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Adolescentes com sonolência diurna

excessiva passam mais tempo em


comportamento sedentário Artigo Original
Original Article
Adolescents with excessive daytime sleepiness spend more time Artículo Original
in sedentary behavior

Los adolescentes con somnolencia diurna excesiva pasan más tiempo


en comportamiento sedentario
Érico Pereira Gomes Felden¹ RESUMO
(Educador Físico)
Douglas Filipin¹ Introdução: A diminuição da atividade física, a baixa duração do sono e o aumento do tempo sentado
(Educador Físico) têm sido cada vez mais percebidos na adolescência. Objetivos: Investigar a associação entre comportamento
Diego Grasel Barbosa1 sedentário e variáveis de sono (sonolência diurna e duração de sono) de adolescentes de um município de
(Educador Físico) pequeno porte do sul do Brasil. Métodos: Trata-se de uma amostra representativa, de base escolar, do muni-
Rubian Diego Andrade1 cípio de Maravilha, SC, Brasil, formada por 516 adolescentes de ambos os sexos, com 10 a 19 anos de idade.
(Educador Físico)
Foram investigadas as associações entre comportamentos sedentários, sono, percepção de estresse e atividade
Carolina Meyer¹
física. O comportamento sedentário foi investigado por meio do tempo sentado durante o dia. Além disso,
(Educadora Física)
outras questões foram investigadas, como: sexo, faixa etária, turno escolar, local de domicílio, renda e grau de
Thaís Silva Beltrame1
(Educadora Especial) instrução do chefe de família, duração do sono e sonolência diurna, percepção de estresse e nível de atividade
Andreia Pelegrini¹ física. Resultados: A prevalência de baixa duração do sono foi de 53,6%. A média de tempo sentado durante
(Educadora Física) um dia de semana foi de 382,2 min., sendo superior no sexo feminino (p = 0,001). Os adolescentes com baixa
duração do sono apresentaram valores médios mais altos de tempo sentado (p < 0,001), sonolência diurna
1. Universidade do Estado de Santa (p < 0,001) e sonolência em sala de aula (p < 0,001). Os adolescentes com maior sonolência tinham 4,97
Catarina (UDESC), Florianópolis, (IC: 2,50-9,87) vezes mais chance de ter comportamento sedentário elevado. Conclusão: Adolescentes com
SC, Brasil. maior sonolência diurna apresentaram maior tempo dedicado aos comportamentos sedentários. Assim, as
medidas de educação para um estilo de vida mais ativo na adolescência devem observar também questões
Correspondência:
gerais sobre sono e sonolência diurna.
Universidade do Estado de Santa
Catarina. Centro de Ciências da
Saúde e do Esporte.
Descritores: sono; estilo de vida sedentário; adolescente; distúrbios do sono por sonolência excessiva.
Rua Paschoal Simone, 358.
Coqueiros, Florianópolis, Brasil.
ABSTRACT
88080-350. ericofelden@gmail.com Introduction: Decreased physical activity, short sleep duration, and increased time sitting have been increasingly
perceived in adolescence. Objectives: To investigate the association between sedentary behavior and sleep variables
(daytime sleepiness and sleep duration) of adolescents in a small city in the south of Brazil. Methods: This is a represen-
tative school-based sample in the city of Maravilha, SC, Brazil, composed of 516 adolescents of both sexes, from 10 to
19 years old. Associations were investigated among sedentary behaviors, sleep, perception of stress and physical activity.
Sedentary behavior was investigated by mean of sitting time during the day. In addition, other issues were investigated
as sex, age, school shift, place of residence, income, and level of education of household head, sleep duration, and
daytime sleepiness, perception of stress and level of physical activity. Results: The prevalence of short sleep duration was
53.6%. The average time sitting during a weekday was 382.2 min, being higher in females (p = 0.001). Adolescents with
short sleep duration had higher average values of sitting time (p<0.001), daytime sleepiness (p<0.001) and sleepiness
in classroom (p<0.001). Adolescents with highest sleepiness were 4.97 (CI: 2.50 to 9.87) times more likely to have high
sedentary behavior. Conclusion: Adolescents with higher daytime sleepiness showed greater time spent on sedentary
behaviors. Thus, the education measures for a more active lifestyle during adolescence should also observe general
questions about sleep and daytime sleepiness.

Keywords: sleep; sedentary lifestyle; adolescent; disorders of excessive somnolence.

RESUMEN
Introducción: La disminución de la actividad física, la baja duración del sueño y el aumento del tiempo sentado se
han percibido cada vez más en la adolescencia. Objetivos: Investigar la asociación entre el comportamiento sedentario
y las variables del sueño (somnolencia diurna y la duración del sueño) de adolescentes de una pequeña ciudad en el sur
de Brasil. Métodos: Se trata de una muestra representativa basada en la escuela en la ciudad de Maravilha, SC, Brasil,
compuesta de 516 adolescentes de ambos sexos, con 10 a 19 años de edad. Se investigaron las asociaciones entre los
comportamientos sedentarios, el sueño, percepción de estrés y la actividad física. El sedentarismo fue investigado por
medio de tiempo sentado durante el día. Además, otros temas se investigaron como el sexo, la edad, la jornada escolar,
el lugar de residencia, ingresos y nivel de educación del jefe de hogar, la duración del sueño y la somnolencia diurna, la
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percepción del estrés y el nivel de actividad física. Resultados: La prevalencia de la corta duración del sueño fue 53,6%.
El promedio de tiempo sentado durante un día de semana fue 382,2 min., siendo mayor en las mujeres (p = 0,001). Los
adolescentes con baja duración del sueño tenían valores medios más altos de tiempo sentado (p < 0,001), somnolencia
diurna (p < 0,001) y la somnolencia en la clase (p < 0,001). Los adolescentes con mayor somnolencia diurna presentaron
4,97 (IC: 2,50-9,87) veces más probabilidades de tener alto comportamiento sedentario. Conclusión: Los adolescentes con
mayor somnolencia diurna mostraron mayor tiempo dedicado al comportamiento sedentario. Por lo tanto, las medidas
de educación para un estilo de vida más activo durante la adolescencia también deben observar cuestiones generales
sobre el sueño y somnolencia diurna.

Descriptores: sueño; estilo de vida sedentario; adolescente; trastornos de somnolencia excesiva.

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220162203147290 Artigo recebido em 17/03/2015 aprovado em 08/04/2016.

INTRODUÇÃO amostral, foi considerado aceitável um número amostral mínimo por


A expansão na criação de máquinas e equipamentos advinda da conglomerado de 437 sujeitos. A seleção da amostra foi por conglo-
revolução industrial permitiu ao ser humano ter mais conforto e como- merado e estratificada por faixa etária: na 1ª faixa etária estavam os
didade. Desta forma, são perceptíveis as mudanças nos comportamentos, adolescentes de 10 a 14 anos e na 2ª, adolescentes com idades de 15
como a diminuição das atividades físicas e o aumento do tempo sentado1. a 19 anos. Para garantir a representatividade da amostra foi realizado
Adolescentes são especialmente afetados por este processo e apresentam levantamento das escolas estaduais que tinham alunos na faixa etá-
acentuada diminuição de atividade física diária e aumento do comporta- ria de análise. Foram localizadas seis escolas que recebem alunos das
mento sedentário2,3. Assim, embora a atividade física e o comportamento diversas regiões do município. Destas, cinco consentiram a realização
sedentário são considerados variáveis independentes, estas podem estar da pesquisa. A partir deste consentimento foram sorteadas turmas de
associadas com efeitos semelhantes em relação à saúde humana4. forma proporcional a escola e faixa etária com vistas ao atendimento
Outra variável fundamental para a saúde, o sono, também sofreu do número mínimo necessário de adolescentes para a análise.
modificações importantes nas últimas décadas. O sono inadequado Os adolescentes responderam a um questionário estruturado
tem sido associado a uma série de distúrbios comportamentais e de contendo questões sobre os seguintes fatores: a) comportamento se-
saúde em jovens5. Além disso, a redução do tempo total de sono pode dentário representado pelo tempo sentado; b) fatores sociodemográ-
estar associada ao dormir mais tarde e não ao acordar mais cedo6 e, ficos: sexo, idade, local de domicílio (rural ou urbano), turno de estudo
por isso, as atividades antes de dormir podem implicar no atraso do (diurno ou noturno), renda mensal (salários mínimos brasileiros rece-
sono. Essas atividades incluem o uso de mídia em tela eletrônica e bidos pela família) e grau de instrução do chefe de família (anos de
outras atividades não relacionadas ao uso de telas, como fazer a lição estudo); c) fatores relacionados ao sono: duração do sono e sonolência
de casa e exercícios aeróbios vigorosos. diurna; d) percepção de estresse; e e) atividade física.
A redução do tempo total do sono dos adolescentes, em conso- O comportamento sedentário foi verificado por meio do tempo sen-
nância às obrigações com horários escolares, culmina no aumento dos tado, o qual foi investigado pela pergunta “Quanto tempo no total você
níveis de sonolência diurna excessiva7. As demandas curriculares, assim gasta sentado durante um dia de semana?13. Esta questão foi extraída
como os horários ocupados para os estudos, parecem desregular o do Questionário Internacional de Atividade Física e considera em sua
padrão do sono, pois os alunos sincronizam o ciclo vigília-sono diferen- análise o tempo em que o adolescente permanece sentado todo dia.
ciadamente do ciclo claro-escuro para tentar cumprir suas atividades, Esta análise não inclui o tempo gasto sentado durante o transporte em
acarretando problemas com a regularidade do sono8. ônibus, trem, metrô ou carro. O tempo sentado foi considerado a variável
De forma geral, as prevalências de sonolência diurna e baixa duração dependente deste estudo, e pelo fato deste não apresentar um ponto
do sono têm aumentado com o passar dos anos9, e, a atividade física e o de corte amplamente aceito pela literatura, optou-se por categorizá-lo
comportamento sedentário são potenciais fatores associados às mudan- em tercis. Assim classificou-se como “pouco tempo sentado” (primeiro
ças da expressão do ciclo vigília-sono10. No entanto, poucas evidências tercil = zero a 300 min); tempo sentado moderado (segundo tercil = 301
científicas estão disponíveis, especialmente em adolescentes, conside- a 479 min) e muito tempo sentado (terceiro tercil = acima de 480 min).
rando as associações entre os comportamentos sedentários, atividade A duração do sono foi analisada pelo tempo na cama considerando
física e sono. Ainda, destaca-se que a literatura especializada é bastante os horários de dormir e acordar nos dias com aula. Os adolescentes
restrita, considerando os hábitos de atividade física, comportamento foram classificados com baixa duração de sono quando essa era inferior
sedentário e sono em cidades de pequeno porte, sendo mais comuns a 8h por dia(8). A latência do sono foi investigada por meio da questão
estudos conduzidos em grandes cidades. Assim, o presente estudo teve “Você sente dificuldades para pegar no sono?”, podendo o adolescente
como objetivo investigar a associação entre comportamento sedentário responder as alternativas: a) “nunca”, b) “às vezes”, ou c) “sempre” 8,14.
e variáveis de sono de adolescentes do município de Maravilha, SC, Brasil. A sonolência diurna foi investigada pela Pediatric Daytime Sleepiness
Scale (PDSS) desenvolvida para avaliar a sonolência diurna de crianças e
MATERIAIS E MÉTODOS adolescentes15 e validada para o Brasil por Felden et al.16. Esta escala é
A população do estudo consistiu de 2969 escolares, sendo 1757 formada por oito questões com respostas organizadas em uma escala
na faixa etária de 10 a 14 anos e 1212 na faixa etária de 15 a 19 anos11 Likert de quatro pontos de “nunca” a “sempre”. A pontuação da escala
(IBGE, 2010). Participaram da amostra 516 adolescentes (263 rapazes), varia de zero a 32 pontos. Seus escores são analisados de forma contí-
com média de idade de 14,57(1,77) anos do município de Maravilha, nua sendo que o valor mais alto representa mais sonolência diurna. Da
SC, Brasil. Trata-se de uma amostra representativa dos adolescentes do mesma forma, como na análise do comportamento sedentário, a PDSS,
município de base escolar. O tamanho da amostra foi definido utilizan- por não apresentar um ponto de corte amplamente aceito, foi analisada
do a proposta de Luiz e Magnanini12 considerando um erro amostral de pelos tercis na análise multinomial: primeiro tercil = zero a 12 pontos;
cinco pontos percentuais e efeito de delineamento de 1,5. A proporção segundo tercil = 13 a 18 pontos; e terceiro tercil acima de 18 pontos.
necessária para compensar eventuais perdas foi de 40%. Após o cálculo A sonolência em sala de aula foi analisada por meio da primeira

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questão da PDSS que se refere, especificamente, a esta situação. Neste Tabela 1. Dados descritivos da amostra.
caso, os adolescentes foram classificados como tendo sonolência em Variáveis Total Rapazes Moças p-valor
sala de aula “sempre”, “às vezes” ou “nunca”. Idade, anos 14,6 (1,8) 14,4 (1,9) 14,7 (1,6) 0,033
Faixas etárias, %
Por fim, os adolescentes foram questionados quanto ao seu nível de 10-12 15,3 18,6 11,9
atividade física por meio do questionário proposto por Florindo et al.17. 13-14 27,3 29,7 24,9 0,041
Este instrumento é composto por 17 questões sobre atividades físicas 15-16 45,5 40,3 51,0
17-19 11,8 11,4 12,3
habituais, sendo considerado o tempo total em minutos e a frequência Local de domicílio, %
semanal. Este instrumento possui indicadores adequados de validade Rural 21,2 20,9 19,4 0,662
e alta concordância com a capacidade cardiorrespiratória em adoles- Urbano 79,8 79,1 80,6
Turno de estudo, %
centes. Os adolescentes foram classificados em insuficientemente ativos Noturno 8,7 8,4 9,1 0,770
se realizassem menos de 300 minutos de atividades físicas semanais18. Diurno 91,3 91,6 90,9
Foram realizadas análises descritivas e inferenciais. Verificou-se a dis- Renda familiar, %
≤ 3 salários mínimos 20,0 23,2 16,9
tribuição normal dos dados por meio do teste Kolmogorov Smirnov. Na 0,642
3,1-6 salários mínimos 50,2 45,6 54,9
estatística inferencial utilizou-se os testes U de Mann-Whitney e Kruskal- > 6 salários mínimos 29,8 31,2 28,5
-Wallis com post-hoc de Dunn para comparação das variáveis contínuas Escolaridade do chefe da família, %
≤ 8 anos 54,1 58,9 49,0 0,024
e para associação das variáveis categóricas, o teste Qui-Quadrado para > 8 anos 45,9 41,1 51,0
heterogeneidade. As correlações foram analisadas por meio do teste de Duração do sono, h 7,9 (1,6) 8,00 (1,7) 7,8 (1,5) 0,216
Spearman. Em função da variável dependente apresentar três categorias, Baixa duração do sono, % 53,6 51,0 56,4 0,218
PDSS, pontos 15,1 (5,6) 14,6 (5,4) 15,6 (5,7) 0,030
recorreu-se à análise de regressão multinomial (categoria de referência: Sonolência na sala de aula
primeiro tercil do tempo sentado) para a análise de fatores associados. Nunca 33,7 37,3 30
0,194
Foram incluídas no modelo ajustado apenas as variáveis que, na análise Às vezes 42,1 40,7 43,5
Sempre 24,2 22,1 26,5
bruta, apresentaram p<0,2519. Para todas as análises considerou-se um Percepção de estresse alto, % 22,1 11,8 32,8 <0,001
nível de significância de 5%. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Atividade física semana, min
501,5 562,9 437,6
<0,001
Ética envolvendo Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa (536,6) (523,9) (543,3)
Insuficientemente ativos, % 40,1 33,5 46,2 0,003
Catarina (Protocolo n.º 535. 621). Aos menores de 18 anos foi entregue o 382,2 352,1 413,6
Tempo sentado, min 0,001
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para assinatura dos pais ou (234,1) (225,8) (238,9)
responsáveis. E para todos os sujeitos da pesquisa foi entregue o Termo * p-valor do teste Qui-quadrado ou U de Mann-Whitney.

de Consentimento Livre e Esclarecido. Só participaram da pesquisa os


sujeitos que assinaram o (s) referido (s) termo (s). 500
Tempo sentado (min)

RESULTADOS 400 p<0,001


Foram avaliados 412 adolescentes da zona urbana e 104 da zona 300
rural. Os dados descritivos da amostra estão apresentados na Tabela 1. 200
Os adolescentes investigados apresentaram, em média, 14,57 (1,77) anos
100
de idade. Embora a maior parte da amostra tenha uma renda média de
3,1 a 6 salários mínimos, verificou-se que 54,1% dos adolescentes pos- 0
8 ou mais horas Menos que 8 horas
suíam chefes de família com oito anos ou menos de estudo. Não foram
Duração do sono
identificadas diferenças na duração do sono entre os sexos (p= 0,642),
tampouco na prevalência de baixa duração do sono (p= 0,218). As moças Figura 1. Tempo sentado de acordo com a duração do sono dos adolescentes.
apresentaram maior prevalência de atividade física insuficiente (p= 0,003).
Os adolescentes permaneceram, em média, 382,2 minutos sentados por 500 p<0,001
b b
Tempo sentado (min)

dia, sendo este tempo superior no sexo feminino (p= 0,001) (Tabela 1). 400
O tempo sentado e a duração do sono, apesar de baixa magni- a
300
tude, apresentaram correlação negativa (r= -0,198; p< 0,001), sendo
que quanto maior o tempo sentado, mais tarde eram seus horários de 200
dormir (r= 0,134; p= 0,002). Além disso, verificou-se diferença entre os 100
grupos de adolescentes com oito ou mais horas de sono e menos de
0
oito horas de sono com relação ao tempo sentado (p= 0,001) (Figura 1). 1º Tercil 2º Tercil 3º Tercil
A pontuação média da PDSS foi de 15,1 pontos e observou-se, PDSS (pontos)
apesar da baixa magnitude, correlação positiva desta pontuação com
a idade (r= 0,141; p= 0,001), ou seja, quanto maior a idade dos ado- 500 p<0,001 b
lescentes, maior a sonolência. Também foram observadas correlações b
Tempo sentado (min)

400
significativas na duração do sono (r= -0,107; p= 0,015), tempo de ativi- a
dade física (r= -0,098; p= 0,026) e tempo sentado (p= 0,229; p< 0,001). 300
Nos tercis da pontuação da PDSS, identificou-se maior tempo sentado 200
nos valores superiores da escala (p< 0,001) e considerando apenas a pri- 100
meira pergunta da PDSS relativa à sonolência em sala de aula (Figura 2).
0
Na Tabela 2 é apresentada a análise de associação entre o tempo Nunca Às vezes Sempre
sentado (moderado e alto) e as variáveis independentes. Em relação ao Sonolência na sala de aula
tempo sentado moderado, observou-se, na análise ajustada, que as vari- *p-valor do teste Kruskal-Wallis com post-hoc de Dunn, **letras diferentes remetem a médias
áveis sexo, faixa etária, turno de estudo, local de residência, renda e PDSS estatisticamente diferentes.

estiveram associadas ao desfecho. Essas associações revelaram que as Figura 2. Tempo sentado de acordo com as medidas de sonolência.

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Tabela 2. Análise de regressão multinomial considerando o tempo sentado como variável dependente.
Tempo sentado moderado Tempo sentado alto
Variáveis Prevalências Bruta Ajustada Prevalências Bruta Ajustada
p-valor* p-valor*
(%) OR (IC 95%) OR (IC 95%) (%) OR (IC 95%) OR (IC 95%)
Sexo
Masculino 22,8 1 1 22,4 1 1 0,016
Feminino 32,0 2,05(1,34-3,12) 2,01(1,25-3,24) 0,004 30,4 1,98(1,29-3,03) 1,88(1,12-3,13)
Faixa etária
17-19 27,9 2,64(1,14-6,14) 2,68(1,03-6,99) 0,044 32,8 5,83(2,26-15,07) 5,34(1,83-15,61) 0,002
15-16 32,3 3,64(1,90-6,98) 3,18(1,56-6,50) 0,001 34,5 7,27(3,25-16,23) 5,97(2,51-14,21) <0,001
13-14 23,4 1,52(0,76-3,06) 1,52(0,72-3,20) 0,268 19,1 2,33(0,99-5,51) 2,12(0,85-5,28) 0,105
10-12 19,0 1 1 10,1 1 1
Turno de estudo
Noturno 24,4 1 1 17,8 1 1 <0,001
Diurno 27,6 1,44(0,69-3,01) 3,01(1,31-6,94) 0,009 27,2 1,95(0,86-4,44) 6,06(2,28-16,12)
Local de Residência
Urbano 28,9 1,89(1,10-3,25) 1,96(1,08-3,58) 0,026 28,2 2,03(1,16-3,54) 2,18(1,13-4,20) 0,020
Rural 21,2 1 1 19,2 1 1
Renda Familiar
≤ 3 salários mínimos 22,4 1 1 19,3 1 1 0,001
3,1-6 salários mínimos 29,9 2,30(1,40-3,79) 2,16(1,24-3,78) 0,007 36,4 3,25(1,98-5,33) 2,56(1,44-4,58) 0,013
> 6 salários mínimos 35,9 2,68(1,54-4,64) 2,77(1,51-5,08) 0,001 29,1 2,52(1,41-4,49) 2,33(1,20-4,56)
Atividade física
Ativo 26,4 1 1 22,2 1 1 0,012
Insuficientemente ativo 28,8 1,46(0,95-2,24) 1,26(0,79-2,01) 0,329 32,7 1,97(1,28-3,03) 1,89(1,15-3,09)
Grau de instrução
≥ 8 anos de estudo 27,2 1 1 21,9 1 1 0,206
< 8 anos de estudo 27,4 1,25(0,82-1,90) 0,91(0,56-1,49) 0,721 31,6 1,80(1,17-2,75) 1,40(0,84-2,34)
Percepção de estresse
Baixo estresse 25,1 1 1 25,9 1 1 0,207
Alto estresse 35,1 1,86(1,13-3,05) 1,12(0,63-2,00) 0,692 28,1 1,44(0,86-2,42) 0,67(0,36-1,25)
Duração do sono
8 ou mais horas 25,3 1 1 21,9 1 1 0,376
< 8 horas 29,2 1,49(0,98-2,27) 1,17(0,74-1,86) 0,504 29,9 1,76(1,14-2,71) 1,25(0,76-2,06)
PDSS**
1° tercil 26,4 1 1 13,8 1 1 <0,001
2° tercil 25,0 1,28(0,78-2,10) 1,21(0,71-2,07) 0,477 30,7 3,00(1,73-5,24) 3,31(1,78-6,17) <0,001
3° tercil 31,3 2,12(1,25-3,60) 1,83(1,01-3,36) 0,047 35,3 4,59(2,55-8,27) 4,97(2,50-9,87)
* p-valor da análise ajustada. ** Pediatric Day Time Sleepiness Scale.

moças apresentaram 1,88 (IC95%: 1,12-3,13) vez mais chance de apresen- tude (r= -0,36, p< 0,01) e Moreno24 correlação significativa positiva entre
tar tempo sentado moderado em relação aos rapazes. Além disso, os ado- as pontuações da PDSS e a quantidade de horas de sono (p<0,001).
lescentes com faixa etária de 17-19 anos (OR= 2,68; IC95%= 1,03-6,99) e de Na adolescência a baixa duração de sono está associada a aspectos
15-16 anos (OR= 3,18; IC95%= 1,56-6,50) apresentam maiores chances importantes de saúde. Ela pode ter relação com maiores escores de
de dispender mais tempo sentado quando comparados aos mais novos. tempo sentado associado aos comportamentos sedentários. Estes
Os adolescentes do turno diurno (OR= 3,01; IC95%= 1,31-6,94), comportamentos estão relacionados ao elevado tempo de exposição
residentes na região urbana (OR= 1,96; IC95%= 1,08-3,58), com renda à tela (televisão e videogames), apresentando implicações na saúde de
de 3-6 salários (OR= 2,16; IC95%= 1,24-3,78), superior a seis salários adolescentes, como a supressão de produção de melatonina e redução
(OR= 2,77; IC95%= 1,51-5,08) e do 3º tercil da PDSS (OR= 1,83; IC95%= da temperatura corporal noturna25.
1,01-3,36) indicaram maiores chances de tempo sentado moderado. O comportamento sedentário desencadeia a atenuação do ciclo
Quanto àqueles que relataram permanecer muito tempo senta- de repouso-atividade, com efeitos adversos sobre o sono. Isto sugere
do, considerando as mesmas variáveis, foram identificadas associações. que o declínio da atividade física no decorrer dos anos, pode prejudicar
Adolescentes do sexo feminino (OR= 1,88; IC95%= 1,12-3,13), das faixas o sono26. No presente estudo, os adolescentes mais velhos apresen-
etárias de 17-19 (OR= 5,34; IC95%= 1,83-15,61) e 15-16 anos (OR= 5,97; taram maiores chances de dispender maior tempo sentado e maior
IC95%= 2,51-14,21), do turno diurno (OR= 6,06; IC95%= 2,28-16,12), sonolência diurna do que os mais novos.
com renda familiar de 3-6 salários (OR= 2,56; IC95%= 1,44-4,58), superior Existem outras ligações potenciais entre sono e comportamento
a seis salários (OR= 2,33; IC95%= 1,20-4,56), e com níveis insuficientes sedentário. A diminuição das horas de sono eleva o período de tem-
de atividade física (OR= 1,89; IC95%= 1,15-3,09) expressaram maiores po acordado, aumentando assim as oportunidades de movimento.
chances de ficar mais tempo sentado. No entanto, o sono insuficiente ou de má qualidade pode resultar
em fadiga durante a vigília, com redução do gasto energético total.
DISCUSSÃO Com isto, baixos níveis de atividade física diária podem estar associados
A prevalência dos distúrbios de sono na infância e adolescência é com a redução da quantidade de sono27. Logo, supõe-se que a baixa
estimada entre 20% e 30%20. Os adolescentes investigados apresenta- duração de sono e o aumento da sonolência diurna podem influen-
ram prevalência de 53,6% de baixa duração de sono, sendo superior ciar os adolescentes a optarem por ficar em frente às telas, a realizar
aos 20% identificados em adolescentes residentes em zonas rurais do atividades com maior dispêndio energético2. Isto ajuda a explicar as
Sul do Brasil14 e aos 15,5% identificados em adolescentes europeus21. maiores chances apresentadas pelos adolescentes insuficientes ativos
Em relação à sonolência diurna, foi identificada média da PDSS de de Maravilha, SC, Brasil de dispender tempo sentado, quando compa-
15,09(5,6) pontos, sendo similar às médias encontradas na literatura15,22. rados aos suficientementes ativos.
Correlações entre a duração do sono e a sonolência diurna foram Associações entre o nível de atividade física e o comportamento
investigadas em alguns estudos com adolescentes. Perez-Lloret et al.23., sedentário tem sido objeto de investigação na área das ciências
identificaram correlação embora significativa e negativa, de baixa magni- da saúde. Tais associações se sustentam em estudos como o de

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Katzmarzyk et al.28, em que apontaram a relação entre o maior de questionário como forma de avaliar a duração do sono de forma
tempo sentado e a mortalidade por inúmeras causas relaciona- indireta. Além disso, algumas variáveis não foram contempladas neste
das a doenças cardiovasculares e câncer. De modo semelhante, estudo, como, por exemplo, a presença de distúrbios do sono como
Countryman et al.29., relataram em amostra de 367 adolescentes, apneia e tempo de tela. Estas variáveis associadas ao desfecho, podem
associações entre baixo nível de atividade física e baixa duração do ser objetos de futuras investigações. Além disso, sugere-se que novas
sono com o aumento do risco para síndrome metabólica e piora investigações descrevam, além da quantidade de tempo em atividade
na aptidão cardiorrespiratória. física, qual o horário que estas atividades acontecem considerando um
No presente estudo, 40,1% dos adolescentes foram classificados possível efeito termorregulatório da atividade física no ciclo vigília-sono.
como insuficientemente ativos. Este resultado é superior aos 25,4%
encontrados por Pelegrini e Petroski3 em escolares de Florianópolis–SC CONCLUSÃO
e inferior aos 58,2% encontrados por Hallal et al.2 com adolescentes de Mesmo em um município de pequeno porte, altas prevalências de
Pelotas-RS. Embora a prevalência de adolescentes insuficientemente duração do sono inadequado, de baixa atividade física e de alto tempo
ativos de Maravilha, SC, Brasil tenha apresentado valores intermediário em comportamentos sedentários foram observadas. Adolescentes com
entre os dois estudos citados, ela pode ser considerada alta. menor duração do sono e maior sonolência diurna apresentaram maior
Não está claro na literatura qual o ponto de corte para o tempo tempo dedicado aos comportamentos sedentários. Assim, medidas de
sentado de modo a prevenir os riscos para a saúde. O tempo senta- educação para um estilo de vida mais ativo na adolescência poderiam in-
do observado em Maravilha, SC, Brasil foi ligeiramente inferior ao de cluir atividades de instrução relacionadas à higiene do sono, consideran-
adolescentes norte americanos (407 min)30. A ligeira diferença com do que este fator poderá ser fundamental na diminuição das atividades
a amostra de adolescentes norte-americanos, pode se relacionar as sedentárias e aumento das atividades físicas mais vigorosas. Sugerem-se,
diferenças culturais, de costumes e hábitos entre os dois países. por fim, acompanhamentos longitudinais e experimentais para que se
Os pontos positivos destacados neste estudo foram: a) a promoção possa estabelecer, com maior clareza, as relações de causa e efeito entre
da discussão destas associações pouco investigadas na literatura; b) o tempo sentado com o sono e a sonolência diurna nos adolescentes.
a utilização de uma amostra representativa; e c) por tratar-se de um
município de pequeno porte, acredita-se que os resultados possam ser
Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito
transformados em politicas de saúde pública com maior eficiência à
de interesses referente a este artigo.
população alvo. Apontam-se, como limitações do estudo a utilização

Contribuições dos autores: Todos os autores contribuíram individualmente e de forma significante para a realização do manuscrito. EPGF (0000-0002-6924-122X)*,
RDA (0000-0003-0338-230X)*, DGB (0000-0002-5543-5445)* e CM (0000-0002-7317-738X)*, foram os principais contribuintes na redação do manuscrito. DF (0000-0002-
7043-2015)* realizou a coleta de dados, organizou e tabulou os dados. AP (0000-0001-8862-9636)* e EPGF avaliaram os dados da análise estatística. EPGF, DF, DGB, RDA,
CM, AP e TSB (0000-0003-2016-9287)*, realizaram a pesquisa bibliográfica, a revisão do manuscrito, discussão dos resultados e contribuíram com o conceito intelectual
do estudo. Todos os autores contribuíram com o conceito intelectual e revisaram o artigo antes da submissão. *Número ORCID (Open Researcher and Contributor ID).

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