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AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

Nome: Daniel

Idade: 7 anos

2º Ano do Ensino Fundamental

Período em estuda: Vespertino

O presente relatório do paciente Daniel, de sete anos de idade, que


estuda o segundo ano do ensino fundamental do turno vespertino, o qual sua
queixa apresentada pela escola e seus pais foram em relação a dificuldade de
ensino aprendizagem. As suas dificuldades é em identificar números,
quantificação, identificar sinais matemáticos, montar operações, classificar
números, entender princípios de medida, seguir sequências, compreender
conceitos matemáticos, relacionar o valor de moedas entre outros.

Na entrevista inicial com a mãe de Daniel, ela relatou que na sua infância
ela também apresentou dificuldade de aprendizagem escolares e que não
gostava da disciplina de matemática que o seu filho apresenta as mesmas
dificuldades, no entanto ela mencionou que o filho de sua amiga faz o uso de
medicamento (Ritalina) que ela deu pra ela testar no Daniel. Diante do que foi
pautado pela mãe observa-se que Daniel está fazendo uso de medicação sem
ter ao especialista da área.

Nas sessões com Daniel o paciente mostrou muito ansioso, irritado


desatento, desorganizado sem compreensão no que era proposto pra ele fazer,
o mesmo não adquiriu as habilidades e capacidade prevista na sua fase,
quanto ao aspecto cognitivo observou que Daniel tem comprometimento,
intelectual, desenvolvimento socio- afetivo, comportamental e emocional, no
entanto foi constatado que Daniel apresentou um diagnóstico de discalculia.
Com base no diagnostico, as intervenções realizadas pra trabalhar as
dificuldades de aprendizagem com Daniel foram lúdicos, musicas, jogos
educativos, exercícios, desenho, aulas de reforço, adaptações em sala de aula,
mudança de rotina, dança e psicoeducação,

As intervenções trabalhadas com os pais em relação a medicalização, foi


procurar profissionais da área como neuropediatra, psicólogo e fonoaudiólogo e
também fazer uso dos exercícios e terapias e acompanhar o Daniel em suas
atividades escolares e no seu tratamento, pois a participação efetiva dos
familiares terá um grande resultado no tratamento e desenvolvimento do
Daniel, pois a participação do familiar é essencial nesse processo.

Medicalização Infantil no Contexto Familiar

A medicalização infantil é um processo que pode prejudicar o


desenvolvimento das crianças. A sociedade atual costuma buscar soluções
rápidas para seus problemas, o que muitas vezes envolve a utilização de
remédios para resolver determinados comportamentos e atitudes. Dentro desse
contexto, podemos notar a medicalização infantil, que envolve a utilização de
medicamentos de forma constante durante a infância.

Essa tendência é notada quando professores e familiares relacionam as


dificuldades de aprendizagem a algum transtorno que precisa de tratamento
médico. Assim, muitas vezes, esses problemas na escola são tratados com o
uso de medicamentos, o que nem sempre é o mais indicado para todos os
casos.

Uma criança, com características como: rebeldia, desatenção,


impulsividade, problemas relacionados ao sono, e baixo desempenho escolar,
havendo uma preocupação por parte da escola e família, logo é pensado no
uso da medicalização, ao invés de tentar reformular essa infância, tendo mais
intimidade, mais convivência no dia a dia, com terapias eficientes e um
acompanhamento com uma equipe multiprofissional como: terapia ocupacional,
psicólogo, fonoaudióloga e outras terapias alternativas.
As crianças muitas das vezes é rotulado pela sociedade como desvios,
relacionados a quebras de normas e de regras mandatória da sociedade como,
por exemplo, falta de atenção e agitação em sala de aula, problemas na
alfabetização e outras dificuldades de aprendizagem, o processo de
medicalização estar diretamente relacionado a esses fatores, acrescenta-se
uma proposta nociva no qual se refere enquadrar a criança e o seu
comportamento através de remédios psiquiátricos, que realmente acalma, e
concentra, mas a custas de mudanças na sua personalidade, e do seu cérebro,
no qual estar em desenvolvimento, e que devemos assumir a responsabilidade
família e escola em auxiliar na atuação da formação do seu cérebro, nas
sinapses que ainda vão se formar, e que determina que adulto ela vai se
originar.

De acordo Peter Breggin (2002), afirma que os estimulantes, incluindo o


metilfenidato (Ritalina), principal tratamento em casos de TDHA, agem pela
supressão da habilidade cerebral de gerar comportamentos mentais
espontâneos. Esses medicamentos interrompem as conexões nas regiões mais
desenvolvidas do cérebro, incluindo lobos frontais, e sede dos comportamentos
mais complexos. Para esse autor, a utilização da Ritalina é um tipo de
lobotomia química.

O medicamento voltado para o comportamento infantil, é um dos


sintomas mais graves da deterioração social de todos os tempos em que
estamos inserido, temos mais medicamentos disponíveis, cada vez mais
prescrições, e portanto cada vez mais doentes, crianças que tem afetos,
angústias, tristezas, euforias, hoje em dia são classificados, pela a psiquiatria
com as classificações através do DSM, cada vez mais sofisticados, seguindo
aspectos avaliativos de questionários, classificando cada ação do indivíduo em
níveis, contudo vale ressaltar que a ação medicamentosa faz efeitos em muitas
situações salvando vidas, mas o abuso desses medicamentos é um fato, que
estar produzindo grande problemas para nossas crianças.

Ressalta-se a necessidade de apresentar a família os pontos negativos e


positivos do uso desses medicamentos, pois se partimos somente de
diagnósticos superficiais, muitas vezes incorreto, sem considerar os fenômenos
que ocorrem na educação e o contexto social e familiar que ela estar inserida,
na maioria dos casos envolve-se a medicalização, como o uso da Ritalina,
havendo alterações neurológicas, cujo cérebro estar em formação, provocando
alterações de comportamento, sendo de caso irreversível.

Em muito comum, pais no momento de dúvida, angústias e exaustão,


buscarem um caminho facilitado, logo buscarem ajuda medica, pensando em
testar o uso medicamentos como a Ritalina como o solucionador de muitos
casos comportamentais, ou dificuldades de aprendizagem, que podem ser
facilmente tratados com terapias, modificações de rotina, afeto e entres outros.
Deve-se, no entanto, observar a rotinas dessas crianças, se ela estar tendo
uma boa infância, se seu tempo não estar sendo consumido por apenas
desenhos animados ou jogos eletrônicos, se dorme, e brinca, em horários
adequados, sendo de suma importância, a influência da família em que a
criança estar inserida, para seu desenvolvimento.

Conclui-se que deve haver acompanhamentos, com uma equipe


multiprofissional, família e escola, não ceder apenas a pressões por parte da
escola, exigindo que receba avaliações medicas, mas que essas crianças
tenham a oportunidade de se adequar a sociedade, superando suas
dificuldades.

Referências

BERNARDI, J. Alunos com discalculia: o resgate da autoestima e da


autoimagem através do lúdico. 2006. Dissertação (Mestrado em educação),
Programação de Pós- Graduação em Educação, Pontifícia Universidade
Católica, Porto Alegre.

GARCIA, J. N. Manual de dificuldades de aprendizagem: Linguagem, leitura,


escrita e matemática. Porto Alegre: artes Médicas, 1998.

Breggin, P. R. (2002). O livro de fatos Ritalina: O que seu médico não lhe dirá
sobre TDHA e drogas estimulante. Cambri dge: Editora Perseu.

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