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RESUMEN
Introducción: La disminución de la actividad física, la baja duración del sueño y el aumento del tiempo sentado se
han percibido cada vez más en la adolescencia. Objetivos: Investigar la asociación entre el comportamiento sedentario
y las variables del sueño (somnolencia diurna y la duración del sueño) de adolescentes de una pequeña ciudad en el sur
de Brasil. Métodos: Se trata de una muestra representativa basada en la escuela en la ciudad de Maravilha, SC, Brasil,
compuesta de 516 adolescentes de ambos sexos, con 10 a 19 años de edad. Se investigaron las asociaciones entre los
comportamientos sedentarios, el sueño, percepción de estrés y la actividad física. El sedentarismo fue investigado por
medio de tiempo sentado durante el día. Además, otros temas se investigaron como el sexo, la edad, la jornada escolar,
el lugar de residencia, ingresos y nivel de educación del jefe de hogar, la duración del sueño y la somnolencia diurna, la
186 Rev Bras Med Esporte – Vol. 22, No 3 – Mai/Jun, 2016
percepción del estrés y el nivel de actividad física. Resultados: La prevalencia de la corta duración del sueño fue 53,6%.
El promedio de tiempo sentado durante un día de semana fue 382,2 min., siendo mayor en las mujeres (p = 0,001). Los
adolescentes con baja duración del sueño tenían valores medios más altos de tiempo sentado (p < 0,001), somnolencia
diurna (p < 0,001) y la somnolencia en la clase (p < 0,001). Los adolescentes con mayor somnolencia diurna presentaron
4,97 (IC: 2,50-9,87) veces más probabilidades de tener alto comportamiento sedentario. Conclusión: Los adolescentes con
mayor somnolencia diurna mostraron mayor tiempo dedicado al comportamiento sedentario. Por lo tanto, las medidas
de educación para un estilo de vida más activo durante la adolescencia también deben observar cuestiones generales
sobre el sueño y somnolencia diurna.
dia, sendo este tempo superior no sexo feminino (p= 0,001) (Tabela 1). 400
O tempo sentado e a duração do sono, apesar de baixa magni- a
300
tude, apresentaram correlação negativa (r= -0,198; p< 0,001), sendo
que quanto maior o tempo sentado, mais tarde eram seus horários de 200
dormir (r= 0,134; p= 0,002). Além disso, verificou-se diferença entre os 100
grupos de adolescentes com oito ou mais horas de sono e menos de
0
oito horas de sono com relação ao tempo sentado (p= 0,001) (Figura 1). 1º Tercil 2º Tercil 3º Tercil
A pontuação média da PDSS foi de 15,1 pontos e observou-se, PDSS (pontos)
apesar da baixa magnitude, correlação positiva desta pontuação com
a idade (r= 0,141; p= 0,001), ou seja, quanto maior a idade dos ado- 500 p<0,001 b
lescentes, maior a sonolência. Também foram observadas correlações b
Tempo sentado (min)
400
significativas na duração do sono (r= -0,107; p= 0,015), tempo de ativi- a
dade física (r= -0,098; p= 0,026) e tempo sentado (p= 0,229; p< 0,001). 300
Nos tercis da pontuação da PDSS, identificou-se maior tempo sentado 200
nos valores superiores da escala (p< 0,001) e considerando apenas a pri- 100
meira pergunta da PDSS relativa à sonolência em sala de aula (Figura 2).
0
Na Tabela 2 é apresentada a análise de associação entre o tempo Nunca Às vezes Sempre
sentado (moderado e alto) e as variáveis independentes. Em relação ao Sonolência na sala de aula
tempo sentado moderado, observou-se, na análise ajustada, que as vari- *p-valor do teste Kruskal-Wallis com post-hoc de Dunn, **letras diferentes remetem a médias
áveis sexo, faixa etária, turno de estudo, local de residência, renda e PDSS estatisticamente diferentes.
estiveram associadas ao desfecho. Essas associações revelaram que as Figura 2. Tempo sentado de acordo com as medidas de sonolência.
moças apresentaram 1,88 (IC95%: 1,12-3,13) vez mais chance de apresen- tude (r= -0,36, p< 0,01) e Moreno24 correlação significativa positiva entre
tar tempo sentado moderado em relação aos rapazes. Além disso, os ado- as pontuações da PDSS e a quantidade de horas de sono (p<0,001).
lescentes com faixa etária de 17-19 anos (OR= 2,68; IC95%= 1,03-6,99) e de Na adolescência a baixa duração de sono está associada a aspectos
15-16 anos (OR= 3,18; IC95%= 1,56-6,50) apresentam maiores chances importantes de saúde. Ela pode ter relação com maiores escores de
de dispender mais tempo sentado quando comparados aos mais novos. tempo sentado associado aos comportamentos sedentários. Estes
Os adolescentes do turno diurno (OR= 3,01; IC95%= 1,31-6,94), comportamentos estão relacionados ao elevado tempo de exposição
residentes na região urbana (OR= 1,96; IC95%= 1,08-3,58), com renda à tela (televisão e videogames), apresentando implicações na saúde de
de 3-6 salários (OR= 2,16; IC95%= 1,24-3,78), superior a seis salários adolescentes, como a supressão de produção de melatonina e redução
(OR= 2,77; IC95%= 1,51-5,08) e do 3º tercil da PDSS (OR= 1,83; IC95%= da temperatura corporal noturna25.
1,01-3,36) indicaram maiores chances de tempo sentado moderado. O comportamento sedentário desencadeia a atenuação do ciclo
Quanto àqueles que relataram permanecer muito tempo senta- de repouso-atividade, com efeitos adversos sobre o sono. Isto sugere
do, considerando as mesmas variáveis, foram identificadas associações. que o declínio da atividade física no decorrer dos anos, pode prejudicar
Adolescentes do sexo feminino (OR= 1,88; IC95%= 1,12-3,13), das faixas o sono26. No presente estudo, os adolescentes mais velhos apresen-
etárias de 17-19 (OR= 5,34; IC95%= 1,83-15,61) e 15-16 anos (OR= 5,97; taram maiores chances de dispender maior tempo sentado e maior
IC95%= 2,51-14,21), do turno diurno (OR= 6,06; IC95%= 2,28-16,12), sonolência diurna do que os mais novos.
com renda familiar de 3-6 salários (OR= 2,56; IC95%= 1,44-4,58), superior Existem outras ligações potenciais entre sono e comportamento
a seis salários (OR= 2,33; IC95%= 1,20-4,56), e com níveis insuficientes sedentário. A diminuição das horas de sono eleva o período de tem-
de atividade física (OR= 1,89; IC95%= 1,15-3,09) expressaram maiores po acordado, aumentando assim as oportunidades de movimento.
chances de ficar mais tempo sentado. No entanto, o sono insuficiente ou de má qualidade pode resultar
em fadiga durante a vigília, com redução do gasto energético total.
DISCUSSÃO Com isto, baixos níveis de atividade física diária podem estar associados
A prevalência dos distúrbios de sono na infância e adolescência é com a redução da quantidade de sono27. Logo, supõe-se que a baixa
estimada entre 20% e 30%20. Os adolescentes investigados apresenta- duração de sono e o aumento da sonolência diurna podem influen-
ram prevalência de 53,6% de baixa duração de sono, sendo superior ciar os adolescentes a optarem por ficar em frente às telas, a realizar
aos 20% identificados em adolescentes residentes em zonas rurais do atividades com maior dispêndio energético2. Isto ajuda a explicar as
Sul do Brasil14 e aos 15,5% identificados em adolescentes europeus21. maiores chances apresentadas pelos adolescentes insuficientes ativos
Em relação à sonolência diurna, foi identificada média da PDSS de de Maravilha, SC, Brasil de dispender tempo sentado, quando compa-
15,09(5,6) pontos, sendo similar às médias encontradas na literatura15,22. rados aos suficientementes ativos.
Correlações entre a duração do sono e a sonolência diurna foram Associações entre o nível de atividade física e o comportamento
investigadas em alguns estudos com adolescentes. Perez-Lloret et al.23., sedentário tem sido objeto de investigação na área das ciências
identificaram correlação embora significativa e negativa, de baixa magni- da saúde. Tais associações se sustentam em estudos como o de
Contribuições dos autores: Todos os autores contribuíram individualmente e de forma significante para a realização do manuscrito. EPGF (0000-0002-6924-122X)*,
RDA (0000-0003-0338-230X)*, DGB (0000-0002-5543-5445)* e CM (0000-0002-7317-738X)*, foram os principais contribuintes na redação do manuscrito. DF (0000-0002-
7043-2015)* realizou a coleta de dados, organizou e tabulou os dados. AP (0000-0001-8862-9636)* e EPGF avaliaram os dados da análise estatística. EPGF, DF, DGB, RDA,
CM, AP e TSB (0000-0003-2016-9287)*, realizaram a pesquisa bibliográfica, a revisão do manuscrito, discussão dos resultados e contribuíram com o conceito intelectual
do estudo. Todos os autores contribuíram com o conceito intelectual e revisaram o artigo antes da submissão. *Número ORCID (Open Researcher and Contributor ID).
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