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Memorex TSE – TJAA – Rodada 01

NORMAS APLICÁVEIS AOS SERVIDORES FEDERAIS


DICA 21
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990
A Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990, trata-se do Regime Jurídico Único para os
servidores públicos federais da administração direta, autárquica e fundacional é uma
Lei Federal e, portanto, aplica-se exclusivamente à União. Logo, os Estados e
Municípios devem possuir leis próprias estabelecendo o regramento para os seus
servidores públicos;
As regras da Lei 8.112/1990 só alcançam os órgãos da administração direta, das
autarquias e das fundações públicas, não se aplicando às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, cujos empregados públicos submetem-se às regras da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT);
Essa Lei é chamada de Estatuto dos Servidores Públicos, os chamados servidores
estatutários, pois sua relação profissional se dá por meio das regras previstas em um
estatuto que, no caso, é a Lei 8.112/1990;
Tal Lei é chamada de Estatuto dos Servidores Públicos da União (Regime Jurídico);
Sabe-se que o vínculo dos empregados públicos é contratual (Sociedade de
economia mista e empresa pública), e a relação entre os servidores públicos e o poder
público é legal;
DICA 22
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990
O servidor público não tem direito adquirido ao regime jurídico, o que,
consequentemente, significa que não há violação a direito, quando se altera a jornada
de trabalho anteriormente fixada por lei;

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo
público;

Logo, servidor é toda pessoa legalmente investida em cargo público;

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas


na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros e são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento
em caráter efetivo ou em comissão;
Portanto, cargos públicos são providos em caráter efetivo ou em comissão(efecom);
DICA 23
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990
Dessa forma, tanto os servidores aprovados em concurso público (efetivos) quanto os
chamados servidores comissionados (em comissão) submetem-se às disposições do
Regime Estatutário (efecom);

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Os militares se submetem ao Estatuto dos Militares, os ocupantes de emprego
público (Banco do Brasil, Petrobras, Caixa econômica Federal) seguem a Consolidação das
Leis Trabalhistas e os servidores temporários, que seguem legislação própria;
O concurso público poderá ser de provas ou de provas e títulos, podendo ser
realizado em duas etapas, conforme dispor a lei do respectivo plano de carreira;
O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, podendo ser prorrogado
uma única vez, por igual período;
DICA 24
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990

São requisitos básicos para investidura em cargo público:

a nacionalidade brasileira;

o gozo dos direitos político;

a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

a idade mínima de dezoito anos;

aptidão física e mental;


As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos
estabelecidos em lei;
Assim, não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade,
inscrição em concurso para cargo público;
Somente por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a
cargo público;
Devem ser reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso público para
pessoas portadoras de necessidades especiais;
DICA 25
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990
O provimento dos cargos públicos será feito mediante ato da autoridade competente
de cada Poder e a investidura em cargo público ocorrerá com a posse;

São formas de provimento de cargo público:

nomeação;

promoção;

readaptação;

reversão;

aproveitamento;

reintegração;

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recondução.
As formas de provimento dividem-se em provimento originário e provimento derivado;
O provimento originário é o que se faz através da nomeação, constituindo o
preenchimento inicial do cargo sem que haja qualquer vínculo anterior com a
administração;
A nomeação é a única forma de provimento originário;
DICA 26
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990
Todos os outros tipos de provimento, com exceção da nomeação, constituem
hipóteses de provimento derivado, pois pressupõem a existência de prévio vínculo com
a Administração. No provimento derivado, há uma modificação na situação de serviço
da pessoa provida, que já possuía um vínculo anterior com o poder público;
São formas de provimento derivado previstas na Lei 8.112/1990, a promoção, a
readaptação, a reversão, o aproveitamento, a reintegração e a recondução;

Ex.: A reintegração é forma de provimento derivado, prevista no art. 41, §2º, da


CF, em que o servidor estável é reintegrado ao serviço público em decorrência de
invalidação de sua demissão. Nesse caso, o servidor estável foi reintegrado ao
serviço público, ou seja, já existia uma prévia relação com o poder público, procedendo-
se apenas a invalidação de sua demissão, com consequente reintegração;
É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-
se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo
que não integra a carreira na qual anteriormente investido;
DICA 27
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990
Nomeação é a única forma de provimento originário admitida em nosso
ordenamento jurídico, podendo dar-se para provimento de cargo efetivo ou em comissão
(efecom);
A nomeação como forma de provimento originário independe de prévio vínculo com a
Administração e em regra, o nomeado não possui nenhum vínculo com o Poder Público
antes de sua nomeação;
Existirão situações em que a pessoa já ocupará algum cargo, de provimento efetivo ou em
comissão, mas isso não muda a natureza de provimento originário da nomeação.
Isso porque a nova nomeação não possui nenhuma relação com o vínculo anterior;
No caso de cargo efetivo, a nomeação dependerá de prévia aprovação em concurso
público de provas ou de provas e títulos;
Já quando for para provimento de cargo em comissão, não depende de aprovação em
concurso, uma vez que se trata de cargo de livre nomeação ou exoneração;
DICA 28
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990
O candidato aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas no
edital, possui direito subjetivo à nomeação;
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Promoção é forma de provimento derivado existente nos cargos organizados em
carreiras, em que é possível que o servidor ascenda sucessivamente aos cargos de
nível mais alto da carreira, por meio dos critérios de antiguidade e merecimento;
A promoção deve ocorrer dentro de uma mesma carreira;
Readaptação é forma de provimento derivado constante no art. 24 da Lei 8.112/90,
representando a investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental verificada em inspeção médica;
Assim, na readaptação, o servidor público estava investido em determinado cargo, mas
posteriormente veio a sofrer alguma limitação em sua capacidade física ou
mental, devidamente verificada em inspeção médica. Nesse caso, o servidor será
investido em outro cargo, que possua compatibilidade com a sua limitação;
DICA 29
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990
Reversão é forma de provimento derivado, constante no art. 25 da Lei 8.112/1990,
consistindo no retorno à atividade de servidor aposentado;

Existem duas modalidades de reversão no Estatuto dos Servidores da União:

reversão de ofício: quando junta médica oficial declarar que deixaram de existir os
motivos que levaram à aposentadoria por invalidez permanente;

reversão a pedido: aplicável ao servidor estável que se aposentou voluntariamente


e, daí, solicitou a reversão de sua aposentadoria;
Na reversão a pedido, ou seja, no interesse da administração, o servidor que se
aposentou voluntariamente faz o pedido para retornar à ativa, e depende dos
seguintes requisitos: o servidor deve solicitar a reversão, a aposentadoria tenha sido
voluntária, o servidor era estável quando estava na atividade, a aposentadoria tenha
ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação, desde que haja cargo vago e o
servidor tenha menos de 70 anos de idade.
No caso de reversão de ofício a decisão da administração é vinculada, já na reversão a
pedido a decisão é discricionária, ou seja, a administração pode ou não conceder
a reversão ao servidor público;
DICA 30
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990
O aproveitamento é forma de provimento derivado com previsão na Constituição
Federal (art. 41, §3º) e na Lei 8.112/1990 (arts. 30 a 32);
O art. 41, §3º da CF/88 estabelece que uma vez extinto o cargo ou declarada a sua
desnecessidade, o servidor estável que o ocupava o cargo ficará em disponibilidade,
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo;
O aproveitamento é o retorno à atividade do servidor que estava em disponibilidade,
devendo ocorrer em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
anteriormente ocupado;

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Sabe-se que para o servidor estável, se for extinto seu cargo público, ele não
poderá ser demitido, com isso a Constituição lhe assegura o direito à disponibilidade,
isto é, o direito a ficar sem exercer suas funções temporariamente, mantendo-se o
vínculo com a Administração e assegurando-lhe o direito a receber remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até que seja adequadamente aproveitado em outro
cargo;
DICA 31
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990 - DAS
VANTAGENS

Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:


indenizações;
gratificações;
adicionais.
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
DICA 32
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS-LEI 8.112/1990 - DAS
INDENIZAÇÕES

Constituem indenizações ao servidor:


ajuda de custo;
diárias;
transporte.
auxílio-moradia
DICA 33
REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES
Os servidores públicos podem ser remunerados por meio de subsídios, vencimentos ou
salários.

Subsídio: forma de remuneração fixada em parcela única, sem acréscimo de qualquer


gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie
remuneratória. É remuneração obrigatória para os agentes públicos.

Vencimentos: é a remuneração percebida pelos servidores públicos, em sentido


estrito.

Salários: é a forma remuneratória paga aos empregados públicos, contratados sob o


regime celetista.

TETO REMUNERATÓRIO CONSTITUCIONAL (art. 37, inc. XI):


Segundo dispõe esse dispositivo:

A remuneração de todo funcionalismo público está sujeita a um teto remuneratório,


que é o subsídio dos Ministros do STF.

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Existem subtetos remuneratórios nos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Estados e no Distrito Federal, o subteto é variável por Poder.

Poder Executivo, o limite é o subsídio do Governador.

Poder Legislativo, o limite é o subsídio dos deputados estaduais e distritais.

Poder Judiciário, o limite é o subsídio dos desembargadores do Tribunal de


Justiça (esse limite também se aplica aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos).

Municípios, a remuneração DE TODOS os servidores e empregados públicos têm


como limite o subsídio do Prefeito.

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário NÃO poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para


o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.
O artigo 37, inciso XV, garante a irredutibilidade salarial.
DICA 34
CARGOS EM COMISSÃO E NEPOTISMO
O nepotismo ofende os princípios da moralidade e da impessoalidade, devendo a
vedação a esta prática ser observada por todos os Poderes da República e por todos os
entes da Federação, independentemente de lei formal.
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da
mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, caracteriza NEPOTISMO.
DICA 35
INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO
Pode haver ingresso em cargo público sem concurso? sim! Nas hipóteses de cargos
em comissão;

Contudo, é importante não confundir o cargo em comissão com a função de


confiança;
O cargo em comissão pode ser ocupado por qualquer pessoa e não depende de
concurso, pois é de livre nomeação e exoneração;
A função de confiança também não depende de concurso público, todavia, devem ser
exercidas apenas por servidores ocupantes de cargo efetivo;
Importante saber também que PARTE dos cargos em comissão devem ser preenchidos
por servidores de carreira, em percentual definido em lei;

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CARGO EM COMISSÃO FUNÇÃO DE CONFIANÇA

Prescinde de concurso público Prescinde de concurso público

Podem ser ocupados por qualquer pessoa,


Exercidas EXCLUSIVAMENTE por ocupantes
mas parte dos cargos será reservado a
de cargo efetivo
servidores de carreira (cargo efetivo)

Atribuições de direção, chefia e Atribuições de direção, chefia e


assessoramento assessoramento

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DIREITO CONSTITUCIONAL
DICA 36
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS - FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA

A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e


Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

Soberania; Mnemônico:
Cidadania;
SO-CI-DI-VA-PLU
Dignidade da pessoa humana;

Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

Pluralismo político.
FIQUE ATENTO!
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Constituição Federal.

QUESTÃO.
Sobre os poderes do Estado, é CORRETO afirmar que
a) emanam das Forças Armadas.
b) emanam do povo.
c) pertencem às autoridades que o exercem.
d) somente podem ser exercidos pelo povo indiretamente, através de representantes
eleitos.
Gabarito: B.
Comentário: No caso dessa questão, o candidato deveria saber que, segundo o artigo
1º, parágrafo único, da Constituição de 1988, todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
Desse modo, por eliminação seria possível encontrar a resposta da questão.

Independência e Harmonia Dos Poderes: São Poderes da União, independentes e


harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
DICA 37
PRINCÍPIOS DE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos


seguintes princípios:

Independência nacional;

Prevalência dos direitos humanos;


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Autodeterminação dos povos;

NÃO-INTERVENÇÃO;

Igualdade entre os Estados;

Defesa da paz;

Solução pacífica dos conflitos;

Repúdio ao terrorismo e ao racismo;

Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

CONCESSÃO DE ASILO POLÍTICO.


FIQUE ATENTO!
A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
DICA 38
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS - DIREITO À VIDA
O direito à vida compreende a extrauterina e a intrauterina. Nota-se que nem mesmo
o direito à vida é absoluto. Isso porque, por exemplo, no Brasil, em caso de guerra
declarada, admite-se a pena de morte, portanto, não o direito à vida não é um direito
absoluto. De mais a mais, o aborto, por sua vez, é permitido em casos excepcionais.

Para sua prova do TSE, é importante que você conheça essas terminologias. Veja só:

Aborto terapêutico ou necessário: ocorre quando o médico interrompe a gravidez


quando não há outra forma de salvar a vida da gestante.

Aborto sentimental ou humanitário: é a interrupção da gravidez praticada por


médico nos casos de estupro, desde que haja autorização da gestante ou de seu
representante legal quando a gestante dor menor de 18 (dezoito) anos.

Aborto eugenésico ou eugênico: É aquele realizado para evitar o nascimento de uma


criança com grave deformidade genética.

DICA 39
IGUALDADE/ISONOMIA

O principal dispositivo constitucional sobre o direito de liberdade é o art. 5º, inciso I,


da CF, que assim dispõe: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição”.
O objetivo deste dispositivo não é somente garantir a igualdade formal, mas
principalmente a igualdade material ou substancial.
A igualdade formal busca tratar todos os indivíduos da mesma maneira, garantindo-se
os mesmos direitos e deveres. Contudo, a igualdade material busca o mesmo

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tratamento igualitário, com a observação de que todos devem ser tratados de maneira
igual, na medida das suas desigualdades.
Nesse sentido, a própria Constituição em algumas situações já materializa a igualdade
material ou substancial, como no art. 5º, inciso L, da CF: “às presidiárias serão
asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação”.
Com base também no princípio da igualdade material é que se legitima as chamadas
ações afirmativas, que representam medidas de compensação para grupos com
realidade histórica de marginalização ou discriminação. São exemplos de ações
afirmativas: Cotas raciais, PROUNI e a lei maria da penha.

JURISPRUDÊNCIA

A lei que veda o exercício da atividade de advocacia por aqueles que desempenham,
direta ou indiretamente, atividade policial, não afronta o princípio da isonomia. STF.
Plenário. ADI 3541/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/2/2014 (Info 735).

DICA 40
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O princípio da reserva legal impõe a necessidade de que determinadas matérias sejam
disciplinadas por LEI FORMAL, ou seja, aquelas espécies normativas encontradas no
artigo 59, da CF/88. O princípio da legalidade, por sua vez, traduz a necessidade de
obediência à lei em SENTIDO AMPLO.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.

A reserva legal pode ser classificada em:

Absoluta: a norma constitucional necessita lei formal para sua regulamentação.

Relativa: em que pese a necessidade de lei formal, é possível a edição de espécies


infralegais para regulamentação da norma constitucional.
O princípio da irretroatividade das leis preconiza que a lei penal NÃO retroagirá,
exceto em benefício do réu.
Para o indivíduo, o princípio da legalidade significa que ele não será obrigado a fazer ou
deixar de fazer algo, senão em virtude de lei. Em outras palavras, o indivíduo apenas fará
ou não fará algo se tiver uma lei obrigando ou desobrigando a fazer tal coisa.
Em relação ao Estado, o princípio da legalidade apresenta outro significado, na medida em
que a Administração Pública poderá fazer apenas o que a lei permitir. A doutrina chama
esse princípio de legalidade estrita.
Dessa forma, a Administração Pública deve atuar nos limites da lei, não sendo legítimo
atuar em situações não reguladas em lei.

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DICA 41
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA

Nos termos da Constituição (art. 5º), é assegurado:

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

O Brasil é um país leigo, laico ou não confessional, o que significa a separação oficial
entre o Estado e a religião. Assim, o Estado não permite a interferência de correntes
religiosas em assuntos estatais.

JURISPRUDÊNCIA

A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e


bibliotecas públicas estaduais configura contrariedade à laicidade estatal e à
liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988. STF.
Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).

É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que,


registrada em órgão de vigilância sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa
Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou
(iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com
base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à
liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis,
nem tampouco ao poder familiar. STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 1103)
(Info 1003).

É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade


religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz
africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019 (Info 935).

CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina


dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º).
[...] O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas
escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim
ser vinculado a religiões específicas. A partir da conjugação do binômio Laicidade
do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o
cumprimento do art. 210, § 1º da CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade
de condições o oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante
requisitos formais previamente fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser
permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno
exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina dos horários
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normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com os
princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente
credenciados a partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer
ônus para o Poder Público. Dessa forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe
que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que ensine os dogmas
ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se
garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF. Plenário.ADI
4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 27/9/2017 (Info 879).

JURISPRUDÊNCIA

“[...] nos termos do artigo 5º, VIII, da Constituição Federal é possível a realização de
etapas de concurso público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por
candidato que invoca escusa de consciência por motivo de crença religiosa, desde que
presentes a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os
candidatos e que não acarrete ônus desproporcional à Administração Pública, que
deverá decidir de maneira fundamentada”.

DICA 42
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE
EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX)
É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem.
ESQUEMATIZANDO:

Aplica-se a pessoas físicas e


pessoas jurídicas.

DIREITO DE É proporcional ao agravo.


RESPOSTA

Pode ser acumulado com


indenização por dano
material, moral ou à
imagem.

DICA 43
SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E COMUNICAÇÕES

A Constituição Federal dispõe: “É inviolável o sigilo da correspondência e das


comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último

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caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.”

A inviolabilidade de sigilo abrange quatro situações: correspondências, comunicações


telegráficas, comunicações de dados e comunicações telefônicas.
O próprio dispositivo da Constituição excepciona a regra, ao afirmar que o sigilo das
comunicações telefônicas pode sofrer restrição por ordem judicial para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal, nos termos da lei.

ATENÇÃO!

A exceção que a Constituição Federal traz corresponde apenas a comunicações


telefônicas.

O fato de a Constituição Federal trazer apenas exceção quanto às comunicações


telefônicas, NÃO significa que as outras inviolabilidades são ABSOLUTAS, pois NÃO
existem direitos fundamentais absolutos.
A título de exemplo, as inviolabilidades de correspondência e de comunicações telegráficas
podem ser restringidas nas hipóteses de decretação de estado de defesa e de sítio (art.
136, §1º, inciso I; e art. 139, inciso III, ambos da CF).
DICA 44
LIBERDADE DE REUNIÃO
Segundo o inciso XVI, do art. 5º, todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem
outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio
aviso à autoridade competente.

As condições para o exercício do direito de reunião são as seguintes:

Locais abertos ao público;


Finalidade pacífica;

Não pode frustrar reunião já convocada para o mesmo local;

Ausência de armas;

Prévia comunicação às autoridades competentes.

ATENÇÃO!

Não confundir prévio AVISO com prévia AUTORIZAÇÃO.


Sobre o requisito do AVISO, o STF, através do Recurso Especial n° 806339/SE, cujo
Relator foi o Ministro Marco Aurélio, já entendeu que tal aviso seja cumprido, não há
nenhum tipo de forma pré estabelecida, bastando apenas que chegue o conhecimento
da reunião ao Poder Público. A saber: “A exigência constitucional de aviso prévio
relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de informação
que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma
pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”. STF. Plenário. RE
806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, julgado

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Memorex TSE – TJAA – Rodada 01
em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003).
Um grande exemplo desse aviso (sem nenhuma forma em si), com base no
entendimento firmado pelo STF, seria uma reunião agendada e amplamente divulgada
através das redes sociais, as quais, a maioria da sociedade tem acesso. Assim, dada a
alta veiculação, obviamente, o Poder Público teria conhecimento.

Sobre isso, redobre a atenção! Caso a Banca cobre a literalidade da Constituição, precisa
apenas que haja o aviso prévio (sem especificar de que maneira). Entretanto, caso a
banca cobre o recente entendimento jurisprudencial, o aviso não precisa ser
necessariamente formal, bastando apenas que, de alguma forma, chegue ao
conhecimento do Poder Público.
DICA 45
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
Segundo o inciso XV, do art. 5º, é livre a locomoção no território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens.
Durante a excepcionalidade do estado de sítio, defesa ou intervenção federal, o direito de
liberdade de locomoção pode ser cerceado.
Qualquer pessoa, brasileiro ou estrangeiro, pode transitar livremente pelo território
nacional com seus bens.
O “habeas corpus” é o remédio adequado para combater cerceamento ilegais do direito da
liberdade de locomoção.
DICA BÔNUS
CRIMES INAFIANÇÁVEIS, IMPRESCRITÍVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU
ANISTIA

Crimes inafiançáveis e imprescritíveis – Racismo e Ação de grupos armados contra


a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Para lembrar, basta pensar na RAÇÃO (Racismo e Ação de grupos armados).

Crimes Inafiançáveis e Insuscetíveis de Graça ou Anistia:


Utiliza-se a sigla 3TH:

3T T Tortura

T Tráfico de drogas

T Terrorismo

H H Crimes Hediondos

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Podemos encontrar mandados de criminalização nos seguintes incisos:

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível;


XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça, anistia e
indulto a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
terrorismo e os crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores
e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armado civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o estado democrático.

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