seguinte maneira: Verbo SER + particípio do verbo principal.

A escola será pintada.


O trabalho é feito por ele.

Obs. : O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas pode


ocorrer a construção com a preposição de.

A casa ficou cercada de soldados.

- Pode acontecer ainda que o agente da passiva não esteja explícito na frase.

A exposição será aberta amanhã.

- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar (SER), pois o particípio é


invariável. Observe a transformação das frases seguintes:

a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do indicativo)

O trabalho foi feito por ele. (pretérito perfeito do indicativo)

b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo)

O trabalho é feito por ele. (presente do indicativo)

c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente)

O trabalho será feito por ele. (futuro do presente)

68
Carreiras Policias

- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assume o mesmo tempo e modo
do verbo principal da voz ativa. Observe a transformação da frase seguinte:

O vento ia levando as folhas. (gerúndio)


As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio)

Obs.: É menos freqüente a construção da voz passiva analítica com outros verbos
que podem

eventualmente funcionar como auxiliares.

A moça ficou marcada pela doença.

2- Voz Passiva Sintética

A voz passiva sintética ou pronominal constrói-se com o verbo na 3ª pessoa,


seguido do pronome apassivador SE.

Abriram-se as inscrições para o


concurso. Destruiu-se o velho prédio
da escola.

Obs.: O agente não costuma vir expresso na voz passiva sintética

Desinências

Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras.


Existem dois tipos:

Desinências Nominais: Indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de


número (singular e plural) dos nomes.

alun-o aluno-

s alun-aaluna-

Observação: Só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números


em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como

69
Carreiras Policias

mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já
em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número.

Vogal Temática

É a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as


desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas:

A: Caracteriza os verbos da 1ª

conjugação. buscar, buscavas,

etc.

E: Caracteriza os verbos da 2ª

conjugação: romper,

rompemos, etc.

I: Caracteriza os verbos da 3ª

conjugação. proibir, proibirá,

etc.

Tema

É o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados
acima, os temas são:

busca-, rompe-, proibi-

Vogais e Consoantes de Ligação

As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos


eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma
determinada palavra.

parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i)


70
Carreiras Policias

Outros exemplos: gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira,


cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.

Predicado verbal
É o que tem por núcleo um verbo ou locução verbal,exprimindo, geralmente,
ação, posse, fenômeno da natureza. O verbo que constitui o elemento principal do
predicado verbal pode ser intransitivo ou verbo transitivo.

Verbo intransitivo

Não exige a presença de um objeto, ou seja, um substantivo ou um


pronome substantivo ou um pronome substantivo para completar o sentido
da frase.

Maria saiu. Maria : sujeito simples

Saiu:predicado

verbal Verbo

intrasitivo

Verbo transitivo

Exige a presença de um objeto ou seja, um substantivo ou um pronome


substantivo ou um pronome substantivo para completar o sentido da frase.

Carlos tem uma carreta. Cristina: sujeito simples

Tem: predicado

verbal Verbo

transitivo

Uma carreta: objeto

71
Carreiras Policias

OBS: O verbo transitivo pode ser: transitivo direto (exige complemento)

Transitivo indireto ( exige complemento ligado ao


verbo por preposição )

transitivo direto e indireto (exige dois objetos: um

sem preposição e um com preposição)

Eu li o romance. ( verbo transitivo direto)

Eles acreditam em fantasma. ( verbo transitivo indireto)

O rapaz emprestou estes livros a um colega. ( verbo transitivo direto e indireto)

Objeto direto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto sem a


presença obrigatória de preposição.

As plantas purificam o ar.

Objeto indireto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto e vem


ligado a ele por meio de preposição.

Assisti ao jogo.

Frases

Tipos de frases

Consoante a mensagem a transmitir numa comunicação emissor-receptor:

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Carreiras Policias

Frase declarativa frase que informa sobre Antes de sair verifiquei


ou um acontecimento ou se estava tudo em
enunciativa situação ordem.

Frase interrogativa frase que formula uma O que me querias dizer?

interrogação, direta (direta)


ou indireta Perguntei-lhe o que é
que ele me queria
dizer. (indireta)

frase que formula uma


Começa a trabalhar!
ordem, um pedido, um
Frase imperativa Compre-me este livro!
conselho, uma
Vai, antes que seja
exortação, uma
tarde!
hipótese

Detesto esta
frase que exprime
comida! Oh, que
sentimentos e emoções -
Frase exclamativa maravilha de
espanto, admiração,
criança!
alegria, amor, ódio,
Que belo presente!
indignação, etc.
Que horror de
guerra

Formas de frase

frase que exprime O homem é um


Frase afirmativa
uma afirmação animal racional.

frase que exprime O cão não é um


Frase negativa
um negação animal racional.

73
Carreiras Policias

frase na qual o O Tiago comeu o


Frase ativa
sujeito pratica a gelado inteiro.
ação

frase na qual o sujeito O gelado inteiro foi


Frase passiva
sofre a ação comido pelo Tiago.

Período e oração

Período

Frase organizada em oração ou


orações
Período simples Período composto

formado por uma só oração formado por duas ou mais orações:


(chamada absoluta):
O CD-ROM que lhe ofereci foi
Ofereci-lhe ontem um CD-ROM. comprado há já uma semana, quando
fui às compras com os meus pais.

Oração

Cada um dos componentes maiores do período, formado por uma palavra ou


conjunto de palavras com que se faz uma afirmação.

Núcleos da oração

Grupo do sujeito Grupo do predicado

A minha tia Joana escreveu-me ontem uma


carta.

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Elementos essenciais da oração

Constituição Exemplos

um só núcleo: Eu fui à praia.


sujeito simples O Pedro almoçou cedo.
Sujeito
(ser sobre o qual se faz mais do que um núcleo: Tu e eu temos os
uma afirmação) sujeito composto mesmos gostos.
A manteiga e o iogurte
são produtos lácteos.

constituído por uma Vi um óptimo


forma verbal: predicado filme. Os cães
Predicado verbal ladraram.
(tudo aquilo que se constituído por um Ele é muito egoísta.
afirma sobre o sujeito) verbo de ligação e por A minha irmã esteve cá.
um predicativo do Fiquei muito satisfeito
sujeito: predicado com a minha nota.
nominal

Orações coordenadas

Estão ligadas por uma conjunção ou locução coordenativa e mantêm uma certa autonomia.

Funçã Exemplos
o

expressam ligação Levantou-se e saiu.


Copulativas ou adição de Saltaram, pularam, fizeram trinta por
afirmações uma linha.

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estabelecem uma Eu gostava de ajudar, mas não sei


oposição ao que como. Ela é inteligente, porém, falta-
Adversativas
foi afirmado na lhe humor.
oração anterior

Disjuntivas estabelecem uma Ou vai ou racha!

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alternância ou Ora chove, ora faz sol.


alternativa em relação Vai sair, quer queira, quer não.
à oração anterior

indicam uma conclusão Penso, logo existo.


Conclusivas a partir do conteúdo da É o mais rápido, portanto, vai à frente.
primeira oração

explicam ou justificam Acende uma luz, que não se vê


Explicativas o conteúdo da nada. O cão estacou, pois ouviu
primeira oração um assobio.

Coordenadas Sindéticas - as orações estão ligadas por conjunções


coordenativas mas as conjunções podem, no entanto, ser omitidas - orações
coordenadas assindéticas - (falam, batem palmas).

Orações subordinadas

Substantivas Adjectivas Adverbiais

Relativas: temporais
Completivas:
causais
explicativa comparativa
integrantes
s
s
interrogativas condicionais
restritivas finais
indirectas infinitivas concessivas
consecutiva
s

Derivação

Formação Exemplos

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a + pôr = apor
semi + círculo =
semicírculo tri + ângulo =
Derivação prefixal prefixo + palavra primitiva triângulo contra + pôr =
contrapor ex + pôr =
expor
im + pôr = impor
per + correr = percorrer

casa + arão =
casarão chuva + oso
= chuvoso calma +
Derivação sufixal palavra primitiva + sufixo
mente =
calmamente
casa + inha =
casinha casa + eiro
= caseiro

a + funil + ar = afunilar
prefixo + palavra primitiva en + gaiola + ar =
Derivação
parassintética + sufixo engaiolar a + manh(ã) +
ecer = amanhecer

abalar > abalo


A palavra primitiva reduz- errar > erro
Derivação regressiva se ao formar a palavra cortar > corte
derivada debater >
debate recuar >
recuo

Mudança gramatical Porto - porto


Derivação imprópria nas palavras sem (vinho) pereira -
alteração da forma Pereira (árvore)
(apelido)

Composição

Junção de duas ou mais palavras formando uma com significado próprio

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Formação Exemplos

união de duas ou mais amor-perfeito, pé-de-


palavras conservando cabra, segunda-feira
cada uma o seu acento chapéu-de-
Justaposição
próprio e ortografia (em chuva pára-
regra, ligadas por hífen) quedas
passatempo
saca-rolhas

união de duas ou mais aguardente (água


palavras que se + ardente)
Aglutinação subordinam a um único embora (em + boa +
acento tónico (o da hora) fidalgo (filho + de
segunda) e sofrem + algo) Monsanto
alterações ortográficas (monte + santo)

Crase
É a contração da preposição a com artigo feminino a (as) e com os
pronomes demonstrativos aquela(s), aquele (s), aquilo.

Modo prático para a verificação da crase:

 Nome comum- troque o feminino pelo masculino. Se aparecer ao antes do


masculino ocorrerá crase .
 Nome próprio – troque a preposição a por de, usando o verbo voltar.

Fui à Bolívia ( voltei da) Fui a Brasília (voltei de)

 Pronome demonstrativo – troque pelo demonstrativo este, esta ou isto.


Se antes destes ocorrer a preposição a, haverá crase.

Dirijo-me àquele andar do edifício. ( a este )

Comprei aquele apartamento do edifício. (este)

Emprego da crase
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 Antes dos numerais que indicam horas. Se a hora estiver indeterminada


não se usa crase:

Chegou à uma hora.

Chegou a uma hora qualquer.

 Antes de locuções formadas de palavras

femininas À noite à direita

 Quando a palavra moda ou maneira estiver subentendida

na frase Escrever à Castelo Branco. ( a moda Castelo

Branco)

Não se utiliza crase

 Antes de verbos

Estava disposta a colaborar.

 Antes de palavras

masculinas Andar a

cavalo.

 Antes de pronomes pessoais , tratamento

Referiu-se a ela . Peço a Vossa Senhoria.

 Antes de palavras de sentido

indefinido Foi a uma feira qualquer.

 Nas expressões com palavras repetidas

80
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Cara a cara

 Antes de numerais em que a preposição a

significa até De 1997 a 1998 .

 Quando a preposição anteceder um nome

plural Ir a festas estranhas.

OBS: Fica facultativo o uso de crase antes de pronomes possessivos femininos


(quando o mesmo não for pronome substantivo).

Irei a (à) minha fazenda e você à sua. (minha – pronome possessivo adjetivo)

(sua – pronome possessivo substantivo)

Casos especiais do uso da crase

 Palavra casa – sem qualificativo no sentido de lar (sem crase)


 Palavra terra – no sentido de chão, lugar (com crase)
 Palavra distância – quando indeterminada (sem crase)

Emprego de certas palavras


Por que, Porquê, Porque, Por que

 Por que - no início ou meio de frases interrogativas.

Por que tem que ser assim?

 Por quê – no final de frase.

Ela não chegou, por quê?

 Porque – nas respostas.

Porque eu estava doente, eu não vim.

81
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 Porquê – equivale a motivo, razão.

Todos entenderam o porquê da situação.

Mau , Mal:

 Mau diferente de Bom

Que mau gosto! Que bom gosto!

 Mal diferente de Bem

José comeu mal. José comeu bem.

Mas, Mais:

 Mas referente a porém, entretanto

(conjunção) Ele comeu mas não gostou.

 Mais contrário de menos advérbio de intensidade, pronome

indefinido Clarisse correu mais que Angela .

Onde e Aonde:

 Onde: usado quando o verbo não indica movimento e não exige a preposição a .

A loja onde pegaram a roupa . ( pegaram em...)

 Aonde : usado quando o verbo indica movimento e exige a preposição a.

Leve isso aonde eu quero. ( leve a )

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Este, esse:

 Usa-se este quando o objeto ou a pessoa se encontra junto da pessoa que fala.

Antonio, este relatório é seu. ( o relatório está na mão do falante)

 Usa-se esse quando o objeto está com a pessoa a quem o falante se dirige.

Antonio, esse relatório é seu. ( o relatório está com outra pessoa)

Obs: isto ou isso seguem o emprego de este ou esse.

83
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MATEMÁTICA

84
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85
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CONJUNTOS NUMÉRICOS

Os números naturais nasceram da necessidade do homem de contar. O conjunto de todos esses


números é representado por IN e é infinito. Por isso o representamos por

IN = {0, 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, …..}

A operação 7 – 14 não pode ser efetuada no conjunto IN . para resolver esse tipo de problema e
também para sanar algumas atividades práticas criou-se os números inteiros negativos. Os números
naturais e os inteiros negativos formam o conjunto dos números inteiros, representado por Z

Z = {…-4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, …}

O conjunto dos números racionais, representado por Q é formado por todos os números que
resultam da divisão de dois números inteiros.

  5 
Eles podem ser números inteiros (por exemplo – 3 = (-3) : 1), frações decimais   , números
 3 
finitos ( 1,25) e dízimas periódicas ( 2, 14333…)

O que importante notar é que tanto em IN como em Z entre dois números consecutivos não há
nenhum número, por exemplo, não há nenhum número inteiro entre 2 e 3. Já em Q, entre 2 e 3
existem infinitos números como 2,001 ; 2,83 entre outros.

Existem números decimais que são infinitos e não periódicos, isto é existem números decimais
infinitos, mas não há um mesmo padrão que se repete após a vírgula. Por exemplo, 1,
10100100010000…..

Esses números são chamados números irracionais.

Alguns deles são até bem conhecidos, com o π que aproximadamente 3, 1416. O

conjunto dos números irracionais é representado por I.

Não existe um número que seja racional e irracional, como acontece com um número inteiro que é
inteiro e racional.

85
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CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS (N)

Sucessor - Todo número natural tem um sucessor. Por exemplo, o sucessor de 0 é 1. O sucessor
de 2 354 é 2 355.

Antecessor - Todo número natural diferente de zero possui um antecessor. Por


exemplo, o antecessor de 5 é 4, de 100 é 99.

Números consecutivos - Sejam n e n+1 dois números naturais. Então eles são chamados de
números consecutivos. Analogamente, se extende o conceito de números consecutivos para três ou
mais números naturais. Por exemplo, quando se tem os números naturais n, n+1, n+2, então eles
são números consecutivos

Números primos – são números que têm somente dois divisores: 1 e ele mesmo

O único número par que é primo é o 2

Números primos menores que 50:

2; 3; 5; 7; 11; 13; 17; 19; 23; 29; 31; 37; 41; 43; 47

Critérios de Divisibilidade

1 – números cujo último algarismo da direita é 0, 2, 4, 6 ou 8

2 – a soma dos algarismos que formam o número é divisível

por 3. Exemplo: 912  9 + 1 + 2 = 12. 12 : 3 = 4, logo, 912 é

divisível por 3.

5 – o último algarismo da direita é 0 ou 5.

86
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11 – a diferença entre a soma dos algarismos de ordem par e a dos algarismos de ordem ímpar ou é
zero ou é divisível por 11.

Exemplo: 1276

Algarismos de ordem par, a partir da direita: 7 e 1. 7 + 1 = 8

Algarismos de ordem ímpar: 6 e 2. 6 + 2 = 8

Diferença entre as duas somas: 8 – 8 = 0. Logo, 1276 é divisível por 11.

Fatoração

2268 2
Divide-se o número 2268 por seus divisores primos consecutivos até se
1134 2 obter quociente igual a 1.

567 3
Do lado direito do traço só aparecem números primos em ordem
189 3 crescente.

63 3

21 3

7 7

Máximo divisor comum e Mínimo múltiplo comum

Regra Prática: Fatora-se os números simultaneamente, destacando os números que são divisores
de todos os números dados. O produto dos divisores assinalados é o máximo divisor comum (mdc)
dos números dados e o produto de todos os divisores é o mínimo múltiplo comum (mmc)

Exemplo: Determinar o mdc e o mmc de 40 e 420.

87
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420, 40 2
Divisores primos destacados: 2, 2 e 5. mdc(420,40) = 2 . .2 . 5 = 40
210, 20 2

105, 10 2
mmc(420, 40) = 2 . 2 .2 . 3 . 5 . 7 = 420
105, 5 3

35, 5 5

7, 1 7

1, 1

Termos das
operações

Operação Nome dos termos

a+b=c aeb: c: soma


parcelas

x–y=z x: z: diferença

minuendo y:

subtraendo

m.p=q m e p: fatores q: produto

d:e=f d: F: quociente

dividendo

e: divisor

mn = m: base p: potência
p
n:

expoente

88
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Relações entre os termos das operações

Em toda adição tem-se que a diferença entre a soma e uma das parcelas é igual à outra parcela.

Exemplo: 7 + 12 = 19  19 – 12 = 7 e 19 – 7 = 12

Em toda subtração tem-se que a soma do subtraendo com a diferença é igual ao minuendo.

Exemplo: 12 - 5 = 7  7 + 5 = 12

Em toda multiplicação, o produto divido por um fator é igual ao outro fator.

Exemplo: 16 . 3 = 48  48 : 3 = 16 e 48 : 16 = 3

Em toda divisão, o produto do quociente pelo divisor, adicionado ao resto é igual ao dividendo.

Exemplo: 36 : 9 = 4, resto = 0  4 . 9 + 0 = 36

45 : 6 = 7, resto = 3  7 . 6 + 3 = 45.

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z)

Valor absoluto ou módulo de um número inteiro – é a distância desse número, na


reta numérica, ao zero. Portanto, o valor absoluto de um número é sempre positivo.

89
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Números simétricos – são dois números a e b tais que a

+ b = 0. Exemplo: +6 e -6.

Operações com números inteiros

Adição – Embora haja regras para adicionar dois números inteiros, a maneira mais fácil de fazer
essa operação é considerar os negativos como sendo quantidades que eu “devo” e os positivos com
quantidades que eu “tenho”.

Por exemplo, (+5) + (-8) = +5-8.

Portanto, tenho 5 e devo 8, logo devo 3. Sendo assim, (+5) + (-8) = -3

Analogamente, (-4) + (-3) = -7, pois se devo 4 e devo 3, devo um total de 7.

Subtração – Lembrando que uma subtração pode ser considerada como uma adição algébrica, ou
seja, (+7) – (+3) = +7 – 3, (sinal “menos” antes do parênteses muda o sinal de tudo que está dentro
dele) temos:

(+7) – (+3) = +7 – 3 = +4

Multiplicação – o produto de dois números inteiros será positivo se eles tiverem sinais iguais e
negativo se tiverem sinais diferentes.

Exemplos: (+2) . (-5) = -10.

(-3) . (-7) = +21

Divisão – analogamente à multiplicação, o quociente entre dois números será positivo se dividendo
e divisor tiverem sinais iguais, e negativo, se tiverem sinais diferentes.

Exemplos: (-26) : (-13) = +2

(+36) : (-4) = -9

90
Carreiras Policias

Potenciação: uma potência cuja base é um número inteiro e o expoente um número natural só será
negativa se a base for um número negativo e o expoente um número ímpar. Você pode verificar isso
fazendo a multiplicação que corresponde à potenciação dada.

Exemplos: (+3)4 = (+3) . (+3) . (+3) . (+3) = +81

(-2)3 = (-2). (-2). (-2) = -8

(-5)2 = (-5) . (-5) = +25

Observações:

- Se adicionarmos uma constante c a um dos fatores, o produto fica adicionado c


vezes o outro fator.

a . b = d  (a + c) . d = d (b . c)

Exemplo. 5 . 4 = 20

(5 + 2) . 4 = 28 = 20 + 2 . 4

- Se multiplicarmos um dos fatores por uma constante c, o produto será

multiplicado por c. m . n = p  mc . n = pc

Exemplo: 5 . 6 = 30

(5 . 3) . 6 = 90 = 3 . 30

- Se multiplicarmos dividendo e divisor por um mesmo número o quociente não se

altera. a : b = t  ac : bc = t

Exemplo: (+20) : (+5) = +4

(+20)(-2) : (+5)(-2) = -40 : -10 = +4

- Se multiplicarmos o dividendo e o divisor por um mesmo número, o resto ficará


multiplicado por esse número (lembre-se que o resto nunca é negativo)

Exemplo: (-22) : (+5) = -4; resto = 2

91
Carreiras Policias

(-20)(-2) : (+5)(-2) = +44 : -10 = -4; resto = 4

CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS (Q)

Número racional – dados dois números inteiros a e b, com b  0, chama-se número racional a
a
todo número x tal que x =
b

Exemplos:  3,
5
4
4 (pois 4 = )
1
3
Os números racionais podem ser expressos na forma fracionária (  ) ou decimal (0,6)
5

Transformação de fração em número decimal e vice-versa

Para transformarmos uma fração decimal (de denominador igual a uma potência de 10) escrevemos
o numerador e, a partir da direita contamos tantos algarismos quantos forem os zeros do
denominador e colocamos a vírgula.

58 1365 23
Exemplos: a)  8,7 b)  0,58 c)  1,365 d)  0,023
87 100 1000 1000
10

Se a fração não for decimal, basta dividir o numerador pelo denominador.

Para transformarmos um número decimal em fração decimal escrevemos o número sem a vírgula no
numerador e depois colocamos como denominador 1 seguido de tantos zeros quantos forem as
casas decimais.

a) Exemplos: 2,6 = 26  13 b) 0,32 = 32 8


 c) 4,007 = 4007
10 5 100 25 1000

92
Carreiras Policias

Para que um número seja um decimal finito o denominador da fração tem que ter como fatores
somente potências de 2 e/ou de 5. Se ele é um decimal infinito periódico ou dízima periódica, ela
pode ser dízima periódica simples ou composta.

Dízima periódica simples - é quando imediatamente após a vírgula já começa a repetir um padrão.
Por exemplo, 2,343434… O número 34 que se repete após a vírgula chama-se período. Nesse
exemplo o período tem 2 algarismos, pois para escrevermos 34 precisamos dos algarismos 3 e 4.

Dízima periódica composta - é quando após a virgula há um grupo de algarismos que não se repete
para só depois aparecer o período. Por exemplo, 0, 13888…. Nesse exemplo 13 é chamado ante
período (formado por 2 algarismos) e 8 é o período (formado por 1 algarismo.)

Determinação da geratriz

Geratriz é o nome que se dá à fração que gerou uma dízima periódica.

Determinação da geratriz de uma dízima periódica simples de parte inteira zero

período
tan tos 9 quantos forem os algarismos do periódo

Exemplo: 0,345345345… = 345


999
345 1998 345 2343 781
Se tivéssemos 2,345345345…. faríamos 2 + =   
999 999 999 999 333

Determinação da geratriz de uma dízima periódica composta.

ante periódo seguido do período - ante período


tantos 9 quantos forem os algarismos do período seguidos
de tantos zeros quantos forem os algarismos do ante período

93
Carreiras Policias

256  2  254  127


Exemplo: 0,2565656…=  
990 990 4395

Operações com frações

Adição e subtração

Para adicionarmos (ou subtrairmos) frações de mesmo denominador conservamos o denominador e


adicionamos (ou subtraímos) os numeradores.

Exemplo:

4 3 7 7 2 5 1
a)   b)   
9 9 9 10 10 10 2

Para adicionarmos (ou subtrairmos) frações de denominadores diferentes é necessário primeiro


reluzi-las ao menor denominador comum, para depois trabalharmos como o fazemos quando as
frações têm o mesmo denominador.

Exemplo

3 1 3
  mmc dos denominadores = 20
5 4 10

Multiplicando cada numerador pelo quociente do mmc pelo respectivo denominador:

12 5 6 11
  
20 20 20 20

94
Carreiras Policias

Multiplicação

Para multiplicarmos frações de denominadores iguais ou diferentes multiplicamos numeradores


com numeradores e denominadores com denominadores. Por exemplo

4 6 25  4x6x25  600
Exemplo: x x  
5 10 8 5x10x8 400

Para não trabalharmos com números muito grandes podemos usar a técnica do cancelamento que
consiste em dividir um numerador e um denominador por um divisor comum deles. No exemplo
acima teríamos:

1


1 3 5
  
4
x 6 x 25  1 x 3 x 1 3

5 10 8 1 1 2 2
  
1 5 2

1

Divisão

Para dividirmos frações de mesmo denominadores ou de denominadores transformamos a divisão


em multiplicação da primeira fração pelo inverso da segunda fração e depois efetuamos a
multiplicação como foi exemplificado anteriormente.

13 13 13 3 1
Exemplo   . 
42 3 42 13 14

95
Carreiras Policias

Potenciação

Para efetuarmos uma potenciação calculamos a potência do numerador que será o numerador da
fração resposta e calculamos a potência do denominador, que será o denominador da fração
resposta.

4
Exemplo:  2  (2)4 16
3  4  81
  (3)

Número misto – é o número que possui uma parte inteira e outra fracionária.

3
Exemplo: 2
5

Transformação de número misto em fração imprópria (de numerador maior que o


denominador)

O numerador da fração imprópria é formado pelo denominador do nº misto multiplicado pela parte
inteira e somado com o numerador do número misto. O denominador da fração imprópria será o
denominador do nº misto

3 5x 2  3 13
Exemplo: 2 = 
5 5 5

Transformação de fração imprópria em número misto

9
Para transformarmos frações impróprias em números decimais, por exemplo fazemos
4

9 4 (denominador)

96
Carreiras Policias

9 1
2
(numerador)1 2 (parte inteira) 4 4

Potência de expoente negativo

Quando temos uma potência de expoente negativo, primeiro a transformamos em potência de


expoente positivo escrevendo o inverso da base elevado ao oposto do expoente. Somente depois
calculamos a potência.

3 3
 3
Exemplos: 
 2        27
 3   2  8
2 2
5  4  16
    
4 5 25
   





Potência de expoente fracionário

Quando o expoente é fracionário a potência pode ser escrita como um radical, onde o denominador
do expoente é o índice da raiz e o numerador é o expoente do radicando.

2
3 2

3
Exemplo: (5) 3  5  25  2,92

CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS (R)

O conjunto dos números reais é formado pela união dos números racionais com os irracionais
a
(números que não podem ser escritos na forma , onde a e b são números inteiros e b  0, ou
b
seja os números decimais infinitos não periódicos)

97
Carreiras Policias

Intervalos reais

Considere todos os números reais maiores que ou iguais a -2 e menores que ou iguais a 3.
Podemos representar esses números de três maneiras:

- analiticamente: { x  R / -2  x < 3}

- sinteticamente: [-2; 3[

- graficamente:

-2 3

Outros exemplos

a) Analiticamente: {x  R/ 0 < x  3)

Sinteticamente: ]0;3]

Graficamente

0 3

b) Analiticamente: {x  R / 1  x < 7}

98
Carreiras Policias

Sinteticamente:[1;7[

Graficamente:

1 7

c) Analiticamente: {x  R / x 

2} Sinteticamente:]-; 2]

Graficamente

d) Analiticamente: {x  R / x >

5} Sinteticamente:]5; +[

Graficamente:

99
Carreiras Policias

PROPORCIONALIDADE

RAZÕES E PROPORCÕES

Razão – Dados dois números a e b, em certa ordem e sendo b  0 chama-se razão entre os
a
números a e b (representa-se ou a : b) ao quociente entre esses números.
b

1 
Exemplo: A razão entre 0,25 e 5, dados nessa ordem é 0,25  4  1 . 1  1
 , ou seja a
5 5 4 5 20
razão entre 0,25 e 5 é de 1 para 20 (escreve-se 1: 20)

Razões inversas – são duas razões cujo


produto é 1.

Exemplo: 2 5 2 5  10  1
e , .
5 2 pois 5 2 10

Nesse caso dizemos que 2 está para 5 na razão inversa de 5 para 2.

Proporção – é a igualdade entre duas ou mais razões.

1 5
Exemplo:  (lê-se: 1 está para 2 assim como 5 está para 10)
2 10
a c
Em uma proporção  , a e d são chamados extremos e b e c meios da proporção.
b d

Propriedade fundamental das proporções – em toda proporção, o produto dos


extremos é igual ao produto dos meios.

a c
  ad  bc
b d

100
Carreiras Policias

Baseando-se nessa propriedade podemos determinar a 4ª proporcional, isto é o quarto termo de


uma proporção.

5 15
Exemplo: Determine o valor de x, em  .
3 x
Pela propriedade fundamental temos que 5x = 3 . 15.

5x = 45

45
x= 9
5

Proporção contínua – é a que possui os meios iguais.

4 6
Exemplo:  .
6 9

Observações

- Em uma proporção contínua, o valor comum dos extremos é chamado média


proporcional ou média geométrica dos extremos. No exemplo dado anteriormente, a
média proporcional é 6, já que temos

4 6

6 9

- Em uma proporção contínua, o segundo antecedente é chamado terceira proporcional.

4 6
Em  , 9 é a terceira proporcional.
6 9

Cálculo da terceira proporcional e da média proporcional.

a) Determine a terceira proporcional de 3 e 6.

3 6
Temos a proporção  . Logo, 3x = 6 . 6
6 x

101
Carreiras Policias

3x = 36

x = 12

b) Determine a média proporcional entre 4 e 36.

4 x
Temos a proporção  . Logo
x 36
2
x = 144

x = 144  12

DIVISÃO PROPORCIONAL

Números diretamente proporcionais

Sejam os seguintes conjuntos de valores:

A = {a1, a2, a3, …} B = {b1, b2, b3, …}

Se as razões formadas entre os elementos de A e seus respectivos elementos de B forem iguais,


isto é, se

a1 a a
 2  3  ......
b1 b 2 b 3

então as duas sucessões de números são diretamente proporcionais e o resultado constante das
razões obtidas é chamado coeficiente de proporcionalidade k.

Exemplo: Verifique se os números 2, 5, 10, 15, nesta ordem, e os números 4, 10, 20, e 30, nesta
ordem, são diretamente proporcionais. Em caso afirmativo, determine a constante de
proporcionalidade.

102
Carreiras Policias

2 5 10 15 1
    = k Logo, os números são diretamente proporcionais e a constante k
4 10 20 30 2
1
é  0,5
2

Números inversamente proporcionais

Sejam duas sucessões de números (a1, a2, a3, …) e (b1, b2, b3, …), todos diferentes de zero. Se a1
. b1 = a2 . b2 = a3 . b3 = …então esses números são inversamente proporcionais.

Exemplo: Sejam os números 2, 3, 4 e 12, nessa ordem e 12, 8, 6, e 2, também nessa ordem.

Como 2 x 12 = 3 x 8 = 4 x 6 = 12 x 2 = 24, então esses números são inversamente proporcionais.

Relação entre proporção inversa e direta.

Se duas sucessões de números, todos diferentes de zero, são inversamente proporcionais, então os
números de uma delas serão diretamente proporcionais aos inversos dos números da outra
sucessão.

2 3 4 12
    24
1 1 1 1
12 8 6 2

Divisão em partes diretamente proporcionais

Dividir um número N em partes diretamente proporcionais aos números a, b, c, … é encontrar


números x, y, z, … tais que

103
Carreiras Policias

x y z
   ..., sendo x  y  z  ...  N
a b c

Exemplo

Dividir 144 em partes diretamente proporcionais a 3, 4 e 5.

x y z
Solução:    k e x  y  z  144
3 4 5

Temos: x = 3k, y = 4k e z = 5k

Logo, x + y + z = 144, ou seja 3k + 4k + 5k = 144

12k = 144 ou k = 12

x = 3 . 12 = 36

y = 4 . 12 = 48

z = 5 . 12 = 60

Divisão de um número em partes inversamente proporcionais

Analogamente à divisão diretamente proporcional, dividir um número N em partes inversamente


proporcionais aos números a, b, c, … é encontrar números x, y, z, … tais que

a . x = b . y = c . z = …., e x + y + z + … = N

104
Carreiras Policias

1 1 1 , ...
Ou seja, é dividir N em partes diretamente proporcionais a , ,
a b c

Exemplo

Dividir 36 em partes inversamente proporcionais a 1 1 1


, ,e
2 3 4
1
Temos: a .1  b . =c o que equivale a dividir 36 em partes diretamente proporcionais
1 . 4
2 3
x y z
a 2, 3 e 4. Logo,   k
2 3 4

Portanto, x = 2k, y = 3k e z = 4k e x + y + z = 36

Logo, 2k + 3K + 4k = 9k = 36

k=4

x = 2k = 8

y = 3k = 12

z = 4k = 16

Divisão composta – é quando se quer dividir um número em partes diretamente proporcionais aos
números de duas ou mais sucessões. Nesse caso, cria-se uma nova sucessão cujos números são
os produtos de cada número de uma sucessão pelos seus respectivos elementos nas outras
sucessões.

Exemplo: Dividir 740 em partes diretamente proporcionais a 2, 3 e 4 e também diretamente


proporcionais a 4, 3 e 5.

105
Carreiras Policias

O exercício é equivalente a dividir 740 em partes diretamente proporcionais a 2 . 4

=8

3.3=9

4 . 5 = 20

x y  z  k e x + y + z = 740
Portanto, 
8 9 20

x = 8k; y = 9l e z = 20k. Logo, 8k + 9k + 20k = 740

37k = 740 ou seja, k = 20

Assim, x = 8 . 20 = 160

y = 9 . 20 = 180

z = 20 . 20 = 400.

Divisão mista – é quando se quer dividir um números em partes diretamente proporcionais aos
números de uma sucessão e em partes inversamente proporcionais aos números de outra
sucessão.

Exemplo Dividir 490 em partes diretamente proporcionais a 2, 3 e 4 e em partes inversamente


1 1 1
proporcionais a , , . Como dividir 490 e partes inversamente proporcionais aos números
3 5 7
1 1 1
, , é o mesmo que dividir 490 em partes diretamente proporcionais aos inversos desses
3 5 7
números temos que o problema se reduz a dividir 490 em partes diretamente proporcionais a 2, 3 e
4 e a 3, 5 e 7. Ou seja, 490 deve ser divido em partes diretamente proporcionais a 2 . 3 =
6; 3 . 5 = 15 e 4 . 7 = 28

106
Carreiras Policias

x y z
Temos:   k
6 15 28

107
Carreiras Policias

x = 6k; y = 15k e z = 28k.

6k + 15k + 28k = 490

k = 10 e x = 60; y = 150 e z = 280.

REGRA DE TRÊS

Grandezas diretamente proporcionais

Dadas duas grandezas, se ao multiplicarmos (dividirmos) uma por um número positivo a outra
também ficar multiplicada (dividida) por esse mesmo número, então dizemos que elas são
grandezas diretamente proporcionais.

Exemplo: Um carro percorre está a uma velocidade constante; observe a tabela das distâncias
percorridas com seu respectivo tempo.

Distância (km) Tempo (h) Observe que quando multiplicamos a distância por um
certo número, o tempo também ficou multiplicado pelo
60 1 mesmo valor, portanto as grandezas são diretamente
proporcionais.
90 1h 30 min

120 2

108
Carreiras Policias

Grandezas inversamente proporcionais

Duas grandezas são inversamente proporcionais quando multiplicando (dividindo) uma por um certo
número, a outra fica dividida (multiplicada) por esse mesmo número.

Exemplo: Observe a tabela a seguir

Velocidade (km/h) Tempo (h) Observe que quando dividimos a velocidade por um certo
número, o tempo ficou multiplicado pelo mesmo valor,
120 2 portanto as grandezas são inversamente proporcionais.

60 4

30 8

Regra de três

Regra de três é um processo de cálculo usado para resolver problemas que envolvem duas ou mais
grandezas direta ou inversamente proporcionais.

Se o problema envolve somente duas grandezas teremos uma regra de três simples, que será
chamada regra de três simples direta se as grandezas forem diretamente proporcionais e regra de
três simples inversa se as grandezas forem inversamente proporcionais.

Quando o problema envolve mais de duas grandezas teremos uma regra de três composta.

Exercícios resolvidos

1) Se um quilo de filé de boi custa aproximadamente R$12,00, quanto custarão 5,5kg de filé?

Grandezas envolvidas: Preço e Peso

109
Carreiras Policias

Observe que se duplicarmos o peso termos o preço duplicado também, portanto as grandezas são
diretamente proporcionais. Isso é mostrado no esquema a seguir usando-se duas setas de mesmo
sentido.

Peso Preço 1 12
Temos a proporção x  .
5,5 x
1 12
= 12 . 5,5
5,5 x

Por 5,5 quilos de filé pagar-se-á R$ 66,00

2) Um veículo, andando com velocidade média de 60 km/h, percorre uma certa


distância em 2 horas. Quanto tempo levará para percorrer essa mesma distância se
sua velocidade for de 80 km/h?

Grandezas envolvidas: Velocidade e tempo

Observe que se a velocidade fosse de 2 . 60 = 120, a distância seria percorrida em 1 hora (2 : 2).
Logo, as grandezas são inversamente proporcionais. Isso é representado no esquema a seguir por
duas setas de sentidos contrários.

Velocidade Tempo

60 2

80 x

60 x
Temos então a proporção  .
80 2
80x = 120

x = 1,5 h ou 1 hora e 30 min

110
Carreiras Policias

2
3) S de um trabalho foram feitos em 10 dias, por 24 operários que trabalhavam 7 horas por
e 5
dia, então quantos dias serão necessários para terminar o trabalho, sabendo-se que 4 operários
foram dispensados e que o restante agora trabalha 6 horas por dia?

Grandezas envolvidas: nº de dias, nº de empregados e nº de horas diárias trabalhadas, portanto,


temos uma regra de três composta.

Analisando a variação das grandezas:

Considerando as demais grandezas constantes, verificamos que se dobrarmos o nº de operários, o


número de dias trabalhados necessários para terminar o trabalho reduz-se à metade. Logo essas
duas grandezas são inversamente proporcionais (no, esquema, setas de sentidos contrários)

Analogamente, analisando a variação do nº de dias com as horas diárias trabalhadas temos que
essas também são grandezas inversamente proporcionais (setas de sentidos contrários)

Esquema

Operários Dias Horas diárias

24 10 7

20 x 6

10 20 6
Então,  .
x 24 7

10 120

x 168

120x  1680

x  14

111
Carreiras Policias

Portanto, o mesmo trabalho será feito em 14 dias.

4) Um grupo de 15 mineiros extraiu, em 30 dias, 3,5 toneladas de carvão. Se essa


equipe for aumentada para 20 mineiros, em quanto tempo serão extraídos 7 toneladas
de carvão?

Grandezas envolvidas: nº de dias, nº de mineiros, quantidade de carvão.

Se aumentarmos o nº de mineiros, a mesma quantidade de carvão será extraída em menos dias


 grandezas inversamente proporcionais.

Se aumentarmos a quantidade de carvão, a mesma quantidade de mineiros gastará mais dias para
terminar o serviço  grandezas diretamente proporcionais.

Esquema

Nº de dias Nº de mineiros Quantidade de carvão

30 15 3,5

x 20 7

30 20 3,5
 .
x 15 7

30  70

x 105

112
Carreiras Policias

70x  30 . 105  45

Serão gastos 45 dias para 20 mineiros extraírem 7 toneladas de carvão.

PORCENTAGEM

Quando calculamos x% de um número, estamos calculando uma porcentagem.

Exemplo: Calcular 32% de 1500

32
32% de 1 500 = . 1500 = 480.
100
Podemos calcular a porcentagem através de uma regra de três simples direta. Se

i = taxa de porcentagem

C = capital ou principal

p = porcentagem,

teremos sempre

i 100

i 100 p C

C .i
p C p
100

Exercício resolvido

113
Carreiras Policias

1) Suponha que a taxa anual de inflação em um dado país seja de 20%. Qual a
porcentagem de aumento dos preços em 3 meses?

1
Observe que 3 meses é do ano, que é 0,25 do ano. Como a taxa é anual deveremos
4
trabalhar com o tempo nessa unidade também.

Ano Inflação

1 20

0,25 x

1 20

0,25 x

x  20. 0,25

x5

A porcentagem de aumento de preços em 3 meses foi de 5%

3
2) Um negociante obteve de lucro em uma determinada venda. Qual foi sua porcentagem
25
de lucro nessa transação?

25
100%
25 25
25  100  3  100  x  300  x  12%
3 x 25 x 25
3 25
x%
25

114
Carreiras Policias

JURO SIMPLES

O juro é a quantia que se paga (ou se recebe a mais) pelo empréstimo de um valor
em dinheiro por um certo período de tempo.

É comum se chamar o capital emprestado de principal (representado por P ou C) e o valor pago


ao final do empréstimo de Montante (representado por M). Nessas condições temos

M=C+J

Um juro sempre está relacionado a um certo tempo (n) e a uma taxa (i).

Taxa porcentual indica a proporção entre o juro e o capital

J
i=
C
É comum ao invés de usarmos a taxa porcentual, usar sua notação decimal, obtendo-se assim a
taxa unitária. Por exemplo, a taxa de 7% ao ano é a taxa porcentual e 0,07 é a taxa unitária.

Fórmulas para o regime de juro simples

Seja C um determinado capital, aplicado à taxa unitária i, por um tempo n. Então temos:

M = (1 + ni) C

J = CNI

Exercícios resolvidos

115
Carreiras Policias

1) Um banco empresta R$ 2 000,00, a taxa de 10% ao mês, durante 3 meses, no


sistema de juro simples. Calcule quanto ele receberá de juro ao final dos três meses.

Solução

J = Cni  J = 2 000 . 3 . 0,1  J = 600

Logo, o juro será de R$ 600,00

2) Quanto receberei se apliquei o capital de R$ 29 800,00, no sistema de juro simples,


à taxa mensal de 1,5%, durante 6 meses?

Solução

M = (1 + ni) C  M = (1 + 6 . 0,015) . 29 800

M = (1 + 0,09) . 29 800

M = 32 482

Logo, receberei R$ 32 482,00.

Taxas Proporcionais

Duas taxas são proporcionais se elas formam uma proporção direta com seus respectivos tempos.

Exemplo: As taxas de 36% ao ano e de 3% ao mês são proporcionais, pois

36 3

12 1

116
Carreiras Policias

Taxas equivalentes – são taxas que produzem os mesmos juros quando aplicadas a capitais iguais
por períodos de tempo iguais.

No regime de juro simples, taxas equivalentes são sempre proporcionais.

Exemplo: R$ 1 000,00 aplicado a taxa de 18% ao semestre é o mesmo que aplicar essa quantia
18% 3%
a taxa de 3% ao mês, pois 
4 mese 1mê
s s

Juro comercial e juro exato

Quando o prazo de uma operação financeira é contado em dias e a taxa é indicada em outra
unidade (por exemplo, em meses) há necessidade de contarmos os dias envolvidos na operação
financeira. Isso pode ser feito de duas maneiras:

Prazo comercial – consideramos todos os meses com 30 dias ( mês comercial) e o ano como
sendo de 360 dias.

Prazo exato – os dias dos meses envolvidos na operação financeira são contados efetivamente,
isto é, abril,junho e setembro são contados com 30 dias, fevereiro com 28 ou 29 (ano bissexto ) e os
demais com 31 dias. Nesse caso, o ano terá 365 dias, ou 366 dias, se for ano bissexto.

Juro comercial – é o juro calculado usando-se o prazo comercial (ano de 360 dias)

Juro exato – é o juro calculado utilizando-se o prazo exato ( ano de 365 ou 366 dias)

Exemplo: Sendo o capital igual a 10 000 reais, a taxa anual de 15% e o prazo igual a 150 dias,
calcule o juro exato e o juro comercial que se obtém nessa transação.

Solução

117
Carreiras Policias

d 150
Juro Exato: Je =  Je = 10 000 x 0,15 x
Ci 365 365
Je = 10 000 x 0,15 x 0,41 = 615, 00 reais

d 150
Juro Comercial: Jc = Ci  Jc = 10 000 x 0,15 x  Jc = 10 000 x 0,15 x 0,42
360 360
Jc = 630,00

Prazo médio e Taxa média

Suponhamos que se tem duas ou mais aplicações a juros simples, cada uma com capitais, taxas e
prazos próprios. O prazo médio é um prazo único que, ao substituir o utilizado em cada uma das
aplicações, produzirá o mesmo total de juros das aplicações originais.

Prazo médio = média ponderada dos produtos dos capitais pelas suas respectivas taxas.

Exemplo: Considere três capitais C1 = R$ 5 000,00; C2 = R$ 8 000,00 e

C3 = R$ 10 000,00, aplicados às taxas de 2%, 3% e 4% durante 4, 5 e 6 meses respectivamente.


Qual será o prazo médio para as três aplicações?

Prazos (A) Capitais (B) Taxas (C) Produtos Pesos


(A.B.C)
(meses) (mil reais) (%) (B.C)

4 5 2 4 . 5 . 2 = 40 5 . 2 = 10

5 8 3 5 . 8 . 3 = 120 8 . 3 = 24

6 10 4 6 . 10 . 4 = 240 10 . 4 =
40

40  120  240  400


Prazo médio =   5,4 .
10  24  40 74

Portanto, se trocarmos os prazos por 5,4 teríamos o total de juros das aplicações originais.

118
Carreiras Policias

Taxa média – é uma taxa única que usada no lugar das taxas de cada uma das aplicações,
produzirá o total de juros das aplicações originais.

Taxa média = média ponderada entre os capitais e seus respectivos prazos.

Exemplo: Usando os dados do exemplo anterior teríamos

Taxas (A) Capitais (B) Prazos (C) Produtos Pesos


(A.B.C)
(%) (mil reais) (meses) (B.C)

2 5 4 2 . 5 . 4 = 40 5 . 4 = 20

3 8 5 3 . 8 . 5 = 120 8 . 5 = 40

4 10 6 4 . 10 . 6 = 240 10 . 6 =
60

40  120  240 400


Taxa média =   3,33
20  40  60 120

A taxa média de 33,3% utilizada nas aplicações irá gerar juro igual ao total de juros das aplicações
originais.

Exercícios resolvidos

1) Determine o montante gerado por R$ 50 000,00 aplicado à taxa de 9% ao ano,


durante 8 meses.

Solução

Observe que a taxa está dada ao ano e o período da aplicação é em meses, portanto é necessário
transformar esses dados para uma mesma unidade. Usando uma regra de três simples direta
temos:

119
Carreiras Policias

9% 12 meses

x% 8 meses

72
x=  6% em 8 meses
12

M = (1 + ni) C  M = (1 + 0,06) . 50 000 (ni = 6% = 0,06)

M = 53 000

Portanto, o montante foi R$ 53 000,00

2) Emprestei uma certa quantia a 15% ao ano, a juro simples e recebi R$ 2 625,00
depois de 4 meses. Quanto emprestei?

Fazendo a conversão da taxa e o tempo para a mesma unidade, temos

15% 12 meses

x 4 meses

15.4 60
x=   5% em 4 meses.
12 12
M = (1 + ni) . C

2 625 = (1 + 0,05) . C

C = 2 625 : 1,05

C = 2 500

Logo, emprestei R$ 2 500,00

3) Determine o juro exato de uma aplicação de R$ 10 000,00, à taxa de 12% ao ano, e que teve
início no dia 20 de junho e terminou em 3 de setembro.

120
Carreiras Policias

Solução

Devemos primeiro determinar o número exato de dias da aplicação. Para isso,

1) calculamos a diferença entre o mês do término e do início da aplicação e depois


multiplicamos o resultado por 30 dias

(9 – 6) . 30 = 90.

2) Acrescentamos 1 dia para cada 31 dias compreendidos entre as datas de início e


término da aplicação.

Julho e agosto têm 31 dias, portanto devemos acrescentar 2 dias 90

+ 2 = 92

3) Acrescentamos o dia do término e subtraímos o dia do início da

aplicação Término: 3 Início: 20

92 + 3 – 20 = 73

Logo, aplicação durou exatamente 73 dias. Como queremos calcular o juro exato, temos:

J = Cni

J = 10 000 73 . 0,12
. 365

121
Carreiras Policias

J = 10 000 . 0,2 . 0,12

J = 240

Portanto, o juro exato recebido foi de R$ 240,00

Descontos simples – é o abatimento que se obtém no valor de uma dívida quando esta é
negociada antes de seu vencimento.

Título de crédito – nome do documento que atesta uma dívida. Exemplos: notas promissórias,
duplicatas, letras de câmbio, etc.

Valor nominal ou valor de face – é o valor do título de crédito, o valor que está escrito no título e
que deve ser pago na data do vencimento do mesmo.

Valor líquido (ou valor atual, valor descontado ou valor pago) – é o valor que se paga quando
título é negociado antes da data de vencimento. Ele é sempre menor que o valor nominal. O valor
líquido é igual ao valor nominal menos o desconto recebido pelo fato do título ter sido negociado
antecipadamente.

Prazo de antecipação – intervalo de tempo entre a data da negociação do título e a


de seu vencimento.

Desconto “por dentro” (desconto racional) – é o obtido quando a referência para o


calculo do desconto é o valor líquido. Isto é, o valor líquido corresponde a 100% e o
valor nominal a 100%
+ d%.

Exemplo: Determine o desconto por dentro obtido quando se negocia um título de R$ 1

500,00, 2 meses antes do vencimento, a uma taxa de 12%

Solução

A taxa relativa a 2 meses é igual a 24% e R$ 1 500,00 é o valor nominal. Assim temos

122
Carreiras Policias

100% (2 meses) 130%

+24%
Valor
Líquido
R$ 1500,00
Desconto = ?

124% 1 500

100% x

100 . 1500
x=  1209,68
124

O desconto foi de R$ 1 500,00 – R$ 1 209,68 = R$ 290,32

Desconto “por fora” (desconto comercial) é o obtido quando a referência para o


cálculo percentual do desconto é o valor nominal.

Esquematicamente temos

(100 – d)% 100%

+d%
Valor
Líquido
Valor nominal
Desconto

123
Carreiras Policias

Um certo título, descontado comercialmente com 2 meses de antecedência, a uma taxa de 10%,
resultou em um valor líquido igual a R$ 960,00. Qual o valor nominal do título?

Solução

Temos um desconto comercial ou “por fora”. Nesse caso, o valor nominal corresponde a 100%. A
taxa de desconto nos 2 meses é de 20%, portanto, o valor líquido corresponde a 80% do valor
nominal. Então

100% x

80% 960

100 . 960
x  1200 . Portanto, o valor nominal do título era R$ 1 200,00
80

Exercício Resolvido

Uma nota promissória foi descontada comercialmente à taxa de 5% a.m 15 meses antes do seu
vencimento. Se o desconto fosse racional simples, qual deveria ser a taxa adotada para produzir um
desconto de igual valor?

1ª Solução

Consideremos o valor nominal igual R$ 100,00 para facilitar a resolução do problema.

124
Carreiras Policias

Quando consideramos o desconto comercial temos a taxa de desconto relativa aos 15 meses igual a
15% . 5 = 75% e

100% 100
25 . 100
x  25  valor líquido
100
25% x

125
Carreiras Policias

Para o desconto racional deveremos ter um desconto de R$ 75,00, pois ele é igual ao obtido com o
desconto comercial

25 100%

100 x%

x = 300%.

Essa é a taxa de desconto relativa aos 15 meses, portanto a taxa de desconto mensal é 300% ; 15 =
20%

2ª Solução

Há uma fórmula relacionando a taxa comercial (C), a taxa racional (R) e o número de períodos de
antecipação (n).

100 100
- n
C R

Usando-as temos:

100 100
-  15

126
Carreiras Policias

100
 20 - = 15 

100
= 5  R = 20 20% a.m
5 R R R

EQUAÇÕES DO 1º GRAU

Uma equação é uma sentença matemática aberta expressa por uma igualdade entre duas
expressões algébricas.

OBSERVAÇÃO: sentença matemática aberta é uma sentença que tem uma ou mais variáveis.

Exemplos de equações:

a) 2x + 3 = 5  2x +3 é o 1º membro e 5 o 2º membro dessa equação.


x
b) 7
x1
c) x2 - 5x = 8

Raiz de uma equação: um numero é raiz de uma equação quando, colocado no lugar da variável,
transforma a equação numa sentença verdadeira.
Exemplos:

2 é raiz da equação 2x - 3 = 1, pois 2.(2) - 3 = 1


3 não é raiz de 2x - 3 = 1, pois 2.(3) - 3  1
Equações equivalentes: são equações que tem a mesma raiz.

127
Carreiras Policias

Exemplo:

4x + 3 = 11 -- raiz: 2

4x = 8 -- raiz: 2

Propriedades da igualdade

1- Somando-se ou subtraindo-se um mesmo número a ambos os membros de


uma igualdade ainda se obtém uma igualdade.

Veja, por esse principio, posso garantir que, se

2x + 3 = 5, então

2x = 2 também é uma igualdade, já que:

2x +3 - 3 = 5 - 3

2x = 2

Logo, 2x + 3 = 5 e 2x = 2 são equações equivalentes.

2 - Multiplicando-se ou dividindo-se ambos os membros de uma igualdade por um


mesmo numero, diferente de zero, ainda obtemos uma igualdade.

Por isso, se 2x = 2, então

x = 1, já que 2x : 2 = 2 : 2.

Portanto:

2x + 3 = 5

2x = 2

x = 1 são equações equivalentes.

Baseados nessa 2ª propriedade, quando todos os termos de uma equação têm o mesmo
denominador, podemos cancelá-lo.

Veja:

128
Carreiras Policias

2x 5 1 (multiplicando - se ambos os membros por 3)


 
3 3 3
2x 5 1
3.(  )  3.( )
3 3 3
2x  5 1
3.( ) 3.( )
3 3
2x  5  1
Logo, 2x/3 - 5/3 = 1/3 e 2x - 5 = 1 são equações equivalentes.

Definição: equação do 1º grau com uma variável é toda equação que pode ser transformada em
uma equação equivalente da forma ax + b = 0, onde a é um número real não nulo e b é um numero
real.

Resolução de algumas equações do 1º grau com uma variável.

a) 2x + 5 = 3 (aplicando a 1ª

propriedade) 2x + 5 - 5 = 3 - 5

2x = 3 - 5

2x = -2 (aplicando a 2ª propriedade)

2x/2 = -2/2

x = -1

Na pratica não precisamos explicitar cada um desses passos. Veja:

2x + 5 = 3

2x = 3 -5

2x = -2

x = -1

129
Carreiras Policias

b) 5 + x = 8x - 7 (aplicando o princípio aditivo duas vezes)

-5 + 5 + x - 8x = -5 - 8x + 8x -7

x - 8x = -5 -7

-7x = -12 (aplicando o princípio multiplicativo)

-7x/-7 = -12/-7

x = 12/7

ou:

5 + x = 8x -7

5 + 7 = 8x -x

12 = 7x

12/7 = x

c) 2(2x -3) + 5(x +1) = 8 -3(x-1) (fazendo as

multiplicações) (4x -6) + (5x +5) = 8 -(3x -3)

(eliminando os parênteses)

4x -6 +5x +5 = 8 -3x +3 (reduzindo termos semelhantes)

9x -1 = -3x +11 (resolvendo a equação)

9x -1 = -3x +11

9x + 3x = 11 +1

12x = 12

x=12/12

x=1

130
Carreiras Policias

x x3 2x 
d)
1   1 (reduzindo ao mesmo denominador)
2 4 3
6.x 3.(x  3) 12.1 4.(2x  1)
   (efetuando as multiplicacões)
12 12 12 12
6x (3x  9) (12) (8x 
4)    (eliminando parênteses)
12 12 12 12
6x  3x  9  12  8x  4 (reduzindo termos semelhantes)
3x  9  16  8x (resolvendo equacão)
3x  8x  16  9 a
11x  7
7
x
11

SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU COM DUAS


VARIÁVEIS

São chamadas equações do 1º grau com duas variáveis as equações que podem ser reduzidas a
uma equivalente da forma ax + by = c (a  0 e b  0).

Exemplos:

a) 2x + y = 5

x
b) - 3y = 0
2

Para resolvermos uma equação do 1º grau com duas variáveis, devemos encontrar dois valores, um
para x, outro para y, que tornem a equação verdadeira. Portanto, as soluções desse tipo de equação
são pares ordenados

131
Carreiras Policias

Um par ordenado é um par de números reais tal que a ordem em que esses números aparecem
influencia na sua formação. Por exemplo, (3;2) é um par ordenado diferente de (2;3).

Exemplo

Resolva a equação x + y = 5

Valores de Valores de Pares Ordenados


x y que resolvem a
equação
x y (x,y)

0 5 (0,5)

1 4 (1,4)

2 3 (2,3)

-1 6 (-1,6)

-5 10 (-5,10)

... ... ...

... ... ...

... ... ...

Existem infinitos pares ordenados que satisfazem essa equação. Se formos representar num plano
cartesiano esses pares, veremos que eles estão alinhados. Logo, a representação gráfica da
solução de uma equação do 1º grau com duas variáveis é uma reta.

Definição: Duas equações do 1º grau com duas variáveis e o mesmo conjunto universo U, ligadas
pelo conectivo e, formam um sistema de equações do 1º grau com duas variáveis.

Exemplo:

x  y  5

x  y  1

132
Carreiras Policias

Resolver um sistema de duas equações do primeiro grau com duas variáveis é determinar o par
ordenado para o qual as duas equações são verdadeiras.

MÉTODOS DE RESOLUÇÃO

a) Método da substituição

Exemplo:

x  y  5

x  y  3

Chamemos x + y = 5 de equação I e x - y = 3 de equação II.

x  y  5 I

x  y  3 II

a) Isolando o valor de uma variável, por exemplo, x, em I

temos: x = 5 - y

b) Substituindo x por 5 - y em II,

temos: 5 - y - y = 3

5 - 2y = 3

-2y = 3 - 5

-2y = -2

y=1

c) Substituindo y por 1 em x = 5 - y,

temos: x = 5 - (1)

133
Carreiras Policias

x=5-1

x=4

Logo, a solução desse sistema é o par ordenado (4,1).

b) Método da adição

3x  2y  40 I

x  4y  10 II

1 - Queremos eliminar a variável y por exemplo, nas duas equações. Então


multiplicamos I pelo oposto do coeficiente de y em II.
Coeficiente de y em II: -4; oposto: 4

Multiplicamos II pelo coeficiente de y em I.

Coeficiente de y em I: 2.


3x  2y  40 x4
I 
 12x  8y  160
 
 x  4y  10 II
x2
 2x  8y  20

2 - Adicionamos, membro a membro, as equações obtidas.

12x  8y  160
2x  8y  20
14x  140 III

3- Resolvemos a

equação III 14x = 140

140
x=
14

134
Carreiras Policias

x = 10

4 - Substituindo x por 10 em qualquer uma das equações, por exemplo, em I,


temos: 3 (10) + 2y = 40

30 + 2y = 40

2y = 40 - 30

2y = 10

10
y=
2
y=5

Logo, a solução desse sistema é (10,5).

c) Resolução gráfica

x  2y  5 I
Considere o sistema 
 x  4y  7 II

Como vimos cada uma dessas equações representa a equação de uma reta. Para determiná-la
basta atribuirmos valores para x e encontrarmos seu respectivo y

Assim, na equação I temos, por exemplo,

x y
A reta fica determinada pelos pares ordenados (-3,4) e (3,1)
-3 4

3 1

Na equação II, podemos ter, por exemplo,

x y
A reta fica determinada pelos pares ordenados (-3,1) e (5,3)

160
Carreiras Policias

-3 1

5 3

Traçando no plano cartesiano a reta que passa pelos pontos (-3,4) e (3,1) e a reta que passa pelos
pontos (-3,1) e (5,3) temos






O ponto comum às duas retas é a solução do
sistema. Nesse exemplo, a solução é


(1,2) isto é, x = 1 e y = 2




        







Podemos ter um sistema indeterminado, quando encontramos solução do tipo 2 = 2. Nesse caso, as
retas do gráfico são coincidentes.

Podemos ter também um sistema impossível. Isto acontece quando resolvendo-o encontramos algo
do tipo 5 = 2. Na resolução gráfica desse tipo de sistema encontramos duas retas paralelas não
coincidentes.

136
Carreiras Policias

EQUAÇÃO DO 2º GRAU
Definição: chama-se equação do 2º grau com uma variável toda equação da forma ax 2 + bx +
c = 0, onde x é variável, a, b e c são números reais e a  0.

a é o coeficiente do termo do 2º grau, b o coeficiente do termo do 1º grau e c é o termo


independente ou termo constante.

Exemplos: -3x2 + 2x + 1 = 0

a= -3, b= 2, c= 1

Raízes: chamam-se raízes de uma equação do 2º grau os números que substituídos no lugar da
variável, tornam a sentença matemática verdadeira.

Exemplo: Na equação x2 - 7x + 12 = 0, se substituirmos x por 3 temos: 32 - 7.3 + 12 = 9 -21 +12


=0. Logo, 3 é raiz dessa equação.

Se substituirmos x por 4 temos: 42 + 7.4 + 12 = 16 -28 +12 =0. Logo, 4 também é raiz dessa
equação.

Equações do 2º grau incompletas: vimos que na equação ax2 + bx + c = 0, a não pode ser zero, mas
não fizemos essa restrição para b e c. Quando b e/ou c são zero, temos equação do 2º grau
incompleta.

Exemplos:

a) x2 - 9 = 0, a= 1, b= 0, c= -9

b) 2x2 - 3x = 0, a= 2, b= -3, c= 0

c) -3x2 = 0, a= -3, b= 0, c= 0

Resolução de uma equação do 2º grau

a) Equação do tipo ax2 + bx + c = 0 (c=0)

137
Carreiras Policias

Exemplo: x2 - 3x = 0 (colocando x em evidência)

x (x-3) = 0

como um produto é zero se pelo menos um dos fatores é nulo, temos x=0

ou

x-3=0 (resolvendo x-3=0)

x=3

Logo, as raízes de x2 -3x = 0 são x=0 e x=3. S={0,3}

OBSERVAÇÃO: nesse tipo de equação temos duas raízes reais e uma delas será,
necessariamente, zero.

b) Equação do tipo ax2 + bx + c = 0 (b=0)

Exemplo 1: x2 - 9 = 0

x2 = 9

x= 9 = 3 ou

x= - 9 = -3

Logo, x=3 e x=-3 são raízes de x2 - 9 = 0. S={-3,3}

138
Carreiras Policias

Exemplo 2: x2 + 16 = 0

x2 = - 16

Como não existe nenhum numero que elevado ao quadrado seja igual a -16, essa equação não
possui raízes reais. Logo, S=


Assim, nesse tipo de equação, se c for um numero positivo, ela não terá raízes reais.

c) Equação do tipo ax2 = 0 (b=0, c=0)

Exemplo: 7x2 = 0

0
x2 =
7

x2 = 0

x=0

S={0}

Logo, a equação 7x2 = 0 possui zero como raiz. Dizemos que zero é uma raiz dupla da equação pois
x2 = 0 é igual x.x=0 e portanto x=0 e x=0.

139
Carreiras Policias

d) Equações do tipo ax2 + bx + c = 0 (a, b, c  0)

Para resolvermos uma equação do 2º grau usamos a fórmula:

x   b  ∆ , onde ∆ = b2  4ac.
2a

Exemplos:

1) 6x 2  x  15  0
a  6,b  1,c  15
∆  b2  4ac  12  4.6.(15)
∆  361
∆  19
 b  ∆  (1)  361
x 
2a 2.6
1 19 
x 
12
1 19 20 5
x1   
12 12 3
1 19 18 3
x2   
12 12 2
3 5
S{ , }
2 2

OBSERVAÇÃO 2: quando o discriminante  é maior que zero, a equação terá duas raízes reais e
distintas.

140
Carreiras Policias

2)x2  2x  1  0
a  1,b  2,c  1
∆  b2  4ac  22  4.1.1
∆440
∆ 0
 b  ∆  (2) 0
x 
2a 2.1
20 
x 
2
20
x1  1
2
20
x2  1
2
S  {1}

OBSERVAÇÃO 3: quando =0 a equação terá uma raiz dupla ou seja, duas raízes reais e iguais.

3)2x 2  2x  5  0
a  2,b  2,c  5
∆  b2  4ac  22  4.2.5
∆  4  40  36

Como não existe numero real que elevado ao quadrado seja -36, dizemos que essa equação não
possui raízes reais. S=.

Resumo: Se >0, a equação possui 2 raízes reais e desiguais.

Se =0, a equação possui 2 raízes reais e iguais (raiz dupla).

Se <0, a equação não possui raízes reais.

OBSERVAÇÃO 4: mesmo que  não tenha raiz quadrada exata, se >0 então a equação
terá duas raízes reais e diferentes. Veja:

141
Carreiras Policias

x 2  2x  4  0
a  1,b  2,c  4
∆  b2  4ac  22  4.1.(4)
∆  4  16  20
 b  ∆  2 20
x 
2a 2.1
 2  20
x1 
2
 2  20
x2 
2

Determinação de raízes usando a soma e o produto das raízes

Quando as raízes de uma equação do 2º grau são números inteiros ou mesmo racionais, podemos
mais rapidamente determiná-las usando o fato de que

b
- a soma das raízes = 
a

c
- 0 produto das raízes =
a

Exemplo

Determinar pelo processo da soma e do produto das raízes, as raízes da equação

 2x 2  20x  48  0

Sejam x’ e x” as raízes da equação. Então

142
Carreiras Policias

 20
x' + x” =  10
2
 48
x’. x” =  24
2
Vamos procurar dois números que multiplicados dêem 24. Para que o produto seja positivo eles
devem ter sinais iguais. Começando pelos menores números temos:

-1 e -24

+1 e +24

-2 e -12

+2 e +12

-3 e -8

+3 e +8

-4 e -6

+4 e +6

Dentre esses pares de números vamos procurar os números que somados dêem +10

-1 e -24

+1 e +24

-2 e -12

+2 e +12

-3 e -8

+3 e +8

-4 e -6

+4 e +6

Logo, as raízes da equação são x’ = 4 e x” = 6

143
Carreiras Policias

Às vezes as raízes de uma equação são fracionárias. Por exemplo, a equação

 12x2  x  6  0

1 1
x' + x” = 
 12 12
6 1
x’ . x” = 
 12 2

1 1
Fica difícil encontrarmos dois números que multiplicados dêem  e somados dêem .
2 12
Nesse caso fazemos o seguinte:

1º) Trabalhar com o coeficiente a positivo.

-12x2 + x + 6 = 0 (-1)

12x2 – x – 6 = 0

2º) O coeficiente de a passa a multiplicar o termos independente c.

12.  6  72
12x2 – x – 6 = 0    
 x2 – x – 72 = 0

3º) Procuramos as raízes dessa nova equação.

 (1)
x' + x” = 1
1

144
Carreiras Policias

x’.x” =   72
72
1

Procurando os pares ordenados cujo produto seja – 72 e a soma igual a 1, encontramos

-1 +72

+1 -72

-2 +36

+2 -36

-4 +18

+4 -18

-6 +12

+6 -12

-8 +9

+8 -9

As raízes da equação x2 – x – 72 = 0 são -8 e + 9

4º) Para obtermos as raízes da equação -12x2 + x + 6 = 0 dividimos as raízes encontradas por
a   12  12

8 9 3 2 3

2
e  . Logo, as raízes da equação -12x2 + x + 6 = 0 são  e

145
Carreiras Policias

12 3 12 4 3 4

FUNÇÕES

Dados dois conjuntos não vazios X e Y (distintos ou não) chama-se função de X em Y à


correspondência (ou lei) que a cada elemento de A associa um único elemento de B

Representamos uma função por: f: A B (lê-se f de A em B)

O símbolo que representa qualquer elemento de A é chamado variável independente e,


normalmente se usa letras minúsculas para representar essa variável. Por exemplo, x  A
representa qualquer elemento do conjunto A. Analogamente também usamos letras minúsculas para
representar os elementos do conjunto B, chamados de variável dependente. y
 B é a representação de um elemento de B

Domínio de uma função

O conjunto dos valores que a variável independente x pode assumir chama-se DOMÍNIO da
função e é indicado por D(f)

Contradomínio de uma função

O conjunto dos valores que a variável dependente y pode assumir chama-se CONTRADOMÍNIO da
função e é indicado por CD(f)

146
Carreiras Policias

Conjunto imagem de uma função

O valor da variável y que corresponde a um determinado valor de x é chamado imagem do


número x pela função. O conjunto formado por todos os valores de y que são imagens de
algum x é chamado CONJUNTO IMAGEM e é representado por Im(f).

Por enquanto, só trabalharemos com funções definidas entre conjuntos numéricos através de uma
lei matemática definida por operações aritméticas

Exemplos

1) Seja A = { 1, 2, 3} e B = {0, 2, 4, 6, 8} e a lei que associa cada elemento de ao


elemento de B que é o seu dobro. Então, representamos matematicamente

a função por f: A  B/ f(x) = 2x

o domínio da função por D(f) = {1, 2, 3}

o contradomínio de f por CD(f) = {0, 2, 4, 6, 8}

o conjunto imagem de f por IM(f) = {2, 4, 6}

2) Seja f: R  R/ f(x) = x2

D(f) = R

CD(f) = R

147
Carreiras Policias

IM(f) = R+, pois todo número real ao quadrado ou é um número real positivo ou é zero.

Gráfico de uma função

Para construir o gráfico de uma função é necessário:

a) Construir uma tabela para determinados valores de x e seus correspondentes


valores de y. A escolha do x é aleatória.
b) Associar a cada par ordenado (x; y) a um ponto de plano cartesiano.
c) Marcar um nº suficiente de pontos.
d) Unir os pontos por uma

linha Exemplos

1) Construir o gráfico da função f: R  R / f(x) = x + 1.

Como o maior expoente de x é 1, temos uma função polinomial do 1º grau.

Especificamente para determinar o gráfico de uma função polinomial do 1º grau basta determinar
dois de seus pontos. (Isso só vale para função polinomial do 1º grau) Então, escolho um valor
de x qualquer, por exemplo, x = -2 e substituindo na fórmula encontramos y
= -1. Faço mesmo com outro valor de x. Por exemplo, para x = 1, temos y = 2

x Y

-2 -1

1 2

148
Carreiras Policias









       















2) Construir o gráfico da função f: R  R / f(x)

= x2 Para essa é necessário determinar mais

de 2 pontos

x Y

0 0

-1 1

1 1

-2 4

2 4

Marcando esses pontos temos o gráfico a seguir.

149
Carreiras Policias












       












150
Carreiras Policias

GEOGRAFIA DO BRASIL

151
Carreiras Policias

GEOGRAFIA DO BRASIL
DIVISÃO POLÍTICA E REGIONAL DO BRASIL
1. Região Norte
É formada por 7 Estados, ocupando 45,25% da área do Brasil e possuindo 11.159.000 habitantes
(1995 = 7,2% do Brasil). No período de 1980 a 91, a Região registrou a maior taxa de
crescimento populacional (3,9%) do Brasil, sendo Roraima o Estado que teve a taxa mais alta de
crescimento populacional, aumentando de 79.159 para 262.200 habitantes.

Região Nordeste
É formada por 9 Estados (Fernando de Noronha foi anexado a PE), abrangendo 18,28% da área do
Brasil. Nessa região vivem 28,8% dos brasileiros. Constitui uma área de intenso êxodo populacional,
fornecendo migrantes para as demais regiões. A região apresenta enormes disparidades econômicas
e naturais entre suas diversas áreas. Distinguem-se as seguinte regiões
geoeconômicas: Zona da Mata, Agreste, Sertão e Meio-Norte.
O maior problema do NE não é a seca, mas sim a desigualdade social apoiada no
desequilíbrio da estrutura fundiária.

Região Centro-Oeste
É formada pelos Estados de MT, MS, GO e pelo DF. Abrange 18,86% da área do Brasil e é a
região menos populosa, com 10.272.700 habitantes, isto é, 6,59% da população nacional.
Caracteriza-se pelo domínio do clima tropical semi-úmido, de extensos chapadões e da
vegetação do cerrado. Possui grande crescimento populacional e rápida e elevada urbanização.
É
a nova fronteira agrícola do país, onde uma agricultura mecanizada, com insumos modernos, e o
método da calagem estão transformando antigas áreas pecuaristas em exportadoras de soja.

Região Sudeste
É formada por 4 estados. É a mais populosa, mais povoada e urbanizada região brasileira. Com
66.288.100 habitantes, ou seja, 42,5% da população brasileira, apresenta 71,3 habitantes por
km2 e 90,0% de urbanização. Destaca-se pelo dinamismo econômico, representado por elevada
industrialização, grande produção agropecuária, concentração financeira e intensa atividade
comercial.
2

Região Sul
Formada por 3 Estados, abrange apenas 6,76% da área brasileira, sendo a menor região do
país. Possui 14,84% da população nacional, tendo registrado o menor crescimento
populacional
do Brasil nas duas últimas décadas. É uma região com traços marcantes e homogêneos como o
domínio do clima subtropical, fortes marcas da ocupação européia, elevada produção agrária e
destacável crescimento industrial.

O BRASIL NA AMÉRICA LATINA


1. Apresentação
O Brasil destacou-se na América Latina, contando com um terço da população e do
produto interno bruto de toda a região, e a melhor performance no PIB per capita. No âmbito da
política externa o Brasil exerceu a capacidade de negociação inicialmente com a América Latina e
depois em nível das relações externas, mas a direção dos fluxos comerciais colocam-no ainda entre
os países periféricos, que comercializam mais com os países desenvolvidos do que com os
seus vizinhos. 152
Carreiras Policias

Os maiores clientes e fornecedores são ainda os EUA e a Europa (à exceção do fornecimento de


petróleo pelo Oriente Médio). Dados recentes da ALADI (Associação Latino- Americana de
Desenvolvimento e Integração) indicam que as importações latino-americanas de
produtos originários dos EUA têm aumentado em países como o Brasil e a Argentina a taxas, em
certos casos, cinco vezes superiores às do incremento de suas exportações.

As Organizações Políticas e Econômicas da


América Latina
OEA – Associação dos Estados Americanos
Reunidos na cidade de Bogotá, capital da Colômbia, em 1948, 21 países americanos
decidiram pela criação da Organização dos Estados Americanos (OEA) com sede em
Washington.
Seus princípios são:
! Os Estados americanos condenam a guerra de agressão.
!Aagressão a um estado americano constitui uma agressão a todos os demais estados
americanos.
!Controvérsias de caráter internacional entre dois ou mais estados americanos devem ser
resolvidas por meios pacíficos.
!A cooperação econômica é essencial para o bem-estar e a prosperidade comum dos povos do
continente.
! Quando, em 1962, Cuba, um país-membro dessa organização, foi expulsa, por catorze votos (por
ter optado pelo Socialismo), o Brasil não tomou partido se abstendo de votar, deixando que os
Estados Unidos pressionassem a OEA, e a tornassem inoperante e submissa aos seus interesses.

ALADI – Associação Latino-Americana de


Desenvolvimento e Integração
! Em 1960, pelo Tratado de Montevidéu, surgiu a ALALC (Associação Latino-Americana de Livre
Comércio) com a finalidade de desenvolver o comércio entre os países-membros. No entanto,
problemas
locais e externos limitaram sua atuação (Ex.: diferenças de grau de desenvolvimento).
!Diante dos resultados, em 1980 surge a ALADI, em substituição à ALALC, compreendendo os
seguintes países-membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai,
Peru, Uruguai e Venezuela.
3

Mercosul - Mercado Comum do Sul


! Em março de 1991, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai assinaram o tratado de constituição do
Mercado Comum do Sul - o Mercosul, começando suas atividades a partir de 1995.
!A integração comercial implica três aspectos operacionais: "a livre circulação de bens,
serviços e
fatores produtivos"; "coordenaçâo de políticas macroeconômicas e setoriais"; "compromisso dos
Estados-partes de harmonizar suas legislações para o fortalecimento do processo de
integração".
!O Mercosul segue a tendência mundial, que é a organização dos países em blocos
econômicos.

Posição do Brasil no Mercosul


A recessão generalizada e a conseqüente carência de capitais representavam entraves para os
investimentos infraregionais. O surgimento do Mercosul foi resultado da modificação desse
153
panorama. Brasil e Argentina, através de acordos prévios de integração bilateral firmados entre os
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dois países, visavam ao desenvolvimento tecnológico complementado por uma integração


comercial,
por meio de acordos nas áreas nuclear, financeira, industrial, aeronáutica e biotecnológica.
O Tratado de Assunção, que definiu os contornos do Mercosul, enfatiza o projeto de integração
comercial. No entanto, temos uma realidade de grandes diversidades geográficas, demográficas e
econômicas que impõe políticas decorrentes das peculiaridades de cada país; portanto, não é
aceitável uma estrutura rígida para o Mercosul. Esta impediria não só suas políticas
nacionais, como também o prosseguimento de sua afirmação como países capazes de
desenvolver-se tecnologicamente e alcançar condições que lhes permitiam atingir a
importância
internacional que suas dimensões justificam.
O Mercosul tem por objetivo a implantação do livre comércio entre os seus países. Para
atingir esse objetivo, as tarifas - (impostos ou taxas) aplicadas sobre os produtos importados de cada
um dos países-membros devem sofrer reduções gradativas, até a completa eliminação.
Existe uma crítica à formação de blocos econômicos regionais e subregionais na América. Acredita-
se que um projeto lançado em 1989 pelo ex-presidente dos Estados Unidos, George Bush,
chamado de "Iniciativa pelas Américas", que busca a formação de uma vasta zona econômica
livre, que se estenderia do Alasca até a Terra do Fogo, isto é, por toda a América, na tentativa de
concorrer com a Europa, que já formou e colocou em prática, desde 1° dejaneiro de
1993, o Espaço Econômico Europeu, considerado o maior bloco comercial do mundo. Na
Cúpula de Miami, em 1994, decidiu-se que o bloco continental ALCA (Área de Livre
Comércio das Américas) terá vigência somente a partir de 2005. Desde 1997, tem aumentado a
pressão dos EUA para a consolidação da ALCA.

POPULAÇÃO BRASILEIRA
1. Características gerais
Em 1872, o Brasil resolveu fazer o primeiro recenseamento dos dados da população brasileira e
descobriu-se que somávamos mais de 10 milhões de habitantes. Quase 120 anos depois,
atingimos a marca de 155,8 milhões de habitantes (95). Tornamo-nos um dos países mais
populosos do mundo, ocupando a quinta posição mundial e a segunda no Continente
Americano,
logo após os EUA.

Distribuição da população
É importante lembrar que, apesar do Brasil ser um país populoso, possui baixa densidade
demográfica (18,2 hab/km2), ou seja, um país pouco povoado. Apresenta uma irregular
distribuição
populacional pelo território. Há forte concentração de pessoas na faixa litorânea (região
Sudeste).
No Rio de Janeiro, a densidade passa de 300 hab/km2. No interior, a densidade torna-se
gradualmente menor, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde encontramos 1,1
hab/km2, como em Roraima e 1,4 hab/km2, no Amazonas. De forma geral, as maiores con4
centrações populacionais estão próximas ao litoral, numa faixa de aproximadamente 300km2, onde
a densidade ultrapassa 100 hab/km2 em algumas áreas. Toda essa faixa possui densidade acima
de 10 hab/km2.
Além dessa faixa, para o interior a população torna-se paulatinamente mais escassa, passando por
uma densidade que seria mediana no Brasil. Esta faixa, com densidade de 1 a 10
hab/km2, abrange desde o Maranhão e o Pará até o Mato Grosso do Sul. Temos, ainda, áreas com
densidades inferiores a 2 hab/km2, que correspondem ao Amazonas, Amapá e Roraima.

Áreas Densamente Povoadas


154
Zona da Mata Nordestina, Encosta da Borborema, Agreste (PE e PB), Recôncavo Baiano, Zona
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Cacaueira (BA), Sul de Minas Gerais e Zona da Mata Mineira, Sul do Espírito Santo,
Grande
parte do Rio de Janeiro e São Paulo, Zonas coloniais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Obs.:
A região Sudeste é a que apresenta a maior população absoluta, seguida da Região Nordeste. A
Centro-Oeste é a de menor participação no total.

Crescimento Populacional
O primeiro recenseamento oficial da população brasileira foi realizado somente em 1872.
Antes desta data, só existiam estimativas, não muito precisas, a respeito da população. A partir
de 1872, foi possível ter-se um melhor controle e conhecimento a respeito da evolução do
crescimento populacional.
Observe, a seguir, a relação dos recenseamentos oficiais.
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO (1940-1998)
De acordo com a tabela apresentada, notamos que o crescimento da população brasileira foi
muito grande no período 1872/1990, passando de 10 milhões para 146 milhões de habitantes, o
que significa um acréscimo de 136 milhões de pessoas, em pouco mais de um século. Quais os
fatores responsáveis por este grande e rápido crescimento populacional ocorrido no Brasil? Os
fatores são basicamente dois: o crescimento vegetativo ou natural (fator principal) e a imigração
(fator secundário).
De acordo com o censo realizado em 1991, houve uma diminuição na taxa de crescimento
populacional brasileiro, provocada principalmente, segundo o IBGE, pela queda acentuada da taxa
de natalidade e pelo aumento das migrações internas, resultantes das dificuldades provocadas pelo
atual quadro socioeconômico do País.
O crescimento vegetativo ou crescimento natural da população é a diferença entre as taxas de
natalidade e de mortalidade, ou seja:
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1940 1950 1960 1970 1980 1991 1998
5
Observa-se uma redução da natalidade, a partir de 1872. Essa reduçâo, embora lenta, foi
provocada por diversos fatores, como urbanização, elevação do padrão socioeconômico da
população, casamentos mais tardios e maior adoção de métodos anticoncepcionais.
Regionalmente, observam-se diferenças significativas no tocante à natalidade, sendo que as
taxas mais elevadas são encontradas nas regiões Nordeste e Norte, enquanto as mais baixas
estão nas regiões Sudeste e Sul.
A taxa de mortalidade, embora tenha sido bastante elevada até a década de 30, sofreu
forte redução a partir de 1940 (2o Guerra Mundial). A redução acentuada da mortalidade, após 1940,
deve-se a fatores como o progresso da Medicina e da Bioquímica (antibióticos, vacinas), melhoria da
assistência médico-hospitalar, das condições higiênico-sanitárias e urbanização da população.
Quanto às variações das taxas de mortalidade, verificamos que as mais elevadas são
encontradas nas regiões Nordeste e Norte, e as menores, nas regiões Sudeste e Sul; são mais
elevadas nas zonas rurais que nas urbanas, e a mortalidade masculina é maior que a feminina.
155
Portanto, a persistência de elevadas taxas de natalidade, aliada a uma redução acentuada da
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mortalidade, explica o elevado crescimento da população brasileira até 1980, sendo, no caso, o
crescimento vegetativo o fator principal, e a imigração, o fator secundário. A partir de 1970, a queda
da taxa de natalidade foi mais acentuada que a queda na taxa de mortalidade. Portanto, a
tendência atual é a de se reduzir o crescimento vegetativo.
A mortalidade infantil continua sendo bastante elevada no Brasil. situando-se em torno de 50
por mil em 1990.

Estrutura etária e formação da população


1. Estrutura etária do população
O Brasil sempre foi considerado um país jovem. No entanto, de acordo com o último censo,
realizado em 1991, o perfil etário da população tem apresentado mudanças. A taxa de natalidade
está se reduzindo de maneira significativa nos últimos anos e isto apresenta reflexo imediato na
construção da pirâmide etária.
Pirâmide etária é a representação gráfica da composição de uma população segundo o

156
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sexo e a idade. Na construçâo da pirâmide, representam-se: homens do lado esquerdo e


mulheres
do lado direito da linha vertical. A escala vertical representa os grupos etários. Nas abscissas
temos os totais absolutos ou relativos da população. A base da pirâmide representa a população
jovem, a parte intermediária, os adultos, e o ápice, os idosos.
O Brasil é considerado um país subdesenvolvido e, como tal, sempre apresentou a pirâmide
com base larga e ápice estreito. Mas, de acordo com o censo de 91, houve uma mudança
deste quadro, pois a população adulta passou a predominar em relação àjovem. Caracteriza,
assim, uma transição demográfica.
Este fenômeno ocorreu porque o Brasil passou a ser um país urbano-industrial e nestas
condições as taxas de natalidade são naturalmente mais baixas.
Nota-se que as regiões de maior dinamismo econômico são justamente as que apresentam
maiores proporções de adultos, indicando fatores como menores taxas de natalidade ou mesmo
forte migração interna.

Estrutura por sexos


O Brasil, bem como a maioria dos países ocidentais, apresenta um ligeiro predomínio de
mulheres. Nos estados nordestinos, onde a saída da população masculina é bem mais
acentuada,
CV = Nat – Mort 6
encontramos predomínio feminino, enquanto nos estados de migrações recentes da região
centrooeste
e norte há o predomínio de homens.

Formação étnica da populaçõo brasileira


Três grupos deram origem à população brasileira: o índígena, de provável origem
páleoasiática,
por isso também classificado como amarelo; o branco, principalmente o atlantomediterrâneo
(portugueses, espanhóis e italianos), além dos germanos (alemães, suíços,
holandeses), eslavos (poloneses, russos e ucranianos) e asiáticos (árabes e judeus) e negros,
principalmente bantos e sudaneses. No século atual, mais um grupo veio integrar a população
brasileira: o amarelo, de origem asiática recente, principalmente os japoneses e, em menor
quantidade, os chineses e coreanos.
A miscigenação da população ocorreu de forma intensa, desde o início do processo
colonial, no século XVI, quando os colonos portugueses se relacionavam com escravas negras e
indígenas, muitas vezes à força, dando origem aos mestiços (mulatos e caboclos ou
mamelucos),
assim como o relacionamento entre negros e indígenas deu origem ao cafuzo. As estimativas sobre
o número de indígenas presentes no Brasil no início da colonização e o número de escravos
africanos ingressos durante a escravatura são muito elásticas e imprecisas, variando entre 2 milhões
a 10 milhôes para os indígenas, e cerca de 6 milhões de escravos africanos. Por outro lado, os
portugueses ingressos ainda no período colonial alcançaram uma cifra de aproximadamente 500 mil,
e após a independência, cerca de 5 milhões, dos quais aproximadamente 2,5 milhões retornaram a
Portugal. Já dos imigrantes ingressos no País após 1850, cerca de 4,2 milhões permaneceram no
Brasil. Assim, podemos deduzir que, em termos étnicos, a maioria da população brasileira é mestiça.
No entanto, as pesquisas levantadas pelos
últimos recenseamentos procuram enfatizar apenas a cor da pele da população, com base na
informação geralmente não muito precisa do entrevistado. A população indígena encontra-se
reduzida a aproximadamente 0,6% da população brasileira, refletindo o etnocídio a que foi submetida,
com a extinção de inúmeras nações indígenas, quer seja pelo seu extermínio físico, quer seja pelo
desaparecimento de sua cultura, em função da "integração" com a sociedade global.
Os negros foram reduzidos a cerca de 5% da população total, enquanto os brancos
representam
157
cerca de 54,3%, e os mestiços, genericamente denominados de pardos nos atuais
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recenseamentos, atingiram o índice de cerca de 40,1 %. Obviamente que esses índices não
representam
especificamente a formação étnica da população brasileira, porém, apenas uma
classificação quanto à cor da pele. Contudo, o que mais se evidencia nos dados coletados é o
constante crescimento da miscigenação, representada pelo crescimento da população mestiça e
redução percentual dos 3 grupos básicos.
BRASIL - GRUPOS ÉTNICOS NA POPULAÇÃO TOTAL
COR DA PELE % DA POPULAÇÃO EM 1950 % DA POPULAÇÃO EM 1980 % DA POPULAÇÃO EM 1996
Brancos
Negros
Pardos
Amarelos
Não declarados
TOTAL
61,7
11,0
26,5
0,6
0,2
100,0
54,7
5,9
38,5
0,6
0,3
100,0
54,5
4,9
40,1
0,6
0,1
100,0
Fonte: IBGE: 1950, 1980 e 1996

População economicamente ativa - PEA


Dentre os aspectos relevantes que caracterizam a estrutura de uma população, ressaltamse, pela
sua influência no desenvolvimento do País, as atividades principais exercidas pela população.
Segundo um critério hoje universalmente aceito, agrupamos as atividades humanas em três
classes principais, assim denominadas:
- Setor Primário: agricultura, pecuária, silvicultura e pesca;
- Setor Secundário: indústria de transformação;
- Setor Terciário: comércio, serviços e profissões liberais.
A população ativa no Brasil, em 1991, era de 43%, o que, conjugado ao baixo nível
tecnológico dos diversos setores de atividades, acarreta um baixo nível de produção
econômica.
Apesar de sua diminuição progressiva, o setor predominante sempre foi o primário; porém, a
partir de 1976, o terciário passou a ser o setor de maior absorção de ativos, enquanto o
secundário sofre um grande aumento de 1970 para 1991, passando de 17,8% para 22,7%.
Dentre as regiões brasileiras, a Norte e a Nordeste são as que apresentam maiores
concentrações no setor primário, enquanto a Sudeste e a Sul são as regiões de menores 158
concentrações.
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Na década de 70, o crescimento do setor secundário foi maior, uma vez que o país
atravessou uma fase de grande desenvolvimento industrial ("Milagre Brasileiro").
Evidentemente, a população ativa utilizada no setor secundário concentra-se fortemente no
Sudeste, já que a grande maioria da nossa indústria de transformação encontra-se nessa região.
O grande aumento do terciário ocorreu devido ao desenvolvimento do País, juntamente com a
urbanização da população, que passou a exigir mais intensamente as atividades de serviços.
Temos observado, nas últimas décadas, uma imporlante transferência da população
economicamente ativa do setor primário para o setor terciário. Este fenômeno explica-se pela
importante urbanização verificada nas últimas décadas, principalmente no Sudeste, somada às
transformações verificadas na zona rural.
A região de maior participação da população feminina na população economicamente ativa
é a Sudeste.
A maior participação da população feminina ocorre em atividades sociais e de prestação de
serviços. Nestas áreas, a participação feminina chega a superar a masculina.

RANKING DA QUALIDADE DE VIDA


Melhores Estados
Esperança de vida
ao nascer (anos)
Taxa de alfabetização dos
adultos
PIB – per capita (em US$) IDH
Rio Grande do Sul
Distrito Federal
São Paulo
Santa Catarina
Rio de Janeiro
74,6
70,1
68,9
70,8
68,8
89,9%
90,8%
89,8%
90,1%
90,3%
5.168
5,263
5.243
5.114
5.201
0,871
0,858
0,850
0,842
0,838
Piores Estados - - - -

8
Paraíba
Alagoas
Piauí
Ceará
Maranhão 159
53,7
Carreiras Policias

55,7
65,1
56,8
62,7
58,3%
54,7%
58,3%
62,6%
58,6%
1.915
2.413
1.339
2.203
1.695
0,466
0,500
0,502
0,506
0,512
Fonte: IPEA – 1996

DISTRIBUIÇÃO DA RENDA NO BRASIL


Participação nos rendimentos %
1960 1970 1980 1995
Os 50% mais pobres Os
40% intermediários Os
10% mais ricos 17,4
43,0
39,6

160
Carreiras Policias

14,9
38,4
46,7
12,6
36,5
50,9
13,1
38,7
48,2
TOTAL 100,0 100,0 100,0 100,0

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS INTERNOS


1. Introdução
Entre outras explicações que se podem aventar para o fraco interesse que os homens públicos
de nosso país têm demonstrado para o problema da migração nos últimos anos, destacase
a importância assumida pelas correntes de migração interna. Correntes orientadas de uma região
para outra no interior do país ou entre Estados de uma mesma região, ou dos campos para
as cidades (êxodo rural), têm permitido, pela sua intensidade, substituir a presença do
elemento
estrangeiro. Os principais movimentos migratórios ocorridos no Brasil foram:
a) Migração de nordestinos da Zona da Mata para o sertão, séculos XVI e XVII (gado);
b) Migrações de nordestinos e paulistas para Minas Gerais, século XVIII (ouro);
c) Migração de mineiros para São Paulo, século XIX (café);
d) Migração de nordestinos para a Amazônia, século XIX (borracha);
e) Migração de nordestinos para Goiás, década de 50 (construção de Brasília); e
f) Migrações de sulistas para Rondônia e Mato Grosso (década de 70).
As áreas de repulsão populacional são aquelas que perdem população por diversos fatores,
como por exemplo, a falta de mercado de trabalho, ou a dificuldade das atividades econômicas
em absorver ou manter as populações locais.
As áreas de atração populacional são aquelas que exercem atração sobre as populações de
outras áreas, pois oferecem melhores condições de vida.

Mlgração de campo-cidade ou êxodo rural


9
Consiste no deslocamento de grande parcela da população da zona rural para a zona
urbana, transferindo-se das atividades econômicas primárias para as secundárias ou terciárias. Esse
é na atualidade o mais importante movimento de população e ocorre praticamente no mundo
todo.
Nos países subdesenvolvidos, ou em vias de desenvolvimento, a migração do campo para a
cidade é tão grande que constitui um verdadeiro êxodo rural. Ela intensificou-se a partir do surto
industrial do Sudeste, iniciado na década de 40.
Entre as causas do êxodo rural, destaca-se, de um lado, o baixo nível de vida do homem do
campo, ocasionado pelos baixos salários recebidos pelo trabalhador rural, pela falta de escolas,
de assistência médica; de outro, a atração exercida pela cidade, onde parece haver
oportunidade
de alcançar melhor padrão de vida.
Na prática, não aconteceu por dois motivos: 161
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a) o mercado de trabalho não cresce no mesmo ritmo da oferta de mão-de-obra;


b) o baixo grau de qualificação dessa mão-de-obra, sem nenhum preparo para atender às
necessidades dos setores secundário e terciário.
As pessoas vindas do campo acabam por engrossar as fileiras do subemprego ou mesmo
do desemprego, sofrendo sérios problemas socioeconômicos. Um dos reflexos desse fato é a
ampliação desordenada e incontrolável das favelas, que cobrem grandes áreas, principalmente nas
regiões menos valorizadas das cidades.
Na zona rural, a maior conseqüência da migração para as cidades é o despovoamento,
que, sem ser compensado pela mecanização e alado a outros problemas, ocasiona queda da
produção e elevação do custo de vida.
O Estatuto do Trabalhador Rural, em 1964, foi criado com a intenção de beneficiar o
homem do campo, obrigando os proprietários de terras a encargos trabalhistas, como salário mínimo,
décimo terceiro salário, férias, etc. No entanto, não podendo ou não querendo assumir tais
encargos, muitos proprietários preferiram dispensar boa parte de seus empregados, o que
acabou
por intensificar o êxodo rural. Nas cidades do interior, os trabalhadores dispensados
transformamse
em bóias-frias, os diaristas, que trabalham apenas em curtos períodos, sem nenhuma garantia. Em
síntese, as principais causas e conseqüências do êxodo rural são:

Causas repulsivas:
a) excedentes populacionais que acarretam um desequilíbrio entre mão-de-obra disponível e a
oferta de emprego;
b) mecanização de agricultura;
c) secas, inundações, geadas;
d) erosão e esgotamento do solo;
e) falta de assistência médica e de escolas;
f) baixa remuneração no trabalho;
g) concentração das terras, em mãos de poucos;
h) Estatuto do Trabalhador Rural.

Causas atrativas:
Melhores condições e oportunidades de vida que as cidades oferecem:
a) empregos;
b) escolas;
c) moradia;
10
d) profissionalização;
e) assistência médica.

Conseqüência do êxodo rural:


Nas zonais rurais: perda da populaçáo ativa e queda geral da produção ou estagnação
econômica das áreas rurais, quando a saída de trabalhadores não é compensada pela
mecanização.
Nas zonas urbanas: rápido aumento da população; maior oferta de mão-de-obra nas cidades, com
salários baixos, falta de infra-estrutura das cidades; desemprego; formação de favelas;
delinqüência; mendicância.

2. Hoje: a atração dos centros regionais 162


Carreiras Policias

Na década de 90, devido à crise econômica, têm ocorrido duas situações:


1) A migração de retorno, em que milhares de nordestinos, expulsos do mercado de trabalho
em
contração, retornam às suas cidades de origem.
2) O crescimento nas áreas industriais e agroindustriais das capitais regionais, cidades com
forte
atração dos migrantes brasileiros.
A década de 90 registra o fim das grandes correntes migratórias, como a dos nordestinos
ou a dos paranaenses. Hoje os movimentos migratórios são pequenos e bem localizados, em geral,
em direção a capitais regionais. Agora, em vez de mudar para São Paulo, os nordestinos preferem
buscar empregos e oportunidades nas próprias capitais nordestinas ou em cidades médias da região,
transferindo para o NE problemas que antes eram típicos das grandes metrópoles do Centro-Sul.

3. 1970-1990: a nova fronteira agrícola do Brasil


A partir da década de 70, a região Sul passou a ter importância como área de saída populacional
em direção à nova fronteira agrícola brasileira (MT/RO). O desenvolvimento na região
Sul, o aumento das culturas mecanizadas, a geada negra que atingiu a cafeicultura e o
crescimento
do tamanho médio das propriedades foram fatores que colaboraram para a expulsão dos
trabalhadores rurais e dos pequenos proprietários.
O PR registrou a maior saída de migrantes no Sul. A população do Centro-Oeste cresceu 73% na
década de 70 enquanto a da região Norte obteve maior crescimento na década de 80.
Nessas duas regiões, o crescimento deu-se devido ao forte fluxo migratório, favorecido pelo
projeto
de colonização e pela abertura de novas rodovias.
Rondônia registrou grande crescimento migratório, pois sua população aumentou 342% na
década de 70.

Migrações Internas Recentes


Áreas de forte atração populacional:
! Brasília e periferia;
! áreas metropolitanas de caráter nacional e regional;
! áreas de ocupação recente do oeste paranaense e catarinense;
! RO, AP e PA;
! áreas pioneiras ao longo da rodovia Belém-Brasília, como Capitão Poço e Paragominas, no Pará;
! áreas madeireiras e mineradoras da Amazônia;
11
! áreas de colonização baseada em médias e pequenas propriedades no Pará; e
! áreasde expansão da pecuária de corte em manchas de cerrados no Centro-Oeste.
Áreas de Evasão Populacional:
! áreas onde a cultura do café vem sendo substituída pela pecuária de corte: Colatina e Alto São
Mateus, no ES; Mantena e Manhuaçu, em MG.
! áreasonde a cafeicultura vem sendo substituída por outras culturas comerciais ou pela
pecuária,
como a região da Borborema, na Paraíba;
! áreas de economia estagnada pela pecuária extensiva: Baixo Balsas no MA e Alto Parnaíba no
PI.

Migrações diárias 163


Carreiras Policias

Podemos citar outros fluxos migratórios internos pela sua temporariedade, apresentando
ritmos, dimensões e objetivos variados e que são chamados migrações pendulares.
Os principais são:
! Deslocamentos dos Bóias-Frias
Morando na cidade, dirigem-se diariamente às fazendas para trabalhos agrícolas,
conforme as necessidades dos fazendeiros. Trata-se de um movimento urbano-rural.
! Deslocamentos dos Habitantes de Cidades-Dormitórios
Movimentos pendulares diários inconstantes dos núcleos residenciais periféricos em direção
aos centros industriais. Relacionado às imigrações de trabalho próprias das áreas
metropolitanas, tais como: SP, RJ e Belo Horizonte. Nas grandes metrópoles, a especulação
imobiliária,
aliada aos baixos salários, empurra o trabalhador para longe do seu trabalho, obrigando-o a se
utilizar de, transporte coletivo, na maior parte precário ou insuficiente para atender ao enorme
fluxo populacional.

Movimentos migratórios externos


Migrações constituem formas de mobilidade espacial com mudança de residência. Podem ocorrer
de modo diverso em nível interno e externo. As causas dos movimentos migratórios podem
ser agrupadas em:
ordem natural" clima ordem
material" econômica
ordem espiritual " religiosa, étnica, política
De modo geral, as causas mais comuns são as de ordem econômica e referentes à busca
de melhores condições de existência material e que têm levado os indivíduos a deixarem sua terra
natal e se deslocarem para outros lugares.
As migrações podem ser espontâneas ou livres (sem o controle de um órgão disciplinador). Foi o
que houve no Brasil até 1934, quando medidas constitucionais limitaram o movimento dos
imigrantes das mais diferentes nacionalidades que haviam ingressado no país nos cinqüenta anos

164
Carreiras Policias

anteriores.
As migrações forçadas constituem uma forma de violação da liberdade humana, pois as
pessoas são deslocadas por interesse de outros grupos.
Como exemplo, pode-se citar a escravidão africana ou as deportações de judeus,
europeus e outros povos durante a Segunda Guerra.
12
Considerar o imigrante apenas como um dado quantitativo é errado. Outros aspectos
devem ser levados em consideração, tais como:

Suas características sociais


1) cultura e etnia
2) instituições dos países de origem
3) formação profissional
4) processo de educação
5) religião
6) formação ideológica

Seus aspectos econômicos


1) ampliação da força de trabalho
2) introdução de mão-de-obra qualificada
3) custo de criação já pago
4) ampliação e diversificação do mercado consumidor
5) estímulo à elevação da produtividade
6) ampliação do quadro demográfico
As migrações internas refletem no deslocamento as mudanças econômicas que estão
ocorrendo nas diferentes regiões do país, modificando o processo de ocupação territorial.
Quanto aos países, o interesse em emigrar está relacionado à busca de melhores
condições de vida, que nem sempre tiveram uma boa repercussão, implicando a mudança das áreas
de recepção.
Desde a colonização, o Brasil foi um país receptor de migrantes, no entanto, as mudanças socio-
políticas e econômicas verificadas ao longo dessa evolução levaram muitos brasileiros a emigrar, na
tentativa de melhorar sua condição de vida

Imigração no Brasil
Teoricamente, podemos dizer que a imigração começou no Brasil em 1808, embora os primeiros
imigrantes tenham chegado no ano de 1818, durante a regência de D. João VI, por ocasião da
publicação de um decreto em 25 de novembro do mesmo ano, o qual permitia ao governo
conceder terras aos estrangeiros.
A partir desta data, até os dias atuais, entraram no Brasil aproximadamente 5,5 milhões de
estrangeiros, tendo, alguns regressado para o país de origem.
Em 1752, 1.500 famílias se instalaram no Rio Grande do Sul, fundando o Porto dos Casais, atual
cidade de Porto Alegre.
Entre 1808 e 1850, verificamos as seguintes experiências de colonização:
! Em 1819, cheguu ao Brasil a primeira leva de imigrantes não-portugueses. Eram cerca de 1.700
suíços de língua alemã, provenientes do Cantão de Friburgo, que o governo instalou no Rio de
Janeiro, onde fundaram, em 1820, a atual cidade de Nova Friburgo.
! Em 1824, teve início a colonização alemã em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e, em 1827,
outra colônia alemã foi instalada em Rio Negro, no Paraná.
165
13
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! Em1829, foi fundada uma colônia alemã em Santo Amaro (SP) e outra em São Pedro de
Alcântara (SC).
! Em 1830, foi criada uma colônia alemã no Espírito Santo.
Nos últimos cem anos, é possível distinguir quatro períodos sucessivos:
! período alemão (1850-1871);
! período ítalo-eslavo (1872-1886);
! períodoitaliano (1887-1914) - foi o período de maior entrada, chegando a atingir 100.000
imigrantes anuais;
! período japonês (1920-1934).
A imigração no Brasil foi, na maior parte das vezes, provocada, e raramente espontânea. Por
esse motivo, as maiores entradas coincidiram com períodos em que houve escassez de mãode-
obra na nossa lavoura, intensificando-se, por isso, a propaganda brasileira no exterior. Etnia:
conjunto de indivíduos que apresentam idênticos caracteres físicos e culturais. Força de
trabalho: conjunto de faculdades físicas e mentais que habilitam um homem a realizar
qualquer atividade produtora de riqueza.
Custo de criação: ou de formação do indivíduo correspondente à quantidade gasta à
criação e formação de uma criança até que ela se torne um produtor.
Aculturação: termo sociológico que se refere ao conjunto dos fenômenos determinados pelo
contato de grupos de indivíduos de culturas diferentes.
Assimilação: interpretação e fusão de culturas.
Enquistamento: relativo à formação de "quistos raciais" e culturais, dificuldade em
assimilar culturas.
Latifúndio: propriedade rural de grande dimensão geralmente inexplorada ou
indevidamente explorada.
Minifúndio: propriedade rural de pequenas proporções, geralmente explorada através da
agricultura de subsistência.
Policultura: sistema agrícola que se baseia no cultivo de vários produtos
simultaneamente, em diferentes espaços.
Expropriar: retirar alguma coisa de alguém, roubar.
Grileiro: aquele que procura apossar-se de terras alheias mediante escrituras falsas.
Arrendatário: aquele que arrenda uma propriedade ou parte desta, mediante um certo
preço e tempo.
Posseiro: que se estabelece em terras de alguém com o intuito de produzir para sua
subsistência e seu grupo.
Parceiro: tipo de exploração indireta da terra onde se estipula a porcentagem para divisão dos
lucros.

Fatores favoráveis à imigração


Entre os vários fatores favoráveis à imigração, podemos citar os seguintes:
! grande extensão do território e escassez de população;
! desenvolvimento da cultura cafeeira no Planalto Paulista, que passou a exigir numerosa mão-
deobra;
! dificuldades em se obter escravos africanos após a extinção do tráfico (1850);
14
! abolição da escravatura (13/5/1888);
! custeio dos gastos de transporte do imigrante pelo governo;
! crise econômica na Itália, Alemanha e Espanha, caracterizada pelo desemprego, estimulando o
fluxo imigratório para o Brasil.

Fatores desfavoráveis à imigração 166


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Entre os fatores desfavoráveis, podemos citar os seguintes:


! tropicalidade do país, em contraste com os países de emigração, que são, em geral, de clima
temperado;
! falta de uma firme política de colonização e imigração;
! falta de garantias para os que aqui chegavam como imigrantes;
! obrigatoriedade, por parte do imigrante, de pagar o financiamento da viagem.

Alterações na década da 30
A partir da década de 1930, diminuiu acentuadamente a entrada de imigrantes, devido a
vários fatores:
! tendência a evitar saídas de indivíduos, por parte dos países emigratórios;
! melhoria das condições sociais dos povos europeus;
! crise da Bolsa de Nova Iorque, com a conseqüente crise econômica no Brasil (1930);
!medidas constitucionais de 1934 e 1937, que estabeleceram a cota de imigração, isto é, só
poderiam entrar no país 2% de cada nacionalidade dos imigrantes que haviam entrado entre 1884
e 1934;
!medidas legais com o intuito de fazer uma seleção profissional (80% dos imigrantes que
entravam a cada ano deveriam ser agricultores e permanecer um mínimo de 4 anos na
lavoura);
! seleção de caráter social:
! última Guerra Mundial.
Durante a Segunda Guema Mundial, praticamente, paralisou-se a imigração, tendo entrado
apenas 18.500 imigrantes no país.

Fatores que motiveram a imigração para o


sudeste e sul
! natureza climática dessas regiões, por terem favorecido a instalação dos europeus;
! desenvolvimento da cultura cafeeira, principalmente em São Paulo;
! colonização de povoamento, desenvolvida no Sul do país principalmente;
! desenvolvimento econômico ocorrido anós 1850.

Conseqüências desta imigração


! formação das pequenas e médias propriedades rurais;
! introdução de novas formas de produção rural;
! introdução de novos vegetais na agricultura;
! composição étnica com predominância de brancos.
15

Grupos de imigrantes
1. Suíços de língua alemã
Foram os primeiros imigrantes chegados ao Brasil (1819). Fixaram-se no Rio de Janeiro,
fundando a cidade de Nova Friburgo. Esta colonização não deu o resultado esperado,
principalmente por falta de meios de comunicação e transporte. Mesmo assim, foi esta a
primeira
colônia de imigrantes não-portugueses, organizada e subvencionada pelo governo.

Alemães
167
Começararam a chegar a partir de 1824. Radicaram-se principalmente no Rio Grande do
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Sul, fundando São Leopoldo, Novo Hamburgo, Gramado e Canela, e em Santa Catarina (Vale do
Itajaí), onde fundaram Blumenau, Brusque, Itajaí e, no litoral de Santa Catarina, Joinville.
Fixaramse,
também, nas proximidades de São Paulo (Santo Amaro), Rio de Janeiro e Espírito Santo
(Colatina).
Em São Paulo, na região de Limeira, em 1852, um plantador de café, o senador Vergueiro,
transferiu 80 famílias de camponeses alemães para a sua Fazenda Ibicaha. Depois, outros
fazendeiros fizeram o mesmo.
Por meio do sistema de colônias de povoamento e utilizando o sistema de trabalho familiar, os
alemães difundiram, no Sul do país, a policultura em pequenas propriedades e a "indústria
doméstica".
A influência dos alemães é principalmente notada em Santa Catarina, onde encontramos
construções, hábitos alimentares e outros aspectos típicos da cultura germânica.
Em 1970, o total de imigrantes alemães era de aproximadamente 260 mil, sendo 38% em São
Paulo, 17% no Rio rrande do Sul e 12% em Santa Catarina.
A integração cultural dos alemães foi bastante difícil principalmente pela grande diferença entre
ambas as culturas. Após a Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro tomou medidas no
sentido de integrá-los definitivamente ao nosso padrão cultural, evitando a formação de novos
"quistos raciais" em que viviam até há pouco tempo.

Eslavos
Começaram a chegar a partir de 1875, sendo oriundos da Polônia, Rússia Branca e Ucrânia.
Fixaram-se notadamente, no Paraná, onde também criaram uma paisagem cultural própria
(Curitiba, Ponta Grossa e Castro), mas também estão localizados no Rio Grande do Sul.
O principal núcleo polonês é o de Ivaí, no Paraná. Embora em menor número, os eslavos
apresentaram certas dificuldades à integraçâo cultural (língua, costumes etc.); dedicaram-se ao
extrativismo da madeira, serrarias e agricultura.

Turcos e árabes
Popularmente conhecidos turcos, compreendem os sírios, libaneses, árabes palestinos. Estes
povos apresentam vários traços culturais em comum: lingua, religião etc.
A sua grande imigração para o Brasil ocorreu entre 1860 e 1870, prolongando-se até 1890.
Neste período, foram para a Amazônia, atraídos pela economia da borracha em ascensão;
outros
dirigiram-se para as diversas cidades brasileiras. Já nessa época, dedicavam-se ao comércio,
sendo bastante conhecida a figura do "turco-mascate".
Após 1890, a entrada desses imigrantes continuou em número menor, tendo havido, nos
últimos anos, um recrudescimento.

168
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Localizaram-se mais nas cidades grandes, dedicando-se ao comércio e a outras atividades


culturais e industriais.
16
Como a Síria e o Líbano estiveram sob o domínio da Turquia, esses imigrantes eram
registrados no Brasil como turcos.

Japoneses
São imigrantes cuja presença no país é das mais recentes: o primeiro grupo chegou em
1908. 0 período de maior entrada foi entre os anos de 1924 e 1934. São provenientes de áreas rurais
do Japão. Localizaram-se em duas zonas, no Sul e no Norte do país.
Para o Sul, desde o início, vieram os contingentes mais numerosos; localizaram-se no Vale do
Ribeira de Iguape, Vale do Paraíba, Alta Paulista, Alta Sorocabana, Noroeste e Norte do Paraná.
Localizaram-se também no Mato Grosso do Sul.
Trabalhando como assalariados nas fazendas de café ou de algodão, como pequenos
proprietários ou organizados em cooperativas, encontramos os imigrantes japoneses
dedicando-se
com afinco ao cultivo dos mais diferentes vegetais. Em
São Paulo, são encontrados:
! naregião de Marília, Bastos e Tupã, dedicando-se ao cultivo do algodão, à sericultura e a
outras
culturas;
!no Vale do Ribeira de Iguape, destacando-se a cidade de Registro, onde introduziram o cultivo do
chá;
! no Vale dó Paraíba do Sul, onde desenvolveram, nas áreas alagadiças, a rizicultura;
!nos arredores de São Paulo, onde se estabeleceram em pequenas propriedades, formando o
chamado "cinturão verde".
No norte do país, localizam-se nas proximidades da extinta ferrovia Belém-Bragança e no
Vale Médio do Rio Amazonas; dedicaram-se à cultura da pimenta-do-reino e da juta, realizando
cultura de várzea. Chegaram a essa zona a partir de 1924, mas só após 1951 o seu número se
tomou importante.
Embora de forma geral dediquem-se a atividades agrícolas, atualmente são encontrados em
cidades nas áreas urbanas, exercendo as mais diversas atividades.
A integração cultural destes imigrantes foi bastante difícil, pela grande diferença entre as
culturas. Porém, nos últimos anos, tem-se tornado mais efetiva esta integração, devido aos
esforços dispensados por parte do governo brasileiro, evitando a formação dos "quistos raciais".
Em 1970, haviam entrado 240 mil japoneses, sendo que aproximadamente 85%
encontram-se no Estado de São Paulo, 12% no Paraná e 3% no Pará.

Italianos
Dentre os imigrantes aportados no Brasil, os italianos ocupam o 2° lugar, vindo após os
portugueses.
O período áureo da imigração italiana foi de 1887 a 1914, embora tivessem vindo desde o início
do processo migratório brasileiro.
São provenientes de quase toda a Itália, destacando-se, porém, algumas regiões:
Lombardia, Veneza, Gênova. Calábria, Piemonte.
Estes imigrantes localizaram-se na parte centro-norte do Rio Grande do Sul. Fundaram cidades
como Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Farroupilha.
Nestas
áreas deram início à vinicultura, notadamente instalando-se em pequenas propriedades.
Em Santa Catarina, também a sua atividade principal foi a agricultura, ao lado de indústrias
domésticas. Localizaram-se, principalmente, no Vale do Tubarão. Neste Estado, o seu número é
169
pequeno, porém fundaram Nova Veneza, Urussanga, Nova Trento.
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17
Em São Paulo, os italianos chegaram a partir de 1873. É neste Estado que vamos
encontrar o maior número destes imigrantes.
Enquanto no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina instalaram-se como pequenos proprietários,
para São Paulo vieram atraídos pela cultura cafeeira, que necessitava de mão- deobra.
De assalariados, meeiros e colonos que eram a princípio, muitos imigrantes italianos
posteriormente passaram a ser próprietários.
Também a atividade industrial, neste Estado, difere das anteriores. Enquanto nos dois
Estados citados a indústria era doméstica, em São Paulo fundaram estabelecimentos de
caráter
capitalista.
Na cidade de São Paulo, concentram-se em dois bairros, principalmente: Brás e Bela Vista
(Bexiga).
Talvez a maior contribuição deste imigrante, no campo econômico, tenha sido, como no caso
alemão, a sua reação contra a monocultura, difundindo largamente a policultura. Devido ao
seu elevado número no Sul do país (além de São Paulo), são marcantes os traços culturais
de influência italiana na população sulista do Brasil.
O total de italianos entrados no país, até 1970, era de aproximadamente 1.630.000, sendo 73%
em São Paulo.
A sua integração cultural foi bastante rápida, pela semelhança com a cultura brasileira,
também de origem atlanto-mediterrânea.
Além das áreas citadas, os italianos aparecem também no Espírito Santo, próximo à
cidade de Colatina, juntamente com os alemães.

Espanhóis
Estes imigrantes são bastante antigos, tendo entrado no período de 1580 a 1640 um contingente
relativamente grande. Porém, a sua entrada no país, até o período colonial, foi em número reduzido,
talvez pela existência da América Espanhola.
Como imigrantes, o período de maior entrada situou-se entre 1904 e 1914. De 1950 a 1963,
verificou-se uma reativação (cerca de 120 mil entraram no Brasil) seguida de uma redução, a
partir de 1964.
Atualmente, os espanhóis têm imigrado em número maior, localizando-se principalmente
nas áreas urbanas do Sul e Sudeste. Dedicam-se a várias atividades (comércio, indústria etc.). Os
espanhóis perfaziam, até 1970, por volta de 710 mil imigrantes. Desse total 78%
entraram em São Paulo.

Portugueses
De 1500 até 1808, só os portugueses podiam entrar livremente no Brasil.
Após a independência, o Brasil continuou recebendo regularmente os imigrantes portugueses.
Estes imigrantes tiveram dois períodos predominantes de entrada: o período de 1891
a 1930 e após 1950.
Estes imigrantes localizaram-se principalmente em dois Estados: São Paulo, com 45%, e Rio
de Janeiro, com 40%, além de estarem geograficamente dispersos por todo o país.
Atualmente, é o imigrante mais numeroso, com aproximadamente 1.785.000 elementos. Os
portugueses, pelos dispositivos legais, não sofreram restrições aplicadas a outros imigrantes
(quota de imigração).
Nos últimos anos, aproximadamente 50% dos imigrantes entrados no país são constituídos pelos
portugueses, nos quais se inclui o grupo de angolanos.
18

Outros imigrantes
Além das nacionalidades acima citadas, aparecem ainda no Brasil, embora em número menor, 170
chineses, ingleses, franceses, norte-americanos, holandeses, quase todos localizados nas
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áreas urbanas; para alguns, a assimilação de nossa cultura é fácil (franceses), mas para
outros, a
integração cultural se processa lentamente (chineses e ingleses).
O Brasil recebeu 86 mil austríacos e 34 mil franceses, imigrantes também encontrados
quase somente nas áreas urbanas.
Os holandeses, apesar de terem emigrado para o Brasil desde o tempo colonial, só
recentemente marcaram de fato sua presença no Brasil, por meio de um trabalho de
colonização
bastante eficiente. É o caso das colônias de Castrolândia, no Paraná, de Não-Me-Toque, no Rio
Grande do Sul, da colônia da Holambra, no Estado de São Paulo.
Data do século passado a entrada de norte-americanos no Brasil. Eram principalmente
confederados fugidos da Guerra de Secessão, nos EUA. Entretanto, quase nada ficou entre nós
desse contato, com exceção da fundação da cidade de Americana (SP) e da instituiçâo de
ensino
Mackenzie, na cidade de São Paulo.

Urbanização 1 .
Introdução Hábitat
Refere-se à natureza do local em que os grupos humanos vivem. Em decorrência dessa
ocupação e do reflexo do seu gênero de vida, a paisagem natural sofre diversas alterações. De
acordo com a situação geográfica, o hábitat pode ser rural ou urbano.

Hábitat Rural
Relativo ao modo de ocupação do solo no espaço rural, e a sua exploração às relações entre
os habitantes.

Hábitat Urbano
Relativo às cidades e sua ocupação: nelas, as atividades predominantes originam-se do setor
econômico secundário e do terciário (serviços).
A sociedade rural apresenta contrastes com a urbana, tais como:
!a dimensão dos núcleos de povoamento;
!o grau homogêneo de cultura e etnia;
!a estabilidade social e ocupacional;
!o modo de viver de ambos os grupos é diferente.
Atualmente, no entanto, nenhuma sociedade é inteiramente rural ou completamente
urbana, cidade e campo; hoje, não estão inteiramente em oposição como local de residência,
ocupação ou modo de vida, pois cada vez mais se relacionam, sendo difícil separar o rural do
urbano, uma vez que a sociedade vem se tornando menos rural e mais urbana à medida que passa
de fazendas isoladas para estágios representados pelas aldeias, vilas (hábitat urbano), cidades
comerciais, grandes cidades e, finalmente, metrópoles.
Assim, as definições de rural e urbano variam muito entre os países, tornando difíceis as
comparações internacionais.
19
O tamanho do povoado é o tipo de distinção mais respeitado entre o urbano e o rural e é o critério
entre as Nações Unidas em suas publicações. Isto, no entanto, não resolve o problema da
linha divisória, uma vez que a contagem da população urbana é subestimada e a rural
exagerada,
pois os citadinos que vivem fora dos limites da cidade vêm se tornando muito numerosos.

Hábitat rural 171


Carreiras Policias

Pode ser organizado, no Brasil, da seguinte forma:

Disperso
Próprios das zonas rurais, onde as habitações se espalham em grandes espaços.

Ordenado
Quando um elemento orienta a dispersão, como um rio, ferrovia, rodovia, litoral. É o mais
freqüente na paisagem rural brasileira.

Desordenado
Quando não há um elemento que orienta a dispersão.

Aglomerado
Quando as moradias no meio rural estão próximas umas das outras, ocorrendo relação de
vizinhança entre as habitações que, por sua vez, estão relativamente próximas às áreas de
cultivo
ou de pastagens.
O hábitat aglomerado apresenta três modalidades:

Núcleo
Em áreas ocupadas por grandes fazendas, nas quais os trabalhadores habitam junto à sede,
formando o hábitat aglomerado. Exs.: cana-de-açúcar no Nordeste, cacau no sul da Bahia
(Ilhéus e Itabuna) e café em São Paulo.

Povoados
Em quase todo o país, predominando nas áreas de pequenas propriedades rurais. Têm
origens e funções bem diversas.

Coloniais
Geralmente estabelecidas pelos grupos imigrantes, freqüentes nos Estados sulinos, com

172
Carreiras Policias

destaque para a região do Rio Grande do Sul.

Hábitat urbano
Cidade é um "organismo material fechado que se define no espaço pelo alto grau de
relações entre seus habitantes, pelas suas relações com um espaço maior e pela
independência
de suas atividades em relação ao solo onde está localizada".
As definições de cidade são diferentes, mas a maioria delas concorda num ponto: trata-se de um
aglomerado humano, variando em número e na sua relação com o espaço (sua área). 20
No Brasil, a partir de uma lei em 1938, utiliza-se o critério político-administrativo para se
definir a cidade, sendo assim considerada toda sede de Município, não importando sua
população
nem expressão econômica.
Município é uma sociedade capaz de autogoverno e autoadministração dos serviços que Ihe são
peculiares. Ao Município, em colaboração com o Estado, compete zelar pela saúde, higiene e
segurança da população.

Classificação das Cidades Quanto à Origem


Cidades espontâneas ou naturais
Aquelas que surgiram naturalmente, a partir da expansão de antigos hábitats rurais
aglomerados nas diversas fases do desenvolvimento da economia brasileira:
a) Feitorias (escalas de expedições marítimas para defender e explorar as terras coloniais) -
Cabo
Frio (RJ); Santa Cruz de Cabrália (BA).
b) Defesa (fortificações) - Fortaleza (CE); Manaus (AM); Natal (RN).
c) Missões religiosas - São Paulo; Guarapari (ES).
d) Mineração - Ouro Preto (MG); Cuiabá (MT).
e) Entroncamento Ferroviário – Bauru, Mairinque (SP).
f) Núcleo de Colonização - Londrina, Maringá (PR), Blumenau, Joinville (SC); Caxias do Sul,
Bento Gonçalves (RS).
g) Arraiais do Bandeirismo Minerador - (as chamadas corrutelas das áreas diamantíferas) -
Poxoréo (MT); Aragarças (GO).

Cidades planejadas ou artificiais


Criadas a partir de um plano previamente estabelecido. No Brasil, temos: Teresina
(PI) 1851
Aracaju (SE) 1858
Belo Horizonte (MG) 1898
Goiânia (GO) 1937
Brasília (DF) 1960
Quanto à evolução urbana, convém observar que possuímos cidades-mortas, felizmente sendo
raros os exemplos de morte absoluta, de desaparecimento total, porque estamos livres de
erupções vulcânicas ou terremotos e nunca sofremos os flagelos das guerras de extermínio ou de
invasões arrasadoras; apenas a construção de barragens e o represamento de águas fluviais para
produção de energia hidrelétrica têm sido responsáveis por tais mortes, como aconteceu com a
mineração do ouro e das pedras preciosas.

Classificação das Cidades quanto ao Sítio


Urbano 173
Carreiras Policias

O sítio urbano é a área em que o aglomerado está assentado. É o "assoalho" da cidade.


Assim, temos:
a) Acrópole ou Colina (geralmente com objetivos defensivos) - Salvador (BA), São Paulo (SP)
e
Rio de Janeiro (RJ).
b) Planície - Manaus (AM), Belém (PA) e Santarém (PA);
c) Planalto - Brasília (DF) e Cuiabá (MT);
d) Montanhas - Ouro Petro (MG), Campos do lordão (SP) e Belo Horizonte (MG);
21
e) Insular - São Luís (MA), Vitória (ES), Florianópolis (SC) e Guarujá (SP).

Observação
As cidades de São Luís, Vitória, Santos e São Francisco não podem ser consideradas cidades

174
Carreiras Policias

insulares típicas, já que apresentam íntimo contato com o continente e mal se percebe a
passagem
deste para a ilha. Já no caso de Florianópolis, por exemplo, a insularidade é marcante.

CLASSIFICAÇÃO DAS CIDADES QUANTO À


POSIÇÃO GEOGRÁFICA
A situação da cidade em relação aos elementos do meio físico que lhe são próximos
explica a sua evolução e permite a seguinte classificação.

Fluvial:
! Juazeiro (BA);
! Manaus (AM);
! Porto Alegre (RS)
! Pirapora (MG);
! Cuiabá (MT); e
! Corumbá (MS).
Grande é o número de cidades brasileiras localizadas junto a rios ou em suas
proximidades. Destacam-se da Amazônia (nos "tesos" ou "baixos" - platôs), do médio e baixo São
Francisco, do alto-médio Paraguai.
Dessas cidades, umas poucas são localizadas em estuários, sendo raras as que se
assuntam junto a deltas (como é o caso de Parnaíba, no Piauí). Por vezes, prolongam-se para outra
margem, fazendo nascer bairros autônomos, que no Meio-Norte denominavam-se "trezidelas".
Noutros casos, deixam os rios a certa distância, fixando-se no vale fluvial, em terrenos
livres das inundações, sobre "terraços", como se verifica no Vale do Paraíba do Sul, no âmbito da
planície terciária.

Marítima
! Rio de Janeiro (RJ)
! Natal (RN)
! Paranaguá (PR)
! Salvador (BA)
! Santos (SP)

Litorânea (não banhada pelo mar)


! Cubatão (SP)
! Itabuna (BA)
Interiorana
! Campinas (SP)
! Bauru (SP);
22
! Ribeirão Preto (SP)

Classificação das cidades quanto à função


urbana
A atividade básica em função da qual vive a cidade, e da qual se origina o seu Produto
Interno Bruto, permite a seguinte classificação:
175
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Comercial
! São Paulo (SP)
! Campina Grande (PB)
! Caruaru (PE)
! Feira de Santana (BA)

Industrial
! Volta Redonda (RJ)
! Santo André (SP)
! Franca (SP)
! Sorocaba (SP)
! Cubatão (SP)
! Guarulhos (SP)
! Betim (MG)

Religiosa
! Aparecida do Norte (SP)
! Bom Jesus da Lapa (BA)
! Pirapora do Bom Jesus (SP)
! Tambaú (SP)

176
Carreiras Policias

! Juazeiro
do Norte (CE)
Estação de saúde
! Campos do Jordão (SP)
! Araxá (MG)
! Serra Negra (SP)
! Águas de Lindóia (SP)

Turística (balneária)
! Guarujá (SP)
! Camboriú (SC)
! Guarapari (ES)
! Torres (RS)
! Cabo Frio (RJ)
23

Militar estratégica
! Resende (RJ)
! Vila dos Remédios (FN)

Turística (histórica)
! Ouro Preto (MG)
! Parati (RJ)
! Congonhas do Campo (MG)

Portuária
! Santos (SP)
! Paranaguá (PR)
! Rio Grande (RS)
! Vitória (ES)

Administrativa
! Brasília (DF)
! Florianópolis (SC)

Classificação das Cidades quanto à Hierarquia


Urbana
É expressa pela rede urbana que a cidade apresenta e sua posição de polarização sobre as
demais.

Metrópole nacional
Aquela cuja área de influência abrange todo o território nacional. Ex.: São Paulo (SP) e Rio de
Janeiro (RJ).

Metrópole regional
Aquela cuja área de influência abrange uma região do País, polarizando esta área através de
infra-estrutura e equipamentos urbanos.
177
Carreiras Policias

Capital regional
O espaço regional polarizado é menor e representa uma posição hierárquica intermediária entre o
centro regional e a metrópole regional. Ex.: Campinas (SP), Sorocaba (SP), Goiânia (GO),
Santos (SP) e São José dos Campos (SP).

Centro regional
Diretamente influenciado pela capital regional e que polariza um subespaço dentro da área
de influência da capital regional. Ex.: Americana (SP), Itapetinga (SP), Anápolis (GO), Cubatão (SP)
e Jacareí (SP).
24

2. Urbanização
É um processo de criação ou de desenvolvimento de organismos urbanos. Certos períodos foram
especialmente favoráveis ao desenvolvimento da vida urbana. No Brasil, o desenvolvimento
da urbanização teve um incremento a partir de 1930, quando o desenvolvimento industrial se
intensificou, acarretando o crescimento rápido das cidades, principalmente do Sudeste, por
receberem
a população do campo atraída pela indústria.
Recentemente, o processo abrange quase todas as partes do país, não só pela indústria, mas
por outras atividades econômicas ou expansão de serviços.
Em 1970, o Brasil atingiu um total de 3.951 cidades. Dentre estas, nove transformaram-se
em grandes aglomerados urbanos, denominados metrópoles, constituídos pela cidade principal e

178
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por núcleos urbanos de maior importância, situados à sua volta em sua função.

Causas da urbanização:
! processo de industrialização a partir de 1930;
! êxodo rural: precárias condições no campo e atração das cidades;
! concentraçâo rápida no Sudoeste;
! crescimento rápido e caótico das cidades.

3. Megalópoles
Correspondem à conurbação de várias metrópoles, com fusão de sítios urbanos, gerando
gigantescos aglomerados que ocupam extensas áreas. Exemplo: a região que se estende de
Boston até Washington, tendo como centro Nova Iorque.

4. A Grande São Paulo


A região da Grande São Paulo é definida e regulamentada pelos Decretos n° 48.163, de 3 de
julho de 1967 e n° 50.096, de 30 de julho de 1968, do Governo do Estado de São Paulo.
Essa
definição está vinculada ao processo de institucionalização de áreas e entidades
metropolitanas no
Brasil.
A região possui 15.992.170 habitantes (1993), numa superfície de 7.951 km2, com 39
municípios. Tal população é equivalente à da Venezuela (912.050 km2), Arábia Saudita
(2.240.000
km2), Holanda (33.936 km2) ou, ainda, de Moçambique (799.380 km2) . A ela correspondia, em 1980,
68% do valor da produção industrial do Estado de São Paulo e 39% do Brasil. Em 1967, foi
criado o GEGRAM Grupo Executivo da Grande São Paulo - órgão técnico da Secretaria de
Economia e Planejamento desse estado, para enfrentar os grandes problemas ainda existentes.
Esta região assume importância nacional, não apenas por sua grande população (15,9 milhões de
habitantes - 1993), mas por se constituir em um pólo de desenvolvimento para o crescimento do
Brasil. Contudo, essa área apresenta grandes problemas a serem resolvidos, como
os de habitação, transportes, assistência médico-hospitalar, educação, abastecimento de água, rede
de esgotos, etc.

Conceitos
Importantes Região
Polarizada
Constituição da região planejada em torno de metrópoles. O regionalismo leva à formação
de diversas grandes cidades que podem atingir vários milhões de habitantes e onde cada uma delas
pode alcançar caráter metropolitano internacional e, como pólos, organizar regiões em torno
25
de si, onde a população gradativamente adquire consciência regional. O estudo das regiôes
polarizadas nos leva à divisão de estados em regiões administrativas e, estas, em sub-regiões.
Malha Urbana
Diz-se da forte concentração de cidades em uma determinada área do país, como, por
exemplo, a região Sudeste, em determinadas partes. Na região Sul, a malha urbana
caracteriza-se
por maiores concentrações em alguns pontos, por exemplo, as áreas próximas a Porto Alegre,
Curitiba e leste catarinense.

Rede Urbana 179


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Sistema de cidades distribuídas numa região, encaradas como um complexo sistema circulatório
entre núcleos e funções diferentes, mantendo relações entre si e dependentes de um
centro principal que comande a vida regional. Existem redes urbanas mais e menos
organizadas,
estando em permanente processo de transformação.

Áreas metropolitanas
Conjunto de municípios contíguos e integrados com serviços públicos de infra-estrutura
comuns. Grandes espaços urbanizados que se apresentam integrados, seja quanto aos
aspectos
físicos ou funcionais de uma metrópole que exerce o papel dirigente.

Conurbação
Reunião de duas ou mais cidades de crescimento contínuo formando um único aglomerado
urbano. Ex: Regiâo do ABC (SP).

Regiões funcionais urbanas


Divisão regional tendo por base a influência das cidades sohre o espaço ou sua
polarização.

Macrocefalismo
Crescimento acentuado e desordenado das cidades.

Subemprego
Atividade gerada pelo inchaço do setor terciário, com atividades tais como cuidador de carros,
vendedores de semáforos, biscateiros; surgem para desafogar a falta de trabalho. A
Importância da Agricultura

Importância da Atividade Agrícola


O cultivo de produtos agrícolas alimentícios ou destinados à indústria consiste em uma importante
atividade econômica que, para desenvolver-se, necessita da mão-de-obra humana para
arar, adubar e plantar as espécies. A agricultura é diferenciada, desta forma, da atividade
extrativa
vegetal que somente retira produtos da natureza. Destaca-se a importância da agricultura no
processo de desempenho econômico do Brasil nos seguintes aspectos:
! representa grande parte dos produtos exportados;
! responde por parte significativa do produto interno líquido do país, superior a 10%;
26
! corresponde à base da alimentação do país, portanto, é um setor destacável da economia, além
de servir produtos agropecuários ao desenvolvimento da indústria, principalmente do setor
alimentício;
! apesar da importância mostrada do setor agrícola no Brasil, o país ainda não é auto-suficiente na
produção de alimentos. Importamos vários produtos agrícolas, como o trigo, de maior valor;
!aposição do Brasil no cultivo de produtos tropicais, principalmente de frutas, como laranja e
banana, é destacada mundialmente.

Fatores
Naturais Clima
Embora a agricultura não dependa unicamente das condições climáticas, a verdade é que elas
180
assumem importância fundamental para a prática agrícola. A existência de variados tipos climáticos
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no País (equatorial, tropical, de altitude, subtropical e semi-árido) permite uma boa diversificação da
produção agrícola, podendo-se cultivar desde os vegetais tipicamente tropicais
até aqueles próprios de áreas temperadas, como é o caso do trigo, que é o mais cultivado no
Centro-Sul do País.
Devido ao predomínio de climas tropicais, é natural que nossa agricultura seja baseada no cultivo
de vegetais típicos desse clima, como é o caso do café, da cana-de-açúcar, do cacau, do
algodão e outros.

Solo
A camada superficial da litosfera, formada por rocha decomposta, e onde há vida
microbiana, é o que definimos como solo. As transformações físico-químicas criam aí
condições
favoráveis a nutrição e desenvolvimento das plantas e espécies vegetais de modo geral. Seu
processo
de formação é denominado pedogênese, sendo lento e complexo, dependendo da rocha
matriz, do clima, das características do relevo e da matéria orgânica presente.
A espessura do solo varia e ele tem ciclo evolutivo: há solos jovens, maduros e senis. Uma vez
degradados, é difícil recuperá-los. Devido à diversidade de nossa geologia e condições climáticas, o
Brasil possui vários tipos de solos agrícolas, considerados, de modo geral, muito ácidos e frágeis,
ao contrário do refrão comumente utilizado de que no Brasil "se plantando tudo
dá". Sendo assim, para que sejam utilizados de forma eficiente, os solos brasileiros têm que ser
corrigidos de maneira correta quanto à acidez ou composição química.

181
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! Massapê ou Massapé: solo escuro e resultante da composição do ganisse e do calcário. É


um
solo de elevada fertilidade natural, encontrado na Zona da Mata Nordestina, onde, desde o
período
Colonial, é utilizado para o plantio da cana-de-açúcar.
! Terra Roxa: solo castanho-avermelhado, resultante da decomposição do basalto. É também um
solo de elevada fertilidade, de origem vulcânica, encontrado no Planalto Meridional e utilizado para
diversos cultivos, com destaque para o café.
! Solo de Várzea: trata-se de um solo fertilizado pelo acúmulo de matéria orgânica e húmus trazido
pelo rio margeado por ele. No entanto, devido às inundações constantes, restringe seu uso
a alguns produtos, tais como o arroz.
! Salmourão: solo argiloso, geralmente formado pela decomposição do granito em climas
úmidos.
Apresenta alguma fertilidade e é encontrado no Planalto Atlântico e no Centro-Sul do País.

Problemas dos Solos


Há diversos problemas que afetam os solos brasileiros, mas os mais comuns são: erosão,
esgotamento, laterização e lixiviação. Esses provocam graves conseqüências que decorrem das
características climáticas (quentes e úmidos) e das técnicas agrícolas empregadas
(rudimentares).
27
Apesar de limitadas, as medidas atualmente adotadas para combater tais problemas são:
terraceamentos,
curvas de nível, aplicação de adubos, irrigação e reflorestamento. Tais práticas são mais
difundidas nas regiôes Sudeste e Sul do País.
!Erosão e esgotamento dos solos: são provocados, sobretudo, pelas características
climáticas
predominantes no país, isto é, maior concentração das chuvas durante o verão, e também pelo
predomínio de técnicas rudimentares de cultivo: plantio em encostas de morros, inadequação dos
vegetais às condições naturais, etc.
!Laterização: processo característico das regiões intertropicais de clima úmido e estações chuvosa e
seca alternadas. Consiste na remoção da sílica e no enriquecimento dos solos em óxidos de ferro e
alumínio, originando a formação de uma "crosta ferruginosa" capaz de impedir ou
dificultar a prática agrícola. Esta crosta é conhecida também como "canga" e aparece em
grandes
extensões dos chapadões do Centro-Oeste e na Amazônia.
!Lixiviação: é a "lavagem" que ocorre nos solos das regiões tropicais úmidas, quando as
chuvas
intensas atravessam os solos de cima para baixo, carregando os elementos nutritivos
superficiais.

Combate aos problemas do solo


Existem várias técnicas agrícolas que podem combater os problemas dos solos, tais como:
!rotação de solos e de culturas, podendo haver também a associação da agricultura com a
pecuária;
! adubação adequada;
! terraceamento;

! curvas de nível;
! reflorestamento;
182
! irrigação adequada.
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Os efeitos do uso do solo


Preservar árvores é um bom método para a conservação do solo. A prática primitiva da queimada
e o uso irracional do espaço agrícola são destrutivos. Não é recomendável que a floresta
seja substituída por campo ou por cuitivo dos produtos, porém, no Brasil, uma prática
desenvolvida
por técnicas agrícolas consiste em aproveitar os restos vegetais da própria mata para "forrar" o solo
e plantar, como técnica de sombreamento, espécies de produtos entre as árvores nativas. É
um sistema do tipo "corredor" com racionalização de cultivo móvel e a idéia é manter a
capacidade
produtiva do solo.
A substituição gradual de árvores não produtivas por árvores comerciais é um outro método de
conservação, mas este pode trazer o perigo das monoculturas, ao menos que o processo de
substituição seja limitado a determinadas proporções.
Os efeitos destrutivos das enchentes, por outro lado, e os benefícios da água e dos minerais
dissolvidos, difundem-se em uma extensa área pelos sistemas de irrigação. Em muitas
regiões, as medidas para irrigar o solo precisam ser combinadas com a drenagem do mesmo, no
caso de excesso de água.

Principais problemas da agricultura


Subaproveitnmanto do Espaço Agrícola
! O Brasil apresenta subaproveitamento de suas terras agrícolas, já que, apesar de possuir
8.547.403 km2, ocupa apenas cerca de 580.000 km2 com lavouras e 1.750.000 km2 com pastagens.
28
! Áreas de lavouras, pastagens, matas e terras não aproveitadas em relação à área total do
território. Nos últimos anos, a área ocupada pelas atividades agropecuárias tem aumentado,
embora a maior parte do território (73%) encontre-se ocupada por terras não-aproveitadas.
! Em relação à área total dos estabelecimentos agropecuários, verifica-se que as lavouras,
pastagens, matas e terras não-aproveitadas ocupam cerca de 40% das terras brasileiras. Suas terras
estão utilizadas da seguinte maneira: áreas de lavouras, pastagens, matas e terras nãoaproveitadas
em relação à área total dos estabelecimentos agropecuários.

O Uso da Terra
Há uma correlação entre o tipo de utilização agrária e o tamanho da propriedade. Assim, as
grandes propriedades dedicam-se, em geral, ao cultivo de produtos voltados para a
exportação
(café, cana-de-açúcar, cacau, soja, algodão), à pecuária e ao extrativismo vegetal. Já as
pequenas
propriedades se caracterizam pelo desenvolvimento de cultivos comerciais e de subsistência, como
arroz, feijão, milho, mandioca e produtos hortifrutigranjeiros em geral.

Produtividade Agrícola
O aumento da produção agrícola deve-se:
!à expansão das fronteiras agrícolas em direção a Rondônia e Mato Grosso;
!à maior utilização de insumos industriais, apesar do seu alto custo para os agricultores;
! àsaltas cotações de alguns produtos no mercado nacional e internacional, como o café, a
laranja, o algodão, o arroz, a cebola e outros;
!àexpansão da mecanização, principalmente em lavouras comerciais como a da soja e do trigo no
Centro-Oeste e no Sul do País.
Entretanto, em algumas áreas do Brasil, ainda são registradas baixas taxas de 183
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produtividade, o que pode ser explicado por vários motivos:


! uso inadequado e insuficiente de adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas;
! crédito rural voltado sobretudo para os grandes proprietários do Sudoeste e do Sul;
! baixa mecanização;
! escassez de pesquisas agronômicas básicas;
! baixas rendas e más condições de vida do trabalhador rural.
O Governo, por meio de vários programas específicos e de órgãos como a EMBRAPA (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária), pretende aumentar a produtividade agrícola.
Para
isso, aponta as seguintes metas:
! estímulo às pesquisas em Engenharia Rural;
! aumento da assistência técnica, sobretudo aos pequenos proprietários;
! desenvolvimento de novas técnicas de plantio, colheita, seleção de sementes, etc.;
! aumento do crédito rural;
! estímulo à formação de cooperativas;
! criação do Provárzeas e do Projeto Cerrado.
O Provárzeas Nacional é um programa agrícola criado em junho de 1981, que pretende utilizar as
terras férteis das várzeas e, por meio de irrigação, obter maior produtividade. O programa baseia-se
na existência de pelo menos 3 milhões de hectares de várzeas irrigáveis, ainda sem qualquer
aproveitamento. Grande parte dessa área está na bacia do rio Solimões (Amazônia). O Governo
Federal criou, também, o Profir (Programa de Financiamento de Equipamentos de Irrigação).
29

Armazenamento e Transporte
Embora de forma indireta, esses dois fatores estão profundamente inseridos em atividades
agrícolas. Só para citar um exemplo, em determinadas regiões, chega-se a perder grande
parcela
de produção agrícola por falta de transporte e/ou armazenamento adequado. Tais dificuldades
facilitam a ação dos intermediários e especuladores, diminuindo a lucratividade do homem do campo
e aumentando o custo dos alimentos ao consumidor. Segundo os últimos levantamentos, o
Brasil é o campeão do desperdício, calculado, em alguns casos, em cerca de 30% da safra.
Em
valores, estima-se que o desperdício alcance 5 bilhões de dólares por ano.
! Alqueire: medida agrária que corresponde em GO, MG e RJ a 48.000 m2 e em SP a 24.000 m2.
!Hectare: unidade de medida agrária equivalente a cem acres ou ainda a um hectômetro
quadrado 10.000 m2.
! Pedogênese: processo de formação do solo onde percebe-se a decomposição da rocha
original,
acúmulo de matéria orgânica e formação de húmus.
! Terraceamento: técnica agrícola que se constituiu em aproveitar-se de curvas de nível de
degraus (terraços). Típico da Ásia Oriental.
! Curva de nível: linha imaginária que une todos os pontos da mesma altitude, acima ou abaixo de
uma referência conhecida. O mesmo que curva altimérrica, isópsa.

Estrutura fundiária
A expressão "estrutura fundiária", engloba o número e tamanho das propriedades rurais,
segundo as categorias dimensionais. Nesse campo, o Brasil enfrenta sérias dificuldades.
Nossa
184
estrutura fundiária é herança de um passado colonial, com predomínio das grandes
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propriedades
(plantations) voltadas para atender às necessidades do mercado externo. Até hoje os grandes
latifúndios são maioria na área rural, geralmente subaproveitados.
Podemos concluir que:
a) Os pequenos estabelecimentos predominam em número (50,3%), enquanto sua área é
insignificante (2,5%).
b) Os grandes estabelecimentos (mais de 1.000 ha) ocupam quase a metade da área rural
(45%),
representando apenas 1,2% das propriedades; ou, simplificando: há muita gente com pouca terra e
muita terra com pouca gente, o que demonstra a concentração fundiária.
Note que tanto o minifúndio (pequena propriedade) quanto o latifúndio são responsáveis por
um desperdício de recursos, já que:
a) No latifúndio, nem todo o espaço é aproveitado, havendo, portanto, desperdício de terras e
capital.
b) No minifúndio, há mão-de-obra ociosa, pois a terra é escassa.
Os pequenos proprietários respondem por mais da metade da produçâo de alimentos do
Brasil, e são os que menos assistência recebem do governo.
Os conceitos de latifúndio e minifúndio serão definidos em função do módulo rural adotado na
região gráfica e de seu uso. Assim, uma grande propriedade dentro da Amazônia, embora não

185
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aproveitada com alguma atividade, é menos prejudicial que uma outra propriedade bem menor e
mal aproveitada próxima a São Paulo.
Por este motivo, surgiu a idéia de módulo rural (Estatuto da Terra, Lei n° 4.504 de 30/11/64),
criado para estabelecer uma unidade legal de medida das propriedades, onde se leva
em conta a independência entre a dimensão, a situação geográfica do imóvel e seu
aproveitamento.
30
Os conceitos de latifúndio e minifúndio são definidos em função do módulo rural adotado na
região.
! Módulo rural: área explorável que, em determinada posição do País, é direta e pessoalmente
explorada por um conjunto familiar equivalente a quatro pessoas, correspondendo a mil jornadas
anuais. A força de trabalho do nível tecnológico adotado naquela posição geográfica e,
conforme o
tipo de exploração considerado, proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a
subsistência
no processo social e econômico. Segundo o Incra (Instituto Nacional de Colonização e
Reforma
Agrária), é o mínimo de terras que uma família de 4 pessoas necessita para sua manutenção. O
módulo rural varia conforme o desenvolvimento da região, sendo menor quanto maior o
desenvolvimento.
! Minifúndio: será todo o imóvel com área explorável inferior ao módulo rural fixado para a
respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes.
!Latifúndio por dimensão: será todo o imóvel com área superior a 600 vezes o módulo rural
médio fixado para a respectiva região e tipos de exploração nelas ocorrente.
! Latifúndio por exploração: será todo o imóvel cuja dimensão não exceda aquela admitida
como
máxima para empresa rural, tendo área igual ou superior à dimensão do módulo da região, mas
que seja mantida inexplorada em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio,
com fins expeculativos, ou que seja deficiente, ou inadequadamente explorada de modo a
vedar-
Ihe a classificação como empresa rural.
Atualmente, a estrutura fundiária brasileira tem-se caracterizado por um parcelamento das
propriedades, o que traz como conseqüência um crescimento do número de latifúndios:
! 1960 - 3.337.000 estabelecimentos
! 1980 - 5.045.000 estabelecimentos
Além desse fracionamento, verifica-se uma concentração de terras nas mãos dos
latifundiários.
! 1960 - 7l.000.000 ha
! 1980 - 164.500.000 ha
Considerando-se a distribuição dos estabelecimentos rurais por região, observam-se
diferenças significativas.

Região Norte
Caracteriza-se por possuir o mais baixo índice de área ocupada por estabelecimentos
rurais do Brasil. Além disso, apresenta o predomínio de grandes propriedades (mais de 1.000 ha).
Com relação à utilização do solo, a porcentagem em matas incultas é, naturalmente, a mais
elevada do País. Esta situação determina a economia extrativa vegetal, principal atividade da
região. As grandes, médias e pequenas propriedades, estão assim distribuídas:
a) Grandes propriedades:
186
Sudoeste do AM e AC - extrativismo, borracha; Sudoeste do PA - extrativismo, castanha-do- pará;
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Ilha de Marajó e AP - pecuária;


Norte de TO - pecuária de corte.
b) Médias e pequenas propriedades: PA (Zona Bragantina) - pimenta-do-reino, malva, juta,
cacau e
fumo;
AM (vale médio do rio Amazonas) -juta;
PA, AM e AC, ao longo da Transamazônica, agrovilas e culturas diversificadas.
31

Região Nordeste
Apresenta o maior número de estabelecimentos agrícolas e o maior consumo de pessoas
ocupadas nas atividades agropecuárias. Predominam as propriedades entre 200 e 2.000 ha.
Na
utilização da terra, sobressaem-se as pastagens. As principais áreas agrícolas situam-se na faixa
costeira oriental. A zona do Agreste é ocupada por culturas voltadas para o consumo urbano,
enquanto no Sertão encontra-se a criação de gado extensiva, ocupação tradicional.
As grandes, médias e pequenas propriedades estão assim distribuídas:
a) Grandes propriedades: Sertão - pecuária;
Zona da Mata Nordestina - cana-de-açúcar; MA e PI - extrativismo vegetal; BA
(litoral sul) cacau.
b) Pequenas e médias propriedades:
Vale do São Francisco - arroz e cebola; CE (sul-sertão) - algodão;
Agreste - algodão, agave.

Região Centro-Oeste
É também uma região com alta proporção de estabelecimentos com mais de 10.000 ha, porém
predominam os grandes estabelecimentos entre 1.000 ha e 10.000 ha, dedicados à pecuária.
Quanto à utilização da terra, dominam largamente as pastagens: esta é a região que apresenta a
maior área ocupada por estabelecimentos agropecuários no Brasil, apesar de possuílos
em menor número.
É, por excelência, a área de criação de gado bovino no Brasil, realizada em sistema
extensivo nos largos chapadões do cerrado e no Pantanal Mato-Grossense.
As grandes, médias e pequenas propriedades estão assim distribuídas:
a) Grandes propriedades:
MT (parte norte) - extrativismo vegetal; MS e MT (pantanal) - pecuária; GO,
MS e MT (áreas dispersas no interior) -pecuária.
b) Médias e pequenas propriedades:
MS (sul, região de Dourados) - culturas diversificadas: café, milho e soja; GO
(Ceres) - culturas diversificadas.

Região Sul
Quanto à área ocupada, predominam no Sul as pequenas e médias propriedades. Assim
como a região Sudeste, esta região também destina parte de sua produção à indústria
alimentícia, como carnes, milho, soja e outros itens.
As grandes, médias e pequenas propriedades estão assim distribuídas:
a) Grandes propriedades: PR (norte) - soja e café;
PR (Mata de Araucária) - extrativismo madeira; RS (Campanha Gaúcha) - pecuária; RS e
PR - áreas de cultura de trigo.
b) Médias e pequenas propriedades: 187
RS, PR e SC (áreas de povoamento europeu) vinhedos, trigo, batata, arroz, milho, etc.
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32

SISTEMAS AGRÍCOLAS DE PRODUÇÃO


1. Sistemas Agrícolas
Sistema agrícola é a combinação de técnicas e tradições utilizadas pelo homem nas suas
relações com o meio rural para obter os produtos de que necessita.
No Brasil são aplicados no campo vários tipos de sistemas agrícolas.
O sistema extensivo é o mais utilizado: apenas em certas áreas, como no Sul e Sudeste, são
encontradas propriedades utilizando com mais freqüência o sistema intensivo.
Também os sistemas chamados de roça e plantation são antigos no Brasil e até hoje
empregados.
Veja abaixo os principais sistemas e suas caracterísiicas.

Sistema Intensivo
! Uso permanente do solo.
! Rotação de cultivos.
! Fertilizantes.
! Seleção de sementes.
! Seleção de espécies.
! Mecanização.
! Grande rendimento.
! Produção elevada por hectare.
! Mão-de-obra abundante e qualificada.

Terra escassa
O sistema intensivo pode ser caracterizado pela menor dependência do agricultor às
condições naturais.
Quanto menor a dependência, mais intensivo será o sistema agrícola.

Sistema Extensivo
! Desmatamento e coivara.
! Esgotamento dos solos.
! Rotação de solos.
! Pequeno rendimento.
! Produção por trabalhador.
! Terra abundante.
! Mão-de-obra escassa e não-qualificada.
Dentro do sistema extensivo surge o termo "roça" ou itinerante, onde as técnicas utilizadas são
bastante rudimentares com pouco ou nenhum adubo, levando a terra ao esgotamento e,
posteriormente, ao abandono.
No Brasil, o sistema de roça é largamente encontrado, apresentando como resultado uma
agricultura de baixos rendimentos e produção irregular.
33
Plantation
! Predominantemente em áreas tropicais.
! Monocultura.
! Grandes estabelecimentos. 188
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! Capitais abundantes.
! Mão-de-obra numerosa e barata.
! Alto nível tecnológico.
! Trabalho assalariado.
! Aproveitamento agroindustrial da produção.
! Cultivos destinados à exportação.
! Grande rendimento.
O sistema de plantation foi introduzido no Brasil na época colonial, com o cultivo da canade-
açúcar. No entanto, até hoje, este sistema é utilizado no cultivo do café, do cacau, da laranja, da
soja e da própria cana.

Exploração da Terra
Distinguem-se no Brasil as seguintes modalidades de exploração da terra:
! exploração direta - quando é realizada pelo proprietário da terra;
! exploração indireta - pode ser por meio de:
- arrendamento - quando a terra é alugada por um certo tempo e preço;
- parceria - quando, por meio de contrato, a terra é cultivada e a produção é repartida na
proporção estipulada entre as partes. A forma mais comum é a meiação (metade), havendo
também outras, como a terça, etc. Nesta modalidade há também os "posseiros" ou ocupantes,
lavradores sem terras que ocupam uma área para poder plantar. Os assalariados podem ser
mensalistas ou diaristas. Deste último grupo fazem parte os bóias-frias.

EXTRATIVISMO MINERAL
1. Considerações Gerais
O extrativismo mineral consiste em retirar da natureza os recursos minerais necessários à
sobrevivência ou ao desenvolvimento da sociedade. A existência desses recursos em uma
determinada área é uma decorrência dos fenômenos geológicos ali ocorridos ao longo da
história
geológica da Terra. Portanto, nos minerais ocorrem naturalmente, sem a participação do homem
no processo de sua criação.
De um modo geral, os minerais encontram-se disseminados nas rochas, porém, em alguns

189
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casos, eles aparecem em concentrações maiores, permitindo, assim, a sua exploração em


bases
econômicas.

Minerais
São compostos químicos inorgânicos com composição química geralmente definida.

Rochas
34
São conjuntos de minerais ou apenas um mineral consolidado. As rochas formam a parte
essencial da crosta terrestre. Quanto à origem, podem ser classificadas em três grupos:
a) magmáticas ou ígneas;
b) sedimentares;
c) metamórficas.

Rochas magmáticas ou ígneas


São as rochas antigas (primárias) formadas pelo resfriamento do magma (material existente
no interior do globo) ao subir em direção à superfície. As rochas magmáticas, conforme a
posição em que o seu resfriamento ocorreu, podem ser classificadas em dois grupos:
a) rochas plutônicas ou intrusivas: quando a consolidação do magma ocorre no interior da
Terra.
Ex.: granito, sienito, gabro, etc.;
b) rochas vulcânicas ou extrusivas: quando a consolidação do magma ocorre na parte externa
da
crosta terrestre. Ex.: basalto, riolito, andecito, etc.

Rochas sedimentares
São formadas tanto por fragmentos de outras rochas preexistentes (magmáticas e sedimentares)
quanto em virtude de novas condições de temperatura e pressão. Ex.: mármore, gnaisse, quartzito.

Rochas metamórficas
São resultantes de transformações sofridas por rochas preexistentes (magmáticas e
sedimentares) em virtude de novas condições de temperatura e pressão. Ex.: mármore,
gnaisse,
quartzito.

Estrutura Geológica do Brasil


Para se compreender o relevo de um lugar, é necessário conhecer a sua estrutura
geológica, ou seja, seus tipos de rochas, sua idade, etc., além da atuação do clima e
vegetaçâo,
etc.
Interessa conhecer os aspectos superficiais da litosfera, a qual constitui a parte sólida da
Terra, que é composta pelo solo, de pequena espessura, e subsolo (rochas), de maior
espessura.
O território brasileiro é formado por um conjunto de rochas muito antigas (arqueozóicas e
proterozóicas). Essas rochas sofreram diastrofismo (movimento no interior da Terra) na era
précambriana
(600 milhões de anos atrás) e depois foram submetidas à erosão. Todo o material destruído
pela erosão foi carregado e acumulado em áreas mais baixas (sedimentos). Em alguns pontos
do Brasil, houve um soerguimento (levantamento) desses sedimentos que foram submetidos à
erosão. O resultado do trabalho da erosão corresponde aos chapadões, 190
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chapadas e tabuleiros comuns no NE e CO.


No período mesozóico, houve o maior derrame de magma do mundo, cobrindo a região de
basalto e diabásio.
Assim sendo, podem ser encontradas no Brasil as seguintes rochas:
!Cristalinas (terrenos cristalinos): são de formação antiga e cobrem 36% do Brasil. São
divididas
em 32% arqueozóicas e 4% proterozóicas. Nos terrenos proterozóicos (algonquianos)
localizam-se
as maiores jazidas de minerais metálicos.
35
! Sedimentares (terrenos sedimentares): sobretudo a partir da era paleozóica, o embasamento
cristalino do Brasil passou a ser recoberto em sua maior parte por sedimentos que deram
origem
às bacias sedimentares, que correspondem a 60% da superfície.
! Vulcânicas (terrenos vulcânicos): ocupam apenas cerca de 4% da superfície e correspondem a
depósitos de basalto, principalmente durante o período mesozóico.

Os principais minérios do Brasil


Dos diferentes minerais conhecidos no subsolo da Terra, cerca de 3.400 despertam
interesse econômico, e destes, pelo menos 50 aparecem no Brasil. De acordo com os estudos
atuais e em relação às necessidades de consumo do Brasil, podemos distribuir nossas reservas
em:
! abundantes - quando ocorrem em quantidades suficientes para o consumo interno e
exportação.
Ex.: ferro, manganês, calcário, bauxita, sal-gema, ouro e outros.
! suficientes
- quando ocorrem em quantidade suficiente para o consumo interno. Ex: argila,
chumbo, zinco e amianto.
! carentes - quando ocorrem em quantidade insuficiente para o consumo interno. Ex: petróleo,
carvão
mineral.
O Brasil se destaca na produção mundial de minérios, ocupando boas posições. Pode-se citar
(em 1992): bauxita - 4° lugar, cromo - 8° lugar, diamante - 7° lugar, estanho - 1° lugar, ferro -
3° lugar, manganês - 4° lugar, ouro - 4° lugar e tungstênio - 8° lugar.

Minério da ferro
O ferro é obtido pela redução dos seus óxidos. Seus principais minérios são:
! magnetita, com 72,4% de teor de ferro;
! hermatita, com 70% de teor de ferro;
! limonita, com 59,9% de teor de ferro;
! siderita, com 48% de teor de ferro.
A ocorrência de minério de ferro no Brasil foi revelada no final do século XVIII e o seu
aproveitamento teve início na segunda década do século XIX, em Minas Gerais.
As grandes jazidas do Brasil encontram-se em MG (Quadrilátero do Ferro), PA (Serra dos
Carajás) e MS (Morro do Urucum).

Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais


Os principais depósitos de minério de ferro estão numa área de 8.000 km2, compreendida entre as
cidades de Belo Horizonte, Congonhas do Campo, Mariana e Santa Bárbara, que constituem o
191
chamado Quadrilátero Ferrífero ou Central. Esta área é a principal produtora de minério de ferro no
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país, destinando-se à produção tanto vinculada ao mercado interno como externo.


Destacam-se duas áreas de produção e escoamento do minério:
! Asjazidas do Vale do Rio Doce - destinam-se aos mercados interno e externo, sendo a
produção
escoada pela E. F. Vitória-Minas (da CVRD) até o porto de Tubarão, ES. As principais
empresas
que atuam nesta área são: Usiminas, Acesita, Belgo-Mineira (mercado interno) e CVRD (mercado
externo).
! Asjazidas do Vale do Rio Paraopeba - também se destinam aos mercados interno e externo e cuja
produção é escoada pela E. F. Vitória-Minas até o porto de Tubarão e pela E. F. Central do
36
Brasil até o Rio de Janeiro. As principais empresas que atuam nessa área são: CSN e Cosipa
(mercado interno) e Antunes e Hanna (mercado externo).
Observação: a maior empresa produtora de minério de ferro do Brasil é a CVRD (Companhia Vale
do Rio Doce), que, em 1997, foi parcialmente privatizada em leilão.

Morro do Urucum em Moto Grosso do Sul


O estado de Mato Grosso do Sul possui grandes reservas de minério de ferro situadas no sul do
estado, no município de Corumbá. Entretanto, essas reservas apresentam algumas
desvantagens, como grande distância dos principais mercados de consumo e baixa qualidade de
minério.

Serra de Carajás
Situa-se no município de Marabá, na bacia do rio Itacuinas, a 550 km de Belém. Constitui uma das
maiores jazidas de ferro do mundo, descoberta em 1967 pela Companhia Meridional de
Mineração (subsidiária do U.S. STEEL Corp.).
O escoamento do minério de ferro é feito por ferrovia, até o porto de Itaqui, no Maranhão. O
projeto Carajás é realizado pela CVRD.

Manganês
É um metal encontrado na crosta terrestre em formas combinadas (óxidos, silicatos,
carbonatos, etc.) O principal minério é a pirolusita. É usado, geralmente, na indústria
siderúrgica,
onde se utilizam 30 kg de manganês para cada tonelada de aço. Devido ao grande emprego, é um
minério estratégico, sendo que seus maiores consumidores (EUA, França, Inglaterra e Japão) não
possuem grandes reservas (exceto EUA). As
principais jazidas brasileiras são:

Serra do Navio (Amapá)


É a principal produtora, correspondendo a 67% do total produzido no País. A exploração é feita
pela ICOMT (Indústria de Comércio e Minérios), sendo o minério transportado pela E. F. do
Amapá, até o Porto de Santana (AP). A produção visa ao mercado externo, particularmente os EUA.

Quadrilátero de Ferro
É a mais antiga área produtora no Brasil, porém as principais jazidas já foram exploradas. A
principal área produtora é o distrito de Conselheiro Lafaiete, responsável por 25% da produção
nacional.

Morro do Urucum (MS)


192
A produção é pequena e escoada pelo rio Paraguai, através do Porto de Corumbá.
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Serra dos Carajás (PA)


Segunda maior reserva brasileira.

Alumínio
37
O alumínio é um metal branco, leve e que não sofre corrosão. É utilizado pela indústria
elétrica, de material, de transporte, de construção civil, de utensílios domésticos, etc. Os
principais
produtores mundiais são: Austrália, Guiné, Suriname, Rússia e Guiana. O principal minério é a
bauxita, sendo as principais áreas de ocorrências:

Oriximiná (PA)
Uma das maiores reservas mundiais. O destino da produçâo visa à exportação e ao
abastecimento das indústrias nacionais. O projeto Trombetas utiliza energia proveniente da
Hidrelétrica de Tucuruí (rio Tocantins - PA). A bauxita de Oriximiná abastece o complexo
industrial
de alumínio - Alunorte e Albrás - no Pará, e também Alcoa, no Maranhão (São Luís). O Pará é
responsável por 86,5% da produção brasileira (1992).
Minas Gerais (Poços de Caldas, Ouro Preto e Mariana).
Participa com 26% da produção brasileira.

Serra dos Carajás (PA).


Chumbo
O principal minério do chumbo é a galena. Ele é utilizado na fabricação de baterias, cabos,
isolantes, para a radiação de raios X, etc. As principais áreas de ocorrência no Brasil são: Bahia,
Boquira e Macaúbas (principal área produtora), sendo responsável por 80% da produção
brasileira
- Paraná: Adrianápolis.
O Brasil importa o chumbo do Peru e México.

193
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Maiores produtores mundiais: Austrália, Rússia, EUA, Canadá e México

Estanho
O principal minério do estanho é a cassiterita. As
principais áreas produtoras no Brasil são:

Rondônia
Vale dos rios Guaropé, Mamoré e Madeira - maioria do estanho brasileiro (13,5%).
Amazonas: 58,5% da produção nacional.
Pará - Mapuera (26,0%).

Cobre
É um metal não-ferroso muito utilizado como liga (bronze e latão) e em condutores
elétricos.
O principal mineral do cobre é a calcopirita ou cuprita. No Brasil, as principais áreas de
ocorrência são:
Rio Grande do Sul (Camaquã e Caçapava do Sul) - participa com 24% da produção brasileira.
Bahia (Caraíba) - possui as maiores reservas e participa com 75% da produção brasileira.
38
Pará (S. dos Carajás) – reservas menores.

Ouro
O Brasil possui a quarta maior produção mundial de ouro, após a África do Sul, os EUA e o
Canadá (1992). Áreas produtoras: Madeira, rio Tapajós, Alta Floresta (MS), Cumaru (PA),
Jacobina
(BA), Quadrilátero Ferrífero (MG), Serra Pelada (fechada).

SaI Marinho
Ocupa uma posição de destaque no setor da indústria extrativa mineral, sendo utilizado na pecuária,
alimentação humana e na indústria química. As principais áreas produtoras são: Rio Grande do
Norte, responsável por 80,5% da produção nacional, destacando-se nas localidades de
Areia Branca, Mossoró e Macau; Rio de Janeiro, Cabo Frio e Araruama; Ceará.

Observações
Em 1982, os geólogos identificaram a província mineral de mapuera, que compreende parte do
estado do Amazonas, do Pará e Roraima, bem como uma área que apresentava reservas
valiosas e de viabilidade econômica de topázio, turmalina. xenotina, monazita, ouro e estanho
(Novo Airão).
O Brasil possui 98% das reservas de quartzo do mundo, encontrado principalmente em
Minas Gerais e Goiás. O quartzo é fundamental na indústria de informática e precisão
(computadores, televisão, relógios, etc).

FONTES DE ENERGIA
As fontes de energia são elementos que podem contribuir para a realização do trabalho. O homem
utilizou para isso o seu esforço muscular ou animais domesticados, posteriormente a energia do
vento (eólica) e a hidráulica (aproveitando os rios). Foi com a Revolução Industrial, na
segunda metade do século XVIII e no século XIX, que surgiram as máquinas modernas
movidas a
energia elétrica obtida da queima do carvão, do petróleo (usinas, termelétricas da força das
águas
194
(hidrelétricas) e, mais tarde, da fissão do átomo (usinas nucleares). Finalmente, outras fontes
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alternativas foram surgindo, temendo-se o esgotamento das fontes não-renováveis. Devemos


destacar que as fontes de energia estão relacionadas ao tipo de economia, pois quanto mais
industrializada for, maior será o seu consumo energético. A expansão econômica e social verificada
no País no decorrer das últimas décadas vem exigindo importante desenvolvimento da
nossa infra-estrutura, notadamente do setor energético.

Petróleo
64% 13% 7% 6% 4% 4% 2%
Oriente Médio América
Latina
África Rússia América do Norte Ásia e Oceania Europa

A pesquisa de jazidas petrolíferas é feita no Brasil desde meados do século, passado por iniciativa
privada. Só em 1907, com a criação do Serviço Geológico e Mineralógico, o governo começou a se
preocupar com este programa, passando, a partir de 1919, a fazer pesquisas
infrutíferas, por serem realizadas com técnicas e equipamentos deficientes. Na década de 30,
alguns resultados começaram a surgir, principalmente com a perfuração do poço Lobato, na, Bahia,
o primeiro aberto no País.
39
Em vista das condições políticas nacionais e da grande importância do petróleo, em 1938 foram
nacionalizadas as jazidas petrolíferas. Nesse mesmo ano, foi criado o Conselho Nacional do
Petróleo (CNP), principalmente na Bahia, iniciando-se a fase de comercialização.
Em 1953, foi criada pelo governo a organização Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás). É uma
sociedade mista, com participação estatal de 51%.
Passaram, dessa data em diante, a ser monopólio da Petrobrás:
! pesquisa e exploração das jazidas;
! refinação (com exceção das refinarias particulares já instaladas);
! transporte de petróleo bruto e dos oleodutos;
! importação de petróleo bruto e derivados.
A partir de 1953, a Petrobrás conseguiu desenvolver-se gradativamente em todos os
setores petrolíferos: pesquisa, exploração, refinação, transporte e distribuição. Em 1976, com a
assinatura de contratos de risco com a Shell, Elf, British Petroleum e Exxon, o setor de pesquisa e
exploração foi aberto à participação de empresas privadas.

EXPLORAÇÃO
As bacias de possível exploração de petróleo no Brasil são:
! Bacia Amazônica;
! Bacia Litorânea;
! Bacia Paranaense;
! Bacia Recôncavo Baiano.

Principais áreas produtoras continentais:


! BA
- Recôncavo Baiano: poços de Miranga, Água Grande, Buracica, D. João, Taquipe,
Candeias;
! AL - Poços de Coqueiro Seco e Tabuleiro do Martins;
! SE - Poços de Catmópolis, Brejo Grande, Riachuelo e Treme;
! MA - Barreirinhas;
! AM - Vale Médio do rio Amazonas.

Produção no Brasil 195


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Em 1996 a produção foi de, em média, 850 mil barris por dia. Isso representa
aproximadamente 60% do petróleo consumido diariamente; o restante é importado.
Atualmente, cerca de 70% do petróleo extraído no Brasil vem das plataformas marítimas,
sendo a principal área produtora, a Bacia de Campos. No continente, é a do Recôncavo
Baiano.

Refinação
Atualmente, a Petrobrás tem onze unidades de refino, com capacidade para processar 1,4
milhões de barris/ dia.
Embora a Petrobrás, com a Lei n° 2.004, tenha recebido o monopólio do refino, o Governo
manteve as autorizações concedidas a grupos privados antes daquela lei. A atual quebra do
monopólio permitirá que outras empresas do ramo possam participar de todo o processo
petrolífero.
O objetivo principal da quebra do monopólio é buscar a auto-suficiência do produto, objetivo
traçado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).
40
Eis a razão da existência de duas refinarias particulares: Ipiranga (RS) e Manguinhos (RJ),
ambas de pequeno porte.
As principais refinarias da Petrobrás são:
! Mataripe - Landulfo Alves (BA);
! Cubatão - Presidente Arthur Bernardes (SP);
! Duque de Caxias - Duque de Caxias (RJ):
! Betim - Gabriel Passos (MG);
! Canoas - Alberto Pasqualini (RS);
! Paulínea - Replan (SP);
!Manaus - Reman (AM), na qual a Companhia Estatal de Petróleo do Peru, a Petroperu, tem
refinado parte de sua produção;

196
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! Araucária - Refar (PR) - Refinaria Getúlio Vargas;


! Henrique Lage - REVAP (S. José dos Campos - SP);
! União - Capuava (SP);
! ASFOR - Fábrica Nacional de Asfalto de Fortaleza - CE.

Observação:
A Petrobrás exporta diversos derivados de petróleo, como: óleo combustível, gasolina, querosene
para avião, óleo diesel e outros, principalmente para Nigéria, EUA, o Argentina, Holanda e outros
países.

Transporte - Oleodutos
! Transporta o óleo bruto da jazida à refinaria. Exemplo: Aracaju - Bahia.
! Transporta o óleo dos terminais marítimos à refinaria. Exemplo: São Sebastião - Cubatão.
!Transporta os produtos já refinados, até os postos de armazenagem para distribuição.
Exemplo:
Cubatão - Capuava (SP).
Neste último caso, por um único oleoduto são transportados dois ou três produtos, desde que
apresentem densidades diferentes.
Esse transporte é feito por bombeamento controlado por "casas de bombas" que se comunicam
com a refinaria e levam, assim, o produto ao local destinado. Essas casas estão distribuidas a cada
quilômetro, de acordo com a topografia do local, mais ou menos acidentada,
em maior ou menor número de casas.
O custo operacional dos oleodutos é muito baixo, por isso outros estão sendo
programados.
! FRONAPE: Frota Nacional de Petroleiros, contando atualmente com 69 navios.
! Esses navios atendem ao comércio interno, transportando petróleo dos países exportadores e
fazem
fretes para terceiras bandeiras, se bem que sejam em pequeno número.
!Os portos que comercializam o petróleo são os terminais marítimos, que já possuem oleodutos para
a condução do produto até o local desejado dentro do País. No Brasil, seis são importantes:
! Bahia - Terminal Alves Câmara;
! São Paulo - Terminal Almirante Barroso (São Sebastião);
! Rio de Janeiro - Terminal Almirante Tamandaré
! Sergipe - Terminal de Atalaia Velha;
41
! Rio Grande do Sul - Terminal Soares Dutra;
! Santa Catarina - Terminal de São Francisco do Sul.

Distribuição
O setor de distribuição dos derivados não é monopólio da Petrobrás. Existem várias
empresas nacionais e estrangeiras operando neste setor.
A participação da Petrobrás neste ramo é de aproximadamente 20%, com uma rede de
postos de distribuição muito grande e quatro companhias nacionais com um número de postos muito
inferior.
As principais empresas estrangeiras são:
! Esso Brasileira de Petróleo S.A.;
! Shell do Brasil S.A;
! Texaco do Brasil S.A. Produtora de Petróleo; 197
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! Cia. Atlantic de Petróleo.

Observação:
Os postos estão distribuídos por todo o Brasil. As
principais empresas nacionais são:
! Petrobrás Distribuidora S.A.;
! Distribuidora de Petróleo Ipiranga;
! Petrominas;

! Cia. São Paulo Distribuidora de Derivados de Petróleo.

Consumo
No início de 1992, o consumo diário era de 1.200.000 barris/dia; em 1999, o nosso
consumo atingiu a cifra de 1,4 milhão de barris/dia, enquanto a nossa produção se aproximou de
1,1 milhão de barris/dia.

Carvão mineral
Sabemos que o hemisfério sul é pobre em carvão mineral, se comparado ao hemisfério
norte. Essa desigualdade está ligada a fenômenos geológicos. Assim, o Brasil não faz exceção nesse
aspecto. É também pobre em jazidas carboníferas (pelo menos considerando-se as jazidas
conhecidas até hoje).
As nossas principais jazidas estão localizadas no Sul do País, numa formação que data do
permocarbonífero, entre o cristalino da Serra do Mar e a Bacia Sedimentar Paranaense.

Brasil: Produção de Carvão Mineral


Santa Catarina ................................................. 61%
Rio Grande do Sul ........................................... 36%
Paraná ............................................................... 3%
Fonte: IBGE - 1994

42

Principais Depósitos
! Santa Catarina
1.205.000.000 tonetadas, localizadas no vale do rio Tubarão e proximidades.

! Rio Grande do Sul


1.932.000.000 de toneladas, localizadas no vale do Jacuí e proximidades.
Foi localizada uma jazida de linhito no alto Amazonas, mas ainda não foi avaliada.
A exploração do carvão mineral, no Brasil, efetivou-se a partir de 1942, em Santa Catarina,
quando foi iniciada a instalação da Cia. Siderúrgica Nacional (primeiro alto-forno a coque no
Brasil), em Volta Redonda.
A partir dessa data, a nossa produção tem cresclcio de forma bastante lenta, devido a uma série de
problemas já citados.

Principais Áreas Produtoras


! Santa Catarina
A produção catarinense provém das minas de Lauro Muller, Urussanga, Criciúma (Bacia do Tubarão)
e Araranguá. Parte dela é consumida no próprio Estado e parte é escoada até o porto de
Laguna (Henrique Lages), pela Estrada de Ferro Teresa Cristina. 198
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Dos depósitos brasileiros, o único que possui carvão coqueificável é o de Santa Catarina, cuja
composição é a seguinte:
! Carvão metalúrgico - 45%
! Carvão vapor - 30%
! Rejeitos - 25%
A principal compradora deste carvão é a Cia. Siderúrgica Nacional.

! Rio Grande do Sul


Os depósitos desse Estado aparecem de 30 a 120 metros de profundidade. A exploração ocorre no
Vale do Jacuí (São Jerônimo e Butiá), Bagé e Leão. O carvão é de baixa qualidade, não
sendo coqueificável, com a utilização das técnicas atuais.
A produção é consumida no próprio Estado, para geração de termeletricidade e transportes
(Viação Férrea do Rio Grande do Sul).
! Paraná
É explorado no Vale do rio Peixe e no Vale do rio das Cinzas, sendo consumido para
transporte.

Problemas de Exploração
Vários são os problemas que dificultam o aumento da exploração:
- depósitos relativamente pequenos;
- pequena espessura dos horizontes carboníferos, dificultando a exploração;
- baixa qualidade do carvão, reduzindo até 18% de cinzas;
- baixo nível técnico das minas e equipamentos deficientes, encarecendo o produto;
43
- distância dos depósitos em relação aos centros consumidores;
- alto custo dos transportes.
Em relação ao carvão metalúrgico, o importado sai mais barato que o nacional. Daí a
tendência das empresas para consumirem carvão importado, mais barato e de melhor
qualidade
(produz 4% a 5% de cinzas, contra 16% a 18% do carvão nacional). Para defender a produção
brasileira,

199
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principalmente de Santa Catarina, o governo instituiu o uso obrigatório do carvão nacional na


proporção de 40% do consumo nas siderúrgicas.

Eletricidade
A energia elétrica é um dos fatores básicos para o desenvolvimento de um país. Isto é tanto
verdade que, se observarmos os países desenvolvidos, notaremos que o consumo de energia
elétrica por pessoa será bastante alto em relação aos países menos desenvolvidos.
A energia elétrica pode provir de usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares. As usinas
hidrelétricas aproveitam energia potencial da água (queda de água). As usinas termelétricas
aproveitam a energia resultante da queima de óleos, carvão mineral, carvão vegetal, lenha, etc., e
as nucleares utilizam urânio, tório, etc.
O Brasil, tendo constituição hidrográfica importante e em sua maioria rios de planalto,
evidentemente possui um alto potencial hidrelétrico, que é de 150.000.000 kw, colocando-se em

lugar nesse particular, após Rússia e Canadá. A distribuição do potencial hidrelétrico por bacia
hidrográfica apresenta-se na seguinte ordem:
BACIA POTENCIAL CONFIRMADO ESTIMADO
Amazônia
Prata
São Francisco
Tocantins
16.799,4
10.819,1
3.058,8
9.284,2
36.993,5
6.530,5
1.255,5
1.525,4
Embora esse potencial fosse alto, a capacidade de produção instalada era de 8.828.400 kw
(1970), passando para 31.725.000 kw em 1980.
Quanto à termeletricidade, o Brasil possui capacidade instalada de 4.249.000 kw (1980),
aproveitando como matéria-prima o petróleo, o carvão mineral e a lenha.
Essa predominância de usinas hidrelétricas é fácil de compreender, se atentarmos para os
grandes recursos hidrográficos do Brasil de um lado, e os pequenos recursos em petróleo e
carvão
mineral, de outro; se bem que a opção para se instalar uma usina leva em consideração outros
fatores, tais como: tipo de consumo de eletricidade durante o ano, quantidade de consumo, custo
de instalações, etc.
O elevado potencial hidrelétrico dos rios brasileiros explica por que a geração de eletricidade no
País é proveniente, principalmente, de usinas hidrelétricas (93%) em menor escala
de origem termelétrica (6,3%).

Observação
O Plano 2000, elaborado pelo Governo em 1982, compreende a previsão das necessidades de
geração de energia até o final do século. Nesse plano, estão previstas 8 usinas
nucleares, além de prever o atraso no cronograma para a entrada em operacão de 10 usinas
hidrelétricas
44

Principais Empresas ligadas à Produção de 200


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Energia Elétrica
! Eletrobrás(Centrais ricasBrasileiras S.A.
Subsidiárias:
! Centrais Elétricas de Furnas
! CHESF (Cia. Hidrelétrica do São Francisco)
! Eletrosul (Centrais Elétricas do Sul)
! Eletronorte
(Centrais Elétricas do Norte)
Empresas estaduais:
! CESP (SP), CEMIG (MG), COPEL (PR), CEl CELG (GO), CELF (RJ), etc.

Principais Usinas Hidrelétricas


RIO USINA
Tocantins Tucuruí e Serra da Mesa
Xingu São Félix
Curuá-Una Curuá-Una
Araguari Coaracy Nunes ou Paredão
Paranaíba Cachoeira Dourada, São Simão, Itumbiara
Grande Furnas, Estreito, Jaguara, Marimbondo, Água Vermelha
Paraná Jupiá, Ilha Solteira, Itaipu
Tietê Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Avanhadava
Paranapanema Jurumirim, Xavantes
Iguaçu Foz da Areia, Salto Santiago
Paraíba do Sul Nilo Peçanha, Funil
Pardo Caconde, Euclides da Cunha
Pedras (Cubatão) Henry Borden I e II

Xisto Pirobetuminoso
O xisto pirobetuminoso é também encontrado em formações sedimentares, sendo
composto de matéria orgânica pressurizada por milhares de anos. Para transformá-lo em óleo, é
necessário o aquecimento a altas temperaturas, e a tecnologia não é das mais avançadas,
encarecendo muito o produto. O Brasil conta com grandes reservas desta matéria-prima,
localizadas na região de São Mateus do Sul (PR) e no Vale do Paraíba (SP). A Petrobrás
desenvolveu
sistema próprio para obtenção do óleo de xisto (petrosix), mas que também é inviável
economicamente, sendo ainda utilizado basicamente como forma de pesquisa.

Gás natural
Este combustível tem sido apontado como a fonte de energia do futuro, pois, entre outras
qualidades, não é poluente. A cidade de São Paulo tem feito experiências bastante
interessantes a
respeito, e muitos ônibus e táxis estão rodando com esse combustível pela cidade. O gás
natural
pode ser considerado como petróleo em estado gasoso e, portanto, pode substituir qualquer
combustível originado dessa matéria-prima com algumas vantagens, pois, além de não poluir,
encontra-se disponível em consideráveis reservas no Brasil, passando a ser uma das prioridades
da Petrobrás. Até mesmo na retirada de petróleo das jazidas mais profundas, o gás natural pode
ser um auxiliar, injetando-o no poço para empurrar o petróleo para cima.
45

Álcool 201
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A substituição da gasolina pelo álcool trouxe algumas vantagens e desvantagens. As principais


vantagens referem-se ao menor nível de poluição atmosférica e ao fato de tratar-se de
um recurso renovável. No entanto, as terras aráveis de melhor qualidade de algumas regiões do
Sudeste são plantadas com cana, e não com os tradicionais produtos alimentícios. Os custos do
álcool, maiores que os da gasolina, exigem subsídios governamentais. A previsão para o álcool é
que se torne apenas uma fonte complementar, pois poucos países teriam extensões de terras
suficientes para os imensos canaviais necessários para suprir o consumo industrial em larga escala.

Energia Solar
Esta é, sem dúvida, a mais limpa e mais barata forma de obtenção de energia. Mas,
infelizmente, com a tecnologia atualmente disponível é completamente inviável o grande
consumo
industrial, pois não se consegue obter este tipo de energia em larga escala, ainda que,
segundo
alguns cálculos, a energia solar que atinge a Terra em apenas sete dias seja equivalente a toda

202
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energia acumulada nas reservas minerais fósseis do planeta. Estamos, por enquanto, restritos a
calculadoras e pequenos instrumentos. Nos EUA, um pequeno avião para um único tripulante,
construído em fibras sintéticas e movido a energia solar, conseguiu percorrer uma longa distância
voando a poucos metros acima do solo. Atualmente, a Austrália promove uma corrida de
automóveis solares que, se não podem ser comparados ao rendimento dos modelos
tradicionais,
têm apresentado sensíveis progressos nos últimos eventos.

Por que a porticipação do Brasil no setor


nuclear?
Apesar de o Brasil dispor de um imenso potencial hidráulico e, no momento, utilizar apenas 10%
e 15% desse potencial, e a despeito, também, do excedente de energia elétrica que ocorre no
momento, apontam-se as seguintes justificativas para sua participação no setor nuclear. A partir
deste ano, as fontes hidráulicas deverão estar prestes a se esgotarem, principalmente nas
regiões
Sudeste e Sul, onde o consumo é mais elevado.
Em vista de nossa insuficiência de combustíveis fósseis e dos reflexos da crise do petróleo,
haverá necessidade de complementação da energia hidráulica com a energia nuclear.
O Governo Federal decidiu se engajar num programa nuclear para adquirir experiência na
instalação e operação de centrais nucleares e, ao mesmo tempo, propiciar à engenharia e à
indústria nacional a oportunidade de participar e desenvolver este tipo de tecnologia.
O II PND, criado para o período de 1975 a 1979, no Governo Geisel (já falecido), assinala
a importância do Programa Nuclear Brasileiro e a necessidade de preparar o País para os anos 80,
quando a energia nuclear já deveria representar parte significativa da energia elétrica gerada no
País e no mundo. Além disso, visava ao desenvolvimento de outras aplicações da ciência
nuclear,
como o uso dos isótopos na agricultura, medicina e indústria.

O Acordo Nuclear Brasil - República Federal da


Alemanha
No dia 27/6/75, em Bonn, foram assinados dois documentos definindo e implementando um
programa de cooperação entre Brasil e a RFA: o acordo de cooperação sobre os usos pacíficos
da energia nuclear e a declaração dos governos do Brasil e da RFA relativa à implementação
do mencionado acordo.
O objetivo geral do programa consiste na implantação, em nosso País, de uma capacidade
industrial em todas as áreas do uso pacífico da energia nuclear e na transferência de tecnologia,
bem como o fornecimento de urânio do Brasil para a RFA. Os
principais itens do referido programa são:
46
- Prospecção, pesquisa, desenvolvimento, mineração e exploração de depósitos de urânio no
Brasil, bem como a produção de concentrados e compostos de urânio natural.
- Enriquecimento de urânio.
- Indústria de reatores nucleares.
- Reprocessamento de combustível irradiado.
- Financiamento.
O programa nuclear compreende, ainda, a instalação no Brasil de 8 usinas nucleares, duas das
quais, Angra II e III devem ser providenciadas de imediato.
A usina Angra I (Almirante Álvaro Alberto) foi adquirida dos Estados Unidos através da Westinghouse
e sua construção ficou a cargo da Central Elétrica de Furnas S.A. (subsidiária da Eletrobrás); a usina
203
Angra III teve sua construção cancelada por decreto presidencial em 1993.
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A Lei n° 6.189, de 16/12/74, criou a Nuclebrás (Empresa Nuclear Brasileira), com a


finalidade de orientar, planejar, supervisionar, fiscalizar, pesquisar e comercializar os materiais
nucleares produzidos. O Brasil optou, em seu programa nuclear, pelas usinas que utilizam como
combustível o urânio enriquecido a 3% e, como refrigerante e moderador, a água leve. Nesta linha,

204
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escolheu ainda o tipo que utiliza água leve pressurizada, conhecido como PWR (Pressurized Wate
Reactor).
O sistema PWR é constituído de três circuitos de água: o circuito primário, o secundário e o de
água de circulaçâo.
A água do circuito primário é aquecida pelo calor decorrente da fissão do urânio no reator, chegando
à temperatura de cerca de 300° C, no caso de Angra. Em seguida, a água segue por tubulações até o
gerador de vapor, onde vaporiza a água do circuito secundário sem, no entanto,
entrar em contato com ela. O vapor resultante, por sua vez, vai acionar a turbina, que
movimentará
o gerador, produzindo a eletricidade. Para que a água do circuito primário não entre em
ebulição
ao ultrapassar os 100° C, a pressão é mantida elevada - 157 atmosfera - daí o sistema
denominarse
"água leve pressurizada."
O terceiro circuito - denominado "água de circulação" - consiste em um sistema de capacitação de
água do mar para esfriar, no condensador, o vapor que se expandiu na turbina. Para condensar o
vapor, a água de circulação se aquece ligeiramente. No caso da Central Nuclear
de Angra, essa água utilizada no condensador é bombeada, através de um túnel, até a
enseada de
Piraquara de Fora, cerca de 12 km de distância da usina, sendo lançada de novo no mar, sem
qualquer contaminação radioativa. O calor por ela adquirido se dissipa nas imediações do local em
que é lançada.
Fora dessa área limitada, a temperatura da água do mar não será alterada pela descarga dos
condensadores.

Urânio e os Reatores Nucleares


O urânio é um combustível nuclear (material radioativo ou atômico) extraído da uranilita ou
pechblenda e de outros minérios. Aparece em rochas eruptivas e nos pigmatitos, porém as
maiores
concentrações estão nas rochas sedimentares. O urânio natural é uma mistura dos isótopos U 234+
U235+ U238.
As reservas brasileiras de urânio em 1978 atingiram 142.000 t, destacando-se as seguintes
áreas: Poços de Caldas e Quadrilátero Ferrífero (MG), Figueira (PR), Campos Belos (GO), Lagoa
Real (BA), e Itatiaia (CE), Surucucus (RR) e Espinhares (PB). O reator é uma fornalha onde se utiliza
o combustível nuclear para a produção de calor que vai aquecer na caldeira a água para a
turbina. Esta, por sua vez, move o gerador que produz a energia elétrica. O conjunto é uma
máquina térmica com a fornalha substituída pelo reator nuclear. Os reatores podem ser de fissão
ou fusão, sendo que o último ainda está em fase de pesquisa.
47

As Vantagens e Desvantagens do Uso de


Energia Nuclear Vantagens:
· permite grande concentração energética;
· independe dos fatores meteorológicos;
· flexibilidade na localização das usinas;
· reduzida poluição atmosférica.

Desvantagens:
· auto custo inicial na implantação;
205
· segurança - perigos de defeitos técnicos, sabotagens, etc.;
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· resíduos radiativos (lixo nuclear);


· elevado preço da energia.

Usinas Nucleares
A Nuclebrás prevê a construção de diversas usinas nucleares no Brasil.
· Usina de Angra dos Reis - Unidade I (Almirante Álvaro) é a primeira usina do Complexo
Angra dos Reis, situada na praia de Itaoma; foi inaugurada no início de abril de 1982, já
fornecendo energia elétrica ao sistema de transmissão de Furnas.
· Usina de Angra dos Reis unidade II e III - essas usinas resultam do acordo de
cooperação firmado com a Alemanha, ao passo que a Angra I é de fabricação norte-americana
(westinghouse ). A Usina Angra III teve seu contrato cancelado por decreto presidencial em 1993.
· Usina de Peruíbe e Iguape - em fase de estudos e implantação, também se incluem no
acordo Brasil Alemanha. Todas essas usinas geram discussões por parte de organizações
ambientalistas pelo comprometimento da qualidade de vida do homem e de outras espécies,
por
atingirem áreas de preservação ambiental.

INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
EVOLUÇÃO HISTÓRICA E PRINCIPAIS SETORES
1. Conceito
Indústria pode ser entendida como ato de transformar matérias-primas em bens de
produção e de consumo.

Tipos de Indústria
De um modo geral, as indústrias podem ser divididas em:
Extrativas: - mineral
- vegetal
Transformação: - bens de produção
- bens de consumo - duráveis
- não-duráveis
48
a) Indústrias extrativas: extraem produtos sem alterar suas características.
b) Indústrias de transformação: são as que convertem as matérias-primas obtidas da
natureza
em objeto útil para o homem. Dividem-se em: bens de produção e bens de consumo.
c) Indústrias de tecnologia de ponta e a bélica: envolve robótica, informática e armamentos.
d) De base ou pesada: quando se preocupa em obter bens de produção ou de cpaital. São
exemplos deste tipo de indústrias as máquinas, geradores, turbinas, etc...
e) Leve ou de bens de consumo: Duráveis e não-duráveis.

Bens de Produção
São também chamados de bens de capital, bens de equipamento, indústrias pesadas e indústrias de
base. São indústrias que produzem "produtos" (matérias-primas e equipamentos) para outras
indústrias. Exigem grande investimento. Ex.: siderurgia, metalurgia, mecânica, naval,
etc.

Bens de Consumo
São indústrias que produzem "produtos" voltados diretamente para o consumo da 206
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população. Essas indústrias produzem bens de consumo duráveis (eletrodomésticos,


automóveis,
eletrônicos, móveis, etc.) e não-duráveis (remédios, bebidas, alimentos, vestuário, etc.).

Evolução Indusstrial no Brasil


Até 1808, pode-se dizer que não havia propriamente indústrias no País, resumindo-se esta
atividade à produção de tecidos grosseiros e de uns poucos artigos de natureza artesanal. Após
1808, apesar de liberação da atividade industrial que até então havia sido impedida pela
metrópole, o desenvolvimento industrial não tomava impulso devido à falta de infra- estrutura
interna e à concorrência dos produtos externos, sobretudo ingleses.
Com a introdução do café em SP e a conseqüente chegada dos imigrantes, houve certa expansão
do mercado interno consumidor, além da disponibilidade de capitais e melhores transportes.
Começam a surgir alguns setores industriais de necessidade mais imediata e de menor custo
como: alimentícios, têxtil, de material de construção, etc.
Em 1850 havia no país:
- 02 fábricas de tecidos;
- 10 indústrias de alimentos;
- 02 indústrias de caixas e caixões;
- 05 indústrias metalúrgicas;
- 07 indústrias químicas.
No final do século XIX, o desenvolvimento industrial foi pequeno, apesar das medidas
protecionistas adotadas pelo governo para proteger a indústria nacional da concorrência
externa.
A partir da Primeira Guerra Mundial, a atividade industrial apresentou uma certa expansão, pois
já que não podia contar com as importações européias, procurava desenvolver aqui alguns
setores industriais.
A crise 1929/1930 e a Segunda Guerra Mundial marcaram outra fase de crescimento
industrial, sobretudo em SP, RS e MG. Após 1940, surgem outros tipos de atividades
industriais, já
que antes dominavam indústrias apenas de bens de consumo.
Em 1942, ocorre a construção da Cia. Siderúrgica Nacional. Inicia-se a produção de aço em
grande escala, que abre novas perspectivas para a expansão industrial brasileira.
49
A década de 1950 ainda enfrenta problemas e obstáculos, como falta de energia e deficiente
rede de transportes e comunicações, que vão ser tratados por Juscelino em seu plano
de Metas - além disso, o desenvolvimento industrial passa a ser dependente do capital externo.
Nessa fase, o governo optou pela indústria de bens de consumo duráveis, como as indústrias
automobilísticas e de eletrodomésticos, além de setores básicos e energia elétrica através da criação
de várias empresas Cemig - Furnas, etc.).
A década de 60 é representada por um período de crise e estagnação da atividade industrial.
Essa fase marca uma economia associada e dependente do capital externo, e o Estado
como forte centralizador e controlador dos setores econômicos básicos.
A década de 70 caracteriza-se por uma maior diversificação da produção industrial e,
conseqüentemente, das exportações que até hoje têm nos manufaturados o seu maior peso. O
Brasil, bem como a maior parte dos países de industrialização recente, apresenta um grande peso
na economia estatal. Durante as décadas de industrialização acelerada tem que criar
a infra-estrutura básica necessária e isto incluía siderúrgicas, estradas e outras.
O conceito moderno de economia e Administração Pública tomou este sistema obsoleto e o
Estado, que já foi visto como tábua de apoio para a economia do país, passou a ser visto como
um grande estorvo.
Não faltam argumentos pró-privatizações, bem como argumentos contra. No entanto, os custos para
207
a manutenção de um sistema evidentemente ineficiente, inchado de funcionários desnecessários e
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uma estrutura de comando montada apenas com critérios políticos, parecem ter
se tornado insustentáveis para um país que procura uma nova colocação no mundo.
O critério das privatizações foi muito contestado, pois muitas estatais foram vendidas para
outras estatais ou fundo de pensões de funcionários de estatais e a entrada de "moedas
podres",
nos leilões, sugeria que nem tudo estava às claras nessas transações. No entanto, algumas das
empresas já privatizadas começam a apresentar um desempenho compatível com as regras
básicas do capitalismo. A Mafersa, fabricante de vagões, apresenta lucros após anos de prejuízo
enquanto estatal. A Usiminas aumentou sua produtividade e reduziu um terço seu
endividamento,
entre outros exemplos.

2. Distribuição Geográfica da Atividade Industrial


A grande região industrial do país é a região Sudeste, onde se destacam São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais. O centro econômico do Brasil, bastante urbanizado e industrializado,
é
constituído por São Paulo e Rio de Janeiro.

Região Sudeste
É a responsável por mais da metade de toda a atividade industrial e, sozinha, consegue cerca
de 3/4 do valor da produção industrial.
Essa concentração no SE é devida a vários fatores, tais como:
a) sistemas de transporte e comunicação mais desenvolvidos;
b) maior produção energética;
c) maior e mais diversificado mercado consumidor;
d) maior concentração de capitais;
e) maior concentração de mão-de-obra;
f) melhor nível de vida e poder aquisitivo.
50

Destaques do Sudeste São Paulo


O Estado de São Paulo é o maior destaque. Concentrando cerca de 40% dos estabelecimentos
industriais do país; 48% do pessoal ocupado em indústrias; 53% do valor da produção industrial.
A grande São Paulo, sobretudo os municípios do ABC, Diadema, Osasco, Guarulhos e
outros, possui a maior concentração industrial do país e da América Latina.
Ainda no Estado de São Paulo, outros centros industriais importantes, situam-se
normalmente ao longo dos principais eixos rodoviários ou rodoferroviários. São eles:
a) Anhangüera - Campinas, Americana, Limeira, Piracicaba, Ribeirão Preto.
b) Dutra - Jacareí, São José dos Campos, Taubaté.
c) Washington Luís - Rio Claro, São Carlos, Araraquara, São José do Rio Preto.
d) Raposo Tavares - Sorocaba, Itapetininga, Presidente Prudente.
e) Anchieta - Cubatão, Santos, São Bernardo.
As indústrias do Estado de São Paulo caracterizam-se pela diversificação: metalurgia,
química, alimentícia, têxtil, transporte, construção, farmacêutica, etc.

Minas Gerais
Vem aumentando a cada ano o valor da produção industrial e a área de influência industrial da
Grande Belo Horizonte. O Centro Industrial de Contagem, próximo a Belo Horizonte, é
diversificado e foi criado em 1970, em Betim. Sua posição é apoiada na abundância de recursos 208
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minerais, sobretudo no minério de ferro, justificando o primeiro lugar na produção de aço do país.

Rio de Janeiro
A maior concentração industrial coincide com o Grande Rio-polindustrial. Destaques na
indústria naval e no turismo.

Região Sul
Apesar da antigüidade da ocupação industrial (o início está ligado à colonização européia),
a Região Sul tem apenas 20% de participação no processo industrial. É a segunda região mais
industrializada.
As indústrias mais importantes são as de bens de consumo: as alimentícias destacam-se no
RS, como frigoríficos, couros, vinícola; as têxteis em SC; e madeira no PR
No RS, os centros mais industrializados são: Grande Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Rio
Grande, etc. Em SC, por sua vez, destacam-se: Joinville, Blumenau (têxtil); Criciúma e Tubarão
(carvão). Já no PR tem-se Curitiba, pólo industrial, além de centros no norte do Estado.

Região Nordeste
É a terceira mais industrializada; as maiores aglomerações industriais se concentram no Recife e
Salvador. A industrialização do NE está ligada à construção da usina hidrelétrica de Paulo
Afonso, à criação dos distritos industriais, como Cabo, Paulista, Jaboatão, etc., em PE, e
Centro
Industrial de Aratu e do Polo Petroquímico de Camaçari na Bahia. Destaca-se, também, a
concentração industrial em Fortaleza.

3. Principais Indústrias
51
A indústria de transformação é a que mais se destaca, conforme os dados a seguir:

% s/ os estabelecimentos industriais
% s/ o pessoal
ocupado
% s/ o valor da
produção industrial

209
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a) extrativo mineral 1,9% 1,7% 1,5%


b) transformação 98,1% 98,3% 98,5%
A indústria alimentícia tem a maior participação em pessoal ocupado e número de estabelecimentos. A
indústria metalúrgica é a segunda em número de pessoal ocupado e valor de
produção industrial.

Alimentícias
Abrange diversos ramos, tais como: laticínios, conservas, frigoríficos, bebidas, massas, moinhos, óleo,
etc. Está entre as mais antigas do País. Apesar de estar disseminada por quase todo o País, é em SP
que se verifica a sua maior concentração. Destaques: Carnes (frigoríficos):
Araçatuba e Barretos (SP), Rio Grande e Pelotas (RS), Campo Grande (MS). Bebidas: Caxias do
Sul, Bento Gonçalves (RS), Jundiaí, São Roque Ribeirão Preto (SP). Laticínios: Sul de MG,
Vale
do Paraíba (SP e RJ), grandes centros. Açúcar: Paraíba (SP), Campos (RT), Maceió (AL).

Automobilística
A produção automobilística sofreu um grande crescimento desde 1958, colocando-se, atualmente,
entre as dez maiores empresas do mundo, sendo superada apenas por Japão, EUA,
Alemanha, Inglaterra, França, Itália, Canadá e Rússia. As principais empresas automobilísticas são:
a) Volkswagen do Brasil - SP;
b) General Motors do Brasil - SP;
c) Ford Motores do Brasil - SP;
d) Mercedes-Benz do Brasil - SP;
e) Fábrica Nacional de Motores - RJ;
f) Fiat do Brasil - MG; e
g) Volvo do Brasil - PR.
A indústria automobilística foi implantada na segunda metade da década de 1950, durante o
governo de Juscelino Kubitschek. Os principais fatores associados à implementação da indústria
automobilística foram:
a) desenvolvimento da metalurgia e siderurgia;
b) as já existentes indústrias de montagem de veículos no Brasil;
c) existência de indústrias de autopeças;
d) mercado consumidor em SE;
e) desenvolvimento do setor rodoviário; e
f) criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística).
A primeira indústria – Vemag – foi instalada em 1956, e em 1958, a Volkswagen. Com isso
desenvolvem-se indústrias ligadas ao setor automobilístico, como: vidros, artefatos de
borracha, couro, material elétrico, metalurgia leve, etc.
52
A maior concentração ocorre em São Paulo graças a maior disponibilidade de mão-deobra, indústrias
de autopeças, proximidades da Cosipa e do Porto de Santos, existência de energia elétrica, etc.
Atualmente o Brasil está entre os maiores produtores mundiais, com uma produção anual de
cerca de 1 miIhão de veículos.
210
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Siderurgia
Foi somente a partir de 1917 que se instalou no País, por iniciativa da Cia Siderúrgica Belgo-Mineira,
localizada inicialmente em Sabará (MG) e depois em Monlevade (MG).
Aproveitando a abundância de minério de ferro existente em Minas Gerais, outras siderúrgicas foram
se instalando na região, e, durante muito tempo, Minas Gerais foi o único centro siderúrgico
do País. As causas que retardaram a implantação da siderurgia foram a escassez de carvão
mineral, a falta de mão-de-obra e de capitais, além da ausência de indústrias capazes de consumir
a produção.
A partir de 1942, a siderurgia tomou grande impulso com a instalação da Cia. Siderúrgica
Nacional (estatal) na localidade de Volta Redonda, no Vale do Paraíba fluminense. Sua
localização
obedecia à situação intermediária entre as jazidas de carvão (SC) e as áreas produtoras de minério
de ferro (MG); ao ponto de encontro entre a Central do Brasil e a Rede Mineira de Viação;
à proximidade dos maiores centros industriais e consumidores do País; à abundância de energia
elétrica; e, por fim, à maior disponibilidade de mão-de-obra.
A elevada taxa de crescimento alcançada por este setor deve-se a vários fatores, tais como:
a) desenvolvimento das atividades industriais de base. as quais passaram a consumir a
produção
siderúrgica;
b) rápido desenvolvimento do setor de construção civil;
c) grande apoio governamental;
d) aumento do consumo de produtos industrializados;
O principal problema que afeta a indústria siderúrgica é o fornecimento de matérias-primas (carvão
mineral), sendo por isso, muito grande o consumo de carvão vegetal.
Observações:
- 94% da produção siderúrgica concentra-se no SE
- As maiores produções siderúrgicas são obtidas pela Usiminas, CSN e Cosipa.

Distribuição espacial das usinas siderúrgicas


As siderúrgicas distribuem-se pelo espaço independentemente da localização do carvão mineral,
pois as maiores produções desse produto vêm do sul, e é no SE que se encontra a maior
produção de aço.
Portanto, outros foram os fatores responsáveis por esta localização. E, sobretudo, a presença de
minério, como o ferro e o manganês e o mercado consumidor, que regem tal distribuição.
A produção atual de aço bruto situa-se perto de 25 bilhões de toneladas, colocando o
Brasil entre os 10 maiores produtores do mundo. Enquanto o consumo per capita de aço dos países
desenvolvidos, como EUA, Japão, Rússia, Alemanha, gira em torno de 400 a 500 kg/hab/ano, a
produção brasileira é de cerca de 100 kg/hab/ano.
53

Os problemas da nossa indústria e atualidades


sobre o setor
Apesar do franco desenvolvimento industrial experimentado pelo País nas últimas
211
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décadas, vários são os problemas que o afetam, destacando-se os seguintes:


- Quanto à energia: empregamos ainda elevada quantidade de lenha como fonte energética.
- Quanto ao capital: escasso, não permitindo grandes investimentos por parte dos particulares,
o
que permite grande participação de capitais estatais e estrangeiros.
- Quanto ao equipamento: a produção da indústria de máquinas e equipamentos ainda é
insuficiente, sendo necessária a importação em larga escala.
- Quanto aos transportes: o sistema ferroviário e o hidroviário são deficientes.
- Quanto ao mercado consumidor: ainda restrito, apesar de estar em crescimento.

TRANSPORTES
1. Introdução
O desenvolvimento do sistema de transportes no Brasil está intimamente ligado à evolução da
economia brasileira. Portanto, de início, integram-se ferrovias e portos na comercialização agrícola
destinada à exportação. Posteriormente, com a acelerada industrialização, por meio de
um processo de substituição de importações, o sistema de transportes teve de fazer frente aos fluxos
adicionais de bens intermediários e finais, para atendimento do mercado interno.
O transporte rodoviário desempenhou papel fundamental nesse estágio de
desenvolvimento econômico. Em virtude da grande extensão territorial do Brasil, as imensas
distâncias que separam as diversas regiões, que dificultam a implantação de meios de transporte
rápidos, eficientes e baratos para o escoamento das produções e dos passageiros, se
constituem
num grave problema para o País.
Os fatores que devem ser considerados para a análise das necessidades e do trabalho das vias de
transporte são muitos, podendo ser citados:
- relevo;
- vegetação;
- navegabilidade dos rios;
- distância;
- custo de instalação;
- custo de manutenção;
- intensidade do fluxo de mercadoria e pessoas
- isolamento de algumas áreas.
Na década de 60, foi criado o Geipot - Grupo Executivo da Política dos Transportes - de modo a
impulsionar o setor. A crise mundial de combustíveis também determinou uma nova orientação mais
ampla e eficiente, em termos de transportes, apesar de a rodovia ter sido o setor
que mais cresceu nos últimos anos e que mais se destaca.
A política de transportes implantada no Brasil está voltada fundamentalmente para o setor rodoviário,
consumindo grande quantidade de diesel e gasolina, num país que ainda depende de
grande importação de petróleo.

Velhos caminhos
No período colonial, os caminhos e trilhas eram abertos pelos indígenas, bandeirantes e jesuítas,
do litoral em direção ao interior. Cumpre destacar o papel dos rios como vias de comunicações e
212
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integração territorial, sendo muito utilizados pelos bandeirantes. No NE, a 54


pecuária fez surgir muitos caminhos. No Sul havia o caminho ligando Sorocaba ao Rio Grande do
Sul, por onde se deslocavam os tropeiros.
A mineração também foi responsável por novos caminhos, entre os quais ao Vale do Paraíba, onde
se desenvolviam os cafezais. Posteriormente, surgiram a Estrada União e Indústria (ligando
Petrópolis a Juiz de Fora), Estrada graciosa (litoral do PR a Curitiba) e Estrada Dona Francisca
(Joinville a Rio Negro, SC).

Transporte ferroviário - Histórico


A nossa primeira ferrovia foi construída pela Imperial Companhia de Estradas de Ferro, fundada pelo
Visconde de Mauá, ligando o Porto de Mauá, na Baía de Guanabara, à Serra da Estrela, no caminho
de Petrópolis. Tinha uma extensão de 14,5 km e bitola de 1 m ( 1854).
Logo a seguir, outras surgiram no NE, Recôncavo Baiano e, principalmente, em São Paulo, para
servir à economia cafeeira, então em franco desenvolvimento (estradas do café). Eram, em
geral, construídas ou financiadas por capitais ingleses que visavam somente à satisfação de seus
interesses comerciais, sem o mínimo de planejamento.
Entre 1870 e 1920, vivíamos uma verdadeira "era de ferrovias", sendo que o crescimento médio
destas era de 6.000 km por década.
1855 - E.F. D. Pedro II (E.RC.B.)
1868 - E.F. Santos-Jundiaí
1868 - Cia. Paulista de Estradas de Ferro
1872 - Cia. de Estradas de Ferro de São Paulo -Rio de Janeiro 1872
- Cia. Mogiana de Estrada de Ferro
Após 1920, com o advento do automóvel, as ferrovias entram numa fase de estagnação, não se
recuperando até hoje.
A situação do setor de transporte ferroviário é grave, sendo que em 1960 tinha 38,2 mil km de
extensão, sofrendo, a partir de então, um processo sistemático de deterioração. Sua extensão
diminuiu para 29,7 mil km em 1985 e, após modesta recuperação, atingiu 30,3 mil km em 1993
(mesma extensão que possuía em 1924).
O Brasil é um país pobre em ferrovias e as mesmas se encontram irregularmente distribuídas
pelo território. Enquanto a Região Sudeste concentra quase a metade das ferrovias, as
regiões Norte e Centro-Oeste concentram juntas menos de 10%.
Existem no Brasil duas grandes empresas ferroviárias:
- RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.): privatizada - dos 28.942 km de extensão de
linhas férreas, possui 22.837, quase 80% do total;
- FEPASA (Ferrovias Paulistas S.A): privatizada - possui 17% das linhas férreas. Foi criada em
1971, com a finalidade de administrar e organizar o sistema ferroviário de SP. Pertencia a
FEPASA:
- Cia. Mogiana de Estrada de Ferro (1.477 km), parte de Campinas e serve ao NE de SP
ao Triângulo Mineiro e à Brasília;
- E.F. de Araraquara (440km) atravessa o NO de SP;
- Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1.931 km);
- E.F. Sorocaba (218km);
- E.F. Noroeste do Brasil (1.632km); e
55
213
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- E.F. Santos-Jundiaí.
Observação: a E.F. Noroeste do Brasil e a E.F. Santos-Jundiaí pertenciam à RFFSA.
Existem ainda outras estradas, com administrações diversas, como:
- E. F. do Amapá (194km). Pertence à Icomi (Ind. e Com. de Mineração).
- E.F. Vitória-Minas (792 km), ligando a região produtora de ferro (Quadrilátero do ferro)
aos portos de Vitória e Tubarão, de onde é exportado. É controlada pela Companhia Vale do Rio
Doce.
- E.F. Campos do Jordão (47km).
- E.F. Ponta da Madeira-Carajás, que liga a Serra dos Carajás, sul do PA, até o porto de
Itaqui (MA), com a finalidade de escoar o minério de ferro da região.
- Ferrovia do Aço, iniciada em 1975. A construção se encontra paralisada, aguardando
solução governamental. Em 1984, o Brasil possuía uma densidade ferroviária de 3,4 m/km2,
bastante reduzida quando comparada aos EUA (150 m/km) e a Argentina (15 m/km2).

Situação Atual
A RFFSA foi privatizada em 96 e 97, sendo desmembrada por áreas, entre as várias
empresas consorciadas:
· A MRS, que passou a controlar parte da antiga malha sudeste e sul;
· A NOVOESTE, que passou a controlar a antiga malha oeste, incluindo a antiga E.F. Noroeste
do
Brasil, que interligava Bauru, Campo Grande e Corumbá.
· A CENTRO-ATLÂNTICA, que passou a controlar a antiga malha Centro-Leste, o consórcio de
oito
acionistas integra também, CVRD e CSN.
· A NORDESTE, passou a ser controlada pelo consórcio MANOR, formada pela CVRD, CSN,
Taquari Participações (Vicunha) e Bradesco.
· A E.F. TEREZA CRISTINA: foi privatizada em novembro de 96 e é controlada pelo consórcio
liderado pela Montagem Projetos Especiais.
Além de curtas extensões, as ferrovias se encontram mal distribuídas, com um traçado tipicamente
periférico, o que demonstra nitidamente que ele foi montado para atender às necessidades de uma
economia exportadora de produtos primários, com ferrovias traçadas do interior para os portos
regionais sem a preocupação de integração do território.
Vários outros problemas embaraçaram o desenvolvimento das nossas ferrovias:
- material rodante deficiente;
- pessoal ineficiente;
- diferença de bitolas;
- tipos de relevo;
- concorrência das rodovias;
- alto custo de instalação.
Em vista destes problemas, a rede ferroviária é delicitária, em geral, fazendo exceção apenas
algumas linhas. A escassez de combustível tem como solução a utilização do grande potencial
hidrelétrico do país, que forneceria energia elétrica necessária para as locomotivas elétricas,
que hoje representam apenas 7% do total.
Dentre algumas das atitudes governamentais tomadas para solucionar os problemas do
214
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transporte ferroviário, podemos citar:


- eliminação das estradas deficientes;

215
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56
- reorganização da administração;
- reorganização das linhas;
- reaparelhamento das ferrovias;
- substituição das locomotivas a vapor por outras de maior rendimento (diesel e elétrica).
- política de privatização.
Apesar dessas medidas, ainda estamos longe de atingir um plano ideal, condizente com a
necessidade da nossa economia.

TRANSPORTE RODOVIÁRIO E OUTROS


1. Evolução rodoviária
As estradas brasileiras, como dissemos, sofreram um colapso entre 1860-1920. Com a
introdução dos automotores, a situação inverteu-se, vivendo o país, até os dias atuais, uma
verdadeira "era de rodovias".
Aquelas antigas estradas transitáveis só no período de estiagem passaram a ser
melhoradas, enquanto outras surgiam rapidamente, em diferentes regiões do país. A partir de 1937,
com a criação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), iniciaram- se
melhoramentos referentes à pavimentação, que se intensifica ainda hoje, e à produção do
asfalto e
cimento, por parte das indústrias brasileiras. Mesmo assim, os custos operacionais são altos. Em
1993, a extensão de nossas rodovias era de 1.824.363 km, o que dá uma média de
185 m/km2 aproximadamente.
- Do total, 9% da extensão rodoviária brasileira ainda está na fase de planejamento.
- Das atuais rodovias em tráfego, a distribuição se faz da seguinte maneira:
Jurisdição federal - 6%
Jurisdição estadual - 10%
Jurisdição municipal - 84%
Sendo que 90% ainda se encontram não pavimentadas.
Quanto à distribuição pelo território, a Região Sudeste é a que possui a maior extensão, com
30% do total, demonstrando mais uma vez os desequilíbrios regionais.
Acompanhando o aumento na extensão das rodovias, a frota nacional de veículos também vem
crescendo rapidamente, atendida quase que totalmente pela produção brasileira.
Os veículos de passeio representam 70% da frota nacional, enquanto os de transporte
coletivo representam pouco mais de 1%.
As rodovias federais estão divididas em 5 tipos, a partir de 1967.
a) Rodovias radiais ................. (de BR-1 a BR-100)
b) Rodovias longitudinais ............ (de BR-101 a BR-200)
c) Rodovias transversais ............. (de BR-201 a BR-300)
d) Rodovias diagonais ................ (de BR-301 a BR-400)
e) Rodovias de ligação ........... (de BR-401 em diante)
a) As Rodovias Radiais saem todas de Brasília. A sua numeração é contada a partir do
sentido
Norte, aumentando no sentido horário.
57

RODOVIAS RADIAIS

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Número Ligação Extensão


BR-10
BR-20
BR-30
BR-40
BR-50
BR-60
BR-70
BR-80
Brasília-Belém (PA)
Brasília-Fortaleza (CE)
Brasília-Campinho (BA)
Brasília-Campos (RJ)
Brasília-Santos (SP)
Brasília-Bela Vista (MS)
Brasília-Cáceres (MT)
Brasília-Manaus
1.091 (km) 1.882
(km)
1.111 (km)
1.154 (km)
1.051 (km)
1.281 (km)
-
3.604 (km)
b) As Rodovias Longitudinais são traçadas no sentido dos meridianos, isto é, cruzam o país
na
direção nortesul. A sua numeração aumenta de leste para oeste, como os meridianos.

Rodovias Longitudinais Número Ligação


Extensão BR-101
BR-116
BR-153
BR-156
BR-158
BR-163
BR-172
BR-174
Fortaleza (CE) – Osório (RS)
Fortaleza (CE) – Jaguarão (RS)
Tucuruí (PA) – Aceguá (RS)
Macapá (AP) – Oiapoque (AP) Félix
(MT) – Livramento (RS) Cuiabá
(MT) – Santarém (PA) Canumã
(AM) – Vilhena (RO) Manaus (AM) –
Sta. Helena (RR)
4.085 (km)
4.403 (km)
3.749 (km)
686 (km)
2.714 (km)
1.618 (km)
1.120 (km)

217
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970 (km)
c) As Rodovias Transversais cruzam o Brasil na direção leste-oeste. A sua numeração
aumenta de norte para sul.

Rodovias Transversais Número Ligação


Extensão
BR-210
BR-230
BR-236
BR-251
BR-262
BR-273
BR-277
BR-290
Perimetral Norte-Macapá (AP) – Cruzeiro do Sul (AC)
Transamazônica: Recife (PE) e João Pessoa (PB) – Taumaturgo (AC)
Abunã (RO) – Vila Japim (Peru)
Ilhéus (BA) – Cuiabá (MT)
Vitória (ES) - Corumbá (MS)
Campinas (SP) – Campo Grande (MS)
Paranaguá (PR) – Foz do Iguaçu (PR)
Osório (RS) – Uruguaiana (RS)
3.300 (km)
5.400 (km)
4.189 (km)
1.108 (km)
2.199 (km)
2.253 (km)
1.097 (km)
730 (km)

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São Rodovias Diagonais
Número Ligação Extensão
BR-307
BR-316
BR-319
BR-364
Benjamin Constant (AM) – Taumaturgo (AC)
Belém (PA) – Maceió (AL)
Porto Velho (RO) – Manaus (AM)
Porto Velho (RO) – Cuiabá (MT) 705
(km)
2.032 (km)
1.107 (km)
1.416 (km)
e) As Rodovias de Ligação são aquelas que unem duas rodovias entre si. São numeradas de
BR-
401 a BR-500, como, por exemplo, a BR-401, que vai de Boa Vista (RR) até a fronteira com a
Guiana, como uma extensão de 140 km.
Conformc se percebe no mapa, as rodovias prestam-se à integração nacional, lado a lado, com
as torres metálicas de Embratel - Empresa Brasileira de Telecomunicações, que interligam,
cada vez mais, os pontos mais distantes do país com telefone e televisão.

218
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Observação
Em 1982, o DNER deu início à execução do Agrovias (Programa Nacional de Rodovias
Alimentadoras). Esse programa destina-se a permitir a construção de rodovias integrantes das redes:
Federal, Estadual e Municipal, que tenham como função básíca assegurar o transporte e o
escoamento de carga do meio rural para pólos urbanos ou para vias de transportes de longa
distância.
Rodovia inaugurada em maio de 1982, ligando, inicialmente, SP a Guararema, passou a se chamar
Rodovia Ayrton Senna. Além de acabar com o congestionamento da Via Dutra, próximo à
Metrópole Paulista, possibilitou o rápido escoamento da produção agrícola de toda a região do Vale
do Paraíba, facilitando ainda o acesso ao litoral norte e ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Navegação fluvial e marítima Navegação fluvial


Os rios tiveram um papel importante na ocupação do território brasileiro. Através do Tietê, Amazonas
e São Francisco, efetuou-se a ocupação de vastas porções do território. Atualmente é o
sistema de menor participação no transporte de mercadorias. A navegação fluvial vê-se prejudicada
pelo fato de a maior parte dos rios serem de planalto e os rios de planície situarem- se
afastados das áreas mais desenvolvidas.
Os rios de planalto não impedem definitivamente a navegação, porém sua navegabilidade
depende da construção de canais laterais, comportas (eclusas). É o caso da eclusa da Barra
Bonita no Tietê, de Jupiá no Paraná, além de outras projetadas.
As bacias de maior imnortância são:

Bacia Amazônica
Possui percurso navegável de 22.446 km, entre o rio Amazonas e seus afluentes. A
navegação do rio Amazonas é internacionalizada até o Porto de Manaus, desde 1867,
controlada
pela Enasa - Empresa de Navegação da Amazônia S.A. Os
principais portos são Belém e Manaus.
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Bacia do Prata
Compreende a navegação feita no rio Paraguai, rio Paraná e em alguns afluentes,
controlada pelo serviço de navegação da Bacia do Prata (oficial).

219
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Cumpre destacar que o transporte fluvial do rio Paraguai é um dos mais importantes do
Brasil, pelo valor da carga que por ele é transportada: minérios (ferro e manganês provenientes do
Maciço do Urucum), gado, madeira, arroz, cimento, trigo e derivados de petróleo para importação.
Seus principais portos no Brasil são: Corumbá e Ladário.
O rio Paraná tem seu trecho navegável no Brasil no seu alto curso, na divisa de São Paulo e Mato Grosso do Sul,
1.500 km. Transporta trigo, soja, gado e madeira e seus portos principais
são: Presidente Epitácio, Panorama e Guaíra.

Bacia do São Francisco


Constituída por este rio, desde Juazeiro (Bahia) até Pirapora (Minas Gerais), e alguns afluentes. A
navegação é controlada pela Codevasf.
A articulação do São Francisco ao litoral é feita pela Estrada de Ferro Central do Brasil, de Pirapora ao Rio de
Janeiro e pela Viação Férrea Leste Brasileiro, de Juazeiro a Salvador. A navegação é facilitada pela Barragem de
Três Marias e Eclusa de Sobradinho.

Outras bacias
De importância restrita, destacam-se os rios Jacuí (RS) e o Rio Doce (MG). O rio Tietê tem seu
trecho navegável a partir de Barra Bonita.

Navagação marítima
Pela posição que o Brasil ocupa no Oceano Atlântico, com um perímetro costeiro de 7.400 km e possuindo a
economia voltada para o litoral, era de se esperar que a nossa Marinha Mercante fosse muito desenvolvida. Porém,
isso não acontece. Possuímos 376 embarcações, com
mais de 100 toneladas, que deslocam 144.000 toneladas.
Essa Marinha Mercante precária constitui-se num dos pontos de estrangulamento da nossa economia. Vários são
os problemas que dificultam o desenvolvimento da Marinha, entre os quais:
- embarcações velhas (em média 44 anos de uso);
- deficiência das instalações portuárias;
- problemas tarifários;
- desorganização administrativa.
O setor de transporte marítimo conta com dois importantes órgãos:
- a Sunamam - Superintendência Nacional da Marinha Mercante, que tem como objetivo reorganizar o
setor;
- o Geicon - Grupo Executivo da Indústria da Construção Naval, que cuida do Planejamento, da execução e
renovação das embarcações.
Em parte, os problemas estão sendo resolvidos pelo Fundo Portuário Nacional.
A ampliação de estaleiros, por meio da política da Sunamam deverá solucionar grande parte dos problemas
referentes às embarcações, esperando-se, num futuro próximo, a renovação
quase total da frota.
A navegação é feita sob duas modalidades:
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Navegação de longo curso ou internacional


No Brasil, a navegação de longo curso estava sendo feita pelo Lloyd Brasileiro com cerca de 84 embarcações e
pela Fronape (Frota Nacional de Petroleiros) que possui 80 embarcações.
Atualmente a navegação vive um momento de crise, sendo que a necessidade nacional de navegação é suprida
por navios estrangeiros fretados, o que representa importante saída de divisas dos cofres públicos.
Quanto à Fronape, todo o petróleo bruto e os derivados importados são, praticamente, transportados por
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Carreiras Policias

esta companhia.
As principais empresas de navegação de longo curso no Brasil são: Fronape - petróleo e
minério de ferro.
Lloyd Brasileiro - máquinas e produtos agrícolas. Docenave - Vale do Rio
Doce Navegação S/A - minérios. Navegação de cabotagem
É a navegação que liga os diversos portos brasileiros entre si. Podendo ser feita somente
por navios nacionais, segundo dispositivos constitucionais. Porém, devido às deficiências da nossa
Marinha Mercante, mais de 50% de tonelagem é transportada por embarcações estrangeiras. Entre as principais
companhias que exploram esse tipo de navegação, temos:
Lloyd - Cia. Costeira de Navegação. Aliança - Cia.
Baiana de Navegação. Cia. Paulista de Navegação.

Portos
Em grande parte, como já dissemos, as deficiências apresentadas pela nossa Marinha Mercante devem-se às
instalações portuárias que são precárias. Dentre os diversos portos marítimos e fluviais, dois podem ser
considerados de primeira categoria: Santos e Rio de Janeiro.
Os maiores portos em carga (tonelagem).
Ao lado dos portos de múltiplas funções, em virtude de serem escoados produtos variados, existem os portos
especializados:
- Santana (Macapá, AP) - manganês.
- Areia Branca (RN) - sal marinho.
- Malhado (Ilhéus, BA) - cacau.
- Tubarão e Vitória (ES) - ferro de MG.
- Sepetiba (RJ) - minério de ferro.
- Itajaí (SC) - pescado.
- S. Sebastião (SP) - petróleo.
- S. Francisco do Sul (SC) - madeira.
- Maceió (AL) - açúcar e petróleo.
- S. Luís-Itaqui (MA) - ferro de Carajás (PA).
O complexo portuário-industrial de Sepetiba (RJ), inaugurado em maio de 1982, receberá, inicialmente, carvão
metalúrgico e energético, destinados ao parque siderúrgico da Região Sudeste. Deverá estar capacitado também
para a futura movimentação de minério de ferro, destinado
à exportação, designando o movimento desses produtos no ponto do Rio de Janeiro.
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Sepetiba estará destinado à movimentação de granéis e insumos básicos industriais, enquanto o porto do Rio
de Janeiro restringir-se-à ao manuseio de cargas mais nobres. O porto de Sepetiba articular-se-à com a Ferrovia
do Aço, através da malha ferroviária existente, passando por Japeri e Volta Redonda, o que tornará possível o
escoamento do minério
de ferro de MG. E, através de Itutinga, fará a conexão com a malha ferroviária do Centro- Oeste,
permitindo a futura exportação, por Sepetiba, da produção agrícola do cerrado (GO, MG).

Corredor de exportação
Foi estabelecido, por intermédio do Ministério dos Transportes, o programa de corredores de exportação que,
melhorando a infra-estrutura viária, desde áreas de produção até certos portos
selecionados, visam à redução dos custos dos transportes de bens destinados à exportação .

Corredor de exportação do Rio Grande


Esse corredor destina-se a estimular as exportações de sua área de influência, compostos predominantemente
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de produrtos manufaturados, como calçados e artigos de couro.

Corredor de exportação de Paranaguá


Podem, se relacionar como principais produtos de exportação nesse corredor, o café, o algodão, a
soja, o milho, e, potencialmente, o sorgo, a carne, a madeira. As rodovias componentes desse corredor formam um
feixe convergente na cidade de Curitiba, de onde parte a estrada de acesso
ao porto de Paranaguá.

Corredor de exportação de Santos


A área de influência do Porto de Santos compreende todo o Estado de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e
Minas Gerais.
Entre os produtos primários de exportação, pelo volume, destacam-se: café, milho, algodão e carne. Também
muito variada é a pauta de exportação de produtos manufaturados.

Corredor de exportação de Vitória-Tubarão


A área de influência desse corredor é formada pelos Estados do Espírito Santo, de Minas Gerais e do Rio de
Janeiro.
Esse corredor contempla o Quadrilátero Ferrífero, bem como as áreas com potenciais para a exportação de
madeira, carne, cereais, além de outros produtos manufaturados.

Transporte aéreo
Desde a década de 20, foi grande o desenvolvimento do transporte aéreo brasileiro, devido à grande extensão do
Brasil e da fundação da Varig (Viação Aérea Riograndense), em 1927. Atualmente, o Brasil está entre os grandes
países nesse ramo, sendo várias as empresas nacionais e internacionais que exploram o transporte aéreo.
Entre os fatores que permitem o desenvolvimento da aviação comercial, temos:
- grande extensão territorial;
- condições climáticas favoráveis;
- relevo de baixa altitude e aplainado;
- ausência de outros tipos de transportes capazes de ligar as diferentes áreas do país.
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Atualmente as principais empresas são: Varig, a Vasp, a Transbrasil, TAM.
Surgem no país várias empresas de táxis-aéreos. Em 1969, foi criada a Embraer (Empresa Brasileira de
Aeronáutica), com sede em São José dos Campos (SP). Nesta área funcionam, como
um conjunto, o CTA (Centro Técnico Aero-espacial), o ITA (Instituto Técnico de Aeronáutica), o IPD
(Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento) e o IAA (Instituto de Atividades Aeroespaciais). Com a finalidade de
implantar, administrar e explorar a infra-estrutura aeroportuária do Brasil, foi criada, em 1972, a Infraero (Empresa
Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária). Atualmente, estão sendo produzidos no Brasil vários tipos de aviões.
A frota nacional é composta por mais de 120 unidades de grande porte (Boeing, MD-11, Fokker, DC-9, Airbus).
- Principais aeroportos do Brasil: Congonhas São Paulo
(SP)
Viracopos ................................ Campinas (SP)
Galeão .................................... Rio de Janeiro (RJ)
Santos Dummont ..................... Rio de Janeiro (RJ)
Dois de Julho ..........................Salvador (BA)
Brasília .................................... Distrito Federal (DF)
Pampulha ................................. Belo Horizonte (MG)
Guararapes .............................. Recife (PE)

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Salgado Filho .......................... Porto Alegre (RS)


Afonso Pena .......................... Curitiba (PR)
Eduardo Gomes ....................... Manaus (AM)
Val-de-Cãs ............................... Belém (PR)
Pinto Martins .......................... Fortaleza (CE)
Tirirical ................................... São Luís (MA)
Cumbica .................................. Guarulhos (SP)

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