Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Renatha El Rafihi-Ferreira1
Maria Laura Nogueira Pires2
Edwiges Ferreira de Mattos Silvares3
Resumo: Estudos apontam a eficácia da técnica de extinção para o manejo dos problemas de sono na infância. Contudo,
a literatura aponta para a aversividade da técnica, o que muitas vezes pode dificultar a adesão ao tratamento e levar a
desistência. O objetivo deste trabalho foi investigar a quantidade de mães que apresentaram dificuldades na aplicação
das orientações para o manejo da insônia infantil e investigar a relação entre as dificuldades de aplicar a intervenção
com características e comportamentos da criança e da mãe. Participaram 49 mães de crianças de um a cinco anos de
idade que foram submetidas a orientação parental para o manejo dos problemas de sono infantil. Os resultados de-
monstraram que 53,1% (n=26) das mães relataram dificuldade em aplicar o procedimento de extinção e que as crianças
cujas mães tiveram dificuldade, tiveram piores escores em problemas internalizantes e total de problemas de compor-
tamento, avaliado pelo CBCL.
Abstract: Studies indicate the effectiveness of the extinction technique for the management of sleep problems in chil-
dhood. However, the literature points to the aversivity of the technique, which can often hamper adherence to treatment
and lead to withdrawal. The objective of this study was to investigate the number of mothers who presented difficulties
in applying guidelines for the management of childhood insomnia and to investigate the relationship between the diffi-
culties of applying the intervention with characteristics and behaviors of the child and the mother. The participants were
49 mothers of children from one to five years of age who underwent parental guidance for the management of child
sleep problems. The results showed that 53.1% (n = 26) of the mothers reported difficulty in applying the extinguishing
procedure and that the children whose mothers had such difficulty had worse scores on internalizing problems and total
behavioral problems evaluated by CBCL.
Resumen: Estudios apuntan a la eficacia de la técnica de extinción para el manejo de los problemas de sueño en la in-
fancia. Sin embargo, la literatura apunta a la aversión de la técnica, lo que muchas veces puede dificultar la adhesión
al tratamiento y llevar a la desistencia. El objetivo de este trabajo fue investigar la cantidad de madres que presentaron
dificultades en la aplicación de las orientaciones para el manejo del insomnio infantil e investigar la relación entre las
dificultades de aplicar la intervención con características y comportamientos del niño y de la madre. Participaron 49
madres de niños de uno a cinco años de edad que fueron sometidas a orientación parental para el manejo de los pro-
blemas de sueño infantil. Los resultados demostraron que 53,1% (n = 26) de las madres relataron dificultad en aplicar el
procedimiento de extinción y que los niños cuyas madres tuvieron dificultad, tuvieron peores puntuaciones en problemas
internalizados y total de problemas de comportamiento, evaluado por la escala CBCL.
1
Psicóloga, Mestre em Análise do Comportamento (UEL), Doutora e Pós-doutoranda em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo, USP. Bolsista de pós-
doutorado FAPESP.
E
ndereço: Avenida Professor Mello Morais 1721. Butantã. CEP: 05508-900 São Paulo, SP. Telefone: (11) 30911961 Fax: (11) 30914173. E-mail: rerafihi@usp.br
2
Psicóloga, Mestre em Psicobiologia, Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Pós-Doutora pelo Departamento dos Transtornos do
Sono e do Humor da Oregon Health Sciences University. Professora Assistente Doutora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Fillho, UNESP, Campus
de Assis. Coordenadora do Laboratório de Psicologia da Saúde do Sono-LAPSS.
E
ndereço: Avenida Dom Antônio 2100 - Parque Universitário. CEP: 19806-900 - Assis, SP – Brasil. Telefone: (18) 33025896. E-mail: laurapires@assis.unesp.br
3
Psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia Experimental (Northeastern University e Universidade de São Paulo), Livre-docente, Professora titular e colaboradora
senior da Universidade de São Paulo, USP. Endereço: Avenida Professor Mello Morais 1721. Butantã. CEP: 05508-900 São Paulo, SP. Telefone: (11) 30911961 Fax:
(11) 30914173. E-mail: efdmsilv@usp.br
Escolaridade N(%)
Superior 18(69,2%) 15(65,2%)
Médio 08(30,8%) 06(26,1%) 2,38 0,30
Fundamental - 02(08,7%)
Idade N(%)
20 - 29 anos N(%) 03(11,5%) 09(39,1%)
30 – 39 anos N(%) 19(72,1%) 12(52,2%) 5,08 0,07
40 – 49 anos N(%) 04(15,4%) 02(08,7%)
Comportamento N(%)
ASR Total 14(53,8%) 09(39,1%) 1,06 0,30
ASR Externalizante 12(46,2%) 06(26,1%) 2,11 0,14
ASR Internalizante 17(65,4%) 11(47,8%) 1,53 0,21
0,20
Idade M(DP) 34,42(4,74) 32,35(6,41) 1,29
Comportamento M(DP)
ASR Total 59,35(07,85) 56,30(09,50) 1,23 0,22
ASR Externalizante 56,92(07,03) 54,39(09,20) 1,08 0,28
ASR Internalizante 64,04(10,07) 60,96(10,31) 1,05 0,29
Características /sono/ Crianças com Dif. N=29 Crianças sem Dif. N=28 qui quadrado p
comportamento infantil
Sexo N(%)
Feminino 15(51,7) 8(28,6) 3,17 0,07
Masculino 14(48,3) 20(71,4)
Idade N(%)
12 – 42 meses (1 - 3½ anos) 23(79,3) 21(75,0) 0,15 0,69
43 – 60 meses (3½ - 5 anos)
6(20,7) 7(25,0)
Comportamento N(%)
CBCL Sono 25(86,2%) 22(78,6%) 0,57 0,44
CBCL Total 22(75,9%) 15(53,6%) 3,10 0,07
CBCL Externalizante 17(58,6%) 10(35,7%) 2,99 0,08
CBCL Internalizante 18(62,1%) 11(39,3%) 2,95 0,08
Características /sono/ Crianças com Dif. N=29 Crianças sem Dif. N=28 t p
comportamento infantil
Idade M(DP) 2,34(1,34) 2,39(1,31) 0,14 0,88
Comportamento M (DP)
CBCL Sono 79,45(11,89) 79,07(13,13) 0,11 0,90
CBCL Total 64,17(9,14) 59,18(9,45) 2,02 0,04
CBCL Externalizante 60,55(9,31) 57,18(10,78) 1,26 0,21
CBCL Internalizante 61,34(9,78) 54,32(9,43) 2,75 0,007
ICDS 9,97(1,82) 10,04(1,97) 0,13 0,88
Referências
Achenbach, T. M. & Rescorla, L. A. (2000). Manual for the ASEBA Preschool Forms & Profiles. Burlington, VT: University of Vermont,
Research Center for Children, Youth, & Families.
Achenbach, T. M. & Rescorla, L. A. (2003). Manual for the ASEBA Adult Forms & Profiles. Burlington, VT: University of Vermont, Re-
search Center for Children, Youth, & Families.
Alfano, C. A., Ginsburg, G. S. & Kingery, J. N. (2007). Sleep-related problems among children and adolescents with anxiety disorders.
Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 46(2), 224-232. doi: 10.1097/01.chi.0000242233.06011.8e
American Academy of Sleep Medicine. (2005). International classification of sleep disorders: diagnostic and coding manual, second
ed. Westchester, IL: American Academy of Sleep Medicine.
Bayer, J. K., Hastings, P. D., Sanson, A. V, Ukoumunne, O., & Rubin, K. H. (2010). Predicting mid-childhood symptoms: a longitudinal
community study. International Journal of Mental Health Promotion, 12(1), 16-28. doi:10.1080/14623 730.2010.9721802
Bayer, J. K., Sanson, A. V, & Hemphill, S. A. (2006). Parent influences on early childhood internalizing difficulties. Journal of Applied
Developmental Psychology, 27(6), 542-559. doi:10.1016/j.appdev.2006.08.002
Burnham, M. M., Goodlin-Jones, B. L., Gaylor, E. E. & Anders, T. F. (2002). Nighttime sleep–wake patterns and self-soothing from
birth to one year of age: a longitudinal intervention study. Journal of Child Psycholy and Psychiatry, 43(6), 713–725. doi:
10.1111/1469-7610.00076
Didden, R., Sigafoos, J. & Lancioni, G.E. (2011). Unmodified Extinction for Childhood Sleep Disturbance. In: M. Perlis, M. Aloia & B.
Kuhn (Orgs.). Behavioral Treatments for Sleep Disorders: A Comprehensive Primer of Behavioral Sleep Medicine Interventions.
(pp. 257-263). London: Elsevier.
Etherton, H., Blunden, S., & Hauck, Y. (2016). Discussion of extinction-based behavioral sleep interventions for young children and
reasons why parents may find them difficult. Journal of Clinical Sleep Medicine, 12(11), 1535-1543. doi: 10.5664/jcsm.6284
Hill, C. (2011). Practitioner Review: Effective treatment of behavioural insomnia in children. Journal of Child Psychology and Psychia-
try, 52(7), 731–741. doi: 10.1111/j.1469-7610.2011.02396.x
Kuhn, B. R. (2014). Practical Strategies for Managing Behavioral Sleep Problems in Young Children. In: J.A. Owens. (Orgs.). Behavioral
Aspects of Sleep Problems in Childhood and Adolescence. (pp. 181-197). London: Elsevier.
Lawton, C., France, K.G., & Blampied, N.M. (1991). Treatment of infant sleep disturbance by graduated extinction. Journal of Child &
Family Behavior Therapy, 13(1), 39-56. doi: 10.1300/J019v13n01_03
Lins, T. & Alvarenga, P. (2015). Controle Psicológico Materno e Problemas Internalizantes em Pré-Escolares. Psicologia: Teoria e
Pesquisa, 31(3), 311-319. doi: 10.1590/0102-37722015032092311319
Meltzer, L. J. & Mindell, J. A. (2014). Systematic Review and Meta-Analysis of Behavioral Interventions for Pediatric Insomnia. Journal
of Pediatric Psychology, 39(8), 932-948. doi: 10.1093/jpepsy/jsu041.
Meltzer, L.J. & Mindell, J. A. (2011). Graduated Extinction: Behavioral Treatment for Bedtime Problems and Night Wakings in Young
Children. In M. Perlis, M. Aloia & B. Kuhn. (Orgs). Behavioral Treatments for Sleep Disorders: A Comprehensive Primer of Behav-
ioral Sleep Medicine Interventions. (pp. 265-273). London: Elsevier.
Milan, M.A., Mitchell, Z.P., Berger, M.I. & Pierson, D.F. (1982) Pousitive routines: a rapid alternative to extinction for elimination of
bedtime tantrum behavior. Journal of Child & Family Behavior Therapy, 3(1), 13-25.
Mindell, J.A., Kuhn, B., Lewin, D.S, Meltzer, L.J., & Sadeh, A. (2006) Behavioral treatment of bedtime problems and night wakings in
infants and young children – an American academy of sleep medicine review. Sleep, 29(10), 1263–76.
Mindell, J.A., Meltzer, L.J., Carskadon, M.A. & Chervin, R.D. (2009) Developmental aspects of sleep hygiene: findings from the 2004
National Sleep foundation Sleep in America Pool. Sleep Medicine, 10(7), 771-779. doi: 10.1016/j.sleep.2008.07.016.