Você está na página 1de 16

Análise do avanço e retração de cultivos agrícolas no extremo sul da Bahia, a partir do modelo shift-share

ANÁLISE DO AVANÇO E RETRAÇÃO DE CULTIVOS AGRÍCOLAS NO EXTREMO SUL DA


BAHIA, A PARTIR DO MODELO SHIFT-SHARE

Analysis of the advance and retraction of agricultural crops in the extreme south of the
state of Bahia, by shift-share model
Marcia Helena Galina Dompieri
Geógrafa e Estatística, Doutora em Organização do Espaço. Pesquisadora da Embrapa Territorial. Av.
Beira Mar, 3250, CEP 49025-040, Aracaju, SE. E-mail: marcia.dompieri@embrapa.br

Manuel Alberto Gutierrez Cuenca


Economista, Mestre em Economia, Pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Av. Beira Mar,
3250, Jardins. CEP: 49025-040 - Aracaju, SE. E-mail: manuel.cuenca@embrapa.br

Marcos Aurélio Santos da Silva


Cientista da Computação, Doutor em Computação, Pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Av. Beira
Mar, 3250, Jardins. CEP: 49025-040 - Aracaju, SE. E-mail: marcos.santos-silva@embrapa.br

Resumo: o objetivo do presente trabalho foi o levanta- Abstract: the objective of the paper was the analysis
mento das principais produções agrícolas para os muni- of the main agricultural chains for the municipalities of
cípios da região do extremo Sul da Bahia, assim como the extreme south region of Bahia state, as well as the
a análise da sua dinâmica e rearranjo espacial por meio analysis of their dynamics and spatial rearrangement by
do cálculo da taxa geométrica de produção dos dife- calculating the geometric rate of crops production and
rentes cultivos e sua decomposição a partir do modelo WKHLUGHFRPSRVLWLRQE\VKLIWVKDUHWHFKQLTXHLQH൵HFWV
econométrico Shift Share ou Diferencial-Estrutural em DUHD \LHOG DQG JHRJUDSKLFDO ORFDWLRQ EHWZHHQ 
efeito área (EA), rendimento (ER) e localização geográ- DQG  7KH SURGXFWLRQ YDOXHV EHWZHHQ  DQG
¿FD (/* HQWUHH7DPEpPIRUDPLGHQWL¿- ZHUHDOVRLGHQWL¿HGDQDO\]HGDQGVSDWLDOL]HGE\
FDGRVHDQDOLVDGRVRVYDORUHVGDSURGXomRHQWUH TXDUWLOHV 4 4 4 4 7KH VWXG\ UHJLRQ KDV XQ-
HHRVGDGRVHVSDFLDOL]DGRVSRUTXDUWLV 44 dergone profound changes in land use dynamics, with
44 TXDQWRjPpGLDGRYDORUGHSURGXomR$UHJLmR great progress in the eucalyptus cultivation for wood
GHHVWXGRSDVVRXSRUSURIXQGDVPRGL¿FDo}HVQDGLQk- production. The production of papaya, despite having
mica de uso das terras, com grande avanço do cultivo decreased, is still the main income generating activity
de eucalipto para produção de madeira. A produção do for producers in the extreme south region of Bahia, and
mamão, apesar de ter decrescido, ainda é a principal ati- LQLW\LHOGHGDERXWPLOOLRQUHDLVHTXLYDOHQW
vidade geradora de renda para os produtores da região WRDOPRVWRIWKHWRWDOSURGXFHGLQWKHVWDWH&R൵HH
GRH[WUHPR6XOGD%DKLDVHQGRTXHHPUHQGHX and sugarcane are the other two important chains in the
FHUFDGHPLOK}HVGHUHDLVHTXLYDOHQWHDTXDVH UHJLRQ DQGRIWKHVWDWH¶VYDOXHLQ WKDW
do total produzido no estado. O café e a cana-de-açúcar have shown an expressive growth in production. The
VmRDVRXWUDVGXDVLPSRUWDQWHVFDGHLDVGDUHJLmR H cocoa, bean, cassava and orange crops presented the
GRYDORUGRHVWDGRHP TXHWrPDSUHVHQWDGR ORZHVWSHUIRUPDQFHZKHQFRQVLGHULQJWKHMRLQWH൵HFWV
um crescimento expressivo na produção. As culturas de analyzed in the present study.
cacau, feijão, mandioca e laranja foram as que apresen- Keywords: shift-share; spatial dynamics; geometric
taram o menor desempenho quando se considerou os growth rate
efeitos conjuntos analisados no presente estudo.
Palavras-chave: shift-share; dinâmica espacial; taxa
geométrica de crescimento

Recebido em 30 de abril de 2020 Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020
Aceito em 2 de outubro de 2020
9
Marcia Helena Galina Dompieri, Manuel Alberto Gutierrez Cuenca e Marcos Aurélio Santos da Silva

lise de dados de produção, área colhida e valor


1 INTRODUÇÃO da produção, relacionados aos principais cultivos
A inserção do estado da Bahia no processo eco- DJUtFRODVGHVVDUHJLmR  DEDFD[L  DPHQGRLP
nômico nacional e global se deu a partir da matriz  EDQDQD  EDWDWDGRFH  FDFDX  FDIp  
industrial, principalmente relacionadas aos setores FDQDGHDo~FDU   FRFR   IHLMmR   ODUDQMD
químico e petroquímico, e pela integração da pro-   PDPmR   PDQGLRFD   PDUDFXMi  
dução agrícola, sobretudo de grãos, frutas e papel PHODQFLDH  PLOKR3DUDWDQWRIRLFDOFXODGDD
e celulose ao agronegócio brasileiro e mundial, a taxa geométrica de produção dos diferentes culti-
SDUWLUGRVDQRV(VVHVGRLVSLODUHV¿]HUDPGD vos e seu desdobramento em efeitos rendimento,
economia baiana a sexta do País. Atualmente, o es- iUHDHORFDOL]DomRJHRJUi¿FDSDUDDVpULHWHPSRUDO
tado concentra quase metade da área ocupada com HQWUH H  2 HIHLWRiUHDIRL GHFRPSRVWR
fruticultura na região Nordeste do Brasil, majorita- nos efeitos escala (EE) e substituição (ES), para
riamente de fruteiras permanentes, além de outras avaliação do processo de expansão/retração da
LPSRUWDQWHVFDGHLDVDJUtFRODVFRPRJUmRV¿EUDVH área cultivada. Adicionalmente, analisou-se esta-
GHEDVHÀRUHVWDO tísticas básicas e a distribuição espacial da variável
valor da produção, para os cultivos que apresen-
Na região do extremo Sul do estado a cana-de-
taram destaque - cana-de-açúcar, café, mamão e
-açúcar foi o primeiro grande ciclo econômico, sob
melancia, para o período correspondente aos dois
modelo de plantation (monocultura de exportação
~OWLPRVTXLQTXrQLRVGRSHUtRGRWRWDODQDOLVDGR
mediante a utilização de latifúndios e mão de obra
escrava), em meados do século XVI, gerando um
movimento de ocupação e povoamento. Após o
declínio dessa produção e de um longo período de 2 REFERENCIAL TEÓRICO
estagnação econômica, iniciou-se o ciclo do cacau, As principais teorias econômicas relacionadas
originário da Bacia Amazônica, que encontrou jGLVSRVLomRHORFDOL]DomRHVSDFLDOSDUWHPGRSULQ-
condições edafoclimáticas favoráveis na região. cípio de que uma atividade econômica principal
Esses ciclos econômicos possibilitaram a cria- tende a impulsionar os demais setores, sobretudo
ção de boa parte da infraestrutura para o armazena- a partir dos modelos teóricos da Base de Expor-
mento e o escoamento da produção na Região, fato tação, de Causação Circular Cumulativo – círculo
TXHDOLDGRjSUR[LPLGDGHFRPRVJUDQGHVFHQWURV virtuoso, do Desenvolvimento Desigual/Transmis-
consumidores da região Sudeste, tornou a porção são Inter-regional do Crescimento - desenvolvi-
do extremo Sul da Bahia uma área estratégica para mento transmitido de uma região para outra, e dos
DSURGXomRDJUtFRODHGHEDVHÀRUHVWDO1RHQWDQWR Polos de Crescimento – força motriz (FUJITA et
ao longo dos anos, várias adversidades climáticas, DO32/Ê6( 
¿WRVVDQLWiULDV H GH RUGHP HFRQ{PLFD OHYDUDP RV No entanto, com as mudanças econômicas,
produtores a buscarem alternativas por meio da VRFLDLV H SROtWLFDV D SDUWLU GD GpFDGD GH  DV
VXEVWLWXLomRHGLYHUVL¿FDomRGRVFXOWLYRV0XLWDV diretrizes do desenvolvimento regional e local
ODYRXUDV GH VXEVLVWrQFLD GHUDP OXJDU j PRQRFXO- SDVVDUDP D YDORUL]DU PDLV DV HVSHFL¿FLGDGHV GH
tura do eucalipto, geridas por grandes empresas de FDGD WHUULWyULR FRQWUDSRQGRVH j UHSURGXomR GRV
SDSHOHFHOXORVHTXHWDPEpPIRUDPEHQH¿FLDGDV modelos das sociedades industriais. Dessa for-
SRULQFHQWLYRVHFRQ{PLFRV 6(,  ma, o território local se transformou-se em agente
Compreender esse rearranjo espacial e explicar protagonista de transformação e desenvolvimento,
as mudanças estruturais da agricultura na região por meio da interação em rede entre os diferentes
do extremo Sul da Bahia a partir de técnicas quan- DWRUHV 9È=48(=   'H IDWR D SDUWLU GHV-
titativas, embasadas em teorias de desenvolvimen- ta abordagem territorial, o diferencial e as vanta-
to regional, são necessários para a elaboração de JHQVFRPSHWLWLYDVDGYrPGDVFDUDFWHUtVWLFDVORFDLV
políticas públicas de desenvolvimento sustentável como disponibilidade de mão-de-obra, caracterís-
do espaço rural. ticas edafoclimáticas, proximidade de agroindús-
O objetivo do presente trabalho é a análise trias e rede de distribuição ou escamento da produ-
da dinâmica e do rearranjo espacial da produção omR %(//,,1*,(5, 
agrícola, no extremo sul da Bahia, a partir da aná-

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020


10
Análise do avanço e retração de cultivos agrícolas no extremo sul da Bahia, a partir do modelo shift-share

Este trabalho se ampara na teoria do cresci- Na região do extremo Sul da Bahia, além da
PHQWRHQGyJHQR 520(5 SDUDH[SOLFDUD exportação de grãos, outros produtos também pas-
dinâmica da produção agrícola no extremo Sul da saram a receber estímulos governamentais, como
Bahia. Certamente, características eminentemente DV ÀRUHVWDV SODQWDGDV GH HXFDOLSWR )DWRUHV ORFD-
JHRJUi¿FDVFRPRFOLPDVRORHGLVSRQLELOLGDGHGH cionais, preço da terra e condições edafoclimáti-
UHFXUVRVKtGULFRVLQÀXHQFLDPQDSURGXomRHSUR- cas foram os pontos que contribuíram para o sur-
dutividade agrícola. No entanto, há outros fatores JLPHQWRGDVSULPHLUDVHPSUHVDVGHEDVHÀRUHVWDO
que afetam a dinâmica espacial da agricultura na H[HUFHQGRLQÀXrQFLDGLUHWDQDUHFRQ¿JXUDomRVR-
UHJLmR FRPR D PRGHUQL]DomR H WHFQL¿FDomR GRV cioeconômica e política dessas localidades, além
sistemas de produção agrícola, a capacitação dos da indução de mudanças na estrutura da produção
UHFXUVRV KXPDQRV UHVSRQViYHLV SHOD DVVLVWrQFLD agrícola de produtos tradicionais da região (PE-
técnica, organização social (capital social) e incor- '5(,5$/(21(/ 
poração de inovações no sistema produtivo , além
Sob o ponto de vista dos processos de desen-
das características das culturas e seus valores de
YROYLPHQWR RV HPSUHHQGLPHQWRV ÀRUHVWDLV H D
mercado. indústria de celulose atuariam como um polo de
O desenvolvimento endógeno territorial abriu desenvolvimento, seja por meio de encadeamen-
caminho para uma série de políticas, estratégias e tos entre atividades, seja pela criação de empregos
H[SHULrQFLDVSUiWLFDVYROWDGDVjSURPRomRGRGH- e renda, os quais atrairiam novos serviços e co-
mércio, incrementando a arrecadação de impostos
senvolvimento de territórios rurais, como exemplo
estaduais e municipais, o que permitiria investi-
GRV$UUDQMRV3URGXWLYRV/RFDLVHD,QGLFDomR*H- mentos públicos em infraestrutura, que voltariam
RJUi¿FDTXHSHUPLWHPPDLRUFRPSHWLWLYLGDGHHD D DOLPHQWDU R SURFHVVR L  SHOD LQWHQVL¿FDomR GD
agregação de valor a produtos e processos agrope- concentração fundiária e incremento da explo-
cuários, pela relação local em rede entre os pro- ração empresarial; ii) pela desestruturação das
dutores. Na Bahia o melhor exemplo de política relações econômicos e sociais, tradicionalmente,
vigentes; iii) pela expansão de atividades, ocupa-
pública baseada no desenvolvimento endógeno
ções e modos de vida, predominantemente, urba-
são os Territórios de Identidade (TI), que regiona- QRV 3('5(,5$S 
OL]RXRHVWDGRHPYLQWHHVHWH7,VKRPRJrQHRVH
que compartilham similaridades econômicas, mas Com base na teoria de desenvolvimento endó-
WDPEpPVRFLRFXOWXUDLV 6,/9$628=$  geno e no contexto levantado sobre a dinâmica de
Apesar da importância dos fatores endógenos, ocupação das terras na Bahia, o presente trabalho
a ampliação do Brasil nos mercados globais de ali- apresenta uma análise integrada, a partir do mo-
mentos, sobretudo após o crescimento das impor- GHOR VKLIWVKDUH +(51È1'(= 3$1,$*8$
tações chinesas, constituiu fator relevante para a .18'6(1 VREUHDSURGXomRDJUt-
dinâmica agropecuária no Brasil e na Bahia. Para cola, decompondo os fatores e traçando um diag-
0LUDQGD   DOpP GD LQÀXrQFLD GD LQGXVWULD- nóstico regional, com base nos principais cultivos
lização, a dinâmica da integração regional brasi- agroalimentares da região. A hipótese do trabalho
leira deve ser encarada também sob a perspectiva se baseia no fato de que a dinâmica dos referidos
de expansão das fronteiras agrícolas. Segundo o cultivos é explicada pelos componentes estrutural
DXWRUHVVDFRPELQDomRIRLRJUDQGH¿RFRQGXWRU - composição das atividades na área de estudo - e
responsável pela inserção da economia brasileira diferencial - vantagens locacionais comparativas.
QRPXQGRJOREDOL]DGR$SDUWLUGRVDQRVGH Inúmeros trabalhos em economia agrícola
a desconcentração produtiva regional e as mudan- WrPHPSUHJDGRDUHIHULGDWpFQLFDSDUDDDYDOLD-
ças advindas da internacionalização das estruturas ção da dinâmica de ocupação e uso dos territó-
de produção foram fatores determinantes para a in- rios e regiões, considerando tanto agrupamen-
serção do país na pauta das exportações, que pas- WRVGHSURGXWRVDJURSHFXiULRV <2.2<$0$HW
saram a contar com um crescente aumento setorial DO),/*8(,5$6HWDO0(1'(6
da agricultura. Um dos mais importantes efeitos  TXDQWRFDGHLDVHVSHFtILFDVWDLVFRPRGR
averiguados foi o prevalecimento das escalas sele- OHLWH 6(1$HWDO GHJUmRV 3$'5­2HW
tivas do território. DO GDFDQDGHDo~FDU $*8,$5628-
=$3('5262HWDO&8(1&$HW
DOD GRFDFDX $5$8-2HWDO GD

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020

11
Marcia Helena Galina Dompieri, Manuel Alberto Gutierrez Cuenca e Marcos Aurélio Santos da Silva

PDQGLRFD 52'5,*8(6HWDO GRIHLMmR D SDUDGHFRPSRVLomRGD7D[D*HRPpWULFDGH


628=$:$1'(5 GDSLPHQWDGRUHL- &UHVFLPHQWR GD SURGXomR HP HIHLWRV iUHD ($ 
QR ),/*8(,5$6 GRPLOKR &8(1&$ UHQGLPHQWR (5 HORFDOL]DomRJHRJUi¿FD (/* 
HWDOE HQWUHRXWUDV 2 HIHLWR iUHD IRL GHFRPSRVWR QRV HIHLWRV HVFDOD
(EE) e substituição (ES), para avaliação do proces-
so de expansão/retração da área cultivada.
3 MATERIAL E MÉTODOS
Adicionalmente, para os sistemas produtivos/
A área de estudo incluiu os municípios da agroalimentares de maior valor da produção (ma-
UHJLmRGRH[WUHPR6XOGR(VWDGRGD%DKLD$O- mão, café, cana-de-açúcar e melancia) foram gera-
FREDoD &DUDYHODV (XQiSROLV *XDUDWLQJD ,EL- GDVDQiOLVHVHVSHFt¿FDVSDUDRVGRLV~OWLPRVTXLQ-
rapuã, Itabela, Itagimirim, Itamaraju, Itanhém, TXrQLRV SHUtRGR GH  H   DVVLP FRPR
-XFXUXoX /DMHGmR 0HGHLURV 1HWR 0XFXUL houve a espacialização na escala municipal dos
Nova Viçosa, Porto Seguro, Prado, Santa Cruz TXDUWLV 4444 TXDQWRjPpGLDGRDWUL-
Cabrália, Teixeira de Freitas e Vereda (Figura buto ‘valor de produção’.
1), área estratégica pela proximidade com os Todos os valores monetários utilizados para
principais mercados consumidores dos estados DQiOLVHIRUDPGHÀDFLRQDGRVSHORËQGLFH*HUDOGH
da região Sudeste, incluindo a facilidade do es- 3UHoRV±'LVSRQLELOLGDGH,QWHUQD ,*3', FDOFX-
coamento da produção. ODGRSHOD)XQGDomR*HW~OLR9DUJDV )*9 
i) Cálculo da Taxa Geométrica de Crescimento
Figura 1 – Área de estudo - municípios do extre- (TGC)
mo Sul da Bahia
7*&  ¥9t/V 
n
(1)
(PTXH
Vt 9DORU¿QDO
V 9DORULQLFLDO
n Q~PHURGHDQRVWRWDO

A metodologia para o cálculo dos diferentes


efeitos das variáveis utilizadas foi adaptada a
SDUWLU GH$OPHLGD   1D GHWHUPLQDomR GD
quantidade produzida na região da j-ésima cul-
WXUDQRSHUtRGRW 4MW HRVGLIHUHQWHVHIHLWRV
DVVHJXLQWHVHTXDo}HVIRUDPHPSUHJDGDV

Qjt ™mk  (Ajmt * Rjmt  ™mk  (įjmt *Ajt * Rjmt  

(PTXH
Ajmt é a área total cultivada com a j-ésima
cultura, no m-ésimo município da região, no
2V GDGRV UHIHUHQWHV jV YDULiYHLV SURGXomR período t;
área colhida e valor da produção, foram obtidos Rjmt é o rendimento da j-ésima cultura, no m-
D SDUWLU GR ,%*( 3$06,'5$  SDUD XPD VpULH -ésimo município da região de estudo, no perí-
WHPSRUDOGHDQRVHQWUHHFRQVLGH- odo t;
UDQGR RV  SULQFLSDLV SURGXWRV DJURDOLPHQWDUHV
įjmt é a proporção da área total cultivada com
FXOWLYDGRV QD UHJLmR   DEDFD[L   DPHQGRLP
D MpVLPD QR PpVLPR PXQLFtSLR HP UHODomR j
 EDQDQD  EDWDWDGRFH  FDFDX  FDIp  
área total cultivada com a j-ésima cultura na re-
FDQDGHDo~FDU   FRFR   IHLMmR   ODUDQMD
gião de estudo, no período t;
  PDPmR   PDQGLRFD   PDUDFXMi  
PHODQFLDH  PLOKR3DUDDUHIHULGDVpULHWHP- Ajt é a área total cultivada com a j-ésima cul-
poral, houve o emprego do modelo econométrico tura na região de estudo, no período t.
Shift Share ou Diferencial-Estrutural (Equações 1

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020


12
Análise do avanço e retração de cultivos agrícolas no extremo sul da Bahia, a partir do modelo shift-share

Por sua vez, a quantidade produzida no perí- įjmf é a proporção da área total cultivada com
RGRLQLFLDOL 4ML pREWLGDSRU D MpVLPD QR PpVLPR PXQLFtSLR HP UHODomR j
área total cultivada com a j-ésima cultura na re-
Qji ™mk  (Ajmi * Rjmi  ™mk  (įjmi * Aji * Rjmi   gião de estudo, no período f;
Ajf é a área total cultivada com a j-ésima cul-
(PTXH tura na região de estudo, no período f.
AjmipDiUHDWRWDOFXOWLYDGDFRPDMpVLPDFXOWX- 4XDQGRDSHQDVDiUHDWRWDOFXOWLYDGDFRPD
ra, no m-ésimo município da região, no período i; cultura na região se altera, a quantidade da pro-
Rjmi é o rendimento da j-ésima cultura, no m- dução final f (QAjf VHUi
-ésimo município da região de estudo, no período i;
įjmi é a proporção da área total cultivada com QAjf ™km  (įjmf * Ajf * Rjmi  
D MpVLPD QR PpVLPR PXQLFtSLR HP UHODomR j
área total cultivada com a j-ésima cultura na re- Caso a área e o rendimento sejam alterados,
gião de estudo, no período i; a quantidade produzida no período “f” (QjfAR) é
GDGDSRU
Aji é a área total cultivada com a j-ésima cul-
tura na região de estudo, no período i.
QjfAR ™km  (įjmi * Ajf * Rjmf) 
( D TXDQWLGDGH SURGX]LGD QR SHUtRGR ¿QDO I
(Qjf pGDGDSRU No caso de alteração da área, rendimento e
localização geográfica, a produção final (QARLjf)
Qjf ™km (Ajmf * Rjmf  ™mk (įjmf * Ajf * Rjmf   VHUi

(PTXH
QjfARL ™km  (įjmf * Ajf * Rjmf  Qjf (7)
Ajmf p D iUHD WRWDO FXOWLYDGD FRP D MpVLPD
cultura, no m-ésimo município da região, no A mudança total da quantidade produzida da j-
período f; -ésima cultura do período inicial “i” para o período
Rjmf é o rendimento da j-ésima cultura, no m- ¿QDO³I´ Qjf - Qji pGDGDSRU
-ésimo município da região de estudo, no perí-
odo f;

Qjf - Qji ™km  (įjmf * Ajf * Rjmf ™km  (įjmi * Aji * Rjmi  
ou

Qjf - Qji  QAjf - Qji) + (QAR A AR


jf - Q jf) + (Qjf - Q jf ) (9)

(PTXH varia e as outras variáveis permanecem constantes,


Qjf - Qji é a variação total da produção da j-ési- sendo chamada de efeito rendimento (ER);
ma cultura; Qjf - QjfAR é a variação total da quantidade pro-
QAjf - Qji é a variação total da quantidade pro- duzida da j-ésima cultura entre os períodos “i” e
duzida da j-ésima cultura entre o período inicial ³I´GHYLGRjPXGDQoDGDORFDOL]DomRJHRJUi¿FD
H ¿QDO TXDQGR DSHQDV D iUHD FXOWLYDGD VH DOWHUD mantendo constantes as outras variáveis, sendo
sendo denominada de efeito área (EA); FRQKHFLGRSRUHIHLWRORFDOL]DomRJHRJUi¿FD (/ 
QjfAR - QAjf é a variação total da produção da j-ési- &RQVLGHUDQGRDVHTXDo}HV  H  YHUL¿FDVH
ma cultura entre “i” e “f”, quando o rendimento TXHRHIHLWRORFDOL]DomRJHRJUi¿FDpGDGRSRU

EL ™km  (įjmf * Ajf * Rjmf ™km  (įjmi * Ajf * Rjmf  Ajf ™km  įjmf * Rjmf™km  įjmi * Rjmf  

Para o cálculo das taxas anuais de cresci- DPSODPHQWH GLIXQGLGD <2.2<$0$ 
mento da produção, o presente estudo seguiu 025(,5$  $/9(6  $/0(,'$
D PHWRGRORJLD SURSRVWD SRU ,JUHMD    %,77(1&2857 HW DO   HP IXQ-

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020

13
Marcia Helena Galina Dompieri, Manuel Alberto Gutierrez Cuenca e Marcos Aurélio Santos da Silva

ção da facilidade de interpretação. Os valores EE ǷAji - Aji 


obtidos para cada um dos efeitos isolados são
convertidos em taxas anuais de crescimento, ES AjfǷAji 
expressas individualmente como uma percenta-
gem da mudança total na produção. Divide-se 4XDQGR(6pSRVLWLYRVLJQL¿FDTXHQRSHUtRGR
DPERVRVODGRVGDHTXDomR  SRU 4MI±4ML  analisado a cultura se expandiu tomando lugar ou-
tros cultivos; quando negativo, ocorre o contrário.
(QAjf - Qji) (QjfAR - QAjf) (Qjf - QjfAR) /RJRDYDULDomRGDiUHDRFXSDGDSRUGHWHUPLQDGD
  + + (11)
(Qjf - Qji) (Qjf - Qji) (Qjf - Qji) cultura pode ser expressa pela soma dos dois efeitos
(TXDomR 2VRPDWyULRGRHIHLWRVXEVWLWXLomRp
Em seguida, multiplica-se ambos os lados da QXORORJRR((GHYHVHULJXDODR($ (TXDomR 
LGHQWLGDGH  SRU
¨A  ǷAji – Aji) + (Ajf±ǷAji  
U  ¥Qif4ji 
n

™nj (Ajf±ǷAji   


(PTXH
nFRUUHVSRQGHjTXDQWLGDGHGHDQRVGRSHUtRGR Na forma de taxas geométrica de crescimento,
em análise e multiplicando ambos os lados da identidade pelo
rpDWD[DDQXDOPpGLDGHYDULDomRGDSURGXomR HIHLWRiUHD ($ WHPVH
da j-ésima cultura
(PSRUFHQWDJHPREWpPVHDVHJXLQWHH[SUHVVmR
(ȍ$ji - Aji) (Ajf - ȍ$ji)
 (A - A ) + (A - A )  
jf ji jf ji
(QAjf - Qji) (QjfAR - QAjf) (Qjf - QjfAR)
r  r+ r+ r 
(Qjf - Qji) (Qjf - Qji) (Qjf - Qji) (ȍ$ji - Aji) (Ajf - ȍ$ji)
($ (Ajf - Aji) EA + (Ajf - Aji) EA (19)
(PTXH Em que,
A
(Q - Qji)
jf (ȍ$ji - Aji)
rpRHIHLWRiUHD ($ H[SUHVVRHP é o efeito escala, expresso em
(Qjf - Qji) (Ajf - Aji) EA
taxa porcentual de crescimento ao ano; porcentagem anual;
(QjfAR - QAjf) (Ajf - ȍ$ji)
rpRHIHLWRUHQGLPHQWR (5 H[- é o efeito substituição, em por-
(Qjf - Qji) (Ajf - Aji) EA
presso em taxa porcentual de crescimento ao ano; centagem anual.
AR
(Qjf - Q )
UpRHIHLWRORFDOL]DomRJHRJUi¿FD
jf

(Qjf - Qji) 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES


(/ H[SUHVVRHPWD[DSRUFHQWXDOGHFUHVFLPHQWR
ao ano. Para a avaliação dos dados de avanço e retra-
A análise das alterações na composição da área ção de cultivos, obtidos a partir da aplicação do
cultivada da região será efetuada conforme mode- PRGHORVREUHWXGRTXDQWRjVYDULiYHLVSURGXomR
ORGHVHQYROYLGRSRU=RFNXQ  $YDULDomRGD e área colhida, cuja série temporal se iniciou em
iUHD ¨$ GHXPFXOWLYRSRGHVHUHQWHQGLGDFRPR  p LPSRUWDQWH D FRQVLGHUDomR GRV IDWRUHV
relacionados a implementação do Plano Real, a
¨A Ajf - Aji  SDUWLUGHMXOKRGHHVHXVUHIOH[RVVREUHWX-
GRQRVTXLQTXrQLRVVXEVHTXHQWHV H
Ajf é a área total cultivada com a j-ésima cultura  &RPRHVVDSROtWLFDHFRQ{PLFDQmR
GDUHJLmRQRSHUtRGRI ¿QDO  foi acompanhada por um plano nacional desen-
Aji é a área total cultivada com a j-ésima cultura volvimentista e esteve sujeita a um rígido con-
da região, no período i (inicial). trole da inflação (valorização cambial e eleva-
&RQVLGHUDQGRǷFRPRXPFRH¿FLHQWHGHPHQ- das taxas de juros), os estados foram obrigados
VXUDomRGDPRGL¿FDomRDYDULDomRGDiUHDSRGHVHU a adotar um maior intervencionismo, no intuito
GHFRPSRVWDQRHIHLWRHVFDODHQRHIHLWRVXEVWLWXLomR de dinamizar a economia.

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020


14
Análise do avanço e retração de cultivos agrícolas no extremo sul da Bahia, a partir do modelo shift-share

Exemplo revelador da ação do Estado na re- ÈUHD ± HVFDOD H VXEVWLWXLomR5HQGLPHQWR/R-


GH¿QLomRGRSDGUmRGHGHVHQYROYLPHQWRHLQVHU- FDOL]DomR *HRJUiILFD  IRUDP DQDOLVDGRV SDUD R
ção regional (além do movimento de expansão da SHUtRGRGH$SDUWLUGD)LJXUDWHP-
produção global e vantagens competitivas loca- VH RV YDORUHV GD 7&* GD SURGXomR SRU TXLQ-
cionais) é a grande concentração de extensos ma- TXrQLR H SDUD R SHUtRGR WRWDO 1RWDVH TXH RV
ciços com plantações de eucalipto e a presença de cultivos de cana-de-açúcar, café e melancia es-
grandes fábricas de papel e celulose nessa região tão entre os cinco primeiros com maior taxa de
GR H[WUHPR 6XO GD %DKLD 3('5(,5$   crescimento da produção anual. A produção do
que acabaram substituindo atividades agropecu- mamão, a mais importante da região, apresen-
árias em unidades produtivas de variados portes. WRX PDLRU WD[D GH FUHVFLPHQWR QR TXLQTXrQLR
 FRP HVWDJQDomR H TXHGD QRV SHUt-
4.1 Produção: análise da Taxa Geométrica de odos subsequentes, reflexos sobretudo da mu-
dança da política macroeconômica. No entanto,
Crescimento (TGC) e decomposição em efeitos
ainda manteve taxa positiva no período total
$ DQiOLVH GD 7D[D *HRPpWULFD GH &UHVFL- FRQVLGHUDGR  $VPDLRUHVUHWUDo}HV
PHQWR 7&* HVHXVGHVGREUDPHQWRVHPHIHLWRV ocorreram com os cultivos de feijão e laranja.

)LJXUD±7D[D*HRPpWULFDGH&UHVFLPHQWR  H[SUHVVDVSRUTXLQTXrQLRHQRSHUtRGRWRWDO  

)LJXUD±'HFRPSRVLomRGD7*&GDYDULiYHOSURGXomRQRHIHLWRUHQGLPHQWRQRVTXLQTXrQLRVHQRSHUtR-
GRWRWDO  

3RUPHLRGDGHFRPSRVLomRGD7*&DSDUWLU envolvidos no processo de expansão e retração


do modelo Shift Share, em efeito área (escala da área cultivada.
e substituição), rendimento e localização ge- 2HIHLWRUHQGLPHQWR )LJXUD HVWiUHODFLR-
ográfica foi possível detalhar os componentes nado sobretudo com as mudanças tecnológicas,

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020

15
Marcia Helena Galina Dompieri, Manuel Alberto Gutierrez Cuenca e Marcos Aurélio Santos da Silva

tais como adoção de novos insumos, mudan- As alterações espaciais ou a dinâmica de ocu-
ças nas técnicas de produção e especialização pação dos cultivos, resultantes de vantagens lo-
da mão-de-obra. Neste quesito, os cultivos de cacionais entre os municípios explicam o efeito
EDWDWDGRFH   FDIp   FRFR   ORFDOL]DomRJHRJUi¿FD )LJXUD $EDWDWDGRFH
PDPmR   H PLOKR   IRUDP RV TXH VH por exemplo, foi o cultivo que apresentou maior
GHVWDFDUDP VREUHWXGR QR TXLQTXrQLR  HIHLWRORFDOL]DomRJHRJUi¿FD  VHJXLGRSHOR
2FXOWLYRGRPDUDFXMiDSUHVHQWRXtQGLFH DEDFD[L  HFDQDGHDo~FDU  HQTXDQWR
GH SURGXomR QHJDWLYR   SDUD HVVH HIHLWR H o maracujá e o coco, pela característica perene
ao longo de todo o período analisado. DSUHVHQWDUDPYDORUHVQHJDWLYRV H 

)LJXUD±'HFRPSRVLomRGD7*&GDYDULiYHOSURGXomRQRHIHLWRORFDOL]DomRJHRJUi¿FDQRVTXLQTXrQLRV
HQRSHUtRGRWRWDO 

2 HIHLWR iUHD )LJXUD   p UHVXOWDQWH GD GLQk- o maracujá, a cana-de-açúcar e a melancia. O cul-
mica de avanço e retração em relação a outros tivo de batata-doce, ainda que tenha aumentado a
FXOWLYRV HIHLWRVHVFDODHVXEVWLWXLomR)LJXUDV SURGXomR HQWUH  HIHLWR HVFDOD )LJXUD
H    3HOD )LJXUD  QRWDVH TXH HPERUD WRGRV  DSUHVHQWRXH[SUHVVLYRHIHLWRVXEVWLWXLomRHQWUH
os produtos avaliados tenham expandido sua pro-  H  )LJXUD   R TXH H[SOL-
dução, aqueles que tiveram maior acréscimo e FDRHIHLWRORFDOL]DomRJHRJUi¿FDVXSUDFLWDGRHR
avançaram sobre outros cultivos, foram sobretudo HIHLWRiUHDQHJDWLYRSDUDWRGRRSHUtRGR  

)LJXUD±'HFRPSRVLomRGD7*&GDYDULiYHOSURGXomRQRHIHLWRiUHDQRVTXLQTXrQLRVHQRSHUtRGRWRWDO
 

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020


16
Análise do avanço e retração de cultivos agrícolas no extremo sul da Bahia, a partir do modelo shift-share

)LJXUD±'HFRPSRVLomRGD7*&GDYDULiYHOSURGXomRQRHIHLWRHVFDODQRVTXLQTXrQLRVHQRSHUtRGRWRWDO
 

)LJXUD±'HFRPSRVLomRGD7*&GDYDULiYHOSURGXomRQRHIHLWRVXEVWLWXLomRQRVTXLQTXrQLRVHQRSHUt-
RGRWRWDO  

4.2 Área Colhida: decomposição em efeitos FKHJDQGR D VRPDU PDLV GH  PLO KHFWDUHV
escala e substituição HQWUH  H  HIHLWR HVFDOD ± )LJXUD  
p QHFHVViULR FRQVLGHUDU RV UHYHVHV LQHUHQWHV j
$)LJXUDPRVWUDRHIHLWRiUHDFDOFXODGRD FDGDFXOWLYR )LJXUD 
partir da variável área colhida e decomposto em 'HVGHDGpFDGDGHHPIXQomRGDSROt-
HIHLWRVHVFDODHVXEVWLWXLomR )LJXUDVH $V tica comercial e estabilização econômica, como
culturas da cana-de-açúcar, café e coco foram a sobrevalorização cambial, deflagou-se pau-
as que mais incorporaram área dentro do recor- latinamente um processo de crise na produção
WH HVSDFLDO FRQVLGHUDGR (QWUH  H  D do cacau na Bahia, resultante da baixa de pre-
FDQDYLFXOWXUD LQFRUSRURX  PLO KHFWDUHV GH ços, adversidades climáticas e, principalmen-
outras lavouras, sobretudo nos subperíodos de te, fitossanitárias, como a entrada da doença
 H $V FXOWXUDV GR FDFDX “vassoura-de-bruxa” nas plantações do Sul da
e da mandioca, embora tenham tido um efeito Bahia, provocando sérios impactos na geração
HVFDOD UHSUHVHQWDWLYR  H  PLO KHFWDUHV  GH WUDEDOKR H UHQGD $/9(6 ),/+2 
foram as que mais cederam área para outros 75(9,=$1  $ FULVH REULJRX D UHHVWUX-
FXOWLYRVGDRUGHPGHHPLOKHFWDUHV turação da cadeia de produção do cacau e como
respectivamente. reflexo direto da adoção de novas tecnologias,
Embora a área ocupada com as produções os dados indicam que a produção parece ter re-
agrícolas analisadas tenha apresentado variação crudescido e voltado a crescer.
positiva em todos os subperíodos analisados

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020

17
Marcia Helena Galina Dompieri, Manuel Alberto Gutierrez Cuenca e Marcos Aurélio Santos da Silva

)LJXUD±'HFRPSRVLomRGD7*&GDYDULiYHOiUHDFROKLGD KD QRHIHLWRiUHDQRVTXLQTXrQLRVHQRSHUtR-
GRWRWDO  

)LJXUD±'HFRPSRVLomRGRHIHLWRiUHDFROKLGD KD QRHIHLWRHVFDODQRVTXLQTXrQLRVHQRSHUtRGRWRWDO
 

)LJXUD±'HFRPSRVLomRGRHIHLWRiUHDFROKLGD KD QRHIHLWRVXEVWLWXLomRQRVTXLQTXrQLRVHQRSHUtRGR
WRWDO  

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020


18
Análise do avanço e retração de cultivos agrícolas no extremo sul da Bahia, a partir do modelo shift-share

4.3 Análise suplementar dos principais preço pago aos produtores, questões fitossa-
produtos agrícolas, em termos de valor da nitárias, além das intempéries climáticas, ex-
produção, do Sul da Bahia plicam o decréscimo dessa produção, sendo
paulatinamente substituída e/ou integrada a
A Figura 11 traz os resultados em termos outras culturas, com destaque ao café conilon
de valor médio (reais) da produção para o pe- &58=1(72HWDO 
UtRGRFRPJUDQGHGHVWDTXHDRPD- 2 FDIp JHURX HP  XPD UHFHLWD GH TXD-
mão, indicando a liderança desse cultivo para VHPLOK}HV GRHVWDGR HRFXOWLYRGD
o extremo Sul da Bahia, e para todo o estado. FDQDGHDo~FDUPLOK}HV GRHVWDGR 
$UD~MRHWDO  SRUPHLRGHOHYDQWDPHQ- Tanto o café quanto a cana-de-açúcar tiveram
to de dados junto aos produtores de mamão do um representativo aumento no valor da produ-
Sul da Bahia, identificaram nesta área a adoção ção para a região, que pode ser observado pelo
de um alto índice tecnológico para o cultivo FRHILFLHQWH DQJXODU GD UHWD GH WHQGrQFLD 1R
do produto, sobretudo quanto ao espaçamento FDVRGDPHODQFLDDSyVDXJHHPHTXHGD
das fileiras, ao sistema de irrigação e aduba- HP  R FUHVFLPHQWR GR YDORU GH SURGXomR
ção, além do uso de agrotóxicos no controle de foi retomado nos anos subsequentes, com a reta
pragas e doenças, e metodologia de colheita e GHWHQGrQFLDVHPDQWHQGRFRQVWDQWH
pós-colheita. Segundo os atores, os principais
fatores condicionantes identificados na adoção )LJXUD±9DULDomRGRYDORUGHSURGXomRHPPL-
WHFQROyJLFD IRUDP R FUpGLWR DJUtFROD R QtYHO lhões de reais, ao longo da série tempo-
de escolaridade, a propriedade da terra e o nú- UDO  GRVSURGXWRVSULQFLSDLV
PHURGHDQRVQDDWLYLGDGHRXVHMDDH[SHULrQ- para os municípios do Sul da Bahia
cia do agricultor.

)LJXUD±0pGLDGRYDORUGHSURGXomR PLOK}HV
de reais) das principais cadeias pro-
dutivas para os municípios do Sul da
Bahia e para todo o estado.

)RQWHGRVGDGRV,%*(  

4XDQWR j YDULDomR GR YDORU GD SURGXomR


)LJXUD   R PDPmR WHP VHX DXJH HP 
FHUFDGHPLOK}HV HTXHGDHP 
milhões), voltando a crescer nos anos subse-
TXHQWHV (P  HVVH VLVWHPD JHURX FHUFD
GH  PLOK}HV GH UHDLV HTXLYDOHQWH D TXDVH
 GR WRWDO SURGX]LGR QR HVWDGR $OpP GH
pesquisa junto aos produtores, Araújo et al.
  OHYDQWDUDP GDGRV MXQWR DRV DWDFDGLV-
tas e varejistas, constatando que estes últimos
ficavam com a maior parcela da margem de
comercialização. Tal fato, somado ao baixo

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020

19
Marcia Helena Galina Dompieri, Manuel Alberto Gutierrez Cuenca e Marcos Aurélio Santos da Silva

)RQWHGRVGDGRV,%*(  

Considerando a espacialização dos quartis racujá, melancia e milho. A porção central (de
GDPpGLDGRYDORUGHSURGXomRHQWUH /HVWH D 2HVWH  DSUHVHQWRX PDLRU UHSUHVHQWDWL-
)LJXUD YHULILFDVHTXHSUy[LPRDROLWRUDO YLGDGH UHODFLRQDGD jV FXOWXUDV GH DPHQGRLP
se destacam as culturas do abacaxi, amendoim, cacau e café. No Centro-Sul e litoral, merece
batata-doce, coco, feijão, laranja, mamão, ma- destaque a produção da cana-de-açúcar.

)LJXUD±(VSDFLDOL]DomRGRVTXDUWLVGDPpGLDGRYDORUGHSURGXomR UHDLV HQWUHSDUDRV


municípios do Sul do Estado da Bahia

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020


20
Análise do avanço e retração de cultivos agrícolas no extremo sul da Bahia, a partir do modelo shift-share

DRVDVSHFWRVORFDFLRQDLVDSURGXomRGHEDVHÀR-
5 CONCLUSÕES restal avançou na região do extremo Sul da Bahia,
O grau de modernização das unidades produ- VREUHWXGRDSDUWLUGDGpFDGDGH
WLYDVDVDGYHUVLGDGHVFOLPiWLFDVH¿WRVVDQLWiULDV A partir dos resultados do trabalho, constatou-
as políticas públicas desenvolvimentistas e as os- -se que o cultivo do mamão ainda persiste como a
cilações da economia mundial são os principais principal cultura geradora de riqueza para os pro-
IDWRUHVTXHLQÀXHQFLDPDH[SDQVmRHUHWUDomRGH GXWRUHV GD iUHD (P  HVVD SURGXomR UHQGHX
cultivos nos territórios, e, portanto, a dinâmica de FHUFDGHPLOK}HVGHUHDLVHTXLYDOHQWHDTXDVH
uso das terras. Considerando esse contexto, aliado GRWRWDOSURGX]LGRQRHVWDGRGD%DKLD2FDIp

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020

21
Marcia Helena Galina Dompieri, Manuel Alberto Gutierrez Cuenca e Marcos Aurélio Santos da Silva

e a cana-de-açúcar se destacaram como impor- $/9(6),/+202PDSDGDSUDJDGRFDFDX


WDQWHVFDGHLDVDJUtFRODVGDUHJLmR HGR Jornal da UnicampDQR;9,,VHWD
YDORUGRHVWDGRHP FRPH[SUHVVLYRFUHVFL- GH'LVSRQtYHOHPKWWSZZZXQLFDPSEU
mento. Já as culturas do cacau e da mandioca, em- XQLFDPSXQLFDPSBKRMHMXVHWHPEURXQLKRMHB
bora tenham tido um efeito escala representativo MXSDJKWPO!$FHVVRHPVHW
HPLOKHFWDUHV IRUDPDVTXHPDLVFHGH-
UDPiUHDSDUDRXWURVFXOWLYRVGDRUGHPGHH $/9(6/5$Fontes de crescimento das
PLOKHFWDUHVUHVSHFWLYDPHQWH principais culturas do Estado do Paraná (1981-
Os cultivos que geram os maiores valores de 999),I7UDEDOKRGH&RQFOXVmRGH&XUVR
produção para a área de estudo - mamão, cana-de- *UDGXDomR 8QLYHUVLGDGH(VWDGXDOGR2HVWHGR
-açúcar, café e melancia – também foram os que 3DUDQi3DUDQi
mais se destacaram quando se considera os efei-
$5$Ò-2$&6,/9$/050,'/(-55
tos rendimento e área para a variável produção na
Valor da produção de cacau e análise dos fatores
decomposição da taxa geométrica de crescimento,
responsáveis pela sua variação no estado da Bahia.
assim como efeito área para a variável área colhi-
,Q&21*5(662'$62&,('$'(%5$6,/(,5$
da. As culturas de cacau, feijão, mandioca e laranja
'((&2120,$$'0,1,675$d­2(
foram as que apresentaram o menor desempenho
62&,2/2*,$585$/5LEHLUmR3UHWR
quando se considera os efeitos conjuntamente.
Anais>@%UDVtOLD')62%(5YS
Entende-se que os resultados alcançados pelo
trabalho podem se transformar em subsídios para $5$Ò-2$&6,/9$/05.+$1
GH¿QLomRGHGLUHWUL]HVMXQWRDVHWRUHVGHSODQHMD- $6$5$Ò-2/9$&XOWXUDGR0DPmR
mento, execução e monitoramento de políticas pú- HP0XQLFtSLRV6HOHFLRQDGRVGR([WUHPR6XO
blicas regionais e locais, e também junto a agentes GD%DKLD$QiOLVHGRËQGLFH7HFQROyJLFRGD
de instituições dos ramos atuarial e de crédito ru- Comercialização e do Custo Social das Perdas.
ral. Um avanço para futuras investigações é a in- Revista Econômica do NordesteYQS
clusão de dados sobre produção e geração de renda RXWGH]
GDDJURLQG~VWULDGHEDVHÀRUHVWDO 3URGXomRGD([-
tração Vegetal e da Silvicultura) na análise shift- %(//,1*,(5,-&7HRULDVGR
-share, além da correlação dessas atividades com 'HVHQYROYLPHQWR5HJLRQDOH/RFDO8PD5HYLVmR
séries temporais de dados sociais (IDH, emprego, %LEOLRJUi¿FDRevista de Desenvolvimento
renda e demais atributos) e do Cadastro Ambiental Econômico$QRYQ6DOYDGRU%$S
5XUDO  D ¿P GH VH REWHU LQGLFDGRUHV PDLV FRP- DJR
pletos (econômicos, sociais e ambientais) para o
extremo Sul da Bahia. %,77(1&2857*0*20(60)0)RQWHV
de Crescimento da Produção de cana-de-açúcar
no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Revista de
Desenvolvimento Regional, Santa Cruz do Sul,
REFERÊNCIAS
YQžSPDLRDJR
$*8,$5&-628=$30$H[SDQVmRGD
FDQDGHDo~FDUHDSURGXomRGRVGHPDLVJrQHURV &(548(,5$1(7267UrV'pFDGDVGH
QD~OWLPDGpFDGDXPDDQiOLVHGRVSULQFLSDLV Eucalipto no Extremo Sul da Bahia. GEOUSP:
estados produtores. Revista Econômica do Espaço e Tempo
Nordeste)RUWDOH]DYQSDEULO
&58=1(72$-*(580$)$
MXQ
2/,9(,5$$0*2%$5%26$&-
$/0(,'$31$Fontes de Crescimento e 6&+1$'(/%$&+$63ULQFLSDLVSUREOHPDVH
Sistema Produtivo da Orizicultura no Mato expectativas na cultura do mamoeiro no Extremo
Grosso3LUDFLFDEDI'LVVHUWDomR 6XOGD%DKLDXPHVWXGRGHFDVR,Q-RUQDGD
0HVWUDGRHP(FRQRPLD$SOLFDGD (VFROD &LHQWt¿FD&UX]GDV$OPDVAnais
6XSHULRUGH$JULFXOWXUD³/XL]GH4XHLUR]´ >@&UX]GDV$OPDV%$(PEUDSD0DQGLRFDH
8QLYHUVLGDGHGH6mR3DXOR3LUDFLFDED )UXWLFXOWXUD

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020


22
Análise do avanço e retração de cultivos agrícolas no extremo sul da Bahia, a partir do modelo shift-share

&8(1&$0$*'203,(5,0+* .18'6(1'&6KLIW6KDUH$QDO\VLV
Dinâmica espacial da canavicultura e análise dos further examination of models for the
efeitos sobre o valor bruto da produção, na região description of economic change. Socio-
dos Tabuleiros Costeiros da Paraíba, Pernambuco Economic Planning Sciences4XHEHF
e Alagoas. Revista Econômica do Nordeste, v. &$1YS/(21(/
QSRXWGH]D 06Extremo Sul da Bahia&DUDFWHUL]DomR
Socioeconômica e os Impactos da expansão
&8(1&$0$*'203,(5,0+* GRVHWRUGHEDVHIORUHVWDOI
SANTOS, F. R. Expansão da produção do Tese (Doutorado em Economia), Centro de
milho e substituição de cultivos na região do 3ODQHMDPHQWR5HJLRQDO)DFXOGDGHGH&LrQFLDV
Sertão Ocidental, Estado de Sergipe$UDFDMX (FRQ{PLFDV8QLYHUVLGDGH)HGHUDOGH0LQDV
(PEUDSD7DEXOHLURV&RVWHLURVSE *HUDLV%HOR+RUL]RQWH

),/*8(,5$6*&+200$$. 0(1'(6+&Análise da composição das


26$17$1$$&GH,*5(-$$& culturas no espaço goiano, de 1990 a 2009,
0+(55(52600$*)RQWHVGH baseada em índices de Shift-Share
crescimento do setor agrícola no Estado do I'LVVHUWDomR 0HVWUDGRHP$JURQHJyFLR 
3DUiDYDOLDomRSHORPpWRGRVKLIWVKDUH,Q 8QLYHUVLGDGH)HGHUDOGH*RLkQLD*RLkQLD
&21*5(662%5$6,/(,52'((&2120,$( 
62&,2/2*,$585$/-XL]GH)RUD
Anais>@-XL]GH)RUD62%(5 0,5$1'$+([SDQVmRGDDJULFXOWXUDHVXD
vinculação com o processo de urbanização na
),/*8(,5$6*&6$17260$6 5HJLmR1RUGHVWH%UDVLO  EURE
6$17$1$$&+200$$.2)RQWHVGH 6DQWLDJR 6DQWLDJRYQS
crescimento da produção de pimenta-do-reino no 0D\
(VWDGRGR3DUiQRSHUtRGRGHD
,Q&21*5(662'$62&,('$'( 025(,5$&*Fontes de crescimento
%5$6,/(,5$'((&2120,$( das principais culturas do Rio Grande do
62&,2/2*,$585$/&XLDEi Norte, 1981-923LUDFLFDED'LVVHUWDomR
Anais>@&XLDEi62%(58)07 0HVWUDGRHP&LrQFLDV6RFLDLV5XUDLV (VFROD
6XSHULRUGH$JULFXOWXUD³/XL]GH4XHLUR]´
)8-,7$0.58*0$139(1$%/(6$- 8QLYHUVLGDGHGH6mR3DXOR3LUDFLFDED
Economia espacial6mR3DXOR)XWXUD
3$'5­2*GH$*20(60)0
)*9)81'$d­2*(7Ò/,29$5*$6 *$5&,$-&'HWHUPLQDQWHVHVWUXWXUDLV
Índice Geral de Preços – Disponibilidade do crescimento da produção brasileira de
LQWHUQD ËQGLFH 'LVSRQtYHOHPKWWSZZZ JUmRVSRUHVWDGRVGDIHGHUDomRH
LQGLFDGRUHVKSJLJFRPEU!$FHVVRHPMXO Revista Econômica do Nordeste,
 )RUWDOH]DYQSMDQPDU

+(51È1'(=-53$1,$*8$0$0 3('5(,5$062Complexo Florestal e o


Componentes espaciales en El modelo Shift- Extremo Sul Da Bahia,QVHUomR&RPSHWLWLYD
6KDUHXQDDSOLFDFLyQDOFDVRGHOmVUHJLRQHV e Transformações Socioeconômicas na Região,
penisulares españolas. Estadística Española, v. I7HVH 'RXWRUDGRHP&LrQFLDV
QSS 6RFLDLV ,QVWLWXWRGH&LrQFLDV+XPDQDVH
Sociais, Universidade Federal Rural do Rio de
,*5(-$$&0Evolução da pecuária bovina -DQHLUR
de corte no Estado de São Paulo no período
de 1969-843LUDFLFDEDS'LVVHUWDomR
0HVWUDGRHP&LrQFLDV6RFLDLV5XUDLV (VFROD
6XSHULRUGH$JULFXOWXUD³/XL]GH4XHLUR]´
8QLYHUVLGDGHGH6mR3DXOR3LUDFLFDED

Rev. Econ. NE, Fortaleza, v. 51, n. 3, p. 9-24, jul./set., 2020

23
3('5262/*/$*(6$0*6,/9$5 SOUZA, R. S.; WANDER, A. E. Efeito-
P. As estruturas canavieira e citrícola em Alagoas, escala e efeito-substituição na variação da área
Pernambuco e São Paulo. Revista de Política FXOWLYDGDGHIHLMmRQR%UDVLO,Q&21*5(662
Agrícola%UDVtOLD')DQRQS 1$&,21$/'(3(648,6$'()(,-­2
MXODJRVHW /RQGULQDAnais>@/RQGULQD,$3$5
6(1$$/66$17260$65$,2// 
&%,GHQWL¿FDomRGDVIRQWHVGHFUHVFLPHQWRGD
produção de leite no estado do Pará no período 75(9,=$16'0$548(60,PSDFWRV
,Q=227(&1$$0$=Ð1,$ 6RFLRHFRQ{PLFRVGD&ULVHGR&DFDXXPHVWXGR
/(*$/&21*5(662%5$6,/(,52'( de comunidade-caso. AgrotrópicaYQS
=227(&1,$3DOPDVAnais [...] 
3DOPDV8)7$%=
9È=48(=%$548(52$Desenvolvimento
32/Ê6(0Economia urbana e regional endógeno em tempos de globalização. Porto
lógica espacial das transformações econômicas. $OHJUH)((
&RLPEUD$3'5
<2.2<$0$/3,*5(-$$&01(9(6
520(5307KHRULJLQVRIHQGRJHQRXV (00RGHOR6KLIW6KDUHXPDUHDGDSWDomR
growth. Journal of Economic PerspectivesY metodológica e uma aplicação para o Estado de
QSS *RLiVBoletim Agricultura em São Paulo, São
PauloQS
SEI - SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS
(&21Ð0,&26(62&,$,6'$%$+,$ <2.2<$0$/3O crescimento da produção
Celulose e turismo([WUHPR6XOGD%DKLD e modernização das lavouras em Goiás no
6DOYDGRU6(,S 6pULH(VWXGRVH período 1975-19843LUDFLFDEDS
SHVTXLVDV  'LVVHUWDomR 0HVWUDGRHP(FRQRPLD$SOLFDGD 
(VFROD6XSHULRUGH$JULFXOWXUD³/XL]GH
SEI - SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS 4XHLUR]´8QLYHUVLGDGHGH6mR3DXOR3LUDFLFDED
(&21Ð0,&26(62&,$,6'$%$+,$3HU¿O 
dos territórios de identidade6DOYDGRU6(,
YS'LVSRQtYHOHPZZZVHL =2&.810+*3A expansão da soja
EDJRYEULPDJHVSXEOLFDFRHVGRZQORDGSHU¿OB no BrasilDOJXQVDVSHFWRVGDSURGXomR6mR
GRVBWHUULWRULRVSWLEBYROB]LS$FHVVRHP 3DXORS'LVVHUWDomR 0HVWUDGR 
DJR Universidade de São Paulo, Faculdade de
(FRQRPLDH$GPLQLVWUDomR
6,/9$0$6628=$5$$YDOLDomRGD
homogeneidade dos Territórios de Identidade a
partir de técnicas geocomputacionais. Revista
Brasileira de Desenvolvimento RegionalY
S

24

Você também pode gostar