Este projeto foi realizado com recursos do

Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal

Sobre a autora
Leônix é professora de teatro, atriz e dramaturga,
licenciada em Artes Cênicas pela Universidade de
Brasília (UnB).

A ideia de fazer o Almanaque do Teatro surgiu da

experiência em sala de aula, quando Leônix constatou
a ausência de materiais didáticos direcionados aos
estudantes. Para chegar a um formato que atendesse
às expectativas da comunidade escolar foi realizada a
pesquisa “A ausência de Material Didático Formal no
Ensino de Teatro”, orientada pela Doutora Clarice Costa,
quando foram ouvidas as sugestões de 15 professores
e 146 estudantes de Teatro das Escolas Parques de
Brasília.

Após a pesquisa ficou claro que tudo o que os

professores e estudantes não queriam era mais um livro
didático que tivesse o peso da obrigatoriedade, que
fosse excessivamente teórico ou que ditasse a prática
pedagógica do professor em sala de aula.

Assim, o Almanaque do Teatro nasce com uma

abordagem teórico-prática, longe do conteudismo, mas
levando em consideração o referencial teórico da área
e preservando o caráter lúdico próprio à linguagem
teatral. O Almanaque vem para somar, servindo de
apoio ao trabalho do arte-educador, valorizando os
saberes da arte e a cultura local.

1
 Sumário
~
ç
Apresentação 3

O que é Teatro? 4

Técnicas Teatrais 6

Todos somos atores! 8 Olá, caros estudantes e amigos do teatro!

Atores 10
Este é o Almanaque do Teatro. Aqui, vocês
vão aprender brincando e conhecer um
Texto 12
pouco mais sobre essa arte fascinante.
Maquiagem 16
Mas, porque é importante estudar teatro?
Máscara 18

O teatro é uma linguagem artística,

Figurino 20
Cenografia 22
Iluminação 24
Sonoplastia 26
Teatro Musical 28
Lugar de Onde Se Vê 30
uma forma de conhecimento humano
que além de propiciar prazer estético e
entretenimento, desenvolve sensibilidade,
criatividade e consciência dos papéis que
desempenhamos em nossa sociedade.
Através do teatro conseguimos ver a vida
e interagir de diferentes formas, podemos
transformar a sociedade e construir o
futuro que queremos!

Teatro de Formas Animadas 32

Gabaritos 34

Bibliografia 36

Equipe 36

2 3
 T
A palavra teatro deriva
eatro é uma arte efêmera
etimologicamente de teatron, que na
que precisa de três
Grécia antiga correspondia à plateia,
elementos básicos para
significando o lugar de onde se vê,
acontecer: Ator, texto e
ou miradouro. Longe da ideia de
público. Sem um desses não
passividade, a multidão no teatron
existe Fenômeno Teatral.
não era apenas espectadora, mas
participante ativa do rito teatral.

´
Embora a palavra tenha origem
grega, o teatro é tão antigo quanto a
humanidade e por isso sua origem não
pode ser atribuída com exclusividade
a um ou outro povo.

Você sabia?
A expressão “merda” é usada para
desejar sorte. Embora pareça estranho,
faz muito sentido. Na França do Século
XIX, as pessoas iam ao teatro a cavalo
ou charrete e quando o espetáculo
lotava, nos arredores do teatro ficava
cheio de fezes. Assim, a expressão
“merda” passou a ter o significado
de “boa sorte” para companhias
teatrais!

4 5
 Passatempo
Teatro
Teatro= ator+público+texto+ PASSATEMPO
dramaturgia+cenografia+ arq- Para fazer um espetáculo
ra
reg
O teatro é uma uitetura+escultura+iluminação acontecer muitos Dramaturgo
ra r
arte colaborativa, +sonoplastia+música+indume profissionais trabalham C ont
democrática ntária+maquiagem+dança+ci- juntos e todos são
e abrangente, nema+artes-marciais+cenogra importantes. Que tal
dentro dele cabem fia+artesanato+literatura+tecn ligar cada profissional à
todas as artes! As ologia+inovação+liberdade de imagem correspondente a
técnicas teatrais são: expressão+etc. sua área de trabalho?

a Pr
st
maquiagem, figurino,
o
i du
cenografia, iluminação
rin to
e sonoplastia.
i gu r
So
F no
p la
st
a

r
o
Maquiadora

et
ir
D
Atr
Bilheteiro

iz
Iluminador

Cenóg
rafo

6 7
V
ocê sabia que todos Nossa primeira grande
nós somos atrizes invenção não foi a foguei-
e atores? Ator é aquele ra, nem a roda, foi a atua-
que age, que pratica uma ção! O teatro nasce com
ação. o ser humano e renasce
E todas as pessoas a cada dia, em cada um
nascem com a de nós. De acordo com o
capacidade de teatrólogo Augusto Boal:
atuar! “A teatralidade é essen-
cialmente humana. Todo
mundo tem dentro de si o
ator e o espec-
tador.”
Mas, se todos somos ato-
res, qual a diferença entre
nós e os atores de teatro,
cinema, séries e novelas?
Bem, esses atores
são profissionais. O
trabalho deles é atuar,
eles têm consciência da
linguagem que usam
e buscam aprimorá-la
constantemente.

os
“Tod
Som o mun
o do
ato s tod atu
den res! os a, a
tro Tea ator ge,
de tro es. inte
cad éa Até rpr
a se lgo me eta.
r hu que sm
ma exis o
o a l no. te
to B ”
- Augus
8 9
 O trabalho Pesquisa de
campo

ATORES
do ator
É o levantamento de computador. O que
Ao contrário do que
informações sobre acha de fazer um Diário
muita gente imagina, o
as personagens e a de Bordo? Assim, você
trabalho das atrizes e
peça. Um ator que poderá registrar o seu
atores requer bastante
vai interpretar um processo criativo!
disciplina, foco, concen-
gari precisa conhecer
Os papéis
tração, perseverança,
a personagem de
observação, sensibilida-
forma profunda. Ele Em nossa vida temos
de, pesquisa, treinamen-
pode conversar com vários papéis: mãe,
garis, ler sobre as pai, filho, tia, tio, avós,
condições de trabalho, estudante, aprendiz,
questões sociais ou ter trabalhador, professor,
a experiência de ser cozinheiro, médica,
to, leitura de livros e de
gari por alguns dias. jardineiro, balconista,
mundo. As companhias
O importante é colher motorista, construtor,
têm uma rotina de traba-
informações, sensações ator, escritor, músico.
lho árdua, com métodos
e registros corporais que Quais papéis você
e ensaios constantes
auxiliem na composição desempenha no seu dia
com seus integrantes.
de sua personagem. a dia? Gostaria de fazer
Personagens outros papéis? Quais?
Atrizes e atores Por que? Registre no seu
interpretam várias Diário diário de bordo.

de Bordo VOCÊ SABIA?

personagens, que podem
ser humanas, animais,
O diário de bordo é uma
É o local onde atrizes
bonecos, objetos e prática que o teatro
e atores registram pegou emprestada dos
etc. Para compor
navegantes. Ele existe
as experiências e
uma personagem, desde os primórdios
observações mais da navegação, nele
independente de quem
eram registrados
importantes de seu
ela seja, é importante os acontecimentos
trabalho. Ele pode ser mais importantes
conhecê-la bem e todo
das expedições e
feito em um caderno,
o contexto em que está servia para orientar
pasta, fichário ou no os comandantes e
inserida.
tripulantes do navio.

10 11
Texto Vamos Criar!
É algo que a atriz ou ator
comunica ao público
O texto dramático pode
ser em prosa ou verso e
Existem muitas formas de
estimular a imaginação.
CAÇA-PALAVRAS
através de sua atuação, é constituído por duas Podemos criar individual-
podendo ser falado ou partes: texto principal mente ou coletivamente. ATO
HISTÓRIA
gestual. Os espetáculos (fala das personagens) e
são criados a partir de texto secundário (indica- Reúna-se com colegas ou ESCRITOR
PEÇA
improvisações, de peças ções de espaço, tempo, familiares,e sentem-se em
teatrais prontas ou do situações e ações de per- círculo. Alguém vai até o FALA
ROTEIRO
processo de escrita cola- sonagens). centro do círculo e come-
borativa de um grupo. ça a contar uma história, GESTO
TEXTO
A palavra “dramático” de- a cada minuto o narrador
O texto teatral pertence riva de drama, que signifi- é trocado até que a his- ATRIZ
AÇÃO
ao gênero dramático e é ca ação no grego arcaico. tória seja finalizada. Você
bem diferente dos outros Dramaturga ou dramatur- pode surpreender-se com DRAMA
DRAMATURGIA
gêneros literários, pois é go são artistas que escre- o resultado da escrita
escrito para ser encenado. vem textos dramáticos. colaborativa!

12 13
U
ma peça de teatro tem Verdade e mentira fazem de quê, não tem ninguém Criança
sua própria forma de uma longa caminhada pelo olhando! Ou será que a –Olha, a Verdade está
ser escrita. Veremos jardim. verdade tem medo de nua!
suas características através água? Vamos, vai ser diver- Adulto 1
da esquete A Verdade Sain- Mentira (limpando o suor da tido! (rindo descontraída) – Não olhe! A Verdade
do do Poço, uma adaptação testa) está nua!
da parábola francesa ho- – Está muito calor, não é A Verdade, sem duvidar da Adulto 2
mônima, ou seja, de mesmo mesmo? Mentira, despe-se também – A Verdade já passou
nome. Verdade (observa o sol e ve- e adentra no poço. A Men- por aqui, eu conheço suas
Título da peca rifica que está calor) tira sai sorrateiramente da vestes, são, inconfundí-
A Verdade Saindo do Poço – Sim, falaste uma verdade água e rouba as vestes da veis! Por que a verdade
Leônix rga Mentira, está realmente muito Verdade. Ao perceber que andaria nua? Essa não é
u
mat quente. (Sorri, tranquila e fora enganada, a Verdade ela!
Personagens:
Dra comenta com o público) Inte- sai furiosa do poço, pega Criança
• Verdade ressante, a Mentira hoje pare- seu chicote e vai atrás da –Não, aquela era a menti-
• Mentira ce tão cordial e verdadeira… Mentira. ra com as roupas da ver-
• Adulto 1 Ela sempre ficou distante dade, não perceberam?
• Adulto 2 de mim, talvez queira uma Verdade Adulto 1
• Criança aproximação sincera, por quê – Volte aqui Mentira! Quero – Pelo menos ela estava
Cenário
não? minhas vestes de volta, não vestida! Ninguém quer ver
Verdade e Mentira se encon- Mentira (tocando a água do adianta fugir! (olha para a Verdade nua, saia daqui!
tram em um jardim florido. poço) as roupas da Mentira e faz Adulto 2
onagem – Verdade, quer tomar ba- um gesto de reprovação) –Ei, não tem vergonha de
Fala da pers
Mentira nho? A água do poço está Me recuso a vestir essas andar nua pelas ruas?
– Bom dia, Verdade! fresca... roupas. Prefiro andar nua a Verdade
Verdade (olha para o céu, usar as roupas da mentira! – Eu sou a Verdade, não
para o jardim, verificando se A Mentira despe-se e entra tenho nada a esconder.
o dia está bom) na água. Pessoas encontram a ver- De hoje em diante anda-
Rubric

– Os pássaros cantam, não dade na rua. Muitos des- rei nua pelas ruas, até ter
há cheiro de fumaça ou con- Mentira (rindo, joga água na viam o olhar, outros olham minhas vestes restituí-
a indic

fusão. Sim, o dia está bom Verdade) com desdém e condena- das! Vocês preferem ver
mesmo. Bom dia, Senhorita – Vem, Verdade, a água está ção e uns poucos olham-na a Mentira com vestes de
ando ac

Mentira uma delícia, simplesmente com curiosidade. Verdade, a ver a Verdade

maravilhosa. Está com medo nua?
ao

14 15
Maquiagem
O
objetivo da maquiagem é trazer para o
rosto da atriz ou ator, características da
personagem. Ela pode realçar aspectos
físicos e também transformar. Através da
maquiagem podemos ter revelada a etnia, idade,
classe social, estado de saúde e até as emoções de
uma personagem. Quanta coisa podemos saber só
pela maquiagem, isso é fantástico!
Observe a maquiagem das personagens que você
gosta, o que elas têm de especial? O que a maquiagem
conta sobre essas personagens?

Uma maquiagem simples, rosto pintado de branco e

olhos de preto, aliada à excelente interpretação, deixou
o mímico Miqueias Paz tão parecido com um boneco,
que o próprio artista se surpreendeu ao ouvir um
menininho perguntando à moça ao lado:
- Quando vocês voltam pra Brasília, vocês o levam
inteiro ou vocês desmontam pra botar dentro da caixa?

Vamos Criar!
Já experimentou fazer maquiagem de personagens?
Na página ao lado tem os desenhos de dois rostos,
faça uma maquiagem neles e lembre-se que estará
transmitindo informações sobre a personagem
ao público. Depois, experimente fazer a mesma
maquiagem em você, pode ser muito divertido!

16 17
 Vamos Fazer uma máscara! Máscara Passo a

Passo
A) Escolha a personagem que você quer
fazer
1. Corte um pedaço de

Máscara
Estude-a e recolha o máximo de
cartolina ou papelão, faça
informações que conseguir sobre ela.
a medida do seu rosto
Ex. Quem é a sua personagem?
e cole (ou grampeie) na
Ela faz parte de que peça teatral
ponta;
As máscaras existem há
ou história? A personagem é
2. Cole mais duas tiras no
milênios, elas estão presentes
de que época? O que ela faz?
sentido horizontal;
no mundo todo, desde os
Quantos anos tem? Como é?
3. Cole uma tira no
rituais primitivos, até o
Do que gosta? Onde mora?
sentido vertical;
teatro contemporâneo.
Quanto mais perguntas
4. Sobre as tiras, cole
você fizer, mais saberá
pedaços de papel toalha
A máscara é um
sobre sua personagem.
(pode usar também
adereço para o rosto
folhas de revistas velhas).
e pode ser usada
B) Projete a sua máscara
Faça várias camadas e
de forma lúdica,
no papel
deixe secar;
religiosa, artística
Você pode começar
5. Recorte os orifícios
e protetiva.
desenhando em um papel
com tesoura;
e depois desenhe sobre
6. Coloque elástico para
Ela esconde,
uma foto sua. Lembre-se
fixar a máscara no rosto.
revela, disfarça,
que sua máscara também
Pinte e finalize como
transforma, protege
faz parte do figurino da sua
desejar.
e por isso é muito
personagem!
Pronto! Agora é sua vez
usada em teatros,
de atuar!
rituais, celebrações,
C) Vamos fazer sua máscara!
Faça uma foto, poste
festividades, no trabalho,
Agora que você já fez a pesquisa e
no Instagram e marque
ou mesmo no cotidiano.
tem o projeto, pode fazer a sua máscara,
nossa página:
No Brasil, vemos muitas
seguindo o nosso passo a passo.
@almanaquedoteatro
pessoas de máscara no
carnaval! É uma festa
maravilhosa!

18 19
 Figurino Vamos Criar!
Lembra da esquete
O figurino é mais que
“A Verdade Saindo do
uma roupa que veste a
Poço”?
personagem. Ele envia
informações visuais, conta
Crie o seu figurino para as
para o público sobre
personagens Verdade e
a personagem, antes
Mentira.
mesmo desta abrir a boca
para falar! O figurino
Utilize os modelos da
pode revelar os gostos,
página ao lado para criar
personalidade, estado
os figurinos. Lembre-
emocional e cultura, pode
se de fazer algumas
mostrar se a personagem
perguntas antes de
está indo ao clube, a uma
começar: Quem é? O que
festa, ao trabalho ou a
faz? Onde está? Em que
uma caçada.
época vive? Que situação
está vivendo?
Qual é a paleta de cores?

Tire uma foto, poste no

Instagram e marque a
nossa página:
@almanaquedoteatro

20 21
 Passatempo

Cenografia é a arte de criar cenários.

Essa palavra tem sua origem na Grécia Antiga
e vem da junção de skene (cena) + graphien
(escrita ou desenho).
O cenário pode ser criado de várias formas,
por isso antes de começar a projetá-lo
a cenógrafa ou cenógrafo deve conhecer a
história e o contexto em que está inserida,
assistir aos ensaios, conversar com diretores,
atores e artistas das técnicas do teatro, para
enxergar vários pontos de vista.

Além de ser coerente com a totalidade

da obra, o cenário tem que ser prático
e resistente, pois ele vai ser montado e
desmontado inúmeras vezes e também pode
ter que viajar com a companhia.

PASSATEMPO
Encontre os 7 erros no cenário de “Chaves”,
na página ao lado. Esse seriado mexicano
estreou na televisão na década de 70 e até
hoje faz sucesso na TV e na Internet.

22 23

A
luz é usada em es-
petáculos teatrais
há bastante tempo
e evoluiu muito, desde a
invenção da lâmpada. Ela
direciona o olhar da pla-
teia, revelando apenas o
que é para ser visto!
A iluminação tem funções
importantíssimas, mostra
os atores, atrizes, ceno-
grafia, objetos de cena,
delimita o palco, revela
formas e cores, gera o cli-
ma da peça, cria a atmos-
fera e o ritmo da cena.
Existe um tipo de teatro
muito antigo que depen-
de exclusivamente da luz
para existir, você sabe
qual é?
É o Teatro de Sombras. A
sombra definitivamente
não existe sem a luz e a fi-
gura, são grandes amigas.
24
¸ ~
Em Brasília a Compa-
nhia Lumiato dedica-se
a pesquisar, produzir e
difundir o teatro de som-
bras, encantando adultos
e crianças Brasil afora. A
peça infantojuvenil “Iara,
o Encanto das Águas” foi
inspirada na lenda da Iara
e nos saberes tradicionais
dos povos originários.
Que tal apreciar espetácu-
los de teatro de sombras?
Você pode fazer uma
pesquisa e descobrir essa
arte fantástica!
Vamos Criar!
Experimente fazer Teatro
de Sombras em casa com
sua família. É só apagar a
luz e acender uma lan-
terna, as sombras serão
projetadas na parede.
Você pode criar várias his-
tórias e personagens utili-
zando apenas as mãos!
25
 Sonoplastia
Você sabe o que
é sonoplastia?
Não tem nada a ver com
sono. Sonoplastia é uma
Por: Flávia Neiva Ibiapina palavra de origem grega,
sendo a junção de sono
(som) + plastos (modela-
do). As músicas, ruídos,
efeitos sonoros que você
ouve quando assiste um
filme, novela, desenho
animado ou peça teatral
fazem parte da sonoplas-
tia.
Todos os sons utilizados
nessas obras têm um
objetivo, nada deve ser ao
acaso, pois eles interfe-
rem diretamente na ação
dramática. Por isso, a pes-
soa que faz a sonoplastia
trabalha em conjunto com
a direção e equipe técnica.
A sonoplastia pode criar
o clima do espetáculo
(momento triste, alegre,
tenso, festivo, fúnebre)
e também pode indicar
ou reforçar algo que está
acontecendo, como o to-
que de campainha, toque
de celular, som de chuva,
risos, buzina de carro etc.
26
DesaFio Vamos criar!
Você já prestou atenção Escolha uma história ou
na sonoplastia enquanto crie a sua. Depois, pes-
estava assistindo algo? quise músicas e sons que
Assista seu filme prefe- você acha que podem fa-
rido de olhos fechados, zer sua história ficar mais
prestando atenção ape- interessante. Utilize mate-
nas nos efeitos sonoros! riais que você tem em sua
Anote aqui os sons dife- casa para recriar os sons
rentes, que você ainda ou busque efeitos sonoros
não tinha ouvido: em bibliotecas virtuais.
Que tal? Você pode gravar,
tenho certeza que vai ficar
muito interessante!
VOCÊ SABIA?
Você sabia que
antigamente, quando
não existia televisão,
as novelas eram
transmitidas pelo rádio?
Elas eram chamadas
de radionovelas. Toda
a emoção era passada
através das vozes dos
atores e da sonoplastia.
Diversos materiais eram
utilizados para recriar
os sons. Por exemplo:
bater um coco no outro
para imitar o trote
de cavalo, movimentar
arroz em uma bacia de
alumínio para imitar
o som de água, rodar
uma mangueira no ar,
para imitar o som de
ventania e etc.
27
Teatro Musical
Qual a diferenca
entre Teatro Musi-
cal e Ópera?
A Ópera é encenada em
sua língua original, os diá-
logos são recitativos e há
divisões no elenco: canto-
res, atores e bailarinos.
O Teatro Musical costuma
ser encenado na língua
28
“Os músicos de Bremen”.
Esse musical ocupa lugar
especial em nosso ima-
ginário e perpassa gera-
ções, contando a aventura
de quatro animais explo-
rados por seus patrões
que decidem fugir para
a cidade e montar um
grupo musical. As Perso-
nagens são uma alegoria
política: a Galinha repre-
senta a classe operária; o
Jumento, trabalhadores
do campo; o Cachorro, os
militares e a Gata, os ar-
tistas. Já o Barão, inimigo
dos animais, é a personi-
ficação da classe domi-
nante, os “detentores dos
meios de produção”.
Desde sua estreia “Os
Saltimbancos” teve inú-
local, combina diálogos Os Saltimbancos meras montagens realiza-
falados, música, canções “Os Saltimbancos” é uma das por grupos de teatro
e dança. Os atores pro- das peças de teatro mu- e escolas. Em 2019 a peça
tagonistas e figurantes sical mais expressivas do foi encenada em Brasília
podem realizar várias teatro infantil. A versão sob a direção fabulosa de
ações ao mesmo tempo e brasileira da história foi Hugo Rodas, com a Cia
a liberdade de criação é adaptada com excelência ATA (Agrupação Teatral
maior, pode ser tudo junto por Chico Buarque em Amacaca) e encontrou
e misturado! 1976, da fábula alemã es- espectadores pra lá de
crita pelos irmãos Grimm: ativos, que assistiram e
Vamos criar!
se emocionaram com a
bicharada toda, cantando
Na folha em destaque
“Todos Juntos”.
temos os dedoches das
quatro personagens para
“ Todos juntos somos
fortes, somos flecha e
somos arco. Todos nós
recortar, colar e se diver-
tir! Você pode cantar com
os saltimbancos, as músi-
no mesmo barco não há
cas são lindas, significati-
nada a temer. Ao meu
vas e muito divertidas!
lado há um amigo que é
preciso proteger. Todos
juntos somos fortes, não
há nada a temer.”
“ Jumento não é, jumen-
to não é, o grande ma-
landro da praça, trabalha,
trabalha de graça. Não
agrada ninguém, nem
nome não tem, é manso
e não faz pirraça. Mas
quando a carcaça ameaça
rachar, que coices, que
coices, que coices que dá.
Hi-hooooooooo.”
29

Lugar de Onde Se Vê
T
eatro além de ser
uma arte é também
o imóvel projetado
para a realização de apre-
sentações artísticas.
No Brasil existem mui-
tos teatros, mas um de-
les mora no coração de
Brasília! É o Teatro Nacio-
nal, ele foi projetado por
Oscar Niemeyer e tem 43
mil m². A área externa é
revestida por um painel
de blocos de concreto nas
fachadas laterais, criado
por Athos Bulcão.
Ele possui três salas que
receberam o nome de
grandes artistas brasilei-
ros: Martins Pena, Villa-
-Lobos e Alberto Nepo-
muceno.
30
Você sabia?
A origem da palavra
Passatempo
Encontre o caminho que leva ao Teatro Nacional
teatro é grega, vem de
théatron, que significa
platéia ou lugar de onde
se vê.
A Sala Martins Pena tem Espaço cênico: é o palco
407 lugares e o pal- ou área de atuação onde
co possui uma área de a peça teatral é encenada
235m². e pode ser convencio-
Alberto Nepomuceno é nal ou não convencional.
uma sala que possui 95 Espaço convencional é o
lugares e 14m² de palco. palco, feito para a repre-
A sala Villa-Lobos é a sentação de peças, já o
maior delas, cabe 1.407 espaço não convencional
pessoas e o palco possui é qualquer lugar onde um
uma área de 450m². espetáculo seja apresen-
tado.
Já reparou que o Teatro
Nacional parece uma pi-
râmide? A arquitetura foi
inspirada nas construções
piramidais do povo Aste-
ca que viveu há mais de
600 anos atrás no
atual México.
31
Teatro de Formas
Animadas
O teatro é um mundo de
magia!
Bonecos, objetos e for-
mas inanimadas ganham
vida através dos atores/
manipuladores! São seus
olhos observadores, ou-
vidos atentos e línguas
afiadas!
Os atores têm que man-
ter os sentidos aguçados,
pois além de manipular
as personagens, prestam
atenção em tudo o que
acontece ao redor e
interagem com uma
plateia inteligente e ultra-
curiosa.
Desafio: Você já assistiu
alguma peça de teatro de
formas animadas? Pesqui-
se sobre as companhias
teatrais de sua cidade.
Leitura
Dramática
A leitura dramática é mais
que uma simples leitura
de texto, ela é realizada
com interpretação, colo-
cando emoção e intenção
na fala das personagens e
32
pode ser realizada como
método de estudo, forma
de “passar o texto” e até
ser apresentada para o
público.
A dramaturga Cláudia
Vasconcellos escreveu
peças fabulosas, em “As
Roupas do Rei” o menino
descobre que é um rei e
o rei descobre que é um
menino. Escolha uma
peça para fazer a leitura
dramática. Você também
pode confeccionar o seu
próprio teatro e criar per-
sonagens de papel!
Teatro de Papel
Por: Erika Esteves
Você pode fazer o seu
Teatro de Papel com as
coisas que tem em casa.
Vai ser uma experiência
muito divertida! Você vai
precisar dos materiais da
lista abaixo e depois, é só
seguir o passo a passo.
Material
• Caixa de papelão;
• Cola;
• Tesoura;
• Tinta;
• Pincel;
1.
4.
• Lápis de cor ou caneti-
nha;
• Papel colorido;
• Rolinho de papel higiê-
nico;
• Palito de picolé ou chur-
rasco.
Passo a passo
1. Recorte 3 aberturas nas
laterais da caixa (peça
ajuda para um adulto);
2. Pinte a caixa com a
sua cor preferida e deixe
secar bem;
3. Para fazer o cenário,
escolha onde a história irá
acontecer: na floresta, na
fazenda, no espaço, no
2.
5.
fundo do mar, na cida-
de, etc. Use pedaços de
papel colorido para dese-
nhar e recortar;
4. Cole o cenário dentro
da caixa e ficou pronto;
5. Para fazer as persona-
gens, desenhe, pinte e
recorte a figura.
O corpo da personagem
pode ser feito com pape-
lão, cone de papel ou rolo
de papel higiênico. Cole
um palito ou tira de pa-
pelão na parte detrás das
personagens;
6. Agora é só soltar a ima-
ginação e criar histórias
incríveis!
3.
6.
33
 Gabaritos
Dramaturgo g ra
rre
ra
C o nt

a Pr
i st o
du
r in to
gu r
Fi
So
no
pl
as
ta

r
o
Maquiadora

et
ir
D
Atr
Bilheteiro

iz
Iluminador

Cenóg
rafo

34 35
Bibliografia
AMARAL, Ana Maria. Teatro de formas animadas. São Paulo, Edusp, 2011.
BOAL, Augusto. Jogos para atores e não atores. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 2008.
IAVELBERG, Rosa; SAPIENZA, Tarcísio; ARSLAN, Luciana. Projeto Presente Arte.
São Paulo, Moderna, 2014.
MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro. Série Fundamentos, São Paulo, Ática, 2004.
PAIVA, Sônia. Encenação. Brasília, Editora UnB, 2011.
PAULA, Luciano. Cena em Sala. Brasília, Editora HTC, 2013.
PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro. São Paulo, Perspectiva, 2005.
SANTOS DIAS, Leôni. A ausência de material didático formal no ensino de Teatro.
Brasília, UnB, 2013.
Currículo em Movimento do Distrito Federal. Brasília, SEEDF, 2018.

Equipe
Colaboradores:
Coordenação Geral: Leônix
Érika Esteves
Direção de Arte: Danilo Cabral
Flávia Neiva Ibiapina
Produtor Executivo: Domingos Rodrigo
Marx Lamare
Gestão Administrativa: Associação
Tiragem: 1.000 exemplares
Cultural Sonart Produções
Editora: Banquinha
Pesquisa: Leônix
Endereço: SQN 406 Bl. K, Pilotis
Redação: Leônix
Asa Norte
Designer gráfico: Danilo Cabral
CEP: 70.847-110 Brasília-DF
Designer Editorial: Danilo Cabral
Contatos:
Ilustração: Danilo Cabral
Site: www.almanaquedoteatro.com
Assistente de produção: Mary Baladelli
E-mail: almanaquedoteatro@gmail.com
Consultoria: Clarice Costa
Instagram: @almanaquedoteatro
Revisão de Texto: Marcos Barbosa
@euleonix

36